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Panorama geral sobre a reduçao de danos.TRANSCRIPT
Redução de Danos:
saúde e cidadania
Por: Patrícia Matos Rodrigues
Três estratégias para o controle do uso de drogas:
1. Redução da oferta: ações de erradicação de plantações e de
princípios ativos; repressão à produção, ao refino e ao
tráfico; combate à lavagem de dinheiro;
fiscalização e controle da produção, da comercialização e do uso de drogas.
2. Redução da demanda:ações para desestimular ou
diminuir o consumo, em especial a iniciação;
tratamento de usuários e dependentes de drogas.
3. Redução de Danos O QUE É REDUÇÃO DE DANOS?
“Em saúde pública, Redução de Danos consiste em medidas que
visam prevenir ou reduzir as conseqüências negativas à saúde, associadas a certos comportamentos.” (OMS)
Redução de Danos orienta a execução de ações para a prevenção das conseqüências danosas à saúde que decorre do uso de drogas, sem necessariamente interferir na oferta ou no consumo. O princípio fundamental que as orienta é o respeito à liberdade de escolha, uma vez que muitos usuários, por vezes, não conseguem ou não querem deixar de usar drogas.” (Manual de Redução de Danos do MS)
REDUÇÃO DE DANOS COMO UMA
ESTRATÉGIA EFETIVA DE SAÚDE
PÚBLICA
Como surgiu a Redução de Danos? 1926 - Inglaterra (Relatório Rolleston):
que estabelecia o direito dos médicos ingleses de prescreverem opiáceos a adictos dessas drogas, entendendo esse ato como tratamento.
Holanda (década de 80): primeiro programa sistematizado: após surto de hepatites entre UDIs .
Infecção pelo HIV em UDIs.
Redução de Danos no Brasil:
1989 – Santos: (troca de seringas entre UDIs);
frustrado por ação judicial.
1995 – Salvador: surge primeiro PRD – troca de
seringas.
1998 – São Paulo: lei estadual que legaliza a troca
de seringas (Deputado Estadual Paulo Teixeira).
Programas e Projetos de Redução de Danos (PRD)
Ações desenvolvidas em campo por agentes comunitários de saúde (“redutores de danos”).
Troca e distribuição de seringas, cachimbos e preservativos masculinos e femininos.
Atividades de informação, educação e comunicação.
Aconselhamento e encaminhamento. Vacinação contra a hepatite, entre outras…
Rede de interação Serviços de saúde e de assistência
social: Centros de Testagem e
Aconselhamento (CTA); Serviços de Assistência Especializada
(SAE); CAPS AD; CRAS/CREAS.
Desafio atual:Os serviços de saúde e de assistência social podem e devem desenvolver ações de redução de danos.
Redução de Danos na Associação CasaViva
A Associação CasaViva 1995 – Fundação da Associação
CasaViva: Portadores de sofrimento mental com
surtos psicóticos devido ao uso de substâncias psicoativas;
Casos de contaminação pelo HIV/AIDS e outras doenças infecto-contagiosas.
Início das parcerias de trabalho:
1999: início da parceria com o PN DST/AIDS e o UNDCP (Programa das Nações Unidas para o Controle Internacional de Drogas) através da implantação do Projeto de Redução de Danos entre Usuários de Drogas na Cidade de Juiz de Fora.
Segundo o PN DST/AIDS, a Redução de Danos de Juiz de Fora
vem desempenhando papel fundamental no enfrentamento à epidemia do HIV/AIDS no cenário nacional, com ênfase nas questões
de pioneirismo e qualidade das ações.
(Primeiro Projeto de Redução de Danos no Estado de Minas Gerais).
1999: Associação CasaViva aprovou na Conferência Municipal de Saúde Mental a tese de criação da Política Municipal de Redução de Danos
2002: Aprovou a Lei no. 10.190 que institui o projeto de Redução de Danos.
2005: Fundou o Centro de Convivência Entre Nós em um local de intenso comércio e consumo de drogas com oficinas de geração de trabalho e renda, oficinas de artes e outras atividades sociais agregadoras direcionadas para usuários de drogas, suas parceiras sexuais e sua rede de interação social incluindo-se os filhos menores de idade.
“A proposta não é distribuir kits em porta de escola, mas em serviços de apoio. A grande força dessa política é estabelecer aproximação com o UDI para que no futuro ele se trate”.
Resgatando algumas palavras...
1999
“Esse não é um problema do usuário de drogas. É uma questão de saúde pública porque os UDIs se relacionam com pessoas de fora do grupo e podem desconhecer a ligação do parceiro com a droga”.
2000
“Em momento algum queremos incentivar o uso de entorpecentes. A idéia é retirar de circulação uma seringa que possa estar contaminada, por exemplo, com o vírus HIV”.
2001“A seringa é apenas uma isca, um chamariz, uma forma de aproximação. Depois que criamos uma relação de confiança, podemos fazer encaminhamentos”.
2002“O material pode provocar um corte na boca e transmitir doenças durante o compartilhamento. Então, esses cachimbos também são potenciais fontes de contaminação”.
2003 “Em geral, o cachimbo é feito de
forma artesanal, reaproveitando latas de cerveja e refrigerante ou copos plásticos. Queremos vincular essa população ao sistema de saúde, pois há perigo de contágio quando se corta a boca ou se absorve outros tipos de resíduo, quando se raspa a borra da droga no cachimbo”.
2004 “A redução de danos pode funcionar como um braço do sistema de saúde, fazendo a imunização dos usuários de drogas que têm hepatite B, por exemplo, e que não se
vacinam”.
2005 ABERTURA DO CENTRO DE
CONVIVÊNCIA ENTRE NÓS“É um espaço legalizado para discutir as questões do usuário de drogas”.
2006 “Para a justiça, é criminoso; para a igreja, pecador; para a saúde, ele é um doente. Nós
apresentamos ao sujeito todo o aparato social. Devolvemos a
cidadania, os direitos humanos e, principalmente, a saúde ao
usuário de drogas”.
2007 CRACK
“O consumo vem aumentando significativamente em função de não ter os riscos de uma droga injetável. Já é uma realidade. Notamos que está se expandindo em diferentes camadas sociais. A fissura é diferente da de outras drogas. Quem usa uma pedra vai querer sempre mais, o que acaba comprometendo a qualidade de vida, os laços familiares e os vínculos com as instituições sociais”.
2008“Somos referência no Brasil e
no exterior. Fomos a primeira instituição em Minas a trabalhar com usuários de drogas sob a perspectiva da redução de danos”.
2009
“Se alguém tivesse me dito que eu corria o risco de pegar uma doença compartilhando seringas talvez eu não estivesse passando por isso hoje”.
2010 –Projetos da Associação CasaViva
Família Vulnerável – Dependência Química – SAS/JF
“Redução de Danos e a prevenção global: uma nova perspectiva” –
SES/MG Sexualidade feminina e prevenção
global: “Cá Entre Nós” – SES/MG
Papel da Equipe dos Projetos de Redução de
Danos: Promover o acesso a medidas
preventivas para a adoção de práticas sexuais mais seguras através das oficinas terapêuticas.
Realizar intervenções através de fornecimento de informações, suprimentos, equipamentos, serviços sociais e de prevenção, de acordo com os riscos e os recursos.
Convocar a responsabilidade da vulnerabilidade individual frente ao HIV/Aids.
Realizar a distribuição de preservativos e outros insumos de prevenção.
Oferecer assistência psicológica e social.
Colaborar na aderência ao tratamento. Fomentar pesquisas.