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Lista de Siglas:
APO Autoridade Pública Olímpica
CGOlímpíadas Comitê Gestor dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016
GEOLIMPÍADAS Grupo Executivo dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016
COB Comitê Olímpico Brasileiro
COI Comitê Olímpico Internacional (International Olympic Committee)
COMLURB Companhia Municipal de Limpeza Urbana
COT Centro Olímpico de Treinamento
CPB Comitê Paralímpico Brasileiro
CGU Controladoria-Geral da União
DHAA Direito Humano à Alimentação Adequada
DOS Divisão Olímpica para a Sustentabilidade
Dossiê Dossiê de Candidatura do Rio de Janeiro a sede dos Jogos Olímpicos e
Paralímpicos de 2016
EB Exército Brasileiro
EOM Empresa Olímpica Municipal
FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations
(Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura)
GEE Gases de Efeito Estufa
GRI Global Report Initiative
HCC Contrato de Cidade-Sede (Host City Contract)
IBC International Broadcast Centre (Centro Internacional de
Transmissões)
ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
IPC International Paralympic Committee (Comitê Paralímpico
Internacional)
JBRJ Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Jogos Rio 2016 Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016
LBCD Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem
MCidades Ministério das Cidades
MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
ME Ministério do Esporte
4
MEC Ministério da Educação
MINC Ministério da Cultura
MMA Ministério do Meio Ambiente
MPC Main Press Centre (Centro Principal de Imprensa)
MT Ministério dos Transportes
MTPS Ministério do Trabalho e Previdência Social
MTur Ministério do Turismo
OCOG Organising Committee for the Olympic Games (Comitê Organizador
dos Jogos Olímpicos)
OGI Olympic Games Impact (Impacto dos Jogos Olímpicos)
ONGs Organizações não-governamentais
PAA Programa de Aquisição de Alimentos
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PCRJ Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
PGS Plano de Gestão de Sustentabilidade dos Jogos Rio 2016
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PPP/Legado Plano de Políticas Públicas/Legado
Rio 2016 Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016
RIOTur Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro S.A.
RioUrbe Empresa Municipal de Urbanização
SEA Secretaria de Estado do Ambiente
SETRANS Secretaria de Estado de Transportes
SCC- GERJ Secretaria da Casa Civil – Governo do Estado do Rio de Janeiro
SG/PR Secretaria de Governo da Presidência da República
SMTR Secretaria Municipal de Transportes
5
Índice
PARTE 01 .................................................................................................... 15
1. Apresentação .......................................................................................... 17
2. Introdução ............................................................................................. 21
2.1. A abrangência dos Jogos Rio 2016 ........................................................... 21
2.2. O ciclo dos Jogos Rio 2016 .................................................................... 23
2.3. Os documentos de organização dos Jogos Rio 2016 ...................................... 24
2.3.1. A Matriz de Responsabilidades ........................................................... 25
2.3.2. O Plano de Políticas Públicas (PPP/Legado) .......................................... 26
2.3.3. O Orçamento do Comitê Rio 2016 ...................................................... 27
3. A sustentabilidade e os Jogos Rio 2016 ........................................................... 27
3.1. O Plano de Gestão da Sustentabilidade (PGS) ............................................. 29
3.1.1. Contextualização .......................................................................... 29
3.1.2. A atualização das informações .......................................................... 30
3.2. Processos de transparência em sustentabilidade ......................................... 30
3.2.1. Princípios de transparência .............................................................. 30
3.2.2. Os canais de comunicação disponíveis e produtos ................................... 31
3.3. A metodologia ................................................................................... 33
3.3.1. Aspectos gerais ............................................................................. 33
3.3.2. Objetivo ..................................................................................... 33
3.4. O escopo ......................................................................................... 34
3.4.1. Os eixos temáticos e as áreas temáticas .............................................. 34
3.4.2. A estrutura atual do PGS ................................................................. 35
3.4.3. Os projetos .................................................................................. 35
PARTE 02 .................................................................................................... 39
4. Planeta - Pegada ambiental reduzida ............................................................. 41
4.1. Transporte e Logística ......................................................................... 41
4.1.1. Prover transporte público para espectadores e força de trabalho ................ 41
4.1.1.1. Bus Rapid Transit (BRT) ............................................................ 43
4.1.1.2. Duplicação do Elevado do Joá ..................................................... 46
4.1.1.3. Viário do Parque Olímpico ......................................................... 46
4.1.1.4. Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) do Porto ..................................... 47
4.1.1.5. Modernização do Intelligent Transport System (ITS) .......................... 49
4.1.1.6. Ampliação e renovação do metrô................................................. 49
4.1.1.7. Renovação do sistema de trem ................................................... 50
4.1.2. Implantar ações de redução de emissões de poluentes nos sistemas de
transportes públicos e na mobilidade urbana ................................................. 51
6
4.1.2.1. Expansão da rede de ciclovias .................................................... 51
4.1.2.2. Ampliação da frota de ônibus municipal circulando com combustíveis
menos poluentes ............................................................................... 52
4.1.3. Racionalizar as operações de logística de transporte e utilizar combustíveis
menos poluentes na frota Olímpica e Paralímpica ........................................... 53
4.2. Construção sustentável e melhorias urbanas .............................................. 54
4.2.1. Implantar critérios de uso racional de recursos, eficiência e minimização de
impactos ambientais no desenho e construção de todas as instalações ................. 54
4.2.1.1. Novas instalações e renovação de existentes .................................. 56
4.2.1.2. Instalações temporárias e overlays (instalações provisórias) ................ 58
4.2.2. Atender aos padrões internacionais e nacionais de meio ambiente no
planejamento, desenvolvimento e construção de toda a infraestrutura dos Jogos .... 59
4.2.3.Estimular o desenvolvimento de atividades econômicas e melhoria da qualidade
de vida ............................................................................................... 60
4.2.3.1. Renovação da região do Porto do Rio de Janeiro .............................. 61
4.2.3.2. Reurbanização do entorno do Estádio João Havelange ....................... 63
4.2.3.3. Reurbanização do entorno do Maracanã ........................................ 65
4.2.3.4. Passeio Olímpico ..................................................................... 65
4.2.3.5. Domínio Urbano de Deodoro....................................................... 66
4.2.3.6. Parque Madureira .................................................................... 67
4.3. Conservação e recuperação ambiental ..................................................... 68
4.3.1. Minimizar os impactos das instalações Olímpicas e Paralímpicas sobre os
ecossistemas existentes e seu entorno imediato ............................................. 68
4.3.1.1. Região Barra (Parque Olímpico) .................................................. 68
4.3.1.2. Região de Deodoro .................................................................. 69
4.3.1.3. Saneamento ambiental com obras de drenagem pluvial e ampliação da
rede coleta de esgotamento sanitário ..................................................... 70
4.3.2. Recuperação ambiental dos corpos hídricos nas regiões dos Jogos. .............. 71
4.3.2.1. Programa de Despoluição da Baía de Guanabara .............................. 71
4.3.2.2. Limpeza do Espelho D’Água ....................................................... 72
4.3.2.3. Programa de Saneamento da Bacia de Jacarepaguá – PSBJ .................. 73
4.3.2.4. Outros projetos de recuperação ambiental de corpos hídricos ............. 74
4.3.3. Compensação das Emissões de Carbono geradas pelos Jogos Rio 2016 .......... 75
4.3.3.1. Pegada de Carbono dos Jogos Rio 2016 .......................................... 75
4.3.3.2. Programa Jogos Limpos 2016 ...................................................... 79
4.3.4. Reforçar/acelerar programas de proteção, conservação, restauração e
recuperação ambiental ........................................................................... 83
4.3.4.1. Programa Rio Capital Verde ....................................................... 83
4.3.4.2. Implantação do Parque Natural Municipal da Barra – Nelson Mandela ..... 84
7
4.3.5. Expandir monitoramento meteorológico, da qualidade do ar e da água nas
regiões dos Jogos................................................................................... 84
4.3.5.1. Monitoramento meteorológico .................................................... 84
4.3.5.2. Monitoramento da qualidade do ar .............................................. 85
4.3.5.3. Monitoramento da qualidade das águas ......................................... 85
4.4. Gestão de resíduos ............................................................................. 87
4.4.1. Desativar e iniciar recuperação ambiental dos lixões e implantar sistema
integrado de tratamento de resíduos sólidos ................................................. 87
4.4.2. Alinhar e implantar os planos de gestão de resíduos de todas as construções,
garantindo manejo e tratamento final adequado ............................................ 89
4.4.2.1. Gestão e tratamento responsável dos resíduos sólidos das operações dos
Jogos ............................................................................................. 89
5. Pessoas: Jogos para todos ........................................................................... 91
5.1. Envolvimento e conscientização ............................................................. 92
5.1.1. Envolver os clientes dos Jogos e as partes interessadas na revisão e
implementação do Plano de Gestão da Sustentabilidade ................................... 92
5.1.2. Sustentabilidade: educação, esporte, conscientização e capacitação ........... 95
5.1.2.1. Programa Transforma ............................................................... 95
5.1.2.2. Esporte na Escola .................................................................... 99
5.1.2.3. Atleta na Escola – Programa de Formação Esportiva ......................... 100
5.1.2.4. TV Escola ............................................................................. 101
5.1.2.5. CEUs – Centros de Artes e Esportes Unificados ................................ 102
5.1.2.6. Centros Integrados de Esporte ................................................... 103
5.1.2.7. Ginásio Experimental Olímpico .................................................. 103
5.1.3. Divulgar e conscientizar para o meio ambiente ..................................... 105
5.1.3.1. Campanha Passaporte Verde ..................................................... 105
5.1.3.2. Turismo Sustentável ................................................................ 106
5.1.3.3. Guia “Turismo e Sustentabilidade” .............................................. 106
5.1.3.4. Combate à exploração de crianças e adolescentes no turismo ............ 107
5.1.3.5. Outras ações ........................................................................ 108
5.1.4. Oferecer oportunidades de visitação diversificadas em Parques Nacionais do
Estado do Rio de Janeiro e próximos às demais cidades-sede dos jogos de futebol
olímpico. ........................................................................................... 108
5.1.4.1. Parques das Olimpíadas ........................................................... 108
5.1.5. Desenvolver programa de treinamento profissional e capacitação em
sustentabilidade, para colaboradores, voluntários e contratados ....................... 110
5.1.5.1. Programa de Treinamento e Capacitação Profissional Rio 2016 ............ 110
5.1.5.2. Guia de boas-práticas de sustentabilidade para as cidades do Revezamento
da Tocha ........................................................................................ 112
5.2. Acessibilidade universal ...................................................................... 114
8
5.2.1.Garantir acessibilidade universal em todas as instalações Olímpicas e
Paralímpicas, inclusive seu entorno, de acordo com a legislação e normas brasileiras e
diretrizes do IPC, seguindo a mais abrangente .............................................. 114
5.2.1.1. Caderno de especificações técnicas em acessibilidade Rio 2016 .......... 115
5.2.1.2. Gerenciamento em acessibilidade de projetos e obras ..................... 115
5.2.1.3. Due diligence de acessibilidade de todas as instalações .................... 116
5.2.1.4. Consolidação das normas Municipais para construção de passeios ........ 117
5.2.1.5. Rio Acessível ......................................................................... 117
5.2.1.6. Diretrizes para Acessibilidade para prédios e áreas públicas ............... 118
5.2.1.7. Rotas Turísticas acessíveis ........................................................ 119
5.2.1.8. Acessibilidade nas Unidades de Conservação Federais ...................... 119
5.2.1.9. Guia Turismo Acessível ............................................................ 122
5.2.1.10. Guia de Bolso – Como bem atender a pessoa com deficiência ............ 122
5.2.1.11. Serviço de mobilidade dos Jogos ............................................... 123
5.2.2.Assegurar transporte acessível e inclusivo de acordo com princípios de desenho
universal ............................................................................................ 123
5.2.2.1. Acessibilidade no transporte público ........................................... 123
5.2.2.2. Acessibilidade na frota Olímpica e Paralímpica ............................... 124
5.2.2.3. Acessibilidade nos aeroportos .................................................... 125
5.2.3. Garantir acomodações acessíveis, de acordo com padrões do IPC para a família
Paralímpica ......................................................................................... 126
5.3. Diversidade e inclusão.......................................................................... 126
5.3.1. Recrutar força de trabalho diversa e promover sua inclusão ..................... 126
5.3.2. Iniciativa Reciclagem Inclusiva: Catadores nos Jogos 2016 ....................... 130
6. Prosperidade: Responsabilidade e transparência .............................................. 132
6.1. Cadeias de Suprimentos Sustentáveis ..................................................... 133
6.1.1. Implementar programa de cadeia de suprimentos sustentáveis ................. 133
6.1.2. Alimentação saudável e sustentável................................................... 134
6.1.2.1. Programa Sabor dos Jogos Rio 2016 ............................................. 134
6.2. Gestão e transparência ....................................................................... 137
6.2.1. Desenvolver o Plano de Gestão da Sustentabilidade (PGS) ....................... 137
6.2.2. Utilizar metodologias de avaliação internacionalmente reconhecidas para dar
transparência ao processo de implementação do PGS ..................................... 138
6.2.2.1. Relatório de Sustentabilidade seguindo a metodologia do GRI ............ 138
6.2.2.2. Estudo de impacto “Olympic Games Impact” (OGI) .......................... 139
6.2.2.3. Relatórios de gestão de emissões de gases de efeito estufa (GEE) ........ 140
6.2.3. Adotar processos de gestão e operação eficientes ................................. 141
6.2.3.1. Certificação ISO 20121 ............................................................ 141
6.2.3.2. Plano do uso eficiente da água e energia na Preparação dos Jogos Rio 2016
................................................................................................... 141
9
6.2.3.3. Plano do uso eficiente da água e energia na Operação dos Jogos Rio 2016 .
................................................................................................... 143
6.2.4. Criar canais de comunicação com a sociedade ...................................... 144
6.2.4.1. Diálogos com a Sociedade Civil .................................................. 144
6.2.4.2. Programa Vizinhos Olímpicos ..................................................... 144
6.2.4.3. Circuito Olímpico Móvel e Digital................................................ 145
6.2.4.4. Desafio Ágora Rio ................................................................... 147
6.2.4.5. Maquete Tátil do Parque Olímpico da Barra ................................... 148
6.3. Emprego, renda e qualificação ............................................................. 149
6.3.1. Promover geração de emprego e renda e qualificação profissional ............. 149
6.3.1.1. Capacitação em Programas Federais ............................................ 149
6.3.1.2. Capacitação na FAETEC............................................................ 149
6.3.1.3. Programa Rio Criança Global ..................................................... 150
PARTE 03 ................................................................................................... 152
7. Conclusões e principais resultados ............................................................... 154
7.1. Mobilidade urbana............................................................................. 154
7.2. Recuperação e conservação ambiental .................................................... 156
7.3. Mudanças climáticas .......................................................................... 159
7.4. Acessibilidade .................................................................................. 161
7.5. Diversidade e inclusão ........................................................................ 162
7.6. Educação para sustentabilidade ............................................................ 163
7.7. Proteção a crianças e adolescentes ........................................................ 163
7.8. Transparência .................................................................................. 164
11
Lista de Figuras
Figura 1 – Governança dos Jogos Rio 2016 ...................................................................... 22
Figura 2 – Dimensão dos Jogos Rio 2016 por meio de números .............................................. 23
Figura 3 - Composição do Orçamento dos Jogos Rio 2016 .................................................... 25
Figura 4 - Rede de transportes da cidade do Rio de Janeiro em 2009 ..................................... 42
Figura 5 - Rede de transporte da cidade do Rio de Janeiro em 2017 ...................................... 43
Figura 6 – Mapa esquemático de Rede de BRT .................................................................. 44
Figura 7 - Mapa de linha do BRT vias Transolímpica e Transcarioca ........................................ 47
Figura 8 - Mapa de linha do VLT .................................................................................. 48
Figura 9 – Praça do Trem na estação Engenho de Dentro .................................................... 64
Figura 10 – Representação da recuperação ambiental ........................................................ 69
Figura 11 – Programa Transforma – abrangência* .............................................................. 96
Figura 12 – Programa Transforma - capacitação esportiva ................................................... 97
Figura 13 – Projeto Transforma - mapeamento................................................................. 98
Figura 14 – Projeto Transforma - publicações .................................................................. 99
Figura 15 – Tocha Olímpica ....................................................................................... 113
Figura 16 – Foto motagem ......................................................................................... 114
Figura 17 – Acessibilidade no JBRJ ............................................................................... 122
Figura 18 – Acessibilidade no transporte público ............................................................. 124
Figura 19 – Equipe de voluntários Rio 2016 .................................................................... 127
Figura 20 – Inclusão social no Rio 2016 ......................................................................... 128
Figura 22 – Divulgação dos Jogos Rio 2016 ..................................................................... 146
Figura 23 – Divulgação dos Jogos Rio 2016 ..................................................................... 147
13
Lista de Quadros
Quadro 1 – Objetivos estratégicos ................................................................................ 35
Quadro 2 - Eixos temáticos referentes ao objetivo estratégico planeta, com seus respectivos
objetivos específicos e relação com as áreas de sustentabilidade tratadas nos diálogos com a
sociedade ............................................................................................................. 36
Quadro 3 - Lista os eixos temáticos referentes ao objetivo estratégico pessoas, com seus respectivos
objetivos específicos e relação com as áreas de sustentabilidade tratadas nos diálogos com a
sociedade ............................................................................................................. 37
Quadro 4 – Lista os eixos temáticos referentes ao objetivo estratégico prosperidade, com seus
respectivos objetivos específicos e relação com as áreas de sustentabilidade tratadas nos diálogos
com a sociedade ..................................................................................................... 38
Quadro 5 – Estratégia de gestão de carbono do Rio 2016 ..................................................... 76
Quadro 6 – Cenário de referência da pegada de carbono .................................................... 77
Quadro 7 – Potencial de sequestro de carbono nos excedentes dos plantios ............................. 80
Quadro 8 - Partes interessadas e parceiros envolvidos ....................................................... 94
Quadro 10 – Escolas participantes do Programa Atleta na Escola .......................................... 101
Quadro 11 - Jornada de treinamento ........................................................................... 110
Quadro 12 - Força de trabalho remunerada no Comitê Rio 2016, por sexo, idade, deficiência e raça
(2012-2014) .......................................................................................................... 128
Quadro 13 – Classificação da qualidade da água durante o ano ............................................ 158
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
17
1. Apresentação
Nos próximos 20 anos, 70% da população mundial vai viver nas cidades. As 60
maiores cidades do mundo representam aproximadamente 600 milhões de pessoas,
5% de emissões de gases do efeito estufa e 21% de PIB do planeta1. Paralelamente,
no âmbito internacional, países empreendem ampla discussão para estabelecer
uma regulamentação global para o clima no intuito de barrar o aquecimento global
e as mudanças oriundas desse processo.
Agendas de sustentabilidade estão sendo implantadas há mais de duas décadas em
vários níveis para atingirem metas que são pactuadas internacionalmente, sejam
por iniciativas governamentais, por organizações ou promovidas pela sociedade
organizada2. Neste sentido, ações vêm sendo adotas para a construção da
sustentabilidade em sentido amplo. Como resultado, todos os setores da economia
tendem a se adaptar, inclusive o de eventos, no intuito de reduzir suas pegadas de
carbono, ampliar ganhos sociais, promover a inclusão e a integração mundial.
No caso dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 não é diferente. Uma nova
postura comprometida com a sustentabilidade vem cada vez mais se consolidando a
cada edição dos Jogos. Este comprometimento é pactuado com os países e cidades-
sede, e serve de oportunidade para implementar mudanças e avançar com um
desenvolvimento que sirva para todos, com ganhos nas áreas ambiental, social e
econômica3. Como principal resultado a sociedade se beneficia com uma vida mais
saudável.
A cidade do Rio de Janeiro é a segunda cidade mais populosa do Brasil e já faz
parte deste processo de mudança. A agenda de sustentabilidade para a XXXI edição
dos Jogos Olímpicos e XV edição dos Jogos Paralímpicos nela sediados foi montada
1 Durante a Conferência Rio+20 das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável em 2012, o C40 (Grupo de Grandes
Cidades para Liderança do Clima) anunciou que as ações existentes das cidades-membro vão reduzir emissões anuais de
gases do efeito estufa em 248 milhões de toneladas até 2020, e que a previsão de redução potencial até 2030 será de mais
de 1 bilhão de toneladas.
2 Relatórios estão sendo produzidos por ONGs. Um exemplo é o relatório (Cidades mais ricas e saudáveis) que foi elaborado
e apresentado juntamente com o C40 Cities Climate Leadership Group (C40). O relatório é baseado em estratégias frente à
emissão de carbono e ao uso de água. Entre seus principais resultados, o relatório mostra que economias obtidas através
de maior eficiência energética estão entre as principais vantagens que as metrópoles capitalizam atualmente ao tomarem
medidas frente à mudança climática e impactos relacionados. Uma em cada duas ações que as cidades tomam para
reduzir as emissões de gases de efeito estufa está relacionada a aumento de eficiência.
3 A dimensão da sustentabilidade vai além da conservação da natureza, há também ganhos obtidos pela economia de
recursos econômicos a médio e longo prazo, sejam oriundos de estratégias de eficiência no uso dos recursos naturais e de
energia, no menor impacto ambiental causado e suas consequentes deseconomias, ou ainda pelo desenvolvimento
econômico e tecnológico impulsionado pelo novo setor.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
18
em sintonia com estes movimentos. Os Jogos Rio 2016 serviram como catalisadores
de mudanças e a cidade é hoje, um exemplo de ações sustentáveis efetivas4.
O processo de mudança relacionado aos Jogos se estabeleceu em etapas, sendo a
primeira ainda de planejamento no Dossiê de Candidatura. O documento evoluiu
para o Plano de Gestão de Sustentabilidade – PGS versão1, consolidado e
disponibilizado ao público em 2013. A estratégia progrediu para a etapa de
realização dos projetos, ganhando contornos executivos e já alcançando alguns
resultados. O presente documento (PGS versão 2) foi consolidado em um esforço
conjunto de todos os entes (Comitê Rio 2016, governos federal, estadual e
municipal e a Autoridade Pública Olímpica), e traz a atualização do plano como
versão final sobre a estratégia de sustentabilidade dos Jogos.
Apesar da expectativa criada (em torno dos Jogos) sobre a solução de vários
problemas antigos e complexos, como o caso da Baía de Guanabara, vale ressaltar
que os Jogos proporcionaram ganhos ambientais, sociais e econômicos já
perceptíveis nas quatro zonas dos Jogos, e também em toda a cidade. Vários
projetos foram concluídos e outros estão em vias de conclusão até os Jogos. As
avaliações dos impactos positivos e negativos também estão em curso e serão
apresentadas em vários produtos, tais como o relatório do Olympic Games Impact -
OGI.
Ganhos sociais sempre foram uma preocupação de todos os envolvidos na
realização dos Jogos Rio 2016. O Comitê Rio 2016, com o apoio dos patrocinadores,
parceiros e governos atuaram na consolidação de programas de inclusão e
diversidade, inclusive voltados à acessibilidade. As ações do Comitê Rio 2016 foram
consolidadas por meio dos seus programas, com destaque para o engajamento de
voluntários e os Programas Transforma e Abraça. Sem dúvida, estes programas
deixam um legado intangível dos Jogos que vão além das fronteiras da cidade.
Os governos investiram em um legado tangível, que ficará na estrutura urbana da
cidade do Rio de Janeiro. Como destaque dos progressos advindos da oportunidade
dos Jogos Rio 2016, há o exemplo da melhoria do sistema de transporte público,
sendo a área de maior potencial de Legado. Para se ter uma ideia dos avanços,
antes dos Jogos, a cidade contava com uma rede de transporte de alta capacidade
formada pelos sistemas metro-ferroviários, que era responsável por cerca de 10%
do total de viagens por transporte público. Hoje, o anel de alta capacidade conta
com a integração de outros modais (trem, metrô, VLT e BRT) para atender 52% dos
usuários de transporte público no município. Isto significa que mais da metade dos
4 Como exemplo, o Rio recebeu o título de cidade mais inteligente do mundo no Barcelona City Expo em 2013, sendo o projeto vencedor o Centro de Operações Rio (COR) da cidade.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
19
usuários de transporte público passam a ser atendidos por esta rede, com viagens
regulares e rápidas, independentes, seguras e mais sustentáveis.
Outros avanços significativos na área urbana já são visíveis na requalificação
urbanística da região portuária que abrange uma área de 5 milhões de metros
quadrados e tem como limites as Avenidas Presidente Vargas, Rodrigues Alves, Rio
Branco, e Francisco Bicalho. O Programa Porto Maravilha é uma operação complexa
que tem promovido a reestruturação local, por meio da ampliação, articulação e
requalificação dos espaços públicos da região, visando à melhoria da qualidade de
vida de seus atuais e futuros moradores, além de estabelecer novos patamares de
sustentabilidade ambiental urbana e a revitalização socioeconômica da área.
Não obstante, vários projetos de saneamento (esgotamento sanitário, fornecimento
de água tratada, drenagem e resíduos sólidos) foram implantados, avançando para
a melhoria da qualidade ambiental da cidade e da região metropolitana. Também
há a recuperação ambiental de áreas degradadas e a criação de áreas de lazer nos
bairros Barra da Tijuca, Madureira e Deodoro, que terão impactos positivos sociais
e ambientais.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
21
2. Introdução
2.1. A abrangência dos Jogos Rio 2016
Os Jogos Olímpicos e os Paralímpicos são respectivamente o 1° e 3° maiores
eventos do mundo. Tudo que os envolve é grandioso: o número de países que
participam, o número de espectadores (tanto aqueles que assistem nas arenas,
quanto aqueles que os assistirão simultaneamente nos quatro cantos do mundo), as
autoridades mundiais que prestigiam os eventos e a visibilidade do país e da
cidade-sede.
Em 2016, a cidade do Rio de Janeiro tem o orgulho de sediar a XXXI edição dos
Jogos Olímpicos e XV edição dos Jogos Paralímpicos, privilégio ímpar,
principalmente por ser a primeira vez que eles acontecem na América do Sul.
O Rio de Janeiro, durante as seis semanas que se iniciam em 5 de agosto de 2016 e
terminam em 18 de setembro de 2016, viverá uma experiência ímpar com
momentos memoráveis, torcendo por atletas que competem com o seu melhor nas
mais de 300 disputas por medalhas. São esperados mais de 15.000 atletas de cerca
de 205 nações, além de milhares de profissionais de imprensa, de apoio,
apaixonados pelo esporte e turistas de todas as partes do mundo.
São mais de 50 competições acontecendo ao mesmo tempo em quatro regiões da
cidade: Barra da Tijuca, Deodoro, Maracanã e Copacabana. As competições do
futebol, além da cidade do Rio de Janeiro, também acontecem nas cidades de
Manaus-AM, Brasília-DF, Salvador-BA, Belo Horizonte-MG e São Paulo-SP.
A complexidade do evento é sem precedentes. Para tornar os Jogos Rio 2016 uma
realidade são necessárias obras e operações que foram planejadas
detalhadamente. A sinergia entre os Governos Federal, Estadual e Municipal e o
Comitê Rio 2016, organizador dos Jogos Rio 2016, é uma constante.
A abrangência de temas e aspectos integrados é impressionante, tanto em volume
de ações como em atores envolvidos. Este processo teve início ainda na época da
candidatura e vai continuar até a entrega dos Jogos Rio 2016. Os resultados ficam
como um legado perene desse grande evento.
Para estruturar todos os movimentos necessários para a realização dos Jogos Rio
2016, foi estabelecida uma governança própria dos Jogos Rio 2016 (Figura 1). Esta
governança estabelece uma relação direta para discutir e integrar programas e
projetos relacionados aos Jogos Rio 2016. Os entes constituintes desta governança
são o Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, o Governo Federal, o Governo do
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
22
Estado do Rio de Janeiro, a Prefeitura do Rio de Janeiro, além do Consórcio
Autoridade Púbica Olímpica5.
Figura 1 – Governança dos Jogos Rio 2016
Fonte: Comitê Rio 2016 - http://www.rio2016.com/no-comite
Na organização dos Jogos Rio 2016 são muitas pessoas envolvidas direta ou
indiretamente, tanto na cidade como no país. São mais de 100 mil pessoas,
incluindo 70 mil voluntários, todos voltados para proporcionar uma experiência
5 Constituída sob a forma de consórcio público, a Autoridade Pública Olímpica (APO) foi criada pela Lei Federal nº 12.396,
de 21 de março de 2011, que ratifica o Protocolo de Intenções firmado entre a União, o Estado e o Município do Rio de Janeiro. No âmbito estadual, a ratificação se deu pela Lei nº 5.949, de 13 de abril de 2011, na esfera municipal, pela Lei nº 5.260, de 13 de abril de 2011.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
23
única. O objetivo é entregar Jogos excelentes, com celebrações inesquecíveis que
promovem a imagem global do Brasil.
Desde o início, os Jogos são vistos como um agente catalisador capaz de promover
uma transformação sustentável na cidade do Rio de Janeiro e com reflexos no país
como um todo. A transformação se dá em várias dimensões, mas principalmente no
âmbito esportivo, social, econômico, ambiental e urbano. Simultaneamente os
Jogos Rio 2016 também contribuem para o crescimento dos Movimentos Olímpico e
Paralímpico.
Figura 2 – Dimensão dos Jogos Rio 2016 por meio de números
Fonte: Empresa Olímpica Municipal – EOM
2.2. O ciclo dos Jogos Rio 2016
O ciclo de vida dos Jogos Rio 2016 compreende todo o processo relacionado à sua
organização e a entrega. É composto de três etapas principais:
Preparação. A fase de preparação é voltada ao planejamento e
desenvolvimento dos projetos necessários aos Jogos. Nesta fase, o foco
principal é toda a infraestrutura envolvida, principalmente as instalações
esportivas que são palco dos eventos. Os Jogos Rio 2016 contam com
instalações que são permanentes e outras que são temporárias, ou seja, que
serão desmontadas após o evento. Concomitantemente há o planejamento
operacional, que é harmônico e complementar aos projetos de
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
24
infraestrutura. Ambos são desenvolvidos detalhadamente. Em paralelo há a
estruturação logística e profissional dos recursos humanos das instituições
governamentais e do Comitê Rio 2016 para suportar todo o ciclo dos Jogos,
incluindo o planejamento do legado.
Operação. A fase de operação se inicia com os eventos teste, alguns meses
antes dos Jogos Olímpicos, e se estende até o final dos Jogos Paralímpicos. O
foco é entregar Jogos inesquecíveis para o Rio de Janeiro e para o mundo.
Para tal, as operações são testadas, as pessoas são treinadas e os processos
são aprimorados. Como parte da fase de operação, também estão
relacionadas às atividades culturais e educativas dos Jogos; a preparação dos
acabamentos das instalações, incluindo o “Look of the games”6; e a
desmontagem final.
Legado. A fase de legado propriamente dita se inicia com o final dos Jogos
Rio 2016. Embora todo o planejamento seja realizado nas fases anteriores, é
após os Jogos que começa o processo de transformação e transferência das
instalações definitivas para os futuros gestores. No caso das instalações
temporárias, é quando se inicia a desmontagem com a destinação planejada
e correta do desmonte. O objetivo do planejamento e da transição de legado
é criar transformações positivas e duradouras, maximizando os benefícios
gerados, englobando os aspectos social, econômico, ambiental e esportivo
dos Jogos.
2.3. Os documentos de organização dos Jogos Rio 2016
Por sua dimensão e abrangência, os Jogos necessitam de várias frentes de trabalho
que são organizadas em temas e áreas funcionais. Os projetos envolvidos também
podem ser organizados por sua ordem de importância para a realização.
Existem projetos que são imprescindíveis e essenciais aos Jogos Rio 2016, ou seja,
sem eles esse grande evento não aconteceria. Há ainda os projetos que foram
antecipados ou ampliados em virtude dos Jogos Rio 2016, mas que já estavam
planejados por meio de políticas públicas existentes nos três níveis de governo. Há
ainda o planejamento do Comitê Rio 2016 que prepara todas as ações a serem
executadas na organização dos eventos e que serão contratados com patrimônio
próprio.
6 Os Look of the Games é o termo utilizado na preparação dos Jogos Olímpico e Paralímpicos e compreende a marca visual
empreendida na percepção deles envolvendo a cidade-sede. Ele é um elemento-chave para trazer a identidade visual de cada edição e é voltado a comunicar os conceitos adotados pela cidade-sede expressando valores culturais, geográficos e artísticos.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
25
Por outro lado, há desdobramentos transversais destes projetos que respondem por
compromissos contidos no Dossiê de Candidatura, mas que não são objetos
específicos de obras ou operações. É o caso da dimensão de sustentabilidade, que
se estabelece por meio de metas específicas dentro do contexto geral dos Jogos.
Para organizar e esclarecer sobre os processos e investimentos envolvidos nesta
conjuntura de obras, operações e serviços, foram elaborados documentos que
contribuem para a transparência da organização geral dos Jogos Rio 2016, a saber:
A Matriz de Responsabilidades é prevista no Dossiê de Candidatura e
responde pelos projetos essenciais aos Jogos Rio 2016.
O Plano de Políticas Públicas, PPP/Legado, relaciona projetos de governo
antecipados ou ampliados por motivação dos Jogos Rio 2016.
O Orçamento do Comitê Rio 2016 relaciona e dá transparência sobre os
projetos e as ações do Comitê, bem como seus custos.
Figura 3 - Composição do Orçamento dos Jogos Rio 2016
Fonte: Autoridade Pública Olímpica – APO
2.3.1. A Matriz de Responsabilidades
A Matriz de Responsabilidades é o documento que engloba os projetos considerados
essenciais7 aos Jogos Rio 2016, como cumprimento dos compromissos assumidos
pelos entes governamentais para a realização dos Jogos Rio 2016. O documento
detalha a participação dos Governos Municipal, Estadual e Federal na organização e
realização do evento com o objetivo de garantir a transparência do processo e
prestar contas à sociedade.
7 Os projetos considerados essenciais são aqueles que estão sendo executados somente em virtude dos Jogos. Ou seja,
estes projetos não seriam para o momento, caso não houvesse os Jogos. Por outro lado, foram planejados como projetos para fomentar um legado para o país, principalmente esportivo.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
26
É um documento dinâmico que busca assegurar o controle e a atualização dos
projetos e das ações essenciais aos Jogos Rio 2016, com foco nos recursos públicos
utilizados, e nas parcerias público-privadas atrelados às garantias assumidas pelas
diversas esferas governamentais brasileiras para a realização dos Jogos8.
A Autoridade Pública Olímpica é a responsável pelas atualizações da Matriz de
Responsabilidades. As atualizações são semestrais e abrangem os projetos nas
regiões que concentram as principais instalações esportivas e não esportivas
(Região Barra, Região Deodoro, Região Maracanã e Região Copacabana).
Primeira atualização da Matriz de Responsabilidades (28/07/2014)
Segunda atualização da Matriz de Responsabilidades (28/01/2015)
Terceira atualização da Matriz de Responsabilidades (21/08/2015)
Quarta atualização da Matriz de Responsabilidades (29/01/2016)
Para mais informações sobre a Matriz de Responsabilidades, os documentos estão
disponíveis no site da APO:
http://www.apo.gov.br/index.php/matriz/atualizacao
2.3.2. O Plano de Políticas Públicas (PPP/Legado)
O Plano de Políticas Públicas (PPP/Legado) é um conjunto de obras de
infraestrutura (incluindo instalações esportivas) e serviços nas áreas de mobilidade
urbana, urbanização, meio ambiente, educação e cultura. Os projetos do PPP
antecipam ou ampliam investimentos Federais, Estaduais e Municipais por meio de
políticas públicas vigentes. De fato, os Jogos Rio 2016 foram catalizadores para
estes projetos e os resultados são contabilizados como um legado tangível desse
grande evento.
São um conjunto de 27 projetos, sendo 14 executados pela Prefeitura, 10 pelo
Governo do Estado e outros três pelo Governo Federal que somam R$ 24,6 bi. Vale
salientar que 43% dos investimentos são originários de recursos privados.
O PPP/Legado visa a dar transparência ao processo de desenvolvimento das obras,
por isso fornece informações sobre sua evolução e atualiza seus custos. O
documento é elaborado em uma parceria dos Governos Federal, Estadual, Municipal
e da Autoridade Pública Olímpica.
8 As informações da Matriz de Responsabilidades são: definição das responsabilidades pelos recursos e pela execução; os
níveis de maturidade; os valores totais; os prazos de início e conclusão das obras, serviços, investimentos, incentivos ou financiamentos públicos associados exclusivamente à realização dos Jogos Rio 2016.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
27
Desde a primeira divulgação em 16 de abril de 2014, algumas obras já foram
entregues e outras estão em andamento e ficarão prontas para os Jogos9. O
documento foi atualizado em 24 de abril de 2015.
Para mais informações sobre o Plano de Políticas Públicas/Legado (PPP), acesse os
documentos que estão disponíveis no sítio da APO, nos seguintes endereços:
http://www.apo.gov.br/index.php/plano-de-politicas-publicas/sobre-o-plano-de-
legado/
http://www.apo.gov.br/index.php/documentos-relativos-ao-plano-de-politicas-
publicas/
2.3.3. O Orçamento do Comitê Rio 2016
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, constituído em
abril de 2010, atua como uma sociedade civil de direito privado, com natureza
desportiva, educacional, cultural e artística, sem fins lucrativos e tem como
atividade preponderante a promoção, organização e realização dos Jogos Olímpicos
e Paralímpicos Rio 2016, cumprindo o disposto nos instrumentos contratuais
denominados “Host City Contract” e “Joint Marketing Program Agreement”. O
Comitê Rio 2016 faz a interface com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e com o
Comitê Paralímpico Internacional (CPI) visando o cumprimento das normas e
parâmetros necessários à realização dos Jogos Rio 2016.
Em 23 de janeiro de 2014, o Comitê divulgou a primeira revisão do orçamento dos
Jogos após a candidatura. O documento dá transparência às ações do Comitê e
reflete a preocupação com um orçamento equilibrado e responsável, estruturado
apenas com recursos privados.
Para mais informações sobre o orçamento do Comitê Rio 2016 acesse o endereço a
seguir:
http://www.Rio2016.com/jogo-aberto/orcamento
3. A sustentabilidade e os Jogos Rio 2016
A sustentabilidade é uma das bases conceituais que estruturam o planejamento dos
Jogos Rio 2016. A sustentabilidade pode ser colocada como um paradigma, que só é
9 Entre os projetos em andamento, vale salientar: na esfera municipal a duplicação do Elevado do Joá e a conexão
Magalhães Bastos-Deodoro, do BRT Transolímpica. Na esfera estadual os projetos de mobilidade urbana, inclusive a ampliação do metrô e a melhoria e revitalização de seis estações ferroviárias. Entre os projetos do governo federal, o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), em funcionamento.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
28
estabelecido se houver um compromisso de ser um processo transformador. A
candidatura da cidade do Rio de Janeiro assumiu esta posição desde o início.
Para alcançar as transformações pretendidas, os governos e a organização dos
Jogos Rio 2016 adotaram conceitos e práticas sustentáveis aplicáveis aos projetos
desenvolvidos. Assim, obras e operações foram orientadas por critérios
sustentáveis.
A sustentabilidade se reflete em toda a gestão do ciclo dos Jogos, ou seja, desde a
concepção e planejamento até as atividades de implementação, revisão e
monitoramento, inclusive no pós-evento.
O objetivo não é apenas atingir a excelência na organização dos Jogos Rio 2016,
mas demonstrar liderança ao estabelecer novos padrões de gestão nas obras, nas
operações e nos serviços para esse grande evento, dentro dos princípios da
responsabilidade, inclusão, integridade e transparência.
Como linha de ação, inicialmente há o cumprimento da legislação brasileira e o
atendimento às normas e convenções internacionais aplicáveis. Adicionalmente é
estabelecido um processo de melhoria contínua, fruto da evolução dos temas, do
emprego de tecnologias e métodos de trabalho adequados e sustentáveis.
Todos os compromissos presentes no Dossiê de Candidatura e que são relacionados
com uma construção sustentável serviram de base para o que posteriormente
evoluiu para o Plano de Gestão de Sustentabilidade (PGS).
O PGS é um documento previsto no Dossiê de Candidatura que traduz e salienta a
estratégia de sustentabilidade dos Jogos Rio 2016, relacionando não apenas as
obras, mas também as operações, estejam elas contidas na Matriz de
Responsabilidades, no Plano de Políticas Públicas (PPP/Legado) ou nos projetos do
Comitê Organzador dos Jogos Rio 2016.
Ele é, em si, um compromisso de candidatura voltado a dar transparência sobre a
estratégia de sustentabilidade dos Jogos, elencando todos os esforços para
promover as mudanças pretendidas e consolidar o legado almejado.
O escopo do PGS abarca principalmente informações sobre as obras e operações,
mas também elenca os documentos que salientam os resultados em sua vertente
social, ambiental e econômica. O processo é contínuo e, por isso, ainda hoje
envolve várias áreas funcionais do Comitê Rio 2016, assim como instituições e
órgãos das três esferas governamentais. A primeira versão do PGS foi divulgada em
agosto de 2013 pelo Comitê Rio 2016, que está disponível no site:
http://www.Rio2016.com/sites/default/files/parceiros/plano_gestao_sustentabili
dade_ago2013.pdf
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
29
3.1. O Plano de Gestão da Sustentabilidade (PGS)
3.1.1. Contextualização
Em 2008, uma Comissão Especial de Meio Ambiente composta por representantes
dos três níveis de governo, do Comitê Olímpico Brasileiro e de representantes da
sociedade civil10 foi criada para organizar uma agenda estruturada para a
candidatura da cidade do Rio de Janeiro com o objetivo de sediar os Jogos. O
capítulo específico sobre meio ambiente11 contém nove temas12. Porém, a questão
da sustentabilidade não se restringe à questão ambiental. A sustentabilidade
também está presente em medidas e orientações de projetos relacionados às
dimensões social e econômica, distribuídos em vários outros capítulos do Dossiê de
Candidatura e em outros documentos que se seguiram, como o Contrato de Cidade
Sede (HCC). Por esta razão, o Plano de Gestão da Sustentabilidade (PGS) é o
documento que estabelece a estratégia de sustentabilidade dos Jogos Rio 2016.
A elaboração do Plano de Gestão da Sustentabilidade, divulgado em 2013, é
resultado dos primeiros passos para a integração da sustentabilidade ao longo das
etapas de preparação, operação e legado dos Jogos Rio 2016. O documento trouxe
um mapeamento, avaliação e alinhamento de todos os compromissos até então
assumidos, os quais foram integrados em um planejamento factível e realista,
porém ambicioso, com encaminhamentos concretos para todas as ações previstas13.
Por ser natural que ocorram definições e aprimoramentos ao longo da evolução dos
projetos durante o ciclo dos Jogos Rio 2016, o PGS acompanhou este processo. Por
isso é considerado um documento dinâmico.
Após a evolução natural dos projetos, faz-se necessária uma atualização do PGS. O
presente documento pretende trazer informações atualizadas e apresentar os
resultados alcançados até o momento.
10 Composição da Comissão Especial de Meio Ambiente. Governo Federal: Ministério do Meio Ambiente, Ministério do
Esporte, Ministério das Cidades. Governo Estadual: Secretaria de Estado do Ambiente, Instituto Estadual do Ambiente, Companhia Estadual de Águas e Esgotos, Secretaria de Estado de Turismo e Transportes. Governo Municipal: Instituto Pereira Passos, Secretaria Municipal Meio Ambiente, Gabinete do Prefeito, Companhia Municipal De Limpeza Urbana, Secretaria Municipal de Urbanismo. Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/CentroClima). Universidade Federal de São Carlos (INOVA). ICLEI. PNUMA. Manglares. Lagoa Viva. Fundação Clinton. Ecologus. Green Building Council Brasil.
11 Dossiê de Candidatura Rio 2016, volume 1, página 92.
12 Os temas trados no dossiê são: Tratamento e conservação da água; Consciência ambiental; Uso e gerenciamento de energia renovável; Jogos neutros em carbono, qualidade do ar e transporte; Proteção dos solos e ecossistemas; Construção e design sustentáveis; Reflorestamento, biodiversidade e cultura; Compras e certificados ecológicos; Gestão de lixo sólido.
13 O processo de confecção do PGS segue o princípio de transparência na comunicação, conforme previsto no documento PGS versão 1.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
30
3.1.2. A atualização das informações
Diversas obras já estão concluídas e em funcionamento em toda a cidade. Algumas
melhorias têm sido incorporadas no cotidiano das pessoas, e outras mudanças
positivas estão em curso. Simultaneamente, os Jogos Rio 2016 também são uma
realidade na cidade, pois alguns eventos teste e vários programas sócio culturais
começaram a ser realizados a partir de julho de 2014, enquanto outros acontecerão
até julho de 2016. O PGS versão 2 reflete essa realidade dinâmica e traz resultados
parciais obtidos nos projetos já implantados e o estágio daqueles que ainda estão
em curso.
3.2. Processos de transparência em sustentabilidade
3.2.1. Princípios de transparência
Os Jogos Rio 2016 são regidos pelos princípios definidos na norma ABNT NBR ISO
20121:2012 para sistemas de gestão de sustentabilidade em eventos.
O Comitê Organizador Rio 2016 obteve o reconhecimento internacional de seus
esforços para promover os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de maneira sustentável e
com um legado positivo. No dia 27 de janeiro de 2016 a System & Services
Certification (SGS)14 entregou o certificado público ISO 20121 ao Comitê Rio 2016
(EM ANEXO).
A certificação ISO 20121:2012 do Comitê Organizador Rio 2016 foi concluída em 08
de dezembro de 2015, após duas rodadas de auditoria externa, a primeira por
análise documental e a segunda presencial durante evento-teste. Os princípios
definidos pela norma são:
Responsabilidade: somos responsáveis por conduzir todas as nossas
atividades com responsabilidade social, ambiental e econômica. Ou seja, em
todas as nossas atividades buscamos um equilíbrio entre considerações
econômicas, redução do impacto ambiental negativo e promoção de
benefício social.
Inclusão: nos pautamos por uma relação de respeito com todas as partes
interessadas, independentemente de raça, sexo, idade, cor, religião,
orientação sexual, cultura, origem nacional, renda, deficiência (mental,
intelectual, sensorial e física), ou qualquer outra forma de discriminação.
Integridade: agimos com base em princípios éticos, consistente com normas
internacionais de comportamento.
14 Empresa multinacional fundada em 1878, com foco em inspeções, auditorias e educação.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
31
Transparência: comunicamos de forma clara, precisa, oportuna e honesta
sobre nossas atividades, publicando regularmente os resultados das decisões
tomadas e nosso impacto sobre o meio ambiente, a sociedade e a economia.
3.2.2. Os canais de comunicação disponíveis e produtos
A questão da comunicação é fundamental para a transparência. Desde o Dossiê
foram previstos alguns produtos e processos para estabelecer um fluxo de
informações sobre a sustentabilidade dos Jogos Rio 2016. Os resultados são
comunicados por meio de diversos relatórios, a saber:
Relatórios de sustentabilidade, seguindo os padrões do Global Reporting
Iniciative, Event Organizers Supplement (GRI). O primeiro relatório
“Abraçando Mudanças Relatório de Sustentabilidade Rio 2016” foi publicado
em setembro de 2014. Os dois relatórios seguintes, previstos para julho de
2016 e abril de 2017, virão no formato de relato integrado, associando o
padrão GRI com o relato financeiro, disponível no seguinte endereço:
http://www.rio2016.com/sites/default/files/parceiros/relatoriodesustentabilidade
_rio2016_set2014.pdf
Relatórios da Pegada de Carbono dos Jogos, seguindo os padrões e normas
internacionais, mais particularmente o protocolo GHG (Greenhouse Gas
Protocol)15, para calcular e reportar as emissões de GEE16 geradas pela
operação dos Jogos Rio 2016. O primeiro relatório “Relatório de Gestão da
Pegada de Carbono dos Jogos Rio 2016” está disponível desde outubro de
2014, no endereço:
http://www.rio2016.com/sites/default/files/parceiros/rgpc-
rio2016_out2014.pdf
Relatórios de estudo dos impactos e do legado dos Jogos Rio 2016 (OGI),
com monitoramento de indicadores de médio e longo prazo. O primeiro
relatório (R1 OGI) foi disponibilizado em janeiro de 2014. O relatório final
será publicado em 2019, reportando o levantamento de dados (36 meses
após os Jogos Rio 2016).
O R1 OGI em português, estão disponíveis no endereço a seguir:
15 Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol) é um protocolo elaborado pelo World Business Council for Sustainable
Development (WBCSD) utilizado como orientação nos sistemas de registro e relatórios de gases efeito estufa (GEE)
16 Gases de Efeito Estufa (GEE) - Instituída pela Lei nº 12.187, de 2009, a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) oficializa o compromisso voluntário do Brasil perante a Organização das Nações Unidas (ONU) de diminuir as emissões de GEE. A meta é cortar entre 36,1% e 38,9% das emissões de GEE até 2020
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
32
http://www.Rio2016.com/sites/default/files/parceiros/ogi_rio_2016_r1_br2_0.p
df
Neste contexto de transparência dos Jogos Rio 2016, o Comitê Rio 2016 conta com
o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) para
acompanhar suas ações de sustentabilidade. A parceria foi firmada em novembro
de 2013 por meio de um acordo de cooperação. O acordo é voltado para apoiar os
Jogos em três áreas: avaliação técnica do trabalho de sustentabilidade realizado
pelo Comitê Rio 2016; facilitação para o engajamento com a sociedade civil; e o
passaporte verde, que tem como objetivo sensibilizar para o turismo sustentável.
Todas estas questões fazem parte do escopo do PGS.
Dentre as ações realizadas nesta parceria, as oficinas de “Diálogos com a Sociedade
Civil” têm um papel de destaque e servem para estabelecer um canal direto e
contínuo de comunicação. Além disso, os encontros realizados com representantes
da sociedade civil organizada fazem parte do processo de transparência dos Jogos
Rio 2016.
Ao todo, já ocorreram três oficinas de diálogos17, cujo objetivo é colher as
contribuições da sociedade civil organizada a fim de identificar eventuais lacunas,
antecipar riscos, identificar oportunidades e recomendar medidas para
aperfeiçoamento do PGS. Participam representantes de mais de 30 ONGs,
movimentos sociais e instituições públicas e privadas. São tratados os seguintes
temas:
a) Mobilidade Urbana;
b) Recuperação ambiental;
c) Mudanças Climáticas;
d) Acessibilidade, Diversidade e Inclusão;
e) Educação para Sustentabilidade;
f) Proteção à Crianças e Adolescentes;
g) Transparência
Os diálogos colaboram com os Jogos Rio 2016 na busca de assegurar transparência e
um legado sustentável, tal qual preconizado no Dossiê de Candidatura.
O processo dos diálogos com a sociedade promovem uma reflexão global, no qual
várias considerações e sugestões foram apresentadas. Como resultado houve a
incorporação de algumas sugestões nesta atualização do PGS.
Notícia do 3° Diálogo com a Sociedade Civil foi publicada no site:
17 Em dezembro de 2013, novembro de 2014 e novembro de 2015.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
33
http://www.rio2016.com/sustentabilidade/engajamento-e-legado/rio-2016-
abre-as-portas-para-o-3o-dialogo-com-a-sociedade-civil/
3.3. A metodologia
3.3.1. Aspectos gerais
Os Jogos Rio 2016 foram planejados desde o início como acelerador da realização
de aspirações de longo prazo do Rio de Janeiro com o objetivo de aprimorar o
tecido social, físico e ambiental da cidade e estabelecer novo patamar para
grandes eventos na América do Sul. O Dossiê de Candidatura estabeleceu os
conceitos deste avanço e previu o Plano de Gestão da Sustentabilidade (PGS) para
organizar e definir a estratégia. O documento assume a harmonia do tripé
tradicional do tema, alinhado com os princípios de desenvolvimento sustentável
propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), no relatório “Nosso Futuro
Comum”, e ratificados na Cúpula Mundial do Meio Ambiente Rio 92.
As dimensões ambiental, social e econômica constituem os três pilares estruturais
do PGS, respectivamente: Planeta, Pessoas e Prosperidade.
Esta atualização do PGS salienta os progressos já alcançados e tem os seguintes
direcionamentos:
O documento tem a mesma lógica do Dossiê de Candidatura, seguindo a
estrutura original em objetivos estratégicos, eixos temáticos e objetivos
específicos, pretendendo manter um paralelismo entre as versões e facilitar
a comparação e compreensão sobre a evolução dos temas abordados;
O processo de discussão e de evolução dos projetos é constituído dentro da
governança dos Jogos Rio 2016, e segue os trâmites previstos e acordados
pelos entes envolvidos na entrega desse grande evento;
As contribuições e sugestões da sociedade tratadas nos “Diálogos com a
Sociedade Civil” foram incorporadas ao documento, dependendo da sua
aderência aos temas originais na estrutura do PGS. É importante ressaltar
que parte das respostas às contribuições da sociedade foram endereçadas no
Relatório de Sustentabilidade do Rio 2016 e nos dois relatórios do OGI.
3.3.2. Objetivo
O principal objetivo do PGS é retratar a estratégia de sustentabilidade na
organização dos Jogos Rio 2016 e na transformação definitiva da cidade, por meio
de vários projetos governamentais que ficam como legado.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
34
O foco desta versão é a atualização das informações e dar transparência sobre os
progressos alcançados, bem como estabelecer uma visão definitiva sobre os
esforços em sustentabilidade considerados na entrega dos Jogos.
3.4. O escopo
3.4.1. Os eixos temáticos e as áreas temáticas
A elaboração do PGS versão 2 tomou como ponto de partida o documento PGS
versão 1, que por sua vez, reflete as propostas de ação e compromissos
estabelecidos no Dossiê de Candidatura. Cabe ressaltar que houve uma evolução
das discussões sobre a sustentabilidade desde a candidatura, assim como a
evolução natural dos projetos dos Jogos Rio 2016 contidos no PGS V1, tornando
necessária uma atualização da agenda através da presente versão18.
A estrutura-base de planejamento (framework) contém ações, projetos ou planos
de ação que se organizam em objetivos estratégicos, eixos temáticos e objetivos
específicos.
Os objetivos estratégicos correspondem aos três pilares propostos quando da
candidatura e estão alinhados aos princípios de desenvolvimento sustentável. São
eles:
Planeta: significa o compromisso ambiental por meio da promoção de ações
locais, mas com uma visão global para a sustentabilidade. Salienta a
redução do impacto ambiental causado pelos projetos relacionados aos
Jogos Rio 2016, imprimindo uma pegada ambiental reduzida.
Pessoas: Refere-se à necessidade de importantes ganhos sociais para toda a
população do Rio de Janeiro. Destaca o planejamento e execução dos Jogos
Rio 2016 de forma inclusiva, entregando Jogos para todos.
Prosperidade: Enfatiza a administração e gestão de maneira responsável e
transparente, contribuindo para o crescimento econômico. Refere-se aos
projetos envolvidos nos Jogos 2016 no desenvolvimento econômico do
Estado e da Cidade do Rio de Janeiro.
Os três objetivos estratégicos desdobram-se em 10 eixos temáticos, os quais
agrupam por similaridade e complementaridade os programas de infraestrutura de
18 A atualização do PGS traz informações sobre o ganho de maturidade dos projetos e programas olímpicos e paralímpicos
obtido até o momento, bem como a evolução de práticas, tecnologias, normas internacionais e legislação federal, estadual e municipal.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
35
responsabilidade dos governos e os projetos operacionais de responsabilidade do
Comitê Organizador Rio 2016.
3.4.2. A estrutura atual do PGS
Mantém-se o mesmo tripé sustentável original, definido pelos objetivos
estratégicos: Planeta, Pessoas e Prosperidade, com a abrangência e os resultados
atualizados. O Quadro 1 apresenta os três Objetivos Estratégicos relacionados ao
Tema de sustentabilidade dos Jogos.
Quadro 1 – Objetivos estratégicos
Objetivos estratégicos Eixos temáticos
1 Planeta: Pegada ambiental reduzida
1. Transporte e Logística
2. Construção sustentável e melhorias urbanas
3. Conservação e recuperação ambiental
4. Gestão de resíduos
2. Pessoas: Jogos para todos
1. Envolvimento e conscientização
2. Acessibilidade universal
3. Diversidade e inclusão
3. Prosperidade: Responsabilidade e transparência
1. Cadeias de Suprimentos Sustentáveis
2. Gestão e transparência
3. Emprego, renda e qualificação
3.4.3. Os projetos
Os projetos e iniciativas do Plano de Gestão de Sustentabilidade são apresentados
na Parte 2 deste documento. O conteúdo revisado segue a estrutura original do PGS
versão 1, no intuito de promover um paralelismo entre os documentos.
A presente estruturação reflete a estratégia de sustentabilidade dos Jogos
estabelecida nos nove temas do Dossiê de Candidatura.
Os quadros 2, 3 e 4 listam os três objetivos estratégicos e seus desdobramentos em
eixos temáticos e objetivos específicos.
36
Quadro 2 - Eixos temáticos referentes ao objetivo estratégico planeta, com seus respectivos objetivos específicos e relação com as áreas de sustentabilidade tratadas nos diálogos com a sociedade
Objetivos estratégicos
Eixos temáticos Objetivos específicos Áreas prioritárias segundo sociedade civil Pla
neta
: Pegada a
mbie
nta
l re
duzid
a
1.
Transporte e Logística
1. Prover transporte público para espectadores e força de trabalho Mobilidade Urbana
2. Implantar ações de redução de emissões de poluentes nos sistemas de transportes públicos e na mobilidade urbana
Mudanças Climáticas, Mobilidade Urbana
3. Racionalizar as operações de logística de transporte e utilizar combustíveis menos poluentes na frota olímpica e paraolímpica
Mudanças Climáticas, Mobilidade Urbana
2.
Construção sustentável e
melhorias urbanas
1. Implantar critérios de uso racional de recursos, eficiência e minimização de impactos ambientais no desenho e construção de todas as instalações
Transparência, Educação para Sustentabilidade, Mudanças Climáticas, Outros
2. Atender aos padrões internacionais e nacionais de meio ambiente no planejamento, desenvolvimento e construção de toda a infraestrutura dos Jogos
Transparência, Mudanças Climáticas
3. Estimular o desenvolvimento de atividades econômicas e melhoria da qualidade de vida
Transparência
3.
Conservação e recuperação ambiental
1. Minimizar os impactos sobre os ecossistemas existentes nas instalações olímpicas e paraolímpicas e seu entorno imediato
Transparência, Educação para Sustentabilidade, Mudanças Climáticas
2. Recuperação ambiental dos corpos hídricos nas regiões dos Jogos Transparência, Educação para Sustentabilidade, Mudanças Climáticas
3. Compensação das Emissões de Carbono geradas pelos Jogos Rio 2016
Educação para Sustentabilidade, Mudanças Climáticas
4. Reforçar/acelerar programas de proteção, conservação, restauração e recuperação ambiental
Transparência, Educação para Sustentabilidade, Mudanças Climáticas
5. Expandir monitoramento meteorológico, da qualidade do ar e da água nas regiões dos Jogos
Transparência
4.
Gestão de resíduos
1. Desativar e iniciar recuperação ambiental dos lixões e implantar sistema integrado de tratamento de resíduos sólidos
Transparência, Educação para Sustentabilidade, Mudanças Climáticas
2. Alinhar e implantar os planos de gestão de resíduos de todas as construções, garantindo manejo e tratamento final adequado
Transparência, Educação para Sustentabilidade, Mudanças Climáticas
37
Quadro 3 - Lista os eixos temáticos referentes ao objetivo estratégico pessoas, com seus respectivos objetivos específicos e relação com as áreas de sustentabilidade tratadas nos diálogos com a sociedade
Objetivos estratégicos
Eixos temáticos Objetivos específicos Áreas prioritárias segundo sociedade civil Pess
oas:
Jogos
para
todos 1.
Envolvimento e conscientização
1. Envolver os clientes dos Jogos e as partes interessadas na revisão e implementação do Plano de Gestão da Sustentabilidade
Transparência, Educação para Sustentabilidade
2. Desenvolver ações de educação para a sustentabilidade Educação para Sustentabilidade
3. Divulgar e conscientizar (educação informal) Transparência, Educação para Sustentabilidade
4. Sustentabilidade: educação, esporte, conscientização e capacitação
Transparência, Educação para Sustentabilidade, Diversidade e Inclusão
5. Oferecer oportunidades de visitação diversificadas em Parques Nacionais do Estado do Rio de Janeiro e próximos às demais cidades-sede dos jogos de futebol olímpico
Transparência, Acessibilidade, Educação para Sustentabilidade, Diversidade e Inclusão
6. Desenvolver programa de treinamento profissional e capacitação em sustentabilidade, para colaboradores, voluntários e contratados
Proteção à Crianças e Adolescentes, Educação para Sustentabilidade, Diversidade e Inclusão
2.
Acessibilidade universal
1. Garantir acessibilidade universal em todas as instalações Olímpicas e Paralímpicas, inclusive seu entorno, de acordo com a legislação e normas brasileiras e diretrizes do IPC, seguindo a mais abrangente
Acessibilidade, Educação para Sustentabilidade, Diversidade e Inclusão
2. Assegurar transporte acessível e inclusivo de acordo com princípios de desenho universal
Acessibilidade, Diversidade e Inclusão, Mobilidade Urbana
3. Garantir acomodações acessíveis, de acordo com padrões do IPC para a família Paralímpica
Acessibilidade, Diversidade e Inclusão
3.
Diversidade e inclusão
1. Recrutar força de trabalho diversa e promover sua inclusão
Educação para Sustentabilidade, Diversidade e Inclusão
38
Quadro 4 – Lista os eixos temáticos referentes ao objetivo estratégico prosperidade, com seus respectivos objetivos específicos e
relação com as áreas de sustentabilidade tratadas nos diálogos com a sociedade
Objetivos estratégicos
Eixos temáticos Objetivos específicos Áreas prioritárias segundo sociedade civil
Pro
speri
dade:
Resp
onsa
bilid
ade
e t
ransp
arê
ncia
1.
Cadeias de Suprimentos Sustentáveis
1. Implementar programa de cadeia de suprimentos sustentáveis
Transparência, Mudanças Climáticas, Outros
2. Difundir e apoiar novos padrões de sustentabilidade para o setor de alimentação saudáveis e sustentáveis
Transparência, Educação para Sustentabilidade, Mudanças Climáticas, Outros
2.
Gestão e transparência
1. Desenvolver o Plano de Gestão da Sustentabilidade (PGS)
Transparência
2. Utilizar metodologias de avaliação internacionalmente reconhecidas para dar transparência ao processo de implementação do PGS
Transparência, Outros
3. Adotar processos de gestão e operação eficientes do uso da água e energia nas instalações esportivas e não esportivas
Transparência, Educação para Sustentabilidade
4. Criar canais de comunicação com a sociedade Transparência
3.
Emprego, renda e qualificação
1. Promover geração de emprego, renda e qualificação profissional
Transparência, Proteção à Crianças e Adolescentes, Diversidade e Inclusão
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
41
4. Planeta - Pegada ambiental reduzida
Um dos objetivos estratégicos é a redução do impacto ambiental causado pelos
projetos e operações relacionados aos Jogos Rio 2016, imprimindo uma pegada
ambiental reduzida.
A abrangência e complexidade dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos exigiram
mobilização e planejamento para prover instalações esportivas de qualidade,
acomodações, limpeza pública, energia, consumo de água, segurança e transportes
públicos. Este processo representa uma oportunidade única para a cidade do Rio de
Janeiro.
Uma verdadeira “revolução urbana” está em curso. Investimentos em
infraestrutura estão mudando a “cara” da cidade. Obras concluídas e em curso já
beneficiam e continuarão a beneficiar a população carioca muito além dos Jogos.
Outro aspecto importante do planejamento das obras foi estabelecer patamares
mais elevados de qualidade, inclusive ambientais, pois cuidados foram
empreendidos para mitigar e compensar eventuais impactos negativos.
Enfim, os Jogos proporcionaram uma oportunidade de adoção de novos padrões de
produção e consumo menos agressivos, reduzindo a pegada ambiental e servindo de
exemplo de práticas mais sustentáveis em transporte e logística, construção e
melhorias urbanas, conservação e recuperação ambiental e gestão de resíduos.
4.1. Transporte e Logística
4.1.1. Prover transporte público para espectadores e força
de trabalho
A estratégia de transportes dos Jogos Rio 2016 foi desenvolvida aliando as
necessidades logísticas do evento com a consolidação de um legado perene para a
região metropolitana do Rio de Janeiro, apesar de voltado a atender a demanda
específica de garantir transporte público seguro, rápido e confiável para 100% dos
espectadores e força de trabalho.
O conceito estratégico adotado foi acelerar projetos de transporte público já
existentes, viabilizando um salto qualitativo na mobilidade urbana. Consiste
principalmente na criação de um Anel de Transporte de Alta Capacidade em forma
de sistema integrado, que conta inicialmente com os modais existentes, mas que
também está implementando melhorias significativas, tais como a rede renovada
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
42
de trens, ampliação e melhoria do sistema de metrô e inserção de quatro novos
sistemas de Bus Rapid Transit (BRT).
Em 2009, antes de o primeiro dos corredores de BRT entrar em operação (BRT
Transoeste), 18% da população usava o sistema de transporte de alta capacidade no
Rio de Janeiro. Em 2017, a estimativa é de que, com todos os novos corredores de
BRT e a ampliação do metrô, esse índice alcance mais de 63%19 (trem, metrô, BRT e
VLT).
O novo sistema proporciona integração entre os modais de transporte em diversas
estações e conecta as quatro Zonas dos Jogos Rio 2016 com vários bairros da
cidade, também permite o acesso facilitado aos pontos mais importantes da vida
carioca.
Este ambicioso programa que envolve esforços dos Governos Federal, Estadual e
Municipal está transformando a cidade e deixando um legado de impacto social
significativo e duradouro.
Este quadro traz o benefício adicional de permitir a diminuição da necessidade de
uso de carros particulares evitando emissões de dióxido de carbono e outras
partículas de poluição prejudiciais à saúde, além de reduzir o impacto negativo no
tráfego da cidade.
Figura 4 - Rede de transportes da cidade do Rio de Janeiro em 2009
Fonte: PCRJ/SMTR/EOM
19 http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4379008/4130519/RIO2016_estudos_PORT.pdf
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
43
Toda esta “revolução” significa trazer mais qualidade de vida para a população. As
figuras 3 e 4 exibem os principais projetos de infraestrutura de transportes.
Figura 5 - Rede de transporte da cidade do Rio de Janeiro em 2017
Fonte: PCRJ/SMTR/EOM
4.1.1.1. Bus Rapid Transit (BRT)
Responsável: Governo Municipal
O Bus Rapid Transit (BRT) é um sistema de transporte de massa que utiliza ônibus
articulados que operam como tronco-alimentado em via segregada. A capacidade
de cada composição é de 160 passageiros.
O sistema começou a operar em 2012 com a inauguração da primeira fase do BRT20
Transoeste e até 2016 está prevista a entrega do Trecho 0 (zero) do sistema, que
interligará o Terminal Alvorada à Estação Jardim Oceânico na Barra da Tijuca
conectando ao novo trecho da Linha 4 do Metrô.
Além dos sistemas já em operação ou em implantação, existe a previsão de mais 32
km referentes ao BRT TransBrasil21 com estimativa de finalização de obras após os
Jogos Rio 2016.
20 http://brtrio.com/conheca
21 http://www.brtbrasil.org.br/index.php/brt-brasil/cidades-com-sistema-brt/rio-de-janeiro/brt-transbrasil#. VlNXd3arTIU
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
44
O serviço é prestado em linhas tipo expresso e parador de acordo com a quantidade
de estações no caminho. Os veículos têm ar condicionado, portas no lado esquerdo
e piso elevado a 90 centímetros do solo, nivelado e alinhado com as estações,
assim permitindo acessibilidade universal aos veículos.
Figura 6 – Mapa esquemático de Rede de BRT
Fonte: PCRJ/SMTR/EOM
O BRT propiciou significante melhoria da mobilidade urbana desde o seu início. Já foram implantados mais de 90 km de vias segregadas e até 2016 serão mais de 120 km.
Atualmente, o sistema transporta 475 mil passageiros/dia e, com a finalização da extensão do BRT Transoeste e entrada em operação do BRT Transolímpica, a capacidade de atendimento chegará a aproximadamente 675 mil passageiros/dia.
O veículo articulado do BRT substitui, em média, 126 carros e o sistema, como um todo, representa uma redução de 38% nas emissões de CO2 referente aos sistemas de transporte da cidade.
BRT Transoeste:
O BRT Transoeste é o primeiro corredor expresso em operação na cidade do Rio de Janeiro. Sua primeira fase, inaugurada em 2012 tem 52 km de extensão, 57 estações e liga o Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, à Santa Cruz e Campo Grande.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
45
A segunda fase do BRT fará a integração com a Linha 4 do Metrô (sob responsabilidade do Governo do Estado) ligando o Terminal Alvorada ao Jardim Oceânico, ambos na Barra da Tijuca. Este trecho, com 6 km de extensão, contará com um terminal e mais sete estações.
Três anos após o início do serviço, a média diária já atinge 180 mil passageiros/dia e deverá alcançar a média de 230 mil passageiros/dia. O tempo médio de viagem foi reduzido pela metade entre os bairros, todos na zona oeste do Rio de Janeiro.
Com a conclusão do trecho e implementação dos demais sistemas, funcionará integrado com as outras duas linhas de BRT: a Transcarioca, em operação, com integração no Terminal Alvorada e com a Transolímpica, em implantação, na confluência da Avenida das Américas com Avenida Salvador Allende.
BRT Transcarioca:
O BRT Transcarioca, inaugurado em junho de 2014, se estende da Barra da Tijuca à Ilha do Governador (via bairro Penha) e tem 39 km de extensão, com 47 estações e cinco terminais. O percurso utiliza vias estruturantes existentes, as quais foram reformadas e receberam faixas exclusivas, interligando 27 bairros da cidade.
O BRT Transcarioca, além de se conectar com os BRTs Transolímpica e Transoeste, também opera com integração com o sistema ferroviário (linhas Madureira e Olaria), metroviário (estação Vicente de Carvalho), além de se conectar com o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).
O BRT Transcarioca é um modal fundamental para a mobilidade nos Jogos Rio 2016 e representa um legado significativo para a capital fluminense, proporcionando uma integração de várias áreas da cidade com o seu principal aeroporto.
O sistema atende a uma demanda estimada de 320 mil passageiros/dia e reduz o tempo original de viagem em 60%.
BRT Transolímpica:
O BRT Transolímpica – em construção - se inicia na Estação Deodoro e tem extensão total de 25 km e 18 estações. Interliga duas Zonas Olímpicas (Deodoro e Barra) e no percurso entre a Avenida Brasil (Magalhães Bastos) e a Estrada dos Bandeirantes (Jacarepaguá) é uma via expressa de 13km de extensão. O final é a Avenida das Américas, no Recreio dos Bandeirantes, onde há conexão com o BRT Transoeste.
A Transolímpica vai criar novas vias e cortará os bairros da Barra, Recreio dos Bandeirantes, Camorim, Curicica, Taquara, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Vila Militar e Deodoro, beneficiando diretamente mais de 400 mil moradores da região.
A via em construção permitirá uma melhor distribuição do fluxo de veículos, oferecendo alternativa de percurso em relação à Linha Amarela e beneficiando quem vive na Baixada Fluminense e nas regiões próximas à Avenida Brasil.
Durante os Jogos Rio 2016 o novo sistema funcionará dedicado aos espectadores e suas vias dedicadas à circulação da “Família Olímpica”. Após o encerramento dos Jogos, o sistema iniciará sua operação normal. O BRT Transolímpica atenderá a população estimada em 70 mil passageiros/dia e reduzirá o tempo de viagem entre a Barra e Deodoro em 54%.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
46
4.1.1.2. Duplicação do Elevado do Joá
Responsável: Governo Municipal
Compreende a construção de uma via elevada com 5 km de extensão, contando
com duas faixas de rolamento e dois túneis ligando os bairros de São Conrado à
Barra da Tijuca, em paralelo ao Viaduto Elevado das Bandeiras (existente). A obra
também abrange a construção de novos acessos.
Com o objetivo de desafogar o tráfego existente no elevado do Joá, o novo elevado
aumenta a capacidade de tráfego em aproximadamente 35%. Também conta com
ciclovia, e contribui na interligação da zona sul com a zona oeste.
As obras foram concluídas e o novo viaduto aberto ao tréfego em final de Maio de
2016.
4.1.1.3. Viário do Parque Olímpico
Responsável: Governo Municipal
A área que dá acesso ao Parque Olímpico da Barra e em particular suas vias está
sendo reformada. O projeto integrará quatro equipamentos: o Parque Olímpico, a
Vila dos Atletas, o Parque dos Atletas e o Riocentro.
Compreende um extenso programa de requalificação urbana incluindo a duplicação
das Avenidas Abelardo Bueno e Salvador Allende, bem como a criação de corredores
exclusivos para os BRTs (8,7 km de extensão e sete estações), além de outras vias
próximas.
A remodelação abrange melhorias nas calçadas e ruas, adoção de padrões de
acessibilidade, sistema de drenagem e uso de iluminação eficiente, além da
construção de uma ciclovia entre outras transformações.
A mobilidade urbana será melhorada por meio da construção de terminais que farão
a integração das linhas do BRT e outros modais. O Terminal Olímpico fará a
integração das linhas do BRT Transolímpica e Transcarioca; já o Terminal Recreio
fará a integração das linhas BRT Transoeste e Transolímpica.
As obras foram iniciadas em março de 2014 e serão inauguradas para os Jogos
Olímpicos Rio2016.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
47
Figura 7 - Mapa de linha do BRT vias Transolímpica e Transcarioca
Fonte: EOM/AECOM
4.1.1.4. Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) do Porto
Responsável: Governo Municipal
A implantação de VLT está em curso e faz parte da remodelação do sistema de
transporte da cidade. Os impactos destas melhorias serão sentidos ainda nos Jogos
Rio 2016, facilitando o deslocamento da Zona Central para as demais Zonas
Olímpicas. Trata-se de uma modalidade de transporte público de média capacidade
em que cada trem pode transportar até 420 passageiros e o intervalo entre viagens
poderá variar entre 3 a 15 minutos, conforme a linha e o horário do dia, e contará
com 28 km de linha operacional. Com todo o sistema em funcionamento a
expectativa é que o VLT transporte 300 mil passageiros por dia.
Os testes foram iniciados em 15 de outubro de 2015, operando de madrugada sem
passageiros e com velocidade reduzida, percorrendo um trecho de quatro
quilômetros. A operação com passageiros do VLT terá início em abril de 2016 com
18 estações disponíveis de um total de 32 paradas. A primeira fase fará a ligação
entre a Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Santos Dumont, pela Avenida Rio Branco.
O trajeto é previsto em cerca de 30 minutos.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
48
O novo sistema de transporte irá transformar a paisagem urbana e requalificar a
infraestrutura da área Central e da região portuária. O VLT conectará os bairros da
Região Portuária ao Centro, inclusive a outros importantes espaços urbanos, tais
como: Praça Mauá, Avenida Rio Branco, Cinelândia, Central do Brasil, Praça XV e
Santo Cristo.
Figura 8 - Mapa de linha do VLT
Fonte: PCRJ/CDURP
O sequenciamento das obras foi planejado para minimizar o transtorno no trânsito
na Zona Central, já que só podem ser concluídas com o fechamento das vias. A
segunda fase, com mais onze estações que farão a ligação entre a Central do Brasil
e a Praça Quinze ficará pronta no segundo semestre de 2016. A terceira e última
fase prevista e que percorrerá a Marechal Floriano, será entregue em 2017.
Outro ganho é o reflexo no trânsito em geral. Este modal, que atuará integrado ao
sistema de mobilidade urbana do Rio de Janeiro, contribuirá para a melhoria do
trânsito, reduzindo o fluxo de veículos individuais e tornando mais ágil as linhas de
ônibus, aumentando a rede de transporte pública e melhorando a acessibilidade
universal nos pontos mais importantes da cidade. Tudo isso de forma sustentável,
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
49
pois o VLT é movido à energia limpa (opera com sistema não poluente – energia
elétrica, além de trabalhar com baixos níveis de vibração e ruído).
box 1
O VLT do Rio será um dos primeiros do mundo projetado totalmente sem
catenárias (cabos para captar energia elétrica em fios suspensos). O
abastecimento de energia será feito pelo sistema APS (alimentação pelo solo),
que é uma espécie de terceiro trilho, já implantado com sucesso em diversas
cidades europeias. Na prática, trata-se de um sistema de alimentação de
energia pelo solo combinado a um supercapacitor (fonte de energia
embarcada).
4.1.1.5. Modernização do Intelligent Transport System
(ITS)
Responsável: Governo Municipal
A modernização do ITS consiste na ampliação e modernização do Sistema de
Controle de Tráfego da Cidade do Rio de Janeiro (CTA) implantado a partir de 1996.
Desde então, melhorias foram implementadas, tendo a 1º fase sido concluída em
2009 e a 2ª fase foi concluída no final do ano de 2015.
As melhorias envolvem a ampliação do uso de câmeras "ptz" (Pan/Tilt/Zoom)
inteligentes (aproximadamente 450 novas câmeras de um total de 600 câmeras
dedicadas exclusivamente ao trânsito), incremento do sistema de controle
eletrônico de fluxo de tráfego com cruzamentos gerenciados e contadores
eletrônicos de veículos (“traffic loops” usados na detecção de velocidade e
contagem de tráfego), implantação de equipamentos de Reconhecimento
Automático de Placas de Veículos (OCR), modernização do controle e da sinalização
semafóricos nas interseções dos eixos e instalação de Painéis de Mensagens
Variáveis (PMV).
4.1.1.6. Ampliação e renovação do metrô
Responsável: Governo Estadual
A ampliação e melhoria da rede metroviária também faz parte do compromisso do
Governo do Estado do Rio de Janeiro para os Jogos Rio 2016. Os principais
envolvidos nesta transformação são a Casa Civil do Governo do Estado do Rio de
Janeiro, Secretaria de Estado de Transportes (SETRANS), Rio Trilhos, Consórcio
Linha 4, Consórcio Rio-Barra e Metrô Rio.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
50
Metrô Linha 4
Realizada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Linha 4 do Metrô é a obra
mais significativa para a mobilidade urbana da cidade. A nova linha ligará a Zona
Sul à Barra da Tijuca, e permitirá a integração deste modal com o BRT,
consolidando o anel de transporte de alta capacidade almejado no Dossiê de
Candidatura.
A Linha 4 transportará mais de 300 mil pessoas por dia, retirando das ruas cerca de
dois mil veículos por hora/pico, e diminuindo significativamente o tempo de
percurso dos usuários. Será possível ir da Barra da Tijuca à Ipanema em 13 minutos
e, da Barra da Tijuca ao Centro, em 34 minutos.
Serão seis novas estações (Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de
Quental, Gávea, São Conrado e Jardim Oceânico) com aproximadamente 16
quilômetros de extensão. A ligação metroviária entre os bairros Ipanema e Barra da
Tijuca estará à disposição dos passageiros em agosto de 2016.
As estações de São Conrado e Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, merecem
destaque, pois foram projetadas com conceitos sustentáveis, utilizando claraboias
para aproveitar a luz solar, materiais com maior eficiência energética, áreas
externas integradas ao novo desenho paisagístico da região, além de tetos verdes
(com plantio de grama e outras plantas) e aberturas para ventilação natural.
Além disso, quinze novas composições com passagem interna entre carros, painéis
de LED, sistema informatizado de comunicação e câmeras de monitoramento
interno foram adquiridas para o transporte da população.
Para os Jogos Rio 2016, a linha 4 do Metrô tem grande importância, uma vez que é
o único modal de alta capacidade que ligará a Zona Sul à Zona Oeste, onde serão
realizadas quase 50% das competições.
4.1.1.7. Renovação do sistema de trem
Reforma das estações ferroviárias de São Cristóvão, Engenho de Dentro, Deodoro, Vila Militar, Magalhães Bastos e Ricardo de Albuquerque Responsável: Governo Estadual
As reformas das estações ferroviárias irão melhorar a qualidade do serviço prestado
nas principais estações que serão utilizadas nos Jogos Rio 2016, incluindo
acessibilidade, comunicação com o usuário, fluxos, segurança e conforto. Além de
trazer valorização aos bairros limítrofes, as reformas trarão benefícios adicionais, a
saber:
Estação São Cristóvão: além da remodelagem das plataformas, a ampliação
do mezanino possibilitará uma melhor integração com o metrô;
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
51
Estação Engenho de Dentro: a construção de novas passarelas e de um novo
mezanino aumentará a capacidade da estação e propiciará melhor
atendimento aos frequentadores do Estádio Olímpico João Havelange;
Estação Deodoro: integração com BRTs TransBrasil e Transolímpica;
Estação Vila Militar: integração com BRT Transolímpica e facilidade de acesso
aos frequentadores das instalações esportivas de Deodoro - um dos legados
dos Jogos Rio 2016;
Estação Magalhães Bastos: facilidade de acesso aos frequentadores das
instalações esportivas de Deodoro;
Estação Ricardo de Albuquerque: facilidade de acesso aos frequentadores do
futuro Parque Radical, que será o principal legado dos Jogos na região de
Deodoro.
4.1.2. Implantar ações de redução de emissões de
poluentes nos sistemas de transportes públicos e na
mobilidade urbana
4.1.2.1. Expansão da rede de ciclovias
Responsável: Governo Municipal
Previsto no Planejamento Estratégico da cidade e no Dossiê de Candidatura dos
Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, o programa “Rio, Capital da Bicicleta”
tem como base o aumento do uso da bicicleta na cidade nos últimos 20 anos.
Atualmente, cerca de 4% dos deslocamentos de curta e média distância, cerca de 1
milhão de viagens/dia são feitos por esse meio de transporte, superando o número
de usuários dos trens e barcas.
Iniciado em 2009, a partir de uma rede já implantada com 150 km de ciclovias,
ciclofaixas e faixas compartilhadas, o programa é voltado para a expansão e
melhoria da rede de ciclovias. No início tinha a meta de dobrar a malha de
ciclovias na cidade do Rio de Janeiro, atingindo 300 km de ciclovias. Esta meta já
foi alcançada em dezembro de 2012 (302,34 km implantados) e ampliada para 450
km até 2016.
A principal ênfase dessa fase do programa “Rio, Capital da Bicicleta” foi no reforço
da rede cicloviária na Zona Oeste, onde já se dá o uso mais intenso da bicicleta
como meio de transporte.
Para os Jogos Rio 2016, os trechos mais importantes se referem às ciclovias que
interligam Zonas Olímpicas. Dentre elas se destacam as ciclovias e ciclofaixas que
interligam a Zona Central (Aeroporto Santos Dumont) à zona sul (Praia do Leblon)
passando pelo aterro do Flamengo com aproximadamente 16 km, a ciclovia que liga
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
52
a Barra (praia do Pepê) até o Recreio dos Bandeirantes (praia da Macumba) com
aproximadamente 20 km, a nova ligação cicloviária pelas Avenidas Salvador Allende
e Abelardo Bueno conectando diretamente o Parque Olímpico à outras zonas
residenciais da Barra da Tijuca com aproximadamente 9 km e o anel cicloviário no
entorno do Estádio Olímpico João Havelange com aproximadamente 2 km.
O objetivo do programa é promover o aumento do uso da bicicleta como modal de
transporte, integrado ao planejamento geral de mobilidade urbana. O incremento
no uso de bicicletas contribui para a redução das emissões de carbono,
consequentemente diminuindo os níveis de poluição do ar, além de constituir uma
atividade física e um estilo de vida mais saudável para a população. Segundo
estimativas realizadas pela COPPE/UFRJ para o Inventário de Emissões do
Município, a ampliação da malha de ciclovias já é responsável por evitar a emissão
de 6,4 mil t de CO2 eq (gás carbônico equivalente).
Com os avanços alcançados, a rede de ciclovias já está bastante integrada aos
modais de transporte. A intenção é que em 2016 a bicicleta seja um meio de
transporte complementar. O programa também prevê a implantação de estações de
guarda e empréstimos de bicicletas em vários pontos da cidade e fomento da
cultura do uso da bicicleta como meio de transporte. A rede já conta com pouco
mais de 415 km implantados.
4.1.2.2. Ampliação da frota de ônibus municipal circulando com
combustíveis menos poluentes
Responsável: Governo Municipal
Atualmente, a frota de ônibus da cidade do Rio de Janeiro em operação comercial
é composta, em sua maioria, por ônibus com motores do ciclo Diesel, que atendem
a padrões de emissões iguais ou anteriores aos do Programa de Controle da Poluição
do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE) fase 5 – P5. Além disso, segundo dados
da FETRANSPOR, no município do Rio de Janeiro, os ônibus urbanos que possuem
maior representatividade na frota (cerca de 60%) são classificados como tipo I
(veículos com motor dianteiro) pelo PROCONVE.
Conforme definido pela Resolução nº 403, de 11 de novembro de 2008, publicada
pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), a partir de janeiro de 2012
todos os fabricantes de veículos e motores que atuam no Brasil ficaram obrigados a
produzi-los de forma que atendam ao padrão de emissões do EURO V (PROCONVE
fase 7 – P7), o implicando numa adequação gradativa da frota de ônibus do Rio de
Janeiro para atender estas exigências e um progresso no sentido de garantir uma
redução significativa da emissão de poluentes atmosféricos locais.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
53
O sistema de transporte municipal é uma concessão ao setor privado, sob
responsabilidade do Governo Municipal sendo item do contrato de concessão a
renovação da frota de acordo com os novos padrões item do contrato de concessão.
Cabe ressaltar que os novos ônibus do sistema BRT já atendem ao padrão EURO V,
estando 19% da frota municipal no referido padrão europeu.
4.1.3. Racionalizar as operações de logística de transporte
e utilizar combustíveis menos poluentes na frota
Olímpica e Paralímpica
Responsável: Comitê Rio 2016
O Comitê Rio 2016 planeja um sistema de transporte eficiente, confiável, acessível
e financeiramente sólido para os Jogos. O primeiro passo foi otimizar a rota da
frota do Rio 2016 para o período dos Jogos. A frota é composta por ônibus e
veículos leves que irão transportar atletas, oficiais técnicos, mídia, Família
Olímpica e Família Paralímpica. A otimização das rotas gera redução do uso de
combustível e das emissões de carbono. O segundo passo foi planejar a substituição
de combustíveis fósseis por renováveis, um aspecto fundamental do planejamento
de transporte do Comitê Rio 2016. Para os ônibus, busca-se viabilizar o uso de
biodiesel; para veículos leves, o planejamento considera um total de 80% da frota
flex, além de outras iniciativas, a saber:
• Fornecer informações para estimular o uso de transporte público, bicicletas e/ou caminhadas pelos espectadores e força de trabalho;
• Estimular o uso de transporte público pela Família Olímpica e Família Paralímpica durante os Jogos Rio 2016;
• Utilizar materiais de baixo nível de carbono para a sinalização dos transportes;
• Estimular o desenvolvimento de aplicativos móveis relacionados aos transportes e à acessibilidade;
• Facilitar a instalação de bicicletários;
• Fornecer treinamento de direção econômica aos motoristas;
• Utilizar pneus com maior resistência ao rolamento;
• Aplicar medidas de eficiência no consumo de água e energia e na geração de resíduos nas garagens;
• Estimular a contratação da mão de obra regional, para que um número maior de pessoas possa utilizar transporte não motorizado.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
54
4.2. Construção sustentável e melhorias urbanas
4.2.1. Implantar critérios de uso racional de recursos,
eficiência e minimização de impactos ambientais no
desenho e construção de todas as instalações
Alguns dos maiores desafios e oportunidades de sustentabilidade estão diretamente
relacionados às arenas esportivas e suas instalações. Critérios de sustentabilidade
foram utilizados a partir do planejamento inicial, tendo como fundamento de todo
o processo o máximo aproveitamento de instalações já existentes.
Além de critérios de sustentabilidade, também pautou decisões a utilização das
diversas instalações pós-Jogos Rio 2016 determinando seu caráter temporário ou
permanente. Em razão dos números superlativos de espectadores, atletas e
técnicos envolvidos no evento Olímpico, algumas das instalações pré-existentes não
atenderiam em capacidade ou tecnologia às demandas dos Jogos Rio 2016. Somado
a isto, a comprovação de demanda de uso pós-evento – incluído o público existente
para determinadas práticas esportivas de baixa tradição na cidade ou no país e a
possibilidade de uso futuro da instalação até para outros fins.
Todos esses aspectos determinaram a definição de construção de instalações novas
permanentes ou de construção de estruturas temporárias, ou seja, o princípio é
sempre o de evitar a construção de instalações que fiquem subutilizadas e de alto
custo de manutenção, os chamados “elefantes brancos”.
Desta forma, dentre as 32 instalações esportivas utilizadas nos Jogos Rio 2016, 17
são existentes (quase todas renovadas especialmente para os Jogos Rio 2016), cinco
são temporárias e dez novas instalações permanentes são novas construções.
Levando-se em conta a área construída das instalações de competição, temos 79%
de instalações pré-existentes, 12% de novas construções permanentes e 9% de
instalações temporárias.
Para todas as novas arenas, o planejamento sustentável abarcou a escolha da
localização, características formais e estruturais do projeto arquitetônico, o
planejamento e controle do processo de construção, a operação durante os Jogos
Rio 2016, o uso e a manutenção no período pós-Jogos, o reuso das estruturas
temporárias após os Jogos Rio 2016 e o uso de legado das estruturas permanentes.
Esse planejamento detalhado das novas instalações seguiu elevados padrões de
qualidade ambiental de forma a garantir menor impacto da infraestrutura dos
Jogos Rio 2016 ao meio ambiente.
Outro aspecto diferencial da realização dos Jogos Rio 2016, é a participação
expressiva da iniciativa privada no financiamento de obras de infraestrutura e de
equipamentos esportivos. Os exemplos mais importantes são a Parceria Público
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
55
Privada (PPP) estabelecida entre o Governo Municipal e um consórcio de empresas
construtoras responsável por toda a infraestrutura do Parque Olímpico da Barra, da
Vila dos Atletas e pela construção das Arenas Cariocas 1, 2 e 3, dos prédios do
International Broadcast Centre (IBC), Midia Press Centre (MPC) e Hotel de Mídia; a
parceria entre o Comitê Rio 2016 e uma construtora carioca que viabilizou a
utilização de prédios residenciais de alto padrão como Vila dos Atletas e ainda o
aporte privado na implantação total do Campo de Golfe Olímpico mediante
contrapartidas urbanísticas em áreas edificáveis ao seu redor.
Além de todo o cuidado para evitar desperdício, duas das arenas temporárias –
Arena do Futuro e Centro Aquático, ambas no Parque Olímpico da Barra - foram
planejadas e estão sendo construídas a partir da real possibilidade de
desmontagem e reconstrução no todo ou em partes, em outros locais e com mesmo
uso (esportivo – no caso do Centro Aquático) ou não (uso educacional – no caso da
Arena do Futuro). Este conceito foi designado de “arquitetura nômade”, que
compreende edificações modulares que podem ser desmontadas, reaproveitadas,
transformadas e mudadas de lugar, de forma a não gerar resíduo após a realização
dos Jogos.
As diretrizes de projeto e construção sustentável para instalações permanentes,
temporárias e instalações provisórias (overlay) foram estabelecidas desde a
candidatura, com o objetivo de:
Incentivar desenhos mais compactos de forma a possibilitar melhor
desempenho de consumo de energia e de materiais;
Prolongar ao máximo a vida útil dos materiais e das estruturas;
Reaproveitar o que for possível dos materiais já existentes nos sítios de
construção e utilizar sempre que possível material reciclado ou de fontes
renováveis;
Substituir materiais nocivos à saúde;
Reduzir emissões de carbono embutidas nas edificações;
Adotar tecnologias que possibilitem a eficiência e o uso racional da água;
Utilizar sistemas passivos bioclimáticos, melhorando a eficiência energética,
proporcionando maior conforto (térmico, acústico e luminoso) e criando
ambientes internos mais saudáveis e menos emissores de poluentes;
Maximizar o uso de energia de fontes renováveis;
Reduzir necessidade de reposição e manutenção ao longo da vida útil das
instalações;
Minimizar a movimentação de terra para dentro e fora do terreno.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
56
Os resultados já são visíveis e estão sendo divulgados através dos sites:
APO http://www.apo.gov.br
Governo Federal http://www.brasil2016.gov.br/pt-br
Prefeitura http://www.cidadeolimpica.com.br/
Rio 2016 http://www.Rio2016.com/jogo-aberto
4.2.1.1. Novas instalações e renovação de existentes
Responsável: Governo Municipal
Algumas das obras destinadas à renovação de equipamentos pré-existentes ou
construção de novos realizadas pelo Governo Municipal ocorreram previamente à
consolidação do Plano de Gestão de Sustentabilidade dos Jogos Rio 2016 (publicado
em 2013). Essas obras já observaram princípios de sustentabilidade em seu escopo,
consoantes aos compromissos de candidatura da cidade. Como exemplos, as obras
de ampliação do Sambódromo (local das competições de tiro com arco e maratona)
e a criação do Parque dos Atletas (área de lazer a ser utilizada pelos atletas
hospedados na Vila dos Atletas) finalizadas em 2012, utilizaram elementos pré-
fabricados, requisitos de acessibilidade e reutilização de resíduos de demolição.
Com a consolidação do Plano de Gestão de Sustentabilidade dos Jogos Rio 2016,
todos os editais de projetos e obras conduzidos pelo Governo Municipal, passaram a
incluir os princípios norteadores deste plano, de forma a harmonizar as diversas
iniciativas e estabelecer padrões de sustentabilidade para as obras e para a
operação futura dos equipamentos.
Inicialmente foram consideradas as diferenciações entre obras de infraestrutura,
construções de equipamentos permanentes e equipamentos provisórios.
Para as obras de infraestrutura, a implantação do Parque Olímpico da Barra reúne
as principais estratégias:
Utilização de conceitos de resiliência e adaptação às mudanças climáticas na
definição de cotas de implantação do terreno e escolha de materiais que não
contribuam para criação de ilhas de calor;
Restauração das áreas naturais junto às margens da Lagoa de Jacarepaguá;
Reutilização de materiais de demolição das antigas estruturas que existiam
no local e minimização de descarte de resíduos;
Reutilização da capa de solo orgânico para paisagismo e restauração
ambiental;
Racionalização de redes de infraestrutura (água, esgoto, drenagem, energia
e tecnologia) com a definição de seus traçados de acordo com a melhor
utilidade futura pós-Jogos;
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
57
Uso eficiente da água, seja através de paisagismo com espécies nativas, ou
na utilização de pisos drenantes, ou no compartilhamento de reservatórios
de água potável entre as diversas arenas;
Redução do consumo de energia, com preponderância do uso de iluminação
com tecnologia de LED;
Desenho universal nas obras de urbanismo.
Para a construção das arenas permanentes do Parque Olímpico da Barra (Arenas
Cariocas, Velódromo, Arena principal do Centro de Tênis), seguiu-se uma estratégia
voltada à respectiva Certificação Ambiental. Os projetos adotaram linhas da
certificação LEED – (Leadership in Energy and Environmental Design) - e na
continuidade, as obras mantiveram controles de qualidade, de forma que fossem
garantidos os padrões de sustentabilidade e requisitos de eficiência das
construções. Mais adiante, com a definição da forma final de cada edificação
(remoção dos elementos temporários necessários aos Jogos Rio 2016) e seu uso em
legado, poderão ser avaliadas as vantagens e a continuidade de um processo de
certificação futura.
Para as arenas provisórias (Arena do Futuro, Centro Aquático, Arenas provisórias
que compõem o Centro de Tênis) foi estabelecida uma estratégia de
sustentabilidade específica para o caráter dessas instalações. Considerando sua
curta permanência como edificação, priorizou-se a máxima utilização de partes ou
do todo das construções após os Jogos; a regionalidade de materiais; a redução de
descarte de resíduos da obra; baixos níveis de carbono incorporado; a eficiência no
uso de água e no consumo de energia. Tais estratégias foram traduzidas em metas
acompanhadas durante todo o processo de planejamento (projeto) e de sua
execução (obras).
Já no Complexo Esportivo de Deodoro, caracterizado por um grande volume de
readequações em instalações existentes e muitos equipamentos temporários, a
estratégia de sustentabilidade baseia-se na requalificação ambiental da região
proporcionada pelo amplo programa de saneamento, nos avanços em mobilidade
urbana, na reurbanização das principais vias de acessos e na oportunidade de
criação de legado social e esportivo por meio da abertura à população da área do
Parque Radical (instalações do Slalom, BMX e Mountain Bike).
Especificamente para as construções voltadas aos Jogos Rio 2016, as mesmas
seguiram as linhas mestras de sustentabilidade preconizadas para as demais obras
com ênfase na modularidade de elementos; na construção mínima e na utilização
máxima de instalações disponíveis em mercado de aluguel; utilização de elementos
e/ou dispositivos que permitam ventilação e iluminação natural dos
compartimentos e baixos custos de manutenção.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
58
4.2.1.2. Instalações temporárias e overlays (instalações
provisórias)
Responsável: Comitê Rio 2016
Os Jogos necessitam de uma grande quantidade de estruturas temporárias (tendas,
contêineres, barreiras, arquibancadas, áreas de competição) construídas dentro e
no entorno das arenas que após o evento serão retiradas. O primeiro passo para
reduzir o impacto ambiental das instalações temporárias é minimizar o escopo do
projeto e, assim, a quantidade de materiais e energia utilizados.
A necessidade de área útil para as estruturas temporárias na Vila Olímpica e
Paralímpica foi reduzida em 52% graças a soluções de design inteligente. Opções de
design inteligente também permitem o uso eficiente dos materiais existentes,
como estruturas modulares, de modo a reduzir a fabricação de peças
especialmente para os Jogos. Esta abordagem favorece a contratação de materiais,
como tendas e assentos, e facilita a utilização de estruturas divisórias integradas.
Em 2013, o Comitê Rio 2016 realizou uma avaliação ambiental simplificada nos
locais de suas principais instalações. Isto ocorreu por meio de visitas básicas,
pesquisa documental e estudo “in loco”, com base em levantamentos ecológicos
detalhados realizados por parceiros governamentais e privados. O objetivo era
identificar todas as espécies vegetais e animais e as áreas sensíveis para que
pudessem ser protegidas durante as fases de construção, instalação, evento e
dissolução.
O planejamento e os procedimentos de gestão ambiental das instalações incluem
medidas para evitar danos à vegetação natural e a erosão de vias, prevenir
impactos sobre animais selvagens protegidos, adequar a instalação e remoção de
estruturas temporárias, como cercas de segurança, por parte de empreiteiras.
Todos os contratados têm de cumprir as leis ambientais municipais, estaduais e
federais, assim como as políticas e procedimentos do próprio Comitê Rio 2016 para
a proteção à biodiversidade e gestão de ecossistemas.
O processo de implementação abarcou a elaboração e publicação de manuais
técnicos e guias para fornecedores do Comitê Rio 2016, incluindo os requerimentos
de sustentabilidade considerados em todos os processos de contratação de bens e
serviços junto aos fornecedores, patrocinadores e licenciados. Destacamos a seguir
alguns dos requisitos relevantes:
Certificações:
ISO 9.001 para Gestão da Qualidade
ISO 14.001 para Gestão Ambiental
NBR 16.001 ou SA 8.000 e/ou comprovação da adoção das diretrizes
da ISO 26.000 para Gestão da Responsabilidade Social
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
59
OHSAS 18.001 para Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho;
Minimizar emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE);
Evitar utilizar ou fornecer produtos que exijam, em sua fabricação,
produtos nocivos ao ser humano ou ao meio ambiente;
Tratar e reciclar os resíduos gerados na utilização de embalagens
primárias, secundárias e terciárias, respeitando as diretrizes da Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tais como: adoção de Rotulagem
Ambiental Tipo II (autodeclarações) para que esteja clara a melhor
maneira de lidar com a embalagem após sua utilização;
Utilizar material florestal (madeira e celulose) utilizado em construções
e no planejamento e operação dos Jogos Rio 2016 provenientes de
fontes legais e responsáveis;
Maximizar a eficiência energética, otimizando os custos relacionados à
energia. Para produtos que façam parte do Programa Brasileiro de
Etiquetagem (PBE), o Comitê Rio 2016 buscou itens com a classificação
‘A’; e
Maximizar a eficiência na utilização da água (recursos hídricos e
tratamento de efluentes) nos seus processos produtivos e operações.
Desta forma, é possível desenvolver processos que possam tornar os parceiros cada
vez mais eficientes, competitivos e capazes de agregar valor tanto à cadeia de
suprimentos do Comitê Rio 2016 como ao mercado de maneira geral. Este trabalho
inclui a publicação de manuais técnicos e guias para fornecedores no portal de
suprimentos do Comitê Rio 2016, que estão disponíveis no seguinte endereço:
http://portaldesuprimentos.Rio2016.com/wp-content/uploads/2014/05/Rio-2016-
Guia-da-Cadeia-de-Suprimentos-Sustent%C3%A1vel-2.pdf
4.2.2. Atender aos padrões internacionais e nacionais de
meio ambiente no planejamento, desenvolvimento e
construção de toda a infraestrutura dos Jogos
Responsáveis: Governos Federal, Estadual e Municipal
Todas as instalações permanentes construídas pelo Governo Municipal adotam
elevados padrões de sustentabilidade, através de metas baseadas nos padrões de
certificação mais reconhecidos internacionalmente adaptados à regionalidade e ao
caráter de cada instalação.
Os três níveis de Governo, as autoridades competentes e os empresários envolvidos
forneceram garantias de que todas as obras de construção necessárias à
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
60
organização dos Jogos Rio 2016 estão sendo feitas de acordo com as leis Municipais,
Estaduais e Federais vigentes de proteção do meio ambiente.
Em especial, observam-se as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) e do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), a legislação urbanística,
edilícia e ambiental da cidade, bem como regras da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) e do Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO)
aplicáveis. Convenções internacionais como o protocolo de Montreal, a Convenção
da Basiléia, a Convenção de Estocolmo e o Tratado sobre a Proteção da
Biodiversidade também são respeitados.
4.2.3. Estimular o desenvolvimento de atividades
econômicas e melhoria da qualidade de vida
Responsáveis: Governos Federal, Estadual e Municipal, Rio 2016
Os Jogos Rio 2016 sempre foram entendidos como uma oportunidade para o Brasil
e, em particular, para a cidade do Rio de Janeiro. Neste bojo, o evento é
catalisador de vários projetos e políticas públicas, que foram aceleradas em um
contexto de ampla modernização da infraestrutura e renovação urbana na cidade
do Rio. O processo de estímulo as novas atividades econômicas e a melhoria da
qualidade de vida em diversas áreas da cidade, já é visível e está no coração da
proposta de transformação sustentável dos Jogos Rio 2016.
Os programas e projetos são executados pelos governos do estado e do município, e
custeados com recursos dos tesouros locais, do tesouro da União e também da
iniciativa privada, através de parcerias público-privadas. Os recursos da União são
repassados pelo Ministério das Cidades, com intermediação da Caixa Econômica
Federal – CAIXA, dentro do escopo do PAC.
Os resultados alcançados e os impactos dos Jogos são objetos de estudo específico,
por meio do relatório Olympic Games Impact – OGI, que analisa indicadores de
custo-benefício no âmbito social e econômico nas regiões dos principais projetos,
ver box abaixo.
box 2
Programa de aceleração do crescimento 1 e 2
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 1 e 2 do Governo Federal garantem recursos para obras de infraestrutura de saneamento e desenvolvimento social em toda a região metropolitana e na cidade do Rio de janeiro. Entre essas, obras previstas na matriz de responsabilidade dos jogos Rio 2016, a serem executados pelo estado e pelo município.
Criado em 2007, o PAC foi pensado como um plano estratégico de resgate do planejamento e de retomada dos investimentos em setores estruturantes do país. Desde então, tem contribuído de maneira decisiva para o aumento da oferta de empregos e na geração de renda.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
61
Nos seus primeiros quatro anos, o PAC ajudou a dobrar os investimentos públicos brasileiros (de 1,62% do PIB em 2006 para 3,27% em 2010), contribuindo para manter ativa a economia brasileira durante crise financeira mundial entre 2008 e 2009.
Em 2011, o PAC entrou na sua segunda fase, com recursos e adicionais para a execução de obras estruturantes que possam melhorar a qualidade de vida nas cidades brasileiras.
Em sua fase atual (ciclo 2015-2018), a despeito do cenário econômico desfavorável no país e no mundo e dos consequentes ajustes promovidos no Orçamento da União para adequação ao novo contexto fiscal, o PAC permanece gerando resultados e mantendo seu papel importante na economia brasileira, na geração de empregos, na criação de oportunidades e na atratividade do País para o mercado mundial.
Os objetos de contratos com os municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro abrangem obras de:
Drenagem Urbana Sustentável;
Resíduos Sólidos Urbanos;
Saneamento Ambiental Urbano;
Habitação de Interesse Social;
Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários;
Fortalecimento da Gestão Urbana;
Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais;
Revitalização de Bens do Patrimônio Histórico Nacional; e
Mobilidade Urbana;
Abaixo, alguns dos programas e projetos de políticas públicas mencionados no
Dossiê de Candidatura.
4.2.3.1. Renovação da região do Porto do Rio de Janeiro
Responsável: Governo Municipal
O Porto Maravilha é uma Operação Urbana Consorciada da Área de Especial
Interesse Urbanístico da Região Portuária do Rio de Janeiro criada pela Lei
Municipal n° 101/2009. É um programa de revitalização urbana promovido pela
Prefeitura do Município do Rio de Janeiro com o intuito de requalificar a "Região
Portuária" da cidade (parte do Caju, Gamboa, Saúde, Santo Cristo e parte do
Centro), que sofreu grande degradação a partir dos anos 1960 por falta de
incentivo às indústrias e residências na região.
O projeto prevê o desenvolvimento da região baseado em princípios de
sustentabilidade, com a reestruturação de ruas, praças e avenidas, trazendo
melhoria na qualidade de vida aos atuais e futuros moradores. Além das obras, o
projeto é responsável pelos serviços (coleta de lixo, calçamento, iluminação) na
região até 2026.
Viabilizado por meio de uma operação urbana, o projeto tem como limites, as
avenidas Presidente Vargas, Rodrigues Alves, Rio Branco e Francisco Bicalho.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
62
A área reurbanizada atinge mais de 5 milhões de m², incluindo 70 quilômetros de
vias, reconstrução de 700 quilômetros de redes de infraestrutura urbana (água,
esgoto, iluminação, drenagem e telecomunicações), implementação de 17
quilômetros de ciclovias e plantio de aproximadamente 15.000 árvores. O ícone da
requalificação da área é o Museu do Amanhã, que foi inaugurado em dezembro de
2015. Também na Praça Mauá, foi inaugurado, em 2013, o Museu de Arte do Rio –
MAR, que, junto da Escola do Olhar22, se tornou referência para a arte e o
conhecimento na cidade.
Em conjunto com a transformação da área, existe a tarefa de preservar a
identidade e as características dessa região. O Porto Maravilha quer garantir que a
população se beneficie da requalificação para melhorar sua qualidade de vida sem
sair da área. Juntos, os programas Porto Maravilha Cidadão e Porto Maravilha
Cultural complementam a operação urbana, mostrando que é viável recuperar os
espaços urbanos degradados para construir uma cidade que respeite a cultura, a
história e o meio ambiente e que seja cada vez mais justa para todos os seus
cidadãos.
Cabe à Companhia de Desenvolvimento do Porto (CDURP), a articulação entre os
vários órgãos públicos e privados e a Concessionária Porto Novo - que executa obras
e serviços na “Área de Especial Interesse Urbanístico (AEIU) da Região do Porto do
Rio”. Gestora da operação, a CDURP presta contas à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) e participa da aprovação de empreendimentos imobiliários em
grupo técnico da Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU).
Principais obras:
• Construção de 4.764 km de túneis;
• Reurbanização de 70 km de vias e 650.000 m² de calçadas;
• Implementação e reconstrução de 700 km de redes de infraestrutura
urbana: sistemas de água, saneamento, drenagem, energia, gás natural,
iluminação pública e telecomunicações;
• Substituição do conjunto Avenida Rodrigues Alves e Elevado da Perimetral
pelas novas vias Expressa e Binário do Porto;
• Implantação de 17 km de ciclovias;
• Passeio público de 3.500 m de extensão e 287.265 m²;
• Plantio de 15.000 árvores.
Principais Serviços:
• Manutenção e conservação de monumentos turísticos e históricos;
• Conservação e manutenção do sistema viário;
22 Os cursos da Escola do Olhar são o ambiente para a construção, a ampliação e o debate de questões irradiadas dos
campos da arte e da cultura visual. Construídos a partir dos Núcleos Significativos da coleção, da proposta curatorial das exposições e também do mapeamento com diferentes agentes e parceiros da Escola do Olhar.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
63
• Manutenção da sinalização de trânsito;
• Instalação e conservação de bicicletários;
• Conservação e manutenção de áreas verdes e praças;
• Manutenção e reparo de iluminação pública e calçadas;
• Execução de serviços de limpeza urbana e coleta de lixo;
• Implantação de coleta seletiva de lixo;
• Manutenção da rede de drenagem e de galerias universais;
• Atendimento ao cidadão.
Principais Impactos:
• Aumento da população de 32 mil para 100 mil habitantes em 10 anos;
• Aumento da área verde de 2,46 % para 10,96%;
• Aumento na capacidade de fluxo de tráfego;
• Redução da poluição do ar e sonora, com a retirada do Elevado
Perimetral;
• Implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), de ciclovias e redução
do transporte pesado na área;
• Aumento da permeabilidade do solo;
• Aumento e melhoria da qualidade da oferta de serviços públicos;
• Transformação da região em referência para a cidade.
4.2.3.2. Reurbanização do entorno do Estádio João Havelange
Responsável: Governo Municipal
O projeto é um esforço conjunto de longo prazo do Município, cujo foco é
requalificar a região do entorno do Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão). As
melhorias deixam um legado para a população local, estimulando, por exemplo, a
prática de exercício ao ar livre de moradores do entorno, além de melhorar a
circulação no entorno do equipamento esportivo, trazendo inclusive melhoria na
acessibilidade.
Está em construção a “Praça do Trem” que servirá de acesso ao Estádio Olímpico
durante os Jogos Rio 2016. A praça é um legado urbano que terá 35.000 m², a maior
área pública do Grande Méier (que inclui 18 bairros). O projeto contempla a
restauração de dois antigos galpões ferroviários e um prédio administrativo que são
tombados na esfera Municipal.
O prédio administrativo abrigará uma “Nave do Conhecimento Olímpico”,
equipamento público destinado a inclusão digital. Já as estruturas dos galpões
serão utilizadas durante os Jogos Rio 2016 como principal área de controle de
acesso ao estádio. Após os Jogos, novos equipamentos de lazer se somarão à Nave
do Conhecimento, substituindo as bilheterias e áreas de controle.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
64
Além da requalificação do uso no entorno imediato do estádio, a reurbanização
também engloba a execução do Programa Bairro Maravilha no bairro do Engenho de
Dentro.
Entre as medidas em curso estão as melhorias de infraestrutura contemplando a
reurbanização das ruas situadas ao norte da estação e no entorno do Estádio. São
34 vias que recebem melhorias de acessibilidade com nova pavimentação de
calçadas, recapeamento das faixas de rolamento e realinhamento de meios-fios. A
intervenção propõe também a ampliação da rede cicloviária, a revisão da
arborização (paisagismo), e da iluminação pública.
Também estão sendo reformados todos os sistemas de drenagem superficial, das
redes de captação de águas pluviais, de distribuição de água potável e de coleta de
esgoto sanitário com a realização de reparos ou implantação de novos trechos. Ao
todo serão mais de 99.000 m² asfaltados e mais de 71.000 m² de calçadas
concretadas, além da construção de mais de 240 rampas de travessia.
Figura 9 – Praça do Trem na estação Engenho de Dentro
Fonte: Secretaria municipal de Obras / Divulgação
Fases iniciais do projeto incluíram 3,7 km de rede de drenagem com a finalidade de
eliminação de pontos de alagamento na região e a condução da água de chuva por
galeria retangular fechada implantada ao longo da rua José dos Reis até o Rio
Faria, com benefício direto das ruas: Arquias Cordeiro, Rua das Oficinas, Dr.
Padilha, José dos Reis, Rua da Abolição, Benício de Abreu, General Clarindo, Bento
Gonçalves e Dona Eugênia. Todas as águas coletadas pelas galerias passaram a
desaguar no Rio Faria, para que o Rio dos Frangos, corpo d’água mais próximo do
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
65
Estádio, não seja sobrecarregado. As águas drenadas pela rua Dr. Padilha desaguam
no rio Méier e este deságua no Rio Farias. As obras de drenagem nas principais vias
de acesso ao Estádio Olímpico foram concluídas em junho de 2013.
Em dezembro de 2012 foi inaugurado o Viaduto da Abolição (batizado Jornalista
Armando Nogueira), que reconectou a Rua da Abolição à Avenida Dom Hélder
Câmara, que estavam separadas há 15 anos, desde a implantação da Linha
Amarela. A conexão contribuiu para melhorar o trânsito no bairro, facilitando, por
exemplo, a saída de torcedores do estádio em direção à Barra da Tijuca.
Em Maio de 2016 foram entregues as obras de urbanização da Praça do Trem e há
exatos 30 dias para a Cerimônia de Abertura dos Jogos Rio 2016 foi inaugurada a
Nave do Conhecimento Olímpica.
4.2.3.3. Reurbanização do entorno do Maracanã
Responsável: Governo Municipal
A Secretaria Municipal de Obras realizou uma grande reestruturação urbana na
região do estádio Maracanã. A reurbanização do entorno do estádio engloba 50 mil
m² de novo calçamento com novo paisagismo e iluminação pública, além da
construção de 13 rampas de acesso e travessias rebaixadas e implantação de piso
tátil para a melhoria da acessibilidade.
O novo traçado aumentou a área de lazer no entorno do estádio que agora conta
com uma nova ciclovia. Foram plantadas 300 árvores para sombrear e melhorar o
conforto dos transeuntes, além de 104 palmeiras para embelezar o ambiente. A
iluminação pública foi modernizada e se tornou mais sustentável. Foram instaladas
274 luminárias LED de maior eficiência energética (economia de até 45%), 73
projetores de vapor metálico de 400w e 274 luminárias de piso. O projeto
viabilizou a conexão para pedestres entre o Maracanã e a Quinta da Boa Vista, que
não existia até então. A passagem é estabelecida por uma passarela sobre a
Avenida Radial Oeste e a linha férrea da Supervia, melhorando a mobilidade na
região e proporcionando maior segurança.
4.2.3.4. Passeio Olímpico
Responsável: Governo Municipal
O Parque Olímpico da Barra terá um papel fundamental após a realização dos
Jogos, o de alavancar o desenvolvimento da região e facilitar a mobilidade. Antes,
a região contava com pouca ou quase nenhuma integração viária e de transportes,
as calçadas existentes eram estreitas e com tratamento precário. O projeto em
andamento consiste na requalificação urbana de toda a região denominada Passeio
Olímpico. A extensão da área reestruturada tem um perímetro que engloba e
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
66
integra os quatro equipamentos olímpicos do entorno: o Parque Olímpico, a Vila dos
Atletas, o Parque dos Atletas e o Riocentro.
As obras englobam a duplicação das Avenidas Abelardo Bueno e Salvador Allende,
bem como a criação de corredor de BRT (8,7 km de extensão e 7 estações) e outras
vias próximas integrando os eixos de transporte. Há também em curso outros
incrementos na mobilidade local: o novo Terminal Olímpico ao lado do Parque
Olímpico da Barra possibilita a conexão das linhas dos BRTs Transolímpica e
Transcarioca, e o Terminal Recreio que conecta os BRTs Transoeste e Transolímpica.
As obras foram iniciadas em março de 2014 e serão entregues para os Jogos Rio
2016.
A remodelação em andamento inclui melhorias nas calçadas e ruas, adoção de
padrões de acessibilidade universal e uso de iluminação eficiente. A recomposição
paisagística conta com o plantio de 4.000 árvores e a nova ciclovia com 14,3 km de
extensão. O total de intervenção abarca uma área de aproximadamente 362.000
m² de urbanização.
4.2.3.5. Domínio Urbano de Deodoro
Responsável: Governo Municipal
O projeto contempla um conjunto de intervenções urbanas que visa a atender o
acesso e circulação de atletas e público em geral junto às instalações esportivas
destinadas aos Jogos Rio 2016, ao mesmo tempo que empreendem melhorias que
ficam como legado.
Compreende a ação de revitalizar e urbanizar o traçado urbano de Deodoro,
abrangendo intervenções de pavimentação, recapeamento asfáltico, execução e
recuperação de sarjetas, meio fios, calçadas, aterros, sinalização, rampas de
acessibilidade, iluminação pública, plantio de grama e construção de ciclovias.
A urbanização acontece em três regiões de Deodoro que circundam o complexo
esportivo e beneficiam principalmente os moradores da circunvizinhança dos
bairros: Vila Militar, Marechal Hermes e Ricardo de Albuquerque.
O escopo das intervenções no complexo de Deodoro abrange:
O conjunto de vias ao norte com perímetro de 382.948 m² e abarcando as
ruas Aripuá, Tenente Serafim e a avenida Marechal Alencastro dentro do
padrão do programa municipal “Bairro-Maravilha”;
As vias internas da Vila Militar, basicamente a avenida Duque de Caxias e a
estrada São Pedro de Alcântara, seguindo o padrão do programa Asfalto Liso;
O trecho da avenida Brasil compreendido entre o trevo de entrada para
Deodoro e o trevo de saída para Realengo com uma área beneficiada de
aproximadamente 130.794 m² e extensão de 2.150 m.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
67
As obras no local foram finalizadas durante o primeiro semestre de 2016.
4.2.3.6. Parque Madureira
Responsável: Governo Municipal
O Parque Madureira está situado no bairro de mesmo nome, na Zona Norte da
cidade. Seu terreno compreende cerca de 60 m de largura por 1.350 m de
extensão, resultante da compactação de linhas de transmissão de energia
(concessionária Light). Estas linhas atualmente ocupam uma faixa de 50m junto ao
ramal ferroviário da Supervia.
O Parque é um compromisso de melhoria urbana contido no Dossiê de Candidatura
e foi inaugurado em setembro de 2012. Possui 93.553,79 m² de área e está em uma
área de intervenção que atinge 108.870,32 m². Atualmente já é o terceiro maior
parque urbano da cidade e foi o primeiro parque público do Brasil a ter conteúdo e
projeto certificados pelo selo AQUA de construção sustentável. O acesso ao parque
é possível através de vários modais que passam na região, como linhas locais de
ônibus, BRT, Metrô e trem Supervia.
O parque se divide em cinco grandes setores que oferecem diversas opções de
lazer, esporte e cultura, como: Praça do Samba, Nave do Conhecimento, lagos,
jardins sensorial e botânico, mirante, Centro de Educação Ambiental e
Administração; Arena Carioca, quadras de esporte e pista de skate, um dos maiores
sucessos do parque. Também ficam no parque a Inspetoria da Guarda Municipal e a
Estação de Tratamento de Esgoto da região.
O Parque de Madureira está sendo ampliado, beneficiando mais oito bairros:
Turiaçu, Oswaldo Cruz, Rocha Miranda, Bento Ribeiro, Honório Gurgel, Marechal
Hermes, Coelho Neto e Guadalupe, chegando às margens da Avenida Brasil, no
bairro de Guadalupe. Com o acréscimo, o Parque Madureira vai triplicar de
tamanho, passando dos atuais 1,35 km de extensão para quase 4,5 km.
As obras de ampliação já começaram fazendo o Parque Madureira ganhar em
quantidade e diversidade dos equipamentos públicos. Além de mais espaços verdes,
o parque ganhou o circuito de águas com cachoeiras e lagos artificiais, inaugurado
em 2015. Novos equipamentos estão sendo construídos, como a pista de bicicleta
exclusiva e outra pista de skate.
O novo Parque Madureira também terá um centro de treinamento de tênis para
democratização da modalidade esportiva. A novidade será a construção da pista de
esqui à base de polímero umedecido com sistema de irrigação para deslizamento
das pranchas que poderão ser alugadas no local. A previsão de entrega é até o final
de 2016.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
68
4.3. Conservação e recuperação ambiental
4.3.1. Minimizar os impactos das instalações Olímpicas e
Paralímpicas sobre os ecossistemas existentes e seu
entorno imediato
O planejamento das zonas dos Jogos Rio 2016 considerou critérios de
sustentabilidade que foram adotados conforme o contexto ambiental específico. As
medidas adotadas correspondem às necessidades locais de cada zona.
Apesar desta singularidade, algumas diretrizes são gerais e foram aplicadas às
obras, principalmente nos programas de arquitetura dedicados às duas principais
áreas dos Jogos: Barra e Deodoro.
Diretrizes gerais
As obras de construção das novas instalações esportivas para os Jogos Rio 2016 não
estão sujeitas, por seu porte e características, à realização de estudo prévio de
impacto ambiental (Resolução CONAMA Nº 001 de 23 de janeiro de 1986), sendo
suficiente o licenciamento ambiental junto à Secretaria Municipal de Meio
Ambiente – SMAC.
Como parte da avaliação ambiental realizada no âmbito do licenciamento, estudos
com vistas a minimizar o impacto das obras foram realizados para todas as novas
instalações, incluindo avaliação de contaminação do solo, inventário de espécies
(fauna e flora), levantamentos hidrogeológico e de qualidade e contaminação da
água. Com base nas características locais e de cada projeto, as licenças ambientais
emitidas estabelecem condicionantes, cuja comprovação de atendimento é
realizada durante o próprio desenvolvimento das obras.
Todos os projetos tiveram como premissa a preservação de manchas de vegetação
nativa existentes, minimizando transplantes e remoções, tendo sido exigida a
compensação através de novos plantios quando a supressão foi inevitável. A
utilização do inventário de espécies realizado nos terrenos serviu ainda como
referência para os projetos paisagísticos. Plantios de espécies nativas são a base
dos projetos paisagísticos de forma a recuperar ambientalmente trechos dos
terrenos que hoje se encontram descaracterizados, degradados e/ou deteriorados.
4.3.1.1. Região Barra (Parque Olímpico)
Responsável: Governo Municipal
Recuperação da Faixa Marginal de Proteção da lagoa de Jacarepaguá no trecho do
Parque Olímpico da Barra que se encontrava degradada e ocupada. A área tem
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
69
cerca de 73.000 m² e o processo utiliza vegetação nativa de acordo com as
fitofisionomias originais de restinga e mangue. Cerca de 30.000 m² serão ocupados
pelas espécies de manguezal, ficando o restante destinado à vegetação de restinga
típica das áreas de transição entre o solo úmido e o mais seco.
A recuperação da Faixa Marginal de Proteção da Lagoa de Jacarepaguá é
considerada a maior obra de restauração ambiental em dimensões já empreendida
junto às orlas das lagoas da Cidade. Sua complexidade se dá devido à necessidade
de reconformação da topografia do terreno (desaterro), muito alterado em função
de vários aterros sofridos, a compatibilização com os níveis de maré e ainda os
níveis de qualidade atuais da Lagoa.
Ao se completar, a área servirá de suporte ecológico para espécies da fauna local,
principalmente a avifauna que se utiliza preferencialmente destes espaços como
área de nidação. Também é esperado dar suporte à mamíferos e répteis, além dos
crustáceos típicos de mangue. O objetivo é recuperar o ecossistema e retomar sua
funcionalidade ecológica.
Figura 10 – Representação da recuperação ambiental
Fonte: EOM/RioMais
Este projeto aliado ao projeto de Recuperação Ambiental do Sistema Lagunar de
Jacarepaguá (PPP), em curso e empreendido pelo Governo Estadual, e a outras
iniciativas de recuperação em curso na orla das lagoas, significará uma efetiva
consolidação de corredores ecológicos permitindo uma maior integração até mesmo
entre as Unidades de Conservação Parque Nacional da Tijuca e o Parque Estadual
da Pedra Branca.
4.3.1.2. Região de Deodoro
Responsável: Governo Municipal
A região de Deodoro consiste em outra Zona Olímpica com forte apelo ambiental.
Sua localização no centro do município do Rio de Janeiro a torna especialmente
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
70
vulnerável à expansão urbana e a especulação imobiliária, fato que foi impedido
até agora graças à presença de uma zona militar na região que contém várias
unidades de treinamento que preservam as áreas remanescentes de mata Atlântica.
A área implicada nos Jogos Rio 2016 possui 3 km² ou 306,5 ha e é administrada pelo
Exército Brasileiro. Parte desta área correspondendo a 490.000 m² servia como
campo de treinamento militar e durante os Jogos recebe as provas de canoagem
slalom, mountain bike e BMX. As pistas de BMX e de canoagem ficam como legado e
junto com outros equipamentos e instalações dedicadas a serviços públicos,
compõem o futuro Parque Radical. Este parque será administrado pela Prefeitura
do Rio e constituirá nova opção de lazer para a região.
O planejamento dos Jogos Rio 2016 considerou a preservação dos habitats, em
especial foi considerada a ocupação em áreas já degradadas e evitar áreas
remanescentes de vegetação no planejamento arquitetônico e das operações.
Apesar deste cuidado, também há previsão de reflorestamento de áreas
degradadas, recuperação de matas ciliares e plantios em áreas de pouca cobertura
vegetal como medida compensatória pelas obras.
4.3.1.3. Saneamento ambiental com obras de drenagem pluvial e
ampliação da rede coleta de esgotamento sanitário
Responsável: Governo Municipal
A ampliação da cobertura do sistema de esgotamento sanitário na Área de
Planejamento 5 (AP5), Zona Oeste, é o objetivo da concessão dos serviços pela
Prefeitura no período de 30 anos. Na primeira fase das obras de infraestrutura,
iniciada em outubro de 2013 e com previsão de conclusão em 2017, está previsto o
saneamento das Bacias dos rios Marangá e Sarapuí, o que beneficiará cerca de 400
mil pessoas.
Até agosto de 2016, 92% das obras da primeira fase de investimentos da
concessionária na Zona Oeste estarão concluídas. Isso significa que as redes
públicas de esgoto no entorno do Complexo Esportivo de Deodoro estarão prontas,
integrando a Bacia do Marangá que possui 18 sub-bacias ao todo e totaliza 20
milhões de m², englobando ainda os bairros de Padre Miguel, Magalhães Bastos, Vila
Militar e Realengo.
Nesta região estão sendo implantados 315 km de rede coletora de esgoto,
coletores-tronco e interceptores. Também está em construção uma Estação de
Tratamento de Esgoto em Deodoro e nove estações elevatórias. A Bacia do Sarapuí,
que contempla os bairros de Bangu e Senador Camará, por sua vez, terá a
implantação de 136 km de redes, coletores-tronco e interceptores, a construção de
uma Estação de Tratamento de Esgoto e de cinco elevatórias. Além das
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
71
intervenções citadas, a concessão inclui a prestação de serviços de atendimento ao
usuário na operação e manutenção do sistema de esgotamento sanitário em 21
bairros da Zona Oeste, que integram a AP-5. O projeto prevê também, por parte da
concessionária responsável pela prestação e ampliação do serviço, o
monitoramento constante da qualidade da água e um trabalho de educação
ambiental junto aos moradores da região.
4.3.2. Recuperação ambiental dos corpos hídricos nas
regiões dos Jogos.
Os Jogos Rio 2016 foram também responsáveis pela aceleração da implantação de
importantes projetos que tratam da qualidade da água dos rios, praias e lagoas da
cidade.
Alguns projetos são voltados para a despoluição da Baía de Guanabara e do Sistema
Lagunar de Jacarepaguá, compromissos assumidos, pelo Governo do Estado do Rio
de Janeiro e pelo Município do Rio de Janeiro para a realização dos Jogos Olímpicos
e Paralímpicos de 2016.
4.3.2.1. Programa de Despoluição da Baía de Guanabara
Responsável: Governo Estadual (CEDAE, SEA)
O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) foi criado no início da
década de 90 pelo Governo Estadual com a finalidade de planejar e coordenar um
conjunto de ações visando à despoluição das águas da Baía de Guanabara. O PDBG
foi concebido para elevar as condições sanitárias e ambientais da região
metropolitana do Rio de Janeiro, impedindo o lançamento inadequado de esgoto
não tratado nas águas da Baía de Guanabara e melhorando a qualidade de vida da
população local.
Desde então, uma série de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) foram
implantadas, de forma que o entorno da Baía de Guanabara tem atualmente, em
funcionamento, as ETEs da Penha, Ilha do Governador, Icaraí, Alegria, Sarapuí,
Pavuna e São Gonçalo.
Além dessas estações de tratamento, o esgoto originário das regiões do Centro,
Catete e Glória é direcionado para o Emissário Submarino de Ipanema, evitando
que este seja lançado nas águas da Baía de Guanabara.
Um dos principais projetos da carteira do PDBG, que foi acelerado pelos Jogos Rio
2016, é a implantação do Tronco Coletor Cidade Nova, que consiste na construção
de um tronco coletor de esgoto para captação do esgoto sanitário de parte dos
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
72
bairros do Centro, Tijuca, Praça da Bandeira, Catumbi, Cidade Nova, Estácio e Rio
Comprido, direcionando-o para a Estação de Tratamento de Esgoto Alegria.
A implantação do Tronco Coletor Cidade Nova reduzirá grande parte da carga
poluidora lançada no Canal do Mangue na região central, evitando o deságue direto
na Baía da Guanabara. Representa um avanço significativo na despoluição e
melhora os níveis de balneabilidade das águas da Baía, contribuindo para melhorar
as condições de vida e saúde da população carioca que a utiliza, estimada em 400
mil habitantes.
4.3.2.1. Galeria de Cintura da Marina da Glória
A Marina da Glória será o ponto de partida das competições de vela dos Jogos
Olímpicos. Para resolver o problema de despejo clandestino de esgoto em galerias
de águas pluviais que desaguavam no local, foi implantada uma galeria de cintura
na Marina. Por meio desta galeria, o esgoto clandestino passou a ser encaminhado
pela elevatória Marina da Glória para o interceptor oceânico e, em seguida, para o
Emissário Submarino de Ipanema. A elevatória tem capacidade para bombear até
450 litros por segundo. Assim, em tempo seco, nenhum efluente despejado de
forma irregular chega à Marina por meio das redes de drenagem. As obras foram
concluídas em abril.
4.3.2.2. Limpeza do Espelho D’Água
Outra questão relacionada à poluição da Baía de Guanabara é o resíduo sólido
lançado nos rios contribuintes da bacia hidrográfica que é carregado até a baía.
Uma grande quantidade de lixo permanece flutuante nas águas, podendo
prejudicar os velejadore, tornando-se uma preocupação para o planejamento dos
Jogos Rio 2016. Para lidar com esssa situação, o Goveno do Estado investiu em dois
projetos complementares: ecobarreiras e ecobarcos.
Ecobarreiras
Responsável: Governo Estadual (SEA)
As ecobarreiras têm a função de impedir, por meio de dispositivos flutuantes, que
resíduos sólidos cheguem às águas da Baía de Guanabara.
As ecobarreiras são instaladas em pontos estratégicos dos rios contribuintes,
retendo o lixo proveniente dos municípios localizados no entorno da Baía. As novas
ecobarreiras são mais robustas que as anteriores, e contém grades para impedir o
extravasamento do lixo.
O projeto consiste na instalação e manutenção de 17 ecobarreiras, capaz de reter
dez vezes mais lixo do que as anteriores, além da implantação de bases
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
73
operacionais, recolhimento e transporte dos resíduos retidos nestas para aterros
sanitários, impedindo que os resíduos se espalhem pela Baía de Guanabara.
As novas ecobarreiras estão instaladas no canal do Mangue, em Santo Cristo; nos
canais da Rua Darcy Vargas, do Cunha, da Vila dos Pinheiros, Baixa do Sapateiro,
Nova Holanda e Rio Ramos, no Complexo da Maré, no Rio Irajá, na Penha; no Rio
Meriti, Rio Iguaçu, Rio Sarapuí e Rio Estrela, em Duque de Caxias; e no Rio Bomba,
na divisa entre São Gonçalo e Niterói; Rio Marimbondo e Rio Imboassu, em São
Gonçalo, e Rio Brandoas e Canal do Rio Maruí, em Niterói.
Ecobarcos
Responsável: Governo Estadual (SEA)
Os Ecobarcos são embarcações especialmente adaptadas para a coleta de resíduos
sólidos flutuantes, que contribuem para a limpeza das águas da Baía da Guanabara.
O projeto utiliza 10 embarcações compondo um sistema integrado que retira,
armazena e encaminha os resíduos coletados para aterros sanitários, evitando que
o lixo não contido pelas ecobarreiras e provenientes de outras fontes permaneça
nas águas da Baía.
As embarcações são monitoradas por GPS e guiadas por um sistema de previsão da
concentração de lixo por meio de modelos numéricos que consideram ventos e
correntes. O processo integrado contribui para otimizar o recolhimento do lixo
flutuante e aumentar a eficácia da operação.
4.3.2.3. Programa de Saneamento da Bacia de Jacarepaguá – PSBJ
Responsável: Governo Estadual (CEDAE)
O Programa de Saneamento da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e
Jacarepaguá visa a implantação de redes coletoras de esgoto e estações
elevatórias, direcionando o esgoto proveniente das regiões do Eixo Olímpico, da
Restinga de Itapeba e do entorno da Lagoa da Tijuca para a Estação de Tratamento
de Esgoto da Barra e, em seguida, para o Emissário Submarino da Barra, absorvendo
o esgoto gerado pelo crescimento populacional da região.
Os impactos positivos são diversos com destaque para a melhoria da qualidade das
águas das lagoas da região.
Recuperação ambiental do Sistema Lagunar de Jacarepaguá
Responsável: Governo Estadual (SEA)
A recuperação ambiental do Complexo Lagunar de Jacarepaguá consiste no
desassoreamento das lagoas de Jacarepaguá, Camorim, Tijuca e Marapendi, na
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
74
ampliação do molhe do canal da Joatinga e na recuperação de manguezais do
entorno das lagoas.
O projeto visa uma maior renovação hídrica nestas lagoas, propiciando melhoria da
qualidade das águas, além de possibilitar a prática de esportes aquáticos.
O projeto foi iniciado com a instalação de sete quilômetros de cercas, limpeza dos
manguezais e plantio de 30 mil mudas de mangue para recuperação e proteção da
faixa marginal das lagoas de Camorim e Tijuca, na Barra da Tijuca. Ainda serão
instaladas quatro ecobarreiras no complexo lagunar.
Em virtude de intervenções do Ministério Público, a dragagem das lagoas foi
atrasada em um ano e meio, o que impactou no orçamento previsto para as
intervenções no sistema lagunar.
A Secretaria de Estado do Ambiente está fazendo um grande esforço orçamentário,
mesmo diante da crise, dando andamento ao detalhamento do projeto executivo
para a construção do molhe – estrutura costeira feita por pedras e blocos de
concreto - na embocadura do Canal da Joatinga. A intervenção vai possibilitar que
a vazão da água das lagoas se dirija mais para o alto-mar, favorecendo a qualidade
das águas costeiras.
4.3.2.4. Outros projetos de recuperação ambiental de corpos
hídricos
Rio Marangá
Responsável: Governo Municipal
Realização de intervenções no Rio Marangá para proteger a calha do rio contra
erosões; evitar a aceleração do escoamento para jusante, com a recuperação da
mata ciliar junto às margens e novos plantios. As obras devem estar concluídas até
a data de abertura dos Jogos Rio 2016. A bacia do Rio Marangá está recebendo
ainda a ampliação da cobertura do sistema de esgotamento sanitário, que estará
completa até 2016. Já foram implantados mais de 130 km em novas redes coletoras
e mais de 11 km de coletor tronco, bem como já foram construídas 7 estações
elevatórias, além do estágio avançado da construção da Estação de Tratamento de
Deodoro que atenderá esta região.
Controle de Enchentes da Grande Tijuca
Responsável: Governo Municipal
A região da Praça da Bandeira possui importância estratégica para os Jogos por ser
a principal ligação viária entre as instalações existentes na Zona Maracanã. O
projeto, de responsabilidade do Governo Municipal e com recursos do PAC, visa
controlar as cheias oriundas de chuvas que ocasionalmente ocorrem na região, e
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
75
dar melhor funcionalidade aos sistemas de drenagem e manejo de águas pluviais na
região da grande Tijuca.
O projeto contempla a construção de reservatórios voltados ao retardo e
amortecimento dos picos de vazão das cheias. Os reservatórios da Praça da
Bandeira com volume de 18 milhões de litros e da Praça Niterói, com capacidade
para armazenar 58 milhões de litros já estão concluídos. O reservatório da Praça
Varnhagen, com capacidade para 43 milhões de litros, foi concluído em junho de
2016.
O projeto inclui também intervenções em cursos d'água, como a construção de um
túnel para desviar o rio Joana. Atualmente o rio deságua no Canal do Mangue, que
consiste no único ponto de deságue das águas pluviais da Grande Tijuca. As obras
em curso mitigarão de forma significativa as enchentes na bacia hidrográfica local,
pois a região passará a ter um segundo deságue diretamente na Baía de Guanabara.
4.3.3. Compensação das Emissões de Carbono geradas
pelos Jogos Rio 2016
4.3.3.1. Pegada de Carbono dos Jogos Rio 2016
Responsável: Comitê Rio 2016
O Rio 2016 adota um critério abrangente para abordar o impacto das mudanças
climáticas e o cuidado com a pegada de carbono. Os princípios adotados pelo Rio
2016 para reduzir a pegada são:
Compreender e medir a pegada de carbono de forma transparente e
abrangente;
Reduzir a pegada própria do Rio 2016, evitando as emissões na fonte e
reduzindo-as por meio de medidas de eficiência;
Nas emissões inevitáveis, substituir os sistemas convencionais por
tecnologias de baixa emissão de carbono;
Compensar as emissões da operação e as emissões dos espectadores por
meio da mitigação tecnológica;
Compensar as emissões das instalações e das obras de infraestrutura (cerca
de 1,6 milhões toneladas de CO2 eq) por meio de projetos de
reflorestamento ambiental e iniciativas de promoção de economia de baixo
carbono.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
76
O Rio 2016 segue a metodologia própria, adaptada daquela criada por Londres
2012, para entender e medir a pegada de carbono dos Jogos Rio 2016. O primeiro
passo desta metodologia é antecipar os impactos de carbono para que possam ser
evitados, reduzidos ou compensados. Os parâmetros técnicos foram adaptados para
a realidade brasileira e atualizados de acordo com as descobertas científicas mais
recentes sobre o assunto.
A figura a seguir ilustra esta metodologia adotada dentro da Estratégia de Gestão
de Carbono do Comitê Rio 2016.
Quadro 5 – Estratégia de gestão de carbono do Rio 2016
Fonte: Comitê Rio 2016 – Relatório de Gestão da Pegada de Carbono dos Jogos Rio 2016
Esta metodologia refere-se a diversas normas internacionais, mais particularmente
ao Protocolo GHG. O cálculo leva em conta não somente os Jogos propriamente
ditos, mas também as atividades relacionadas à preparação, realização e
desmontagem, contabilizadas retrospectivamente desde 2009, quando a cidade
ganhou o direito de sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Parte dessas emissões
ocorreu gradualmente durante os sete anos de preparação, como as obras de
infraestrutura (instalações esportivas, infraestrutura de transporte, infraestrutura
urbana, etc.), também as atividades operacionais (consumo de energia nas
instalações, transporte da Família Olímpica etc.) e as emissões atribuídas aos
espectadores que ocorrerão durante os Jogos. E, finalmente, algumas outras
emissões ocorrerão durante um curto período de tempo, depois dos Jogos, na fase
de desmontagem.
Desta forma, a pegada de referência é uma avaliação inicial da pegada total dos
Jogos (própria, compartilhada e associada) que não contabiliza os esforços de
redução. Ela adota uma abordagem usual (BAU – “business as usual”) de emissões,
baseada em uma ou mais das seguintes opções:
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
77
Conformidade com a legislação brasileira (por exemplo, regulamentos de
construção e planejamento);
Adoção de práticas padrão da indústria brasileira (por exemplo, abordagem
da gestão de resíduos, tipo de cimento utilizado);
Comportamentos esperados dos espectadores e das Famílias Olímpica e
Paralímpica (por exemplo, demanda de catering);
Similaridade com edições anteriores dos Jogos (por exemplo, cerimônias e
demanda de mídia);
Estimativa da média de emissões setoriais por R$ (reais) gastos (com base
em dados históricos);
Utilização de dados básicos da cidade-sede em questão (por exemplo,
divisão de modal de transporte).
Com base nesta metodologia, a pegada de carbono dos Jogos está estimada em 3,6
milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (3,6 milhões t de CO2 eq).
O quadro 6 mostra as emissões de GEE das quatro categorias principais:
espectadores, obras de infraestrutura, construção de instalações e operações.
Quadro 6 – Cenário de referência da pegada de carbono
Fonte: Comitê Rio 2016 – Relatório de Gestão da Pegada de Carbono dos Jogos Rio 2016
Considera-se que os Jogos Rio 2016 são um projeto e não uma organização
convencional. Por isso, todas as emissões causadas pelo evento são,
necessariamente, adicionais. Assim, a tarefa mais importante é, indiscutivelmente,
evitá-las. E isso será possível por meio da definição de um escopo exato do projeto
e da eliminação de emissões, através dos processos de planejamento e de compras.
Os fatores de redução e substituição estão diretamente relacionados à eficiência e
à utilização – sempre que for possível e viável financeiramente – de tecnologias de
baixa emissão e/ou emissão zero de carbono.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
78
O Comitê Rio 2016 espera reduzir suas emissões próprias em 18,2% em relação ao
cenário de referência. Os esforços do Comitê Rio 2016 estão focados no
planejamento e operação dos Jogos para reduzir as emissões de GEE na fonte:
Evitando emissões através de processos cuidadosos;
Reduzindo o carbono incorporado aos materiais através de design inteligente
e compras sustentáveis;
Substituindo os combustíveis fósseis por combustíveis renováveis e
alternativos.
Dentro deste escopo de redução, listamos algumas das medidas específicas que
estão sendo consideradas:
Redução de emissões por meio de um planejamento de energia cuidadoso;
Redução das emissões na frota de veículos Rio 2016;
Redução de emissões incorporadas em estruturas temporárias;
Redução das emissões em outros materiais;
Redução das emissões de alimentos e bebidas.
O Comitê Rio 2016 possui ainda a meta de atingir 500.000 toneladas de carbono
equivalente para compensar as emissões próprias (ou diretas) do próprio Rio 2016,
além de incluir também a mitigação de 1,5 milhão de toneladas de carbono
equivalente para compensar as emissões dos espectadores.
Os projetos de compensação estão sendo implementados pela Dow, parceiro oficial
de carbono do Rio 2016, desde o lançamento da parceria (realizada em setembro
de 2014) até dezembro de 2016 (período de implementação). Os resultados da
mitigação em termos de benefícios climáticos serão realizados a partir da
implementação dos projetos até dezembro de 2026 (período de realização).
Foi desenvolvido um programa de mitigação sob medida para o contexto
tecnológico brasileiro. O objetivo é gerar benefícios climáticos a partir de projetos
de mitigação de carbono via aplicação de tecnologias desenvolvidas nos setores de
agropecuária, eficiência industrial, preservação e proteção de alimentos e
eficiência na construção civil.
Os critérios adotados para escolha da carteira de projetos são: viabilidade
econômica no contexto Brasil/América Latina, tempo de retorno do investimento,
ir além das práticas comuns do mercado (BAU – “business as usual”) e deixar um
legado positivo para a economia brasileira. Os projetos devem possuir potencial
para demonstrar a viabilidade da transição para uma economia de baixo-carbono,
ao mesmo tempo em que geram novas oportunidades de negócio e empregos no
curto prazo.
Todos os projetos implementados no âmbito da parceria de mitigação de carbono
seguem os critérios que visam assegurar que benefícios climáticos sejam
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
79
efetivamente criados e mensuráveis, com auditoria independente das
compensações relacionadas às emissões diretas do Rio 2016. O portfólio de projetos
de mitigação é composto prioritariamente por projetos nas seguintes áreas:
Preservação e conservação de alimentos – Promoção de práticas agrícolas
que melhorem a produtividade e reduzam emissões. Novas embalagens e
tecnologias de conservação de alimentos, visando reduzir a quantidade de
desperdícios ao longo da cadeia produtiva.
Eficiência industrial – Medidas de aumento da eficiência energética em
operações, processos industriais e materiais.
Eficiência na construção civil – Projetos que melhorem a eficiência
energética na construção civil e disseminem soluções de baixo-carbono no
setor de infraestrutura.
Maiores detalhes sobre a estratégia podem ser obtidos no relatório de Gestão da
Pegada de Carbono Rio 2016 no endereço a seguir:
http://www.rio2016.com/sites/default/files/parceiros/rgpc-
rio2016_out2014.pdf
4.3.3.2. Programa Jogos Limpos 2016
Responsável: Governo Estadual
O Programa Jogos Limpos 2016, coordenado pela Secretaria de Estado do Ambiente
(SEA) e executado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA), tem como objetivo o
cumprimento do compromisso olímpico de compensação das emissões de gases de
efeito estufa (GEE) relacionadas aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
O desafio era dimensionar a pegada de carbono dos Jogos. Para tal, foi contratada
consultoria independente para estimativa das emissões, ex-ante, e, com base nesse
resultado, foi estabelecida a estratégia de mitigação a ser utilizada.
Em entendimentos entre o Comitê Rio 2016, a Casa Civil e a SEA, ficou decidido
que a compensação da pegada olímpica deveria ser feita com responsabilidades
compartilhadas entre o governo do estado e o Comitê Rio 2016.
Com meta de redução estimada em 3,6 milhões de tCO2 eq, coube ao Comitê Rio
2016 a compensação de 54% das emissões, correspondentes a aproximadamente 2,0
milhões de tCO2 eq. Ao governo do estado do Rio de Janeiro coube a compensação
de 46% das emissões, correspondentes a 1,6 milhões de tCO2 eq, emitidos nas obras
das instalações olímpicas e infraestrutura para a cidade.
A partir de então, ficou decidido pelos signatários que os indicadores de
atendimento desse compromisso não seriam somente os números de árvores
plantadas ou a quantidade de hectares recuperados, mas sim a quantidade de
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
80
toneladas de carbono retiradas da atmosfera por meio de diversas iniciativas de
mitigação e compensação adotadas e incentivadas pelo governo do estado do Rio
de Janeiro, além da utilização de créditos ambientais “performados”.
Para o atendimento do compromisso de compensação das emissões, foram
formuladas estratégias que vêm sendo implementadas pelas agências ambientais do
Estado conforme descrito abaixo.
a) Reflorestamento de áreas alteradas: Até março de 2016, o INEA, através de
seus programas de compensação ambiental, havia restaurado 5.437 ha por meio do
plantio de mudas de espécies florestais nativas e seringueiras, com o potencial de
abatimento estimado em aproximadamente 1,8 milhões de tCO2 eq da atmosfera.
Porém, devido à legislação ambiental, o estado levará em conta apenas os plantios
excedentes que totalizam uma área de 3.275 ha originando aproximadamente 1,1
milhões de tCO2 eq, o que corresponderia a cerca de 68,7% da meta do governo do
estado do Rio de Janeiro (tabelas 1 e figuras 1 e 2, abaixo).
Todos os plantios realizados e os vindouros serão consolidados dentro de um
Programa de Reflorestamento (POA - do inglês Program of Activities), em caráter
continuo, haja vista a demanda corrente de projetos de reposição no estado e o
cumprimento da legislação florestal. O programa será certificado e validado por
uma terceira parte independente e disponível na plataforma do INEA da
Restauração Florestal (http://www.restauracaoflorestalrj.org).
Quadro 7 – Potencial de sequestro de carbono nos excedentes dos plantios
(valor médio assumido = 320 tCO2 eq/ha/ano).
b) Quantificação dos estoques de carbono nas Unidades de Conservação (UC): As
Unidades de Conservação do Estado, administradas pela SEA/INEA, totalizam uma
área de aproximadamente 450.000 ha, sendo 210.000 ha de proteção integral e
240.000 ha de uso sustentável distribuídas nas 9 regiões hidrográficas do território
estadual. As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), somam
aproximadamente 6.000 ha de florestas, com um potencial de geração de créditos
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
81
nas UCs da ordem de dezenas de milhões de tCO2 eq, formando corredores de
vegetação com o objetivo de interligar os fragmentos florestais do estado.
Portanto, considerando a oportunidade da base legal/fiscal para ativos ambientais
criadas pela Secretaria do Tesouro Nacional, regulando a apropriação do “bem
intangível” na contabilidade publica e em consonância com as políticas estadual de
mudanças climáticas e de desenvolvimento florestal, o INEA através da sua
Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas (DIBAP) vem ultimando esforços para
a definição das linhas de base das fitofisionomias por região hidrográfica através da
quantificação dos estoques de carbono das UCs.
c) Crédito ambientais: A utilização de créditos ambientais é uma das estratégias
para cumprir com o compromisso de compensação das emissões de GEE. Foi
desenvolvida com base na iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para a
Copa das Confederações 2013 e da Copa do Mundo 2014 que utilizou, com sucesso
deste mesmo mecanismo para a compensação dos GEE do Campeonato Mundial de
Futebol, realizado no Brasil em 2014.
Entende-se por créditos ambientais, aqueles provenientes dos seguintes
mecanismos:
1- Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL23) - Reduções Certificadas de
Emissões (RCEs) registradas no Comitê Executivo do MDL;
2- Reduções Voluntárias de Emissões (RVE24) - certificadas, validadas e RVEs
custodiadas por instituição internacional de “primeira linha”;
3- Standard Voluntário de Carbono (SVC25) – Unidades Verificadas de Carbono
(UVCs) certificadas, validadas e custodiados por instituição internacional de
“primeira linha”;
4- Projetos de créditos originados em áreas de vegetação nativa, preservadas
e conservadas nos termos do art. 3º, Inciso XXVII, da Lei 12.651, de 25 de
maio de 2012 (Código Florestal) devidamente certificados, validados e
custodiados como ativos de natureza econômica (CNAE subclasse 0220-
9/06) com seus devidos instrumentos de origem.
Para isso a SEA, através de um chamamento público, buscou empresas que queiram
doar Créditos Ambientais originados de projetos brasileiros certificados e validados
por certificadora independente. Os créditos doados deverão ser cancelados das
contas dos participantes de projetos para garantir que elas não sejam usadas
futuramente para outros fins.
23 do termo em inglês – Clean Development Mechanism
24 do termo em inglês – Verified Emissons Reductions
25 do termo em inglês – Voluntary Carbon Standard
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
82
Resultados preliminares
Estratégia florestal: Plantios e carbono equivalente computável (executado +
em negociação): 846.915 tCO2 eq estocados em plantios de 4.790.843 de
árvores nativas e seringueiras, utilizadas na restauração de 2.491 ha de
terras degradadas, correspondentes a 53% da meta do governo do estado.
Levantamentos preliminares dos estoques de carbono das UCs através de
modelagens matemáticas baseadas em dados primários no estado
demonstram o potencial de geração da ordem de milhões de tCO2 eq.
Estratégia da doação de créditos ambientais: A SEA publicou no dia 29 de
abril a Resolução no 509 criando o Selo de Sustentabilidade Jogos Limpos
2016 para ser concedido as empresas interessadas em participar do projeto
de compensação de emissões, sob a responsabilidade do Governo do Estado
do RJ.
Posteriormente, em 17 de maio do corrente ano foi publicado o chamamento
público com os critérios para a doação das empresas interessadas em
participar do processo de compensação das emissões dos GEE, de
responsabilidade do governo do Estado do RJ.
Legado ambiental: Como legado ambiental para o estado do Rio de Janeiro
poderíamos destacar os seguintes pontos:
Implementação da política de mudanças climáticas do estado (Lei no
5.690/2010 e Decreto no 43.216/2011)
Consolidação da política florestal através da implementação do novo
Código Florestal e os Distritos Florestais recém-criados (Dec. no
45.597/2016);
Conservação da biodiversidade, com a ampliação das áreas
circundantes das unidades de conservação e expansão de habitats;
Restauração de nascentes, Áreas de Preservação Permanente (APP) e
Reserva Legal (RL) conforme o Código Florestal (Lei no 12.651/2012), áreas
de recarga e de manutenção de corpos d’água;
Conservação do aspecto cênico, cultural e promoção de corredores
biológicos para a conexão de fragmentos florestais isolados através do
Programa Estadual de Apoio às RPPNs – RPPN-RJ;
Conversão de milhares de hectares de áreas antropizadas em
diferentes estágios de sucessão florestal através da restauração do bioma
Mata Atlântica;
Maior conectividade e resiliência da paisagem florestal;
Minimização dos processos de assoreamento dos rios;
Melhoria na qualidade do ar e nas condições microclimáticas
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
83
4.3.4. Reforçar/acelerar programas de proteção,
conservação, restauração e recuperação ambiental
4.3.4.1. Programa Rio Capital Verde
Responsável: Governo Municipal
O Programa Rio Capital Verde foi previsto no Plano Estratégico da Prefeitura do Rio
de Janeiro 2009-2012, quando consistia em um grande programa de
reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. No Plano Estratégico 2013-
2016, tendo por finalidade melhorar a cobertura vegetal da Cidade, o Programa Rio
Capital Verde incorporou também outras ações.
Reflorestamento: No Município do Rio de Janeiro, a atividade de reflorestamento
está a cargo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SMAC, que desenvolve,
desde os anos 80, o Programa Mutirão Reflorestamento, cujo objetivo é a
recomposição da cobertura florestal de ambientes degradados com a participação
de moradores das comunidades atendidas, organizados sob o regime de mutirão
remunerado.
A partir de 2010, o Programa Mutirão Reflorestamento foi ampliado, com a abertura
de novas frentes de trabalho. Com este mesmo objetivo, as atividades de
reflorestamento passaram a ser executadas também por empresas especializadas,
sob a coordenação da SMAC. Até 2009, o Programa Mutirão Reflorestamento havia
implantado 1.900 hectares de cobertura florestal.
Já no período preparatório dos Jogos Rio 2016, de 2009 até 2015, foram
implantados 1.238 hectares de áreas reflorestadas, alcançando-se mais de 3.000
hectares de áreas revegetadas desde o início das atividades de recuperação
ambiental empreendidas pela Prefeitura na cidade.
Corredores Verdes: Os corredores verdes têm a função de manter e potencializar a
conexão entre fragmentos de vegetação significativos, compatibilizando
desenvolvimento socioeconômico e proteção ambiental. Sob a coordenação da
SMAC, foi elaborado um Projeto Piloto conectando os Parques Naturais Municipais
de Marapendi – Chico Mendes – Prainha (Corredor Recreio), estando as obras já em
execução.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste Corredor Verde servirá de
base para a implantação de outros corredores propostos nos estudos da Prefeitura
do Rio, proporcionando conectividade e integração a fauna e flora e criando
espaços propícios à realização de atividades de educação ambiental e de lazer.
Estão previstas a recuperação de trilhas, inclusive com plantio de espécies nativas,
a expansão de ciclovias e a execução de cercamentos.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
84
4.3.4.2. Implantação do Parque Natural Municipal da Barra – Nelson
Mandela
Responsável: Governo Municipal
Ainda para a região da Lagoa de Marapendi, está em processo de contratação a
primeira etapa das obras de implantação do Parque Natural Municipal Barra da
Tijuca - Nelson Mandela, cuja área total é de 1,63 milhões de m², que considera a
recuperação de áreas degradadas, a construção da sede administrativa, a
implantação de infraestrutura de água e esgotamento sanitário e a execução de
rotas de acesso e trilhas cicláveis.
O Parque Nelson Mandela, que compreende o cordão arenoso entre a Avenida Lucio
Costa (praia da Barra da Tijuca) e a Lagoa de Marapendi, foi criado como
compensação pela utilização, pelo Campo Olímpico de Golfe, de uma área de 58
mil m² do Parque de Marapendi. Com sua instituição, ficou vedado o licenciamento
de construção, edificação, acréscimo ou modificação de uso em edificação,
parcelamento do solo, abertura de logradouro e instalação de mobiliário urbano na
área delimitada pelo Parque, com exceção de construções de interesse público e de
atividades permitidas na Zona de Conservação de Vida Silvestre. Antes da criação
do Parque, era permitida a construção no local.
4.3.5. Expandir monitoramento meteorológico, da
qualidade do ar e da água nas regiões dos Jogos
O monitoramento ambiental foi adequado à realidade dos Jogos, principalmente
para atender às demandas das Federações Esportivas sobre alguns requisitos
ambientais. A demanda foi atendida com a ampliação da rede disponível, por meio
de implantação de diversas estações de monitoramento e integração de
informações meteorológicas nas regiões dos Jogos.
4.3.5.1. Monitoramento meteorológico
Responsáveis: Governos Federal, Estadual e Municipal
Várias estações já funcionam integradas através de um sistema meteorológico, que
atende aos padrões internacionais mais exigentes, permitindo a emissão de boletins
periódicos sistemáticos, que são entregues às Federações Esportivas. O processo
envolve cerca de 80 estações meteorológicas e aproximadamente 40 profissionais
das seguintes instituições: Prefeitura do Rio, por meio do Sistema Alerta Rio e do
Programa Monitorar-Rio, Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Marinha do Brasil,
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE), Departamento de
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
85
Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e
Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta).
4.3.5.2. Monitoramento da qualidade do ar
Responsáveis: Governos Estadual e Municipal
Através da implantação de diversas estações de monitoramento da qualidade do ar,
o programa está baseado nas redes automáticas MonitorAr-Rio, do Município, e do
INEA, do Estado, que medem continuamente as concentrações de poluentes, em
especial os níveis de concentração de partículas inaláveis e de ozônio, bem como
acompanha as condições meteorológicas nas regiões dos Jogos.
Os boletins de qualidade do ar são acessáveis pelo link:
http://www.rio.rj.gov.br/web/smac/monitorar-rio1
4.3.5.3. Monitoramento da qualidade das águas
Responsáveis: Governos Estadual e Municipal
O monitoramento da qualidade das águas é realizado pela Prefeitura do Rio e pelo
Governo do Estado, e as séries históricas de monitoramento remontam às décadas
de 70 (estadual) e 90 (municipal). No caso específico do monitoramento para os
Jogos foi planejado um aperfeiçoamento do sistema, voltado para aumentar a
precisão das informações nas áreas onde ocorrerão competições.
O processo conta com a modernização e ampliação do monitoramento sistemático
realizado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA), nas praias compreendidas
entre as Zonas Oeste e Sul do município do Rio de Janeiro, com destaque para as
praias de Copacabana e Flamengo, incluídas como áreas de competições Olímpicas,
além da Baía de Guanabara.
Os boletins de balneabilidade das praias que receberão competições dos Jogos
Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 são disponibilizados duas vezes por semana no
site:
http://www.inea.rj.gov.br/Portal/MegaDropDown/Monitoramento/Qualidadedaag
ua/Praias/BalneabilidadeporMunicpio/RiodeJaneiro/ZonaSuldoMRJ
Os boletins de balneabilidade das raias de competição de vela dos Jogos Olímpicos
e Paralímpicos Rio 2016, localizadas na Baía de Guanabara, são disponibilizados no
site:
http://www.inea.rj.gov.br/Portal/MegaDropDown/Monitoramento/Qualidadedaag
ua/aguasInteriores/Qualificaodeguas/RHV-
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
86
BaiadeGuanabara1/index.htm#/BoletimEspecialdaBa%C3%ADadeGuanabara-
%C3%81readeProvasOl%C3%ADmpicas
O monitoramento da qualidade da água da Lagoa Rodrigo de Freitas é realizado
pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC), de forma contínua, por meio
de sonda multiparamétrica que envia dados à central a cada 30 minutos, e de
forma pontual, em cinco estações permanentes, com coletas efetuadas duas vezes
por semana, além de análises amostrais dos canais e rios ligados à Lagoa, com
periodicidade semanal.
Os boletins do programa de “Gestão Ambiental do Sistema da Lagoa Rodrigo de
Freitas” são disponibilizados periodicamente no endereço do site:
http://www.rio.rj.gov.br/web/smac/gestao-da-lagoa-rodrigo-de-freitas
box 3
Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade do Rio de Janeiro
Em junho de 2012 durante a Cúpula dos Prefeitos – evento paralelo à Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável-Rio+20 - a Cidade do Rio de Janeiro e o
Banco Mundial lançaram um programa pioneiro na esfera municipal para colocar em prática
ações para o desenvolvimento de baixo carbono da cidade.
Certificado de acordo com a norma ISO, o programa visa auxiliar o município no
monitoramento e contabilização dos investimentos de baixo carbono e das ações de
mitigação de mudanças climáticas em diferentes setores. O programa representa um
modelo de negócio que pode ser aplicado em várias cidades ao redor do mundo. As cidades
são responsáveis por 2/3 do consumo mundial de energia e 70% das emissões de gases do
efeito estufa.
A meta do Rio de Janeiro é garantir 2,3 milhões de toneladas de reduções de emissão até
2020, o que equivale a 20% das emissões do município em 2005. Esta meta será alcançada
por meio de uma série de projetos e políticas, que já começaram a ser implementadas
como a duplicação da rede de ciclovias da cidade, a inauguração do primeiro dos quatro
corredores exclusivos do sistema de transporte BRT (“Bus Rapid Transit”) e a política de
universalização do saneamento básico na Zona Oeste, área mais populosa da cidade.
Através do Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade do Rio de Janeiro
uma estrutura para coleta e análise de dados vem sendo desenvolvida com o intuito de
promover projetos de baixo carbono e, ao mesmo tempo, quantificar e validar as reduções
de emissão. Estas reduções poderão ser utilizadas na contabilização das metas do Rio ou
comercializadas na forma de créditos de carbono. Na primeira etapa, o programa inclui
dois projetos piloto nas áreas de florestas urbanas e transportes urbanos não-motorizados
(bicicletas). Posteriormente o Programa deverá englobar outros setores como os corredores
expressos de ônibus (BRT), políticas de reciclagem, eficiência energética em edifícios e
iluminação pública, dentre outros.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
87
4.4. Gestão de resíduos
4.4.1. Desativar e iniciar recuperação ambiental dos lixões
e implantar sistema integrado de tratamento de
resíduos sólidos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei federal nº 12.305 de agosto de 2010,
prevê a desativação de todos os lixões estabelecidos no país até 2014, bem como
sua substituição por aterros sanitários. Cumprindo o compromisso contido no Dossiê
de Candidatura e atendendo à nova legislação federal, a primeira medida
implementada no âmbito dos Jogos sobre o tema foi o fechamento, em junho de
2012, dos lixões que funcionavam em Gramacho e Gericinó. Paralelamente ações
visando a inserção social dos catadores de resísuos sólidos que atuavam nos antigos
lixões foram implementadas no intuito de promover a qualificação profissional e
inclusão social26.
A lei também tornou obrigatória a elaboração de Plano de Gestão de Resíduos
Sólidos, que inclui o tratamento do lixo e sua reciclagem. Entre as medidas
planejadas no âmbito dos Jogos sobre Resíduos Sólidos estão:
Nova Central de Tratamento de Resíduos (CTR) Responsável: Governo Municipal
A Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Seropédica começou a funcionar em
abril de 2011. Com capacidade para receber e tratar, diariamente, 10 mil toneladas
de resíduos coletados por toda a cidade, o CTR Seropédica é um dos mais modernos
da América Latina. Sob responsabilidade do Governo Municipal, foi construída de
acordo com modernas tecnologias de engenharia sanitária e ambiental (ver box 4).
O CTR passou a receber 100% do resíduo sólido do município do Rio de Janeiro,
cerca de 9.000 toneladas/dia. Além da área de tratamento sediada no município de
Seropédica o CTR se completa com sete estações de transferência, situadas nos
bairros de Marechal Hermes, Caju, Penha, Bangu, Tanque, Vargem Pequena e Santa
Cruz. Nessas estações ocorre a transferência dos resíduos para veículos com maior
capacidade de transporte, melhorando assim as condições de tráfego nas vias
públicas.
O material é separado, classificado e pesado, e em seguida é levado para
reciclagem. O que não pode ser transformado é coberto com argila. Para não haver
qualquer tipo de contaminação.
26 Para tratar dos programas e dos aspectos mais espefícios da inclusão social dos catadores de resíduos e do processo de
reciclagem no planejamento dos Jogos Rio 2016, o tema será abordado no capítulo Pessosas, item 5.3.2.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
88
Recuperação ambiental de Gramacho Responsável: Governo Municipal
A recuperação ambiental de Gramacho é responsabilidade do Governo Municipal e
tem por base um sistema de recuperação e beneficiamento de biogás inédito no
Brasil, purificando-o de modo a atingir o padrão calorífico do gás natural e
permitindo sua venda à Petrobrás para ser usado como gás de processo na Refinaria
Duque de Caxias.
Este projeto está inserido no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, estabelecido
pelo Protocolo de Quioto, o qual permite a venda de créditos de carbono, cuja
receita será partilhada entre a concessionária, a COMLURB, e um fundo de
valorização do bairro de Jardim Gramacho. Até o ano de 2027 (prazo de 15 anos da
concessão para exploração do biogás do aterro), a concessionária terá sob sua
responsabilidade a manutenção da segurança da área, o monitoramento geotécnico
e ambiental, o controle dos assentamentos do solo, a preservação da
estanqueidade do aterro em relação aos recursos hídricos em seu entorno, a
conformação dos taludes e a implantação de cobertura vegetal em toda a sua
superfície.
box 4
CTR de Seropédica - Tecnologias utilizadas
Entre as principais tecnologias empregadas pela CTR Seropédica estão a tripla camada de
impermeabilização do solo, feita com mantas reforçadas de polietileno de alta densidade
(PEAD), e sensores ligados a um software, que indica qualquer anormalidade no solo. Além
disso, no local, o chorume - líquido resultante da decomposição dos resíduos - é tratado e
transformado em água de reuso; e o biogás, transformado em energia em um projeto
dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que proporcionando ainda a obtenção de
créditos de carbono.
Biogás
Composto por cerca de 50% de metano, o biogás é um dos principais poluentes gerados
pela decomposição do lixo, colaborando para o efeito estufa. O biogás pode ser levado a
uma usina de geração de energia ou ser tratado e purificado para ganhar propriedades
semelhantes às do gás natural, para comercialização.
Para a geração de energia, o gás captado no aterro é altamente inflamável, podendo ser
usado como combustível para equipamentos de geração de energia. O aproveitamento
bioenergético desenvolvido na CTR tem capacidade de gerar 30 MW de energia, quando o
empreendimento estiver em pleno funcionamento, o que corresponde à iluminação de uma
cidade de 200 mil habitantes.
Do chorume à água de reuso
O tratamento do chorume, um dos principais passivos da má gestão de aterros sanitários,
também ganha tecnologia inovadora, com a implantação da CTR, transformando o líquido
tóxico em água de reuso.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
89
4.4.2. Alinhar e implantar os planos de gestão de resíduos
de todas as construções, garantindo manejo e
tratamento final adequado
Nas fases de projeto, demolição e construção das obras relacionadas aos Jogos,
principalmente as da Matriz de Responsabilidades, as seguintes diretrizes de gestão
de resíduos vêm sendo adotadas:
Recuperação de material de demolição para reutilização e/ou reciclagem.
Utilização de material reciclado e/ou agregados secundários para a
construção de espaços de estacionamento e infraestrutura de grande porte.
Garantia contratual de uma taxa alta de recuperação de materiais de
desmontagem de estruturas provisórias durante a transição e no pós-Jogos.
Todas as construções integrantes do Programa Olímpico e Paralímpico Rio 2016 têm
seus Planos de Gestão de Resíduos aprovados e acompanhados através dos
procedimentos de licenciamento ambiental, seguindo a legislação Federal e
Municipal que tem como objetivo a redução, reuso, reciclagem e destinação final
adequada dos resíduos.
Nas instalações temporárias a cargo do Rio 2016, as empresas contratadas para
montar e desmontar as estruturas, são responsáveis pela elaboração e
implementação de um plano integrado de resíduos, de acordo com o exigido pela
Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O Rio 2016 verifica em campo o cumprimento das atividades previstas nos planos,
atividade já em curso durante os eventos teste. Para maiores detalhes, acesse o
Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentável do Comitê Rio 2016 no seguinte
endereço:
http://portaldesuprimentos.rio2016.com/sustentabilidade
4.4.2.1. Gestão e tratamento responsável dos resíduos sólidos das
operações dos Jogos
Responsável: Rio 2016
A gestão de resíduos27 é sem dúvida um dos elementos mais visíveis do programa de
sustentabilidade. O Rio 2016 reconhece o potencial dos Jogos em demonstrar que a
gestão adequada dos resíduos, desde o planejamento até o legado, traz benefícios
concretos, tanto financeiros quanto ambientais.
27 O item “Gestão e tratamento de resíduos sólidos corporativos” do PGS v1 foi consolidado em apenas um item, pois está
incorporado neste item que trata das operações dos Jogos.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
90
Um evento do porte e repercussão dos Jogos é uma oportunidade ímpar para
implantar sistemas, melhorar infraestruturas e estabelecer padrões operacionais
que possibilitem reduzir a quantidade de resíduos gerada e maximizar a
reutilização e reciclagem.
Outra prioridade é usar atividades educativas, culturais e oportunidades de
comunicação com o público para promover estilos de vida baixa produção de
resíduos e incentivar a adoção de hábitos de coleta seletiva e reciclagem.
A hierarquia abaixo, organizada por ordem de preferência ambiental, é premissa
para a gestão e manejo de resíduos dos Jogos:
Reduzir;
Reutilizar;
Reciclar e/ou destinar para compostagem, criando oportunidades de geração
de renda para catadores;
Usar novas tecnologias para recuperar energia;
Enviar para centro de tratamento de resíduos;
Incineração convencional.
Para garantir o sucesso da implantação de tal premissa, critérios de minimização,
reuso, reciclagem são definidos pelo Rio 2016 nos momentos iniciais do
planejamento das aquisições das áreas geradoras de resíduos. Por exemplo, as
embalagens e utensílios usados pelos serviços de alimentação serão definidos a
partir de critérios que facilitem a redução da geração de resíduos e a reciclagem. O
Comitê Rio 2016, junto com o Movimento Nacional dos catadores e os governos
estadual e federal fará a inclusão dos catadores na gestão de resíduos sólidos
durante os Jogos.
O Comitê Rio 2016 está trabalhando na elaboração de um Plano Modelo de Gestão
de Resíduos, o qual estabelece as estratégias para segregação, manejo e logística
de transporte dos resíduos nas instalações dos Jogos Rio 2016. Esse documento está
sendo a base para a elaboração de planos individuais por instalação. Metas
mensuráveis para reutilização e reciclagem estão sendo estabelecidas e
comunicadas amplamente.
A gestão de resíduos da sede corporativa do Comitê Rio 2016 está em conformidade
com a legislação brasileira e, com base na norma brasileira NBR 10.004, procura
aplicar as melhores alternativas para a eliminação de resíduos. Entre as ações
tomadas para minimizar a geração de resíduos, estão:
Não são disponibilizados copos descartáveis nas cozinhas e salas de reunião.
Nas cozinhas, estão disponíveis copos de vidro e canecas;
Os funcionários do Rio 2016 recebem um kit “antidesperdício”, com garrafa
squeeze e caneca;
O número de impressoras disponíveis foi reduzido;
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
91
As estações de trabalho não têm lixeiras individuais. Em vez disso, as áreas
comuns têm conjuntos de três lixeiras para a separação de resíduos;
Todas as instalações sanitárias têm secadores de mão, para reduzir o uso de
toalhas de papel;
Substituição de mouse sem fio por mouse com fio nas estações de trabalho,
para reduzir o uso de baterias;
O provedor de serviços de data center segue as melhores práticas
ambientais, como uma solução de armazenamento de dados que não exige
fitas magnéticas para o backup;
Para melhorar a separação de resíduos na sede, o Rio 2016 compartilha
informações sobre o assunto com os colaboradores e realiza campanhas de
conscientização.
Maiores detalhes podem ser obtidos no Relatório de Sustentabilidade do Rio 2016
no seguinte endereço:
http://www.Rio2016.com/sites/default/files/parceiros/relatoriodesustentabilida
de_Rio2016_set2014.pdf
5. Pessoas: Jogos para todos
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são, acima de tudo, uma celebração para os
atletas. No entanto, o poder de inspiração e a capacidade dos Jogos de encantar e
mobilizar faz dos mesmos um poderoso instrumento de integração entre as pessoas
e os povos. Uma das prioridades, essencial à estratégia dos Jogos Rio 2016, é
atingir a juventude do mundo inteiro, buscando promover a sua identificação com
os valores Olímpicos e Paralímpicos antes, durante e depois dos Jogos.
Principalmente para milhões de crianças e jovens em idade escolar no Estado do
Rio de Janeiro, no Brasil e em toda a América do Sul.
A transformação social através do esporte está no coração dos Jogos. Existe a
convicção de que os Jogos são um fator positivo de mudança social. Um dos
objetivos estratégicos é organizar jogos inclusivos e deixar um balanço social
positivo.
Os Jogos Rio 2016 estão se integrando ao cotidiano da sociedade brasileira e
carioca, particularmente por meio de programas educativos, culturais e voltados ao
voluntariado, além de integração de jovens das comunidades. Também tem um viés
mais permanente e educativo por meio de criação de empregos, de implantação de
programas de formação e capacitação profissional.
Também existe a forte convicção de que os Jogos Paralímpicos serão um marco na
celebração da diversidade harmônica, contribuindo para mudanças de percepção
sobre a deficiência e colocando em destaque as habilidades e capacidades das
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
92
pessoas com deficiência. O Rio de Janeiro está aproveitando esta oportunidade e
dá um salto de qualidade em relação à acessibilidade na cidade. A inclusão por
meio do desenho universal é o padrão para os novos projetos e possibilita a
mobilidade amigável tanto para pessoas com deficiência, quanto para idosos e
carrinhos de bebês, despertando a consciência de que acessibilidade é uma
necessidade de todos.
Os projetos e programas associados a questão social se estruturam em torno dos
eixos abaixo:
5.1. Envolvimento e conscientização
5.1.1. Envolver os clientes dos Jogos e as partes
interessadas na revisão e implementação do Plano de
Gestão da Sustentabilidade
Responsável: Rio 2016
Um aspecto fundamental da agenda “Jogos para Todos” é o desenvolvimento das
relações do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 com
todos os interessados, envolvendo-os na adequação e implementação do Plano de
Gestão da Sustentabilidade, cumprindo o compromisso de manter um diálogo
aberto e construtivo com as diversas partes interessadas, de modo que diferentes
pontos de vista possam ser levados em consideração.
Dada a amplitude dos eixos temáticos e do público direta ou indiretamente
envolvido com os Jogos, o Comitê Rio 2016 fez uma revisão detalhada de suas
partes interessadas (ver resumo na figura a seguir). Esta avaliação permitiu o
desenho de uma estratégia de engajamento baseada em duas abordagens
principais:
Abordagem reativa – criação de um canal de comunicação para lidar com
perguntas e dúvidas relativas a questões de sustentabilidade.
Abordagem pró-ativa - mecanismos para facilitar o diálogo e engajamento
com partes interessadas e envolvê-los na entrega de Jogos sustentáveis.
Abrange tanto as iniciativas gerais, quanto aquelas voltadas para grupos
específicos de partes interessadas.
O Rio 2016 reconhece a necessidade de um programa abrangente de envolvimento
de partes interessadas e está trabalhado com parceiros, como o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), para o detalhamento do programa
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
93
de engajamento, o qual inclui a criação de grupos de trabalho e painéis de
especialistas.
O engajamento com os diferentes grupos envolvidos nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos é fundamental para que o Comitê Rio 2016, compreendendo as preocupações de toda a sociedade, além de possibilitar um retorno quanto às estratégias, atividades e os projetos do Comitê Rio 2016.
O processo de discussão com a sociedade civil contou com três encontros realizados
em dezembro de 2013, dezembro de 2014 e novembro de 2015.
O Comitê Rio 2016 buscou o aconselhamento de especialistas locais, nacionais e
internacionais em sustentabilidade, participou de reuniões com organizações
governamentais, não governamentais e lideranças na área de sustentabilidade,
apresentou o projeto dos Jogos em eventos do setor e recebeu orientação de
comitês organizadores de Jogos anteriores e de patrocinadores.
As atenções iniciais se concentraram no mapeamento dos stakeholders e nas
oportunidades para envolvê-los. Entre os doze grupos de stakeholders (Atletas e
oficiais de delegação, Oficiais técnicos, Família Olímpica e Família Paralímpica,
Espectadores, Emissoras, Imprensa, Força de trabalho, Patrocinadores,
Fornecedores e licenciados, Parceiros de entrega, População local e Sociedade),
nove são os principais clientes: aqueles que participam dos Jogos (como os atletas,
espectadores e mídia) e aqueles diretamente envolvidos na realização do evento
(força de trabalho, fornecedores, federações internacionais etc.).
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
94
Quadro 8 - Partes interessadas e parceiros envolvidos
Fonte: Comitê Rio 2016
Após o lançamento da primeira versão do Plano de Gestão de Sustentabilidade,
ocorreram duas rodadas de consultas a agências governamentais e colaboradores do
Rio 2016. O objetivo era criar um espaço de integração, alinhamento e exercício de
planejamento coletivo para entidades que normalmente não trabalham juntas.
Em dezembro de 2013, em parceria com o Programa Ambiental das Nações Unidas
(UNEP), foi realizado o primeiro diálogo anual entre diversos stakeholders, com o
objetivo de avaliar em que medida o Plano de Gestão de Sustentabilidade
respondeu às preocupações e expectativas da sociedade em geral e também para
que o próprio Comitê Rio 2016 testasse a materialidade. Participaram 34 pessoas de
24 organizações, representando os setores ambiental, de sustentabilidade, da
pessoa com deficiência e dos direitos humanos. Ao longo deste processo de
consulta, os parceiros solicitaram a implementação de um mecanismo permanente
de diálogo e que, no futuro, mais organizações fossem envolvidas.
Adicionalmente, o Grupo de Trabalho de Sustentabilidade realizou desde a sua
criação até o final de 2015, um total de 61 reuniões, promovendo a integração das
ações de sustentabilidade envolvendo os Governos Federal, Estadual e Municipal e
o Comitê Rio 2016.
As perguntas e dúvidas colocadas pela sociedade têm sido respondidas por meio dos
sites oficiais dos Governos e do Comitê Rio 2016, além do Relatório de
Sustentabilidade publicado em 2014, e dos Relatórios do OGI, especificamente o R1
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
95
publicado em 2014 e o R2 em 2016. Esta nova versão do PGS também traz
atualizações de informações como respostas a sociedade organizada.
5.1.2. Sustentabilidade: educação, esporte,
conscientização e capacitação
O poder de inspiração e a capacidade dos Jogos de encantar e mobilizar públicos
diversos oferecem uma plataforma única para a transmissão de valores e
mensagens sobre sustentabilidade, ajudando a informar e influenciar vastas
audiências. Os Jogos funcionam também como uma grande vitrine para demonstrar
a relevância da sustentabilidade.
Dessa forma, uma série de ações educativas, formais e informais, sobre diversos
temas relacionados à agenda de sustentabilidade estão sendo desenvolvidas no
período de preparação e durantes os Jogos. Em especial, estão sendo realizadas
atividades de divulgação e promoção em torno dos seguintes assuntos apontados
como prioritários desde a candidatura do Rio aos Jogos: reciclagem e gestão de
resíduos; recursos hídricos; acessibilidade universal; inclusão social de pessoas com
deficiência.
5.1.2.1. Programa Transforma
Responsável: Rio 2016
Em linha com o compromisso de contribuir para a educação brasileira, incluindo
educação sobre os valores olímpicos e paraolímpicos, o Comitê Rio 2016
desenvolveu o Transforma, que é um programa de educação que traz os Jogos para
as escolas. Inspirado pelos ideais olímpicos e paraolímpicos, e adaptado ao
contexto brasileiro, o Transforma oferece informações e apoio às escolas,
permitindo que elas criem novas formas de ensinar a partir de memoráveis
experiências de aprendizado.
O programa tem por objetivo inspirar nos jovens o desejo de transformação através
dos ideais dos Jogos; uma transformação na maneira como eles compreendem a
vida, seus obstáculos e suas possibilidades; uma ampliação, portanto, de seus
horizontes.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
96
Figura 11 – Programa Transforma – abrangência*
Fonte: Comitê Rio 2016
Uma transformação das atitudes em relação a si mesmos e aos outros,
independentemente das diferenças. Acima de tudo, o Transforma é uma
colaboração entre governo, escolas, sociedade e, principalmente, os próprios
alunos - agentes de transformação que levarão o legado educacional dos Jogos
muito além de 2016. O Transforma tem três linhas de ação que orientam as
atividades do programa: vivenciar os valores olímpicos e paraolímpicos;
experimentar novos esportes; e reforçar o engajamento com os Jogos.
Vivenciar os valores olímpicos e paraolímpicos estimula a adoção de novos
comportamentos que servem como exemplos multiplicadores dentro e fora das
escolas. Novas experiências esportivas despertam o interesse, ampliam o
conhecimento e geram bons resultados relacionados às atividades físicas.
O engajamento com os Jogos aproxima os jovens do Rio 2016 e dos Movimentos
olímpico e paraolímpico, além de incentivar o senso de iniciativa e criatividade.
Lançado em 2013, o programa oferece às escolas materiais de instrução,
treinamentos e exercícios práticos para que os alunos possam absorver ao máximo
o conteúdo e o aprendizado dos Jogos Rio 2016.
O objetivo principal é desenvolver lições e atividades que integrem os valores dos
Jogos à rotina escolar. O programa chega às escolas por meio de quatro grupos
multiplicadores: coordenadores, professores de Educação Física, líderes estudantis
(chamados de “agentes jovens”) e seus tutores. Estes quatro grupos participam de
treinamentos sobre os Movimentos olímpico e paraolímpico e a proposta
pedagógica para o ensino dos valores dos Jogos. No treinamento já tem início,
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
97
também, o desenvolvimento de um plano de ação para a inserção do Transforma
em cada escola.
As equipes começam, então, a trabalhar com desafios: por meio de atividades
práticas, os alunos experimentam as ideias e os valores olímpicos e paraolímpicos
apresentados nos materiais de aprendizagem. Os desafios também promovem a
integração e a mobilização das comunidades do entorno da escola, envolvendo
alunos e suas famílias, professores e funcionários.
Figura 12 – Programa Transforma - capacitação esportiva
Fonte: Comitê Rio 2016
Para aprofundar a experiência esportiva dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos nas
escolas, o Transforma adotou uma metodologia de ensino que trabalha com
categorias esportivas, em vez de esportes individuais. Nesta metodologia, os
esportes são agrupados conforme a similaridade de movimento, ações ou local de
execução. Deste modo, os professores de Educação Física podem, por exemplo,
agrupar, na mesma turma, uma sequência de “esportes de contato” (como o
basquetebol, o futebol e o rugby) ou de “esportes de rebatidas” (como o tênis de
mesa, o badminton e o hóquei). Com a diversificação das práticas, o Transforma
pretende desmitificar esportes olímpicos e paraolímpicos que estejam distantes da
realidade das escolas. Além da formação teórica, os professores de Educação Física
participam de quatro cursos práticos em esportes olímpicos e paraolímpicos ao
longo do ano.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
98
Os materiais estão reunidos na seção “Aulas” e agrupados por perfil de interesse.
Em 2013, o projeto-piloto teve a participação de 15 escolas municipais do Rio. Em
2014, o programa tinha por objetivo se expandir para cerca de 200 escolas do
estado. Os números do transforma em 2015 são ilustrados na figura a seguir:
Figura 13 – Projeto Transforma - mapeamento
Fonte: Comitê Rio 2016
Todo o conteúdo educacional sobre os Movimentos Olímpico e Paralímpico, como
aulas virtuais e sugestões de atividades, estão disponíveis no site do Transforma no
endereço a seguir:
http://www.Rio2016.com/educacao/
Encontram-se também disponíveis alguns guias do programa Transforma nos
seguintes endereços:
Guia Escolar Paralímpico:
http://www.rio2016.com/educacao/sites/default/files/midiateca/aulas/guia_para
limpico_web_ok_0.pdf
Manual do Tutor - Formação de Agentes Jovens
http://www.rio2016.com/educacao/sites/default/files/midiateca/aulas/manual_t
utor_0.pdf
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
99
Figura 14 – Projeto Transforma - publicações
Fonte: Comitê Rio 2016
5.1.2.2. Esporte na Escola
Responsabilidade: Governo Federal
O tema educacional é voltado para a construção de um legado sustentável no seu
viés social, principalmente para o desenvolvimento das novas gerações. Políticas
públicas federais foram estruturadas para incentivar a prática desportiva e
estruturar uma rede de desenvolvimento de atletas tendo a escola como base. O
objetivo é a ampliação de infraestrutura e a capacitação técnica voltada ao
incentivo do esporte olímpico e paralímpico em todas as suas manifestações. Os
projetos envolvidos atendem a três eixos simultâneos: promoção à saúde,
promoção à excelência esportiva e promoção da educação olímpica e paralímpica.
O impacto que o cumprimento desses objetivos terá para o país é enorme. As
escolas poderão contar com uma infraestrutura esportiva ampliada e com mais
opções para a prática de esportes, os professores receberão treinamento para
experimentação e ensino de novos esportes e os valores olímpicos e paralímpicos
contribuirão para a formação holística dos alunos, ultrapassando a fronteira da
escola.
Essas ações têm como raízes as metas estipuladas ainda no Dossiê de Candidatura.
O cumprimento se deu por meio do fortalecimento das políticas públicas
existentes, notadamente dos programas Segundo Tempo, do ME, e Mais Educação,
do MEC. Vale salientar que a meta contida no Dossiê foi alcançada ainda em 2013:
“de 2009 a 2016 o Programa Segundo Tempo atingirá 3 milhões de crianças”.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
100
Os números do Segundo Tempo/Mais Educação, rebatizado de Esporte da Escola,
chegaram a 3.432.185 alunos atendidos em 2015, contemplando 19.637 escolas de
2.893 municípios, nos 26 estados e no Distrito Federal.
Os Governos Federal, Estadual e Municipal são parceiros confiantes no impacto
positivo que os Jogos deixarão ao país e decidiram continuar as atividades que
contribuem para o legado educacional esportivo.
Mais informações poderão ser obtidas no site do Ministério do Esporte:
http://www.esporte.gov.br
5.1.2.3. Atleta na Escola – Programa de Formação Esportiva
Responsabilidade: Governo Federal
O Programa Atleta na Escola criado pelo Governo Federal, em 2013, é uma política
pública educacional que visa incentivar a prática esportiva nas escolas de educação
básica e identificar talentos entre jovens de 12 a 17 anos. O programa é uma ação
interministerial da qual participam Ministério da Educação, Ministério do Esporte e
Casa Civil da Presidência da República.
A criação do programa foi influenciada pelo cenário esportivo ímpar que se
delineava na história brasileira, a Copa do Mundo de Futebol ocorrida em 2014 e os
Jogos Rio 2016.
Foi nesse cenário que surgiu o programa Atleta na Escola cujos objetivos são
incentivar a prática esportiva nas escolas; democratizar o acesso ao esporte;
desenvolver e difundir valores olímpicos e paraolímpicos entre estudantes da
educação básica; estimular a formação do atleta escolar e identificar e orientar
jovens talentos.
O programa contou com competições na modalidade atletismo em 2013. Em 2014,
o programa ampliou o número de escolas participantes no intuito de construir uma
ponte entre cada escola e as competições estaduais e nacionais. Nesta edição
foram incluídas as modalidades de arremesso de peso, judô e voleibol, além de 10
modalidades paraolímpicas, já constantes das paraolimpíadas escolares.
O programa Atleta na Escola divide-se em duas grandes ações: jogos escolares
(competições compostas de várias etapas que proporcionarão uma grande
participação de atletas escolares) e Centro de Iniciação Esportiva, responsável pelo
acolhimento dos talentos esportivos identificados nos Jogos Escolares.
O Ministério da Educação repassa recursos para as escolas públicas participantes do
programa para realização da Etapa Escolar. O repasse de recursos para as escolas é
feito por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). A fase escolar é
realizada em todas as escolas que demonstrarem interesse em participar do
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
101
programa desde que as Secretarias de Educação tenham aderido ao programa. As
etapas municipal e estadual/regional são organizadas pelas respectivas Secretarias
de Esporte e Educação e contam com recursos disponibilizados pela Lei nº
12.395/11. A etapa nacional é organizada pelo Comitê Olímpico Brasileiro e pelo
Comitê Paralímpico Brasileiro e será financiada com recursos da Lei nº 10.264/01.
Abaixo segue planilha com os números do programa Atleta na Escola nas duas
edições realizadas.
Quadro 9 – Escolas participantes do Programa Atleta na Escola
2013 2014
Escolas 22 mil 44 mil
Participações de atletas escolares 2.1 milhões 4.1 milhões
Estados 27 27
Municípios 4.577 4.790 Fonte Ministério do Esporte
Maiores informações poderão ser obtidas no site:
http://atletanaescola.mec.gov.br/programa.html
5.1.2.4. TV Escola
Responsabilidade: Governo Federal
A TV Escola é um canal de televisão do Ministério da Educação que, por meio dos
seus conteúdos, capacita, aperfeiçoa e atualiza educadores da rede pública desde
1996. Sua programação exibe, nas 24 horas diárias, séries e documentários
estrangeiros e produções próprias.
Os principais objetivos da TV Escola são o aperfeiçoamento e valorização dos
professores da rede pública, o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem
e a melhoria da qualidade do ensino. Considerando os Jogos Olímpicos, a TV Escola
produziu para o MEC duas séries especiais:
• PODER DO ESPORTE - uma série documental para televisão coproduzida com
a Televisión America Latina (TAL) sobre os valores fundamentais do movimento
Olímpico e Paralímpico. A partir de histórias reais, é possível conhecer como
anônimos e ilustres vivem ou viveram situações de superação, amizade, respeito,
determinação, coragem, igualdade e inspiração a partir de uma prática esportiva
profissional ou não. Latino-americanos de diferentes realidades falam sobre as
lições de vida que aprenderam com o esporte.
• TRANSFORMA NO AR - série de 16 programas produzida pela Roquette Pinto
em parceria com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
102
sobre educação e esporte. Em cada edição, Mauro Júnior conduz um encontro entre
um atleta de ponta com professores e especialistas em educação esportiva. Juntos,
eles discutem como os valores olímpicos e paralímpicos chegaram em sala de aula e
mudam não apenas o ensino de Educação Física, mas todo o cotidiano escolar.
Nesses encontros conheceremos casos em que a criatividade aliada à educação foi
fundamental para uma nova forma de conhecer o esporte e para a mudança da
realidade escolar28.
Maiores informações estão disponíveis no site:
http://tvescola.mec.gov.br/tve/home
5.1.2.5. CEUs – Centros de Artes e Esportes Unificados
Responsabilidade: Governo Federal
Os CEUs – Centros de Artes e Esportes Unificados – integram num mesmo espaço
programas e ações culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação
para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à
violência e de inclusão digital, para promover a cidadania em territórios de alta
vulnerabilidade social das cidades brasileiras. Por meio da parceria entre União e
municípios, estão sendo construídos mais de 300 CEUs, com unidades já
inauguradas nas cinco regiões do país.
A gestão dos CEUs é compartilhada entre as prefeituras e a comunidade, com a
formação de um Grupo Gestor, que fica encarregado de criar um Plano de Gestão, e
também conceber o uso e programação dos equipamentos. Para potencializar a
participação social, o MinC vem realizando amplo mapeamento sociocultural dos
Territórios de Vivência dos CEUs, como estratégia de mobilização social das
comunidades locais. Esse material auxilia na ativação dos territórios, com visitas do
MinC aos municípios para reuniões de validação dos mapeamentos juntamente aos
gestores e comunidade.
O Ministério da Cultura entregou já até 118 Centro de Artes e Esportes Unificados
com instalações esportivas de 3.000m2, contendo quadra poliesportiva coberta;
pista de skate; equipamentos de ginástica; playground e pista de caminhada e
outros de 7.000m2 contendo quadra poliesportiva coberta; pista de skate;
28 Fonte: http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/noticias/serie-educativa-aproveita-ano-dos-jogos-para-unir-esporte-e-
educacao
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
103
equipamentos de ginástica; playground, pista de caminhada, quadra de areia e
jogos de mesa.
Maiores informações sobre os CEUs estão disponíveis no site:
http://ceus.cultura.gov.br/
5.1.2.6. Centros Integrados de Esporte
Responsabilidade: Governo Federal
O Ministério do Esporte desenvolveu a concepção do Centro de Iniciação ao Esporte
(CIE) no âmbito da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC
2). O objetivo dos Centros de Iniciação ao Esporte é ampliar a oferta de
infraestrutura de equipamento público esportivo qualificado, incentivando a
iniciação esportiva em territórios de alta vulnerabilidade social das grandes cidades
brasileiras. O projeto integra, num só espaço físico, atividades e a prática de
esportes voltados ao esporte de alto rendimento, estimulando a formação de
atletas entre crianças e adolescentes.
Trata-se do maior projeto de legado de infraestrutura esportiva dos Jogos
Olímpicos e dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, que disponibilizando adequados
equipamentos para o desenvolvimento da base do esporte de alto rendimento em
áreas de vulnerabilidade social atendendo em sua etapa atual 259 municípios.
Maiores informações estão disponíveis no site:
http://www.pac.gov.br/infraestrutura-social-e-urbana/centro-de-iniciacao-ao-
esporte-cie
5.1.2.7. Ginásio Experimental Olímpico
Responsável: Governo Municipal
O Ginásio Experimental Olímpico é uma escola em tempo integral vocacionada para
o esporte, que integra formação acadêmica e esportiva, visando formar não
somente o aluno, mas também o atleta e o cidadão.
O programa foi lançado em junho de 2011 e conta com três unidades inauguradas:
Felix Mielli Venerando, no Caju (350 alunos); Dr. Sócrates, em Pedra de Guaratiba
(350 alunos); e Juan Antonio Samaranch, em Santa Teresa (500 alunos). Em 2016, a
previsão é que mais uma unidade seja inaugurada, na Ilha do Governador.
Os GEOs, como são popularmente chamados, atendem alunos do 6º ao 9º ano, em
turno integral, e mesclam atividades escolares e esportivas em um amplo espaço,
com quadras poliesportivas, piscina e pista de corrida, entre outros equipamentos.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
104
Os estudantes além da rotina de treinos, com pelo menos duas horas diárias de
prática esportiva e da participação em diversas competições, os alunos têm mais
aulas de Português, Matemática, Ciência e Inglês, aulas de reforço e
obrigatoriedade de tirar boas notas para continuarem treinando. Atletismo,
badminton, futebol, handebol, tênis de mesa e vôlei são as modalidades esportivas
oferecidas em todas as unidades. As unidades de Santa Teresa e da Pedra de
Guaratiba também têm judô e natação. Nas do Caju e da Pedra de Guaratiba, as
atividades incluem ainda luta livre e luta greco-romana.
Os resultados de excelência já podem ser observados no histórico do GEO Juan
Antonio Samaranch (1ª unidade do programa, que entrou em funcionamento em
fevereiro de 2012):
No IDEB de 2013 teve nota de 6,6 e em 2014 nota de 7,4, ficando em
terceiro lugar no ranking da rede municipal de educação
Em 2014, pela primeira vez, uma escola pública venceu o Intercolegial –
campeonato que mescla escolas públicas e privadas (e foi bicampeão em
2015).
Outras informações podem ser obtidas no portal:
http://www.ginasioexperimentalolimpico.net/
box 5
Política Nacional de Educação Ambiental
O Brasil possui uma Política Nacional de Educação Ambiental, criada pela lei
federal número 9.795, de 1999. Entende-se por educação ambiental os processos
por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação
do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida
e sua sustentabilidade. Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm
direito à educação ambiental, cabendo ao Poder Público, nos termos dos arts. 205
e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão
ambiental e promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o
engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio
ambiente.
São princípios básicos da educação ambiental:
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o
enfoque da sustentabilidade;
III - o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
105
e transdisciplinaridade;
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e
globais; e
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e
cultural.
5.1.3. Divulgar e conscientizar para o meio ambiente
Com o objetivo de inspirar mudanças na forma como a sustentabilidade é
percebida, o Rio 2016 integra cada vez mais componentes de sustentabilidade nas
comunicações internas e externas, bem como na programação de atividades
educativas e culturais.
Complementarmente, campanhas de conscientização e de promoção de
comportamentos responsáveis foram desenvolvidas junto com parceiros comerciais,
organizações internacionais e outras partes interessadas.
5.1.3.1. Campanha Passaporte Verde
A campanha do Passaporte Verde é uma iniciativa do Programa de Meio Ambiente
das Nações Unidas (PNUMA). O Comitê Rio 2016 anunciou em outubro de 2015,
apoio à esta campanha que incentiva o turismo sustentável, e tem por objetivo
aproveitar a oportunidade para ajudar na conscientização de residentes das
cidades envolvidas nos Jogos Rio 2016 e também dos visitantes sobre ações
sustentáveis e inclusivas.
O Passaporte Verde amplia a oportunidade de provocar mudanças positivas nas
pessoas, e deixar a responsabilidade com o meio ambiente também como legado
dos Jogos. Endereça a conscientização dos turistas e o compromisso de reduzir ao
máximo qualquer tipo de impacto ambiental nas cidades dos Jogos Rio 2016.
O Passaporte Verde tem uma interface com os usuários por meio de uma
plataforma digital e um aplicativo para smartphones, cuja iniciativa incentiva os
turistas a assumirem atitudes mais conscientes, respeitando o destino escolhido, a
cultura regional, além do desenvolvimento socioeconômico do local.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
106
Um guia com roteiros autênticos do Rio de Janeiro também está disponível na
plataforma. Antes e durante a realização dos Jogos, o aplicativo será atualizado
visando fornecer informações de como aproveitar a cidade de forma consciente
durante as competições.
5.1.3.2. Turismo Sustentável
Responsável: Governo Federal
O Ministério do Turismo é um dos parceiros da Campanha Passaporte Verde no Brasil
com foco nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 e atua especialmente no Rio
de Janeiro e nas demais cidades que sediarão as competições de futebol durante os
Jogos, sensibilizando turistas e toda a cadeia produtiva do turismo, visando
principalmente as práticas de produção e consumo sustentáveis.
A mobilização se dá, no período anterior aos jogos, por meio de palestras em
eventos da cadeia do turismo, datas representativas do setor, encontros com
empresários, distribuição de material nos Centros de Atendimento ao Turista,
especialmente das cidades sedes dos Jogos Olímpicos e divulgação das peças da
Campanha via Sistema de Cadastro de Prestadores de Serviço mantido pelo MTur -
Cadastur, que conta com cerca de 57.000 prestadores de serviço – dos quais 15.959
estão nas cidades sede do futebol - e via mídias digitais do MTur por meio da
replicação de posts e dicas de turismo sustentável.
5.1.3.3. Guia “Turismo e Sustentabilidade”
Responsável: Governo Federal
O guia “Turismo e Sustentabilidade”, elaborado pelo Ministério do Turismo, traz
informações e dicas a respeito de práticas sustentáveis passíveis de serem adotadas
nos empreendimentos de turismo, e que podem gerar retorno positivo no âmbito
dos quatro pilares da sustentabilidade: político-institucional, econômico,
sociocultural e ambiental. O material traz, ainda, informações e instruções de
engajamento, incentivando os empreendedores a assumirem um compromisso
voluntário com a Campanha Passaporte Verde, o que proporcionará a divulgação do
empreendimento nos sites da Campanha e dos parceiros, facilitando a escolha,
pelos turistas, de opções de serviços mais sustentáveis durante o período em que
visitarão os destinos.
A divulgação do Guia acontece durante os principais eventos de turismo, em feiras
e datas do calendário do setor que antecedem os Jogos para incentivar mudanças
positivas na rotina dos empreendimentos e adoção de boas práticas, contribuindo
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
107
para o legado de sustentabilidade da competição. O guia está disponibilizado na
página institucional do MTur.
5.1.3.4. Combate à exploração de crianças e adolescentes no
turismo
Governo Federal – Ministério do Turismo
A Lei n° 12.978, sancionada pela Presidente Dilma Rousseff em 2014, trata a
exploração sexual e tráfico de crianças e adolescentes como crime hediondo. O
Ministério do Turismo, por meio do programa Turismo Sustentável e Infância,
intensificou para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos a sensibilização da sociedade
civil e de profissionais ligados direta e indiretamente ao setor quanto à prevenção
e ao enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes no âmbito do
turismo.
Até o início dos Jogos Olímpicos o Ministério do Turismo enviará por e-mail aos
prestadores de serviços cadastrados no Cadastur – em especial aos localizados no
Rio de Janeiro e cidades sede do futebol que somam cerca de 15,9 mil registros –
um alerta de mobilização quanto à obrigatoriedade da exposição da mensagem, em
três idiomas, que informa sobre a criminalização da exploração sexual e tráfico de
crianças e adolescentes, conforme sugestão de arte elaborada pelo MTur.
Estão sendo realizados encontros, palestras e fornecimento de material para ser
usado na orientação e divulgação de atitudes para o enfrentamento da exploração
sexual e tráfico de crianças e adolescentes especialmente no Rio de Janeiro. Essas
ações têm o objetivo de conscientizar e incentivar agentes públicos e privados para
que busquem se informar sobre o tema por meio do Manual do Multiplicador,
disponível na página institucional do MTur, e propagar essas informações, atingindo
o maior número de pessoas possível.
O programa Turismo Sustentável e Infância também apóia e divulga a Campanha
Nacional “Proteja Brasil – Não desvie o olhar”, da Secretaria de Direitos Humanos
da Presidência da República – SDH, que disponibiliza canais de comunicação para a
denúncia dos casos de violação dos direitos das crianças e adolescentes: o Disque
Direitos Humanos – Disque 100, e aplicativo PROTEJA BRASIL, disponível para iOS e
android.
O Ministério do Turismo enviou material de sensibilização e ofício solicitando a
parceria de Conselhos Tutelares e Secretarias Estaduais de Turismo, em especial das
cidades sede dos Jogos Olímpicos, além de outros nove municípios do Rio de
Janeiro para distribuição das peças. Ao todo foram 50 mil itens de divulgação da
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
108
Campanha Não desvie o olhar. Fique atento. Denuncie, Proteja nossas crianças e
adolescentes da violência, produzido em parceria com a SDH.
5.1.3.5. Outras ações
Outra ação de divulgação em sustentabilidade ocorreu em agosto de 2015 quando
foi divulgada a publicação “Em Foco: Sustentabilidade Rio 2016” pelo Comitê Rio
2016, que trata, a um ano do início dos primeiros Jogos Olímpicos e Paralímpicos da
América do Sul, de uma série de desafios e oportunidades dos principais temas de
sustentabilidade envolvendo os Jogos. O documento pode ser acessado no
endereço:
http://www.rio2016.com/sites/default/files/users/rio2016_files/sal_revistagri_ri
o2016.pdf
Outros canais estão sendo utilizados para promover, mostrar e informar sobre a
agenda Rio 2016 de sustentabilidade, tais como as redes sociais e página dedicada
no sitio do Comitê Rio 2016. O objetivo é incentivar mudanças de comportamento
de espectadores, atletas, delegações, fornecedores e força de trabalho.
Os objetivos específicos da área de acessibilidade e inclusão são: combater os
estereótipos; aumentar a autoestima das pessoas com deficiência; fornecer ao
espectador e outros clientes dos jogos informações sobre rotas acessíveis e
acessibilidade dentro das venues; criar consciência sobre habilidades,
necessidades, direitos e capacidades das pessoas com deficiência.
5.1.4. Oferecer oportunidades de visitação diversificadas
em Parques Nacionais do Estado do Rio de Janeiro e
próximos às demais cidades-sede dos jogos de futebol
olímpico.
5.1.4.1. Parques das Olimpíadas
Responsável: Governo Federal
Oferecer oportunidades de visitação diversificadas em unidades de conservação do
estado do Rio de Janeiro e próximos às demais cidades-sede dos jogos de futebol
olímpico.
O Estado do Rio de Janeiro possui alguns dos principais Parques Nacionais
brasileiros, incluindo o mais visitado do País (Parque Nacional da Tijuca) e o mais
antigo (Parque Nacional do Itatiaia). São áreas que oferecem atividades
diversificadas, capazes de atrair diferentes perfis de público, promovendo a
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
109
integração do ser humano com a natureza e demonstrando o potencial do País para
conciliar a existência de grandes centros urbanos próximos a unidades de
conservação da natureza. Situação semelhante se verifica em Brasília, Belo
Horizonte e Manaus, cidades do futebol olímpico.
O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) espera um
aumento variável de público nas diferentes unidades de conservação, com destaque
para o Parque Nacional da Tijuca.
O Instituto selecionou um conjunto de unidades de conservação com maior
probabilidade de receber maior fluxo de visitantes no período dos Jogos Olímpicos
e Paralímpicos 2016. São eles os Parques Nacionais da Tijuca, de Itatiaia e da Serra
dos Órgãos, no Rio de Janeiro; de Brasília, no Distrito Federal; da Serra do Cipó, em
Minas Gerais; e de Anavilhanas, no Amazonas. Essas unidades de conservação estão
sendo preparadas para receber o aumento da visitação sem perda da qualidade do
atendimento, com reforço na quantidade de servidores e voluntários no período dos
Jogos e conclusão de obras de melhoria em andamento, incluindo a área do
complexo das Paineiras, no Parque Nacional da Tijuca, que agregará conforto,
comodidades e informações ambientais aos visitantes do Corcovado, onde está
situado o principal cartão postal do país o monumento do Cristo Redentor.
O Brasil é reconhecido internacionalmente por suas belezas naturais e grande
biodiversidade. Portanto, considerando o grande destaque que vem sendo dado à
questão de sustentabilidade nas Olimpíadas de 2016, é totalmente oportuna a
inclusão de unidades de conservação como cenário da passagem da Tocha Olímpica
pelo território brasileiro, acrescentando elementos paisagísticos e culturais aos
objetivos do Revezamento da Tocha, que incluem mostrar o calor humano, a
inclusão social e a aproximação com o povo brasileiro. O evento é ainda uma
excelente oportunidade para despertar o interesse, sobretudo dos brasileiros, pelas
unidades de conservação.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o ICMBio identificaram unidades de
conservação federais situadas no percurso do revezamento da Tocha Olímpica e
propõem que parte do revezamento seja realizado na área da UC.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
110
5.1.5. Desenvolver programa de treinamento profissional e
capacitação em sustentabilidade, para colaboradores,
voluntários e contratados
5.1.5.1. Programa de Treinamento e Capacitação Profissional Rio
2016
Responsável: Rio 2016
Os objetivos com a capacitação e a jornada de desenvolvimento profissional do Rio 2016 são:
Preparar colaboradores, voluntários e terceirizados para desempenhar com
excelência seu papel durante os Jogos Rio 2016;
Assegurar uma experiência de aprendizagem enriquecedora para todos
trabalhadores;
Engajar a força de trabalho numa vivência única, por meio da jornada de
treinamento, proporcionando as habilidades e informações necessárias e
estimulando as melhores atitudes para a operação e o legado dos Jogos Rio
2016.
O Comitê Rio 2016 realizou um estudo sobre as lacunas de formação profissional para atender às necessidades de força de trabalho dos Jogos. A partir deste estudo, foi elaborada uma jornada de treinamento baseada em cinco pilares conforme ilustra figura a seguir:
Quadro 10 - Jornada de treinamento
Fonte: Comitê Rio 2016
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
111
Os cincos pilares endereçam às perguntas específicas, que seguem:
• Orientação – o treinamento pretende responder à pergunta: “Por que estou aqui?”. O curso traz informações básicas sobre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, seus valores e sua história, com foco nos Jogos Rio 2016.
• Excelência em serviços – o treinamento pretende responder à pergunta: “Como entrego Jogos excelentes?”. O curso é voltado ao desenvolvimento de habilidades com foco na excelência da prestação de serviços e no comportamento positivo dentro do ambiente de trabalho.
• Função específica – o treinamento pretende responder à pergunta: “Qual o meu papel durante os Jogos?”. O curso oferece todas as informações necessárias para que cada integrante da força de trabalho destaque-se em suas tarefas.
• Liderança – o treinamento pretende responder à pergunta: “Como lidero as pessoas?”. O curso contribui para o desenvolvimento de habilidades de liderança alinhadas aos valores Olímpicos e Paralímpicos.
• Instalações específicas – o treinamento pretende responder à pergunta: “Onde irei trabalhar?”. O curso oferece à força de trabalho informações detalhadas sobre o local onde será realizada cada atividade.
O Comitê Rio 2016 utiliza uma abordagem mista de aprendizado, que combina
treinamento à distância e presencial.
O treinamento dos voluntários é concebido como uma jornada de desenvolvimento
pessoal, que tem início no processo de seleção e avança gradualmente até a
realização dos Jogos. Além dos cinco pilares de treinamento, serão compartilhadas,
entre as ações de engajamento ao longo dos próximos dois anos, informações sobre
temas como: diversidade e inclusão, acessibilidade, valores olímpicos e
paraolímpicos, saúde e segurança etc.
O treinamento de idiomas é uma característica especial na jornada de
desenvolvimento profissional do Rio 2016. Mais de um milhão de brasileiros
receberão formação em um segundo idioma graças a uma parceria entre o Comitê
Organizador e a Education First (EF). A partir de 2015, a EF vai oferecer também
treinamento para os candidatos ao programa de voluntários e funcionários do Rio
2016.
O programa ajudará milhares de pessoas diretamente envolvidas com os Jogos na
aquisição de habilidades linguísticas necessárias para receber da melhor maneira
possível atletas e visitantes de todo o mundo.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
112
As competências adquiridas beneficiarão estas pessoas em suas vidas e no
desenvolvimento de suas carreiras. Trata-se, portanto, de uma contribuição dos
Jogos para a sociedade que vai além de 2016.
Para proporcionar oportunidades voltadas especialmente para os jovens, o Comitê
Rio 2016 também oferece um programa de estágio. Lançado em meados de 2013
com 30 vagas para estudantes cariocas de diversas áreas, o programa encerrou
aquele ano com 29 estagiários trabalhando na organização dos Jogos.
O programa oferece a estudantes de mais de 15 cursos de graduação a chance de
desenvolver um projeto que esteja relacionado ao seu campo de trabalho e dentro
do contexto dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Todos os projetos são
acompanhados por um supervisor. Ao longo do programa, os alunos passam por
avaliações de desempenho e treinamento sob a coordenação da área de Recursos
Humanos do Comitê Rio 2016.
O Comitê Organizador terá um crescimento acentuado de sua força de trabalho em
2016, o que exigirá um recrutamento intenso de profissionais nos próximos anos. O
programa de estágio torna-se, assim, um pilar importante da estratégia de
recrutamento de talentos, pela oportunidade que oferece de efetivação de pessoas
já familiarizadas e engajadas com o projeto dos Jogos.
Para participar do processo seletivo, os candidatos devem ter algumas
características específicas, que vão além dos requisitos sobre conhecimento de
inglês e habilidades de informática. O Rio 2016 procura pessoas que queiram
aprender, que se ajustem a mudanças, que busquem desafios e que estejam
interessadas em trabalhar em um ambiente multicultural, dinâmico e diverso. Mais
do que uma oportunidade de trabalho, os jovens que vierem a atuar no Comitê Rio
2016 passarão por uma experiência de mudança de vida.
5.1.5.2. Guia de boas-práticas de sustentabilidade para as cidades
do Revezamento da Tocha
Responsável: Rio 2016
A Tocha Olímpica simboliza a união dos jogos da antiguidade com os jogos da era moderna. O fogo simboliza o espírito dos Jogos Olímpicos; um elemento purificador, convocando o mundo a celebrá-los em paz.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
113
Em 2016, a Tocha Olímpica passará por 250 cidades, alcançando cerca de 90% da
população brasileira, até chegar no Rio de Janeiro.
Figura 15 – Tocha Olímpica
Fonte: Comitê Rio 2016 / fotógrafo Daniel Ramalho
O objetivo principal do Revezamento da Tocha é realizar uma conexão
extraordinária para representar o calor humano, a aproximação, a inclusão social e
contagiar a todos com os valores Olímpicos – a amizade, a excelência e o respeito –
em contato direto com o povo brasileiro.
Os olhos do mundo estarão voltados para as cidades do Revezamento. Será uma
grande oportunidade para mostrar ao mundo como podemos receber esse evento
memorável com responsabilidade e excelência técnica, sem esquecer o calor
humano e alegria da população brasileira.
Com foco neste compromisso, o Comitê Rio 2016 elaborou um guia de boas-práticas
de Sustentabilidade para as cidades do Revezamento. O documento aborda
estratégias que potencializam o planejamento do evento e tem por objetivo
apresentar medidas fundamentais de gestão ambiental e engajamento social. O
documento foi disponibilizado de maneira digital para todas as cidades do
Revezamento da Tocha, durante as visitas técnicas.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
114
Figura 16 – Foto motagem
Fonte: Comitê Rio 2016 / crédito fotógrafo Alex Ferro
5.2. Acessibilidade universal
5.2.1. Garantir acessibilidade universal em todas as
instalações Olímpicas e Paralímpicas, inclusive seu
entorno, de acordo com a legislação e normas
brasileiras e diretrizes do IPC, seguindo a mais
abrangente
Um dos legados de grande alcance social deixado pelos Jogos Rio 2016 será a
melhoria da acessibilidade na cidade do Rio de Janeiro. Os critérios e cuidados
assumidos nas obras se tornaram um padrão a ser seguido.
As ações voltadas à acessibilidade dos Jogos são primeiramente voltadas às
instalações que serão usadas durante os Jogos e se estendem ao seu entorno. Mas
as mudanças vão muito além, abrangendo o sistema de transportes públicos, o
parque hoteleiro da cidade e as principais atrações turísticas.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
115
No âmbito do Governo Federal, políticas públicas inclusivas, de mobilidade e
acessibilidade universal foram consolidadas em forma de Lei29. Neste sentido,
desde o ano 2000 várias leis tratam o assunto e configuram um alto patamar legal,
capaz de promover um processo contínuo de adequação das cidades brasileiras aos
princípios de acessibilidade universal.
Dentre as iniciativas tomadas para atingir o objetivo de proporcionar Jogos
acessíveis a todos, independente de deficiência física ou qualquer tipo de restrição
de mobilidade destacam-se os seguintes projetos:
5.2.1.1. Caderno de especificações técnicas em acessibilidade Rio
2016
Responsável: Rio 2016
O Rio 2016 desenvolveu um caderno técnico de acessibilidade com especificações a
serem adotadas em todos os projetos de instalações permanentes, temporárias e
overlay. Partindo de uma comparação entre a legislação Federal, Estadual e
Municipal com os critérios estabelecidos pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC
– sigla em Inglês), primando sempre pela opção mais abrangente, o caderno traz
especificações técnicas simples, diretas e ilustradas para: acessos e circulação;
arenas esportivas; acomodações; transportes; publicações e comunicação.
Todos os editais para licitação de projetos e obras realizadas pelos governos
incluem princípios de acessibilidade, referindo-se as normas do caderno de
especificações técnicas como direcionador.
O documento caderno de especificações técnicas pode ser acessado no endereço a
seguir:
http://www.Rio2016.com/sustentabilidade/wp-
content/uploads/2015/07/SAL_Caderno%20de%20Diretrizes%20T%C3%A9cnica%
20de%20Acessibilidade%20Rio%202016_PT.pdf
5.2.1.2. Gerenciamento em acessibilidade de projetos e obras
Responsável: Governo Municipal
Durante o desenvolvimento dos projetos de construção ou adaptação de
equipamentos para os Jogos Rio 2016 foram considerados os aspectos de “Desenho
Universal”, visando a criar condições favoráveis de acessibilidade ampla e
29 Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19
de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e Decreto n° 5.296, de 2 de dezembro de 2004.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
116
irrestrita, incluindo atletas e o público em geral, seja para o momento dos Jogos,
ou então, no pós-jogos como legado.
No escopo de projeto foram incluídas normas e recomendações e todo o
desenvolvimento foi acompanhado por especialistas em acessibilidade, sempre com
o objetivo de que as instalações apresentem condições favoráveis de acessibilidade
à maior extensão possível de usuários, garantindo sua autonomia, conforto e
segurança, tomando em conta a diversidade de habilidades físicas e sensoriais da
população.
Por ser o tema acessibilidade mais comumente tratado nas fases de projeto, sua
incorporação às fases de execução de obra demandou dos profissionais envolvidos o
conhecimento das normas e legislações, de forma a se estabelecer rotinas de
controle de qualidade específicas e assim se atingir a qualidade necessária na
transformação do projeto em obra. Desde a construção dos canteiros de obra foram
garantidas rotas acessíveis, a partir de sua entrada até o interior dos escritórios.
Isso permitiu, por exemplo, a participação de pessoas usuárias de cadeiras de rodas
nos ambientes e/ou reuniões de trabalho.
As rotinas de inspeção foram implementadas em todas as fases de obra, cada uma
levantando as questões relativas àquela fase, de forma a garantir que alguns
detalhes de importância especial fossem observados (alturas de desníveis a serem
vencidos por rampas e/ou escadas, localização de pontos de sanitários e distâncias
de alvenarias, especificação de louças e metais sanitários, posicionamento de
barras de apoio, largura de vãos de portas, instalações de segurança etc.)
considerando que poucos centímetros de diferença entre o projeto e a execução da
obra podem comprometer todo um itinerário ou um espaço acessível.
Como forma de engajamento e participação, foram realizadas oficinas de
sensibilização, em parceria com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência,
envolvendo profissionais e operários das obras, com resultados positivos na difusão
das normas e conceitos, bem como na capacitação de equipe técnica para
enfrentar desafios e dar solução aos problemas, que possam ocorrer durante a
execução das obras.
Previamente à finalização das obras, é ainda emitido documento indicando pontos
de atenção para correção ou atestando o atendimento às especificações previstas
nas legislações e normas técnicas de acessibilidade.
5.2.1.3. Due diligence de acessibilidade de todas as instalações
Responsável: Rio 2016
As instalações dos Jogos Rio 2016 estão sendo planejadas com acessibilidade plena
tanto para os Jogos Olímpicos, quanto para os Paralímpicos, proporcionando aos
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
117
atletas, dirigentes, técnicos, árbitros, jornalistas, espectadores e força de trabalho
a oportunidade de participarem dos Jogos, independente de deficiência ou
restrição de mobilidade.
A integração dos requisitos de acessibilidade é acompanhada desde o projeto
conceitual básico e executivo, até sua finalização para todas as instalações
permanentes, temporárias e também overlay.
Ao longo do decorrer das obras, cuidadosa “due diligence” é realizada de forma a
garantir que os requisitos de acessibilidade constante dos projetos sejam atendidos
de forma correta durante a execução da obra, evitando-se assim retrabalho.
Ademais, uma vez que grande parte das obras são construídas com recursos da
União, provenientes do Orçamento Geral ou de Fundos geridos por instituições
Federais tais como recursos do FGTS ou do FAT, a liberação dos recursos só é feita
mediante o cumprimento da legislação de acessibilidade, entre outras.
Todos os equipamentos e mobiliário das instalações são acompanhados, desde a
aquisição até o teste de uso, no intuito de garantir que as operações dos Jogos
tenham as condições necessárias, incluindo rotas acessíveis e desobstruídas.
5.2.1.4. Consolidação das normas Municipais para construção de
passeios
Responsável: Governo Municipal
No ano de 2013, a Prefeitura do Rio disponibilizou dois importantes documentos
que normatizam a execução de passeios na Cidade. Considerando que muitas obras
de calçadas são realizadas por empreendedores privados dentro do escopo suas
construções (prédios e loteamentos), a Secretaria Municipal de Obras publicou a
Resolução SMO Nº 811 de 18 de março de 2013 de forma a dar publicidade e alinhar
as normas para aqueles que precisam urbanizar uma via. A Resolução reúne
importantes itens das normas gerais de acessibilidade.
Outra publicação, está voltada ao corpo técnico da Prefeitura – o Caderno Calçadas
Cariocas – reúne referências técnicas de acessibilidade e melhores práticas para
execução de espaços públicos a serem implantados pela própria Prefeitura do Rio.
O documento traz uma compilação de critérios e padrões a serem seguidos segundo
a legislação pertinente.
5.2.1.5. Rio Acessível
Responsável: Governo Municipal
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
118
O projeto Rio Acessível foi lançado em 2013 com uma meta de revitalizar 700.000
m² de calçadas e 5.000 rampas entre 2013 e 2016.
A iniciativa Rio Acessível tem como objetivo dar um salto de condições de
acessibilidade na cidade. Desta forma sua principal linha de ação prevê a
revitalização de pavimentos e passeios, remoção de obstáculos e implantação de
rampas de concreto nas vias, além da implantação de piso tátil, faixas
antitrepidantes e a correção de meio-fio.
Ao longo de 2013 a Coordenadoria Geral de Projetos da Secretaria Municipal de
Obras elaborou o Manual com orientações sobre a padronização de intervenção em
calçadas, o diagnóstico da situação das calçadas na cidade, assim como relatório de
áreas prioritárias para intervenção e estimativa de custos.
De janeiro de 2013 até outubro de 2015 foram construídas 5.028 rampas, sendo
3.445 através do Programa Bairro Maravilha, e foram recuperadas 1.034.089 m² de
calçadas públicas, sendo 913.157 m² por meio do Programa Bairro Maravilha. Em
2015 foram construídas 5.912 rampas construídas e 1.077.625 m² de calçadas
públicas recuperadas, além de ter 60 Engenheiros e Arquitetos da SECONSERVA
treinados quanto aos Padrões de Acessibilidade.
Somente como resultado de intervenções diretamente relacionadas às áreas dos
Jogos Rio 2016 (entorno das instalações) mais de 980.000 m² de ruas e passeios
foram recuperados, aí incluídos mais de 225.000 m² de passeios.
5.2.1.6. Diretrizes para Acessibilidade para prédios e áreas
públicas
Responsável: Governo Municipal
A partir do ano de 2013 a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD)
empreendeu um programa voltado à orientação para adaptação de equipamentos
públicos (pontos turísticos, museus, estações de embarque) às normas de
acessibilidade. Considerando que a maioria desses equipamentos são geridos por
concessionárias ou mesmo iniciativa privada, o trabalho caracterizou-se por uma
consultoria gratuita, realizada pela equipe técnica da SMPD, visando a adesão
voluntária e a adaptação dos espaços.
Ao longo do ano de 2013 foram visitados 230 pontos de interesse com o
levantamento de 470 itens de acessibilidade. Já no início de 2014, os responsáveis
por cada área ou equipamento receberam relatórios de avaliação e sugestões. Na
continuidade, modificações vem ocorrendo em vários equipamentos que – sempre
de forma voluntária – solicitam à SMPD uma reavaliação. Dentre os equipamentos
que foram reclassificados incluem-se as estações do Metrô Carioca, após as obras
de adaptação realizadas.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
119
Em uma nova frente do trabalho, já no decorrer de 2015, a SMPD realizou
capacitação para o atendimento às pessoas com deficiência em 11 polos
gastronômicos da cidade (áreas que reúnem número expressivo de bares e
restaurantes) e 44 centros culturais administrados pelo município.
5.2.1.7. Rotas Turísticas acessíveis
Responsável: Governo Municipal
Em 2013, a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro – RIOTUR – iniciou
projeto de implantação de Rotas Acessíveis para pontos turísticos importantes da
cidade. O objetivo do projeto é o de aumentar a oferta de entretenimento para as
pessoas com deficiência, eliminando obstáculos arquitetônicos e urbanísticos.
No final do primeiro semestre de 2014, foram concluídos os diagnósticos de várias
áreas e durante o segundo semestre foi realizada a fase de projeto básico e
iniciado o detalhamento dos serviços em projetos executivos. Já em 2015, com a
conclusão da fase de projetos, os serviços foram licitados e em setembro a
Prefeitura do Rio, através da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços
Públicos – SECONSERVA, iniciou a implantação do projeto que inclui a adaptação do
acesso aos principais pontos turísticos da cidade.
Até os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 estarão concluídas obras de
nivelamento de vias e calçadas, instalação de rampas e piso tátil, retiradas de
interferências no passeio, como frades, bancos, e readequação de vagas de
estacionamento e pontos de ônibus nos acessos a importantes pontos turísticos da
Cidade: Vista Chinesa, Mesa do Imperador, Jardim Botânico, Pão de Açúcar,
Corcovado, Cinelândia e Praia da Barra da Tijuca.
5.2.1.8. Acessibilidade nas Unidades de Conservação Federais
Responsável: Governo Federal
Preocupado com o direito de todos às áreas protegidas, o governo federal investiu
em programas de acessibilidade em unidades de conservação, ampliando as
oportunidades de visitação para todos os públicos. Seguem abaixo as unidades
disponiveis no roteiro da Tocha Olimpica.
Parque Nacional da Tijuca
O Parque Nacional da Tijuca oferece aos visitantes o Caminho Dom Pedro Augusto,
que faz parte da proposta de implantar percursos acessíveis e atividades que
contribuam para o desenvolvimento físico-motor, cultural e recreativo de
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
120
portadores de necessidades especiais. Conhecido como Trilha adaptada, o trajeto é
mais largo que outras trilhas e ideal para pessoas com dificuldade de locomoção,
que podem passear por lá com equipamentos facilitadores para deficientes visuais
e cadeirantes. O percurso tem 630 metros e se inicia nos Jardins dos Manacás e
segue entre árvores de grande porte, como o Pau-Ferro e Jequitibá, até perto da
sede administrativa do Parque. Conta com informações em Braille identificando
espécies da flora, destinadas aos deficientes visuais.
Parque Nacional de Itatiaia
O Parque Nacional de Itatiaia oferece diversas estruturas de apoio ao visitante e
atrativos preparados para atender visitantes com mobilidade reduzida. Na parte
baixa do Parque, o Centro de Visitantes é acessível e na parte alta, foi aberto novo
atrativo acessível: Mirante do Morro da Antena, no qual é permitido o acesso
motorizado. O parque dispõe de instalações sanitárias acessíveis no Lago Azul, na
parte baixa, no Posto Marcão, na parte alta e no Complexo de Cachoeiras do
Maromba, no acesso pelo município de Mauá.
Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba
O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba passou a contar, em 2015, com um
centro de visitantes, localizado na entrada do Parque Nacional, no município de
Macaé, que oferece infraestrutura de apoio aos visitantes da lagoa de Jurubatiba.
As instalações do centro de visitantes, assim como a estrada de 650 metros de
extensão que o conecta a lagoa de Jurubatiba, são acessíveis, apresentando
condições adequadas para visitação por pessoas com mobilidade reduzida.
Parque Nacional da Serra dos Órgãos
A sede Teresópolis do Parque Nacional da Serra dos Órgãos possui um centro de
visitantes com acessibilidade, no qual o visitante encontra uma exposição
interpretativa, sala interativa para atendimento ao público infantil, lanchonete,
sanitários e loja de souvenirs. O Parque está também trabalhando no sentido de
implementar acessibilidade em atrativos em suas três sedes.
Reserva Biológica União
A Reserva Biológica União, como unidade de conservação em que a visitação tem
objetivo exclusivamente educacional, possui uma trilha interpretativa com
acessibilidade, em trecho de mata atlântica, que atende os mais variados públicos,
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
121
incluindo as pessoas com deficiência auditiva, visual e cadeirante. Os visitantes são
recepcionados e guiados na trilha por profissionais capacitados em conduzir e
interpretar o ambiente, atendendo a especificidade de cada deficiência.
Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha
O Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, na ilha de Fernando de
Noronha, Estado de Pernambuco possui diversos atrativos estruturados e com
acessibilidade a visitantes com mobilidade reduzida, com lanchonetes, sanitários e
mirantes, como a trilha até a Baía dos Golfinhos e a belíssima vista da Baía do
Sancho, além do acesso ao Mirante Dois Irmãos. Na Praia do Sueste, onde também
há lanchonetes, sanitários e estacionamentos acessíveis, também proporciona
banho assistido através de uma esteira de acesso ao mar de 30 metros e quatro
cadeiras de rodas anfíbias, disponibilizadas na praia.
Parque Nacional do Iguaçu
O Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, possui transporte com adaptador para
embarque e desembarque de cadeirantes, que proporciona acesso a atrativos como
o passeio do Macuco Safari, Mirantes do Espaço Naipi e Tarobá e passarela das
Cataratas.
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no Estado de Goiás, fica a cerca de 3
horas de Brasília e possui uma passarela que proporciona acesso ao mirante do
atrativo das Corredeiras, e a partir dali, com auxílio, cadeirantes e pessoas com
mobilidade reduzida podem entrar na água e desfrutar do Rio Preto.
Jardim Botânico do Rio de Janeiro – JBRJ
O Programa de Mobilidade e Acessibilidade do Jardim Botânico do Rio de Janeiro –
JBRJ, por meio da implementação do projeto Caminho da Mata Atlântica Acessível –
uma das mais antigas trilhas da região, o caminho está na fronteira entre a parte
aberta ao público do JBRJ (comumente denominada "parque" ou arbóreo) e um
fragmento de Mata Atlântica, dentro do perímetro do JBRJ e que o conecta à
Floresta da Tijuca.
Em 2015 foram realizados: a topografia, correções de nível no piso, passarelas e
deques de madeira plástica, além de um sistema de placas informativas, ligando a
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
122
região do antigo Aqueduto ao Mirante do Complexo do Cactário, numa extensão de
600 metros.
Foram realizadas obras na portaria existente na Rua Pacheco Leão, 915, para que
torná-la totalmente acessível a pessoas com diferentes deficiências (piso táctil,
rampa para cadeirantes, bilheterias, banheiros e área de espera adaptados, painéis
e folheteria específicos etc.).
Figura 17 – Acessibilidade no JBRJ
Fontes: CVI-Rio, Jardim Botânico RJ
5.2.1.9. Guia Turismo Acessível
Responsável: Governo Federal – Ministério do Turismo
Lançado em 2014, o Guia Turismo Acessível é um guia colaborativo que possibilita a
avaliação de acessibilidade de pontos turísticos, hotéis, restaurantes e atrações
diversas, auxiliando pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida a viajarem
pelo Brasil com mais autonomia. Visando facilitar o turismo das pessoas com
deficiência que circulação no Brasil durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio
2016, o Ministério do Turismo disponibiliza o conteúdo do Guia em português, inglês
e espanhol30.
5.2.1.10. Guia de Bolso – Como bem atender a pessoa com
deficiência
Responsável: Governo Federal – Ministério do Turismo
O Ministério do Turismo distribuirá especialmente no Rio de Janeiro – principal sede
dos Jogos – em parceria com as secretarias estaduais de turismo até o início os
Jogos Paralímpicos guias de bolso com informações gerais e dicas práticas de como
bem receber e atender turistas com deficiência. O Guia tem o objetivo de
30 www.turismoacessivel.gov.br
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
123
sensibilizar e orientar gestores e profissionais de turismo, que trabalham direta e
indiretamente com o público.
5.2.1.11. Serviço de mobilidade dos Jogos
Responsável: Rio 2016
Serão disponibilizados durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016,
equipamentos de mobilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida,
tais como cadeiras de rodas e buggy do tipo “carrinho de golfe”.
O Rio 2016 tem desenvolvido o planejamento operacional no intuito de atender às
necessidades de mobilidade em cada instalação, levando em consideração
distâncias a serem percorridas e inclinação do terreno, de forma a dimensionar a
quantidade de equipamentos e comunicar as necessidades a possíveis fornecedores
do serviço com antecedência.
O processo gerou um protocolo que é referência, contendo critérios e princípios,
tanto para o próprio planejamento como para as operações e serviços. O
documento em si é um legado para eventos futuros.
5.2.2. Assegurar transporte acessível e inclusivo de acordo
com princípios de desenho universal
5.2.2.1. Acessibilidade no transporte público
Responsável: Governo Municipal
A frota municipal de ônibus atua sob concessão e conta atualmente com 8.893
veículos. O percentual de veículos acessíveis em 2014 era de 75% da frota e
atualmente 7.285 (82%) veículos contam com dispositivos de acessibilidade.
Os novos sistemas de transporte Bus Rapid Transit (BRT) em implantação, consistem
em um avanço na questão de acessibilidade dentro do modal de transporte público
no Rio. São caracterizados por uma frota especial de veículos que é dotada de piso
rebaixado e nivelada às estações de embarque que facilitam o acesso aos
cadeirantes. Todo o sistema, incluindo estações de embarque, entorno das estações
e veículos, incorpora padrões de acessibilidade universal, inclusive com sistemas de
comunicação e sinalização adequada.
O processo de melhoria de acessibilidade não para na infraestrutura implementada
e na renovação da frota. Há também o investimento na humanização do serviço, no
qual está em curso um programa de qualificação e sensibilização em relação ao
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
124
comportamento inclusivo dos profissionais envolvidos na prestação do serviço. Até
julho de 2015, 44,52% dos motoristas de ônibus receberam treinamento e
informações atualizadas dentro do programa “Motorista Cidadão”.
Figura 18 – Acessibilidade no transporte público
Fonte: Empresa Olímpica Municipal –EOM - Crédito: Renato Sette Camara/EOM
5.2.2.2. Acessibilidade na frota Olímpica e Paralímpica
Responsável: Rio 2016
A estratégia de transporte do Rio 2016 visa prestar serviços de transporte seguro,
confiável, inclusivo e acessível para todos os clientes dos Jogos Olímpicos e
Paralímpicos. O Plano Mestre dos Jogos Paralímpicos é baseado nos mesmos
princípios, sistemas e planos operacionais do Plano Mestre dos Jogos Olímpicos, a
serem implementados para a Família Paralímpica.
Desta forma toda a frota Olímpica e Paralímpica de carros e ônibus será acessível,
tanto para os passageiros quanto para indivíduos condutores, seguindo as leis sobre
acessibilidade municipais, estaduais, federais, os requerimentos do Rio 2016, do
IPC e por fim, incorporando padrões de acessibilidade universal.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
125
5.2.2.3. Acessibilidade nos aeroportos
Responsável: Governo Federal
A infraestrutura aeroportuária existente está sendo modernizada com
financiamento do PAC. O processo abrange a infraestrutura operacional e
tecnológica, passando pelos novos terminais de passageiros e cargas e no
planejamento de rotas e integração operacional de rotas.
Desde os Grandes eventos esportivos Copa das Confederações em 2013 e Copa do
Mundo da FIFA em 2014, vários aeroportos foram reformados, ampliados e
modernizados e já configuram um novo sistema que auxiliará e receberá os Jogos
Rio 2016. Como exemplo os aeroportos de Guarulhos, Congonhas, Brasília, Salvador,
Manaus e Belo Horizonte que estão envolvidos diretamente nos Jogos Rio 2016, pois
as respectivas cidades receberão os jogos do futebol.
Os aeroportos Tom Jobim (galeão) e Santos Dumont, também foram reformados
para os Jogos, em especial para o atendimento aos requisitos de acessibilidade.
Todos os projetos no âmbito da Infraero contemplam as facilidades e requisitos
definidos na NBR9050/2004 e na Resolução ANAC Nº 09/2007.
No bojo destas mudanças, também está a adoção de espaços e equipamentos
voltados à acessibilidade e ao desenho universal. Os aeroportos receberam
melhorias de infraestrutura e de serviços no atendimento às pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida. Dentre as melhorias realizadas destacam-se:
Rotas acessíveis;
Mobiliário acessível (balcões de informação, check-in, BVRI, Polícia Federal,
entre outros);
Sinalização tátil e de alerta;
Sanitários de uso público e sanitário familiar;
Priorização de embarque e desembarque em pontes de embarque;
Equipamentos de elevação (ambulift) que possibilitem o atendimento em
aeronaves em posição remota;
Assentos preferenciais para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida;
Ônibus com sistema de "ajoelhamento" que possibilita acesso ao veículo de
forma mais acessível;
Pessoal treinado para atendimento à pessoa com deficiência ou mobilidade
reduzida.
Na capacitação voltada aos Jogos Rio 2016, foram realizados simulados de
embarque e desembarque de grande quantidade de pessoas com deficiência nos
aeroportos Santos Dumont, Galeão e Guarulhos, com vista a aperfeiçoar os
procedimentos operacionais.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
126
5.2.3. Garantir acomodações acessíveis, de acordo com
padrões do IPC para a família Paralímpica
Responsável: Rio 2016
A Vila Olímpica e Paralímpica incorporam princípios de desenho universal e todos os
cuidados são tomados com a execução das obras. Os edifícios serão utilizados nos
dois eventos sem a necessidade de obras de transição, por isso os quartos e
banheiros são acessíveis nos seis primeiros andares.
A acessibilidade foi considerada em todos os locais voltados à acomodação da Vila,
incluindo áreas de desembarque com características apropriadas e estacionamentos
acessíveis, além de instalações públicas e amenidades adequadas ao convívio.
Também foram concluídas as avaliações de acessibilidade para os hotéis. Entre
2014 e 2016, 256 hotéis na cidade do Rio de Janeiro (entre 67 avaliados) possuíam
pelo menos um quarto com acessibilidade adequada, o que representava 415
apartamentos acessíveis. Em avaliação realizada em 2011, este número era de
apenas 20 quartos.
Para promover a conscientização sobre a importância da acessibilidade, o Rio 2016,
em parceria com o IPC, realizou um seminário para 40 pessoas, entre arquitetos,
engenheiros e outros profissionais envolvidos direta ou indiretamente com a rede
hoteleira. O seminário teve como objetivos:
Compreender as necessidades específicas do cliente;
Apresentar a acessibilidade como uma oportunidade, e não como um “fardo
de conformidade”;
Expor as novas oportunidades de negócios trazidas pelos Jogos Paralímpicos;
Desenvolver estratégias que proporcionem uma experiência acessível dentro
do ambiente hoteleiro.
5.3. Diversidade e inclusão
5.3.1. Recrutar força de trabalho diversa e promover sua
inclusão
Responsável: Rio 2016
Os Jogos Rio 2016 irão celebrar a diversidade harmônica, através da promoção dos
princípios de respeito, união, igualdade e espírito jovem:
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
127
Respeito as semelhanças e diferenças, reconhecendo a riqueza de cada
indivíduo e investindo na soma de talentos para o bem comum, acolhendo a
todos e estimulando a inclusão;
Igualdade de oportunidades para todas as pessoas, considerando da sua raça,
gênero, deficiência, fé ou crença, orientação sexual e identidade de gênero,
idade e nacionalidade;
União de ideias, de raças, de povos e de culturas, em uma mistura
harmoniosa de diferentes influências e origens;
Espírito Jovem, expresso pelo jeito descontraído do carioca de levar a vida,
sempre com um olhar próximo e o espírito agregador do jovem, cheio de
energia e entusiasmo, em um convite para chegar perto e fazer parte.
Esta celebração começa no recrutamento de uma força de trabalho diversa e na
criação de uma cultura organizacional inclusiva, através de um esforço consciente
de antecipar e quebrar as barreiras que os indivíduos podem enfrentar e facilitar
sua participação nos Jogos.
O princípio da valorização da diversidade e da igualdade de oportunidades aplica-se
para o recrutamento de toda a força de trabalho: colaboradores, voluntários e
contratados. Diferentes estratégias estão sendo criadas para potencializar as
oportunidades de recrutamento tanto para a inclusão de grupos considerados como
minoritários pela sociedade brasileira, quanto de pessoas com experiência e/ou
perspectivas de vida diferentes. O Comitê Rio 2016 trabalha com processos de
ações afirmativas, que não se resumem a quotas.
Figura 19 – Equipe de voluntários Rio 2016
Fonte: Comitê Rio 2016
O processo contém várias atividades, algumas já iniciadas: realização de workshops
de sensibilização e diálogos sobre diversidade para todos os colaboradores;
treinamento e sensibilização dos recrutadores e gerências para identificar e
eliminar barreiras ao recrutamento de uma força de trabalho diversa; workshop
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
128
com organizações do terceiro setor para identificar estratégias para fortalecer a
contratação de pessoas com deficiência; contratação de consultores especializados
no recrutamento de pessoas com deficiência; investimento em acessibilidade na
sede do Rio 2016.
Quadro 11 - Força de trabalho remunerada no Comitê Rio 2016, por sexo, idade, deficiência e raça (2012-2014)
Ano Total Asiática Branca Negra ND(1) Gênero
Homens Mulheres Idade PcD(2)
2012 369 1% 73% 21% 5% 51% 49% 13% 4%
2013 589 1% 78% 18% 3% 54% 46% 10% 4%
2014 1.006(3) 1% 78% 19% 2% 54% 46% 11% 5%
(1) ND: Não declarado.
(2) PcD: Pessoas com deficiência
(3) em 2014, o Comitê contava com a participação de 2 pessoas declaradas de raça indígena (equivalente a 0,2% da força de trabalho).
Elaboração própria. Fonte primária: Comitê Rio 2016, 2015.
Maiores detalhes podem ser obtidos no Relatório de Sustentabilidade do Rio 2016 e
no Relatório de Impactos dos Jogos - OGI R2 disponibilizados no seguinte endereço:
http://www.Rio 2016.com/sustentabilidade/documentos/
Figura 20 – Inclusão social no Rio 2016
Fonte: Comitê Rio 2016
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
129
box 6
A agenda brasileira de diversidade e inclusão
O Brasil é um País que se assume como resultado da “mistura de raças”. Mistura
esta sustentada, segundo Darcy Ribeiro, por quatro pilares: as matrizes que
compuseram o nosso povo, as proporções que essa mistura tomou em nosso País, as
condições ambientais em que ela ocorreu, e os objetivos de vida e produção
assumidos por cada uma dessas matrizes.
Nesse sentido, o foco brasileiro não está em assegurar a diversidade cultural de
grupos étnicos, mas de consolidar a igualdade de direitos e assegurar processos
sociais e econômicos que promovam a reversão de um quadro tradicional de
discriminação. Pode-se incluir neste escopo o Estatuto da Igualdade Racial e o
Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, que devem ter rebatimentos em todos
os grandes eventos no Brasil.
O Estatuto da Igualdade Racial, instituído pela lei número 12.288 de 2003, tem por
objetivo garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a
defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, e o combate à
discriminação e às demais formas de intolerância. Também prevê ações
afirmativas, programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa
privada no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança,
trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos,
acesso à terra, à Justiça e outros.
O Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, publicado em 2005 pela Secretaria
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, orienta-se pelos
seguintes pontos fundamentais: mulheres e homens são iguais em seus direitos; a
promoção da igualdade implica no respeito à diversidade cultural, étnica, racial,
inserção social, situação econômica e regional, assim como os diferentes momentos
da vida das mulheres; a todas as pessoas deve ser garantida a igualdade de
oportunidades, observando-se os direitos universais e as questões específicas das
mulheres; o poder de decisão sobre suas vidas e corpos deve ser assegurado às
mulheres, assim como as condições de influenciar os acontecimentos em sua
comunidade e seu país; as políticas públicas voltadas para as mulheres devem ser
formuladas e implementadas independentemente de princípios religiosos; as
políticas públicas devem garantir, em sua implementação, o acesso aos direitos
sociais, políticos, econômicos, culturais e ambientais para todas as mulheres.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
130
5.3.2. Iniciativa Reciclagem Inclusiva: Catadores nos Jogos
2016
Responsável: Rio 2016, Governo do Estado do RJ, Governo Federal e Coca-Cola
Cumprindo o compromisso do Dossiê de Candidatura, e em coerência com as
diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos, foi firmada parceria entre a Rio
2016, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado do
Ambiente (SEA), e o Governo Federal, através do Ministério do Trabalho para
promover a coleta seletiva com inclusão dos catadores de materiais recicláveis nos
Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016.
A gestão adequada dos resíduos sólidos é uma dos eixos estruturantes do Programa
de Sustentabilidade dos Jogos Olímpicos 2016, que adotou um sistema de gestão
abarcando o ciclo da geração até a destinação final em todas as fases, desde a
preparação e instalação de estruturas temporárias até a realização dos Jogos.
Dentre as principais diretrizes, destaca-se a coleta seletiva, a inclusão dos
catadores de materiais recicláveis e a destinação do material reciclável para as
suas cooperativas e associações.
A estimativa dos organizadores é de que durante os Jogos serão gerados cerca de
3500 toneladas de materiais recicláveis e a diretriz é de que 100% seja coletada e
encaminhada para reciclagem.
A inclusão dos catadores de materiais recicláveis nos Jogos 2016 será efetivada
através de uma iniciativa denominada Reciclagem Inclusiva: Catadores nos Jogos
2016, fruto de uma parceria entre o Comitê Rio 2016, o governo federal, através
do Ministério do Trabalho, e o governo estadual, através da Secretaria Estadual do
Ambiente, com apoio da Coca-Cola.
A parceria é decorrência de um diálogo entre a Rio 2016, os governos federal e
estadual, o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, e as Redes
de organizações de catadores de Materiais Recicláveis do Rio de Janeiro.
O Ministério do Trabalho, por meio da Secretaria Nacional de Economia Solidária,
desenvolve iniciativas voltadas à inclusão social e econômica dos catadores, através
de programas como o CATAFORTE - Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias, e o
PRÓ-CATADOR, em articulação com outros ministérios e órgãos federais.
A SEA, por sua vez, desenvolve o Projeto Catadores em Rede Solidária (CRS), que
integra o Programa Ambiente Solidário, tendo como objetivo a defesa ambiental, a
geração de trabalho e renda e a promoção da parceria entre agentes públicos,
terceiro setor, empresas e outras entidades, como ferramenta para fortalecer os
planos nacional e estadual de resíduos sólidos no território fluminense. O CRS tem
como meta gerar condições inclusivas de trabalho e renda aos catadores, dentro da
cadeia da reciclagem.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
131
Com essa iniciativa, essa será a primeira edição dos Jogos a contar com catadores
de materiais recicláveis atuando nos serviços de coleta seletiva.
A parceria possibilitará a contratação de um contingente de 240 catadores de
materiais recicláveis, já considerando também aquekes que estarão no “banco de
reservas”, que devem estar preparados para substituir os colegas em caso de
mudanças e folgas, dada a sequencia intensa de competições. A seleção dos
catadores foi feita em comum acordo com as principais Redes de Catadores do Rio
de Janeiro.
A atuação dos catadores se dará durante os Jogos Olímpicos e Paralimpicos, em três
áreas de competição: Deodoro, Barra da Tijuca e Maracanã. A parceria compreende
um Programa de Treinamento dos Trabalhadores envolvidos e o fornecimento de
uniformes especiais e equipamentos de proteção individual.
As equipes de catadores contratados através da Iniciativa Reciclagem Inclusiva
atuarão em duas frentes:
a) Frente Operacional
As equipes operacionais atuarão nos Complexos de Armazenamento de Resíduos.
Seu papel será receber e organizar nas caixas estacionárias os resíduos recicláveis
coletados pelas equipes terceirizadas de limpeza, que atuarão dentro das arenas e
nas áreas comuns.
Essas equipes devem fazer uma pré-triagem do material recebido, otimizando o
espaço de armazenamento nas caixas estacionárias de modo a prepará-las para a
coleta. Também haverá trabalho operacional nas áreas-satélites, que são áreas de
armazenamento temporário de resíduos próximas às concessões e áreas de
concentração de público das áreas comuns. O papel dos catadores será o de
receber e organizar o material reciclável coletado, até o momento de seu
transporte para o complexo de armazenamento de resíduos.
As atividades destas equipes começarão cerca de quatro dias antes do início das
competições de cada instalação. A finalização das atividades deve ocorrer quatro
dias após o final das competições.
b) Frente Educativa
Formada por equipes que atuarão nos dias de competição nas áreas de
espectadores, com objetivo de sensibilizar o público presente nos Jogos para a
importância do descarte seletivo. Deverão realizar uma orientação direta aos
espectadores sobre a forma correta de descartar os diferentes tipos de resíduos
que serão gerados no evento.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
132
A ação educativa consistirá numa abordagem direta junto aos espectadores, através
de dois equipamentos: uma “mochila pirulito”, que contém cartazes com
mensagens promovendo a reciclagem; e cestas de basquete que serão posicionadas
pelos catadores educadores nos coletores de resíduos, para que os espectadores
“acertem a cesta da reciclagem”.
Além do trabalho de sensibilização sobre a reciclagem, as equipes de catadores
educadores deverão contribuir com as atividades da área de Serviços de Evento
(EVS), que terá como missão a organização do fluxo de multidões para entrada ou
saída do público das áreas de competição.
Todos os catadores participantes da Iniciativa deverão ser capacitados para
desempenhar funções tanto na frente operacional quanto na educativa.
Cidades do Futebol
Além da parceria que viabilizou a Iniciativa Reciclagem Inclusiva no Rio de Janeiro,
estão previstas parcerias com atores locais para a implementação da coleta
seletiva nas demais cidades que sediarão as competições de futebol masculino e
feminino: São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Manaus.
6. Prosperidade: Responsabilidade e transparência
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos representam uma extraordinária oportunidade
de imagem do país e em particular da cidade do Rio de Janeiro. Todos os esforços
estão voltados a promoção de Jogos maravilhosos que serão registrados por uma
transmissão de imagens de tirar o fôlego. O objetivo é que os Jogos sirvam como
impulso para promover um processo duradouro de desenvolvimento e prosperidade,
em particular para o turismo do Rio e do Brasil, reforçando a reputação do país de
ser um lugar apaixonante, onde é bom viver, realizar negócios e fazer turismo.
Os reflexos da organização dos Jogos Rio 2016 já começaram a beneficiar
diretamente os habitantes da cidade. Os impactos são vistos em várias frentes e
promovidos por todos os entes envolvidos na realização dos eventos, e não se
restringem às obras Olímpicas. Melhorias econômicas individuais e coletivas estão
sendo induzidas por meio vários programas. A prosperidade almejada está sendo
construída com projetos de treinamentos e capacitação, geração de empregos
temporários e permanentes, novas oportunidades de negócio nas áreas de gestão
de esporte, turismo e operações das instalações, além dos empregos diretamente
gerados pela construção civil e comércio.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
133
A visibilidade e as expectativas geradas em torno da sustentabilidade exigem uma
crescente transparência e responsabilidade no trato da questão. A gestão
comprometida entende que a credibilidade é fundamental, por isso foram adotados
processos de certificação, auditorias e outras medidas de aferição de desempenho
relativas a cada um dos objetivos declarados. Desta forma, uma série de
indicadores ambientais, sociais e econômicos estão sendo monitorados, e cobrirão
um período de 12 anos. É fundamental identificar os efeitos, impactos e legados
dos Jogos.
6.1. Cadeias de Suprimentos Sustentáveis
6.1.1. Implementar programa de cadeia de suprimentos
sustentáveis
Responsável: Rio 2016
O Comitê Rio 2016 é responsável pelo que compra, como compra e de quem
compra. Desta forma, considera os aspectos ambientais, sociais, éticos e
econômicos presentes ao longo do ciclo de vida dos produtos e serviços que serão
objeto dos processos de aquisições e licenciamento, integrando-os em suas práticas
de negócios.
A sustentabilidade constitui, portanto, um dos critérios que são normalmente
consideradas em todos os processos decisórios, juntamente com outros aspectos
balizadores como custo total, qualidade, prazo e riscos. O princípio é trabalhar
para que o Rio 2016 possa sempre encontrar o produto ou o serviço que agregue o
maior valor.
Para o Rio 2016 implementar uma Cadeia de Suprimentos Sustentável também
significa converter nossas aquisições e contratações de serviços em uma ferramenta
capaz de promover e encorajar o uso de tecnologias, produtos, processos e serviços
sustentáveis, contribuindo assim para o desenvolvimento do mercado fornecedor e
fortalecendo o legado dos Jogos.
O Programa de Cadeia de Suprimentos Sustentável Rio 2016 está estruturado em
cinco etapas:
Estabelecimento dos requerimentos:
o Identificação das categorias de compra estratégicas do ponto de vista
de sustentabilidade e acessibilidade;
o Definição dos requisitos e parâmetros de sustentabilidade para as
categorias estratégicas;
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
134
o Avaliação do peso dos requisitos e parâmetros na avaliação de custo
global;
Desenvolvimento e capacitação de fornecedores e licenciados:
o Avaliação da capacidade do mercado para atender aos requerimentos
de sustentabilidade e acessibilidade;
o Avaliação da capacidade do mercado para suprir demanda de produtos
com credenciais de acessibilidade (desenho universal) e
sustentabilidade (selos e certificações);
o Comunicação antecipada e massiva de necessidades até 2016,
juntamente com requerimentos;
o Realização de workshops e treinamentos para fornecedores e
licenciados, notadamente para os setores identificados como críticos;
Contratações:
o Revisão de RFPs para assegurar a inclusão dos requerimentos de
sustentabilidade e acessibilidade;
Análises de custo total de aquisição;
Gestão dos contratos/monitoramento da conformidade dos fornecedores e
licenciados:
o Inclusão dos aspectos de sustentabilidade na gestão de cadastros;
o Auditorias e relatórios;
o Aplicação de ações corretivas;
Dissolução/gestão da destinação final dos produtos:
o Planejamento logístico integral da destinação final de todos os
produtos, embalagens e resíduos;
o Controle da destinação final de todos os produtos, embalagens e
resíduos.
Os requerimentos gerais do Guia são aplicáveis a todas as categorias de compra,
permuta, doação e licenciamento do Comitê Rio 2016.
6.1.2. Alimentação saudável e sustentável
6.1.2.1. Programa Sabor dos Jogos Rio 2016
Responsável: Rio 2016
Até recentemente, o setor varejista de alimentos conduzia sozinho as iniciativas
voltadas aos produtos sustentáveis, com pouca demanda ou incentivo por parte do
setor de hospitalidade. Nos últimos anos ocorreram mudanças significativas na
indústria global de alimentos, com crescimento na produção e consumo
sustentável. Londres 2012 foi pioneiro na visão estratégica sobre o tema da
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
135
alimentação sustentável nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, considerando-o parte
importante de seu legado. O Rio 2016 assumiu um compromisso na mesma direção.
O Rio 2016 fornecerá milhões de refeições durante os Jogos, englobando alimentos,
bebidas e serviços de qualidade, cujas origens dos produtos são sustentáveis,
seguros e rastreáveis. O Rio 2016 entende que esta entrega significa contribuir para
a indústria de produção e consumo sustentável. Os desafios também são vistos
como uma oportunidade única de superação de algumas barreiras do mercado de
alimentos no Brasil. Há um grande potencial de crescimento do setor. Entre estas
barreiras, estão:
Adequar os produtores aos padrões de qualidade e normas internacionais;
Qualificar a mão-de-obra para prestar assistência técnica e apoio;
Baixar os custos envolvidos nos processos de certificação.
O Rio 2016 tem uma abordagem que prioriza esforços onde os impactos positivos sejam mais relevantes31. A estratégia é voltada aos parceiros e busca deixar um legado duradouro. O objetivo é oferecer produtos saudáveis e sustentáveis de alta qualidade, criando novas oportunidades de mercado. A estratégia visa:
Implementar critérios de uso racional dos recursos, eficiência e minimização nos impactos ambientais;
Implementar um programa de cadeia de suprimentos sustentável;
Oferecer um programa de fornecimento sustentável de alimentos que deixe um legado para o Brasil.
Os esforços do Rio 2016 são ampliados por parcerias, como a da Iniciativa Rio
Alimentação Sustentável32 que identificou aspirações que vão além do
estritamente ambientalmente correto:
Priorizar a aquisição de produtos orgânicos, certificados dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação brasileira;
Priorizar a aquisição de produtos com outros certificados ambientais ou sociais, como Fairtrade, Rainforest Alliance, Bonsucro, ASC, MSC e FSC;
Adquirir alimentos de fornecedores locais, do Estado do Rio de Janeiro; do Brasil; da América do Sul; de outros países (nesta ordem).
Além disso, há a estratégia de redução do armazenamento e transporte. Para tal,
os menus serão disponibilizados com produtos da estação sem prejuízo dos seus
31 Inicialmente, o Comitê Rio 2016 pretendia estabelecer um percentual global de alimentos com selo verde ou
provenientes de fazendas certificadas, ou seja, uma meta que fosse mensurável para alimentos de origem sustentável. No entanto, apesar de esta ser uma maneira eficiente de comunicar as ações para o público em geral, concretamente contribuiria pouco para a criação de benefícios duradouros para os agentes da cadeia de suprimentos de alimentos no Brasil.
32 Em 2013, um grupo de instituições se reuniu no Rio de Janeiro para debater o desenvolvimento de uma iniciativa de alimentação sustentável no Brasil, no contexto da preparação para os Jogos. Mais de 20 organizações estiveram representadas, incluindo o próprio Comitê Rio 2016. O objetivo era usar os Jogos como um catalisador para a melhoria do setor de alimentos, oferecendo acesso a produtos saudáveis, sustentáveis e com origem ética, segura e diversificada. Como resultado destas reuniões, o grupo formou a Iniciativa Rio Alimentação Sustentável, com o objetivo de criar alianças com parceiros-chave em todas as fases do processo de entrega.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
136
benefícios nutricionais. A Iniciativa Rio Alimentação Sustentável lançou um guia
especificamente voltado para o Rio 2016, com recomendações gerais33.
O guia está disponível no endereço eletrônico a seguir:
http://rio-alimentacaosustentavel.org.br
Há também a parceria com o Sebrae34 voltado à promoção e desenvolvimento de
pequenos e médios produtores, auxiliando-os no alcance de novos padrões de
serviço, especialmente na certificação de produtos35.
Detalhes disponíveis no endereço eletrônico a seguir:
http://portaldesuprimentos.Rio2016.com
Há também um programa de conscientização em curso, voltado à promoção de um
estilo de vida saudável e hábitos alimentares responsáveis, valorizando a
diversidade da culinária brasileira. O Rio 2016 entende que, ao disponibilizar para
seus clientes uma grande variedade de alimentos, estará melhorando a experiência
dos Jogos e despertando a percepção a respeito dos benefícios de hábitos
alimentares mais saudáveis. Todos os voluntários e funcionários do Rio 2016
receberão informações sobre o tema, e aqueles com atuação direta na área
passarão por treinamento específico.
O guia de sustentabilidade para o sabor dos Jogos está disponível no endereço eletrônico a seguir:
http://www.rio2016.com/sites/default/files/users/rio2016_files/rio-2016_guia-
de-sustentabilidade-para-sabor-dos-jogos.pdf
Outra preocupação importante no processo são os resíduos gerados pelo
fornecimento da alimentação, pois representam aproximadamente 80% do total.
Para tratar da questão é fundamental que as embalagens e os resíduos tenham seu
33 Estabelecer metas para a compra de produtos saudáveis e sustentáveis; Favorecer os pequenos produtores no
fornecimento de alimentos para os Jogos; Fornecer apoio logístico aos pequenos produtores para o fornecimento direto de alimentos saudáveis e sustentáveis; Priorizar mercados locais e nacionais para o fornecimento de alimentos saudáveis e sustentáveis; Fornecer mecanismos de rastreabilidade que demonstrem a segurança e origem do produto; Firmar sólidas parcerias com governos, ONGs e empresas privadas para melhorar os padrões de sustentabilidade; Estimular a conscientização popular sobre alimentação e vida saudáveis, despertando novos hábitos principalmente entre os jovens.
34 Detalhes sobre a parceria entre o Rio 2016 e o Sebrae compõe o projeto "Sebrae no Pódio".
35 Os objetivos são: Auxiliar a aquicultura e a pesca de alto mar com utilização de métodos tradicionais de pesca, equipamentos de baixo impacto, controle e implementação de gestão de estoque, inclusão social e métodos de gestão ambiental; Fornecer a rastreabilidade completa dos produtos; Apoiar projetos relacionados à educação e mudança de hábitos que possam ser desenvolvidos pelo Comitê Rio 2016 antes ou durante os Jogos. O programa é voltado a priorizar produtores: com inscrição no ‘Desmatamento Zero’; com certificação e metas de produção orgânica tipo fairtrade, ou Rainforest Alliance, ou FSC; com padrões de sistema de produção de legado sustentável e Sistema Participativo de Garantia, com certificação obtida em função dos parâmetros definidos na lei brasileira; que já possuam ou estejam dispostos a implementar um sistema de gestão que envolva práticas de bem-estar social, ambiental e animal.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
137
processo detalhadamente planejado e gerenciado36. O Comitê Rio 2016 elaborou o
Guia de Sustentabilidade para Embalagens.
O Guia de Sustentabilidade para Embalagens está disponível no endereço a seguir:
http://portaldesuprimentos.Rio2016.com
O uso de materiais primários, secundários e terciários em embalagens deve seguir
as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Além disso, todas as
embalagens devem respeitar as diretrizes de Design Ecológico (EcoDesign)
estabelecidas na ISO 14.062 e observar os requerimentos do Guia de
Sustentabilidade para Substâncias e Materiais Nocivos do Rio 201637.
O Guia de Sustentabilidade para Substâncias e Materiais Nocivos está disponível no
endereço a seguir:
http://portaldesuprimentos.Rio 2016.com
6.2. Gestão e transparência
6.2.1. Desenvolver o Plano de Gestão da Sustentabilidade
(PGS)
Responsáveis: GT sustentabilidade, APO e Rio 2016
A elaboração e atualização do Plano de Gestão da Sustentabilidade – PGS- é um
compromisso de candidatura e visa dar transparência a estratégia de
sustentabilidade dos Jogos. O PGS tem a característica de ser um documento
dinâmico que acompanha o desenvolvimento dos programas e projetos relacionados
à preparação e operação dos Jogos.
A versão 1 foi publicada no sítio web do Rio 2016 para consulta por todos em
outubro de 2013. A versão 2 contendo a atualização da estratégia de
sustentabilidade estará disponível em 2016. A versão 2 traz a atualização e os
principais resultados dos programas e projetos, bem como seus desdobramentos e
maior detalhamento. Entre as atualizações, alguns itens contidos no PGS 1 foram
incorporados a outros itens. É o caso dos itens:
36 A estratégia estabelece em linhas gerais: Desenvolver menus criativos e que reduzam o desperdício de alimentos;
otimizar o tamanho das porções; utilizar produtos locais e da estação; promover uma gestão eficiente do estoque de alimentos; desenvolver um plano de gestão do estoque remanescente; pratos e talheres não reutilizáveis devem ser feitos de materiais compostáveis ou recicláveis.
37 A gestão das embalagens acompanha todo o ciclo de vida do produto, passando pelo planejamento, desenho, produção, transporte, utilização durante os Jogos e descarte final. Sempre que possível, os fornecedores serão solicitados a implementar um programa de logística reversa.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
138
Coordenar e garantir a correta implantação do Plano de Gestão da
Sustentabilidade.
Respeitar às exigências do Manual Técnico do COI sobre a Proteção do Meio
Ambiente e a Sustentabilidade.
Certificação do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio
2016 na norma ABNT NBR ISO 20121.
6.2.2. Utilizar metodologias de avaliação
internacionalmente reconhecidas para dar
transparência ao processo de implementação do PGS
Sediar o maior evento esportivo do mundo com responsabilidade pressupõe uma
comunicação confiável e coerente sobre os aspectos ambientais, econômicos e
sociais da organização dos Jogos. Pressupõe também monitoramento contínuo do
desempenho, de forma a identificar pontos fortes e fracos e ajustar o rumo em
direção a práticas mais sustentáveis.
Desta forma, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos
comprometeu-se com a publicação periódica de informações dentro de padrões de
comparabilidade e mensurabilidade internacionalmente reconhecidos.
Serão três as ferramentas utilizadas pelo Rio 2016 para dar transparência aos
impactos causados pelos Jogos e ao desempenho da organização na implementação
deste Plano de Gestão da Sustentabilidade:
Relatório de Sustentabilidade seguindo a metodologia do GRI;
Estudo de Impacto dos Jogos “Olympic Games Impact” (OGI);
Relatórios de Gestão de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).
6.2.2.1. Relatório de Sustentabilidade seguindo a metodologia do
GRI
Responsável: Comitê Rio 2016
O GRI (Global Reporting Initiative) é a metodologia mais difundida e adotada na
elaboração do Relatório de Sustentabilidade do Comitê Rio 2016, sendo
reconhecida por sua abrangência e objetividade. Em fevereiro de 2012 foi criado
um Suplemento para Organizadores de Eventos (GRI EOSS), o qual contempla
indicadores específicos para o setor de eventos.
A metodologia GRI possui cinco passos:
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
139
Preparar: criação de um plano de ação para a elaboração do relatório,
incluindo a construção de cronograma, a definição de uma equipe e a
organização das principais fases da elaboração do relatório;
Engajar: identificação de partes interessadas, priorização e estabelecimento
de um método de comunicação e diálogo que irá contribuir para a
elaboração do relatório;
Definir: seleção de temas que estarão no relatório e escolha de indicadores
de desempenho;
Monitorar: verificar os processos e medir o desempenho da organização
através dos indicadores. Para garantir a qualidade das informações é
fundamental que a coleta e o registro de informações sejam precisos;
Comunicar. Definir forma de redação do relatório e mecanismos de
divulgação.
Os relatórios no modelo GRI EOSS trazem medidas objetivas de desempenho as
quais irão permitir a avaliação objetiva, regular e profissional dos resultados das
ações deste Plano.
Informações sobre o andamento dos trabalhos do Comitê Rio 2016 são coletados de
forma contínua e integradas a um sistema de gestão da sustentabilidade (SGS), o
qual será a base dos relatos periódicos de desempenho.
Os relatórios de sustentabilidade no padrão GRI estão previstos conforme segue:
Anos base 2012 e 2013: publicado em setembro de 2014;
Anos base 2014 e 2015: julho de 2016;
Ano base 2016 (período dos Jogos): primeiro semestre de 2017.
6.2.2.2. Estudo de impacto “Olympic Games Impact” (OGI)
Responsável: Comitê Rio 2016
O Estudo OGI tem por objetivo de monitorar os impactos tangíveis e intangíveis da
realização dos Jogos Rio 2016 por meio de indicadores sociais, ambientais,
econômicos e esportivos integrados em uma perspectiva de longo prazo.
Produzido a cada edição dos Jogos, o OGI cobre um período que vai de dois anos
antes da escolha da cidade para sediar os Jogos até três anos após a realização dos
mesmos. No caso do Rio de Janeiro, de 2007 a 2019.
O Estudo OGI é elaborado por uma universidade em posição de trabalho
independente, livre de pressões políticas e comerciais, que esteja apta a conduzir
o estudo de forma objetiva. No caso do Rio, o Estudo será elaborado pela COPPE
(Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia) da UFRJ.
O Estudo OGI compreende:
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
140
R1 - Relatório de Metodologia e Plano de Levantamento de Dados (publicado em agosto de 2014), - Situação Inicial, com base em 2007 (até 2013);
R2 - Relatórios de avaliação do impacto de parte do período do planejamento antes dos Jogos (2014 e 2015);
R3 - Relatórios de avaliação do impacto de parte do período operacional com foco nas tendências dos indicadores contextuais nos níveis municipal e regional e estudos de caso (2016 e 2017);
R4 - Avaliação final dos impactos, três anos após os Jogos (até 2019).
6.2.2.3. Relatórios de gestão de emissões de gases de efeito estufa
(GEE)
Responsável: Comitê Rio 2016
O Rio 2016 irá publicar os seguintes relatórios de emissões de gases de efeito estufa
(pegada de carbono) dos Jogos Rio 2016:
Cenário de linha de base, com cálculo de emissões potenciais considerando
práticas-padrão no país (business as usual);
Cenários alternativos de emissões de GEE dos Jogos Rio 2016 a partir da
adoção potencial de diferentes projetos de mitigação de emissões;
Propostas de compensação das emissões residuais (não passíveis de
mitigação);
Inventário final de emissões efetivas dos Jogos Rio 2016 (cálculo da pegada
de Carbono).
As emissões são calculadas de acordo com o padrão internacional GHG Protocol,
adaptado para o contexto de Jogos Olímpicos e Paralímpicos pelo Comitê
Organizador dos Jogos de Londres 2012 (LOCOG).
Em essência, o padrão do GHG Protocol determina a responsabilidade pelas
emissões de carbono decorrentes de uma atividade na proporção das contribuições
para o seu custo. No entanto, esta abordagem, apropriado para empresas, não
consegue captar a natureza pública e potencial de influência dos Jogos. Para
refletir esses impactos indiretos, são classificados diferentes graus de controle e
responsabilidade seguindo o modelo adotado pelos jogos de Londres 2012:
Direto: atividades inteiramente financiadas pelos jogos, bem como uma
parte da pegada de atividades financiadas conjuntamente e atribuível aos
Jogos;
Compartilhado: a pegada associada com as contribuições dos parceiros para
as atividades co-financiadas (por exemplo: projetos de transporte
financiados conjuntamente infraestrutura, a Vila Olímpica);
Associados: atividades associadas com os Jogos, não são financiados pelos
organizadores dos Jogos, mas sobre os quais estes podem ser capazes de
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
141
exercer algum grau de influência, mas não controle, como atividades
mensuráveis relacionados com os grupos de clientes dos jogos (por exemplo:
patrocinadores, mídia e espectadores).
6.2.3. Adotar processos de gestão e operação eficientes
6.2.3.1. Certificação ISO 20121
Responsável: Rio 2016
O Comitê Rio 2016 recebeu a certificação na norma ABNT NBR ISO 20.121 em
dezembro de 2015. O objetivo foi conferir robustez e credibilidade ao processo de
integração de critérios de sustentabilidade ao longo de todo o ciclo dos Jogos Rio
2016, a partir da adoção de norma reconhecida nacional e internacionalmente de
gestão da sustentabilidade em eventos.
Um Sistema de Gestão de Sustentabilidade (SGS) foi criado seguindo as diretrizes
da norma ISO 20.121, e está sendo adotado por todas as áreas funcionais do Rio
2016. O SGS permite o acompanhamento do progresso obtido na implantação do
Plano de Gestão da Sustentabilidade dentro do Comitê Organizador.
6.2.3.2. Plano do uso eficiente da água e energia na Preparação
dos Jogos Rio 2016
Responsável: Governo Municipal
Durante as fases de elaboração de projetos e execução das obras de instalação das
Arenas Esportivas dos Jogos Rio 2016, estratégias foram estabelecidas de forma a
se garantir a redução no consumo de água potável, mesmo durante as etapas de
construção. De forma semelhante, critérios de eficiência foram definidos de forma
a assegurar baixos consumos energéticos nas instalações principalmente em modo
legado, considerando que durante a realização dos jogos, muitas instalações
necessitarão de um maior aporte de equipamentos eletroeletrônicos e de
iluminação específica.
Para o Parque Olímpico da Barra, onde as estimativas de consumo de água potável
durante os Jogos ultrapassam as demandas usuais – seja pelo número expressivo de
usuários, seja pela existência de instalações e overlays provisórios – optou-se por
um sistema que ao mesmo tempo ofereça resiliência (capacidade armazenada para
abastecimento durante as fases de pico de utilização) e não haja desperdício de
volumes. Diversos reservatórios foram construídos de forma interligada (vasos
comunicantes) garantindo uma capacidade máxima de armazenamento e a
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
142
distribuição eficaz para cada equipamento. Em modo legado, onde o consumo de
água reduzirá significativamente, vários desses reservatórios temporários serão
removidos do local.
Outras iniciativas incluem a captação das águas de chuva das coberturas das arenas
permanentes (Arenas Cariocas e Velódromo), utilização de equipamentos
hidrossanitários redutores de consumo e paisagismo com baixa demanda de
irrigação.
box 7
A Arena do Futuro, palco do Handebol durante os Jogos Rio 2016, além de ter seu
projeto concebido para reaproveitamento máximo através de sua desmontagem
após os Jogos e a construção de 4 escolas municipais, teve sua obra controlada de
forma a obter grande redução no consumo de água.
Durante a fase de construção, isso foi possível através do aproveitamento da água
de chuva dos telhados dos barracos de obra e até da captação da água de
condensação de aparelhos de ar condicionado.
Na arena em si, considerando que os equipamentos hidrossanitários utilizados no
equipamento temporário, terão uso continuado posteriormente nas escolas
municipais, foram especificados e utilizados dispositivos com controle de vazão
(válvulas, torneiras e chuveiros).
Como resultado disso, as estimativas realizadas apontam uma economia de até 64%
no consumo de água potável se consideradas edificações semelhantes sem este tipo
de controle.
Já em instalações onde há uma necessidade de grandes volumes de água para
irrigação como o Campo Olímpico de Golfe e o Cross-Country do Hipismo no
Complexo Esportivo de Deodoro a economia em água potável foi garantida através
da utilização de lagos artificiais formados por água de afloramento (lençol freático
elevado) e poços de captação respectivamente. O tanque de canoagem slalom,
também em Deodoro, possui sistemas de tratamento da água tendo sido enchido
apenas uma vez, necessitando a partir daí pouca contribuição de água para
manutenção de níveis (perdas por evaporação natural).
Os novos sistemas elétricos instalados, perseguem eficiência tendo sido adotadas
metas de consumo semelhantes as utilizadas por padrões de certificação
ambiental, aliados sempre a um projeto arquitetônico que privilegia a iluminação e
ventilação natural.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
143
box 8
Com foco na inovação tecnológica e na eficiência energética, as Arenas Cariocas 1,
2 e 3 do Parque Olímpico Rio 2016, na Barra da Tijuca, possuem um sistema de
iluminação natural, através de domos, que capta a luz do sol e replica para dentro
da instalação, sem necessidade de consumo de energia elétrica durante o dia.
Cada domo instalado na cobertura, espécie de cúpula, em acrílico, capta os raios
solares para dentro da estrutura e uma chapa de alumínio interna reflete a luz
para dentro da Arena por meio de um difusor. Para garantir a máxima iluminação,
independentemente da posição do sol ou da estação do ano, a placa interna possui
ângulos que otimizam o redirecionamento dos raios. Além disso, a estrutura conta
com um filtro de infravermelho, que impede a entrada de calor na instalação.
Ao todo foram instalados 72 domos na cobertura da Arena Carioca 3, que será
palco das competições de esgrima, taekwondo e judô Paralímpico, e as 80 peças da
Arena Carioca 2, palco do judô, luta livre, luta greco-romana e bocha paralímpica.
Na Arena 1, onde acontecerão o basquete, basquete em cadeira de rodas e rúgbi
em cadeira de rodas, foram instalados 92 domos.
Cada um desses equipamentos de iluminação natural utilizado nas Arenas Cariocas
é capaz de produzir 20.500 lumens, o que equivale a 17 lâmpadas incandescentes
de 100 watts. Com a instalação dos 244 domos, evita-se o uso de aproximadamente
4.148 dessas lâmpadas de 100 watts durante, em média, 6 horas do dia (luz do sol)
durante os 30 dias (utilização diária da Arena).
Estimativas realizadas com base nessas condições e nas tarifas praticadas por
concessionárias de energia, indicam uma possível economia de mais de R$ 40 mil
reais por mês para o conjunto das 3 Arenas Cariocas.
6.2.3.3. Plano do uso eficiente da água e energia na Operação dos
Jogos Rio 2016
Responsável: Rio 2016
Todas as instalações, esportivas e não-esportivas, serão operadas no período dos
Jogos segundo processos visando aumentar a eficiência no uso da água e energia,
realizando o potencial de baixo impacto das instalações.
Para tanto, processos de operação, manutenção preventiva e treinamento da força
de trabalho serão adotados. Critérios de uso econômico de água e energia estão
sendo incluídos nos planos operacionais de todas as instalações.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
144
6.2.4. Criar canais de comunicação com a sociedade
6.2.4.1. Diálogos com a Sociedade Civil
Responsável: Rio 2016
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA, é uma agência para
o ambiente do sistema das Nações Unidas criada em 1972, cujo objetivo é
coordenar ações internacionais de proteção ao meio ambiente e de promoção
do desenvolvimento sustentável. O PNUMA tem atuado no Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), objetivando sintetizar e
divulgar o conhecimento mais avançado sobre as mudanças climáticas que hoje
afetam o mundo, especificamente o aquecimento global.
Neste sentido, o PNUMA tem acompanhado as edições dos Jogos Olímpicos desde
199438, estabelecendo um diálogo profícuo com os entes envolvidos diretamente
com os Jogos, e também com a sociedade civil. O Comitê Rio 2016 conta com a
parceria do PNUMA para acompanhar suas ações de sustentabilidade. O acordo de
cooperação consiste na avaliação técnica do trabalho de sustentabilidade realizado
pelo Rio 2016, na facilitação para o engajamento com a sociedade civil e com o
passaporte verde, que tem como objetivo sensibilizar para o turismo sustentável.
Dentre as ações realizada em parceria com o Programa do PNUMA, destacam as
oficinas de Diálogos com a Sociedade Civil. Ao todo, já ocorreram três oficinas de
diálogos contando com a participação de representantes de mais de 30 ONGs e
movimentos sociais, que colaboram para que os Jogos Rio 2016 assegurem um
legado sustentável, tal qual preconizado no Dossiê de Candidatura. Além disso, os
encontros procuram abrir um canal de diálogo contínuo com a sociedade para
garantir a construção coletiva de Jogos mais sustentáveis.
O objetivo das oficinas é colher as contribuições da Sociedade Civil Organizada a
fim de identificar eventuais lacunas, antecipar riscos e oportunidades e
recomendar medidas para aperfeiçoamento do PGS. Nos encontros foram
tratados grandes temas. Entre eles: Mobilidade Urbana, Mudanças Climáticas,
Recuperação ambiental, Transparência, Acessibilidade, Proteção à Crianças e
Adolescentes, Educação para Sustentabilidade, Diversidade e Inclusão, e outros.
6.2.4.2. Programa Vizinhos Olímpicos
Responsável: Governo Municipal
38 No endereço a seguir pode ser encontrado mais detalhes sobre os trabalhos PNUMA e o COI
http://www.unep.org/sport_env/Olympics_UNEP.aspx
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
145
Vizinhos Olímpicos é um projeto de comunicação da Prefeitura do Rio executado
pela Empresa Olímpica Municipal (EOM), por meio da Assessoria Especial de Mídias,
da Assessoria Especial de Comunicação e da Ouvidoria, em parceria com
representantes de 20 órgãos municipais: Subprefeitura da Barra e de Jacarepaguá,
Assessoria de Imprensa do Prefeito, Assessoria Internacional do Prefeito, Comlurb,
Rio Urbe, Procuradoria Geral do Município, Central 1746, Instituto Pereira Passos
(IPP) e secretarias municipais de Habitação, Obras, Transportes, Casa Civil, Ordem
Pública, Meio Ambiente, Urbanismo, Educação, Esporte e Lazer, Trabalho e
Emprego, Cultura e Proteção e Defesa do Consumidor. O projeto também conta
com o apoio do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016,
da Concessionária Rio Mais e do Exército Brasileiro.
O projeto-piloto foi a Região da Barra da Tijuca em março de 2014. Em agosto do
mesmo ano, a Região de Deodoro. Ao todo, o programa já atendeu cerca de 900
moradores e realizou 20 palestras, de março de 2014 a maio de 2015. A boa
aceitação nas regiões Olímpicas pode ser avaliada pelos resultados das pesquisas
aplicadas entre os participantes que indicaram 99% de aprovação do programa e
93% acreditam que os projetos impulsionados pelos Jogos trarão benefícios para o
dia a dia. Em Copacabana, os moradores foram informados sobre as principais
ações que deverão ser implementadas no bairro para a operação durante os
eventos-teste e os Jogos Rio 2016.
Os Vizinhos Olímpicos também chegaram ao Centro de Integração Empresa Escola,
maior agente de integração do país. Cerca de 70 estudantes divididos em duas
turmas conheceram o projeto olímpico. Os parceiros também participam
apresentando suas iniciativas relacionadas aos projetos olímpicos.
Para atingir o objetivo de aproximar, informar e engajar os moradores, vários
materiais de comunicação foram produzidos, como o Jornal do Vizinhos, um
informativo digital sobre cada encontro realizado. A comunicação é feita de forma
continuada por meio de informes enviados por e-mail e também na página do
Facebook, Twitter e Whatsapp. Ao todo foram produzidas oito edições com a
cobertura das visitas realizadas nas regiões da Barra e de Deodoro. O informativo
também incluiu assuntos relevantes para os moradores como mudanças no trânsito,
oportunidade de emprego e locais gratuitos para a prática de esporte e lazer.
6.2.4.3. Circuito Olímpico Móvel e Digital
Responsável: Governo Municipal
Visando ao engajamento de cariocas que praticam atividades físicas em cartões
postais da cidade, o Circuito Olímpico Móvel apresenta o projeto olímpico a atletas
profissionais ou amadores, tirando dúvidas sobre a preparação da cidade para
receber os Jogos de 2016.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
146
Iniciado em outubro de 2014, a Prefeitura, por meio da Empresa Olímpica Municipal
(EOM), realiza edições do circuito diretamente em locais ou eventos frequentados
por este público, que passa a deter, além de informações sobre esportes, detalhes
da transformação da cidade, podendo disseminar tais dados ao seu círculo de
convivência.
Para levar informação e envolver os cariocas em torno do universo olímpico, o
Circuito Olímpico Digital conta com a estrutura das oito Naves do Conhecimento
(Parque Madureira, Santa Cruz, Padre Miguel, Vila Aliança (Bangu), Penha, Irajá,
Nova Brasília (Complexo do Alemão) e Triagem) espaços comunitários de alta
tecnologia abertos a moradores das zonas Norte e Oeste. Os ambientes digitais das
Naves do Conhecimento oferecem várias informações sobre os Jogos, como imagens
e dados sobre as instalações esportivas do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca; a
história dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos; as 41 modalidades Olímpicas e as 23
Paralímpicas; além de outras curiosidades sobre o megaevento que vai reunir cerca
de 15 mil atletas de 200 países.
Figura 21 – Divulgação dos Jogos Rio 2016
Fonte: Empresa Olímpica Municipal –EOM
Os visitantes também podem conhecer a preparação do Rio, incluindo a realização
de obras que já estão beneficiando os moradores da cidade, como o BRT Transoeste
e Transcarioca, além de outros projetos de infraestrutura urbana que foram
impulsionados pela realização dos Jogos Rio 2016.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
147
Figura 22 – Divulgação dos Jogos Rio 2016
Fonte: Empresa Olímpica Municipal –EOM
6.2.4.4. Desafio Ágora Rio
Responsável: Governo Municipal
A iniciativa foi inspirada na Ágora grega, espaço público rodeado por mercados,
feiras e prédios públicos, onde, além de compras, os cidadãos discutiam políticas
na Grécia Antiga. A Prefeitura do Rio, reforçando o diálogo com a população,
lançou em setembro de 2014 o “Desafio Ágora Rio”, uma inédita plataforma
colaborativa governamental para discussão de políticas públicas. A estratégia do
projeto visa gerar novas ideias que permitam discutir e aprimorar as políticas
públicas para o município do Rio de Janeiro, incluindo as iniciativas relacionadas
aos Jogos de 2016. A plataforma funciona como uma grande rede social para
discussão de ideias, onde cada cidadão pode propor ideias e ações.
A cada três meses, são previstas tratativas de um novo desafio, com temas
importantes para o desenvolvimento da cidade. Para participar basta acessar o
endereço na internet39.
A plataforma serve para o povo informar à prefeitura quais são os seus desejos.
Essa ferramenta consolida os esforços que a prefeitura já vem fazendo para ampliar
a participação e interação com a população. A primeira etapa é a fase de
proposição, na qual os participantes podem dar suas ideias e discutir com os demais
na plataforma. Nesta fase, todos os órgãos da Prefeitura do Rio envolvidos com as
sugestões estarão acompanhando as postagens e esclarecendo os cidadãos sobre o
que já está sendo realizado e o que pode vir a se tornar concreto. A segunda etapa
39 http://www.desafioagorario.com.br
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
148
é a discussão, onde são realizados encontros presenciais para diálogo e troca de
conhecimento entre os representantes da prefeitura e a população que participou
do processo. Após esta fase, as ideias mais bem colocadas são colocadas para
votação popular.
O primeiro desafio do Ágora Rio foi debater o legado dos Jogos Olímpicos de 2016.
Para esse primeiro desafio, as ideias foram enviadas e a discussão e encontros
foram iniciados, ao final ocorreu uma votação entre os usuários para definir as
ideias que fizeram parte de um documento entregue ao prefeito Eduardo Paes em
04 de dezembro de 2014, que colabora ainda mais nas oportunidades geradas pelos
Jogos Rio 2016.
6.2.4.5. Maquete Tátil do Parque Olímpico da Barra
Responsável: Governo Municipal
Para comemorar o marco de 500 dias para os Jogos Paralímpicos de 2016 (em 26 de
abril de 2015), a Prefeitura do Rio lançou a maquete tátil do Parque Olímpico da
Barra. A maquete confeccionada em escala 1/750 tem área de 1,3 m² (enquanto o
Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, ocupa uma área de 1,18 milhão de m²).
O principal diferencial da maquete tátil é permitir a percepção espacial do Parque
Olímpico por deficientes visuais. Através do toque, é possível compreender o
espaço do Parque, os locais onde acontecem as práticas esportivas e gerar
mentalmente uma imagem.
Utilizando-se de diversos materiais, a maquete tátil se utiliza de texturas e
volumes resistentes para que haja o reconhecimento tátil dos diferentes elementos
dos pisos, fachadas, vegetações, etc. e ao mesmo tempo ofereça segurança ao
toque dos usuários evitando machucados. Além das volumetrias, a maquete conta
com “legendas” bilíngues em Braille.
Idealizada como equipamento de difusão e inclusão, a maquete tem caráter
itinerante, tendo sido lançada no Instituto Benjamin Constant (IBC) - tradicional
instituição de ensino para pessoas com deficiência visual, passando posteriormente
por diversas instituições e eventos.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
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6.3. Emprego, renda e qualificação
6.3.1. Promover geração de emprego e renda e
qualificação profissional
6.3.1.1. Capacitação em Programas Federais
Responsável: Governo Federal
O Ministério do Turismo – MTur, visando contribuir para a promoção da geração de
emprego e renda e com base no levantamento de demandas realizado pela Empresa
de Turismo do Município do Rio de Janeiro – Riotur, na cidade do Rio de Janeiro,
sede dos eventos dos Jogos Olímpicos e Paralimpícos Rio 2016, firmou parceria com
o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ,
objetivando a execução de ações de qualificação profissional de trabalhadores que
atuam no setor de turismo.
O projeto piloto resultou na criação da plataforma de ensino à distância chamada
“Canal Braços Abertos” para atender profissionais do segmento turístico como
quiosqueiros, barraqueiros, profissionais do receptivo de hostels ou albergues,
conforme demanda identificada por meio do mapeamento realizado pela Riotur.
O curso tem horária de 80 horas e apresenta como diferencial, o acesso do aluno
por meio de celular, tablet ou computador. Até o momento, constam cadastrados
na plataforma 5,9 mil estudantes, sendo que o prazo para o cadastro vai até 24 de
julho de 2016, e certamente este quantitativo será alterado.
Os resultados esperados desta parceria é poder contribuir para a melhoria dos
serviços prestados aos turistas, oferecer novas oportunidades de empregabilidade,
contribuindo assim para a elevação da competitividade. O conteúdo tem unidades
que tratam de temas como sustentabilidade, acessibilidade e prevenção à
exploração sexual de crianças e adolescentes.
6.3.1.2. Capacitação na FAETEC
Responsável: Governo Estadual
Um Acordo de Cooperação Técnica foi estabelecido entre o Rio 2016 e a Fundação
de Apoio à Escola Técnica (FAETEC), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
150
Tecnologia, para a contratação de alunos durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos
Rio 2016.
Cerca de 9 mil oportunidades em cursos profissionalizantes gratuitos em todo o
Estado do Rio foram abertas para atender especificamente a demanda de mão-de-
obra dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
Além disso, as 63 unidades da FAETEC desenvolveram outras ações para que os
alunos e ex-alunos da instituição tivessem acesso às vagas de emprego geradas
pelos Jogos como: distribuição de licenças de curso de inglês, palestras,
intercâmbio com as empresas terceirizadas pelo Rio 2016, palestras e
treinamentos, além de um banco de dados com o cadastro de alunos e egressos
para preenchimento de vagas nas áreas de almoxarife assistente, assistente de
operação de logística, auxiliar de cozinha, bartender, camareira em meios de
hospedagem, confeiteiro, cozinheiro, garçom, governanta em meios de
hospedagem, padeiro, técnico em hospedagem, técnico em eventos e técnico em
cozinha, entre outras.
6.3.1.3. Programa Rio Criança Global
Responsável: Governo Municipal
O programa Rio Criança Global, criado em 2009 pela Prefeitura do Rio, por meio da
Secretaria Municipal de Educação, tem como objetivo intensificar e estender o
ensino de inglês nas escolas da Prefeitura. Os alunos do 1º ao 3º ano têm uma aula
semanal do idioma, enquanto os estudantes do 4º ao 9º ano têm dois tempos
semanais de inglês, com ênfase na conversação. Até o momento, o programa já
beneficia mais de 500 mil alunos.
Para reforçar essa estratégia, a Secretaria Municipal de Educação implantou, em
2013, em quatro escolas, o ensino bilíngue em Língua Inglesa, e na Escola Municipal
Holanda, o ensino bilíngue em Espanhol, com objetivo de introduzir metodologia e
práticas de ensino em duas línguas desde a Educação Infantil até o 6º ano. Em
2015, a SME ampliou o projeto para mais três escolas que também passaram a
oferecer ensino bilíngue em Língua Inglesa.
As unidades com ensino bilíngue estão localizadas no Complexo do Alemão (Escola
Municipal Professor Afonso Várzea), Pavuna (CIEP Glauber Rocha), Jacarepaguá
(Escola Municipal Dyla Sylvia de Sá), Campo Grande (CIEP Francisco Cavalcanti
Pontes de Miranda), Ilha do Governador (Escola Municipal Holanda), Humaitá (Ciep
Presidente Agostinho Neto), São Cristovão (Escola Municipal Mestre Waldomiro) e
Padre Miguel (Escola Municipal Mestre André). Ao todo 3.853 alunos são atendidos
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
151
nas oito escolas. Até 2016 mais três unidades passarão a oferecer o ensino bilíngue
de Língua Inglesa.
A SME oferece curso de inglês para os profissionais das escolas bilíngues, em
parceria com a Cultura Inglesa e formação continuada em metodologia de ensino
para professores de Língua Inglesa. As formações acontecem por meio de diversas
ações ao longo do ano para todos que são funcionários públicos lotados na
Secretaria.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
154
7. Conclusões e principais resultados
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 foram organizados em sintonia com os
conceitos de sustentabilidade desde a época da candidatura, na qual já havia uma
base consolidada de políticas públicas para empreender as mudanças positivas para
a cidade do Rio de Janeiro e para o Brasil. Os Jogos serviram como catalisadores
destas mudanças.
Como resposta efetiva aos compromissos assumidos e em consonância com as
políticas públicas que proporcionaram a realização dos Jogos, já é possível concluir
e demonstrar avanços e apresentar resultados em algumas áreas40:
7.1. Mobilidade urbana
A mobilidade urbana é o aspecto mais significativo no âmbito dos compromissos dos
Jogos e com maior potencial de legado. Em 200941, havia uma rede municipal e
metropolitana de alta capacidade formada pelos sistemas metro-ferroviários, que
era responsável por cerca de 10% do total de viagens por transporte público; os
demais 90% eram por modos rodoviários, que atingiam 9,7 milhões de viagens por
dia.
Foi desenvolvido um Plano Estratégico para 2016, que incorporou e integrou os
transportes de média e alta capacidade. A meta foi alcançar com a integração
(barca, trem, metrô e BRT) 52% dos usuários de transporte público no município do
Rio de Janeiro. Deste modo, mais da metade dos usuários de transporte público
passaram a ser atendidos por esta rede mais econômica, sustentável e confortável.
Os usuários são beneficiados com viagens regulares e rápidas, independentes das
condições de trânsito.
40 Os resultados apresentados seguem os projetos apresentados pela versão 1 do PGS a partir dos temas tratados nas
oficinas organizadas pelo PNUMA, tratados como Diálogos com a Sociedade Civil. Os temas principais são: Mobilidade urbana, Recuperação e conservação ambiental, Mudanças climáticas, Acessibilidade, Diversidade e inclusão, Educação para sustentabilidade, Proteção a crianças e adolescentes, e Transparência.
41 A rede de transporte de alta capacidade do Rio de Janeiro compreendia 2 linhas de metrô com uma extensão de 37 km e 33 estações e 5 ramais de trem com uma extensão total de 225 km e 89 estações, sendo 3 ramais de alcance metropolitano. Havia ainda 3 ligações hidroviárias e 1.450 linhas e serviços de ônibus municipais e metropolitanos.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
155
Quadro 1 –Quantitativo e percentual de usuários em modais de alta capacidade na Cidade
do Rio de Janeiro identificados para o ano de 2011 e estimado para o ano de 2016.
Fonte: Plano Estratégico, 2013
O planejamento segue as diretrizes do Plano Diretor de Transporte Urbano da
região metropolitana (PDTU-2013. Neste contexto, projetos induzidos pela
realização dos Jogos já melhoraram bastante a rede de transportes da cidade,
consolidando o anel de alta capacidade mencionado no Dossiê de Candidatura e nos
cadernos de Legado dos Jogos.
As principais melhorias são:
Criação da integração intermodal por meio de um sistema de bilhete único,
que permite ao usuário pagar apenas uma tarifa e utilizar vários modais
desde sua origem até seu destino final em toda a área metropolitana do Rio
de Janeiro.
Implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit - corredor exclusivo para
ônibus articulados): Transoeste (em funcionamento) e TransCarioca (com
conexão de BRT ao aeroporto internacional). Em 2016, a capacidade do
transporte coletivo no município deverá passar de 18% para 63%. Ao todo,
serão 150 quilômetros de vias especiais para ônibus articulados. O sistema já
transporta 450 mil passageiros/dia.
Reestruturação e renovação da frota de ônibus convencional. O processo foi
estruturado em duas frentes: a reestruturação do sistema integrado,
redefinindo rotas e facilitando a integração com outros modais. E a
renovação de parte da frota, inclusive com unidades refrigeradas, que em
dezembro de 2014 já eram 28% da frota.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
156
Implantação de linha de VLT (Veículo Leve sobre Trilho) com 28 km de
extensão, ligando a região central à região portuária. O trajeto conecta de
maneira fácil e barata a rede de transporte público à importantes pontos da
cidade, como o Aeroporto Santos Dumont e a Rodoviária Novo Rio. O VLT
também traz mais conforto e segurança ao usuário, operando com baixos
níveis de vibração e ruído.
Implantação da linha 4 do metrô, com extensão de 16 km e seis estações.
Sua capacidade é de 300 mil passageiros/dia. Quando finalizada, o tempo de
viagem entre a Barra da Tijuca e Ipanema diminuirá de 1 hora e 6 minutos
para 23 minutos.
Investimentos no sistema de trens urbanos, abrangendo obras e melhoria dos
serviços. Consiste em reformas das estações Olímpicas e aquisição de 120
novos trens refrigerados para todo o sistema ferroviário, além de reformar o
material rodante existente.
Ampliação da rede cicloviária do Rio de Janeiro. O processo já alcançou 450
km em 2015, como marco comemorativo dos 450 anos da cidade. A rede já
permite a integração de várias regiões da cidade e é complementada com o
sistema de compartilhamento de bicicletas, estruturado em várias bases
junto às estações de metrô, trens e BRTs.
7.2. Recuperação e conservação ambiental
A estratégia de sustentabilidade dos Jogos Rio 2016 se pautou principalmente em
duas vertentes:
Mitigar impactos ambientais e atuar na recuperação de ecossistemas;
Controlar a pegada ambiental, diminuindo o consumo e aumentando a
eficiência das construções.
As questões mais relevantes foram voltadas para a conservação das águas e a
gestão de energia. Estes aspectos se refletem tanto no planejamento das
instalações esportivas que estão sendo entregues para os Jogos, como nas obras de
infraestrutura da cidade. Entre os pontos mais relevantes, podemos salientar:
Pontos relevantes da estratégia para as águas nas instalações esportivas que estão sendo entregues para os Jogos:
Captação de água de chuva proveniente das coberturas das Arenas
Permanentes do Parque Olímpico (Arenas Cariocas e Velódromo), no Club-
House do Golfe e no telhado-verde (plantado) do IBC-Offices; com posterior
reutilização;
Implantação de paisagismo com princípios ecológicos no Parque Olímpico da
Barra, com utilização de espécies nativas adaptadas ao clima e que
necessitam de pouca irrigação;
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
157
Captação de águas para a irrigação do campo de Golfe a partir dos lagos
criados pelo próprio lençol freático, no qual a água utilizada drena
naturalmente de volta para a fonte;
Utilização de equipamentos economizadores de água nas instalações
hidráulicas (descargas, torneiras, chuveiros) dentro das arenas esportivas e
na vila dos atletas;
Utilização de sistemas de filtragem e tratamento das águas na instalação da
Canoagem Slalom, cujo objetivo é repor somente a água perdida por
evaporação, no intuito de evitar desperdício.
Pontos relevantes de conservação das águas na cidade
A questão das águas nos Jogos Rio 2016 vai além das competições envolvendo
contato com a água. A recuperação ambiental da Baía de Guanabara, as condições
da Lagoa Rodrigo de Freitas, do sistema lagunar de Jacarepaguá e a da bacia do Rio
Marangá são questões presentes nos compromissos de candidatura.
Sobre a evolução do processo e os resultados obtidos, o OGI demonstra os
indicadores e os impactos sobre o quadro. Entre os pontos mais relevantes sobre as
medidas tomadas e os resultados alcançados na conservação de água da cidade,
podemos salientar:
Aumento do tratamento dos efluentes na bacia contribuinte à Baía de
Guanabara seguindo a Política Nacional de Saneamento, de 11% em 2007
para 51% em 201542;
Outro marco importante no contexto da Baía de Guanabara foi o
encerramento das atividades do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho,
em Duque de Caxias, que funcionou por quase 30 anos, poluindo diretamente
a baía com o derrame de chorume;
Realização de intervenções importantes para a contenção de inundações,
criação de um sistema de alerta e treinamento da população, com gestão de
desastres naturais. Dentro deste contexto foram construídas estruturas na
Praça da Bandeira para controlar as enchentes no entorno do Maracanã e
que impactam toda a região da Tijuca;
Implantação de saneamento na Zona Oeste, com a operação de novas redes
de esgoto domiciliar, retirando o esgoto lançado nos rios e canais da região
de Deodoro;
Promoção, nas áreas próximas às lagoas de Jacarepaguá e de Marapendi, de
obras de infraestrutura de esgotamento sanitário e drenagem de água
pluviais, diretamente motivadas pelos Jogos, que já resultaram em
conformidade aos padrões legais de qualidade da água;
Dentre os programas de recuperação ambiental, a qualidade da água da
lagoa Rodrigo de Freitas teve especial atenção. Por ser a lagoa a própria
42 Fonte: Governo Estadual
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
158
área de competição, esforços conjuntos de diversos órgãos foram
implementados. O governo estadual priorizou investimentos na rede de
esgotos, renovando elevatórias e ampliando a galeria de cintura ao redor da
lagoa para captação das águas pluviais. O município promoveu ações das
Secretarias Municipais de Meio Ambiente e de Obras, a Fundação Rio - Águas
e a COMLURB, com objetivos relacionados à manutenção da vida aquática da
lagoa e à drenagem da área do entorno. Como resultado desses esforços
conjuntos a Lagoa Rodrigo de Freitas permaneceu em Estado de Equilíbrio
em mais de 85% do período dos últimos 4 anos.
Quadro 12 – Classificação da qualidade da água durante o ano
Fonte: PCRJ/SMAC
Pontos relevantes sobre gestão de energia nas instalações esportivas que estão sendo entregues para os Jogos
Os projetos de arquitetura das instalações esportivas foram desenvolvidos para
diminuir o consumo de energia durante os Jogos, mas principalmente após, no
período de legado. Entre os pontos mais relevantes sobre as medidas tomadas e os
resultados alcançados na redução de consumo de energia, podemos salientar:
As instalações esportivas contam com iluminação natural: Solatubes na
cobertura das Arenas Cariocas, estrutura em tela metálica e madeira nas
fachadas das Arenas Cariocas, brises das fachadas do Tênis e Arena do
Futuro, tela no Centro Aquático;
As instalações esportivas contam com ventilação cruzada natural nos seus
corredores por meio de utilização de elementos vazados nas laterais: brises,
telas e outros;
As Arenas Cariocas contam com aquecimento de água com utilização de
energia solar;
As áreas públicas do Parque Olímpico (Common Domain) contam com
iluminação com baixo consumo de energia, por meio do uso de lâmpadas de
tecnologia LED;
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
159
Pontos relevantes de recuperação ambiental
Os ecossistemas naturais de mangue e de restinga junto ao sistema lagunar de
Jacarepaguá estão sendo reconstituídos e preservados. O processo se dá junto do
Parque Olímpico da Barra, do Parque dos Atletas e do Campo de Golfe.
A faixa do Parque Olímpico da Barra que margeia a lagoa de Jacarepaguá
está sendo recuperada com o plantio de vegetação nativa de mangue e
restinga, assumindo os princípios ecológicos do que seria um ecossistema
natural. A faixa marginal de proteção tem 73.000 m² e o processo permitiu
que o mangue aumentasse de 2.140 m² para 29.690 m², com o plantio de
cerca de 480.000 mudas de mangues vermelho e preto. O reflorestamento
iniciado em 2013 e finalizado em 2015 ajudou a melhorar a qualidade da
água da lagoa e o combate à erosão do solo. Depois dos Jogos, uma passarela
com 1,4 km de extensão permitirá a visita à área recuperada, onde placas
com informações sobre a fauna e a flora do local serão instaladas para
fortalecer a conscientização e a interação com os visitantes;
O campo de golfe foi desenvolvido após um criterioso processo de
licenciamento ambiental e é considerado o maior programa de recuperação
de vegetação de restinga do País. Ao todo, foram recuperados 970 mil m², e
foram plantadas 650 mil mudas de espécies nativas de restinga. Após os
Jogos 2016, o campo será aberto ao público. Adicionalmente, o parque
Nelson Mandela, com 1,6 milhão de m², será construído para uso da
população;
O Programa Rio Capital Verde é voltado ao reflorestamento de vegetação de
Mata Atlântica no município do Rio. O programa consiste no reflorestamento
e recuperação de áreas degradadas atuando na recuperação do ecossistema
original da mata atlântica, regularização dos mananciais e prevenção à
ocupações irregulares em áreas de proteção permanentes. Atualmente o
programa atende ao restabelecimento da vegetação nativa das lagoas de
Marapendi, Jacarepaguá e Tijuca, que ficam em áreas próximas aos
equipamentos Olímpicos, como o Parque dos Atletas. Como resultados já
foram recuperados mais de 1.500 ha.
7.3. Mudanças climáticas
As mudanças climáticas43 e seus impactos associados afetam a todos. Os Jogos Rio
2016 foram entendidos como uma oportunidade de investir em projetos
43 As emissões de gases de efeito estufa (GEE) são responsáveis pelas mudanças climáticas e pelo agravamento dos
impactos dos eventos climáticos. Boa parte da comunidade científica concorda que as atividades humanas, especialmente as que envolvem a queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), são responsáveis pela maior parte das mudanças no clima. A concentração de gases de efeito estufa na atmosfera poderá ameaçar o bem-estar da sociedade, comprometendo o desenvolvimento econômico e alterando o ambiente natural, tornando-se um dos principais problemas do século XXI.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
160
sustentáveis a longo prazo. Neste sentido, a estratégia geral foi o emprego de
tecnologias de baixa emissão de gases do efeito estufa, adoção de produtos
sustentáveis, com certificação ambiental, e soluções tecnológicas com comprovada
eficiência energética.
Pontos relevantes para diminuir a pegada das emissões nas instalações esportivas
Segundo o relatório de Gestão da Pegada de Carbono dos Jogos Rio 2016, as
emissões de Gases de Efeito Estufa provocadas pelos Jogos podem ser objeto, neste
momento, apenas de estimativas44 (1,34 t de CO2 eq por espectador, 1,39 t de CO2
eq por m² de instalações e 249,83 t de CO2 eq por atleta). No entanto, algumas
iniciativas são relevantes nas obras das instalações esportivas:
Foram adotados programas de baixo carbono nas construções, com
reaproveitamento de resíduos de demolição na própria obra; uso de
materiais com componentes reciclados; preferência de materiais de
procedência regional; e utilização de madeiras com origem certificada.
Pontos relevantes sobre ações para diminuir as emissões de carbono na cidade
Além destas medidas diretamente relacionadas aos Jogos Rio 2016, é possível
salientar avanços gerais relacionados a cidade como um todo.
O anel de alta capacidade de transporte público compreende um grande avanço na
diminuição de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), cuja realidade anterior
era marcada pelo grande número de veículos individuais, que causavam longos e
prolongados engarrafamentos.
Neste contexto, vários projetos compreendem uma complexa iniciativa já em
funcionamento e outros em fase de implantação45. É possível salientar alguns
pontos de destaque:
O Sistema BRT utiliza veículos articulados que equivalem em capacidade a
três ônibus comuns. O BRT utiliza biodiesel B-20 (combustível renovável) e
utilizam o motor Euro5, considerado menos poluente, representando uma
redução significativa na emissão de gases poluentes. O número menor de
paradas ao longo do corredor (as estações são pré-definidas) e a via sem
congestionamento reduzem as saídas em primeira marcha, que também
contribuem para a redução de gases poluentes na atmosfera. O sistema
retira oito mil ônibus de circulação, promovendo uma redução significativa
na emissão de gases poluentes na cidade.
44 Ações de redução, mitigação ou compensação já foram iniciadas ou programadas pelo Comitê Rio 2016 e pelo Governo
Estadual.
45 Além destes projetos contidos na Candidatura e neste PGS, novos projetos estão ocorrendo. Entre eles a utilização de Taxis elétricos e a implantação do Sistema de Carro Elétrico Compartilhado (em fase de edital de chamamento pela SECPAR) http://www.rio.rj.gov.br/web/secpar/exibeconteudo?id=5352940.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
161
A implantação da linha 4 do metrô também contribui no contexto, pois retira
aproximadamente dois mil veículos por hora das ruas, em horários de pico. A
Fundação Getúlio Vargas – FGV elaborou um estudo que mostra que o sistema
metroviário como um todo (incluindo as linhas 1 e 2) promove uma redução
de aproximadamente 40% nas viagens de automóveis na região atendida pela
Linha 4. Estes usuários representam cerca de 28% da demanda total da Linha
4. Para os ônibus a redução seria de cerca de 48%, contribuindo com 72% da
demanda total desta linha46.
O VLT do Porto é movido a energia limpa, pois opera com sistema não
poluente, utilizando energia elétrica.
O incremento de usuários no sistema ferroviário da Supervia e na ampliação
da rede de ciclovias a partir de 2015 com a consolidação do anel de alta
capacidade permite a diminuição de viagens em veículos rodoviários,
contribuindo para a diminuição de emissão de gases do efeito estufa na
cidade.
Outro aspecto importante que afeta positivamente a questão das mudanças
climáticas está relacionado com a gestão de resíduos sólidos. A candidatura
mencionava o fechamento dos lixões e isto de fato ocorreu e investimentos no
tratamento de lixo, os pontos mais relevantes são:
A recuperação ambiental do Aterro de Gramacho, que conta com captação
do gás metano e geração de energia, diminuindo as emissões de carbono e
dando uso à energia produzida47.
Implantação do novo Centro de Tratamento de Resíduos (CTR), localizado em
Seropédica, com tratamento, controle adequado e transformação do lixo em
energia em uma usina termelétrica movida a biomassa. O processo diminui
as emissões de gases contribuintes do efeito estufa.
7.4. Acessibilidadeão 30 MW
A acessibilidade é um compromisso de candidatura que foi incorporado dentro das
práticas de planejamento de todos os envolvidos na entrega dos Jogos. O Comitê
Rio 2016 e os governos seguiram critérios e cuidados nas obras, e criaram um novo
patamar a ser seguido. A melhoria da acessibilidade na cidade do Rio de Janeiro
consiste em um dos legados de grande alcance social deixado pelos Jogos. Entre os
principais pontos estão:
46 Mais informações em: http://www.metrolinha4.com.br/faq/#sthash.VYvG6jrB.dpuf
47 Mais informações sobre a recuperação ambiental do Aterro de Gramacho em:
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
162
Acessibilidade nas instalações Olímpicas – conceito de Desenho Universal,
criando condições favoráveis de acessibilidade ampla e irrestrita, incluindo
atletas e o público em geral, seja para o momento dos Jogos, seja para o
legado;
Programa Rio Acessível – recuperação de mais de 1 milhão de m² de passeios
e implantação de mais de 5.900 rampas de pedestres (bairro maravilha,
porto e last miles);
Implantação de rotas acessíveis nos aeroportos do Galeão e Santos Dumont,
e nas Rotas Turísticas do Pão de Açúcar, Jardim Botânico, Corcovado, Vista
Chinesa e Mesa do Imperador; praias da Barra e Copacabana;
Ampliação da frota de ônibus adaptada - o percentual de veículos acessíveis
em 2014 era de 75% da frota e atualmente é de 82%, ou seja, 7.285 veículos
contam com dispositivos de acessibilidade. Os BRT são 100% acessíveis,
inclusive nas estações de embarque;
Melhoria no atendimento de acessibilidade na rede hoteleira da cidade, com
aumento da quantidade de quartos adaptados e de serviços adequados.
Adicionalmente, o planejamento dos Jogos também incluiu a questão da
acessibilidade nos demais pontos de chegada e partida, tendo sido melhoradas as
condições de acessibilidade nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Viracopos,
Confins, Salvador, Brasília e Manaus.
7.5. Diversidade e inclusão
Os Jogos promovem um movimento benéfico para a inclusão social e trazem a
discussão sobre diversidade dentro da organização dos Jogos e para a população em
geral, seja pela educação formal, implementada por políticas públicas nas áreas de
educação e esporte, ou por meio de ações do Comitê Rio 2016. Além disso, foi
promovido um acréscimo nas áreas de lazer na cidade que ficam como legado.
Entre os principais pontos estão:
O programa de treinamento profissional e capacitação para colaboradores,
voluntários e contratados pelo Comitê Rio 2016 proporciona o aprendizado
de mais de 70.000 voluntários em várias áreas, inclusive na língua inglesa;
Políticas públicas foram estruturadas para incentivar a prática desportiva e
estruturar uma rede de desenvolvimento de atletas, tendo a escola como
base. Houve a ampliação da infraestrutura e da capacitação técnica dos
professores voltada à formação educacional ampla dos alunos, aliada ao
desenvolvimento do esporte olímpico e paraolímpico;
A região de Deodoro na Zona Oeste da cidade já está sendo beneficiada com
as melhorias urbanas nas áreas de mobilidade e infraestrutura. Acredita-se
que o maior impacto seja o Parque Radical, segundo maior parque da
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
163
cidade, atrás apenas do Aterro do Flamengo. O Parque oferece opção de
lazer para os moradores da cidade, em especial dos bairros Ricardo de
Albuquerque, Deodoro e Magalhães Bastos. Os equipamentos esportivos
serão transformados no modo legado para receber a população local com
maior conforto e segurança.
7.6. Educação para sustentabilidade
Os Jogos Rio 2016 funcionam como difusor da sustentabilidade em uma série de
ações educativas formais e informais elaboradas no âmbito do Programa Transforma
do Comitê Rio 2016. Entre os temas estão: reciclagem e gestão de resíduos;
recursos hídricos; acessibilidade universal; inclusão social de pessoas com
deficiência.
7.7. Proteção a crianças e adolescentes
A proteção da criança e do adolescente é uma das preocupações da organização
geral dos Jogos. Ele se manifesta nos planos de segurança dos Jogos e envolve
todos os entes. No entanto, alguns programas voltados ao desenvolvimento integral
dos jovens foram ampliados no âmbito dos Jogos e estão presentes no PGS. Entre os
principais programas estão:
Algumas instalações esportivas construídas para os Jogos terão finalidade
social e voltadas à educação e ao lazer. Estão previstas transformações das
estruturas temporárias em escolas, inclusive a Arena Carioca 3 em um GEO48,
além da criação de parque público de lazer na Via Olímpica;
A FAETEC estabeleceu convênio com o Comitê Rio 2016 em 05 de junho de
2015 para contratação de alunos durante os Jogos. O contexto proporcionou
cerca de 9.000 oportunidades em cursos profissionalizantes gratuitos em
todo o Estado do Rio de Janeiro. Foram envolvidas 63 escolas na oferta de
capacitação profissional nas áreas de construção civil, beleza, gastronomia,
moda e serviço, com destaque para o segmento de hospitalidade e lazer,
com mais de mil oportunidades de formação para atender às demandas de
turismo advindas dos Jogos;
O programa Rio Criança Global, criado em 2009, intensificou e ampliou o
ensino de inglês nas escolas municipais, com ênfase na conversação. Até o
momento, o programa já beneficia mais de 500.000 alunos. A partir de 2013,
também foi implantado o ensino bilíngue em unidades localizadas no
Complexo do Alemão, Pavuna, Jacarepaguá, Campo Grande, Ilha do
48 O Ginásio Experimental Olímpico é uma escola em tempo integral vocacionada para o esporte, que integra formação
acadêmica e esportiva, visando formar não somente o aluno, mas também o atleta e o cidadão.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILDADE - PGS
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Governador, Humaitá, São Cristóvão e Padre Miguel. Ao todo, 3.853 alunos
são atendidos nas 8 escolas.
7.8. Transparência
A transparência das ações e a responsabilidade social têm sido preocupações
importantes no processo de organização dos Jogos. Por isso foi adotado o conceito
de usar a tecnologia para se comunicar melhor com os cidadãos e criar
conhecimento sobre as ações. Vários canais foram disponibilizados para informar a
população sobre os avanços das obras, sobre os gastos públicos e privados
envolvidos, mas também para estabelecer um diálogo em várias frentes para ouvir,
ajustar e atender às reinvindicações da sociedade.
Entre as iniciativas relacionadas, está a criação de sites e plataformas na rede
mundial de computadores. Tais como o site institucional do Governo Federal;
Cidade Olímpica; site institucional da APO; site institucional do Comitê Rio 2016,
entre outros.
APO http://www.apo.gov.br
Governo Federal http://www.brasil2016.gov.br/pt-br
Prefeitura http://www.cidadeolimpica.com.br/
Rio 2016 http://www.Rio2016.com/jogo-aberto
Vizinhos Olímpicos www.facebook.com.br/vizinhosolimpicos
ÁgoraRio http://www.desafioagorario.com.br
Em adicional, aconteceram 3 oficinas de diálogos com a sociedade civil
coordenadas pelo PNUMA que trataram dos temas Mobilidade urbana; Recuperação
e conservação ambiental; Mudanças climáticas; Acessibilidade; Diversidade e
inclusão; Educação para sustentabilidade; Proteção a crianças e adolescentes; e
Transparência.