patricia alexandre ms2011
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
CRESCIMENTO E TEORES DE MACRONUTRIENTES DE MUDAS DE
AÇAIZEIRO (Euterpe oleracea MART.) EM SUBSTRATOS ADUBADOS COM
FÓSFORO
PATRÍCIA DA SILVA ALEXANDRE
AREIA – PB
2011
ii
PATRÍCIA DA SILVA ALEXANDRE
CRESCIMENTO E TEORES DE MACRONUTRIENTES DE MUDAS DE
AÇAIZEIRO (Euterpe oleracea MART.) EM SUBSTRATOS ADUBADOS COM
FÓSFORO
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Agronomia da
Universidade Federal da Paraíba, como
parte dos requisitos para obtenção do título
de Mestre em Agronomia. Área de
concentração: Agricultura Tropical
Comitê de Orientação: Prof. Dr. Walter Esfrain Pereira
Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante
AREIA – PB
2011
iii
PATRÍCIA DA SILVA ALEXANDRE
CRESCIMENTO E TEORES DE MACRONUTRIENTES DE MUDAS DE
AÇAIZEIRO (Euterpe oleracea MART.) EM SUBSTRATOS ADUBADOS COM
FÓSFORO
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Agronomia da
Universidade Federal da Paraíba, como
parte dos requisitos para obtenção do título
de Mestre em Agronomia. Área de
concentração: Agricultura Tropical
Aprovada em: 23/02/2011
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Prof. Dr. Walter Esfrain Pereira
UFPB/CCA/DCFS
Orientador
_________________________________________
Profa. Raunira da Costa Araújo
UFPB/CFT
Examinador
__________________________________________
Prof. Francisco Assis de Oliveira
UFPB/CCA/DSER
Examinador
iv
Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, Campus II, Areia – PB.
A381c Alexandre, Patrícia da Silva. Crescimento e teores de macronutrientes de mudas de açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) em substratos adubados com fósforo / Patrícia da Silva Alexandre. - Areia: UFPB/CCA, 2011.
64 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2011.
Bibliografia. Orientador: Walter Esfrain Pereira.
Co-orientador: Lourival Ferreira Cavalcante.
1. Açaizeiro – mudas - crescimento 2. Açaizeiro – adubação 3. Euterpe oleracea Mart. I. Pereira, Walter Esfrain (Orientador) II. Cavalcante, Lourival Ferreira (Co-orientador) III. Título.
UFPB/CCA CDU: 582.521.11(043.3)
v
Às pessoas mais importantes da minha vida: meus pais Francisco de Assis Alexandre e
Terezinha da Silva Alexandre.
Aos meus irmãos Paulo, Carlos, Isabel e Camila.
Aos meus sobrinhos Daniel e Matheus.
Aos meus primos Eduardo e Lucas
Às minhas tias Maria Lúcia, Cícera Alexandre, Maria Alexandre e Maria Gomes.
Dedico
“Nunca deixe que lhe digam que não vale a
pena acreditar no sonho que se tem ou que
seus planos nunca vão dar certo ou que
você nunca vai ser alguém. Quem acredita
sempre alcança...”
Renato Russo
vi
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida e por me permitir realizar mais este sonho.
A minha família, pelo amor, força e confiança em mim depositada.
Aos meus irmãos Carlos e Camila, pela ajuda no desenvolvimento de trabalho.
A Flávio Gurjão, pela enorme contribuição no desenvolver da pesquisa.
Ao professor Lourival Ferreira Cavalcante, pelos conhecimentos transmitidos e pela
contribuição na realização deste trabalho.
Ao meu orientador, Walter Esfrain Pereira pela confiança, paciência, pelos
conhecimentos transmitidos, pelo empenho e dedicação ao meu trabalho.
À professora Raunira da Costa Araújo pelas valiosas contribuições.
Ao professor Francisco Assis de Oliveira pela contribuição na realização deste
trabalho.
A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, os quais
contribuíram para minha formação.
À Capes e ao Programa Reuni pela concessão da bolsa.
A todos os funcionários do PPGA, nas pessoas de Eliane, Jacó e Seu Francisco.
Aos funcionários do Departamento de Solos e Engenharia Rural, nas pessoas de
Ednaldo, Gilson, Montesquieu, Patrocínio, Marielza, Roberval e Chico Ninha.
A todos os funcionários do CCA/UFPB, pela amizade e apoio.
Aos amigos que aqui fiz: Gilcean, Edson, Edna, Mayara, Leandra, Cosmo, Janaína,
Kedma, Perla, Gerlândio, Severino, Tony, Reinaldo, Márcia, enfim, a todos que
contribuíram de maneira significativa para o meu crescimento.
A todas as pessoas que de maneira direta ou indireta contribuíram na realização deste
trabalho.
vii
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... ix
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... x
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 13
2.1 Botânica ..................................................................................................................... 13
2.2 Importância da cultura ................................................................................................ 14
2.3 Clima e Solo ............................................................................................................... 14
2.4 Propagação ................................................................................................................. 15
2.5 Fósforo ....................................................................................................................... 16
2.6 Substrato .................................................................................................................... 17
2.7 Experimentos com misturas ....................................................................................... 18
CAPÍTULO I ........................................................................................................................ 20
Crescimento e teores de macronutrientes de mudas de açaizeiro (Euterpe oleracea
Mart.) em substratos adubados com fósforo .......................................................................... 21
Resumo ................................................................................................................................. 21
Abstract ................................................................................................................................. 22
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 23
2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 24
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 28
3.1 Parte aérea .................................................................................................................. 28
3.1.1 Altura ...................................................................................................................... 28
3.1.2 Taxa relativa de crescimento em altura .................................................................. 29
3.1.3 Área foliar ............................................................................................................... 30
3.1.4 Massa da matéria seca foliar ................................................................................... 32
3.1.5 Relação raiz e parte aérea ....................................................................................... 33
3.1.6 Diâmetro ................................................................................................................. 34
3.1.7 Taxa relativa de crescimento em diâmetro ............................................................. 36
3.1.8 SPAD ...................................................................................................................... 37
3.1.9 Relação Fv/Fm .......................................................................................................... 38
3.1.10 Teor foliar de Nitrogênio ....................................................................................... 38
3.1.11. Teor foliar de Fósforo ........................................................................................... 39
viii
3.1.12 Teor foliar de Potássio .......................................................................................... 40
3.2 Sistema radicular ......................................................................................................... 42
3.2.1 Massa da matéria seca radicular ............................................................................. 42
3.2.2 Área radicular ......................................................................................................... 43
3.3 Composição do substrato para o crescimento de mudas de açaí ............................... 44
4. Conclusões ........................................................................................................................ 45
CAPÍTULO II ....................................................................................................................... 46
Fertilidade de substratos adubados com fósforo para produção de mudas de açaizeiro
(Euterpe oleracea Mart.) ....................................................................................................... 46
Resumo ................................................................................................................................. 46
Abstract ................................................................................................................................. 47
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 48
2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 49
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 52
3.1 Matéria orgânica ......................................................................................................... 52
3.2 pH ............................................................................................................................... 53
3.3 Fósforo ....................................................................................................................... 54
3.4 Potássio ...................................................................................................................... 55
3.5 Sódio .......................................................................................................................... 56
3.6 Cálcio ......................................................................................................................... 57
3.7 Magnésio .................................................................................................................... 58
3.8 H+ + Al
+3 .................................................................................................................... 58
4. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 60
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 61
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 1. Composição dos substratos compostos por solo, areia e esterco ..................... 24
TABELA 2. Resumo do quadro de análise de variância ...................................................... 27
TABELA 3. Composição dos substratos contendo solo, areia e esterco .............................. 47
TABELA 4. Características químicas do solo utilizado na mistura do substrato ................. 50
TABELA 5. Resumo do quadro da análise de variância ...................................................... 51
x
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. Formação do triângulo das concentrações com seus limites inferiores e
superiores dos componentes da mistura ........................................................... 19
FIGURA 2. Etapas interpretativas da figura tríplex em experimentos com mistura ............ 20
FIGURA 3. Altura de mudas de açaizeiro em função dos componentes do substrato .......... 28
FIGURA 4. Taxa relativa de crescimento em altura de mudas de açaizeiro em função
dos componentes do substrato .......................................................................... 30
FIGURA 5. Área foliar de mudas de açaizeiro em função dos componentes do substrato .. 31
FIGURA 6. Massa da matéria seca foliar (MMSF) de mudas de açaizeiro em função dos
componentes do substrato ............................................................................... 32
FIGURA 7. Relação R/Pa de mudas de açaizeiro em função dos componentes do
substrato .......................................................................................................... 34
FIGURA 8. Diâmetro de mudas de açaizeiro em função dos componentes do substrato .... 35
FIGURA 9. Taxa relativa do crescimento em diâmetro de mudas de açaizeiro em função
dos componentes do substrato ......................................................................... 36
FIGURA 10. Valores SPAD de mudas de açaizeiro em função dos componentes do
substrato ........................................................................................................... 37
FIGURA 11. Teor foliar de fósforo em mudas de açaizeiro em função dos componentes
do substrato ...................................................................................................... 40
FIGURA 12. Teor foliar de potássio em mudas de açaizeiro em função dos componentes
do substrato ..................................................................................................... 41
FIGURA 13. Massa da matéria seca do sistema radicular (MMSR) de mudas de
açaizeiro em função dos componentes do substrato ........................................ 42
FIGURA 14. Área radicular de mudas de açaizeiro em função dos componentes do
substrato .......................................................................................................... 44
FIGURA 15. Teor de matéria orgânica do substrato em função dos componentes do
substrato .......................................................................................................... 52
FIGURA 16. pH do substrato em função dos seus componentes ......................................... 53
FIGURA 17. Teor de fósforo no substrato em função dos seus componentes ..................... 55
FIGURA 18. Teor de potássio no substrato em função dos seus componentes ................... 56
FIGURA 19. Teor de sódio no substrato em função dos seus componentes ........................ 57
FIGURA 20. Teor de H+ + Al
+3 no substrato em função dos seus componentes ................. 59
11
1. INTRODUÇÃO
O açaí (Euterpe oleracea Mart.) é uma espécie nativa da Amazônia, encontrado
em terrenos de várzea, igapós e terra firme. Em tupi significa fruto que chora, ou seja,
fruto que elimina água (Soares apud Braga, 1976).
A cultura é bastante valorizada na região, uma vez que da espécie pode-se
aproveitar o palmito e o fruto, principais produtos. O fruto dá origem ao suco de açaí,
bastante consumido na região, o qual vem ganhando mercados internacionais devido ao
seu alto valor energético. O fruto pode ser consumido in natura ou processado na forma
de suco, vinhos, sorvetes, cremes e licores (OLIVEIRA; FERNANDES, 2001;
DONADIO et al., 2004).
O fruto é uma excelente fonte de vitamina E, sendo rico também em proteínas,
minerais, com destaque para o potássio e o cálcio. Também possui um alto teor de
antocianina, protegendo o organismo contra o acúmulo de placas de depósitos de
lipídios (LOPES; MARQUES, 2006).
O açaizeiro pode ser apontado como a palmeira de maior importância cultural,
econômica e social da região Norte. Estudos de mercado apontam que o aumento da
demanda de polpa do fruto do açaí é crescente, tornado essa espécie uma alternativa
viável para o desenvolvimento e melhoria de vida do meio rural (QUEIROZ; MELÉM
JÚNIOR, 2001). A produção de açaí no ano de 2009 ultrapassou a renda de 160 milhões
de reais (IBGE, 2009).
A propagação da espécie ocorre por via seminífera e deve ocorrer tão logo
aconteça à extração da polpa, uma vez que as sementes são recalcitrantes, podendo
perder seu poder germinativo rapidamente, inviabilizando dessa maneira a propagação
da espécie.
Para a obtenção de mudas de boa qualidade, faz-se necessário à utilização de
substratos, os quais devem apresentar propriedades físicas, químicas e biológicas
adequadas e fornecer os nutrientes necessários, requisitos fundamentais no processo
germinativo e estabelecimento da muda. Além disso, a qualidade do substrato depende
principalmente das proporções e dos materiais que compõem a mistura (SILVA et al.,
2001).
O fósforo é o macronutriente exigido em menor proporção pelos vegetais,
porém, é o nutriente aplicado em maiores quantidades nas adubações realizadas no
12
Brasil. O fósforo é considerado essencial uma vez que satisfaz os dois critérios da
essencialidade, diretamente por participar de compostos e reações vitais para as
culturas, e indireto porque na sua ausência a planta não completa seu ciclo de vida, não
podendo ser substituído por outros (MALAVOLTA, 1997).
Este experimento teve como objetivo avaliar o crescimento, a composição
mineral de mudas de açaizeiro e a fertilidade de substratos adubados com fósforo.
13
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Botânica
Nativa da Amazônia o açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) pertence à família
Arecaceae. O gênero Euterpe possiu 49 espécies, ocorrendo na América do Sul e
América Central. Na Colombia ocorrem 19 espécies, em seguida o Brasil com nove
espécies, a Venezuela com oito, Bolívia com três, e outros países com um ou duas cada.
As espécies que se destacam para a produção do vinho de açaí encontram-se no
Brasil, merecendo destaque a Euterpe oleracea Mart., devido as suas características
botânicas, perfilhos e produção de frutos (CAVALCANTE, 1988).
A espécie pode ser encontrada pela região do estuário Amazônico, atingindo o
Baixo Amazonas, Maranhão, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Piauí, Pernambuco e a
Bahia, prolongando-se pelo Amapá e alcançando as Guianas e Venezuela
(CALVAZARA, 1972).
As plantas de açaí são formadas em touceiras de espiques finos e elegantes,
cilíndricos, anelados, duros, com altura de 12 m podendo chegar a 20 m e diâmetro
médio de 14 cm cada espique. (WIKIPEDIA, 2011).
O fruto é uma baga arredondada ou ovóide, violácea, quase preta, coberta por
uma polpa da mesma cor, sendo do tamanho de uma cereja (GOMES, 1972), agrupados
em cachos pendentes. O epicarpo dependendo do tipo é roxo ou verde na maturação.
A estrutura chamada semente é o pirênio, sendo a mesma envolvida pelo
endocarpo. Na maturação a semente apresenta um endosperma sólido e um embrião
pequeno, mas desenvolvido (NASCIMENTO, 2008).
Quando o fruto é cozinhado é possível extrair entre 8 a 10% de óleo amargo,
verde-escuro. A polpa é espessa, violácea, parecida com suco de uva, aromática,
saborosa e muito substancial (GOMES, 1972). A espécie frutifica durante todo o ano,
especialmente na curta estação seca.
As folhas são compostas, pinadas com arranjo espiralado de 40 a 80 pares de
folíolos. A inflorescência do tipo cacho possui flores estaminadas e pistiladas. O
sistema radicular é do tipo fasciculado, com raízes emergindo do estipe da planta adulta
até 40 cm acima da superfície do solo (NASCIMENTO, 2008).
14
2.2 Importância da cultura
O açaizeiro se destaca entre os diversos recursos vegetais pela sua abundância e
por produzir importante alimento para as populações locais, além de ser a principal
fonte de matéria-prima para a agroindústria de palmito no Brasil.
Pesquisas recentes mostram o novo aproveitamento do fruto do açaizeiro. O
caroço corresponde a 85% do peso total, do qual, a borra é utilizada na produção de
cosméticos; a fibra em móveis, placas acústicas, xaxim, compensados, indústrias
automobilísticas; os caroços limpos na industrialização, na torrefação de café,
panificação, extração de óleo comestível, fitoterápicos e ração animal, além de uso na
geração de vapor, carvão vegetal e adubo orgânico. A polpa representa 15% do fruto e é
aproveitada de forma tradicional, no consumo alimentar, sorvetes e outros produtos
derivados (TINOCO, 2005).
O fato de o fruto ter conquistado novos mercados e se tornado uma importante
fonte de renda e de emprego, fez com que o interesse pela implementação da produção
de frutos crescesse. Com a venda de polpa para outros estados crescendo
aproximadamente 30% ao ano, o que representa cerca de 12 mil toneladas, tem elevado
o preço do produto para os consumidores locais nas épocas de entressafra.
O reflexo imediato da valorização do produto resultou na expansão de açaizais
manejados em áreas de várzeas e estimulou a implantação de cultivos racionais em terra
firme. Os dados mais recentes estimam em mais de 15 mil hectares de áreas manejadas
e financiadas no estado do Pará, gerando aproximadamente 2000 empregos diretos. No
agronegócio do açaí, no Pará, é estimado o envolvimento de 25000 pessoas
(NOGUEIRA, 2006).
A planta é ideal para plantio ao longo das faixas úmidas que margeiam os rios,
igarapés e lagos, servindo ao mesmo tempo de proteção às nascentes e valorização da
propriedade (CALZAVARA, 1987).
2.3 Clima e solo
O clima da Região Amazônica é considerado como região tipicamente tropical.
As temperaturas médias anuais oscilam entre 22 e 27 oC, com as máximas variando de
28 a 33 oC e as mínimas de 17 a 23
oC. O fotoperíodo anual varia de 1400 a 2500 horas
15
de sol, que dependendo da alta nebulosidade e insolação variam de 35 a 60% do total de
horas. A umidade relativa da região varia entre 70 a 91%. A pluviosidade gira em torno
de 1300 a 3000 mm anuais, distribuídos em dois períodos, o mais chuvoso e o menos
chuvoso (BASTOS et al., 1986).
Sendo a espécie originária da Amazônia, o clima adequado a cultura é o tropical
úmido, com temperatura média anual acima dos 22 oC e precipitação acima de 1600 mm
por ano. Não tolera geada, especialmente quando jovem, com altura inferior a 60 cm
(GOMES, 1972).
A cultura desenvolve-se mesmo em solos pobres e ácidos. No entanto,
desenvolve-se mais rapidamente em solos com maior fertilidade. A produção do
palmito em áreas de baixa fertilidade deve-se basear na reposição de nutrientes através
de adubações anuais parceladas.
2.4 Propagação
A propagação da espécie é feita tanto por via sexuada (sementes) como por via
assexuada (retirada de perfilhos).
Na propagação por sementes devem ser obtidas de plantas sadias e vigorosas,
isentas de pragas e doenças, além de apresentarem precocidade e boa produtividade. As
mesmas devem ser semeadas rapidamente, pois são recalcitrantes, ou sejam perdem
rapidamente a viabilidade comprometendo a produção de mudas. As temperaturas
abaixo de 15 °C comprometem o poder de germinação, o mesmo ocorre quando o teor
de umidade é reduzido para níveis próximos a 20% (EMBRAPA, 1997).
O comportamento recalcitrante das sementes de açaí impede o armazenamento
das mesmas por períodos longos. De maneira que, para o armazenamento por períodos
curtos ou para realizar o transporte de sementes de um local para o outro pode ser feito
por dois sistemas: o primeiro seria colocar as sementes em camadas com substrato
úmido alternadamente (vermiculita, serragem ou carvão moído), sendo o material
acondicionado em caixas de madeira, isopor ou sacos plásticos. No segundo sistema, as
sementes são enxugadas para reduzir o teor de umidade para 25 a 30%, tratadas com
fungicida (Benomyl) a 0,1% durante dez minutos e embaladas em sacos de plástico com
capacidade para 5 kg. Em ambos os casos, o período de armazenamento não deve
16
ultrapassar vinte dias, pois muitas sementes poderão iniciar a germinação dentro da
embalagem, dando origem a plantinhas de conformação anormal (GANTUSS, 2006).
A produção de mudas, por meio de perfilhos, é indicada para a propagação, em
pequena escala, de indivíduos que apresentem características desejáveis como alta
produtividade, elevado rendimento de polpa, maturação uniforme dos frutos no cacho e
período de frutificação na entressafra. Esse processo deve ter o seu uso restrito aos
trabalhos de melhoramento genético, pelas dificuldades de serem obtidos perfilhos em
número suficiente, além de sua baixa taxa de sobrevivência em viveiro ou no campo
(FARIAS Neto et al., 2005).
A produção de mudas a partir de sementes é o processo mais indicado para o
estabelecimento de cultivos comerciais, pois possibilita produzir grande número de
indivíduos com menor custo, quando comparado com a propagação assexuada.
2.5 Fósforo
O fósforo é o macronutriente exigido em menor quantidade pelas plantas,
entretanto, sua baixa disponibilidade no solo faz com que seja aplicado em grandes
quantidades em adubações realizadas em várias culturas no Brasil. Isso ocorre devido à
baixa dinâmica do fósforo nos solos, aliada à sua forte tendência de ser fixado e de
reagir com outros componentes como o ferro, o alumínio e o cálcio, dentre outros,
formando compostos de baixa solubilidade (MALAVOLTA, 2006).
As quantidades totais de fósforo nos solos brasileiros, na profundidade de 0 – 20
cm variam entre 0,005 e 0,2% o que corresponde a 110 – 4400 kg.ha-1
(MALAVOLTA,
2006). O fósforo da planta e do solo está presente como fosfato, livre e esterificado,
através de um grupo de hidroxila a uma cadeia carbônica (C – O – P).
O fósforo apresenta-se de forma pouco solúvel e, portanto, de difícil assimilação
pelas culturas. Caracteriza-se por ser pouquíssimo móvel e por não possuir uma via
natural de reposição, o que aumenta a importância da fertilização. Provém da
degradação dos minerais, da matéria orgânica e de resíduos orgânicos em
cãoomposição. Somente uma pequena parte desse fósforo se encontra em solução
disponível para as plantas e está é enriquecida pela fertilização (DIAS et al., 2006).
Outra função-chave que o elemento desempenha é no processo de transferência e
armazenamento de energia, pois compõe a molécula do ATP (MARSCHNER, 1995;
17
TAIZ; ZEIGER, 2004), influencia no metabolismo de açúcares, na divisão celular, no
alongamento das células e na transferência de informação genética (MALAVOLTA,
1997).
Além de promover a formação e o crescimento prematuro de raízes, melhora a
eficiência no uso da água, e quando em alto nível no solo, ajuda a manter a absorção
deste pelas plântulas, mesmo sob condições de alta tensão de umidade do solo (LOPES,
1989).
Diversas pesquisas evidenciam a importância da aplicação de diferentes fontes e
doses de fertilizantes fosfatados na fase de muda das espécies frutíferas, como
mangabeira (DIAS et al., 2006) mamoeiro (MELO et al., 2007), maracujazeiro
(PRADO et al., 2005) e goiabeira (LACERDA et al., 2008).
Prado et al. (2005) estudando o efeito da adubação fosfatada na produção de
mudas de maracujazeiro amarelo verificou que o fósforo melhorou o estado nutricional
das mudas, assim como, um maior crescimento das mudas no que se refere a matéria
seca da parte aérea e da raiz.
Lima et al. (2007) encontrou respostas positivas para a altura, número de folhas,
matéria seca da parte aérea e matéria seca total em mudas de maracujazeiro amarelo,
proporcionando melhor qualidade das mudas.
Segundo Malavolta (1997), as plantas absorvem o fósforo da solução do solo,
que apresenta pequenas quantidades de fósforo, porém, o suprimento deve ser
continuamente reabastecido para liberação de fósforo de minerais e da matéria orgânica.
Do ponto de vista do aproveitamento do fósforo pelas plantas, o pH parece ser a
variável com maior influencia na disponibilidade. Com o pH ácido o fósforo fica
indisponível para as culturas, de maneira que a medida que o pH tende para a
neutralização da acidez há a elevação do pH na calagem, o fósforo passa a ser
disponibilizado para as culturas (MALAVOLTA, 2006).
2.6 Substrato
Entende-se como substrato para plantas o meio onde se desenvolvem suas raízes
produzidas antes do plantio definitivo (KÄMPF, 2000). O substrato serve de suporte
para as plantas, podendo ainda regular a disponibilidade de nutrientes às mesmas. Ele
pode ser formado de solo mineral ou orgânico, de um só ou de diversos materiais em
18
mistura, apresentando como características o equilíbrio adequado entre umidade e
aeração, porosidade o suficiente a fim de permitir trocas gasosas eficientes, livre de
patógenos ou microrganismos saprófitos, isento de propágulos (sementes ou estruturas
vegetativas) de invasoras e de baixa densidade (KÄMPF, 2000).
Segundo Fachinello et al., (2005), a mistura de dois ou mais substratos permite
que se associem as vantagens e se superem as desvantagens dos diferentes materiais.
O substrato deve possuir boas características em relação ao solo como o poder
de tamponamento para o valor do pH e capacidade de retenção de nutrientes (KÄMPF,
2000), adequada fertilidade (CASARIN et al., 1989) e baixa relação C/N (MILNER,
2005).
De acordo com Milner (2005) as propriedades físicas de um substrato são mais
importantes que as químicas, já que não podem ser facilmente modificadas e as
propriedades físicas desejáveis, entre outras, são a baixa densidade e a alta porosidade.
O substrato também deve ser suficientemente poroso, a fim de permitir trocas
gasosas eficientes, favorecendo a respiração das raízes e a atividade dos microrganismos
do meio. Essa característica é importante, pois o pequeno volume da embalagem leva a
uma alta concentração de raízes exigindo elevado suprimento de oxigênio e rápida
remoção de gás carbônico (KÄMPF, 2000).
A cultura do açaí, por ainda ser extrativista e existirem pouquíssimos cultivos
manejados não tem um substrato definido para a produção de mudas. A Comissão
Estadual de Sementes e Mudas do Pará (1997) de acordo com Oliveira (2000)
estabeleceu algumas normas e padrões para a produção de mudas fiscalizadas de açaí
obtidas por sementes: as mudas deverão ter de quatro a oito meses de idade, apresentar
altura entre 40 a 60 cm, medidos a partir do colo da planta, a comercialização das mudas
somente será permitida em torrões, acondicionadas em sacos de plástico, sanfonados e
perfurados ou equivalente, com mínimo de 15 cm de largura e 25 cm de altura.
2.7 Experimentos com misturas
Um experimento com mistura é o resultado da junção entre dois ou mais
ingredientes misturados para formar um produto final. A resposta a ser medida é função
das proporções dos componentes presentes, seja em massa ou volume e não da
quantidade da mistura.
19
Esse tipo de experimento objetiva identificar os componentes que são mais
importantes. Para isso o pesquisador deve considerar ou pré-estabelecer os componentes
a serem utilizados na experiência, para reduzir ao máximo possível o número de
componentes possíveis, facilitando assim, a execução do experimento e as
interpretações das análises (NETO et al., 2003).
Os experimentos com mistura podem ser utilizados nas mais variadas áreas,
desde a farmacêutica, têxtil e agrícola. Na área agrícola esses experimentos podem ser
utilizados nas pesquisas com misturas de fertilizantes, agrotóxicos e substratos para a
produção de mudas.
As proporções devem ser não negativos, sua mistura deve ser igual a 1. O espaço
da experimentação de uma mistura com q componentes, no qual a proporção do i-ésimo
componente é representada por xi, fica reduzido a uma região simplex que é uma
configuração espacial determinada por um número de pontos um mais do que o número
de dimensões do espaço, limitada pelas condições (CORNELL, 2001):
Xi ≥ 0, 1≤ i ≤ q
Sendo que:
Onde: Xi = proporção do i-ésimo componente.
As variáveis Xi são linearmente dependentes, uma vez que a alteração da
proporção de um componente na mistura ocasionará na mudança da proporção de pelo
menos um dos componentes da mistura. O formato do espaço experimental depende do
número de componentes da mistura, para uma mistura constituída por três componentes
a figura será triangular (Figura 1).
Figura 1. Formação do triângulo das concentrações com seus limites inferiores e
superiores dos componentes da mistura
20
A interpretação das análises se inicia com a observação dos componentes da
mistura nas extremidades do triangulo. Estando representadas as variáveis estudadas
com suas concentrações máximas e mínimas. Dentro do triângulo se encontram os
valores de uma variável qualquer. A interpretação deve iniciar da menor concentração
do componente para a maior, onde se analisa se o componente influenciou
positivamente ou não a variável avaliada. Após a avaliação dos três componentes
isoladamente, observa-se a junção das três retas ilustrativas, formando uma mediatriz,
demonstrando o ponto médio dos três componentes da mistura (Figura 2).
Figura 2. Etapas interpretativas da figura tríplex em experimentos com misturas.
Fonte: Dias et al.(2006).
21
CAPÍTULO I
Crescimento e teor de macronutrientes de mudas de açaizeiro em substratos
adubados com fósforo
RESUMO
O substrato tem papel importante no desenvolvimento das mudas, disponibilizando
nutrientes e condições adequadas para a formação da mesma. Para a produção de mudas
de açaizeiro não existe informação sobre substratos. De essa forma, o objetivo deste
experimento avaliar o crescimento e os teores foliares de N, P e K de mudas de
açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) em substratos adubados com fósforo . Para o efeito,
um experimento foi desenvolvido no CCA/UFPB, entre os meses de dezembro de 2009
a setembro de 2010. Os substratos foram obtidos pela combinação de solo (50 a 80%),
areia (0 a 20%), esterco bovino (0 a 30 %) adubados com superfosfato simples nas
doses de 0 e 3 g.dm-3
. Os tratamentos foram distribuídos em um delineamento em
blocos casualizados com 18 tratamentos, quatro blocos e cinco plantas por parcela.
Mensalmente foi avaliada a altura, o diâmetro, a taxa relativa de crescimento em altura e
em diâmetro (TRALT e TRCD). No final do experimento aos 270 dias após a
emergência foram determinados a área foliar e radicular das mudas, a massa da matéria
seca da parte aérea e da parte radicular, e a relação raiz/parte aérea, valores SPAD, a
relação Fv/Fm e os teores dos macronutrientes N, P e K. Os resultados foram
submetidos à análise de variância e de regressão apropriada para os experimentos com
mistura. O fósforo não influenciou o crescimento das mudas de açaizeiro. O substrato
constituído por 20% de areia, 53,8% de solo e 26,2% de esterco resultou no maior
crescimento das mudas. Para os teores foliares de nitrogênio, fósforo e potássio, o maior
valor estimado foi obtido no substrato contendo 0% de areia, 70% de terra vegetal e
30% de esterco bovino.
Palavras chave: Euterpe oleracea Mart.; nutrição; clorofila.
22
Growth and macronutrients concentration of açai (Euterpe oleracea Mart.)
seedlings in growing media fertilized with phosphorus
Abstract
The substrate has an important role in seedling growth, nutrient uptake and appropriate
conditions for the formation of the same. For the production of seedlings açaizeiro no
information on substrates. In this way, the objective of this experiment to evaluate the
growth and foliar concentrations of N, P and K in seedlings of açai (Euterpe oleracea
Mart.) In substrates fertilized with phosphorus. To this end, an experiment was
conducted at the CCA / UFPB, between the months of December 2009 to September
2010. The substrates were obtained by the combination of soil (50 to 80%), sand (00-
20%), manure (00-30%) fertilized with superphosphate at rates of 0 and 3 g.dm-3.
Treatments were arranged in a randomized block design with 18 treatments, four blocks
and five plants per plot. Each month was evaluated height, diameter, the relative rate of
growth in height and diameter (TRALT and TRCD). At the end of the experiment 270
days after emergency were determined leaf area and root of seedlings, the dry mass of
shoots and of roots and root / shoot, SPAD values, the ratio Fv / Fm using the
fluorometer Model OS-30P and macronutrient content of N, P and K. The results were
subjected to analysis of variance and regression suitable for mixture experiments. The
match did not influence the growth of seedlings of açai. The substrate consists of 20%
sand, 53.8% and 26.2% of soil manure resulted in higher growth. For foliar
concentrations of nitrogen, phosphorus and potassium, the highest estimated value was
obtained in the substrate containing 0% sand, 70% of soil and 30% of cattle manure.
Key words: Euterpe oleracea Mart.; nutrition; chlorophyll
23
1. INTRODUÇÃO
O açaí, pertencente à família Arecaceae, é uma fruteira que vem sendo apontada
como a espécie de maior importância econômica, social e cultura da Região Norte.
A espécie tem como principais produtos o palmito, amplamente utilizado, e o
fruto, o qual pode ser consumido na forma in natura, como sorvete, vinhos e licores
(Oliveira e Fernandes, 2001; Donadio et al., 2003).
Como a espécie é nativa, pouco se sabe sobre suas exigências nutricionais ou
qual o substrato mais adequado para a produção de mudas.
Na propagação por sementes, o substrato tem a finalidade de proporcionar
condições adequadas à germinação e/ou ao desenvolvimento inicial da muda. Conforme
a técnica de propagação adotada, pode-se dispor de um mesmo material durante todo o
período de formação da muda, bem como utilizar materiais diferentes em cada fase
(Ramos et al., 2002).
O substrato desempenha papel importante no desenvolvimento das mudas, uma
vez que os mesmos devem apresentar propriedades físicas, químicas e biológicas
adequadas e fornecer os nutrientes necessários, requisitos fundamentais para o
estabelecimento da muda (Silva et al., 2001), de maneira que o substrato de boa
qualidade propicia mudas mais vigorosas e isentas de pragas e doenças.
Para produção de mudas a adubação mineral é de grande importância e dentre os
macronutrientes, o fósforo é indicado por desempenhar função importante na
fotossíntese, além de promover a formação inicial e o desenvolvimento da raiz,
aumentando a eficiência da utilização de água pela planta, bem como a absorção e a
utilização de todos os outros nutrientes (Malavolta et al., 1997).
O fósforo desempenha papel como fonte de energia para a síntese de proteínas,
sendo que a falta se reflete no menor crescimento da planta (Malavolta, 1980).
Diante do exposto, este experimento teve como objetivo avaliar o crescimento e
os teores foliares de N, P e K de mudas de açaizeiro adubadas com fósforo.
24
2. MATERIAL E MÉTODOS
Este experimento foi desenvolvido de dezembro de 2009 a setembro de 2010,
em estufa localizada no Campus II da Universidade Federal da Paraíba, no município de
Areia-PB.
As sementes foram obtidas na feira livre em Belém, PA. As mesmas foram
despolpadas em máquina despolpadeira e apresentavam condições sanitárias adequadas.
O semeio ocorreu em bandejas de plástico contendo como substrato areia lavada
autoclavada. Após a germinação (45 dias) e quando as mudas estavam com altura
aproximada de 10 cm efetuou-se o transplantio para sacos de polietileno com
capacidade para 4 dm3 de substrato contendo os respectivos tratamentos.
Os substratos utilizados foram obtidos pela combinação de esterco bovino (0 a
30 %), areia (0 a 20 %) e solo (50 a 80 %). A irrigação foi feita diariamente com o
auxílio de regadores de plástico aplicando 7,5 litros por bloco.
O fósforo foi adicionado aos tratamentos 90 dias após o transplantio nas doses
de 0 e 3 g dm-3
de superfosfato simples como mostra a Tabela 1.
Tabela 1. Composição dos substratos compostos por solo, areia e esterco
Tratamentos Solo (%) Esterco bovino
(%)
Areia (%) Superfosfato
simples (g.dm-3
)
1 68 12 20 0
2 50 30 20 0
3 60 30 10 0
4 70 30 0 0
5 80 12 8 0
6 80 0 20 0
7 72 8 20 0
8 70 20 10 0
9 80 20 0 0
10 68 12 20 3
11 50 30 20 3
12 60 30 10 3
13 70 30 0 3
14 80 12 8 3
15 80 0 20 3
16 72 8 20 3
17 70 20 10 3
18 80 20 0 3
25
O delineamento utilizado foi o de blocos causalizados com 18 tratamentos,
quatro repetições e cinco plantas por parcela.
Mensalmente foi avaliada a altura e o diâmetro, para posterior cálculo da taxa
relativa de crescimento em altura e em diâmetro (TRALT e TRCD). No final do
experimento, aos 270 dias após a emergência foram determinados a área foliar e
radicular, a massa da matéria seca da parte aérea e da parte radicular, a relação
raiz/parte aérea (R/PA), os valores SPAD, a relação Fv/Fm e os teores foliares de N, P e
K.
As leituras referentes à altura e diâmetro do caule foram realizadas mensalmente
após o transplantio com o auxílio de régua centimetrada, efetuando-se a medição a partir
do colo da muda até o ápice do folíolo da folha e o paquímetro foi utilizado para
medição do diâmetro efetuado no colo da planta.
Para o cálculo da taxa relativa do crescimento em altura e em diâmetro utilizou-
se a seguinte fórmula de acordo com Hunt (1990).
TR = (ln Y2 – ln Y1) / t2 - t1
Sendo: TR = taxa relativa do crescimento em altura e diâmetro;
Y1 = valor numérico da variável no tempo t1;
Y2 = valor numérico da variável no tempo t2;
ln = logarítimo neperiano.
Para a variável área foliar, a leitura foi realizada aos 270 dias após a germinação,
as mudas foram retiradas dos recipientes, lavadas em água corrente e em seguida foram
digitalizadas com câmera digital. Posteriormente, as imagens foram processadas no
software Sigma Scan Pro 5.0 Demo (www.spss.com).
Os valores SPAD foram obtidos através da leitura realizada com o SPAD-502
Minolta, Japão. As medidas da fluorescência da clorofila foram obtidas com o
fluorômetro OS-30P (OptiSciences Inc).
Na coleta do experimento que aconteceu 270 dias após sua instalação foram
realizadas as determinação dos valores SPAD, sendo efetuada a leitura em 10 pontos da
folha. Para a fluorescência da clorofila, a leitura foi realizada com o auxílio do
fluorômetro (modelo OS-30P da OptiSciences In.), em que a leitura foi efetuada com o
auxílio de uma presilha fixada em cada folha de açaí por um período de 30 minutos,
objetivado impedir a entrada de luz na área analisada. A partir da referida leitura é
26
possível obter dados referentes à fluorescência inicial (Fo), fluorescência máxima (Fm)
e a eficiência fotossintética (Fv/Fm).
Para a determinação da massa da matéria seca da parte aérea e da raiz procedeu-
se o acondicionamento das mudas em sacos de papel, identificados e colocados para
secar em estufa de circulação forçada de ar a 65 oC, até atingirem peso constante.
Avaliou-se o teor foliar de N, P e K de acordo com a metodologia proposta por
Tedesco et al. (1995). O material colhido foi lavado em água corrente e enxaguado em
água destilada, em seguida, colocados em sacos de papel e secos na estufa com
circulação de ar a 65oC até atingirem peso constante, sendo em seguida trituradas em
moinho e encaminhadas para as devidas análises.
Para realizar o cálculo dos valores expressos em Pseudo unidades considerou-se
uma equação para cada componente do substrato: solo (50 + 50x), areia (0 + 50x) e
esterco (0 + 50x). De modo que o valor a ser considerado para a variável x é o valor
expresso na figura no eixo dos x. Após a substituição na equação o resultado obtido é o
valor verdadeiro para a variável.
Os resultados foram submetidos à análise de variância e de regressão apropriada
para os experimentos com misturas (CORNELL, 2001). As análises estatísticas foram
realizadas com o Software Design Expert 7.0 Trial (Stat. Ease Inc., Minneapolis, MN),
conforme esquema apresentado na Tabela 4
Otimização das variáveis foi feita de forma individual e simultânea com base no
critério “Desirability”.
27
Tabela 2. Resumo do quadro da análise de variância
FV Gl
Blocos 3
Tratamentos 17
Efeito linear 2
P 1
Areia x solo 1
Areia x esterco 1
Areia x P 1
Solo x esterco 1
Solo x P 1
Esterco x P 1
Areia x solo x esterco 1
Areia x solo x P 1
Areia x esterco x P 1
Solo x esterco x P 1
Areia x solo (areia-solo) 1
Solo x esterco (solo-esterco) 1
Areia x solo x P (areia-solo) 1
Solo x esterco x P (solo- esterco) 1
Resíduo 32
Total 71
28
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Parte aérea
3.1.1 Altura
Verificou-se efeito significativo para a interação entre solo e esterco, areia e solo
e também da areia e esterco.
Houve aumento da altura das mudas de açaí com o aumento da percentagem de
esterco até 7,5% da percentagem do componente no substrato, passando a exercer efeito
negativo (Figura 3).
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.
Figura 3. Altura de mudas de açaizeiro aos 270 dias após a emergência em função dos
componentes do substrato.
Inicialmente o solo diminuiu a altura das mudas, no entanto, posteriormente,
houve aumento proporcional ao aumento do percentual deste componente no substrato.
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
14.09
17.19
20.30
23.40
23.40 23.40
26.50
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
14.00
19.50
25.00
30.50
36.00
A
A
BB
C
C
Altura (cm) Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
Alt
ura
(cm
)
Altura = 28,30 A – 102,93 B + 158,70 C + 278,48 AB – 342,07 AC – 7,73 BC – 97,75 AB (A-B) + 536,32
BC (B-C); R2 = 80,9%; C.V. = 8,8%
29
Já a areia exerceu efeito negativo, diminuindo a altura das mudas com o aumento do seu
percentual no substrato.
Segundo Fernandez (2002) a altura das plantas pode não ser um bom indicativo
da qualidade de mudas, devido a fatores que podem influenciar os tratamentos, como a
competição entre as plantas em função da luminosidade que pode causar estiolamento
destas por mais controlado que seja o ambiente utilizado para condução do experimento.
Os resultados encontrados diferem dos obtidos por Bovi et al. (2002) que
estudando mudas de pupunheira jovens em condições de viveiro, obteve respostas
positivas da adubação fosfatada tanto para crescimento da parte aérea quanto para do
sistema radicular.
O valor máximo da altura estimada variou de 17,7 cm a 35,2 cm e foi obtido no
substrato contendo 20% de areia, 74,2% de solo e 5,8% de esterco.
3.1.2 Taxa relativa de crescimento em altura (TRALT)
Houve efeito significativo entre areia, solo e esterco. O esterco provocou
redução na taxa relativa de crescimento em altura quando sua percentagem no substrato
foi de 7,5%, para posteriormente favorecer o aumento da mesma (Figura 4).
O solo proporcionou aumento da TRALT até aproximadamente 57,5% de seu
percentual no substrato. A areia aumentou a taxa de crescimento relativo em altura até
62,5% de sua percentagem no substrato, tendo proporcionado em seguida efeito
negativo reduzindo a TRALT com o aumento da sua proporção no substrato.
A taxa relativa do crescimento em altura é considerada um índice de eficiência
que expressa o crescimento em termos de taxa de aumento da massa por unidade de
massa presente, permitindo comparações mais equitativas que a taxa absoluta de
crescimento (HUNT, 1990).
A taxa relativa de crescimento em altura variou de 2,34 a 8,13 mm.m-1
dia e foi
obtida com 20% de areia, 76,8% de solo e 3,2% de esterco bovino.
30
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.
Figura 4. Taxa relativa do crescimento em altura de mudas de açaizeiro em função dos
componentes do substrato.
3.1.3 Área foliar
Houve efeito significativo na interação entre areia, solo e esterco. O fósforo não
afetou a área foliar das mudas de açaí.
O esterco aumentou a área foliar com sua percentagem no substrato até 7,5%,
para posteriormente diminuir com seu aumento (Figura 5).
O solo diminuiu inicialmente diminuição a área foliar, para posteriormente
aumentar com o aumento da sua percentagem no substrato. A areia diminuiu a área
foliar à medida que sua percentagem aumentava no substrato.
A expansão foliar está estreitamente relacionada à expansão das células
epidérmicas (MARSCHNER, 2002) e a concentração interna de fósforo no tecido,
sendo que a disponibilidade de fósforo inibe severamente a taxa de crescimento foliar
(CAKMAK et al., 1994; LÓPEZ-BUCIO et al., 2002), sendo afetado pela deficiência
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
3.41
3.41
3.92
3.92 4.44
4.44
4.96
4.96
5.48
TRALT (mm.m-1
dia-1
)
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
Proporção dos componentes em
Pseudo unidades
TR
AL
T (
mm
.m-1
dia
-1)
TRALT = - 74,73 A + 10,82 B – 11,43 C + 144,61 AB + 169,95 AC + 13,82 BC – 199,23 ABC + 98,02
AB (A-B) – 45,19 BC (B-C); R2 = 96,5%; C.V. = 16,2%
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
2.30
3.77
5.25
6.72
8.20
AA
B
B
C
C
31
hídrica e pela deficiência ou excesso de fósforo associado à menor condutividade
hidráulica do sistema radicular (HALSTED; LYNCH, 1998; MARSCHNER, 2002).
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.
Figura 5. Área foliar de mudas de açaizeiro em função dos componentes do substrato
A combinação dos componentes do substrato que favoreceu maior área foliar
estimada variando de 69,3 a 471,2 cm2 foi 20% de areia, 73,8% de solo e 6,2% de
esterco.
3.1.4 Massa da matéria seca foliar
Houve efeito significativo na interação entre areia, solo e esterco. O fósforo não
exerceu efeito significativo sobre a massa da matéria seca foliar em mudas de açaizeiro.
A adição de esterco bovino no substrato aumentou a massa da matéria seca foliar até
7,5% no substrato (Figura 6). O aumento do percentual de areia no substrato a massa da
matéria seca foliar. O solo inicialmente diminuiu a massa da matéria seca foliar
A: Areia50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
107.74
139.83
171.91
204.00
204.00
236.09
236.09
236.09
Área foliar (cm2.muda
-1)
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
unidades
Áre
a f
oli
ar
(cm
2.m
ud
a-1
)
Área foliar = 1755,48 A – 53,12 B + 2372,94 C – 2029,39 AB – 8136,18 AC – 3769,54 BC + 9276,19
ABC + 5094,25 BC (B-C); R2 = 86%; C.V. = 27,8%
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
60.00
120.00
180.00
240.00
300.00
A
AB
B
C
C
32
inicialmente aumentando-a posteriormente com o aumento da sua proporção no
substrato.
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.
Figura 6. Massa da matéria seca foliar (MMSF) de mudas de açaizeiro em função dos
componentes do substrato.
Os resultados obtidos neste experimento são semelhantes aos obtidos por
Lacerda et al. (2008), que estudando o crescimento de mudas da goiabeira Paluma
verificou diminuição da massa seca foliar com o aumento das proporções de areia e
solo.
O efeito positivo do esterco bovino sobre o crescimento das plantas se deve não
somente ao suprimento de nutrientes, mas também, à melhoria da fertilidade e da
estrutura do solo, e no fornecimento de água, proporcionando melhor aproveitamento
dos nutrientes originalmente presentes (FILGUEIRA, 2000).
De forma semelhante aos resultados obtidos neste experimento, Bovi et al.
(2002) verificaram que o fósforo não exerceu efeito positivo na massa aérea de mudas
de pupunheira.
A: Areia50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
1.26
2.53
3.80
5.07
5.07
5.07
6.34
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
0.00
2.75
5.50
8.25
11.00
A
A
B
BC C
Massa da matéria seca foliar
(g.muda-1
)
MM
SF
(g
.mu
da
-1)
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
Massa da matéria seca foliar = 67,72 A – 24,08 B + 77,24 C – 46,70 AB – 285,53 AC – 88,78 BC +
257,32 ABC – 60,53 AB (A-B) + 205,84 BC (B-C); R2 = 80,5%; C.V. = 24%
33
A máxima massa da matéria seca foliar estimada variou de 1,97 a 10,84 g.muda-
1 foi obtida no substrato contendo 20% de areia, 74% de solo e 6,0% de esterco bovino,
na ausência da adubação fosfatada.
3.1.5 Relação raiz e parte aérea (R/PA)
Houve efeito significativo da interação entre areia, solo e esterco, e da interação
entre solo, esterco e superfosfato simples. A relação raiz/parte aérea cresceu com o
aumento da concentração de esterco no substrato (Figura 7). A areia promoveu efeito
positivo na relação raiz/parte aérea com o aumento de sua concentração no substrato.
Na presença da adubação com superfosfato simples o solo promoveu o
crescimento da relação R/PA até determinada concentração, passando a exercer efeito
negativo, com o aumento do percentual de solo no substrato.
O substrato contendo 20% de areia, 58,6% de solo e 21,4% de esterco, na
presença de adubação com superfosfato simples, proporcionou a maior relação R/PA.
34
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.
Figura 7. Relação R/PA de mudas de açaizeiro em função dos componentes do
substrato.
3.1.6 Diâmetro
Houve efeito significativo da interação entre areia, solo e esterco bovino. O
esterco teve efeito negativo sobre o crescimento do diâmetro do caule até 8,5% de sua
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
0.58
0.58
0.63
0.63
0.690.69
0.74
0.740.80
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
0.33
0.50
0.68
0.85
1.02
A
A
BB
C
C
A: Areia50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
0.58
0.58
0.63
0.63
0.69
0.74
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
0.33
0.50
0.68
0.85
1.02
A
A
BB
C
C
R/PA Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
Rel
açã
o r
aiz
/pa
rte
aér
ea
SPS 3 g.dm-3
R/PA = 4,75 A + 3,77 B – 0,23 C – 14,54 AB – 5,09 AC – 7,370E-003 AD – 4,63 BC – 0,17 BD – 0,081
CD + 15,07 ABC + 0,62 BCD – 8,16 BC (B-C); R2 = 77,7%; C.V. = 17,5%
SPS 0 g.dm-3
35
percentagem na composição do substrato, para em seguida aumentar o diâmetro à
medida que as concentrações aumentavam (Figura 8). O comportamento da areia foi
idêntico ao do esterco.
O solo apresentou efeito contrário aos outros dois componentes, pois aumentou
o diâmetro das mudas inicialmente, com diminuição posterior.
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.
Figura 8. Diâmetro das mudas de açaizeiro aos 270 dias após a emergência em função
dos componentes do substrato.
O diâmetro de planta vem sendo usado frequentemente para avaliar crescimento
vegetativo em palmeiras, sendo um bom indicador (BONNEAU et al., 1993;
CLEMENT, 1995; CLEMENT; Bovi, 2000).
Avaliando o diâmetro de mudas de pupunheira Bovi et al. (2002) relata que não
foi observado efeito significativo da adubação fosfatada, resultados semelhantes tem
sido encontrado por outros autores (OLLAGNIER; OCHS, 1980; TAMPUBOLON et
al., 1990; ZAMORA; FLORES, 1985).
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
9.67
10.89
12.12
13.34
13.34
14.57
14.57
14.57
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
8.00
10.43
12.85
15.27
17.70
A
AB
B
C
C
Diâmetro (mm)
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
Diâ
met
ro (
mm
)
Diâmetro = 81,47 A – 2.60 B + 93.40 C – 79,27 AB – 317,09 AC – 124.37 BC + 316,16 ABC + 205,02
BC (B-C); R2 = 91,7%; C.V. =11,2%
36
O maior diâmetro do colo de mudas é um bom indicativo para a escolha de
mudas de qualidade, sendo esta característica um indicativo da capacidade de
sobrevivência destas no campo (DANIEL et al., 1997; FERNANDEZ 2002).
O maior valor estimado do diâmetro do caule foi obtido no substrato composto
por 20% de areia, 73,5% de solo e 6,5% de esterco bovino na ausência da adubação com
superfosfato simples.
3.1.7 Taxa relativa de crescimento em diâmetro (TRCD)
Verificou-se efeito significativo para a interação entre areia, solo e esterco.
Tanto o aumento da proporção de esterco quanto o de areia resultaram nos menores
valores da TRCD (Figura 9).
O solo apresentou comportamento oposto ao esterco e a areia, pois aumentou a
taxa de crescimento relativa em diâmetro.
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.
Figura 9. Taxa relativa do crescimento em diâmetro de mudas de açaizeiro em função dos
componentes do substrato.
A: Areia50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
5.40
5.52
5.52
5.63
5.63
5.74
5.74
5.85
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
3.70
4.58
5.45
6.33
7.20
A A
BB
C
C
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades TRCD (mm.dia
-1)
TR
CD
(m
m.d
ia-1
)
TRCD = 7,98 A + 4,83 B + 6,44 C – 7,59 AC; R2 = 46,8%; C.V. = 10,7%
37
A análise de crescimento mostra as condições morfofisiológicas da planta em
diferentes intervalos de tempo acompanhando assim seu crescimento. De acordo com
Benincasa (2003) é bastante preciso para avaliar o crescimento e mensurar a
contribuição de diferentes processos fisiológicos sobre o comportamento vegetal.
A máxima taxa relativa de crescimento em diâmetro variou de 3,74 a
7,10mm.dia-1
foi obtida com a combinação no substrato de 20% de areia, 80% de solo e
0% de esterco bovino.
3.1.8 SPAD
Verificou-se efeito significativo da interação entre solo e esterco. Houve
aumento dos valores SPAD com o aumento da proporção de solo no substrato (Figura
10).
A adição de esterco no substrato diminuiu os valores SPAD quando a
percentagem do esterco era de 15% no substrato para aumentar posteriormente esses
valores. A areia diminuiu os valores SPAD.
A = Areia; B =Solo; C = Esterco bovino.
Figura 10. Valores SPAD de mudas de açaizeiro em função dos componentes do
substrato.
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
47.92
49.2249.22
50.51
51.81
53.10
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
30.00
38.00
46.00
54.00
62.00
A
A
B B
C
C
Valores SPAD
Va
lore
s S
PA
D
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
SPAD = 44,51 A + 61,64 B + 67,26 C – 35,60 AC – 60,76 BC; R2 = 25,7%; C.V. = 12,4%
38
Os valores SPAD refletem a intensidade da cor verde das folhas. São calculados
a partir de certa quantidade de luz emitida pelo instrumento e refletida pela folha
(SALLA et al., 2007).
Nesta pesquisa os valores SPAD variaram de 30,1 a 61,7. Não existem
informações na literatura com relação aos valores SPAD adequados para a cultura do
açaí.
3.1.9 Relação Fv/Fm
Não foi verificado efeito significativo dos componentes do substrato para a
variável. A relação Fv/Fm variou de 0,683 a 0,805.
A relação Fv/Fm é a variável mais utilizada em pesquisas utilizando a técnica da
fluorescência da clorofila. A relação está diretamente correlacionada com a eficiência
fotoquímica do fotossistema II variando entre 0,800 ± 0,50 que correspondem ao uso da
energia para os processos fotoquímicos (BJÖRKMAN; DEMMIG, 1987; BOLHÀR-
NORDENKAMPF et al., 1989; MOHAMMED et al., 1995).
3.1.10 Teor foliar de nitrogênio
Não foi verificado efeito significativo dos componentes do substrato sobre o teor
foliar de nitrogênio. O teor foliar de nitrogênio variou 14,35 a 23,8 g.muda-1
.
O nitrogênio é o nutriente mais abundante na planta, participa da síntese de
compostos orgânicos que formam a estrutura do vegetal, tais como: aminoácidos,
proteínas, nucleotídeos, ácidos nucléicos, clorofilas e coenzimas. De modo que se
houver baixa disponibilidade deste nutriente no solo as plantas não crescerão
satisfatoriamente havendo clorose generalizada (Malavolta, 1980).
Segundo Haag et al. (1992) o percentual de nitrogênio foliar varia de 1,95 a
1,66% em folhas jovens e velhas respectivamente.
39
3.1.11 Teor foliar de fósforo
Verificou-se efeito significativo da interação entre areia, solo e adubação fosfatada.
Houve elevação do teor foliar de fósforo com o aumento da percentagem de esterco
no substrato (Figura 11).
O solo diminuiu o teor foliar de fósforo com o aumento da sua percentagem no
substrato.
O esterco inicialmente diminuiu o teor de fósforo e posteriormente aumentou-o
com a maior proporção do esterco (30%).
O aumento do percentual de areia no substrato aumentou o teor foliar de fósforo
nas mudas de açaizeiro.
O fósforo está envolvido na osmose, balanço iônico e abertura e fechamento dos
estômatos, além de desempenhar função-chave na fotossíntese, na divisão e crescimento
celular, na transferência da informação genética, no metabolismo de açucares e no
armazenamento e transferência de energia. De maneira que, o fósforo promove a
formação, crescimento inicial, desenvolvimento da raiz, e conseqüentemente, o
crescimento da planta, aumentando a eficiência da utilização e absorção de água e
nutrientes (MALAVOLTA, 1997).
O teor máximo de fósforo foliar estimado é obtido com o substrato contendo
3,7% de areia, 56,3% de terra vegetal e 30% de esterco.
40
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.
Figura 11. Teor de fósforo foliar de mudas de açaizeiro em função dos componentes no
substrato.
3.1.12. Teor foliar de potássio
Verificou-se efeito significativo para a interação entre solo e esterco. O esterco
aumentou do teor foliar de potássio com a elevação da sua percentagem no substrato
Teor de Fósforo foliar
(g.kg-1
)
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
SPS 0 g.dm-3
SPS 3g.dm-3
Teo
r d
e F
ósf
oro
fo
lia
r
(g.k
g-1
)
Fósforo = 1,13 A + 0,93 B + 1,23 C + 1,64 AB – 2,865E-003 AD + 0,015 BD + 0,55 ABD – 1,92 AB
(A+B) – 0,23 ABD (A-B);R2 = 65,5%; C.V. = 13,2%
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
0.52
0.76
1.00
1.25
1.49
A
AB
BC
C
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
0.52
0.76
1.00
1.25
1.49
A A
B
B
C
C
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
0.88
0.94
1.00
1.06
1.13
1.091.04
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
1.06
1.13
1.13
1.09
1.19
1.21
1.16
1.20
1.20
41
(Figura 12). Enquanto que, a areia apresentou comportamento contrário reduzindo o
teor foliar do potássio com o aumento de seu percentual no substrato.
O solo aumentou o teor foliar de potássio na matéria seca proporcionalmente ao
aumento de sua percentagem no substrato.
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.
Figura 12. Teor foliar de potássio em função dos componentes no substrato.
Os resultados obtidos neste experimento estão de acordo com os encontrados por
Dias et al. (2006), que verificou aumento do teor de potássio com o aumento das
proporções de terra vegetal no substrato utilizado para produção de mudas de
mangabeira.
O potássio, juntamente com o nitrogênio são os nutrientes mais requeridos pelas
culturas, e frequentemente a resposta das plantas à adubação é mais dependente da
interação entres esses elementos (MALAVOLTA, 1997).
Mudas bem nutridas com relação ao teor de potássio na parte aérea demonstram
melhor eficiência fisiológica na ativação de enzimas essenciais nos processos
respiratórios e fotossintéticos, além de atuar no transporte de carboidratos e na
Potássio foliar = 8,07 A + 9,54 B + 12,37 C + 3,76 BC; R2 = 56,8%; C.V. = 11,8%
Teor foliar de Potássio
(mg.kg-1
)
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
Teo
r fo
lia
r d
e P
otá
ssio
(mg
.kg
-1)
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
9.67
10.1610.66
11.15
11.65
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
6.30
8.68
11.05
13.43
15.80
A
A
BB
C
C
42
transpiração da planta, abertura e fechamento dos estômatos entre outras funções
(MALAVOLTA, 1980).
O maior teor de potássio foliar estimado foi obtido no substrato contendo 0% de
areia, 70% de solo e 30% de esterco.
3.2. Sistema radicular
3.2.1 Massa da matéria seca radicular
Verificou-se efeito significativo na interação entre areia, solo e esterco. O
esterco proporcionou crescimento da matéria seca radicular até 7,5%, após esse valor,
ocorreu decréscimo da matéria seca radicular (Figura 13).
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.
Figura 13. Massa da matéria seca do sistema radicular (MMSR) de mudas de açaizeiro
em função da proporção dos componentes do substrato.
O solo diminuiu a massa da matéria seca radicular inicialmente, por outro lado, a
massa da matéria seca radicular aumentou à medida que o percentual de solo
A: Areia50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
1.83
3.08
4.32
5.56
5.56
5.566.81
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
1.50
3.85
6.20
8.55
10.90
A
AB
B
C C
MMSR(g.muda-1
)
MM
SR
(g
.mu
da
-1)
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
MMSR = 49,92 A – 18,34 B + 74,60 C – 17,86 AB – 250,75 AC – 90,55 BC + 221,80 ABC + 200,53 BC
(B-C); R2 = 80,6%; C.V. = 27,6%
43
aumentava. A areia teve comportamento diferente do esterco, diminuindo a massa da
matéria seca radicular com aumento de sua percentagem no substrato.
Os resultados encontrados estão de acordo com os encontrados por Melo et al.
(2007), que verificaram efeito não significativo da adubação fosfatada para a produção
de mudas de mamoeiro cv. Baixinho de Santa Amália.
Fernandes (2002) verificou efeito não significativo do adubo fosfatado sobre a
matéria seca da parte radicular em mudas de mangabeira, devido o substrato avaliado já
conter teores adequados de fósforo para o crescimento das mudas. O fósforo pode
alterar o desenvolvimento das plantas, atuando como nutriente que estimula a produção
de fitomassa (LÓPES-BUCIO et al., 2002).
O maior valor estimado de massa da matéria seca radicular foi obtido no substrato
composto por 20% de areia, 73,8% de terra vegetal e 6,2% de esterco.
3.2.2 Área radicular
Verificou-se efeito significativo para a interação entre areia, solo e esterco. A
proporção de esterco até 7,5% no substrato diminuiu a área radicular (Figura 14), sendo
que a partir de 15% até 30% de esterco, a área radicular aumentou.
O solo teve efeito positivo promovendo o crescimento da área radicular
inicialmente, diminuindo com o aumento da sua proporção. A areia provocou a
diminuição da área radicular quando seu percentual no substrato foi de 15%, para
aumentar a área radicular com o aumento de sua percentagem.
Os resultados obtidos se assemelham aos observados por Dias et al. (2006) que
estudando o crescimento de mudas de mangabeira verificou que a adubação fosfatada
não influenciou na área radicular.
A maior área radicular foi obtida no substrato constituído por 20% de areia,
73,7% de terra vegetal e 6,3% de esterco na ausência da adubação fosfatada.
44
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.
Figura 14. Área radicular de mudas de açaí em função dos componentes do substrato.
4. Composição do substrato para o crescimento de mudas de açaizeiro
A composição para o máximo valor estimado para os componentes foliares
(altura e massa da matéria seca foliar) e componentes radiculares (área e massa da
matéria seca radicular), assim como altura e diâmetro e suas respectivas taxas de
crescimento em altura e em diâmetro foram obtidos no substrato constituído por 20% de
areia, 75,5% de terra vegetal e 4,5% de esterco bovino, na ausência da adubação com
superfosfato simples. Para os teores foliares de nitrogênio, fósforo e potássio, o maior
valor estimado foi obtido no substrato contendo 0 % de areia, 70 % de terra vegetal e 30
% de esterco bovino.
A: Areia50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
47.50
76.15
104.80
133.45
133.45
162.09
162.09
162.09
Área radicular (cm2.muda
-1) Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
Áre
a r
ad
icu
lar
(cm
2.m
ud
a-1
)
Área radicular = 1780,30 A – 123,33 B + 2259 C – 2203,54 AB – 8089,92 AC – 3724,61 BC + 9032 ABC
+ 4912.18 BC; R2 = 88,8 %; C.V. = 28,8 %
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
30.00
72.50
115.00
157.50
200.00
A
A
B
B
C
C
45
5. CONCLUSÕES
1. A adubação fosfatada não influenciou no crescimento das mudas de açaizeiro,
porém, aumentou o teor foliar de fósforo;
2. Para se obter o melhor crescimento das mudas de açaí o substrato recomendado é
o composto por 20% de areia, 75,5% de terra vegetal e 4,5% de esterco na ausência
da adubação com superfosfato simples.
3. O substrato que proporcionou maiores teores foliares de N, P e K foi o constituído
por 0 % de areia, 70 % de terra vegetal e 30 % de esterco.
46
CAPÍTULO II
FERTILIDADE DE SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE
AÇAIZEIRO SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO FOSFATADA
RESUMO
A fertilidade do substrato e os materiais que o compõem influenciam de maneira
decisiva o crescimento das mudas. De esta forma, com objetivo de avaliar a fertilidade
de substratos com diferentes misturas de componentes para produção de mudas de açaí
submetidas à adubação fosfatada, foi instalado um experimento entre os meses de
dezembro de 2009 a setembro de 2010. Os substratos utilizados foram obtidos pela
combinação de solo (50 a 80%), esterco bovino (0 a 30%) e areia (0 a 20%) e adubação
com superfosfato simples nas doses de 0 e 3 g.dm3-
totalizando 18 tratamentos.
distribuídos em um delineamento em blocos casualizados com quatro repetições e cinco
sacos de 4 dm3 por parcela.
As avaliações das propriedades químicas dos substratos
foram realizadas no final do experimento, aos 270 dias após a emergência. Os
resultados foram submetidos à análise de variância e de regressão, apropriadas para os
experimentos com misturas. A adubação fosfatada influenciou o pH e aumentou o teor
de H++Al
3+ .
Para a obtenção dos maiores valores das variáveis relacionadas com a
fertilidade, recomenda-se o substrato contendo 20% de areia, 55,2% de terra vegetal e
24,8% de esterco bovino.
Palavras chave: Euterpe oleracea; propagação; mistura.
47
FERTILITY OF SUBSTRATE FOR PRODUCTION OF AÇAÍ (Euterpe oleracea
MART.) SEEDLINGS FERTILIZED WITH PHOSPHORUS
ABSTRACT
The fertility of the substrate and the materials that make up a decisive influence seedling
growth. The experiment was conducted at the CCA / UFPB, between the months of
December 2009 to September 2010. Aimed to assess the fertility of substrates with
different mixtures of components for production of açaí subjected to fertilization. The
substrates used were obtained by the combination of soil (50 to 80%), manure (0-30%)
and sand (0-20%) and fertilization with superphosphate at rates of 0 and 3-g.dm3.
Treatments were arranged in a randomized block design with 18 treatments, four blocks
and five plants per plot. Evaluations of the chemical properties of the substrates were
held at the end of the experiment at 270 DAE. The results were subjected to analysis of
variance and regression suitable for experiments with mixtures. Phosphorus fertilization
influenced the pH and H+ + Al
+3. To obtain the highest values of the variables related to
fertility, we recommend the substrate containing 20% sand, 55,2% of soil and 24,8% of
cattle manure.
Key words: Euterpe oleracea; propagation; mixture.
48
1. INTRODUÇÃO
O açaí (Euterpe oleracea Mart.) palmeira nativa da Região Amazônica vem se
destacando por sua abundância e por produzir alimento importante para as populações
locais.
A produção nacional dos frutos em 2009 foi de 115.947 toneladas, sendo 4,1%
menor que em 2008 (IBGE, 2009). O mercado está crescendo, mas ainda é muito
instável.
Com o crescimento do mercado, a área de extrativismo e o aumento da
produtividade geram uma demanda por mudas e sementes.
Assim, a exploração extrativista tende a ser parcialmente substituída pela
oriunda de campos tecnicamente instalados a partir da disponibilidade de material
propagativo (OLIVEIRA et al., 2000). Para o bom desenvolvimento dos pomares faz-se
necessário mudas de qualidade e isentas de doenças e pragas.
Na fase de viveiro o substrato utilizado no recipiente durante a permanência das
mudas deve possuir boas características físicas, químicas e biológicas, possibilitando,
assim o rápido crescimento da muda, um bom teor de matéria seca, dentre outras
características (YAMANISHI et al., 2004), além de ter disponibilidade de aquisição e
transporte, ausência de patógenos, riqueza em nutrientes essenciais, pH adequado,
textura e estrutura (SILVA et al., 2001).
A demanda por nutrientes apresentada por palmeiras é elevada, tanto na fase de
crescimento vegetativo quanto na fase reprodutiva (BOVI; CANTARELLA, 1996;
HARTLEY, 1977; SECRETARIA; MARAVILLA, 1997; TINKER, 1982).
O fósforo na produção de mudas é indicado por desempenhar função chave na
fotossíntese, além de promover a formação inicial e o desenvolvimento da raiz,
aumentando a eficiência da utilização de água pela planta, bem como a absorção e a
utilização de todos os outros nutrientes (MALAVOLTA et al., 1997).
Este experimento teve como objetivo avaliar a fertilidade dos substratos com
diferentes misturas de componentes para produção de mudas de açaí submetidas a
adubação fosfatada.
49
2. MATERIAL E MÉTODOS
Este experimento foi desenvolvido de dezembro de 2009 a setembro de 2010,
em estufa no Campus II da Universidade Federal da Paraíba, localizado no município de
Areia-PB.
As sementes foram obtidas em Belém, PA. As mesmas foram despolpadas em
máquina despolpadeira e apresentavam condições sanitárias adequadas. O semeio
ocorreu em bandejas de plástico contendo como substrato areia lavada autoclavada.
Após a germinação (45 dias) e quando as mudas estavam com altura aproximada
de 10 cm efetuou-se o transplantio para sacos de polietileno com capacidade para 4 dm3
de substrato contendo os respectivos tratamentos.
Os substratos utilizados foram obtidos pela combinação de esterco bovino (0 a
30%), areia (0 a 20%) e solo (50 a 80%) como mostra a Tabela 2.
Tabela 3. Composição dos substratos compostos por solo, areia e esterco
Tratamentos Solo (%) Esterco bovino
(%)
Areia (%) Superfosfato
simples (g.dm-3
)
1 68 12 20 0
2 50 30 20 0
3 60 30 10 0
4 70 30 0 0
5 80 12 8 0
6 80 0 20 0
7 72 8 20 0
8 70 20 10 0
9 80 20 0 0
10 68 12 20 3
11 50 30 20 3
12 60 30 10 3
13 70 30 0 3
14 80 12 8 3
15 80 0 20 3
16 72 8 20 3
17 70 20 10 3
18 80 20 0 3
A irrigação foi feita diariamente com o auxílio de regadores de plástico
utilizando aproximadamente 7,5 litros de água por bloco.
O fósforo foi adicionado aos tratamentos com 90 dias após o transplantio nas
doses de 0 e 3 g dm-3
de superfosfato simples
50
O delineamento utilizado foi o de blocos causalizados com 18 tratamentos,
quatro repetições e cinco plantas por parcela.
A metodologia utilizada para as análises químicas do solo (Tabela 3) foi a
proposta pela Embrapa (1999), que constou do preparo do material através da secagem
da amostra ao ar em ambiente ventilado, do destorroamento e da separação das frações
do solo passando em uma peneira de malha de 2 mm, resultando na “terra fina seca ao
ar” (TFSA), que é usada para as determinações.
Tabela 4. Característica química do solo utilizado na mistura do substrato.
pH P K Na+
Ca2+
+ Mg2+
Ca2+
Mg2+
Al2+
H+ + Al
3+ C M.O
Solo 4,68 6,77 67,96 0,17 2,55 1,7 0,85 0,4 10,56 13,69 23,6
Em seguida o material foi enviado ao laboratório para efetuar análise da
fertilidade.
pH em água - utilizou-se 10 cm3 de TFSA em copo de plástico adicionando 25 ml de
água destilada, que após agitação, ficou em repouso por uma hora. Após repouso foi
agitado novamente e mergulhado o eletrodo na solução e efetuado a leitura do pH
utilizando o potenciômetro.
Cálcio, magnésio e alumínio - utilizou-se 10 cm3 de TFSA em erlenmeyer de 125 ml,
adicionando 100 mL de solução de KCl 1M, agitando durante cinco minutos em
agitador horizontal circular, deixando decantar durante 12 horas, sendo o cálcio e o
magnésio determinados pelo método por espectrofotometria de absorção atômica, e o
alumínio pelo método volumétrico por titulação com hidróxido de sódio;
Fósforo, potássio e sódio (extração com solução de Mehlich 1) - foi colocado 10 cm3
de TFSA em erlenmeyer de 125 mL , adicionando 100 mL de solução extratora duplo-
ácida, agitando durante 5 minutos em agitador horizontal circular, deixando decantar
durante 12 horas, sendo o fósforo disponível determinado espectrofotometricamente, o
potássio e sódio trocável pela fotometria de chama;
Acidez potencial (H+Al+3
): foi colocado 5 cm3 de TFSA em erlenmeyer de 125 mL,
adicionando 75 mL de solução de acetado de cálcio 0,5 M pH 7,1-7,2, agitado algumas
vezes durante o dia, deixando-se decantar durante 12 horas. Foi usado 3 gotas de
fenolftaleína como indicador e em seguida fez a leitura.
51
Ca+2
+ Mg+2
foi calculado em cmolc dm3 de TFSA, pelo método do acetato de cálcio a
pH 7,0.
Matéria orgânica – é calculada multiplicando-se o resultado do carbono orgânico por
1,724. Este fator é utilizado em virtude de se admitir que, na composição média do
húmus, o carbono participe com 58%.
Os resultados foram submetidos à análise de variância e de regressão apropriada
para os experimentos com misturas (Cornell, 2001). As análises estatísticas foram
realizadas com o Software Design Expert 7.0 Trial (Stat. Ease Inc., Minneapolis, MN)
conforme esquema apresentado na tabela 5.
Tabela 5. Resumo do quadro da análise de variância
FV Gl
Blocos 2
Tratamentos (17)
Efeito linear 2
P 1
Areia x esterco 1
Areia x P 1
Solo x esterco 1
Solo x P 1
Esterco x P 1
Areia x solo x esterco 1
Areia x solo x P 1
Areia x esterco x P 1
Solo x esterco x P 1
Areia x solo (areia-solo) 1
Solo x esterco (solo-esterco) 1
Areia x solo x P (areia-solo) 1
Solo x esterco x P (solo- esterco) 1
Resíduo 34
Total 53
52
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Matéria orgânica
Verificou-se efeito significativo na interação entre areia e esterco. O esterco e a
solo aumentaram o teor de matéria orgânica no substrato com o aumento de suas
percentagens. Em contrapartida a areia diminuiu o teor de matéria orgânica no substrato
(Figura 15).
Os resultados obtidos condizem com os encontrados por Dias et al. (2006) que
verificou aumento do teor de matéria orgânica com o aumento da percentagem de
esterco no substrato utilizado para a produção de mudas de mangabeira.
O teor máximo de matéria orgânica foi obtido no substrato contendo 0% de
areia, 70% de solo e 30% de esterco.
A = Areia; B = solo; C = Esterco bovino.
Figura 15. Teor de matéria orgânica do substrato em função da proporção dos seus
componentes.
A: Areia50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
20.01
22.87
25.73
28.59
31.46
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
13.00
19.25
25.50
31.75
38.00
A
A
BB
C
C
Teor de matéria orgânica no substrato
(g.kg-1
)
Teo
r d
e m
até
ria
org
ân
ica
no
sub
stra
to (
g.k
g-1
)
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
Matéria orgânica = 9,56 A + 20,80 B + 43,33 C - 20,47 AC; R2 = 92,6%; C.V. = 9,3%
53
3.2 pH
Verificou-se efeito significativo da interação entre solo, esterco e superfosfato
simples. O esterco promoveu aumento do pH até 22,5% de sua percentagem no
substrato para diminuir quando a percentagem de esterco alcançou seu valor máximo
(30%) (Figura 16).
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.
Figura 16. pH do substrato em função dos seus componentes
pH
pH
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
SPS 0 g.dm-3
SPS 3 (g.dm-3
)
pH = 5,27 A + 4,00 B + 4,50 C – 0,34 AB + 1,63 AD + 1,50 BC – 0,73 BD – 1,63 CD – 3,84 ABD + 3,15
DCD + 0,20 AB (A+B) – 5,14 ABD (A-B) – 2,26 BCD (B-C) ; R2 = 95,9%; C.V. = 3,6%
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
4.91
4.975.03
5.09
5.15
4.98
5.01
5.05
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
3.90
4.25
4.60
4.95
5.30
AA
B
BC
C
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
3.90
4.25
4.60
4.95
5.30
A
AB
B
C
C
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
4.10
4.19
4.28
4.36
4.45
54
Na medida em que o percentual do solo foi aumentando no substrato houve
redução do pH, enquanto a areia teve comportamento igual ao esterco. O pH variou de
3,95 a 5,29, enquadrando-se na faixa de exigência da cultura quando cultivada em terra
firme da cultura no estado do Pará (EMBRAPA, 2006). O valor máximo do pH
estimado foi de 5,4 obtido com o substrato que continha 20% de areia, 57,9% de solo e
22,1% de esterco bovino com a dose de 3 g.dm-3
de superfosfato simples.
3.3 Fósforo
Houve efeito significativo da interação entre areia, esterco e fósforo. O aumento
da concentração de esterco proporcionou redução inicial do teor de fósforo no substrato
e aumento posterior de fósforo no substrato (Figura 17). O solo teve comportamento
contrário ao esterco. A areia aumentou o teor de fósforo no substrato quando sua
percentagem aumentava no substrato.
Os resultados diferem dos obtidos por Dias et al. (2006) que verificou que o
esterco diminuiu o teor de fósforo no substrato utilizado para produção de mudas de
mangabeira.
O fósforo é um macronutriente envolvido na osmose, balanço iônico, abertura e
fechamento dos estômatos, além de desempenhar função-chave na fotossíntese, na
divisão e crescimento celular, na transferência da informação genética, no metabolismo
de açúcares e no armazenamento e transferência de energia. Por todas essas
características, o fósforo promove a formação, crescimento inicial, desenvolvimento da
raiz e, consequentemente, o crescimento da planta, aumentando a eficiência da
utilização e absorção de água e nutrientes (MALAVOLTA et al., 1997).
O teor máximo de fósforo estimado foi obtido no substrato contendo: 13% de
areia, 80% de solo e 7% de esterco e adubado com superfosfato simples na dose de 3
g.dm-3
.
55
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.
Figura 17. Teor de fósforo no substrato em função dos seus componentes.
3.4 Potássio
Houve efeito significativo na interação entre areia e esterco. O aumento do teor
de esterco no substrato proporcionou aumento do teor de potássio no substrato. O solo
Teor de fósforo no substrato
(mg.kg-1
)
Teo
r d
e fó
sfo
ro n
o s
ub
stra
to
(mg
.kg
-1)
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
Fósforo = 271,66 A + 214,86 B + 358,89 C + 185,64 AC + 332,12 AD + 413,07 CD – 355,97 ACD ; R2 =
83,3%; C.V. = 57,9%
SPS 3 (g.dm-3
)
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
65.81
78.1890.54
102.91
115.28
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
0.00
275.00
550.00
825.00
1100.00
A ABBCC
SPS 0 g.dm-3
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
0.00
275.00
550.00
825.00
1100.00
AA
B
BC
C
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
408.47
456.87
505.27
553.67
602.07
479.04531.99
56
Teo
r d
e p
otá
ssio
no
su
bst
rato
(mg
.kg
-1)
aumentou inicialmente o teor de potássio no substrato até certa concentração, e
posteriormente com o aumento da sua proporção reduziu o teor de potássio (Figura 18).
O comportamento da areia foi semelhante ao do solo.
A ausência de respostas positivas com o uso de fósforo e potássio em palmeiras
vem sendo relatados por vários autores (HARTLEY, 1977; OLLAGNIER; OCHS,
1980; TAMPUBALON et al., 1990; BOVI et al., 2002).
O maior teor estimado de potássio foi obtido no substrato contendo 15,1% de
areia, 59,1% de solo e 25,8% de esterco.
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.
Figura 18. Teor de potássio no substrato em função dos seus componentes.
3.5 Sódio
Verificou-se efeito significativo da interação entre areia e esterco bovino. O
aumento da proporção de esterco aumentou o teor de sódio no substrato. Já o solo teve
comportamento igual ao observado para o potássio diminuindo o teor de sódio no
substrato (Figura 19). A areia teve efeito negativo diminuindo o teor de fósforo com o
aumento de sua percentagem no substrato.
Teor de potássio no substrato
(mg.kg-1
)
Proporção dos componentes do
substrato em Pseudo unidades
Potássio = -67,03 A + 180,96 B + 289,51 C + 517,34 AC; R2 = 71,8%; C.V. = 34, 5%
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
127.42
155.52
183.62
211.73
221.46
237.29
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
30.00
140.00
250.00
360.00
470.00
A
A
B
B
C
C
57
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.
Figura 19. Teor de sódio no substrato em função dos seus componentes
Os resultados diferem dos encontrados por Dias et al. (2006) que verificou
diminuição do sódio com o aumento da percentagem de esterco no substrato utilizado
para a produção de mudas de mangabeira.
O sódio tem estimulado e promovido aumentos de produção em palmeira
(BONNEAU et al., 1993; MAGAT et al., 1993). As relações K/Na adequadas são
necessárias para funcionamento normal das células, tendo em vista que, em algumas
espécies, o Na pode substituir parte do K com ganho de crescimento (MARSCHNER,
1995).
O teor máximo de sódio estimado foi obtido com o substrato contendo 16,1% de
areia, 58,5% de solo e 25,4% de esterco na ausência da adubação fosfatada.
3.6 Cálcio
Para o teor de cálcio não se verificou efeito significativo entre os componentes
do substrato.
Teor de sódio no substrato
(cmolc.dm-3
)
Proporção dos componentes do
substrato em Pseudo unidades
Teo
r d
e só
dio
no
su
bst
rato
(cm
ol c
.dm
-3)
Sódio = - 0,12 A + 0,45 B + 0,75 C + 2,12 AC – -1,04 AC (A+C) R2 = 71,2%; C.V. = 33,5%
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
0.41
0.48
0.55
0.62 0.69
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
0.10
0.38
0.65
0.93
1.20
A
A
B
B
C
C
58
Em solos ácidos de regiões de clima úmido, o cálcio é um mineral intemperizado
sendo em parte perdido por lixiviação, entretanto, em solos com reação alcalina pode
ser insolubilizado na forma de carbonatos, fosfatos ou sulfatos (RAIJ, 1991).
Concentrações elevadas de sódio no solo ou na solução podem inibir a absorção
de K e Ca podendo causar deficiência desses nutrientes (LYNCH; LAUCHLI, 1985).
O cálcio em baixas concentrações exerce um efeito estimulante na absorção de
potássio, ao passo que quando em altas concentrações ocorre menor absorção de
potássio pelas plantas (MALAVOLTA, 1976; ASSIS, 1995).
3.7 Magnésio
Não foram observados efeitos significativos dos componentes dos substratos
sobre os teores de magnésio. O magnésio no substrato variou de 0,05 a 6,05 cmolc.dm-3
.
No solo o magnésio apresenta comportamento similar ao cálcio, diferenciando-
se por fazer parte da estrutura de minerais de argila como ilita e vermiculita. Quanto
mais intemperizado o solo, menor a ocorrência de minerais, até que reste somente
magnésio trocável adsorvido ao solo ou retido na vegetação. Com o magnésio há
possibilidade de formas não trocáveis converterem-se em trocáveis por liberação dos
minerais, de forma igual ao que acontece com o potássio (RAIJ, 1991).
Na planta uma função importante desempenhada pelo magnésio é como
elemento central da molécula de clorofila, na participação da fotossíntese. Na planta o
nutriente é móvel, vindo a provocar clorose haja deficiência do mesmo.
3.8 H+ + Al
+3
Houve efeito significativo da interação entre solo, esterco e adubação com
superfosfato simples.
O solo promoveu aumento do teor de H++Al
+3 proporcionalmente ao aumento de
sua percentagem no substrato (Figura 20).
A areia promoveu redução do teor de H++Al
+3 com o aumento da sua
percentagem no substrato.
O esterco teve comportamento semelhante ao apresentado pelo solo promovendo
aumento do teor de H++Al
+3 e redução com o aumento de seu percentual no substrato.
59
A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.
Figura 18. Teor de H+ + Al
+3 no substrato em função dos seus componentes.
Considerando que o pH teve valores baixos o que caracteriza um solo ácido,
então os valores de H+ + Al
+3 acompanharam a tendência do pH.
O maior teor de H+ + Al
+3 estimado foi obtido no substrato contendo 0% de
areia, 77,2% de solo e 22,8% de esterco bovino na presença da adubação fosfatada.
Teor de H+ + Al
+ 3no substrato
(cmolc.dm-3
)
Proporção dos componentes do
substrato em pseudo unidades
Teo
r d
e H
+ +
Al-3
no
su
bst
rato
(cm
ol c
.dm
-3)
SPS 0 g.dm-3
SPS 3 g.dm-3
H+ + Al
-3 = 6,68 A + 6,74 B + 6,80 C + 9,02 BC + 0,74 BD + 2,07 CD – 2,14 BCD + 0,42 BC (B-C) +
0,96 BCD (B-C); R2 = 71,4%; C.V. = 17,6%
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
6.16
6.56
6.56 6.97
7.37
7.77
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
4.60
6.58
8.55
10.53
12.50
A
A
B
B
C
C
0.000 0.150 0.300 0.450 0.600
4.60
6.58
8.55
10.53
12.50
A
AB
B
C
C
A: Areia
50%
B: Solo
100%
C: Esterco
50%
0% 50%
0%
7.77
8.80
9.19
8.41
9.70
60
4. CONCLUSÕES
1. A adubação fosfatada influenciou aumentou o pH, o teor de fósforo e o teor de
H++Al
+3;
2. A melhor combinação para obtenção dos maiores valores das variáveis
relacionadas com a fertilidade do substrato foi 19,6% de areia, 56,4% de terra
vegetal e 24% de esterco bovino.
61
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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