pÁg. 2 pÁg. 5 pÁg. 6 a coabilitação de empresas a ... … · rodrigo pavan de valões taysa...

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Fundadores Luiz Fernando Casagrande Pereira Fernando Vernalha Coordenadores Andressa Saizaki Andrezza Oikawa Angélica Petian Bruno Fonseca Marcondes Dayana Dallabrida Diogo Rais Guilherme Guerra Guilherme Nadalin Larissa Almeida Luiz Eduardo Peccinin Mariana Borges de Souza Patrick Rocha de Carvalho Silvio Guidi Thiago Lima Breus Advogados Ana Clara Toledo Brito Ana Paula da Silva Bueno Bruna Pereira Marchesi Caio César Schinemann Caio Gregorio da Silva Carolina Garcia Stolf Clóvis Alberto de Pinho Daniel Pacheco Beatriz Desirée Rodriguez Diandra Domingues Cesário Diego Ikeda Fernando Ribeiro Suzuki Hanna Carolina Schaicoski Helen Monica Marcante Henrique Plocharski Kainan Iwassaki Kamai Figueiredo Arruda Larissa Braga Casares Laura Graner Pereira Luciana Carneiro de Lara Maitê Chaves Marrez Manoel Lima Junior Marcus Paulo Röder Maria Clara Maia de Souza Maria Fernanda Sbrissia Mateus Hermont Natália Bortoluzzi Balzan Natasha Maria Viana Nicole Tortorelli Espósito Paulo Henrique Golambiuk Pedro Campana Neme Pedro Henrique de Vita Philippe Antônio Monteiro Rafaele Balbinotte Wincardt Regina Costa Rillo Wyvianne Rech Gestão Administrativa Ana Carolina Simão Danielle Vicente Leila Santos Lourenço Luiz André Velasques Paralegais Ana Paula Pacheco Andressa Jackeline Higa Cleonice Alves Edilson Zapora Elisa Andrea Silveira Fernanda Querino do Prado Franciane Pimentel Fagundes Francine Ribeiro da Rosa Guilherme Silva Moura Jéssica Fernanda Flores Karina Cunha Marques Liliane Gonçalves de Paula Lohayna Nakama Tizon Marcia Camargo Maria de Fátima Antunes Maria Fernanda Annunziato Mateus Boldrim Natália Campos Daltro Pâmela Katiusce Escouto Priscila Gonçalves Simone Vasconcelos Vera Lúcia Guedes da Silva Trainees e Estagiários Ana Paula Barão Anna Luisa Borges Klotz Bruno Herzmann Cardoso Cainã Meira Camila Modesto Carlos Eduardo Pereira Carolina Baggio Lipski Erick Fernnando Preisler Fernanda Peres Giovana Ferreira Graziely Bortoluzzi Iara Reis de Paula Jessica Cristina Rosa João Victor Dittmann Larissa Quadros do Rosário Leticia Lotz Luan Matheus da Silva Lucca Galvão Luıś a Dias Korn Marcos Paulo Ferreira Mariana Carvalho Noguchi Mauricio Costa Castro Murilo Cesar Taborda Ribas Nicole Wibe Silva Robison Wagner Junior Rodrigo Pavan de Valões Taysa Marcon Thiago Fhelipe Cunha Vitor Beux Martins Yohana Caroline Silva Pontes Pela quinta vez, o Vernalha Guimarães e Pereira Advogados, com sedes em São Paulo, Curitiba e Brasıĺ ia, está na lista dos escritórios mais admirados do Brasil pelas grandes empresas. Em um paıś com mais de um milhã o e cem mil advogados, é uma conquista muito importante. A Análise Advocacia 500 produz o ú nico ranking nacional de escritó rios de advocacia, a exemplo de publicaçõ es similares dos Estados Unidos e Europa (VGP também está entre os mais admira- dos nos rankings internacionais Chambers Latin America e Leaders League). A lista brasileira é formada a partir de indicaçõ es das mil maiores empresas do paıś , ouvidos os departamentos jurıd́ icos. Levando em consideração o nú mero de indicações entre escritó - rios abrangentes, VGP está na 38ª posiçã o nacional e em 2º lugar no Paraná. Pela terceira vez, o VGP apareceu entre os mais admirados em alguns segmentos da economia: comércio; serviços ambientais e saneamento; e energia elétrica. Na mais recente ediçã o, VGP tam- bém foi classiicado em algumas especialidades do Direito. Pela pri- meira vez, mereceu reconhecimento nas á reas de Compliance, Cıv́el, Contratos Empresariais e Regulatório. Nã o apenas o VGP foi indicado. A ediçã o de 2018 voltou a colocar os dois só cios-fundadores do escritó rio, Luiz Fernando Casagrande Pereira e Fernando Vernalha, entre os advogados mais admirados do Brasil. Silvio Guidi, só cio do VGP São Paulo, apareceu pela primeira vez entre os mais admirados. Temos o dever de agradecer a coniança e admiraçã o dos clien- tes. Antes disso, o comprometimento dos advogados e colaborado- res do escritó rio: os verdadeiros responsáveis por esta conquista! VERNALHA GUIMARÃES E PEREIRA É ELEITO UM DOS ESCRITÓRIOS MAIS ADMIRADOS DO BRASIL EM 2018 PÁG. 6 PÁG. 2 PÁG. 5 A agroenergia e as contribuições do campo para o setor energético A coabilitação de empresas no REIDI. Riscos ou oportunidades? A execução provisória da pena e a oscilação jurisprudencial nos Tribunais Superiores ARGUMENTO É UMA P VGP ADVOGADOS UBLICAÇÃO DO PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DEZEMBRO DE 2018 ANO 8 | EDIÇÃO 29 www.vgplaw.com.br VGP Advogados VGP Advogados é eleito entre os escritórios de advocacia mais admirados do país pelas grandes empresas.

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Page 1: PÁG. 2 PÁG. 5 PÁG. 6 A coabilitação de empresas A ... … · Rodrigo Pavan de Valões Taysa Marcon Thiago Fhelipe Cunha Vitor Beux Martins Yohana Caroline Silva Pontes P el a

Fundadores

Luiz Fernando Casagrande Pereira

Fernando Vernalha

Coordenadores

Andressa Saizaki

Andrezza Oikawa

Angelica Petian

Bruno Fonseca Marcondes

Dayana Dallabrida

Diogo Rais

Guilherme Guerra

Guilherme Nadalin

Larissa Almeida

Luiz Eduardo Peccinin

Mariana Borges de Souza

Patrick Rocha de Carvalho

Silvio Guidi

Thiago Lima Breus

Advogados

Ana Clara Toledo Brito

Ana Paula da Silva Bueno

Bruna Pereira Marchesi

Caio Cesar Schinemann

Caio Gregorio da Silva

Carolina Garcia Stolf

Clovis Alberto de Pinho

Daniel Pacheco Beatriz

Desiree Rodriguez

Diandra Domingues Cesario

Diego Ikeda

Fernando Ribeiro Suzuki

Hanna Carolina Schaicoski

Helen Monica Marcante

Henrique Plocharski

Kainan Iwassaki

Kamai Figueiredo Arruda

Larissa Braga Casares

Laura Graner Pereira

Luciana Carneiro de Lara

Maite Chaves Marrez

Manoel Lima Junior

Marcus Paulo Roder

Maria Clara Maia de Souza

Maria Fernanda Sbrissia

Mateus Hermont

Natalia Bortoluzzi Balzan

Natasha Maria Viana

Nicole Tortorelli Esposito

Paulo Henrique Golambiuk

Pedro Campana Neme

Pedro Henrique de Vita

Philippe Antonio Monteiro

Rafaele Balbinotte Wincardt

Regina Costa Rillo

Wyvianne Rech

Gestão Administrativa

Ana Carolina Simao

Danielle Vicente

Leila Santos Lourenço

Luiz Andre Velasques

Paralegais

Ana Paula Pacheco

Andressa Jackeline Higa

Cleonice Alves

Edilson Zapora

Elisa Andrea Silveira

Fernanda Querino do Prado

Franciane Pimentel Fagundes

Francine Ribeiro da Rosa

Guilherme Silva Moura

Jessica Fernanda Flores

Karina Cunha Marques

Liliane Gonçalves de Paula

Lohayna Nakama Tizon

Marcia Camargo

Maria de Fatima Antunes

Maria Fernanda Annunziato

Mateus Boldrim

Natalia Campos Daltro

Pamela Katiusce Escouto

Priscila Gonçalves

Simone Vasconcelos

Vera Lucia Guedes da Silva

Trainees e Estagiários

Ana Paula Barao

Anna Luisa Borges Klotz

Bruno Herzmann Cardoso

Caina Meira

Camila Modesto

Carlos Eduardo Pereira

Carolina Baggio Lipski

Erick Fernnando Preisler

Fernanda Peres

Giovana Ferreira

Graziely Bortoluzzi

Iara Reis de Paula

Jessica Cristina Rosa

Joao Victor Dittmann

Larissa Quadros do Rosario

Leticia Lotz

Luan Matheus da Silva

Lucca Galvao

Luısa Dias Korn

Marcos Paulo Ferreira

Mariana Carvalho Noguchi

Mauricio Costa Castro

Murilo Cesar Taborda Ribas

Nicole Wibe Silva

Robison Wagner Junior

Rodrigo Pavan de Valoes

Taysa Marcon

Thiago Fhelipe Cunha

Vitor Beux Martins

Yohana Caroline Silva Pontes

Pela quinta vez, o Vernalha Guimaraes e Pereira Advogados, com

sedes em Sao Paulo, Curitiba e Brasılia, esta na lista dos escritorios

mais admirados do Brasil pelas grandes empresas. Em um paıs com

mais de um milhao e cem mil advogados, e uma conquista muito

importante.

A Analise Advocacia 500 produz o unico ranking nacional de

escritorios de advocacia, a exemplo de publicaçoes similares dos

Estados Unidos e Europa (VGP tambem esta entre os mais admira-

dos nos rankings internacionais ChambersLatinAmerica e Leaders

League). A lista brasileira e formada a partir de indicaçoes das mil

maiores empresas do paıs, ouvidos os departamentos jurıdicos.

Levando em consideraçao o numero de indicaçoes entre escrito-

rios abrangentes, VGP esta na 38ª posiçao nacional e em 2º lugar no

Parana. Pela terceira vez, o VGP apareceu entre os mais admirados

em alguns segmentos da economia: comercio; serviços ambientais e

saneamento; e energia eletrica. Na mais recente ediçao, VGP tam-

bem foi classi�icado em algumas especialidades do Direito. Pela pri-

meira vez, mereceu reconhecimento nas areas de Compliance,Cıvel,

Contratos Empresariais e Regulatorio.

Nao apenas o VGP foi indicado. A ediçao de 2018 voltou a colocar

os dois socios-fundadores do escritorio, Luiz Fernando Casagrande

Pereira e Fernando Vernalha, entre os advogados mais admirados do

Brasil. Silvio Guidi, socio do VGP Sao Paulo, apareceu pela primeira

vez entre os mais admirados.

Temos o dever de agradecer a con�iança e admiraçao dos clien-

tes. Antes disso, o comprometimento dos advogados e colaborado-

res do escritorio: os verdadeiros responsaveis por esta conquista!

VERNALHA GUIMARÃES E PEREIRA É ELEITO UM DOS ESCRITÓRIOS MAIS ADMIRADOS DO BRASIL EM 2018

PÁG. 6PÁG. 2 PÁG. 5

A agroenergia e as contribuições do campo para o setor energético

A coabilitação de empresas no REIDI. Riscos ou oportunidades?

A execução provisória da pena e a oscilação jurisprudencial nos Tribunais Superiores

ARGUMENTO É UMA P VGP ADVOGADOSUBLICAÇÃO DO

PUBLICAÇÃO TRIMESTRALDEZEMBRO DE 2018ANO 8 | EDIÇÃO 29

www.vgplaw.com.brVGP Advogados

VGP Advogados éeleito entre os escritórios de advocacia mais admirados do país pelas grandes empresas.

Page 2: PÁG. 2 PÁG. 5 PÁG. 6 A coabilitação de empresas A ... … · Rodrigo Pavan de Valões Taysa Marcon Thiago Fhelipe Cunha Vitor Beux Martins Yohana Caroline Silva Pontes P el a

02 | ARGUMENTO

P e n a l E m p re s a r i a l

A presunçao de inocencia, princıpio basi-

lar da persecuçao penal, deve ser sinonimo

de efetiva garantia aos acusados, tendo como

vetor a Constituiçao Federal, que estabelece

em seu artigo 5°, inciso LVII: “Ninguem sera

considerado culpado ate o transito em jul-

gado de sentença penal condenatoria”.

Portanto, tem-se aqui como regra a li-

berdade! Sendo assim, a antecipaçao execu-

toria da sançao penal somente e admitida

em situaçoes excepcionais, tendo por obje-

tivo garantir a efetividade do processo.

Nao por outro motivo e que nos Tribu-

nais Superiores passou a prevalecer a orien-

taçao de que, em atençao ao princıpio da am-

pla defesa, mesmo na pendencia de recursos

sem efeito suspensivo – extraordinario e es-

pecial – seria desarrazoavel permitir a pri-

sao antes do transito em julgado, quando ine-

xistentes as hipoteses de decretaçao caute-

lar (HC 84.078/2009). Seguindo esse enten-

dimento, conferiu-se uma nova redaçao ao

artigo 283 do CPP (Lei n. 12.403/2011):

“Ninguém poderá ser preso senão em �la-

grantedelitoouporordemescritaefunda-

mentadadaautoridadejudiciáriacompeten-

te,emdecorrênciadesentençacondenatória

transitadaemjulgadoou,nocursodainvesti-

gaçãooudoprocesso,emvirtudedeprisão

temporáriaouprisãopreventiva”.

A mudança de interpretaçao quanto ao

sentido da norma (princıpio constitucional

da presunçao da inocencia) veio no julga-

mento do HC n. 126292/SP (2016), no qual

o e. STF reconheceu que o inıcio da execuçao

da pena condenatoria, apos a con�irmaçao

da sentença em segundo grau, nao ofenderia

o referido postulado constitucional, isto por-

que em tal instancia se encerraria a analise

de fatos e provas que serviram de alicerce

para reconhecer a culpa do condenado.

Certo e que, com fundamento na (i) ine-

xistencia de efeito suspensivo dos recursos

aos tribunais superiores, (ii) garantia da efe-

tividade do direito penal e da aplicaçao da

pena de prisao – utilizaçao abusiva e protela-

toria de recursos para obstar o transito em

julgado e alcançar a prescriçao da pretensao

punitiva, (iii) ausencia de comprometimento

do nucleo essencial da nao culpabilidade

(restriçao razoavel), considerando a obser-

vancia dos direitos e garantias ao acusado

durante o processo ordinario criminal, o e.

STF manteve esse posicionamento ao inde-

ferir as medidas cautelares formuladas nas

Açoes Declaratorias de Constitucionalidade

(ADCs) 43 e 44 (04/10/2016) – que tem por

objeto o reconhecimento de constitucionali-

dade do artigo 183 do Codigo Penal.

Tal orientaçao foi mantida quando da

apreciaçao do Recurso Extraordinario com

ARE 964246/SP (11/11/2016), julgado sob a

sistematica da repercussao geral, bem como

no HC 152752/PR (2018), consolidando as-

sim o entendimento permissivo dos Tribunais

Superiores quanto ao inıcio do cumprimento

da pena apos con�irmaçao da condenaçao em

segunda instancia, com o julgamento dos em-

bargos de declaraçao, sob pena de “negaro

direitofundamentaldoEstadodeimporasua

ordempenal” (Ministro Luiz Fux).

Por outro lado, em que pese o e. STF te-

nha reconhecido a possibilidade de execu-

çao provisoria da pena de prisao, certo e que

ainda nao ha um posicionamento �irmado

pelo plenario do Supremo com relaçao ao

cumprimento provisorio das penas restriti-

vas de direito.

No STJ vem se consolidando o entendi-

mento quanto a impossibilidade de cumpri-

mento provisorio das penas restritivas de di-

reito. A justi�icativa para tal posicionamento

e a de que, no julgamento do HC 126.292/SP,

a analise se restringiu unicamente quanto a

prisao – reprimenda privativa de liberdade.

Ainda, nos termos do artigo 147 da Lei de

Execuçao Penal, ha disposiçao expressa em

relaçao a necessidade de previo transito em

julgado para o inıcio da execuçao da pena res-

tritiva.

Por Larissa de AlmeidaSócia da área Penal Empresarial

Alegitimidadeconstitucionaldaexecuçãoprovisóriadapenaearelativizaçãodoprincípiobasilardapresunçãodeinocência.

A execução provisória da pena e a oscilação jurisprudencial dos Tribunais Superiores

P e n a l E m p re s a r i a l

DEZEMBRO DE 2018 | 03

Importante ponderar de qualquer modo

a existencia de divergencia de entendimento

com relaçao a 6° Turma do STJ, que reco-

nhece a possibilidade de execuçao proviso-

ria das penas restritivas, diante da ausencia

de ressalva nas decisoes do Supremo, justi�i-

cando ainda seu posicionamento da se-

guinte forma: (i) se e possıvel a execuçao pro-

visoria de pena privativa deliberdade, muito

mais gravosa para o reu, com muito mais ra-

zao e possıvel a execuçao de medida restri-

tiva de direitos, menos gravosa, e (ii) a impo-

siçao de medida restritiva de direitos tam-

bem se insere no conceito de sançao penal

para efeitos de execuçao da pena (AgRg no

RESPn.1.627.367 /SP, j. 07/03/2017 e AgRg

no REsp n. 1.420.207/PE,j. 22/11/2016).

Ora, como se sabe, o papel primordial

dos Tribunais Superiores e zelar pela unida-

de, certeza e coerencia do direito constituci-

onal e infraconstitucional federal, conce-

dendo assim sentido ao texto: “reduzindoa

equivocidade dos seus enunciados linguísti-

cos,comoqueproporcionamcoesãoideoló-

gicaesistematizaçãojurisprudencialaoorde-

namentojurídico”(STRECK, 2004, p. 507).

No tema exposto, entretanto, destaca-

se a imprevisibilidade quanto a interpreta-

çao conferida ao normativo constitucional

da presunçao de inocencia. Ha incertezas e

restriçoes no tocante ao alcance de sua apli-

cabilidade justi�icadas por vontades indivi-

duais, que muitas vezes podem ser conside-

radas como “casuısticas” – evidenciando

um voluntarismo judicial.

Certo e que o clamor social pela puniçao,

os recentes escandalos de corrupçao que as-

solam o paıs, bem como a “morosidade pro-

cessual” nao podem se sobrepor a uma ga-

rantia processual assentada constitucional-

mente como clausula petrea em prol do indi-

vıduo. Trata-se de evidente retrocesso que

pode ter uma consequencia nefasta: a con-

denaçao injusta de inocentes!

C í ve l Co r p o ra t i vo

Alguns aspectos da Lei Geral de Proteção de Dados

Por Wyvianne Rech ZanicottiSócia da área Cível Corporativo

MudançasocorridasnaLeicomvistasàproteçãodosdireitosfundamentaisàliberdadeeprivacidade.

Em agosto do corrente ano foi publicada a Lei Geral de Proteçao de Da-

dos (Lei nº 13.709/2018), que visa nao so a proteçao dos dados que pos-

sam de alguma forma identi�icar a pessoa natural, mas tambem, e especi-

almente, a proteçao da forma como sao utilizados e tratados tais dados pe-

las empresas ou orgaos publicos.

A materia da proteçao dos dados pessoais tem como fundamento os di-

reitos de liberdade e de privacidade, consubstanciados no respeito a liber-

dade de expressao, de informaçao, de comunicaçao e de opiniao, bem como

na inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem. Tudo isso em con-

junto com o desenvolvimento economico e tecnologico, com a livre iniciati-

va, livre concorrencia e defesa do consumidor.

A ideia essencial e regular e permitir a utilizaçao de dados pessoais

para a execuçao da atividade empresarial, economica e social tendo em

vista o respeito a manifestaçao de vontade e a informaçao das pessoas na-

turais.

Pressuposto para a utilizaçao e tratamento de dados pessoais pelas

empresas e orgaos publicos e o expresso consentimento a ser fornecido

pelo titular dos dados. Esse consentimento deve ser realizado por escrito

ou por outro meio que demonstre a manifestaçao expressa de vontade do

titular dos dados, sendo que, se o controlador (pessoa natural ou jurıdica

Page 3: PÁG. 2 PÁG. 5 PÁG. 6 A coabilitação de empresas A ... … · Rodrigo Pavan de Valões Taysa Marcon Thiago Fhelipe Cunha Vitor Beux Martins Yohana Caroline Silva Pontes P el a

02 | ARGUMENTO

P e n a l E m p re s a r i a l

A presunçao de inocencia, princıpio basi-

lar da persecuçao penal, deve ser sinonimo

de efetiva garantia aos acusados, tendo como

vetor a Constituiçao Federal, que estabelece

em seu artigo 5°, inciso LVII: “Ninguem sera

considerado culpado ate o transito em jul-

gado de sentença penal condenatoria”.

Portanto, tem-se aqui como regra a li-

berdade! Sendo assim, a antecipaçao execu-

toria da sançao penal somente e admitida

em situaçoes excepcionais, tendo por obje-

tivo garantir a efetividade do processo.

Nao por outro motivo e que nos Tribu-

nais Superiores passou a prevalecer a orien-

taçao de que, em atençao ao princıpio da am-

pla defesa, mesmo na pendencia de recursos

sem efeito suspensivo – extraordinario e es-

pecial – seria desarrazoavel permitir a pri-

sao antes do transito em julgado, quando ine-

xistentes as hipoteses de decretaçao caute-

lar (HC 84.078/2009). Seguindo esse enten-

dimento, conferiu-se uma nova redaçao ao

artigo 283 do CPP (Lei n. 12.403/2011):

“Ninguém poderá ser preso senão em �la-

grantedelitoouporordemescritaefunda-

mentadadaautoridadejudiciáriacompeten-

te,emdecorrênciadesentençacondenatória

transitadaemjulgadoou,nocursodainvesti-

gaçãooudoprocesso,emvirtudedeprisão

temporáriaouprisãopreventiva”.

A mudança de interpretaçao quanto ao

sentido da norma (princıpio constitucional

da presunçao da inocencia) veio no julga-

mento do HC n. 126292/SP (2016), no qual

o e. STF reconheceu que o inıcio da execuçao

da pena condenatoria, apos a con�irmaçao

da sentença em segundo grau, nao ofenderia

o referido postulado constitucional, isto por-

que em tal instancia se encerraria a analise

de fatos e provas que serviram de alicerce

para reconhecer a culpa do condenado.

Certo e que, com fundamento na (i) ine-

xistencia de efeito suspensivo dos recursos

aos tribunais superiores, (ii) garantia da efe-

tividade do direito penal e da aplicaçao da

pena de prisao – utilizaçao abusiva e protela-

toria de recursos para obstar o transito em

julgado e alcançar a prescriçao da pretensao

punitiva, (iii) ausencia de comprometimento

do nucleo essencial da nao culpabilidade

(restriçao razoavel), considerando a obser-

vancia dos direitos e garantias ao acusado

durante o processo ordinario criminal, o e.

STF manteve esse posicionamento ao inde-

ferir as medidas cautelares formuladas nas

Açoes Declaratorias de Constitucionalidade

(ADCs) 43 e 44 (04/10/2016) – que tem por

objeto o reconhecimento de constitucionali-

dade do artigo 183 do Codigo Penal.

Tal orientaçao foi mantida quando da

apreciaçao do Recurso Extraordinario com

ARE 964246/SP (11/11/2016), julgado sob a

sistematica da repercussao geral, bem como

no HC 152752/PR (2018), consolidando as-

sim o entendimento permissivo dos Tribunais

Superiores quanto ao inıcio do cumprimento

da pena apos con�irmaçao da condenaçao em

segunda instancia, com o julgamento dos em-

bargos de declaraçao, sob pena de “negaro

direitofundamentaldoEstadodeimporasua

ordempenal” (Ministro Luiz Fux).

Por outro lado, em que pese o e. STF te-

nha reconhecido a possibilidade de execu-

çao provisoria da pena de prisao, certo e que

ainda nao ha um posicionamento �irmado

pelo plenario do Supremo com relaçao ao

cumprimento provisorio das penas restriti-

vas de direito.

No STJ vem se consolidando o entendi-

mento quanto a impossibilidade de cumpri-

mento provisorio das penas restritivas de di-

reito. A justi�icativa para tal posicionamento

e a de que, no julgamento do HC 126.292/SP,

a analise se restringiu unicamente quanto a

prisao – reprimenda privativa de liberdade.

Ainda, nos termos do artigo 147 da Lei de

Execuçao Penal, ha disposiçao expressa em

relaçao a necessidade de previo transito em

julgado para o inıcio da execuçao da pena res-

tritiva.

Por Larissa de AlmeidaSócia da área Penal Empresarial

Alegitimidadeconstitucionaldaexecuçãoprovisóriadapenaearelativizaçãodoprincípiobasilardapresunçãodeinocência.

A execução provisória da pena e a oscilação jurisprudencial dos Tribunais Superiores

P e n a l E m p re s a r i a l

DEZEMBRO DE 2018 | 03

Importante ponderar de qualquer modo

a existencia de divergencia de entendimento

com relaçao a 6° Turma do STJ, que reco-

nhece a possibilidade de execuçao proviso-

ria das penas restritivas, diante da ausencia

de ressalva nas decisoes do Supremo, justi�i-

cando ainda seu posicionamento da se-

guinte forma: (i) se e possıvel a execuçao pro-

visoria de pena privativa deliberdade, muito

mais gravosa para o reu, com muito mais ra-

zao e possıvel a execuçao de medida restri-

tiva de direitos, menos gravosa, e (ii) a impo-

siçao de medida restritiva de direitos tam-

bem se insere no conceito de sançao penal

para efeitos de execuçao da pena (AgRg no

RESPn.1.627.367 /SP, j. 07/03/2017 e AgRg

no REsp n. 1.420.207/PE,j. 22/11/2016).

Ora, como se sabe, o papel primordial

dos Tribunais Superiores e zelar pela unida-

de, certeza e coerencia do direito constituci-

onal e infraconstitucional federal, conce-

dendo assim sentido ao texto: “reduzindoa

equivocidade dos seus enunciados linguísti-

cos,comoqueproporcionamcoesãoideoló-

gicaesistematizaçãojurisprudencialaoorde-

namentojurídico”(STRECK, 2004, p. 507).

No tema exposto, entretanto, destaca-

se a imprevisibilidade quanto a interpreta-

çao conferida ao normativo constitucional

da presunçao de inocencia. Ha incertezas e

restriçoes no tocante ao alcance de sua apli-

cabilidade justi�icadas por vontades indivi-

duais, que muitas vezes podem ser conside-

radas como “casuısticas” – evidenciando

um voluntarismo judicial.

Certo e que o clamor social pela puniçao,

os recentes escandalos de corrupçao que as-

solam o paıs, bem como a “morosidade pro-

cessual” nao podem se sobrepor a uma ga-

rantia processual assentada constitucional-

mente como clausula petrea em prol do indi-

vıduo. Trata-se de evidente retrocesso que

pode ter uma consequencia nefasta: a con-

denaçao injusta de inocentes!

C í ve l Co r p o ra t i vo

Alguns aspectos da Lei Geral de Proteção de Dados

Por Wyvianne Rech ZanicottiSócia da área Cível Corporativo

MudançasocorridasnaLeicomvistasàproteçãodosdireitosfundamentaisàliberdadeeprivacidade.

Em agosto do corrente ano foi publicada a Lei Geral de Proteçao de Da-

dos (Lei nº 13.709/2018), que visa nao so a proteçao dos dados que pos-

sam de alguma forma identi�icar a pessoa natural, mas tambem, e especi-

almente, a proteçao da forma como sao utilizados e tratados tais dados pe-

las empresas ou orgaos publicos.

A materia da proteçao dos dados pessoais tem como fundamento os di-

reitos de liberdade e de privacidade, consubstanciados no respeito a liber-

dade de expressao, de informaçao, de comunicaçao e de opiniao, bem como

na inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem. Tudo isso em con-

junto com o desenvolvimento economico e tecnologico, com a livre iniciati-

va, livre concorrencia e defesa do consumidor.

A ideia essencial e regular e permitir a utilizaçao de dados pessoais

para a execuçao da atividade empresarial, economica e social tendo em

vista o respeito a manifestaçao de vontade e a informaçao das pessoas na-

turais.

Pressuposto para a utilizaçao e tratamento de dados pessoais pelas

empresas e orgaos publicos e o expresso consentimento a ser fornecido

pelo titular dos dados. Esse consentimento deve ser realizado por escrito

ou por outro meio que demonstre a manifestaçao expressa de vontade do

titular dos dados, sendo que, se o controlador (pessoa natural ou jurıdica

Page 4: PÁG. 2 PÁG. 5 PÁG. 6 A coabilitação de empresas A ... … · Rodrigo Pavan de Valões Taysa Marcon Thiago Fhelipe Cunha Vitor Beux Martins Yohana Caroline Silva Pontes P el a

C í ve l Co r p o ra t i vo

04 | ARGUMENTO

a quem competem as decisoes referentes ao tratamento de dados pessoais)

que obteve o consentimento previo necessitar compartilhar essas informa-

çoes com terceiros, devera obter novo consentimento e especı�ico para esse

�im.

O que signi�ica dizer que a Lei tambem esta protegendo o titular dos da-

dos da disseminaçao indiscriminada de suas informaçoes. Proteçao essa

que inexistia ou era ine�icaz ate o momento. Esse consentimento, porem,

nao e ilimitado, mas restrito a �inalidades determinadas, podendo ser ainda

revogado a qualquer momento mediante a manifestaçao expressa do titu-

lar, situaçao na qual o controlador dos dados devera imediatamente sus-

pender sua utilizaçao e tratamento, eliminando os dados pessoais coleta-

dos.

Alem do consentimento a ser concedido pelo titular dos dados, a Lei au-

toriza o tratamento de dados pessoais em algumas hipoteses especı�icas,

como por exemplo para o cumprimento de obrigaçao legal ou regulatoria

pelo controlador dos dados, para a realizaçao de estudos por orgao de pes-

quisa, para o exercıcio regular de direitos em processo judicial, administra-

tivo ou arbitral, para proteçao da vida etc. Ou seja, em situaçoes especiais em

que provavelmente o direito a privacidade cede ou esta lado a lado aos inte-

resses e direitos envolvidos.

A Lei ainda enfatiza e assegura que toda pessoa natural possui a titula-

ridade de seus dados pessoais, tendo direito a obter a qualquer momento,

por requisiçao ao controlador dos dados, a con�irmaçao da existencia dos

dados utilizados e tratados, o acesso a esses dados, a correçao de dados in-

completos ou desatualizados, anonimizaçao ou eliminaçao de dados desne-

cessarios ou excessivos a �inalidade a que foram fornecidos, a portabilidade

dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, informaçao das enti-

dades a quem foram compartilhados seus dados pessoais pelo controlador,

a revogaçao do consentimento. Sendo resguardado, ainda, o exercıcio do di-

reito de açao aos titulares de dados na defesa de seus interesses.

Os agentes de tratamento de dados, por sua vez, em razao do exercıcio

de sua atividade, respondem de forma solidaria pelos danos que causarem

a outrem em violaçao a legislaçao de proteçao de dado. Apenas nao sendo

responsabilizados quando provarem que nao realizaram o tratamento dos

dados pessoais em discussao, que nao houve violaçao a Lei ou que o dano e

decorrente de culpa exclusiva do titular dos dados ou de terceiro.

Ressalte-se que os agentes de tratamento de dados deverao adotar me-

didas de segurança, tecnicas e administrativas aptas a proteger os dados

pessoais de acessos nao autorizados e de situaçoes acidentais e ilıcitas de

destruiçao, perda, alteraçao, comunicaçao ou qualquer forma de trata-

mento inadequado ou ilıcito. Tais medidas de segurança deverao ser obser-

vadas em todas as fases da atividade desempenhada pelos agentes de trata-

mento de dados, ou seja, desde a concepçao do produto ou serviço ate sua

execuçao. As sançoes administrativas previstas em razao das infraçoes le-

gais poderao �ixar multas calculadas sobre o faturamento da pessoa jurı-

dica e atingir o patamar de ate cinquenta milhoes de reais por infraçao.

Muitas adaptaçoes deverao ser realizadas pelas empresas em geral e

que utilizam e tratam dados pessoais, especialmente no que concerne as

medidas de segurança, boas praticas e governança a serem adotadas, isso

tudo com a �inalidade precıpua de cumprimento da Lei e diminuiçao dos ris-

cos relacionados ao tratamento de dados pessoais. Para tanto, as empresas

em geral terao o prazo de 18 meses de vacancia, a partir da publicaçao da

Lei, ocorrida em 14/08/2018.

D i re i to Tr i b u t á r i o

DEZEMBRO DE 2018 | 05

A coabilitação de empresas no REIDI. Riscos ou oportunidades?

Por Andressa SaizakiSócia da área de Direito Tributário

PosicionamentosdaReceitaFederalgeramdúvidassobrequaisempresaspodemutilizarobene�ícioemhabilitaçãoconjunta.

Com fundamento na Lei Federal n°

11.488/2007, no Decreto n° 6.144/2007 e

na Instruçao Normativa da Receita Federal

n° 758/2007, o REIDI (Regime Especial de

Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-

estrutura) e um programa instituıdo pelo Go-

verno Federal a �im de fomentar projetos

para a implantaçao de obras de infraestru-

tura em setores estrategicos da sociedade

(transporte, energia, saneamento basico

etc.).

O Regime consiste, essencialmente, na

concessao de benefıcios �iscais de suspen-

sao e reduçao de alıquota das Contribuiçoes

para o PIS/PASEP e COFINS. A utilizaçao dos

benefıcios e condicionada a manifestaçao da

opçao perante a Receita Federal do Brasil. Ja

a concessao do REIDI e precedida de um pro-

cesso administrativo para a comprovaçao

do preenchimento dos requisitos legais e

concluıda com a formalizaçao de Ato Decla-

ratorio Executivo (ADE) publicado no Diario

O�icial da Uniao. O benefıcio podera ser usu-

fruıdo nas aquisiçoes e importaçoes realiza-

das no perıodo de cinco anos, contados da

data da habilitaçao da pessoa jurıdica titular

do projeto de infraestrutura.

O processo de habilitaçao e rigoroso e

leva tempo para ser concluıdo. Por isso, a le-

gislaçao oportuniza a participaçao no REIDI

por meio de coabilitaçao, quando empresas

forem contratadas por pessoa jurıdica ja ha-

bilitada ao REIDI para executar empreitada

de obras de construçao civil em projetos de

infraestrutura. A coabilitaçao permite a frui-

çao dos mesmos benefıcios concedidos a em-

presa habilitada e e uma interessante opor-

tunidade de extensao de benefıcios �iscais e

de atuaçao no mercado de obras de infraes-

trutura. Entretanto, manifestaçoes da Rece-

ita Federal em soluçoes de consulta tem ge-

rado inseguranças nos contribuintes nos

processos de coabilitaçao no Regime.

Recentemente, a Coordenaçao-Geral de

Tributaçao publicou a Soluçao de Consulta

Cosit n.º 6/2018 e estabeleceu que o objeto

do contrato a ser apresentado pela pessoa ju-

rıdica que pretenda a habilitaçao conjunta

deve versar exclusivamente sobre a execu-

çao, por empreitada, de obra de construçao

civil vinculada a projeto de infraestrutura

aprovado segundo as normas que discipli-

nam o regime.

O entendimento e o de que tal requisito

so pode ser atendido: (a) na hipotese em

que seja contratado somente o fornecimen-

to, pela empreiteira, de mao de obra a ser

aplicada em obra incentivada pelo REIDI; ou

(b) na hipotese em que o fornecimento

dessa mao de obra seja contratado junta-

mente com o fornecimento de materiais

para utilizaçao ou incorporaçao em obra in-

centivada pelo REIDI e/ou com o forneci-

mento de maquinas, aparelhos, instrumen-

tos e equipamentos novos, para incorpora-

çao na referida obra.

Esclarece a RFB: “Paraqueessemesmo

requisito sejaatendido, énecessário, ainda,

queaprestaçãodeserviço(mãodeobra)a

cargodaempreiteira(pretendenteàcoabili-

tação)revelepreponderânciaeconômicaem

relaçãoaopreçodosbenscujofornecimento

esteja eventualmente incluído no objeto do

contratocelebradoentreessaempreiteiraea

pessoajurídicahabilitadaaoReidi”.

A interpretaçao restritiva do orgao fa-

zendario constitui obstaculos a coabilitaçao

e poe em risco os contratos de empreitada

global que envolvem a execuçao de obras de

construçao civil com fornecimento de mate-

riais e equipamentos. Segundo o entendi-

mento consagrado na Cosit, a coabilitaçao

no REIDI somente seria aceitavel no caso de

prestaçao de serviços exclusivamente de

construçao civil sem fornecimento de mate-

rial/equipamento. Na pratica, e pouco

comum que serviços de construçao civil

sejam prestados sem aplicaçao de materiais

ou utilizaçao e equipamentos, por isso tam-

bem a posiçao da Receita e bastante questio-

navel.

Entende-se que as decisoes que negam a

habilitaçao ou mesmo a coabilitaçao de em-

presas sob este fundamento violam a letra

da lei e podem ser enfrentadas tanto admi-

nistrativa quanto judicialmente.

Sendo assim, em vista dos desdobra-

mentos dos requisitos legais feitos pela Rece-

ita Federal, e preciso que o interessado ob-

serve rigorosamente os criterios aplicaveis,

atuando de forma preventiva para assegurar

seu enquadramento no regime. Vale lem-

brar que o descumprimento das exigencias

legais pode dar causa a aplicaçao de diver-

sas penalidades, que vao desde multas pecu-

niarias, cancelamento da habilitaçao e ate

perda do Regime Especial, com risco de exi-

gencia de devoluçao dos benefıcios obtidos

com multa e juros.

Page 5: PÁG. 2 PÁG. 5 PÁG. 6 A coabilitação de empresas A ... … · Rodrigo Pavan de Valões Taysa Marcon Thiago Fhelipe Cunha Vitor Beux Martins Yohana Caroline Silva Pontes P el a

C í ve l Co r p o ra t i vo

04 | ARGUMENTO

a quem competem as decisoes referentes ao tratamento de dados pessoais)

que obteve o consentimento previo necessitar compartilhar essas informa-

çoes com terceiros, devera obter novo consentimento e especı�ico para esse

�im.

O que signi�ica dizer que a Lei tambem esta protegendo o titular dos da-

dos da disseminaçao indiscriminada de suas informaçoes. Proteçao essa

que inexistia ou era ine�icaz ate o momento. Esse consentimento, porem,

nao e ilimitado, mas restrito a �inalidades determinadas, podendo ser ainda

revogado a qualquer momento mediante a manifestaçao expressa do titu-

lar, situaçao na qual o controlador dos dados devera imediatamente sus-

pender sua utilizaçao e tratamento, eliminando os dados pessoais coleta-

dos.

Alem do consentimento a ser concedido pelo titular dos dados, a Lei au-

toriza o tratamento de dados pessoais em algumas hipoteses especı�icas,

como por exemplo para o cumprimento de obrigaçao legal ou regulatoria

pelo controlador dos dados, para a realizaçao de estudos por orgao de pes-

quisa, para o exercıcio regular de direitos em processo judicial, administra-

tivo ou arbitral, para proteçao da vida etc. Ou seja, em situaçoes especiais em

que provavelmente o direito a privacidade cede ou esta lado a lado aos inte-

resses e direitos envolvidos.

A Lei ainda enfatiza e assegura que toda pessoa natural possui a titula-

ridade de seus dados pessoais, tendo direito a obter a qualquer momento,

por requisiçao ao controlador dos dados, a con�irmaçao da existencia dos

dados utilizados e tratados, o acesso a esses dados, a correçao de dados in-

completos ou desatualizados, anonimizaçao ou eliminaçao de dados desne-

cessarios ou excessivos a �inalidade a que foram fornecidos, a portabilidade

dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, informaçao das enti-

dades a quem foram compartilhados seus dados pessoais pelo controlador,

a revogaçao do consentimento. Sendo resguardado, ainda, o exercıcio do di-

reito de açao aos titulares de dados na defesa de seus interesses.

Os agentes de tratamento de dados, por sua vez, em razao do exercıcio

de sua atividade, respondem de forma solidaria pelos danos que causarem

a outrem em violaçao a legislaçao de proteçao de dado. Apenas nao sendo

responsabilizados quando provarem que nao realizaram o tratamento dos

dados pessoais em discussao, que nao houve violaçao a Lei ou que o dano e

decorrente de culpa exclusiva do titular dos dados ou de terceiro.

Ressalte-se que os agentes de tratamento de dados deverao adotar me-

didas de segurança, tecnicas e administrativas aptas a proteger os dados

pessoais de acessos nao autorizados e de situaçoes acidentais e ilıcitas de

destruiçao, perda, alteraçao, comunicaçao ou qualquer forma de trata-

mento inadequado ou ilıcito. Tais medidas de segurança deverao ser obser-

vadas em todas as fases da atividade desempenhada pelos agentes de trata-

mento de dados, ou seja, desde a concepçao do produto ou serviço ate sua

execuçao. As sançoes administrativas previstas em razao das infraçoes le-

gais poderao �ixar multas calculadas sobre o faturamento da pessoa jurı-

dica e atingir o patamar de ate cinquenta milhoes de reais por infraçao.

Muitas adaptaçoes deverao ser realizadas pelas empresas em geral e

que utilizam e tratam dados pessoais, especialmente no que concerne as

medidas de segurança, boas praticas e governança a serem adotadas, isso

tudo com a �inalidade precıpua de cumprimento da Lei e diminuiçao dos ris-

cos relacionados ao tratamento de dados pessoais. Para tanto, as empresas

em geral terao o prazo de 18 meses de vacancia, a partir da publicaçao da

Lei, ocorrida em 14/08/2018.

D i re i to Tr i b u t á r i o

DEZEMBRO DE 2018 | 05

A coabilitação de empresas no REIDI. Riscos ou oportunidades?

Por Andressa SaizakiSócia da área de Direito Tributário

PosicionamentosdaReceitaFederalgeramdúvidassobrequaisempresaspodemutilizarobene�ícioemhabilitaçãoconjunta.

Com fundamento na Lei Federal n°

11.488/2007, no Decreto n° 6.144/2007 e

na Instruçao Normativa da Receita Federal

n° 758/2007, o REIDI (Regime Especial de

Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-

estrutura) e um programa instituıdo pelo Go-

verno Federal a �im de fomentar projetos

para a implantaçao de obras de infraestru-

tura em setores estrategicos da sociedade

(transporte, energia, saneamento basico

etc.).

O Regime consiste, essencialmente, na

concessao de benefıcios �iscais de suspen-

sao e reduçao de alıquota das Contribuiçoes

para o PIS/PASEP e COFINS. A utilizaçao dos

benefıcios e condicionada a manifestaçao da

opçao perante a Receita Federal do Brasil. Ja

a concessao do REIDI e precedida de um pro-

cesso administrativo para a comprovaçao

do preenchimento dos requisitos legais e

concluıda com a formalizaçao de Ato Decla-

ratorio Executivo (ADE) publicado no Diario

O�icial da Uniao. O benefıcio podera ser usu-

fruıdo nas aquisiçoes e importaçoes realiza-

das no perıodo de cinco anos, contados da

data da habilitaçao da pessoa jurıdica titular

do projeto de infraestrutura.

O processo de habilitaçao e rigoroso e

leva tempo para ser concluıdo. Por isso, a le-

gislaçao oportuniza a participaçao no REIDI

por meio de coabilitaçao, quando empresas

forem contratadas por pessoa jurıdica ja ha-

bilitada ao REIDI para executar empreitada

de obras de construçao civil em projetos de

infraestrutura. A coabilitaçao permite a frui-

çao dos mesmos benefıcios concedidos a em-

presa habilitada e e uma interessante opor-

tunidade de extensao de benefıcios �iscais e

de atuaçao no mercado de obras de infraes-

trutura. Entretanto, manifestaçoes da Rece-

ita Federal em soluçoes de consulta tem ge-

rado inseguranças nos contribuintes nos

processos de coabilitaçao no Regime.

Recentemente, a Coordenaçao-Geral de

Tributaçao publicou a Soluçao de Consulta

Cosit n.º 6/2018 e estabeleceu que o objeto

do contrato a ser apresentado pela pessoa ju-

rıdica que pretenda a habilitaçao conjunta

deve versar exclusivamente sobre a execu-

çao, por empreitada, de obra de construçao

civil vinculada a projeto de infraestrutura

aprovado segundo as normas que discipli-

nam o regime.

O entendimento e o de que tal requisito

so pode ser atendido: (a) na hipotese em

que seja contratado somente o fornecimen-

to, pela empreiteira, de mao de obra a ser

aplicada em obra incentivada pelo REIDI; ou

(b) na hipotese em que o fornecimento

dessa mao de obra seja contratado junta-

mente com o fornecimento de materiais

para utilizaçao ou incorporaçao em obra in-

centivada pelo REIDI e/ou com o forneci-

mento de maquinas, aparelhos, instrumen-

tos e equipamentos novos, para incorpora-

çao na referida obra.

Esclarece a RFB: “Paraqueessemesmo

requisito sejaatendido, énecessário, ainda,

queaprestaçãodeserviço(mãodeobra)a

cargodaempreiteira(pretendenteàcoabili-

tação)revelepreponderânciaeconômicaem

relaçãoaopreçodosbenscujofornecimento

esteja eventualmente incluído no objeto do

contratocelebradoentreessaempreiteiraea

pessoajurídicahabilitadaaoReidi”.

A interpretaçao restritiva do orgao fa-

zendario constitui obstaculos a coabilitaçao

e poe em risco os contratos de empreitada

global que envolvem a execuçao de obras de

construçao civil com fornecimento de mate-

riais e equipamentos. Segundo o entendi-

mento consagrado na Cosit, a coabilitaçao

no REIDI somente seria aceitavel no caso de

prestaçao de serviços exclusivamente de

construçao civil sem fornecimento de mate-

rial/equipamento. Na pratica, e pouco

comum que serviços de construçao civil

sejam prestados sem aplicaçao de materiais

ou utilizaçao e equipamentos, por isso tam-

bem a posiçao da Receita e bastante questio-

navel.

Entende-se que as decisoes que negam a

habilitaçao ou mesmo a coabilitaçao de em-

presas sob este fundamento violam a letra

da lei e podem ser enfrentadas tanto admi-

nistrativa quanto judicialmente.

Sendo assim, em vista dos desdobra-

mentos dos requisitos legais feitos pela Rece-

ita Federal, e preciso que o interessado ob-

serve rigorosamente os criterios aplicaveis,

atuando de forma preventiva para assegurar

seu enquadramento no regime. Vale lem-

brar que o descumprimento das exigencias

legais pode dar causa a aplicaçao de diver-

sas penalidades, que vao desde multas pecu-

niarias, cancelamento da habilitaçao e ate

perda do Regime Especial, com risco de exi-

gencia de devoluçao dos benefıcios obtidos

com multa e juros.

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06 | ARGUMENTO

D i re i to Admin i s t ra t i vo

A agroenergia e um conjunto de produ-

tos que sao derivados da biomassa e que

tem potencial para serem transformados

em fontes energeticas. Seu aproveitamento

e essencial para o desenvolvimento das eco-

nomias nacionais, pois permite uma rapida

diversi�icaçao da matriz energetica.

De acordo com a IEA (International

EnergyAgency), ate o ano de 2030 a deman-

da por energia crescera em torno de 1,6%

nos paıses em desenvolvimento. Com isto, a

ampliaçao da capacidade de produçao ener-

getica se mostra como essencial para o cres-

cimento economico. Ciente destes desa�ios,

o Governo Federal vem fomentando estudos

e medidas para ampliaçao do conhecimento

sobre o tema e geraçao da infraestrutura

necessaria.

Dentre as alternativas estudadas, duas

se destacam pelo potencial de geraçao de

energia e adequaçao ao cenario nacional. O

etanol (extraıdo da cana de açucar) e o bio-

diesel (produzido a partir de oleos vegetais

ou de gorduras animais) sao opçoes econo-

micamente viaveis e representam alternati-

vas ecologicamente sustentaveis para subs-

tituiçao dos combustıveis fosseis.

Segundo dados do Ministerio da Agri-

cultura, Pecuaria e Abastecimento (MAPA),

o consumo de alcool supera o da gasolina e o

biodiesel, que possui uma relevante partici-

paçao na matriz de combustıveis do paıs.

Percebendo as possibilidades da agroe-

nergia, o MAPA estabeleceu um Plano Nacio-

nal de Agroenergia (PNA), no qual sao traça-

das linhas para o desenvolvimento destas

alternativas energeticas. O plano organiza

uma estrutura de fomento a pesquisas para

quatro fontes energeticas principais: biodiesel,

etanol, �lorestas energeticas cultivadas e apro-

veitamento de resıduos agrıcolas e pecuarios.

O PNA busca entao desenvolver propos-

tas concretas de desenvolvimento e transfe-

rencia de tecnologia, garantido uma maior

sustentabilidade e competividade para a pro-

duçao da agroenergia.

A respeito do plano, cabem algumas pon-

deraçoes referentes aos seus pontos principais.

Por reduzir a emissao de gas carbonico

(Co2), o etanol e considerado um dos princi-

pais mecanismos de combate ao aqueci-

mento global. Parte do gas carbonico emiti-

do pelos veıculos movidos a etanol e reab-

sorvido pelas plantaçoes de cana de açucar.

Por sua vez, a produçao do biodiesel

ocorre a partir de oleos vegetais ou de gor-

duras animais. O Brasil possui dezenas de

fontes de produçao do biodiesel, sendo um

dos maiores produtores mundiais. A produ-

çao nacional anual e superior a 2.4 milhoes

de litros, originarios de fontes como a soja, o

dende, o girassol, o babaçu, o amendoim, a

mamona e o pinhao.

Outra fonte de energia relatada no PNA,

as �lorestas energeticas sao plantadas visan-

do evitar a pressao do desmatamento sobre

as �lorestas naturais, contribuindo para o for-

necimento de biomassa �lorestal, lenha e car-

vao de origem vegetal. O re�lorestamento

para uso energetico diminui a pressao sobre

as �lorestas nativas e desempenha papel

importante na utilizaçao de terra antes

degradadas.

Os resıduos agrıcolas e agropecuarios

abrangem itens como graos, palhas, cascas e

frutos, arvores, cereais, bagaços, resıduos de

podas e rejeitos madeireiros, resıduos da sui-

nocultura, ou rejeitos urbanos e industriais.

A agricultura e a pecuaria fornecem parte

relevante desta materia-prima.

Cumpre frisar que qualquer materia

organica capaz de ser transformada em ener-

gia mecanica, termica ou eletrica e caracteri-

zada como bioenergia, segundo a ANEEL.

Enquanto a agricultura representa 33% do

potencial energetico da biomassa no paıs, os

resıduos de atividades �lorestais correspon-

dem a 65%. Signi�ica que a capacidade de

crescimento da fonte energetica baseada

nos resıduos agrıcolas e agropecuarios ain-

da e grande.

O Brasil e um dos paıses com natural par-

ticipaçao na oferta de energia de fontes reno-

vaveis. A ampla e rica biodiversidade, o cli-

ma favoravel, a produçao agropecuaria e a

vasta extensao territorial dao vantagem no

desenvolvimento da agroenergia.

Estas novas tecnologias, em que pese

ainda estejam sendo estudadas e adaptadas,

ja suprem algumas demandas energeticas

do Brasil, estando disponıveis para empre-

sas e pequenas propriedades. Isso permite a

transformaçao desses resıduos e dejetos em

energia com processos simples e de facil

acesso a esse segmento e com impactos mui-

to positivos na reduçao e custos e melhoria

da imagem dos negocios pelo adequado uso

dos recursos naturais.

No ambito publico, o desenvolvimento da

agroenergia, alem de ampliar a competivida-

de do agronegocio brasileiro, pode conceder

o suporte para novas polıticas publicas, inclu-

sive com o desenvolvimento de legislaçoes

especı�icas, aspectos regulatorios e a potenci-

alizaçao e formaçao de parcerias publico-

privadas (PPP), a revisao de tributos, assim

como a realizar adequaçoes relativas a forma

de exploraçao destes serviços publicos.

Por �im, o caminho jurıdico e publico a

ser seguido e longo, porem extremamente

valido e necessario para o desenvolvimento

da agroenergia no paıs.

As mıdias sociais tiveram seu uso amplamente difundido nos ulti-

mos anos. Por meio das tambem denominadas redes sociais, os usua-

rios nelas conectados interagem entre si compartilhando dados e

informaçoes diversas. Invariavelmente o conteudo veiculado nas pla-

taformas mais populares consiste em fotos, vıdeos e imagens.

Apesar do uso corriqueiro e massi�icado desses aplicativos, e

importante a lembrança de que o conteudo nelas compartilhado se

sujeita as normas especi�icas do Direito a Imagem e do Direito Auto-

ral. Trata-se do tema que sera abordado neste artigo.

Em primeiro lugar, e necessario diferenciar o Direito a Imagem e

o Direito Autoral. O primeiro e direito autonomo, inerente a pessoa,

que faz parte do nucleo de garantias mınimas de cada um dos indivı-

duos.

Os Tribunais paci�icaram a compreensao de que esse instituto e

irrenunciavel, inalienavel, intransmissıvel – porem, disponıvel. Quer

dizer que ao seu detentor e vedada a venda, a renuncia ou a cessao

em de�initivo. Contudo, o Direito de Imagem pode ser licenciado a ter-

ceiros.

O Direito Autoral, por sua vez, trata de um conjunto de normas

que protegem as obras e criaçoes imateriais. A titularidade do direito

autoral recai sobre o indivıduo que produziu seu conteudo.

Ambos os institutos sao resguardados pela Constituiçao Federal

e pela legislaçao civil. Ocorre que sao constantemente colocados em

risco devido ao intenso �luxo de dados e o compartilhamento desen-

freado de informaçoes nas mıdias sociais.

Em linhas gerais, seu uso indevido por terceiros pode fazer sur-

gir aquele que tenha se sentido ofendido o direito a indenizaçao por

danos materiais e morais. A responsabilidade civil por eventual pre-

juızo de ordem material ou moral ao titular desses direitos se torna

possıvel quando comprovada a) existencia de conduta ilıcita de parte

do suposto ofensor; b) prejuızo do ofendido; e c) nexo de causalidade

entre estes elementos.

A despeito das medidas combativas destinadas a resguardar os

direitos em xeque, e possıvel cogitar a tomada de condutas preventi-

vas. Por exemplo, para evitar possıvel violaçao aos Direitos Autorais

basta solicitar autorizaçao para veiculaçao de determinada obra ao

seu titular, que aceitando, deve ser creditado pelo trabalho. Outra

opçao valida para o usuario das mıdias sociais que queira comparti-

lhar imagens sem a preocupaçao de ser responsabilizado civilmente

e a utilizaçao de imagens disponibilizadas em bancos de livres de

Direitos Autorais.

Quanto a violaçao ao Direito a Imagem, recomenda-se uma leitu-

ra cautelosa dos Termos de Uso de cada uma das mıdias sociais utili-

zados pelo usuario. A rede social Instagram, por exemplo, consigna

de modo claro e simples que o usuario que coloca seu per�il no modo

publico “concede uma licença não exclusiva, gratuita, transferível,

sublicenciáveleválidamundialmenteparahospedar,usar,distribuir,

modi�icar,veicular,copiar,exibirouexecutarpublicamente,traduzire

criartrabalhosderivadosdeseuconteúdo(demodoconsistentecom

suascon�iguraçõesdeprivacidadeedoaplicativo)”.

Em outras palavras, a despeito da proteçao ao Direito de Imagem

conferida por expressa disposiçao legal, a inserçao do per�il no “mo-

do publico” implica o afastamento dessas disposiçoes legais por

opçao do usuario. Nesses casos, aquele que possuir sua imagem vei-

culada e publicada por terceiros nao podera requerer indenizaçao a

que tıtulo for por ter anuıdo com os invariavelmente desprezados

Termos de Uso dessas plataformas.

Em suma, a legislaçao brasileira confere aos titulares dos Direito

a Imagem e de Autoria ampla proteçao, a qual pode ser mitigada a

depender dos Termos de Uso das mıdias sociais anuıdos por seus

usuarios, os quais podem se valer de meios preventivos e combati-

vos para resguardar a proteçao desses institutos.

A agroenergia e as contribuições do campo para o setor energético

As mídias sociais e a proteção ao Direito à Ima-gem e ao Direito Autoral

Por Helen Mônica Esteves MarcanteSócia da área de Direito Administrativo

Por Laura Graner PereiraAdvogada da área Cível Corporativo

Adisseminaçãodaagroenergiapodegerarnovosnegócioseauxiliaropaísemseudé�icitenergético. EntendacomoévistaapublicaçãodeconteúdoemmídiasdigitaissobaóticadoDireitoàImagemedoDireitoAutoral.

M í d i a e E n t re te n i m e n to

DEZEMBRO DE 2018 | 07

Page 7: PÁG. 2 PÁG. 5 PÁG. 6 A coabilitação de empresas A ... … · Rodrigo Pavan de Valões Taysa Marcon Thiago Fhelipe Cunha Vitor Beux Martins Yohana Caroline Silva Pontes P el a

06 | ARGUMENTO

D i re i to Admin i s t ra t i vo

A agroenergia e um conjunto de produ-

tos que sao derivados da biomassa e que

tem potencial para serem transformados

em fontes energeticas. Seu aproveitamento

e essencial para o desenvolvimento das eco-

nomias nacionais, pois permite uma rapida

diversi�icaçao da matriz energetica.

De acordo com a IEA (International

EnergyAgency), ate o ano de 2030 a deman-

da por energia crescera em torno de 1,6%

nos paıses em desenvolvimento. Com isto, a

ampliaçao da capacidade de produçao ener-

getica se mostra como essencial para o cres-

cimento economico. Ciente destes desa�ios,

o Governo Federal vem fomentando estudos

e medidas para ampliaçao do conhecimento

sobre o tema e geraçao da infraestrutura

necessaria.

Dentre as alternativas estudadas, duas

se destacam pelo potencial de geraçao de

energia e adequaçao ao cenario nacional. O

etanol (extraıdo da cana de açucar) e o bio-

diesel (produzido a partir de oleos vegetais

ou de gorduras animais) sao opçoes econo-

micamente viaveis e representam alternati-

vas ecologicamente sustentaveis para subs-

tituiçao dos combustıveis fosseis.

Segundo dados do Ministerio da Agri-

cultura, Pecuaria e Abastecimento (MAPA),

o consumo de alcool supera o da gasolina e o

biodiesel, que possui uma relevante partici-

paçao na matriz de combustıveis do paıs.

Percebendo as possibilidades da agroe-

nergia, o MAPA estabeleceu um Plano Nacio-

nal de Agroenergia (PNA), no qual sao traça-

das linhas para o desenvolvimento destas

alternativas energeticas. O plano organiza

uma estrutura de fomento a pesquisas para

quatro fontes energeticas principais: biodiesel,

etanol, �lorestas energeticas cultivadas e apro-

veitamento de resıduos agrıcolas e pecuarios.

O PNA busca entao desenvolver propos-

tas concretas de desenvolvimento e transfe-

rencia de tecnologia, garantido uma maior

sustentabilidade e competividade para a pro-

duçao da agroenergia.

A respeito do plano, cabem algumas pon-

deraçoes referentes aos seus pontos principais.

Por reduzir a emissao de gas carbonico

(Co2), o etanol e considerado um dos princi-

pais mecanismos de combate ao aqueci-

mento global. Parte do gas carbonico emiti-

do pelos veıculos movidos a etanol e reab-

sorvido pelas plantaçoes de cana de açucar.

Por sua vez, a produçao do biodiesel

ocorre a partir de oleos vegetais ou de gor-

duras animais. O Brasil possui dezenas de

fontes de produçao do biodiesel, sendo um

dos maiores produtores mundiais. A produ-

çao nacional anual e superior a 2.4 milhoes

de litros, originarios de fontes como a soja, o

dende, o girassol, o babaçu, o amendoim, a

mamona e o pinhao.

Outra fonte de energia relatada no PNA,

as �lorestas energeticas sao plantadas visan-

do evitar a pressao do desmatamento sobre

as �lorestas naturais, contribuindo para o for-

necimento de biomassa �lorestal, lenha e car-

vao de origem vegetal. O re�lorestamento

para uso energetico diminui a pressao sobre

as �lorestas nativas e desempenha papel

importante na utilizaçao de terra antes

degradadas.

Os resıduos agrıcolas e agropecuarios

abrangem itens como graos, palhas, cascas e

frutos, arvores, cereais, bagaços, resıduos de

podas e rejeitos madeireiros, resıduos da sui-

nocultura, ou rejeitos urbanos e industriais.

A agricultura e a pecuaria fornecem parte

relevante desta materia-prima.

Cumpre frisar que qualquer materia

organica capaz de ser transformada em ener-

gia mecanica, termica ou eletrica e caracteri-

zada como bioenergia, segundo a ANEEL.

Enquanto a agricultura representa 33% do

potencial energetico da biomassa no paıs, os

resıduos de atividades �lorestais correspon-

dem a 65%. Signi�ica que a capacidade de

crescimento da fonte energetica baseada

nos resıduos agrıcolas e agropecuarios ain-

da e grande.

O Brasil e um dos paıses com natural par-

ticipaçao na oferta de energia de fontes reno-

vaveis. A ampla e rica biodiversidade, o cli-

ma favoravel, a produçao agropecuaria e a

vasta extensao territorial dao vantagem no

desenvolvimento da agroenergia.

Estas novas tecnologias, em que pese

ainda estejam sendo estudadas e adaptadas,

ja suprem algumas demandas energeticas

do Brasil, estando disponıveis para empre-

sas e pequenas propriedades. Isso permite a

transformaçao desses resıduos e dejetos em

energia com processos simples e de facil

acesso a esse segmento e com impactos mui-

to positivos na reduçao e custos e melhoria

da imagem dos negocios pelo adequado uso

dos recursos naturais.

No ambito publico, o desenvolvimento da

agroenergia, alem de ampliar a competivida-

de do agronegocio brasileiro, pode conceder

o suporte para novas polıticas publicas, inclu-

sive com o desenvolvimento de legislaçoes

especı�icas, aspectos regulatorios e a potenci-

alizaçao e formaçao de parcerias publico-

privadas (PPP), a revisao de tributos, assim

como a realizar adequaçoes relativas a forma

de exploraçao destes serviços publicos.

Por �im, o caminho jurıdico e publico a

ser seguido e longo, porem extremamente

valido e necessario para o desenvolvimento

da agroenergia no paıs.

As mıdias sociais tiveram seu uso amplamente difundido nos ulti-

mos anos. Por meio das tambem denominadas redes sociais, os usua-

rios nelas conectados interagem entre si compartilhando dados e

informaçoes diversas. Invariavelmente o conteudo veiculado nas pla-

taformas mais populares consiste em fotos, vıdeos e imagens.

Apesar do uso corriqueiro e massi�icado desses aplicativos, e

importante a lembrança de que o conteudo nelas compartilhado se

sujeita as normas especi�icas do Direito a Imagem e do Direito Auto-

ral. Trata-se do tema que sera abordado neste artigo.

Em primeiro lugar, e necessario diferenciar o Direito a Imagem e

o Direito Autoral. O primeiro e direito autonomo, inerente a pessoa,

que faz parte do nucleo de garantias mınimas de cada um dos indivı-

duos.

Os Tribunais paci�icaram a compreensao de que esse instituto e

irrenunciavel, inalienavel, intransmissıvel – porem, disponıvel. Quer

dizer que ao seu detentor e vedada a venda, a renuncia ou a cessao

em de�initivo. Contudo, o Direito de Imagem pode ser licenciado a ter-

ceiros.

O Direito Autoral, por sua vez, trata de um conjunto de normas

que protegem as obras e criaçoes imateriais. A titularidade do direito

autoral recai sobre o indivıduo que produziu seu conteudo.

Ambos os institutos sao resguardados pela Constituiçao Federal

e pela legislaçao civil. Ocorre que sao constantemente colocados em

risco devido ao intenso �luxo de dados e o compartilhamento desen-

freado de informaçoes nas mıdias sociais.

Em linhas gerais, seu uso indevido por terceiros pode fazer sur-

gir aquele que tenha se sentido ofendido o direito a indenizaçao por

danos materiais e morais. A responsabilidade civil por eventual pre-

juızo de ordem material ou moral ao titular desses direitos se torna

possıvel quando comprovada a) existencia de conduta ilıcita de parte

do suposto ofensor; b) prejuızo do ofendido; e c) nexo de causalidade

entre estes elementos.

A despeito das medidas combativas destinadas a resguardar os

direitos em xeque, e possıvel cogitar a tomada de condutas preventi-

vas. Por exemplo, para evitar possıvel violaçao aos Direitos Autorais

basta solicitar autorizaçao para veiculaçao de determinada obra ao

seu titular, que aceitando, deve ser creditado pelo trabalho. Outra

opçao valida para o usuario das mıdias sociais que queira comparti-

lhar imagens sem a preocupaçao de ser responsabilizado civilmente

e a utilizaçao de imagens disponibilizadas em bancos de livres de

Direitos Autorais.

Quanto a violaçao ao Direito a Imagem, recomenda-se uma leitu-

ra cautelosa dos Termos de Uso de cada uma das mıdias sociais utili-

zados pelo usuario. A rede social Instagram, por exemplo, consigna

de modo claro e simples que o usuario que coloca seu per�il no modo

publico “concede uma licença não exclusiva, gratuita, transferível,

sublicenciáveleválidamundialmenteparahospedar,usar,distribuir,

modi�icar,veicular,copiar,exibirouexecutarpublicamente,traduzire

criartrabalhosderivadosdeseuconteúdo(demodoconsistentecom

suascon�iguraçõesdeprivacidadeedoaplicativo)”.

Em outras palavras, a despeito da proteçao ao Direito de Imagem

conferida por expressa disposiçao legal, a inserçao do per�il no “mo-

do publico” implica o afastamento dessas disposiçoes legais por

opçao do usuario. Nesses casos, aquele que possuir sua imagem vei-

culada e publicada por terceiros nao podera requerer indenizaçao a

que tıtulo for por ter anuıdo com os invariavelmente desprezados

Termos de Uso dessas plataformas.

Em suma, a legislaçao brasileira confere aos titulares dos Direito

a Imagem e de Autoria ampla proteçao, a qual pode ser mitigada a

depender dos Termos de Uso das mıdias sociais anuıdos por seus

usuarios, os quais podem se valer de meios preventivos e combati-

vos para resguardar a proteçao desses institutos.

A agroenergia e as contribuições do campo para o setor energético

As mídias sociais e a proteção ao Direito à Ima-gem e ao Direito Autoral

Por Helen Mônica Esteves MarcanteSócia da área de Direito Administrativo

Por Laura Graner PereiraAdvogada da área Cível Corporativo

Adisseminaçãodaagroenergiapodegerarnovosnegócioseauxiliaropaísemseudé�icitenergético. EntendacomoévistaapublicaçãodeconteúdoemmídiasdigitaissobaóticadoDireitoàImagemedoDireitoAutoral.

M í d i a e E n t re te n i m e n to

DEZEMBRO DE 2018 | 07

Page 8: PÁG. 2 PÁG. 5 PÁG. 6 A coabilitação de empresas A ... … · Rodrigo Pavan de Valões Taysa Marcon Thiago Fhelipe Cunha Vitor Beux Martins Yohana Caroline Silva Pontes P el a

Argumento e uma publicaçao trimestral com artigos produzidos pelos pro�issionais do escritorio ©.

Diagramado pela equipe de comunicaçao e marketing do VGP Advogados. Ediçao �inalizada em 10 de dezembro de 2018. Tiragem: 2500 exemplares.

Sao Paulo (SP): Rua Olimpıadas, 200 - 2º Andar - CEP 04551-000 | Brasılia (DF): SHS Q. 6 - Conj. C, Bloco E - Sl 1201 - CEP 70316-000 | Curitiba (PR): Rua Mateus Leme, 575 - CEP 80510-192

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Fernando Vernalha comenta as principais ques-tões da chamada MP do Saneamento

Notas e Agenda► No dia 10 de outubro, PatrickRochadeCar-

valho, socio da area trabalhista do VGP, foi pales-

trante convidado do IIICongressoNacionalde

DireitodoTrabalho, onde falou sobre terceiriza-

çao ampla, geral e irrestrita. O Congresso foi reali-

zado na Pontifıcia Universidade Catolica do Para-

na, em Curitiba (PR).

► DiogoRais, socio da area de Direito Digital do

VGP, e coordenador e coautor do livro Fakenews:

aconexãoentreadesinformaçãoeoDireito,

publicado pela Editora Revista dos Tribunais. O

lançamento aconteceu no dia 22 de outubro, com

uma sessao de autografos na Livraria da Villa do

Jardim Paulista, em Sao Paulo (SP).

► No dia 07 de novembro, AngélicaPetian, socia

da area de infraestrutura e projetos do VGP, parti-

cipou do Seminário Saneamento 2019-2022,

que abordou as oportunidades de um legado para

o Brasil com a MP 844/2018. O evento foi reali-

zado pela ABCON, pelo Sindcon e pela Confedera-

çao Nacional da Industria, em Brasılia/DF.

► No dia 09 de novembro, FernandoVernalha,

socio da area de infraestrutura e projetos do VGP,

foi palestrante no III Seminário Jurídico da

CâmaraBrasileiradaIndústriadaConstrução,

que aconteceu em Curitiba (PR), no Auditorio do

Sinduscon PR. Vernalha falou sobre os impactos

das �iscalizaçoes do Tribunal de Contas da Uniao

na atividade da construçao civil.

► No dia 10 de novembro, LuizFernandoCasa-

grandePereira, socio da area cıvel corporativo

do VGP, debateu sobre o tema “(des)unidade dos

processos civil e penal”, no IIIEncontroNacio-

nal da ABDPro. Idealizado e coordenado pela

Associaçao Brasileira de Direito Processual, o

evento foi realizado no predio da FAE Business

School, em Curitiba (PR).

► No dia 22 de novembro, SilvioGuidi, socio do

VGP, participou do SeminárioInvestinBrasil–

Healthcare, organizado pela Agencia Brasileira

de Promoçao de Exportaçoes e Investimentos

(Apex). No evento, que aconteceu no Hotel Tivoli

Mofarrej, em Sao Paulo (SP), Silvio participou do

painel de investimentos na saude privada, medi-

ando o debate entre o CEO do Unitedhealth

Group Brasil (Claudio Lottenberg) e o Superin-

tendente do Hospital Alemao Oswaldo Cruz (Pa-

ulo Bastian).

► No dia 23 de novembro, AngélicaPetian foi

palestrante no XIV Seminário Jurídico do

Banco Regional de Desenvolvimento do

ExtremoSul, onde falou sobre Parcerias Pubico-

Privadas (PPPs). O evento foi realizado na sede do

BRDE, em Porto Alegre (RS).

► No dia 27 de novembro, LuizFernandoCasa-

grandePereira foi palestrante no Congresso de

Direito a Cidade e de Direito Imobiliario, onde

falou sobre distrato imobiliario, juntamente com

o Desembargador Ramon Nogueira (TJPR). O

evento, realizado em Curitiba (PR), contou com

palestras de Carlos Massa Ratinho Jr. (Governa-

dor Eleito do Parana), Prof. Oriovisto Guimaraes

(Senador Eleito do Parana), Rafael Greca de

Macedo (Prefeito de Curitiba) e Marilena Winter

(Secretaria-Geral da OAB-PR).

► No dia 28 de novembro, os socios Angélica

Petian e FernandoVernalha foram palestrantes

convidados do 2ºEncontroNacionaldeParce-

riasPúblico-PrivadasMunicipais, organizado

pela Totem Eventos, em Salvador (BA). A palestra

de abertura, sobre as di�iculdades para a geraçao

de projetos pelos municıpios, foi proferida por

Vernalha. Em sua exposiçao, Angelica falou sobre

o atual ambiente jurıdico para o desenvolvimento

de PPPs municipais.

► No dia 03 de dezembro, LuizFernandoCasa-

grandePereira ministrou palestra no IVCon-

gresso de Processo Civil, onde falou sobre

Tutela Provisoria. Organizado pela Escola Supe-

rior de Advocacia (ESA), o evento aconteceu no

Auditorio da sede da OAB/PR, em Curitiba (PR).

► No dia 03 de dezembro, FernandoVernalha

foi palestrante da primeira ediçao regional da

serie de DiálogosentreoTribunaldeContas

daUniãoeaCâmaraBrasileiradaIndústria

daConstrução, realizado em Curitiba (PR), no

Auditorio do Sinduscon-PR. Vernalha falou sobre

alteraçao de contratos administrativos decor-

rente de falhas na licitaçao.

► No dia 06 de dezembro, durante o Encontro

ParanaensedeGestoresMunicipais, os socios

Thiago Lima Breus e Luiz Fernando Casa-

grande Pereira proferiram palestras sobre os

temas Parcerias Publico-Privadas (PPPs) e Im-

probidade Administrativa, respectivamente. O

evento aconteceu em Foz do Iguaçu (PR), com

organizaçao da Associaçao dos Municıpios do

Parana (AMP).

Fernando Vernalha fala sobre os projetos e investimentos que serão herdados de Temer por Bolsonaro

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Clóvis Alberto de Pinho fala sobre a importân-cia da existência de mecanismos de compliance para empresas

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Fernando Vernalha fala sobre a transição dos pro-jetos de concessões e privatizações para o novo governo federal

Imprensa e Mídia

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Fernando Vernalha comenta sobre as incertezas que marcam os próximos projetos de desestatiza-ção do PPI

Fernando Vernalha comenta a questão da pror-rogação dos contratos de concessão portuária

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