perfil do distrito de matutuine provÍncia de...
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República de Moçambique
Ministério da Administração Estatal
Edição 2014
PERFIL DO DISTRITO DE MATUTUINE PROVÍNCIA DE MAPUTO
Moamba
Boane Matola
Matutuíne
Magude
O.Índico
Manhiça
Marracuene
Namaacha
A informação incluída nesta publicação provém de fontes consideradas fiáveis e tem uma natureza
informativa.
Copyright © 2012 Ministério da Administração Estatal
Todos os direitos reservados.
Publicado por
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇAO ESTATAL
Direcção Nacional de Administração Local
Maputo - Moçambique
Primeira edição, primeira impressão 2012
Esta publicação está disponível na Internet em http://www.portaldogoverno.gov.mz
Matutuíne
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ÍÍÍnnndddiiiccceee
PPPrrreeefffáááccciiiooo vi
SSSiiiggglllaaasss eee AAAbbbrrreeevvviiiaaatttuuurrraaasss viii
111 BBBrrreeevvveee CCCaaarrraaacccttteeerrriiizzzaaaçççãããooo dddooo DDDiiissstttrrriiitttooo 2 111...111 LLLooocccaaallliiizzzaaaçççãããooo,,, SSSuuupppeeerrrfffíííccciiieee eee PPPooopppuuulllaaaçççãããooo 2 111...222 CCCllliiimmmaaa 3 111...333 GGGeeeooolllooogggiiiaaa 3 111...444 GGGeeeooommmooorrrfffooolllooogggiiiaaa 3 111...555 SSSooolllooosss 4 111...666 HHHiiidddrrrooogggrrraaafffiiiaaa 4 111...777 HHHiiidddrrrooogggeeeooolllooogggiiiaaa 5 111...888 VVVeeegggeeetttaaaçççãããooo 6 111...999 RRReeecccuuurrrsssooosss NNNaaatttuuurrraaaiiisss 6 1.9.1 Recursos Florestais 6 1.9.2 Recursos Faunísticos 7 1.9.3 Recursos Costeiros e Marinhos 8 1.9.4 Recursos Minerais 8 111...111000 EEEnnnqqquuuaaadddrrraaammmeeennntttooo RRReeegggiiiooonnnaaalll eee PPPooottteeennnccciiiaaalll TTTuuurrríííssstttiiicccooo 8 111...111111 IIInnnfffrrraaaeeessstttrrruuutttuuurrraaasss eee SSSeeerrrvvviiiçççooosss 10 111...111222 EEEcccooonnnooommmiiiaaa 11 111...111333 HHHiiissstttóóórrriiiaaa eee CCCuuullltttuuurrraaa 11 111...111444 SSSoooccciiieeedddaaadddeee ccciiivvviiilll 14
222 DDDeeemmmooogggrrraaafffiiiaaa 15 222...111 EEEssstttrrruuutttuuurrraaa eeetttááárrriiiaaa eee pppooorrr ssseeexxxooo 15 222...222 TTTrrraaaçççooo sssoooccciiiooolllóóógggiiicccooo 16 222...333 LLLííínnnggguuuaaasss fffaaalllaaadddaaasss 17 222...444 AAAnnnaaalllfffaaabbbeeetttiiisssmmmooo eee EEEssscccooolllaaarrriiizzzaaaçççãããooo 18
333 HHHaaabbbiiitttaaaçççãããooo eee CCCooonnndddiiiçççõõõeeesss dddeee VVViiidddaaa 19
444 OOOrrrgggaaannniiizzzaaaçççãããooo AAAdddmmmiiinnniiissstttrrraaatttiiivvvaaa eee GGGooovvveeerrrnnnaaaçççãããooo 23 444...111 GGGooovvveeerrrnnnooo DDDiiissstttrrriiitttaaalll 23 444...222 SSSííínnnttteeessseee dddaaasss aaatttrrriiibbbuuuiiiçççõõõeeesss eee dddaaa aaaccctttiiivvviiidddaaadddeee dddooosss óóórrrgggãããooosss dddiiissstttrrriiitttaaaiiisss 26 4.2.1 Secretaria Distrital 26 4.2.2 Serviço Distrital de Actividades Económicas 26 4.2.2.1 Agricultura e Desenvolvimento Rural 27 4.2.2.2 Indústria, Comércio e Turismo 28 4.2.3 Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia 28 4.2.3.1 Educação 29 4.2.3.2 Formação Profissional e Emprego 32 4.2.3.3 Tecnologia 32
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4.2.3.4 Cultura 32 4.2.4 Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social 32 4.2.4.1 Saúde 33 4.2.4.2 Acção Social 35 4.2.4.3 Género 36 4.2.5 Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas 38 4.2.5.1 Ordenamento Territorial 39 4.2.5.2 Gestão Ambiental 40 4.2.5.3 Educação Ambiental 41 4.2.5.4 Infraestruturas 41 444...333 FFFiiinnnaaannnçççaaasss PPPúúúbbbllliiicccaaasss eee IIInnnvvveeessstttiiimmmeeennntttooo 42 4.3.1 Fundo Distrital de Desenvolvimento 43 4.3.2 Fundo de Investimento em Infraestruturas 44 4.3.3 Fundos Sectoriais Descentralizados 45 444...444 JJJuuussstttiiiçççaaa,,, OOOrrrdddeeemmm eee SSSeeeggguuurrraaannnçççaaa pppúúúbbbllliiicccaaa 45 444...555 CCCooonnnssstttrrraaannngggiiimmmeeennntttooosss eee PPPeeerrrssspppeeeccctttiiivvvaaasss 46
555 AAAccctttiiivvviiidddaaadddeee EEEcccooonnnóóómmmiiicccaaa 47 555...111 PPPooopppuuulllaaaçççãããooo eeecccooonnnooommmiiicccaaammmeeennnttteee aaaccctttiiivvvaaa 47 555...222 PPPooobbbrrreeezzzaaa eee SSSeeeggguuurrraaannnçççaaa AAAllliiimmmeeennntttaaarrr 49 555...333 IIInnnfffrrraaaeeessstttrrruuutttuuurrraaasss dddeee bbbaaassseee 50 5.3.1 Rede rodoviária 50 5.3.2 Rede ferroviária 51 5.3.3 Aeródromos 51 5.3.4 Telecomunicações e Correios 52 5.3.5 Abastecimento de Água 52 5.3.6 Energia Eléctrica 52 555...444 UUUsssooo eee CCCooobbbeeerrrtttuuurrraaa dddaaa TTTeeerrrrrraaa 53 555...555 SSSeeeccctttooorrr AAAgggrrrááárrriiiooo 56 5.5.1 Infraestruturas e equipamento 56 5.5.2 Zonas agro-ecológicas e produção 57 5.5.3 Pecuária 58 5.5.4 Exploração florestal, de fauna bravia e apicultura 59 555...666 PPPeeessscccaaasss 60 555...777 IIInnndddúúússstttrrriiiaaa 61 555...888 CCCooommmééérrrccciiiooo 61 555...999 TTTuuurrriiisssmmmooo eee EEEnnnqqquuuaaadddrrraaammmeeennntttooo RRReeegggiiiooonnnaaalll 62 555...111000 VVVeeeccctttooorrreeesss dddeee DDDeeessseeennnvvvooolllvvviiimmmeeennntttooo eee CCCaaadddeeeiiiaaasss dddeee VVVaaalllooorrr 64
666 VVViiisssãããooo eee EEEssstttrrraaatttééégggiiiaaa dddeee DDDeeessseeennnvvvooolllvvviiimmmeeennntttooo LLLooocccaaalll 68 666...111 VVViiisssãããooo 68 666...222 MMMiiissssssãããooo 68 666...333 OOObbbjjjeeeccctttiiivvvooosss eeessstttrrraaatttééégggiiicccooosss 68 666...444 ZZZooonnnaaasss dddeee dddeeessseeennnvvvooolllvvviiimmmeeennntttooo eee PPPrrrooobbbllleeemmmaaasss eee PPPooottteeennnccciiiaaallliiidddaaadddeeesss 69
RRReeefffeeerrrêêênnnccciiiaaasss dddooocccuuummmeeennntttaaaiiisss 71
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LLLiiissstttaaa dddeee QQQuuuaaadddrrrooosss
Quadro 1. População por posto administrativo, 1/7/2012 15 Quadro 2. Pessoas residentes no distrito, segundo o local de nascimento 16 Quadro 3. Agregados familiares, segundo a dimensão 16 Quadro 4. Agregados familiares, segundo o tipo sociológico 17 Quadro 5. Distribuição da população, segundo o estado civil 17 Quadro 6. População com 5 anos ou mais, por língua materna e sexo 17 Quadro 7. População de 5 anos ou mais e conhecimento de Português 18 Quadro 8. População com 15 ou mais anos, e alfabetização, 2007 18 Quadro 9. Habitações segundo o regime de propriedade 19 Quadro 10. Tipo de habitações 19 Quadro 11. Habitações segundo o material de construção 20 Quadro 12. Habitações, água, saneamento e energia 22 Quadro 13. Famílias, segundo a posse de casa própria e bens duráveis 22 Quadro 14. População com 5 anos ou mais, e frequência escolar 29 Quadro 15. População de 5 anos ou mais, por nível de ensino 29 Quadro 16. Taxas de escolarização 30 Quadro 17. Escolas, Alunos e Professores – 2011 31 Quadro 18. População de 10 anos ou mais, por nível de ensino concluído 31 Quadro 19. Unidades de saúde e Pessoal existente – 2011 33 Quadro 20. Prestação de cuidados de saúde, 2010-11 33 Quadro 21. Casos de doenças e óbitos notificados, 2009-2011 34 Quadro 22. População de 0-14 anos, por condição de orfandade, 2007 35 Quadro 23. População deficiente, 2007 35 Quadro 24. População portadora de deficiência, segundo a causa 35 Quadro 25. Programas de acção social, 2011 36 Quadro 26. Uso de novas tecnologias (10 anos ou mais) 37 Quadro 27. Execução orçamental (em ‘000 MT) 43 Quadro 28. Projectos de iniciativa local financiados (em ´000 MT) 43 Quadro 29. Plano de Obras-2012 45 Quadro 30. População segundo a condição de actividade 47 Quadro 31. População activa, ocupação e ramo de actividade, 2007 48 Quadro 32. População activa, ocupação e ramo de actividade, 2007 49 Quadro 33. Estradas existentes 50 Quadro 34. Pontes Existentes 51 Quadro 35. Uso e Cobertura da Terra 53 Quadro 36. Produção agrícola, por principais culturas: 2009-2011 58 Quadro 37. Efectivo Pecuário, 2011-12 58 Quadro 38. Estabelecimentos de alojamento e restauração, 2011 62 Quadro 39. Problema central e visão de cada Zona de Desenvolvimento 69 Quadro 40. Problemas e potencialidades detalhadas de cada Zona de Desenvolvimento 70
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LLLiiissstttaaa dddeee fffiiiggguuurrraaasss
Figura 1. Localização do distrito ........................................................................................... 2 Figura 2. Postos Administrativos e Densidade Populacional, 1/7/2012 ............................. 16 Figura 3. População com 5 anos ou mais, por língua materna ............................................ 18 Figura 4. Tipo de habitações ............................................................................................... 20 Figura 5. Habitações segundo o material de construção ..................................................... 21 Figura 6. Habitações e condições básicas existentes ........................................................... 21 Figura 7. População (5 anos ou mais) por grau de ensino frequentado .............................. 29 Figura 8. População (10 anos ou mais) por grau de ensino concluído ................................ 31 Figura 9. Quadro epidemiológico, 2003 .............................................................................. 34 Figura 10. Indicadores de escolarização por sexos ............................................................. 36 Figura 11. População (15 anos ou mais), segundo a actividade e sexo ............................... 37 Figura 12. População segundo a posição no trabalho e sexo .............................................. 38 Figura 13. População com 15 anos ou mais, segundo a actividade .................................... 47 Figura 14. População activa, segundo a ocupação principal ............................................... 48 Figura 15. População activa, segundo o ramo de actividade .............................................. 49 Figura 16. Explorações segundo a sua utilização ................................................................ 55 Figura 17. Explorações por classes de área cultivada ......................................................... 56
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SSSiiiggglllaaasss eee AAAbbbrrreeevvviiiaaatttuuurrraaasss
APEs Agentes Polivalentes Elementares
BCI Banco Comercial e de Investimentos
BIM Banco Internacional de Moçambique
CDPRM Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique
CENACARTA Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção
CFM Caminhos de Ferro de Moçambique
CGRN Comité de gestão de recursos naturais
CISM Centro de Investigação em Saúde da Malária
CL’s Conselhos Locais
CNCS Conselho Nacional de Combate ao SIDA
COVs Crianças Órfãs e Vulneráveis
DNAL Direcção Nacional da Administração Local
DNPO Direcção Nacional do Plano e Orçamento
DPOPH Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação
DPPF Direcção Provincial do Plano e Finanças
DPS Direcção Provincial de Saúde
DTS Doença de Transmissão Sexual
EDM Electricidade de Moçambique
EN Estrada Nacional
EN1 Estrada Nacional nº 1
EP1 Ensino Primário do 1º Grau
EP2 Ensino Primário do 2º Grau
EPC Escola Primária Completa
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ESG1 Ensino Secundário Geral do 1º ciclo
ESG2 Ensino Secundário Geral do 2º ciclo
ET Ensino Técnico
FDD Fundo de Desenvolvimento Distrital
GD Governo Distrital
IAF Inquérito aos agregados familiares, sobre o orçamento familiar
IFP Instituto de Formação de Professores
INE Instituto Nacional de Estatística
IPCC’s Instituições de participação e consulta comunitária
ITS’s Infecções de Transmissão Sexual
LOLE Lei dos Órgãos Locais do Estado
MAE Ministério da Administração Estatal
Mcel Moçambique Celular
MF Ministério das Finanças
MINAG Ministério da Agricultura
MPD Ministério da Planificação e Desenvolvimento
ONGs Organizações Não Governamentais
ORAM Organização de Ajuda Mútua
PA Posto Administrativo
PARPA Plano de Acção Para Redução da Pobreza Absoluta
PEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPFD Programa de Planificação e Finanças Descentralizadas
PQG Programa Quinquenal do Governo
PRM Polícia da República de Moçambique
PSAA Pequeno Sistema de Abastecimento de Água
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SD Secretaria Distrital
SDAE Serviço Distrital de Actividades Económicas
SDEJT Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia
SDPI Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas
SDSMAS Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social
SIFAP Sistema de Formação em Administração Pública
SISE Serviço de Informações e Segurança do Estado
STV Soico Televisão
TDM Telecomunicações de Moçambique
VODACOM Operadora de telefonia móvel
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111 BBBrrreeevvveee CCCaaarrraaacccttteeerrriiizzzaaaçççãããooo dddooo DDDiiissstttrrriiitttooo
111...111 LLLooocccaaallliiizzzaaaçççãããooo,,, SSSuuupppeeerrrfffíííccciiieee eee PPPooopppuuulllaaaçççãããooo
O distrito de Matutuíne está localizado no extremo Sul da Província do Maputo e do País, entre
os paralelos 26º e 27º de latitude Sul e entre 32º e 33º de longitude Este.
A Norte é limitado pela baía e a Cidade do Maputo, a Sul pela República da África do Sul, com a
Província de Kuazulo-Natal, a Este é banhado pelo Oceano Índico, e a Oeste confina com os
distritos de Namaacha e Boane e com o Reino da Suazilândia.
Figura 1. Localização do distrito
A superfície1 do distrito é de 5.352 km2 e a sua população está estimada em 39.932 habitantes à
data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 7.5hab/km2, prevê-se que o
distrito em 2020 venha a atingir os 43 mil habitantes.
A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1, isto é, por
cada 10 crianças ou anciões existem 10 pessoas em idade activa. Com uma população jovem
(42%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 95% (por cada 100 pessoas do
sexo feminino existem 95 do masculino) e uma taxa de urbanização de 9%, concentrada
concentrada na Vila da Bela Vista e na Ponta do Ouro.
1 Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção http://www.cenacarta.com
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Moamba
Magude
O.Índico
Nam
aacha
Marracuene
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111...222 CCCllliiimmmaaa
O Clima do Distrito de Matutuíne, não foge ao padrão geral prevalecente no Sul de Moçambique
e que de uma forma geral é classificado de subtropical. Ocorrem ao longo do ano, duas
principais estações: a chuvosa e quente que vai de Outubro a Abril; e a seca e fria que vai de
Maio a Setembro.
Do ponto de vista do comportamento das variáveis climáticas como sejam a temperatura, a
precipitação e a evapotranspiração verifica-se a ocorrência de uma significativa variabilidade
espacial.
A precipitação apresenta uma variabilidade espacial significativa quando se caminha da costa
para o interior. Ao longo da orla costeira observam-se valores médios de precipitação anual na
ordem dos 1000mm decrescendo à medida que se caminha para o interior até aos níveis de
600mm. Ao longo da fronteira ocidental verifica-se uma ligeira subida dos níveis
pluviométricos justificada pelos efeitos da altitude.
Registam-se temperaturas elevadas, com valor médio anual superior a 24º C, com amplitude
térmica anual inferior a 10º C e com uma média anual de humidade relativa entre 55% e 75%.
111...333 GGGeeeooolllooogggiiiaaa
As características geológicas da região assemelham-se ao padrão comum da faixa costeira do Sul
de Moçambique. Predominam a formação terciário e quaternários resultantes dos vários ciclos de
transgressão e regressão marinhas que ocorrem desde o pleistocénico.
Ao longo das formações do terciário e quaternário predominam os depósitos sedimentares com
distintos estágios de consolidação. Na faixa ao longo dos sopés dos Libombos predominam os
riolitos.
111...444 GGGeeeooommmooorrrfffooolllooogggiiiaaa
A geomorfologia do distrito é caracterizada pela prevalência da planície litoral grandemente
modelada pelos processos de deposição oceânica (sedimentos arenosos) e Fluvial (aluviões).
Esta porção do distrito pode ser caracterizada como uma zona que forma fundamentalmente o
regime oceânico através dos movimentos de transgressão e regressão marinhas e os regimes de
erosão e deposição ligados aos principais sistemas fluviais dos rios Maputo e Tembe. É ao longo
destes sistemas fluviais que ocorrem os principais depósitos aluvionares o que
determina a conformação de unidades ecológicas específicas na forma de
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corredores.
No interior destaca-se a cadeia dos Libombos que é de origem vulcânica e de uma configuração
geomorfológica da orla fronteiriça, bem diferente da do resto do Distrito. Sendo constituída por
um embasamento geológico de rochas riolíticas, apresenta evidências de maior resistência aos
processos de meteriorização e erosão o que determina a ocorrência de solos aluvionares tiónicos
ou seja, salinizados.
111...555 SSSooolllooosss
Os solos do distrito são maioritariamente arenosos ao longo da costa que se caracterizam pela
fraca capacidade de retenção da água e consequentemente uma taxa elevada de infiltração. Ao
longo dos principais vales fluviais ocorrem solos aluvionares com elevadas concentrações de
argila, o que determina uma significativa capacidade de retenção de água. Nas porções mais
próximas ao sistema oceânico, os índices de intrusão salina são de certo modo consideráveis
nestes vales fluviais, o que determina a ocorrência de solos salinizados.
Nas regiões correspondentes ao sopé da cordilheira dos Grandes Libombos, a natureza basáltica
do embasamento geológico, determina a formação dos solos basálticos e argilosos. Estes tipos de
solos são geralmente muito férteis e com significativa capacidade de retenção da água.
As características dos solos influenciam os padrões de desenvolvimento agrícola no distrito, de
tal forma que as áreas localizadas ao longo do Rio Maputo são as que proporcionam maior
produção e produtividade agrícola.
111...666 HHHiiidddrrrooogggrrraaafffiiiaaa
Do ponto de vista físico a região é definida pelas bacias dos rios Maputo e Tembe. Os principais
rios são Maputo, Tembe, Futi, Nsele e Chilichili. Estes são por sua vez condicionados pelo
regime climático prevalecente na zona, o que lhes confere um carácter marcadamente sazonal.
Também, uma vez que a maior parte destes rios tem a sua origem fora dos limites do território
nacional, tal regime hídrico é igualmente condicionado pelo padrão de exploração destes rios
nos países em que nascem. Na conformação dos seus caudais médios anuais, grande contributo é
determinado pelas quedas pluviométricas além fronteiras sendo, também de destacar as quedas
pluviométricas ao longo da cordilheira dos Grandes Libombos. Esta cordilheira determina
também um padrão de rede de drenagem dentífrico.
Ao longo da faixa central do distrito até a costa, a topografia, natureza sedimentar do substrato
geológico, constituem os principais reguladores do regime hídrico dos rios uma vez que
tratando-se já da parte terminal dos rios, as quedas pluviométricas não têm
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expressão de realce sobre os caudais.
O fenómeno da intrusão salina é prevalecente nos períodos de estiagem a corresponderem às
fases de marés vivas. Sendo uma zona de baixa topografia e fundamentalmente plana, o lençol
freático encontra-se próximo da superfície o que determina a ocorrência de formações lacustres
ao longo da globalidade da faixa costeira.
O distrito conta com as seguintes Lagoas; Phiti, Chunguti, Sotiva, Malongane, Mandlene,
Tsebjane, Gamane e Mangalipse.
111...777 HHHiiidddrrrooogggeeeooolllooogggiiiaaa
Os atributos hidrogeológicos do distrito são governados pelas características do embasamento
geológico e características hidroclimáticas e determinam as possibilidades de ocorrência de
águas subterrâneas. Para o distrito de Matutuíne, ocorrem três áreas hidrogeológicas,
nomeadamente: a) áreas pertencentes a bacia sedimentar ao sul do Save (formações meso-
cenzóicas) com subunidades da cintura dunar, b) áreas pertencentes a bacia sedimentar ao sul do
Save (formações meso-cenzóicas) com subunidade das planícies denudadas ao longo da
cordilheira dos Libombos e c) áreas de terrenos vulcânicos.
A primeira zona localiza-se ao longo da faixa costeira sobre as formações sedimentares que se
estendem até a parte central do Distrito. As áreas porosa-eolinas formam o aquífero freático
regional de águas doces. A permeabilidade decresce da costa para o interior como consequência
do incremento nos teores de argila. A faixa de dunas ao longo da costa contém aquíferos que
podem ser muito produtivos particularmente na zona da Ponta D´Ouro. Contudo, dada a pequena
distância da costa e das lagoas costeiras, em muitos casos se encontram aquíferos com águas
salubres ou mesmo salgadas. Assim, estes aquíferos são integrados na categoria do grupo A3
(Vide classificação de Ferro e Bouman, 1987) o que significa que pertencem a classe dos
aquíferos produtivos com rendimentos médios na ordem dos 3-10m3/h.
A segunda zona localiza-se na área de transição para a cordilheira dos Grandes Libombos sobre
as formações basálticas. Desenvolvem-se com aquíferos bastante mineralizados e, em
decorrência da textura fina dos sedimentos do cretácio marinho e terciário inferior, têm uma
baixa produtividade. Pertencem ao grupo C2 e por conseguinte com inferiores a 3m3/h apesar da
água de boa qualidade.
A última zona localiza-se exactamente na cordilheira dos Grandes Libombos com rochas
riolíticas, hidrogeologicamente assemelham-se ao complexo de base. As fracturas primárias e
secundárias são os elementos mais importantes do ponto de vista das
possibilidades de ocorrências de águas subterrâneas. A espessura do manto
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meteorizado é geralmente mais fina, raramente excedendo os 10 metros. A qualidade das águas
destes aquíferos é geralmente muito boa com mineralizações abaixo do 50 mg/l. Contudo, a
produtividade das mesmas é muito baixa pertencendo ao grupo C3 o que determina rendimentos
médios inferiores a 1m3/h.
A avaliação da capacidade e da qualidade dos aquíferos é extremamente importante em áreas
onde o abastecimento de água com base em fontes como rios e lagoas é insustentável.
111...888 VVVeeegggeeetttaaaçççãããooo
A vegetação deste distrito está localizada no Mosaico Regional Tongoland-Pondoland, que tem
características únicas, representando um encontro das floras Zambesiaca e da África temperada
(tipo sul-africano) e, por isso, designada por Região de Maputaland-Pondoland.
Esta região estende-se ao longo do oceano Índico, desde a foz do rio Limpopo a norte até Great
River na África do Sul. Este centro foi proposto no âmbito da convenção de Ramsar, como uma
das 84 áreas de conservação ao nível do continente Africano. De referir que das áreas de
conservação seleccionadas, apenas esta ocorre no território Moçambicano, representando assim a
única relíquia mundial de biodiversidade que ocorre em Moçambique.
De uma forma geral, a vegetação do distrito tem um padrão que varia com o tipo de solo. A
presença de cursos de água e de lagoas constituem, também, factores de variação da vegetação,
que apresenta os seguintes tipos:
• Florestas densas e Brenhas (Ricas em diversidade botânica)
• Florestas Abertas e Savanas arbóreas
• Graminais.
111...999 RRReeecccuuurrrsssooosss NNNaaatttuuurrraaaiiisss
1.9.1 Recursos Florestais
• Florestas densas e Brenhas (Ricas em diversidade botânica)
Ocorrem florestas dominadas principalmente por elementos lenhosos e pela sua localização,
desempenham um papel preponderante na fixação dos solos e delas dependem a estabilidade dos
ecossistemas interiores. Junto à costa, ocorre o mangal que desempenha um papel importante na
reprodução de muitas espécies de peixe, crustáceos e outras espécies marinhas.
Outras formações, deste tipo ocorrem ao longo dos rios, sendo de especial destaque, a galeria
florestal do rio Nsele que se estende da fronteira com a África do Sul até a lagoa Sotine ou
Sotiva e a floresta ribeirinha do rio Fúti. Este tipo é bastante rico em diversidade
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biológica e comporta espécies endémicas e em risco de extinção na região.
No interior ocorrem alguns tipos de florestas e brenhas que albergam uma diversidade de plantas
e constituem um santuário da comunidade circunvizinha, como por exemplo os que se localizam
na Reserva Florestal de Licuáti.
Existem também florestas densas, dentro delas encontram-se as áreas designadas sagradas, onde
as comunidades realizam os seus rituais tradicionais.
As espécies de árvores comuns neste distrito, donde normalmente são derivados produtos
medicinais, lenha e materiais de construção, são: Micaia, Chanfuta, Cajueiro, Cimbirre, Mondzo,
Malonhe, Maholele, M'cua, Mahimbe, Chirimbate, Lala, Fungura, Mangueira, Kindzo, Canhu,
Mutcho, N’sala, Konola, Mafurreira e Mapfilo.
• Florestas Abertas e Savanas arbóreas
Ocorrem um pouco por todo lado e podem-se distinguir dois tipos: aqueles que são ditados pelas
condições ecológicas do local e as que são o resultado da degradação de florestas densas. E as
outras que ocorrem na zona de transição entre graminhais e as florestas densas. As populações
locais usam produtos destes tipos de vegetação para lenha e materiais de construção.
• Graminais
Os graminhais que ocorrem no distrito são de características muito peculiares e representam uma
base de diversidade biológica importante. Ocorrem dois tipos de graminhais: os graminhais
costeiros e aluviais. Os primeiros ocorrem atrás das dunas e nas regiões lacustres e os últimos no
interior, principalmente nas margens dos rios e em extinção devido ao desbravamento para a
agricultura e pecuária
1.9.2 Recursos Faunísticos
Dentro das referidas formações vegetais, em especial na Reserva Especial do Maputo (REM)
com cerca de 70.000 hectares encontra-se uma variedade de espécies de animais, tais como:
Elefantes, Hipopótamos, Fococeros, Cudos, Pivas, Inhalas, Imbavalas, Macacos, Cães do mato,
Simbas, Esquilos, Coelhos, Antílopes (changos, cabritos vermelhos, cinzentos, xipenes),
Ratazanas (vondues), Artrópodes, Aracnídeos, Batráquios, Coleópteros, Répteis (crocodilos,
cobras diversas tais como jiboias e mambas), Pássaros diversos, Moluscos, Tartarugas marinhas,
Cágados, Platemintas, Insectos, Sapos, rãs, entre outros.
Um estudo realizado na Reserva Especial do Maputo (REM), em 1973, revelou a existência de
62 espécies de mamíferos, 30 espécies de anfíbios, 43 de répteis e 337 espécies de aves, o que
reflecte, em si, altos níveis de biodiversidade.
Matutuíne
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1.9.3 Recursos Costeiros e Marinhos
A zona costeira do distrito, localizada na eco região costeira tropical oriental, engloba uma
diversidade de ecossistemas de entre os quais há a destacar: recifes de corais (Ponta Dobela,
Milibangala, Techobamine, Chemucane e Baixo São João até Ponta de D´Ouro), pequenas baías,
tapetes de ervas marinhas, lindas praias, mangais, lagos e lagoas permanentes (Satine, Xinguti,
Sugi, Massanguane e Xambanhane) e não permanentes (Siconcovenhe, Cuvuca, e Nhengueleti),
sendo os mais extensos (Piti-3043 ha, Xinguti-1323 ha e Satine-5534 ha), terras húmidas,
florestas e graminhais das dunas, graminhais costeiros e zonas intermarés.
Estes sistemas aquáticos são de importância económica e social para as comunidades locais,
dado o seu potencial pesqueiro. A linha da costa é caracterizada por longas extensões de praias
arenosas.
De entre os recursos costeiros, característicos da zona costeira, há a assinalar os seguintes: peixes
de água doce e de estuário nas lagoas de Piti e Satine, caranguejos noturno e de areia, ostras e
ostra do sol, lagostas espinhosa das águas profundas, das rochas, mexilhão castanho, búzio, etc.
Há ainda uma variedade de recursos marinhos no distrito, que incluem os atuns, garoupas, peixes
de coral, camarão, golfinhos, baleias, tartarugas marinhas, etc.
1.9.4 Recursos Minerais
A região de Mudada na Salamanga contém importantes reservas de calcário que está sendo
explorado para a produção de cimento.
111...111000 EEEnnnqqquuuaaadddrrraaammmeeennntttooo RRReeegggiiiooonnnaaalll eee PPPooottteeennnccciiiaaalll TTTuuurrríííssstttiiicccooo
Do ponto de vista físico, o distrito é definido pelas bacias dos rios Maputo e Tembe. O distrito
está directamente ligado ao desenvolvimento destas importantes bacias na Província de Maputo,
onde decorre a implementação de Projectos de Desenvolvimento Rural com base no
aproveitamento dos recursos hídricos e outros naturais.
A região de influência directa no distrito é a que abrange o Grande Maputo bem como os países
vizinhos.
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Fonte: PEDD 2009-2013.
O distrito apresenta condições naturais, riqueza ecológica e paisagística que constitui um enorme
atractivo de investimentos por parte do capital fortemente concentrado na Cidade de Maputo,
principalmente nas áreas agrícola e agropecuária.
Na Cidade de Maputo está localizado um dos melhores Aeroportos Internacionais ao nível da
Região Austral de África, que constitui a porta de entrada para turistas internacionais cujo fluxo
tende a subir gradualmente.
O Distrito tem uma fronteira com Suazilândia e África do Sul, a maior potência económica na
Região da África Austral, o que à partida privilegia os investidores Sul-Africanos com grandes
interesses nas áreas de turismo, comércio, agricultura e pecuária.
Foi lançado o Projecto Âncora da Ponta D’ouro, Iniciativa de Desenvolvimento Espacial dos
Libombos, representando uma oportunidade única para investir em agricultura e turismo em
Moçambique, África do Sul e Swazilândia, cuja área de acção abrangerá o Distrito de Matutuíne,
através da projetada rota dos Libombos e projecto Rodoviário.
No âmbito da Iniciativa de Desenvolvimento Espacial dos Libombos (IDEL), um programa
conjunto de desenvolvimento dos Governos de Moçambique, África do Sul e Suazilândia, A
criação da rota dos Libombos beneficiou de desenvolvimentos recentes na região, incluindo, a
isenção de vistos entre os três países, o melhoramento de postos fronteiriços, um programa de
controlo da malária altamente bem sucedido e a construção da Estrada dos Libombos (R22)
ligando Hluhluwe à fronteira de Moçambique e eventualmente Maputo. Essa rota tem um
elemento único regional, incorporando Moçambique, África do Sul e Swazilândia, atravessando
florestas, vales, desfiladeiros e descendo até a costa.
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A estrada Maputo-Witbank no âmbito do Projecto do Corredor de Maputo é uma iniciativa que
veio reforçar as influências regionais sobre o Distrito de Matutuine através de uma via ampla e
bem sinalizada que permite maior escoamento de tráfego turístico e comercial de e para
Matutuine.
Acordos Regionais entre Moçambique, África do Sul e Swazilândia permitiram o
estabelecimento da ACTF de Usuthu/Tembe/Futi que se espera venha a permitir maior
circulação e livre movimento de fauna bravia destes países, e consequentemente um cada vez
mais crescente desenvolvimento turístico e económico da Região em Geral e do Distrito de
Matutuine em particular.
Acresce-se a esta iniciativa de Conservação e Desenvolvimento, a proposta de estabelecimento
da Zona Marinha Protegida da Ponta do Ouro no âmbito da Aplicação do Conceito de Zona
Marinha Protegida Transfronteira dos Libombos
Para além da maior circulação e movimento de fauna bravia entre os países, os Acordos
regionais preconizam o desenvolvimento da Rota Turística dos Libombos que vai permitir a
ligação rápida entre os diferentes locais turísticos que caracterizam a Região e,
consequentemente um maior fluxo de turistas a escalar o Distrito de Matutuine em particular.
111...111111 IIInnnfffrrraaaeeessstttrrruuutttuuurrraaasss eee SSSeeerrrvvviiiçççooosss
A rede de estradas do Distrito é é constituída por 20 vias, maioritariamente de terra batida, com
um total de 769 km (primárias 181km, secundárias 156km, terciárias 110km e vicinais com
75km) de estradas classificadas e 247 km de estradas não classificadas.
Estas estradas estão, em geral, a necessitar de manutenção urgente (o índice de estradas em boas
e razoáveis condições de transitabilidade é de 55% em 2011).
O distrito é servido por meios semicolectivos (carrinhas de caixa aberta e fechada) sem as
condições desejáveis.
Em 2011, o distrito contava com um total de 93 fontes dispersas, sendo 83 operacionais e 10
inoperacionais. De referir que actualmente a taxa de cobertura da rede de água equivale a 60%.
Foi concluída a construção da linha de energia eléctrica em Catuane e Catembe-N´sime, assim,
todas sedes dos Postos Administrativos estão ligadas a rede eléctrica de Cabora Bassa.
Tinonganine e Djabula são beneficiários com instalações de energia solar.
O distrito é servido por uma rede de telecomunicações fixa e móvel, existindo também uma
delegação dos Correios de Moçambique. O acesso à Internet pode ser efectuado
nas zonas servidas por rede fixa e móvel de telecomunicações.
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De notar que o estado geral de conservação e manutenção das infraestruturas é fraco, a rede de
abastecimento de água insuficiente e a necessitar de manutenção e uma rede de estradas e pontes
interiores de difícil trânsito na época das chuvas.
O distrito de Matutuíne possui 55 escolas (das quais, 32 do ensino primário nível 1) e está
servido por 23 unidades sanitárias (incluindo 10 postos de saúde de apoio aos centros) que
possibilitam o acesso progressivo da população aos serviços do Sistema Nacional de Saúde.
111...111222 EEEcccooonnnooommmiiiaaa
O Distrito de Matutuíne é um dos distritos mais pobre da Província de Maputo. A agricultura é a
base da economia distrital, tendo como principais culturas o milho, mandioca, feijão e batata-
doce. As espécies de gado predominantes são os bovinos, caprinos e aves, destinadas para o
consumo familiar e comercialização.
Afectado pela excessiva procura de terrenos proveniente da cidade de Maputo e da África do Sul,
Matutuíne tem sido palco de vários conflitos ligados à posse da terra.
O Distrito de Matutuine seleccionou 3 vectores de desenvolvimento num leque de vários
produtos/serviços a destacar: Gado bovino, Arroz e Turismo.
A pequena indústria local (pesca, carpintaria, carvão, lenha e artesanato), a venda de sura e o
comércio com a África do Sul têm-se desenvolvido e surgem como alternativa imediata à
actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade. O comércio, sobretudo informal e de
fronteira, e o sector de serviços ocupam já 21% da população activa do distrito.
A Política Nacional do Turismo para Moçambique identifica as áreas prioritárias para o
desenvolvimento do turismo, estando concebidos projectos turísticos transnacionais âncora no
âmbito da Iniciativa de Desenvolvimento Espacial dos Libombos e abrangendo o território de
Matutuíne, nomeadamente, o Nó Turístico Trans-Nacional Ponta de Do Ouro – Kosi Bay
(Moçambique e África do Sul) e a Península de Machangulo e Reserva de Elefantes.
111...111333 HHHiiissstttóóórrriiiaaa eee CCCuuullltttuuurrraaa
A faixa de terra compreendida entre a margem Este do rio Maputo e o Cabo de Santa Maria, e a
fronteira com o Kwazulu a Sul, era habitada na primeira metade do Sec. XVII pelos Machavane.
No Sec. XVIII, Maputsu, filho do Hossi Nwangove Tembe que residia entre os rios Umbelúzi e
Maputo, conquistou as terras dos Machavane para o seu pai (Menezes in: Brito & Fernandes,
1996). Por meados do Sec. XVIII, altura em que Nwangone Tembe faleceu, o território foi
dividido pelos seus três filhos, ficando Nkupo com a região Norte (hoje Posto
Administrativo da Sede) e Maputsu com as terras que tinha conquistado (hoje a
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faixa costeira de Machangulo até Zitundo.
No final do Sec. XVIII Mpanyeia perdeu o seu domínio a favor de um dos seus irmãos,
passando, até meados do Sec. XIX a haver somente duas chefaturas, Tembe e Maputsu, nessa
altura, ambas foram conquistadas pelos Nguni passando a pagar tributo ao Shaka Zulu (Menezes
in: Brito & Fernandes, 1996).
Só no final do Sec. XIX, depois da Conferência de Berlim, é que os Portugueses tomaram a
administração política do actual distrito de Matutuíne.
Política de terras colonial
Para António Enes a relação legal entre as famílias rurais e a terra não era clara, uma vez que
elas não eram usurpadoras, arrendatárias ou rendeiras, mas somente utilizadoras não
reconhecidas pelo Estado Português como proprietárias. Assim sendo o Estado deveria atribuir
áreas para os “nativos” cujo usufruto deveria ser pago em dinheiro e em trabalho.
A garantia de acesso seria assegurada através da emissão de títulos de uso da terra (Martins,
1888; Enes, 1971(1893). A legislação de 1891(Portaria Provincial, 2 de Maio de 1891; Decreto,
25 de Maio de 1891) estipulava ainda que as famílias rurais que vivessem dentro das terras dos
colonos teriam direito a um(1) hectare por palhota (Negrão, 1995).
Dez anos mais tarde, em 1901, (Carta de Lei 9 de Maio de 1901. Decreto, 2 Setembro 1901) foi
estabelecida a diferença entre terras já concedidas à jurisdição do Estado. Nas primeiras era
reconhecido o direito de obtenção de título sob as parcelas que estavam a ser trabalhadas pelos
indígenas. Nas terras ainda não concedidas, os indígenas eram autorizados a comprar, arrendar
ou a ceder temporariamente as terras que ocupavam.
Em 1909 a lei que vigorava mais uma vez foi alterada. O direito à obtenção de um título foi
retirado e foi criada uma nova categoria de terras para as famílias rurais – as reservas indígenas
(Decreto, 9 Setembro 1909). Nas reservas os indígenas poderiam ocupar qualquer parcela,
seguindo as normas dos direitos consuetudinários, mas tal ocupação nunca daria direito à
obtenção de um título ou qualquer forma de propriedade plena da terra.
No distrito de Matutuíne foram reservadas para os indígenas, até aos anos 1940-50, toda a faixa
costeira de Machangulo até Zitundo tendo por limite uma linha que passava a cerca de 2,5 Kms
da margem Este do rio Maputo, excluindo a Reserva de Maputo, a zona de Catuane
compreendida entre a estrada, o rio Maputo e o rio Coane, uma mancha a Sul da floresta do
Licuáti e a 1 Km da margem Oeste do rio Maputo; e uma mancha a Norte do distrito
compreendida entre o rio Tembe, o rio Maputo, a estrada e 5 Kms para o interior
da Vila da Catembe.
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As restantes terras, aquelas que tinham maior potencial agropecuário (as margens do rio Maputo
e as terras altas ao longo da fronteira com a Swazilândia) foram reservadas para a colonização
europeia. Pouco a pouco as áreas reservadas aos indígenas foram diminuindo, quer pela
expansão das reservas de elefante e florestal, quer pelo desenvolvimento do turismo e da
agricultura empresarial no Zitundo e em Catuane.
As terras sob administração dos régulos, enquanto gestores consuetudinários, eram somente
aquelas que lhes iam sendo definidas pela administração colonial.
Nos anos 1940, Matutuíne tinha 3 Postos Administrativos (Bela-Vista, Catembe e Catuane), onze
régulos e quarenta e nove ndunas (Simões, 1947). Nos anos 1960 os Postos Administrativos
aumentaram para quatro, os régulos reconhecidos pelas autoridades coloniais para sete e os
ndunas passaram somente a Vinte e Nove (MIAM, 1968; AHM/FGG Cx. 900; DPSP, 1970).
Esta diminuição do número de régulos e de ndunas está relacionada com a reforma do sistema
administrativo introduzida em 1961 por Adriano de Moreira.
Aspectos socioculturais
A população do distrito de Matutuíne pertence maioritariamente á etnia Ronga, componente do
grande grupo populacional Tsonga. Segundo Junod, os verdadeiros Ronga a Sul da baía do
Maputo são os dos Clãs Tembe e dois subclãs que se tornaram independentes: Matutuíne e
Maputo.
Todavia, para além dos Rongas, encontramos ainda outras etnias, nomeadamente Nguni ( ligados
quer à família Zulo da região do Natal, quer a família Suazi ), Tsuas de Inhambane ( localmente
chamados de "Vatsua"), e os Changanas da Província de Gaza e norte de Maputo.
Desta forma, os contactos com os países vizinhos (África do Sul e Suazilândia) são muito
frequentes, realizando-se casamentos entre famílias de ambos os lados da fronteira.
A falta de oportunidade de emprego no mercado local entusiasma o trabalho migratório
(principalmente para a África do Sul) que se torna uma fonte importante de rendimento.
Os nativos desta região prestam culto aos seus antepassados em locais chamados sagrados, que
são pequenas matas onde jazem restos mortais dos antigos Régulos Tradicionais, Indunas
(Chefes de Terras) e outros Madodas (Conselheiros) da família real do Regulado.
Estes locais estão representados em pequenos cemitérios e em árvores de espécies diversas de
destacar o canhoeiro, o embondeiro e outras espécies nativas. A mata de Capezulo, onde jazem
os restos mortais do Nwangove e de outros como Maputso, seu filho, é a principal zona sagrada
do distrito.
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A prática de mitos religiosos africanos "Ziones" é crescente, existindo mais de 20 sinagogas de
propaganda religiosa distintas. A diversidade religiosa é completada com as mais antigas
confissões religiosas nomeadamente a Católica, Presbiteriana e a Welyciana.
111...111444 SSSoooccciiieeedddaaadddeee ccciiivvviiilll
O Distrito possui um Conselho Consultivo Distrital composto por 48 membros e presidido pelo
Administrador Distrital. No Distrito funcionam cinco Conselhos Consultivos dos Postos
Administrativos presididos pelo respectivo Chefe do Posto Administrativo. No seu
funcionamento participativo estes envolvem os membros dos 12 Conselhos Consultivos de
Localidade. Estes órgãos têm um total de 305 membros.
Os membros dos Conselhos Consultivos do Distrito são envolvidos na apreciação do PEDD e
PESOD e na avaliação periódica dos instrumentos da planificação territorial local, bem como no
que se refere à opinião sobre a viabilidade de projectos de iniciativa local e projectos com
impacto directo nas comunidades, no âmbito de investimento local, que são submetidos
posteriormente para decisão do Conselho Consultivo Distrital.
No que respeita ao desenvolvimento da sociedade civil, importa referir que existem várias
cooperativas de camponeses, bem como organizações internacionais e associações com acção
comunitária, que colaboram com o Governo Distrital na melhoria das condições de vida da
população.
Quanto às autoridades comunitárias, foi concluído, na base do Decreto n.º 15/2000 sobre esta
matéria, o reconhecimento e legitimação das Autoridades Comunitárias. A relação entre a
Administração e as autoridades comunitárias é positiva e tem contribuído para a solução dos
vários problemas locais, nomeadamente os surgidos devido aos conflitos de terras existentes no
distrito.
A religião dominante é a Sião/Zione, praticada pela maioria da população do distrito. Existem
várias outras crenças no distrito (Católica, Presbiteriana e a Welyciana. A população do distrito
professa também outras religiões como Assembleia de Deus, Velhos e Novos Apóstolos,
Espírito Santo, Testemunha de Jeóva, Adventista do 7º Dia). Os representantes das respectivas
hierarquias têm-se envolvido, em coordenação com as autoridades distritais em várias
actividades de índole social.
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222 DDDeeemmmooogggrrraaafffiiiaaa222 A superfície do distrito3 é de 5.352 km2 e a sua população está estimada em 39.932 habitantes à
data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 7.5hab/km2, prevê-se que o
distrito em 2020 venha a atingir os 43 mil habitantes.
222...111 EEEssstttrrruuutttuuurrraaa eeetttááárrriiiaaa eee pppooorrr ssseeexxxooo A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:2, isto é, por
cada 10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa. Com uma população jovem
(42%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 95% (por cada 100 pessoas do
sexo feminino existem 95 do masculino) e uma taxa de urbanização de 9%, concentrada
concentrada na Vila da Bela Vista e na Ponta do Ouro.
Quadro 1. População por posto administrativo, 1/7/2012
TOTAL Grupos etários
0 - 4 5 - 14 15 - 44 45 - 64 65 e mais TOTAL 39,932 6,415 10,181 16,458 4,676 2,202 Homens 19,447 3,163 5,118 8,106 2,202 857 Mulheres 20,485 3,252 5,062 8,352 2,474 1,345 P.A. de MISSEVENE 16,087 2,476 4,552 6,095 1,997 967 Homens 7,613 1,203 2,299 2,892 874 344 Mulheres 8,474 1,273 2,252 3,203 1,123 623 P.A. de CATEMBE M’SIME 5,946 899 1,565 2,176 846 461 Homens 2,932 464 792 1,087 398 192 Mulheres 3,014 435 773 1,089 448 269 P.A. de CATUANE 7,703 1,344 1,796 3,441 837 285 Homens 3,932 658 905 1,770 472 128 Mulheres 3,771 686 891 1,671 365 158 P.A. de MACANGULO 3,521 590 893 1,313 416 310 Homens 1,524 294 444 542 146 98 Mulheres 1,998 295 449 771 271 212 P.A. de ZITUNDO 6,674 1,106 1,376 3,433 580 179 Homens 3,446 544 678 1,816 313 96 Mulheres 3,228 562 698 1,618 267 84
Fonte: Na base do INE, Dados do Censo de 2007.
Das pessoas residentes no distrito, 71% nasceram no próprio distrito, o que denota fluxos de
migração internos baixos. No caso das mulheres este fluxo é semelhante entre distritos da mesma
província e menor quando considerado em relação a outras províncias do país.
2 Os dados demográficos e da habitação, excepto nota contrária, estão referidos a 1/8/2007, última data censitária. 3 Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção http://www.cenacarta.com
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Quadro 2. Pessoas residentes no distrito, segundo o local de nascimento Local de Nascimento
No próprio distrito
Noutro distrito da mesma província Noutra Província
Total 71.3% 5.0% 23.7% -‐ Homens 66.4% 5.0% 28.6% -‐ Mulheres 75.9% 5.0% 19.1%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
Os Postos Administrativos de Machangulo e de Catembe ocupam 11% da superfície do distrito e
possuem 24% dos habitantes do distrito.
Figura 2. Postos Administrativos e Densidade Populacional, 1/7/2012
Fonte: Na base do INE, Dados do Censo de 2007.
222...222 TTTrrraaaçççooo sssoooccciiiooolllóóógggiiicccooo
Das 10.150 famílias4 do distrito, o grupo mais significativo é o tipo sociológico alargado (37%),
isto é, com um ou mais parentes para além de filhos e têm, em média, 4 pessoas.
Quadro 3. Agregados familiares, segundo a dimensão % de agregados, por dimensão 1 - 2 3 - 5 6 e mais
38.0% 37.2% 24.8% Fonte: INE, Dados do Censo de 2007 e Projecções globais da população.
4 Estimativa para 2012 a partir das projecções da população do Censo de 2007.
Machangulo 21.7
Zitundo 7.7
Missevene 6.1
Catuane 6.1
Catembe 13.8
Bela Vista
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Quadro 4. Agregados familiares, segundo o tipo sociológico TIPO SOCIOLÓGICO DE AGREGADO FAMILIAR
Unipessoal Monoparental (1) Nuclear
Alargado (2) Masculino Feminino Com filhos Sem filhos
21.9% 1.7% 9.4% 22.2% 8.0% 36.9% Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Censo de 2007.
1) Família com um dos pais. 2) Família nuclear ou monoparental com ou sem filhos e um ou mais parentes.
Na sua maioria casados após os 12 anos de idade, têm forte crença religiosa, dominada pela
religião Sião ou Zione.
Quadro 5. Distribuição da população, segundo o estado civil
Com 12 anos ou mais, por Estado civil
Total Solteiro Casado ou
união Separado/
Divorciado Viúvo 100.0% 36.6% 49.7% 3.7% 10.0%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Censo de 2007.
222...333 LLLííínnnggguuuaaasss fffaaalllaaadddaaasss
Tendo o Xirhonga como língua materna dominante, constata-se que 54% da população do
distrito (com 5 ou mais anos de idade) tem conhecimento da língua portuguesa, sendo este
domínio predominante nos homens, dada a sua maior inserção na vida escolar e no mercado de
trabalho.
Quadro 6. População com 5 anos ou mais, por língua materna e sexo
TOTAL
GRUPO ETÁRIO
5 - 9 10 - 14 15 - 19 20 - 44 45 e mais
TOTAL 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0%
Xirhonga 55.3% 57.0% 60.1% 55.7% 46.9% 55.1%
Xichangana 12.6% 11.3% 10.4% 11.4% 13.5% 13.7%
Português 6.5% 7.5% 7.5% 8.7% 9.9% 4.7%
Xitshwa 6.4% 4.0% 2.9% 3.2% 6.6% 8.9%
Outras 25.6% 24.3% 21.9% 24.2% 29.8% 26.4% Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Censo de 2007.
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Figura 3. População com 5 anos ou mais, por língua materna
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
Quadro 7. População de 5 anos ou mais e conhecimento de Português
Sabe falar Português Não sabe falar Português
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 54.1% 62.2% 46.5% 45.9% 37.8% 53.5% 5 - 9 anos 35.6% 34.6% 36.6% 64.4% 65.4% 63.4% 10 - 14 anos 76.5% 76.4% 76.6% 23.5% 23.6% 23.4% 15 - 44 anos 94.0% 95.5% 92.4% 6.0% 4.5% 7.6% 45 anos ou mais 67.8% 81.5% 47.0% 32.2% 18.5% 53.0% Fonte: Instituto Nacional de Estatística.
222...444 AAAnnnaaalllfffaaabbbeeetttiiisssmmmooo eee EEEssscccooolllaaarrriiizzzaaaçççãããooo
Com 56% da população alfabetizada, predominantemente homens, o distrito tem uma taxa de
escolarização normal, constatando-se que 68% dos seus habitantes frequentam ou já
frequentaram a escola, ainda que maioritariamente somente até ao nível primário.
Quadro 8. População com 15 ou mais anos, e alfabetização, 2007 Taxa de analfabetismo
TOTAL Homens Mulheres Total 44.1% 32.5% 54.6% 15 - 19 anos 14.1% 11.9% 16.4% 20 - 24 anos 28.8% 22.7% 34.1% 25 - 29 anos 36.5% 29.5% 43.4% 30 - 44 anos 45.8% 34.6% 56.4% 45 anos ou mais 68.4% 48.8% 84.2% P.A. de Bela Vista 42.8% 30.8% 52.2% P.A. de Catembe M'Sime 47.0% 36.0% 57.2% P.A. da Catuane 55.3% 44.1% 67.3% P.A. de Machangulo 54.3% 33.2% 67.3% P.A. de Zitundo 27.3% 19.9% 35.6%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
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333 HHHaaabbbiiitttaaaçççãããooo eee CCCooonnndddiiiçççõõõeeesss dddeee VVViiidddaaa555
As características físicas das habitações, especialmente o material usado na sua construção e o
acesso a serviços básicos de água, saneamento e energia, são indicadores importantes do nível de
vida dos agregados familiares. As características do parque habitacional duma sociedade
constituem um indicador bastante relevante do nível de desenvolvimento socioeconómico.
Quadro 9. Habitações segundo o regime de propriedade
Total de Habitações 100.0% -‐ Próprias 90.2% -‐ Alugadas 1.7% -‐ Cedidas ou emprestadas 6.5% -‐ Outro regime 1.7%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
A maioria (90%) das cerca de 10 mil habitações6 existentes no distrito são de propriedade
própria. O tipo de habitação dominante é a casa mista (57%), que é um tipo de habitação que
combina materiais de construção duráveis e materiais de origem vegetal. As casas básicas
representam 11% do parque habitacional do distrito, e 28% das habitações são palhotas, que é a
forma tradicional de casa rural.
Quadro 10. Tipo de habitações
Casa convencional7 ou apartamento8 3.0% Casa mista9 57.2% Casa básica10 11.3% Palhota11, casa improvisada12 e outras 28.4%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
5 Os dados demográficos e da habitação, excepto nota contrária, estão referidos a 1/8/2007, última data censitária. 6 Estimativa para 2012 a partir das projecções da população do Censo de 2007. 7 Casa convencional - é uma unidade habitacional unifamiliar que tenha quarto(s), casa de banho, cozinha dentro de casa, e
construída com materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/lage de betão). Pode ser de rés do chão, mais de 1 ou 2 pisos. 8 Flat/apartamento - é uma unidade habitacional que tenha quarto(s) casa de banho, cozinha pertencente a uma unidade
habitacional multifamiliar com 1 ou mais pisos podendo ser de um bloco ou conjunto de blocos. 9 Casa mista – é uma casa construída com materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/laje de
betão), materiais de origem vegetal (capim, palha, palmeira, colmo, bambu, caniço, paus maticados, madeira, etc) e adobe. 10 Casa básica – é uma unidade habitacional que só tem quarto(s) e não tem casa de banho e ou cozinha, sendo construída com
materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/laje de betão). Inclui-se nesta categoria o conjunto de
quartos geminados (casa comboio) que utilizam os mesmos serviços (casa de banho, cozinha e água). 11 Palhota – é uma casa cujo material predominante na construção é de origem vegetal (capim, palha, palmeira, colmo, bambu,
caniço, adobe, paus maticados, etc). 12 Casa improvisada – são habitações construídas com material improvisado e precário, tal como papel, saco, cartão,, latas,
cascas de árvores, etc.
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Figura 4. Tipo de habitações
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
Apesar de as condições de habitação serem diferentes entre as zonas urbanas e rurais do distrito,
verifica-se um padrão comum dos materiais de construção caracterizado por:
• A maioria das casas tem paredes de caniço/paus (67%) ou blocos de cimento ou tijolo (15%);
• A maioria das casas tem cobertura de chapas ou telhas (68%); e
• A maior parte das casas tem pavimento de adobe (50%), seguido de cimento (37%).
Quadro 11. Habitações segundo o material de construção
Em % Total Urbano Rural Paredes 100.0% 100.0% 100.0% -‐ Blocos de cimento ou tijolo 14.7% 31.1% 13.6% -‐ Caniço / Paus 66.7% 62.6% 67.0% -‐ Madeira / Zinco 1.9% 0.6% 2.0% -‐ Outro material 16.6% 5.7% 17.4% Cobertura 100.0% 100.0% 100.0% -‐ Chapas ou telhas 67.9% 92.4% 66.2% -‐ Laje de betão 1.6% 1.1% 1.7% -‐ Capim ou outro material 30.5% 6.5% 32.1% Pavimento 100.0% 100.0% 100.0% -‐ Cimento, parquet ou mosaico 36.8% 67.8% 34.6% -‐ Adobe 50.3% 26.4% 52.0% -‐ Sem nada 12.9% 5.8% 13.4%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
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Figura 5. Habitações segundo o material de construção
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
O gráfico e quadro seguintes mostram a distribuição percentual das habitações por acesso aos
serviços básicos. Ainda que maior nas áreas urbanas do distrito, o acesso a serviços básicos é
também limitado nestas áreas. Em geral a situação de acesso pode ser assim caracterizada:
• Só 17% das casas tem energia eléctrica;
• A maioria das famílias (46%) usa o petróleo como fonte de energia;
• Cerca de 41% das famílias tem acesso a fontes de água potável13; e
• Somente 9% das famílias usam sistemas de saneamento melhorados14.
Figura 6. Habitações e condições básicas existentes
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
13 Água canalizada (dentro e fora da casa), fontenário e poço/furo protegido c/ bomba. 14 Retrete ligada a fossa séptica, Latrina melhorada e Latrina tradicional melhorada.
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Quadro 12. Habitações, água, saneamento e energia
HABITAÇÕES E CONDIÇÕES BÁSICAS EXISTENTES TOTAL Casa convencional
Casa mista
Casa básica Palhota
ENERGIA 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 Electricidade 16.8 82.0 15.0 37.8 1.6 Gerador/placa solar 1.7 3.8 1.8 3.6 0.4 Gás 0.0 0.0 0.1 0.0 0.0 Petróleo/parafina/querosene 45.8 7.5 46.6 36.5 53.8 Velas 28.6 5.5 31.3 19.5 30.4 Baterias 0.3 1.0 0.3 0.6 0.1 Lenha 6.3 0.3 4.7 1.5 12.7 Outras 0.5 0.0 0.3 0.6 0.9 ÁGUA 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 Água canalizada 4.5 59.4 2.2 7.7 0.1 - dentro da casa 2.1 53.4 0.1 0.0 0.0 - fora de casa 2.4 6.0 2.1 7.7 0.1 Não-canalizada 95.5 40.6 97.8 92.3 99.9 - fontenário 17.6 20.1 19.9 29.0 7.0 - poço/furo protegido c/ bomba 18.8 8.8 20.9 23.2 13.8 - poço sem bomba 37.0 5.3 37.7 20.2 47.7 - rio/lago/lagoa 20.9 5.3 18.1 17.3 30.8 - chuva 0.5 0.3 0.5 0.8 0.5 - outros 0,7 1,0 0,7 1,8 0,1 SANEAMENTO 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Retrete ligada a fossa séptica 3,4 59,1 0,4 7,0 0,1 Latrina melhorada 5,3 14,5 3,6 19,9 0,9 Latrina tradicional melhorada 8,2 6,0 9,0 16,7 2,9 Latrina não melhorada 25,1 11,0 29,2 27,1 17,7 Não tem retrete/latrina 58,0 9,3 57,8 29,3 78,5
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
No que diz respeito a posse de bens, a incidência da posse de bens duráveis pelas famílias
residentes no distrito é apresentada na tabela seguinte.
Quadro 13. Famílias, segundo a posse de casa própria e bens duráveis Casa
própria Rádio Televisor Telefone
fixo Computador Carro Motorizada Bicicleta Nenhum
bem 90.2% 55.5% 12.9% 0.7% 0.7% 3.6% 0.8% 17.1% 39.1%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
Constata-se que, exceptuando a casa própria, 39 por cento das famílias não possuem nenhum dos
bens listados na tabela e observados aquando do Censo da População de 2007.
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444 OOOrrrgggaaannniiizzzaaaçççãããooo AAAdddmmmiiinnniiissstttrrraaatttiiivvvaaa eee GGGooovvveeerrrnnnaaaçççãããooo O distrito de Matutuíne, com sede na vila da Bela Vista, está dividido em cinco Postos
administrativos e 12 localidades, assim distribuídas:
POSTO ADMINISTRATIVO LOCALIDADES Missevene
Madjuva Missevene/Bela Vista (sede) Salamanga Tinonganine
Catembe-Nsime Mungazine Nsime
Catuane Phazuimane (Catuane) Manhangane
Machangulo Ndelane Nhonguane (Stª Maria)
Zitundo Manhoca Zitundo-Sede
444...111 GGGooovvveeerrrnnnooo DDDiiissstttrrriiitttaaalll
O Governo Distrital é dirigido pelo Administrador de Distrito e, ao abrigo da Lei nº 8/2003 de 19
de Maio, está estruturado na Secretaria Distrital e nos seguintes Serviços Distritais:
• Actividades Económicas;
• Saúde, Mulher e Acção Social;
• Educação, Juventude e Tecnologia; e
• Planeamento e Infraestruturas.
De acordo com o Estatuto Orgânico do Governo Distrital aprovado pelo Decreto nº 6/2006 de 12
de Abril, a Estrutura Tipo do Governo Distrital é a que é apresentada em seguida.
Estrutura Tipo do Governo Distrital
Fonte: Decreto nº 6/2006 de 12 de Abril
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Para além destes serviços, funcionam ainda as seguintes instituições públicas:
• Tribunal Judicial;
• Registo e Notariado;
• Comando Distrital da PRM;
• Procuradoria Distrital da República;
• Alfândegas;
• Migração;
• SISE.
Com um total de 790 funcionários (dos quais, 250 são mulheres), o pessoal da Administração
Distrital apresenta a seguinte distribuição por serviços:
• 100 Gabinete do Administrador/ Secretaria Distrital (GA/SD);
• 513 do Serviço Distrital de Educação Juventude e Tecnologia (SDEJT);
• 112 do Serviço Distrital de Saúde Mulher e Acção Social (SDSMAS);
• 47 Serviço Distrital de Actividades Económicas (SDAE); e
• 18 de Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas.
Do total de funcionários, 5% tem formação superior, 37% formação média, 38% formação básica
e os restantes 20% formação elementar.
O Distrito possui um Conselho Consultivo Distrital composto por 48 membros e presidido pelo
Administrador Distrital. Em 2011 o CCD aprovou 79 projectos de iniciativa local. No Distrito
funcionam cinco Conselhos Consultivos dos Postos Administrativos presididos pelo respectivo
Chefe do Posto Administrativo. No seu funcionamento participativo estes envolvem os membros
dos 12 Conselhos Consultivos de Localidade. Estes órgãos têm um total de 305 membros.
Os membros dos Conselhos Consultivos do Distrito são envolvidos na apreciação do PEDD e
PESOD e na avaliação periódica dos instrumentos da planificação territorial local, bem como no
que se refere à opinião sobre a viabilidade de projectos de iniciativa local e projectos com
impacto directo nas comunidades, no âmbito de investimento local, que são submetidos
posteriormente para decisão do Conselho Consultivo Distrital.
No contexto da reforma do sector público, foi nomeado o Secretário Permanente Distrital, foram
institucionalizados os Conselhos Locais (Localidade, Posto Administrativo e Distrito), Balcão de
Atendimento Único Distrital, descentralizados os investimentos, tramitados os expedientes para a
nomeação de directores dos serviços distritais bem como dos chefes de Localidade.
A governação tem por base os Presidentes das Localidades, Autoridades Comunitárias e
Tradicionais. Os Presidentes das Localidades são representantes da Administração
e subordinam-se ao Chefe do Posto Administrativo e, consequentemente, ao
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Administrador Distrital, sendo coadjuvados pelos Chefes de Aldeias, Secretários de Bairros,
Chefes de Quarteirões e Chefes de Blocos.
444...222 SSSííínnnttteeessseee dddaaasss aaatttrrriiibbbuuuiiiçççõõõeeesss eee dddaaa aaaccctttiiivvviiidddaaadddeee dddooosss óóórrrgggãããooosss dddiiissstttrrriiitttaaaiiisss
Nesta secção, sem pretender ser exaustivo transcrevendo o rol de tarefas realizadas, focam-se as
principais actividades de intervenção pública directa que contribuem para o desenvolvimento
social e económico do distrito.
4.2.1 Secretaria Distrital A Secretaria Distrital dirigida por um Secretário Permanente Distrital é o órgão do Governo
Distrital que tem como principais funções e realizou actividades no âmbito de (a) prestar
assistência técnica e administrativa ao Governo Distrital; (b) assegurar a gestão dos recursos
humanos, materiais e financeiros do Governo Distrital; (c) assistir na organização e controlo das
actividades do Governo distrital, bem como na elaboração de relatórios de análise de actividades
do Governo Distrital; e (d) garantir a assistência técnica e administrativa necessária ao
funcionamento dos postos administrativos, localidades e povoações.
Estrutura Orgânica da Secretaria Distrital
SecretariaGeral
Repartição de Planificaçãoe Desenvolvimento Local
Secretário PermanenteDistrital
Repartição deFinanças
Repartição de Administração Locale Função Pública
Fonte: MAE/DNAL.
4.2.2 Serviço Distrital de Actividades Económicas Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a) a
promoção do uso adequado do solo e a gestão florestal; (b) o incentivo da produção alimentar e
de culturas de rendimento; (c) o fomento pecuário e a construção comunitária de tanques
carracicidas; (d) a emissão de emitir licenças de pesca artesanal, caça e de abate, bem como o
combate a caça furtiva; (e) a promoção da piscicultura e da apicultura; (f) a divulgação do
potencial económico, industrial, turístico e cinegético local; (g) a promoção da pequena indústria
e mineração artesanal; (h) a emissão de pareceres sobre pedidos de licenciamento de actividades
económicas, licenciar actividades comerciais e emitir licenças turísticas; (i) efectuar o
recenseamento das actividades de artesanato; e (j) promover mecanismos de financiamento das
actividades produtivas.
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4.2.2.1 Agricultura e Desenvolvimento Rural
De um modo geral, a agricultura no distrito é praticada em regime de consociação de culturas
com base em variedades locais e com um baixo grau de recurso à tracção animal e tractores. Em
média, as famílias exploram uma área de 1 ha.
A agricultura é praticada, em geral, usando técnicas tradicionais para aumentar a fertilidade da
terra, nomeadamente o pousio, as queimadas para a preparação da terra, os adubos verdes e o
estrume, principalmente para as hortícolas.
As principais culturas são a batata-doce, mandioca, hortícolas e cana sacarina (para consumo
local e bebidas). A falta de sementes é a principal limitação que afecta as culturas, para além da
estiagem, falta de sistemas de rega, a falta de hábito, a escassez de terra e a ocorrência de pragas.
A população local tem tradição de recolha de mel e actualmente, através da extensão rural, estão
sendo levados a cabo alguns programas de apicultura melhorada acompanhados de distribuição
de colmeias melhoradas e formação de produtores de mel ao nível familiar.
Não existe uma cadeia formal de comercialização no distrito. São realizadas periodicamente
feiras para venda de produtos agrícolas e gado na Bela Vista, Salamanga e nos postos
fronteiriços de Puza e Manhoca, que são bastante concorridas.
A vulnerabilidade alimentar em períodos de seca afecta várias localidades do distrito. Este
problema é atenuado pelo facto de a zona beneficiar de uma razoável integração de mercados e
ter acesso a actividades geradoras de rendimento e do comércio com a África do Sul.
Existe uma rede local de extensionistas que divulga mensagens no âmbito de produção local de
sementes, fomento de girassol, fruteiras e árvores de sombra, maneio comunitário de recursos,
formação de camponeses com técnicas melhoradas de apicultura e assistência veterinária.
Durante o ano de 2011 a equipe de extensão tinha 8 extensionistas e 1 supervisor. Em 2010 o
Distrito dispunha de 7 extensionistas e 1 supervisor.
Actividades Realizadas
• No programa “Um extensionista um hectare”, foram formados até o momento 4 campos de
demonstração de resultados de arroz em Tinonganine e Macassane, no benefício de 4
extensionistas, sendo 1 mulher e 1 homem;
• No programa “Batata-doce polpa alaranjada”, foram formados cerca de 3500m² campos de
multiplicação, sendo 3400m² convencional e 100m² rápida no SDAE-Matutuíne;
• Formação de 50 apicultores, 20 mulheres e 30 homens, em técnicas de produção de mel. Esta
formação, teve como parceiro a FAO no programa “National Forest Programme” –
Projecto apícola de desenvolvimento comunitário em Pochane;
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• No programa “Promoção e Proteção dos Meios de Vida” em parceria com PMA, foram
formados 30 apicultores, sendo 21 homens e 9 mulheres do povoado de Manhihane;
• Produção de cerca de 100 plantas de frutas e cerca de 29.9560 nativas no viveiro de Mahau,
Pochane e Manhihane, no âmbito do programa “Um líder uma floresta comunitária”;
• No programa de “Apoio aos camponeses”, foram feitas actividades de preparação de 55ha
de terra nas associações de Macassane, Tinonganine e Manhangane.
Distribuição de insumos em 2011
• 4.600Kg de semente de milho matuba e 400Kg de semente de feijão Nhemba;
• 46.000 socas de ananaseiro em Mungazine, Hindane, Catembe-Nsime, Massindla, Mahau,
Manhangane, Gala, Gueveza;
• Distribuição de 600 fruteiras para formação de pomares comunitários em Mungazine,
Hindane, Manhangane, Mahau, Gueveza;
• 10 toneladas de batata-reno, 15kg de Cebola e 5kg de tomate.
Pecuária
Em 2011 foram aplicados 221.310 banhos carracicidas em gado bovino. Foram ainda vacinados
contra várias epidemias (carbúnculo hemático, carbúnculo sintomático, febre aftosa, dermatose
nodular, brucelose, raiva e Newcastle).
4.2.2.2 Indústria, Comércio e Turismo
Durante o período em analise foram licenciados 16 actividades das quais 1 de actividade
agropecuária, 2 de prestação de serviços e as restantes 13 de comércio e recebidos 12 pedidos de
parecer para o licenciamento de actividade comercial no Distrito.
Em relação ao Turismo, Matutuine possui boas condições para o seu desenvolvimento, e é alvo
de importantes projectos nacionais e regionais, de que se destacam, o Nó Turístico Trans-
Nacional Ponta de Do Ouro – Kosi Bay (Moçambique e África do Sul) e a Península de
Machangulo e Reserva de Elefantes.
4.2.3 Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia
Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a)
garantir o funcionamento de estabelecimentos de ensino, formação de professores, alfabetização,
educação de adultos e educação não formal; (b) realizar estudos sobre cultura, diversidade
cultural, valores locais e línguas nacionais; (c) promover o fabrico de instrumentos musicais
tradicionais; (d) incentivar o desenvolvimento de associações juvenis, bem como promover
iniciativas geradoras de emprego, autoemprego e outras fontes de rendimento dos jovens; e (e)
promover o uso de novas tecnologias.
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4.2.3.1 Educação
A maioria da população (56%) do distrito é alfabetizada e 68% das pessoas com 5 ou mais anos
de idade, predominantemente homens, frequentam ou já frequentaram o nível primário do
ensino. A análise por sexos revela um padrão melhor entre os homens do que nas mulheres.
Quadro 14. População com 5 anos ou mais, e frequência escolar
P O P U L A Ç Ã O Q U E: FREQUENTA FREQUENTOU NUNCA FREQUENTOU
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 29.1% 31.3% 27.0% 39.1% 42.8% 35.6% 31.8% 25.9% 37.4% P.A. de Bela Vista 35.7% 40.0% 31.9% 35.5% 37.1% 34.1% 28.9% 22.9% 34.0% P.A. de Catembe M'Sime 27.5% 29.0% 26.2% 38.7% 43.0% 34.7% 33.7% 28.1% 39.1% P.A. da Catuane 22.6% 22.4% 22.7% 34.2% 41.2% 26.9% 43.2% 36.4% 50.4% P.A. de Machangulo 29.2% 35.5% 24.7% 37.6% 39.4% 36.2% 33.2% 25.0% 39.1% P.A. de Zitundo 21.8% 22.6% 20.9% 54.5% 58.3% 50.3% 23.7% 19.1% 28.7% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.
A análise do nível de ensino frequentado pela população que actualmente atende a escola, revela
uma concentração significativa no nível primário de ensino.
Quadro 15. População de 5 anos ou mais, por nível de ensino
NÍVEL DE ENSINO QUE FREQUENTA
Total AEA EP1 EP2 ESG1 ESG2 Técnico Superior TOTAL 100.0% 0.9% 71.2% 17.9% 8.5% 0.8% 0.5% 0.1% 5 - 9 anos 100.0% 0.1% 99.9% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 10 - 14 anos 100.0% 0.1% 77.1% 21.0% 1.8% 0.0% 0.1% 0.0% 15 - 19 anos 100.0% 0.1% 24.9% 43.2% 29.9% 1.6% 0.4% 0.1% 20 - 24 anos 100.0% 1.0% 14.4% 18.1% 46.5% 13.0% 6.7% 0.3% 25 e + anos 100.0% 27.2% 32.1% 13.8% 14.2% 3.7% 6.7% 2.2% HOMENS 100.0% 0.4% 70.2% 18.5% 9.0% 1.1% 0.7% 0.1% MULHERES 100.0% 1.5% 72.3% 17.3% 8.0% 0.6% 0.3% 0.0%
EP1 - 1º a 5º anos; EP2 - 6º e 7º anos; ESG I - 8º a 10º Anos; ESG2 - 11º e 12º Anos; ET – Ensino técnico; CFP – Curso de formação de professores; AEA -Alfabetização e educação de adultos.
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
Figura 7. População (5 anos ou mais) por grau de ensino frequentado
Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
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Um aspecto importante é a observação das taxas de escolarização bruta e líquida. A primeira
taxa calcula-se dividindo o total de alunos de um determinado nível de ensino
(independentemente da idade) pela população do grupo etário correspondente à idade oficial para
o referido nível15. Para calcular a segunda taxa, divide-se o total de alunos cuja idade coincide
com a idade oficial para o nível pela população do grupo etário correspondente a esse nível.
Estas são as medidas comuns para estimar o desenvolvimento quantitativo do sistema educativo.
Quadro 16. Taxas de escolarização
Taxas de escolarização Taxa Bruta de Escolarização Taxa Líquida de Escolarização TOTAL H M TOTAL H M
EP1 135.5 139.3 131.8 76.3 75.5 77.2 EP2 93.1 98.9 87.3 13.1 11.8 14.4 ESG1 32.2 33.3 31.0 6.0 5.4 6.6 ESG2 5.4 7.0 3.6 0.3 0.7 0.0
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007 .
Como se pode observar, a taxa bruta de escolarização do Ensino Primário do 1º e 2º Graus é de
136% e 93%, respectivamente, o que indica um elevado nível de cobertura escolar nestes níveis.
Atendendo a que a idade ideal para frequentar o EP1 é de 6 a 10 anos (para terminar este nível
sem nenhuma reprovação), este indicador acima dos 100% reflecte a entrada tardia na escola, a
reprovação e desistência escolar, levando a que exista um elevado número de alunos no EP1,
com idades superiores a 10 anos.
Efectivamente, a taxa líquida de escolarização no EP1 confirma aquele facto ao indicar que 76%
das crianças de 6 a 10 anos frequentam o nível de ensino correspondente a sua idade, neste caso
o EP1, e que somente 13% das crianças de 11 a 12 anos frequentam o nível de ensino
correspondente a idade, o EP2.
Em geral, os rapazes apresentam melhores indicadores educacionais brutos em todos os níveis de
ensino. Nos indicadores líquidos, as raparigas apresentam taxas mais elevadas, denotando um
aumento de mulheres matriculadas nos níveis de ensino correspondente as suas idades.
A situação global descrita reflecte, para além de factores socioeconómicos, o facto de a rede
escolar existente e o efectivo de professores, apesar de terem vindo a evoluir a um ritmo
significativo, serem insuficientes, o que é agravado por baixas taxas de aproveitamento e altas
taxas de desistência em algumas localidades do distrito, devido ao facto de haver muitos
casamentos prematuros e forte emigração de jovens para a África do Sul.
15 EP1 – 6 a 10 anos; EP2 – 11 a 12 anos; ESG1 – 13 a 15 anos; ESG2 – 16 a 17 anos; Superior – 18 a 22 anos.
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No ano lectivo de 2011, no Distrito funcionaram 55 escolas, das quais 32 são de EP1 (públicas),
22 de EP2 (21 públicas e 1 particular), 1 do ESG Iº Ciclo. Em 2001 ano não foi aberta nenhuma
nova escola mas foram elevadas 4 escolas a categoria de completa nos Postos Administrativos de
Bela-Vista, Machangulo e Catembe Nsime.
De salientar que para AEA, o Distrito conta com um universo de 14 centros de Alfa Rádio, 27
Centros Presenciais, 257 alfabetizandos de Alfa Rádio, 422 presenciais e 41 alfabetizadores.
Quadro 17. Escolas, Alunos e Professores – 2011
NÍVEIS DE ENSINO Nº de Nº de Alunos Nº de Professores Escolas M HM M HM
TOTAL DO DISTRITO 55 4979 9455 88 395 EP1 32 3332 6946 43 267 EP2 22 770 1579 25 69 ESGI 1 393 930 20 59 Fonte: Administração do Distrito EP1 - 1º a 5º classes; EP2 - 6º e 7º classes; ESG I - 8º a 10º classes; AEA - Alfabetização e educação de adultos.
Em termos de grau de ensino concluído, constata-se que do total de população com 10 anos ou
mais de idade, só 32% concluiu algum nível de ensino, na sua maioria o nível primário.
Quadro 18. População de 10 anos ou mais, por nível de ensino concluído
NÍVEL DE ENSINO CONCLUÍDO
Nenhum TOTAL Alfab. Primário Secund. Técnico C.F.P. Superior TOTAL 32.0% 0.2% 25.0% 5.7% 0.5% 0.5% 0.1% 68.0% 10 - 14 anos 23.0% 0.0% 22.6% 0.4% 0.0% 0.0% 0.0% 77.0% 15 - 19 anos 62.4% 0.0% 54.9% 7.4% 0.1% 0.0% 0.0% 37.6% 20 - 24 anos 49.3% 0.1% 35.8% 11.6% 0.8% 1.0% 0.0% 50.7% 25 - 29 anos 37.9% 0.1% 25.9% 8.7% 1.4% 1.8% 0.0% 62.1% 30 e + anos 20.4% 0.4% 14.2% 4.7% 0.6% 0.3% 0.2% 79.6% HOMENS 38.2% 0.2% 29.0% 7.3% 0.8% 0.7% 0.1% 61.8% MULHERES 26.3% 0.3% 21.4% 4.1% 0.2% 0.2% 0.1% 73.7% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
Figura 8. População (10 anos ou mais) por grau de ensino concluído
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
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4.2.3.2 Formação Profissional e Emprego
Dentre várias actividades realizadas destacam-se as seguintes:
• Devolução de material de exposição à EPC de Zitundo;
• Produção de um guião orientador das experiências escolares de material de fácil acesso e
orientar alguns professores destinados ao Instituto Politécnico de Salamanga a fazerem o
acompanhamento;
• Elaboração junto com a direcção da Escola Secundária de Mabilibili, um calendário de
preparação dos exames da 10a classe para as disciplinas de Química, Física, Biologia e
Matemática;
• Divulgação do projecto do Fundo Nacional de Investigação (FNI).
4.2.3.3 Tecnologia
Dentre várias actividades realizadas destacam-se as seguintes:
• Acompanhamento da entrega técnica do Instituto Politécnico Agroindustrial de Salamanga;
• Promoção palestras na Escola Secundária de Mabilibili inerentes ao impacto da actividade
humana sobre o meio ambiente;
• Monitoria a instalação do equipamento informático e outros bens ao Instituto Politécnico de
Salamanga.
4.2.3.4 Cultura
Na área de cultura foram realizadas diversas actividades das quais destacam-se as seguintes:
• Realizado um festival de Xigubo sob o lema “Evocando o Mestre Pelo Soar de Xigubo,” em
homenagem ao mestre Judas, onde contou com a participação dos grupos Paz no Mundo da
Matola e Makway de Magude;
• Participação do grupo de Xigugo de Bela vista no festival de Mapiko em Cabo Delgado;
• Visitas as bibliotecas escolares e recolha dos relatórios das actividades realizadas;
• Planificação e acompanhamento das actividades dos dias 7 e 25 de Setembro;
• Abertura e enceramento dos jogos Escolares.
4.2.4 Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social
Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a)
assegurar o funcionamento das unidades sanitárias e incentivar a medicina tradicional; (b)
promover acções de apoio e protecção da criança, da pessoa portadora de deficiência e do idoso;
(c) desenvolver acções de prevenção da violência doméstica e de abuso de menores; e (d)
promover a igualdade e equidade do género.
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4.2.4.1 Saúde
Unidades sanitárias e pessoal da saúde
A rede de saúde do distrito, apesar de estar a evoluir a um ritmo significativo, é insuficiente,
evidenciando os seguintes índices de cobertura média:
- Uma unidade sanitária por cada 1.700 pessoas;
- Um profissional técnico para cada 600 residentes no distrito; e
- Um médico por 40 mil habitantes.
Existem no distrito 13 unidades sanitárias, das quais uma do tipo I e as restantes do tipo ΙΙ
distribuídas pelos 5 Postos Administrativos e localizadas em Ndelane, Zitundo, Ponta de Ouro,
Salamanga, Mabilibili, Hindane, Catembe Nsime, Catuane, Bela Vista Sede e Santa Maria. Estes
centros são auxiliados por 10 postos de saúde comunitários, nomeadamente: Djabissa,
Manhihane, Reserva Especial De Maputo, Tinonganine, Madjuva, Tsolombane, Kualhe, Djabula,
Muchocolote, e Pochane.
Quadro 19. Unidades de saúde e Pessoal existente – 2011
Unidades Tipo de Unidades Sanitárias Pessoal existente e Total de Centro de Centro de Postos de por sexo
Pessoal Unidades Saúde I Saúde II Saúde HM H M Nº de Unidades 23 1 12 10 Pessoal Total 105 48 36 20 105 37 68 - Licenciados 1 1 - - 1 0 1 - Nível Médio 24 12 12 - 24 12 12 - Nível Básico e Elementar 43 21 12 10 43 16 27 - Pessoal de apoio 37 15 12 10 37 9 28
Fonte: Administração do Distrito Centro de Saúde II - Sem capacidade de internamento.
Cuidados de saúde
A tabela seguinte apresenta a evolução de alguns indicadores do grau de acesso aos serviços do
Sistema Nacional de Saúde, que comprovam a evolução positiva do sector nos últimos anos.
Quadro 20. Prestação de cuidados de saúde, 2010-11
Actividade / Indicador 2010 2011 DCO 5.375 5.069 Partos 885 809 DCO 5.375 5.069 Vacinações 46.626 57.755 Contactos SMI 30.810 32.723
Consultas Externas 93.055 96.280 Consultas Estomatologia 2.284 2.692 Total UA’s 210.741 318.594 Taxa de baixo peso à nascença 6.9% 8.5% Taxa de mau crescimento 1.0% 0.6%
Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital de 2011
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De referir ainda a existência de vários programas de cuidados de saúde primários a vários níveis
que denotam uma evolução positiva nos últimos anos, nomeadamente:
• Saúde ambiental: Esta actividade está sendo realizada em todas as unidades sanitárias, bem
como em brigadas móveis e nos locais de interesse público
• Saúde Ocupacional: Realizadas visitas de trabalho as empresas para vacinação aos
trabalhadores, bem como a todos os outros que manipulam géneros alimentícios
• Saúde reprodutiva
• Saúde Infantil, Nutrição, Saúde Escolar
• Suplementação de Vitamina ‘A’
• Programa alargado de vacinação
• Saúde Mental
Quadro epidemiológico
O quadro epidemiológico do distrito é dominado pela diarreia, disenteria, malária e HIV/SIDA
que, no conjunto, representam a grande maioria dos casos de doenças notificados no distrito.
Quadro 21. Casos de doenças e óbitos notificados, 2009-2011
Doenças N° Casos notificados N° Óbitos notificados
2010 2011 2010 2011
Sarampo 3 3 0 0
Diarreia 4.290 3.696 3 1
Malária 594 819 0 0
Disenteria 1.199 709 0 0
Cólera 0 0 0 0
Meningite 1 3 0 0
Tuberculose 63 120 0 0
DTS 2.866 2.869 0 0
HIV-SIDA 1.555 664 5 9
Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital de 2011
Figura 9. Quadro epidemiológico, 2003
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial da Saúde
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Os principais problemas que afectam a capacidade de resposta do sector prendem-se com a falta
de manutenção de infraestruturas, bem como com a insuficiente dotação em termos de
transportes, equipamentos e pessoal qualificado.
4.2.4.2 Acção Social
No distrito existem, segundo os dados do Censo de 2007, cerca de 15 mil órfãos (na sua maioria
órfãos de pai) e cerca de 2 mil pessoas portadoras de deficiência (93% com debilidade física e
7% com doenças mentais).
Quadro 22. População de 0-14 anos, por condição de orfandade, 2007 População Órfão de: 0-‐14 anos Total Mãe Pai Pai e Mãe Total 100.0% 16.8% 4.5% 10.5% 1.8% -‐ Homens 100.0% 16.6% 4.5% 10.4% 1.8% -‐ Mulheres 100.0% 16.9% 4.4% 10.6% 1.8% Grupos etários: -‐ 0 a 4 anos 100.0% 6.6% 1.6% 4.3% 0.6% -‐ 5 a 9 anos 100.0% 17.0% 4.3% 11.0% 1.8% -‐ 10 a 14 anos 100.0% 29.8% 8.3% 18.0% 3.5%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
Quadro 23. População deficiente, 2007
Grupos de Idade População Sem Com deficiência Total Deficiência Total Física Mental
Total 100.0% 94.6% 5.4% 5.0% 0.4% 0 - 14 100.0% 97.8% 2.2% 2.0% 0.2% 15 - 44 100.0% 95.0% 5.0% 4.4% 0.6% 45 e mais 100.0% 87.1% 12.9% 12.5% 0.4%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
A tabela seguinte apresenta a distribuição percentual das cerca de 2 mil pessoas portadoras de
deficiência, segundo a causa.
Quadro 24. População portadora de deficiência, segundo a causa
TOTAL Física Mental
Total 100.0% 100.0% 100.0%
À nascença 17.7% 16.1% 38.9%
Doença 49.0% 48.7% 52.8%
Minas/Guerra 3.3% 3.5% 0.0%
Serviço Militar 3.4% 3.7% 0.0%
Acidente de Trabalho 6.6% 7.0% 1.4%
Acidente de Viação 4.0% 4.3% 0.0%
Outras 15.9% 16.6% 6.9% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
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O SDSMAS tem promovido a integração e assistência social a pessoas, famílias e grupos sociais
em situação de pobreza absoluta e dá prioridade à criança órfã, mulher viúva, idosos e
deficientes, doentes crónicos e portadores do HIV-SIDA, toxicodependentes e regressados.
Quadro 25. Programas de acção social, 2011 Programa de Subsídio de Alimentos
Crianças órfãs e vulneráveis
Pessoas portadoras de deficiência Idosos
Identificadas Apoio Identificadas Apoio Identificadas Apoio 200 1.575 1.567 4 2 1.834 1.344
Crianças Integradas nos
Centros de Acolhimento
Mulher Chefe de Família
Crianças integradas na Família Nº de palestras
Identificadas Apoio Identificadas Apoio Identificadas Apoio
96 70 70 96 96 4 4 Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital de 2011
4.2.4.3 Género
O distrito tem uma população estimada de 40 mil habitantes - 20 mil do sexo feminino - sendo
9% dos agregados familiares do tipo monoparental chefiados por mulheres.
Ao nível do distrito tem-se privilegiado a coordenação das acções de algumas organizações não
governamentais, associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de
oportunidades e direitos entre sexos em todos aspectos de vida social e económica, e a integração
da mulher no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar.
Esta coordenação recorre a mecanismos de troca de informação, diálogo e concertação da acção,
evitando a sobreposição de actividades e racionalizando recursos de forma a melhorar a eficácia
e eficiência das acções governamentais e das iniciativas da comunidade e do sector privado.
Das mulheres do distrito com mais de 5 anos, 37% nunca frequentaram a escola (no caso dos
homens só 26% nunca estudaram) e 21% concluíram o ensino primário (no caso dos homens,
29% terminaram o primário).
Figura 10. Indicadores de escolarização por sexos
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
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Tendo por língua materna dominante o Xirhonga, 46% das mulheres do distrito com 5 ou mais
anos de idade têm conhecimento da língua portuguesa, sendo este domínio mais acentuado nos
homens (62%), dada a sua maior inserção na vida escolar e no mercado de trabalho. A taxa de
analfabetismo na população feminina é de 55%, sendo de 32% no caso dos homens.
No que diz respeito ao acesso a novas tecnologias também se verifica um desequilíbrio
acentuado entre sexos, como se pode deduzir da tabela seguinte.
Quadro 26. Uso de novas tecnologias (10 anos ou mais)
Número de pessoas que usou: % de pessoas Computador Internet c/ Telemóvel Total 1.1% 0.4% 23.7% -‐ Homens 1.7% 0.6% 35.8% -‐ Mulheres 0.5% 0.2% 12.7%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
No tocante a actividade económica, de um total em 2012 de 20 mil mulheres, 12 mil estão em
idade de trabalho (mais de 15 anos), das quais 8.600 são economicamente activas16. A população
não economicamente activa de mulheres com 15 anos ou mais (29%) é constituída
principalmente por senhoras domésticas (13%) e estudantes a tempo inteiro (7%). O nível da
participação no trabalho no caso das mulheres (70%) é inferior ao dos homens (75%).
Figura 11. População (15 anos ou mais), segundo a actividade e sexo
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
A distribuição das mulheres activas residentes no distrito de acordo com a posição no processo
de trabalho e o sector de actividade é a seguinte:
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Cerca de 73% são trabalhadoras agrícolas, familiares ou por conta própria;
7% são comerciantes, artesãs, ou empresárias; e
As restantes 20% são, na maioria, trabalhadoras do sector de serviços, incluindo empregadas
do sector comercial formal e informal.
Figura 12. População17 segundo a posição no trabalho e sexo
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
4.2.5 Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas
Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a)
elaborar propostas de Plano de Estrutura e de Ordenamento Territorial; (b) promover a
construção de fontes de abastecimento de água potável bem como a gestão dos respectivos
sistemas de abastecimento; (c) assegurar, em colaboração com outras entidades, a
disponibilidade do sistema de fornecimento de energia eléctrica e a promoção do aproveitamento
energético dos recursos hídricos e uso de energias renováveis; (d) assegurar a reabilitação,
manutenção das estradas não classificadas, pontes e outros equipamentos de travessia; (e)
promover a construção, manutenção e reabilitação de infraestruturas e edifícios públicos, bem
como de valas de irrigação, jardins públicos, infraestruturas desportivas e parques de
estacionamento; (f) promover o uso da bicicleta e da tracção animal; (g) elaborar propostas de
gestão ambiental; e (g) garantir a prestação dos serviços públicos tais como cemitérios,
matadouros, mercados e feiras, limpeza e salubridade, iluminação pública, jardins campos de
jogos e parques de diversão.
16 Segundo recomendações internacionais, a PEA é considerada como a população que participa na actividade económica e que
tenha 15 anos de idade e mais. Dito por outras palavras, a PEA compreende as pessoas que trabalham (ocupadas) e as que procuram activamente um trabalho (desocupadas), incluindo aquelas que o fazem pela primeira vez.
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4.2.5.1 Ordenamento Territorial
Estão em curso acções de implementação do Planos de Ordenamento Territorial acompanhadas
por campanhas de sensibilização das comunidades para construir as suas residências em locais
parcelados. Os Planos foram elaborados mas sua implementação está a encarar sérias
dificuldades.
Os problemas ambientais que assolam o distrito estão ligados com actividades socioeconómicas
exercidas pela população, tais como a exploração florestal, faunística, agricultura e turismo.
O abate indiscriminado de vegetação para produção de lenha e carvão ocorre fundamentalmente
em áreas do interior nos Postos Administrativos de Bela–Vista, Catembe Nsime e Catuane.
Algumas fontes revelam que mesmo a Floresta de Licuati, declarada área de conservação, não
tem escapado a acção dos lenheiros e carvoeiros. Estas áreas são também palco de queimadas
descontroladas por motivo de caça de animais de pequeno porte como ratazanas. A erosão é
também um problema ambiental que ameaça estas áreas, sendo maior ou menor em função do
tempo em que as mesmas ficam desnudadas, o tipo de solos e o tipo e magnitude de chuvas que
caem sobre elas.
As áreas costeiras, nos Postos Administrativos de Machangulo, Zitundo e Bela-Vista sofrem o
impacto de problemas ambientais relacionados com a prática do turismo. De entre eles, se
destacam a remoção da vegetação dunar para dar lugar a construções e pistas de Quad Bikes,
compactação das areias das praias devido à condução de veículos sobre os mesmos, poluição
sonora causada pelos Quad Bikes, poluição devida a concentração de lixo em locais impróprios e
extinção de espécies marinhas devido à pesca ilegal.
A Área de Conservação da REM e Corredor do Futi tem sido igualmente sujeita à acção nefasta
do homem, resultando em problemas ambientais como a redução das espécies faunísticas como
gazelas, changos, cabritos do mato, porcos do mato, entre outros, devido à caça furtiva.
As áreas localizadas na Cadeia dos Libombos, nas margens dos principais rios e na faixa costeira
com vegetação dunar poderão sofrer os efeitos da erosão quando sujeitas à intensa actividade
humana e medidas de gestão ambiental não forem tomadas.
O conflito Homem/Animal é um problema que tem muito a ver com a disputa do espaço e dos
recursos entre ambos. Resulta na destruição de machambas, casas, viaturas e abate de elefantes e
hipopótamos.
As áreas mais afectadas são Macassane, Malongane, Mamole e Gueveza. Algumas medidas tem
sido tomadas para minimizar os impactos ambientais, que incluem a criação de
17 Com 15 anos ou mais.
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Comités comunitários de gestão dos recursos naturais em Manhihane, Madjadjane, Chia,
Machia, Mussongue, Huco, Gueveza e Massale nos Postos Administrativo de Bela Vista e
Zitundo; plantio de árvores, sensibilização das comunidades contra as queimadas descontroladas
e solução por via legal de casos de violação das Normas do Ambiente.
Embora alguns resultados positivos estejam a ser alcançados tais como uma maior consciência
de valorização dos recursos naturais e do Ambiente, redução das queimadas descontroladas,
diminuição de condução de Quad Bikes sobre as dunas entre outros, a situação geral do
Ambiente no Distrito é ainda bastante preocupante, requerendo acções coordenadas e
multifacetadas para a minimização dos problemas e os seus impactos.
Em algumas zonas turísticas incluindo Ponta do Ouro, ocorreu a ocupação desordenada do
espaço, obstrução de vias de acesso, abertura descontrolada de novos acessos, ausência de áreas
bem definidas para construção de aterros sanitários ou lixeiras entre outros problemas.
Do ponto de vista Ambiental, o impacto do turismo no ambiente é bem visível nas áreas onde a
vegetação dunar foi destruída pela circulação de Quad Bikes ou pela implantação de
empreendimentos turísticos sem a observância de Planos de Gestão Ambiental. Outros impactos
incluem a poluição sonora provocada pelos imponentes Quad Bikes, concentração de lixo em
locais inapropriados, extração ilegal de recursos naturais, compactação e erosão devido à
condução de veículos nas praias, entre outros.
O Governo da Província de Maputo mandatou a Direcção Provincial para a Coordenação da
Acção Ambiental para trabalhar em coordenação com as autoridades locais na elaboração de
Planos de Ordenamento Territorial das Zonas Turísticas do Distrito de Matutuine.
4.2.5.2 Gestão Ambiental
Foi realizada a entrega de plantas aos Líderes Comunitários em algumas localidades dos Postos
Administrativos de Bela Vista, Zitundo, Catembe Nsime, cobrindo 2 novas matas em Zitundo e 2
em Massindla (Bela Vista).
Em relação as florestas comunitárias, os régulos Gumende e Wilson Kumbula do povoado de
Massindla criaram 2 florestas comunitárias de segundo escalão. Nestas florestas foram plantadas
um total de 1740 chanfutas, 500 moringa e 504 tindzivha numa área de cerca de 1.5ha.
Em Zitundo foram criadas 2 novas florestas comunitárias pelo régulo James Tembe, no povoado
de Kuale com cerca de 2400 plantas de canhoeiro e moringas e outra mata de eucalyptus de cerca
de 240 plantas.
Na mesma campanha foi feita a reposição de plantas mortas. Foram no total 690
micaias em Hindane, 1002 eucalyptus em Djabula, 850, 1000 e 750 micaias e
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chanfutas em Macassane, Manhangane e Maduvula respectivamente. Houve um aumento das
áreas de plantio nas florestas já existentes na ordem de 0.5ha em Hindane.
No que concerne a protecção ambiental foram mobilizadas e entregues plantas de sombra para a
criação de Clubes de ambiente as seguintes escolas: (i) da EPC-Bela Vista, (ii) EPC-Madjuva,
(iii) EPC-Ponta do Ouro, (iv) EP-Mudada e (v) ES-Mabilibili.
4.2.5.3 Educação Ambiental
No período em análise registaram-se queimadas, que devastaram uma área de 1512ha, sendo o
Posto Administrativo de Bela Vista o mais afectado com cerca de 400 ha. As causas das
queimadas são essencialmente a renovação do capim para o pasto do gado, a procura de
alimentos para sobrevivência, abertura de machambas, produção de carvão, afugentamento de
animais bravios e beatas de cigarros atiradas por peões.
Devido ao aumento das áreas queimadas foram intensificadas medidas de mitigação que
consistiram na:
• Realização de campanhas de sensibilização às comunidades;
• Identificação e denúncia de piromaníacos;
• Promoção da apicultura.
Com efeito, foram treinadas 50 famílias, sendo 35 Homens e 15 Mulheres no povoado de
Pochane em matéria de apicultura convencional.
Destas famílias treinadas, 36 já receberam e instalaram as colmeias nos locais seleccionados para
a criação da floresta comunitária por um lado, minimizar o desmatamento e queimadas
descontroladas por outro lado.
4.2.5.4 Infraestruturas
Abastecimento de água: Tendo em vista criar sustentabilidade local, tem-se organizado estágios
para a manutenção das bombas Afridev, dirigidos aos membros das comunidades, onde também
têm participado mulheres. Esta instituição tem animadores para o sector, mas o seu trabalho é
dificultado pela falta de meios de transporte para deslocação aos bairros para a manutenção das
bombas. Em relação à participação comunitária, estão em curso esforços que visam a colecta de
contribuições para a manutenção das bombas. As peças sobressalentes para as bombas vêem de
Maputo ou são acessíveis através das lojas do distrito; e
Imóveis na posse do governo distrital: Para além dos edifícios da sede da
Administração, dos Postos Administrativos (muitos em material local) e da
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residência do Administrador, existem várias outras casas de habitação para funcionários,
construídas com material frágil e a necessitar de reabilitação.
De notar que o estado geral de conservação e manutenção das infraestruturas é fraco, a rede de
água insuficiente e as estradas e pontes de difícil trânsito na época das chuvas.
Nas obras públicas e habitações, foi concluída a reabilitação do edifício de funcionamento do
SDPI e continuação da obra da residência para técnicos na Ponta de Ouro, construção de uma
tribuna e palco de betão no mesmo local.
Foi lançado o concurso para a construção dos seguintes edifícios: Lote 1: Construção de
residência do chefe de localidade de Tinonganine; Lote 2: Construção de sala de reuniões de
Bela Vista; e Lote 3: Construção do Edifício Administrativo da PRM.
No que diz respeito a supervisão e fiscalização de obras, foram realizadas um total de 20 visitas
de trabalho, sendo que 17 às obras públicas e 4 às particulares, com o objectivo de garantir o
cumprimento pontual em relação aos prazos e a qualidade das obras Distritais, assim como do
levantamento e quantificação de despesas a serem realizadas para a conclusão de obras
inacabadas do distrito.
444...333 FFFiiinnnaaannnçççaaasss PPPúúúbbbllliiicccaaasss eee IIInnnvvveeessstttiiimmmeeennntttooo
O financiamento do funcionamento dos Governos Distritais e das funções para eles
descentralizadas é assegurado por via de:
(i) Receitas próprias18 que provém da comparticipação das receitas fiscais e consignadas ao
nível Distrital e as correspondentes taxas, licenças e serviços cobrados pelo Governo
Distrital; e
(ii) Transferências ou dotações orçamentais centrais para despesas correntes;
18 Receitas próprias do distrito provenientes de serviços e licenças cobradas fora do território das autarquias locais são: (a) utilização do
património público sob gestão do distrito; (b) ocupação e aproveitamento do domínio público e aproveitamento de bens de utilidade pública; (c)
pedidos de uso e aproveitamento da terra nas áreas cobertas por planos de urbanização; (d) loteamento e execução de obras particulares; (e)
realização de infraestruturas simples; (f) ocupação da via pública por motivo de obras e utilização de edifícios; (g) exercício da actividade de
negociante e comércio a título precário; (h) ocupação e utilização de locais reservados nos mercados e feiras; (i) autorização de venda ambulante
nas vias e recintos públicos; (j) aferição e conferição de pesos, medidas e aparelhos de medição; (k) autorização para o emprego de meios de
publicidade destinados a propaganda comercial; (l) licenças de pesca artesanal marítima e em águas interiores; (m) licenças turísticas nos termos
de legislação específica; (n) licenças para a realização de espetáculos públicos; (o) licenças de caça e abate; (p) licenças e taxas de velocípedes
com ou sem motor; (q) estacionamento de veículos em parques ou outros locais a esse fim destinados; (r) utilização de instalações destinadas ao
conforto, comodidade ou recreio público; (s) realização de enterros, concessão de terrenos e uso de instalações em cemitérios.
Constituem ainda receitas do distrito as taxas e tarifas por prestação dos serviços, nos casos em que os órgãos do distrito tenham sob sua
administração directa, a prestação de serviço público: (a) abastecimento de água; (b) fornecimento de energia eléctrica; (c) utilização de
matadouros; (d) recolha, depósito e tratamento de resíduos sólidos de particulares e instituições; (e) ligação, conservação e tratamento dos
esgotos; (f) utilização de infra estruturas de lazer e gimnodesportivas; (g) utilização de latrinas públicas; (h) transportes urbanos; (i) construção e
manutenção de ruas privadas; (j) limpeza e manutenção de vias privadas; (k) utilização de tanques carracicidas; (l) registos determinados por lei.
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(iii) Transferências ou dotações orçamentais centrais para despesas de investimento (Fundo de
Desenvolvimento Distrital, Fundo de Investimento em Infraestruturas);
(iv) Fundos Sectoriais Descentralizados, nomeadamente dos sectores de águas, estradas,
educação e agricultura;
(v) Donativos provenientes de ONGs, cooperação internacional ou entidades privadas.
O Governo Distrital, sem inclusão das unidades sociais, teve em 2010 e 2011 a seguinte
execução orçamental.
Quadro 27. Execução orçamental (em ‘000 MT)
Rubricas 2010 2011 DESPESA TOTAL 85.008 113.599 Despesa corrente 71.907 98.230 - Despesas com pessoal 61.898 84.158 - Bens e serviços 9.870 13.875 - Outros gastos materiais 139 197 Despesa de Investimento (**) 13.101 15.369 - Fundo de desenvolvimento distrital 5.906 7.749 - Fundo de investimentos em infraestruturas 7.195 7.620 - Fundos sectoriais descentralizados s.i. s.i.
Fonte: Ministério das Finanças, Conta Geral do Estado, 2010, 2011
4.3.1 Fundo Distrital de Desenvolvimento
No âmbito do investimento de iniciativa local (vulgo 7 milhões) o Governo Distrital tem
aprovado e/ou implementado projectos locais de desenvolvimento, cuja evolução é apresentada
na tabela seguinte, consoante a principal finalidade.
Quadro 28. Projectos de iniciativa local financiados (em ´000 MT)
Fonte: Secretaria Distrital
Finalidade dos Projectos
No de Projectos Financiados
Número de Empregos Gerados
Desembolsos (em MT)
Taxa de Reembolso (em %)
2009 2010 2011 2009 2010 2011 2009 2010 2011 2009 2010 2011 Produção de comida - - 5 189 37 6 - - - - - Geração de Emprego - - 12 30 22 30 - - - - - Geração de Rendimento - - 62 60 88 96 - - - - - Total 58 86 79 289 147 132 7.047 5.906 7.749 14.8 26.5 1.1
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4.3.2 Fundo de Investimento em Infraestruturas
Em relação às construções escolares, iniciou-se em finais de 2011 a construção de 2 salas de
aulas na EPC de Pochane.
No que diz respeito às obras que tinham sido previstas para o ano 2009, importa referir que não
começaram este ano porque deu-se prioridade à conclusão das que estavam paralisadas em 2007,
portanto, Bela-Vista (3 salas de aulas e 4 latrinas) - já concluídas, Mudissa (2 salas de aulas) e
Reserva (3 salas de aulas) - já concluídas.
Foi lançado em 2011 o concurso público para a reabilitação do campo da EPC de Bela-Vista,
com vista à torná-lo em polivalente para as seguintes modalidades: futebol de salão, voleibol,
andebol e basquetebol. Esta obra não arrancou por razões de ordem administrativa.
Teve início a reabilitação das instalações de Salamanga e foram inauguradas pela Doutora Maria
da Luz Guebuza, Esposa de Sua Excelência o PR, Armando Emílio Guebuza, 4 salas de aulas e 1
campo polivalente na EPC de Ndlala, Posto Administrativo de Catuane. Estas salas foram
construídas e apetrechadas com o financiamento privado.
Para garantir a implementação do Ensino Profissional no distrito, foi inaugurada uma carpintaria
na Escola Secundária de Mabilibili, cuja sua reabilitação e apetrechamento estiveram a cargo de
uma ONG denominada Time For África.
Foi construído e entregue formalmente um depósito subterrâneo de água com capacidade de
18m³ e caleiras com cerca de 35 ml na Escola Primária de Kuache. Este trabalho foi levado a
cabo pelo empreiteiro denominado “C House”.
Foi recebida da Associação Hluvuku a obra da EP1 de Huco, que consistiu na cobertura de duas
salas de aulas. As obras de construção de 4 salas de aulas e 1 Gabinete na EP1 de Vumendava,
decorreram num ritmo satisfatório, havendo previsão de sua entrega para breve.
Recentemente no âmbito da construção de infraestruturas escolares, foi lançado um concurso
limitado composto por quatro lotes:
• Lote 1- Construção de Caleiras e Cisternas de EPC –Mudada;
• Lote 2 – Construção de Caleiras e Cisternas de EPC – Madjajaje;
• Lote 3 - Construção de Caleiras e Cisternas de EPC – Gwenha;
• Lote 4 - Construção de Caleiras e Cisternas de EPC – Tchutcha.
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Quadro 29. Plano de Obras-2012
Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital de 2011
4.3.3 Fundos Sectoriais Descentralizados
No âmbito de aplicação dos fundos de manutenção de rotina e dos fundos direccionados ao
sector agrário, foi reabilitada da Rua do comércio na sua segunda fase, e no primeiro trimestre de
2012 e foram colocados laces num cumprimento de 250 metros. Em 2011 foi realizada a
manutenção de rotina da estrada Ndlala/ Mabonduene, numa extensão de 13,60km e obras de
melhoramentos Localizadas no troço Tinonganine/Associação numa extensão de 3,5km.
Foi ainda realizado um encontro de troca de experiência com o município de Namaacha sobre a
implementação de projectos de construção na base de pavê, estando agendado um encontro para
o Distrito de Moamba sobre trabalhos envolvendo artesões locais.
444...444 JJJuuussstttiiiçççaaa,,, OOOrrrdddeeemmm eee SSSeeeggguuurrraaannnçççaaa pppúúúbbbllliiicccaaa
A nível do Distrito existem o Registo e Notariado, a Polícia, o Tribunal e a Procuradoria
Distrital, funcionando com dificuldades materiais e orçamentais significativas.
A Polícia da República de Moçambique, está representada no Distrito pelo Comando Distrital
sedeado na Vila sede do Distrito, que funciona nas instalações pertencentes à Cadeia Distrital e
em avançado estado de degradação. Está também representada nos Postos Policiais em Catembe-
Nsime, Catuane, Machangulo, Ponta D’Ouro e Zitundo e conta com um Posto de Controlo
Rodoviário em Salamanga, que está presentemente a beneficiar de obras de
modernização com o apoio da Contra-Parte Sul-africana.
Item Designação da obra Localização Orçamento
1.1.1 Residência do OLE Tinonganine 1.300.000,00 1.1.2 Sala de Reuniões Bela vista 1.900.250,00 1.1.7 Construção do Edifício da PRM Bela vista 1.200.000,00 1.1.8 Tribuna e palco de betão Ponta de Ouro 650.000,00
5.050.250,00
1.2.1 Residência dos Técnicos Kwahle 350.000,00 1.2.2 Residência dos Técnicos Muchocolote 350.000,00 1.2.3 Residência dos Técnicos Nguenha 350.000,00 1.2.4 Residência dos Técnicos Ponta de Ouro 500.000,00
1.550.000,00
1.3.8 Sala de Rx Bela vista 120.000,00
6.720.250,00
1.2 Conclusão
1.3 Reabilitação
1.0 Edifícios 1.1 Construção
Total Total parcial 3 120.000,00
Total parcial 2
Total parcial 1
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Igualmente funcionam os serviços de Alfândegas e Migração no Posto Fronteiriço de Matendene
(Ponta D’Ouro), Posto Administrativo de Zitundo, para além da Polícia de Guarda Fronteira que
opera ao longo da fronteira com a República da África do Sul em Zitundo e com o Reino da
Suazilândia no Posto Administrativo de Catuane.
Os crimes mais frequentes são a violação de fronteira, roubo de gado bovino, roubo e tráfico de
viaturas, produção, venda e consumo de drogas e agressões físicas.
A Delegação do Registo e Notariado, que funciona em instalações próprias na sede do Distrito,
tem dois postos de registo e compete-lhe também representar o Departamento de Assuntos
Religiosos do Ministério da Justiça.
As minas constituíram, em algumas zonas identificadas, uma ameaça à segurança da população e
ao desenvolvimento económico. A acção de desminagem em curso no país desde 1992, tem
permitido diminuir o seu risco, sendo hoje a situação existente no país e neste distrito controlada
e conhecida.
444...555 CCCooonnnssstttrrraaannngggiiimmmeeennntttooosss eee PPPeeerrrssspppeeeccctttiiivvvaaasss
No geral, de acordo com o Governo Distrital, são os seguintes os principais constrangimentos
observados durante a governação dos últimos anos:
• Descentralização tardia dos Fundos;
• Conflito Homem/Fauna Bravia;
• Falta de uma instituição bancária em Bela Vista;
• Insuficiência de escolas do ensino secundário;
• Estado avançado de degradação do edifício do Comando Distrital da PRM;
• Deficiente do sistema de abastecimento de água em Bela-Vista e Salamanga;
• Degradação das vias de acesso;
• Insuficiência do combustível.
No geral, de acordo com o Governo Distrital, são os seguintes os principais desafios existentes:
• Sensibilizar as entidades competentes com vista a descentralização atempada de fundos;
• Concluir a construção da vedação da Reserva Especial de Maputo;
• Interagir com os bancos comerciais com vista ao seu estabelecimento na Bela Vista;
• Iniciar a construção da Escola Secundaria no Distrito na zona de expansão;
• Construir o edifício do Comando da PRM;
• Melhorar a cobertura do abastecimento de água;
• Melhorar as vias de acesso;
• Sensibilizar as gasolineiras para o aumento das bombas de combustível.
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555 AAAccctttiiivvviiidddaaadddeee EEEcccooonnnóóómmmiiicccaaa
555...111 PPPooopppuuulllaaaçççãããooo eeecccooonnnooommmiiicccaaammmeeennnttteee aaaccctttiiivvvaaa De um total de 40 mil habitantes em 2012, 23 mil estão em idade de trabalho (mais de 15 anos).
Quadro 30. População segundo a condição de actividade19
Total Homens Mulheres
Total 23,336 11,165 12,171 Trabalhou 70.8% 73.2% 68.6% Não trabalhou, mas tem emprego 0.6% 0.7% 0.4% Ajudou familiares 1.3% 1.1% 1.4% Procurava novo emprego 0.1% 0.1% 0.1% Procurava emprego pela 1ª vez 0.8% 1.3% 0.4% População economicamente activa 20 73.5% 76.4% 70.9% Doméstico(a) 8.0% 2.2% 13.3% Somente estudante 8.5% 10.4% 6.8% Reformado(a) 0.5% 0.9% 0.2% Incapacitado(a) 3.8% 3.4% 4.1% Outra 5.7% 6.7% 4.7% População não activa 26.5% 23.6% 29.1%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
Verifica-se que 74% da população de 15 anos ou mais (17 mil pessoas) constituem a população
economicamente activa (PEA) do distrito. O nível da participação masculina na PEA é superior à
feminina: 76% contra 71%. A população não economicamente activa (26%) é constituída
principalmente por mulheres domésticas e estudantes a tempo inteiro.
Figura 13. População com 15 anos ou mais, segundo a actividade
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
19 Referido a situação na semana anterior a realização do Censo 2007. 20 Segundo recomendações internacionais, a PEA é a população que participa na actividade económica com 15 anos de idade e
mais. A PEA compreende, pois, as pessoas que trabalham (ocupadas) e as que procuram activamente um trabalho (desocupadas), incluindo aquelas que o fazem pela primeira vez. A análise da PEA que é apresentada nesta secção seguiu esta recomendação.
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A distribuição da população economicamente activa indica que 49% são camponeses por conta
própria, na sua maioria mulheres. A percentagem de trabalhadores assalariados é de 35% da
população activa e é dominada por homens (as mulheres assalariadas representam 15% da
população activa feminina e 55% no caso dos homens).
Quadro 31. População activa21, ocupação e ramo de actividade, 2007
RAMOS DE ACTIVIDADE TOTAL
OCUPAÇÃO PRINCIPAL
Assalariados Comerciantes
& Trabalhadores Empresário Outras e
Total Técnicos Operários Serviços Artesãos Camponeses Patrão desconhecido
Total 100.0% 34.8% 3.1% 6.0% 25.7% 4.7% 49.3% 0.7% 10.4%
- Homens 100.0% 55.3% 4.7% 6.7% 43.9% 2.8% 24.7% 1.0% 16.3%
- Mulheres 100.0% 15.2% 1.6% 5.3% 8.3% 6.5% 72.9% 0.4% 4.9% Agricultura, silvicultura e pesca 100.0% 24.7% 0.0% 0.3% 24.3% 0.1% 69.1% 0.0% 6.1% Indústria, energia e construção 100.0% 88.4% 1.2% 2.0% 85.2% 0.1% 0.2% 0.3% 11.0% Comércio, Transportes Serviços 100.0% 49.7% 14.4% 26.5% 8.8% 22.1% 0.2% 3.2% 24.9% [1] Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
Figura 14. População activa, segundo a ocupação principal
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
A distribuição segundo o ramo de actividade reflecte que a actividade dominante no distrito é
agrária, que ocupa 71% da população activa do distrito. O comércio e outros serviços tem tido
uma importância crescente, ocupando já 21% da população activa do distrito.
21 Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.
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Quadro 32. População activa22, ocupação e ramo de actividade, 2007
RAMOS DE ACTIVIDADE TOTAL
OCUPAÇÃO PRINCIPAL
Assalariados Comerciantes Trabalhadores Empresário Outras e
Total Técnicos Operários Serviços e Artesãos Camponeses Patrão desconhecido
Total 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0%
- Homens 48.9% 77.7% 73.6% 54.7% 83.5% 28.8% 24.5% 68.4% 76.2%
- Mulheres 51.1% 22.3% 26.4% 45.3% 16.5% 71.2% 75.5% 31.6% 23.8% Agricultura, silvicultura e pesca 71.3% 50.5% 0.8% 4.0% 67.2% 1.0% 99.9% 4.3% 41.9% Indústria, energia e construção 7.7% 19.6% 2.9% 2.6% 25.5% 0.1% 0.0% 3.4% 8.1% Comércio, Transportes Serviços 21.0% 30.0% 96.3% 93.4% 7.2% 98.8% 0.1% 92.3% 50.0%
[1] Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez. Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
Figura 15. População activa, segundo o ramo de actividade
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
555...222 PPPooobbbrrreeezzzaaa eee SSSeeeggguuurrraaannnçççaaa AAAllliiimmmeeennntttaaarrr
Este distrito apresenta um agravamento no Índice de Incidência da Pobreza23 desde um nível de
64% em 1997 para 78% no ano de 200724.
22 Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez. 23 O Índice de Incidência da Pobreza (poverty headcount índex) é a proporção da população cujo consumo per capita está
abaixo da linha da pobreza. 24 Relatório da Pobreza e Bem-Estar em Moçambique: 3ª Avaliação Nacional - Ministério da Planificação e Desenvolvimento,
Direcção Nacional de Estudos e Análise de Políticas, Outubro de 2010 (District Poverty Maps for Mozambique: 1997 and 2007 Based on consumption adjusted for calorie underreporting).
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A vulnerabilidade alimentar em períodos de seca afecta várias localidades do distrito. Para fazer
face a esta situação, as autoridades distritais lançaram um plano de acção para redução do
impacto da estiagem incluindo sementes e culturas resistentes e introdução de tecnologias
adequadas ao sector familiar.
Estima-se que 10% da sua população, sobretudo os camponeses de menos posses, principalmente
idosos e famílias chefiadas por mulheres, esteja em situação potencialmente vulnerável. Este
problema é atenuado pelo facto de a zona beneficiar de uma razoável integração de mercados e
ter acesso a actividades geradoras de rendimento e do comércio com a RSA.
A falta de emprego local faz com que, para além da venda de bebidas tradicionais e da pesca, o
trabalho dos emigrantes nos países vizinhos se torne uma fonte importante de rendimento para as
famílias de Matutuíne.
555...333 IIInnnfffrrraaaeeessstttrrruuutttuuurrraaasss dddeee bbbaaassseee
5.3.1 Rede rodoviária
A rede de estradas do Distrito é é constituída por 20 vias, maioritariamente de terra batida, com
um total de 769 km (primárias 181km, secundárias 156km, terciárias 110km e vicinais com
75km) de estradas classificadas e 247 km de estradas não classificadas.
Estas estradas estão, em geral, a necessitar de manutenção urgente (o índice de estradas em boas
e razoáveis condições de transitabilidade é de 55% em 2011).
Quadro 33. Estradas existentes
Localização Extensão
(km) Classificação Transitável Reabilitada
sim não sim não Bela-Vista-Ponta D`Ouro 71 EN 201 X X Catembe-Bela-Vista 45 EN 201 X - X - Porto Henrique-Bela Vista 35 EN 202 X - X - Porto Henrique-Catuane 78 EN 3 X - - - Salamanga-Manhoca 63 EN X - - X Zitundo-Manhoca 48 NC X - - X Gala-Machangulo 81 NC X - - X Salamanga-Catuane via Tinong. 65 ER 573 X - - X Bela Vista-Machangulo 95 NC X - - X Hindane-Munganzine 32 ER X - - X Bela Vista-Mabilibili 7 NC X - X - Salamanga-Massohane 12 NC X - - X Hindane-Djabula 25 ER X - X -
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Localização Extensão
(km) Classificação Transitável Reabilitada
sim não sim não Djabula-Tinonganine 20 ER X - - X Manhoca-Chovane 30 NC X - - X Salamanga-Reserva 12 NC X - - X Nsime-Mungazine via Filipe 10 NC X - X - Catuane-Madubula 2/ Ncassane 41 NC X - X Ncassane-Djabula 13 NC X - X - Mahau-Ncassane 11 NC X - - X
Fonte: SDPI Nota: EN – Estrada Nacional, ER – Estrada Regional, NC – Não Classificada O Distrito possui também várias pontes na sua maioria em betão, transitáveis, e em menor escala
em madeira e ferro que reclamam por reabilitação.
Quadro 34. Pontes Existentes Localização Classificação
Sob a linha férrea Chelene Betão - armado Sob o rio Futi – Zitundo Betão - armado Sob o rio Maputo- Salamanga Betão - armado Sob o rio Tembe Hindane Betão - armado Sob o rio Nsele – Zitundo Madeira Sob o rio Futi – Madjadjane Madeira Sob a linha férrea Mudada Betão - armado Sob o rio Futi – Manhoca Ferro Mahau – Catuane Betão - armado Manhangane – Catuane Betão - armado
Fonte: SDPI O Distrito conta com um total de 25 rotas de transporte de passageiros no activo e operam nestas
rotas, 59 viaturas (43 são de caixa fechada e 16 de caixa aberta). O Distrito iniciou um processo
de articulação com os transportadores visando o seu licenciamento bem como o pagamento das
taxas de estacionamento. Para as visitas de contacto com as comunidades, os Chefes dos Postos
Administrativos muitas vezes são obrigados a percorrer a pé distâncias de 30 a 50 km.
5.3.2 Rede ferroviária O Distrito dispõe de uma linha férrea, o Ramal de Salamanga, que parte do entroncamento da
Linha de Goba em Boane ao Distrito de Matutuíne junto à mina de extracção de calcário no
Povoado de Mudada e possui uma extensão de 60 Km. Antes do conflito armado, esta linha
serviu para circulação de comboios de passageiros e de carga, revelando grande importância para
a economia do Distrito. Actualmente, esta linha serve para a circulação de comboio de carga para
escoamento do calcário que é usado no fabrico de cimento.
5.3.3 Aeródromos Existem dois aeródromos, o da Ponta do Ouro com pista asfaltada a merecer obras
de beneficiação e o de Machangulo em terra batida inaugurado em 2007.
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5.3.4 Telecomunicações e Correios
O distrito é servido por uma rede de telecomunicações fixa e três móveis, existindo também uma
delegação dos Correios de Moçambique. O acesso à Internet pode ser efectuado nas zonas
servidas por rede fixa e móvel de telecomunicações.
No Distrito de Matutuine existem 4 centrais telefónicas (com a capacidade de 24 linhas cada em
Bela Vista, Salamanga e Zitundo e de 48 na Ponta D’Ouro).
São visíveis os sinais televisivos da TVM, Miramar, Tim e, com muitas dificuldades o canal da
STV Soico em Bela Vista, Catembe-N´sime e Machangulo. Para Catuane e Zitundo é através de
sinais regionais (África do Sul e Suazilândia) que o acesso é possível.
O Distrito dispõe de rádios de comunicação com as quais estabelece comunicação com os outros
Distritos da Província de Maputo. Existem três rádios de comunicação, sendo 1 do Governo
Distrital, 1 do Comando Distrital da Polícia e 1 dos C.F.M.
5.3.5 Abastecimento de Água
O Distrito conta com um total de 93 fontes dispersas, 83 operacionais e 10 inoperacionais.
Durante o ano 2011, foram construídos 6 furos e reabilitados 10. A situação continua crítica em
algumas áreas periféricas da Bela Vista Sede, Catuane, Zitundo, Machangulo e Catembe Nsime,
onde ainda existem pessoas que andam longas distâncias para acarretar água.
O Distrito conta ainda com um 7 PSAA operacionais servindo cerca de 15 mil pessoas (Bela-
vista sede, Salamanga, Tinonganine, Zitundo sede, Machangulo, Malongane e Catuane) e 3 não
operacionais ou deficientes (Djabula, Mungazine e Ponta de Ouro). De referir que em 2011 a
taxa de cobertura da rede de água está estimada em 60%.
Em geral, a qualidade da água é baixa, sendo salobre em muitos casos, resultante do fundo
calcário típico de quase todo o Distrito de Matutuine, especialmente no PA de Bela Vista.
5.3.6 Energia Eléctrica
Até final de 2002, a energia eléctrica na Sede do Distrito era fornecida através de 2 grupos
geradores, um DEUTZ com 115KVA e outro FIAT com 125KVA, num estado obsoleto sempre
criavam problemas aos seus consumidores.
Em 2003, entrou em funcionamento da subestação de energia eléctrica de Mudada e, no âmbito
do projecto Electricidade II, as vilas da Bela Vista e da Ponta do Ouro e as localidades de
Salamanga, Reserva Especial de Maputo, Nhonguane (Santa Maria), Mamoli e
Zitundo, passaram a beneficiar da energia de Cabora-Bassa, 24 horas por dia.
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Foi concluída a construção da linha de energia eléctrica em Catuane e Catembe-N´sime, assim,
todas sedes dos Postos Administrativos estão ligadas a rede eléctrica de Cabora Bassa.
Tinonganine e Djabula são beneficiários com instalações de energia solar.
A dispersão populacional e o fraco poder económico de grande parte dos habitantes do distrito
são factores que devem ser tomados em conta na planificação da expansão e fornecimento de
energia eléctrica.
555...444 UUUsssooo eee CCCooobbbeeerrrtttuuurrraaa dddaaa TTTeeerrrrrraaa
A administração distrital tem intervindo em vários conflitos ligados à posse da terra, para cuja
solução e moderação, tem contribuído a DADR (Serviços de Geografia e Cadastro) em
coordenação com anciãos influentes localmente. A pressão sobre a posse de terra nas zonas
ligadas à Ponta do Ouro tem colocado frequentemente questões deste tipo em que o Chefe do PA
tem sido chamado a solucionar.
Quadro 35. Uso e Cobertura da Terra Classe Área (ha) (%)
Cultivado Sequeiro 14,267 2.7 Cultivado Irrigado 5,257 1.0 Plantações 1,364 0.3 Área Habitacional Semi Urbanizada 346 0.1 Área Habitacional Não Urbanizada 303 0.1 Zona de Produção e Transporte 118 0.0 Solo Sem Vegetação 6,421 1.2 Formação Herbácea Inundável 29,807 5.6 Formação Herbácea Inundada 22,776 4.3 Mangais (localmente degradados) 5,256 1.0 Formação Herbácea Degradada Inundável 944 0.2 Formação Herbácea 74,737 14.0 Moita (arbustos baixos) 36,484 6.8 Matagal Médio 117,824 22.0 Matagal Alto 59,733 11.2 Matagal Aberto 38,924 7.3 Formação Herbácea Arborizada 80,492 15.0 Formação Herbácea Com Árvores Anãs Emergentes 7,061 1.3 Floresta de Baixa Altitude Aberta 1,786 0.3 Floresta de Baixa Altitude Fechada 20,530 3.8 Lagos, Lagoas 8,853 1.7 Margens de Rio 1,875 0.4 TOTAL 535,159 100.0
Fonte: Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção (CENACARTA).
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A distribuição espacial efectiva do uso da terra, na base dos mapas de Concessões e de Uso da
Terra é a seguinte:
• Agricultura comercial irrigada, praticada ao longo do Rio Maputo
• Agricultura de sequeiro, disperso, um pouco por todo o distrito mas com maior
predominância a Oeste do Rio Maputo e no Posto Administrativo de Catembe Nsime.
• Agropecuária e Pecuária, fundamentalmente ao longo do Corredor do Rio Maputo,
Corredor do Futi e na extensão do Posto Administrativo de Catuane
• Reserva Especial de Maputo e Corredor de Futi; Zona de Vigilância Especial a Sul da
REM e Floresta Licuáti, são Áreas de Conservação.
• Terras habitadas com densidade elevada associada à agricultura praticada ao longo do
Rio Maputo e às Vilas da Bela Vista e Salamanga;
• Terras habitadas com densidade baixa, associadas ao Turismo na Ponta do Ouro,
Zitundo-Sede e Machangulo.
A restante informação desta secção25 foi extraída dos resultados do Censo Agropecuário
realizado pelo INE em 2009/10 e tem por objectivo descrever os traços gerais que caracterizam a
base agrícola do distrito.
O distrito possui cerca de 7.200 explorações agrícolas com uma área média é de 1 hectare, sendo
cerca de 95% ocupadas com a exploração de culturas alimentares.
Figura 16. Explorações segundo a sua utilização
Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agropecuário, 2009-2010
25 Apesar das reservas a colocar na representatividade dos dados ao nível distrital, a sua análise permite observar tendências e os principais aspectos estruturais.
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Com um grau de exploração familiar dominante, 56% das explorações do distrito têm menos de
1 hectare.
Figura 17. Explorações por classes de área cultivada
Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agropecuário, 2009-2010
Na sua maioria os terrenos não estão titulados e, quando explorados em regime familiar, têm
como responsável o homem da família, apesar de na maioria dos casos ser explorada por
mulheres a trabalharem sozinhas ou com a ajuda das crianças da família. A maioria da terra é
explorada em regime de consociação de culturas alimentares.
Para além do sector familiar agrícola, existe um sector empresarial relativo, incluindo
agricultores privados, associações e cooperativas agropecuárias e criadores de gado com 8
tanques carracicidas operacionais.
555...555 SSSeeeccctttooorrr AAAgggrrrááárrriiiooo
5.5.1 Infraestruturas e equipamento26
No distrito existem 1.457 ha de pequenos e médios regadios, necessitando de reparações e
manutenção urgentes (só 201 ha estão operacionais).
Desta infraestrutura faz parte, em apoio ao sector familiar, 22 ha de pequenos regadios (só 15
estão operacionais), com infraestrutura de rega por gravidade e com motobombas, utilizados para
a produção de hortícolas.
26 Extraído do Plano de Desenvolvimento do Sector Agrário da Província, elaborado pela DPADR. Segundo informações
recebidas está na sua fase final um inventário detalhado dos regadios do País (FFHA) , que permitirá actualizar esta informação.
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Para além desta infraestrutura existe capacidade de armazenagem, centros de recolha de leite, e
tanques carracicidas, que necessitam de reabilitação para reforçar o capital agrícola do distrito.
Não existe uma cadeia formal de comercialização no distrito. São realizadas periodicamente
feiras para venda de produtos agrícolas e gado na Bela Vista, Salamanga e nos postos
fronteiriços de Puza e Manhoca, que são bastante concorridas.
5.5.2 Zonas agro-ecológicas e produção
De um modo geral, a agricultura no distrito é praticada em explorações familiares de 1 hectare,
em média, e em sequeiro e regime de consociação de culturas com base em variedades locais.
O regadio do vale do Maputo, as represas e pequenos regadios no rio Tembe e na lagoa Manjene
são algumas das poucas regiões do distrito com recurso a regadio e à tracção animal e tractores.
A agricultura é praticada, em geral, usando técnicas tradicionais para aumentar a fertilidade da
terra, não se recorrendo a investimentos externos dispendiosos. As técnicas tradicionais mais
utilizadas são o pousio, as queimadas para a preparação da terra, os adubos verdes e o estrume,
principalmente para as hortícolas.
A produção depende fundamentalmente da mão-de-obra dos membros do agregado e dos
esquemas de entreajuda existentes entre algumas famílias camponesas, sendo a alimentação
básica constituída por cereais e tubérculos, acompanhados de verduras, feijões, amendoim, peixe
e carne de caça.
As principais culturas de rendimento são a batata-doce, mandioca, hortícolas e cana sacarina
(para consumo local e bebidas). A falta de sementes é a principal limitação que afecta estas
culturas, para além da estiagem, falta de sistemas de rega, a falta de hábito, a escassez de terra e
a ocorrência de pragas.
A bananeira, a mangueira, a papaieira, a laranjeira, a massaleira e a macuacua são as árvores
mais abundantes em Matutuíne.
Para além do sector familiar, existem 12 associações agropecuárias que se dedicam a criação de
gado e ao cultivo de culturas de subsistência e de rendimento (milho, arroz, hortícolas e banana).
As Associações da Fábrica de Cal, Tinonganine, Brasília, Manhangane, Chucha e de Salamanga
possuem uma moto-bomba cada e a de Macassane possui, para além de duas moto-bombas, duas
maquinetas de agro-processamento de arroz.
O sector empresarial (a desenvolver), inclui cerca de 30 empresas agropecuárias, e dedica-se à
criação de gado bovino (de corte), caprino e suíno, e ao cultivo de milho arroz,
feijões e hortícolas (tomate, cebola e couve).
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Na campanha agrícola 2010/2011 foram produzidas cerca de 79.484ton de alimentos diversos,
representando um grau de crescimento de 24% em comparação ao igual período da campanha
anterior.
Quadro 36. Produção agrícola, por principais culturas: 2009-2011
Campanha 2009/2010 Campanha 2010/2011 Principais Área (ha) Produção Área (ha) Produção Culturas Semeada (Toneladas) Semeada (Toneladas)
Milho 6.660 6.220 9.560 9.492
Arroz 1.730 4.250 1.830 4.680
Amendoim 2.250 1.025 2.896 1.512
Feijões 2.900 1.523 2.746 1.428
Batata Reno 65 1.855 70 1.950
Batata-doce 790 9.440 990 12.880
Mandioca 3.400 35.350 4.420 43.200
Tomate 2.293
1.428 2.250
1.490
Repolho 1.446 1.492
Cebola 1.250 1.360 TOTAL DO DISTRITO 20.088 63.787 24.762 79.484 Fonte: SDAE
5.5.3 Pecuária
O Distrito de Matutuine possui um potencial considerável de terras para a produção
agropecuária. Segundo estudos existentes, o sopé dos Libombos é classificado como uma área de
pastos de primeira classe. Fora desta faixa ocorrem manchas territoriais descontínuas ao longo
dos principais vales fluviais e planícies de inundação que apresentam bons resultados da
capacidade de carga. Os sopés dos Libombos e o vale do rio Maputo atingem níveis na ordem
dos 3.5 – 4.0 ton/ha/ano. A faixa central do Distrito apresenta valores moderados, enquanto que a
faixa costeira apresenta valores mais baixos de capacidade de carga.
O fomento pecuário, porém, tem sido fraco. Porém, com o investimento privado e a tradição na
criação de gado e uso de tracção animal, o efectivo bovino recuperou, tendo atingido em 2012 30
mil cabeças.
Quadro 37. Efectivo Pecuário, 2011-12 Espécie 2011 2012 Bovina 29.091 30.008 Caprina 33.919 39.503 Ovina 3.535 3.682 Suína 5.725 5.036 Bufalina 17 11 Cavalar 24 22 Avícola 53.725 54.405
Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital de 2012
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Apesar do quadro anterior mostrar algum crescimento na produção de bovinos, tal está muito
aquém das capacidades do distrito se recorrermos à História de produção de gado bovino desde
os tempos passados.
Projectos de Fomento pecuário e Actividades de Extensão Rural tem estado a apoiar os
produtores através de campanhas de vacinação, distribuição de cabeças de gado e treinamento
específico.
O distrito conta com uma equipa de 7 extensionistas que tem estado a trabalhar nas comunidades
dos Postos Administrativos de Bela-Vista, Catembe-Nsine, Catuane e Zitundo, assistindo mais
de 3200 famílias, das quais 2560 são chefiadas por mulheres e 640 por homens.
Para além da Pecuária, os Extensionistas dão seu apoio a outras actividades, tais como:
treinamento e formação na Apicultura, no combate a NewCastle, desparasitação, plantio de
árvores de fruta e de sombra em wood-lotes, tendo fomentado no seu programa nas espécies de
abacateiras, bananeiras, goiabeiras, laranjeiras, limoeiros, mangueiras, papaieiras, toranjeiras,
ananaseiros, coqueiros, casuarinas, eucaliptos e abertura de campos de multiplicação de sementes
nas comunidades e escolas. Promovem a instalação de pequenos sistemas de regadio nas
associações de Fábrica de Cal, Macassane área de expansão, Machia, Tinonganine, Brasília,
Nguenha, Manhangane e Salamanga, com uma área média de 20 ha cada.
Existem no distrito, 21 tanques carracicidas, dos quais funcionam apenas 4, sendo 3 do Estado e
1 privado, distribuídos do seguinte modo: 1 em Catuane, 1 em Filipe, 1 em Zitundo e 1 em
Mahau, este último privado. São feitos banhos de mergulho em tanques carracicidas uma vez por
semana durante o tempo do pasto abundante.
Os animais domésticos mais importantes para o consumo familiar são a galinha, o pato, o coelho,
a ovelha, o porco, o cabrito e o boi, sendo este três últimos também importantes para
comercialização pelo sector familiar. Bois e burros são também usados como animais de tracção.
5.5.4 Exploração florestal, de fauna bravia e apicultura
Estas actividades são subsidiárias e as comunidades tem-nas praticado para aumentar a renda e
suprir as necessidades diárias de sobrevivência.
A Exploração florestal consiste no abate de árvores para a produção de lenha e carvão. Apesar de
conferir alguns benefícios aos praticantes locais, esta actividade tem resultado em maiores
benefícios aos que procedem à venda de carvão e lenha nos mercados da Cidade de Maputo,
pois, estes o fazem a preços bastante elevados relativamente ao custo de aquisição. Para além
deste inconveniente, o abate deste recurso precioso deixa no Distrito sérios
problemas ambientais. Existem evidências de que mesmo a Floresta de Licuáti,
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considerada uma área de conservação, não tem escapado ao abate indiscriminado de árvores para
efeitos de comercialização.
No que concerne à exploração faunística, o Distrito enfrenta o dilema de, por um lado, por razões
históricas as comunidades locais preferirem a carne de caça para alimentação, e por outro, ter
que pôr em prática acções de controlo e fiscalização para evitar o abate de muitas das espécies
faunísticas que são actualmente protegidas por Lei.
Facto interessante é que grandes quantidades de carne de caça tem sido comercializadas nos
mercados locais e também na Cidade de Maputo, o que pressupõe haver outras motivações para
além do simples consumo por parte das comunidades locais.
As queimadas descontroladas associam-se à caça furtiva e ameaçam os esforços de conservação
dos preciosos recursos naturais que o distrito ainda possui.
A Apicultura, apesar de ainda ser uma actividade pouco praticada, ela merece ser estimulada e
divulgada por todas as comunidades do distrito nas áreas onde sua prática é possível.
Actualmente esta actividade é mais praticada em Bela–Vista, Madjadjane, Ngomene
(Machangulo), Gala e Madubula.
Para além de apicultores tradicionais, existem também alguns que tem beneficiado de acções de
formação sobre formas mais avançadas de desenvolver a actividade. Os produtos resultantes da
prática da apicultura, como o mel, tem sido vendidos nos mercados locais e também nos da
Província e Cidade de Maputo, embora em pequena escala.
Em 2011 foram treinadas 50 famílias, sendo 35 Homens e 15 Mulheres no povoado de Pochane
em matéria de apicultura convencional. Destas famílias treinadas, 36 já receberam e instalaram
as colmeias nos locais seleccionados para a criação da floresta comunitária e para minimizar o
desmatamento e queimadas descontroladas.
555...666 PPPeeessscccaaasss
A actividade pesqueira no distrito de Matutuine constitui uma das alternativas económicas e de
sobrevivência usada fundamentalmente pelas comunidades locais. Ela é praticada pelas
comunidades costeiras em Machangulo e as que vivem junto dos Rios Maputo, Tembe e Futi e
das lagoas Piti, Chingute, Gala, Nwachane e Nwachembe.
O potencial pesqueiro do distrito ainda não é suficientemente explorado, apenas em Machangulo
se verifica uma relativa dinâmica de exploração dos recursos pesqueiros, onde para além de
servirem de fonte alimentar, os mesmos são comercializados nos mercados da Cidade de
Maputo.
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Através do Fundo Distrital de Desenvolvimento alguns pescadores organizados em Associações
tem beneficiado de instrumentos de trabalho como redes de pesca, motores para barcos, etc. que
tem contribuído para o aumento da produtividade e produção pesqueiras.
Apesar da existência destes beneficiários, a situação geral no distrito é de extrema carência de
meios de trabalho e de ausência de conhecimentos sobre como desenvolver a actividade
pesqueira de forma sustentável. A falta de observância de épocas de defeso e a prática de pesca
em lagoas proibidas para o exercício da actividade são ainda prevalecentes.
555...777 IIInnndddúúússstttrrriiiaaa
No que respeita à indústria, o distrito conta com uma unidade de extracção de calcário para o
fabrico de cimento localizada na zona de Mudada. Está em construção a fábrica de cimento no
povoado de Mudada na zona 24. Existe uma fábrica de descasque de arroz localizada na vila de
Bela Vista e outra em construção na sede da localidade de Tinonganine (Santaca). Existem,
ainda, 7 padarias das quais 5 operacionais e 2 não operacionais e 10 fornos, dos quais 9
operacionais e 1 não operacional.
555...888 CCCooommmééérrrccciiiooo
A venda de produtos de carpintaria, carvão, lenha, artesanato, venda de sura e o comércio com a
África do Sul têm-se desenvolvido e surgem como alternativa imediata à actividade agrícola, ou
prolongamento da sua actividade.
O distrito mantém ligações comerciais com a capital do país e com países vizinhos, onde os
habitantes compram e vendem produtos. A maior parte dos produtos locais são transaccionados a
nível familiar nos mercados do distrito, e não é frequente deslocarem-se ao distrito comerciantes
de fora com o intuito de os adquirir.
Ao nível do comércio, o distrito conta com 105 estabelecimentos e bancas de mercados. O
abastecimento de produtos da primeira necessidade às populações decorre normalmente, embora
algumas localidades não tenham estabelecimentos comerciais, sendo e as populações abastecidas
pelo mercado informal.
Ao nível de estabelecimentos de alojamento, restauração e bares, a tabela seguinte apresenta os
resultados do levantamento efectuado pelas autoridades distritais.
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Quadro 38. Estabelecimentos de alojamento e restauração, 2011
Posto Administrativo Alojam. Restaur. Pastelaria
c/ mesa Bares Snack bar Quiosque
Prestação de
serviços Camas Empregos
Bela Vista 6 2 1 9 2 18 6 60 243
Machangulo 15 1 - - - - - 720 192
Zitundo 50 18 4 15 10 30 20 3520 1250
TOTAL 71 21 5 24 12 48 24 4300 1.685 Fonte: SDAE
O Distrito conta com 2 Postos de abastecimento de combustível, sendo 1 em Bela Vista e outro
na ponta D´ouro-Zitundo. Está em curso a tramitação do projecto para instalação de mais 1 Posto
de abastecimento na Localidade de Salamanga-Bela Vista.
555...999 TTTuuurrriiisssmmmooo eee EEEnnnqqquuuaaadddrrraaammmeeennntttooo RRReeegggiiiooonnnaaalll
Do ponto de vista físico, o distrito é definido pelas bacias dos rios Maputo e Tembe. O distrito
está directamente ligado ao desenvolvimento destas importantes bacias na Província de Maputo,
onde decorre a implementação de Projectos de Desenvolvimento Rural com base no
aproveitamento dos recursos hídricos e outros naturais. A região de influência directa no
distrito é a que abrange o Grande Maputo bem como os países vizinhos.
Fonte: PEDD 2009-2013.
O distrito apresenta condições naturais, riqueza ecológica e paisagística que constitui um enorme
atractivo de investimentos por parte do capital fortemente concentrado na Cidade de Maputo,
principalmente nas áreas agrícola e agropecuária.
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Na Cidade de Maputo está localizado um dos melhores Aeroportos Internacionais ao nível da
Região Austral de África, que constitui a porta de entrada para turistas internacionais cujo fluxo
tende a subir gradualmente.
O Distrito tem uma fronteira com Suazilândia e África do Sul, a maior potência económica na
Região da África Austral, o que à partida privilegia os investidores Sul-Africanos com grandes
interesses nas áreas de turismo, comércio, agricultura e pecuária.
Foi lançado o Projecto Âncora da Ponta D’ouro, Iniciativa de Desenvolvimento Espacial dos
Libombos, representando uma oportunidade única para investir em agricultura e turismo em
Moçambique, África do Sul e Swazilândia, cuja área de acção abrangerá o Distrito de Matutuíne,
através da projetada rota dos Libombos e projecto Rodoviário.
No âmbito da Iniciativa de Desenvolvimento Espacial dos Libombos (IDEL), um programa
conjunto de desenvolvimento dos Governos de Moçambique, África do Sul e Suazilândia, A
criação da rota dos Libombos beneficiou de desenvolvimentos recentes na região, incluindo, a
isenção de vistos entre os três países, o melhoramento de postos fronteiriços, um programa de
controlo da malária altamente bem sucedido e a construção da Estrada dos Libombos (R22)
ligando Hluhluwe à fronteira de Moçambique e eventualmente Maputo. Essa rota tem um
elemento único regional, incorporando Moçambique, África do Sul e Swazilândia, atravessando
florestas, vales, desfiladeiros e descendo até a costa.
A estrada Maputo-Witbank no âmbito do Projecto do Corredor de Maputo é uma iniciativa que
reforça as influências regionais sobre o Distrito de Matutuine através de uma via ampla e bem
sinalizada que permite maior escoamento de tráfego turístico e comercial de e para Matutuine.
Acordos Regionais entre Moçambique, África do Sul e Swazilândia permitiram o
estabelecimento da ACTF de Usuthu/Tembe/Futi que se espera venha a permitir maior
circulação e movimento de fauna bravia e um cada vez mais crescente desenvolvimento turístico
e económico da Região em Geral e do Distrito de Matutuine em particular.
Acresce-se a esta iniciativa de Conservação e Desenvolvimento, a proposta de estabelecimento
da Zona Marinha Protegida da Ponta do Ouro no âmbito da Aplicação do Conceito de Zona
Marinha Protegida Transfronteira dos Libombos
Para além da maior circulação e movimento de fauna bravia entre os países, os Acordos
regionais preconizam o desenvolvimento da Rota Turística dos Libombos que vai permitir a
ligação rápida entre os diferentes locais turísticos que caracterizam a Região e,
consequentemente um maior fluxo de turistas a escalar o Distrito de Matutuine em particular.
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555...111000 VVVeeeccctttooorrreeesss dddeee DDDeeessseeennnvvvooolllvvviiimmmeeennntttooo eee CCCaaadddeeeiiiaaasss dddeee VVVaaalllooorrr27
O Distrito de Matutuine seleccionou 3 vectores de desenvolvimento num leque de vários
produtos/serviços a destacar: Gado bovino, Arroz e Turismo.
Gado Bovino Situação Actual e Problemas Potencialidade e a sua cadeia
de valor Soluções e Oportunidades de Negócio
Insumos: O efectivo actual é de apenas 29.000 cabeças de gado
O potencial do Distrito é de 100.000 cabeças
Fomentar a produção de gado bovino em 71.000 cabeças de gado
Actualmente existem 8 tanques carracicidas operacionais
São necessários 21 tanques carracicidas para atender adequadamente o potencial total de gado
Construção/reabilitação de 13 tanques carracicidas.
Actualmente são vacinadas apenas 5.300 cabeças de gado/ano
Necessárias vacinas para 100% dos efectivos bovinos
Aquisição de kits para a vacinação da totalidade dos efectivos bovinos
A infraestrutura actual permite apenas o abeberamento do efectivo de 29.000 cabeças de gado bovino
Criação de pontos de abeberamento para 100.000 cabeças de gado
Alargamento da cobertura de infraestruturas de abeberamento (furos e represas) para mais 71.000 cabeças
Falta de linhas de crédito adequadas ao fomento pecuário
Linhas de crédito para financiar a criadores de gado
Abertura de linhas de crédito para financiar a aquisição de pelo menos 1.000 cabeças de gado bovino por ano
Transformação: Existência de apenas 1 matadouro inoperacional
2 Matadouros operacionais (locais de abate)
Operacionalizar 1 matadouro e construir outro
Actualmente não existem unidades de processamento de carne e seus derivados
1 unidade de processamento de carne derivados (chouriço, presunto, carne fumada)
Criar 1 unidade de processamento
Não existem unidades de processamento de peles de animais
Pelo menos 1 unidade de processamento de peles
Criar 1 unidade de curtumes
Não existem unidades de leite e derivados (leite fresco, queijo, manteiga)
Pelo menos 1 unidade de processamento de leite e seus derivados
Criar 5 unidades de processamento (Sector Privado)
Comercialização:
Não existem talhos no distrito Necessários pelo menos 3 talhos dotados de condições de conservação
Criar 3 talhos em locais estratégicos
Falta de transporte frigorífico para distribuição da carne
1 Viatura com câmara frigorífica
Aquisição de 1 viatura com câmara frigorífica
27 Fonte: Revista de Marketing - Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural- DNPDR
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Arroz
Situação Actual e Problemas Potencialidade e a sua cadeia de valor
Soluções e Oportunidades de Negócio
Insumos:
A área cultivada é de 5.700 ha por ano
8.000 ha aptos para a produção de arroz
Aumentar a área de produção de arroz em 2.300 ha (de 5.700 para 8.000)
Produção actual de apenas 4.000 ton/ano
Potencial para a produção de 30.000 ton/ano de arroz, em 8.000 ha
Aumento do da produtividade por (hectare) em 26.000 ton/ano
O rendimento médio é de 0,6 ton/ha, devido ao uso de tecnologias pouco produtivas
Rendimento médio de 3.75 toneladas por hectare
Aumentar o rendimento médio de 0,6 para 3.75 ton/ha
Insuficiência de insumos agrícolas (semente melhorada, fertilizantes)
Provimento de insumos agrícolas aos para 8.000 ha
Criação de1 empresa com capacidade para abastecer em insumos uma área de 8.000 ha
Insuficiência de equipamentos agrícolas (tractores e alfaias e outros)
Necessário um parque de maquinaria para apoiar os produtores a aumentar a área cultivada até de 8.000 ha
Criação de 1 Parque de Maquinaria com pelo menos 10 tractores e respectivas alfaias
Pouca operacionalidade dos sistemas de irrigação, devido à fraca manutenção
6 sistemas de irrigação operacionais
Construção e reabilitação de 6 sistemas de irrigação Disponibilização de serviços de manutenção dos sistemas de irrigação
Baixa cobertura da rede de extensão (Actualmente existem 6 extensionistas)
Necessários pelo menos 12 Extensionistas Rurais
Recrutamento de 6 técnicos extensionistas adicionais
Existência de pragas e doenças
Tecnologia e mão-de-obra para o combate às pragas e doenças
Aplicação de métodos de controlo de pássaros e infestantes
Fraca qualidade de projectos submetidos às instituições de micro-finanças
Existência de instituições de financiamento à agricultura (FDD, HLUVUKU)
Assistência aos produtores na elaboração de projectos (Sociedade Civil)
Transformação:
Baixa capacidade de processamento (apenas 1 fábrica e 1 pequena unidade)
Pelo menos 2 unidades industriais com capacidade total para processamento de 20.000 ton de arroz
Instalação mais uma unidade de processamento que permita atingir o descasque total 20.000 ton/ano de arroz
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Comercialização:
Cerca de 280 Km de estradas em precárias condições
Vias de acesso numa extensão total de 734 Km
Reabilitação de cerca de 280 km de estradas que dão acesso aos campos de produção agrícola e zonas turísticas
Insuficiência de viaturas para o escoamento do arroz Comercialização de pelo
menos 20.000 ton de arroz
Conceder financiamento ao sector privado para investir na aquisição de 10 camionetas para o transporte de arroz e outros produtos
Ausência de marketing do arroz de Matutuine Necessário fazer marketing
do arroz de Matutuine
Criar a marca do arroz de Matutuine e publicitá-la (dentro e fora do Distrito)
Turismo
Situação Actual e Problemas Potencialidade e a sua cadeia de valor
Soluções e Oportunidades de Negócio
Insumos:
Existência de 58 Unidades hoteleiras, com 721 quartos e 1.574 camas
Estabelecimentos hoteleiros com capacidades para 3.200 camas
Aumentar a capacidade de alojamento em mais 1.626 camas
Estradas de acesso à Reserva Especial de Maputo e zona costeira (praias) degradadas
Necessidade de 220 km de estradas de acesso às zonas turísticas (Boane/Ponta d'Ouro e Catembe/Belavista)
Construção/reparação de 220 km de estrada (Boane/Ponta d'Ouro e Catembe/Belavista)
Pista de aterragem degradada Aeródromo da Ponta d'Ouro operacional Reabilitação do aeródromo da
Ponta d'Ouro
Insuficiência de recursos humanos qualificados
Pelo menos 50 agentes turísticos capacitados em atendimento
Capacitação de 50 agentes turísticos (locais) em matérias relevantes
Falta de financiamento à actividade turística
Crédito a pelo menos 30 pequenos empreendimentos turísticos.
Concessão de crédito a 30 pequenos empreendimentos turísticos, localizados em locais estratégicos
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Rede de fornecimento de água potável deficitária
Necessidade de abastecimento em água potável aos centros turísticos
Instalação de pequenos sistemas de abastecimento de água em lugares estratégicos para o turismo (pelo menos 40 furos)
Deficiente segurança aos turistas
Fortalecimento do sistema de segurança, mediante instalação de pelo menos 12 postos policiais adicionais
Abertura de 12 postos policiais
Fraca fiscalização da actividade turística na Reserva Especial de Maputo e nas praias
Existência de 5 comités de gestão dos recursos naturais que velam pela preservação da Reserva Especial de Maputo
Capacitar e disponibilizar materiais de fiscalização aos 5 comités de gestão dos recursos naturais
Fracos conhecimentos empresariais por parte de alguns operadores turísticos nacionais
Existência de instituições de formação (SDAE, Fundo de Turismo)
Capacitar os operadores turísticos em matéria de gestão turística
Comercialização:
Fraca divulgação do turismo Gestores e promotores turísticos
Publicidade (folhetos, Reclamos)
Pouca divulgação da prática da pesca e caça desportiva
Pesca e caça desportiva Promoção de pesca e caça desportiva
Matutuíne
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Este capítulo tem como base as conclusões do PEDD - Plano Estratégico de Desenvolvimento
Distrital.
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“Matutuine é um destino turístico privilegiado e um dos distritos de destaque na produção
agropecuária na Província de Maputo.”
666...222 MMMiiissssssãããooo
“Assegurar a exploração sustentável de actividades turísticas e agropecuária, atingindo o nível
máximo de exploração bem como a conservação de recursos naturais para garantir o bem-estar e
direitos de cidadãos.”
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Para o desenvolvimento do Distrito o PEDD 2009-2013 define uma nova abordagem que vem
criar uma hierarquia clara de objectivos desde os instrumentos nacionais e sectoriais de
planificação até os programas e prioridades definidas pelas comunidades, que se desdobraram
em acções e programas do Governo do Distrito.
Os principais objectivos estratégicos definidos no PEDD são:
• Melhorar o acesso da População do Distrito as Infraestruturas Sociais, Serviços Básicos
e Informações;
• Impulsionar o desenvolvimento económico e social equilibrado do Distrito,
desenvolvendo acções concretas e possíveis com vista a resolver os problemas
priorizados pelas comunidades locais;
• Garantir o uso sustentável dos recursos naturais, segurança alimentar e comercialização
dos produtos Agrícolas;
• Melhorar o fornecimento de serviços de qualidade no âmbito da reforma do sector
Público;
• Aumentar o ritmo de crescimento económico das zonas rurais, com impacto na melhoria
de qualidade de vida das populações
• Fortalecer o diálogo local entre o Governo Distrital e as comunidades;
• Orientar/Mobilizar os recursos financeiros para a implementação do Plano Estratégico de
Desenvolvimento do Distrito para 2009-2013, com destaque para as áreas
que concorrem em grande medida para a redução da pobreza absoluta.
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Do ponto de vista territorial a estratégia definida assenta na definição de três zonas geográficas
no distrito (A, B e C) com problemas e potencial diversos.
Quadro 39. Problema central e visão de cada Zona de Desenvolvimento Problema Central Potencialidade Visão
Zona A Fraco ordenamento turístico; Má transitabilidade das vias de acesso.
Atractivos turísticos (Praias, dunas, flora e fauna, lagoas, rios e culturas locais).
Boa transitabilidade das vias de acesso com vista a incentivar o turismo.
Zona B Fraco aproveitamento das terras férteis. Existência de terras férteis e recursos
hídricos. Aproveitamento máximo das terras férteis para aumento de produção e produtividade.
Zona C Insegurança alimentar.
Florestas naturais para a prática do ecoturismo.
Incrementado o desenvolvimento de outras actividades tais como as trocas comerciais, serviços urbanos e outras.
Fonte: PEDD 2009-2013.
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Quadro 40. Problemas e potencialidades detalhadas de cada Zona de Desenvolvimento
PROBLEMAS POTENCIALIDADES Total do Distrito
♦ Dificuldades de transitabilidade das vias de acesso;
♦ Fraco ordenamento turístico; ♦ Fraco fomento pecuário; ♦ Devastação da floresta; ♦ Erosão dos solos ao longos das praias; ♦ Fraco aproveitamento de terras; ♦ Fraca rede escolar do ensino secundário; ♦ Inexistência do Ensino Técnico Profissional; ♦ Inexistência de instituição bancária; ♦ Insuficiência da rede sanitária;
♦ Atractivos turísticos, (Florestas naturais para a prática do ecoturismo, REM, Corredor do Futi e Praias com águas limpas):
♦ Recursos hídricos; ♦ Fronteira com a RSA; ♦ Solos férteis para a prática de agricultura e
pastorícia; ♦ Vegetação natural; ♦ Rios e lagoas; ♦ Calcário; ♦ Espaço disponível para a construção do
edifício da banca. Zona A
♦ Má transitabilidade das vias de acesso; ♦ Fraco ordenamento turístico; ♦ Insuficiências das fontes de água potável; ♦ Insuficiência da rede sanitária; ♦ Inexistência do sistema de frio para
conservação do pescado; ♦ Destruição de donas de protecção; ♦ Inexistência do Ensino Secundário Geral.
♦ Turismo; ♦ Fronteira com a RSA; ♦ Abundância de produtos pesqueiros; ♦ Florestas naturais para a prática do
ecoturismo; ♦ Praias com águas limpas;
Zona B ♦ Insegurança alimentar aliado ao fraco
aproveitamento de solos férteis; ♦ Insuficiência de fontes de água; ♦ Dificuldade de transitabilidade das vias de
acesso; ♦ Queimadas descontroladas; ♦ Fraca fiscalização da fauna e flora; ♦ Inexistência do Ensino Secundário Geral.
♦ Florestas naturais para a prática do ecoturismo;
♦ Solos férteis para a prática de agricultura e pastorícia;
♦ Rios e lagoas; ♦ Vegetação natural;
Zona C
♦ Solos pobres; ♦ Desemprego; ♦ Consumo de água imprópria ♦ Inexistência de instituição bancária;
♦ Florestas naturais para a prática do ecoturismo;
♦ Corredor do FUTI; ♦ Reserva Especial de Maputo (REM); ♦ Calcário.
Fonte: PEDD 2009-2013.
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RRReeefffeeerrrêêênnnccciiiaaasss dddooocccuuummmeeennntttaaaiiisss
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Distrital.
- Balanço do Plano Económico e Social Durante o Ano de 2011, Governo
Distrital.
- CENACARTA - http://www.cenacarta.com
- Conta Geral do Estado 2011 e 2010 – Ministério das Finanças, Direcção
Nacional do Orçamento.
- District Poverty Maps for Mozambique: 1997 and 2007 - Based on
consumption adjusted for calorie underreporting - Ministério do Plano e
Finanças, Direcção Nacional de Estudos e Análise de Políticas.
- Estrutura Tipo do Governo Distrital - Decreto nº 6/2006 de 12 de Abril.
- Fichas estatísticas para o perfil distrital – Serviços Distritais
- Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo agropecuário, 2009-
2010.
- Instituto Nacional de Estatística, Dados do Recenseamento da População
de 2007.
- Lei dos Órgãos Locais, n.º 8/2003 de 27 de Março.
- Ministério da Educação, Estatísticas Escolares.
- Ministério da Saúde, Estatísticas da Saúde.
- Perfil Distrital de 2005, Ministério da Administração Estatal,
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- Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital, Governo Distrital.
- Regulamento da Lei dos Órgãos Locais, n.º 8/2003 de 27 de Março.
- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de
2010, Governo Distrital.
- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de
2011, Governo Distrital.
- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de
2011, SDAE
- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de
2011, SDPI
- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de
2011, SDSMAS
- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de
2011, SDEJT
- Relatório sobre Pobreza e Bem-estar em Moçambique: 3ª Avaliação
Nacional (Outubro de 2010), Ministério do Plano e Finanças, Direcção
Nacional de Estudos e Análise de Políticas.
- Revista de Marketing Territorial – Ministério da Administração Estatal,
Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural.
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Publicado por
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL
Direcção Nacional de Administração Local Maputo
Moçambique
Primeira edição, primeira impressão 2012
Esta publicação está disponível na Internet em http://www.portaldogoverno.gov.mz