paulo preto: peculato

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1 EXMO(A). SR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO FÓRUM DA BARRA FUNDA PIC 94.0002.0005759/2016-1 1– DA IMPUTAÇÃO TÍPICA O representante do Ministério Público, infra-assinado, vem com espeque nos autos de procedimento investigatório em epígrafe, bem como nas disposições investigatórias levadas a efeito no bojo do procedimento investigatório 94.0002.0003206/2015-5 1 e 94.0002.0008788/2016-9 2 e, ainda, com supedâneo no artigo 100 e parágrafos do CP em combinação com o artigo 24 e seguintes do CPP ajuizar AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 1 1ª. Fase da investigação. 2 Razão por que trasladamos depoimentos prestados no bojo deste procedimento investigatório criminal para estes autos, sendo certo, ainda, que tal procedimento investigatório criminal versa sobre a terceira fase investigatória em trâmite ainda.

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Page 1: Paulo Preto: Peculato

1

EXMO(A). SR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE SÃO PAULO – FÓRUM DA BARRA FUNDA

PIC 94.0002.0005759/2016-1

1– DA IMPUTAÇÃO TÍPICA

O representante do Ministério

Público, infra-assinado, vem com espeque nos autos de

procedimento investigatório em epígrafe, bem como nas

disposições investigatórias levadas a efeito no bojo do

procedimento investigatório 94.0002.0003206/2015-51 e

94.0002.0008788/2016-92 e, ainda, com supedâneo no artigo 100 e

parágrafos do CP em combinação com o artigo 24 e seguintes do

CPP ajuizar AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

1 1ª. Fase da investigação. 2 Razão por que trasladamos depoimentos prestados no bojo deste procedimento investigatório criminal para estes autos, sendo certo, ainda, que tal procedimento investigatório criminal versa sobre a terceira

fase investigatória em trâmite ainda.

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2

em face de MÉRCIA FERREIRA GOMES, com dados qualificativos

a fls. 226/228, 261/269, 1086/1088 PAULO VIEIRA DE SOUZA,

com dados qualificativos a fls. 1093/1096, JOSÉ GERALDO

CASAS VILELA, com dados qualificativos a fls. 550/552 e fls.

1080/1081 e MÁRCIA FERREIRA GOMES, com dados

qualificativos a fls.1090/1092, porque agindo previamente

mancomunados, com identidade de propósitos, no período havido

entre 2009 a 2011, e no ano de 20123 desviaram, em proveito

próprio ou alheio,4 valores monetários públicos, de que

detinham a posse em razão do cargo e função5; porque, nas

mesmas circunstâncias temporais e espaciais, MÉRCIA FERREIRA

GOMES, com dados qualificativos a fls. 226/228, 261/269,

1086/1088, PAULO VIEIRA DE SOUZA, com dados qualificativos a

fls. 1093/1096, JOSÉ GERALDO CASAS VILELA, com dados

qualificativos a fls. 550/552 e fls. 1080/1081, agindo previamente

mancomunados, com identidade de propósitos, no período descrito

acima, nas dependências da DERSA, situada a rua Iaia 126, Itaim

Bibi, nesta comarca, a primeira fez declaração falsa e diversa da

que deveria ser escrita em documento particular6 com o fim

de criar obrigação e alterar a verdade sobre fato

juridicamente relevante, enquanto que os outros dois agentes

concorreram de qualquer modo para a produção do resultado

lesivo; e, finalmente, porque nas mesmas circunstâncias temporais

e espaciais, MÉRCIA FERREIRA GOMES, com dados qualificativos

a fls. 226/228, 261/269, 1086/1088 PAULO VIEIRA DE SOUZA,

com dados qualificativos a fls. 1093/1096, JOSÉ GERALDO

CASAS VILELA, com dados qualificativos a fls. 550/552 e fls.

1080/1081, MÁRCIA FERREIRA GOMES, com dados qualificativos

a fls. 1090/1092, associaram-se em quadrilha ou bando para o

3 V. fls. 1027. Esse período em relação ao denunciado Paulo refere-se enquanto Diretor de Engenharia, ou seja, até abril de 2010 quando a testemunha Pedro da Silva assumiu como Diretor de Engenharia. O

último ato de peculato foi em 26 de março de 2012. 4 Também na forma de apartamento cuja responsabilidade do agente PAULO VIEIRA está afastada, porquanto não mais atuava na DERSA nesse período. 5 Nos termos da compreensão do artigo 327 do CP. 6 DERSA é uma sociedade de economia mista e, portanto, é pessoa jurídica de direito privado.

Page 3: Paulo Preto: Peculato

3

fim de cometimento de pelo menos dezoito crimes de

peculatos e os três primeiros onze falsidades ideológicas.

2 – DA DESCRIÇÃO FÁTICA

Apurou-se que MÉRCIA,

prestadora de serviços como contratada dos consórcios

DIAGONAL-CONCREMAT-IEME e DIAGONAL-GERENCIAL, no

período entre 2007/20127, responsável, pois, por atividades

vinculadas à identificação, triagem e cadastramento de famílias que

seriam atendidas pelo Programa de Reassentamento do Rodoanel

Sul e também, igualmente, responsável pela instrução dos

processos que embasavam o pagamento dos benefícios e

indenizações, previamente mancomunada com MÁRCIA, sua irmã e

observando ordens diretas de PAULO e de JOSÉ GERALDO,

subordinado àquele, promoveu a inclusão indevida de parentes e

pessoas de seu convívio ou não no Programa de Reassentamento

Involuntário de Famílias do Rodoanel Trecho Sul e demais trechos

classificando, falsamente, estas pessoas como moradoras de

imóveis estabelecidos na região das obras de implantação da

rodovia resultando, consequentemente, no pagamento irregular de

indenizações e benefícios sociais que atingiram, num primeiro

momento, o valor, sem juros e correção monetária, de R$

813.967,03 (oitocentos e treze mil, novecentos e sessenta e sete reais e três

centavos), conforme auditoria levada a cabo pela própria DERSA de

fls. 863/870.

7 Março de 2012.

Page 4: Paulo Preto: Peculato

4

2.1) primeiro grupo de valores desviados

Assim é que através dos falsos

cadastros8 66/01/005 (Márcia), 66/01/004 (Marizete Ferraz Gomes),

66/01/009 (Nádia Santos Viana), 66/01/006 (Valdeci Batista Fontes)

e 66/01/008 (Valdomiro Teixeira Fontes) desviaram, indevidamente,

nos anos de 2009/2010, o montante de R$ 56.700,00 (cinquenta e

seis mil e setecentos reais)9 distribuídos, respectivamente, em R$

6.750,00, R$ 6.750,00, R$ 14.400,00, R$ 14.400,00 e R$

14.400,00, sendo certo que a agente MÁRCIA recebeu valores na

qualidade de procuradora de Nádia Santos Viana, Valdeci Batista

Fontes e Valdomiro Teixeira Fontes. Transcreve-se abaixo parte da

auditoria:

8 Cadastros referentes à área 66, Royal Park, São Bernardo do Campo de incumbência apenas de MÉRCIA. 9 Com especificação a tabela de fls. 311 e seguintes .

Page 5: Paulo Preto: Peculato

5

E para isso, MÉRCIA se valeu

fundamentalmente do auxílio de sua irmã, MÁRCIA, conforme

relatado no interrogatório da última:

Anote-se, por oportuno, que Marizete,

Valdeci e Valdomiro seriam mãe, tio e avô, respectivamente, das

denunciadas. No entanto, nem uma nem outra disseram o destino

dado aos valores em pecúnia retirados do estabelecimento bancário

considerando que ambas e todos os familiares negam,

peremptoriamente, terem recebido algo.

Page 6: Paulo Preto: Peculato

6

E a participação de MÁRCIA não ficou

restrita a cessão de CPFs, mas também foi a responsável pela

retirada e recebimento dos valores, conforme tabela abaixo

confeccionada pela auditoria interna, a saber:

Por último calha firmar a participação

de CASAS VILELA e de PAULO VIEIRA no desvio em comento. O

primeiro autorizou o valor de R$ 56.700,00 (cinquenta e seis mil e

setecentos reais), ou seja, na integralidade, enquanto que o último,

superior hierárquico de CASAS VILELA, na ordem de R$ 43.200,00

(quarenta e três mil e duzentos reais), contudo, não afasta o seu

conhecimento integral pela fraude. Quanto aos demais constantes

Page 7: Paulo Preto: Peculato

7

da tabela abaixo, o Ministério Público se manifestará na cota

introdutória da denúncia.

2.2) do segundo grupo de valores desviados

O restante do desvio dos valores

públicos, ou seja, R$ 757.267,03 (setecentos e cinquenta e sete mil

Page 8: Paulo Preto: Peculato

8

duzentos e sessenta e sete reais e três centavos) ocorreram da seguinte

maneira, a saber:

1) R$ 10.350,00 para EDVALDO TAVARES DOS SANTOS, que,

peremptoriamente, negou haver recebido qualquer valor

proveniente da agente MÉRCIA, aliás, confirmou que não tem

contato com Mércia há muito tempo tratando-se de uma ex-

vizinha (fls. 39/40)

2) R$ 10.350,00 para LUIZ CARLOS PRESTES, que,

igualmente, negou haver recebido qualquer valor proveniente

da agente MÉRCIA; aliás, confirmou que não tem contato com

Mércia há muito tempo tratando-se de uma ex-vizinha (fls.

41/42)

3) R$ 133.306,77 para ROBERTO SETSUO TAYA10, cunhado

de Mércia, que, igualmente, negou haver recebido qualquer

valor financeiro oriundo de qualquer desapropriação.

Confirmou que Mércia lhe disse que precisava de nomes para

preencher um cadastro (fls. 43)

4) R$ 57.600,00 para VALDINILDA FERREIRA GOMES TAYA11,

irmã de Mércia, que, igualmente, negou haver recebido

qualquer valor financeiro. Outrossim confirmou que

emprestou o nome para preenchimento de cadastro, porém

não sabia do que se tratava. Aduziu que Mércia estava

sofrendo pressão de seu chefe para fazer os cadastros (fls.

44)

5) R$ 178.314,90 para TEREZA SETUKO MIIKE12, parente de

Mércia13, que, igualmente, negou haver recebido qualquer

valor financeiro (fls. 45)

6) R$ 10.350,00 para MARIA APARECIDA ROSA DE BRITO,

completamente estranha aos quadros familiares ou de

10 Supostamente residia na área do Jardim Oratório 11 Esclareceu que seu nome é VALDINILDA FERREIRA GOMES TAYA e não VALDINILDA GOMES FERREIRA TAYA, que, inclusive, constou no quadro inserto da auditoria. E supostamente residia na área do Jardim da Conquista 12 Supostamente residia na área do Jardim da Conquista. 13 Mãe de ROBERTO, marido de VALDINILDA, irmã de Mércia.

Page 9: Paulo Preto: Peculato

9

amizade de Mércia, que, igualmente, negou haver recebido

qualquer valor e se mostrou indignada com a inserção de seu

nome na fraude (fls. 46)

7) R$ 76.269,85 para VALDINILZA GOMES MELLADO14, irmã

de Mércia, que, igualmente, negou haver recebido qualquer

valor financeiro; porém também destacou o fato citado por

Mércia, isto é, que recebia pressão da chefia para fazer

cadastros falsos e pagamentos indevidos (fls. 47)

8) R$ 85.701,66 para AYAKO MIKE HATADA15, falecida em 9 de

janeiro de 2016, conforme informação de fls. 45.

9) R$ 184.673,85 para WILSTON JAIME ARAVENA16, ex-marido

de Valdinilza17.

10) R$ 10.350,00 para LILIAM CASATTI.

Nessa perspectiva temos as

conclusões técnicas abaixo:

14 E não NILZA MELLADO ARAVENA, conforme constou no quadro inserto na auditoria. Supostamente residia na área do Jardim Manoel do Vale 15 Supostamente residia na área do Jardim da Conquista 16 Supostamente residia na área do Jardim da Conquista 17 Item 7º. Nesse tópico reportamo-nos também a elucidativa tabela de fls. 1108 em que discriminou os valores recebidos indevidamente consistentes em R$ 52.000,00 (Marginais), R$ 15.600,00 (Jacu

Pêssego) e R$ 117.073,85 (Jacu Pêssego) auferidos por Wilston, tudo em dinheiro em espécie.

Page 10: Paulo Preto: Peculato

10

Importante registrar que a agente

MÁRCIA também atuou no desvio desses valores, conforme

consignado pela referida auditoria quer fornecendo CPFs quer

assinando recibos, conforme conclusão abaixo:

Constatou-se, ademais, que os

pagamentos foram efetuados sem documentação adequada, ou

seja, com ausência de cadastro dos beneficiários/imóveis, ausência

de laudos técnico-financeiros dos imóveis, ausência de relatórios

sociais dos beneficiários, ausência de plantas/desenhos/fotos da

área/imóveis desapropriados e, efetivamente, não foram

encontradas quaisquer evidências que comprovassem que os

titulares dos cadastros acima relacionados fossem, de fato,

Page 11: Paulo Preto: Peculato

11

moradores atingidos pelas obras do Rodoanel Sul, Jacu Pêssego e

Marginais e que fizessem jus a sua inclusão no referido programa

de reassentamento involuntário do empreendimento. Efetivamente,

a prova técnica proclamou:

Inferiu-se, ainda, que todos os

pagamentos indevidos correlacionados com desvio de dinheiro

público passavam pela conferência, aprovação e anuência do

agente, CASAS VILELA, gestor do contrato e responsável pelo

setor de reassentamento da DERSA à época dos fatos. Em

seguida, em se tratando de valores vinculados ao setor de

engenharia passava-se para o Diretor de Engenharia, isto é, para

o agente PAULO VIEIRA que, igualmente, aquiescia com o

pagamento e, subsequentemente, o processo seguia para a área

financeira, que fazia controle apenas formal efetuando o

pagamento. A área financeira, portanto, não fazia juízo de valor.

Apenas processava o pagamento, via sistema, conforme

informação do atual presidente da DERSA, a seguir:

Destaca-se, por imprescindível, os

personagens da triangulação da fraude. Já dissemos acima que a

agente MÁRCIA participou dolosamente da trama a pedido da

Page 12: Paulo Preto: Peculato

12

agente MÉRCIA, sua irmã havendo uma relação linear entre ambas.

De outro lado, quanto a CASAS VILELA, a sua participação está

consubstanciada pela posição de gestor do contrato e PAULO

VIEIRA, alcunha “Paulo Preto” por ser ascendente hierárquico dos

três, que determinava a feitura dos cadastros que proporcionava o

desvio de dinheiro público. Vale reproduzir um trecho de uma das

narrativas de MÉRCIA:

2.3) do desvio de dinheiro em forma de apartamentos

Constatou-se, outrossim, que MÉRCIA

favoreceu Willians Leandro Mellado Aravena, CPF 358.699.668-

33 com uma unidade habitacional situada na rua Rolândia 251,

empreendimento Mauá F1, bloco A, apartamento 11, no valor de R$

62.204,33 (sessenta e dois mil duzentos e quatro reais e trinta e três

centavos) registrado no Cartório de Registro de Imóveis de Mauá,

sob o número de matrícula 48.912, assim como favoreceu Wilston

Jaime Mellado Aravena, CPF 144.005.348-04, com uma unidade

habitacional situada na rua Rolândia 251, empreendimento Mauá

F1, bloco A, apartamento 12, no valor de R$ 62.204,33 (sessenta e

dois mil duzentos e quatro reais e trinta e três centavos) registrado no

Cartório de Registro de Imóveis de Mauá, sob o número de

matrícula 48.913, conforme relatório 81/15, de 13 de novembro de

2015, da auditoria interna levada a efeito pela DERSA de fls.

1107/1109. Importante mencionar que ambas as transações

sucederam em 26 de março de 2012.

Page 13: Paulo Preto: Peculato

13

Averbe-se, por importantíssimo, que as

unidades habitacionais supracitadas contempladas pela agente

MÉRCIA aos seus familiares se situam, coincidentemente, no

mesmo endereço em que o agente PAULO VIEIRA contemplou

seus funcionários, conforme tabela abaixo e objeto de denúncia

autônoma apresentada perante a 20ª. Vara Criminal do Fórum

Criminal da Barra Fundo, tudo revelando, pois, uma ligação

umbilical entre MÉRCIA e PAULO VIEIRA.

Destaca-se, ainda, que foram

localizados pagamentos, efetuados entre 2009 e 2010, para Walter

Christian Mellado Aravena18, CPF 144.0005.368-58, irmão do

cunhado da agente MÉRCIA, no montante de R$ 16.800,00

(dezesseis mil e oitocentos reais), com inexistência de respectiva

documentação de reassentamento na seguinte proporção: R$

11.100,00 em 17 de julho de 2009, em dinheiro em espécie, sob o

fundamento apoio habitacional 24 meses/despesas com mudança,

18 Supostamente residia na área da Vila Iracema

Page 14: Paulo Preto: Peculato

14

empreendimento Jacu Pêssego e R$ 5.700,00 em 6 de dezembro

de 2010, sob o fundamento aluguel provisório/auxílio mudança,

empreendimento Jacu Pêssego, nos termos da elucidativa tabela de

fls. 1109.

3. Do valor total dos desvios de recursos estaduais nessa

segunda fase da investigação

O desvio de dinheiro público estadual

totalizou R$ 955.175,69 (novecentos e cinquenta e cinco mil cento e

setenta e cinco reais e sessenta e nove centavos) e englobou os

empreendimentos Jacu Pêssego Sul, Rodoanel Sul e Nova

Marginal Tietê, conforme tabela abaixo:

Relevante esmiuçar:

a) Para o trecho do empreendimento do

RODOANEL SUL (2009 a 2010) geraram-se pagamentos indevidos

e, consequentemente, desvio de dinheiro público na ordem de R$

222.508,66 (duzentos e vinte e dois mil quinhentos e oito reais e sessenta e

seis centavos) contemplando-se: Edvaldo Tavares dos Santos, Liliam

Casatti, Luiz Carlos Prestes, a agente MÁRCIA, Maria Aparecida

Rosa de Brito, Marizete Ferraz Gomes, Nádia Santos Viana, Valdeci

Batista Fontes, Valdomiro Teixeira Fontes, Wilston Mellado Aravena

Page 15: Paulo Preto: Peculato

15

e Williams Leandro Mellado Aravena, os dois últimos receberam

unidades habitacionais.

b) Para o trecho do empreendimento da

JACU PÊSSEGO (2009 a 2010) geraram-se pagamentos indevidos

e, consequentemente, desvio de dinheiro público na ordem de R$

589.667,03 (quinhentos e oitenta e nove mil seiscentos e sessenta e sete

reais e três centavos) contemplando-se: Ayako Mike Hatada, Valdinilza

Gomes Mellado, Roberto Setsuo Taya, Tereza Setuko, Valdinilda

Gomes Ferreira Taya, Walter Christian Mellado Aravena e Wilston

Jaime Mellado Aravena.

c) E, por derradeiro, para o trecho do

empreendimento NOVA MARGINAL TIETÊ (2009 a 2010) geraram-

se pagamentos indevidos e, consequentemente, desvio de dinheiro

público na ordem de R$ 143.000,00 (cento e quarenta e três mil

reais) contemplando-se: Tereza Setuko, Valdinilda Gomes Ferreira

Taya e Wilston Jaime Mellado Aravena.

4) da falsidade ideológica

É dos autos, ainda, que a agente

MÉRCIA mancomunada com CASAS VILELA e PAULO VIEIRA

falsificou cadastros de famílias para recebimento de haveres

proveniente de indenização por conta de suposta ocupação da área

afetada pelas obras do RODOANEL SUL, JACU PÊSSEGO SUL E

NOVA MARGINAL TIETÊ.

Page 16: Paulo Preto: Peculato

16

Eis os cadastros:

1) 66/01/002;

2) 66/01/001;

3) 66/01/003;

4) 66/01/005;

5) 66/01/007;

6) 66/01/004;

7) 66/01/009;

8) 66/01/006;

9) 66/01/008;

10) 66/01/018;

11) 66/01/020.

Objetivou-se com a falsidade ideológica

destes documentos proporcionar meios para o pagamento indevido

de indenização (criação de obrigação jurídica), bem como alterar a

verdade sobre fato juridicamente relevante (estas pessoas não

moravam no traçado das obras e jamais poderiam ser beneficiadas – eram

pessoas ligadas a MÉRCIA e MÁRCIA) Certo, ainda, que os dois últimos

agentes19 estavam absolutamente cientes da manobra, posto que

aquiesceram com os pagamentos e por vezes solicitaram,

justamente, esse artifício para consolidar um canal, em tese,

legítimo de desvio de valores.

5) da quadrilha ou bando

Os indícios coligidos nas investigações

94.0002.0003206/2015-520, com denúncia já oferecida à 20ª. Vara

19 Casas Vilela e Paulo Vieira 20 1ª. Fase da investigação.

Page 17: Paulo Preto: Peculato

17

Criminal de São Paulo, autos de PIC 94.0002.0008788/2016-921,

assim como nos autos em epígrafe que encabeça essa denúncia

revelam a existência de modus operandi absolutamente uniforme e

estável com o fim de desviar recursos públicos. Também houve

inequívoca divisão de tarefas característica e caracterizadora de

eventual crime de quadrilha ou bando, além de relação de

subordinação hierárquica havida entre MÉRCIA, CASAS VILELA e

PAULO VIEIRA, este último, em tese, comandante do esquema.

Assim é que:

Enquanto a agente MÉRCIA era

responsável pela identificação, triagem e cadastramento de famílias

que seriam atendidas pelo Programa de Reassentamento do

Rodoanel Sul e também, igualmente, responsável pela instrução

dos processos que embasavam o pagamento dos benefícios e

indenizações, CASAS VILELA era responsável pela gestão,

conferência e aprovação da documentação e PAULO VIEIRA pelo

pagamento indenizatório inapropriado. Nesse dinamismo, a agente

MÁRCIA, irmã de MÉRCIA, participava também da fraude,

conforme já explicado acima, mas ombreando sua irmã na

empreitada. Nessa perspectiva de bom tom consignar que PAULO

VIEIRA DE SOUZA coordenava a trama criminosa e, por vezes,

fornecia nomes para pagamentos indevidos, além de estar

plenamente ciente da inserção de familiares e pessoas próximas a

agente MÉRCIA no programa em tela. Não é à toa que contemplou

funcionários seus22 através do mesmo procedimento, conforme

consta em denúncia já apresentada ao Poder Judiciário. A

21 Razão por que trasladamos depoimentos prestados no bojo deste procedimento investigatório criminal para estes autos, sendo certo, ainda, que tal procedimento investigatório criminal versa sobre a terceira fase investigatória em trâmite ainda. 22 E de seus familiares

Page 18: Paulo Preto: Peculato

18

promoção indevida de parentes e pessoas do convívio de MÉRCIA

estava na esfera de conhecimento de todos os demais agentes,

que atuavam concertadamente visando desviar dinheiro público.

Importantíssimo destacar que o lapso temporal em que ocorreram

as fraudes foi demasiadamente elástico e duradouro, somente se

finalizando porque o funcionário Alexander Gomes Franco,

subordinado a agente MÉRCIA, delatou o esquema ao Ministério

Público do Estado de São Paulo, Promotoria de Justiça do

Patrimônio Público e Social.

6) do valor total e origem dos desvios de recursos

estaduais detectados no programa de reassentamento

Cumpre asseverar que o valor total de

desvios de recursos públicos no RODOANEL SUL, JACU

PÊSSEGO SUL e NOVA MARGINAL TIETÊ no período

compreendido entre 2009/2010 (Rodoanel e Nova Marginal do

Tietê) e 2009/2011 (Jacu Pêssego Sul) é de R$ 7.725.112,18

(sete milhões setecentos e vinte e cinco mil cento e dezoito reais e dezoito

centavos) e são todos recursos de progênie ESTADUAL, conforme

conclusão técnica da auditoria que instrui essa denúncia, a saber:

Page 19: Paulo Preto: Peculato

19

Mais uma vez em homenagem a

verdade real dos fatos segue esmiuçada a conclusão técnica:

1) RODOANEL SUL

2) JACU PÊSSEGO SUL

3) NOVA MARGINAL TIETÊ

Page 20: Paulo Preto: Peculato

20

Por fim para espancar qualquer

hesitação no que tange a competência estadual apresenta-se tabela

a respeito do assunto que é completa e esclarecedora, mormente,

no campo em negrito – parte denominada pagamento aos familiares

ou pessoas do convívio de Mércia Ferreira Gomes - vê-se,

claramente, a natureza dos valores desviados.

Page 21: Paulo Preto: Peculato

21

7) do organograma dos personagens relacionados a

agente MÉRCIA

Acima temos um organograma que

reflete os personagens ligados a MÉRCIA e que foram favorecidos.

O móbil desta figura é explicar com mais didática a relação

retratada nos tópicos 2.1, 2.2 e 2.3 desta denúncia.

Evidente que MÉRCIA, consoante já

registramos se reportava a CASAS VILELA e este a PAULO VIEIRA

DE SOUZA, que não constam do organograma, mas foram

elementos fundamentais para a implementação dos peculatos e

demais crimes. MÁRCIA atuava à sombra e sob as ordens de

MÉRCIA, sua irmã.

Page 22: Paulo Preto: Peculato

22

8) do pedido

Ex positis oferece-se DENÚNCIA em

face de:

1) MÉRCIA FERREIRA GOMES considerando-a incursa por 18

vezes no artigo 312 do CP, 11 vezes no artigo 299 do CP e

artigo 288 também do mesmo diploma penal, tudo em

concurso material de infrações, na forma do artigo 69 do CP;

2) JOSÉ GERALDO CASAS VILELA considerando-o incurso

por 18 vezes no artigo 312 do CP, 11 vezes no artigo 299 do

CP em combinação com o artigo 29 do CP e artigo 288

também do mesmo diploma penal, tudo em concurso material

de infrações, na forma do artigo 69 do CP;

3) PAULO VIEIRA DE SOUZA considerando-o incurso por 16

vezes no artigo 312 do CP, 9 vezes no artigo 299 do CP em

combinação com o artigo 29 do CP e artigo 288 também do

mesmo diploma penal, tudo em concurso material de

infrações, na forma do artigo 69 do CP;

4) MÁRCIA FERREIRA GOMES considerando-a incursa por 18

vezes no artigo 312 do CP, bem como artigo 288 do CP, tudo

em concurso material de infrações, na forma do artigo 69 do

CP.

Page 23: Paulo Preto: Peculato

23

E requer-se que R. A este

procedimento investigatório criminal, instaure-se o devido processo

penal, citando-os, interrogando-os e intimando-os de todos os atos

processuais, sob pena de revelia, ouvindo-se, oportunamente, as

testemunhas abaixo citadas23, prosseguindo-se até final

condenação e devolução do dinheiro desviado em sua

integralidade.

ROL

1. Alexander Gomes Franco – testemunha – fls. 308/309, fls.

564/567, fls. 607/608

2. Dayse Ferreira da Rocha – testemunha – fls. 553/554

3. Cleide Braz de Faria dos Santos – testemunha – fls. 557/559

4. Elisângela das Graças Moreira – testemunha – fls. 560/563

5. Laurence Casagrande Lourenço24 – testemunha – fls. 569/573

6. Jeferson Bassan – testemunha – fls. 1097/1098

7. Elisângela das Graças Moreira – testemunha – fls. 1110/1111

8. Jaqueline Arruda de Oliveira – testemunha – fls. 1112/1113

9. Dayse Ferreira da Rocha – testemunha – fls. 1114/1115

10. Pedro da Silva – testemunha – fls. 1116/1117.

11. Edvaldo Tavares dos Santos – testemunha – fls. 39/40

12. Luiz Carlos Prestes – testemunha – fls. 41/42

13. Roberto Setsuo Taya – testemunha – fls. 43

14. Valdinilda Ferreira Gomes Taya – testemunha – fls. 44

15. Tereza Setuko Miike – testemunha – fls. 45

16. Maria Aparecida Rosa de Brito – testemunha – fls. 46

17. Valdinilza Gomes Mellado – testemunha – fls. 47

23 Algumas delas poderão ser ouvidas como testemunhas do juízo, de acordo com a regra do artigo 209

do CPP. Sem prejuízo desta afirmação tem-se que o eventual excesso do número de testemunhas – superior a 8 – é plenamente possível, porquanto é cediço que para cada fato há a possibil idade de arrolar 8 testemunhas e a denúncia em questão se refere, pelo menos, a 17 peculatos produzidos em contextos fáticos diversos e independentes. 24 Diretor-Presidente da DERSA

Page 24: Paulo Preto: Peculato

24

18. Wilston Jaime Aravena – testemunha – fls. 169, 180 e

fls. 182

São Paulo, 23 de novembro de 2016.

CASSIO ROBERTO CONSERINO

103º Promotor de Justiça da Capital

Page 25: Paulo Preto: Peculato

25

Autos PIC 94.0002.0005759/2016-1

MM. JUIZ(a)

1. Oferece-se denúncia em separado em

24 laudas, todas rubricadas e a última assinada;

2. Requer-se folha de antecedentes

atualizada e certidões do que nela constar em nome dos

denunciados;

3. Arquive-se, outrossim, em relação a

Pedro da Silva, não citado em nenhum momento na

investigação, quer por Mércia, quer por Laurence, quer por

qualquer outra pessoa como indivíduo ciente das manobras

fraudulentas em relação a desvio de dinheiro público, em que

pese tenha autorizado. Esclarece-se que foi ouvido como

testemunha e interpelado, justamente, sobre essa autorização

de pagamentos (v. tabela de fls. 1027), quando, então, a

testemunha, categoricamente, asseverou que tais

pagamentos ocorrerão no procedimento final de gestão do

denunciado PAULO VIEIRA DE SOUZA e o depoente, como

tinha acabado de assumir o cargo, aprovou sem quaisquer

conhecimentos dos procedimentos anteriores e sem feitura de

juízo de valor. Contudo, se no decorrer da instrução desta

segunda investigação ou no decorrer da terceira investigação,

objeto dos autos 94.0002.0008788/2016-9 descortinar-se

Page 26: Paulo Preto: Peculato

26

eventual conhecimento do agente, o Ministério Público com

fulcro no artigo 384 e seguintes do CPP, o Ministério Público

providenciará o possível aditamento desta denúncia ou

inserção em eventual outra. Ressalve-se os termos do artigo

18 e 28 do CPP.

4. Arquive-se os autos, ressalvando-se

os ditames do artigo 18 e 28 do CPP, em relação ao suposto

crime de inserção de dados falsos em sistemas de

informações, previsto no artigo 313 A do CP, por ausência de

elementos de autoria delituosa, vez que se detectou em

momento posterior ao recebimento dos pagamentos do

cadastro 66/01/005 uma alteração indevida nos dados do

favorecido das transações para Gerinaldo Bezerra da Silva,

no entanto, não se obteve sucesso em identificar a autoria do

lançamento incorreto, consoante conclusão da prova técnica

abaixo:

5) Arquive-se em relação a DAYSE

FERREIRA DA ROCHA, que integrava o departamento

financeiro cuja autorização se dava de maneira meramente

formal, conforme registrado pelo Diretor-Presidente da

DERSA, Laurence, em seu depoimento; além disso, em

nenhum momento, integrantes do Departamento Financeiro

foram implicados pela denunciada MÉRCIA, que confessou os

fatos e apresentou os personagens que estariam

Page 27: Paulo Preto: Peculato

27

mancomunados para burlar a lei. Nesse sentido o depoimento

de Dayse se mostrou bem convincente, conforme fls.

1114/1115. Ressalve-se, contudo, os ditames do artigo 18 do

CPP.

6) Arquive-se, igualmente, em relação a

DELSON JOSÉ AMADOR, que também não foi implicado na fraude

e que autorizou o módico valor de R$ 6.750,0025 proveniente de

auxílio mudança e auxílio transporte. Há indícios de que não sabia

dos fatos. Ressalve-se, contudo, os ditames do artigo 18 e 28 do

CPP.

7) Arquive-se, outrossim, em relação as

testemunhas discriminadas no rol da denúncia, números

11/17, porque não se sabe, efetivamente, se sabiam ou não

acerca da manobra produzida por Mércia e companhia

limitada, sendo certo, ainda, que durante as oitivas percebeu-

se claramente que não receberam quaisquer quantias,

especialmente a dona Maria Aparecida Rosa Brito que ficou

indignada com a inserção de seu nome no referido

‘escândalo’. Pelo depoimento dos familiares de Mércia não

houve repasse do dinheiro para eles, contudo, se no decorrer

da instrução se identificar repasse, com esteio no artigo 384

do CPP, nada impede a inserção deles no polo passivo da

ação penal. Ao que parece apenas tiveram os CPFs usados

na fraude citada...

25 Considerando a totalidade do desvio...

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28

8) Requer-se a expedição de ofício a

DERSA requisitando os cadastros originais ou cópias

autenticadas dos cadastros contidos no tópico concernente a

falsidade ideológica para realização de eventual perícia

grafotécnica, ou, ainda, se tais cadastros foram produzidos e

falsificados no próprio sistema que a DERSA esclareça como

foi feita a falsificação, se houve ou não a utilização de senha.

Nessa segunda hipótese providenciar-se-á o aditamento com

base no artigo 384 e seguintes do CPP para possível crime do

artigo 313 A do CP. Reiteram-se, ademais, neste ponto, os

ditames do item 11 de fls. 22.

9) Requer-se a expedição de ofício ao

Banco Central do Brasil para que oficiem todas as instituições

bancárias do Brasil com o propósito de identificar, no período

de 2009 a 2012, eventuais contas correntes/poupanças e

congêneres dos denunciados MÉRCIA FERREIRA GOMES,

com dados qualificativos a fls. 226/228, 261/269, 1086/1088

PAULO VIEIRA DE SOUZA, com dados qualificativos a fls.

1093/1096, JOSÉ GERALDO CASAS VILELA, com dados

qualificativos a fls. 550/552 e fls. 1080/1081 e MÁRCIA

FERREIRA GOMES, com dados qualificativos a

fls.1090/1092. Pede-se, ainda, que no bojo do ofício venha

requisitado a informações dos valores mensais movimentados

naquele período. Objetiva-se, pois, em momento posterior

estudar a possibilidade de quebrar seus sigilos bancários com

o desiderato de verificar eventualmente o destino do dinheiro

desviado, porque todos disseram que não receberam

quaisquer valores, apesar de estar documentalmente

comprovado o desvio. Pretende-se que o dinheiro desviado

retorne aos cofres públicos estaduais.

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29

10) Requer-se a distribuição livre deste

expediente investigatório. Esclarece-se que já apresentamos

denúncia perante a 20ª. Vara Criminal de São Paulo, em

relação aos fatos descritos a fls. 4/24, que são

independentes e autônomos destes consignados na

presente exordial. Embora houvesse uma delação premiada

pendente na 20ª. Vara Criminal de São Paulo, fato é que o r.

Juízo não a homologou e encaminhou os autos, a pedido da

Defesa, para a Justiça Federal e o fez, conforme tópico 6º

desta denúncia, equivocadamente, tanto é que na

oportunidade interpusemos recurso em sentido estrito a fim de

desafiar a decisão argumentando justamente que o dinheiro

desviado seria de progênie estadual e, nesta segunda fase

investigatória, para evitar recidiva judicial no que tange ao

encaminhamento à Vara Federal requisitamos da própria

DERSA prova técnica sobre a origem do dinheiro desviado

cuja constatação é de que realmente o dinheiro é

ESTADUAL, o que garante e exige a manutenção da

denúncia na Vara Estadual, por não incidência do artigo 109 e

incisos da Constituição Federal.

11) Reitera-se tópico 9º de fls. 20/22,

porém não, nem subsidiariamente, para a aplicação do perdão

judicial, porquanto faltou para a consubstanciação da delação

premiada uma importante informação, ou seja, o destino

dado ao dinheiro. Caso a agente no decorrer da instrução

explicite com detalhes o destino dado ao dinheiro desviado, o

Ministério Público poderá, após homologação judicial, mudar

de ideia. De mais a mais para que o benefício seja concedido

nos moldes do tópico já referido há de haver uniformidade do

depoimento sempre que seja chamada a depor, tanto no

Ministério Público, quanto no Poder Judiciário.

Page 30: Paulo Preto: Peculato

30

12) Requer-se a aplicação de medida

cautelar diversa da segregação processual em face de

PAULO VIEIRA DE SOUZA, MÁRCIA FERREIRA GOMES e

GERALDO CASAS VILELA, nos termos do artigo 319, incisos

I, IV e V, do CPP. Não é o caso de requerer prisão preventiva

neste momento, no entanto se sobrevierem razões para o

encarceramento processual, com arrimo no artigo 316 do

CPP, que previu a cláusula rebus sic stantibus, o Ministério

Público não titubeará em postular.

13) Por último comunica-se ao r.

Juízo que novos documentos serão juntados aos autos por

força da dicção do artigo 231 do CPP e, nesta oportunidade

juntamos cópia do relatório 36/16 da auditoria firmada nas

dependências da DERSA – sociedade de economia mista

estadual - que trouxe à tona o valor integral do desvio de

recurso público estadual considerando o cômputo geral

incluindo, pois, também a terceira fase investigatória em

tramitação, bem como a ORIGEM ESTADUAL DO DINHEIRO

DESVIADO. Estamos juntando cópia da minuta do relatório e

quando protocolizarmos a denúncia, no sistema digital do e-

saj, vamos instrui-la com original do importante e elucidativo

documento.

São Paulo, 23 de novembro de 2016.

CASSIO ROBERTO CONSERINO

103º Promotor de Justiça da Capital