perfil epidemiolÓgico dos povos indÍgenas do brasil · apesar de não ser possível, ainda,...

37
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL Universidade de Brasília Disciplina de Saúde Indígena Prof a . Luciana Benevides Ferreira Maio/2013

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PERF

IL E

PID

EMIO

LÓG

ICO

DO

S PO

VOS

IND

ÍGEN

AS

DO

BR

ASI

L

Uni

vers

idad

e de

Bra

sília

Disc

iplin

a de

Saú

de In

díge

naPr

ofa .

Luci

ana

Bene

vide

s Fe

rrei

raM

aio/

2013

Povo

s in

díge

nas

do B

rasi

lPe

rfil

Epid

emio

lógi

co

!Em

todo

s co

ntin

ente

s, ob

serv

a-se

que

os

povo

s in

díge

nas

pade

cem

de

indi

cado

res d

e sa

úde

infe

riore

s aos

da

popu

laçã

o em

ger

al.

!In

clus

ive

em p

aíse

s de

rend

a pe

r ca

pita

bem

mai

s al

ta q

ue a

do

Bras

il há

inúm

eras

difi

culd

ades

em

es

trut

urar

sist

emas

cap

azes

de

reve

rter

em a

s de

sigua

ldad

es e

m s

aúde

ent

re o

s ci

dadã

os

indí

gena

s e

não

indí

gena

s.

"C

onsó

rcio

IDS-

SSL-

Ceb

rap.

Dia

gnós

tico

situa

cion

al d

o Su

bsist

ema

de S

aúde

Indí

gena

-re

lató

rio in

icia

l (r

evisa

do).

Bras

ília:

Fun

daçã

o N

acio

nal d

e Sa

úde,

200

9 [a

cess

o em

200

9 m

ai24

].

Det

erm

inan

tes

Soci

ais

de S

aúde

São

os f

ator

es s

ocia

is, e

conô

mic

os, c

ultu

rais,

étni

cos/

raci

ais,

psic

ológ

icos

e c

ompo

rtam

enta

is

que

influ

enci

am a

oco

rrên

cia

de p

robl

emas

de

saúd

e e

seus

fat

ores

de

risco

na

popu

laçã

o.

"Pa

ulo

Mar

chio

ri Bu

ss e

Alb

erto

Pel

legr

ini F

ilho.

A S

aúde

e s

eus

Det

erm

inan

tes

Soci

ais.

PH

YSIS

: Rev

. Saú

de

Col

etiv

a, R

io d

e Ja

neiro

, 17(

1):7

7-93

, 200

7

!O

s po

vos

indí

gena

s no

Bra

sil v

êm e

nfre

ntan

do u

m c

ontín

uo

proc

esso

de

trans

form

ação

ao

long

o do

tem

po, o

que

em

la

rga

med

ida

é de

corr

ente

da

inte

raçã

o co

m a

soc

ieda

de

envo

lven

te n

ão in

díge

na.

!Es

sas

trans

form

açõe

s re

perc

utem

em

dife

rent

es e

sfer

as d

o un

iver

so in

díge

na, d

entr

e as

qua

is po

dem

se

dest

acar

as

mod

ifica

ções

nas

est

raté

gias

de

subs

istên

cia,

nas

form

as d

e oc

upaç

ão d

o te

rritó

rio, n

a ex

plor

ação

dos

rec

urso

s na

tura

is,

nas

rela

ções

pol

ítica

s tra

vada

s no

âm

bito

inte

rno

e ex

tern

o às

al

deia

s e

na in

serç

ão n

o m

erca

do d

e tra

balh

o re

gion

al, c

om

mar

cant

es im

pact

os n

a m

anei

ra c

omo

essa

s so

cied

ades

se

orga

niza

m.

!U

ma

vez

que

os f

ator

es d

eter

min

ante

s do

pro

cess

o sa

úde-

doen

ça s

ão a

ltam

ente

div

ersif

icad

os, o

per

fil o

ra d

elin

eado

po

de v

aria

r su

bsta

ncia

lmen

te d

e um

gru

po p

ara

outro

, e

mui

tas

veze

s de

ntro

de

uma

mes

ma

etni

a.!

Des

ta fo

rma,

é p

ratic

amen

te im

poss

ível

def

inir

padr

ões

epid

emio

lógi

cos

gene

raliz

ávei

s ou

con

stru

ir in

dica

dore

s de

sa

úde

que

cons

igam

eng

loba

r a

enor

me

dive

rsid

ade

exist

ente

en

tre

as p

opul

açõe

s na

tivas

bra

silei

ras.

Info

rmaç

ões

Exis

tent

es

!H

á ap

enas

dez

ano

s o

Bras

il er

a m

arca

do p

or u

m q

uadr

o de

“i

nvisi

bilid

ade

epid

emio

lógi

ca”

dos

povo

s in

díge

nas:

falta

de

info

rmaç

ão, e

m c

onse

quên

cia

da b

aixa

pro

duçã

o de

in

vest

igaç

ões,

da a

usên

cia

de in

quér

itos

e ce

nsos

esp

ecífi

cos,

e in

capa

cida

de d

e os

sist

emas

de

info

rmaç

ão d

e sa

úde

do p

aís

em d

ispon

ibili

zare

m d

ados

epi

dem

ioló

gico

s se

gund

o a

etni

a(C

oim

bra,

200

0).

!A

o lo

ngo

dos

últim

os a

nos

tenh

am o

corr

ido

impo

rtan

tes

mud

ança

s no

cen

ário

nac

iona

l, in

clui

ndo

a am

plia

ção

das

inve

stig

açõe

s ci

entíf

icas

e a

cria

ção

do S

ubsis

tem

a de

Ate

nção

à

Saúd

e In

díge

na n

o âm

bito

do

Sist

ema

Úni

co d

e Sa

úde

(SU

S).

Info

rmaç

ões

Exis

tent

es

!O

Sist

ema

de In

form

ação

da

Ate

nção

à S

aúde

Indí

gena

(S

IASI

), co

m im

plan

taçã

o in

icia

da a

par

tir d

e 20

01, p

rete

ndia

re

vert

er e

ssa

situa

ção,

por

ém e

sse

siste

ma

aind

a ap

rese

nta

limita

ções

e in

cons

istên

cias

: !

As

prin

cipa

is lim

itaçõ

es d

o Si

asir

efer

em-s

e ao

s in

stru

men

tos

de

cole

ta, à

cap

acita

ção

dos

recu

rsos

hum

anos

, à a

usên

cia

de in

terf

ace

com

os

dem

ais

siste

mas

nac

iona

is de

info

rmaç

ão e

m sa

úde,

à

dific

ulda

de d

e ac

esso

às

info

rmaç

ões

e à

não

utili

zaçã

o da

s in

form

açõe

s pa

ra o

pla

neja

men

to d

as a

ções

(Sou

za, 2

007)

.

!A

pesa

r de

não

ser

poss

ível

, ain

da, t

raça

r um

qu

adro

epi

dem

ioló

gico

sat

isfat

ório

dos

pov

os

indí

gena

s, qu

e pe

rmita

aná

lises

apr

ofun

dada

s, é

poss

ível

traç

ar u

m p

erfil

de

saúd

e de

sses

pov

os

base

ando

-se

em e

stud

os e

na

liter

atur

a té

cnic

a e

cien

tífic

a di

spon

ível

.

!A

s do

ença

s in

fecc

iosa

s e p

aras

itária

s per

man

ecem

co

mo

impo

rtan

te c

ausa

de

mor

bim

orta

lidad

e.!

Ao

mes

mo

tem

po, v

em o

corr

endo

um

var

iado

pr

oces

so d

e tr

ansiç

ão, n

o qu

al n

ovos

agr

avos

pa

ssam

a e

xerc

er fo

rte

pres

são

sobr

e os

per

fis d

e ad

oeci

men

to e

mor

te p

reex

isten

tes -

É o

caso

das

do

ença

s cr

ônic

as n

ão tr

ansm

issív

eis,

dos

tran

stor

nos

men

tais

e co

mpo

rtam

enta

is e

das

caus

as e

xter

nas

de a

doec

imen

to e

mor

te.

Mor

talid

ade

Ger

al

!C

oefic

ient

e de

Mor

talid

ade

Ger

al (C

MG

) em

200

2:!

5,8

mor

tes

para

cad

a gr

upo

de m

il in

díge

nas

!Br

asil:

5,6

.#

DSE

I Xav

ánte

: 14,

9 ób

itos

por

mil

habi

tant

es#

DSE

I Alto

Rio

Pur

us: 1

,6

!M

esm

o qu

e a

varia

ção

do C

MG

ent

re o

s D

SEI s

eja

algo

es

pera

do, v

alor

es tã

o ba

ixos

com

o os

reg

istra

dos

para

o D

SEI

Alto

Rio

Pur

us s

uger

em b

aixa

qua

lidad

e e

impr

ecisã

o de

sses

re

gist

ros.

"G

arne

lo, 2

012.

Prin

cipa

is c

ausa

s de

mor

talid

ade

em

indí

gena

s no

Bra

sil*

1.“c

ausa

s m

al d

efin

idas

” (2

3,8%

)!

perc

entu

al d

e ca

usas

mal

def

inid

as e

leva

do d

enot

a in

sufic

ient

e as

sistê

ncia

à s

aúde

.

* Se

gund

o a

clas

sific

ação

por

cap

ítulo

s da

CID

-103

5 pa

ra o

ano

de

2002

.

"G

arne

lo, 2

012.

2.“c

ausa

s ex

tern

as d

e m

orbi

dade

e d

e m

orta

lidad

e” (1

6,8%

)

!se

con

cent

rara

m e

m a

prox

imad

amen

te 6

0% d

os in

diví

duos

com

idad

es

entr

e 10

e 3

9,9

anos

.

!D

o to

tal:

!26

,6%

-su

icíd

io

!24

,5%

-ac

iden

tes

!23

,9%

-ag

ress

ões

!Es

tes v

alor

es, a

lém

de

expr

essiv

os e

m te

rmos

num

éric

os, l

ança

m lu

z so

bre

as

mud

ança

s qu

e es

tão

ocor

rend

o no

s pa

drõe

s de

mor

talid

ade

dos

povo

s in

díge

nas n

o Br

asil.

As

caus

as d

e m

orta

lidad

e pa

rece

m e

star

cad

a ve

z m

ais

rela

cion

adas

com

pro

blem

as so

ciai

s de

mai

or c

ompl

exid

ade

com

o o

alco

olism

o, a

vio

lênc

ia e

a d

eses

trut

uraç

ão so

cial

, dec

orre

ntes

da

inco

nsist

ênci

a de

pol

ítica

s púb

licas

3.“d

oenç

as d

o ap

arel

ho r

espi

rató

rio”(

12,3

%)

4.“d

oenç

as e

ndóc

rinas

, nut

ricio

nais

e m

etab

ólic

as”

(10,

8%)

5.“d

oenç

as in

fecc

iosa

s e

para

sitár

ias”

(10,

2%)

!do

ença

s do

apa

relh

o re

spira

tório

+ d

oenç

as in

fecc

iosa

s e

para

sitár

ias

=

22,5

% >

esta

s du

as c

ausa

s, ag

rupa

das,

pass

am a

ser

a p

rinci

pal c

ausa

de

mor

te e

ntre

os

indí

gena

s.

!do

ença

s en

dócr

inas

, nut

ricio

nais

e m

etab

ólic

as (1

0,8%

):-

77%

fora

m a

trib

uída

s à

desid

rata

ção

e à

desn

utriç

ão e

m c

rianç

as

men

ores

de

cinc

o an

os d

e id

ade

> ta

nto

a de

sidra

taçã

o qu

anto

a

desn

utriç

ão s

ão c

onsid

erad

as m

orte

s po

r ca

usas

evi

táve

is.-

5% f

oram

atr

ibuí

das

a in

diví

duos

mai

ores

de

50 a

nos

de id

ade

com

di

abet

es ti

po II

!O

utro

impo

rtan

te c

ompo

nent

e de

ste

com

plex

o pe

rfil

de m

orta

lidad

e do

s po

vos

indí

gena

s no

Bra

sil

é o

pouc

o av

alia

do, e

cad

a ve

z m

ais

pres

ente

, pa

pel d

as m

orte

s oc

asio

nada

s pel

as n

eopl

asia

s(c

ânce

res)

, as

quai

s co

rres

pond

eram

a a

lgo

em

torn

o de

9%

do

tota

l de

mor

tes

obse

rvad

as n

o pe

ríodo

.

Mor

talid

ade

Infa

ntil

!U

m im

port

ante

indi

cado

r da

s co

ndiç

ões

de v

ida

da

popu

laçã

o é

a Ta

xa d

e M

orta

lidad

e In

fant

il –

TMI,

pois

refle

te, d

e m

anei

ra g

eral

, as

cond

içõe

s de

:!

dese

nvol

vim

ento

soci

oeco

nôm

ico;

!in

frae

stru

tura

am

bien

tal;

!ac

esso

e q

ualid

ade

dos

recu

rsos

disp

onív

eis p

ara

aten

ção

à sa

úde

mat

erna

e d

a po

pula

ção

infa

ntil.

Mor

talid

ade

infa

ntil

!Va

lore

s re

lativ

amen

te b

aixo

s: W

aúra

do X

ingu

-18

,3 p

or

mil

nasc

idos

viv

os (P

aglia

roet

al.,

200

1).

!Va

lore

s m

uito

ele

vado

s: G

uara

ni d

e D

oura

dos-

MS

-10

0 po

r m

il na

scid

os v

ivos

(Bra

nd e

Píc

oli,

2006

). !

As

dife

renç

as e

ntre

os

CM

I evi

denc

iam

a h

eter

ogen

eida

de

de c

ondi

ções

de

vida

ent

re d

ifere

ntes

gru

pos

indí

gena

s. !

Alg

uns

valo

res

enco

ntra

dos

estã

o pr

óxim

os a

os r

egist

rado

s em

reg

iões

am

plam

ente

des

favo

reci

das

sob

pont

o de

vist

a so

cioe

conô

mic

o, c

omo

é o

caso

da

Áfr

ica

Oci

dent

al e

C

entra

l. Es

tas

regi

ões

apre

sent

aram

um

CM

I de

107

por

mil

nasc

idos

viv

os n

o an

o de

200

6 (U

NIC

EF, 2

008)

.

Coe

fici

ente

s de

Mor

talid

ade

Infa

ntil

(CM

I) e

m

indí

gena

s (a

mbo

s os

sex

os),

Bra

sil,

2000

-200

9

Font

e: C

OM

OA

/DES

AI/

FUN

ASA

, Bra

sília

, Dist

rito

Fede

ral,

2010

.

Coe

ficie

nte

de M

orta

lidad

e In

fant

il

!O

coe

ficie

nte

méd

io d

e m

orta

lidad

e in

fant

il em

cr

ianç

as in

díge

nas

no B

rasil

par

a o

perío

do d

e 20

00 a

200

9: 5

2,4

por

mil

nasc

idos

viv

os

!Po

pula

ção

gera

l do

Bras

il: e

m 2

5,1

por

mil

nasc

idos

vi

vos

no a

no d

e 20

06 (I

BGE,

200

7).

!C

rianç

as d

e co

r ou

raç

a ne

gra:

34,

9 po

r m

il na

scid

os v

ivos

(IBG

E, 2

005)

.

Espe

ranç

a de

Vid

a ao

Nas

cer

!A

esp

eran

ça d

e vi

da a

o na

scer

é u

m in

dica

dor

dem

ográ

fico

utili

zado

par

a av

alia

r as

con

diçõ

es d

e sa

úde

popu

laci

onai

s e

expr

essa

a p

roba

bilid

ade

de

tem

po d

e vi

da m

édia

de

uma

popu

laçã

o qu

ando

ex

post

a a

um d

eter

min

ado

padr

ão d

e m

orta

lidad

e ex

isten

te.

!Q

uand

o tra

balh

ada

na p

ersp

ectiv

a ra

cial

, per

mite

re

vela

r m

ais

um a

spec

to d

o pr

oces

so d

e es

tratif

icaç

ão

soci

al e

xist

ente

no

Bras

il.

!N

o es

tudo

rea

lizad

o po

r Pa

ixão

e c

olab

orad

ores

(2

005)

a e

sper

ança

de

vida

ao

nasc

er d

a po

pula

ção

bras

ileira

, em

200

0, fo

i est

imad

a em

70,

4 an

os.

!N

o es

tudo

rea

lizad

o po

r Pa

ixão

e c

olab

orad

ores

(2

005)

a e

sper

ança

de

vida

ao

nasc

er e

m 2

000

!po

pula

ção

bras

ileira

: 70

,4 a

nos.

!D

ados

cla

ssifi

cado

s por

gru

pos

de r

aça/

cor:

!co

ntin

gent

e am

arel

o: 7

5,75

ano

s. !

bran

cos:

73,9

9 an

os!

negr

os (p

reto

s e p

ardo

s): 6

7,87

ano

s. !

indí

gena

s: 66

,57

anos

.

Doe

nças

infe

ccio

sas

e pa

rasi

tária

s

As

doen

ças

infe

ccio

sas e

par

asitá

rias

perm

anec

em c

omo

uma

impo

rtan

te

caus

a de

ado

ecim

ento

e m

orte

de

indí

gena

s no

Bras

il.

Inci

dênc

ia d

e Tu

berc

ulos

e

!PI

200

6: 1

44,1

por

100

mil

habi

tant

es

!PI

200

7: 1

40,2

por

100

mil

habi

tant

es

!Br

asil:

42

por

100

mil

"Po

pula

ção

Indí

gena

( da

dos

da F

unas

a), e

m

2009

: 80,

9 po

r ce

m m

il ha

bita

ntes

.

"Po

pula

ção

bras

ileira

em

200

9: 3

7,4.

Tube

rcul

ose

Situ

ação

Popu

laçã

o In

díge

naRe

com

enda

ção

OM

S pa

ra q

ue

se a

lcan

ce u

ma

situ

ação

ep

idem

ioló

gica

de

cont

role

2006

2007

Cur

a51

,7%

55,9

%85

%

Aba

ndo

do

trat

amen

to12

,6%

3,5%

infe

rior a

5%

Óbi

to5%

5,4%

-

Des

fech

o do

tr

atam

ento

27,3

% s

em

info

rmaç

ão42

% s

em

info

rmaç

ãoC

onhe

cer 1

00%

Mal

ária

!N

a re

gião

Am

azôn

ica

a m

alár

ia te

m s

ido

uma

das

prin

cipa

is do

ença

s qu

e ac

omet

em o

s po

vos

indí

gena

s. !

O n

úmer

o de

cas

os d

iagn

ostic

ados

sal

tou

de

13.9

11 e

m 2

004

para

33.

693

em 2

007.

"C

onsó

rcio

IDS-

SSL-

Ceb

rap.

Dia

gnós

tico

situa

cion

al d

o Su

bsist

ema

de S

aúde

Indí

gena

-re

lató

rio in

icia

l (r

evisa

do).

Bras

ília:

Fun

daçã

o N

acio

nal d

e Sa

úde,

200

9 [a

cess

o em

200

9 m

ai24

].

Hep

atite

s V

irai

s

!Br

asil

!re

gião

Nor

te: a

lta e

ndem

icid

ade

(pre

valê

ncia

de

HBs

Ag

mai

or q

ue 8

%)

!de

mai

s re

giõe

s: in

term

ediá

ria e

ndem

icid

ade

(pre

valê

ncia

de

HBs

Ag

entr

e 2%

e 8

%).

!O

s re

sulta

dos d

o es

tudo

de

base

pop

ulac

iona

l das

in

fecç

ões p

elos

víru

s da

s he

patit

es A

, B e

C p

ara

o m

arca

dor

HBs

Ag,

a p

reva

lênc

ia g

loba

l ref

eren

te a

o co

njun

to d

as c

apita

is do

Bra

sil fo

i de

0,4%

.

"N

úcle

o de

Pós

-Gra

duaç

ão, U

nive

rsid

ade

de P

erna

mbu

co. E

stud

o de

pre

valê

ncia

de

base

pop

ulac

iona

l da

s in

fecç

ões

pelo

s ví

rus

das

hepa

tites

A, B

e C

nas

cap

itais

do B

rasil

. Dad

os p

relim

inar

es d

o re

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rio

técn

ico.

In: T

auil

Már

cia

de C

antu

ária

, Am

orim

Thi

ago

Rodr

igue

s de

, Per

eira

Ger

son

Fern

ando

Men

des,

•H

BsA

um in

dica

dor d

e in

fecç

ão c

rôni

ca e

dem

onst

ra a

pre

senç

a do

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s na

cor

rent

e sa

nguí

nea.

Ant

i-HBc

indi

ca a

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a de

infe

cção

pré

via,

mas

inat

iva

no m

omen

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o ex

ame.

Ant

i-HBs

é um

ant

icor

po q

ue é

inte

rpre

tado

com

o m

arca

dor d

e im

unid

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adqu

irida

à d

oenç

a.

Hep

atite

s V

irai

s

Infe

cçõe

s re

spir

atór

ias

agud

as, d

oenç

as

diar

reic

as e

par

asiti

smo

inte

stin

al

!N

o an

o de

200

2, s

egun

do r

elat

ório

pub

licad

o pe

la

FUN

ASA

(FU

NA

SA, 2

003)

, for

am r

egist

rado

s 61

4.82

2 at

endi

men

tos

ambu

lato

riais.

!70

% fo

ram

ref

eria

m-s

e a

doen

ças

infe

ccio

sas e

pa

rasit

ária

s e à

s do

ença

s do

apa

relh

o re

spira

tório

. !

No

conj

unto

de

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ças

infe

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par

asitá

rias

pred

omin

aram

as

inte

rcor

rênc

ias p

or v

erm

inos

es

(42,

7%) e

dia

rrei

as (2

8,8%

).

!Pa

rasit

ismo

inte

stin

al e

as

diar

reia

s est

ão

asso

ciad

as a

:!

prec

ária

s co

ndiç

ões d

e sa

neam

ento

,!

cres

cent

e de

grad

ação

am

bien

tal,

!re

striç

ão te

rrito

rial,

!in

adeq

uaçõ

es e

a b

aixa

efe

tivid

ade

dos

prog

ram

as

de c

ontro

le d

o pa

rasit

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inte

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al e

das

dia

rrei

as e

m

área

indí

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.

Doe

nças

crô

nica

s nã

o tr

ansm

issí

veis

e d

oenç

as e

ag

ravo

s re

laci

onad

os a

o es

tado

nut

rici

onal

!In

quér

ito N

acio

nal d

e Sa

úde

e N

utriç

ão d

os P

ovos

Indí

gena

s re

aliz

ado

pela

Abr

asco

regi

stra

a e

mer

gênc

ia d

e so

brep

eso

e ob

esid

ade

em

jove

ns e

adu

ltos

indí

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s e

a oc

orrê

ncia

exp

ress

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de d

oenç

as c

rôni

cas

não

trans

miss

ívei

s, co

mo

hipe

rten

são

arte

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dia

bete

s.

!al

tera

ções

obs

erva

das

em s

eus

padr

ões

de c

onsu

mo

alim

enta

r, qu

e pa

ssar

am a

inco

rpor

ar e

m s

uas

rotin

as a

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tare

s ite

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omo

o aç

úcar

re

finad

o, o

sal

de

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nha,

frit

uras

, doc

es, r

efrig

eran

tes

entr

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tros.

!A

lém

da

mud

ança

no

padr

ão a

limen

tar,

verif

ica-

se ta

mbé

m te

ndên

cia

à re

duçã

o da

fre

quên

cia

e da

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nsid

ade

da a

tivid

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físic

a, p

or c

onta

da

s al

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ções

nas

est

raté

gias

de

subs

istên

cia

e no

s pa

drõe

s de

as

sent

amen

tos.

"A

bras

co. I

nqué

rito

Nac

iona

l de

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e e

Nut

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dos

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os In

díge

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rece

be o

prê

mio

Des

taqu

e EN

SP

[hom

epag

e na

Inte

rnet

].[ac

esso

em

201

0 se

t 21]

. Disp

onív

el e

m:

http

://w

ww

.abr

asco

.org

.br/

notic

ias/

notic

ia_i

nt.p

hp?i

d_no

ticia

=46

3

Des

nutri

ção

!In

quér

ito N

acio

nal d

e Sa

úde

e N

utriç

ão d

os P

ovos

In

díge

nas

(rea

lizad

o em

200

8 e

em 2

009)

: !

A a

nem

ia fo

i dia

gnos

ticad

a en

tre

os p

ovos

indí

gena

s e

atin

giu

51,3

% d

as c

rianç

as.

!O

s ín

dice

s ve

rific

ados

ent

re a

s m

ulhe

res,

que

cheg

am a

32

,7%

, são

mui

to s

uper

iore

s aos

des

crito

s em

pes

quisa

s pa

ra a

pop

ulaç

ão b

rasil

eira

em

ger

al.

Doe

nças

e d

esor

dens

soc

iais

!al

cool

ismo,

os

tran

stor

nos p

siqui

átric

os, o

sui

cídi

o e

as m

orte

s po

r ca

usas

ext

erna

s vêm

sen

do

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rtad

as d

e fo

rma

cres

cent

e en

tre

os in

díge

nas

no B

rasil

.

Alc

oolis

mo

prec

iso te

r cu

idad

o co

m a

s co

mpa

raçõ

es.

!So

uza

et a

l. (2

003)

des

taca

m a

nec

essid

ade

de

rela

tiviz

ar o

con

ceito

bio

méd

ico

do a

lcoo

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o, u

ma

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que

exist

em d

ifere

ntes

pad

rões

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rmas

de

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umo,

que

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iam

de

acor

do c

om a

es

peci

ficid

ade

soci

ocul

tura

l e a

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ória

de

cada

gr

upo.

Suic

ídio

!O

sui

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o co

nstit

ui u

m im

port

ante

agr

avo

para

al

guns

gru

pos

indí

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s no

Bra

sil, d

entr

e os

qua

is já

fora

m r

elat

adas

ver

dade

iras “

epid

emia

s”.

!O

s al

arm

ante

s re

gist

ros r

epor

tado

s ent

re o

s Ti

kúna

do A

maz

onas

, em

mea

dos

da d

écad

a de

199

0, e

en

tre

os G

uara

ni d

o M

ato

Gro

sso

do S

ul, n

o in

ício

da

déc

ada

de 2

000,

cha

mar

am a

ate

nção

de

toda

a s

ocie

dade

nac

iona

l. !

Ain

da a

ssim

, pou

co s

e co

nhec

e so

bre

a m

agni

tude

do

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cídi

o em

indí

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s no

paí

s.

Suic

ídio

!D

istrit

o Sa

nitá

rio E

spec

ial I

ndíg

ena

de M

ato

Gro

sso

do

Sul (

DSE

I-MS)

: 200

0 a

2007

a ta

xa m

édia

de

suic

ídio

fo

i de

78,3

por

100

mil.

!

as m

aior

es ta

xas

fora

m a

s re

gist

rada

s en

tre

os G

uara

ni

Kaio

e N

hand

eva,

que

nes

se m

esm

o pe

ríodo

ap

rese

ntar

am u

ma

taxa

méd

ia d

e su

icíd

io d

e 11

8,4

por

100

mil.

!Sã

o G

abrie

l da

Cac

hoei

ra (A

M) 2

000-

2007

: a ta

xa

méd

ia d

e m

orta

lidad

e po

r su

icíd

io fo

i de

15,5

por

100

m

il, v

alor

apr

oxim

adam

ente

três

vez

es s

uper

ior

ao d

o Br

asil

no p

erío

do d

e 20

01-2

006

(Lov

isiet

al.,

200

9).

Saúd

e bu

cal

Com

para

ção

dos

níve

is de

cár

ie e

ntre

a p

opul

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bra

silei

ra, d

a re

gião

Cen

tro-O

este

e

Sude

ste

com

dife

rent

es g

rupo

s ind

ígen

as d

o Br

asil

Con

form

e de

stac

ou-s

e an

terio

rmen

te, a

aus

ênci

a de

in

form

açõe

s co

nfiá

veis

tem

ger

ado

defic

iênc

ias

na

vigi

lânc

ia à

saú

de d

a m

aior

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os p

ovos

indí

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s. A

inda

ass

im o

s in

dica

dore

s par

a os

pov

os in

díge

nas

mos

tram

um

a sit

uaçã

o de

mai

s vu

lner

abili

dade

.

Isso

evid

enci

a os

con

tras

tes e

as

desig

uald

ades

da

situa

ção

de s

aúde

dos

indí

gena

s em

rel

ação

a o

utro

s se

gmen

tos

da s

ocie

dade

nac

iona

l.

Refe

rênc

ias:

!Fe

rrei

ra L

B. O

Con

trole

Soc

ial n

o Su

bsist

ema

de

Ate

nção

à S

aúde

Indí

gena

: um

a re

flexã

o bi

oétic

a [te

se].

Bras

ília:

Uni

vers

idad

e de

Bra

sília

; 201

2.

p.14

7.!

Gar

nelo

, Lui

za(O

rg.).

Saú

de In

díge

na: u

ma

intro

duçã

o ao

tem

a. /

Lui

za G

arne

lo; A

na L

úcia

Po

ntes

(Org

.). -

Bras

ília:

MEC

-SEC

AD

I, 20

12. 2

80 p

. il.

Col

or. (

Col

eção

Edu

caçã

o pa

ra T

odos

) ISB

N 9

78-

85-7

994-

063-

7.