perfil da pop rua teresina
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Ângela Chantal
Psicóloga
CRP-21/00944
Teresina/PI – julho/2015
PERFIL DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO
MUNICÍPIO DE TERESINA/PI:
Diagnóstico preliminar sobre a população em situação
de rua no município de Teresina
População em Situação de Rua
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De acordo com a Política Nacional para População em Situação de Rua:
“Grupo populacional heterogêneo, caracterizado por sua condição de pobreza extrema, pela interrupção ou fragilidade dos vínculos familiares e pela falta de moradia convencional regular. São pessoas compelidas a habitar logradouros públicos (ruas, praças, cemitérios, etc.), áreas degradadas (galpões e prédios abandonados, ruínas, etc.) e, ocasionalmente, utilizar abrigos e albergues para pernoitar”.
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Situações em relação à permanência das pessoas no espaço da rua: As pessoas que ficam na rua – configuram uma situação
circunstancial que reflete a precariedade da vida, pelo desemprego ou por estarem chegando à cidade em busca de emprego, de tratamento de saúde ou de parentes. Costumam passar a noite em rodoviárias, albergues, ou locais públicos de movimento.
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As pessoas que estão na rua –aquelas que já não consideram a rua tão ameaçadora. Passam a estabelecer relações com as pessoas que vivem na ou da rua, assumindo como estratégia de sobrevivência a realização de pequenas tarefas com algum rendimento. É o caso dos guardadores de carro, descarregadores de carga, catadores de papéis ou latinhas.
As pessoas que são da rua – são aquelas que já estão faz um bom tempo na rua e, em função disso, foram sofrendo um processo de debilitação física e mental, especialmente pelo uso do álcool e das drogas, pela alimentação deficitária, pela exposição e pela vulnerabilidade à violência.
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Para alguns autores, a rua simboliza transitoriedade
e imediatismo, devido à violência iminente e à
necessidade de conseguir comida e outras coisas.
Significa liberdade sem horários, sem
responsabilidades e é um espaço psicológico no qual
os grupos têm histórias iguais e os mesmos
problemas que os levaram para lá, possibilitando que
se identifiquem.
Sentem-se à vontade e são respeitados, isso dá
força e conforto.
As instituições de acolhimento devem compreender
esse processo, para assim entender a relação do
usuário com o espaço institucional.
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A rua é um espaço articulado que convida o
educador para o embate.
Não é mais aquele espaço solto, bagunçado,
movimentado, mas sim um espaço onde as coisas
são definidas, onde os atores sociais executam e
exercem os seus papéis de forma ordenada e
correlacionada.
O educador social terá que se encaixar nessa
sincronia, pois, ele é o estranho, o invasor, o de
fora, aquele que vai alterar um determinado ritmo
das coisas e trazer à tona, num aberto quadro de
enfrentamento, questões que outros preferiram não
ver, quanto mais enfrentar.
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A Política Nacional para Inclusão Social
da População em Situação de Rua (2008)
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Princípios Fundamentais:
Promoção e garantia da cidadania e dos direitos
humanos;
o respeito à dignidade do ser humano, sujeito de
direitos civis, políticos, sociais, econômicos e
culturais;
o direito ao usufruto, à permanência, à acolhida e
à inserção na cidade;
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a não discriminação por motivo de gênero,
orientação sexual, origem étnica ou social,
nacionalidade, atuação profissional, religião,
faixa etária e situação migratória;
e a supressão de todo e qualquer ato violento e
ação vexatória, inclusive os estigmas negativos e
preconceitos sociais em relação à população em
situação de rua, promovendo a construção de
processos de superação da situação de
vulnerabilidade e risco (situação de rua) em que
se encontram crianças, adolescentes, adultos e
idosos.
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Profissionais devem buscar conhecer:
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As condições em que o usuário vive;
As causas de ida e de sua permanência na rua;
Sua estratégia de sobrevivência;
A procedência;
As relações afetivas e de vizinhança;
A inserção em grupos ou famílias;
As aspirações;
E as relações estabelecidas com instituições.
Estratégias utilizadas
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Observação;
Estabelecimento de vínculos;
Escuta;
Conjunto de ações que operacionalizam
e qualificam procedimentos de
atendimento, de encaminhamento e de
acompanhamento.
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O profissional, nesse sentido, deve
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Buscar a resolução de necessidades
imediatas;
Promover a inserção na rede de serviços
socioassistenciais e das demais políticas
públicas, na perspectiva da garantia dos
direitos.
Ou seja, atuar no sentido de viabilizar os
encaminhamentos, conforme a urgência
requerida pela situação.
Os serviços ofertados à população em
situação de rua conforme a política
nacional abrangem ações no campo
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da educação,
do trabalho,
da qualificação,
da saúde,
da moradia
e da assistência social - a que tem maior
visibilidade quanto à atuação junto ao
segmento.
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A população que faz das ruas seu espaço
principal de sobrevivência apresenta altos
riscos de vulnerabilidades e, com isso,
faz-se necessária a adoção por parte do
Estado de políticas públicas para esse
segmento populacional, a fim de
minimizar suas violações de direitos.
No município de Teresina, serviços
para pessoas em situação de rua:
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Centro Pop
CREAS/SEAS
Casa do Caminho
Consultório na Rua
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No município de Teresina, serviços
que atendem pessoas com vivência
de rua:
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Abrigos Institucionais (Casa de Punaré, Reencontro);
CREAS (PAEFI, LA/PSC, PCDIF);
Centro Dia;
CRDH;
CRAS (PAIF, SCFV)
Outros.
Resgate Histórico
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1988 - Constituição Federal do Brasil
Constituição Cidadã – fundamentada nos
princípios de cidadania.
Novo olhar para a população em situação de
rua, especialmente crianças e adolescentes,
amparados pelo artigo 227 da Carta Magna,
ratificado, mais tarde, pelo ECA.
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1991 – criação Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente de Teresina;
Dezembro de 1992 –primeira reunião do CMDCAT
1993 – Secretaria Municipal da Criança e do Adolescente
(SEMCAD), órgão responsável pela execução e avaliação
de políticas de assistência e proteção à criança e ao
adolescente.
A SEMCAD, através de parcerias realizadas com
entidades representantes da sociedade civil, passou a
executar ações visando "levar pra casa" as crianças em
situação de rua (RAMOS, CARVALHO, 2008).
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1ª metade da década de 1990 – 1ª contagem visando a conhecer
a realidade das crianças e adolescentes em situação de rua.
1.169 meninos (79,63%)
299 meninas (20,37%) no espaço da rua.
1996 – 3.297 crianças e adolescentes.
2000 – parceria entre a Secretaria Municipal da Criança e do
Adolescente (SEMCAD) e a Ação Social Arquidiocesana (ASA), a
partir da qual a equipe da Educação Social de Rua foi
reestruturada, e a metodologia de trabalho redirecionou o foco
central do atendimento para a família, não apenas para a criança
e o adolescente.
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2001 – 1.358 crianças e adolescentes em
situação de rua
estratégias de enfrentamento a essa questão social,
a partir de parcerias entre organizações não-
governamentais e governamentais: Casa Criança
Cidadã (1996), Projeto Vem Pra Casa: Educação
Social de Rua (1996), Projeto Família Legal (1999),
Casa de Metara (1999), Nau Cidadã (1999), Casa de
Punaré (2000).
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2005 – I Encontro Nacional sobre População em
Situação de Rua
Marco inicial por parte da iniciativa federal, que
pode efetivamente criar mecanismos para a
construção de políticas públicas adequadas
para essa população.
Nesse encontro foi destacada a importância da
realização de estudos que possam quantificar e
permitir a sua caracterização socioeconômica.
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2005 – Nova versão da PNAS. Inicia-se um processo de
fusão da SEMCAD, que executava a política de Proteção
Especial à Criança e ao Adolescente, com a SEMTCAS,
órgão gestor e executor da Política de Assistência Social
no município.
2007/2008 - Pesquisa Nacional sobre a População em
Situação de Rua:
Pesquisa essa feita com pessoas com 18 anos
completos ou mais, vivendo em situação de rua,
abrangendo 71 cidades brasileiras, retirando somente
São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre, pois já
havia ou estariam realizando pesquisas semelhantes.
Em Teresina: 370 pessoas em situação de rua;
Ao todo, foram identificados 31.922 adultos em situação
de rua nos 71 municípios.
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2007 – SEMCAD é extinta e as ações da SEMTCAS ampliam-se.
– Criação do primeiro Centro Especializado de Assistência Social (CREAS) o qual passou a executar e referenciar ações de proteção social especial de média complexidade, entre elas, o acompanhamento à população de rua através do Serviço de Abordagem de Rua (SAR). O Serviço passou então a atender a todo o público em situação de rua, não apenas crianças e adolescentes, e os educadores de rua passaram a ser chamados de Agentes de Proteção Social (APS).
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2008 – Implantado o CREAS II
2009 – Política Nacional para População em
Situação de Rua:
Estabeleceu agenda mínima de ações, cujas
propostas deverão ser detalhadas em programas,
planos e projetos dos Ministérios e dos diversos
órgãos, os quais deverão determinar as estratégias e
os mecanismos de operacionalização.
2009 – inaugurada a Casa de Passagem Casa do
Caminho, espaço para pernoite.
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2010 – Após a aprovação da Tipificação Nacional de
Serviços Socioassistenciais (Resolução nº 109, de 11 de
novembro de 2009, do CNAS), o SAR passou a se
chamar Serviço Especializado em Abordagem Social
(SEAS).
2012 – Implantados mais dois CREAS, totalizando
quatro (Norte, Sul, Leste e Sudeste) e o Centro de
Referência Especializado para População em Situação
de Rua (Centro Pop), que executa, além do SEAS, o
Serviço Especializado para Pessoas em Situação de
Rua.
– Consultório na Rua
2013 – 584 pessoas adultas em situação de rua.
2014 –inaugurado o Restaurante Popular.
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Perfil da população em situação de
rua em Teresina
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247 pessoas em situação de rua.
A maioria dos entrevistados é formada por pessoas adultas (69%);
Homens (187- 76%);
Pessoas negras, ou pardas (196 - 80%);
Solteiras (121 - 49%);
Nascidas no Piauí (146 – 58%);
Uso de substâncias psicoativas (165 – 67%)
Sabem ler e escrever, ou E. Fundamental Incompleto (111 – 45%).
Possui pelo menos de um documento (154 – 81%)
Idade
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69% adultas (31 a 60 anos); 21% jovens (19 a 30 anos); 4%
idosas; 1% é adolescente; e 5% não sabe, ou não informou a
idade. Não foram identificadas crianças nesse período.
A partir desses dados, percebe-se que as diversas ações
desenvolvidas no município de Teresina junto a crianças e
adolescentes em situação de rua nas últimas décadas tiveram
resultados significativos.
Jovens – configuram-se, na atual conjuntura, como o público
mais vulnerável a mortes por causas externas (óbitos por
violência conjunta decorrentes de homicídios, suicídios,
agressões e acidentes de trânsito), seja em decorrência da
desigualdade socioeconômica, seja por estar inserido em
realidades de maiores riscos impostos ou autoinfligidos.
Idosos - ?
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Trajetória
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52% - estão em situação de rua há mais de 2 anos;
11% - um a dois anos;
21% - no máximo, há um ano
e 16% não sabe ou não respondeu.
46% são de Teresina,
12% de outro município do Piauí
e 29%, de outro estado
A maioria relata que nunca viveu em outra cidade (33%)
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De acordo com os entrevistados, os principais motivos
que os levaram ao espaço da rua são:
alcoolismo e/ou drogas (35%),
conflitos familiares (18%),
desemprego(8%),
preferência/opção própria (6%),
violência/ameaça (4%),
trabalho (3%),
tratamento de saúde (2%),
perda de moradia (2%),
não sabe, não lembra ou não respondeu (10%),
outros (12%).
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A situação de rua não pode ser explicada a partir de um
único motivo. Tratar-se um fenômeno de múltiplas
determinações:
Fatores estruturais - ausência de moradia, desemprego,
falta de renda, mudanças econômicas e institucionais de
forte impacto social, entre outros.
Motivos biográficos - têm relação com a história de vida de
cada indivíduo: o rompimento de vínculos familiares,
transtornos mentais, uso/abuso de drogas e infortúnios
pessoais (morte de todos os familiares, roubro de todos os
bens, etc.
Causas naturais - decorrentes de desastres, como
terremotos, inundações, etc.
Relações Familiares e Comunitárias
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79% informaram que não vive com a sua família no
espaço da rua; 44% afirmou que possuem filhos, destes,
17% possui apenas um filho, 18% possui 2, 18% possui 3
e os demais possuem 4 ou mais, ou não respondeu.
25% possuem residência fixa, 48% não possuem e 27%
não respondeu.
À noite, 16% dorme em casa, 18% em casa de
passagem, 61% passa a noite no espaço da rua e 5% em
outro lugar, ou não informou.
51% possuem endereço de referência – 13% Centro pop
como referência, 2% Casa do Caminho e 85% declarou
que seu endereço de referência é outro.
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Ocupação e Renda
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37% trabalho eventual/bicos
1% formal
32% já trabalhou formalmente com carteira de trabalho
14% possui algum curso profissionalizante
27% possui renda de 50 a 200 reais por mês, 38% não informou renda
41% desejam exercer outra ocupação, 41% não desejam, 18% não informou.
Dos 247 apenas 03 declararam serem pedintes.
21% analfabeto
39% desejam retomar os estudos
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Existe uma expectativa da sociedade em geral
de que as pessoas em situação de rua busquem
outras alternativas de vida, geralmente
associando a situação atual a um processo de
escolha, responsabilizando o próprio indivíduo,
ou à falta de oportunidades, responsabilizando o
estado, ou a própria sociedade. Para os
profissionais que atuam com essa população, é
importante que ambas as alternativas sejam
consideradas e ponderadas.
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Silva (2014) - há certa margem de escolha por parte deles para estarem nessa situação, entretanto, para eles escolherem, pra desejarem, é preciso que tenham informações de que alternativas eles têm.
Com a informação, cabe a eles escolherem se continuam na situação ou não.
“Então [...] o porquê a gente aborda, é para que essas meninas e esses meninos tenham oportunidade de escolher. (fala de um profissional)”.
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O trabalho dos educadores deve amparar-se nestas
questões e ser entendido como um processo
educacional, por meio do qual pode-se apresentar
ao usuário informações que apontem para
alternativas ou oportunidades que contribuam para a
ressignificação de sua vida. Assim, seu principal
objetivo é tentar despertar o “desejo pela mudança
daquela realidade, o interesse pela construção de
um projeto de vida, que supere aquela situação
imediata e parta para o campo dos desejos, dos
sonhos”.
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Entretanto, esse ainda é um desafio a ser superado
com a população em situação de rua no município
de Teresina.
Através do levantamento realizado, percebe-se que
ainda são tímidos os desejos de mudança, ou a
construção de sonhos entre eles.
Dos entrevistados, 39% manifestaram o desejo de
retomar os estudos e 41% disseram que desejam
exercer outra ocupação. Mas não se percebe em
seus discursos uma associação direta entre os
desejos e as estratégias para alcancá-los.
Local de Permanência
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Os locais de maiores concentrações são o
Centro comercial de Teresina e a Rodoviária;
Ao se considerar as quatro zonas da cidade, o
maior número é encontrado na zona sul,
seguida da zona leste.
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A circulação do capital ocorre com maior
intensidade nos grandes centros urbanos,
favorecendo as alternativas de trabalho para
garantir a subsistência diária, ainda que
estas sejam precárias.
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As áreas de concentração de atividades
econômicas comerciais, bancárias ou atividades
religiosas e de lazer (supermercados, lojas,
bancos, igrejas, bares, praias, centros culturais,
centros esportivos etc.) atraem muita gente e são
áreas preferidas pelas pessoas em situação de rua,
pela facilidade de receber doações ou obter
rendimentos realizando atividades econômicas
informais, como a venda de mercadorias de baixo
valor comercial, guarda de carro, serviços de
engraxates, revenda de ingressos para acesso a
atividades culturais e/ou esportivas etc.
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Pessoas em situação de rua procuram permanecer em
lugares que favoreçam sua subsistência: abrigos,
albergues, repúblicas e outros tipos de acolhida
temporária oferecidos por organizações públicas ou
privadas, sem fins lucrativos; além de ruas, praças,
avenidas, viadutos, canteiros, jardins, cemitérios, entre
outros, que podem ser utilizados como acomodação,
abrigo e atendimento às necessidades de higiene,
limpeza e alimentação, em pontos estratégicos
(bancos de praças, marquises, banheiros públicos,
chafarizes, bicas, represas, postos de gasolina,
refeitórios públicos, refeitórios de instituições privadas
sem fins lucrativos…
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Portanto, a conjugação de vários fatores, como a
maior circulação do capital, a infraestrutura, a
arquitetura e a geopolítica dos grandes centros, ajuda
a explicar por que esse fenômeno é essencialmente
um fenômeno urbano.
Os municípios, pouco urbanizados, não oferecem as
possibilidades alternativas de abrigo e sustento
oferecidas pelos grandes centros urbanos.
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Acesso a Políticas Públicas,
Programas e Benefícios Sociais
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19% têm acesso à saúde
4% às Educação,
25% à Assistência Social,
2% à SSP,
49% não respondeu ou não sabe
Casa do Caminho: 43% conhece, 35% já foi atendido
Centro Pop: 30% conhece, 27% já utilizou o serviço .
SEAS: 66% conhece, 58% já foi atendido.
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“Apesar das lutas que vêm sendo desencadeadas
nas últimas décadas por setores organizados desse
segmento articulados com outros sujeitos sociais em
torno do acesso às políticas sociais, quando se
busca conhecer as estratégias do Estado, nas três
esferas de governo, para o enfrentamento desse
fenômeno, não são encontradas políticas sociais
acessíveis a esse grupo populacional, mas apenas
alguns programas de natureza residual, como
abrigos e albergues.” (SILVA, 2009).
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Saúde
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30% possui alguma doença grave, crônica ou
deficiência, destes, 30% possui transtorno mental
67% dependência química
41% desejam tratamento,
68% usa há mais de 3 anos,
33% começou a usar por influência de amigos,
72% consomem no espaço da rua,
41% consome com amigos,
26% já fez tratamento (21% no CAPS, 37% em
comunidade terapêutica)
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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(86)9900-5150 / 9532-5441