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Pró- Reitoria de Graduação Curso de Pedagogia
Trabalho de Conclusão de Curso
REFLEXÕES A RESPEITO DAS CONTRIBUIÇÕES DA
FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O PROCESSO DE
INCLUSÃO DE ESTUDANTES AUTISTAS NOS ANOS INICIAIS .
Autor: Lucileide Figueira dos Santos
Orientadora: Prof. Dra. Rosana
Márcia Rolando Aguiar.
Brasília 2014
LUCILEIDE FIGUEIRA DOS SANTOS
REFLEXÕES A RESPEITO DAS CONTRIBUIÇÕES DA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES PARA O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES
AUTISTAS NOS ANOS INICIAIS.
Artigo apresentado ao curso de graduação em
Pedagogia da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para obtenção
do Título de Licenciada em Pedagogia.
Orientadora: Prof. Dra. Rosana Márcia
Rolando Aguiar.
Brasília 2014
Artigo de autoria de Lucileide Figueira dos Santos, intitulado As contribuições da Formação
de professores para o processo de Inclusão de Estudantes Autistas Nos Iniciais ,
apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciada em Pedagogia da
Universidade Católica de Brasília, em de 11 novembro de 2014, defendido e aprovado pela
banca examinadora abaixo assinada:
Brasília
2014
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REFLEXÕES A RESPEITO DAS CONTRIBUIÇÕES DA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES PARA O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES AUTISTAS
NOS ANOS INICIAIS .
RESUMO:
Este estudo busca enfatizar a importância da qualificação e formação de
professores para a inclusão de alunos autistas, tendo como foco as crianças da educação
infantil priorizando o estudo a respeito do seu aprendizado e desenvolvimento educacional,
bem como, as diferentes metodologias de ensino para que se alcance uma inclusão de
qualidade para o sucesso do aluno. Foi discutido o conceito de autismo e a importância da
inclusão dessas crianças em salas de aula regulares e a formação de professores para a
inclusão, assim como, o acompanhamento e participação da família e da escola nesse
processo. A inclusão de alunos autistas é acima de tudo um direito e é importante a
qualificação do professor para essa inclusão. Durante a pesquisa foi feita uma entrevista com
três professoras, na qual foram avaliados os resultados obtidos com a intenção de conhecer o
processo de formação de professores para inclusão de alunos autistas nos anos iniciais, tendo
como base em autores como Eugênio Cunha, Antônio Nóvoa e entre outros que abordam esse
tema. Com o estudo foi possível concluir que é indispensável a formação e capacitação do
professor para a inclusão de alunos autistas para que a partir dai se tenha uma inclusão de
qualidade.
Palavras-chaves: Autismo. Formação do professor. Família. Escola.
INTRODUÇÃO
Este estudo pretende contribuir com a formação do pedagogo, pois é essencial que os
professores busquem uma formação continuada e uma capacitação para trabalhar com
crianças autistas, bem como diferentes formas de desenvolver um trabalho pedagógico que
ajude e colabore para o seu crescimento profissional e para o desenvolvimento do aluno em
geral.
Segundo Cunha (2013) o autismo é um transtorno do espectro autista que se
caracteriza por prejuízos na interação social, traz um atraso na fala e comportamentos
repetitivos, existe dificuldades na área da imaginação.
Recentemente foi criada a lei n° 12.764, de 27 de dezembro de 2012, na qual é
instituída a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro
Autista. Esta lei é um grande avanço para o fortalecimento e implantação das políticas
públicas inclusivas sem nenhum tipo de preconceitos ou diferenças. A partir desta lei o
autismo passa a ser considerado uma deficiência, e por meio dela toda criança com autismo
passa a ter o direito a um atendimento especializado. Porém são enfrentados grandes desafios
nas escolas, pois muitas necessitam de uma estrutura e espaço adequado para esses alunos.
(CUNHA, 2013)
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Para Cris Williams e Barry Wright o DEA é:
É um distúrbio do desenvolvimento, que normalmente surge nos primeiros três anos
de vida da criança. O DEA atinge a comunicação, a interação social, a imaginação e
o comportamento. Não é causado pelos pais. É uma condição que prossegue até à
adolescência e vida adulta. Contudo, todas as crianças com DEA continuarão a
demonstrar progresso no desenvolvimento; há muito que pode ser feito para ajudá-
las.” (WILLIAMS e WRIGHT, 2008, p.3).
É papel do professor criar momentos e meios de incluir esses alunos sem que haja um
desconforto em sala de aula, e que a criança não seja vista pelos outros colegas como um
doente mental, mas sim uma pessoa igual a todas as outras, porém com algumas dificuldades.
Todavia com o auxílio do professor e das outras crianças em sua volta pode-se gerar uma
forma de rotina e a criança com o autismo passa se relacionar um pouco com as crianças e
com o professor, ficando mais estimulada a participar das atividades coletivas e acompanhar
as tarefas de sala de aula.
A opção pela escolha desse tema surgiu da preocupação ao estar diante de uma criança
em minha sala de aula com autismo, que tem 4 anos e foi diagnosticado com Síndrome de
Asperger. Tal experiência fascinou esta pesquisadora pois nunca tinha trabalhado com
crianças autistas. Outro desafio, se dá ao fato da pesquisadora trabalhar com educação infantil
e não ter tido conhecimento sobre esse assunto, sobre o cotidiano da relação ensino e
aprendizagem com suas atitudes, seus comportamentos. Assim, se justifica a relevância da
pesquisa do tema na área que se propõe tendo em vista que ao professor é conferida a
responsabilidade de saber como trabalhar e como ajudar no desenvolvimento de estudantes
com autismo.
1 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA A INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM
AUTISMO
A inclusão de alunos com autismo nas escolas regulares é de grande importância
para o desenvolvimento dos estudantes nos anos iniciais, principalmente na parte social,
porque a partir do momento em que a criança começa a se socializar com as outras da mesma
idade, apesar dos autistas terem dificuldades de se socializarem, a criança pode passar a se
acostumar com essa aproximação e a partir daí passar a se relacionar bem com as outras
crianças e se comunicar melhor.
É muito importante que o professor faça parte do trabalho de aproximação com as
crianças autistas, para que esta se sinta capaz de produzir, de crescer e de ter um bom
desenvolvimento como qualquer criança da mesma idade. De acordo com( ALVES,
2002)uma educação inclusiva pressupõe a educação para todos, não apenas do ponto de vista
da quantidade, mas também da qualidade.
Para Cunha (2013) inclusão é aprender a conviver com as diferenças seja ela
intelectual ou motora, e todo tipo de deficiência não deve ser considerada como um obstáculo
para a educação. As crianças não podem ser tratadas como anormais, mas sim como seres
iguais, porém com certas limitações. A educação só é inclusiva quando visa o cumprimento
do seu papel sem preconceitos, visando a integridade do indivíduo e buscando a sua formação
por completo.
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A grande dificuldade do docente e de quem convive com estas pessoas é saber
entender um pouco do que se passa na mente de uma criança com autismo, e a partir daí poder
criar estratégias e meios que possam fazer com que esse aluno interaja com o professor para
desenvolver melhor seus conhecimentos. De acordo com Araújo (2011) é importante para a
educação a questão da formação continuada nas escolas, a fim de melhorar a qualidade da
educação e da própria escola.
A professora que vê na investigação de sua própria prática um importante
instrumento de ação pode contribuir, nos espaços coletivos de formação, com outras
professoras, narrando suas experiências, compartilhando suas inquietações e
socializando seus avanços. (ARAÚJO, 2011, p.201)
Para Araújo( 2011) não se pode apenas falar em inclusão sem ter recursos para que
isso seja algo bom para o aluno com DEE, é importante que haja uma escola com professores
capacitados para acompanha-los, já que necessitam de um bom acompanhamento pedagógico,
para que a partir daí seja desenvolvidas atividades educacionais que colaborem para sua
aprendizagem.
É responsabilidade do educador, criar estratégias de ensino para o aluno com
autismo, procurando trabalhar com eles não como um ser doente mas como um ser capaz, e
estabelecendo uma aproximação para que seja desenvolvidas diversas alternativas de ensino
com esse aluno.
De acordo com Cunha (2013) o professor é uma peça essencial para o sucesso das
ações inclusivas, não somente pela grandeza de seu cargo e responsabilidade mas também em
razão da função social do seu papel. O professor além de tudo deve ser valorizado, formado e
capacitado para desenvolver atividades e trabalhar com crianças autistas.
Na educação não existe receita, mas sim uma forma de melhorar, quando se procura
capacitar os profissionais da área da educação para trabalhar com crianças de diversas
maneiras, dando amor e educação e é importante a capacitação desses profissionais para
entenderem e conhecerem o que se passa com essas crianças, e a partir disto desenvolver
estratégias de ensino e métodos que ajudem a criança no seu processo de aprendizagem.
Segundo Cunha (2013) o professor pode usar de métodos para conhecer o seu aluno
antes de qualquer iniciativa a ser tomada, deve procurar usar palavras claras e usar uma voz
mais suave e, sem pressa, pois irá permitir um aprendizado natural e de acordo com a
realidade da criança. Hoje não encontramos tantas crianças incluídas em escolas de ensino
regular, pois poucas pessoas tem o conhecimento sobre esse tipo de transtorno.
É importante que o professor trabalhe a questão da literatura, por exemplo, e
incentive a criança com autismo a ler e tomar gosto pela leitura, assim o seu aprendizado fica
mais prazeroso e motivador e ela passa a ter um maior interesse sobre o que é proposto pelo
professor. Com isso o professor poderá trabalhar determinados conteúdos usando a leitura, o
que facilitará o aprendizado da escrita e o desenvolvimento de suas habilidades linguísticas e
cognitivas. (CUNHA, 2013)
Muitos professores enfrentam um certo medo de trabalharem com crianças autistas e
em muitos casos por falta de conhecimentos. Todavia, isso dificulta e impossibilita a inclusão
desses alunos nas escolas, porque não é só uma questão de colocar a criança em sala de aula,
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estas têm que ter um acompanhamento especializado e apropriado, de forma que se trabalhe
com a dificuldade da fala, de socialização e comportamento.
É importante que o professor busque uma formação continuada e que procure
entender sobre as diferentes formas de se trabalhar pedagogicamente com uma criança autista,
a responsabilidade do desenvolvimento integral das crianças com esse tipo de patologia não
depende só do professor e sim da escola e da família, um esforço em conjunto para que estes
se sintam incluídos na escola, trazendo benefícios em seu quadro clínico.
O acompanhamento certo e o trabalho do professor em sala de aula ajudam a criança
com DEA se tornar mais independente e resolvida diante do seu problema. Assim, as crianças
podem crescer e desenvolver seus conhecimentos e habilidades como qualquer criança da
mesma idade. Esses resultados são alcançados a partir da capacitação do professor.
De acordo com Nóvoa:
A formação de professores tem ignorado, sistematicamente, o desenvolvimento
pessoal, confundindo “formar e formar-se”, não compreendendo que a lógica da
atividade educativa nem sempre coincide com as dimensões próprias da formação.
Mas também não tem valorizado uma articulação entre formação e os projetos das
escolas, consideradas como organizações dotadas de margens de autonomia e de
decisão de dia para dia mais importantes. Estes dois “esquecimentos” inviabilizam
que a formação tenha como eixo de referência o desenvolvimento profissional dos
professores na dupla perspectiva do professor individual e do coletivo docente.
(NÓVOA,1995, p. 24)
De acordo com Nóvoa (1995) a formação de professores não depende apenas da
sua graduação, mas sim da construção do conhecimento ao longo de sua trajetória como
profissional, o bom professor busca novas linhas de conhecimento e procura aprimorar seus
conhecimentos de acordo com a realidade do ensino e seu desenvolvimento histórico cultural
procurando sempre estar se aperfeiçoando.
Segundo Demo (1991) a qualidade da educação básica está ligada à qualidade do
professor o que nos leva ao pensamento de que muitos professores estudaram em escolas
noturnas, onde muitas vezes era usado o método de copiar e reproduzir e, quando chegam à
licenciatura, simplesmente transmitem conhecimentos que lhes são transmitidos.
É papel do professor refletir sobre suas ações, com base nas experiências
vivenciadas e também nas que irá praticar. Contudo para que se promova a educação para o
aluno com autismo, antes de qualquer atitude deve-se ocorrer uma transformação pessoal na
vida do professor como pessoa e profissional, como formas de trazer novidades para o
processo educativo com o aluno autista.
2 A IMPORÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLI A NO PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM AUITSMO.
De acordo com Cunha (2013) quando a criança tem Necessidades Educacionais
Especiais e mais cedo for o diagnóstico melhor, pois é possível reverter os sintomas com um
tratamento e acompanhamento adequado. Quando a criança começa a participar das aulas bem
cedo ela passa a conviver com as outras crianças e isso ajuda na sua relação social, e com a
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convivência ao longo dos anos e recebendo acompanhamento e sendo tratada como uma
criança normal sem limitações, com o decorrer do tempo ela passa a se relacionar com seus
colegas e fazer coisas que qualquer criança da mesma idade é capaz de desenvolver.
Para Cunha (2013) uma das dificuldades do autista é que muitos não conseguem
realizar práticas naturais do dia a dia sem a ajuda de alguém, como: escovar os dentes, vestir-
se e a vida social passa a ter um grande valor. As crianças com autismo têm características
comportamentais como: se retrair e se isolar das outras pessoas, não manter um contato
visual, resistir ao contato físico, não demonstrar medo diante de perigos, não responder
quando é chamado, fazer birras, não aceitar mudanças de rotina, hiperatividade física,
sensibilidade a barulhos, dificuldades na fala.
Essas são algumas características comportamentais da criança com autismo que a
princípio dificultam o seu relacionamento social e seu desenvolvimento educacional. O
educador sem formação e capacitação adequada terá dificuldades para trabalhar o estudante
autista. Também é importante que a família procure acompanhamento adequado para que a
criança se desenvolva diante desses comportamentos que podem, se não trabalhados dificultar
suas relações sociais Cunha (2013).
É importante o acompanhamento da família e da escola para se criar rotinas que
contribuam para uma melhora do seu comportamento, e isso ajuda a ter um planejamento do
dia a dia. É importante estabelecer regras e rotinas que contribuam para a inclusão em
determinados espaços sociais como, por exemplo, a escola.
Para o envolvimento e a participação dos pais nesse processo de inclusão, tem que
haver uma parceria com a escola durante esse processo de inclusão para que essa criança
tenha um bom desenvolvimento e se sinta incluída no ambiente escolar e participe das
atividades extracurriculares como as outras crianças de sua idade.
3 O PAPEL DA ESCOLA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO COM
AUTISMO
As crianças com autismo têm que ser inseridas em salas de aula regulares, mas que
sejam devidamente acompanhadas e acolhidas pelos alunos e pelos professores e que a escola
possa estar junto com esse professor para ajudá-lo a desenvolver atividades e meios para que
essa criança se sinta inserida no ambiente escolar e que haja uma integração dessa criança na
escola.
A educação inclusiva visa a integração dos alunos com necessidades educacionais
especiais, nas escolas regulares para que eles não se sintam excluídos pela sociedade e sim
acolhidos por ela não só de maneira educativa mas também que essas crianças se sintam
incluídas.
Mesmo com suas dificuldades devemos lutar e buscar uma educação inclusiva que
tenha como foco o desenvolvimento e o aprendizado do aluno, tornando uma sociedade mais
justa e com o foco no bem estar desse aluno ao ser inserido em uma classe e uma escola
regular.
No ensino do aluno com espectro autista, não há metodologias ou técnicas
salvadora. Há, sim, grandes possibilidades de aprendizagem, considerando a função
social e construtivista da escola. Entretanto, o ensino não precisa estar centrado nas
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funções formais e nos limites preestabelecidos pelo currículo escolar. Afinal, a
escola necessita se relacionar com a realidade do educando. Nessa relação, quem
primeiro aprende é o professor e quem primeiro ensina é o aluno. (CUNHA, 2013, p.
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Nos dias de hoje existem alunos que necessitam de uma ajuda e de vários recursos
que possam possibilitar uma boa educação especial, e o que vemos acontecendo muitas vezes
é falta de preparo dos professores e da escola que acaba prejudicando esse aluno, causando
um problema na autoestima fazendo com que ele se sinta incapaz causando com isso o
abandono e prejudicando a aproximação e o contato desse aluno com a escola;
Na educação infantil onde se tem a base do aprendizado da criança que é importante
que se tenha a inclusão, pois é nela que a criança passa a ter um conhecimento inicial sobre si
mesma e sobre o mundo a sua volta, e quanto mais cedo essa criança for inserida na escola e
for observada e acompanhada desde pequena, facilita e ajuda bastante no seu processo de
aprendizagem e ela vai se sentindo incluída na turma e na escola.
4 METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa qualitativa, tendo como
objetivo analisar e ter uma visão mais ampla a respeito do conhecimento que cada professora
tem a respeito da inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais e o que cada
uma delas sabe sobre esta questão, bem como interessou-nos conhecer como são os
procedimentos utilizados pelas docentes para a inclusão dos estudantes.
De acordo com Neves (1996), em linhas gerais, a pesquisa qualitativa identifica a
presença ou não de alguns fenômenos, sem se preocupar com sua magnitude ou intensidade.
Esse método de pesquisa é denominada qualitativa ao contrário da pesquisa quantitativa, em
função da maneira como serão coletados os dados e tratados da forma de apreensão de uma
realidade, em que, no caso da pesquisa qualitativa, o mundo é conhecido por meio de
experiência, ou seja, de um conhecimento intuitivo, ao contrário dos modelos da pesquisa
quantitativa. Os métodos qualitativos e quantitativos não são excluídos embora demonstrem
consideração à sua forma e ênfase.
A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim,
com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização,
etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto
que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências
sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os
pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida
social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que
seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa (GOLDENBERG, 1997, p. 34).
Esta pesquisa visou escutar professoras da Educação Infantil, ambas com
graduação em pedagogia e pós-graduação em psicopedagogia , e foram realizadas em horário
contrário às aulas, foram entrevistadas individualmente e as respostas foram ouvidas e
transcritas e logo após digitalizadas para análise dos dados. A escolha das professoras foi feita
de forma seletiva pois ambas tiveram experiências com alunos autistas. O roteiro foi
composto por 6 questões a respeito da formação docente, práticas pedagógicas e inclusão de
alunos autistas nas salas de aula regulares.
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4.1 INSTRUMENTOS
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede privada de ensino, de caráter
confessional, que atende desde a Educação Infantil até o Ensino Médio localizada no Lago
Sul, DF. Foram utilizados como instrumentos de pesquisa um roteiro de entrevista semi
estruturada, contendo 6 questões a respeito da inclusão de crianças com autismo em salas de
aula regulares e como cada uma das professoras trabalha com os estudantes. Foi feito o
questionamento a respeito do conhecimento que elas têm sobre esse distúrbio, e seus
diferentes métodos de ensino, bem como seus métodos de avaliação. Outro questionamento
feito diz respeito a importância da prática e o conhecimento dos professores a respeito da
Síndrome do Espectro do Autismo.
As perguntas:
1. Na sua opinião o curso de pedagogia proporcionou uma boa formação para o
trabalho com crianças com Necessidades Educacionais Especiais?
2. O que você sabe sobre autismo?
3. Como você trabalha a parte pedagógica em sala de aula com o aluno Autista?
4. Como você identifica uma criança com autismo em sala de aula?
5. Você é a favor da inclusão? Como procede para incluir o estudante?
6. Você concorda que uma criança com autismo em uma escola de ensino regular
pode melhorar o seu desenvolvimento e aprendizagem, e que a inclusão pode
ajudá-lo a se relacionar com outras pessoas?
4.2 OS SUJEITOS DA PESQUISA
Foram sujeitos da pesquisa 3 professoras cujos nomes utilizados para identificá-
las são fictícios, ambas com pós-graduação. A professora Ana trabalha em sala de aula com
crianças autistas e tem experiência na área da educação há vinte e cinco anos. A professora
Paula com 10 anos de experiência e já conviveu com alunos autistas em sua sala de aula. A
terceira professora, a Rafaela tem três anos de experiência em educação e já acompanhou em
sua turma dois alunos com autismo, ambas com 3 anos de idade . A entrevista foi realizada
com o consentimento da coordenação da escola e com autorização das professoras
4.3 ANÁLISE DAS QUESTÕES RESPONDIDAS PELAS PROFESSORAS
A primeira questão foi se na opinião de cada professora o curso de pedagogia
proporcionou uma boa formação para o trabalho com crianças com necessidades educacionais
especiais. A professora Ana do jardim II e a professora Paula do Jardim I responderam que
não, que a faculdade disponibilizou pouco tempo de aprendizagem a respeito do assunto e que
o que foi transmitido a elas foi a parte teórica sobre o assunto e muito do que elas sabem e
aprenderam foi com a prática em sala de aula, e que ambas saíram do curso de graduação
totalmente despreparadas.
“Sim, na faculdade foram oferecidos cursos, palestras, congressos e também em sua grade curricular.” (Rafaela
32 anos)
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“Infelizmente não. É pouco trabalhado, o tempo é insuficiente para abordar assuntos tão importantes e
abrangentes.” (Ana 33 anos)
“Não, a teoria, ou melhor, o aprendizado dela não aborda o que acontece na prática. Saímos do curso
despreparados.” (Paula 45 anos)
A partir das respostas das professoras podemos observar a necessidade da formação do
professor para as práticas educacionais com alunos autistas.
O professor precisa exercer um trabalho competente e com domínio da matéria e dos
conteúdos ministrados em sala de aula, além de uma boa análise das situações pedagógicas
concretas, tendo uma educação pensada na crítica e na transformação.
A formação continuada do professor, por sua vez, na perspectiva histórico-social
toma como base a prática pedagógica e situa como finalidade dessa prática levar os
alunos a dominarem os conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade.
Para conseguir que os alunos se apropriem do saber escolar de modo a se tornarem
autônomos e críticos, o professor precisa estar, ele próprio, apropriando-se desse
saber e tornando-se cada vez mais autônomo e crítico. (MAZZEU, 1998, v. 19. p.
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O professor em sua trajetória acadêmica dispõe de muitos recursos para sua
formação, porém muitas instituições não preparam esses profissionais para a prática em sala
de aula, e cabe ao professor buscar meios de adquirir novos conhecimentos e novas
metodologias de ensino, para estar preparado para enfrentar em sua sala de aula situações
como a inclusão de crianças com autismo.
Segundo Pinto:
O educador deve compreender que a fonte de sua aprendizagem, de sua formação, é
sempre a sociedade. Mas esta atua de dois modos: um, indiretamente, mas que
aparece ao educando (futuro educador) como direto (pois é aquele que sente como
ação imediata): é o educador, do qual recebe ordenadamente os conhecimentos. E
outro, diretamente, ainda que apareça ao educando (futuro educador) como indireto,
pois não o sente como pressão imediatamente perceptível: é a consciência, em geral,
com o meio natural e humano no qual se encontra o homem e do qual recebe os
estímulos, os desafios, os problemas que o educam em sua consciência de educador.
(MAZZEU 1998, apud PINTO 1982, p. 109).
Outra questão perguntada foi a respeito do que sabem sobre o autismo. Ambas as
professoras responderam que o autismo é uma síndrome que afeta o desenvolvimento social,
prejudicando a fala e com variações de comportamento.
“Autismo é um transtorno marcado pela dificuldade no domínio da linguagem, inabilidade de interagir
socialmente e um padrão de comportamento restritivo e repetitivo.” (Ana 33 anos).
“Trata- se de uma disfunção global do desenvolvimento que afeta a capacidade de comunicação, de socialização
e de comportamento.” (Paula 45 anos).
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Segundo Bossa (2006) o atendimento ao aluno com autismo deve ser bem
planejado e estruturado de acordo com o seu desenvolvimento. Um exemplo disso são as
crianças pequenas em que o importante é priorizar a questão da fala, a sua interação social, a
linguagem e a educação, sem deixarmos de fora outras formas de se promover a inclusão.
De acordo com Brasil (1994) o autismo é um transtorno global do
desenvolvimento em que é afetado a relação social do indivíduo, assim como a fala e o
comportamento, trazendo com isso prejuízos ao seu desenvolvimento.
Trata-se de uma síndrome tão complexa que pode haver diagnósticos médicos
abarcando quadros comportamentais diferentes. Isso porque o autismo varia seu
grau de intensidade e de incidência dos sintomas. Tal heterogeneidade tem levado a
revisão das diretrizes para o seu diagnóstico, inclusive com a mudança da
nomenclatura para “Transtorno do Espectro Autista”. (CUNHA, 2013, p. 23)
A professora Rafaela afirma que:
“O autismo caracteriza-se pelo complemento severo em três áreas do
desenvolvimento como: habilidades de interação social, de comunicação e presença
de comportamentos, interesses e atividades estereotipadas. E em sua fala afirma que
para que a criança tenha uma boa interação com o professor, é importante que o
mesmo trabalhe seus conteúdos com o auxílio de jogos, cores, e de forma lúdica.”
De acordo com Cunha (2013) trabalhar com atividades artísticas pode estimular o
foco de atenção de qualquer aluno como por exemplo: as pinturas com desenhos e com massa
podem ser estruturas de reconhecimento de estímulos que poderão ajudar no ensino e em sua
aprendizagem e com o auxílio de atividades lúdicas o estudante poderá desenvolver uma
concentração necessária em diversas áreas, como, por exemplo, a matemática.
Nesta pesquisa foi possível observar que ambas as docentes compartilham da
mesma ideia sobre o autismo e afirmam a importância de se ter um conhecimento mais
aprofundado sobre o tema, além de reconhecerem que como professoras não buscam um
conhecimento sobre o tema. Para elas é essencial o empenho na procura de uma formação
continuada.
A terceira questão perguntada a cada uma das docentes foi a respeito de como elas
trabalham a parte pedagógica em sala de aula com o aluno autista. Analisando as respostas de
cada uma podemos observar que ambas compartilham de métodos diferentes de trabalhar a
parte pedagógica em sala de aula com seus alunos.
“Estimulando o desenvolvimento social e comunicativo, aprimorando a capacidade de solucionar problemas,
contendo os comportamentos que interferem no aprendizado e construir a parceria com a família.” (Paula,
45anos).
“É de fundamental importância o conhecimento acerca das particularidades no desenvolvimento destes alunos e
das ações pedagógicas que respeitem e potencializem este jeito diferente de ser.” (Rafaela 32 anos).
A entrevistada professora Ana, em sua fala relata que a cada dia é um grande
desafio, tendo que aproveitar ao máximo os momentos de mais tranquilidade para trabalhar
com objetos lúdicos e material concreto, sempre com muita calma e muito carinho.
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Quando o aprendente gosta do que faz e está motivado, o foco da mente torna-se
mais fácil, mesmo diante das dificuldades da tarefa. Quando conseguimos atrair a
sua atenção, ele cria oportunidades e ganhos no seu aprendizado. A atenção é
extremamente relevante na aprendizagem escolar. Os pensamentos não estão
separados das experiências exteriores, mas se conectam a elas e atuam em nosso
desenvolvimento cognitivo à medida que experienciamos situações cotidianas. Essas
situações, então podem servir para criar o foco de atenção, principalmente aquelas
que tragam sentido ao trabalho escolar. CUNHA 2013, p. 64).
É importante a participação do professor no desenvolvimento do aluno de todo e
qualquer aluno, não sendo diferente com o estudante autista em sala de aula, criando meios e
didáticas para a participação dele nas atividades, e como estimular a criança e observar as
atividades que focam a sua atenção, a partir disso buscar estratégias de ensino baseadas na
observação dos estudantes.
O professor poderá utilizar outras formas pedagógicas de ensino como: procurar
não se alterar e não dar muita ênfase as alterações da criança com autismo; redirecionar e
mudar o foco dos alunos sobre as ações dele; procurar manter um tom de voz baixo e sempre
manter contato visual; sempre corrigi-lo sem repressões e ensina-lo e sempre orientar nas
atividades, que não seja algo imposto a ela para que o aluno possa ter confiança no professor
para que desenvolva as diversas tarefas propostas em sala. (CUNHA, 2013).
Embora as educadoras já tenham uma formação voltada para ao ensino e seu
tempo de prática, as novas convivências as deixam fascinadas e entusiasmadas em descobrir
novidades a respeito do seu aluno como, suas necessidades específicas sendo ele o mediador
no processo de ensino e aprendizagem, fazendo com que o educador tenha uma melhor
compreensão sobre as características do autismo, proporcionando um bom acompanhamento
do professor para com esse aluno. É importante que a teoria e a prática andem juntas na busca
por uma educação de qualidade.
Na questão de n°4 foi perguntado sobre a identificação da criança autista e como
identificariam um estudante com tais características em sua sala de aula. Todas as professoras
responderam de forma igualitária onde identificariam os sintomas como: isolamento, falta de
contato visual, dificuldades na fala e variações no seu comportamento e por meio dessas
características elas identificariam uma criança com autismo.
“Considero alguns aspectos a serem observados com maior atenção: a questão da comunicação (receptiva,
expressiva); dificuldade de interação, comportamento, fala, atenção, concentração, dentre outros.” (Ana, 33
anos).
Segundo Cunha (2013) o papel do professor é fundamental nesse processo
identificação do estudante pois, é na idade escolar que a interação social das crianças se torna
mais intensa e onde é possível perceber com maior clareza certas variações de
comportamento, é importante que o professor passe a observar seu aluno com bastante
atenção.
“Observando a existência de características do autismo. Falta de interação social, preferencia pelo isolamento,
dificuldades de comunicação, acessos de raiva, agitação, agressividade, auto agressão, ausência de medo,
catatonia, controle motor.” (Paula 45anos).
O primeiro passo para a prática do educador é conhecer o seu aluno seus afetos e seus
interesses, fazendo com que esse aluno tenha uma maior atenção. Não se trata de uma regra
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para a prática do professor, mas sim um caminho a ser percorrido a partir do principio afetivo
das práticas pedagógicas. (CUNHA, 2013).
Não se trata de uma regra, mas de um caminho, pois o afeto traz o interesse para os
movimentos de ensino e aprendizagem. (CUNHA, 2013, p. 25)
A observação do professor para com o aluno autista, ajuda nas práticas pedagógicas
do dia a dia em sala de aula, para que se desenvolvam estratégias de ensino a que envolvam o
aluno e o motivem no seu processo de construção do conhecimento.
Foi perguntado às professoras a respeito da inclusão, se elas são a favor, e qual o
procedimento utilizado para incluir o aluno.
“Sim, é sem sombra de dúvidas uma das mais desafiadoras, comovedora pois, tira o professor da sua zona de
conforto e faz ele se abrir para o novo; comovedora pois os leva a não ter medo dos desafios e recompensadora
pois apesar de lenta existe uma evolução.” (Ana, 33anos).
“Sim, a inclusão escolar pode ser uma possibilidade de desenvolver habilidades sociais a partir da convivência
junto a outras crianças com desenvolvimento normal, uma experiência que é, acima de tudo, um direito.”
(Rafaela, 32 anos).
As experiências educacionais e a qualidade da inclusão e das mudanças realizadas em
sala de aula, não trazem benefícios apenas para o aluno com autismo, mas sim para todos, no
que se refere ao reconhecimento sobre as diferentes formas e possibilidades de ensinar.
“É claro que sim! Somos seres relacionais com autismo ou sem. O ganho é real, todavia devemos estar atentos as
condições para que tudo isso aconteça.” (Paula, 45 anos).
A partir do momento em que professores e a equipe estejam preparados para receber
os alunos especiais. A falta de preparo e de conhecimento dificulta essa inclusão, e é um
desafio que compensa. Talvez o maior desafio seja mudar essa visão e acreditar em uma
inclusão que prepare para a vida, do que preocupar-se com o que ele vai aprender, quando e
como.
“Sim, mas a partir do momento em que professores e equipe estejam preparados
para receber os alunos especiais, a falta de preparo, de conhecimento, dificulta essa
inclusão, mas como disse na questão acima é um desafio que compensa. Talvez o
maior desafio seja mudar essa visão e acreditar em uma inclusão que prepare para a
vida do que preocupar-se com o que ele vai aprender quando e como.” (Ana, 33
anos).
O empenho do professor no processo de inclusão do aluno com autismo, poderá
ajudá-lo a se relacionar com os seus colegas e pessoas a sua volta, trazendo benefícios para
esse aluno e a partir daí, o professor poderá criar metodologias diferentes de ensinar, com
mudanças e quebra de paradigmas, é importante que haja também o envolvimento da escola
na construção da cidadania.
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Uma atenção particular deve ser voltada para as crianças com necessidades
educacionais especiais que, devido ás suas características peculiares, estão mais
sujeitas a descriminação. Ao lado dessa atitude geral, podem-se criar situações de
aprendizagem em que a questão da diversidade seja tema de conversa e trabalho.
(RCNEI, v. 2. p.41)
“A favor sim, contudo a realidade de nossa estrutura educacional dificulta e muito esse fator. Turmas lotadas,
professores despreparados e poucos incentivos para mudar essa realidade.” (Paula 45 anos).
A inclusão de alunos autistas nas salas de aula regulares contribui para uma possível
reversão das suas variações de comportamento, ela passa a ter uma rotina e com essa rotina
cria-se uma boa convivência com seus colegas de classe, e é de fundamental importância o
auxílio da professora para mediar essa aproximação, além de ser indispensável a participação
de todos envolvidos como: a escola, a família e os professores no processo de inclusão desse
aluno.
A ação do professor de educação infantil, como mediador das relações entre crianças
e os diversos universos sociais nos quais elas interagem, possibilita a criação de
condições para que elas possam, gradativamente, desenvolver capacidades ligadas à
tomada de decisões, à construção de regras, à cooperação, à solidariedade, ao
diálogo, ao respeito a si mesmas e ao outro, assim como desenvolver sentimentos de
justiça e ações de cuidado para consigo e para com os outros. (RCNEI, v. 2, p. 43).
Assim a ação do professor no processo de inclusão do aluno autista pode
colaborar para o seu crescimento e desenvolvimento pois, a convivência com o aluno pode
ajudar o professor a se sentir encorajado, expandir sua criatividade na ação e se tornar um
educador reflexivo que por meio dessa prática pedagógica poderá desenvolver estratégias de
aprendizado e uma didática que seja inovadora para o processo de inclusão de alunos com
NEE. Notadamente, auxilia e muito na compreensão de todas as crianças no que consiste à
inclusão e à aceitação das diferenças, o que é de enorme crescimento para todos.
4.4 CONSIDERAÇÃOES FINAIS
O presente estudo nos faz refletir sobre os desafios enfrentados pelo docente na
educação inclusiva, e a respeito da importância da formação e capacitação de professores para
a inclusão de alunos autistas nas salas de aula regulares, nos permitindo observar e
compreender um pouco mais sobre os grandes desafios enfrentados pelos professores para
esse processo, pois muitas vezes os professores de educação infantil se deparam com crianças
com NEE, e não se sentem capacitados para a contribuição no desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem dessas crianças.
Para que haja uma inclusão de qualidade é essencial o envolvimento do professor
nesse processo, não só estabelecendo metodologias já existentes, mas sim inovando e
possibilitando novas formas de ensino e aprendizagem, cabe aos professores a entrega pelo
amor em educar em que possibilita a aproximação do aluno para com o educador.
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A pesquisa espera colaborar com os atuais e futuros profissionais da educação, sobre
as diversas possibilidades de educar uma criança com autismo, que o mesmo possa dar
continuidade a sua formação, e buscar uma continuidade em suas pesquisas e investigações a
respeito do aluno com autismo. Portanto é essencial uma parceria na busca pela inclusão
escolar e social dos alunos.
Cabe a cada escola o devido suporte, apropriado para o aluno com salas de
acompanhamento individualizado, e como muitas crianças com autismo expressam certos
comportamentos é importante o papel da família para o processo de inclusão desse aluno por
exemplo. A escola também tem como função proporcionar suporte técnico para que, o
professor possa ter um apoio pedagógico para seu planejamento diário procurando diversificar
os seus métodos de ensinar.
Conclui-se que, para que se tenha uma inclusão de qualidade é indispensável a
formação adequada do professor, pois a inclusão não depende apenas da escola, da família e
do aluno, mas principalmente da participação e empenho do professor em sua própria
formação.
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