perguntas e respostas pessoa...
TRANSCRIPT
-
Ministrio da Fazenda
Secretaria da Receita Federal do Brasil
Perguntas e Respostas
Pessoa Jurdica
2018
-
2
Perguntas e Respostas 2018*
Coordenador-Geral de Tributao Cosit Fernando Mombelli
Coordenadora de Tributos sobre a Renda e o Patrimnio Cludia Lcia Pimentel Martins da Silva
Coordenador de Tributos sobre a Produo e o Comrcio Exterior Othoniel Lucas de Sousa Junior
Equipe Tcnica:
Supervisor-Geral de Material Alexandre Serra Barreto Cosit
Supervisores de Material Alusio Bandeira de Mello da Cunha Cosit
Andrea Costa Chaves Cosit
Fabio Cembranel Cosit
Othoniel Lucas de Sousa Junior Cosit
Revisores Colaboradores Alexandre Serra Barreto Cosit
Andrea Costa Chaves Cosit
George Alberto Ferreira Lopes Cosit
Gustavo Rotunno da Rosa Cosit
Itamar Pedro da Silva Cosit
Jonathan Jose F Oliveira DRF/Joo Pessoa
Renata Maria de Castro Paranhos Cosit
Timotheo Garcia Pessoa - Cosit
*Permitida a Reproduo deste Perguntas e Respostas, desde que citada a Fonte
-
3
Apresentao
com grande satisfao que a Coordenao-Geral de Tributao (Cosit) apresenta a
edio 2018 do Perguntas e Respostas da Pessoa Jurdica, a qual, como realizado
anualmente, incorpora atualizao do texto anterior. Os temas abordados esto divididos
em vinte e oito captulos, possibilitando uma maior facilidade de visualizao e de
consulta do material. Esta edio est disponibilizada no stio da Secretaria da Receita
Federal do Brasil (RFB), na internet, podendo de ali seu contedo ser livremente acessado
ou baixado pelo pblico institucional e de contribuintes.
So oferecidas mais de novecentas perguntas e respostas elaboradas pela Cosit,
relacionadas s seguintes reas de tributao da pessoa jurdica:
a) IRPJ e CSLL;
c) Simples Nacional;
d) Tratamento tributrio das sociedades cooperativas;
e) Tributao da renda em operaes internacionais (Tributao em Bases Universais,
Preos de Transferncia e Juros Pagos a Vinculadas no Exterior);
f) IPI;
g) Contribuio para o para o PIS/Pasep e Cofins.
Trata-se de compilao de perguntas formuladas por contribuintes ao Planto Fiscal, bem
como de abordagem de aspectos da legislao apresentados por servidores em exerccio
na RFB. Inicialmente concebido para esclarecer dvidas e subsidiar os servidores do
rgo na interpretao da legislao tributria, buscando a uniformizao do
entendimento fiscal relativo s matrias focalizadas, desde que se tornou disponvel na
internet para consultas por parte dos contribuintes, o Perguntas e Respostas tem ampliado
seu escopo, alcanando hoje um universo bastante diversificado de usurios, dentro e fora
da RFB. Ressaltamos que no h com esse trabalho a pretenso de substituir conceitos ou
disposies contidas na legislao em vigor. Busca-se, isto sim, esclarecer dvidas e dar
subsdios queles que operam com a matria tributria. Com vistas a um atendimento
sempre mais efetivo s demandas desse universo cada vez mais amplo de consulentes, a
Cosit no mede esforos para aperfeioar o material aqui apresentado. No entanto, certo
que uma publicao desse porte ser sempre passvel de aperfeioamentos, pelo que,
desde j, agradecemos sugestes e crticas. Esta verso est atualizada at 31 de dezembro
de 2017.
Bom proveito.
A Equipe Tcnica.
-
4
Sumrio
Captulo I - Declaraes da Pessoa Jurdica 2018 ....................................................... 5
Captulo II - Contagem de Prazos 2018...................................................................... 35
Captulo III - Equiparaes da Pessoa Fsica 2018 .................................................... 37
Captulo IV - Responsabilidade na Sucesso 2018 .................................................... 56
Captulo V - Simples 2018 ......................................................................................... 80
Captulo VI - IRPJ - Lucro Real 2018 ........................................................................ 82
Captulo VII - Escriturao 2018.............................................................................. 102
Captulo VIII - Lucro Operacional 2018 .................................................................. 138
Captulo IX - Resultados no operacionais 2018 ..................................................... 250
Captulo X - Compensao de Prejuzos 2018 ......................................................... 262
Captulo XI Aplicao do Imposto em Investimentos Regionais 2018................. 269
Captulo XII - Atividade Rural 2018 ........................................................................ 277
Captulo XIII - IRPJ - Lucro Presumido 2018 ......................................................... 293
Captulo XIV - Lucro Arbitrado 2018 ...................................................................... 333
Captulo XV IRPJ - Pagamento 2018 ....................................................................... 359
Captulo XVI - CSLL 2018 ...................................................................................... 378
Captulo XVII - Sociedades Cooperativas 2018....................................................... 399
Captulo XVIII - Acrscimos Legais 2018 ............................................................... 415
Captulo XIX - IRPJ e CSLL - Operaes Internacionais 2018 ............................... 426
Captulo XX - IPI 2018 ............................................................................................ 502
Captulo XXI - Disposies Gerais sobre a Contribuio para o PIS-Pasep e a Cofins
2018 .......................................................................................................................... 522
Captulo XXII - Contribuio para o PIS-Pasep e Cofins incidentes sobre a Receita
ou o Faturamento 2018 ............................................................................................. 525
Captulo XXIII - Contribuio para o PIS-Pasep-Importao e a Cofins-Importao
2018 .......................................................................................................................... 654
A base de clculo dessas contribuies : ................................................................ 657
Captulo XXIV - Contribuio para o PIS-Pasep incidente sobre a Folha de Salrios
2018 .......................................................................................................................... 668
Captulo XXV - Contribuio para o PIS-Pasep incidente sobre Receitas
Governamentais 2018 ............................................................................................... 673
Captulo XXVI - CIDE Combustveis 2018 ............................................................. 678
Captulo XXVII - EFD-Contribuies 2018 ............................................................ 688
Captulo XXVIII - Efeitos tributrios relacionados aos novos mtodos e critrios
contbeis 2018 .......................................................................................................... 697
-
5
ARQUIVO ATUALIZADO AT 31/12/2017
Captulo I - Declaraes da Pessoa Jurdica 2018
Escriturao Contbil Fiscal (ECF)
001 Quem est obrigado a apresentar a Escriturao Contbil Fiscal (ECF)?
Todas as pessoas jurdicas de direito privado domiciliadas no Pas, registradas ou no,
sejam quais forem seus fins e nacionalidade, inclusive as a elas equiparadas, as filiais,
sucursais ou representaes, no Pas, das pessoas jurdicas com sede no exterior, estejam
ou no sujeitas ao pagamento do imposto de renda.
Incluem-se tambm nesta obrigao: as sociedades em conta de participao, as
administradoras de consrcios para aquisio de bens, as instituies imunes e isentas, as
sociedades cooperativas, as empresas pblicas e as sociedades de economia mista, bem
como suas subsidirias, e o representante comercial que exerce atividades por conta
prpria.
As pessoas jurdicas ficam dispensadas, em relao aos fatos ocorridos a partir de 1 de
janeiro de 2014, da escriturao do Livro de Apurao do Lucro Real (Lalur) em meio
fsico e da entrega da Declarao de Informaes Econmico-Fiscais da Pessoa Jurdica
(DIPJ).
O Manual de Orientao do Leiaute da ECF, contendo informaes de leiaute do arquivo
de importao, regras de validao aplicveis aos campos, registros e arquivos, tabelas de
cdigos utilizadas e regras de retificao da ECF, ser divulgado pela Coordenao-Geral
de Fiscalizao (Cofis) por meio de Ato Declaratrio Executivo publicado no Dirio
Oficial da Unio (DOU).
Outras informaes a respeito do leiaute e obteno do validador da ECF podem ser
obtidas no stio do Sped: < sped.rfb.gov.br >.
Notas:
Sociedade em conta de participao (SCP):
Compete ao scio ostensivo a responsabilidade pela apurao dos resultados,
apresentao da ECF e recolhimento do imposto devido pela SCP. O lucro real ou o
lucro presumido da SCP (opo autorizada a partir de 1/01/2001, conforme IN SRF
n 31, de 2001, art. 1, revogada pela IN RFB n 1.700, de 2017) deve ser informado
na ECF da prpria SCP.
Liquidao extrajudicial e falncia:
As entidades submetidas aos regimes de liquidao extrajudicial e de falncia (massa
falida) sujeitam-se s mesmas regras de incidncia dos impostos e contribuies
aplicveis s pessoas jurdicas em geral, inclusive no que se refere obrigatoriedade
de apresentao da ECF.
-
6
Fundos de investimento imobilirio:
O fundo que aplicar recursos em empreendimento imobilirio e que tenha como
incorporador, construtor ou scio, quotista possuidor, isoladamente ou em conjunto
com pessoa a ele ligada, mais de 25% (vinte e cinco por cento) das quotas do Fundo,
por estar sujeito tributao aplicvel s demais pessoas jurdicas, deve apresentar
ECF com o nmero de inscrio no Cadastro Nacional das Pessoas Jurdicas (CNPJ)
prprio, vedada sua incluso na ECF da administradora.
Optantes pelo Simples Nacional e Inativas:
As microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP) optantes pela
sistemtica do Simples Nacional e as pessoas jurdicas Inativas apresentaro
declaraes especficas.
Normativo: Lei n 9.430, de 1996, art. 60;
Lei n 9.779, de 1999, art. 2;
RIR/1999, arts. 146 a 150;
IN SRF n 179, de 1987, itens 2 e 5;
IN RFB n 1.700, de 2017, art. 6 e 246;
IN SRF N 1.422, de 2013, art. 1, 4 e 5;
PN CST n 15, de 1986; e
AD SRF n 2, de 2000.
002 Que pessoas jurdicas esto desobrigadas de apresentar a ECF?
Esto desobrigadas de apresentar a ECF:
I - as pessoas jurdicas optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadao de
Tributos e Contribuies devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte,
institudo pela Lei Complementar n 123, de 14 de dezembro de 2006 (Simples Nacional),
por estarem obrigadas apresentao de Declarao Anual do Simples Nacional - DASN;
II - as pessoas jurdicas inativas, assim consideradas aquelas que no tenham efetuado
qualquer atividade operacional, no operacional, patrimonial ou financeira, inclusive
aplicao no mercado financeiro ou de capitais, durante todo o ano-calendrio, as quais
devero cumprir as obrigaes acessrias previstas na legislao especfica;
III - os rgos pblicos, as autarquias e as fundaes pblicas.
Ateno:
A pessoa jurdica cuja excluso do Simples Nacional produziu efeitos dentro do
ano-calendrio fica obrigada a entregar duas declaraes: a DASN, referente ao
perodo em que esteve enquadrada no Simples Nacional e a ECF, referente ao
perodo restante do ano-calendrio.
-
7
Normativo: IN SRF N 1.422, de 2013, art. 1, 2;
003 Quem no deve apresentar a ECF?
No devem apresentar a ECF, ainda que se encontrem inscritas no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurdica (CNPJ) ou que tenham seus atos constitutivos registrados em Cartrio ou
Juntas Comerciais:
a) o consrcio constitudo na forma da Lei n 6.404 de 1976, arts. 278 e 279;
b) a pessoa fsica que, individualmente, exera profisso ou explore atividade sem
vnculo empregatcio, prestando servios profissionais, mesmo quando possua
estabelecimento em que desenvolva suas atividades e empregue auxiliares;
c) a pessoa fsica que explore, individualmente, contratos de empreitada unicamente de
mo-de-obra, sem o concurso de profissionais qualificados ou especializados;
d) a pessoa fsica que individualmente exera atividade de recepo de apostas da
Loteria Esportiva e da Loteria de Nmeros (Loto, Sena, Megasena, etc) credenciada
pela Caixa Econmica Federal, ainda que, para atender exigncia do rgo
credenciador, esteja registrada como pessoa jurdica, desde que no explore, no
mesmo local, outra atividade comercial;
e) o condomnio de edificaes;
f) os fundos em condomnio e clubes de investimento, exceto aqueles de investimento
imobilirio de que trata a Lei n 9.779, de 1999, art. 2;
g) as pessoas jurdicas domiciliadas no exterior que possuam no Brasil bens e direitos
sujeitos a registro pblico;
h) o representante comercial, corretor, leiloeiro, despachante etc, que exera
exclusivamente a mediao para a realizao de negcios mercantis, como definido
pela Lei n 4.886, de 1965, art. 1, desde que no a tenha praticado por conta prpria;
i) as pessoas fsicas que, individualmente, exeram as profisses ou explorem
atividades, consoante os termos do RIR/1999, art. 150, 2, como por exemplo:
serventurio de justia, tabelio.
Normativo: Lei n 4.886, de 1965, art. 1;
Lei n 6.404 de 1976, arts. 278 e 279;
Lei n 9.779, de 1999, art. 2;
RIR/1999, art. 150, 2, I e III, e arts. 214 e 215;
PN CST n 76, de 1971;
PN CST n 5, de 1976;
PN CST n 25, de 1976;
PN CST n 80, de 1976; e
ADN CST n 25, de 1989.
-
8
004 Pessoa fsica que explora atividade de transporte de passageiros ou de carga
considerada pessoa jurdica para efeito da legislao do imposto de renda,
estando obrigada a apresentar a ECF?
A caracterizao dessa atividade como de pessoa jurdica depende das condies em que
so auferidos os rendimentos, independentemente do meio utilizado. Assim, se os
rendimentos auferidos forem provenientes do trabalho individual do transportador de
carga ou de passageiros, em veculo prprio ou locado, ainda que o mesmo contrate
empregados, como ajudantes ou auxiliares, tais rendimentos submetem-se incidncia do
imposto de renda na fonte quando prestados a pessoas jurdicas, ou esto sujeitos ao
recolhimento mensal obrigatrio (carn-leo) quando prestados a pessoas fsicas,
mediante a utilizao da tabela progressiva aplicvel s pessoas fsicas e esto sujeitos ao
ajuste na Declarao Anual da pessoa fsica.
Se, entretanto, for contratado profissional para dirigir o veculo descaracteriza-se a
explorao individual da atividade, ficando a pessoa fsica equiparada a pessoa jurdica.
O mesmo ocorre nos casos de explorao conjunta da atividade, haja ou no
copropriedade do veculo, porque passa de individual para social o exerccio da atividade
econmica, devendo a "sociedade em comum" (antiga sociedade de fato) resultante ser
tributada como pessoa jurdica.
A aplicao dos critrios acima expostos, independe do veculo utilizado (caminho,
nibus, avio, barco etc).
Normativo: RIR/1999, arts. 47 e 150, 1, II; e
PN CST n 122, de 1974.
005 Pessoa fsica que explora atividade de representante comercial, devidamente
cadastrado no CNPJ, est dispensada de apresentar a ECF?
O representante comercial que exerce individualmente a atividade por conta de terceiros
no se caracteriza como pessoa jurdica, no obstante ser inscrito no CNPJ, devendo seus
rendimentos ser tributados na pessoa fsica, ficando dispensado da apresentao da ECF.
Contudo, caso seja a atividade exercida por conta prpria, na condio de empresrio, ele
ser considerado comerciante, ficando, desta forma, obrigado a apresentao da ECF.
Normativo: ADN CST n 25, de 1989.
006 As associaes sem fins lucrativos, igrejas e partidos polticos devero
apresentar a ECF, tendo em vista serem consideradas entidades isentas ou
imunes?
As entidades consideradas como imunes e isentas esto obrigadas a apresentao da ECF.
Somente encontram-se desobrigadas de apresentao da ECF as entidades relacionadas
nas perguntas 002 e 003.
-
9
Veja ainda: Dispensa de apresentao da ECF: Pergunta 002 e 003 deste captulo.
007 Os cartrios, cujos responsveis so remunerados por meio de emolumentos e
que, por disposio legal, so inscritos no CNPJ, esto obrigados a apresentar a
ECF?
No obstante serem inscritos no CNPJ, os cartrios no se caracterizam como pessoa
jurdica, devendo os emolumentos recebidos pelo seu responsvel ser tributados na pessoa
fsica.
008 Os Conselhos de fiscalizao de profisses regulamentadas esto obrigados a
apresentar a ECF?
Tendo em vista que a mudana da natureza jurdica dessas entidades, de autarquias
dotadas de personalidade jurdica de direito pblico para pessoa jurdica de direito
privado, Lei n 9.649, de 1998, art. 58, foi considerada inconstitucional pelo STF (ADI-
1717), essas entidades esto desobrigadas apresentao da ECF.
Normativo: Lei n 9.649, de 1998, art. 58.
Declarao da Pessoa Jurdica Inativa
009 A partir de quando existe a obrigatoriedade de apresentao da DCTF pela
pessoa jurdica inativa?
As pessoas jurdicas e demais entidades obrigadas DCTF mensal que estejam inativas
ou no tenham dbitos a declarar no ficam dispensadas de apresentar a DCTF nas
seguintes hipteses:
a) em relao ao ms de ocorrncia do evento, nos casos de extino, incorporao,
fuso e ciso parcial ou total;
b) em relao ao ltimo ms de cada trimestre do ano-calendrio, quando no trimestre
anterior tenha sido informado que o pagamento do Imposto sobre a Renda da Pessoa
Jurdica (IRPJ) e da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL) seria efetuado
em quotas;
c) em relao ao ms de janeiro de cada ano-calendrio; e
-
10
d) em relao ao ms subsequente quele em que se verificar elevada oscilao da taxa
de cmbio, na hiptese de alterao da opo pelo regime de competncia para o regime
de caixa prevista no art. 5 da Instruo Normativa RFB n 1.079, de 3 de novembro de
2010.
Excepcionalmente para o ano-calendrio de 2016, as pessoas jurdicas e demais
entidades obrigadas DCTF mensal que estejam inativas devero apresentar a DCTF
relativa ao ms de janeiro de 2016, ainda que tenham apresentado a Declarao
Simplificada da Pessoa Jurdica (DSPJ) - Inativa 2016 de que trata o caput do art. 1 da
Instruo Normativa RFB n 1.605, de 22 de dezembro de 2015.
O prazo de apresentao das DCTF relativas aos meses de janeiro a abril de 2017 das
pessoas jurdicas e demais entidades obrigadas a apresent-las, que estejam inativas ou
no tenham dbitos a declarar, fica prorrogado para at 21 de julho de 2017. Neste
mesmo prazo, os scios ostensivos de SCP inscrita no CNPJ na condio de
estabelecimento matriz devero retificar as DCTF relativas aos meses de dezembro de
2015 a fevereiro de 2016 para incluso das informaes relativas SCP.
Normativo:
IN RFB N 1.599, de 11 de dezembro de 2015;
IN RFB n 1.605, de 2015;
IN RFB N 1.646, de 30 de maio de 2016.
010 Qual o conceito de inatividade adotado pela legislao tributria que obriga a
apresentao da DCTF?
Considera-se pessoa jurdica inativa, para fins da DCTF, aquela que no tenha efetuado
qualquer atividade operacional, no-operacional, patrimonial ou financeira, inclusive
aplicao no mercado financeiro ou de capitais, durante todo o ms-calendrio.
Notas:
O pagamento, no ms-calendrio a que se referir a declarao, de tributo relativo
a meses-calendrio anteriores e de multa pelo descumprimento de obrigao
acessria no descaracterizam a pessoa jurdica como inativa no ms-calendrio.
Declarao de Dbitos e Crditos Tributrios Federais
011 Quem est obrigado a apresentar mensalmente a Declarao de Dbitos e
Crditos Tributrios Federais (DCTF)?
Devero apresentar a Declarao de Dbitos e Crditos Tributrios Federais Mensal
(DCTF Mensal):
-
11
I - as pessoas jurdicas de direito privado em geral, inclusive as equiparadas, as
imunes e as isentas, de forma centralizada, pela matriz;
II - as unidades gestoras de oramento das autarquias e fundaes institudas e
mantidas pela administrao pblica da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municpios e dos rgos pblicos dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judicirio dos Estados e do Distrito Federal e dos Poderes Executivo e Legislativo
dos Municpios; e
Observao: Considera-se unidade gestora de oramento aquela
autorizada a executar parcela do oramento da Unio, dos Estados,
do Distrito Federal ou dos Municpios.
Em relao s autarquias e fundaes pblicas federais, fica
sobrestada a obrigatoriedade at ulterior deliberao, na forma do
art. 2, pargrafo 2, da Instruo Normativa RFB n 1.599, de 11 de
dezembro de 2015.
III - os consrcios que realizem negcios jurdicos em nome prprio, inclusive na
contratao de pessoas jurdicas e fsicas, com ou sem vnculo empregatcio.
IV - as entidades de fiscalizao do exerccio profissional (conselhos federais e
regionais), inclusive a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e
V - os fundos especiais criados no mbito de quaisquer dos Poderes da Unio, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, bem como dos Ministrios Pblicos
e dos Tribunais de Contas, quando dotados de personalidade jurdica sob a forma
de autarquia;
As pessoas jurdicas acima, devero apresentar a DCTF Mensal, ainda que inativas ou
no tenham dbitos a declarar:
a) em relao ao ms de ocorrncia do evento, nos casos de extino,
incorporao, fuso e ciso total ou parcial;
b) em relao ao ltimo ms de cada trimestre do ano-calendrio, quando no
trimestre anterior tenha sido informado que o pagamento de Imposto sobre a
Renda das Pessoas Jurdicas (IRPJ) ou de Contribuio Social sobre o Lucro
Lquido (CSLL) foi dividido em quotas;
c) em relao ao ms de janeiro de cada ano-calendrio; e
d) em relao ao ms subsequente quele em que se verificar elevada oscilao da
taxa de cmbio, na hiptese de alterao da opo pelo regime de competncia
para o regime de caixa prevista no art. 5 da Instruo Normativa RFB n 1.079,
de 3 de novembro de 2010.
As pessoas jurdicas e demais entidades que estejam inativas ou no tenham dbitos a
declarar podero comunicar na DCTF, em relao ao ms de janeiro de cada ano-
calendrio, se for o caso, a opo pelo regime (caixa ou competncia) segundo o qual as
-
12
variaes monetrias dos direitos de crdito e das obrigaes do contribuinte, em funo
da taxa de cmbio, sero consideradas para efeito de determinao da base de clculo do
IRPJ, da CSLL, da Contribuio para o PIS/Pasep e da Contribuio para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
As informaes relativas s Sociedades em Conta de Participao (SCP) devem ser
apresentadas pelo scio ostensivo, em sua prpria DCTF.
Notas:
Para a apresentao da DCTF, obrigatria a assinatura digital da declarao
mediante utilizao de certificado digital vlido.
Veja ainda: Dispensa de apresentao da DCTF: Pergunta 012 deste captulo.
Normativo: Instruo Normativa RFB n 1.599, de 11 de dezembro de 2015;
Instruo Normativa RFB n 1.079, de 3 de novembro de 2010;
Decreto n 8.451, de 2015.
012 Quem est dispensado de apresentar DCTF?
Esto dispensadas de apresentao da DCTF:
I - as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas
no Regime Especial Unificado de Arrecadao de Tributos e Contribuies
devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional),
institudo pela Lei Complementar n 123, de 14 de dezembro de 2006,
relativamente aos perodos abrangidos por esse Regime;
Observao: No esto dispensadas da apresentao da DCTF:
a) - as ME e as EPP enquadradas no Simples Nacional que estejam
sujeitas ao pagamento da Contribuio Previdenciria sobre a
Receita Bruta (CPRB), nos termos dos incisos IV e VII do caput do
art. 7 da Lei n 12.546, de 14 de dezembro de 2011, na qual devero
informar os valores relativos referida CPRB e aos impostos e
contribuies, devidos na qualidade de contribuinte ou responsvel,
de que tratam os incisos I, V, VI, XI e XII do 1 do art. 13 da Lei
Complementar n 123, de 2006;
b) - as pessoas jurdicas excludas do Simples Nacional, quanto s
DCTF relativas aos fatos geradores ocorridos a partir da data em
que a excluso produzir efeitos;
-
13
II - os rgos pblicos da administrao direta da Unio;
III - as pessoas jurdicas e demais entidades listadas como obrigadas mas em incio
de atividades, referente ao perodo compreendido entre o ms em que forem
registrados seus atos constitutivos at o ms anterior quele em que for efetivada
a inscrio no CNPJ; e
IV - as pessoas jurdicas e demais entidades que sejam obrigadas mas que estejam
inativas ou no tenham dbitos a declarar, a partir do 2 (segundo) ms em que
permanecerem nessa condio, observado o disposto nos inciso III do 2, do art.
3, da Instruo Normativa RFB n 1.599, de 11 de dezembro de 2015.
Observao: Estas voltaro condio de obrigadas entrega da
DCTF a partir do ms em que tiverem dbitos a declarar.
So tambm dispensadas de apresentao da DCTF, ainda que se encontrem inscritas no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica (CNPJ) ou que tenham seus atos constitutivos
registrados em Cartrio ou Juntas Comerciais:
I - os condomnios edilcios;
II - os grupos de sociedades, constitudos na forma do art. 265 da Lei n 6.404, de
15 de dezembro de 1976;
III - os consrcios, desde que no realizem negcios jurdicos em nome prprio,
inclusive na contratao de pessoas jurdicas e fsicas, com ou sem vnculo
empregatcio;
IV - os clubes de investimento registrados em Bolsa de Valores, segundo as
normas fixadas pela Comisso de Valores Mobilirios (CVM) ou pelo Banco
Central do Brasil (Bacen);
V - os fundos de investimento imobilirio, que no se enquadrem no disposto no
art. 2 da Lei n 9.779, de 19 de janeiro de 1999;
VI - os fundos mtuos de investimento mobilirio, sujeitos s normas do Bacen
ou da CVM;
VII - as embaixadas, misses, delegaes permanentes, consulados-gerais,
consulados, vice-consulados, consulados honorrios e as unidades especficas do
governo brasileiro no exterior;
VIII - as representaes permanentes de organizaes internacionais;
IX - os servios notariais e registrais (cartrios), de que trata a Lei n 6.015, de 31
de dezembro de 1973;
X - os fundos especiais de natureza contbil ou financeira, no dotados de
personalidade jurdica, criados no mbito de qualquer dos Poderes da Unio, dos
-
14
Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, bem como dos Ministrios Pblicos
e dos Tribunais de Contas;
XI - os candidatos a cargos polticos eletivos e os comits financeiros dos partidos
polticos nos termos da legislao especfica;
XII - as incorporaes imobilirias objeto de opo pelo Regime Especial de
Tributao (RET), de que trata a Lei n 10.931, de 2 de agosto de 2004;
XIII - as empresas, fundaes ou associaes domiciliadas no exterior que
possuam no Brasil bens e direitos sujeitos a registro de propriedade ou posse
perante rgos pblicos, localizados ou utilizados no Brasil;
XIV - as comisses, sem personalidade jurdica, criadas por ato internacional
celebrado pela repblica Federativa do Brasil e um ou mais pases, para fins
diversos; e
XV - as comisses de conciliao prvia de que trata o art. 1 da Lei n 9.958, de
12 de janeiro de 2000.
XVI - os representantes comerciais, corretores, leiloeiros, despachantes e demais
pessoas fsicas que exeram exclusivamente a representao comercial autnoma
sem relao de emprego, e que desempenhem, em carter no eventual por conta
de uma ou mais pessoas, a mediao para a realizao de negcios mercantis, nos
termos do art. 1 da Lei n 4.886, de 9 de dezembro de 1965, quando praticada por
conta de terceiros.
Notas:
Na hiptese de PJ excluda do Simples Nacional, no devero ser informados na
DCTF os valores apurados pelo Simples Nacional.
As pessoas jurdicas que passarem a se enquadrar no Simples Nacional devem
apresentar as DCTF referentes aos perodos anteriores a sua incluso.
Considera-se pessoa jurdica inativa aquela que no tenha efetuado qualquer
atividade operacional, no-operacional, patrimonial ou financeira, inclusive
aplicao no mercado financeiro ou de capitais, durante todo o ms-calendrio.
O pagamento, no ms-calendrio a que se referir a declarao, de tributo relativo a
meses-calendrios anteriores e de multa pelo descumprimento de obrigao
acessria no descaracterizam a pessoa jurdica como inativa no ms-calendrio.
Normativo: Instruo Normativa RFB n 1.599, de 11 de dezembro de 2015.
-
15
013 Quais impostos e contribuies devem ser informados na DCTF?
A DCTF deve conter informaes relativas aos valores devidos (dbitos) e os respectivos
valores utilizados para sua quitao (crditos), dos seguintes impostos e contribuies
administrados pela RFB:
I - Imposto de Renda das Pessoas Jurdicas (IRPJ);
II - Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF);
III - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
IV - Imposto sobre Operaes de Crdito, Cmbio e Seguro, ou Relativas a Ttulos
ou Valores Mobilirios (IOF);
V - Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL);
VI - Contribuio para o PIS/Pasep;
VII - Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
VIII - Contribuio Provisria sobre Movimentao ou Transmisso de Valores e
de Crditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), at 31 de dezembro de
2007;
IX - Contribuio de Interveno no Domnio Econmico incidente sobre a
importao e a comercializao de petrleo e seus derivados, gs natural e seus
derivados e lcool etlico combustvel (Cide-Combustvel);
X - Contribuio de Interveno no Domnio Econmico destinada a financiar o
Programa de Estmulo Interao Universidade-Empresa para o Apoio Inovao
(Cide-Remessa);
XI - Contribuio do Plano de Seguridade do Servidor Pblico (PSS); e
XII - Contribuio Previdenciria sobre a Receita Bruta (CPRB), de que tratam os
arts. 7 e 8 da Lei n 12.546, de 14 de dezembro de 2011.
Notas:
Quanto aos valores:
No devem ser informados na DCTF os valores de impostos e contribuies exigidos
em lanamento de ofcio.
Devero ser informados, por estabelecimento, na DCTF apresentada pela matriz os
valores referentes ao IPI e Cide-Combustvel.
-
16
Devem ser informados na DCTF da pessoa jurdica incorporadora, por incorporao
imobiliria, no grupo RET/Pagamento Unificado de Tributos. Os valores relativos
ao IRPJ, CSLL, Contribuio para o PIS/Pasep e Cofins pagos na forma do
caput do art. 4 da Lei n 10.931, de 2004.
Devem ser informados na DCTF no grupo Contribuies Sociais Retidas na Fonte
(CSRF), os valores referentes CSLL, Cofins e Contribuio para o PIS/Pasep
retidos na fonte pelas pessoas jurdicas de direito privado na forma do art. 30 da Lei
n 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e os valores relativos Cofins e
Contribuio para o PIS/Pasep retidos na forma do 3 do art. 3 da Lei n 10.485,
de 3 de julho de 2002, alterado pelo art. 42 da Lei n 11.196, de 21 de novembro de
2005.
Devem ser informados na DCTF no grupo Contribuies Sociais e Imposto de Renda
Retidos na Fonte (COSIRF), os valores referentes ao IRPJ, CSLL, Cofins e
Contribuio para o PIS/Pasep retidos na fonte pelas empresas pblicas, sociedades
de economia mista e demais entidades na forma do inciso III do art. 34 da Lei n
10.833, de 2003.
Devem ser informados na DCTF no grupo COSIRF, os valores referentes CSLL,
Cofins e Contribuio para o PIS/Pasep retidos pelos rgos, autarquias e
fundaes dos Estados, Distrito Federal e Municpios, que tenham celebrado
convnio com a RFB nos termos do art. 33 da Lei n 10.833, de 2003.
No devem ser informados na DCTF, os valores relativos ao IRRF incidente sobre
rendimentos pagos pelos Estados, Distrito Federal e Municpios, bem como por suas
Autarquias e Fundaes, recolhidos nos cdigos de receita 0561, 1889, 2063, 3533,
3540, 3562 e 5936.
Devero ser informados na DCTF apresentada pelo administrador, os valores
referentes ao IRRF retido pelos fundos de investimento, que no se enquadrem no
disposto no art. 2 da Lei n 9.779, de 1999.
Na hiptese de tornarem-se exigveis tributos administrados pela RFB em
decorrncia do descumprimento das condies que ensejaram a aquisio de bens e
servios com iseno, suspenso, reduo de alquota ou no incidncia, a pessoa
jurdica adquirente dever retificar a DCTF referente ao perodo de aquisio dos
bens ou dos servios no mercado interno para incluso, na condio de responsvel,
dos valores relativos aos tributos no pagos.
Na hiptese de tornarem-se exigveis tributos administrados pela RFB em
decorrncia do descumprimento das condies que ensejaram a importao de bens
e servios com iseno, suspenso, reduo de alquota ou no incidncia, a pessoa
jurdica importadora dever retificar a DCTF referente ao perodo de importao dos
bens e servios para incluso dos valores relativos aos tributos no pagos.
Devero ser informados na DCTF apresentada pelo estabelecimento matriz, os
valores referentes CPRB, cujos recolhimentos devero ser efetuados de forma
-
17
centralizada pelo estabelecimento matriz, nos mesmos moldes das demais
contribuies sociais incidentes sobre a receita bruta.
DCTF Retificadoras:
A alterao das informaes prestadas em DCTF, nas hipteses em que admitida,
ser efetuada mediante apresentao de DCTF retificadora, elaborada com
observncia das mesmas normas estabelecidas para a declarao retificada.
A DCTF retificadora ter a mesma natureza da declarao originariamente
apresentada e servir para declarar novos dbitos, aumentar ou reduzir os valores de
dbitos j informados ou efetivar qualquer alterao nos crditos vinculados.
A retificao no produzir efeitos quando tiver por objeto:
I - reduzir os dbitos relativos a impostos e contribuies:
a) cujos saldos a pagar j tenham sido enviados Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (PGFN) para inscrio em DAU, nos casos em que importe alterao
desses saldos;
b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos s
informaes indevidas ou no comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento,
parcelamento, compensao ou suspenso de exigibilidade, j tenham sido enviados
PGFN para inscrio em DAU; ou
c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalizao.
II - alterar os dbitos de impostos e contribuies em relao aos quais a pessoa
jurdica tenha sido intimada de incio de procedimento fiscal.
A retificao de valores informados na DCTF, que resulte em reduo do montante
do dbito j enviado PGFN para inscrio em DAU ou do dbito que tenha sido
objeto de exame em procedimento de fiscalizao, somente poder ser efetuada pela
RFB nos casos em que houver prova inequvoca da ocorrncia de erro de fato no
preenchimento da declarao e enquanto no extinto o direito de a Fazenda Pblica
constituir o crdito tributrio correspondente quela declarao.
Na hiptese de alterar dbitos de impostos e contribuies em relao aos quais a
pessoa jurdica tenha sido intimada de incio de procedimento fiscal, havendo
recolhimento anterior ao incio do procedimento fiscal, em valor superior ao
declarado, a pessoa jurdica poder apresentar declarao retificadora, em
atendimento a intimao fiscal e nos termos desta, para sanar erro de fato, sem
prejuzo das penalidades cabveis.
O direito de o contribuinte pleitear a retificao da DCTF extingue-se em 5 (cinco)
anos contados a partir do 1 (primeiro) dia do exerccio seguinte ao qual se refere a
declarao.
-
18
A pessoa jurdica que apresentar DCTF retificadora, alterando valores que tenham
sido informados:
I - na Declarao de Informaes Econmico-Fiscais da Pessoa Jurdica (DIPJ),
dever apresentar, tambm, DIPJ retificadora; e
II - no Demonstrativo de Apurao de Contribuies Sociais (Dacon), dever
apresentar, tambm, Dacon retificador.
As DCTF retificadoras podero ser retidas para anlise com base na aplicao de
parmetros internos estabelecidos pela RFB.
A pessoa jurdica ou o responsvel pelo envio da DCTF retida para anlise ser
intimado a prestar esclarecimentos ou apresentar documentos sobre as possveis
inconsistncias ou indcios de irregularidade detectados, sem prejuzo das
penalidades cabveis.
A intimao para o sujeito passivo prestar esclarecimentos ou apresentar
documentao comprobatria poder ser efetuada de forma eletrnica, observada a
legislao especfica, prescindindo, neste caso, de assinatura.
O no atendimento intimao no prazo determinado ensejar a no homologao
da retificao.
No produziro efeitos as informaes retificadas:
I - enquanto pendentes de anlise; e
II - no homologadas.
facultado ao sujeito passivo, no prazo de 30 (trinta) dias contado da data da cincia
da deciso que no homologou a DCTF retificadora, apresentar impugnao dirigida
Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) de sua jurisdio, nos
termos do Decreto n 70.235, de 6 de maro de 1972.
Normativo: Instruo Normativa RFB n 1.599, de 11 de dezembro de 2015.
014 Qual o prazo para apresentao da DCTF?
As pessoas jurdicas devem apresentar a DCTF at o 15 (dcimo quinto) dia til do 2
(segundo) ms subsequente ao ms de ocorrncia dos fatos geradores, inclusive nos casos
de extino, incorporao, fuso e ciso total ou parcial. Essa obrigatoriedade de
-
19
apresentao no se aplica, para a incorporadora, nos casos em que as pessoas jurdicas,
incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societrio desde o ano-
calendrio anterior ao do evento.
Notas:
No caso de excluso do Simples Nacional, a pessoa jurdica fica obrigada a
apresentar as DCTF relativas aos fatos geradores ocorridos:
I - desde o incio das atividades, no caso de ter ultrapassado, no ano-calendrio de
incio de atividade, em mais de 20% (vinte por cento), o limite de receita bruta
proporcional ao nmero de meses de funcionamento nesse ano-calendrio, previsto
no 2 do art. 3 da Lei Complementar n 123, de 2006;
II - a partir do ms de ocorrncia do evento excludente, na constatao das situaes
previstas nos incisos II a XII do caput do art. 29 da Lei Complementar n 123, de
2006;
III - a partir do ms seguinte ocorrncia do evento excludente:
a) no caso de ter ultrapassado, no ano-calendrio, em mais de 20% (vinte por cento),
o limite de receita bruta anual previsto no inciso II do caput do art. 3 da Lei
Complementar n 123, de 2006; ou
b) na constatao das situaes previstas no 4 do art. 3 ou nos incisos I a III e VI
a XVI do caput do art. 17 da Lei Complementar n 123, de 2006;
IV - a partir de 1 (primeiro) de janeiro do ano-calendrio subsequente ocorrncia
do evento excludente:
a) no caso de ter ultrapassado, no ano-calendrio de incio de atividade, em at 20%
(vinte por cento), o limite de receita bruta proporcional ao nmero de meses de
funcionamento nesse ano-calendrio, previsto no 2 do art. 3 da Lei
Complementar n 123, de 2006; ou
b) no caso de ter ultrapassado, no ano-calendrio, em at 20% (vinte por cento), o
limite de receita bruta anual previsto no inciso II do caput do art. 3 da Lei
Complementar n 123, de 2006;
V - a partir do ano-calendrio subsequente ao da cincia da comunicao da
excluso, na constatao da situao prevista no inciso V do caput do art. 17 da Lei
Complementar n 123, de 2006, exceto na hiptese prevista no 2 do art. 31 da
referida Lei.
A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional que se enquadrar no disposto no inciso
I e comunicar espontaneamente sua excluso do regime dever apresentar as DCTF,
relativas aos fatos geradores ocorridos a partir do incio de atividade, at o ltimo
dia til do ms subsequente quele em que for ultrapassado o limite de receita bruta.
-
20
No caso de comunicao de excluso por opo da ME ou EPP optante pelo Simples
Nacional, a pessoa jurdica fica obrigada a apresentar as DCTF relativas aos fatos
geradores ocorridos a partir da data em que a excluso produzir efeitos.
Normativo: Instruo Normativa RFB n 1.599, de 11 de dezembro de 2015.
Perodo de Apurao do IRPJ, Prazos e Formas de Apresentao da ECF
015 O que se entende por perodo-base de apurao do imposto de renda?
o perodo de tempo delimitado pela legislao tributria (trimestre ou ano),
compreendido em um ano-calendrio, durante o qual so apurados os resultados das
pessoas jurdicas e calculados os impostos e contribuies.
Notas:
Ano-calendrio o perodo de doze meses consecutivos, contados de 1 de janeiro a
31 de dezembro.
016 A alterao pela pessoa jurdica da data do trmino do exerccio social ou a
apurao dos resultados em perodo diferente do determinado pela legislao
fiscal pode provocar a no obrigatoriedade da apresentao da ECF em algum
perodo?
No, pois, conforme o disposto na legislao fiscal, Lei n 7.450, de 1985, art. 16, para
efeito de apurao do imposto de renda das pessoas jurdicas, o perodo-base (trimestral
ou anual) deve estar, necessariamente, compreendido no ano-calendrio, assim entendido
o perodo de doze meses contados de 1 de janeiro a 31 de dezembro. A apurao dos
resultados ser efetuada com observncia da legislao vigente poca de ocorrncia dos
respectivos fatos geradores.
Normativo: Lei n 7.450, de 1985, art. 16; RIR/1999, arts. 220 e 221.
017 Atualmente, qual o perodo de apurao do imposto de renda para as pessoas
jurdicas?
Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1 de janeiro de 1997, o perodo de apurao
dos resultados da pessoa jurdica trimestral (lucro real, presumido ou arbitrado).
Contudo, a pessoa jurdica que optar pelo pagamento mensal com base na estimativa,
balano ou balancete de suspenso ou reduo, fica sujeita apurao pelo lucro real
-
21
anual, a ser feita em 31 de dezembro do ano-calendrio, ou na data do evento, nos casos
de fuso, ciso, incorporao e extino.
Normativo: RIR/1999, arts. 220 e 221.
018 O que se considera data do evento nas hipteses de ciso, fuso, incorporao
ou extino da pessoa jurdica?
Considera-se data do evento aquela em que houve a deliberao que aprovou a ciso,
incorporao ou fuso. No caso de extino a data que ultimar a liquidao da pessoa
jurdica.
Notas:
Os Documentos devem ser registrados dentro de 30 (trinta) dias contados de sua
assinatura.
Normativo: Lei n 8.934, de 1994, arts. 32 e 36
019 Qual a forma de apresentao da ECF e quais documentos devem ser
anexados?
A partir de 1/01/1999, ano-calendrio de 1998, a declarao de rendimentos das pessoas
jurdicas, inclusive retificadora, deve ser apresentada Secretaria da Receita Federal do
Brasil (RFB) exclusivamente em meio magntico.
A ECF, disponvel na internet no endereo , ser
transmitida anualmente ao Sistema Pblico de Escriturao Digital (Sped) at o ltimo
dia til do ms de julho do ano seguinte ao ano-calendrio a que se refira.
O sujeito passivo dever informar, na ECF, todas as operaes que influenciem a
composio da base de clculo e o valor devido do Imposto sobre a Renda da Pessoa
Jurdica (IRPJ) e da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL), especialmente
quanto:
I - recuperao do plano de contas contbil e saldos das contas, para pessoas
jurdicas obrigadas a entregar a Escriturao Contbil Digital (ECD) relativa ao
mesmo perodo da ECF;
II - recuperao de saldos finais da ECF do perodo imediatamente anterior,
quando aplicvel;
III - associao das contas do plano de contas contbil recuperado da ECD com
plano de contas referencial, definido pela Coordenao-Geral de Fiscalizao
(Cofis), por meio de Ato Declaratrio Executivo (ADE);
-
22
IV - ao detalhamento dos ajustes do lucro lquido na apurao do Lucro Real, no
Livro Eletrnico de Apurao do Lucro Real (e-Lalur), mediante tabela de adies
e excluses definida pela Cofis, por meio de Ato Declaratrio Executivo;
V - ao detalhamento dos ajustes da base de clculo da CSLL, no Livro Eletrnico
de Apurao da Base de Clculo da CSLL (e-Lacs), mediante tabela de adies e
excluses definida pela Cofis, por meio de Ato Declaratrio Executivo;
VI - aos registros de controle de todos os valores a excluir, adicionar ou compensar
em exerccios subsequentes, inclusive prejuzo fiscal e base de clculo negativa
da CSLL; e
VII - aos registros, lanamentos e ajustes que forem necessrios para a
observncia de preceitos da lei tributria relativos determinao do lucro real e
da base de clculo da CSLL, quando no devam, por sua natureza exclusivamente
fiscal, constar da escriturao comercial, ou sejam diferentes dos lanamentos
dessa escriturao.
VIII - apresentao do Demonstrativo de Livro Caixa, a partir do ano-calendrio
2016, para as pessoas jurdicas optantes pela sistemtica do lucro presumido que
se utilizem da prerrogativa prevista no pargrafo nico do art. 45 da Lei n 8.981,
de 20 de janeiro 1995, e cuja receita bruta no ano seja superior a R$ 1.200.000,00
(um milho e duzentos mil reais), ou proporcionalmente ao perodo a que se refere.
O Manual de Orientao do Leiaute da ECF, contendo informaes de leiaute do arquivo
de importao, regras de validao aplicveis aos campos, registros e arquivos, tabelas de
cdigos utilizadas e regras de retificao da ECF, ser divulgado pela Cofis por meio de
Ato Declaratrio Executivo publicado no Dirio Oficial da Unio (DOU).
O prazo para entrega da ECF ser encerrado s 23h59min59s (vinte e trs horas, cinquenta
e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horrio de Braslia, do ltimo dia fixado
para entrega da escriturao.
A ECF dever ser assinada digitalmente mediante utilizao de certificado digital vlido.
Nos casos de extino, ciso parcial, ciso total, fuso ou incorporao, a ECF dever ser
entregue pelas pessoas jurdicas extintas, cindidas, fusionadas, incorporadas e
incorporadoras, at o ltimo dia til do ms subsequente ao do evento. Quando este
ocorrer de janeiro a maio do ano-calendrio, o prazo ser at o ltimo dia til do ms de
junho do referido ano, mesmo prazo da ECF para situaes normais relativas ao ano-
calendrio anterior.
Na transmisso da ECF, que feita por meio da Internet, o Recibo de Recepo emitido
na concluso do envio, podendo ser impresso pelo prprio contribuinte, como
comprovante da recepo.
Normativo: RIR/1999, art. 809.
IN SRF N 1.422, de 2013
-
23
020 De que formas sero apresentadas as declaraes de exerccios anteriores?
As declaraes de exerccios anteriores, quando apresentadas em atraso, devem ser
entregues de acordo com as regras fixadas para cada exerccio, utilizando o programa
aplicvel a cada exerccio, disponibilizado pela RFB.
Retificao da ECF
021 Como proceder quando, aps a entrega da ECF, a pessoa jurdica constatar que
houve falhas ou incorrees nos dados fornecidos?
A retificao de ECF anteriormente entregue dar-se- mediante apresentao de nova
ECF, nas hipteses em que admitida, independentemente de autorizao da autoridade
administrativa e ter a mesma natureza da ECF originariamente
apresentada, substituindo-a integralmente para todos os fins e direitos, e passar a ser a
ativa na base de dados do Sped.
Caso a ECF retificadora altere os saldos das contas da parte B do e-Lalur ou do e-Lacs,
a pessoa jurdica dever verificar a necessidade de retificar as ECF dos anos-calendrio
posteriores.
A pessoa jurdica dever entregar a ECF retificadora sempre que apresentar
Escriturao Contbil Digital (ECD) substituta que altere contas ou saldos contbeis
recuperados na ECF ativa na base de dados do Sped.
No caso de lanamentos extemporneos em ECD que alterem a base de clculo do IRPJ
ou da CSLL da ECF de ano-calendrio anterior, a pessoa jurdica dever efetuar o ajuste
por meio de ECF retificadora relativa ao respectivo ano-calendrio, mediante adies ou
excluses ao lucro lquido, ainda que a ECD recuperada na ECF retificada no tenha
sido alterada.
A pessoa jurdica que entregar ECF retificadora que altere valores de apurao do IRPJ
ou da CSLL que haviam sido informados na Declarao de Dbitos e Crditos de
Tributos Federais (DCTF) dever apresentar DCTF retificadora elaborada com
observncia das normas especficas relativas a esta declarao.
Notas:
Para mais informaes a respeito da retificao da ECF, consulte o Manual de
Orientao da ECF, disponvel no stio do Sped.
Veja ainda: Forma de apresentao da ECF:
Perguntas 19 e 20 deste captulo.
-
24
Normativo: MP n 2.189-49, de 2001, art.18; e
IN SRF n 166, de 1999, arts. 1 e 4.
Instruo Normativa RFB n 1770, de 18 de dezembro de 2017.
022 Qual o prazo para retificao da ECF da pessoa jurdica?
O prazo de 5 (cinco) anos, conforme os artigos 150 e 173 do CTN.
023 Em que hipteses no ser admitida a ECF retificadora?
Nas seguintes hipteses:
a) quando iniciado procedimento de ofcio; e
b) quando tiver por objetivo alterar o regime de tributao anteriormente adotado, salvo
nos casos determinados pela legislao, para fins de determinao do lucro arbitrado.
Normativo: RIR/1999, art. 832; e
IN SRF n 166, de 1999, art. 4.
Instruo Normativa RFB n 1770, de 18 de dezembro de 2017.
024 Quais os efeitos tributrios no caso de a ECF retificadora apresentar valores a
ttulo de IRPJ e de CSLL diferentes daqueles inicialmente apresentados na ECF
retificada?
Quando a retificao da ECF apresentar imposto maior que o da ECF retificada, a
diferena apurada ser devida com os acrscimos correspondentes.
Quando a retificao da ECF apresentar imposto menor que o da ECF retificada, a
diferena apurada, desde que paga, poder ser compensada ou restituda.
Sobre o montante a ser compensado ou restitudo incidiro juros equivalentes taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidao e Custdia (Selic), acumulados at o ms
anterior ao da restituio ou compensao, adicionado de 1% (um por cento) no ms da
restituio ou compensao.
Normativo: IN SRF n 166, de 1999, arts. 3 e 4; e
IN RFB n 1.717, de 2017, art. 142.
Entidades Imunes ou Isentas do Imposto de Renda
-
25
025 Quais pessoas imunes ao imposto de renda esto sujeitas entrega da ECF?
So imunes ao imposto sobre a renda e esto obrigadas a ECF:
a) os templos de qualquer culto;
b) os partidos polticos, inclusive suas fundaes, as entidades sindicais de
trabalhadores, as instituies de educao e as de assistncia social, sem fins
lucrativos, desde que observados os requisitos da Lei.
Considera-se imune a instituio de educao ou de assistncia social que preste os
servios para os quais houver sido instituda e os coloque disposio da populao em
geral, em carter complementar s atividades do Estado, sem fins lucrativos.
Define-se como entidade sem fins lucrativos, a instituio de educao e de assistncia
social que no apresente supervit em suas contas ou, caso o apresente em determinado
exerccio, destine referido resultado integralmente manuteno e ao desenvolvimento
dos seus objetivos sociais.
Para o gozo da imunidade, as instituies citadas em b esto obrigadas a atender aos
seguintes requisitos:
a) no remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos servios prestados;
c) manter escriturao completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das
formalidades que assegurem a respectiva exatido;
d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emisso,
os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivao de suas
despesas, bem assim a realizao de quaisquer outros atos ou operaes que
venham a modificar sua situao patrimonial;
e) apresentar, anualmente, a ECF, em conformidade com o disposto em ato da
Secretaria da Receita Federal do Brasil;
f) recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou creditados e a
contribuio para a seguridade social relativa aos empregados, bem assim cumprir
as obrigaes acessrias da decorrentes;
g) assegurar a destinao de seu patrimnio a outra instituio que atenda s
condies para gozo da imunidade, no caso de incorporao, fuso, ciso ou de
extino da pessoa jurdica, ou a rgo pblico;
h) no distriburem qualquer parcela de seu patrimnio ou de suas rendas, a qualquer
ttulo;
i) outros requisitos, estabelecidos em lei especfica, relacionados com o
funcionamento das entidades citadas.
Notas:
1) A vedao remunerao dos dirigentes da instituio de educao e de
assistncia social pelos servios prestados, referida na letra "a", no alcana a
hiptese de remunerao de dirigente no caso de associaes, fundaes ou
organizaes da sociedade civil, sem fins lucrativos, cujos dirigentes podero ser
remunerados, desde que atuem efetivamente na gesto executiva e desde que
cumpridos os requisitos previstos nos arts. 3 e 16 da Lei n 9.790, de 23 de maro
de 1999, respeitados como limites mximos os valores praticados pelo mercado na
regio correspondente sua rea de atuao, devendo seu valor ser fixado pelo rgo
-
26
de deliberao superior da entidade, registrado em ata, com comunicao ao
Ministrio Pblico, no caso das fundaes.
2) A exigncia a que se refere o item 1 no impede:
a) a remunerao aos diretores no estatutrios que tenham vnculo
empregatcio; e
b) a remunerao aos dirigentes estatutrios, desde que recebam
remunerao inferior, em seu valor bruto, setenta por cento do limite
estabelecido para a remunerao de servidores do Poder Executivo federal.
3) A remunerao dos dirigentes estatutrios referidos no item 2 dever obedecer
s seguintes condies:
a) nenhum dirigente remunerado poder ser cnjuge ou parente at terceiro
grau, inclusive afim, de instituidores, scios, diretores, conselheiros,
benfeitores ou equivalentes da instituio de educao ou de assistncia
social, conforme o caso; e
b) o total pago a ttulo de remunerao aos dirigentes, pelo exerccio das
atribuies estatutrias, deve ser inferior a cinco vezes o valor
correspondente ao limite individual estabelecido na letra "b" do item 3.
4) O disposto nos itens 2 e 3 no impede a remunerao da pessoa do dirigente
estatutrio ou diretor que, cumulativamente, tenha vnculo estatutrio e
empregatcio, exceto se houver incompatibilidade de jornadas de trabalho.
5) a vedao estabelecida no item 1 no alcana a hiptese de remunerao de
dirigente, em decorrncia de vnculo empregatcio, pelas Organizaes da Sociedade
Civil de Interesse Pblico (Oscip), qualificadas segundo as normas estabelecidas na
Lei n 9.790, de 23 de maro de 1999, e pelas Organizaes Sociais (OS),
qualificadas consoante os dispositivos da Lei n 9.637, de 15 de maio de 1998, desde
que a referida remunerao no seja superior, em seu valor bruto, ao limite
estabelecido para a remunerao de servidores do Poder Executivo Federal.
6) A imunidade referida nesta questo restrita aos resultados relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nela mencionadas.
7) A imunidade referida nesta questo no exclui a atribuio, por lei, s entidades
nela referidas, da condio de responsveis pelo imposto que lhes caiba reter na fonte
e no as dispensa da prtica de atos, previstos em lei, assecuratrios do cumprimento
de obrigaes tributrias por terceiros.
8) no permite pagamento, pela instituio imune, em favor de seus associados ou
dirigentes, ou, ainda, em favor de scios, acionistas ou dirigentes de pessoa jurdica
a ela associada por qualquer forma, de despesas consideradas indedutveis na
determinao da base de clculo do imposto sobre a renda ou da contribuio social
sobre o lucro lquido.
-
27
9) O disposto anteriormente extensivo s autarquias e s fundaes institudas e
mantidas pelo Poder Pblico, no que se refere aos resultados vinculados a suas
finalidades essenciais ou s delas decorrentes, no se aplicando aos resultados
relacionados com explorao de atividades econmicas regidas pelas normas
aplicveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestao ou
pagamento de preos ou tarifas pelo usurio.
Normativo: CF/1988, art. 150, VI, b e c; art. 170, IV, e 173, 4
CTN, arts. 9 , 12, 13 e 14;
Lei Complementar n 104, de 2001;
Lei n 9.532, de 1997, art. 12 e 13, pargrafo nico;
Lei n 9.637, de 1998;
Lei n 9.790, de 1999;
Lei n 10.637, de 2002, art. 34 e art. 68, III;
Lei n 12.868, de 2013, art. 18;
Lei n 13.204, de 2015, art. 4.
026 Quais so as entidades isentas pela finalidade ou objeto?
Consideram-se isentas as instituies de carter filantrpico, recreativo, cultural e
cientfico e as associaes civis que prestem os servios para os quais houverem sido
institudas e os coloquem disposio do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins
lucrativos.
Considera-se entidade sem fins lucrativos a que no apresente supervit em suas contas
ou, caso o apresente em determinado exerccio, destine referido resultado, integralmente,
manuteno e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais.
Notas:
1) As associaes de poupana e emprstimo esto isentas do imposto sobre a renda,
mas so contribuintes da CSLL.
2) As associaes referidas no item 1 pagaro o imposto correspondente aos
rendimentos e ganhos lquidos auferidos em aplicaes financeiras alquota de 15%
(quinze por cento), calculado sobre 28% (vinte e oito por cento) do valor dos
referidos rendimentos e ganhos lquidos. O imposto ser considerado definitivo.
3) As entidades fechadas e abertas de previdncia complementar sem fins
lucrativos esto isentas do imposto sobre a renda.
4) As entidades fechadas de previdncia complementar passaram a estar isentas
tambm da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido, relativamente aos fatos
geradores ocorridos a partir de 1 de janeiro de 2002..
-
28
Normativo: Lei n 9.532, de 1997, caput do art. 15 e 3 do art. 12;
RIR/1999, art. 177;
Lei n 10.426, de 2002, art. 5;
Lei Complementar n 109, de 2001;
Decreto-Lei n 2.065, de 1983, art. 6; e
Lei n 11.053, de 29 de dezembro de 2004, art. 7).
027 Quais as condies determinadas pela legislao que devem ser observadas
pelas entidades enquadradas como isentas pela finalidade ou objeto?
As entidades consideradas isentas pela finalidade ou objeto devero atender aos seguintes
requisitos:
a) no remunerar por qualquer forma seus dirigentes pelos servios prestados;
b) aplicar integralmente seus recursos na manuteno e desenvolvimento dos objetivos
sociais;
c) manter escriturao completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das
formalidades que assegurem a respectiva exatido;
d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contados da data da emisso, os
documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivao de suas despesas,
bem assim a realizao de quaisquer outros atos ou operaes que venham a modificar
sua situao patrimonial;
e) apresentar, anualmente, ECF, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria
da Receita Federal do Brasil;
f) a vedao remunerao dos dirigentes da instituio de educao e de assistncia
social pelos servios prestados, referida na letra "a", no alcana a hiptese de
remunerao de dirigente no caso de associaes, fundaes ou organizaes da
sociedade civil, sem fins lucrativos, cujos dirigentes podero ser remunerados, desde
que atuem efetivamente na gesto executiva e desde que cumpridos os requisitos
previstos nos arts. 3 e 16 da Lei n 9.790, de 23 de maro de 1999, respeitados como
limites mximos os valores praticados pelo mercado na regio correspondente sua
rea de atuao, devendo seu valor ser fixado pelo rgo de deliberao superior da
entidade, registrado em ata, com comunicao ao Ministrio Pblico, no caso das
fundaes.
Normativo: Lei n 9.532, de 1997, art. 15, 3 .
028 A imunidade e a iseno aplicam-se a toda renda obtida pelas entidades
citadas?
No. Estar fora do alcance da tributao somente o resultado relacionado com as
finalidades essenciais destas entidades.
Em relao a entidade imune:
-
29
O Supremo Tribunal Federal (STF) vem pacificando o seu entendimento na linha
de que as imunidades tributrias devem ser interpretadas finalisticamente. Segundo
esse tribunal, a imunidade prevista no art. 150, VI, alnea "c", abrange inclusive os
servios que no se enquadrem nas finalidades essenciais da entidade de assistncia
social. Nessa esteira de entendimento, foi editada a Smula 724 do STF:
Ainda quando alugado a terceiros,
permanece imune ao IPTU o imvel
pertencente a qualquer das entidades
referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituio,
desde que o valor dos aluguis seja aplicado
nas atividades essenciais de tais entidades.
A opo por uma interpretao teleolgica da imunidade, todavia, no afasta, antes
exige, a averiguao das circunstncias fticas e jurdicas peculiares de cada
entidade, sob pena de se admitir a ocorrncia de abusos no exerccio do aludido
benefcio constitucional. Mesmo aceitando a orientao finalista, no se pode
chegar ao extremo de acatar que toda e qualquer renda, advinda de outras atividades
no relacionadas com aquelas essenciais da entidade, estejam, indistintamente,
acobertadas pela imunidade apenas porque o seu produto destinado prpria
instituio. No se concebe que da imunidade resulte um favorecimento excessivo
entidade, a ponto de ferir o princpio constitucional da livre concorrncia em
relao s empresas que operam no mesmo ramo de atividade sem o benefcio
tributrio. Em outras palavras, deve-se analisar as peculiaridades de cada caso luz
do princpio estatudo no art. 173, 4 , da Constituio Federal.
Em relao a entidade isenta:
Por meio do Parecer Normativo CST n 162, de 11 de setembro de 1974, a RFB
esclarece que para a fruio da iseno necessria a observncia dos requisitos
legais em sua totalidade, j que o descumprimento parcial das condies
suficiente para a inaplicabilidade total da iseno, alm disso, ressalta que a iseno
no pode ser reconhecida quando a entidade extrapola seus objetivos sociais e
exerce atividades de natureza econmico-financeira, j que, desse modo,
concorreria de forma desigual com organizaes no alcanadas pela situao
beneficiada.
No esto abrangidos pela iseno do imposto os rendimentos e ganhos de capital
auferidos em aplicaes financeiras de renda fixa ou de renda varivel.
O disposto no pargrafo anteriore no se aplica aos rendimentos e ganhos de capital
auferidos pela Academia Brasileira de Letras, pela Associao Brasileira de
Imprensa e pelo Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro.
Normativo: CF/1988, art. 150, VI, c; art. 170, IV, e 173, 4;
Lei n 9.532, de 1997, art. 15, 2 e 5;
PN CST n 162, de 1974.
-
30
029 As instituies de educao e de assistncia social (art. 150, inciso VI, alnea
c, da Constituio Federal) esto sujeitas reteno do imposto de renda na
fonte sobre suas aplicaes financeiras?
Apesar de o 1 do art. 12 da Lei n 9.532, de 1997, dispor que no esto abrangidos
pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicaes financeiras
de renda fixa ou de renda varivel auferidos por essas instituies, o Supremo Tribunal
Federal (STF) suspendeu a vigncia desse dispositivo, por meio de medida liminar
deferida na Ao Direta de Inconstitucionalidade n 1802-3 (em sesso de 27/8/1998).
Normativo: STF - Ao Direta de Inconstitucionalidade n 1802-3.
030 A prtica de atos comuns s pessoas jurdicas com fins lucrativos
descaracteriza a iseno?
No pode haver a convivncia entre rendimentos decorrentes de atividade essencial,
portanto imunes, com os rendimentos que no estejam de acordo com a finalidade
essencial da entidade, rendimentos no imunes, sem descaracterizar a imunidade.
Da mesma forma, no possvel a convivncia de rendimentos isentos com no isentos,
tendo em vista no ser possvel o gozo de iseno pela metade, ou todos os rendimentos
so isentos, se cumpridos os requisitos da Lei n 9.532, de 1997, ou todos so submetidos
tributao, se descumpridos os requisitos.
Em relao a entidade imune:
O Supremo Tribunal Federal (STF) vem pacificando o seu entendimento na linha
de que as imunidades tributrias devem ser interpretadas finalisticamente. Segundo
esse tribunal, a imunidade prevista no art. 150, VI, alnea "c", abrange inclusive os
servios que no se enquadrem nas finalidades essenciais da entidade de assistncia
social. Nessa esteira de entendimento, foi editada a Smula 724 do STF:
Ainda quando alugado a terceiros,
permanece imune ao IPTU o imvel
pertencente a qualquer das entidades
referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituio,
desde que o valor dos aluguis seja aplicado
nas atividades essenciais de tais entidades.
A opo por uma interpretao teleolgica da imunidade, todavia, no afasta, antes
exige, a averiguao das circunstncias fticas e jurdicas peculiares de cada
entidade, sob pena de se admitir a ocorrncia de abusos no exerccio do aludido
benefcio constitucional. Mesmo aceitando a orientao finalista, no se pode
chegar ao extremo de acatar que toda e qualquer renda, advinda de outras atividades
no relacionadas com aquelas essenciais da entidade, estejam, indistintamente,
acobertadas pela imunidade apenas porque o seu produto destinado prpria
instituio. No se concebe que da imunidade resulte um favorecimento excessivo
entidade, a ponto de ferir o princpio constitucional da livre concorrncia em
relao s empresas que operam no mesmo ramo de atividade sem o benefcio
-
31
tributrio. Em outras palavras, deve-se analisar as peculiaridades de cada caso luz
do princpio estatudo no art. 173, 4 , da Constituio Federal.
Em relao a entidade isenta:
Por meio do Parecer Normativo CST n 162, de 11 de setembro de 1974, a RFB
esclarece que para a fruio da iseno necessria a observncia dos requisitos
legais em sua totalidade, j que o descumprimento parcial das condies
suficiente para a inaplicabilidade total da iseno, alm disso, ressalta que a iseno
no pode ser reconhecida quando a entidade extrapola seus objetivos sociais e
exerce atividades de natureza econmico-financeira, j que, desse modo,
concorreria de forma desigual com organizaes no alcanadas pela situao
beneficiada.
No entanto, o exerccio atividades relacionadas com as finalidades institucionais da
entidade no prejudicaria o aproveitamento do benefcio tributrio desde que esta
prtica consistisse apenas em um acessrio para otimizar suas atividades.
Considerar, porm, que essa interpretao por assim dizer extensiva da regra
instituidora do benefcio em acatamento das finalidades da entidade, no tem o
condo de permitir a explorao de atividades econmicas pela entidade, as quais
se transformem em importantes fonte de receitas, de forma a desvirtu-la dos seus
objetivos sociais. Tambm, no afasta, antes exige a averiguao das circunstncias
fticas e jurdicas peculiares das atividades por ela exploradas.
Normativo: Lei n 9.532, de 1997; e
PN CST n 162, de 1974.
031 No fornecimento de bens e servios pelas entidades imunes e isentas a rgos,
autarquias e fundaes da administrao pblica federal, caber reteno de
tributos e contribuies prevista no art. 64 da Lei n 9.430, de 1996?
No. O art. 4 da IN RFB n 1.234, de 2012, relaciona as hipteses de dispensa de
reteno, entre as quais encontram-se os casos de imunidade e iseno. A referida norma
dispe que nos pagamentos a instituies de educao e de assistncia social, bem como
a instituies de carter filantrpico, recreativo, cultural, cientfico e associaes de que
tratam respectivamente os art. 12 e 15 da Lei n 9.532, de 1997, caber a estas entidades
apresentar unidade pagadora declarao na forma do modelo aprovado por aquela
Instruo Normativa (art.6).
Normativo: Lei n 9.532, de 1997, arts. 12 e 15; e
Instruo Normativa RFB n 1.234, de 11 de janeiro de 2012, arts. 4 e
6.
-
32
032 Quais as consequncias tributrias imputadas s pessoas jurdicas que
deixarem de satisfazer s condies exigidas na legislao para o gozo da
imunidade e da iseno?
Sem prejuzo das demais penalidades previstas na lei, a Secretaria da Receita Federal do
Brasil suspender o gozo da iseno, relativamente aos anos-calendrio em que a pessoa
jurdica houver praticado ou, por qualquer forma, houver contribudo para a prtica de
ato que constitua infrao a dispositivo da legislao tributria, especialmente no caso de
informar ou declarar falsamente, omitir ou simular o recebimento de doaes em bens ou
em dinheiro, ou, de qualquer forma, cooperar para que terceiro sonegue tributos ou
pratique ilcitos fiscais.
Considera-se, tambm, infrao a dispositivo da legislao tributria o pagamento, pela
instituio isenta, em favor de seus associados ou dirigentes, ou, ainda, em favor de
scios, acionistas ou dirigentes de pessoa jurdica a ela associada por qualquer forma, de
despesas consideradas indedutveis na determinao da base de clculo do imposto sobre
a renda ou da CSLL.
Notas:
Os procedimentos a serem adotados pela fiscalizao tributria nas hipteses que
ensejem a suspenso da iseno encontram-se disciplinados na Lei n 9.430, de 1996,
art. 32, sendo referido dispositivo aplicvel tambm a fatos geradores ocorridos antes
da sua vigncia, tendo em vista se tratar de norma de natureza meramente
instrumental.
Normativo: Lei n 9.430, de 1996, art. 32; e
Lei n 9.532, de 1997, art. 13, pargrafo nico, art. 14 e art. 15, 3.
033 A iseno do IRPJ depende de prvio reconhecimento pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil?
No. O benefcio da iseno do IRPJ independe do prvio reconhecimento pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil.
Normativo: RIR/1999, art. 181.
NDICE REMISSIVO
Declaraes da Pessoa Jurdica (Captulo I)
DCTF
Impostos e Contribuies Informados [Pergunta 013]
-
33
Pessoas Jurdicas Dispensadas de Apresentar DCTF [Pergunta 012]
Pessoas Jurdicas Obrigadas a Apresentar DCTF [Pergunta 011]
Prazo (Apresentao) [Pergunta 014]
Declarao da Pessoa Jurdica Inativa
Obrigao de Apresentar [Pergunta 009]
PJ Inativa, Conceito [Pergunta 010]
ECF
Cartrios, Ausncia de Personalidade Jurdica [Pergunta 007]
Conselhos de Fiscalizao de Profisses Regulamentadas [Pergunta 008]
Entidades sem Fins Lucrativos [Pergunta 006]
Pessoas Jurdicas Desobrigadas a Apresentar ECF [Pergunta 002]
Pessoas Jurdicas Obrigadas a Apresentar ECF [Pergunta 001]
Pessoas Jurdicas que No Devem Apresentar ECF [Pergunta 003]
Representante Comercial, Pessoa Fsica [Pergunta 005]
Transportador, Pessoa Fsica [Pergunta 004]
Entidades Imunes ou Isentas do IRPJ
Alcance da Imunidade e da Iseno [Pergunta 028]
Conceitos
PJ Imune [Pergunta 025]
PJ Isenta [Pergunta 026]
-
34
Condies para Iseno
Perda da Iseno, Efeitos [Pergunta 032]
Reconhecimento Prvio pela RFB, Desnecessidade [Pergunta 033]
Requisitos [Pergunta 027]
Prtica de Atos em Desacordo com a Finalidade (Perda da Iseno) [Pergunta 030]
Recebimento de rgos Pblicos, Dispensa de Reteno na Fonte [Pergunta 031]
Rendimentos e Ganhos em Aplicaes Financeiras
Instituies de Educao e de Assistncia (STF ADIn 1.802-3)
Reteno na Fonte [Pergunta 029]
Perodo de apurao do IRPJ vs. ECF [Perguntas 015 a 017]
Prazos e Forma de apresentao das Declaraes
Forma de Apresentao
Declaraes de Exerccios Anteriores [Pergunta 020]
Meio Magntico [Pergunta 019]
Sucesso da PJ, Data do Evento [Pergunta 018]
Retificao da ECF [Perguntas 021 a 024]
-
35
Captulo II - Contagem de Prazos 2018
001 Como se procede contagem de prazos na legislao
tributria?
Os prazos da legislao tributria so contnuos (sem qualquer interrupo em sbados,
domingos ou feriados), excluindo-se na sua contagem o dia do incio e incluindo-se o dia
do vencimento.
Os prazos s se iniciam ou vencem em dia de expediente normal no rgo em que corra
o processo ou deva ser praticado o ato.
Caso o termo inicial ou final do prazo ocorra em dia de sbado, domingo, feriado, ou em
que o expediente da repartio no seja normal, considera-se o prazo prorrogado para o
primeiro dia til subsequente, ou em que a repartio funcione normalmente.
Notas:
Caso se trate de pagamento de tributos, dever ser
levado em conta o funcionamento da rede bancria
local (e no o funcionamento da repartio).
Assim, vencendo o prazo para recolhimento de
tributo em uma quinta-feira, dia de ponto facultativo
nas reparties pblicas federais, se as agncias
bancrias estiverem funcionando normalmente, no
haver prorrogao (o prazo para recolhimento se
encerra na prpria quinta-feira).
Normativo:
Lei n 5.172, de 1966 (CTN), art. 210; Decreto
n 70.235, de 1972 (PAF), art. 5 (c/ as alteraes da
Lei n 8.748, de 1993) reproduzido no Decreto n
7.574, de 2011, art. 9.
002 Quais os fatores que a legislao tributria leva em
considerao para contagem de prazos?
Os fatores que influenciam a contagem de prazo, de acordo com a legislao tributria,
so:
-
36
a) o dia do incio do prazo: o dia seguinte ao da notificao ou intimao para a prtica
do ato (desde que neste o expediente seja normal);
b) o dia do vencimento do prazo (se no houver expediente no dia de vencimento,
prorroga-se para o primeiro dia til);
c) no interrupo ou suspenso da contagem, uma vez iniciada, pois os prazos so
contnuos, conforme art. 210 do Cdigo Tributrio Nacional (CTN).
003 O que significa excluir o dia de incio de contagem do
prazo?
Dia de incio o dia do fato ou da notificao ou intimao do contribuinte para praticar
determinado ato, como p.ex. recolher o tributo devido, prestar informaes etc. Exclui-se
esse dia e comea a contagem do prazo a partir do dia seguinte.
Ex. Se a notificao ou intimao se der numa quinta-feira, o primeiro dia da contagem
ser sexta-feira. Como os prazos s se iniciam em dias teis, se a notificao ou intimao
ocorrer numa sexta-feira (ou no sbado, ou em vspera de feriado), o primeiro dia da
contagem ser o dia til seguinte.
NDICE REMISSIVO
Contagem de Prazos (Captulo II)
Contagem
Norma Geral [Perguntas 001 e 002]
Termos de Incio e de Fim [Perguntas 001 e 003]
-
37
Captulo III - Equiparaes da Pessoa Fsica 2018
Equiparao da Pessoa Fsica Pessoa Jurdica
001 Quais as hipteses em que a pessoa fsica equiparada
pessoa jurdica?
Para os efeitos do imposto de renda, as pessoas fsicas caracterizadas como empresa
individual esto equiparadas pessoa jurdica.
A legislao do imposto de renda caracteriza como empresa individual a pessoa fsica
que:
a) em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade
econmica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, mediante
venda a terceiro de bens ou servios, quer se encontrem regularmente inscritas ou no
junto ao rgo do Registro de Comrcio ou Registro Civil;
b) promoverem a incorporao de prdios em condomnio ou loteamento de terrenos.
Veja ainda: Atividades que no ensejam equiparao: Pergunta 002 deste captulo.
Normativo: RIR/1999, art. 150, 1, incisos I a III.
No se caracterizam como empresa individual, ainda que, por exigncia legal ou
contratual, encontrem-se cadastradas no CNPJ ou tenham seus atos constitutivos
registrados em Cartrio ou Junta Comercial, entre outras:
a) as pessoas fsicas que, individualmente, exeram profisses ou explorem atividades
sem vnculo empregatcio, prestando servios profissionais, mesmo quando possuam
estabelecimento em que desenvolvam suas atividades e empreguem auxiliares;
b) a pessoa fsica que explore, individualmente, contratos de empreitada unicamente de
mo-de-obra, sem o concurso de profissionais qualificados ou especializados;
c) a pessoa fsica que explore individualmente atividade de recepo de apostas da
Loteria Esportiva e da Loteria de nmeros (Lotofcil, Quina, Mega-sena etc)
002 Quais as atividades exercidas por pessoas fsicas que no
ensejam a sua equiparao pessoa jurdica?
-
38
credenciada pela Caixa Econmica Federal, ainda que, para atender exigncia do
rgo credenciador, esteja registrada como pessoa jurdica, e desde que no explore,
no mesmo local, outra atividade comercial;
d) o representante comercial que exera exclusivamente a mediao para a realizao de
negcios mercantis, como definido pelo art. 1 da Lei n 4.886, de 1965, uma vez que
no os tenha praticado por conta prpria;
e) todas as pessoas fsicas que, individualmente, exeram profisses ou explorem
atividades consoante os termos do art. 150, 2, IV e V, do RIR/1999, como por
exemplo: serventurios de justia, tabelies, corretores, leiloeiros, despachantes etc;
f) pessoa fsica que faz o servio de transporte de carga ou de passageiros em veculo
prprio ou locado, mesmo que ocorra a contratao de empregados, como ajudantes
ou auxiliares. Caso haja a contratao de profissional para dirigir o veculo,
descaracteriza-se a explorao individual da atividade, ficando a pessoa fsica
equiparada pessoa jurdica, tendo em vista a explorao de atividade econmica
como firma individual. O mesmo ocorre nos casos de explorao conjunta, haja ou
no co-propriedade do veculo, quando o exerccio da atividade econmica passa de
individual para social, devendo a sociedade de fato resultante ser tributada como
pessoa jurdica. Ressalte-se, ainda, que o importante para a caracterizao a forma
como explorada a atividade econmica e no o meio utilizado, devendo-se aplicar
os critrios acima expostos, qualquer que seja o veculo utilizado;
g) pessoa fsica que explora exclusivamente a prestao pessoal de servios de
lavanderia e tinturaria, de servios de jornaleiro, de servios de fotgrafo.
Veja ainda: Dispensa de apresentao da ECF:
Pergunta 003 do captulo I.
Normativo: Lei n 4.886, de 1965, art. 1;
RIR/1999, arts. 47, 86, 111, art. 150, 2, incisos I,
III, IV, V e VI, 214 e 215;
PN CST n 122, de 1974;
PN CST n 25, de 1976;
PN CST n 28, de 1976;
PN CST n 80, de 1976;
ADN CST n 17, de 1976;
ADN CST n 25, de 1989;
ADN COSIT n 24, de 1999, Item 2.3.
003 Quais as obrigaes acessrias a que est sujeita a pessoa
fsica equiparada pessoa jurdica?
As pessoas fsicas que, por determinao legal, sejam equiparadas a pessoas jurdicas
devero adotar todos os procedimentos contbeis e fiscais aplicveis s demais pessoas
jurdicas, estando especialmente obrigadas a:
a) inscrever-se no CNPJ, observadas as normas estabelecidas pela RFB;
-
39
b) manter escriturao contbil completa em livros registrados e autenticados, com
observncia das leis comerciais e fiscais. A pessoa jurdica que tenha optado pelo
lucro presumido estar dispensada de manter a escriturao comercial caso
mantenha, no decorrer do ano-calendrio, Livro Caixa, no qual dever estar
escriturada toda a movimentao financeira, inclusive bancria. As microempresas e
empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional podero, opcionalmente,
adotar contabilidade simplificada para os registros e controles das operaes
realizadas, conforme regulamentao do Comit Gestor;
c) manter sob sua guarda e responsabilidade os documentos comprobatrios das
operaes relativas s atividades da empresa individual, pelos prazos previstos na
legislao;
d) apresentar Escriturao Contbil Fiscal (ECF) e a Declarao de Dbitos e Crditos
Tributrios Federais (DCTF), ou Declarao Anual do Simples Nacional (DASN), no
caso de optante pelo Simples Nacional;
e) efetuar as retenes e recolhimentos do imposto de renda na fonte (IRRF), com a
posterior entrega da DIRF.
Notas:
O fato de a pessoa fsica caracterizada como empresa
individual no se encontrar regularmente inscrita no CNPJ, ou
no competente rgo do registro civil ou de comrcio,
irrelevante para fins de pagamento do imposto de renda
pessoa jurdica.
Veja ainda: Dispensa de apresentao da ECF:
Pergunta 003 do captulo I;
Normativo: Lei n 9.779, de 1999, art. 16;
Lei Complementar n 123, de 2006, arts. 25 e 27;
RIR/1999, arts. 160, 214 e 527, pargrafo nico;
IN RFB n 1.422, de 2013, art. 1;
IN RFB n 1.599, de 2015, art. 2, inciso I;
IN RFB n 1.671, de 2015
IN RFB n 1.634, de 2016; art. 3;
PN CST n 80, de 1971 c/c PN CST n 38, de 1975.
Equiparao de Pessoa Fsica Pessoa Jurdica
por Prtica de Operaes Imobilirias
-
40
004 Em que condies a pessoa fsica equiparada
pessoa jurdica pela prtica de operaes imobilirias?
Consideram-se equiparadas pessoa jurdica, pela prtica de operaes imobilirias, as
pessoas fsicas que promoverem incorporao imobiliria de prdios em condomnios ou
loteamentos de terrenos urbanos ou rurais, com ou sem construo.
A equiparao alcana, inclusive:
a) o proprietrio ou titular de terrenos ou glebas de terra que, efetuando registro dos
documentos de incorporao ou loteamento, outorgar mandato a construtor ou
corretor de imveis com poderes para alienao de fraes ideais ou lotes de terreno,
quando o mandante se beneficiar do produto dessas alienaes, ou assumir a iniciativa
ou responsabilidade da incorporao ou loteamento;
b) o proprietrio ou titular de terrenos ou glebas de terra que, sem efetuar o registro dos
documentos de incorporao ou loteamento, neles promova a construo de prdio de
mais de duas unidades imobilirias ou a execuo de loteamento, se iniciar a alienao
das unidades imobilirias ou dos lotes de terreno antes de corrido o prazo de 60 meses
contados da data da averbao, no Registro de Imveis, da construo do prdio ou
da aceitao das obras de loteamento. Para os terrenos adquiridos at 30/06/1977 o
prazo 36 meses;
c) a subdiviso ou desmembramento de imvel rural, havido aps 30/06/1977, em mais
de dez lotes, ou a alienao de mais de dez quinhes ou fraes ideais desse imvel,
tendo em vista que tal operao se equipara a loteamento, salvo se a subdiviso se der
por fora de partilha amigvel ou judicial, em decorrncia de herana, legado, doao
como adiantamento da legtima, ou extino de condomnio.
Normativo: Lei n 4.591, de 1964, arts. 29 a 31 e art. 68;
Lei n 6.766, de 1979;
Decreto-Lei n 58, de 1937;
Decreto-Lei n 271, de 1967;
Decreto-Lei n 1974, arts. 1 e 3, inciso III;
RIR/1999, arts. 151 a 153;
PN CST n 6, de 1986.
005 Os condminos na propriedade de imveis esto sujeitos
equiparao como pessoa jurdica?
Os condomnios na propriedade de imveis no so considerados sociedades em comum
(antiga sociedade de fato), ainda que deles tambm faam parte pessoas jurdicas.
Assim, a cada condmino pessoa fsica sero aplicados os critrios de caracterizao da
empresa individual e demais dispositivo legais, como se ele fosse o nico titular da
operao imobiliria, nos limites da sua participao.
Normativo: RIR/1999, art. 155.
-
41
006 Quais os atos que caracterizam a aquisio e a alienao de
imveis, para fins de equiparao da pessoa fsica pessoa
jurdica, por prtica de operaes imobilirias?
Caracterizam-se a aquisio e a alienao pelos atos de compra e venda, de permuta, da
transferncia de domnio til de imveis foreiros, de cesso de direitos, de promessa de
qualquer uma dessas operaes, de adjudicao ou arrematao em hasta pblica, pela
procurao em causa prpria, doao, ou por outros contratos afins em que ocorra a
transmisso de imveis ou de direitos sobre imveis.
Notas