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PCdoB luta contra propostas que penalizam trabalhadorTRANSCRIPT
PCdoB na Câmara Maio de 2015 | Número 39 1
Edição Nº 39 - 05/05/2015
PCdoB na CâmaraInformativo semanal da Bancada
PCdoB luta contra propostas que penalizam trabalhador
Ajustes fiscais podem entrar na pauta da Câmara nesta semana.
Nesta semana, as Medidas Provisó-rias (MPs) 664 e 665/14, que tra-tam, respectivamente, do acesso
a benefícios como a pensão por morte e o seguro-desemprego, podem entrar na pauta de votação do Congresso. Desde que foram enviadas pelo governo fede-ral, as propostas têm causado muita po-lêmica e são motivos de contestação das centrais sindicais e de parlamentares de várias legendas. Para a Bancada do PCdoB na Câmara, defensora histórica dos direitos dos trabalhadores, as me-didas representam retrocesso e devem ser combatidas.
“O PCdoB tem lutado muito para não retroceder em direitos para os tra-balhadores. Entendemos a necessidade de se fazer ajustes na economia, mas que sejam feitos sobre quem tem mais renda”, afirma a líder do PCdoB na Câ-mara, deputada Jandira Feghali (RJ), autora do Projeto de Lei Complementar (PLP) 10/15, que prevê a Contribuição Social sobre Grandes Fortunas.
Para o vice-líder do governo na Câ-mara, deputado Orlando Silva (PCdoB--SP), o Brasil deve ajustar a economia, mas “não pode jogar tudo nos ombros dos trabalhadores”. “Devemos manter a
regras do seguro-desemprego para que o trabalhador não seja prejudicado”, diz.
Segundo o deputado Daniel Almei-da (PCdoB-BA), membro da comissão que analisou a MP 665, aumentar o pra-zo mínimo para acesso ao seguro-de-semprego de seis para 12 ou 18 meses é inaceitável. “Essa medida afeta, prin-cipalmente, os mais jovens, os que têm uma menor qualificação no mercado de trabalho. Não é esse o caminho para fazer o ajuste fiscal. Temos de taxar as grandes fortunas. O lucro que o sistema financeiro tem neste país é absurdo. É preciso mexer nesses setores”, destaca.
Entenda a posição da Bancada do PCdoB - páginas 03 e 04.
Maio de 2015 | Número 39 PCdoB na Câmara2
P A L A V R A D A L Í D E RJandira Feghali. Médica, deputada pelo Rio de Janeiro e líder do PCdoB na Câmara dos Deputados
Ajustes devem preservar o trabalhador
Impulsionar a geração de empregos qualificados e renda para o trabalhador é uma estratégia fundamental para um projeto nacional de desenvolvimento voltado à inclusão social. Políticas pú-blicas exitosas no mundo do trabalho em curso há mais de 12 anos no Brasil, portanto, não podem ser o alvo das me-didas de ajuste da economia.
Nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, foram cria-dos 20,6 milhões de empregos, mais do que o dobro dos antecessores: 8,3 milhões entre 1985 e 2002, conforme estimativas do Palácio do Planalto. Essa expansão de vagas de trabalho ajudou a distribuir renda e a reduzir a pobreza. O desemprego também atingiu o menor nível histórico, atingiu 6,2% em mar-ço, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando
comparado com o cenário internacional, o índice é mais baixo do que países da Europa, como Espanha (23,8%), Portugal (13,5%) e França (10,4%). Esses dados indicam que o governo brasileiro fez es-colhas certas ao enfrentar a crise finan-ceira mundial, iniciada em 2008, com medidas que preservaram o emprego e a renda dos cidadãos.
A Bancada do PCdoB é favorável a mudanças que melhorem a qualidade da prestação dos serviços públicos e enfren-tem a corrupção em todos os níveis. O que não aceitamos é que ajustes fiscais para redução de despesas governamen-tais recaiam sobre os trabalhadores.
O foco da taxação deve ser quem tem grandes fortunas e não paga im-postos em solo nacional. Todos devem se unir em defesa dessa bandeira. É preciso taxar quem sonega e vive da
especulação financeira, ostentando pa-trimônios milionários, sem preocupar--se em ter uma inserção produtiva que garanta o crescimento econômico do Brasil. Recentemente, revelou-se que R$ 20 bilhões foram sonegados em paraísos fiscais na Suíça por contas bancárias de brasileiros no HSBC.
Em mais uma semana decisiva de votações no Congresso, os parlamenta-res do PCdoB estarão atentos e mobili-zados para impedir tentativas de dilapi-dação de conquistas trabalhistas. Vamos repetir a mesma atuação firme e unida que tivemos em plenário contra o Pro-jeto de Lei que generaliza a terceirização (PL 4330/04), aprovado na Câmara e em análise no Senado. O PCdoB honrará sua história, sendo um fiel defensor de quem trabalha, diariamente, para construir um Brasil mais desenvolvido e justo.
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Entenda a posição da Bancada sobre os ajustes na economia
Desde que o Executivo apresentou as medidas provisórias 664 e 665 em dezembro de 2014, o PCdoB luta por mudanças para evitar
prejuízos aos trabalhadores e às suas famílias. Foram inúmeras
reuniões com líderes do governo, ministros e com a presidenta Dilma
Rousseff para tentar melhorar os textos enviados inicialmente
ao Congresso. Após intensa negociação, os parlamentares
comunistas conseguiram avanços nas matérias, mas eles acreditam
que ainda há muitas alterações a serem feitas para garantir a preservação de direitos da
população brasileira.
Entre os principais ajustes promovidos pela medida provisória destacam-se as mudan-ças nas regras de concessão da pensão por morte. Para se obter o benefício, passa-se a exigir período de contribuição prévia do segurado. São definidos também outros re-quisitos relacionados à data de formalização do casamento ou união estável. Conforme a MP, a pensão, antes vitalícia para cônjuges ou companheiros do segurado, passa a ser concedida conforme a idade do beneficiário (expectativa de vida calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
MP 664 altera a legislação
previdenciária
PCdoB propôs melhorias no textoOs deputados comunistas identificaram várias ameaças aos direitos dos tra-balhadores e propuseram alterações. Foram apresentadas 517 emendas por parlamentares de diferentes partidos à comissão mista. O relator da matéria, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), apro-
veitou total ou parcialmente dezenas de propostas do PCdoB no relatório final.
A principal vitória da Bancada foi garantir que a pensão continue integral. Conforme a MP, o valor seria reduzido a 50% do benefício do segurado mais 10% por dependente até o limite de 100%.
imposta pela MP 664. Outro ponto preocupante é a possibi-
lidade de as perícias médicas serem reali-zadas por entidades privadas, impedindo que haja controle público sobre as ativi-dades e facilitando a corrupção. O PCdoB quer que apenas profissionais vinculados ao serviço público possam fazer esse tra-
balho. Não podem as próprias empresas, mesmo as que possuem serviço médico, serem responsáveis pela perícia, já que não haveria a imparcialidade exigida. Vale lembrar que a terceirização da perícia mé-dica foi realizada pelo governo Fernando Henrique (1995-2002), trazendo enormes prejuízos ao Regime Geral da Previdência.
Negociação precisa avançar maisApesar das alterações no texto, a Bancada do PCdoB acredita que ainda há mudanças fundamentais a serem feitas. Uma delas é a retirada da proposta da exigência de prazo de carência para acesso à pensão em caso de morte súbita, tendo em vista a imprevisibilidade desse evento. A legis-lação atual não tem essa restrição que foi
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Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados
Praça dos Três Poderes, Câmara dos Deputados, Anexo II,Sala T-12, Brasília-DF, 70160-900 - Tel: 55 (61) 3215-9732.
Líder: Deputada Jandira Feghali (RJ). Vice-líderes: Luciana Santos (PE), Chico Lopes (CE) e Rubens Pereira Júnior (MA).
Assessoria de Comunicação: Marciele Brum (coordenadora), Christiane Peres (jornalista), Ana Luiza Bitencourt (jornalista), Richard Silva (foto e vídeo), Iberê Lopes (estagiário de comunicação/artes), Wellington Pereira (publicitário).
Tel. (61) 3215-9738 www.pcdobnacamara.org.br - [email protected]
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A principal alteração imposta pela medida provisória é o aumento do tempo de serviço a ser comprovado para recebimento do seguro-de-semprego. Hoje, o trabalhador demitido deve comprovar seis meses de trabalho para receber o benefício. A MP 665 define o período de 18 me-ses para o primeiro acesso. No relatório final aprovado na comissão mis-ta, conseguiu-se avançar e reduzir essa carência para 12 meses. Mesmo assim, continuam as dificuldades para o trabalhador acessar o seguro.
MP 665 prejudica acesso a benefícios trabalhistas
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Dados divulgados em janeiro pelo Mi-nistério do Trabalho e Emprego indicam que as novas regras para a concessão do seguro-desemprego podem reduzir em 26% ou em mais de dois milhões o nú-mero de trabalhadores que receberão o benefício em 2015.
PCdoB defenderá os trabalhadores
Para os parlamentares comunistas, deve-se manter as regras vigentes
do seguro-desemprego, garantindo aos brasileiros amplo acesso
ao benefício.
Preste atenção! Atualmente, esse benefício é equi-valente a um salário mínimo pago a quem trabalhou formalmente por pelo menos um mês no ano anterior e recebeu até dois salários mínimos em pagamentos mensais. A MP 665 amplia a exigência do prazo de um
Mudança no abono salarial é inconstitucional
Taxar grandes fortunas deve ser prioridade
para pelo menos seis meses de tra-balho formal para o recebimento do abono. O valor do benefício também passa a ser proporcional ao tempo de trabalho formal exercido no ano anterior. Essas medidas afrontam o artigo 239 da Constituição Federal.
Para os parlamentares do PCdoB, o ajuste fiscal deve inverter a lógica de sobrecarregar a renda do trabalhador. Deve incidir sobre quem detém patrimônio acima de R$ 4 mi-
lhões. Enquanto o sistema tributário brasilei-ro for regressivo, a carga tributária continua-rá pesando sobre quem trabalha e sendo le-ve para aqueles que especulam e sonegam.
A luta é para aprovar o Projeto de Lei Complementar (PLP) 10/15,
apresentado pela líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ). A proposta estabelece nove faixas de contribuição, com alíquotas
diferenciadas e iniciando a tributação a partir de um patrimônio declarado superior a R$ 4 milhões. A cobrança atingirá menos de 50
mil contribuintes. Os recursos serão destinados integralmente ao Fundo Nacional de Saúde para melhoria de serviços e estrutura do Sistema
Único de Saúde (SUS). Estima-se uma receita adicional de pelo menos R$ 20
bilhões por ano para a área.
A proposta da Bancada