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PIAP - 40 anos PIAP - 40 anos PIAP 40 dentro e fora do ritmo... 40 ANOS DO GRUPO DE PERCUSSÃO DO INSTITUTO DE ARTES DA UNESP 6 7 CARLOS STASI E EDUARDO GIANESELLA UNESPCIÊNCIA | JULHO 2018 JULHO 2018 | UNESPCIÊNCIA

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PIAP - 40 anosPIAP - 40 anos

PIAP 40 dentro e fora do ritmo...40 ANOS DO GRUPO DE PERCUSSÃO DO INSTITUTO DE ARTES DA UNESP

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CARLOS STASI E EDUARDO GIANESELLA

UNESPCIÊNCIA | JULHO 2018 JULHO 2018 | UNESPCIÊNCIA

PIAP - 40 anosPIAP - 40 anos

no Planalto Paulista – Percussão do Instituto de Artes do Planalto), passando pelos lon-gos anos no Ipiranga (1981 a 2009) depois de tornar-se curso oficial, até ocupar seu atual “quartel-general” na Barra Funda, o Grupo re-presenta a própria essência do curso/programa de Percussão, o espaço no qual todo trabalho pedagógico é testado e colocado em prática.

É impossível separar a existência do Grupo e do Curso de Percussão da Unesp da figura histórica de seu criador, John Boudler (ver Box 1), que os concebeu e, durante 35 anos seguidos, estabeleceu as bases de todo o fun-cionamento do Laboratório de Percussão da Unesp. Dessa forma, por mais de três décadas, o curso, o Grupo PIAP e o professor Boudler sempre foram vistos como sinônimos.

Durante décadas também atuaram ao seu lado dois outros professores e codiretores do Grupo: Carlos Stasi, que foi o primeiro aluno

F ormado em 1978 pelo percussionista norte--americano John Boudler, o Grupo PIAP

é uma das principais agrupações do gênero no país; um trabalho que, independentemen-te de ser realizado por alunos de graduação, apresenta níveis de organização e qualidade artística que se comparam aos de grupos pro-fissionais internacionais. Mais do que isso, o Grupo conseguiu manter esses níveis através das décadas, mesmo que a cada ano um quarto de seus integrantes gradue e um outro quarto inicie seu trabalho no primeiro ano do curso; uma capacidade rara que chamou a atenção do músico e professor Jorge Camiruaga, diretor do programa de percussão da Escuela Univer-sitaria de Música de Montevidéu, Uruguai.

Desde sua criação como curso livre em São Bernardo do Campo (1978 a 1980), de onde vem seu nome (o último “P” refere-se ao no-me original da instituição, que era localizada

de percussão a se formar na Unesp em 1984 (contratado em 1987 e atual diretor) e Edu-ardo Gianesella, formado na Unesp em 1987 e o primeiro ex-aluno a obter o mestrado em percussão, em 1990, na Eastman School of Music – EUA (contratado em 1993).

“QUARTEL-GENERAL”O termo “quartel-general”, usado deliberada-mente acima, merece alguma consideração, já que em várias conversas informais – aquelas brincadeiras nas quais se diz a “verdade” – al-guns alunos de outros cursos, funcionários e professores deixam transparecer a percepção de que o Grupo é regido por um sistema di-tatorial e quase militar. Nada mais falacioso, pois quando alguém acompanha o dia a dia das atividades do Grupo percebe que se trata apenas da tentativa de estabelecer uma grande ordem num local com centenas de instrumentos, ferragens, peças de metal e madeira, dezenas de alunos de graduação e pós e uma enorme agenda de atividades de ensaios e apresenta-ções. Claro: ordem na medida do possível!... Em 2015 e 2016, por exemplo, isso levou à eston-teante média de 175 músicas tocadas por ano em aproximadamente 25 concertos e recitais e a realização de 70 palestras e oficinas dos mais variados temas. Ou seja, praticamente duas por semana. Assim, sem o mínimo de organização e certo pulso, não haveria como manter uma produção dessas. Sem falar das belezas e do desgaste de relacionamentos pes-soais num ambiente compartido quase 24 ho-ras por dia, já que, diferentemente de outros instrumentos, nenhum aluno possui em casa o enorme aparato percussivo necessário para o desenvolvimento dos estudos.

Apesar da rigidez em levar a cabo toda essa produção, assim como a formação dos estu-dantes, muitas decisões sobre o andamento do curso, propostas de melhoria do Laboratório, repertório, entre outras, são votadas e eleitas pelos próprios alunos, e várias vezes a direção é voto vencido. Guardadas certas proporções e limites – que garantem o seguimento adequado do curso – são as pessoas que mais vivem ali

BOX 1

JOHN BOUDLERProfessor titular do Instituto de Artes da Unesp que criou e desenvolveu o Curso de Bacharelado em Percussão e o Grupo PIAP. Formado pela Universidade do Estado de Nova Iorque em Buffalo, doutor pelo Conservatório de Música de Chicago e livre-docente pelo Instituto de Artes da Unesp, em 1977, com 23 anos ganhou o mais alto prêmio para percussão solo no 26.º Concurso Internacional de Munique, Alemanha.

Foi timpanista da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo durante quinze anos e membro fundador do Grupo Percussão Agora, apresentando concertos em três continentes. Em 1995-96 foi diretor musical de duas aclamadas montagens teatrais de William Shakespeare com o PIAP – Pericles, Príncipe de Tiro e Rei Lear. Dirigiu o Grupo durante 35 anos, atuando como mentor, mestre, líder e regente. Na verdade, apesar de aposentado, participa ainda ativamente do funcionamento do Grupo – oferecendo aulas, masterclasses, regendo e atuando como conselheiro. Boudler será o principal homenageado do evento.

O Grupo, com o compositor norte-americano John Cage (centro) e Boudler (à direita de Cage)

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que tomam a frente e a responsabilidade de vários projetos e iniciativas. Ou seja, os pró-prios estudantes. O site do Grupo, grupopiap.wixsite.com/piap, por exemplo, foi idealizado e criado pela ex-aluna Emília Borba (prove-niente do Equador, e atualmente cursando o mestrado na Cal Arts, nos EUA) e segue sen-do mantido por mais dois ou três alunos e o diretor a cada ano. Ou seja, além de várias de suas funções, a direção atua como facilitadora de todo o processo de construção de repertó-rio, ensaios, propostas artístico-científicas, agendamento de atividades, etc.

MUDANÇASA aposentadoria do professor Boudler em 2015 exigiu uma adequação interna de inúmeras áreas e atividades. Assim, em 2013, começou--se a desenhar um plano de aproximadamente cinco anos para essa complexa transição. Po-rém, em apenas dois anos e meio as principais mudanças e, principalmente, a manutenção dos altos níveis de produção musical já esta-vam estabelecidos e garantidos. Além disso, trabalhou-se na ampliação do programa com a abertura da Pós-graduação em Percussão em 2012, a criação da disciplina Percussão Popular Brasileira, da Série Encontros com a Percus-

são Popular Brasileira, da Bateria de Escola de Samba PIAP (pelo mestrando e doutorando Rafael Y Castro), da Orquestra de Berimbaus (pelo mestrando Fernando Miranda), do Gru-po de Pesquisa Percussão, Música e Cultura junto ao CNPq em 2011 e o estabelecimento de atividades de intercâmbio com a percus-são de outros países latino-americanos, prin-cipalmente a Argentina. Ou seja, a principal mudança é a maneira pela qual a graduação e a pós são articuladas em conjunto. Dessa

forma, todos os pós-graduandos atuam como coordenadores assistentes ou mesmo como codiretores do Grupo PIAP, desenvolvendo trabalhos específicos de acordo com seus pro-jetos individuais. Uma engrenagem pensada no sentido de manter a individualidade de cada projeto dos alunos da pós-graduação, em benefício deles mesmos (suas dissertações e teses) e de todos os discentes da graduação.

LP – Compositores da Bahia 7. Primeiro registro fonográfico do PIAP, realizado em 1986. Nesse LP, que também contém obras para piano solo com Beatriz Balzi, o Grupo gravou composições de Fernando Cerqueira e Paulo Costa Lima.

LP – Grupo de Percussão do Instituto de Artes do Planalto – Unesp – II Prêmio Eldorado de Música – 86. LP resultante da primeira colocação nesse concurso de música (1986). Foram gravadas obras de George H. Green, Marlos Nobre, Camargo Guarnieri, Varése e John Cage.

CD – Roberto Victório - Bifurcações – O Grupo PIAP interpreta 2 das 4 obras desse álbum do compositor Roberto Victório: Codex Troano e Heptaparaparshinokh, gravadas ao vivo na Bienal de Música Brasileira do Rio de Janeiro. Este álbum foi lançado em 1995.

CD – Grupo PIAP – Obras Brasileiras Inéditas para Percussão. CD gravado em 1997 com apoio da Lei de Incentivo à Cultura (LinC) da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. As obras foram comissionadas a seis compositores das três universidades estaduais paulistas: Flo Menezes e Edmundo Villani Côrtes (Unesp), Eduardo Seincman e Mario Ficarelli (USP), Almeida Prado e José Augusto Mannis (Unicamp).

CD – Harry Crowl – CD duplo do compositor Harry Crowl lançado em 2003, contendo a gravação ao vivo, pela Radio Cultura, da estreia da obra No silêncio das noites Estreladas realizada pelo Grupo PIAP no Theatro São Pedro em 1999.

CD – 86. Em 2004, o PIAP lançou este álbum com a remasterização de todas as obras dos 2 LPs gravados em 1986 pelo Grupo.

CD – Grupo PIAP – Symapthia – Gravado e lançado em 2004, esse álbum contém obras de compositores de vários países, como EUA (John Wire, John Bergamo, William Cahn), Alemanha (Johanna Beyer), Suécia (Frederikj Ed) e Brasil (Dimitri Cervo, Edson Zampronha e Leonardo Martinelli).

CD – Toronubá – A música de Dimitri Cervo – CD lançado em 2006 com obras do compositor, contendo, entre outras, a obra título do álbum: Toronubá, gravada pelo Grupo PIAP.

PELO PIAP FORMARAM-SE 106 PERCUSSIONISTAS QUE SE APRESENTARAM, ESTUDARAM E/OU AINDA TRABALHAM POR TODO O BRASIL E EM MAIS DE 40 PAÍSES NOS CINCO CONTINENTES

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DISCOGRAFIA

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Em 40 anos de história, O Grupo de Percussão do Instituto de Artes (PIAP) da UNESP formou 106 percussionistas que se apresentaram, estudaram e/ou ainda trabalham por todo o Brasil e em mais de 40 países nos cinco continentes.

África: África do Sul, Namíbia, Botusuana e Moçambique;América Central: Guatemala, Costa Rica, República Dominicana, Cuba, Panamá, Haiti, Aruba, Curaçao, Antígua e Barbuda, Barbado, Ilhas Cayman, Granada, Jamaica, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia e Saint Maarten;América do Norte: México, Estados Unidos e Canadá;América do Sul: todo o continente exceto Guianas e Suriname;Ásia: Cingapura, Coréia do Sul, China, Japão, Índia e Rússia;Europa: Portugal, Espanha, Itália, França, Áustria, Alemanha, Suíça, Inglaterra, escócia, Irlanda, Croácia, Hungria, Polônia, Eslovênia, Turquia, Dinamarca, Finlândia, Bélgica, Noruega, Ucrânia, Letônia, Romênia, Grécia, Bulgária, Macedônia, Sérvia, Islândia, Gilbraltar, Luxemburgo e Mônaco;Oceania: Austrália, Nova Zelândia, Nova Zelândia, Filipinas;Oriente Médio: Israel e Líbano.

CD – INsonIA - Midia anexa da Revista PETulante nº 3. São Paulo: Grupo PET Música – Unesp. Gravação de várias obras pelo Grupo PIAP. 2009.

CD – Música de Câmara II – Obras de Jorge Antunes. CD contendo obras de Jorge Antunes. O Grupo PIAP gravou as obras Invocação em Defesa da Máquina e Music for eight people playing things, em 2010.

CD – Cachuera de Música – Álbum duplo que contém o registro de uma grande mostra de música promovida pelo Espaço Cachuera, o Grupo PIAP gravou a obra “La Chuete des anges – I. Mov: A ordem”, do compositor mexicano Federico Ibarra:

CD – CAGE+” – CD lançado pelo Selo SESC em 2013, contendo obras de John Cage e compositores brasileiros. No álbum o Grupo PIAP gravou a 1a Construção e a 2a Construção de John Cage, além de A Máquina dos Tempos, de Matheus Bitondi.

PARADOXO?Tanta dedicação parece apresentar um para-doxo, pois apesar de esse grupo de alunos ter historicamente o perfil socioeconômico que apresenta maior vulnerabilidade social em relação a todos os outros cursos de Música dentro do Instituto de Artes, segundo infor-mações da assistente social Janaína Gonçalves Nunes, responsável pelas entrevistas sociais do processo de Permanência Estudantil da Unesp, eles conseguem se dedicar enorme-mente às atividades do curso e do Grupo, com dezenas de dias e horas extras além do calendário de aulas.

OS FORMADOS E AS PRINCIPAIS ATIVIDADESPelo PIAP formaram-se 106 percussionistas que se apresentaram, estudaram e/ou ainda trabalham por todo o Brasil e em mais de 40 países nos cinco continentes. O ex-aluno Fer-nando Chaib (hoje professor da Universidade Federal de Minas Gerais) oferece quadros sobre a origem dos alunos brasileiros que vieram es-tudar no PIAP (Ver quadro 1) e sobre o impacto da formação dos alunos do PIAP no cenário nacional e internacional. (Ver quadros 2 e 3)

Alguns dados interessantes, obtidos através do acompanhamento de cada um dos nossos 106 alunos egressos:

32 atuam nos principais grupos sinfônicos profissionais do país.

25 são professores de instituições de ensi-no superior.

24 atuam como professores em importantes conservatórios e escolas de música.

Metade de nossos egressos (53) são mestres ou estão cursando o mestrado (28 no exterior). E desses mestres, 16 já são doutores ou estão concluindo o doutorado (9 no exterior). E ou-tros 11 realizaram cursos de especialização no exterior.

11 residem e trabalham no exterior (EUA, Portugal, França e Inglaterra) – além, obvia-mente, dos outros 7 que estão cursando pós--graduação no exterior.

Comprovando a grande influência do Grupo

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Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo), assim como em outros países, como os Estados Unidos, México e China. Entre suas ativida-des, merecem destaque: 1.º lugar no II Prêmio Eldorado de Músi-ca – 1986;

Gravação de dois LP em 1986; Turnê pelos Estados Unidos em 1987, apre-

sentando 11 concertos de Saint Louis a Nova Iorque;

Prêmio Lei Sarney, como Revelação na Ca-tegoria Grupo Instrumental em 1988;

Prêmios Mambembe e Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de Melhor Trilha Sonora pela participação na peça Péricles, príncipe de Tiro, de William Shakespeare, em 1995;

Projeto LinC da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo em 1997;

Lançamento do primeiro CD em 1998; Prêmio Carlos Gomes – Indicação na ca-

tegoria Melhor Grupo de Música de Câmara em 1999;

Apresentação no “Festival Percusiones del

PIAP na formação de seus alunos, praticamen-te um quarto de nossos formados (26) integra algum grupo de percussão profissional, além dos grupos que dirigem em suas instituições de ensino.

Um importante fator que corrobora o apro-fundamento dos estudos da percussão popular no currículo do curso é a constatação de que 28 de nossos formados trabalham majoritaria-mente na área da música popular. Temos ainda um ex-aluno que já se aposentou. E finalmente, homenageamos aqui nossos

ex-alunos que, infelizmente, já não estão mais entre nós (entre parênteses está o ano de gra-duação):

Sergio Gomes (1989), falecido em 2015 Clenio Henrique (2012), falecido em 2016 Marco Goulart (1986), falecido em 2017 e Carmo Bartoloni (1984), falecido em 2018

Ao longo de seus 40 anos de atividades, o PIAP tem colhido grandes sucessos, firman-do-se no cenário artístico nacional através de concertos e gravações em CD, rádio e televi-são. O Grupo apresentou-se nos principais festivais de música do Brasil (Bahia, Brasília,

Mundo” na Cidade do México, com transmis-são ao vivo via Internet em 2000;

Eleito pela APCA como Melhor Conjunto de Câmara na categoria Música Erudita em 2003;

Lançamento de dois CD em 2007; Segunda turnê nos Estados Unidos – 37

dias, apresentando 18 concertos e 11 master-classes – 2010;

Turnê chinesa em 2011; Atualmente as gravações do Grupo

PIAP são encontradas em 2 LPs e 10 CDs. (ver Discografia)

COLABORAÇÕESCom ênfase na performance do repertório con-temporâneo para percussão, o PIAP é responsá-vel pela primeira audição de centenas de obras nacionais e internacionais, e sempre encomenda obras originais para vários compositores, o que é uma característica desse tipo de agrupação em todo o país e no mundo. Destacam-se os compositores Roberto Victorio, Arthur Rinal-di, Leonardo Martinelli, Alisson Amador e Flo Menezes (com quem o Grupo realiza atividades regulares junto a um dos principais estúdios de música eletroacústica do país, o PANaroma). Parcerias maravilhosas e mais do que neces-sárias para qualquer profissional que queira se renovar, aprender, viver novos ares (de cada obra, de cada conceito estabelecido pelo com-positor). Obviamente, na maioria das vezes, isso representa determinado desafio técnico musical a ser superado por todos.

Nos últimos anos, o Grupo trabalhou de forma colaborativa em eventos que reunis-sem os outros dois grupos de percussão das universidades estaduais – o Percussivo USP (dirigido por Ricardo Bologna, ex-PIAP) e o GRUPU da Unicamp (dirigido por Fernando Hashimoto). Para o PIAP é essencial que esse tipo de articulação seja promovida e mantida, independente das características individuais de cada curso/grupo; e felizmente, no âmbito da percussão, essas três universidades públicas paulistas têm conseguido uma grande troca de experiências que tem enriquecido a todos: docentes, discentes e público.

PIAP 40Para celebrar todo esse movimento percussivo constante e regular, levado a cabo durante 40 anos, o Grupo PIAP vai realizar o evento PIAP40, focando na produção do grupo e seus alunos (atuais e formados). Serão 9 concertos, 5 estreias mundiais, 5 mesas-redondas e duas seções de comunicações. O evento será realizado no Instituto de Artes da Unesp entre os dias 25 e 28 de julho próximo.

FORA DO RITMOUma dessas apresentações foca a principal mudança ocorrida no programa nos últimos cinco anos – a incorporação de gêneros e estilos percussivos da chamada música popular dentro de um dos principais programas de música contemporânea. De forma geral, isso também resulta em “olhares cruzados” de alguns acadêmicos pela suposta “inferioridade e inutilidade” desse tipo de música na Universidade, mas que, em nossa opinião, tem acrescentado muito à formação dos nossos percussionistas. Na noite do dia 27 de julho apresentam-se a Orquestra de Berimbaus, a baterIA PIAP e o trabalho fusion Syntax com o guitarrista Heraldo Paarmann e o baterista Flávio Suete.

A programação geral do evento pode ser acessada no próprio site do PIAP: http://grupopiap.wixsite.com/piap

O Grupo também lançou um financiamento coletivo para custear o evento: https://benfeitoria.com/grupopiap

Carlos Stasi, diretor do curso de Percussão do Instituto de Artes da Unesp, codirige o PIAP com Eduardo Gianesella, professor do curso

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