patricia alexandre ms2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CRESCIMENTO E TEORES DE MACRONUTRIENTES DE MUDAS DE AÇAIZEIRO (Euterpe oleracea MART.) EM SUBSTRATOS ADUBADOS COM FÓSFORO PATRÍCIA DA SILVA ALEXANDRE AREIA PB 2011

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Page 1: Patricia alexandre ms2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

CRESCIMENTO E TEORES DE MACRONUTRIENTES DE MUDAS DE

AÇAIZEIRO (Euterpe oleracea MART.) EM SUBSTRATOS ADUBADOS COM

FÓSFORO

PATRÍCIA DA SILVA ALEXANDRE

AREIA – PB

2011

Page 2: Patricia alexandre ms2011

ii

PATRÍCIA DA SILVA ALEXANDRE

CRESCIMENTO E TEORES DE MACRONUTRIENTES DE MUDAS DE

AÇAIZEIRO (Euterpe oleracea MART.) EM SUBSTRATOS ADUBADOS COM

FÓSFORO

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Agronomia da

Universidade Federal da Paraíba, como

parte dos requisitos para obtenção do título

de Mestre em Agronomia. Área de

concentração: Agricultura Tropical

Comitê de Orientação: Prof. Dr. Walter Esfrain Pereira

Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante

AREIA – PB

2011

Page 3: Patricia alexandre ms2011

iii

PATRÍCIA DA SILVA ALEXANDRE

CRESCIMENTO E TEORES DE MACRONUTRIENTES DE MUDAS DE

AÇAIZEIRO (Euterpe oleracea MART.) EM SUBSTRATOS ADUBADOS COM

FÓSFORO

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Agronomia da

Universidade Federal da Paraíba, como

parte dos requisitos para obtenção do título

de Mestre em Agronomia. Área de

concentração: Agricultura Tropical

Aprovada em: 23/02/2011

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Prof. Dr. Walter Esfrain Pereira

UFPB/CCA/DCFS

Orientador

_________________________________________

Profa. Raunira da Costa Araújo

UFPB/CFT

Examinador

__________________________________________

Prof. Francisco Assis de Oliveira

UFPB/CCA/DSER

Examinador

Page 4: Patricia alexandre ms2011

iv

Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, Campus II, Areia – PB.

A381c Alexandre, Patrícia da Silva. Crescimento e teores de macronutrientes de mudas de açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) em substratos adubados com fósforo / Patrícia da Silva Alexandre. - Areia: UFPB/CCA, 2011.

64 f. : il.

Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2011.

Bibliografia. Orientador: Walter Esfrain Pereira.

Co-orientador: Lourival Ferreira Cavalcante.

1. Açaizeiro – mudas - crescimento 2. Açaizeiro – adubação 3. Euterpe oleracea Mart. I. Pereira, Walter Esfrain (Orientador) II. Cavalcante, Lourival Ferreira (Co-orientador) III. Título.

UFPB/CCA CDU: 582.521.11(043.3)

Page 5: Patricia alexandre ms2011

v

Às pessoas mais importantes da minha vida: meus pais Francisco de Assis Alexandre e

Terezinha da Silva Alexandre.

Aos meus irmãos Paulo, Carlos, Isabel e Camila.

Aos meus sobrinhos Daniel e Matheus.

Aos meus primos Eduardo e Lucas

Às minhas tias Maria Lúcia, Cícera Alexandre, Maria Alexandre e Maria Gomes.

Dedico

“Nunca deixe que lhe digam que não vale a

pena acreditar no sonho que se tem ou que

seus planos nunca vão dar certo ou que

você nunca vai ser alguém. Quem acredita

sempre alcança...”

Renato Russo

Page 6: Patricia alexandre ms2011

vi

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e por me permitir realizar mais este sonho.

A minha família, pelo amor, força e confiança em mim depositada.

Aos meus irmãos Carlos e Camila, pela ajuda no desenvolvimento de trabalho.

A Flávio Gurjão, pela enorme contribuição no desenvolver da pesquisa.

Ao professor Lourival Ferreira Cavalcante, pelos conhecimentos transmitidos e pela

contribuição na realização deste trabalho.

Ao meu orientador, Walter Esfrain Pereira pela confiança, paciência, pelos

conhecimentos transmitidos, pelo empenho e dedicação ao meu trabalho.

À professora Raunira da Costa Araújo pelas valiosas contribuições.

Ao professor Francisco Assis de Oliveira pela contribuição na realização deste

trabalho.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, os quais

contribuíram para minha formação.

À Capes e ao Programa Reuni pela concessão da bolsa.

A todos os funcionários do PPGA, nas pessoas de Eliane, Jacó e Seu Francisco.

Aos funcionários do Departamento de Solos e Engenharia Rural, nas pessoas de

Ednaldo, Gilson, Montesquieu, Patrocínio, Marielza, Roberval e Chico Ninha.

A todos os funcionários do CCA/UFPB, pela amizade e apoio.

Aos amigos que aqui fiz: Gilcean, Edson, Edna, Mayara, Leandra, Cosmo, Janaína,

Kedma, Perla, Gerlândio, Severino, Tony, Reinaldo, Márcia, enfim, a todos que

contribuíram de maneira significativa para o meu crescimento.

A todas as pessoas que de maneira direta ou indireta contribuíram na realização deste

trabalho.

Page 7: Patricia alexandre ms2011

vii

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... ix

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... x

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11

2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 13

2.1 Botânica ..................................................................................................................... 13

2.2 Importância da cultura ................................................................................................ 14

2.3 Clima e Solo ............................................................................................................... 14

2.4 Propagação ................................................................................................................. 15

2.5 Fósforo ....................................................................................................................... 16

2.6 Substrato .................................................................................................................... 17

2.7 Experimentos com misturas ....................................................................................... 18

CAPÍTULO I ........................................................................................................................ 20

Crescimento e teores de macronutrientes de mudas de açaizeiro (Euterpe oleracea

Mart.) em substratos adubados com fósforo .......................................................................... 21

Resumo ................................................................................................................................. 21

Abstract ................................................................................................................................. 22

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 23

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 24

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 28

3.1 Parte aérea .................................................................................................................. 28

3.1.1 Altura ...................................................................................................................... 28

3.1.2 Taxa relativa de crescimento em altura .................................................................. 29

3.1.3 Área foliar ............................................................................................................... 30

3.1.4 Massa da matéria seca foliar ................................................................................... 32

3.1.5 Relação raiz e parte aérea ....................................................................................... 33

3.1.6 Diâmetro ................................................................................................................. 34

3.1.7 Taxa relativa de crescimento em diâmetro ............................................................. 36

3.1.8 SPAD ...................................................................................................................... 37

3.1.9 Relação Fv/Fm .......................................................................................................... 38

3.1.10 Teor foliar de Nitrogênio ....................................................................................... 38

3.1.11. Teor foliar de Fósforo ........................................................................................... 39

Page 8: Patricia alexandre ms2011

viii

3.1.12 Teor foliar de Potássio .......................................................................................... 40

3.2 Sistema radicular ......................................................................................................... 42

3.2.1 Massa da matéria seca radicular ............................................................................. 42

3.2.2 Área radicular ......................................................................................................... 43

3.3 Composição do substrato para o crescimento de mudas de açaí ............................... 44

4. Conclusões ........................................................................................................................ 45

CAPÍTULO II ....................................................................................................................... 46

Fertilidade de substratos adubados com fósforo para produção de mudas de açaizeiro

(Euterpe oleracea Mart.) ....................................................................................................... 46

Resumo ................................................................................................................................. 46

Abstract ................................................................................................................................. 47

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 48

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 49

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 52

3.1 Matéria orgânica ......................................................................................................... 52

3.2 pH ............................................................................................................................... 53

3.3 Fósforo ....................................................................................................................... 54

3.4 Potássio ...................................................................................................................... 55

3.5 Sódio .......................................................................................................................... 56

3.6 Cálcio ......................................................................................................................... 57

3.7 Magnésio .................................................................................................................... 58

3.8 H+ + Al

+3 .................................................................................................................... 58

4. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 60

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 61

Page 9: Patricia alexandre ms2011

ix

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Composição dos substratos compostos por solo, areia e esterco ..................... 24

TABELA 2. Resumo do quadro de análise de variância ...................................................... 27

TABELA 3. Composição dos substratos contendo solo, areia e esterco .............................. 47

TABELA 4. Características químicas do solo utilizado na mistura do substrato ................. 50

TABELA 5. Resumo do quadro da análise de variância ...................................................... 51

Page 10: Patricia alexandre ms2011

x

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Formação do triângulo das concentrações com seus limites inferiores e

superiores dos componentes da mistura ........................................................... 19

FIGURA 2. Etapas interpretativas da figura tríplex em experimentos com mistura ............ 20

FIGURA 3. Altura de mudas de açaizeiro em função dos componentes do substrato .......... 28

FIGURA 4. Taxa relativa de crescimento em altura de mudas de açaizeiro em função

dos componentes do substrato .......................................................................... 30

FIGURA 5. Área foliar de mudas de açaizeiro em função dos componentes do substrato .. 31

FIGURA 6. Massa da matéria seca foliar (MMSF) de mudas de açaizeiro em função dos

componentes do substrato ............................................................................... 32

FIGURA 7. Relação R/Pa de mudas de açaizeiro em função dos componentes do

substrato .......................................................................................................... 34

FIGURA 8. Diâmetro de mudas de açaizeiro em função dos componentes do substrato .... 35

FIGURA 9. Taxa relativa do crescimento em diâmetro de mudas de açaizeiro em função

dos componentes do substrato ......................................................................... 36

FIGURA 10. Valores SPAD de mudas de açaizeiro em função dos componentes do

substrato ........................................................................................................... 37

FIGURA 11. Teor foliar de fósforo em mudas de açaizeiro em função dos componentes

do substrato ...................................................................................................... 40

FIGURA 12. Teor foliar de potássio em mudas de açaizeiro em função dos componentes

do substrato ..................................................................................................... 41

FIGURA 13. Massa da matéria seca do sistema radicular (MMSR) de mudas de

açaizeiro em função dos componentes do substrato ........................................ 42

FIGURA 14. Área radicular de mudas de açaizeiro em função dos componentes do

substrato .......................................................................................................... 44

FIGURA 15. Teor de matéria orgânica do substrato em função dos componentes do

substrato .......................................................................................................... 52

FIGURA 16. pH do substrato em função dos seus componentes ......................................... 53

FIGURA 17. Teor de fósforo no substrato em função dos seus componentes ..................... 55

FIGURA 18. Teor de potássio no substrato em função dos seus componentes ................... 56

FIGURA 19. Teor de sódio no substrato em função dos seus componentes ........................ 57

FIGURA 20. Teor de H+ + Al

+3 no substrato em função dos seus componentes ................. 59

Page 11: Patricia alexandre ms2011

11

1. INTRODUÇÃO

O açaí (Euterpe oleracea Mart.) é uma espécie nativa da Amazônia, encontrado

em terrenos de várzea, igapós e terra firme. Em tupi significa fruto que chora, ou seja,

fruto que elimina água (Soares apud Braga, 1976).

A cultura é bastante valorizada na região, uma vez que da espécie pode-se

aproveitar o palmito e o fruto, principais produtos. O fruto dá origem ao suco de açaí,

bastante consumido na região, o qual vem ganhando mercados internacionais devido ao

seu alto valor energético. O fruto pode ser consumido in natura ou processado na forma

de suco, vinhos, sorvetes, cremes e licores (OLIVEIRA; FERNANDES, 2001;

DONADIO et al., 2004).

O fruto é uma excelente fonte de vitamina E, sendo rico também em proteínas,

minerais, com destaque para o potássio e o cálcio. Também possui um alto teor de

antocianina, protegendo o organismo contra o acúmulo de placas de depósitos de

lipídios (LOPES; MARQUES, 2006).

O açaizeiro pode ser apontado como a palmeira de maior importância cultural,

econômica e social da região Norte. Estudos de mercado apontam que o aumento da

demanda de polpa do fruto do açaí é crescente, tornado essa espécie uma alternativa

viável para o desenvolvimento e melhoria de vida do meio rural (QUEIROZ; MELÉM

JÚNIOR, 2001). A produção de açaí no ano de 2009 ultrapassou a renda de 160 milhões

de reais (IBGE, 2009).

A propagação da espécie ocorre por via seminífera e deve ocorrer tão logo

aconteça à extração da polpa, uma vez que as sementes são recalcitrantes, podendo

perder seu poder germinativo rapidamente, inviabilizando dessa maneira a propagação

da espécie.

Para a obtenção de mudas de boa qualidade, faz-se necessário à utilização de

substratos, os quais devem apresentar propriedades físicas, químicas e biológicas

adequadas e fornecer os nutrientes necessários, requisitos fundamentais no processo

germinativo e estabelecimento da muda. Além disso, a qualidade do substrato depende

principalmente das proporções e dos materiais que compõem a mistura (SILVA et al.,

2001).

O fósforo é o macronutriente exigido em menor proporção pelos vegetais,

porém, é o nutriente aplicado em maiores quantidades nas adubações realizadas no

Page 12: Patricia alexandre ms2011

12

Brasil. O fósforo é considerado essencial uma vez que satisfaz os dois critérios da

essencialidade, diretamente por participar de compostos e reações vitais para as

culturas, e indireto porque na sua ausência a planta não completa seu ciclo de vida, não

podendo ser substituído por outros (MALAVOLTA, 1997).

Este experimento teve como objetivo avaliar o crescimento, a composição

mineral de mudas de açaizeiro e a fertilidade de substratos adubados com fósforo.

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13

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Botânica

Nativa da Amazônia o açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) pertence à família

Arecaceae. O gênero Euterpe possiu 49 espécies, ocorrendo na América do Sul e

América Central. Na Colombia ocorrem 19 espécies, em seguida o Brasil com nove

espécies, a Venezuela com oito, Bolívia com três, e outros países com um ou duas cada.

As espécies que se destacam para a produção do vinho de açaí encontram-se no

Brasil, merecendo destaque a Euterpe oleracea Mart., devido as suas características

botânicas, perfilhos e produção de frutos (CAVALCANTE, 1988).

A espécie pode ser encontrada pela região do estuário Amazônico, atingindo o

Baixo Amazonas, Maranhão, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Piauí, Pernambuco e a

Bahia, prolongando-se pelo Amapá e alcançando as Guianas e Venezuela

(CALVAZARA, 1972).

As plantas de açaí são formadas em touceiras de espiques finos e elegantes,

cilíndricos, anelados, duros, com altura de 12 m podendo chegar a 20 m e diâmetro

médio de 14 cm cada espique. (WIKIPEDIA, 2011).

O fruto é uma baga arredondada ou ovóide, violácea, quase preta, coberta por

uma polpa da mesma cor, sendo do tamanho de uma cereja (GOMES, 1972), agrupados

em cachos pendentes. O epicarpo dependendo do tipo é roxo ou verde na maturação.

A estrutura chamada semente é o pirênio, sendo a mesma envolvida pelo

endocarpo. Na maturação a semente apresenta um endosperma sólido e um embrião

pequeno, mas desenvolvido (NASCIMENTO, 2008).

Quando o fruto é cozinhado é possível extrair entre 8 a 10% de óleo amargo,

verde-escuro. A polpa é espessa, violácea, parecida com suco de uva, aromática,

saborosa e muito substancial (GOMES, 1972). A espécie frutifica durante todo o ano,

especialmente na curta estação seca.

As folhas são compostas, pinadas com arranjo espiralado de 40 a 80 pares de

folíolos. A inflorescência do tipo cacho possui flores estaminadas e pistiladas. O

sistema radicular é do tipo fasciculado, com raízes emergindo do estipe da planta adulta

até 40 cm acima da superfície do solo (NASCIMENTO, 2008).

Page 14: Patricia alexandre ms2011

14

2.2 Importância da cultura

O açaizeiro se destaca entre os diversos recursos vegetais pela sua abundância e

por produzir importante alimento para as populações locais, além de ser a principal

fonte de matéria-prima para a agroindústria de palmito no Brasil.

Pesquisas recentes mostram o novo aproveitamento do fruto do açaizeiro. O

caroço corresponde a 85% do peso total, do qual, a borra é utilizada na produção de

cosméticos; a fibra em móveis, placas acústicas, xaxim, compensados, indústrias

automobilísticas; os caroços limpos na industrialização, na torrefação de café,

panificação, extração de óleo comestível, fitoterápicos e ração animal, além de uso na

geração de vapor, carvão vegetal e adubo orgânico. A polpa representa 15% do fruto e é

aproveitada de forma tradicional, no consumo alimentar, sorvetes e outros produtos

derivados (TINOCO, 2005).

O fato de o fruto ter conquistado novos mercados e se tornado uma importante

fonte de renda e de emprego, fez com que o interesse pela implementação da produção

de frutos crescesse. Com a venda de polpa para outros estados crescendo

aproximadamente 30% ao ano, o que representa cerca de 12 mil toneladas, tem elevado

o preço do produto para os consumidores locais nas épocas de entressafra.

O reflexo imediato da valorização do produto resultou na expansão de açaizais

manejados em áreas de várzeas e estimulou a implantação de cultivos racionais em terra

firme. Os dados mais recentes estimam em mais de 15 mil hectares de áreas manejadas

e financiadas no estado do Pará, gerando aproximadamente 2000 empregos diretos. No

agronegócio do açaí, no Pará, é estimado o envolvimento de 25000 pessoas

(NOGUEIRA, 2006).

A planta é ideal para plantio ao longo das faixas úmidas que margeiam os rios,

igarapés e lagos, servindo ao mesmo tempo de proteção às nascentes e valorização da

propriedade (CALZAVARA, 1987).

2.3 Clima e solo

O clima da Região Amazônica é considerado como região tipicamente tropical.

As temperaturas médias anuais oscilam entre 22 e 27 oC, com as máximas variando de

28 a 33 oC e as mínimas de 17 a 23

oC. O fotoperíodo anual varia de 1400 a 2500 horas

Page 15: Patricia alexandre ms2011

15

de sol, que dependendo da alta nebulosidade e insolação variam de 35 a 60% do total de

horas. A umidade relativa da região varia entre 70 a 91%. A pluviosidade gira em torno

de 1300 a 3000 mm anuais, distribuídos em dois períodos, o mais chuvoso e o menos

chuvoso (BASTOS et al., 1986).

Sendo a espécie originária da Amazônia, o clima adequado a cultura é o tropical

úmido, com temperatura média anual acima dos 22 oC e precipitação acima de 1600 mm

por ano. Não tolera geada, especialmente quando jovem, com altura inferior a 60 cm

(GOMES, 1972).

A cultura desenvolve-se mesmo em solos pobres e ácidos. No entanto,

desenvolve-se mais rapidamente em solos com maior fertilidade. A produção do

palmito em áreas de baixa fertilidade deve-se basear na reposição de nutrientes através

de adubações anuais parceladas.

2.4 Propagação

A propagação da espécie é feita tanto por via sexuada (sementes) como por via

assexuada (retirada de perfilhos).

Na propagação por sementes devem ser obtidas de plantas sadias e vigorosas,

isentas de pragas e doenças, além de apresentarem precocidade e boa produtividade. As

mesmas devem ser semeadas rapidamente, pois são recalcitrantes, ou sejam perdem

rapidamente a viabilidade comprometendo a produção de mudas. As temperaturas

abaixo de 15 °C comprometem o poder de germinação, o mesmo ocorre quando o teor

de umidade é reduzido para níveis próximos a 20% (EMBRAPA, 1997).

O comportamento recalcitrante das sementes de açaí impede o armazenamento

das mesmas por períodos longos. De maneira que, para o armazenamento por períodos

curtos ou para realizar o transporte de sementes de um local para o outro pode ser feito

por dois sistemas: o primeiro seria colocar as sementes em camadas com substrato

úmido alternadamente (vermiculita, serragem ou carvão moído), sendo o material

acondicionado em caixas de madeira, isopor ou sacos plásticos. No segundo sistema, as

sementes são enxugadas para reduzir o teor de umidade para 25 a 30%, tratadas com

fungicida (Benomyl) a 0,1% durante dez minutos e embaladas em sacos de plástico com

capacidade para 5 kg. Em ambos os casos, o período de armazenamento não deve

Page 16: Patricia alexandre ms2011

16

ultrapassar vinte dias, pois muitas sementes poderão iniciar a germinação dentro da

embalagem, dando origem a plantinhas de conformação anormal (GANTUSS, 2006).

A produção de mudas, por meio de perfilhos, é indicada para a propagação, em

pequena escala, de indivíduos que apresentem características desejáveis como alta

produtividade, elevado rendimento de polpa, maturação uniforme dos frutos no cacho e

período de frutificação na entressafra. Esse processo deve ter o seu uso restrito aos

trabalhos de melhoramento genético, pelas dificuldades de serem obtidos perfilhos em

número suficiente, além de sua baixa taxa de sobrevivência em viveiro ou no campo

(FARIAS Neto et al., 2005).

A produção de mudas a partir de sementes é o processo mais indicado para o

estabelecimento de cultivos comerciais, pois possibilita produzir grande número de

indivíduos com menor custo, quando comparado com a propagação assexuada.

2.5 Fósforo

O fósforo é o macronutriente exigido em menor quantidade pelas plantas,

entretanto, sua baixa disponibilidade no solo faz com que seja aplicado em grandes

quantidades em adubações realizadas em várias culturas no Brasil. Isso ocorre devido à

baixa dinâmica do fósforo nos solos, aliada à sua forte tendência de ser fixado e de

reagir com outros componentes como o ferro, o alumínio e o cálcio, dentre outros,

formando compostos de baixa solubilidade (MALAVOLTA, 2006).

As quantidades totais de fósforo nos solos brasileiros, na profundidade de 0 – 20

cm variam entre 0,005 e 0,2% o que corresponde a 110 – 4400 kg.ha-1

(MALAVOLTA,

2006). O fósforo da planta e do solo está presente como fosfato, livre e esterificado,

através de um grupo de hidroxila a uma cadeia carbônica (C – O – P).

O fósforo apresenta-se de forma pouco solúvel e, portanto, de difícil assimilação

pelas culturas. Caracteriza-se por ser pouquíssimo móvel e por não possuir uma via

natural de reposição, o que aumenta a importância da fertilização. Provém da

degradação dos minerais, da matéria orgânica e de resíduos orgânicos em

cãoomposição. Somente uma pequena parte desse fósforo se encontra em solução

disponível para as plantas e está é enriquecida pela fertilização (DIAS et al., 2006).

Outra função-chave que o elemento desempenha é no processo de transferência e

armazenamento de energia, pois compõe a molécula do ATP (MARSCHNER, 1995;

Page 17: Patricia alexandre ms2011

17

TAIZ; ZEIGER, 2004), influencia no metabolismo de açúcares, na divisão celular, no

alongamento das células e na transferência de informação genética (MALAVOLTA,

1997).

Além de promover a formação e o crescimento prematuro de raízes, melhora a

eficiência no uso da água, e quando em alto nível no solo, ajuda a manter a absorção

deste pelas plântulas, mesmo sob condições de alta tensão de umidade do solo (LOPES,

1989).

Diversas pesquisas evidenciam a importância da aplicação de diferentes fontes e

doses de fertilizantes fosfatados na fase de muda das espécies frutíferas, como

mangabeira (DIAS et al., 2006) mamoeiro (MELO et al., 2007), maracujazeiro

(PRADO et al., 2005) e goiabeira (LACERDA et al., 2008).

Prado et al. (2005) estudando o efeito da adubação fosfatada na produção de

mudas de maracujazeiro amarelo verificou que o fósforo melhorou o estado nutricional

das mudas, assim como, um maior crescimento das mudas no que se refere a matéria

seca da parte aérea e da raiz.

Lima et al. (2007) encontrou respostas positivas para a altura, número de folhas,

matéria seca da parte aérea e matéria seca total em mudas de maracujazeiro amarelo,

proporcionando melhor qualidade das mudas.

Segundo Malavolta (1997), as plantas absorvem o fósforo da solução do solo,

que apresenta pequenas quantidades de fósforo, porém, o suprimento deve ser

continuamente reabastecido para liberação de fósforo de minerais e da matéria orgânica.

Do ponto de vista do aproveitamento do fósforo pelas plantas, o pH parece ser a

variável com maior influencia na disponibilidade. Com o pH ácido o fósforo fica

indisponível para as culturas, de maneira que a medida que o pH tende para a

neutralização da acidez há a elevação do pH na calagem, o fósforo passa a ser

disponibilizado para as culturas (MALAVOLTA, 2006).

2.6 Substrato

Entende-se como substrato para plantas o meio onde se desenvolvem suas raízes

produzidas antes do plantio definitivo (KÄMPF, 2000). O substrato serve de suporte

para as plantas, podendo ainda regular a disponibilidade de nutrientes às mesmas. Ele

pode ser formado de solo mineral ou orgânico, de um só ou de diversos materiais em

Page 18: Patricia alexandre ms2011

18

mistura, apresentando como características o equilíbrio adequado entre umidade e

aeração, porosidade o suficiente a fim de permitir trocas gasosas eficientes, livre de

patógenos ou microrganismos saprófitos, isento de propágulos (sementes ou estruturas

vegetativas) de invasoras e de baixa densidade (KÄMPF, 2000).

Segundo Fachinello et al., (2005), a mistura de dois ou mais substratos permite

que se associem as vantagens e se superem as desvantagens dos diferentes materiais.

O substrato deve possuir boas características em relação ao solo como o poder

de tamponamento para o valor do pH e capacidade de retenção de nutrientes (KÄMPF,

2000), adequada fertilidade (CASARIN et al., 1989) e baixa relação C/N (MILNER,

2005).

De acordo com Milner (2005) as propriedades físicas de um substrato são mais

importantes que as químicas, já que não podem ser facilmente modificadas e as

propriedades físicas desejáveis, entre outras, são a baixa densidade e a alta porosidade.

O substrato também deve ser suficientemente poroso, a fim de permitir trocas

gasosas eficientes, favorecendo a respiração das raízes e a atividade dos microrganismos

do meio. Essa característica é importante, pois o pequeno volume da embalagem leva a

uma alta concentração de raízes exigindo elevado suprimento de oxigênio e rápida

remoção de gás carbônico (KÄMPF, 2000).

A cultura do açaí, por ainda ser extrativista e existirem pouquíssimos cultivos

manejados não tem um substrato definido para a produção de mudas. A Comissão

Estadual de Sementes e Mudas do Pará (1997) de acordo com Oliveira (2000)

estabeleceu algumas normas e padrões para a produção de mudas fiscalizadas de açaí

obtidas por sementes: as mudas deverão ter de quatro a oito meses de idade, apresentar

altura entre 40 a 60 cm, medidos a partir do colo da planta, a comercialização das mudas

somente será permitida em torrões, acondicionadas em sacos de plástico, sanfonados e

perfurados ou equivalente, com mínimo de 15 cm de largura e 25 cm de altura.

2.7 Experimentos com misturas

Um experimento com mistura é o resultado da junção entre dois ou mais

ingredientes misturados para formar um produto final. A resposta a ser medida é função

das proporções dos componentes presentes, seja em massa ou volume e não da

quantidade da mistura.

Page 19: Patricia alexandre ms2011

19

Esse tipo de experimento objetiva identificar os componentes que são mais

importantes. Para isso o pesquisador deve considerar ou pré-estabelecer os componentes

a serem utilizados na experiência, para reduzir ao máximo possível o número de

componentes possíveis, facilitando assim, a execução do experimento e as

interpretações das análises (NETO et al., 2003).

Os experimentos com mistura podem ser utilizados nas mais variadas áreas,

desde a farmacêutica, têxtil e agrícola. Na área agrícola esses experimentos podem ser

utilizados nas pesquisas com misturas de fertilizantes, agrotóxicos e substratos para a

produção de mudas.

As proporções devem ser não negativos, sua mistura deve ser igual a 1. O espaço

da experimentação de uma mistura com q componentes, no qual a proporção do i-ésimo

componente é representada por xi, fica reduzido a uma região simplex que é uma

configuração espacial determinada por um número de pontos um mais do que o número

de dimensões do espaço, limitada pelas condições (CORNELL, 2001):

Xi ≥ 0, 1≤ i ≤ q

Sendo que:

Onde: Xi = proporção do i-ésimo componente.

As variáveis Xi são linearmente dependentes, uma vez que a alteração da

proporção de um componente na mistura ocasionará na mudança da proporção de pelo

menos um dos componentes da mistura. O formato do espaço experimental depende do

número de componentes da mistura, para uma mistura constituída por três componentes

a figura será triangular (Figura 1).

Figura 1. Formação do triângulo das concentrações com seus limites inferiores e

superiores dos componentes da mistura

Page 20: Patricia alexandre ms2011

20

A interpretação das análises se inicia com a observação dos componentes da

mistura nas extremidades do triangulo. Estando representadas as variáveis estudadas

com suas concentrações máximas e mínimas. Dentro do triângulo se encontram os

valores de uma variável qualquer. A interpretação deve iniciar da menor concentração

do componente para a maior, onde se analisa se o componente influenciou

positivamente ou não a variável avaliada. Após a avaliação dos três componentes

isoladamente, observa-se a junção das três retas ilustrativas, formando uma mediatriz,

demonstrando o ponto médio dos três componentes da mistura (Figura 2).

Figura 2. Etapas interpretativas da figura tríplex em experimentos com misturas.

Fonte: Dias et al.(2006).

Page 21: Patricia alexandre ms2011

21

CAPÍTULO I

Crescimento e teor de macronutrientes de mudas de açaizeiro em substratos

adubados com fósforo

RESUMO

O substrato tem papel importante no desenvolvimento das mudas, disponibilizando

nutrientes e condições adequadas para a formação da mesma. Para a produção de mudas

de açaizeiro não existe informação sobre substratos. De essa forma, o objetivo deste

experimento avaliar o crescimento e os teores foliares de N, P e K de mudas de

açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) em substratos adubados com fósforo . Para o efeito,

um experimento foi desenvolvido no CCA/UFPB, entre os meses de dezembro de 2009

a setembro de 2010. Os substratos foram obtidos pela combinação de solo (50 a 80%),

areia (0 a 20%), esterco bovino (0 a 30 %) adubados com superfosfato simples nas

doses de 0 e 3 g.dm-3

. Os tratamentos foram distribuídos em um delineamento em

blocos casualizados com 18 tratamentos, quatro blocos e cinco plantas por parcela.

Mensalmente foi avaliada a altura, o diâmetro, a taxa relativa de crescimento em altura e

em diâmetro (TRALT e TRCD). No final do experimento aos 270 dias após a

emergência foram determinados a área foliar e radicular das mudas, a massa da matéria

seca da parte aérea e da parte radicular, e a relação raiz/parte aérea, valores SPAD, a

relação Fv/Fm e os teores dos macronutrientes N, P e K. Os resultados foram

submetidos à análise de variância e de regressão apropriada para os experimentos com

mistura. O fósforo não influenciou o crescimento das mudas de açaizeiro. O substrato

constituído por 20% de areia, 53,8% de solo e 26,2% de esterco resultou no maior

crescimento das mudas. Para os teores foliares de nitrogênio, fósforo e potássio, o maior

valor estimado foi obtido no substrato contendo 0% de areia, 70% de terra vegetal e

30% de esterco bovino.

Palavras chave: Euterpe oleracea Mart.; nutrição; clorofila.

Page 22: Patricia alexandre ms2011

22

Growth and macronutrients concentration of açai (Euterpe oleracea Mart.)

seedlings in growing media fertilized with phosphorus

Abstract

The substrate has an important role in seedling growth, nutrient uptake and appropriate

conditions for the formation of the same. For the production of seedlings açaizeiro no

information on substrates. In this way, the objective of this experiment to evaluate the

growth and foliar concentrations of N, P and K in seedlings of açai (Euterpe oleracea

Mart.) In substrates fertilized with phosphorus. To this end, an experiment was

conducted at the CCA / UFPB, between the months of December 2009 to September

2010. The substrates were obtained by the combination of soil (50 to 80%), sand (00-

20%), manure (00-30%) fertilized with superphosphate at rates of 0 and 3 g.dm-3.

Treatments were arranged in a randomized block design with 18 treatments, four blocks

and five plants per plot. Each month was evaluated height, diameter, the relative rate of

growth in height and diameter (TRALT and TRCD). At the end of the experiment 270

days after emergency were determined leaf area and root of seedlings, the dry mass of

shoots and of roots and root / shoot, SPAD values, the ratio Fv / Fm using the

fluorometer Model OS-30P and macronutrient content of N, P and K. The results were

subjected to analysis of variance and regression suitable for mixture experiments. The

match did not influence the growth of seedlings of açai. The substrate consists of 20%

sand, 53.8% and 26.2% of soil manure resulted in higher growth. For foliar

concentrations of nitrogen, phosphorus and potassium, the highest estimated value was

obtained in the substrate containing 0% sand, 70% of soil and 30% of cattle manure.

Key words: Euterpe oleracea Mart.; nutrition; chlorophyll

Page 23: Patricia alexandre ms2011

23

1. INTRODUÇÃO

O açaí, pertencente à família Arecaceae, é uma fruteira que vem sendo apontada

como a espécie de maior importância econômica, social e cultura da Região Norte.

A espécie tem como principais produtos o palmito, amplamente utilizado, e o

fruto, o qual pode ser consumido na forma in natura, como sorvete, vinhos e licores

(Oliveira e Fernandes, 2001; Donadio et al., 2003).

Como a espécie é nativa, pouco se sabe sobre suas exigências nutricionais ou

qual o substrato mais adequado para a produção de mudas.

Na propagação por sementes, o substrato tem a finalidade de proporcionar

condições adequadas à germinação e/ou ao desenvolvimento inicial da muda. Conforme

a técnica de propagação adotada, pode-se dispor de um mesmo material durante todo o

período de formação da muda, bem como utilizar materiais diferentes em cada fase

(Ramos et al., 2002).

O substrato desempenha papel importante no desenvolvimento das mudas, uma

vez que os mesmos devem apresentar propriedades físicas, químicas e biológicas

adequadas e fornecer os nutrientes necessários, requisitos fundamentais para o

estabelecimento da muda (Silva et al., 2001), de maneira que o substrato de boa

qualidade propicia mudas mais vigorosas e isentas de pragas e doenças.

Para produção de mudas a adubação mineral é de grande importância e dentre os

macronutrientes, o fósforo é indicado por desempenhar função importante na

fotossíntese, além de promover a formação inicial e o desenvolvimento da raiz,

aumentando a eficiência da utilização de água pela planta, bem como a absorção e a

utilização de todos os outros nutrientes (Malavolta et al., 1997).

O fósforo desempenha papel como fonte de energia para a síntese de proteínas,

sendo que a falta se reflete no menor crescimento da planta (Malavolta, 1980).

Diante do exposto, este experimento teve como objetivo avaliar o crescimento e

os teores foliares de N, P e K de mudas de açaizeiro adubadas com fósforo.

Page 24: Patricia alexandre ms2011

24

2. MATERIAL E MÉTODOS

Este experimento foi desenvolvido de dezembro de 2009 a setembro de 2010,

em estufa localizada no Campus II da Universidade Federal da Paraíba, no município de

Areia-PB.

As sementes foram obtidas na feira livre em Belém, PA. As mesmas foram

despolpadas em máquina despolpadeira e apresentavam condições sanitárias adequadas.

O semeio ocorreu em bandejas de plástico contendo como substrato areia lavada

autoclavada. Após a germinação (45 dias) e quando as mudas estavam com altura

aproximada de 10 cm efetuou-se o transplantio para sacos de polietileno com

capacidade para 4 dm3 de substrato contendo os respectivos tratamentos.

Os substratos utilizados foram obtidos pela combinação de esterco bovino (0 a

30 %), areia (0 a 20 %) e solo (50 a 80 %). A irrigação foi feita diariamente com o

auxílio de regadores de plástico aplicando 7,5 litros por bloco.

O fósforo foi adicionado aos tratamentos 90 dias após o transplantio nas doses

de 0 e 3 g dm-3

de superfosfato simples como mostra a Tabela 1.

Tabela 1. Composição dos substratos compostos por solo, areia e esterco

Tratamentos Solo (%) Esterco bovino

(%)

Areia (%) Superfosfato

simples (g.dm-3

)

1 68 12 20 0

2 50 30 20 0

3 60 30 10 0

4 70 30 0 0

5 80 12 8 0

6 80 0 20 0

7 72 8 20 0

8 70 20 10 0

9 80 20 0 0

10 68 12 20 3

11 50 30 20 3

12 60 30 10 3

13 70 30 0 3

14 80 12 8 3

15 80 0 20 3

16 72 8 20 3

17 70 20 10 3

18 80 20 0 3

Page 25: Patricia alexandre ms2011

25

O delineamento utilizado foi o de blocos causalizados com 18 tratamentos,

quatro repetições e cinco plantas por parcela.

Mensalmente foi avaliada a altura e o diâmetro, para posterior cálculo da taxa

relativa de crescimento em altura e em diâmetro (TRALT e TRCD). No final do

experimento, aos 270 dias após a emergência foram determinados a área foliar e

radicular, a massa da matéria seca da parte aérea e da parte radicular, a relação

raiz/parte aérea (R/PA), os valores SPAD, a relação Fv/Fm e os teores foliares de N, P e

K.

As leituras referentes à altura e diâmetro do caule foram realizadas mensalmente

após o transplantio com o auxílio de régua centimetrada, efetuando-se a medição a partir

do colo da muda até o ápice do folíolo da folha e o paquímetro foi utilizado para

medição do diâmetro efetuado no colo da planta.

Para o cálculo da taxa relativa do crescimento em altura e em diâmetro utilizou-

se a seguinte fórmula de acordo com Hunt (1990).

TR = (ln Y2 – ln Y1) / t2 - t1

Sendo: TR = taxa relativa do crescimento em altura e diâmetro;

Y1 = valor numérico da variável no tempo t1;

Y2 = valor numérico da variável no tempo t2;

ln = logarítimo neperiano.

Para a variável área foliar, a leitura foi realizada aos 270 dias após a germinação,

as mudas foram retiradas dos recipientes, lavadas em água corrente e em seguida foram

digitalizadas com câmera digital. Posteriormente, as imagens foram processadas no

software Sigma Scan Pro 5.0 Demo (www.spss.com).

Os valores SPAD foram obtidos através da leitura realizada com o SPAD-502

Minolta, Japão. As medidas da fluorescência da clorofila foram obtidas com o

fluorômetro OS-30P (OptiSciences Inc).

Na coleta do experimento que aconteceu 270 dias após sua instalação foram

realizadas as determinação dos valores SPAD, sendo efetuada a leitura em 10 pontos da

folha. Para a fluorescência da clorofila, a leitura foi realizada com o auxílio do

fluorômetro (modelo OS-30P da OptiSciences In.), em que a leitura foi efetuada com o

auxílio de uma presilha fixada em cada folha de açaí por um período de 30 minutos,

objetivado impedir a entrada de luz na área analisada. A partir da referida leitura é

Page 26: Patricia alexandre ms2011

26

possível obter dados referentes à fluorescência inicial (Fo), fluorescência máxima (Fm)

e a eficiência fotossintética (Fv/Fm).

Para a determinação da massa da matéria seca da parte aérea e da raiz procedeu-

se o acondicionamento das mudas em sacos de papel, identificados e colocados para

secar em estufa de circulação forçada de ar a 65 oC, até atingirem peso constante.

Avaliou-se o teor foliar de N, P e K de acordo com a metodologia proposta por

Tedesco et al. (1995). O material colhido foi lavado em água corrente e enxaguado em

água destilada, em seguida, colocados em sacos de papel e secos na estufa com

circulação de ar a 65oC até atingirem peso constante, sendo em seguida trituradas em

moinho e encaminhadas para as devidas análises.

Para realizar o cálculo dos valores expressos em Pseudo unidades considerou-se

uma equação para cada componente do substrato: solo (50 + 50x), areia (0 + 50x) e

esterco (0 + 50x). De modo que o valor a ser considerado para a variável x é o valor

expresso na figura no eixo dos x. Após a substituição na equação o resultado obtido é o

valor verdadeiro para a variável.

Os resultados foram submetidos à análise de variância e de regressão apropriada

para os experimentos com misturas (CORNELL, 2001). As análises estatísticas foram

realizadas com o Software Design Expert 7.0 Trial (Stat. Ease Inc., Minneapolis, MN),

conforme esquema apresentado na Tabela 4

Otimização das variáveis foi feita de forma individual e simultânea com base no

critério “Desirability”.

Page 27: Patricia alexandre ms2011

27

Tabela 2. Resumo do quadro da análise de variância

FV Gl

Blocos 3

Tratamentos 17

Efeito linear 2

P 1

Areia x solo 1

Areia x esterco 1

Areia x P 1

Solo x esterco 1

Solo x P 1

Esterco x P 1

Areia x solo x esterco 1

Areia x solo x P 1

Areia x esterco x P 1

Solo x esterco x P 1

Areia x solo (areia-solo) 1

Solo x esterco (solo-esterco) 1

Areia x solo x P (areia-solo) 1

Solo x esterco x P (solo- esterco) 1

Resíduo 32

Total 71

Page 28: Patricia alexandre ms2011

28

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Parte aérea

3.1.1 Altura

Verificou-se efeito significativo para a interação entre solo e esterco, areia e solo

e também da areia e esterco.

Houve aumento da altura das mudas de açaí com o aumento da percentagem de

esterco até 7,5% da percentagem do componente no substrato, passando a exercer efeito

negativo (Figura 3).

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.

Figura 3. Altura de mudas de açaizeiro aos 270 dias após a emergência em função dos

componentes do substrato.

Inicialmente o solo diminuiu a altura das mudas, no entanto, posteriormente,

houve aumento proporcional ao aumento do percentual deste componente no substrato.

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

14.09

17.19

20.30

23.40

23.40 23.40

26.50

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

14.00

19.50

25.00

30.50

36.00

A

A

BB

C

C

Altura (cm) Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

Alt

ura

(cm

)

Altura = 28,30 A – 102,93 B + 158,70 C + 278,48 AB – 342,07 AC – 7,73 BC – 97,75 AB (A-B) + 536,32

BC (B-C); R2 = 80,9%; C.V. = 8,8%

Page 29: Patricia alexandre ms2011

29

Já a areia exerceu efeito negativo, diminuindo a altura das mudas com o aumento do seu

percentual no substrato.

Segundo Fernandez (2002) a altura das plantas pode não ser um bom indicativo

da qualidade de mudas, devido a fatores que podem influenciar os tratamentos, como a

competição entre as plantas em função da luminosidade que pode causar estiolamento

destas por mais controlado que seja o ambiente utilizado para condução do experimento.

Os resultados encontrados diferem dos obtidos por Bovi et al. (2002) que

estudando mudas de pupunheira jovens em condições de viveiro, obteve respostas

positivas da adubação fosfatada tanto para crescimento da parte aérea quanto para do

sistema radicular.

O valor máximo da altura estimada variou de 17,7 cm a 35,2 cm e foi obtido no

substrato contendo 20% de areia, 74,2% de solo e 5,8% de esterco.

3.1.2 Taxa relativa de crescimento em altura (TRALT)

Houve efeito significativo entre areia, solo e esterco. O esterco provocou

redução na taxa relativa de crescimento em altura quando sua percentagem no substrato

foi de 7,5%, para posteriormente favorecer o aumento da mesma (Figura 4).

O solo proporcionou aumento da TRALT até aproximadamente 57,5% de seu

percentual no substrato. A areia aumentou a taxa de crescimento relativo em altura até

62,5% de sua percentagem no substrato, tendo proporcionado em seguida efeito

negativo reduzindo a TRALT com o aumento da sua proporção no substrato.

A taxa relativa do crescimento em altura é considerada um índice de eficiência

que expressa o crescimento em termos de taxa de aumento da massa por unidade de

massa presente, permitindo comparações mais equitativas que a taxa absoluta de

crescimento (HUNT, 1990).

A taxa relativa de crescimento em altura variou de 2,34 a 8,13 mm.m-1

dia e foi

obtida com 20% de areia, 76,8% de solo e 3,2% de esterco bovino.

Page 30: Patricia alexandre ms2011

30

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.

Figura 4. Taxa relativa do crescimento em altura de mudas de açaizeiro em função dos

componentes do substrato.

3.1.3 Área foliar

Houve efeito significativo na interação entre areia, solo e esterco. O fósforo não

afetou a área foliar das mudas de açaí.

O esterco aumentou a área foliar com sua percentagem no substrato até 7,5%,

para posteriormente diminuir com seu aumento (Figura 5).

O solo diminuiu inicialmente diminuição a área foliar, para posteriormente

aumentar com o aumento da sua percentagem no substrato. A areia diminuiu a área

foliar à medida que sua percentagem aumentava no substrato.

A expansão foliar está estreitamente relacionada à expansão das células

epidérmicas (MARSCHNER, 2002) e a concentração interna de fósforo no tecido,

sendo que a disponibilidade de fósforo inibe severamente a taxa de crescimento foliar

(CAKMAK et al., 1994; LÓPEZ-BUCIO et al., 2002), sendo afetado pela deficiência

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

3.41

3.41

3.92

3.92 4.44

4.44

4.96

4.96

5.48

TRALT (mm.m-1

dia-1

)

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

Proporção dos componentes em

Pseudo unidades

TR

AL

T (

mm

.m-1

dia

-1)

TRALT = - 74,73 A + 10,82 B – 11,43 C + 144,61 AB + 169,95 AC + 13,82 BC – 199,23 ABC + 98,02

AB (A-B) – 45,19 BC (B-C); R2 = 96,5%; C.V. = 16,2%

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

2.30

3.77

5.25

6.72

8.20

AA

B

B

C

C

Page 31: Patricia alexandre ms2011

31

hídrica e pela deficiência ou excesso de fósforo associado à menor condutividade

hidráulica do sistema radicular (HALSTED; LYNCH, 1998; MARSCHNER, 2002).

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.

Figura 5. Área foliar de mudas de açaizeiro em função dos componentes do substrato

A combinação dos componentes do substrato que favoreceu maior área foliar

estimada variando de 69,3 a 471,2 cm2 foi 20% de areia, 73,8% de solo e 6,2% de

esterco.

3.1.4 Massa da matéria seca foliar

Houve efeito significativo na interação entre areia, solo e esterco. O fósforo não

exerceu efeito significativo sobre a massa da matéria seca foliar em mudas de açaizeiro.

A adição de esterco bovino no substrato aumentou a massa da matéria seca foliar até

7,5% no substrato (Figura 6). O aumento do percentual de areia no substrato a massa da

matéria seca foliar. O solo inicialmente diminuiu a massa da matéria seca foliar

A: Areia50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

107.74

139.83

171.91

204.00

204.00

236.09

236.09

236.09

Área foliar (cm2.muda

-1)

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

unidades

Áre

a f

oli

ar

(cm

2.m

ud

a-1

)

Área foliar = 1755,48 A – 53,12 B + 2372,94 C – 2029,39 AB – 8136,18 AC – 3769,54 BC + 9276,19

ABC + 5094,25 BC (B-C); R2 = 86%; C.V. = 27,8%

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

60.00

120.00

180.00

240.00

300.00

A

AB

B

C

C

Page 32: Patricia alexandre ms2011

32

inicialmente aumentando-a posteriormente com o aumento da sua proporção no

substrato.

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.

Figura 6. Massa da matéria seca foliar (MMSF) de mudas de açaizeiro em função dos

componentes do substrato.

Os resultados obtidos neste experimento são semelhantes aos obtidos por

Lacerda et al. (2008), que estudando o crescimento de mudas da goiabeira Paluma

verificou diminuição da massa seca foliar com o aumento das proporções de areia e

solo.

O efeito positivo do esterco bovino sobre o crescimento das plantas se deve não

somente ao suprimento de nutrientes, mas também, à melhoria da fertilidade e da

estrutura do solo, e no fornecimento de água, proporcionando melhor aproveitamento

dos nutrientes originalmente presentes (FILGUEIRA, 2000).

De forma semelhante aos resultados obtidos neste experimento, Bovi et al.

(2002) verificaram que o fósforo não exerceu efeito positivo na massa aérea de mudas

de pupunheira.

A: Areia50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

1.26

2.53

3.80

5.07

5.07

5.07

6.34

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

0.00

2.75

5.50

8.25

11.00

A

A

B

BC C

Massa da matéria seca foliar

(g.muda-1

)

MM

SF

(g

.mu

da

-1)

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

Massa da matéria seca foliar = 67,72 A – 24,08 B + 77,24 C – 46,70 AB – 285,53 AC – 88,78 BC +

257,32 ABC – 60,53 AB (A-B) + 205,84 BC (B-C); R2 = 80,5%; C.V. = 24%

Page 33: Patricia alexandre ms2011

33

A máxima massa da matéria seca foliar estimada variou de 1,97 a 10,84 g.muda-

1 foi obtida no substrato contendo 20% de areia, 74% de solo e 6,0% de esterco bovino,

na ausência da adubação fosfatada.

3.1.5 Relação raiz e parte aérea (R/PA)

Houve efeito significativo da interação entre areia, solo e esterco, e da interação

entre solo, esterco e superfosfato simples. A relação raiz/parte aérea cresceu com o

aumento da concentração de esterco no substrato (Figura 7). A areia promoveu efeito

positivo na relação raiz/parte aérea com o aumento de sua concentração no substrato.

Na presença da adubação com superfosfato simples o solo promoveu o

crescimento da relação R/PA até determinada concentração, passando a exercer efeito

negativo, com o aumento do percentual de solo no substrato.

O substrato contendo 20% de areia, 58,6% de solo e 21,4% de esterco, na

presença de adubação com superfosfato simples, proporcionou a maior relação R/PA.

Page 34: Patricia alexandre ms2011

34

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.

Figura 7. Relação R/PA de mudas de açaizeiro em função dos componentes do

substrato.

3.1.6 Diâmetro

Houve efeito significativo da interação entre areia, solo e esterco bovino. O

esterco teve efeito negativo sobre o crescimento do diâmetro do caule até 8,5% de sua

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

0.58

0.58

0.63

0.63

0.690.69

0.74

0.740.80

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

0.33

0.50

0.68

0.85

1.02

A

A

BB

C

C

A: Areia50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

0.58

0.58

0.63

0.63

0.69

0.74

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

0.33

0.50

0.68

0.85

1.02

A

A

BB

C

C

R/PA Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

Rel

açã

o r

aiz

/pa

rte

aér

ea

SPS 3 g.dm-3

R/PA = 4,75 A + 3,77 B – 0,23 C – 14,54 AB – 5,09 AC – 7,370E-003 AD – 4,63 BC – 0,17 BD – 0,081

CD + 15,07 ABC + 0,62 BCD – 8,16 BC (B-C); R2 = 77,7%; C.V. = 17,5%

SPS 0 g.dm-3

Page 35: Patricia alexandre ms2011

35

percentagem na composição do substrato, para em seguida aumentar o diâmetro à

medida que as concentrações aumentavam (Figura 8). O comportamento da areia foi

idêntico ao do esterco.

O solo apresentou efeito contrário aos outros dois componentes, pois aumentou

o diâmetro das mudas inicialmente, com diminuição posterior.

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.

Figura 8. Diâmetro das mudas de açaizeiro aos 270 dias após a emergência em função

dos componentes do substrato.

O diâmetro de planta vem sendo usado frequentemente para avaliar crescimento

vegetativo em palmeiras, sendo um bom indicador (BONNEAU et al., 1993;

CLEMENT, 1995; CLEMENT; Bovi, 2000).

Avaliando o diâmetro de mudas de pupunheira Bovi et al. (2002) relata que não

foi observado efeito significativo da adubação fosfatada, resultados semelhantes tem

sido encontrado por outros autores (OLLAGNIER; OCHS, 1980; TAMPUBOLON et

al., 1990; ZAMORA; FLORES, 1985).

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

9.67

10.89

12.12

13.34

13.34

14.57

14.57

14.57

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

8.00

10.43

12.85

15.27

17.70

A

AB

B

C

C

Diâmetro (mm)

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

Diâ

met

ro (

mm

)

Diâmetro = 81,47 A – 2.60 B + 93.40 C – 79,27 AB – 317,09 AC – 124.37 BC + 316,16 ABC + 205,02

BC (B-C); R2 = 91,7%; C.V. =11,2%

Page 36: Patricia alexandre ms2011

36

O maior diâmetro do colo de mudas é um bom indicativo para a escolha de

mudas de qualidade, sendo esta característica um indicativo da capacidade de

sobrevivência destas no campo (DANIEL et al., 1997; FERNANDEZ 2002).

O maior valor estimado do diâmetro do caule foi obtido no substrato composto

por 20% de areia, 73,5% de solo e 6,5% de esterco bovino na ausência da adubação com

superfosfato simples.

3.1.7 Taxa relativa de crescimento em diâmetro (TRCD)

Verificou-se efeito significativo para a interação entre areia, solo e esterco.

Tanto o aumento da proporção de esterco quanto o de areia resultaram nos menores

valores da TRCD (Figura 9).

O solo apresentou comportamento oposto ao esterco e a areia, pois aumentou a

taxa de crescimento relativa em diâmetro.

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.

Figura 9. Taxa relativa do crescimento em diâmetro de mudas de açaizeiro em função dos

componentes do substrato.

A: Areia50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

5.40

5.52

5.52

5.63

5.63

5.74

5.74

5.85

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

3.70

4.58

5.45

6.33

7.20

A A

BB

C

C

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades TRCD (mm.dia

-1)

TR

CD

(m

m.d

ia-1

)

TRCD = 7,98 A + 4,83 B + 6,44 C – 7,59 AC; R2 = 46,8%; C.V. = 10,7%

Page 37: Patricia alexandre ms2011

37

A análise de crescimento mostra as condições morfofisiológicas da planta em

diferentes intervalos de tempo acompanhando assim seu crescimento. De acordo com

Benincasa (2003) é bastante preciso para avaliar o crescimento e mensurar a

contribuição de diferentes processos fisiológicos sobre o comportamento vegetal.

A máxima taxa relativa de crescimento em diâmetro variou de 3,74 a

7,10mm.dia-1

foi obtida com a combinação no substrato de 20% de areia, 80% de solo e

0% de esterco bovino.

3.1.8 SPAD

Verificou-se efeito significativo da interação entre solo e esterco. Houve

aumento dos valores SPAD com o aumento da proporção de solo no substrato (Figura

10).

A adição de esterco no substrato diminuiu os valores SPAD quando a

percentagem do esterco era de 15% no substrato para aumentar posteriormente esses

valores. A areia diminuiu os valores SPAD.

A = Areia; B =Solo; C = Esterco bovino.

Figura 10. Valores SPAD de mudas de açaizeiro em função dos componentes do

substrato.

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

47.92

49.2249.22

50.51

51.81

53.10

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

30.00

38.00

46.00

54.00

62.00

A

A

B B

C

C

Valores SPAD

Va

lore

s S

PA

D

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

SPAD = 44,51 A + 61,64 B + 67,26 C – 35,60 AC – 60,76 BC; R2 = 25,7%; C.V. = 12,4%

Page 38: Patricia alexandre ms2011

38

Os valores SPAD refletem a intensidade da cor verde das folhas. São calculados

a partir de certa quantidade de luz emitida pelo instrumento e refletida pela folha

(SALLA et al., 2007).

Nesta pesquisa os valores SPAD variaram de 30,1 a 61,7. Não existem

informações na literatura com relação aos valores SPAD adequados para a cultura do

açaí.

3.1.9 Relação Fv/Fm

Não foi verificado efeito significativo dos componentes do substrato para a

variável. A relação Fv/Fm variou de 0,683 a 0,805.

A relação Fv/Fm é a variável mais utilizada em pesquisas utilizando a técnica da

fluorescência da clorofila. A relação está diretamente correlacionada com a eficiência

fotoquímica do fotossistema II variando entre 0,800 ± 0,50 que correspondem ao uso da

energia para os processos fotoquímicos (BJÖRKMAN; DEMMIG, 1987; BOLHÀR-

NORDENKAMPF et al., 1989; MOHAMMED et al., 1995).

3.1.10 Teor foliar de nitrogênio

Não foi verificado efeito significativo dos componentes do substrato sobre o teor

foliar de nitrogênio. O teor foliar de nitrogênio variou 14,35 a 23,8 g.muda-1

.

O nitrogênio é o nutriente mais abundante na planta, participa da síntese de

compostos orgânicos que formam a estrutura do vegetal, tais como: aminoácidos,

proteínas, nucleotídeos, ácidos nucléicos, clorofilas e coenzimas. De modo que se

houver baixa disponibilidade deste nutriente no solo as plantas não crescerão

satisfatoriamente havendo clorose generalizada (Malavolta, 1980).

Segundo Haag et al. (1992) o percentual de nitrogênio foliar varia de 1,95 a

1,66% em folhas jovens e velhas respectivamente.

Page 39: Patricia alexandre ms2011

39

3.1.11 Teor foliar de fósforo

Verificou-se efeito significativo da interação entre areia, solo e adubação fosfatada.

Houve elevação do teor foliar de fósforo com o aumento da percentagem de esterco

no substrato (Figura 11).

O solo diminuiu o teor foliar de fósforo com o aumento da sua percentagem no

substrato.

O esterco inicialmente diminuiu o teor de fósforo e posteriormente aumentou-o

com a maior proporção do esterco (30%).

O aumento do percentual de areia no substrato aumentou o teor foliar de fósforo

nas mudas de açaizeiro.

O fósforo está envolvido na osmose, balanço iônico e abertura e fechamento dos

estômatos, além de desempenhar função-chave na fotossíntese, na divisão e crescimento

celular, na transferência da informação genética, no metabolismo de açucares e no

armazenamento e transferência de energia. De maneira que, o fósforo promove a

formação, crescimento inicial, desenvolvimento da raiz, e conseqüentemente, o

crescimento da planta, aumentando a eficiência da utilização e absorção de água e

nutrientes (MALAVOLTA, 1997).

O teor máximo de fósforo foliar estimado é obtido com o substrato contendo

3,7% de areia, 56,3% de terra vegetal e 30% de esterco.

Page 40: Patricia alexandre ms2011

40

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.

Figura 11. Teor de fósforo foliar de mudas de açaizeiro em função dos componentes no

substrato.

3.1.12. Teor foliar de potássio

Verificou-se efeito significativo para a interação entre solo e esterco. O esterco

aumentou do teor foliar de potássio com a elevação da sua percentagem no substrato

Teor de Fósforo foliar

(g.kg-1

)

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

SPS 0 g.dm-3

SPS 3g.dm-3

Teo

r d

e F

ósf

oro

fo

lia

r

(g.k

g-1

)

Fósforo = 1,13 A + 0,93 B + 1,23 C + 1,64 AB – 2,865E-003 AD + 0,015 BD + 0,55 ABD – 1,92 AB

(A+B) – 0,23 ABD (A-B);R2 = 65,5%; C.V. = 13,2%

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

0.52

0.76

1.00

1.25

1.49

A

AB

BC

C

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

0.52

0.76

1.00

1.25

1.49

A A

B

B

C

C

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

0.88

0.94

1.00

1.06

1.13

1.091.04

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

1.06

1.13

1.13

1.09

1.19

1.21

1.16

1.20

1.20

Page 41: Patricia alexandre ms2011

41

(Figura 12). Enquanto que, a areia apresentou comportamento contrário reduzindo o

teor foliar do potássio com o aumento de seu percentual no substrato.

O solo aumentou o teor foliar de potássio na matéria seca proporcionalmente ao

aumento de sua percentagem no substrato.

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.

Figura 12. Teor foliar de potássio em função dos componentes no substrato.

Os resultados obtidos neste experimento estão de acordo com os encontrados por

Dias et al. (2006), que verificou aumento do teor de potássio com o aumento das

proporções de terra vegetal no substrato utilizado para produção de mudas de

mangabeira.

O potássio, juntamente com o nitrogênio são os nutrientes mais requeridos pelas

culturas, e frequentemente a resposta das plantas à adubação é mais dependente da

interação entres esses elementos (MALAVOLTA, 1997).

Mudas bem nutridas com relação ao teor de potássio na parte aérea demonstram

melhor eficiência fisiológica na ativação de enzimas essenciais nos processos

respiratórios e fotossintéticos, além de atuar no transporte de carboidratos e na

Potássio foliar = 8,07 A + 9,54 B + 12,37 C + 3,76 BC; R2 = 56,8%; C.V. = 11,8%

Teor foliar de Potássio

(mg.kg-1

)

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

Teo

r fo

lia

r d

e P

otá

ssio

(mg

.kg

-1)

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

9.67

10.1610.66

11.15

11.65

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

6.30

8.68

11.05

13.43

15.80

A

A

BB

C

C

Page 42: Patricia alexandre ms2011

42

transpiração da planta, abertura e fechamento dos estômatos entre outras funções

(MALAVOLTA, 1980).

O maior teor de potássio foliar estimado foi obtido no substrato contendo 0% de

areia, 70% de solo e 30% de esterco.

3.2. Sistema radicular

3.2.1 Massa da matéria seca radicular

Verificou-se efeito significativo na interação entre areia, solo e esterco. O

esterco proporcionou crescimento da matéria seca radicular até 7,5%, após esse valor,

ocorreu decréscimo da matéria seca radicular (Figura 13).

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.

Figura 13. Massa da matéria seca do sistema radicular (MMSR) de mudas de açaizeiro

em função da proporção dos componentes do substrato.

O solo diminuiu a massa da matéria seca radicular inicialmente, por outro lado, a

massa da matéria seca radicular aumentou à medida que o percentual de solo

A: Areia50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

1.83

3.08

4.32

5.56

5.56

5.566.81

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

1.50

3.85

6.20

8.55

10.90

A

AB

B

C C

MMSR(g.muda-1

)

MM

SR

(g

.mu

da

-1)

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

MMSR = 49,92 A – 18,34 B + 74,60 C – 17,86 AB – 250,75 AC – 90,55 BC + 221,80 ABC + 200,53 BC

(B-C); R2 = 80,6%; C.V. = 27,6%

Page 43: Patricia alexandre ms2011

43

aumentava. A areia teve comportamento diferente do esterco, diminuindo a massa da

matéria seca radicular com aumento de sua percentagem no substrato.

Os resultados encontrados estão de acordo com os encontrados por Melo et al.

(2007), que verificaram efeito não significativo da adubação fosfatada para a produção

de mudas de mamoeiro cv. Baixinho de Santa Amália.

Fernandes (2002) verificou efeito não significativo do adubo fosfatado sobre a

matéria seca da parte radicular em mudas de mangabeira, devido o substrato avaliado já

conter teores adequados de fósforo para o crescimento das mudas. O fósforo pode

alterar o desenvolvimento das plantas, atuando como nutriente que estimula a produção

de fitomassa (LÓPES-BUCIO et al., 2002).

O maior valor estimado de massa da matéria seca radicular foi obtido no substrato

composto por 20% de areia, 73,8% de terra vegetal e 6,2% de esterco.

3.2.2 Área radicular

Verificou-se efeito significativo para a interação entre areia, solo e esterco. A

proporção de esterco até 7,5% no substrato diminuiu a área radicular (Figura 14), sendo

que a partir de 15% até 30% de esterco, a área radicular aumentou.

O solo teve efeito positivo promovendo o crescimento da área radicular

inicialmente, diminuindo com o aumento da sua proporção. A areia provocou a

diminuição da área radicular quando seu percentual no substrato foi de 15%, para

aumentar a área radicular com o aumento de sua percentagem.

Os resultados obtidos se assemelham aos observados por Dias et al. (2006) que

estudando o crescimento de mudas de mangabeira verificou que a adubação fosfatada

não influenciou na área radicular.

A maior área radicular foi obtida no substrato constituído por 20% de areia,

73,7% de terra vegetal e 6,3% de esterco na ausência da adubação fosfatada.

Page 44: Patricia alexandre ms2011

44

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.

Figura 14. Área radicular de mudas de açaí em função dos componentes do substrato.

4. Composição do substrato para o crescimento de mudas de açaizeiro

A composição para o máximo valor estimado para os componentes foliares

(altura e massa da matéria seca foliar) e componentes radiculares (área e massa da

matéria seca radicular), assim como altura e diâmetro e suas respectivas taxas de

crescimento em altura e em diâmetro foram obtidos no substrato constituído por 20% de

areia, 75,5% de terra vegetal e 4,5% de esterco bovino, na ausência da adubação com

superfosfato simples. Para os teores foliares de nitrogênio, fósforo e potássio, o maior

valor estimado foi obtido no substrato contendo 0 % de areia, 70 % de terra vegetal e 30

% de esterco bovino.

A: Areia50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

47.50

76.15

104.80

133.45

133.45

162.09

162.09

162.09

Área radicular (cm2.muda

-1) Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

Áre

a r

ad

icu

lar

(cm

2.m

ud

a-1

)

Área radicular = 1780,30 A – 123,33 B + 2259 C – 2203,54 AB – 8089,92 AC – 3724,61 BC + 9032 ABC

+ 4912.18 BC; R2 = 88,8 %; C.V. = 28,8 %

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

30.00

72.50

115.00

157.50

200.00

A

A

B

B

C

C

Page 45: Patricia alexandre ms2011

45

5. CONCLUSÕES

1. A adubação fosfatada não influenciou no crescimento das mudas de açaizeiro,

porém, aumentou o teor foliar de fósforo;

2. Para se obter o melhor crescimento das mudas de açaí o substrato recomendado é

o composto por 20% de areia, 75,5% de terra vegetal e 4,5% de esterco na ausência

da adubação com superfosfato simples.

3. O substrato que proporcionou maiores teores foliares de N, P e K foi o constituído

por 0 % de areia, 70 % de terra vegetal e 30 % de esterco.

Page 46: Patricia alexandre ms2011

46

CAPÍTULO II

FERTILIDADE DE SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE

AÇAIZEIRO SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO FOSFATADA

RESUMO

A fertilidade do substrato e os materiais que o compõem influenciam de maneira

decisiva o crescimento das mudas. De esta forma, com objetivo de avaliar a fertilidade

de substratos com diferentes misturas de componentes para produção de mudas de açaí

submetidas à adubação fosfatada, foi instalado um experimento entre os meses de

dezembro de 2009 a setembro de 2010. Os substratos utilizados foram obtidos pela

combinação de solo (50 a 80%), esterco bovino (0 a 30%) e areia (0 a 20%) e adubação

com superfosfato simples nas doses de 0 e 3 g.dm3-

totalizando 18 tratamentos.

distribuídos em um delineamento em blocos casualizados com quatro repetições e cinco

sacos de 4 dm3 por parcela.

As avaliações das propriedades químicas dos substratos

foram realizadas no final do experimento, aos 270 dias após a emergência. Os

resultados foram submetidos à análise de variância e de regressão, apropriadas para os

experimentos com misturas. A adubação fosfatada influenciou o pH e aumentou o teor

de H++Al

3+ .

Para a obtenção dos maiores valores das variáveis relacionadas com a

fertilidade, recomenda-se o substrato contendo 20% de areia, 55,2% de terra vegetal e

24,8% de esterco bovino.

Palavras chave: Euterpe oleracea; propagação; mistura.

Page 47: Patricia alexandre ms2011

47

FERTILITY OF SUBSTRATE FOR PRODUCTION OF AÇAÍ (Euterpe oleracea

MART.) SEEDLINGS FERTILIZED WITH PHOSPHORUS

ABSTRACT

The fertility of the substrate and the materials that make up a decisive influence seedling

growth. The experiment was conducted at the CCA / UFPB, between the months of

December 2009 to September 2010. Aimed to assess the fertility of substrates with

different mixtures of components for production of açaí subjected to fertilization. The

substrates used were obtained by the combination of soil (50 to 80%), manure (0-30%)

and sand (0-20%) and fertilization with superphosphate at rates of 0 and 3-g.dm3.

Treatments were arranged in a randomized block design with 18 treatments, four blocks

and five plants per plot. Evaluations of the chemical properties of the substrates were

held at the end of the experiment at 270 DAE. The results were subjected to analysis of

variance and regression suitable for experiments with mixtures. Phosphorus fertilization

influenced the pH and H+ + Al

+3. To obtain the highest values of the variables related to

fertility, we recommend the substrate containing 20% sand, 55,2% of soil and 24,8% of

cattle manure.

Key words: Euterpe oleracea; propagation; mixture.

Page 48: Patricia alexandre ms2011

48

1. INTRODUÇÃO

O açaí (Euterpe oleracea Mart.) palmeira nativa da Região Amazônica vem se

destacando por sua abundância e por produzir alimento importante para as populações

locais.

A produção nacional dos frutos em 2009 foi de 115.947 toneladas, sendo 4,1%

menor que em 2008 (IBGE, 2009). O mercado está crescendo, mas ainda é muito

instável.

Com o crescimento do mercado, a área de extrativismo e o aumento da

produtividade geram uma demanda por mudas e sementes.

Assim, a exploração extrativista tende a ser parcialmente substituída pela

oriunda de campos tecnicamente instalados a partir da disponibilidade de material

propagativo (OLIVEIRA et al., 2000). Para o bom desenvolvimento dos pomares faz-se

necessário mudas de qualidade e isentas de doenças e pragas.

Na fase de viveiro o substrato utilizado no recipiente durante a permanência das

mudas deve possuir boas características físicas, químicas e biológicas, possibilitando,

assim o rápido crescimento da muda, um bom teor de matéria seca, dentre outras

características (YAMANISHI et al., 2004), além de ter disponibilidade de aquisição e

transporte, ausência de patógenos, riqueza em nutrientes essenciais, pH adequado,

textura e estrutura (SILVA et al., 2001).

A demanda por nutrientes apresentada por palmeiras é elevada, tanto na fase de

crescimento vegetativo quanto na fase reprodutiva (BOVI; CANTARELLA, 1996;

HARTLEY, 1977; SECRETARIA; MARAVILLA, 1997; TINKER, 1982).

O fósforo na produção de mudas é indicado por desempenhar função chave na

fotossíntese, além de promover a formação inicial e o desenvolvimento da raiz,

aumentando a eficiência da utilização de água pela planta, bem como a absorção e a

utilização de todos os outros nutrientes (MALAVOLTA et al., 1997).

Este experimento teve como objetivo avaliar a fertilidade dos substratos com

diferentes misturas de componentes para produção de mudas de açaí submetidas a

adubação fosfatada.

Page 49: Patricia alexandre ms2011

49

2. MATERIAL E MÉTODOS

Este experimento foi desenvolvido de dezembro de 2009 a setembro de 2010,

em estufa no Campus II da Universidade Federal da Paraíba, localizado no município de

Areia-PB.

As sementes foram obtidas em Belém, PA. As mesmas foram despolpadas em

máquina despolpadeira e apresentavam condições sanitárias adequadas. O semeio

ocorreu em bandejas de plástico contendo como substrato areia lavada autoclavada.

Após a germinação (45 dias) e quando as mudas estavam com altura aproximada

de 10 cm efetuou-se o transplantio para sacos de polietileno com capacidade para 4 dm3

de substrato contendo os respectivos tratamentos.

Os substratos utilizados foram obtidos pela combinação de esterco bovino (0 a

30%), areia (0 a 20%) e solo (50 a 80%) como mostra a Tabela 2.

Tabela 3. Composição dos substratos compostos por solo, areia e esterco

Tratamentos Solo (%) Esterco bovino

(%)

Areia (%) Superfosfato

simples (g.dm-3

)

1 68 12 20 0

2 50 30 20 0

3 60 30 10 0

4 70 30 0 0

5 80 12 8 0

6 80 0 20 0

7 72 8 20 0

8 70 20 10 0

9 80 20 0 0

10 68 12 20 3

11 50 30 20 3

12 60 30 10 3

13 70 30 0 3

14 80 12 8 3

15 80 0 20 3

16 72 8 20 3

17 70 20 10 3

18 80 20 0 3

A irrigação foi feita diariamente com o auxílio de regadores de plástico

utilizando aproximadamente 7,5 litros de água por bloco.

O fósforo foi adicionado aos tratamentos com 90 dias após o transplantio nas

doses de 0 e 3 g dm-3

de superfosfato simples

Page 50: Patricia alexandre ms2011

50

O delineamento utilizado foi o de blocos causalizados com 18 tratamentos,

quatro repetições e cinco plantas por parcela.

A metodologia utilizada para as análises químicas do solo (Tabela 3) foi a

proposta pela Embrapa (1999), que constou do preparo do material através da secagem

da amostra ao ar em ambiente ventilado, do destorroamento e da separação das frações

do solo passando em uma peneira de malha de 2 mm, resultando na “terra fina seca ao

ar” (TFSA), que é usada para as determinações.

Tabela 4. Característica química do solo utilizado na mistura do substrato.

pH P K Na+

Ca2+

+ Mg2+

Ca2+

Mg2+

Al2+

H+ + Al

3+ C M.O

Solo 4,68 6,77 67,96 0,17 2,55 1,7 0,85 0,4 10,56 13,69 23,6

Em seguida o material foi enviado ao laboratório para efetuar análise da

fertilidade.

pH em água - utilizou-se 10 cm3 de TFSA em copo de plástico adicionando 25 ml de

água destilada, que após agitação, ficou em repouso por uma hora. Após repouso foi

agitado novamente e mergulhado o eletrodo na solução e efetuado a leitura do pH

utilizando o potenciômetro.

Cálcio, magnésio e alumínio - utilizou-se 10 cm3 de TFSA em erlenmeyer de 125 ml,

adicionando 100 mL de solução de KCl 1M, agitando durante cinco minutos em

agitador horizontal circular, deixando decantar durante 12 horas, sendo o cálcio e o

magnésio determinados pelo método por espectrofotometria de absorção atômica, e o

alumínio pelo método volumétrico por titulação com hidróxido de sódio;

Fósforo, potássio e sódio (extração com solução de Mehlich 1) - foi colocado 10 cm3

de TFSA em erlenmeyer de 125 mL , adicionando 100 mL de solução extratora duplo-

ácida, agitando durante 5 minutos em agitador horizontal circular, deixando decantar

durante 12 horas, sendo o fósforo disponível determinado espectrofotometricamente, o

potássio e sódio trocável pela fotometria de chama;

Acidez potencial (H+Al+3

): foi colocado 5 cm3 de TFSA em erlenmeyer de 125 mL,

adicionando 75 mL de solução de acetado de cálcio 0,5 M pH 7,1-7,2, agitado algumas

vezes durante o dia, deixando-se decantar durante 12 horas. Foi usado 3 gotas de

fenolftaleína como indicador e em seguida fez a leitura.

Page 51: Patricia alexandre ms2011

51

Ca+2

+ Mg+2

foi calculado em cmolc dm3 de TFSA, pelo método do acetato de cálcio a

pH 7,0.

Matéria orgânica – é calculada multiplicando-se o resultado do carbono orgânico por

1,724. Este fator é utilizado em virtude de se admitir que, na composição média do

húmus, o carbono participe com 58%.

Os resultados foram submetidos à análise de variância e de regressão apropriada

para os experimentos com misturas (Cornell, 2001). As análises estatísticas foram

realizadas com o Software Design Expert 7.0 Trial (Stat. Ease Inc., Minneapolis, MN)

conforme esquema apresentado na tabela 5.

Tabela 5. Resumo do quadro da análise de variância

FV Gl

Blocos 2

Tratamentos (17)

Efeito linear 2

P 1

Areia x esterco 1

Areia x P 1

Solo x esterco 1

Solo x P 1

Esterco x P 1

Areia x solo x esterco 1

Areia x solo x P 1

Areia x esterco x P 1

Solo x esterco x P 1

Areia x solo (areia-solo) 1

Solo x esterco (solo-esterco) 1

Areia x solo x P (areia-solo) 1

Solo x esterco x P (solo- esterco) 1

Resíduo 34

Total 53

Page 52: Patricia alexandre ms2011

52

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Matéria orgânica

Verificou-se efeito significativo na interação entre areia e esterco. O esterco e a

solo aumentaram o teor de matéria orgânica no substrato com o aumento de suas

percentagens. Em contrapartida a areia diminuiu o teor de matéria orgânica no substrato

(Figura 15).

Os resultados obtidos condizem com os encontrados por Dias et al. (2006) que

verificou aumento do teor de matéria orgânica com o aumento da percentagem de

esterco no substrato utilizado para a produção de mudas de mangabeira.

O teor máximo de matéria orgânica foi obtido no substrato contendo 0% de

areia, 70% de solo e 30% de esterco.

A = Areia; B = solo; C = Esterco bovino.

Figura 15. Teor de matéria orgânica do substrato em função da proporção dos seus

componentes.

A: Areia50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

20.01

22.87

25.73

28.59

31.46

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

13.00

19.25

25.50

31.75

38.00

A

A

BB

C

C

Teor de matéria orgânica no substrato

(g.kg-1

)

Teo

r d

e m

até

ria

org

ân

ica

no

sub

stra

to (

g.k

g-1

)

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

Matéria orgânica = 9,56 A + 20,80 B + 43,33 C - 20,47 AC; R2 = 92,6%; C.V. = 9,3%

Page 53: Patricia alexandre ms2011

53

3.2 pH

Verificou-se efeito significativo da interação entre solo, esterco e superfosfato

simples. O esterco promoveu aumento do pH até 22,5% de sua percentagem no

substrato para diminuir quando a percentagem de esterco alcançou seu valor máximo

(30%) (Figura 16).

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.

Figura 16. pH do substrato em função dos seus componentes

pH

pH

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

SPS 0 g.dm-3

SPS 3 (g.dm-3

)

pH = 5,27 A + 4,00 B + 4,50 C – 0,34 AB + 1,63 AD + 1,50 BC – 0,73 BD – 1,63 CD – 3,84 ABD + 3,15

DCD + 0,20 AB (A+B) – 5,14 ABD (A-B) – 2,26 BCD (B-C) ; R2 = 95,9%; C.V. = 3,6%

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

4.91

4.975.03

5.09

5.15

4.98

5.01

5.05

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

3.90

4.25

4.60

4.95

5.30

AA

B

BC

C

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

3.90

4.25

4.60

4.95

5.30

A

AB

B

C

C

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

4.10

4.19

4.28

4.36

4.45

Page 54: Patricia alexandre ms2011

54

Na medida em que o percentual do solo foi aumentando no substrato houve

redução do pH, enquanto a areia teve comportamento igual ao esterco. O pH variou de

3,95 a 5,29, enquadrando-se na faixa de exigência da cultura quando cultivada em terra

firme da cultura no estado do Pará (EMBRAPA, 2006). O valor máximo do pH

estimado foi de 5,4 obtido com o substrato que continha 20% de areia, 57,9% de solo e

22,1% de esterco bovino com a dose de 3 g.dm-3

de superfosfato simples.

3.3 Fósforo

Houve efeito significativo da interação entre areia, esterco e fósforo. O aumento

da concentração de esterco proporcionou redução inicial do teor de fósforo no substrato

e aumento posterior de fósforo no substrato (Figura 17). O solo teve comportamento

contrário ao esterco. A areia aumentou o teor de fósforo no substrato quando sua

percentagem aumentava no substrato.

Os resultados diferem dos obtidos por Dias et al. (2006) que verificou que o

esterco diminuiu o teor de fósforo no substrato utilizado para produção de mudas de

mangabeira.

O fósforo é um macronutriente envolvido na osmose, balanço iônico, abertura e

fechamento dos estômatos, além de desempenhar função-chave na fotossíntese, na

divisão e crescimento celular, na transferência da informação genética, no metabolismo

de açúcares e no armazenamento e transferência de energia. Por todas essas

características, o fósforo promove a formação, crescimento inicial, desenvolvimento da

raiz e, consequentemente, o crescimento da planta, aumentando a eficiência da

utilização e absorção de água e nutrientes (MALAVOLTA et al., 1997).

O teor máximo de fósforo estimado foi obtido no substrato contendo: 13% de

areia, 80% de solo e 7% de esterco e adubado com superfosfato simples na dose de 3

g.dm-3

.

Page 55: Patricia alexandre ms2011

55

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.

Figura 17. Teor de fósforo no substrato em função dos seus componentes.

3.4 Potássio

Houve efeito significativo na interação entre areia e esterco. O aumento do teor

de esterco no substrato proporcionou aumento do teor de potássio no substrato. O solo

Teor de fósforo no substrato

(mg.kg-1

)

Teo

r d

e fó

sfo

ro n

o s

ub

stra

to

(mg

.kg

-1)

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

Fósforo = 271,66 A + 214,86 B + 358,89 C + 185,64 AC + 332,12 AD + 413,07 CD – 355,97 ACD ; R2 =

83,3%; C.V. = 57,9%

SPS 3 (g.dm-3

)

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

65.81

78.1890.54

102.91

115.28

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

0.00

275.00

550.00

825.00

1100.00

A ABBCC

SPS 0 g.dm-3

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

0.00

275.00

550.00

825.00

1100.00

AA

B

BC

C

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

408.47

456.87

505.27

553.67

602.07

479.04531.99

Page 56: Patricia alexandre ms2011

56

Teo

r d

e p

otá

ssio

no

su

bst

rato

(mg

.kg

-1)

aumentou inicialmente o teor de potássio no substrato até certa concentração, e

posteriormente com o aumento da sua proporção reduziu o teor de potássio (Figura 18).

O comportamento da areia foi semelhante ao do solo.

A ausência de respostas positivas com o uso de fósforo e potássio em palmeiras

vem sendo relatados por vários autores (HARTLEY, 1977; OLLAGNIER; OCHS,

1980; TAMPUBALON et al., 1990; BOVI et al., 2002).

O maior teor estimado de potássio foi obtido no substrato contendo 15,1% de

areia, 59,1% de solo e 25,8% de esterco.

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.

Figura 18. Teor de potássio no substrato em função dos seus componentes.

3.5 Sódio

Verificou-se efeito significativo da interação entre areia e esterco bovino. O

aumento da proporção de esterco aumentou o teor de sódio no substrato. Já o solo teve

comportamento igual ao observado para o potássio diminuindo o teor de sódio no

substrato (Figura 19). A areia teve efeito negativo diminuindo o teor de fósforo com o

aumento de sua percentagem no substrato.

Teor de potássio no substrato

(mg.kg-1

)

Proporção dos componentes do

substrato em Pseudo unidades

Potássio = -67,03 A + 180,96 B + 289,51 C + 517,34 AC; R2 = 71,8%; C.V. = 34, 5%

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

127.42

155.52

183.62

211.73

221.46

237.29

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

30.00

140.00

250.00

360.00

470.00

A

A

B

B

C

C

Page 57: Patricia alexandre ms2011

57

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino.

Figura 19. Teor de sódio no substrato em função dos seus componentes

Os resultados diferem dos encontrados por Dias et al. (2006) que verificou

diminuição do sódio com o aumento da percentagem de esterco no substrato utilizado

para a produção de mudas de mangabeira.

O sódio tem estimulado e promovido aumentos de produção em palmeira

(BONNEAU et al., 1993; MAGAT et al., 1993). As relações K/Na adequadas são

necessárias para funcionamento normal das células, tendo em vista que, em algumas

espécies, o Na pode substituir parte do K com ganho de crescimento (MARSCHNER,

1995).

O teor máximo de sódio estimado foi obtido com o substrato contendo 16,1% de

areia, 58,5% de solo e 25,4% de esterco na ausência da adubação fosfatada.

3.6 Cálcio

Para o teor de cálcio não se verificou efeito significativo entre os componentes

do substrato.

Teor de sódio no substrato

(cmolc.dm-3

)

Proporção dos componentes do

substrato em Pseudo unidades

Teo

r d

e só

dio

no

su

bst

rato

(cm

ol c

.dm

-3)

Sódio = - 0,12 A + 0,45 B + 0,75 C + 2,12 AC – -1,04 AC (A+C) R2 = 71,2%; C.V. = 33,5%

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

0.41

0.48

0.55

0.62 0.69

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

0.10

0.38

0.65

0.93

1.20

A

A

B

B

C

C

Page 58: Patricia alexandre ms2011

58

Em solos ácidos de regiões de clima úmido, o cálcio é um mineral intemperizado

sendo em parte perdido por lixiviação, entretanto, em solos com reação alcalina pode

ser insolubilizado na forma de carbonatos, fosfatos ou sulfatos (RAIJ, 1991).

Concentrações elevadas de sódio no solo ou na solução podem inibir a absorção

de K e Ca podendo causar deficiência desses nutrientes (LYNCH; LAUCHLI, 1985).

O cálcio em baixas concentrações exerce um efeito estimulante na absorção de

potássio, ao passo que quando em altas concentrações ocorre menor absorção de

potássio pelas plantas (MALAVOLTA, 1976; ASSIS, 1995).

3.7 Magnésio

Não foram observados efeitos significativos dos componentes dos substratos

sobre os teores de magnésio. O magnésio no substrato variou de 0,05 a 6,05 cmolc.dm-3

.

No solo o magnésio apresenta comportamento similar ao cálcio, diferenciando-

se por fazer parte da estrutura de minerais de argila como ilita e vermiculita. Quanto

mais intemperizado o solo, menor a ocorrência de minerais, até que reste somente

magnésio trocável adsorvido ao solo ou retido na vegetação. Com o magnésio há

possibilidade de formas não trocáveis converterem-se em trocáveis por liberação dos

minerais, de forma igual ao que acontece com o potássio (RAIJ, 1991).

Na planta uma função importante desempenhada pelo magnésio é como

elemento central da molécula de clorofila, na participação da fotossíntese. Na planta o

nutriente é móvel, vindo a provocar clorose haja deficiência do mesmo.

3.8 H+ + Al

+3

Houve efeito significativo da interação entre solo, esterco e adubação com

superfosfato simples.

O solo promoveu aumento do teor de H++Al

+3 proporcionalmente ao aumento de

sua percentagem no substrato (Figura 20).

A areia promoveu redução do teor de H++Al

+3 com o aumento da sua

percentagem no substrato.

O esterco teve comportamento semelhante ao apresentado pelo solo promovendo

aumento do teor de H++Al

+3 e redução com o aumento de seu percentual no substrato.

Page 59: Patricia alexandre ms2011

59

A = Areia; B = Solo; C = Esterco bovino; SPS = Superfosfato simples.

Figura 18. Teor de H+ + Al

+3 no substrato em função dos seus componentes.

Considerando que o pH teve valores baixos o que caracteriza um solo ácido,

então os valores de H+ + Al

+3 acompanharam a tendência do pH.

O maior teor de H+ + Al

+3 estimado foi obtido no substrato contendo 0% de

areia, 77,2% de solo e 22,8% de esterco bovino na presença da adubação fosfatada.

Teor de H+ + Al

+ 3no substrato

(cmolc.dm-3

)

Proporção dos componentes do

substrato em pseudo unidades

Teo

r d

e H

+ +

Al-3

no

su

bst

rato

(cm

ol c

.dm

-3)

SPS 0 g.dm-3

SPS 3 g.dm-3

H+ + Al

-3 = 6,68 A + 6,74 B + 6,80 C + 9,02 BC + 0,74 BD + 2,07 CD – 2,14 BCD + 0,42 BC (B-C) +

0,96 BCD (B-C); R2 = 71,4%; C.V. = 17,6%

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

6.16

6.56

6.56 6.97

7.37

7.77

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

4.60

6.58

8.55

10.53

12.50

A

A

B

B

C

C

0.000 0.150 0.300 0.450 0.600

4.60

6.58

8.55

10.53

12.50

A

AB

B

C

C

A: Areia

50%

B: Solo

100%

C: Esterco

50%

0% 50%

0%

7.77

8.80

9.19

8.41

9.70

Page 60: Patricia alexandre ms2011

60

4. CONCLUSÕES

1. A adubação fosfatada influenciou aumentou o pH, o teor de fósforo e o teor de

H++Al

+3;

2. A melhor combinação para obtenção dos maiores valores das variáveis

relacionadas com a fertilidade do substrato foi 19,6% de areia, 56,4% de terra

vegetal e 24% de esterco bovino.

Page 61: Patricia alexandre ms2011

61

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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