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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL/SRH CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO UNIVERSITÁRIA LEILA DENISE CABRAL PINTO UM ESTUDO DA IMAGEM DOS SERVIDORES TÉCNICO- ADMINISTRATIVOS DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ SOB A ÓPTICA DESTES E DE SEUS GESTORES Fortaleza 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE

PESSOAL/SRH

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO

UNIVERSITÁRIA

LEILA DENISE CABRAL PINTO

UM ESTUDO DA IMAGEM DOS SERVIDORES TÉCNICO-

ADMINISTRATIVOS DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ SOB A ÓPTICA

DESTES E DE SEUS GESTORES

Fortaleza 2006

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LEILA DENISE CABRAL PINTO

UM ESTUDO DA IMAGEM DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DO

SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ SOB A

ÓPTICA DESTES E DE SEUS GESTORES

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Especialização em Gestão Universitária como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão Universitária.

Orientadora: Profª. Mirian Gondim

Fortaleza 2006

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P726e Pinto, Leila Denise Cabral

Um estudo da imagem dos servidores técnico-administrativos do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará sob a óptica deste e de seus gestores / Leila Denise Cabral Pinto

51 f. Orientadora: Profa. Mestra Mirian Gondim Matos

Especialização em Gestão Universitária Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2006.

1.Imagem profissional 2. Marketing pessoal 3.Aspectos culturais 4. Valores culturais l I. Matos, Mirian Gondim II. Universidade Federal do Ceara III. Título

CDD 378.1

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LEILA DENISE CABRAL PINTO

UM ESTUDO DA IMAGEM DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DO

SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ SOB A

ÓPTICA DESTES E DE SEUS GESTORES

Aprovado em:

Profª. Ms. Mirian Gondim Matos – UFC Orientadora

Profª. Dra. Fátima de Souza Freire – UFC Coordenadora

Conceito:

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AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Jesus, por me conceder a vida fortalecendo minha fé e enchendo-

me de sabedoria para conquistar meus ideais.

À minha mãe Suly, por todas as privações passadas para me dar um estudo

digno.

Ao meu marido, Francisco Glauber, pelo seu amor e pela força dada no

decorrer do curso, sem ele, não conseguiria a tranqüilidade para estudar.

Aos meus filhos, João Pedro e João Felipe, pois souberam compreender

meus momentos de estudo, com paciência e abdicação.

À minha orientadora, Mirian pelo acompanhamento, pelas sugestões e pelo

seu talento nato de transmitir o saber.

À professora Alícia, que pelo profundo conhecimento em Cultura

Organizacional, auxiliou-me quando necessitei.

Aos meus colegas de curso, Irlano, Pereira e Hamilton que muito

contribuíram para o término deste trabalho com suas dicas e conselhos.

Aos meus colegas do Sistema de Bibliotecas da UFC, que forneceram com o

seu material humano, os dados para análise.

À bibliotecária Ana Lúcia, pelo amor à profissão, por não medir esforços em

ajudar-me, contribuindo com pesquisas documentais que tanto enriqueceram meu trabalho.

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“O temor do Senhor é o princípio do saber; mas os

loucos desprezam a sabedoria e o ensino.”

(Pv.1.7)

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RESUMO Aborda questões relacionadas à imagem do servidor do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará, sua opinião de si e de outros servidores da Instituição quanto ao seu lado profissional, suas satisfações, suas realizações. Se eles imprimem uma marca pessoal dentro de seu local de trabalho, se utilizam o marketing pessoal mesmo sem o saberem. Verificar se os aspectos culturais influenciam no cotidiano dos servidores, identificar as várias culturas emaranhadas dentro da cultura geral e como ela pode influenciar o servidor no que diz respeito ao seu desempenho profissional. Utilizando os dados documentais, propicia a elaboração do contexto histórico vivenciado pela Instituição e ajuda, através de um comparativo com o local estudado, o Sistema de Bibliotecas, a tecer a história da mesma e descobrir o início da formação cultural. Investigar os valores inseridos no meio, também possibilita a compreensão deste servidor, quanto a sua imagem profissional, adicionando conhecimentos sobre o mesmo à Instituição. Os resultados da pesquisa no Sistema de Bibliotecas da UFC apontaram para um resultado semelhante ao de toda Instituição: os servidores não sabem o que é marketing pessoal, confundem alguns aspectos obrigatórios para qualquer profissional, como pontualidade, com aspectos para autopromoção. Sentem-se cooperativos, porém se acham acomodados, tradicionalistas e individualistas. O estudo concluiu ainda que, embora o Sistema de Bibliotecas adote uma postura inovadora de ações baseadas na democracia e na proatividade, a visão do servidor da B.U. assemelha-se à visão do servidor da UFC, no que concerne à autopromoção e desempenho profissional de servidores. Palavras-chave: imagem profissional, marketing pessoal, aspectos culturais, valores culturais

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 08 2 MARKETING 10 2.1 Marketing: aspectos gerais 11 Marketing de serviços 13 Marketing pessoal 15 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 18 3.1 A UFC e sua história 18 3.2 A UFC e sua estrutura física 19 3.3 O Sistema de Bibliotecas e seu contexto na UFC 21 3.3.1 A Biblioteca e sua missão 30 3.3.2 A Biblioteca e seu acervo 30 3.3.3 A Biblioteca e seus recursos humanos 31 4 METODOLOGIA 33 4.1 Unidade de análise 33 4.2 O método 34 4.3 Coleta de dados 35 5 EXPOSIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 36 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 48 7 REFERÊNCIAS 50 8 9

APÊNDICE A APÊNDICE B

52 54

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1 INTRODUÇÃO

A Universidade Federal do Ceará tem um potencial humano de aproximadamente

seis mil servidores. Conhecer a visão deste servidor através de uma das unidades que a

compõem é compreender que, estando ele inserido em um grupo, deve ter uma percepção de

si e dos outros servidores que o rodeiam, imprimindo assim uma cultura específica que deve

estar inserida na cultura geral da UFC.

O objetivo deste trabalho é saber se o servidor utiliza, ou até mesmo conhece o

marketing pessoal, ferramenta sem a qual não se imprime uma marca pessoal, causando nele

um ostracismo e até mesmo comodismo e baixa estima. A utilização do marketing pessoal

contribui para um aumento da auto-estima do servidor influenciando assim a melhoria de sua

imagem dentro da Instituição.

No capítulo que sucede a introdução, falar-se-á, primeiramente, do marketing

como um todo. Uma das mais recentes definições é:

Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando a alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade (LAS CASAS, 2004, p.26).

Não se teria, contudo, uma boa compreensão do marketing se não se falasse de

seus aspectos gerais, como: produto, que é o que se deseja vender, o objeto de desejo do

público-alvo; ponto que é o local onde o produto se posicionará; preço que é o valor pago pelo

produto; e promoção, que são os meios de divulgação para promover o produto.

Como não se poderia também deixar de falar em marketing de serviços, visto que

a UFC é uma Instituição de ensino e o mesmo é considerado um serviço, colocou-se um

capítulo falando sobre o marketing de serviços sua definição e aplicação:

O serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma parte a outra. Embora o processo possa estar ligado a um produto físico, é essencialmente intangível e normalmente não resulta em propriedade de nenhum dos fatores de produção. Serviços são atividades econômicas que criam valor e fornecem benefícios para clientes em tempos e lugares específicos, como decorrência da realização de uma mudança desejada no – ou em nome do – destinatário do serviço (LOVELOCK, 2005 p.5).

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Para se poder prestar um bom serviço ao usuário da Biblioteca Universitária,

observou-se a necessidade de descobrir se o servidor utiliza-se do marketing pessoal, tema

central deste trabalho.

Marketing pessoal, segundo Scott Job (1994), é estar num negócio próprio onde à

pessoa é o único produto. Então, o marketing pessoal é a iniciativa que o homem tem de se

promover para a melhoria de sua imagem.

Segundo Clifford Geirtz (1979), cultura é o conjunto de idéias, valores e práticas

que nascem das relações sociais.

Como a imagem do servidor é influenciada pela cultura existente na Organização,

verificou-se a necessidade de se desenvolver parágrafos sobre cultura, mostrando alguns

conceitos que viessem a elucidar a relação entre marketing pessoal e cultura organizacional, o

ponto no qual uma pode interferir na outra, assim confirmando ou não as questões levantadas

no decorrer deste trabalho.

Após as definições de marketing, marketing de serviços, marketing pessoal e

cultura organizacional fez-se necessário um histórico da UFC bem como da unidade de estudo

a BU, para que se pudessem visualizar e compreender as afirmações e conclusões a que se

chegou ao término deste trabalho.

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2 MARKETING

Este capítulo tratará do marketing, seu surgimento a partir dos anos cinqüenta,

suas definições, seus aspectos e suas aplicabilidades.

Segundo Las Casas (2004), o marketing surgiu nos anos cinqüenta, quando os

empresários passaram a perceber que as vendas a qualquer custo, não estavam atraindo mais a

clientela. As vendas já não eram constantes. A conquista da clientela passou a ser mais

importante para a obtenção de negócios a médio e longo prazo. Passou a existir uma

valorização maior do consumidor por parte dos empresários. Os produtos passaram a existir a

partir da exigência dos desejos e das necessidades do consumidor.

“No Brasil, por volta de 1954, marketing foi traduzido por mercadologia, quando

surgiram os primeiros movimentos para a implantação do curso específico em

estabelecimento de ensino superior, e desde então tem sido adotada essa expressão.”

(RICHERS apud LAS CASAS, 2004, p. 14).

Para Las Casas (2004), o termo em inglês tem um significado mais condizente

com a definição de marketing, pois sua tradução é: ação no mercado. Já mercadologia, se

traduz por estudos do mercado, o termo não possui uma conotação dinâmica, não sendo este o

objeto de estudo e sim o marketing, com todas as suas definições, seu conteúdo e aplicações.

“Em 1960, a AMA (American Marketing Association) definia marketing como o

desempenho das atividades de negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao

consumidor ou utilizador” (COBRA, 1997, p. 23).

“Definimos marketing como um processo administrativo e social pelo qual

indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de

produtos e valor com os outros” (KOTLER, 2003, p. 03).

Mas a definição de marketing se modificou ao longo dos anos,

Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando a alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade (LAS CASAS, 2004, p.26).

Para que se tenha esta definição, Kotler (2004) leva a examinar os seguintes

termos: necessidades, desejos e demandas; produtos e serviços; valor, satisfação e qualidade;

troca, transações e relacionamentos; e mercados. Sem estes termos, o marketing não pode ser

construído, pois cada termo se interdepende.

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Segundo a mais recente definição da AMA - American Marketing Association,

(2005), o marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a

criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do

relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado.

Após as definições dadas sobre o marketing, faz-se necessário analisar os aspectos

que o envolvem, seu objetivo e sua aplicabilidade.

2.1 Marketing: aspectos gerais

Não só é importante saber a definição de marketing, mas também saber quais são

os aspectos que o envolvem, seu objetivo e aplicação. Neste capítulo, falar-se-á, de maneira

simplificada, acerca destes aspectos.

E. Jerome McCarthy, autor americano, desenvolveu um modo de simplificar todos

estes instrumentos através de uma forma mnemônica conhecida como 4P`s. Os P’s são:

produto, preço, ponto-de-venda e promoção (LAS CASAS, 2004).

Um produto ou serviço é dito certo ao consumo quando atende às necessidades e

desejos de seus consumidores - alvo. Um produto certo deve ter: qualidade e padronização,

em termos de características, desempenhos e acabamentos. Modelos e tamanhos que atendam

às expectativas e necessidades. Configuração, que é a apresentação do produto em termos de

apresentação física, embalagem, marca e serviço.

O produto ou serviço só tem utilidade se posicionado junto ao seu mercado

consumidor, a isso se chama de ponto.

A escolha do ponto para o produto ou serviço relaciona-se com a escolha do canal

de distribuição: atacado, varejo ou distribuidor, transporte e armazém.

O produto deve ser certo, deve estar no ponto e deve transferir a posse no preço

certo, tal preço pode ser considerado: posto na fábrica; posto no cliente; atacadista, varejista

ou distribuidor; líquido com desconto ou bruto sem desconto; desconto por quantidade, por

condição de pagamento etc.

Promoção é o composto promocional do produto ou serviço que compreende a

publicidade, as relações públicas, a promoção de vendas, a venda pessoal e o merchandising

(COBRA, 1997 p.28,29).

Em marketing, existem as variáveis controláveis e as não-controláveis. As

controláveis são aquelas que, segundo Las Casas (2004), quando o administrador planeja

seguindo os 4P`s e de acordo com o objetivo de comercialização, ele tem o composto de

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marketing planejado. Exatamente por exercer certo controle no planejamento, estas variáveis

são chamadas controláveis.

Desta forma, toda empresa atua em determinado ambiente que geralmente tem

como característica a instabilidade. São necessários planos de marketing flexíveis

suficientemente para se adaptarem a novas situações. Por estarem fora do domínio, embora no

ambiente da empresa, estas mudanças ambientais são chamadas de variáveis incontroláveis.

Ainda segundo Las Casas (2004), as mudanças ambientais, ou seja, as variáveis

incontroláveis podem ocorrer devido a uma série de possibilidades, tais como: mudança no

ambiente político, no ambiente legal, no ambiente social, no ambiente cultural, no ambiente

demográfico, nas variações da economia, na concorrência, na tecnologia, entre outras.

Em relação a sua aplicabilidade, o marketing foi criado inicialmente para vendas,

mas atualmente ele é aplicado em quase todas as atividades humanas, entre as modalidades

mais conhecidas, estão:

O marketing social que avalia as relações sociais através de indicadores sociais,

como os índices de natalidade e mortalidade.

O marketing político que num regime democrático é utilizado para a conquista de

votos.

O marketing de serviços que é aplicado nos serviços em geral, Universidades,

bancos, clubes, hotéis e vários outros.

Há ainda o marketing agrícola, industrial, de serviços de saúde, de instituições que

não visam ao lucro e várias outras modalidades que não foram citadas neste trabalho.

A comunidade brasileira em geral respira e alimenta-se de marketing, conscientemente ou não. E, por isso, é necessário compreender o significado e a importância do marketing como desencadeador do processo de desenvolvimento econômico e social (COBRA, 1997, p. 35).

Deste modo, o próximo capítulo versará sobre o marketing de serviços, pois o

mesmo tem sua aplicabilidade na UFC, uma Instituição de ensino e, sendo o ensino um

serviço, achou-se conveniente a inserção deste capítulo.

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2.2 Marketing de serviços

É importante afirmar que o marketing aparece tanto nos bens tangíveis ou

produtos, como os remédios, quanto nos bens intangíveis ou serviços como o ensino. Ele

também é visto em eventos, contribuindo para a divulgação do mesmo; em pessoas, tornando-

as celebridades; em lugares; em organizações; em idéias e em muitas outras circunstâncias.

Neste capítulo, buscar-se-á explicar mais detalhadamente o marketing de serviços.

Segundo Kotler e Armstrong (1998), serviço é toda atividade ou benefício,

essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer à outra e que não resulta na posse de

algum bem. A prestação de um serviço pode ou não estar ligada a um produto físico.

Devido às pressões financeiras sofridas, as organizações públicas e sem fins lucrativos estão não só cortando os custos e desenvolvendo operações mais eficientes, mas também prestando mais atenção às necessidades do cliente e às atividades da concorrência. Na busca de novas fontes de renda, muitas organizações não-empresariais estão desenvolvendo uma orientação de marketing mais forte [...]. (LOVELOCK, 2005, p. 15).

Tendo em vista o que escreveu Lovelock sobre as organizações, o Reitor da UFC

René Teixeira Barreira, em entrevista à Revista Universidade Pública declarou: “é importante

superar na nossa Cultura Institucional qualquer idéia de resistência ao marketing. O marketing

institucional é extremamente legítimo, mesmo numa Instituição como a Universidade”.

(FONTELES et al., 2004, p. 56)

A necessidade de superar a cultura arraigada na Instituição é necessária para se

fazer todo e qualquer tipo de marketing, tanto o Institucional mencionado pelo Reitor René

Teixeira Barreira, quanto o de serviços.

Mas o que podemos chamar de cultura? Há diversas teorias para cultura, mas a

palavra cultura, metaforicamente, significa plantio, cultivo e remete à agricultura. Em

contraponto com a sociedade, esta palavra chama a atenção para aspectos específicos das

organizações, tendo considerável relevância no meio em que se encontra ela está inserida.

A cultura aqui explicitada é a cultura relacionada à sociedade, à organização,

aquela que é própria do meio em que nasce e que se perpetua, de geração em geração.

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A palavra derivou metaforicamente da idéia de cultivo, do processo de lavrar e de desenvolver a terra. Ao falar-se de cultura, refere-se tipicamente ao padrão de desenvolvimento refletido nos sistemas sociais de conhecimento, ideologia, valores, leis e rituais quotidianos. A palavra é também habitualmente usada para fazer referência ao grau de refinamento evidente em tais sistemas de crenças e práticas. Ambos os usos derivam das observações do século XIX a respeito das sociedades ‘primitivas’ ao transmitir a idéia de que diferentes sociedades manifestam diferentes níveis e padrões de desenvolvimento social. Nos dias de hoje, todavia, o conceito de Cultura não carrega necessariamente esta antiga postura de avaliação, sendo usada mais genericamente para significar que diferentes grupos de pessoas têm diferentes estilos de vida. (MORGAN, 1996, p. 115 e 116).

Algumas definições de cultura, a seguir, ajudam a entender como é importante a

superação de algumas resistências culturais em relação ao marketing.

Segundo Ruth Benedict (1932), cultura é definida como o conjunto de elementos

(feições) que formam um todo integrado e coerente, um padrão, transmitido de geração a

geração pelo aprendizado e que é fruto de escolhas que as sociedades fazem de alguns

elementos dentre um grande arco de possibilidades.

Já na visão de Clifford Geertz (1979), cultura é um conjunto de idéias, valores e

práticas que nascem das relações sociais.

Tem-se uma diversidade cultural na UFC, pois ela é demasiadamente grande, para

se impor uma cultura única. Para cada setor da Universidade, existe uma cultura empregada

por meio de suas relações sociais. Existe um tipo de cultura empregada no Hospital

Universitário Walter Cantídio, outro na Reitoria, outro tipo no Sistema de Bibliotecas e em

muitos outros setores.

Definindo as bases materiais sobre as quais se assentam as relações de poder na

Biblioteca Universitária, a categoria dos bibliotecários fornece o referencial para se decifrar a

dimensão político-constitutiva do elemento simbólico, ou seja, as relações de poder neste

setor da Universidade são analisadas no plano material diferentemente da Instituição a qual

pertence, pois politicamente ela se libertou de alguns tabus institucionais, como

gerenciamento e poder somente nas mãos de docentes.

No Sistema de Bibliotecas a visão do gestor passou a ser mais próxima à do

grupo, os gerentes passaram a trabalhar em equipe, pois se sentem tanto bibliotecários como

técnico-administrativos o que leva o Sistema a possuir um grupo coeso de servidores com

pensamentos, idéias e atitudes bem semelhantes, não fazendo distinção visível de grupos ou

classes, melhorando, assim, os serviços prestados à comunidade.

Como os servidores no Sistema de Bibliotecas são geridos por pessoas que têm

características profissionais semelhantes às deles, visa-se, neste trabalho, descobrir se, com tal

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motivação, os servidores utilizam ou conhecem o marketing pessoal. No entanto, faz-se

necessário definir o que é marketing pessoal, como se pode aplicar o marketing pessoal, quais

são suas implicações com a cultura organizacional e como ele pode interagir com a avaliação

de desempenho deste servidor na UFC.

2.3 Marketing pessoal

O marketing pessoal falado no decorrer deste capítulo, servirá para desmistificar a

idéia de que marketing pessoal é apenas um método de auto-ajuda, para levantar o ego do ser

humano, claro que se falará em motivação. De acordo com Chiavenato (1997), a motivação é

um dos fatores que influenciam o comportamento das pessoas.

De um modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de

determinada forma, ou pelo menos, que dá origem a uma propensão, a um comportamento

específico. Esse impulso à ação pode ser promovido por estímulo externo ou ser gerado pelo

próprio indivíduo mentalmente.

Logo, o marketing pessoal também não é a redução de um ser humano a um

simples objeto, contrariamente, é a valorização de seus atributos e características inclusive em

sua estrutura física, intelectual e espiritual.

O que se chama no mercado de marketing pessoal, a psicologia nomeia de papéis

sociais, o desempenho no cumprimento destes papéis é que fará a diferença do

posicionamento de tal pessoa no mercado.

No que concerne a produtos, bens e serviços, o posicionamento mais importante é

o que se obtém junto ao cliente. Em relação ao marketing pessoal, o principal posicionamento

é o que a pessoa adquiriu para si mesma, pois seu cliente número 1 é ela própria.

É a partir de suas crenças em si mesmo, de seus conteúdos internos, que você poderá projetar no mundo exterior suas características, personalidade, comportamentos e atitudes que o posicionam na mente de seus diversos públicos, seus diversos mercados. Na prática seus consumidores são capazes de identificar a maior parte de suas vantagens e desvantagens competitivas rapidamente. Além disso, a qualidade e o conteúdo das mensagens que você lhes passa, depende diretamente de suas crenças e convicções internas, que são inconscientes em sua maior parte. (CARVALHO NETO 1999, p. 20)

Como diz Carvalho Neto (1999), no marketing pessoal, dons e talentos são

comparáveis a bens e serviços e a eles podem ser aplicadas técnicas de marketing. Então

fazendo uma comparação com o composto do marketing, a formação profissional e pessoal do

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indivíduo (produto), a atribuição de um valor justo e compatível com o posicionamento de

mercado que se queira adquirir (preço), a execução de ações promocionais de valorização

pessoal (promoção), que o colocariam no lugar certo na hora certa (praça).

Não se pode ver o marketing pessoal como instrumento utilizado por alguém

somente para aparecer. A utilização do marketing pessoal melhora o posicionamento do

indivíduo em relação aos seus clientes, ele agirá com mais coerência, mais clareza de idéias,

de estilo e de personalidade, levando naturalmente a um aumento de mercado.

Na realidade, o mercado não compra produtos simplesmente, compra a satisfação

das expectativas que tenha em relação a estes produtos. Isto ocorre também no marketing

pessoal. Não se contrata o servidor ou o médico nem mesmo o professor, contrata-se a

expectativa a respeito do desempenho que esse profissional possa demonstrar.

Para Scott-Job (1994), goste ou não, você está em um negócio próprio, e possui

apenas um produto para vender: você.

Então para isso deve-se utilizar do composto de marketing, produto, preço,

promoção e praça para juntamente com sua força de trabalho e capital acadêmico colocar-se

no mercado.

Para compreender o marketing pessoal e suas situações aplicáveis no Sistema de

Bibliotecas da UFC, decifrar, entender e conseguir visualizar a cultura existente, é necessário

aflorar seus pressupostos básicos e ao pesquisar tais pressupostos, deve-se perguntar sobre:

A relação com a natureza: a relação com o ambiente é de dominação, submissão, harmonia? A natureza da realidade é de verdade: as regras de lingüística e de comportamento que diferem o que é real e o que não é, se a “verdade” da organização é revelada ou descoberta. A natureza humana: a natureza humana é boa, má ou neutra? A natureza da atividade humana: o que é considerado “certo” para o ser humano fazer diante dos pressupostos sobre o ambiente, sobre a realidade, sobre a natureza humana: ser ativo passivo, se autodesenvolver? A natureza das relações humanas: como é distribuído o poder e o amor? A vida é cooperativa ou competitiva, individualista ou cooperativa, baseada na autoridade, na tradição ou no carisma? (SCHEIN apud FLEURY 1996, p. 21)

Schein descreve estas categorias teóricas propondo outras para compor o processo

de investigação do universo cultural de uma organização:

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Analisar a socialização dos novos integrantes de um grupo, analisar incidentes críticos dentro de um ambiente organizacional, a partir de entrevistas e documentos, descobrir o início da formação cultural da Instituição, procurando analisar sua biografia organizacional, analisar as crenças, valores e convicções dos fundadores ou formadores de cultura, explorar e analisar junto a pessoas da organização as observações e descobertas que trouxeram as informações das entrevistas (SCHEIN, 1986).

A conscietização por parte do servidor de se imprimir um valor pessoal, de se

auto-avaliar e procurar crescer na Instituição, sabendo lidar com suas limitações e diferenças,

tanto faz crescer o bem estar dele próprio, como dos outros servidores da Universidade.

A Biblioteca Universitária, por sua vez, vem-se destacando por tentar aplacar as

desigualdades dentro do Sistema, dando aos servidores oportunidades iguais e tentando tornar

a idéia de proatividade um fato concreto. (relatório anual de 2005).

Com uma política inovadora de escolha do seu próprio diretor, através de eleição

na qual o colégio eleitoral é formado pelos próprios servidores, o Sistema de Bibliotecas

inova também dando oportunidade de cargos de direção não somente ao quadro de

bibliotecários, mas todo servidor que se mostra competente para ocupá-lo, esta competência é

claro, tem que ser notada pelo grupo, não se percebe distinção entre níveis, o único critério é

ser qualificado.

“Uma das maneiras mais fáceis de apreciar a natureza da cultura e a subcultura é simplesmente observar o funcionamento do dia-a-dia do grupo da organização e que se pertence-como se esta pessoa estivesse de fora-, adotando-se assim, o papel de antropologista. As características de uma cultura que estão sendo observadas gradualmente se tornaram evidentes à medida que se conheçam os padrões de interação entre os indivíduos, a linguagem que é utilizada, as imagens e tema explorados na conversa, bem como os vários rituais da rotina diária. À medida que se explora o que é racional dos aspectos desta cultura, pode-se quase sempre descobrir que parecem existir explicações históricas para a maneira pela a qual as coisas são feitas”. (MORGAN,1996, p. 125).

Isto impulsiona e encoraja a mudanças no modo de agir que influenciam na

cultura da Instituição. Objetivando utilizar estas vivências e captar a atual imagem que o

servidor tem da Instituição e dele mesmo é que se investiga a atuação do marketing pessoal no

interior do Sistema de Bibliotecas.

No capítulo seguinte, se falará sobre a UFC, sua história e sua estrutura física,

pois a unidade de estudo deste trabalho, a BU, está inserida na UFC, neste contexto e por suas

origens serem parecidas, a visão antropológica e histórica da Instituição é importante para a

realização deste trabalho.

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3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Conforme foi falado ao final do capítulo anterior, iniciar-se-á agora, um pouco da

história da Universidade Federal do Ceará com o intuito de proporcionar ao leitor deste

trabalho situar-se no contexto no qual o mesmo foi realizado.

3.1 A UFC e sua história

A Universidade Federal do Ceará tem como missão “formar profissionais de alta

qualificação, gerar e difundir conhecimentos, preservar e divulgar os valores artísticos e

culturais do povo cearense”. Seu compromisso é: “Como Universidade, cultivar o saber.

Como Universidade do Ceará, servir ao meio, realizar assim, o Universal pelo Regional.”

Parâmetros traçados pelo seu fundador, Antônio Martins Filho, ex-reitor da Universidade

Federal do Ceará.

A Universidade Federal do Ceará tem um potencial humano aproximado de seis

mil servidores, conhecer a visão deste servidor através de uma das unidades que a compõem é

compreender que, estando ele inserido em um grupo deve ter uma percepção de si e dos

outros servidores que o rodeiam e se tal percepção influencia na cultura geral da UFC, para

tanto faz-se necessário uma resumo da história da própria Universidade.

A UFC foi criada pela Lei nº 2.373 de dezembro de 1954 e instalada numa sessão

no dia 25 de junho de 1955. Originalmente foi constituída pela união da Escola de

Agronomia, Faculdade de Direito, Faculdade de Medicina e Faculdade de Farmácia e

Odontologia. A UFC chega hoje com praticamente todas as áreas do conhecimento

representadas em seus campi, onde reúnem-se quatro centros (Ciências, Ciências Agrárias,

Humanidades e Tecnologia) e cinco faculdades (Direito; Educação; Economia,

Administração, Atuária e Contabilidade; Farmácia, Odontologia e Enfermagem; e Medicina).

(http://www.ufc.br).

A Universidade do Ceará surgiu, porque o Ceará declarou em alto e bom som que precisava dela, que precisava de uma instituição universitária. Mas não era essa universidade uma obra somente do governo, era também de todos os cearenses. Ela surgiu para servir à comunidade cearense, para servir aos Estados vizinhos da região, portanto, aqui no Nordeste. .(RIBEIRO et al, 2004).

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A UFC foi pensada e idealizada pelo professor Antônio Martins Filho, que

assumiu este empreendimento em 1948. A princípio, era para ser a Universidade Estadual,

mas como não havia apoio por parte do governo do estado e nem da Faculdade de Direito, ela

passou a ser federal. (RIBEIRO et al, 2004).

Reitor quatro mandatos consecutivos, entre os anos de 1955 e 1967, Martins Filho, cratense formado em Direito, liderou a luta pela criação da então Universidade do Ceará. Empreendeu junto a outros entusiasmados colegas, árduas batalhas, para a formação de seu quadro de funcionários, aquisição do espaço físico, alocação de recursos junto aos governos. Durante sus administração, foram criados a Cidade Universitária do Campus do Pici, a Imprensa Universitária, o Museu de Arte da UFC, as Casas de Cultura, entre outros equipamentos. (RIBEIRO et al, 2004).

Antônio Martins Filho faleceu em 20 de dezembro de 2002, aos 98 anos, tendo

mantido seu gabinete de trabalho, até sete meses antes, como reitor emérito da UFC.

3.2 A UFC e sua estrutura física

A Universidade Federal do Ceará ocupa uma área de 233 hectares, dividida em

três campi:

No Campus do Benfica com 13 hectares, estão a Reitoria; as Pró-Reitorias de

Planejamento, Administração, Assuntos Estudantis e Extensão; o Centro de Humanidades; as

Faculdades de Direito, Educação, e Economia, Administração, Atuária e Contabilidade; o

Curso de Arquitetura e alguns Equipamentos Culturais.

No Campus do Pici com 212 hectares, estão os Centros de Ciências, Ciências

Agrárias e Tecnologia; as Pró-Reitorias de Graduação e de Pesquisa e Pós-Graduação; a

Biblioteca Universitária; os núcleos e laboratórios diversos, além de área para prática de

esportes.

No Campus do Porangabussu com 8 hectares, estão a Faculdade de Farmácia,

Odontologia e Enfermagem; a Faculdade de Medicina; o Complexo Hospitalar (Hospital

Universitário Walter Cantídio, Maternidade Escola Assis Chateaubriand e Farmácia – Escola)

e os laboratórios e clínicas.

Existem ainda, fora dos três campi, o Laboratório de Ciências do Mar (Meireles),

a Casa José de Alencar (Messejana) e as fazendas experimentais (Quixadá, Pentecoste e

Maracanaú). O Curso de Medicina possui extensões no interior do estado, uma em Barbalha e

outra em Sobral.

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Em resumo, a UFC tem cinqüenta e quatro cursos de graduação, quarenta e quatro

cursos de mestrado e dezoito de doutorado, duzentos e trinta e três grupos ativos de pesquisa e

trezentos e vinte e oito projetos de extensão. Estes números não dão devidamente a dimensão

da inserção da Universidade na vida econômica, social e cultural de nosso estado, mas

importante é dizer que os principais projetos estruturantes nas áreas da indústria, agricultura,

pecuária, finanças, saúde, turismo, transporte, educação, habitação, cultura, avaliação de

políticas públicas, nos últimos cinqüenta anos, foram gestados nela, em parceria com seus

pesquisadores, ou simplesmente com a participação de profissionais formados em seus cursos.

Em 1994, segundo entrevista concedida à revista Universidade Pública, Martins

Filho cita alguns projetos que mudaram a vida do povo cearense. O projeto Assimov (o nome

deriva de uma tese de doutorado de Morris Assimov, da Universidade da Califórnia) foi um

passo inicial para a industrialização do Cariri, de Sobral e de Iguatu. Posteriormente, o Projeto

Assimov transformou-se em Pudini (Programa Universitário de Desenvolvimento Industrial

do Nordeste), embrião de orgãos públicos como a Secretaria de Desenvolvimento.

O Centro de Aperfeiçoamento de Economistas do Nordeste (CAEN) é

reconhecido como centro de excelência na formação de economistas em todo país. Desde

1960, os egressos do CAEN ocupam cargos de elite no Banco do Nordeste, no DNOCS, no

Banco do Brasil e em muitos outros orgãos.

O Laboratório de Ciências do Mar (Labomar) foi responsável pela execução do

programa de Avaliação de Recursos Pesqueiros da Zona Econômica do Nordeste do Brasil

(Revizee), desde 1996, na costa do Piauí a Sergipe. O Labomar ainda desenvolve muitos

projetos como o de preservação dos ecossistemas e avaliação de impacto ambiental em

parceria público-privada com a Prefeitura Municipal do Eusébio, o grupo Alphaville, a

Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Semace) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

(Ibama).

As Casas de Cultura da UFC constituem-se no maior programa de ensino de

línguas estrangeiras em uma universidae federal. São mais de 5.000 alunos, 70%

universitários, distribuídos entre os cursos de inglês, francês, espanhol, italiano e alemão além

de português.

Com relação ao número de servidores, a Universidade possui 4.759 servidores

técnico-administrativos e 1.330 docentes.

Sendo que os servidores técnico-administrativos se subdividem em nível superior,

com 1.039 servidores; nível médio, com 1.972 servidores; e nível de apoio, com 428

servidores.

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Como analisar todos os servidores da Universidade Federal do Ceará não seria

uma tarefa fácil, resolveu-se delimitar a área da pesquisa no Sistema de Bibliotecas da UFC,

pois nele se identificam todos os pressupostos básicos para a realização de um trabalho que

envolva uma cultura própria, porém inserida na cultura geral da Organização.

3.3 O Sistema de Bibliotecas e seu contexto na UFC

O Sistema de Bibliotecas, assim como diversas áreas da UFC, abriga diferentes

culturas que estão inseridas na cultura geral nela desenvolvida. Tem-se por objetivo, saber se

há utilização por parte de seus servidores de algum tipo de marketing pessoal, para que se

possa analisar e tirar conclusões sobre o efeito do marketing sobre tais servidores.

Se a organização como um todo vivenciou experiências comuns, pode existir uma forte cultura organizacional que prevaleça sobre as várias subculturas das unidades. O que se observa freqüentemente é que os grupos com back ground ocupacional semelhante tendem a desenvolver culturas próprias no interior das organizações: a cultura dos gerentes, dos engenheiros, do sindicato. (SCHEIN apud FLEURY; FISHER, 1996, p. 20).

Semelhantemente à criação da UFC, em 1954, a Biblioteca Universitária surgiu da

aglutinação de diversas bibliotecas oriundas das escolas que compuseram a Instituição.

A responsável por este desafio foi a bibliotecária Maria da Conceição Souza,

primeira diretora da Biblioteca Universitária da UFC.

No primeiro momento de sua criação, a falta de bibliotecários era o grande

problema da BU, visto que as unidades possuíam bons acervos. No mesmo período era criado

o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD).

Em 1957, com a urgência de se fazer um convênio com o IBBD, para permutar

documentos e materiais bibliográficos necessários aos pesquisadores e estudiosos viu-se a

necessidade de pessoal qualificado na instituição e, em entendimento com a Presidente do

IBBD, a professora Lydia de Queiroz Sambaquy, o Reitor da UFC resolveu enviar pessoas ao

Rio de Janeiro, a fim de fazerem os cursos da Biblioteca Nacional. No entanto, ainda não

existia a Biblioteca Central, por isso o IBBD resolveu apoiar a criação de uma Biblioteca

Central.

No mesmo ano, com o convênio firmado com o Instituto Brasileiro de

Bibliografia e Documentação, foi permitida a troca de elementos bibliográficos que

possibilitaram a organização do Serviço Central de Informações e Documentação da

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Universidade do Ceará, este funcionaria na Biblioteca Central. Também foi criado o Catálogo

Coletivo do Estado do Ceará.

Já em 1958, foi instalada a Biblioteca Central – uma biblioteca de cultura geral

que:

Pela sua própria natureza, consideradas as condições do meio, tendeu a converter-se na maior organização de pesquisas e informações bibliográficas do Estado. Centralizando todos os serviços técnico-biblioteconômicos das unidades universitárias, fácil lhe foi tornar-se igualmente um grande e útil setor de divulgação cultural. A Biblioteca iniciou os seus trabalhos pelo tombamento ou registro de livros, assim como pela respectiva classificação e catalogação. (Anais da Universidade do Ceará, t.5, (1959 p. 19) apud art. Revisitando os caminhos trilhados pela Biblioteca Universitária da UFC).

De 1957 a 1969, a bibliotecária Maria da Conceição Souza foi diretora da

Biblioteca Universitária e a primeira bibliotecária a ir para o Rio de Janeiro aperfeiçoar-se e

estudar nos cursos de Biblioteconomia da Biblioteca Nacional e, ao retornar, realizava cursos

na Biblioteca Universitária para capacitarem profissionais, a fim de suprir a carência dos

mesmos.

Em seguida, Maria da Conceição dirigiu o Catálogo Coletivo Regional, sendo a

representante da Universidade junto ao mesmo. Foi, ainda, sócio-fundadora da Associação

dos Bibliotecários do Ceará, organizou as bibliotecas do Instituto do Ceará, da Academia

Cearense de Letras e do Colégio Militar, bem como bibliotecas de particulares.

Por causa de sua fama, Conceição publicou várias bibliografias, era muito

respeitada no meio intelectual cearense, era conhecida como o pronto-socorro dos intelectuais.

Nesta época, embora já se falasse em Biblioteca Central, ela não era assim instituída.

Em 1964, Conceição funda o curso de Biblioteconomia e Documentação com a

ajuda do ex-reitor, professor Antônio Martins Filho, e com a colaboração nacional da

Presidente do IBBD, a professora Lydia de Queiroz Sambaquy. Neste mesmo ano, o Ceará

sediou o IV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação.

Em 1969, ano em que Maria da Conceição encerra sua gestão à frente da

Biblioteca Universitária, surge o Serviço de Bibliografia e Documentação (SBD), sob o

comando da Bibliotecária Cleide Ancilon de Alencar Pereira, passando a Biblioteca a ser

incorporada ao mesmo, mas devido à falta de estrutura física e de pessoal a Biblioteca se

desliga do SBD. Com a Universidade se expandindo e a cada ano surgindo novos cursos,

novos professores e pesquisadores, as bibliotecas seguem o mesmo processo, passando a

exigir uma reestruturação, quando a Biblioteca Central possa, então, a coordenar todas as

bibliotecas da UFC em forma de Sistema.

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A Biblioteca Universitária, originalmente Biblioteca Central, resultou de estudos

realizados por um grupo de trabalho composto de bibliotecárias sob a coordenação geral da

Profa. Aracy Fiusa Costa, conforme as portarias da UFC nº 771/74 e 774/74. O grupo chegou

a conclusões que foram apresentadas às autoridades universitárias no dia 2 de janeiro de 1975,

conforme o Relatório anual de 1975. Nesse Relatório, que é o único documento existente

sobre o planejamento da BC, fez-se uma análise do que a UFC dispunha em termos de

pessoal, acervo informacional, móveis e equipamentos no tocante às suas bibliotecas,

enunciando o grupo a seguir as necessidades básicas, segundo seu julgamento. O Relatório

previa no que chama primeira fase, a transferência dos acervos dos Centros já localizados no

Pici, isto é, os de Ciências, Tecnologia e Ciências Agrárias e propunha que os acervos dos

demais Centros fossem sendo transferidos para o prédio da Biblioteca que havia sido

construído.

Deste modo, a criação da Biblioteca Central resultou do desejo de assegurar-se a

plena utilização dos recursos materiais e humanos consagrados pelo Art.5º do estatuto da

UFC evitando a duplicação de meios, ou seja, vários acervos em locais diferentes, para fins

idênticos, por ele vedado. Assim, a BC reuniria a coleção bibliográfica dispersa da UFC em

uma única coleção a ser distribuída na sede e nas Bibliotecas Setoriais, dentro de um plano

racional de melhor aproveitamento da mesma, coordenando, técnica e administrativamente, as

atividades de todas as Bibliotecas do Sistema.

Desta maneira, o acervo informacional da Biblioteca Central originou-se do que

pertenceu ao extinto Serviço de Biblioteca e Documentação, à altura de sua extinção,

resumido numa coleção de Referência desatualizada, mas, ainda, valiosa.

Em 1976, foi iniciada a incorporação das coleções bibliográficas dos cursos de

Geociências, Química, Bioquímica e Biologia. A escolha dessas coleções não seguiu

planejamento ordenado, foi meramente ocasional, pois na época a estrutura das salas

ameaçava ruir, além de tudo não havia pessoal para atendimento ao público e processamento

técnico do material, foi imperiosa sua mudança para a BC. Como essa experiência havia sido

bastante negativa, no início de 1977, a Diretora da BC, a bibliotecária Élida Fagundes Shirmer

e a Divisão de Processos Técnicos realizaram estudos e executaram os serviços, juntamente

com as bibliotecárias que trabalhavam nas diversas Bibliotecas Setoriais, no sentido da

preparo daquelas coleções para o momento de sua incorporação.

Em 1980, através da Portaria 624, de 4 de julho de 1979, surge a proposta de

Reestruturação do Sistema de Bibliotecas da UFC. Na direção estava a Bibliotecária Maria

Antonieta Figueiredo Bezerra, que recebeu severas críticas ao plano, pois nem todos os

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professores concordavam com as mudanças ali propostas. O objetivo geral do plano era

prover a Universidade de um sistema central de informação em Ciências, Tecnologia e

Humanidades. A divisão seria a seguinte:

A Biblioteca Central seria no Campus do Pici e a Biblioteca Setorial de Ciências

da Saúde no Campus do Porangabussu, todas as outras seriam incorporadas às duas

existentes. Mesmo com uma grande divulgação e explanação do documento, os Centros e

Departamentos sugeriram mudanças no Plano, pois nem todos se dispuseram a liberar o

acervo de suas bibliotecas para as transformarem em somente duas. Neste mesmo período

tratava a Biblioteca Central de firmar convênio com o Instituto Brasileiro de Informação em

Ciência e Tecnologia (IBICT), passando a ser a sede regional, para o Estado do Ceará, do

Catálogo Coletivo Nacional de Periódicos (CCN).

No entanto, a tendência para agrupar as bibliotecas de áreas afins perdurou até

1985, mas nem todo o acervo foi incorporado pela Biblioteca Central, que acabou não

exercendo de fato a função de centralização conforme sugere esta nomenclatura. Somente

ficavam, sob a responsabilidade da Direção da Biblioteca Central, alguns serviços como a

aquisição de material bibliográfico e de periódicos através de compra, que eram comprados

tanto para a graduação como para a pós-graduação.

No decorrer da administração da bibliotecária, Maria Antonieta Figueiredo

Bezerra, houve também a reforma da Biblioteca Setorial de Ciências da Saúde. Com a ajuda

financeira da Maternidade Escola Assis Chateubriand, ampliou-se a área destinada aos

periódicos, instalou-se o balcão de empréstimo e as borboletas de controle, foram trocadas

todas as fiações elétricas e pintadas às áreas externas e internas, tornando-a mais agradável,

funcional e ampla.

Em 1983, assume a bibliotecária Helena Mattos de Carvalho Mendes. Nesta

época, o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará aprovava uma estrutura

consolidada de 19 bibliotecas localizadas junto aos cursos a que atendiam e eram

subordinadas administrativamente a três subsistemas.

Tais subsistemas eram o de Ciências e Tecnologia, no Campus do Pici; o de

Ciências da Saúde, no Campus do Porangabussu; e o de Ciências Humanas, Letras e Artes no

Campus do Benfica.

Por esta época, além dos cursos de graduação, especialização, mestrado e

doutorado da UFC, as bibliotecas atendiam também à extensão: Parque de Desenvolvimento

Tecnológico (PADETEC), Laboratório de Produtos Naturais (LPN), Farmácia Escola,

Escritório Modelo da Faculdade de Direito, entre outros.

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A bibliotecária Gabrielitta Carrhá Machado assumiu no período de 1991 até 1994,

período áureo do Sistema, pois a entrada de recursos financeiros permitiu grandes

investimentos tanto no que se refere à infra-estrutura, quanto à aquisição de material

bibliográfico e de tecnologia. Neste período, foram comprados 18.00l exemplares.

Dentre as benfeitorias estruturais destacaram-se a grande reforma no prédio da

Biblioteca Central, que englobou também uma reforma no Subsistema de Ciências e

Tecnologia, por ocupar o mesmo prédio da Biblioteca Central, localizada no Campus do Pici.

No campo da tecnologia, o Sistema de Bibliotecas passou a utilizar o Sistema de Automação

Universitária (SAU), começando a introduzir todo o seu acervo em meio eletrônico,

melhorando e agilizando o atendimento ao usuário.

Com a reforma previdenciária posta em discussão à época do governo Collor, que

aumentaria o tempo de serviço dos servidores, Gabrielitta Carrhá Machado decide então

aposentar-se antes do término de seu mandato e, em seu lugar, assume interinamente para

passar pouco menos de um ano, a bibliotecária Áurea Maria Costa Maia que ajudou a concluir

os projetos da gestão de Gabrielitta.

Em julho de 1995, assume a Direção do Sistema de Bibliotecas da UFC a

bibliotecária Norma Helena Pinheiro de Almeida, antes diretora do Subsistema de Ciências

Humanas, Letras e Artes. Ao assumir a Direção, elaborou um Plano Estratégico para o

período de 1995-1999, feito sob a coordenação do prof. Fernando Pires e colaboração do prof.

Carlos Manta Pinto de Araújo que, na ocasião, faziam parte da Comissão de Modernização

Administrativa da UFC.

Embora tivesse que perseguir os objetivos estabelecidos pelo Planejamento

Estratégico, um problema ocupava a administração de Norma Helena: a falta de pessoal.

Havia uma necessidade premente, também, da capacitação dos recursos humanos, pois o

Sistema atravessava um período de mudanças de paradigmas, uma verdadeira revolução da

informação. Estava em voga, no período em que a bibliotecária Norma Helena assumiu a

globalização da economia, o marketing, a reengenharia, a abertura de mercado de informática

e a evolução dos meios de comunicação, isso tudo exigia dos profissionais bibliotecários um

outro perfil.

Além das mudanças apresentadas, havia um momento crítico para o

funcionalismo federal, gerando as preocupações conforme explicitadas a seguir:

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A Reforma administrativa e os baixos salários são responsáveis por expressivo número de aposentadorias e rescisões de contratos de funcionários de seus quadros. Por outro lado a falta de uma postura equânime das administrações da UFC em relação a recursos humanos para as bibliotecas, ao longo dos anos, tem dificultado sobremaneira a nossa atuação. Inúmeros documentos mostrando as nossas necessidades inclusive fazendo a comparação com outras bibliotecas do país e mostrando o aumento da nossa demanda têm sido apresentados, sistematicamente, mas até agora, não conseguimos sensibilizá-las. Preocupa-nos a dimensão que está tomando a reforma administrativa e o quanto isso vai trazer de implicações para a universidade como um todo e as Bibliotecas em particular. (Biblionotícias, v. 4, n.2, out. 1995).

Como a escassez de recursos era uma constante na gestão de Norma,

conseguiu-se, em algumas áreas, elaborar projetos e conseguir trazer melhorias para as

bibliotecas. Com recursos do Programa de Capacitação e Difusão Tecnológica (PADCT) de

“apoio às bibliotecas de química” foi climatizada a seção de referências da Biblioteca de

Ciências e Tecnologia e encadernados 1.700 volumes do Chemical Abstracts. Foi também

criado o posto especializado em informação em química e engenharia química, recebendo

microcomputador, impressora e 06 leitoras de CD-ROM, bem como se fez a assinatura do

periódico Chemical Abstracts.

Ainda através do PADCT foram adquiridas várias bases de dados para as áreas de

tecnologia de alimentos, economia, educação, engenharia, recursos hídricos, matemática,

medicina, agronomia, biologia e psicologia.

A automação do acervo tinha sido iniciada na gestão anterior e coube a

administração da bibliotecária Norma Helena a implantação do sub-módulo de circulação,

entrando em fase de testes, nas bibliotecas de matemática e de direito, a primeira localizada

no Campus do Pici e a outra localizada no Campus do Benfica. Essa escolha foi intencional

para testar o desempenho da rede, especialmente a do Benfica que ainda não dispunha dos

recursos da fibra óptica.

Ainda sobre a automação: no tocante à catalogação, foi um período desgastante

pois o SAU foi desenvolvido em Catalogação legível por computador (CALCO), software da

rede cooperativa Bibliodata, sistema de intercâmbio nacional de informações catalográficas,

gerenciada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na ocasião em que foi concebido, ele

atendia às necessidades da biblioteca, mas chegou um momento em que o Bibliodata/CALCO

com o qual mantinha-se convênio, passou para Machine-Readable Cataloging (USMARC ),

traduzindo significa registro de catalogação legível de computador desenvolvido pela Library

of Congress, na década de 60.(Relatório anual de 1996).

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De acordo com Carvalho et al (1999), o MARC é definido como um conjunto de

padrões para identificar, armazenar e comunicar informações bibliográficas em formato

legível para computador.

Com todo este descompasso ocorrido entre o sistema existente na BU e o do

Bibliodata, o processamento técnico dos livros na biblioteca passou por constantes adaptações

no sistema para não perder a qualidade da base de dados.

A página da Biblioteca Universitária foi disponibilizada na Internet em 1996, no

segundo ano da gestão de Norma Helena, atendendo a um dos objetivos do planejamento

estratégico realizado, também em 1995, pelo professor Fernando Pires em conjunto com a

diretora da BU, Norma Helena, de abrir canais de comunicação com a comunidade usuária. A

Biblioteca Universitária em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro e a

Fundação Mellon, de Nova York, realizaram em Fortaleza o Seminário internacional “The

Eletronic Library” em 10 de março de 1997. Durante este período, foi desenvolvido o sistema

de auto-atendimento na atividade de empréstimo de livros das bibliotecas da UFC.

Ainda na gestão da bibliotecária Norma Helena foi inaugurada a Biblioteca de

Ciências Humanas no dia 19 de dezembro de 1996, tornando-se esta, a biblioteca com maior

acervo do Sistema. Em 02 de setembro de 1997, com a presença do Diretor do Instituto

Brasileiro em Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Prof. José Rincon Ferreira, foi

realizado o X Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (SNBU) em parceria com a

Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Departamento de Biblioteconomia e outras

instituições. Também foi realizado em Fortaleza, o IV Seminário do Sistema de Bibliotecas da

UFC no período de 29 a 30 de abril de 1997, com o objetivo de avaliar o Planejamento

Estratégico para o Sistema de Bibliotecas da UFC, no período entre 1995 a 1999.

Contudo, a aquisição de 13.637 livros para a graduação, com recursos do

Ministério da Educação e Cultura (MEC) e da Secretaria de Educação Superior (SESU) em

1998, no valor de R$ 410.724,00 ( quatrocentos e dez mil, setecentos e vinte e quatro reais),

foi outro feito importante para a biografia da bibliotecária Norma Helena. Em seguida, é

reformada a Biblioteca da Faculdade de Economia Administração, Atuarias e Contabilidade

(FEAAC), reinaugurada no dia 16 de dezembro de 1999.

Outro feito, na gestão de Norma Helena, foi o Forum Nacional de Padronização e

Divulgação da Produção Científica, em agosto de 2001, que objetivou levar ao público-alvo,

informações sobre as modernas ferramentas e técnicas de editoração utilizadas na elaboração

e divulgação de trabalhos científicos.

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Já no final da gestão de Norma Helena, foi inaugurada a galeria dos ex-diretores

em 08 de novembro de 2001. Ali se encontra a trajetória da própria biblioteconomia no Ceará,

a evolução de uma profissão e toda a dinâmica desses profissionais que atuaram com muita

competência, em diferentes épocas, e lidaram com diversas dificuldades.

A galeria é um espaço dedicado a construir a memória coletiva das pessoas que

foram protagonistas da história dessa biblioteca, representadas por suas ex-diretoras.

Poucos profissionais no país conseguiram perceber, como Norma Helena, as

mudanças estruturais que afetavam diretamente a profissão do bibliotecário/profissional da

informação, por isso presidiu a Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitárias (CBBU) de

2000 a 2002. Nesse período, destacou os bibliotecários e a Universidade Federal do Ceará por

todo o Brasil. Com seriedade e irreverência, Norma Helena conquistou trânsito livre nos

órgãos federais ligados diretamente à educação superior como a Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), IBICT, SESU etc. Foi uma das

defensoras do Portal da CAPES enquanto Presidenta da CBBU, por entender o benefício que

esse serviço traria para os pesquisadores das várias partes do Brasil.

Norma Helena era conhecida no país inteiro tanto por sua inteligência quanto por

seu bom humor, conquistou parceiros institucionais e empresariais. No Sistema de

Bibliotecas, uma característica forte da Norma foi ter estimulado e propiciado a capacitação

dos profissionais. Saiu da direção do Sistema em 2003, deixando quase todo o corpo

bibliotecário com pós-graduação.

Não é ocasião para que se faça longo relato das ações da Norma à frente da BU,

quer-se destacar, apenas, algumas ações que foram mais expressivas da sua força

empreendedora, tais como:

O X Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias – SNBU, evento que trouxe

a Fortaleza 700 pessoas mobilizando os bibliotecários da UFC na organização e realização do

mesmo; o Fórum de Normalização, que a princípio seria apenas local e tornou-se nacional; a

inserção da BU no projeto piloto da Biblioteca Digital Brasileira, fruto de seu prestígio junto

ao IBICT; a realização do curso de diretores de projetos de bibliotecas digitais da

Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), também por

ser uma pessoa reconhecida por sua atuação; e a compra do software Pergamum que há muito

era sonhado por todos que fazem a Biblioteca Universitária.

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Por fim, desde 2003, o bibliotecário Francisco Jonatan Soares está à frente do

Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará. Ao assumir, estabeleceu algumas

ações prioritárias a serem trabalhadas no quadriênio 2003-2007. Tais ações visaram à

melhoria do Sistema de Bibliotecas da UFC, tanto no que se refere às instalações físicas,

quanto a um melhor atendimento ao usuário.

Automatizando o Sistema e atualizando o seu acervo, também vislumbrou a

necessidade de treinamento de seu pessoal atuando de forma decisiva para que todos se

capacitem, ora liberando para cursos, ora contribuindo financeiramente para a realização dos

mesmos. Ao assumir, a Biblioteca havia recentemente adquirido o sistema “Pergamum”. Este

sistema automatizou o empréstimo e permitiu que o usuário fizesse através da Internet

consulta, reserva e renovação de livros.

Outra ação foi a implementação da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações.

Para isso, já vêm sendo treinados, no Núcleo de Processamento de Dados da Universidade

Federal do Ceará, bibliotecários e secretários de cursos de pós-graduação. A Biblioteca

firmou, também, um acordo com o IBICT de cooperação na implementação da Biblioteca

Digital.

Dotar a Biblioteca de estrutura necessária à realização de exposições, objetivando

a interação com os públicos interno e externo, bem como a preservação e valorização da

cultura, é também, uma ação pretendida e realizada pela atual gestão que não só dotou o

Sistema de Bibliotecas da infra-estrutura necessária para tais eventos, como formou uma

comissão para idealizá-los e organizá-los.

As reformas dos prédios das bibliotecas do curso de física, matemática, pós-

graduação em engenharia, Labomar e direito vêm a contribuir com mais ações idealizadas

pelo bibliotecário Jonatan Soares de reestruturar o Sistema, climatizá-lo, oferecer ao usuário

uma melhor sinalização e aquisição de mobiliário que tanto atenda às necessidades do usuário

como do servidor.

Ainda em 2003, a Biblioteca inaugurou com a exposição “O livro: corpo e alma”

uma série de exposições que vieram a fazer um diferencial na administração atual, pois a

mídia passou a falar do Sistema de Bibliotecas da UFC, não somente pelo seu acervo em si,

mas como um espaço de difusão cultural.

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3.3.1 A Biblioteca e sua missão

No cumprimento de sua missão de “dar suporte informacional às atividades

educacionais, científicas, tecnológicas e culturais da Universidade Federal do Ceará”, a

Biblioteca Universitária baseou sua atuação nas estratégias eleitas pela administração superior

para o quadriênio (2003-2007), quais sejam:

Inserção na sociedade, que se traduz nos seguintes objetivos: fortalecer a interação

com a sociedade; diversificar as modalidades de cursos e programas; ampliar a presença da

UFC nas diversas regiões do Estado, expansão acadêmica, que se materializa através dos

objetivos de ampliar a oferta de vagas; identificar e atender às demandas por novos cursos,

programas e serviços; reforçar a área de recursos humanos, a infra-estrutura e o orçamento.

Promover a qualidade através de objetivos como: a promoção e a capacitação

permanente dos recursos humanos; o fortalecimento, na comunidade universitária e o

envolvimento com a Instituição; a modernização dos processos e meios e atualização da infra-

estrutura; a consolidação do processo de avaliação permanente e o balizamento da pesquisa

por parâmetros internacionais.

Nos últimos anos, a política governamental vem dando ênfase à ampliação da

oferta de vagas nas Universidades Federais e a avaliação do ensino, o que incide diretamente

nas bibliotecas, pois à medida que a Universidade amplia sua presença em outros estados, lá

deverá estar também, uma extensão da Biblioteca Universitária.

No momento em que há criação de novos cursos e aumento do número de vagas

nos cursos, certamente deverá existir apoio ao bibliográfico para as disciplinas ministradas

nesses cursos. Quando os cursos são avaliados e/ou reconhecidos, as bibliotecas estão

incluídas nesse julgamento, o que, nas estratégias da alta administração da Universidade, se

inclui no ítem da qualidade que poderia ser obtida através da modernização dos processos,

meios e infra-estrutura atualizada.

3.3.2 A Biblioteca e seu acervo

O acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC que está automatizado é de 77.540

títulos e 165.192 exemplares de livros, teses, dissertações, folhetos, periódicos, fitas de vídeo,

monografias de especialização, monografias de graduação, mapas e slides. Parte desse acervo

ainda não está automatizada, tendo sido inclusive, motivo de estudo por parte da Comissão

instituída para estabelecer critérios visando a minimizar os problemas no empréstimo, porque

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31

as bibliotecas estão convivendo com o automatizado e o manual em virtude de não estar todo

o acervo em meio eletrônico. Em 2006, foram incorporados 2.687 títulos e 4.857 exemplares

do acervo retrospectivo, bem como 2.329 títulos e 3.313 exemplares por doação.

Além das 14 bibliotecas do Sistema, consta também o acervo da Biblioteca de

Pós-Graduação em História que, mesmo sem fazer parte do Sistema de Bibliotecas, utiliza o

Sistema Pergamum para informatizar seu acervo.

3.3.3 A Biblioteca e seus recursos humanos

Atualmente, o Sistema de Bibliotecas da UFC é composto por 14 Bibliotecas e

outras quatro divisões administrativas. O referido Sistema é coordenado pela Biblioteca

Universitária – Órgão Suplementar, vinculado à Reitoria.

Neste contexto, a equipe de bibliotecários está de certa forma suprindo as

necessidades do Sistema, mas, em se tratando de pessoal de apoio o quadro parece

insuficiente. Fato percebido pelas bibliotecas é que os bolsistas estão substituindo os

funcionários e, ainda assim, em número bastante reduzido.

O quadro de funcionários do Sistema está constituído de 34 bibliotecários, 35

assistentes em administração, 11 auxiliares administrativos, 04 prestadores de Serviços, 39

bolsistas, 3 contínuos, 1 recepcionista, 3 encadernadores, 2 vigilantes, 2 motoristas, 1 técnico

em artes gráficas, 1 costureira, 3 serventes, 1 estatístico, 1 secretária-executiva, 1 porteiro, 1

operador de máquina copiadora e 1 fotogravador.

O Sistema de Bibliotecas, desta forma, conta com 144 pessoas dos mais variados

cargos que atendem a uma comunidade de quase 20.000 alunos.

Em função disso, desde 2003, foram constituídas comissões com o intuito de obter

a participação do maior número possível de funcionários na administração da Biblioteca

Universitária, com isso objetivou-se resultados satisfatórios e uma motivação por parte de

todos os que colaboraram para o aprimoramento dos serviços das bibliotecas.

Destacaram-se os trabalhos desenvolvidos pelas seguintes comissões, conforme o

relatório anual de 2005:

A comissão de acervo retrospectivo realizou estudos visando à melhor forma de

realizar a catalogação do acervo retrospectivo;

A comissão de acervo elaborou a política de desenvolvimento do acervo, com a

parceria do Curso de Biblioteconomia da UFC;

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32

A comissão de eventos vem, sistematicamente, realizando exposições com o

objetivo de divulgar o acervo existente nas bibliotecas da UFC;

A comissão da biblioteca digital de teses e dissertações tem como objetivo

disponibilizar as teses e dissertações produzidas pela UFC, que já estão em meio eletrônico.

Esse tem sido um trabalho que vem exigindo muito esforço da comissão porque envolve

outros setores como o IBICT, as coordenações de cursos de pós-graduação, o Núcleo de

Processamento de Dados e a Biblioteca;

A comissão de pessoal elaborou questionário para implantação de um “banco de

conhecimentos” com o objetivo de obter um perfil dos funcionários das bibliotecas da UFC,

bem como promover atividades de interação, melhorar o desempenho dos setores em que eles

trabalham e, principalmente, encontrar mecanismos que favoreçam a motivação profissional e

a prestação de melhores serviços à comunidade universitária. (Relatório anual de 2004).

Quadro 1

Denominações e Diretores a partir de 1957 até a atual gestão.

DENOMINAÇÃO DIRETOR PERÍODO

Biblioteca Central Maria da Conceição Souza 1957 – 1969

Serviço de Bibliografia e

Documentação

Élida Fagundes Schimer 1969 – 1975

Biblioteca Central Élida Fagundes Schimer 1975 – 1979

Biblioteca Central Maria Antonieta

Figueiredo Bezerra

1979 – 1983

Biblioteca Universitária Helena Mattos de Carvalho

Mendes

1983 – 1991

Biblioteca Universitária Gabrielitta Carrhá

Machado

1991 – 1994

Biblioteca Universitária Áurea Maria Costa Maia 1994 – 1995

Biblioteca Universitária Norma Helena Pinheiro de

Almeida

1995 – 2003

Biblioteca Universitária Francisco Jonatan Soares 2003 – 2007

Fonte: Próprio autor.

Esta forma de gerir o Sistema de Bibliotecas contribui para que a partir desta

motivação profissional, se possa perceber o marketing nas suas diversas variáveis e, para

tanto, foi aplicado questionários na BU. Tais resultados irão permear os próximos capítulos.

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33

4 METODOLOGIA

Segundo GALLIANO (1986), devido a complexidade dos fatos e fenômenos a

observar cientificamente, o observador deve proceder metodicamente. O método da

observação recomenda que ela parta do mais importante do objeto observado para, em

seguida, ocupar-se do acessório ou complementar.

Neste capítulo, será feita uma explanação da unidade de análise deste trabalho,

bem como o método empregado e como se procedeu a coleta dos dados.

4.1 Unidade de análise

A unidade de análise deste trabalho de pesquisa foram os servidores técnico-

administrativos do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará, por ter uma

aglutinação de servidores de diferentes cargos e níveis como os da própria Universidade, por

possuir unidades em todos os campus da UFC e por entender que sendo o pesquisador parte

deste grupo, a coleta de dados seria mais fácil.

Houve a pretensão com este trabalho de conhecer a opinião que o servidor tem

sobre sua atuação profissional na Instituição, quais seus valores culturais, como ele vê o

profissional que trabalha ao seu lado, como ele vê os seus gestores e como são vistos pelos

mesmos.

Abordou-se a teoria de marketing pessoal, levantando através de pesquisa

bibliográfica e de campo, alguns objetivos específicos como a identificação de valores

culturais e a descoberta se os mesmos influenciam na imagem do servidor.

Apesar de o Sistema ter 102 servidores em seu quadro de pessoal, não foi possível

aplicar os questionários a todos eles, pois alguns estavam de férias, outros de licença para

tratamento de saúde e ainda um servidor estava afastado fazendo o mestrado em Portugal.

Houve algumas resistências por parte dos servidores ao responderem as questões

dissertativas. Cerca de 10% dos servidores não emitiram sua opinião, no entanto, a maioria se

propôs a responder todas as questões.

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34

4.2 O método

A escolha do método dedutivo na análise dos dados foi para que se pudesse

levantar dados sobre o Sistema de Bibliotecas da UFC, que fornecessem subsídios sobre o seu

papel na sociedade, história, evolução e sobre sua administração.

“É dedutivo o raciocínio que parte do geral para o particular, do universal para chegar ao singular. Em outras palavras, a dedução consiste em tirar uma verdade particular de uma verdade geral na qual ela está implícita. Seu argumento lógico é que um fato geral encerra em si a explicação de outro semelhante, porém menos geral. (GALLIANO, 1986, p. 39)”.

A observação efetua-se mediante os órgãos dos sentidos e na forma de sensações.

No entanto, com freqüência, a capacidade de sentir é insuficiente para captar os fatos em toda

sua dimensão e complexidade. Nesse caso, resolveu-se recorrer ao emprego de instrumentos

capazes de ampliar sua percepção.

“Tradicionalmente, na acepção de conjuntos de procedimentos lógicos em busca de um conhecimento, são considerados dois tipos de método: dedutivo e indutivo. Chama-se de método ou raciocínio dedutivos àquele que procede do geral para o particular, do princípio para a conseqüência, percorrendo-se níveis de abstração de uma observação de um fenômeno geral, buscando particularizá-lo. Desenvolvido inicialmente por ARISTÓTELES na Antigüidade clássica, foi revigorado por DESCARTES (1969), na sua tentativa de refazer toda a estrutura do pensamento reinante em sua época, na busca da construção de uma nova ciência, através do processo da dúvida metódica e do reducionismo”. (www.alfa.br/revista/pdf/8adm.pdf)

Assim sendo, a escolha do método dedutivo foi também para que com as respostas

dadas nos questionários pelos servidores da BU, se partisse de uma verdade geral, para se

chegar a uma conclusão de uma verdade individual, ou seja, o que a maioria dos servidores

pensam a respeito do tema proposto é o que cada servidor pensa sobre o mesmo.

Com o tratamento das informações que foram colhidas através de questionários e

entrevistas, foram apuradas as expectativas e dificuldades do servidor face as suas relações

sociais e a sua herança cultural. No que diz respeito ao marketing pessoal, serviu para avaliar

se o servidor faz uso do mesmo e para elucidar a imagem que o servidor da BU tem dos seus

gestores e a imagem que os gestores têm de seus servidores.

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35

4.3 Coleta de dados

Segundo SANTOS (2002), coletar dados é juntar as informações necessárias ao

desenvolvimento dos raciocínios previstos nos objetivos.

Quanto à coleta dos dados, recorreu-se às fontes primárias e quanto à técnica para

a coleta dos dados primários foram aplicados questionários durante o mês de agosto de 2006

com 86 servidores e entrevista, no mesmo período, com 4 diretores: o diretor do Sistema de

Bibliotecas da UFC, Francisco Jonatan Soares; e as diretoras dos Sub-sistemas de Tecnologia,

Maria Marlene Rocha de Sousa; de Humanidades, Ana Elizabeth Albuquerque Maia; e da

Saúde, Norma de Carvalho Linhares. Estas técnicas foram as mais adequadas à investigação a

que este projeto se propôs, por demonstrar através dos questionários e das entrevistas os

sentimentos e pensamentos dos servidores da BU, a respeito do assunto proposto neste

trabalho.

Em relação às entrevistas, foram escolhidos estes diretores, pelo fato de um ser o

diretor do Sistema de Bibliotecas da UFC e os outros serem os diretores dos três Subsistemas

que aglutinam as outras bibliotecas menores, portanto, são eles que gerem todos os servidores

da BU.

Analisadas todas estas questões, a respeito da metodologia empregada no presente

trabalho, procurou-se no próximo capítulo, compor uma imagem concreta, ou seja, um perfil

do servidor da BU através dos gráficos e das tabelas produzidos e das constatações alcançadas

através deles.

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36

5 EXPOSIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Ao se iniciar a análise dos dados primários, foi composta uma imagem gráfico a

gráfico dos servidores da BU de forma a fornecer subsídios que ajudassem a compor as

deduções teóricas sobre o servidor do Sistema de Bibliotecas da UFC, ora indo de encontro

aos objetivos pretendidos, ora indo a favor dos mesmos.

Após a apuração dos dados dos questionários, foram observados as expectativas e

dificuldades do servidor, face as suas relações sociais e sua herança cultural. Também foram

levantadas informações quanto ao seu marketing pessoal, sua auto-estima e mostraram a visão

do servidor da Instituição como gerador de oportunidades. Se eles se sentem incluídos na

Instituição, suas necessidades profissionais e compreensão do seu papel de servidor perante a

UFC e como eles vêem seus gestores.

“É a partir de suas crenças em si mesmo, de seus conteúdos internos, que você poderá projetar no mundo exterior suas características, personalidade, comportamentos e atitudes que o posicionam na mente de seus diversos públicos, seus diversos mercados.” (CARVALHO NETO, 1999, p.20).

Em suma, esta citação de Carvalho Neto mostra que a realização pessoal, o

acreditar em si mesmo, projeta para o mundo exterior a imagem de uma pessoa melhor, capaz

e segura. O objetivo a que este trabalho se propõe é descobrir se o marketing pessoal é

empregado pelos servidores da BU é para que se possa distinguir esta imagem na Instituição.

Outro aspecto importante na análise dos dados foi o perfil cronológico dos

servidores, dados como: quanto tempo trabalha na BU, em qual biblioteca do sistema está

lotado, qual o cargo que ocupa na BU e qual o nível de escolaridade. Estes dados ajudaram a

tirar algumas conclusões que serão mostradas ao longo do capítulo.

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37

Quadro 2

Quantidade de servidores entrevistados por biblioteca

/quantidade de servidores lotados por biblioteca.

BIBLIOTECA QUANT. SERV. ENTREV. QUANT. SERV. LOTADO BCH 16 19

BU 15 15

BCS 11 14

BCT 10 12

BFD 10 11

BEAAC 6 7

BCA 5 5

BCME 3 3

BCM 3 3

BHACE 2 2

BLCM 2 2

BCF 1 1

BEA 1 1

BPGE 1 1

TOTAL 86 96

Fonte: Próprio autor.

LEGENDA

BCH – Biblioteca de Ciências Humanas BU – Biblioteca Universitária BCS – Biblioteca de Ciências da Saúde BCT – Biblioteca de Ciências e Tecnologia BFD – Biblioteca da Faculdade de Direito BEAAC – Biblioteca de Economia, Administração, Atuárias e Contabilidade BCA – Biblioteca do Curso de Arquitetura BCME – Biblioteca do Curso do Mestrado em Economia BCM – Biblioteca do Curso de Matemática BHACE – Biblioteca das Casas de Cultura BLCM – Biblioteca do Laboratório de Ciências do Mar BCF - Biblioteca do Curso de Física BEA - Biblioteca do Departamento de Economia Agrícola BPGE - Biblioteca de Pós-Graduação em Engenharia

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38

Como se pode observar no resultado da análise, do quadro 2, os locais em que se

obtive maiores índices de servidores que não responderam ao questionário foram justamente

os Subsistemas de Ciências Humanas, Tecnologia e Saúde, onde se localiza o maior número

de servidores, ainda assim, apenas 12% dos servidores deixaram de responder aos

questionários.

Outros fatores que contribuíram para o não preenchimento dos questionários por

alguns servidores foram; férias, licenças de saúde e o afastamento de um servidor para cursar

o mestrado fora do país.

A seguir serão apresentados os dados relativos à pesquisa de campo realizada no

mês de agosto de 2006 com os servidores do Sistema de Bibliotecas da UFC.

Gráfico 1

Distribuição Percentual do Tempo de Serviço na UFC

0% 8%7%

32%53%

< 1 ANO

2-5 ANOS

6-11 ANOS

12-20 ANOS

> 20 ANOS

Gráfico 2

Distribuição Percentual de Tempo de Serviço na BU

3%16%

30%29%

22%

< 1 ANO

2-5 ANOS

6-11 ANOS

12-20 ANOS

> 20 ANOS

Fonte: Próprio autor.

Fonte: Próprio autor.

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39

Analisando os gráficos 1 e 2, pode-se notar que a grande maioria dos servidores

estão inseridos nos períodos que compreendem de 6 a 11 anos, de 12 a 20 anos e acima de 20

anos. 53% dos servidores lotados na BU já estão acima dos 20 anos de serviço.

Gráfico 3

Distribuição Percentual de Cargos na UFC

33%

44%

23%

BIBLIOTECÁRIO

ASSIST.ADMINIST.

OUTROS

Como se pode visualizar no gráfico 3, o cargo que está em maior número é o de

assistente em administração, com 44%, somado ao outros cargos existentes, exceto o de

bibliotecário, este índice passa a ser de 67%. A biblioteca tem, portanto, cerca de 2 servidores

para cada bibliotecário.

Gráfico 4

Distribuição Percentual da Escolaridade na BU

1%

1%

24%

15%28%

31%FUNDAM. COMPLETO

MÉDIO INCOMPLETO

MÉDIO COMPLETO

SUPERIOR INCOMPLETO

SUPERIOR COMPLETO

PÓS-GRADUADO

Fonte: Próprio autor.

Fonte: Próprio autor.

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40

Os resultados apresentados no gráfico 4 mostram que 59% dos servidores da BU

são graduados ou pós-graduados, índice este bastante razoável em relação aos esforços

empregados pelos seus gestores para melhoria e aperfeiçoamento do quadro de servidores.

Gráfico 5

Distribuição Percentual da Satisfação Profissional do Servidor da BU

15%

78%

7%

POUCO REALIZADO

REALIZADO

MUITO REALIZADO

No gráfico 5, no que concerne a realização profissional somente 15% dos

servidores se sentem pouco realizados. Ao perguntar sobre o porquê desta resposta, na

maioria dos casos os servidores responderam que gostariam de estar exercendo outra função

na Universidade ou fora dela.

Gráfico 6

28,44

1,83

17,43

7,34

0,00

23,85

16,51

4,59

0

5

10

15

20

25

30

Distribuição Percentual da Percepção do Servidor da BU sobre o Servidor da UFC

COOPERATIVOCOMPETITIVOINDIVIDUALISTAPROATIVOAUTORITÁRIOCOMODISTATRADICIONALISTAREATIVO

Fonte: Próprio autor.

Fonte: Próprio autor.

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41

Gráfico 7

44,04

7,34

11,93

8,26

2,75

19,27

9,175,50

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Distribuição Percentual da Percepção do Servidor da BU sobre ele Mesmo

COOPERATIVO

COMPETITIVO

INDIVIDUALISTA

PROATIVO

AUTORITÁRIO

COMODISTA

TRADICIONALISTA

REATIVO

Nos gráficos 6 e 7, dentre todas as características, as que mais se destacaram

foram: cooperativo, comodista, individualista e tradicionalista. Vale salientar que a

cooperação que aparece aqui é em relação a outro servidor e não em relação ao usuário. O

comodismo é também uma característica a ser compreendida, segundo SACCONI, 1996 é

aquele que faz aquilo que parece adequado. O servidor comodista espera que a Instituição lhe

proporcione sempre atrativo que lhe faça crescer na profissão; o acomodado, segundo

SACCONI, 1996 é o conformado é aquele que mesmo que a Instituição lhe proporcione uma

maneira de ele crescer na carreira, ele não aceita, pois não acha que vale a pena.

Imagina-se também que o comodismo, o cooperativismo e o individualismo

apareceram com altos índices devido a estas características serem valores culturais que estão

arraigados na Instituição. Vale salientar que nas respostas do gráfico 7, aparece também a

proatividade, característica esta, muito difundida na BU pelos seus gestores.

Outro motivo provável para a escolha do comodismo nos gráficos 6 e 7, pode ser

o alto índice de servidores com mais de 20 anos de tempo de serviço na Instituição.

À luz destes gráficos, pode-se concluir que, mesmo a Biblioteca Universitária

sendo uma unidade da UFC com cerca de 100 servidores, a imagem que eles descrevem do

todo é praticamente a mesma da parte, ou seja, a imagem descrita para a UFC é a mesma para

a BU.

Fonte: Próprio autor

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Gráfico 8

As características atribuídas aos gestores com maior índice entre os servidores

foram democráticas com 37% e inovadoras com 18%. A BU tem um modelo de administração

próprio da atual gestão, que é a da participação do servidor em comissões, todas as decisões

são tomadas pelas comissões, que preparam um relatório e apresentam a direção em reunião.

Sendo assim, todos os servidores podem participar das comissões, não é exclusivo

para os bibliotecários, mas alguns servidores ainda não se enquadraram nestas comissões, há

certa resistência por parte deles.

O gráfico 8 evidencia muito bem a forma empregada pelos administradores da BU

de administrar, pois retrata a realidade da sua gestão.

Gráfico 9

Índice de Discriminação Percebido pelos Servidores na BU

33%

67%

SIM

NÃO

5

37

2

13 18

7

0

5

10 15 20 25 30 35 40

Distribuição Percentual da Percepção do Servidor da BU sobre seus Gestores

DOMINADOR DEMOCRÁTICO AUTORITÁRIO CONSERVADOR

INOVADOR CARISMÁTICO

Fonte: Próprio autor.

Fonte: Próprio autor.

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43

Gráfico 10

1,832,75

12,8411,93 11,93

1,83

7,34

0

2

4

6

8

10

12

14

Distribuição Percentual dos Tipos de Discriminação Percebidos pelos

Servidores na BU

SEXO

IDADE

CARGO

TEMPO DE SERVIÇO

ESCOLARIDADE

RAÇA

OUTROS

Quanto ao que se vê nos gráficos 9 e 10, só 33% dos servidores do Sistema acham

que existe discriminação na BU, os maiores índices de discriminação foram de cargo, tempo

de serviço e escolaridade. Viu-se, no entanto, que no gráfico 4, onde é mostrado o nível de

escolaridade na BU, 59% dos servidores são graduados ou pós-graduados. É interessante

observar que os servidores que se sentem discriminados não devem ser desta massa de 61%,

já que 67% dos servidores da BU disseram não existir nenhum tipo de discriminação.

Talvez por força da maioria a minoria sinta-se oprimida, discriminada.

Gráfico 11

4,045,05

18,08

1,01

63,64

0,005,05 3,03

0

10

20

30

40

50

60

70

Índice da Percepção do Servidor da BU em Relação ao Sentimento que ele tem pelo Trabalho

ACOMODADO

COMPETITIVO

PROATIVO

AUTORITÁRIO

COOPERATIVO

INDIVIDUALISTA

REATIVO

TRADICIONALISTA

Fonte: Próprio autor.

Fonte: Próprio autor.

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44

No decorrer da análise, a cooperação apareceu como o sentimento predominante

em relação ao servidor da BU, em segundo lugar foi a proatividade. Esta palavra surgiu na

atual gestão, pois o diretor do Sistema disseminou-se entre os servidores, utilizando-a como

seu lema em quase todas as reuniões ela aparece. Ele fez uma divulgação tão forte da palavra

que ela refletiu agora nesta pesquisa. Quanto à cooperação, esta já é bem utilizada pelos

servidores da UFC em geral e na BU não foi diferente, a maioria se sente cooperativo no seu

setor de trabalho.

Gráfico 12

12,63

27,27

16,67

21,72 21,72

0

5

10

15

20

25

30

Índice das Ações de Autopromoção Realizadas pelo Servidor da BU

APARÊNCIA

PONTUALIDADE

DISPONIBILIDADE EM AJUDAR

AJUDA A REALIZAR TAREFAS

REALIZA TAREFAS EM TEMPO HÁBIL

No gráfico 12, no que concerne ao que o servidor faz para se promover, as

principais ações escolhidas, como pontualidade e realização das tarefas em tempo hábil são na

realidade obrigações do servidor público não podem ser consideradas forma de

autopromoção.

No entanto, as ações como preocupação com a aparência, disponibilidade para

ajudar ao chefe mesmo quando ele não chama e realização de qualquer tarefa pode sim ser

considerada como autopromoção.

É a partir de suas crenças em si mesmo, de seus conteúdos internos, que você poderá projetar no mundo exterior suas características, personalidade, comportamentos e atitudes que o posicionam na mente de seus diversos públicos, seus diversos mercados. (CARVALHO NETO 1999, p. 20)

Fonte: Próprio autor.

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45

Gráfico 13

2,41

9,64

4,82

0

49,40

33,73

0

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Índice das Ações Prioritárias para a Vida Profissio nal do Servidor da BU

APARÊNCIA

PONTUALIDADE

PERFECCIONISMO

INVIDUALISMO

APERFEIÇOAMENTO

COOPERAÇÃO

COMPETITIVIDADE

Em relação ao gráfico 13, quando foi perguntado o que era importante na sua vida

profissional, a ação prioritária que obteve 49,40% de preferência foi o aperfeiçoamento, os

servidores do Sistema elegeram o aperfeiçoamento como algo importante na sua carreira

profissional. Já se pode avaliar que esta resposta pode vir a ser em função do incentivo dado

tanto por parte da BU quanto por parte da própria Instituição que oferece cursos em diversas

áreas para aperfeiçoamento dos servidores.

Vale salientar que a liberação para os cursos oferecidos pelo Departamento de

Desenvolvimento Pessoal/SRH da UFC ocorre sem resistência alguma da direção, são os

próprios servidores que decidem se vão ou não participar.

A cooperação foi a segunda resposta mais importante para a vida profissional do

servidor, este resultado reflete o que foi visto nos gráficos 6, 7 e 11, onde a cooperação foi a

característica que mais se destacou. É importante salientar que, culturalmente, o

cooperativismo é uma característica da Instituição. No ambiente de trabalho, as relações

interpessoais no Sistema de Bibliotecas são de cooperação esta característica também pode ser

atribuída a criação das comissões de trabalho, já citadas no capítulo 3 (pág. 31) e da forma

descentralizada de administrar da atual gestão.

Analisando as respostas dadas pelos servidores da BU sobre o que é marketing

pessoal, somente 10 servidores, ou seja, só 12%, de um universo de 86 servidores, não

responderam o que é marketing pessoal.

Fonte: Próprio autor.

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46

Separando-se as respostas sobre marketing pessoal em blocos percebeu-se que

22% dos servidores tiveram a seguinte visão do que é marketing pessoal:

Marketing pessoal é a venda de sua imagem como se fosse um produto, mas tal

imagem deve ser construída com aperfeiçoamento profissional e cooperação no ambiente de

trabalho no que concerne às rotinas diárias.

7% dos servidores responderam que o marketing pessoal deve vir do seu eu

pessoal e fluir no seu eu profissional, trabalhando primeiro sua imagem pessoal para si,

aceitando-se como pessoa, para depois promover-se com suas habilidades, capacitando-se e

ficando, assim, disponível às oportunidades.

9% dos servidores utilizaram a palavra propaganda, responderam que para se

fazer marketing pessoal é necessário fazer propaganda de si mesmo, promovendo-se, porém 1

deles declarou: “Fazer propaganda de si mesmo, ainda que enganosa.”

2% dos servidores acreditam que marketing pessoal é achar seu trabalho e seu

conhecimento melhor que o do companheiro.

15% dos servidores responderam que marketing pessoal é a autopromoção de suas

qualidades pessoais e profissionais.

5% dos servidores responderam que marketing pessoal é ter ética profissional.

3% dos servidores responderam que marketing pessoal é a imagem que se faz de

si mesmo.

3% dos servidores ligaram marketing pessoal com a aparência no local de

trabalho.

5% dos servidores concluíram que marketing pessoal é tratar bem o usuário.

1 servidor escreveu a seguinte frase: “Dedicação e honestidade”esta foi a resposta

dada por ele para o que é marketing pessoal.

Outra resposta única: “Marketing pessoal é a forma de conhecer e entender o

mercado em que atuamos a fim de criar meios de estimular este mercado a nos escolher como

opção.”

Em relação à pergunta feita para os servidores, sobre o que eles poderiam fazer

para melhorar sua imagem como servidor da BU, 13% dos servidores não se dispuseram a

responder.

23% dos servidores responderam que para melhorar sua imagem é necessário se

qualificar profissionalmente.

15% dos servidores responderam que atendendo bem ao usuário melhorariam sua

imagem perante a Instituição.

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10% dos servidores responderam que melhorariam sua imagem na Instituição

relacionando-se melhor com os colegas de trabalho.

4% dos servidores responderam que melhorariam sua imagem na Instituição

realizando as suas tarefas em tempo hábil e sendo pontual.

6% dos servidores responderam que melhorariam sua imagem na Instituição com

ética profissional.

3% dos servidores responderam que melhorariam sua imagem na Instituição

cumprindo bem seus deveres de servidor público.

2% dos servidores responderam que melhorariam sua imagem na Instituição

conhecendo-a.

2% dos servidores responderam que evitando a fofoca melhorariam sua imagem

na Instituição.

Algumas respostas, no entanto, foram colocadas na íntegra, pois foram bem

criativas e instigantes:

“Se tornar um livro, aí serei visto e revisto várias vezes.”

“Ser mais proativo e mais competitivo.”

“Praticar a paciência e não estou falando do jogo de cartas, bem entendido?”

Quadro 3

Comprovação dos Objetivos.

OBJETIVOS RESULTADOS

Obj.1 Identificar os valores culturais arraigados nos servidores que contribuem para a formação da sua imagem.

Identificou-se dentre os resultados alguns valores culturais, relacionados ao servidor público, como o cooperativismo, o tradicionalismo, o comodismo, o individualismo e o autoritarismo por parte dos chefes.

Obj.2 Investigar a percepção que o servidor tem de si e de um outro servidor.

O servidor se percebe e percebe o outro do mesmo modo, ou seja, ele se vê: cooperativo, comodista, individualista e tradicionalista.

Obj.3 Investigar a compreensão dos servidores sobre marketing pessoal.

53% dos servidores compreendem o que é marketing pessoal.

Obj.4 Descobrir quais aspectos do marketing pessoal ele aplica.

A aparência pessoal, disponibilidade para ajudar ao chefe e a realização de qualquer tarefa são aspectos do marketing pessoal que ele aplica.

Fonte: Próprio autor.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o percurso do Curso de Especialização em Gestão Universitária, foi

demandada uma afinidade e um maior interesse por algumas disciplinas e temas a ele

relacionadas. Destacaram-se dentre as disciplinas, o marketing e a cultura organizacional, as

duas relacionadas ao tema proposto no presente trabalho.

Com a monografia, tencionou-se saber qual a imagem que os servidores tinham

deles mesmos, dos outros servidores da Instituição e qual a imagem que eles tinham dos seus

gestores. Para isso, foi necessário dar algumas definições sobre marketing, marketing de

serviços, marketing pessoal e cultura organizacional.

A teoria do marketing pessoal foi abordada através de pesquisa bibliográfica e de

campo, objetivou-se a identificação de valores culturais e a descoberta se os mesmos

influenciam na imagem do servidor. Tendo os objetivos definidos, surgiu a grande

necessidade de conhecer o percurso histórico da UFC e do Sistema de Bibliotecas unidade de

estudo deste trabalho.

A UFC foi criada pela Lei nº 2.373 de dezembro de 1954 e instalada numa sessão no dia 25 de junho de 1955. Originalmente foi constituída pela união da Escola de Agronomia, Faculdade de Direito, Faculdade de Medicina e Faculdade de Farmácia e Odontologia. A UFC chega hoje com praticamente todas as áreas do conhecimento representadas em seus campi, onde reúnem-se quatro centros (Ciências, Ciências Agrárias, Humanidades, e Tecnologia) e cinco faculdades (Direito; Educação; Economia, Administração, Atuária e Contabilidade; Farmácia, Odontologia e Enfermagem; e Medicina.(http://www.ufc.br).

Os elementos informativos e o estudo do terceiro capítulo foram empregados,

também, para desenvolver um paralelo entre a Instituição e a unidade de análise, no caso a

BU, se a imagem de parte da Instituição corresponde ao todo, se sua cultura geral influencia

as várias culturas existentes nas unidades que a compõem.

De modo semelhante à criação da UFC em 1954, a Biblioteca Universitária surgiu

da aglutinação de diversas bibliotecas oriundas das escolas que compuseram a Instituição.

Assim como a UFC foi pensada e idealizada pelo professor Antônio Martins

Filho, a BU teve como principal articuladora a bibliotecária Maria da Conceição Souza, tendo

esta total apoio do professor Antônio Martins Filho. De 1957 a 1969, Maria da Conceição

Souza foi diretora da Biblioteca Universitária.

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Quanto à metodologia aplicada, assunto do quarto capítulo escolheu-se o método

dedutivo com a aplicação de questionários e entrevistas além da coleta de dados bibliográficos

que ajudaram a compor o histórico da Instituição. A análise dos dados dos questionários foi

de grande valia, pois foram interpretados e transformados em informações que poderão servir

de subsídios para que se possa trabalhá-las em prol da Biblioteca, pois descobrindo a imagem

que o servidor tem de si e dos outros servidores pode-se trabalhar com estes dados a fim de

transformar sua própria imagem perante a sociedade.

As entrevistas realizadas com os gestores das bibliotecas serviram para avaliar o

grau de entrosamento entre os gestores e seus servidores, se as respostas dadas nos

questionários, correspondiam com as respostas dos gestores.

O servidor é percebido pelos gestores como cooperativo, mas um tanto

acomodado exatamente como ele próprio se sente. É sentido pelos gestores que os próprios

servidores se sentem discriminados, tanto pela escolaridade, como pelo cargo que exerce.

Tais aspectos culturais que fazem parte do cotidiano do servidor público, como o

comodismo, podem ser combatidos por políticas sérias de gestão que visem o

aperfeiçoamento do servidor tanto no profissional como no pessoal, incentivando-os a

fazerem seu próprio marketing.

Assim sendo, o marketing pessoal funcionará como uma alavanca para o

crescimento profissional do servidor, pois a melhoria de sua auto-estima trará benefícios à

Instituição, aumentando a qualidade dos serviços prestados ao público em geral, elevando

assim, o conceito da Universidade nos meios em que atua.

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7 REFERÊNCIAS AMERICAN MARKETING ASSOCIATION. http://www.marketingpower.com/ Acesso em:31/11/2005. BALLBACK J.; SLATER J. Marketing pessoal: como orientar sua carreira para o sucesso. São Paulo: Futura, 1999. BARBOSA, Lívia. Igualdade e meritocracia. São Paulo: FGV, 2001. BENEDICT, Ruth. Padrões de cultura [1932]. Lisboa: Edição Livros do Brasil, s/d. CARVALHO NETO, Marketing pessoal: o posicionamento pessoal através do marketing. Ceará: CDJP, 1999. CHIAVENATO, I. Recursos humanos. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1997. p.82. COBRA, Marcos. Marketing básico: uma abordagem brasileira. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1997.

Doin, Eliane. O Marketing pessoal na sua trajetória profissional (artigo) WWW.PORTALDOMARKETING.COM.BR Acesso em:31/11/2005. FLEURY, Maria Tereza Leme. Cultura e poder nas organizações. São Paulo: Atlas,1996. FRITZEN, Silvino José. Janela de Johari.11.ed. Petrópolis: Vozes, 1996. p.10. GALLIANO, A. Guillherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo Harbra, 1986. GEERTZ, Clifford. Interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. HISTÓRICO da UFC . Disponível em http://www.ufc.br> Acesso em:31/11/2005.

KOTLER, PHILIP. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2004. KOTLER, P., ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. Rio de Janeiro: Prentice-Hall, 1998. KOTLER, P., ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9. ed. São Paulo: Prentice-Hall, 2003. LOVELOCK, Christopher. Serviços – marketing e gestão. São Paulo: Saraiva, 2005.

LAS CASAS, Luzzi Alexandre. Marketing: conceitos exercícios e casos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

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MENEZES NETO, Paulo Elpídio. Planejamento participativo e administração solidária. Fortaleza: Imprensa Universitária,1981. MORGAN, Gareth. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996. PARRA FILHO, D.; SANTOS, J.A. Metodologia científica. São Paulo: Futura, 1998. p.76. PEÑA, Carlos Rosano. Método científico e projeto de pesquisa. (Resumo) Disponível em http://www.alfa.br/revista/pdf/8adm.pdf Acesso em:16/10/2006. SCOTT-JOB, Derrick. Marketing pessoal. São Paulo: Best Seller,1994. SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia científica : a construção do conhecimento.5. ed. Rio de Janeiro: DP&A,2002. SCHIRMER, Élida Fagundes e Tomé, Maria Perpétua Mota. Biblioteca Central da Universidade Federal do Ceará: um estudo de caso. Fortaleza: Imprensa Universitária, 1978. UNIVERSIDADE PÚBLICA . Fortaleza: Gráfica do BNB, 2004-.Bimestral.

VAVRA, Terry G. Marketing de relacionamento. São Paulo: Atlas,1993.

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO UNIVERSITÁRIA

UM ESTUDO DA IMAGEM DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOB A ÓPTICA DESTES E DE SEUS GESTORES.

01. Qual Biblioteca do Sistema você está lotado?

___________________________________________

02. Quantos anos você tem de UFC? ( ) Menos de um ano ( ) De onze a vinte anos

( ) De dois a cinco anos ( ) Mais de vinte anos ( ) De seis a doze anos 03. Quantos anos você tem de BU/UFC?

( ) Menos de um ano ( ) De onze a vinte anos ( ) De dois a cinco anos ( ) Mais de vinte anos ( ) De seis a doze anos 04. Qual o seu cargo na U.F.C.?

( ) Bibliotecário ( )Assistente em Administração ( ) Outros

05. Qual o seu nível de escolaridade? ( ) Fundamental completo ( ) Superior incompleto ( ) Ensino médio incompleto ( ) Superior completo ( ) Ensino médio completo ( ) Pós-Graduação 06. Quanto à realização profissional, você se sente? ( ) Pouco realizado ( ) Realizado ( )Muito realizado 07. Como você vê o servidor público? ( ) Cooperativo ( ) Autoritário ( ) Competitivo ( ) Comodista ( ) Individualista ( ) Tradicionalista ( ) Pró-ativo ( ) Reativo 08. Como você vê o servidor público do Sistema de Bibliotecas? ( ) Cooperativo ( ) Autoritário ( ) Competitivo ( ) Comodista ( ) Individualista ( ) Tradicionalista ( ) Pró-ativo ( ) Reativo

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09. Como você vê os gestores do Sistema de Bibliotecas? ( ) Dominador ( ) Conservador ( ) Democrático ( ) Inovador ( ) Autoritário ( ) Carismático 10. Existe algum tipo de discriminação? ( ) Sim ( ) Não 11. Qual tipo de discriminação? ( ) Sexo ( ) Cargo ( ) Nível de escolaridade ( ) Idade ( ) Tempo de serviço ( ) Raça ( )Outros 12. Em relação ao seu trabalho, como você se sente? ( ) Acomodado ( ) Cooperativo ( ) Competitivo ( ) Individualista ( ) Próativo ( ) Reativo ( )Autoritário ( ) Tradicionalista 13. Você faz algo para se promover dentro da Instituição?

( ) Cuida da aparência ( ) Ajuda a realizar qualquer serviço ( ) É pontual ( ) Faz as tarefas em tempo hábil ( ) Sempre está disponível para ajudar o chefe mesmo que ele não te chame.

14. O que é mais importante para a sua vida profissional? Enumere segundo a escala de importância: ( ) Aparência ( ) Aperfeiçoamento ( ) Pontualidade ( ) Cooperação

( ) Perfeccionismo ( ) Competitividade ( ) Individualismo 15. Você sabe o que é Marketing Pessoal? Explique em duas frases.

16. O que você pode fazer para melhorar a sua imagem como servidor do Sistema de Bibliotecas da UFC?

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APÊNDICE B

ENTREVISTA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO UNIVERSITÁRIA

UM ESTUDO DA IMAGEM DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SOB A ÓPTICA DESTES E DE SEUS GESTORES.

1. Como você percebe o servidor do Sistema de Bibliotecas da UFC?

2. Há algum tipo de discriminação dentro das bibliotecas?