pavilhÃo cultural em container
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Trabalho Final de Graduação desenvolvido para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, pela Universidade Estadual de Maringá, PR.TRANSCRIPT
pâmela dosso de moraes
pavilhão cultural em container
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
PAVILHÃO CULTURAL EM CONTAINER
Acadêmica: Pâmela Dosso de Moraes
Orientador: Prof. Dr. Oigres Leici Cordeiro de Macedo
Maringá
2012
PÂMELA DOSSO DE MORAES
PAVILHÃO CULTURAL EM CONTAINER
Monografia apresentada à banca examinadora da Universidade Estadual
de Maringá como requisito para obtenção do título de Bacharel em
Arquitetura e Urbanismo, sob orientação do Prof. Dr. Oigres Leici
Cordeiro de Macedo.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Maringá
2012
Dedico este trabalho aos meus pais, pelo apoio e amor incondicional;
e à minha irmã, pela amizade imensurável.
Agradeço primeiramente pela confiança que meus pais sempre depositaram em mim,
dando esta oportunidade única de realizar um sonho, mesmo distante de seus olhos;
à todas as palavras de incentivo nos momentos difíceis, que minha família soube trazer
com carinho e proximidade nas horas necessárias, nas quais eles não puderam estar
presentes mas sentiam na pele, mesmo há quilômetro de distância;
à “turma da catequese”, que estavam sempre dispostos a compartilhar arquivos,
conhecimentos e uma longa noite, seja de trabalho ou de descontração;
aos amigos de arquitetura espalhados pelo mundo, que abriram meus horizontes e me
proporcionaram criar laços tão fortes;
aos amigos não relacionados à arquitetura, que nunca entenderam muito bem a dinâmica
do curso, mas sempre estavam apoiando minhas decisões;
ao meu companheiro de todos os dias, que sabe expressar seu amor da forma mais pura,
Tom;
ao meu namorado e amigo, Gabriel, por todo apoio ao longo deste ano, adotando minha
causa e falta de tempo como sua.
aos mestres desta caminhada, sem os quais não teria chegado até aqui.
“Arquitetura é coisa para ser exposta à intempérie e a um determinado ambiente;
Arquitetura é coisa para ser encarada na medida das ideias e do corpo do homem;
Arquitetura é coisa para ser concebida como um todo orgânico e funcional;
Arquitetura é coisa para ser pensada estruturalmente;
Arquitetura é coisa para ser sentida em termos de espaço e volume;
Arquitetura é coisa para ser vivida.”
(Lucio Costa, 1902-1998)
RESUMO
O projeto arquitetônico faz uso de uma tecnologia pouco explorada até então no
Brasil, os containers, que se encontram em quantidades excedentes nos portos uma vez
que não é lucrativo para as empresas devolvê-los sem carga. Com isso, e devido às
especificações técnicas que eles possuem, se tornou possível sua inserção no campo da
arquitetura.
Associado a esta tecnologia, foram criados espaços dedicados à comunidade, com
volumes contrastantes e bastante definidos em suas caraterísticas industriais. O público se
torna o maior responsável pela criação e dinâmica do todo.
A implantação ocorre em um sítio da antiga Zona Industrial de Maringá, que está
cercada de áreas bastante consolidadas e mantém seu caráter industrial intocado, que
passará a ser explorado com a abertura da avenida voltada para ela, antes com linha férrea
em nível.
Os blocos são desenhados para convidar o público e se dividem em café,
administração, palco de apresentações, sanitários, ateliê de criação e exposição, e
auditório, interligados através de passarelas e pisos em mesmo nível para integração e
coesão do projeto.
Palavras-chave: Pavilhão. Container. Cultural. Industrial. Exposições.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. PAVILHÕES DE EXPOSIÇÃO
3. ARQUITETURA EM CONTAINER
3.1. Dados Técnicos
3.2. Padronização e sua estrutura
4. OBRAS CORRELATAS
4.1. Decameron Design
4.2. Tim Festival
4.3. Gad Container Gallery
4.4. Puma City
5. CONDICIONANTES
5.1. Terreno
5.2. Legislação
6. O PROJETO
6.1. Partido Arquitetônico
6.2. Programa de Necessidades
7. MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO
8. CONCLUSÃO
9. REFERÊNCIAS
10. ANEXOS
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13
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19
20
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27
32
37
41
41
49
52
52
56
58
72
73
75
INTRODUÇÃO| 8
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho serve como embasamento teórico para o desenvolvimento do
Trabalho Final de Graduação – TFG de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual
de Maringá.
O tema abordado se refere a um Pavilhão Cultural em Container, desenvolvido para o
município de Maringá, em sítio específico.
O interesse pela abordagem é a princípio um desejo pessoal de explorar esta nova
tecnologia associada à arquitetura, em fase inicial ainda no Brasil e com pouca literatura
disponível na língua portuguesa.
Além disso, a escolha dos containers se dá por serem estruturas que permitem um
projeto bastante flexível, passível de montagem e desmontagem rápida – por intermédio
de empilhadeiras –, com baixa geração de resíduos na obra – chegando a ser 25% mais
econômica que uma obra convencional –, e permitem alterações e ampliações posteriores
devido a sua regularidade.
O objetivo deste trabalho é construir um espaço voltado à comunidade, com
atividades culturais realizadas durante os períodos matutino e vespertino, que despertem
seus diversos interesses em diferentes vertentes da cultura: dança, teatro, pintura, música,
cinema, artesanato, artes plásticas, manifestações tradicionais populares, fotografia, yoga,
entre outros. Seus usos iniciais abrangem todos os tipos de cultura evidentes no município,
INTRODUÇÃO| 9
e serão definidos e especializados com o tempo, de acordo com a apropriação feita pelo
público. Além disso, a unidade conta com espaços de armazenamento de materiais e
bibliografias disponíveis para todos.
Todos os trabalhos realizados são expostos periodicamente para visitantes e
frequentadores, no mesmo período em que ocorrem as atividades. Ainda haverá
apresentações artísticas no período noturno, preferencialmente em finais de semana e
feriados, como um convite a Maringá e sua região para mostrar os trabalhos desenvolvidos
e também receber convidados de outras localidades.
O objetivo específico é a adaptação das estruturas de containers para abrigar uma
arquitetura inovadora, e estudar os materiais utilizados na concepção do mesmo de forma
que permita a inserção das qualidades arquitetônicas de insolação e ventilação naturais.
Também se busca uma impressão de pavilhão na obra, relacionando-o com o entorno e se
mostrando em destaque em relação às demais construções existentes.
Este projeto apresenta como intuito inicial uma estrutura bastante completa para
servir a comunidade, o qual serve de inspiração para módulos menores, no mesmo
segmento projetual, em bairros da periferia de Maringá, de tal maneira que com o tempo
haja uma proliferação de módulos culturais chegando até as pessoas e não excluindo
nenhuma área da cidade de seus direitos a cultura.
INTRODUÇÃO| 10
A Prefeitura de Maringá possui diversos projetos realizados pela Secretaria de
Cultura, com financiamento privado e público, que se concentram na área central da cidade
e muitas vezes não vinculados ao desenvolvimento das mesmas, mas apenas designados a
se apresentarem para o público. Um exemplo desta realidade é a existência de apenas uma
sala para exposições, segundo artigo de CHAVES, 20121.
1 Dados obtidos através do relatório de pesquisa elaborado por Laura Chaves de Souza Peludo, titulado de
Perfil da Política de Cultura na Região Metropolitana de Maringá.
PAVILHÕES DE EXPOSIÇÃO| 11
2. PAVILHÕES DE EXPOSIÇÃO
Os pavilhões marcaram o século XX com suas aparições, desvinculadas de raízes no
terreno por apresentarem caráter efêmero. A princípio, relacionados ao desenvolvimento
industrial, tinham como função a exposição de produtos desta época, e eram incentivo
para a população criar novos artefatos para apresentar aos visitantes.
Eles são concebidos em poucos meses, construídos e destruídos deixando como
rastro apenas fotografias. Entretanto alguns pavilhões se tornaram emblemáticos na
história e incitaram sua reconstrução, como o caso do Pavilhão Alemão de Mies Van Der
Rohe, demolido no final da Feira Mundial de 1929 em Barcelona, e reerguido no mesmo
sítio na década de 80.
Figura 01: Pavilhão Alemão na Feira Universal de Barcelona. Fonte:wikipedia.org
PAVILHÕES DE EXPOSIÇÃO| 12
Em geral, os pavilhões recebem um programa bastante peculiar, uma vez que são
projetos encomendados para abrigar alguma simbologia, e não seguem nenhuma
imposição, a não ser a do cliente. Além disso, em grande parte, eles expõem a si próprios
através de uma arquitetura singular.
A palavra “pavilhão” 2 em sua definição se mostra como paisagem agregada a um
edifício principal, e ainda, segundo PUENTE, 2011, contém espaços de contemplação e faz
uso da iconografia proveniente da arquitetura publicitária por intermédio de cores, neons,
logotipos e luzes.
O projeto aqui proposto se apresenta como uma arquitetura distinta em relação ao
seu entorno, com características bastante peculiares, e é sem objecção uma paisagem
agregada ao visual dos antigos galpões industriais.
2 Pavilhão(do antigo francês paveillon)m. “Parte de um edifício construída como anexo ao seu corpo
principal.” O Dicionário de Língua Portuguesa. Novo Aurélio, séc XXI, (3° edição), Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1999.
ARQUITETURA EM CONTAINER| 13
3. ARQUITETURA EM CONTAINER
Containers marítimos, num primeiro momento, foram projetados com o objetivo de
armazenamento e transporte de mercadorias a grande distância e de forma compacta.
Suas dimensões podem variar, sendo que o Brasil, por ter ratificado a proposta da
International Standards Organization (ISO), para normalização técnica dos containers,
fundamentou toda a sua regulamentação, tanto para o uso como para a construção deles
no nosso País, baseando-se naquela norma. Essa regulamentação é controlada pelos
órgãos Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Instituto de Metrologia,
Normatização e Qualidade Industrial do Ministério da Indústria e Comércio.
Por possuírem escala humana apropriada, os containers marítimos também podem
ser utilizados para projetar espaços habitacionais. Além da agilidade de execução em
estrutura metálica e da possibilidade de reutilização de um elemento pré-fabricado, cada
vez mais o container vem ganhando espaço na arquitetura brasileira, sendo, inclusive,
bastante explorado como elemento sustentável de construção em arquitetura, já que se
utiliza de elemento pré-fabricado e reciclado de sucata portuária.
Entretanto, os pátios portuários vêm se deparando com um problema: em razão do
baixo valor de venda no continente asiático e pelo grande fluxo de importação e
exportação, os containers marítimos acabam sendo depositados nos portos. O valor do
container fica embutido no valor da mercadoria, ou seja, para o exportador, o container
ARQUITETURA EM CONTAINER| 14
acaba ficando em seu local de destino depois de descarregado. Para PAGNOTTA, 2011, em
seu artigo no site Archdaily, o motivo do acúmulo de containers se dá ao alto valor para
reenviar os containers usados para seu país de origem. Sendo assim, um novo destino final
para o container já utilizado pode ser a melhor solução para esse impasse.
Muitas cidades portuárias como Iitajaí/SC e Paranaguá/PR possuem um grande
número de containers ociosos, por isso empresas vêm se especializando na venda e
modificações para arquitetura a preços acessíveis, como por exemplo ser o container
remanufaturado para venda e aluguel para reenvio, ou alienados para que sejam
explorados para outro fim. Na cidade de Paranaguá, aliás, é possível a compra de
containers marítimos, com serviço de transporte para a cidade de Maringá/PR pelo Porto
Seco de Maringá, localizado no Contorno Sul.
Figura 02: Porto seco de Maringá. Fonte: Autora.
ARQUITETURA EM CONTAINER| 15
Aliando estética e baixo custo, o container se destaca como uma alternativa
construtiva. Atualmente já existe uma demanda de containers marítimos para seu uso
habitacional, assim como container-escritório, quiosques, stands de eventos, dentre
Figura 03: Containers no porto seco de Maringá. Fonte: Autora.
ARQUITETURA EM CONTAINER| 16
outros. A vantagem está na flexibilidade na sua tipologia construtiva, que permite muitas
opões de uso, porém, para sua correta utilização, é necessário ter conhecimento das
especificações técnicas.
ARQUITETURA EM CONTAINER| 17
3.1. Dados Técnicos
É necessário uma série de cuidados especiais quando se fala em arquitetura com o
uso de containers no tocante à concepção e execução. Como é um elemento reutilizado, é
muito importante que esse processo especial seja levado em conta na adaptação em
projetos arquitetônicos. A estrutura portante do container foi projetada com a finalidade
de suportar grandes esforços exteriores com mínimo preço de execução possível, porém,
como podem ser feitas modificações em sua estrutura básica original, é viável ter
conhecimento da deficiência estrutural.
O container é formado pela sua base de perfis metálicos, cobertos por compensado
naval, perfis tubulares em suas arestas e vedação em chapa metálica em aço cortem
corrugada. Esta forte estrutura proporciona ao todo grande resistência a tração, flexão e
torção, devendo ser devidamente reforçadas quando realizados os recortes.
ARQUITETURA EM CONTAINER| 18
Figura 04: Componentes do container. Fonte: ecocontainerhome.com
ARQUITETURA EM CONTAINER| 19
3.2. Padronização e sua estrutura
Conforme já dito anteriormente, a padronização dos containers é feita através da ISO
668, do ano de 1995. Há diversos tamanhos, dentr os quais se destacam os de 10 pés(3m),
20 pés(6m) e 40 pés(20m).
Quanto a sua altura são classificados em low cube, standard e high cube. Sendo
apropriado para a arquitetura o high cube que possui altura de 2,896m.
Figura 05: Dimensões do container. Fonte: GARRIDO, Luis. Sustainable Architecture: Containers, 2011.
OBRAS CORRELATAS| 20
4. OBRAS CORRELATAS
Os correlatos formam uma base fundamental para compreensão lógica da estrutura
dos containers, além de permitir a identificação dos diversos materiais utilizados para
garantir boas condições climáticas e de iluminação no seu interior.
Fornecem também dados relacionados à fundação, que não apresenta necessidade
de ser profunda, podendo os containers serem apenas apoiados sobre o solo rígido e
compactado.
As composições também influenciaram fortemente no desenvolvimento do projeto
do Pavilhão Cultural, permitindo criar uma liberdade, antes não imaginada, frente a uma
estrutura tão rígida, linear e compacta.
Além disso, são apresentados métodos para montagem e desmontagem, que podem
aplicados ao projeto em caso de transporte para um novo sítio.
OBRAS CORRELATAS| 21
A loja de objetos de design Decameron está situada em um endereço onde estão
situados diversos projetos arrojados associados a objetos de decoração de renomados
designers.
Seu projeto incorpora o conceito de arquitetura low tech3 e faz uso de containers
sobrepostos, sendo 4 deles de dimensões 12m x3m x3m e 2 de 3m x3m x3m, todos pintados
com tinta antiferrugem em cores flúor amarelo, verde-limão, laranja, azul, roxo e rosa.
3 Arquitetura que faz uso de materiais de baixa energia, frequentemente encontrados e processados
próximos aos locais de inserção da obra, caracterizando uma construção alternativa e com baixos custos.
4.1. Decameron Design
Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 2136 – São Paulo|SP
Arquitetura: Studio MK27 – Marcio Kogan
Figura 06: Decameron Design. Fonte: Autora.
Figura 07: Cores flúor presentes nos containers. Fonte: Autora.
OBRAS CORRELATAS| 22
A obra possui 252m² de área construída, dividas entre o corredor de containers, um
volume com pé-direito duplo em concreto e estrutura metálica, apoiados sobre os
containers, um jardim central e um espaço aos fundos de administração.
Figura 08: Desenhos Técnicos. Fonte: Revista AU 207, Abril de 2011. Modificado pela autora.
OBRAS CORRELATAS| 23
Figura 09: Os diversos ambientes. Fonte: Autora.
OBRAS CORRELATAS| 24
O caráter industrial existente nos containers se mostra presente em toda a obra, que
possui piso de cimento queimado e emborrachado, eletrocalhas expostas, escada em
estrutura metálica.
Segundo SOBRAL, o projeto possui elementos que proporcionam boa ventilação e
iluminação dos ambientes como todo o revestimento dos containers em lá de vidro e MDF e
a cobertura em manta termoplástica. Ainda de acorda com Laura Sobral, os ajustes dos
containers foram realizados no próprio porto de Santos, por especialistas, e ajustadas no
canteiro de obras, permitindo uma obra de baixo custo, com pouca geração de entulhos, de
rápida execução e com uma economia de até 25% em relação a construções convencionais.
Figura 10: Elementos industriais em evidência. Fonte: Autora.
OBRAS CORRELATAS| 25
Os containers são os únicos elementos da obra que podem ser facilmente
transportados para outro terreno, uma vez que são apenas apoiados sobre o sótio. Eles
abrigam exclusivamente a coleção de design holandês Droog.
Figura 11: Containers apoiados diretamente no solo. Fonte: Autora.
Figura 12: Evidencia para a coleção holandesa Droog. Fonte: Autora.
OBRAS CORRELATAS| 26
Em visita ao local foi possível notar todos estes elementos e compreender o que
Márcio Kogan quis propor através do racionalismo associado à arquitetura arrojada.
Figura 13: Frase estampada nas paredes internas no 2° pavimento em containers. Fonte: Autora.
OBRAS CORRELATAS| 27
A instalação dos containers, que deram origem a este espetáculo ao ar livre, fazem
parte de um projeto conhecido como Tim Festival, que ocorre anualmente no Rio de Janeiro,
partindo da premissa de sustentabilidade vinculada a um festival de música.
O local se transforma em uma mini-cidade construída para servir temporariamente
como palco de diversos shows, e pensando nos diversos resíduos que seriam gerados e na
praticidade da obra, os containers foram a escolha certa. Estes foram empilhados como uma
parede orgânica escalonada, gerando bolsões vazios que geram permeabilidade e permitem
que os espectadores tenham o visual do morro, enquanto outros são compostos por telões
que projetam os espetáculos ao vivo, vistos a partir da praça.
Suas diferentes cores formam no todo uma unidade da obra.
4.2. Tim Festival
Marina da Glória – Rio de Janeiro, RJ
Arquitetura: Bernardes+Jacobsen
Ano do projeto: 2007 Figura 14: Tim Festival. Fonte: bjaweb.com.br
OBRAS CORRELATAS| 28
Nos containers, além das apresentações, existem ainda a localização dos sanitários e
bares. Contribuindo também na organização de fluxos, existem estruturas desvinculadas
destas principais onde estão inseridas o Tim Stage, Tim Lab, Tim Club, Produção, Imprensa e
Motomix.
O formato orgânico de composição das estruturas de caráter industrial evidenciam
os fluxos e dão forma aos locais de posicionamento do público voltados aos diversos shows.
Figura 15: Apresentações. Fonte: bjaweb.com.br
OBRAS CORRELATAS| 29
Figura 16: Localização das atividades e percepção dos fluxos. Fonte: bjaweb.com.br
OBRAS CORRELATAS| 30
Figura 17: Containers empilhados configurando diferentes espaços. Fonte: bjaweb.com.br
OBRAS CORRELATAS| 31
Figura 18: Esquemas feitos pelos arquitetos. Fonte: bjaweb.com.br
OBRAS CORRELATAS| 32
A GAD Container Gallery está situada na área portuária de Oslo, que se encontra em
transformação. Cercada por lojas, edifícios e antigos prédios portuários, o projeto pousa no
píer, sem criar fundações profundas, já que sua intenção principal é a itinerância do
conjunto.
4.3. GAD Container Gallery
Oslo, Noruega
Arquitetura: MMW Architects
Ano do projeto: 2005
Figura 19: GAD Container Gallery. Fonte: mmw.no
Figura 20: Entorno imediato ao projeto. Fonte: mmw.no
OBRAS CORRELATAS| 33
A linguagem da obra não poderia ser outra, uma vez que a paisagem local já está
configurada pelos containers empilhados no porto. Para reforçar mais ainda este caráter
naval, os arquitetos responsáveis pela criação do projeto fizeram uso de elementos
característicos da marinha, como escada marítima, apoios tubulares metálicos para apoio do
balanço e janelas circulares.
É possível realizar sua montagem e desmontagem no tempo de 1 a 2 semanas,
retirando desde as placas cimentícias que compõem o solarium, até as sapatas isoladas
circulares.
Figura 21: Vista da área portuária. Fonte: mmw.no
Figura 22: Sapatas circulares isoladas. Fonte: mmw.no
OBRAS CORRELATAS| 34
Figura 23: Montagem e desmontagem. Fonte: mmw.no
OBRAS CORRELATAS| 35
O acesso à galeria principal ocorre no térreo, onde está localizada também a escada
de acesso ao 1° pavimento. As vedações internas são feitas em placas de compensado
resinado e placas de gesso acartonado, e com lá de rocha como isolante térmico.
No primeiro pavimento se encontra a recepção, escritório, sanitário, reserva técnica,
copa e sala técnica. O acesso ao 2° pavimento é feito diretamente na sala de projeções para
exposição em vídeo, que é um mezanino.
Por fim, o salarium é acessado pela sala de expositiva.
Figura 24: Térreo. Fonte: mmw.no
OBRAS CORRELATAS| 36
Figura 25: Primeiro Pavimento. Fonte: mmw.no
Figura 26: Segundo Pavimento - Mezanino. Fonte: mmw.no
OBRAS CORRELATAS| 37
Desenvolvido pelo escritório LOT-EK, o Puma City foi montado para além de
promover a marca Puma, como apoio ao eventual conhecido como Volvo Ocean Race, que é
uma competição internacional de esportes marítimos.
Mais um correlato se apresenta instalado em uma zona portuária, mantendo a
conexão naval da tipologia. A estrutura toda é formada por 24 containers de 20 metros de
comprimento, apoiados e fixados através de parafusos e ferrolhos.
Para auxiliar na montagem, que dura cerca de 5 a 7 dias, também são utilizados dois
guindastes, uma empilhadeira e uma plataforma elevatória em tesoura.
Os containers receberam adaptação na China e desde então sua vida útil vem sendo
prolongada passando por sucessivas montagens e desmontagens em portos pelo mundo.
4.4. Puma City
Estrutura Itinerante
Arquitetura: LOT-EK
Ano do projeto: 2008
Figura 27: Puma City. Fonte: lot-ek.com
OBRAS CORRELATAS| 38
Figura28: Montagem da estrutura. Fonte: lot-ek.com
OBRAS CORRELATAS| 39
O projeto se divide em 3 níveis, sendo o primeiro e segundo utilizados pela loja
Puma, e o terceiro como lounge/ bar, com um salão multiuso para eventos.
Figura 29: Plantas dos pavimentos. Fonte: Container Atlas
OBRAS CORRELATAS| 40
Através do empilhamento escalonado surgem os balanços utilizados como decks, e
os vazios internos que servem de terraço e evidenciam os visuais do píer. Os balanços são
proporcionados devido ao peso da estrutura, que apoiadas sobre o segundo nível, impedem
sua movimentação.
A estrutura é deixada a mostra também no interior da loja, que possui por vezes pé-
direito duplo feito através de recortes nas bases da estrutura.
Figura 30: Plano de massa. Fonte: Container Atlas
Figura 31: Pé-direito duplo proporcionado pelo recorte do fundo do container. Fonte: lot-ek.com
CONDICIONANTES| 41
5. CONDICIONANTES
5.1. Terreno
O terreno escolhido para inserção do projeto está localizado na Zona 10 - antiga Zona
Industrial de Maringá, e atualmente classificada como Zona Especial 18 -, no encontro da
Avenida Horácio Racanello com a Rua Monlevade.
Figura 32: Mapa de Uso e Ocupação do Solo, com destaque para a ZE18. Fonte: Prefeitura Municipal de Maringá
CONDICIONANTES| 42
O setor em questão teve como função inicial a instalação de galpões e fábricas para
abastecimento dos vagões do trem, que ali entravam em sentido diagonal à linha férrea –
rebaixada no ano de 2009-, o que gerou seu traçado diferenciado das demais malhas
ortogonais existentes no entorno. A área também se diferencia pela tipologia das
construções, em sua maioria longas e delgadas, em formato retangular, com alguns
elementos característicos como silos circulares, fornos, tubulações e caixas d’água, de
caráter industrial, que se mantém evidente. A baixa densidade também se faz presente,
acompanhada de grandes áreas livres.
Figura 33: Destaque do terreno em vermelho. Fonte: Google Erath, 2012. Modificado pela autora.
CONDICIONANTES| 43
No presente momento a área apresenta um quadro de abandono, porém vem sido
modificada e está abrangida por áreas consolidadas. O local possui grande potencial de
reconfiguração urbana uma vez que permite grande flexibilidade aos projetos em lotes
ainda não subdivididos, e há uma forte atividade industrial, comercial e de serviços
voltados para a Avenida Colombo, Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto e Avenida Tuiutí.
Figura 34: Vista a partir do terreno para os Silos da empresa Sambra. Fonte: Autora.
CONDICIONANTES| 44
Figura 36: Vista da paisagem consolidada do entorno a partir do terreno. Fonte: Autora.
Avenida Colombo
Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto
Avenida Horácio Racanello
Avenida Tuiutí
Figura 35: Localização das principais avenidas do entorno. Fonte: Google Earth, 2012. Modificado pela autora.
CONDICIONANTES| 45
As edificações voltadas para a linha férrea ainda são configuradas, em sua maioria,
como fundos, possuindo altos muros, porém há espaços se voltando para a nova avenida.
Além disso, a concessão do uso dos silos da empresa Sambra foi feita para instalação de
um projeto de caráter cultural, conforme publicado no Jornal O Diário em 08 de dezembro
de 2010, o que irá fomentar o progresso da área.
Com o rebaixamento de ferrovia o local recebeu também a abertura da Avenida
Racanello, que faz a ligação do centro da cidade até a rodoviária de Maringá, facilitando o
acesso, e recebeu a pavimentação de pistas de caminhada e ciclovias, o que valorizou a
região e aumentou seu uso, embora a princípio seja de passagem e não permanência.
Figura 37: Avenida Horácio Racanello. Destaque para as edificações de fundos para a avenida. Fonte: Autora.
CONDICIONANTES| 46
A projeção da edificação proposta se faz neste terreno específico, além das razões já
especificadas, pela sua grande visibilidade e acessibilidade. Possuindo um desnível de
1,60m em relação à Avenida Horácio Racanello, já aterrado, a construção se mostra em
evidencia para qualquer transeunte e de fácil acesso através da Rua Monlevade que
acompanha o lote de forma plana.
Figura 38: Pavimentação da pista de caminhada e ciclovia. Fonte: Autora.
Figura 39: Desnível do terreno com taludes. Fonte: Autora.
CONDICIONANTES| 47
Há no terreno ainda uma caixa d’água em concreto, que será mantida para realizar a
conexão histórica com o local, além do uso dos containers para vínculo com a linguagem
industrial existente.
Figura 40: Caixa d’água existente no terreno. Fonte: Autora.
CONDICIONANTES| 48
Todas as características aqui descritas reúnem as melhores qualidades para que o
projeto tenha adesão e apropriação pela população, que define a principal expectativa
desta implantação.
Figura 41: Caixa d’água em destaque na vista. Fonte: Autora.
CONDICIONANTES| 49
5.2. Legislação
O lote escolhido está situado na ZE18, conforme alteração feita através LC797/2010,
que determina no Anexo II seus usos permitidos, permissíveis e proibidos.
USOS PERMITIDOS COMÉRCIO E SERVIÇOS CENTRAIS E
VICINAIS E OCUPAÇÕES
MULTIFAMILIARES
USOS PERMISSÍVEIS COMÉRCIOS E SERVIÇOS SETORIAIS
USOS PROIBIDOS TODOS OS DEMAIS USOS
Os comércios e serviços centrais se caracterizam pelas atividades destinadas a
população em geral, e estão inclusas nestas atividades livrarias, cafés, galerias de arte,
entre outros. O Pavilhão Cultural, aqui desenvolvido, se caracteriza como uma união de
atividades com propriedades designadas aos comércios e serviços centais.
Os parâmetros de ocupação do solo, estabelecidos no Anexo II na LC331/99, alterada
pela LC 797/2010 se encontram na tabela a seguir.
CONDICIONANTES| 50
DIMENSÕES MÍNIMAS DO LOTE
TESTADA(M)/ ÁREA(M²)
ESQUINA
40/4000
ALTURA MÁXIMA DA EDIFICAÇÃO COTA 610
COM OUTORGA ONEROSA ATÉ COTA
650
COEFICIENTE MÁXIMO DE
APROVEITAMENTO (%)
COM OUTORGA ONEROSA ATÉ 4,5
LEI NÃO ESPECIFICA VALORES
INFERIORES
TAXA MÁXIMA DE OCUPAÇÃO
(%)
TÉRREO 60
TORRE 40
ÁREA PERMEÁVEL 20
AFASTAMENTO MÍNIMO
(M)
FRONTAL 10
LATERAL 6 ATÉ 2 PAVIMENTOS
FUNDOS 10
AFASTAMENTO MÍNIMO DE DIVISA NÃO ESPECIFICADO
Os afastamentos mínimos presentes no lote são os grandes definidores do projeto,
uma vez que condicionaram a construção na parte central. Não possuindo especificação
para o recuo em relação a divisa, utilizou-se o afastamento lateral para até 2 pavimentos,
ou seja, 6 metros. Nos demais recuos obedeceu-se o frontal e de fundos que são de 10
metros. Na imagem seguinte está evidenciada a centralização do projeto em função das
áreas onde não é possível contruir, sendo em lilás o recuo lateral, e em amerelo os
frontais.
CONDICIONANTES| 51
Como as construções existentes foram construídas antes do estabelecimento destas
legislações não é possível saber se estão de acordo. Porém em passeio local é possível
notar seus baixos gabaritos, coeficientes de aproveitamento próximos aos exigidos e
dimensões de lotes excedidas.
De acordo com vista aérea da região, notam-se diferentes recuos e grandes massas
vegetativas de áreas permeáveis.
Figura 42: Afastamento mínimos do terreno. Fonte: Autora.
O PROJETO| 52
6. O PROJETO
6.1. Partido Arquitetônico
A premissa deste projeto é o uso de sua estrutura primária: os containers, compostos
de forma diferenciada, sem perder seu caráter industrial, que mantém o vínculo com a sua
área de inserção, mas ao mesmo tempo se tornando um projeto arrojado e de destaque na
antiga Zona Industrial de Maringá.
O objetivo é criar uma estrutura de caráter convidativo à população de Maringá, e
mostrar através deste projeto a forma simples e rápida que se pode obter uma construção
voltada à comunidade, incentivando que sejam levados projetos de menor escala aos
bairros periféricos do município, fazendo com que eles assumam as características de seus
usuários e se adaptem as suas necessidades.
A organização do projeto se fez em diferentes módulos que abrigassem o programa
proposto, sendo utilizados os containers de 40 pés e de 20 pés, ajustados e sobrepostos de
acordo com algumas condicionantes: afastamentos mínimos estabelecidos pela lei do
município, fomentar o uso da rua interna do bairro sem ignorar a principal avenida que
possui em sua outra extremidade, gerar espaços de apropriação pública, ser aberto a
comunidade, gerar uma unidade ao projeto mesmo subdividindo-o em módulos, sem
O PROJETO| 53
perder a evidência de cada setor e fazer o aproveitamento máximo da iluminação e
ventilação naturais, exceto no auditório que é um ambiente climatizado artificialmente.
De forma rígida, porém obtendo uma forma orgânica no todo, o projeto foi pensado
também de maneira que seja possível sua ampliação ao longo do tempo, de acordo com as
necessidades manifestadas pela comunidade, dando continuidade a suas curvas rígidas no
terreno adjacente ao utilizado, que também se encontra sem uso.
Os esquemas a seguir mostram as intenções projetuais consideradas para a
implantação do Pavilhão.
O PROJETO| 54
Visões do público voltadas para o palco.
Sentido de passagem e integração.
Edificações
Acesso e saída de veículos
Área de apropriação pública
Divisa do terreno para onde é possível se expandir o projeto.
Figura 43: Esquema de fluxos e apropriações no terreno. Fonte: Autora.
O PROJETO| 55
Sentido da trajetória do sol.
Sentidos dos ventos.
TARDE MANHÃ
Figura 44: Esquema de insolação e ventilação. Fonte: Autora.
O PROJETO| 56
6.2. Programa de necessidades
De acordo com PUENTES, 2011, o conceito de Pavilhão permite uma grande
liberdade projetual, dependendo apenas da finalidade para a qual foi encomendada, e sem
um programa rígido de necessidades.
Sendo assim, o projeto está dividido nas seguintes partes:
1. ATELIÊ DE CRIAÇÃO E EXPOSIÇÃO: composto por 12 containers de 40 pés do
tipo high cube, a instalação tem como finalidade a convivência do público e
atividades culturais – reuniões, work-shops, oficinas, aulas –, com recursos
para exposição das criações. Se configura como uma área de permanência,
troca de conhecimentos e ao mesmo tempo de passagem, criando um caráter
misto. Além disso fazem a ligação visual com a praça central.
2. AUDITÓRIO: composto por 6 containers de 40 pés empilhados de forma a criar
um pé-direito duplo, abrigando um palco e poltronas para exibição de filmes e
palestras, com telão e equipamentos audiovisuais.
3. PALCO COM ÁREA DE APOIO: formado por 5 containers voltados às
apresentações e utilizados durante o dia para ensaios e visitas às áreas
técnicas, assim como acesso liberado ao terraço verde na cobertura, que
permite ter um visual da Zona 10.
O PROJETO| 57
4. ADMINISTRAÇÃO: área composta por 4 containers que geram pé-direito duplo,
para armazenamento de documentos relacionados ao Pavilhão e atendimento
ao público de apoio. Também é um espaço utilizado para pequenas reuniões de
caráter interno da administração do local, sendo o único bloco de acesso
restrito.
5. CAFÉ: projetados para servir ao público que ali permanece, permitindo que sua
estadia seja prolongada. Possui as portas dos próprio container para acesso de
abastecimento, e duas outras portas para acesso do público.
6. SANITÁRIOS: possuindo acesso tanto pela avenida, quanto pela rua, os
sanitários são projetados de acordo com a legislação e prevê acessibilidade,
assim como todos os demais blocos existentes. Separados em dois blocos por
sexo: masculino e feminino.
Todos os blocos são unificados por um piso grelha, que permite através dele o acesso
a todas as unidades do Pavilhão. Este elemento garante, além da acessibilidade, o livre
fluxo entre blocos, uma vez que configuram corredores rotacionados de forma a criar uma
praça central.
MEMORIAL| 58
7. MEMORIAL
O Pavilhão Cultural em Container teve sua primeira iniciativa fundamentada na
ocupação permitida do lote e na área onde se inseria. De forma que sua implantação ficou
condicionada a área central do terreno e se desdobrou em diferentes volumes a fim de
criar a união visual de todos através da praça central do projeto, para onde o palco de
apresentações se encontra voltado.
Os acessos ficaram condicionados aos limites do terreno, uma vez que sua área
central se constituiu como construída. Pela Avenida Horácio Racanello se faz o acesso de
veículos através de uma rampa com inclinação de 15%, chegando ao nível de 1,60m, nível
em que se encontra o aterro atualmente, não se fazendo necessárias grandes alterações
no terreno. A saída de veículos se faz pela Rua Monlevade, por onde também é feito o
acesso de pedestres.
O terreno não possui desnível internamente, estando plano em relação à Rua
Monlevade e com talude de 1,60m em relação à Avenida Horácio Racanello. Desta forma
se tornou possível que os containers fossem pousados sobre o terreno, recebendo apenas
fundações de sapatas rasas isoladas em suas extremidades. Assim eles foram se ajeitando
e compondo um novo visual à antiga Zona Industrial.
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A composição dos blocos foi embasada em formar uma área central e uma conexão
visual entre todo o conjunto, por isso sua leve curva vista na implantação. Ainda, por
apresentar um formato diferenciado, proporcionou que em um dos cantos, e ainda assim
conectado ao todo, se instalasse um auditório, que por ser fechado não havia necessidade
de tamanha integração encontrada nos demais blocos.
O auditório é o único bloco climatizado artificialmente pela necessidade de falta de
luz interior para projeções de filmes. Os demais blocos todos foram pensados em
iluminação e ventilação naturais, possuindo grandes aberturas, e esquadrias com vidro
insulado para garantir a temperatura interna no inverno.
Pensando ainda no conforto térmico, as paredes são forradas com placas cimentícias
fixadas no container através de montantes, sempre respeitando quando há necessidade de
paredes hidráulicas. Entre a placa cimentícia e a chapa de aço cortem do container, está a
lã de pet, isolante térmico.
A unidade do projeto se dá de duas maneiras do ponto de vista do público: através
do piso grelha que abraço todos os edifícios, permitindo o acesso a todos eles através dela,
e pela grande praça que serve de plateia para o palco de apresentações.
O público é o grande transformador deste projeto, podendo agregar a ele as
atividades que mais se identificam. Ainda pensando na comunidade e sua ligação com a
área, há a mirante na cobertura da área de palco, com teto verde.
MEMORIAL| 60
As cores aplicadas nos containers pretendem dar movimento ao jogo de volumes,
assim como pretende dar unidade através das estruturas em preto.
Um elemento muito importante no cenário do Pavilhão é a antiga caixa d’água
existente no terreno, e mantida no projeto como vínculo com a história do local. Nas
imagens realizadas ela se apresenta pintada com uma obra de arte dos artistas de São
Paulo conhecidos como “Mulheres Barbadas”, porém vem representar uma possível
intervenção de artistas locais nela, sem que interfiram nas cores já padronizadas para a
estrutura.
Há ainda um elemento importante na composição, uma cobertura de
acompanhamento das estruturas feita em estrutura metálica atirantada nos container, que
quando possuem aberturas fazem com que os tirantes sejam presos um nível acima ainda.
E para unir esta cobertura há uma superior independente, nos mesmo moldes.
MEMORIAL| 61
VISTA A PARTIR DA AVENIDA HORÁCIO RACANELLO.
MEMORIAL| 62
PRAÇA CENTRAL – VÍNCULO VISUAL COM O TODO O PROEJTO
MEMORIAL| 63
AUDITÓRIO EM EVIDÊNCIA, COM VISTA PARA A MARQUISE DE ACOMPANHAMENTO DO PISO GRELHA
MEMORIAL| 64
VISTA GERAL PELA RUA MONLEVADE
MEMORIAL| 65
VISTA A PARTIR DA DIVISA DO TERRENO
MEMORIAL| 66
VISTA A PARTIR DA AVENIDA HORÁCIO RACANELLO
MEMORIAL| 67
VISTA INTERNA DO ATELIÊ DE CRIAÇÃO
MEMORIAL| 68
VISTA INTERNA DO ATELIÊ DO CAFÉ
MEMORIAL| 69
VISTA DO PALCO DE APRESENTAÇÕES
MEMORIAL| 70
VISTA NOTURNA COM ATIVIDADES
CONCLUSÃO| 71
IMPLANTAÇÃO DO PROJETO NA REGIÃO
CONCLUSÃO| 72
8. CONCLUSÃO
A cultura deve ser parte integrante de todas as pessoas, e além de feitas para elas,
devem ser feitas com elas.
Com este conceito surgiu um projeto capaz de envolver uma área abandonada, um
conceito inovador, um produto reaproveitado e uma concepção totalmente nova de
ligação entre estes valores.
A grande dificuldade do projeto se mostrou na rigidez das peças e no relativo pouco
espaço passível de construção para que se pudesse fazer um jogo de movimento e dor ao
lugar. Porém, esta questão se tornou fácil quando a compreensão de fazer com que o
projeto abraçasse a comunidade, de forma construtiva também, além de como abrigo, foi
aplicada a implantação.
REFERÊNCIAS| 73
9. REFERÊNCIAS
____. NBR 10520. Informações e documentação – Citações em Documentos –
Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
____. NBR 14724. Informações e documentação – Trabalhos Acadêmicos – Apresentação.
Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
ARCHICENTRAL. Puma Cit//Container Retail//Lot-Ek. Disponível em:
<http://archicentral.com/puma-city-container-retail-by-lot-ek-290/>.
BASULTO, David, PUMA City, Shiping Container Store/ Lot-Ek. 20 Dec 2008. Archidaily.
Disponível em: <rchidaily.com-290>
BOWEN, ted. Looking at Lot-Ek. Disponível em:
<http://www.metropolismag.com/pov/2009056/letter-from-bostom-looking-at-lot-ek>.
CHAVES, Laura. Perfil da Política de Cultura na Região Metropolitana de Maringá.
Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2012.
FOIRET, Cyril. PUMA CITY – NOMD STORE. Disponível em: <http://trendland.com/puma-
city-nomad-store/#>.
GARRIDO, Luis. Sustainable Architecture: Containers. Barcelona: Instituto Monsa de
Ediciones, 2011.
REFERÊNCIAS| 74
PAGNOTTA, Brian. The Pros And Cons of Cargo Container Architecture. 2011. Archidaily.
Disponível em: <www.archidaily.com/160892>.
PUENTE, Moises. 100 Pavilhões de Exposição. Barcelona: Gustavo Gilli, 2001.
SOBRAL, Laura. Projetado por Marcio Kogan, loja da Decameron, em São Paulo, incorpora
contêineres sobrepostos. Revista AU Online. Disponível em:
<http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/205/aconchego-industrial-213254-
1.asp>
YONEDA, Yuku. Illuminated Shipping Container Wall is a Temporary Music Festival Venue
in Rio de Janeiro. Inhabitat, 2011. Disponível em: < http://inhabitat.com/illuminated-
shipping-container-wall-is-a-temporary-music-festival-venue-in-rio-de-janeiro/>
ANEXOS| 75
10. ANEXOS
ERRATA
Faltou especificar nas pranchas de desenho que as cotas especificadas no Ante Projeto do
Pavilhão Cultural em Container, estão em centímetro, e os níveis estabelecidos se
encontram em unidade de metro.
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universidade estadual de maringádepartamento de arquitetura e urbanismo
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trabalho �nal de graduaçãoacadêmica: pâmela dosso de moraesorientador: prof. dr. oigres leici de cordeiro macedo
O Pavilhão Cultural em Container teve sua primeira iniciativa fundamentada na ocupação permitida do lote e na área onde se inseria. De forma que sua implantação �cou condicionada a área central do terreno e se desdobrou em diferentes volumes a �m de criar a união visual de todos através da praça central do projeto, para onde o palco de apresentações se encontra voltado. Os acessos �caram condicionados aos limites do terreno, uma vez que sua área central se constituiu como construída. Pela Avenida Horácio Racanello se faz o acesso de veículos através de uma rampa com inclinação de 15%, chegando ao nível de 1,60m, nível em que se encontra o aterro atualmente, não se fazendo necessárias grandes alterações no terreno. A saída de veículos se faz pela Rua Monlevade, por onde também é feito o acesso de pedestres. O terreno não possui desnível internamente, estando plano em relação à Rua Monlevade e com talude de 1,60m em relação à Avenida Horácio Racanello. Desta forma se tornou possível que os containers fossem pousados sobre o terreno, recebendo apenas fundações de sapatas rasas isoladas em suas extremidades. Assim eles foram se ajeitando e compondo um novo visual à antiga Zona Industrial.
A composição dos blocos foi embasada em formar uma área central e uma conexão visual entre todo o conjunto, por isso sua leve curva vista na implantação. Ainda, por apresentar um formato diferenciado, proporcionou que em um dos cantos, e ainda assim conectado ao todo, se instalasse um auditório, que por ser fechado não havia necessidade de tamanha integração encontrada nos demais blocos. O auditório é o único bloco climatizado arti�cialmente pela necessidade de falta de luz interior para projeções de �lmes. Os demais blocos todos foram pensados em iluminação e ventilação naturais, possuindo grandes aberturas, e esquadrias com vidro insulado para garantir a temperatura interna no inverno. Pensando ainda no conforto térmico, as paredes são forradas com placas cimentícias �xadas no container através de montantes, sempre respeitando quando há necessidade de paredes hidráulicas. Entre a placa cimentícia e a chapa de aço cortem do container, está a lã de pet, isolante térmico. A unidade do projeto se dá de duas maneiras do ponto de vista do público: através do piso grelha que abraço todos os edifícios, permitindo o acesso a todos eles através dela, e pela grande praça que serve de plateia para o palco de apresentações.
O público é o grande transformador deste projeto, podendo agregar a ele as atividades que mais se identi�cam. Ainda pensando na comunidade e sua ligação com a área, há a mirante na cobertura da área de palco, com teto verde. As cores aplicadas nos containers pretendem dar movimento ao jogo de volumes, assim como pretende dar unidade através das estruturas em preto. Um elemento muito importante no cenário do Pavilhão é a antiga caixa d'água existente no terreno, e mantida no projeto como vínculo com a história do local. Nas imagens realizadas ela se apresenta pintada com uma obra de arte dos artistas de São Paulo conhecidos como �Mulheres Barbadas�, porém vem representar uma possível intervenção de artistas locais nela, sem que inter�ram nas cores já padronizadas para a estrutura. Há ainda um elemento importante na composição, uma cobertura de acompanhamento das estruturas feita em estrutura metálica atirantada nos container, que quando possuem aberturas fazem com que os tirantes sejam presos um nível acima ainda. E para unir esta cobertura há uma superior independente, nos mesmo moldes.
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De acordo com PUENTES, 2011, o conceito de Pavilhão permite uma grande liberdade projetual, dependendo apenas da �nalidade para a qual foi encomendada, e sem um programa rígido de necessidades. Sendo assim, o projeto está dividido nas seguintes partes:1. ATELIÊ DE CRIAÇÃO E EXPOSIÇÃO: composto por 12 containers de 40 pés do tipo high cube, a instalação tem como �nalidade a convivência do público e atividades culturais � reuniões, work-shops, o�cinas, aulas �, com recursos para exposição das criações. Se con�gura como uma área de permanência, troca de conhecimentos e ao mesmo tempo de passagem, criando um caráter misto. Além disso fazem a ligação visual com a praça central.2. AUDITÓRIO: composto por 6 containers de 40 pés empilhados de forma a criar um pé-direito duplo, abrigando um palco e poltronas para exibição de �lmes e palestras, com telão e equipamentos audiovisuais.3. PALCO COM ÁREA DE APOIO: formado por 5 containers voltados às apresentações e utilizados durante o dia para ensaios e visitas às áreas técnicas, assim como acesso liberado ao terraço verde na cobertura, que permite ter um visual da Zona 10.
4. ADMINISTRAÇÃO: área composta por 4 containers que geram pé-direito duplo, para armazenamento de documentos relacionados ao Pavilhão e atendimento ao público de apoio. Também é um espaço utilizado para pequenas reuniões de caráter interno da administração do local, sendo o único bloco de acesso restrito.5. CAFÉ: projetados para servir ao público que ali permanece, permitindo que sua estadia seja prolongada. Possui as portas dos próprio container para acesso de abastecimento, e duas outras portas para acesso do público.6. SANITÁRIOS: possuindo acesso tanto pela avenida, quanto pela rua, os sanitários são projetados de acordo com a legislação e prevê acessibilidade, assim como todos os demais blocos existentes. Separados em dois blocos por sexo: masculino e feminino. Todos os blocos são uni�cados por um piso grelha, que permite através dele o acesso a todas as unidades do Pavilhão. Este elemento garante, além da acessibilidade, o livre �uxo entre blocos, uma vez que con�guram corredores rotacionados de forma a criar uma praça central.
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