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As decisões tomadas pelos governos da França, Alemanha, Japão, Bélgica, Itália, entre outros, de reverem seus programas de instalação de novas usinas nucleares, e desativarem as existentes, são mais do que um indicativo de que esta fonte de energia perdeu espaço considerável no século XXI. Por trás (e a frente) das decisões governamentais, está a pressão popular. A conscientização sobre os reais riscos desta tecnologia tem levado milhares de pessoas a se manifestarem publicamente contrárias governos haverá mudanças na política não nuclear destes países. Nem mesmo no Japão, onde o atual primeiro ministro tem insinuado que não só reativará as 50 usinas fechadas pós Fukushima, mas construirá novas centrais nucleoelétricas. A razão é simples a população não quer conviver com o perigo constante de uma catástrofe nuclear. A China, utilizada como exemplo na rota pró nuclear, não deve ser imitada. Sua situação política, social e ambiental, não serve como exemplo. O país que é o mais populoso do mundo (mais de 1,3 bilhões de habitantes) tolhe a liberdade de expressão e impede pela força a participação popular. Por outro lado, os Estados Unidos da América, citado como exemplo de modelo nuclear, vive um grande dilema com relação a sua economia, a seu modo de vida, e as suas posições nos fóruns internacionais referentes às mudanças climáticas. As contradições são enormes, em um país que já foi à locomotiva do mundo ocidental capitalista. Hoje, ao mesmo tempo, propõe a produção e a utilização do gás do xisto betuminoso (verdadeiro crime ambiental), mas acena para o fortalecimento de políticas na área de energias renováveis. O Brasil é que deveria servir de exemplo e modelo para outros países na área energética. Com recursos naturais abundantes como o sol, o vento, as águas, a biomassa, deveríamos estar à frente e propor novos caminhos para sociedade mundial, na e sem impacto ambiental e agressão social, levando em conta para que e para quem os recursos energéticos são destinados. Complementando a rede elétrica nacional com geração de energia descentralizada, substituindo os chuveiros elétricos, a iluminação priorizando o uso das novas fontes renováveis e políticas de conservação. Pense, reflita e diga não a energia nuclear Fevereiro, 2013

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As decisões tomadas pelos governos da França, Alemanha, Japão, Bélgica, Itália, entre outros, de reverem seus programas de instalação de novas usinas nucleares, e desativarem as existentes, são mais do que um indicativo de que esta fonte de energia perdeu espaço considerável no século XXI. Por trás (e a frente) das decisões governamentais, está a pressão popular. A conscientização sobre os reais riscos desta tecnologia tem levado milhares de pessoas a se manifestarem publicamente contrárias

governos haverá mudanças na política não nuclear destes países. Nem mesmo no Japão, onde o atual primeiro ministro tem insinuado que não só reativará as 50 usinas fechadas pós Fukushima, mas construirá novas centrais nucleoelétricas. A razão é simples a população não quer conviver com o perigo constante de uma catástrofe nuclear.

A China, utilizada como exemplo na rota pró nuclear, não deve ser imitada. Sua situação política, social e ambiental, não serve como exemplo. O país que é o mais populoso do mundo (mais de 1,3 bilhões de habitantes) tolhe a liberdade de expressão e impede pela força a participação popular. Por outro lado, os Estados Unidos da América, citado como exemplo de modelo nuclear, vive um grande dilema com relação a sua economia, a seu modo de vida, e as suas posições nos fóruns internacionais referentes às mudanças climáticas. As contradições são enormes, em um país que já foi à locomotiva do mundo ocidental capitalista. Hoje, ao mesmo tempo, propõe a produção e a utilização do gás do xisto betuminoso (verdadeiro crime ambiental), mas acena para o fortalecimento de

políticas na área de energias renováveis.

O Brasil é que deveria servir de exemplo e modelo para outros países na área energética. Com recursos naturais abundantes como o sol, o vento, as águas, a biomassa, deveríamos estar à frente e propor novos caminhos para sociedade mundial, na

e sem impacto ambiental e agressão social, levando em conta para que e para quem os recursos energéticos são destinados. Complementando a rede elétrica nacional com geração de energia descentralizada, substituindo os chuveiros elétricos, a iluminação

priorizando o uso das novas fontes renováveis e políticas de conservação.

Pense, re�ita e diga não a energia nuclear

Fevereiro, 2013

O Brasil não precisa de usinas nucleares

Mas, infelizmente, estamos andando para trás, no que concerne a matriz elétrica. Cada vez mais se instalam termelétricas a combustíveis fósseis, menosprezando os recursos naturais disponíveis. O planejamento tecnocrático indica o aumento das termelétricas nos próximos anos, desenhando para o futuro uma matriz hidrotérmica. Verdadeiro crime lesa-pátria que está sendo cometido com as gerações futuras e com o planeta, ao desprezar as novas fontes renováveis.

Ainda, o que chama a atenção são as posições dos eternos lobistas da energia nuclear, uns mais belicistas que outros. Aquele mesmo, ex-ministro de Ciência e Tecnologia, que defendeu e defende que o país se insira no “clube da bomba”, volta nestes tempos de crise elétrica a propor que a energia nuclear seja “tratada com mais carinho” pelo governo federal. Empregados ilustres da Eletronuclear utilizam velhos argumentos, os mesmos que respaldaram a assinatura do acordo Brasil-Alemanha em plena ditadura militar. Defendem que o Brasil necessita da energia nuclear para atender as necessidades elétricas de agora e futura, daí não pode abrir mão, nem de suas reservas de urânio (para os negócios), nem da construção de novos reatores nucleares. Propõem não só Angra 3 em construção, porém, mais quatro outras usinas até 2030, sendo dois destes complexos nucleares no Nordeste brasileiro, ao lado do Rio São Francisco. Trata-se de mais um descalabro contra o povo sertanejo.

No próximo mês, no dia 11 de março, lembraremos dois anos da catástrofe de Fukushima. Não se pode esquecer a gravidade, e as repercussões de tal acidente para a vida, o que esta sendo abafado pelas agências de notícia. A população brasileira não se deixará

energia nuclear, nem em Pernambuco, nem no Nordeste, e nem no Brasil”.