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TRICLADIDA TERRICOLA DAS REGIOES DE TERES()POLISE UBATUBA
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20-1-1956
,PAPEIS AVULSOS
DOTT:::"".~t't_QEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA
SECRETARIA DA AGRICULTURA - S. PAULO - BRASIL
Vol. XII, N." 16 - pp. 313-344
POR
CLAUDIO GILBERTO FROEHLICH
Durante 0 inverno de 1952, minha senhora, Dra. Eudoxia Maria Froehlich e eu realizamos duas excurs6es a regiao de Teres6polis (inclusive Barreira) com 0 fim de coligir material de turbelarios terrestres. As excurs6es foram possfveis grac;as a urnsubsfdio do Conselho Nacional de Pesquisas, ao qual mais umavez agradecemos. A escolha do local deveu-se a circunstanciade ter sido Teres6polis visitada pelos naturalistas Goeldi (por volta de 1880), Bresslau (1913-1914 e 1929) e Schirch (1914 e seguintes), que af coligiram vermes do referido grupo, e de diversasdas especies depois descritas [Graff, 1899 (material de Goeldi);Riester, 1938 (material de Bresslau) e Schirch, 1929 J apresentarem urn "status" taxonomico pouco satisfat6rio. Coligimos,' nototal, cerca de 100 vermes, distribufdos em 32 especies, 30 dasGeoplanidae, 1 das Rhynchodemidae e 1 das Bipaliidae. Partedeste material ja foi estudada (du Bois-Reymond Marcus, 1955;Froehlich, E. M., 1955; Froehlich, C. G., 1955a e 1955b); as especies restantes sao apresentadas neste trabalho. Destas, algumas ocorrem tambern em Ubatuba, razao pela qual aquf incluimos 0 estudo do material por n6s coligido nessa cidade (setembro de 1951, setembro de 1952 e julho de 1955). 0 trabalhotrata ainda de algumas especies colecionadas no Rio de Janeiropelo Snr. Hans Becker, a quem somos reconhecidos.
LISTA DAS ESPECIES COLIGIDAS EM TERES6POLIS (ALTO,
VARZEA, P. N. SERRA DOS 6RGAOS)
1. G. applanata Gr. 5. G. splendida Gr.2. G. bergi (?) Gr. 6. G. goettei Sch. (1)3. G. multicolor Gr. 7. G. plana Sch. (1)4. G. se.rstriata Gr. 8. G. goetschi Riest,
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LISTA DAS ESPECIES COLIGIDAS EM BARREIRA
1. G. vaginuloides (Darw.) 7. G.zebroides Riest.2. G. applanata Gr. 8. G. tapetilla Marcus3. G. bergi -Gr. 9. G. caissara E. Froeh. (1)4. G. sexstriata Gr. 10. G. tamoia E. Froeh. (1)5.G. barreirana Riest. 11. G. trigueira E. Froeh. (1)6. G. goetschi Riest. 12. Ch. catua C. Froeh. (2)
LISTA DAS ESPECIES COLIGIDAS EMUBATUBA
1. G. bur1'neisteri N1. Schultze ' 8. G. cafusa" sp. n.2. G. bergi Gr. 9. G. picta} sp. n.3. G. barreira1na Riest. 10. Issocarezendei (Schirch) (2)4. G. goetschiRiest. 11. Kontikia: orana C. Froeh. (2)5. G. tapetilla Marcus 12. Rhynchode1'nus sC'ius du B. R.6. G. tax1'archa Marcus Marcus7. G. caissara E. Froeh. (1) 13. Bipaliunt kewense Mos.
9. G. pseudorhynchodem.us Riest.10. G.' pseudovaginuloides Riest.11. G. quagga Marcus12. G. caissaraE. Froeh. (1)13. G. cassula E. Froeh. (1)l4. G. 1Hatuta· E.Froeh. (1)15. G. ta1'noia E. Froeh.' (1)16. G. trigueira E. Froeh. (1)17. G. yara E. Froeh. (1)18. G. oliverioi C. Froeh. (1)
19. G. fragai C. Froeh.20.G. jandira C. Froeh. I21. Geobia subterranea (Fritz
Muller) (2)22. Choeradoplana: ihering'i Gr.23. Issocare.zende-i (Sch.) (2)24. I. piranga C. Froeh. (2)25. Xerapoa sp. (2)26. Rhynchode·nuls? hectori Gr. (3)27 . B'ipalium ke,wense Mos. .
OCORRENCIA - Barreira: 4 exemplares em 19.VII.1952.Dos quatro exemplares coligidos em Barreira, 3 pertencem ao
tipo de colorido correspondente ao do verme n. Q 460/1914_de Bresslau (Riester 1938, p. 72; veja-se tambelTI Marcus, 1952, p. 76).A faixa vern1elhao mediana quaseatinge as 'extremidades, qHe saopretas. As estrias brancas laterais terminam a ca. 3 mnl. de anlbas as pontas. Destes 3 exemplares, 0 maior e unico nladuronlede, depois de fixado, 34 mnl. de compritnento por 3,5 Innl. delargura. A boca situa-se a 21,0 e 0 gon6poro a 24,6 mm. daextremidade anterior.
o quarto exemplar tenl colorido semelhante ao do verme574/ 1914 (Riester l.c., est. 1 f. 21). E' ainda jovem, tendo17,5 mm. de comprimento por 2,5 mm. de largura. A boca esta a11,5 mnl. da ponta anterior.
Geoplana burmeisteri Max Schultze
Geoplana. burnte'isteri M. Schultze, 1857, p. 33 [lac. tipica' : Rio de Janeiro:D. F., Brasil]; C. Froehlich, 1955b, p. 190.
OCORRENCIA - Rio de Janeiro: (Barra da I'Tijuca, ca. 800 Ill.de altitude). 1 exemplar em 8.11.1953 (H. Becker col.)
Ubatuba: l~ exemplar en1 2.IX.1951; 1 em I.IX.1952. Coll1UIll nesta localidade.
ESPECIES DO RIO ,DE JANEIRO
1. G. burme·ister-i M. Schultze 4. G. caissara E..Froeh.2. G.barreirana Riest. 5. B1~P. kewense Mos.3. G. tapetilla Marcus
,As espe-ciesassinaladas com (1), (2) e (3) foram Ja estudadas, respectivamente, por (1) E. Froehlich (1955a), (2) C. Froehlich (1955a)e (3)du Bois-Re,ymond Marcus (1955), nao senda,com excec;ao de O. caissara, incluidas no presente trabalho.
Familia GEOPLANIDAE.Stin1pson
Genera Geoplana Fr. Mull.Geoplana Fritz Muller 1857, p. 23 (tipo do genera: Planaria vaginuloides'
Darwin, POf' designa<;;ao de E. Froeh. 1955, p. 293)Geoplana. C.Froehlich, 1955a, p. 208
Geoplana vaginuloides (Darwin)
Planar-ia vaginuloides . Darwin 1844, p. 244 [lac. tipica: Rio de Janeiro,Brasil]
Geoplana vaginuloides Graff 1899f'~p. 331; Riester 1938, p. 72; Marcus-l951, p.54; 1952, p. 76
Geoplana applanata Graff(Figs. 1-2)
Ceo/IIana applanateL Graff, 1899, p. 307 [lac. tipica: baixo Rio Potnba, Estado do Rio de Janeiro]; C. Froehlich 1955b, p. 192
GeojIJ!ana notophthal1na, Riester, 1938, p. 52
OCORRENCIA ~ Teres6polis: 16 exenlplares coligidos, em junho e julho de 1952. Iv\uito COrHU111 nessa localidade.
Barreira: Cornunl tanlbern nessa localidade, julho de 1952.o padrao bclsico de colorido ~lesta especiee de pintasepon
tinhos pretos sabre fundo mais claro. A cor de fundo e variavel,amarelo-clara au amarelo-esverdeadanos especimes mais claros,ferruginea em alguns, castanho-escuro nos mais escuros. 0 ventre e de cor de tijolo mais ou menos intensa.
as maiores exemplares por n6s coligidos tinham, enl reptac;ao, 120 mnl. de .comprimento por 12 mm. de largura. As mediasdas medidas de 12 vermes conservados sao: comprimento,58,4 111111.; largura, 8,4 mm.; boca a 37,3 e gon6poro a 45,8 111m.
cia extrenlidade anterior. As dinlens6es do lTlaior destes VerITIeSsao 82 x 14 I111n., boca a 50,5 e gon6poro a 62,5nnn. da ponta
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anterior; as do menor, 39 x 6,5 mm., boca a 26,5 e gon6poro a32 mm. da ponta anterior.
o exemplar maior foi cortado para estudo anatOmico. Suaanatomia corresponde a do tipo dos vermes "grandes, largos eachatados". A distribuic;ao das glandulas cutaneas e dos rabdoides e semelhante a de O. divae Marcus (C. Froehlich, 1955a,p. 214); nao verifiquei, porem, glandulas eritr6fi1as na sola. Saotambem semelhantes aos de O. divae a musculatura, 0 sistemanervoso, a disposic;ao dos testiculos e 0 sistema eferente masculino.
A faringe (Fig. 1) e cilindrica, com a inserc;ao dorsal urn pouco afastada e com orla muito dobrada, coincidindo com a descric;ao de Riester (1938, p. 56).
o aparelho copulador (Fig. 2) concorda tambem com 0 desenho e com a descric;ao de Riester (1. c., p. 55 f. 61, p. 56). Osductos eferentes (d), cheios de espermatozoides, desembocam nostrechos entais, pares, da vesicula seminal (s). Esta, localizadafora do bulbo, tern forma muito irregular devido a parede dobrada e a numerosas pequenas expansoes. Desembocam na vesiculaglandulas eritr6fi1as (y) sub-epiteliais. A papilapenial e grandee aproximadamente campanuliforme. . 0 ducto ejaculat6rio (e)desemboca na ponta de urn processo conico, constrangido na base,da papila penial. Os oviductos (0) sobem atras do gon6poro (g)e desembocam no ducto glandular comum, (q). Glandulas dacasca (z) desembocam ai enos trechos ectais dos oviductos. 0ducto glandular dirige-se para tras e volta-se para 0 ventre; continuando-se com 0 atrio feminino (f). Este, que nao se distinguenitidamente do masculino (a), e pouco mais longo e estreito queno exemplar de Riester.
Umdos vermes coligidos botou em 25.VII.52 uma capsula deovos. A eclosao verificou-se 20 dias mais tarde (14.Vlll.52),saindo da capsula 5 filhotes. 0 maior dos conservados mede15 x 3,5 mm. 0 colorido, se bern que mais palido, lembra 0 dosadultos.
Geoplana bergi Graff.
Geaplana bergi Graff, 1899, p. 323 [Ioc. tipica: Sao Paulo, Brasil]Geaplana meix-neri Riester, 1938, p. 11 [Ioc. tipica: Teresopolis, Est. Rio
de Janeiro, Brasil]Geaplana bergi (?) Riester, 1938. p, 16Geaplana bergi Marcus, 1951, p. 58; C. Froehlich, 1955a, p. 212
OCORRENCIA Teres6polis: 1 fragmento, provavelmentedesta especie, 16.6.1952.
Barreira: 1 exemplar em 20.VIl.1952.Ubatuba: 1 exemplar em 6.VIl.1 955.
6
Fig. 1 - Geap/ana applanata: corte mediano da faringe; Fig. 2 - G. app/anata: aparelho copulador (combina~ao de cortes sagitais); Fig. 3-6 Geap/ana sex-striata: variantes do colorido dorsal; Fig. 7 - G. se:rstriata:aparelho copulador (con1bina~ao de cortes sagitais). Figs. 8 e 9 - Gea-
plana sp/endida: duas posi~6es de repouso.
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o coloridodo exemplar de Barreira aproxima-se ao do verme daest. 1 f. 5 de Riester, 1938; a cor do fundo e, porem, de urn amareID mais vivo, as pintas castanho-escuras (pretas no verme con..servado) mais concentradas, e nao haindicaC;ao nitida de estriaInediana. 0 ventre, excepto a extremidade anterior quase preta,e amarelo-acinzentado com pintas esparsas, mais concentradas erndirec;ao a ponta posterior.
o exemplar de Ubatuba e, em vida, quase preto. Sobre 0
fundo amarelo-pardacento ha numerosos pontinhos pretos, que nalinha Inediana, principalmente na regiao da faringe 'e do ,aparelhocopulador concentran1-se mais ainda, sugerindo Ulna linha mediaria. Anteriormente, 0 ventre e quase preto. A sola rastejadora,,amarelo-pardacenta, apresenta tambem pontinhos, nlais concentrados. nas partes laterais e na extren1idade posterior.
As dimensoes do verme de Barreira sao 62 mnl. decomprimento ,por 6 mm. de largura, situando-se a boca a 43mm. e 0 gon6poro a 51 111m. da ponta anterior. As do verme de Ubatuba sao,68 x 5,5 mm., boca ,a 44 e gon6poro a 55 mm. de extremidade anterior.
Geopla:na multicolor GraffGeoplana 1nulticolor Graff, '1899, p. 326 [loco tipica: Sao Pau19~ Brasil];
Marcus; 1951,' p. 67 ;C. Froehlich 1955a, p. 213.OCORRENCIA - Teres6polis: Alto, em terreno baldio, 2 exern
plares l11:a.duros, 24.VII.19:52.Alnbos os exemplares coligidos nao possuem faixa acastanha
da n1ediana, apresentado apenas larga faixa clara (v.1\1arcus1951, est. 39 f. 291), semelhante adeO. metzi Graff (Riester1938, est. 1 f. 15; Marcus 1. c., est. 21 f .. 126). Fixados, as dimens6es do 111aior dos vermes sao: comprin1ento, 26mnl.,' largura,4 '111111., boca al8 egon6poro a 21 111111. da extremidade anterior,as do 111enOr, 21,5 x 3,6 mnl., boca a 18 e gon6poro a 21 111n1. daextrernidade anterior, as do menor, 21,5 x 3,6 mn1., boca a 13,5 egon6poro a 16,0 111m. da ponta anterior. Cortamos sagitalmentcpara estudo anatomico, a faringe e 0 aparelho copulador do nlaiordos vermes. Ambos revelaratTI-se concord.antes com a descri~ao
e figuras de Marcus (1. c. )'.
'Geoplana sexstriata Graff(Figs. 3-7)
Geoplana sexstriata Graff, 1899, p. 329 [localidade tipica: "Taguara dotnundo llUOVO, Provo Rio Grande do SuI", Brasil]
Geoplana sexl1'neata Riester, 1938, p. 5 [loco tipica: Teresopolis, Estadodo Rio de Janeiro, Brasil]
Geoplana se:rstr'iata du Bois-Reymond Marcus 1951, p, 235
OCORRENCIA - Teres6polis: 5 exemplares, 17 e 18.VII.1952.Barreira: 5 exemplares, 19 e 20.VII.1952.
Medidas, em rnm., de alguns exen1plares conservados:
COMPRI1VIENTO L,ARGURA BOCA GON6PORO
80 3,5 47 55,548,3 3,8 26,7 31,346,5 3,5 33,5 ./ 38,846,0 3,0 26,0 30,328,0 2 19,0 22,0
Em repta~ao, 0 maior dos exemplares atingia 100 mm. decompritnento por 2,5 mm. de largura.
A cor do fundo e bastante variavel :amarelo-palha, amarelobrilhante, ferruginea, ocracea, adqtiirindo mesmo, principalmen!ena extrelnidade cefalica de alguns exemplares, tons verdes. Sobre 0 fundo correm urn par medial e um'marginal de estrias p.retas e, entre a estria medial e a marginal de cada lado, uma falxalateral tambem preta. 0 aspecto destafaixa nao e constante. Emalguns vermes (Fig. 5), ela e simples enl toda sua extensao. Emoutros (Fig. 3) , come<;a simples, mas, mais para tras, ,apenas s~as
bordas mantem-se mais forten1ente pigmentadas, resultando entao,praticamente, 8 estrias dorsais. Nun1 3.Q tipo(Fig. 4), a faixatambem come<;a simples, e mais para tras apenas sua borda externa conserva-se mais pigmentada. Finalmente, num 4.Q tipo (Fig.6), na extremidade cefalica a faixa' mostra-se reduzida a .duas listras, e, mais para tras, apresenta-se como no tipo anterIor.
o aparelho copulador (Fig. 7) de unl exemplar cortado con...corda perfeitamente COIn 0 do verIne estudado por Riester (1 .c.p_5 f. 3). Fato interessante verifica-se na dobra rnuscular ventraldo atrio masculino. Nesta dobra desen1bocanl abundantes glan=dulas eritr6filas, cuja secre~ao aculTIula-se em grande !l1aSSa sobo epitelio, afastando-o. Em contacto conl essa secreC;ao, pois nessa regHio oepitelio naoe visivel, encontra-se grande nunl~ro deespernlatozoides (h), orientados, de nl0do geral, ,perpendlcularll1ente a superficie. 0 significado deste fato ainda e obscuro.Como a especie e desprovida de papila penial, a dobra muscularventral talvez asubstitua, introduzindo no outro individuo, durante a c6pula, os espermatozoides que at seachanl aderidos.
Geoplana spiendida Graff(Figs. 8-12)
Geoplana splend'ida Graff, 1899, p. 326 [locat tipica: Colonia Alpina, localidade proxima a Teresopolis, Est. Rio de Janeiro, nao Provo Sta, Ca~
tharina, como cita Graff]; C. Froehlich 1955 p, 194,
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o aparelho copulador destaespecie, nao estudadopor Graff,e sucintamente descrito em nosso trabalho anterior (c. Froehlich,1955b, p. 194), necessitava de descri~ao mais pormenorizada, 0
que fazemos a seguir. Anexo tambem desenhos da forma do corpo (Figs. 8 e 9), da disposi~ao dos olhos (Fig. 10) e da faringe(Fig. 11).
Os ductos eferentes, (Fig. 12, d) depois de atingir as proximidades do envolt6rio muscular (m) do aparelho copulador voltam-se para a frente e penetram ventralmente na vesicula seminal (s). Este 6rgao, em forma aproximada de retorta, situa-sefora da musculatura atrial e recebe grande quantidade de ghlndulas eritr6filas (y). 0 ducto ejaculat6rio (e) curto, sai do gargala da vesicula, atravessa a capa muscular atrial e abre-se noatrio masculino (a). Tanto a vesicula quanto 0 ducto possuemepitelio alto e muscularis fraca; as glandulas eritr6filas,· porem.restringem-se a primeira.
No atrio masculino, amplo e pregueado, desembocam glandulas fortemente eritr6filas, cujos citosomas situam-se fora do envolt6rio muscular. Este e frouxo e independente da musculaturado atrio feminino.
Os vitelarios acham-se maduros. Os oviductos (0) dirigemse para 0 plano mediano, posteriormente a cavidade atrial. Reunem-se no canal genital feminino (q) que sobe verticalmente evira-se para a frente antes de entrar no atrio. Otrecho ascendente do canal genital feminino e/os Jrechos transversais dos oviductos funcionam como ductos glandulares. Na parede ental doatrio feminino, adjacente a entrada da via feminina, 0 revestimento e pluriestratificado, lacunoso, semelhante aos ja encontrados emoutras geoplanas (0. tuxaua, matuta, goettei, etc.). No restantedo atrio, 0 epitelio e simples e recebe, como 0 do atrio masculino,glandulas eritr6filas de diferentes tipos.
A especie, embora de forma urn pouco destoante, pert~nce
ao grupo A de geoplanas brasileiras pelos caracteres do aparelhocopulador (ausencia de papila penial e canal genital feminino voltado para 0 ventre).
Geoplane barreirana Riester
(Figs. 13-22)
Geoplana Polyophthalma Schirch 1929 (non Graff, 1899, p. 308), part., est.I f. 6, est. 2 f. 2.
Geoplana barreirana Riester. 1938, p. 37 [Ioc. tipica: Barreira, Est. Rio deJaneiro, Brasil]
OCORRENCIA - Barreira: 1 exemplar maduro, sob pequenotronco, num pasto, 19.VII.1952.
/3
~
Fig. 10 - Geoplana splendida: distribuic;ao dos olhos; Fig. II _ G.splendida: corte mediano da faringe; Fig. 12 - G. splendida: aparetho copulador (cortes sagitais combinadas); Figs. 13, 14 e 15 - Geoplana barreirana: padrao de colorido de 3 exemplares; Fig. 16 - G. barreirana:olhos anteriores; Fig. 17 - G. barreirana: olhos da parte media do corpo.
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Rio de janeiro: Gavea Pequena, -sob tronco, urn exemplar,15.VII.1954 (H. Becker col.).
Ubatuba: 9 exemplares num terreno baldio, l.IX.1952.
Medidas, em mm., de alguns exemplares observados:-Procedencia Comprimento Largura. Boca Gon6poro
Emrepta<;ao (Fig. 13), os vermes apresentam dorso alto, largura aproximadamente uniforme e extremidades igualmentie afiIadas. Com a fixa<;ao (Fig. 14-15), a extremidade posterior torna-se em geral mais obtusa que a anterior.
o carater mais saliente do colorido e dado por faixas transversais que interrompem, parcial ou totalmente, a pigmenta<;aodo dorso, mostrando 0 fundo lacteo. 0 numero de tais faixas evariavel: os vermes de Barreira (Riester, I.e., e 0 nosso, Fig. 13),mas tambem os de Schirch, (1. c), provavelmente coligidos em Teres6polis, tem s6 uma anterior; alguns de Ubatuba (Fig. 15)tern duas, a anterior e uma na regiao de faringe, havendo comumente indica<;ao de uma terceira na regiao do aparelho copulador; a maioria dos vermes .de Ubatuba, bem como,o do Rio dejaneiro, tern tres, nas regioes ja citadas. Em todos os exemplares de Ubatuba (Figs. 14-15) e no do Rio, a extremidade caudale tambem branca, em extensao que varia nos diversos especimes.Do meio para as bordas e 0 seguinte 0 colorido do dorso: doispares de estrias ferrugineas, separadas pelo fundo branco; urn parde faixas negras em contacto com 0 segundo par de estrias e, finalmente, ate as margens, uma larga zona cinzento-escura. Aquio pigmento dispoe-se homogeneamente (Ubatuba) ou formandomanchasirregulares (Barreira, Rio de janeiro). No exemplar doRio de janeiro, entre as duas faixas transversais anteriores, o parde estrias ferrugineas de cada lado Iiga-se, formando destarte umpar de curtas faixas ferrugineas. A extremidade cefalica e bemdelimitada por uma faixa transversal de pontinhos pretos, de condensa<;ao variavel (Figs. 13-15). Alem disso, os pontinhos pretos comumente orIam a extremidade e, as vezes, dispoem-se numaIinha mediana (Fig. 14).
Os olhos (Figs. 16-17) espalham-se, desdea ponta, sabretodo 0 dorso. A principio sao mais numerosos nas margens, ondese alinham numa fiIeira. Para tras do colar branco a distribui<;ao e uniforme.
24
23
18
{ 19
t
1nVnt
o.5-mm
Figs. 18 e 19 - Geoplana barreirana: corte medlano da faringe de 2exemplares; Figs. 20 e 21 - G. barreirana; aparelho copulador de 2,exemplares de Ubatuba (combina~ao de cortes sagitais); Fig. 22 - G.barreirana: aparelho copulador cia exemplar de Barreira e detalhe ciaparte feminina; Fig. 23 - Geoplana pscudovaginuloides: verme tota:l'Fig. 24 - G. pSClui,ova{Jjnuloides: verme em r~pouso. Fig. 25 _ G. pseudo-'
vagmulo~des: olhos da extremldade anterior.
15,16,0
16,311,810,6
1J,83,6
11,78,37,6
2,52,03,03,02,5
17,59,1
22,516,314,8
Barreira .Rio de Janeiro .Ubatuba .Ubatuba .Ubatuba .
324 P A.PEIS A.\lULSOS Vol. XII - N.Q 16 20-1-1956 - C. G. FROEHLICH - Tricladida; Terricola. de Terezapolis 325- .---------~--.-----~~--------
Geoplana pseudovaginuloides Riester(Figs. 23-27)
cura, quase preta e, internamente, a eIa, uma estria amarela. Aextremidade ·anterior e mais escura, 0 ventre, creme. Depois defixado, nota-se, no meioda estria clara mediana, fina linha escura.As dimens6es emmm. de dais exemplares de Barreira fixados, sao:
Geoplana pseudorhynchodemus Riester
Geoplana pseudorhynchodetnus Riester, 1938, p. 32 [localidade tipica: Tere4
s6polis, Est. Rio de Janeiro, Brasil]; Marcus, 1951, p. 76
OcdRRENCIA - Teres6polis. Alto: 6 exemplares, -junho ,eJulho de 1952. .
Do segundo destes, cortamos oaparelho copulador, cuja anatomia revelou-se semelhante a do verme da fig. 20 de Riester (1 .C.,p. 23). 0 atrio masculino, porem, mostra ja a forma~ao de dobra circular que substi~ue a papiIa penial ,ausente. No atrio felninino, no ducto glandular comum e no oviducto ha espermatoz6ides, 0 que indicac6pula recente. as que se encontrarn na metadeental do atrio feminino, situam-se em contacto com a parte ventraldo maci~o celular que ai ocorre (Riester 1. c., figs. 20, 83, 0;Marcus 1951, f. 191-193, r).
GON6PORO7061
B6CA57,550
LARGURA10,512
COMPRI:MENTO8272
Geoplana pseudovaginulo'ides Riester, 1938, p. 34 [localidade tipica:sapolis, Est. Rio qe Janeiro, Brasil]
OCORRENCIA --. Teres6polis, Alto: 1, exemplar'numa'brome,.;;liacea caida, ·24.VII~1952. .
En1 repta~ao, media 37 ·mm. qe comprimentopbr 3~-1Tim~~'de'
largura. Fixado, suas dimens6es sa'o, respectivamente, :,'32"p:Cll4 mm. A b6cadista 23,0 0 gon6poro; 26,5 tnm~' da -exfreinid'ad€anter~or. O· corpo e foliaceo, com ,a -1argura maior nam~tade posterIor. A extremidade cefalica afina-se maissuavemente que -acaudal.
o coIorido dorsal (Fig. 23) consta, de cada lado, de uma larga faixamarginal alaranjado-vivo, a qual se seguem, medialmen...te, uma estria de manchas pretas, uma faixa amarelo-cIara, novamente uma estria de manchaspretas e, finalmente, no' meio dodorso, uma estria alaranjada impar. Esta termina antes dasextremidades, reunindo-se as estrias
ffpretas. contiguas a eIa. 'Cau
dalmente, antes da ponta al.aranjada,conf~uemas quatro estrias.
Geoplana goetschi Riester
Geoplana goetschi· Riester, 1938,p. 20 [localidade tipica: Teres6polis, Est.Rio de Janeiro, Brasil]
Geopla,na fryiJ var. br'una Riester, 1938, p. 69.Geoplana goetschi Marcus, 1951, p. 72
OCORRE;NCIA .~ Barreira: 5 exemplares, sob troncos na n1ata;20.VII.1952.
Ubatuba: diversos exemplares sob bananeiras caidas; setembrode 1951.
o colorido dos vermes de Ubatuba e semelhante aos dos deSao Paulo. as. de Barreira tetTI dorso castanho-ocraceo com finaestria·clara mediana, marginalmente com uma- :estriacastanho-es-
A faringe e umlongo cilindro alojado numa bolsa que se estende ate as proximidades doaparelho copulador. Num dosexemplaresa faringe esta contraida (Fig. 18). Na superficie externa e,principalmente, na orla' -desembocam numerosas ,glandulas eritr6filas e cian6fiIas.
Os ductos eferentes (Figs. 20, 21,22, e) chegam ate as proximidades da raiz ventral do penis (p), dirigem-separa 0 planomediano e depois voltam-se para a frente, entrando juntos naviamasculina tmpar. Esta nao forma, entalmente, vesicula seminaldefinida. 0 trecho bulbar (s) e enovelado e recebe diversos tiposde glandulas eritr6filas. 0 trecho papilar (e) e reto e desembocana ponta do penis conico e musculoso. No atrio genital (a), quasetotalmente ocupado pela papiIa penial (p), desembocam glandulas eritr6filas e, nun1 dos especimes de Ubatuba, cian6filas.
Os oviductos (0) sobemaproximadamente ao nivel do gon6poro (g) e desembocam na via eferente fen1inina impar (q). Esta,cuja metade ental forn1a 0 ducto glandular, desce en1 arco e penetra na parte posterior do atrio genital.
o verine de Barreira e ainda joven1. Vitelarios ainda naoexistem. Os trajeto~ dos ductos eferentes eda via n1asculina impar sao muito mais simples(Fig.22)e nesta nao se abrem aindaas glandulas eritr6filas caracteristicas. 0 canal genital feminino(q), e muito curto.
A distribui~ao dosolhos e a anatomia da'faringe e do aparelho copuladordos exemplar~8 presentes concordam com a descri~ao original. O. exemplar do Rio de Janeiro, apresenta corno peculiaridade, musculafura longitudinal parenquimatica circum-intestinal relativamente forte, nomead.amente no Iado ventral. Saovariaveis 0 colorido e a posi~aorelativa dQs orificiosdo corpo.Esses ·caracteres varHlveis talvez se revelem, por estudo de. material mais representativo, de importancia na distin~ao de 8ubespecies.
326 P APEIS AVULSOS Vol. XII - N.Q 1620-1-1956 - C. G. FROEHLICH - Tricladida Terricola de Terez6polis 327
A ponta cefcilica do verme estaem regeneraC;ao e ainda desprovidade pigmento. 0 ventre eamarelo-c1aro.
Os olhos mais anteriores (Fig. 25) ainda nao foram regenerados. No resto do dorso sao exclusivamente marginais, porem,nao alinhados. Tern de 50 a 60 micra de diametro, mas os maiores atingem 75 micra.
Faringe (Fig. 26) do tipo cilindrico, com inserC;ao dorsal maisposterior que a ventral. Mede 1,3 mm. de comprimento e possuebordo livre alargado e pregueado. A boca situa-se no meio dabalsa, cujo comprimento e de 1,5 mm.
Testiculos dispostos em fileira simples aos lados do ramo anterior do intestino. Comec;am a ca. 10 mm. da ponta e vao ate afaringe. Os ductos eferentes (Fig. 27, d) vindos dos dois ladosentram ventral e lateralmente na vesicula seminal (s). Esta, quetern forina de U invertido, penetra no bulbo penial (b) e continua-se com 0 ducto ejaculat6rio (e). Situa-se fora do bulbo, embora algumas fibras da musculatura bulbar prolonguem-se para afrente, dorsal e ventralmente a ela. 0 epitelio que a reveste e altoe recebe grande quantidade de glandulas cian6filas (v); a muscularis (ms) tem desenvolvimento mediocre. 0 bulbo penial epequeno. 0 ducto ejaculat6rio, curvo na parte ental, atl'avessaretilineamente a papila penial (p). Antes de se abrir na ponta dopenis, dilata-se. Nesta dilatac;ao 0 epih~lio e mais lato e de natureza glandular. A papila penial conica ultrapassa ogon6poro(g), medindo 0,7 mm. de comprimento por 0,4 mm. de diametrona base. Glandulas fortemente eritr6fi1as (y) abrem-se mais oumenos no meio de sua superficie externa. .Tanto 0 epitelio do penis quanto 0 do atrio sao fortemente cian6filos devido it grandequantidade de glandulas que ai desembocam.
Vitelarios quase maduros. Os oviductos (0) comec;am a subir pouco antes do gon6poro. Parte dos trechos ascendentes e dotransversal final funcionam como ductos glandulares. 0 ductoglandular comum e curto, dirigido para tras e continqa-se com 0
canal genital feminino (q), diverticulo posterior, encurvado para 0
dorso e para a frente, do atrio genital (a).DISCUSSAO: G. pseudovaginuloides foi colocada por E. Froeh
lich (1955a, p. 328) noinicio do Grupo C, que abrange 13 especies. De.ntro do grupo, as especies mais pr6ximas, quanto aoscaracteres 0 aparelho copulador, sao G. taxiarclza, G. yam e G.evelinae, que diferem bastante no colorido e tern osolhos largamente espalhados pelo dorso.
o colorido de pseudovaginuloides nao e tao semelhante ao devaginuloides, como achou Riester (p. 34). Nesta as estrias oufaixas pretas sao sempre contimlas, bern delimitadas e nao, comona primeira, formadas por manchas muito pr6ximas.
31
O,5mittt
3332~
Fig. 26 - Geoplana pseudova.ginuloides: corte mediano da faringe; Fig.27- G. pseudovaginuloides: aparelho copula!dor (cortes sagitais combinados) ; :fig. 28 - Geoplana zebroides: verme total de perfil; Fig. 29 G. zebro,tdes: padrao de colorido da extremidade anterior; Fig. 30 G. zebrOldes:. padrao de colorido de um trecho mediano do dorso; Fig.31 - G. zebroides: olhos da extremidade anterior; Fig. 32 - G. zebroides:corte transversal esquematico; Fig. 33 - G.zebroides: aparelho copu-
lador (combinac;ao de cortes sagitais).
328 PAPErs AVULSOS Vol. XII - N." 16 20-1-1956 -c. G. FROEHLICH - Tricladida Tem:colade Terezopolis::::::==:--,-.-,--,~._...',::.=-=.
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329
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Fig. 34 -Gcoplana zebroides: corte mediano da faringe; Fig. 35 - Geoplana fragai: dois aspectos do verme em repouso; Fig. 36 c G. fragai:pa'drao de colorido e olhos das extremidade anterior; Fig. 37 - G. fragai: faringe, corte mediano; Fig. 38 - G. fragai: apareIho copulador(cortes sagitais combinados); Fig. 39 -Geoplana jandira:: 0lh05 da ex-
tremidade anterior; Fig. 40 - G. jandira: corte mediano da faringe.
Geoplana zebroides Riester(Figs. 28-34)
Gcoplana :::cbroides Riester 1938, p. 42 [Ioca·lidade tipica: Barrcira, Est. Riode Janeiro, Brasil]
OCORRENCIA - Barreira: 1 exemplar sob pequeno troncocaido, num pasta, 19.VII.1955.
Especie pequena, de dorso fortemente abaulado e ventre quase plano (Fig. 32). Extremidade anterior mais suavemente afilada que a posterior e terminando em ponta arredondada; extremidade posterior aguda.
Dimens6es do unico exemplar, conservado: 13,5 mm. de comprimento por 1,8 mm. de largura, boca a 6,7 mm. e gon6poro a9,1 mm. da extremidade anterior.
No dorso (Figs. 28 e 30) existem, uma de cada lado, duasfaixas demanchas de contornos irregulares, pardo-escuras com 0
bordo interno ferrugineo. As manchas estendem-se por toda alargura das faixas, que tern de permeio uma larga zona longitudinal onde aparece 0 fundo lacteo. Na extremidade cefalica (Fig.29) as malhas de urn lado unem-se as correspondentes do ladooposto, formando-se, destarte, faixas transversais completas, separadas por faixas da cor do fundo~·· No restante do dorso, asmalhas do mesmo lado podem apresentar conex6es. Ventre lac-
. teo.Olhos (Fig. 31) com a mesma disposi<;ao apresentada par
G. barreirana.Musculatura cutanea fraca. Musculos longitudinais paren
quimaticos formando ventralmente pequenas faixas, presentes emtorno do intestino.
Faringe (Fig. 34) cilindrica, com 1,3 mm. de comprimentopor 0,45 mm. de diametro, ocupando quase toda a bolsa, que mede 1,5 mm. de comprimento. Boca a 0,6 mm. da inser<;ao ventralda faringe.
Testiculos unisseriais, de cada lado do ramo anterior do intestino. Os dudos ef~rentes (Fig. 33, d) chegam ate as proximidades da papila penial (p), voItam-se e abrem-se na via eferente masculina impar. Esta e urn tubo extenso, enovelado naparte bulbar (s). Diversos tipos deglandulas eritr6fi1as desembocam em trechos diferentes do seu percurso. Pouco antes do trecho penial (e) ha tambem um curto trecho onde desembocamglandulas cian6filas.. A papila penial e um cone curto de 0,5 mm.de comprimento por 0,35 mm. de diametro basal. Tanto a muscularis da via eferente impar quanto a da papila sao fortes.
Os. vitelarios estao incompletamente amadurecidos. Os ovidudos (0) come<;am asubirao nivel do gon6poro (g), dirigem-
330 P APE1S AVULSOS Vol. XII - N." 16 20-1-1956 - C. G. FROEHLICH - Tricladida Terricola de Terez6polis 331
se ao plano mediano e abrem-se no ducto glandular comum. Este,juntamente com 0 canal genital feminino, com 0 qual se continua,tern a forma de urn C. No atrio genital desembocam glandulaseritrofilas e cianofilas.
DISCUSSAO: Embora 0 desenho do aspecto externo feito pOl'Bresslau nao esteja born, como ele proprio 0 considerou (Riester,1. c., p. 42), e suficiente para se reconhecer a especie. Alem doscaracteres externos, coincidem 0 aparelho copulador do verme original e 0 do nosso.
. Como Riester ja sali~ntou, a especie mais proxima de O. zebroides e O. barreirana. A anatomia interna e a distribui~ao doso!hos sao muito semelhantes nas duas especies. 0 colorido, porem, apesar dos pontos de contacto (pigmento escuro sabre fundolacteo, pigmento ferrugineo nas zonas mediais, faixas transversais claras e ventre branco) apresenta diferen~as bern marcadas econstantes nas duas especies. Acresceainda que sao especiessimpatricas, 0 que afasta a possibilidade de se tratjlr de varia~ao
geogrMiCa.
Geoplana quagga Marcus
Ceoplana quagga Marcus, 1951, p. 97 [localidade tipica: Sao Paulo, Est.de Sao Paulo, Brasil)
OCORRENCIA - Teresopolis, Alto e Varzea: lO exemplaresem terrenos baldios. junho e julho de 1952.
o colorido dos vermes do material presente coincide com 0 domaterial original. 0 maior dos vermes coligidos, cujas dimensoes depois de conservados sao 32 x 4 mm., bOca a 20,5 e gonopo~
ro a 24,5 mm. da ponta cefalica, botou em l6.VI.1952 uma capsula de ovos, que eclodiu em lO.Vl1.l952, portanto 24 dias depoisda postura. Sairam do casulo 4 filhotes que mediam, em repta~ao, de 6 a 8 mm. de comprimento, pOl' pouco mais de 0,5 mm.de largura. 0 colorido deles e semelhante ao do filhote desenhado pOl' Marcus (l.c., t. 22 f. 142), mas apresenta de 15 a 20 pares de manchas castanhas.
Geoplana bpetilla Marcus
Ceoplana tapetilla Marcus, 1951, p. 98 [localidade tipiea: Pira<;ununga, Estado de Sao Paulo, Brasil)
OCORRENCIA - Barreira: 2 exemplares, 19.Vl1.l 952.Rio de janeiro, Quinta da Boa Vista: 1 exemplar,
5.VI.1953.Ubatuba: 19 exemplares em terrenos baldios, setembro
de 1951; 3 exemplares, 6.Vl1.1 955.
Geoplana taxiarcha Marcus
Ceoplana. taxiarcha Marcus, 1951, p. 101 [localidade tipica: Horto Florestal, nos arredores da cidade de Sao Paulo, Brasil)
OCORRENCIA - Ubatuba: 1 exemplar, setembro de 1951.As dimensoes do venne conservado sao: comprimento, 27 mm.,
largura, 3 mm., boca a 19,1 e gon6poro a 22,6 da ponta cefalica.A cor do dorso do especime presente e castanho-escuro com
urn tom acinzentado. Medianamente ha uma fina estria clara.As mar~ens ~ao tambem claras, amarelo-ocraceas. Este padraode colondo dtfere urn pouco do do material original. Aproximase ao do verme ~as ~st. 22 f. l4~ e est. 40, f. 310 de Marcus (1951),mas ? dorso nao e pr~to. e nao apresenta tambem a oria pretamargtnal. Contudo, cotncldem com a descri~ao original a distri"~ui9ao dos olhos, ~ posi~ao dos orificios do corpo e a anatomia dafan.~ge e do aparelho c~pulador. Como 0 colorido da especie evanavel (Marcus, 1.c.), ]ulgal!10s segura a presente determina<;ao.
Geoplana caissara E.. Froeh)ich
Ceop!ana_ cais~ara: E. F~oehlich, 1955, .p 302 [localidade tipica: Teres6po-lis, Est. R10 de JaneIro, Brasill .
C;eopl~na marginata Schirch, 1929 (non Fritz Miiller 1857, t. 24) p. 30'RIester, 1938, p. 29 '
OCORRENCIA - Rio de janeiro, Gitvea Pequena: 1 exemplar(H. Becker col.) 15.VIII.1952.
Ubatuba: 1 exemplar, 4.VII.1955..~lem do ~xemplar de Ubatuba, foi tambem coligida namesma
ocast.ao u~na capsula de ovos com ca. 2 mm. de diametro. Dois diasdepots, dele sam um unico filhote da especie presente. Conservado, mede 16 mm. ~e comprimento pOl' poueo menos de 1,5 mm.de largura. 0 colondo tem 0 mesmo padrao que 0 dosvermesadultos.
Geoplana Fragai C. Froehlich(Figs. 35-38)
Ceoplana f.ragai c. :r;:roehlich, 1955b, p. 198 [localidade tipica: Teres6polis,Est. RIO de JaneIro, Brasil)
Seguem-se dados adicionais it descri~ao original.~m repta~ao, os vermes sao longos, l11uito esbeltos, de bordos
aproxtmadamente paralelos. Em repouso (Fig. 35), encurtal11-sebastante e alargam-se.
. Os olh~s ~ Fig. 36) l11arginais, situal11-se apenas nas estriasHlseas margtnals. Na ponta anteriOr sao unisseriais, no resto do
332 PAPEIS AVULSOS Vol. XII - N.9 16 20-1-1956 - C.G. FRoEHLtCH - Tricladida Terricola de Terezopolis
corpo dispoem-se desordenadamente. Os maiores tern ca. 30 mm.de diametro.
Faringe (Fig. 37) eilindrica.Cortarnos para estudo anat6mico os 2 exemplares maiores da
colec;ao. 0 aparelho copulador de ambos estava em fase poueoadiantada de maturac;ao. No maior deles 0 intestino achava-secheio de ar, 0 que acarretou compressao e deslocamento do aparelho copulador. Devido a isso, a descric;ao baseia-se principalmente no segundo exemplar.
Os ductos eferentes (d), vazios de espermatoz6ides,comec;am a subir pouco antes de entrar no bulbo (b) e reunem-se, dentro dele, no ducto ejaculat6rio. A parte bulbar dos ductos eferentes tem muscularis mais forte que a da extra-bulbar. 0 ductoejaculat6rio, revestido por epitelio ciliado que contern secrec;aoeritr6fila, atravessa 0 bulbo e a papila penial (p), desembocandona ponta desta. A papila, revestidapor epitelio cubico, apresenta na base uma dobra circular (m). Nesta dobrae na parteatrial adjacente, desembocam glandulas (y) eritr6fi1as e algumascian6fi1as. .0 atrio masculino (a) e pequeno, quase totalmenteocupado pela papila penial.
Vitelarios ainda nao formados. Os oviductos comec;am a subir antes do gon6poro e reunem-se no canal genital feminino (q)dirigido para tras. OIanc\ulas da casca ainda nao existem. 0atrio feminino globuloso ental, estreito ectalmente, recebe no ladodorsal 0 canal genital feminino. A parte globulosa apresenta revestimento alto, ciliado, pluriestratificado (r). 0 atrio femininoe bern separado do masculino por uma dobra dorsal em forma decunha. '
DISCUSSAO: Esta especie nao se enquadra bern em nenhumdos grupos em que foram divididas as geoplanas brasileiras. Aforma do corpo e semelhante a apresentada pela maioria das especies do grupo A. 0 aparelho copulador provido de papila penial, econtudo fundamentalmente diferente. 0 grupo C, de geoplanas com papila, n.1o inclue nenhuma especie com a forma detragaL Existem 4 especies (multicolor, phocaica, preta e incognita), c\otadas de 6rg.1o copulador e revestimento pluriestratificado no atrio feminino que formam urn grupo, talvez natural (E.Froehlich, 1955, p. 329), onde se poderia colocar a especie emdiscuss.1o, fazendo-se ressalva quanto a forma do corpo. Poroutro lado, a especie aproxima-se tambem de G. matuta e G. tuxaua, pelos olhos, forma do corpo e parte feminina do aparelhocopulador. N.1o concordam porem, os pormenores da parte masculina.
Geoplana Jandira C. Froehlich(Figs. 39-43)
Geoplana jandira C. Froehlich. 1955b, p. 199 [localidadetipica: Teres6polis, Est. Rio de Janeiro. Brasil]
Do (mico exemplar, coligido em 1952, seguem-se agora alguns pormenores, principalmente relativos ao aparelho genital.. Os olhos (Fig. 39), cujos calices tern comumente ca. 20 micrade diametro, dispoem-se numa unica fileira marginal.
Faringe (Fig. 40) do tipo em colarinho, com orla pouco dobrada.
Testiculos dispostos numa fileira irregular de cada lado doramo anterior do intestino, havendo as vezes 2 folfculos no mesmo lado do corte transversal. Os ductos eferentes (Fig. 41, d)atravessam zig-zagueando a forte musculatura pr6pria do bulbopenial (b) e penetram nos trechos pares da vesicula seminal (s).Esta e urn comprido tubo de calibre desigual, sendo 0 trechoental (parte par, Figs. 43 s') eo ectal bem mais finos que a parte mediana (Figs. 43, s). 0 epitelio ciliadoque a reveste e alto, especialmente no trecho mais largo, onde se apresentacom a orlamuito dobrada. A vesicula esta imersa numa massa de secrec;aoeritr6fila (Y), proveniente de glandulas extra-bulbares. A secre<;.10 acumula-se no epitelio da vesicula, depois de atravessar a finamuscularis (ms) do 6rg.1o. 0 trecho ectal da vesicula, externoamassa de secrec;ao, continua-se com 0 longo ducto ejaculat6rio (e)forrado de epitelio baixo, onde desemboeam glandulas fortemente eosinMiias. Estas glandulas desembocam tambem na superfide penial. 0 ducto ejaculat6rio desemboca na ponta, urn poucodobrada para a direita, do 6rgao copulador. 0 penis (p) e urncilindro fino, pouco musculoso, envolvido na metade basal por umabainha (x). 0 comprimento total do 6rgao copulador, inclusivea bainha, e de ca. 1,1 mm., 0 da papila, 0,8 mm. 0 epitelio daorla da bainha e mais alto que 0 do restante desta e 0 da papila,ambos pavimentosos. Glandulas eritr6filas, diferentes das citadas acima, abrem-se na superficie da bainha penial. Os fios desecreC;.1o ocupam grossa camada sub-epitelial e dispoem-se formandouma especie de reticulo irregular. 0 atrio masculino (a),com a forma de longo funil, de 2,5 mm. de comprimento, desviase para 0 lado direito ate quase ao nivel sagital do oviducto econtinua-se com 0 canal do gon6poro (g). Sua parte mais afilada, que comec;a ao nivel da metade apical da papila, e envolvidapor forte musculatura circular (rna). Desembocam no atrioglandulas cian6fi1as.
Vitelarios jovens, em fase de reticulo. Os oviductos (0) sobem antes do gon6poro, em nivel pouco posterior ao da papila pe'-
PAPEIS AVULSOS Vol. XII - N.· 16 20-1-1956 - C. G. FROEHLICH - Tricladida Terricola de Terez6polis 335
nial. Seus trechos ectais, que funcionam como ductos glandularespares, desembocam no largo ducto glandular comum (Fig. 41 e42, q) horizontal, dirigidopara tras. 0 amplo atrio feminino (f)recebe'-o dorsal e anteriormente. Este atrio ocupa 0 espa~o mediana do corpo, deixando livre pelo atrio masculino encurvado para a direita, de sorte que 0 conjunto de todo 0 aparelho copuladorassemelha-se a um ponto de interroga~ao no plano horizontal. Aparede do atrio feminino e muito dobrada, resultando disso lunlume atrial restrito (Fig. 42). Grossa camada de secre~ao eosinofila envolve 0 atrio e atravessa seu epitelio. A secre~ao provem de gHindulas cujos citosomas se localizam entre as fibras damuscularis atrial. A cavidade feminina continua-se posterior eventralmente com 0 canal do gonoporo.
DISCUSSAO: G. goettei e a especie que mais se assemelha externamente a G. jandira. A especie nova e, porem, mais delgada epossui faixas marginais mais largas. A estria rosea mediana deG. goettei e perfeitamente vis/vel no verme vivo, ao passo que emG. jandira sase percebe no material fixado e, ainda assim, dificilmente. G. rosea, outra geoplana que se aproxima de G. jandirapelo aspecto externo, tem pigmento pardo em todo 0 dorso, e olhosmuito espalhados.
Pela anatomiados orgabs copuladores, G. jandira isola-se detodas as geoplanas neotropicais. A bainha penial extensa, quepermite, maior disten~ao do orgao masculino durante a copula, aIiga~ao lateral entre 0 atrlO masculino e 0 gonoporo devida ao deslocamento para a frente do atrio feminino, e a separa~ao completados iltrios genitais sao caracteres, ate agora, exclusivos de G. jandira.
Geoplana oliverioi C. Froehlich(Figs. 44-47)
Geoplana. oliverioi C. Froehlich, 1955b, p. 198 [localidade tipica: Teresl'polis, Est. Rio de Janeiro, Brasil]
Seguem-se pormenores suplementares a descri~ao previa.Em. repouso (Fig. 45) 0 verme encurta-se muito e alarga-se.
o pigmento, devido a contra~ao do corpo, concentra-se, aparecendo quase preto. Os olhos (Fig. 44) restringem-se as margensroseas, situando-seno centro de halos c1aros, vis/veis a lupa.
A faringe (Fig. 46) e cilfndrica, com a if1ser~ao dorsal caudalmente desiocada.
Os ductos eferentes (d), cheios" de espermatozoides, em seustrechos ectais voltam-se para a frente e para 0 dorso e penetrammedialmente na vesicula seminal (s). Esta, alargada e um pouco alongada transversalmente em sua parte ental, tubular no resto
Fig. 41 _ Geoplana jandira: .aparelho copul~~or (combin~~aode cortessagitais); Fig. 42 - G. jandlra: parte fem1l11l1a .do ap~relho copula?oraumentada vendo-se 0 dobramento da parede atnal; Fig. 43 - G. jandira: cort~ da vesicula semin<tl ; Fig. 44 - Geoplana oli'verioi: extremiclade anterior de perfil. A pigmenta~ao foi interrompida num pequenotrecho anterior para mostrar os olhos; Fig. 45 - G. oliverioi: venne emrepOUS0; Fig. 46 - G. oliverioi: corte mediano da faringe; Fig. 47 - G.oliverioi: aparelho copulador (combinacao de cortes sagitais); Fig. 48
PAPEIS AVULSOS Vol. XII - N." 16 20-1-1956 - C. G. FROEHLICH - Tricladida Terricola de Terezopolis
..
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.........
. ...
-==
.. ......
Fig. 49 - Geoplana co/usa: extremidade anterior, distribuic;aodos olhos:Fig. 50 - G. ca/usa: trecho do dorso, regiao media do corpo; Fig.. 51- G. catusa: corte mediano da faringe; Fig. 52 -G. ca/usa: aparelhucopulador (curtess3!gitais combinadas) ; Fig. 53 _ Geoplana picta, sp. 11.:
verme total, vista dorsal; Fig. 54 - G. picta: extremidade anterior cumolhos marginais; Fig. 55 - G. picta: corte mcdiano da faringe; Fig. 56
- G. picta: aparelho copulador (cortes sagitais combinadas).
do percurso, tern forma aproximada de urn v invertido. Desembocam nela numerosas glandulas granulosas (I) que, com hematoxilina-eosina, tomam ambos corantes. 0 ducto ejaculat6rio (e),revestido par epitelio cubico ciliado, quase sem glandulas, penetra no envolt6rio muscular do atrio,sobe para o dorsa e para afrente e desemboca, em nivel bastante dorsal, no atria masculino(a). Bulbo penial distinto e papila nao existem. 0 trecho ental do atria masculino apresenta paredes muito dobradas, cujo epitelio e semelhante ao do ducto ejaC:ulat6rio. Depois de curtotrechod~ transil;ao, a atria passa a receber numerosas glandulaseritr6fi1as e, na sua parte ental, tambem algumas cian6fi1as, diminuindo ai a quantidade das eritr6fi1as. 0 envolt6rio muscular(m) .do atria masculino, bastante forte, e distinto do do feminino.
Os vitelarios encontram-se em fase bastante adiantada dematura¢ao. Os oviductos (0), em seus trechos ectais, dirigem-semedial mente e desembocam no ducto glandular comum (q).Glandulas dacasca (z) desembocam tambem nos trechos ectaisdos oviductos. 0 ducto glandular comum dirige-se em arco parao dorsa. e desemboca na parte posterior dorsal do atria feminino.Este separa-se do masculino por urn estreitamento devido a umadobra da parede dorsal. 0 revestimento da parte estreitada eidentico ao do atria feminino. Neste, mas principalmente na dobra dorsal, deserribocamglandulas cionOfilas (w). Todo a atriogenital e ciliado. 0 canal do gon6poro (g) sai da parte atrial estreitada.
DISCUSSAO: O. Qliverioi pertence ao grupo A de geoplanasbrasileiras, pelas caracteres do aparelho copukldor, a saber, ausencia de penis, atria genital amplo e pregueado e canal femininoencurvado para 0 ventre. 0 tamanho e urn pouco inferior ao minima media do grupo; G. asiraea,porem, tambem pertence aogrupo,e ainda muito menor (20 mm.). Alias, e estaa especie quemais se assemelha a oliverioi nos pormenores do aparelho copuladar, distanciando-s,edela pela faringe campanuliforme e pelosolhos largamente espalhados pelo dorsa. Os olhos de oliverioi,unicament marginais, tambem a afastam dos representantes tipicosdo grupo. Neste grupamento, somente G. chimbeva, de coloridomuito diferente do de oliverioiJ possui tambem olhos marginais.
Geoplana cafusa, sp. n.(Figs. 48-52)
LOCALIDADE - Ubatuba, um exemplar sob tijolo num terrenobaldio, 1.Q de setembro de 1952.
Conservado (Fig. 48), a comprimento e de 27, a Iargura de2,5 mm. A boca situa-se a 15, a gon6poro a 21,3 mm. da ponta
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anterior. Em repta<;ao, 0 vel'me e alongado, de bordos quase paralelos e extremidades suavemente afiladas.
Ao longo do dorso (Fig. 48), mas sem atingir as extremidades, corre uma estria cinzento-clara mediana. Na regiao da faringe, a estria alarga-se. Nas bordas da estria (Fig. 50), 0 dorso e preto, esmaecendo esta cor em dire<;ao as margens ate umatonalidade pardo-acinzentada. A extremidade anterior e maisclara que 0 resto do dorso. 0 ventre e pardo claro.
Os olhos (Fig. 49), logo atras da ponta cefalica, espalhamse pelo dorso deixando livre apenas uma zona mediana. Halosnao ha.
A faringe (Fig. 51) e campanuliforme, com 1,5 mm. de comprimento a partir da inser<;ao ventral. A boca (c) abre-se aproximadamente no meio de bolsa faringea.
Os ductos eferentes (Fig. 52, d), contendo espermatoz6ides,penetram separadamente nas paredes laterais da parte ental maisdilatada da vesicula seminal (s). Esta, situada fora do bulbo(como em outras especies desprovidas de papila penial, nao haaqui bulbo penial propriamente dito, mas este e substituido funcionalmente pela capa muscular do atrio masculino), e revestidapar epitelio alto, provido de longos dlios, e recebe glandulas eritr6fi1as. Continua-se, dentro do bulbo, com 0 ducto ejaculat6rio (e) que sobe para 0 dorso, volta-se para tras e abre-se noatrio masculino (a). 0 ducto ejaculat6rio e revestido pOl' epiteIio ciibico e recebe escassas glandulas fortemente eritr6fi1as. Tanto ele como a parte ental do atrio masculino sao ciliados. Penisnao ha. 0 atrio masculino e amplo, de paredes pregueadas, desembocando nele glandulas eritr6filas. 0 revestimento e ciibico,nao ciliado.
Os vitelarios encontram-se em fase jovem de forma<;ao. Umdos oviductos (0) chega ao ducto glandular comum vindo do lado,o outro taz uma al<;a, chegando pOl' tras. Ambos recebem emseus trechos ectais glandulas da casca (z). 0 ducto glandularcomum e curto, continuando-se com 0 canal genital feminino (q).A via feminina impar e levemente ascendente em pouco mais dametade ental, horizontal no resto. 0 atrio feminino (f), revestidopOl' epitelio mais alto que 0 do masculino, e pouco amplo e separa-se do masculino pOl' pequena dobra da parede atrial dorsal.o canal do gon6poro (g) sai aproximadamente do limite entre
.as duas partes do atrio genital.DISCUSSAO: Os caracteres do aparelho copulador situam esta
especie no grupo A das geoplanas brasileiras (E. Froehlich,1955a, p. 327), olhos largamente espalhados pelo dorso sao tambem apresentados pOl' quase todas as especies do grupo. Distingue-se destas porter oatrio masculino relativamente curto e 0 ca-
n.al genital. feminino pouco encurvado para 0 ventre. Pelo colondo aproxlma-se dos exemplares sem colar claro de G. pasipha,da qu.al difere pela ausencia de halos dos olhos, pela faringe campanuhforme e pelos detalhes ja citados do aparelho copulador.
Geoplana picta l sp. n.(Figs. 53-56)
LOCALIDADE - Ubatuba, arredores da Base Norte do Instituto Oceanogriifico, urn exemplar, julho de 1955.
Em repta<;ao 0 corpo e delgado, com 15 mm. de comprimentoporI mm. de largura. Conservado (Fig. 53), as dimens6es sao10,5 mm. pOl' 1,5 mm.; a boca situa-se a 7,3, 0 gon6poro a 8,4 mm.da ponta anterior.
A cor de fundo do dorso e cinzento-violacea clara. Nas zo~as laterais e, principalmente, nas margens ha pigmento ocraceoJrregularmente distribuido. De cada lado de fina estria medianada cor de fundo, manehas pretas alongadas, em geral confluentes,fformam uma estria de bordos externos irregulares. Dispersospelo resto do dorso hii manchas e pintas pretas. A extremidadeanterior e avermelhada; 0 ventre e branco-acinzentado, exceto naextremidade anterior, onde e castanho-escuro.
Olhos (Fig. 54) marginais, dispostos numa fileira irregular.Faringe (Fig. 55) cilindrica, com 0,65 mm. de comprimento
d partir da inser<;ao ventral. A bolsa faringea, cujo comprimentototal e de 1,2 mm., apresenta um prolongamento para tras.
o verme e ainda bastante jovem. Nos testiculos hii fasesadjantadas de espermatogenese, mas espermat()Z6ides ainda naoe~l.stem. O.s ductos eferentes, (Fig. 56, d) vazios de espermatozOldes, contlnuam-se com os trechos pares, curtos, da vesicula seminal (s). . Esta, situada quase toda fora do bulbo penial (b),e um pouco dilatada na parte ental, tubular no resto. 0 ductoejaculat6rio (e), encurvado ental, retilineo ectalmente, alarga-seprogressivamente ate a ponta do penis. Na superficie dapequena papila penial globular desembocam glandulas eritr6fi1as. 0redu~ido atrio masculino (a) estreita-se ectalmente, onde se comUnIca com 0 canal do gon6poro (g) e com 0 atrio feminino (f).Ambos os iitrios delimitam-se bem enhe si.
. Vitelarios ainda ~ao existem. Os oviductos come<;am a sublr pouco antes do mvel transversal do gon6poro e desembocamna parte ental do atrio feminino. Nos trechos finais dos oviductos ~esembocam algu'!1as glandulas da casca. 0 atrio feminino,estrelto entalmente, dilata-se em seguida e estreita-se novamentena parte ectal.
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FamHiaBIPA'LIIDAE Graff
DISCUSSAO:' 0 eolorido desta espeeie distingue-a belTI das' outras 'espeeies dogenero. AproxiIna-se urn pOlleo aos de G. pa-,vani e G. phoeaiea, mas em nenhunla destas opigmento escuro forIna estrias longitudinais. 0 aparelho eopuladorassemelha-se un1poueoao de G. eassula, lTIaS distingue-se do desta espec~es pelavesicula seminal mais simples,pela papila penial menor e peloatrio feminino menos dilatado. Pelos caraeteres do aparelho eopulador, G. pieta aproxima-se do grup.o .E d~s geoplana~ brasileiras (E. Froehlich, t955a, p. 329), dlshngu!ndo-se, poren1, dasespe,cies componentes desse grupo (G. barr.elrana, eassula e zebroides) pela ausencia de f~ixas transversalS elaras no dorso.
Genera Choeradoplana GraffChoeradoplana, Graff, 1869, p. 65; 1899, p. 395; 1916, p. 3224 (tipo do ge
nero: Choeradoplana ihe'ringi Graff, 1899, p. 395)Choeradopla;na C. Froehlich, 1955a,p. 218
Choera'doplanaiheringi Graff
Choeradoplana iheringi 0raff, 1899, p. 395; Schirch, 192~, p. 30, "t. 2 f. 6;Riester 1938, p. 75; Marcus 1951, p. 103; C. Froehhch 1955a, p. 220.
OCORRENCIA - Teresopolis, Alto: 2 exemplares,julho de1952.
'0 eolorido de ambos exenlplares 'aproxi,ma-se ao v~rme damesma procedeneia'desenhado par Bresslau(Riester, 1938, t. 1f. 25)~
Genera BipaliuD\l StimpsonBipaliu1n St,impson, 1857~ p. 25; Graff I 1916, p. )226
. Bipalium I<ewense Moseley
.. ·Bipahru1Jt kewense'Moseley 1878, p. 237
'O,CORRENCIA - Teresopolis, Rio de Janeiro,-' Ubatuba: comum'em ,terrenos 'baldios e quintais, sob tijolos, pedaS,:as de lTIadei-ra, papelao, etc. .. . ..
S U11 MAR Y
In -the present paper land pla'11arians collected by the Author and his" wife,Dr. Eud6xia M. Froehlich, at Teres6polis, Barreira and Ubatuha, and by Mr.Hans Becker at Rio de Janeiro are presented; on p. 313, is found a list of the species from each locality, and the species previously studied are, indicated.
The following species are anatot]1icallyanalyzed:
G. applanata Graff. Our biggest specinlens were 120 nl111. long by 12 111nl.broad when creeping. The pharynx (Fig. 1) ,and the copulatory organs (Fig 2)confonns to Riester's (1938, p. 52) description.
G. sextriata, Graff. Figs. 3..;.6 show the variation of the 'Colour pattern."fhe ground colour is yellowish, ochraceous or greenish. The copulatory organs (Fig. 7) of one WOrt11 were sectioned. The topography is very simila'r toRiester's (1. c., p. 5) G. sexlineata. There is a nlassof sperms adhering tothe surface of the ventral muscular fold of the male atrium. The secretionof numerous erytrophilous glands a'ccummulates on the fold, and to this secretion the sperms seem to be sticking. Perhaps the fold acts as an intro111ittent organ during copulc;tion, transfering the nlass of sperms to the otherindividual.
G. splendida:Graff (Fig. 8-12), despite its fornl, belongs to group A ofthe Brazilian species of Geoplana (E. Froehlich, 1955a, p. 327), for it has nopenis, the male atrium is ample, with folded walls, and the female common ductis directed ventrally.
G. barreirana Riester (Fig. 13-22). Variations in the colour pattern areindicated on Fig. 13-15. The pharynx (Fig. 18, 19) is cylindrical. The 'copulatory apparatus of three worms are shown in Fig. 20-22. The one picturedin Fig. 22 is still rather young. On the whole, there is good agreement between Riester's and our material.
G. goetschi Riester. The. copulatory organs of one sectioned worm are similar to Riester's' (1 . c., p. 23) f. 20, but the malle atrium is folded so as to forma copulatory papilla. Inside the female atriunl and ducts there are masses ofsperms, which indicate recent copulation.
G. pseudovaginul9ides Riester, (Fig. 23-27). The colour pattern of thisspecies is not so similar to G. ,vaginuloi"des as ,Riester 'ind~dates. 'The internalana/tomy of our specimen agrees well with Riester's.
: ,_ Geoplanct zebroide.s' Riester (Fig. 28-34). The colour PCittern is shownon Figs. 28-30. It differs somewhat from Bresslau's drawing (Riester, 1.c.,pI. 1 f. 12), which, according to it's author (Riester, 1.c., p. 42), is only approximate. The internal anatomy agrees well with Riester's destriptiol1.
Geoplana fragai C. Froehlich (Figs. 35-38). When creeping, body longand na'trow, at rest, much shorter and broader. Eyes marginal. Pharynx cylindrical. Pennis papilla with, a muscular fold at its base. Male atrium smaoll,distincf from the fen1ale by a narrowed portion. Female atrium ,entally globular, with ~ high, pluristratified epithelium, ectaUy tubular. By 'its~,:char.acters,
this species 'is rather, isolated. Its nearer: relati.ons seem to be G. -mult-icolor,p.hocaica, preta, and' incognita:, all of which have a penis 'and, in the femaleatrium, a pluristratified mass of cells (cf. E. Froehlich, 1. c. p. 329) .
.. Geoptana jandira C. Froehlich. (Figs. 39'-43). Body, when creeping, -verylong and narrow.' .Pink margins, rest of baclk brown. Eyes marginal. Pharynx collar-shaped. Penis papilla long, with a' sheath. Male atrium long,ectally ,displaced to the right to accommodate' felnCile atrium. Both atria completely separated. Female atrium ample, with richly folded walls. The colour pa1ttern of this species is somewhat' 'similar to that of G. goettei, but thecopulatory organs are different. By the anatomy of t~ese organs, this speciesis isolated.
Geoplana oli,verioi C. Froehlich. Body, when creeping, long and narrow;when at rest, much shorter and broader. Margins of body, and median longitudinal stripe, pink, rest of back, brown to dark brown. Eyes ma'rginal. Pharynx cylindrical, with dorsal insertion caudally displaced. Seminal vesicle long,outside muscular coat of male latrium. Penis absent. Male atriunl ample,with folded walls, distinct from female atrium. This a1trium also rather amp'le~ narrowed Jectallj. Female common duct directed ventrally. This spe-
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cies, like G. chimbev(~, belong to E. Froehlich's group A, despite its marginaleves ZCI
, 'Geoplana cafusa n. sp. (Figs. 48-52). When creeping, body long and narrow; with parallel margins. On the back, a median longitndinal light-gray stripe ;the sides of this stripe, black, fading to the margins. Eyes widely scatteredon back, without light halos. Pharynx bell-shaped. Seminal vesicle long, outside muscular coat of male atrium. Penis absent. Male atrium ra'ther short,with folded walls. Female atrium, not much dilated, separated from male bya dorsal fold. Female common duct feebly ventrally directed. This speciesbelongs also to group A, differing from the other species of the group by itsrather short genitaI atrium.
Geoplana picta, n. sp. (Figs. 53-56). A small species, 15 mm. long by1 mm. broad when creeping. Colour pattern on Fig. 53. Ground colour graywith a lilac tint. Irregularly distributed, chiefly at the margins, an ochraceouspigment. Over the ground-colour, black pigment forming a pair of stripesand scattered spots. Eyes marginal. Pharynx cylindrical. Seminal vesicleoutside penis bulb. Penis papilla small, globular. Male atrium small, distinctfrom female. Female atrium not much dilated, n"rrowed ectally. The colourpattern of this species is distinct from those of the others 'species of the genus.By its copulatory organs, it stands near group E (G. cassula, barreirana, .::ebroides), but it has no light transverse stripes.
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a, atrio rilascu!ino; b, bulbo penial; c, boca; d ductos eferentes' e ducto~jacul.at6rio; f, atrio. feminin?; g, gonoporo; h, m~ssa de espermato~6{des; i,Il1testll1o; k musculans da fannge; I. glandulas que se coram com hematoxilinae eosina'; m, envolt6rio muscular do aparelho copulador; mo, muscularis atrial;mp, muscularis penial ;ms, muscularis da vesicula; 0, oviductos; p, papila pe~
nial; q, canal genital feminino; r, maci\;o celular no atrio feminino; s, vesiculaseminal; t, bolsa faringea; tf, canal de comunica'\;ao entre 0 atrio feminino eo gon6poro; v, glandulas cian6filas; w, dobras da parede atrial; x, bainha dopenis; y, glandulas eritr6filas; yv, glandulas eritr6filas e glandula's cian6filas dafaringe; z, glandulas da casca.