pior da crise já passou ?
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CONJUNTURA ECONÔMICA E NEGOCIAÇÕES COLETIVAS: Perspectivas para as Campanhas Salariais em 2010 Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino CONTEE. Pior da crise já passou ?. - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
Pior da crise já passou ? Sinais de recuperação de alguns países no
2º. trimestre (com destaque para Alemanha, França, Japão, entre as maiores economias)
O problema do desemprego continua muito preocupante
Cresce o debate sobre a montagem de uma nova arquitetura financeira, tema em discussão no interior do G-20, mas sobre a qual não se tem efetivamente construído nada mais sólido.
Brasil saiu da recessão e cresce O nível de atividade econômica recuperou-se e as projeções são de um crescimento do PIB para 2010, acima de 5%, um crescimento que certamente ficará acima da média das economias dos países ricos
Crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)Taxa de crescimento real do PIB (%)
1995-2008
Fonte: IBGEElaboração: DIEESE
Crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
Componentes da demanda 2008.I 2008.II 2008.III 2008.IV 2009.I 2009.II
PIB a preços de mercado6,1 6,2 6,8 1,3 -1,8 -1,2
Consumo das familias6,3 5,9 7,3 2,2 1,3 3,2
Consumo da administração pública6,5 4,3 6,4 5,5 2,7 2,2
Formação bruta de capital fixo15,4 16,6 19,7 3,8 -14,0 -17,0
Exportação de bens e serviços-2,3 4,9 2,0 -7,0 -15,2 -11,4
Importação de bens e serviços (-)18,8 26,0 22,8 7,6 -16,0 -16,5
Fonte: IBGE
Elaboração: DIEESE
Taxa Trimestral do PIB e componentes
(variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior)(em %)
O mercado interno segurou a onda da economia brasileiraEm agosto, pelo quarto mês seguido, as
vendas cresceram, alcançando, no acumulado do ano, alta de 4,7%, no volume de vendas e de 9,6% na receita nominal
Dos onze segmentos do comércio analisados na pesquisa do IBGE, nos últimos doze meses oito tiveram resultados positivos, como, por exemplo, Hipermercados e supermercados,que cresceu 8,4% em volume de vendas;
Real muito valorizadoO real voltou a se valorizar muito fortemente. O câmbio real no Brasil está bastante próximo do nível mais valorizado desde janeiro de 1999, quando iniciou o regime de livre flutuação cambial
Entrada maciça de capitais no BrasilEm boa parte a razão da valorização do real decorre
da maciça entrada de capitais estrangeiros na economia
Nos últimos 12 meses os investimentos estrangeiros líquidos no Brasil, alcançaram a cifra de US$ 35 bilhões.
Ou seja, a entrada é principalmente de capitais que ingressam para investimentos diretos ou na bolsa de valores, o que contribuí para a expansão da produção. É um capital, portanto, que vem contribuindo para investimentos em capital fixo
Melhora dos indicadores do mercado de trabalhoApesar taxa de desemprego total nos últimos 12 meses nas RM, segundo a PED, estar estabilizada em torno dos 14,5%, o rendimento médio real dos ocupados cresceu 1,1% no mesmo período
Massa salarial cresce em SP
Cresce o emprego formal - BrasilO resultado geral do CAGED do mês de
setembro foi o segundo melhor da série histórica para o mês, tendo gerado 252,6 mil novos postos de trabalho
Um dado fundamental: reação do emprego na indústria, que abriu 123,3 mil novos empregos, o melhor saldo mensal do setor, desde que a série histórica iniciou em 1992
Neste ano já são 932,6 mil novos postos de trabalho, o que permite projetar a geração de um milhão de novos empregos neste ano.
Contas externas requerem atençãoEm setembro as exportações no todo não
cresceram e as importações expandiram vigorosamente (16,4%), com destaque para o crescimento dos setores de bens de capital (20%) e bens duráveis (17,5%)
Com a forte valorização do real frente ao dólar e a retomada forte da economia, tudo indica que as importações vão crescer ainda mais nos próximos meses, já que mais de mais de 70% das importações brasileiras são constituídas de matérias-primas para a indústria e de bens de capital
Contas externas pedem atençãoComo as exportações do Brasil para o
mundo devem crescer muito lentamente, como de resto já vem ocorrendo, a tendência é de queda do superávit comercial nos próximos meses
Permanece a preocupação com a primarização da pauta de exportações brasileira, decorrência da apreciação cambial, e que em algum momento terá que ser enfrentada
Reservas crescem fortementeChegou a mais de US$ 230 bilhões em meados de
outubroEste crescimento se deve a política do Banco
Central de tentar segurar a apreciação do real frente ao dólar através da compra dessa moeda dos exportadores
Elas foram fundamentais no enfrentamento da crise pelo Brasil. Sua elevação faz parte da estratégia do Banco Central, de proteger o setor externo brasileiro de eventuais turbulências que podem advir do processo eleitoral no ano que vem
As medidas anticíclicas tomadas para o enfrentamento da crise foram fundamentais Serão gastos até o final do ano entre
1% e 1,5% do PIB, nestas medidas (incluindo desonerações fiscais, gastos propriamente ditos, subsídios, etc)
Este percentual é modesto na comparação internacional: a China gastou para esse fim 13% e os EUA, 6,7% do PIB
É possível até que o Brasil cresça em 2009Retomada do crescimento industrial se tornou
mais vigorosa a partir de julhoMas a sustentação depende da retomada dos
investimentos, que foram os primeiros a parar e serão os últimos a retornar no fim da crise
O investimento deve retornar quando o uso da capacidade instalada atingir níveis mais elevados (era de 86% antes do início da crise), o que possivelmente só irá ocorrer no início de 2010
Retorno do investimentoFundamental para garantir a oferta
futura de bens, em um contexto onde a massa de salários continua expandindo, apesar dos percalços (além da retomada do emprego, em janeiro o salário mínimo será reajustado em quase 10%)
É importante inclusive para a manutenção da estabilidade da inflação baixa e o vigor na geração de empregos
NEGOCIAÇÕES SALARIAIS NO 1º
SEMESTRE DE 2009
44,2 45,3
36,7
50,3
33,337,2
46,5
58,2
19,012,0
3,7 4,111,9
3,9
15,5
19,8
14,6
15,2
19,6
27,7
23,0
26,1
16,3
10,7 8,3
10,5
51,9 39,1 43,5 35,1 51,5 43,2 25,8 18,8 54,9 71,7 85,7 87,7 77,6
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Abaixo do INPC Igual ao INPC Acima do INPC
Reajustes Salariais, em comparação ao INPC-IBGEBrasil, 1996-2008
Fonte: DIEESE.SAIS
Distribuição dos reajustes salariais em comparação Distribuição dos reajustes salariais em comparação com o INPC-IBGE- 1º semestre de 2009com o INPC-IBGE- 1º semestre de 2009
Fonte: DIEESE. SAS-DIEESE – Sistema de Acompanhamento de Salários
2008 2009 Variação
nº % nº %
Acima do INPC-IBGE 177 72,2 188 76,7
Mais de 5% acima - - 4 1,6
De 4,01% a 5% acima 2 0,8 4 1,6
De 3,01% a 4% acima 7 2,9 6 2,4
De 2,01% a 3% acima 14 5,7 15 6,1
De 1,01% a 2% acima 75 30,6 45 18,4
De 0,01% a 1% acima 79 32,2 114 46,5
Igual ao INPC-IBGE 36 14,7 39 15,9
De 0,01% a 1% abaixo 28 11,4 16 6,5
De 1,01% a 2% abaixo 4 1,6 2 0,8
Abaixo do INPC-IBGE 32 13,1 18 7,3
Total 245 100,0 245 100,0
Distribuição dos reajustes salariais na indústria em comparação com o INPC- 1º semestre de 2009
Fonte: DIEESE. SAS-DIEESE – Sistema de Acompanhamento de Salários
2008 2009 Variação
nº % nº %
Acima do INPC-IBGE 83 84,7 81 82,7
Mais de 5% acima 0 - 1 1,0
De 4,01% a 5% acima 1 1,0 0 -
De 3,01% a 4% acima 4 4,1 1 1,0
De 2,01% a 3% acima 5 5,1 3 3,1
De 1,01% a 2% acima 46 46,9 19 19,4
De 0,01% a 1% acima 27 27,6 57 58,2
Igual ao INPC-IBGE 9 9,2 8 8,2
De 0,01% a 1% abaixo 5 5,1 8 8,2
De 1,01% a 2% abaixo 1 1,0 1 1,0
Abaixo do INPC-IBGE 6 6,2 9 9,3
Total 98 100,0 98 100,0
Distribuição dos reajustes salariais no comércio em comparação com o INPC- 1º semestre de 2009
Fonte: DIEESE. SAS-DIEESE – Sistema de Acompanhamento de Salários
2008 2009 Variação
nº % nº %
Acima do INPC-IBGE 25 80,6 24 77,4
De 3,01% a 4% acima 0 - 2 6,5
De 2,01% a 3% acima 0 - 1 3,2
De 1,01% a 2% acima 11 35,5 7 22,6
De 0,01% a 1% acima 14 45,2 14 45,2
Igual ao INPC-IBGE 2 6,5 6 19,4
De 0,01% a 1% abaixo 4 12,9 1 3,2
Abaixo do INPC-IBGE 4 12,9 1 3,2
Total 31 100,0 31 100,0
Distribuição dos reajustes salariais em serviços em comparação com o INPC- 1º semestre de 2009
2008 2009 Variação
nº % nº %
Acima do INPC-IBGE 69 59,5 83 71,6
Mais de 5% acima 0 - 3 2,6
De 4,01% a 5% acima 1 0,9 4 3,4
De 3,01% a 4% acima 3 2,6 3 2,6
De 2,01% a 3% acima 9 7,8 11 9,5
De 1,01% a 2% acima 18 15,5 19 16,4
De 0,01% a 1% acima 38 32,8 43 37,1
Igual ao INPC-IBGE 25 21,6 25 21,6
De 0,01% a 1% abaixo 19 16,4 7 6,0
De 1,01% a 2% abaixo 3 2,6 1 0,9
Abaixo do INPC-IBGE 22 19,0 8 6,9
Total 116 100,0 116 100,0
Fonte: DIEESE. SAS-DIEESE – Sistema de Acompanhamento de Salários
Resultados das Negociações Coletivas 2009 ante 2008
A instabilidade econômica causada pela crise internacional não se refletiu de forma negativa nas negociações coletivas dos reajustes salariais.
Em 2009, a trajetória de queda da inflação, observada nos primeiros cinco meses, certamente contribuiu para que os reajustes salariais fossem maiores que a inflação.
Combinada à queda da inflação e às pressões sindicais, a recomposição das perdas e a conquista de aumentos reais, ainda que modestos, não sofreram nenhuma alteração nos meses que se seguiram a setembro de 2008.
O ajuste das empresas em resposta à crise econômica ocorreu principalmente pelo expediente da demissão de trabalhadores, especialmente no setor industrial, e não pelos reajustes salariais das categorias.
Taxas Anuais de Inflação – ICV- DIEESE
Projeção Inflação – ICV-DIEESE (doze meses)
5,82%
7,05% 6,97%6,79% 6,89%
7,16%
6,11%5,90% 5,95% 5,90% 5,79%
5,12%
4,16%3,78% 3,75% 3,89% 4,00% 3,93%
4,25%
MensalAcumulado 12 meses
MensalAcumulado 12 meses
mai/08 0,96% 6,64% 0,79% 5,58%
jun/08 0,91% 7,28% 0,74% 6,06%
jul/08 0,58% 7,56% 0,53% 6,37%
ago/08 0,21% 7,15% 0,28% 6,17%
set/08 0,15% 7,04% 0,26% 6,25%
out/08 0,50% 7,26% 0,45% 6,41%
nov/08 0,38% 7,20% 0,36% 6,39%
dez/08 0,29% 6,48% 0,28% 5,90%
jan/09 0,64% 6,43% 0,48% 5,84%
fev/09 0,31% 6,25% 0,55% 5,90%
mar/09 0,20% 5,92% 0,20% 5,61%
abr/09 0,55% 5,83% 0,48% 5,53%
mai/09 0,60% 5,45% 0,47% 5,20%
jun/09 0,42% 4,94% 0,36% 4,80%
jul/09 0,23% 4,57% 0,24% 4,50%
ago/09 0,08% 4,44% 0,15% 4,36%
set/09 0,16% 4,45% 0,24% 4,34%
out/09 0,30% 4,24% 0,28% 4,17%
nov/09 0,34% 4,20% 0,35% 4,16%
dez/09 0,37% 4,28% 0,41% 4,29%
jan/10 0,37% 4,00% 0,41% 4,22%
fev/10 0,37% 4,06% 0,41% 4,07%
Jan e Fev de 2010, considerada a última taxa prevista.
INPC IPCAMês
obs: estimativas no Indicadores econômicos Banco Central, posição em 04/11/09, para out a dez de 2009.
ICV-DIEESE: Geral e Educação
ICV- DIEESE Mensal : Geral e Alimentação fora do Alimentação
PeríodoAlimentação fora do
domicílio (%)
ICV Geral (%)
nov/08 1,16 0,53
dez/08 0,81 0,10
jan/09 1,40 0,69
fev/09 0,72 0,02
mar/09 1,10 0,40
abr/09 0,11 0,31
mai/09 0,48 0,23
jun/09 0,83 0,05
jul/09 0,57 0,49
ago/09 0,58 0,30
set/09 0,02 0,27
out/09 0,70 0,53
Acumulado no período (%) 8,80 4,00Fonte: DIEESE
Cesta Básica - DIEESE
Do ponto de vista dos trabalhadores, o que é mais importante nisto tudo?Os indicadores mais recentes colocam a ação
sindical em uma perspectiva diferente da enfrentada entre outubro de 2008 e meados de 2009
A crise não prejudicou os resultados das negociações, aos poucos o mercado volta a gerar empregos de forma mais vigorosa, e a economia já ingressou em um ciclo de maior crescimento, inclusive pela aproximação das festas de final de ano
Mercado de Trabalho Formal no Brasil
Recuperação e crise no mercado formal de trabalho
Os resultados RAIS: 1998-2008
Emprego cresceu 61% no período
O crescimento foi significativo após 2004
Tamanho do mercado formal
1998 = 24,5 milhões de empregos formais2008 = 39,4 milhões de empregos formais
Crescimento do emprego formal
24,5 25,026,2
27,228,7 29,5
31,433,2
35,237,6
-
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Evolução do Emprego no Brasil: 1998-2007 (em milhões)
Fonte: RAIS (MTE).
Em 2008, foram gerados 1,8 milhão de empregos formais no Brasil (+ 4,8%)
Fonte: MTE.RAIS
Elaboração: DIEESE
Todos os setores apresentaram resultado positivo, em 2008 (EM %)
1,36
2,75
2,94
3,23
4,88
5,41
7,06
10,51
18,33
0,00 2,50 5,00 7,50 10,00 12,50 15,00 17,50 20,00
Administraçao pública direta e autárquica
Agricultura
Serviços industriais de utilidade pública
Indústria de transformação
Total
Servicos
Comércio
Extrativa mineral
Construção Civil
Fonte: MTE.RAISElaboração: DIEESE
2009: 2009: O saldo do Emprego Formal nos O saldo do Emprego Formal nos primeiros sete meses indica recuperação do primeiros sete meses indica recuperação do mercado de trabalhomercado de trabalho
Acumulado: Jan a Jul de 2009Acumulado: Jan a Jul de 2009
Fonte: MTE.CAGEDElaboração: IEESE
2009 2009 : : Movimentação do emprego formal segundo Movimentação do emprego formal segundo setores econômicos : Saldo Janeiro a Julho setores econômicos : Saldo Janeiro a Julho
A recuperação apresenta-se diferenciada entre os setores. A indústria de transformação e o comércio registraram saldos negativos
Fonte: MTE.CAGEDElaboração: DIEESE
263,1
158,4
111,6
33,0
6,1
-5,6
-127,1
-1,5
Serviços
Agricultura
Construção civil
Adm. Pública
SIUP
Extrativa mineral
Comércio
Indústria detransformação
Mil postos de trabalho
A maioria dos subsetores da indústria de transformação registram saldos negativos nos primeiros sete meses de 2009
Fonte: MTE.CAGEDElaboração: DIEESE
2009: Saldo de emprego formal por subsetor indústria de transformação: janeiro a julho
Participação dos desligados em relação ao tempo de emprego Brasil – 1998 a 2009 Em (%)
Perfil dos Desligados: Elevada participação de contratos com menos de 1 ano de emprego. Revelando significativa rotatividade no mercado de trabalho.
Fonte: MTE.CAGEDElaboração: DIEESE
Ano Admissões Desligamentos Saldo
1998 8.067.389 8.649.134 -581.745
1999 8.181.425 8.377.426 -196.001
2000 9.668.132 9.010.536 657.596
2001 10.351.643 9.760.564 591.079
2002 9.812.379 9.049.965 762.414
2003 9.809.343 9.163.910 645.433
2004 11.296.496 9.773.220 1.523.276
2005 12.179.001 10.925.020 1.253.981
2006 12.831.149 11.602.463 1.228.686
2007 14.341.289 12.723.897 1.617.392
2008 16.659.331 15.207.127 1.452.204
2009 (jan-jul) 9.323.166 8.885.258 437.908
Doze meses até JUL 2009 15.975.921 15.650.415 325.506
Do ponto de vista dos trabalhadores, o que é mais importante nisso tudo?Um mercado de trabalho que volta a gerar
empregos tem valor estratégico para a vida dos trabalhadores e para a ação sindical
Mas o emprego precisa melhorar a sua qualidade, os salários precisam expandir significativamente e a renda tem que ser melhor distribuída
A experiência recente vivida com a crise nos mostra que o mercado, por si só, não resolve os problemas da sociedade. Há muito que fazer, é hora de avançar nas conquistas.
Muito ObrigadaMuito Obrigada
ELIANA ELIASSupervisora Técnica DIEESE – Escritório Regional SP
www.dieese.org.br