planejamento do sistema de gestÃo ambiental na...
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¹ Acadêmica de 1º período, do curso de Ciências Contábeis, da Faculdade Delta em abril de 2013.
² Prof. Ms da disciplina de Metodologia do Trabalho Científico da Faculdade Delta em 2013.
PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NA AGROINDÚSTRIA CANAVEIRA JALLES MACHADO
¹ QUEIROZ, Carolina Ribeiro ² BARCO, Juliana Alexandra P. de C.
RESUMO O investimento na conservação do meio ambiente tem se tornado cada vez mais comum no meio empresarial, em função dos impactos causados pelo uso do meio ambiente como fonte de recursos, do aumento da consciência em torno dos problemas ambientais, da criação de organizações não governamentais e de leis ambientais. Nesse sentido, o gerenciamento ambiental surge como uma forma planejada de apoio ao próprio negócio, em busca da redução dos danos causados pelas atividades das empresas Palavras-chave: Sistema de Gestão Ambiental. Norma ISO 14001. Agroindústria Canavieira. Desenvolvimento Sustentável. ABSTRACT The investment in the environment preservation has increased among businesses due to the environmental impacts caused by the usage of it’s own source as resources, the increase of social and political consciousness around the environmental issues, and the rise of Non-governmental organizations and environmental laws. In this sense, the environmental management arises as a planned form to manage the affairs in pursuing the reduction of the environmental impacts on corporate activities. Key words: Environmental Management System. Standard Requirements ISO 14001. Sugarcane Agriculture Industry. Sustainable Development.
INTRODUÇÃO
Por meio de evidências tanto empíricas quanto científicas, em diversas áreas
do conhecimento, tem se tornado inquestionável a necessidade de mudança no
comportamento individual e coletivo da sociedade.
“A percepção de que a Terra enfrenta uma crise ambiental sem precedentes,
que afeta a sobrevivência da humanidade, é recente e entrou na agenda
internacional mais firmemente nas últimas décadas do século passado”. (LOUETTE,
2008, p.25).
Por esse motivo, as organizações, tanto governamentais quanto empresariais,
estão sendo cada vez mais pressionadas por movimentos sociais e ambientalistas a
se tornarem socialmente responsáveis, tendo como grande responsabilidade, criar
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um novo modelo de desenvolvimento que seja real, justo, ambientalmente amigável
e que ofereça melhores condições de sobrevivência aos seres vivos.
A imagem de um produto ou organização “é a impressão global, a imagem
positiva ou negativa que os consumidores-alvos possuem dos mesmos. Essa
imagem inclui o que a entidade fez no passado, o que oferece atualmente e as
projeções sobre o que fará no futuro” (FERREL et al., 2000). Sendo assim, os
consumidores de hoje têm a capacidade de definir pessoalmente a maneira que eles
percebem as empresas, produtos e marcas, tendo em mãos ferramentas para
compartilhar com o mundo a respeito de opiniões e experiências vivenciadas com
cada empresa.
Com a competitividade do mercado cada vez mais acirrada, as empresas têm
buscado se adequar às novas exigências dos consumidores, que desejam produtos
com alta qualidade, baixos preços, a não prejudicação a natureza e que tenham
maiores valores sociais agregados. Assim, “a competitividade é definida como a
capacidade de a empresa formular e implementar estratégias concorrenciais, que
lhe permita ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no
mercado” (KUPPER, 1996, p.367 apud SHIKIDA, AZEVEDO e VIAN, 2011, p.6).
Por esse motivo, muitas organizações “falam em sustentabilidade, como
sinônimo de perenidade, de garantia da sua lucratividade e da sua sobrevivência, e,
ao mesmo tempo, sem fazer alusão aos aspectos éticos, sociais e ambientais da
proposta original de desenvolvimento sustentável” (NASCIMENTO, 2005 p.19).
Já é possível perceber um grande número de organizações que conseguem
se desenvolver e gerir seus negócios de forma sustentável, preocupando-se com a
incorporação de atividades capazes de atender os recursos humanos e naturais de
forma racional e ecológica.
Deste modo, visando solucionar a problemática desse cenário de impactos
ambientais e em busca do desenvolvimento sustentável, muitas organizações têm
buscado a adoção de um SGA – Sistema de Gestão Ambiental, especialmente o que
atenda a ISO 14001, que especifica os requisitos para implantação, manutenção,
auditoria e melhoria contínua do SGA.
Nesse sentido, o objetivo levantado pelo presente artigo foi o de verificar a
adaptabilidade do Sistema de Gestão Ambiental, baseado na Norma ISO 14001, na
Agroindústria Canavieira Jalles Machado S/A.
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O Sistema de Gestão Ambiental representa um importante passo para as
organizações que o adotam, pois essas empresas passam a ter uma vantagem
competitiva em um mercado onde as organizações apenas atuam nos limites das
conformidades de Leis Ambientais.
A Agroindústria Canavieira Jalles Machado S/A é uma empresa que possui
um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) orientado pelas propostas da norma ISO
14001, demonstrando que está ciente e comprometida com sua responsabilidade de
preservação dos recursos naturais e, além disso, está preocupada em ir além
daquilo que é exigido pelas Leis Ambientais que regem seus negócios.
Assim, a relevância do estudo justifica-se, pois por meio da adoção de um
SGA a empresa contribui para a melhoria contínua dos problemas ambientais em
sua área de atuação, e, ao mesmo tempo, contribui com a imagem da empresa
diante de seus consumidores-alvos. Além disso, por meio da análise dos
procedimentos e técnicas adotadas pela empresa, é possível que outras
organizações se espelhem em suas práticas e também adote ferramentas como o
Sistema de Gestão Ambiental, a fim de alcançarem o desenvolvimento sustentável.
Assim, por meio de estudo e análise de documentos históricos, buscou-se o
conhecimento do Sistema de Gestão Ambiental, em conformidade com a ISO 14001,
praticado pela Jalles Machado que visam o desenvolvimento sustentável.
Este artigo será composto do que vem a ser meio ambiente e a sua relação
com as organizações. Serão apresentados, os conceitos de Desenvolvimento
Sustentável, Gestão Ambiental, Sistema de Gestão Ambiental e da Norma ISO
14001.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Antes de tratar sobre o assunto declarado como objetivo do projeto será feita
a abordagem do que vem a ser meio ambiente e qual a sua relação com as
organizações.
Em continuidade, serão apresentados conceitos a respeito de
Desenvolvimento Sustentável, Gestão Ambiental no ambiente empresarial e, por fim,
o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em conformidade com a norma ISO 14001.
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Segundo Barbieri (2007), por meio ambiente se entente o ambiente natural e
o artificial, isto é, o ambiente físico e biológico original é o que foi alterado, destruído
e construído pelos humanos, como as áreas urbanas, industriais e rurais.
1.1 MEIO AMBIENTE COMO FONTE DE RECURSOS
Ao longo dos séculos as atividades exercidas pelo homem são caracterizadas
pela poluição do ar, da água, pela falta de reciclagem dos recursos utilizados e pela
geração de resíduos tóxicos.
“O processo realizou-se de maneira predatória, desordenada, sem nenhuma
preocupação permanente com a escassez dos recursos naturais, causando a
deterioração da qualidade do meio ambiente e, também, da qualidade de vida na
biosfera” (LEMOS, 2012, p. 19).
No entanto, foi especialmente a partir da Revolução Industrial, que as
condições de vida do homem e do próprio meio ambiente sofreram desequilíbrios
causados por diversos fatores, como, por exemplo, o aumento populacional,
migrações do campo para cidade e o crescimento industrial.
Além disso, segundo Ducatti (2012), “a maior parcela de emissões ácidas, de
gases de estufa e de substâncias tóxicas resulta das atividades industriais em todo o
mundo”, causando um aumento significativo dos problemas ambientais, e atividades
que desde a Revolução Industrial geram resíduos em quantidade cada vez maior.
Desde modo, Barbieri (2007, p.7) afirma:
Os problemas ambientais provocados pelo homem decorrem do uso do meio ambiente para obter os recursos necessários para produzir os bens e serviços que estes necessitam e dos despejos de materiais e energia não aproveitados no meio ambiente.
Pode-se concluir que a maneira como a produção e o consumo vem sendo
realizados exige recursos e gera resíduos, ambos em grande escala, que geram
diversos impactos ambientais que já ameaçam o suporte do próprio Planeta.
De acordo com Kraemer (2002,p.11)
A maioria dos impactos é devido ao rápido desenvolvimento econômico, sem o controle e manutenção dos recursos naturais. A consequência pode ser poluição, uso incontrolado de recursos como água e energia etc. Outras vezes áreas são impactadas por causa do subdesenvolvimento que traz
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como consequência a ocupação urbana indevida em áreas protegidas e falta de saneamento básico.
Sendo assim, assume-se que as reservas naturais são finitas e que por meio
do uso incontrolado de recursos, a sobrevivência humana fica ameaçada, espécies
da fauna e flora são extintas, a temperatura da terra é aumentada em virtude do
aquecimento global e a própria organização da sociedade fica prejudicada.
Surge então, principalmente nas últimas décadas, a preocupação com os
impactos da atividade humana ao meio ambiente. Dessa maneira, as discussões
sobre o tema passaram a acontecer de forma mais estruturada, justamente no
período em que a situação tem-se agravado.
Priorizar a máxima eficácia no uso dos recursos naturais nas sociedades exige uma prática inovadora de gestão. Entre os principais desafios destaca-se a busca de estratégias para lidar com o processo de degradação da qualidade ambiental, em consequência do aumento da poluição associada ao esgotamento dos recursos híbridos, ás emissões atmosféricas e à geração de resíduos domésticos e industriais. Valle(2004, p.9)
Deste modo, a cada dia fica mais óbvio que, para uma atividade empresarial
ser mais eficiente, faz-se necessária a introdução de critérios ambientais no
processo produtivo, e é por este motivo que o projeto de uma correta gestão
ambiental na empresa desempenha um papel fundamental.
1.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Conforme definido no relatório Nosso Futuro Comum, publicado em 1987 pela
Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas,
conhecido mundialmente como Relatório de Brundtland, o desenvolvimento
sustentável é aquele que atende às necessidades do presente, se comprometer a
possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades.
Segundo Lemos e Barros (2007), o século XXI se anuncia como a era da
sustentabilidade, com aliança do governo, da sociedade civil e dos negócios, que
planejam estratégias para aumentar o bem estar humano dentro dos limites
planetários.
Em busca desse desenvolvimento sustentável, foi a partir dos anos 80 que
pesquisas passaram a ser realizadas a fim de modificar os processos de produção,
desenvolvendo-se “tecnologias industriais mais limpas que reduziam,
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substancialmente, a emissão de resíduos para o ambiente e diminuíam os custos de
controle da poluição” (LEMOS, 2012 p.25). A partir desse momento, a poluição
passou a ser encarada como uma forma de desperdício e um sintoma de ineficiência
da produção industrial.
Deste modo, de acordo com Andrade, Tachizawa e Carvalho (2002) “a busca
das empresas pelo equilíbrio de suas ações nas áreas econômica, ambiental e
social, visando à sua sustentabilidade e a uma contribuição cada vez mais efetiva à
sociedade, é hoje um fato”. Em busca desse equilíbrio, alguns modelos e
ferramentas de gestão, globalmente aceitos, têm sido utilizados no dia-a-dia
empresarial para o aperfeiçoamento de seus processos e ações.
1.3 GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL
Para solucionar os problemas ambientais, ou tentar minimiza-los, uma nova
atitude dos empresários e administradores vem sendo desenvolvida, considerando o
meio ambiente em suas decisões e adotando concepções administrativas e
tecnológicas que contribuem para ampliar a capacidade de suporte do planeta.
Além disso, a incorporação da variável ambiental dentro da gestão
empresarial tem se convertido em uma necessidade inexplicável até para as
empresas que não queriam atuar e cumprir com as obrigações perante a sociedade.
Essa necessidade é causada pela consciência social e política em torno dos
problemas ambientais, incentivando a criação de leis ambientais, movimentos
sociais e a criação, por parte de ambientalistas, de organizações não
governamentais.
“Entende-se por gestão ambiental empresarial as diferentes atividades
administrativas e operacionais realizadas pela empresa para abordar problemas
ambientais decorrentes da sua atuação ou para evitar que eles ocorram no futuro”
(BARBIERI, 2007 p. 153).
Assim, a prática gestão ambiental é uma forma de administrar as atividades
da empresa, por meio do uso dos recursos ambientais de forma adequada à sua
capacidade de reposição, assegurando sua perenidade.
Deste modo, entende-se que “com o adequado gerenciamento ambiental é
possível à proteção da biodiversidade, o controle do uso de recursos naturais, a
recuperação da qualidade do meio ambiente, assegurando a produtividade dos
recursos e o desenvolvimento social”. (NOVACOVSKI, 2005).
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1.4 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
Sistema refere-se a um conjunto de partes inter-relacionadas, sendo assim,
“sistema de gestão ambiental é um conjunto de atividades administrativas e
operacionais inter-relacionadas para abordar os problemas ambientais atuais ou
para evitar o surgimento no futuro” (BARBIERI, 2007 p. 153).
Pode-se dizer que o Sistema de Gestão Ambiental consiste em um conjunto
de medidas e procedimentos bem definidos que, se adequadamente aplicados,
permitem reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre
o meio ambiente.
Em primeiro lugar, para efetivação de do SGA, é necessário o
comprometimento da alta administração em “definir uma política ambiental clara e
objetiva, que norteie as atividades da organização com relação ao meio ambiente e
que seja apropriada à natureza à escala e aos impactos ambientais de suas
atividades, produtos ou serviços” (VALLE, 2002 p.70). Além disso, qualquer SGA
exige um conjunto de elementos comuns que independem da estrutura
organizacional, do tamanho do setor de atuação da empresa.
Nesse sentido, de acordo com Lee (2005)
Em gestão, é preciso crer primeiro, para ver os resultados depois. Isto significa que a liderança das organizações precisa estar convencida, e acreditar que, investindo na implementação de ferramentas e sistemas de gestão, os melhores resultados para todas as partes interessadas virão como consequência.
Assim, “o que se deve procurar adotar em uma organização é uma visão
sistêmica, global, abrangente e holística”. (ANDRADE, TACHIZAWA e CARVALHO,
2002 p. 89). Deste modo, um SGA requer a formulação de diretrizes, definição de
objetivos, coordenação de atividades e avaliação de resultados, sendo possível a
obtenção de melhores resultados com menos custo, em decorrência de ações
planejada se orientadas para a organização.
Dentre as iniciativas de autorregulamentação estão às normas voluntárias de
SGA, que começaram a ser elaboradas de modo mais intenso a partir da década de
1990.
O surgimento dessas normas, de acordo com BARBIERI (2007) se deve aos
seguintes fatores:
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1. Crescimento da influência das ONGs que atuam nas áreas do meio ambiente
correlatas;
2. Aumento do contingente de consumidores responsáveis, ou consumidores
verdes, que procuram cada vez mais utilizar produtos ambientais saudáveis;
3. Intensificação dos processos de abertura comercial, expondo produtores com
diferenças pronunciadas de custos ambientais e sociais a uma competição
mais acirrada e internacional;
4. E restrições à criação de barreiras técnicas para proteger mercados dentro da
lógica da globalização.
Por meio da norma voluntária ISO 14001, são especificados os requisitos
para implantação, manutenção, auditoria e melhoria contínua do SGA.
“O certificado ISO 14001 é específico para o Sistema de Gestão Ambiental. A
obtenção desse certificado indica que a empresa adotou um conjunto de
procedimentos para evitar danos ao meio ambiente em seu processo de produção”
(LEMOS SCHENINI e SILVA, 2005 p.6).
Assim, obter uma certificação ambiental é uma forma de garantia ao
consumidor de que a empresa traz informações verdadeiras, pois são feitas segundo
critérios objetivos, ambientalmente significativos, mensuráveis e verificáveis.
No entanto, “a obtenção da certificação ambiental por uma organização e a
garantia de sua manutenção dependerão, inequivocadamente, da participação
consciente de seus funcionários e fornecedores”. (VALLE, 2002 p.34).
1.5 ISO 14001
A ISO (International Organization for Standardization) é uma federação
mundial não governamental fundada em 1947, com sede em Genebra, Suíça. Conta
com a participação de 111 países e seu objetivo é propor normas e padrões relativos
a medidas, procedimentos, materiais e seu uso, praticamente em todos os setores
de atividades. “Os trabalhos da ISO resultam em acordos internacionais que são
publicados como Normas Internacionais. O Brasil participa da ISO por meio da
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas”. (LEMOS, SCHENINI e SILVA,
2005 p.6).
Segundo os mesmos autores,
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A ISO emitiu a norma ISO 14001 especificando os requisitos para implantação, manutenção, auditoria e melhoria contínua do SGA. A ABNT adotou essa norma como norma brasileira, dando-lhe o nome NBR ISO 14001. O certificado ISO 14001 é específico para o Sistema de Gerenciamento Ambiental. A obtenção desse certificado indica que a empresa adotou um conjunto de procedimentos para evitar danos ao meio ambiente em seu processo de produção. (LEMOS, SCHENINI, e SILVA 2005 p.7).
Sendo assim, a ISO 14001 é uma norma internacionalmente reconhecida, que
define o que deve ser feito para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental
efetivo. A norma foi desenvolvida a fim de criar um equilíbrio entre a manutenção da
rentabilidade e a redução dos impactos ambientais causados pela empresa, por
meio de ações planejadas e com o comprometimento da organização.
O modelo de gestão ambiental, nos contornos delineados nesta obra, adota
os requisitos fixados pela norma ISO 14001, para um sistema de Gestão ambiental.
Ou seja, o modelo de gestão ambiental proposto para uma organização que deseja
estabelecer e manter um sistema de gestão ambiental considera o desenvolvimento
de aspectos relacionados com:
a) Política ambiental;
b) Planejamento;
c) Implementação e operação,
d) Verificação e ação corretiva;
e) Análise crítica pela administração.
A Figura 01 ilustra como são fixados os requisitos propostos pela norma ISO
14001 para um SGA.
FIGURA 01: REQUISITOS DO SGA PROPOSTOS PELA ISO 14001
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1.6 A AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA
O Sistema Agroindustrial da Cana-de-açúcar é um dos mais antigos, está
ligado aos principais eventos históricos, e é de enorme importância ao Brasil. “A
partir dos anos 70, passou por importante transformação, deixando de ser
exclusivamente voltado para o setor de alimentos, para destinar-se ao setor
energético, por meio do Proálcool” (WAACK E NEVES 1998 p.2). Este fomentou o
destino da cana para produção de combustível, tendo efeito positivo no aumento da
competitividade do sistema como um todo.
Segundo Biosev (2012),
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, segundo a UNICA, o maior produtor e exportador de açúcar, segundo United States Department Agriculture (USDA), e o segundo maior produtor de etanol do mundo, segundo a F.O.Licht. De acordo com o Procana, o setor sucroalcooleiro foi responsável por aproximadamente 2% do PIB nacional e por 12% do PIB da agricultura no Brasil em 2009, tendo empregado cerca de 4,5 milhões de pessoas.
Deste modo, a agroindústria canavieira do Brasil se diferencia em relação aos
outros países por fabricar em escala industrial o açúcar, o álcool e, mais
recentemente, a energia elétrica co-geradora de bagaço de cana. “O tamanho grau
de integração entre agricultura e indústria, volume de produção e exportação, além
do poder político e econômico dos agentes envolvidos, dão peculiar característica à
agroindústria canavieira brasileira” (PAI, ZAMBRA e BONJOUR, 2008 p. 2).
De acordo com IBGE (2012),
São Paulo é o maior produtor nacional de cana-de-açúcar, responsável por 58,2% da safra nacional. A produção de 427,3 mil toneladas é 0,2% maior que a de 2010. A área colhida no estado apresentou um crescimento de 4,4% (219 mil hectares), porém o rendimento médio caiu 4,0%, passando de 85.543 kg/ha em 2010 para 82.093 kg/ha. Minas Gerais, na segunda colocação, teve um crescimento de 11,8% na produção, e Goiás, com crescimento de 14,4%, passou a ser o terceiro produtor, ultrapassando o Paraná, cuja produção reduziu 7,1%.
O potencial da cana-de-açúcar e os novos usos de seus produtos não param
de crescer. “O etanol, por exemplo, já são utilizados em motocicletas flex, pequenos
aviões e ônibus urbanos. Bioplásticos feitos a partir de cana já estão disponíveis no
mercado e são comercializados por grandes empresas”. (UNICA, 2012) O etanol, em
um futuro próximo, deve ser também usado em caminhões, equipamentos agrícolas
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e geradores. Enfim, um grande potencial a ser explorado, contribuindo para a
substituição do petróleo e a redução do aquecimento global.
2. Metodologia
Esse trabalho se propôs a analisar uma empresa pioneira em seu setor na
adoção de práticas ambientais e na criação de um SGA em conformidade com a
norma ISO 14001.
Neste estudo, primeiramente são apresentados levantamentos bibliográficos
feitos por meio de pesquisas em livros, artigos, dissertações de mestrado, consulta à
legislação e Internet, com o objetivo de enriquecer o conteúdo apresentado dando
embasamento científico e pertinente ao assunto. Assim, “a pesquisa bibliográfica
consiste no exame do conjunto de livros escritos sobre determinado assunto ou de
documentos deixados por autores conhecidos ou inéditos” (PEDRON, 2004).
A realização da revisão bibliográfica norteia a evolução da questão ambiental,
o desenvolvimento sustentável, gestão ambiental, sistema de gestão ambiental e
anorma ISO 14001, como estratégias essenciais ao alcance do sucesso da
organização atual.
Em seguida, foram realizadas como técnica de coleta de dados a entrevista
semiestruturada e a análise de documentos como: livro eletrônico do Sistema de
Gestão Ambiental (SGA); cópias das Certificações voltadas para o meio ambiente;
revistas contemplando informações a respeito da implantação dos projetos e ações
que levaram a conquista do Certificado ISO 14001.
Quando à forma de abordagem, esta pesquisa foi caracterizada como
qualitativa, já que a realização deste estudo não se baseou em nenhum tipo de dado
numérico e estatístico que fundamentem seus pressupostos.
De acordo com Lima e Olivo (2010 p.35), as pesquisas de caráter qualitativo:
[...] Caracterizam-se pelo esforço em coletar materiais em diversas fontes oriundas do ambiente natural, por meio do contato direto, intenso e prolongado entre o pesquisador e os atores sociais implicados, procurando explorar recursos metodológicos que permitam fundamentar exercícios de descrição para fins de compreensão dos fenômenos investigados, segundo a perspectiva dos participantes da situação em estudo.
Esta pesquisa foi realizada a partir da investigação dos aspectos e impactos
ambientais, programas de gestão ambiental da Jalles Machado S/A e demais itens
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dos requisitos a serem implantados em conformidade com ISO 14001, na qual foi
fundamentada o Sistema de Gestão Ambiental.
3. Análise dos dados
A Jalles Machado S/A é uma empresa brasileira, de grande porte, localizada
no Vale de São Patrício, município de Goianésia, estado de Goiás, que comercializa
os seus produtos a nível nacional e internacional, utilizando como matéria-prima a
cana de açúcar.
A empresa conquistou em 2004, o mais importante certificado de qualidade
em gestão ambiental: ISO 14001, seguindo rigorosas normas aplicadas, no Brasil,
pela ABNT — Associação Brasileira de Normas Técnicas, que define padrões para
que as empresas realizem seu gerenciamento ambiental, minimizando os efeitos de
sua atividade sobre o meio ambiente. Foi à primeira empresa do setor
sucroalcooleiro do Estado de Goiás e a terceira no Brasil, sendo também a única em
sua área a possuir um escopo com tamanha abrangência.
Para alcançar o Certificado ISO 14001, a empresa desenvolveu um projeto de
preservação e recuperação ambiental, envolvendo ações de que visa o
monitoramento dos processos erosivos, à rotação de culturas, à redução dos
impactos negativos na fauna e flora do cerrado, programas de conscientização
ambiental junto às comunidades, reaproveitamento de resíduos, controle biológico
de pragas, cultivo da cana e soja orgânica livre de agrotóxicos, dentre outros.
O Sistema de Gestão Integrado, no qual faz parte o Sistema de Gestão
Ambiental da empresa, envolve toda a equipe de colaboradores, em todas as áreas
da empresa, na criação e manutenção de procedimentos integrados que evitam a
poluição do solo, ar, água e conformidade em requisitos de qualidade.
Assim, para o atendimento ao Sistema de Gestão Ambiental em conformidade
com a norma ISO 14001, a Jalles Machado elaborou vários procedimentos, rotinas,
diagnósticos e normas internas para a sua gestão, que serão abordados a seguir, de
acordo com os requisitos descritos na Seção 4 da norma, cujos títulos encontram-se
no Quadro 01.
Partindo da política ambiental e para efeito de certificação, os requisitos para
que um SGA esteja em conformidade com a norma ISO 14001, baseiam-se na
existência de um módulo de planejamento, implementação e operação de
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programas, verificação dos resultados alcançados, ações corretivas necessárias e
análise crítica do sistema pela alta administração. Nesse sentindo, este trabalho
pretende demonstrar como foi realizadoo planejamento e a adaptação desses
requisitos para que a Jalles Machado estivesse em conformidade com a Norma ISO
14001, em busca do alcance da certificação e da melhoria contínua.
4.3.2 Requisitos legais e outros
QUADRO 01: REQUISITOS DO SGA
4.1 Requisitos gerais
4.2 Política ambiental
4.3 Planejamento
4.3.1 Aspectos ambientais
4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros
4.3.3 Objetivos, metas e programas
4.4 Implementação e operação
4.4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades
4.4.2 Competência, treinamento e conscientização
4.4.3 Comunicação
4.4.4 Documentação
4.4.5 Controle de documentos
4.4.6 Controle operacional
4.4.7 Preparação e resposta à emergências
4.5 Verificação e ação corretiva
4.5.1 Monitoramento e medição
4.5.3 Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva
4.5.4 Controle de registros
4.5.5 Auditoria interna
4.6 Análise pela administração
Fonte: NBR ISSO 14001:2004, seção 4.
3.1 POLÍTICA AMBIENTAL
De acordo com Barbieri (2007 p.170), “a política ambiental é uma declaração
da organização expondo suas intenções e princípios gerais em relação a seu
desempenho ambiental global, que provê uma estrutura para ação e definição de
seus objetivos e metas ambientais”.
A Jalles Machado possui uma política do meio ambiente apropriada à
natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades e serviços. A política é
descrita por meio de sua Carta Magna, que e foi divulgada aos empregados e estão
documentadas e disponíveis ao público por meio de quadros, panfletos, encartes e
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revistas. Assim, por meio da política ambiental da empresa são fornecidas bases
para o estabelecimento e revisão de objetivos e metas ambientais.
3.2 PLANEJAMENTO
“A fase de planejamento deve estabelecer as prioridades e metas a serem
atingidas e definir os montantes de recursos que deverão ser alocados a cada uma
das atividades” (VALLE 2002 p.72).
Nessa fase, devem ser levantados os seguintes dados: aspectos ambientais
da organização; legislação e outros requisitos legais; objetivos, metas ambientais e
programa de gestão ambiental.
a) Aspectos ambientais: Existem procedimentos para identificação de aspectos e
avaliação de impactos ambientais das atividades, produtos e serviços da
organização. Existe também, uma sistemática forma para que o levantamento seja
sempre atualizado, a cada nova atividade, produto ou serviço. Além dos impactos
ambientais, são feitos levantamentos e avaliações sobre aspectos diretos e
indiretos, incluindo fornecedores, sobre situações anormais e de risco, passivo
ambiental, abordagens a respeito do consumo de água e energia, e, por fim
aspectos relacionados a atividades administrativas. O quadro 02 ilustra como é
realizado o processo de tabulação dos aspectos ambientais monitoráveis pela Jalles
Machado.
QUADRO 02: PROCESSO DE TABULAÇÃO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS
MONITORÁVEIS
Fonte: Manual Sistema de Gestão Ambiental Jalles Machado S/A
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a) Requisitos Legais e Outros: Por meio da planilha C.A.L. (controle e acesso à
legislação), que é continuamente atualizada por uma empresa jurídica (IUS
NATURA), contratada para este fim, existe sistemática formal para garantir o acesso
e a atualização permanente dos requisitos legais e outros aplicáveis. Deste modo,
por meio dessa planilha a Jalles Machado tem acesso contínuo à legislação
ambiental municipal, estadual e federal, aplicável às suas atividades, produtos e
serviços.
Além disso, a empresa possui licença de operação e outros tipos de licenças
pertinentes, de acordo com a conveniência de suas atividades, tais como licença
para captação de água, desmatamento, abertura de poço artesiano, incineração de
resíduos, etc.
b) Objetivos, Metas e Programa(s): A empresa, por meio de documentos
formais, define periodicamente objetiva e metas ambientais. Entre esses objetivos e
metas são considerados os aspectos ambientais significativos, requisitos legais e
compromissos. Sendo que esses são mensuráveis, compatíveis com a Política
Ambiental da empresa, incluem a melhoria contínua, a prevenção da poluição e o
fornecimento de recursos. Por meio do banco de dados do ConAC (procedimento
interno para controle de documentos) os objetivos e metas são desdobrados para
cada função e nível pertinente, bem como detalhados quanto a responsabilidades,
orçamento e cronograma. Assim, são criados Programas que servem para
operacionalizar os objetivos e metas, onde o cumprimento dos cronogramas é
acompanhado periodicamente pelo gestor do SIG (Sistema Integrado de Gestão).
Deste modo, Segundo Valle (2002), “o SGA é operacionalizado por meio de
Programas de Gestão Ambiental (PGAs), que são instrumentos gerenciais dinâmicos
e sistemáticos, com metas ambientais e objetivos a serem alcançados em intervalos
de tempo definidos”.
Assim, alguns dos Programas Ambientais desenvolvidos pela Jalles Machado
são:
1- Rotação de cultura: A rotação de culturas consiste em alternar, anualmente,
espécies vegetais, numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter,
ao mesmo tempo, propósitos comerciais e de recuperação do solo.
As vantagens da rotação de culturas são inúmeras. Além de proporcionar a
produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, se adotada e
conduzida de modo adequado e por um período suficientemente longo, essa prática
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melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo; auxiliam no
controle de plantas daninhas, doenças e pragas; repõe matéria orgânica e protege o
solo da ação dos agentes climáticos, adição de nitrogênio ao solo; manutenção da
matéria orgânica do solo; reciclagem de nutrientes; cobertura do terreno;
minimizando problemas com erosão e, em alguns casos, o controle de nematóides e
a redução de problemas com a compactação do solo. Portanto, com o objetivo de
proporcionar às espécies cultivadas e ao meio ambiente, considerado sempre como
um sistema, condições favoráveis de desenvolvimento e sustentabilidade, este
Programa de Manutenção da Qualidade do Solo preconiza a utilização de práticas
que podem levar a manutenção da qualidade deste recurso ambiental. É
fundamento deste programa a conservação da qualidade do solo por longos
períodos, visto que isso contribuirá para o aumento da produtividade vegetal e
influenciará nos atributos do meio ambiente.
2- Laboratório Biológico: A Jalles Machado implantou o laboratório de controle
biológico, para controle de pragas no canavial, que antes era utilizado produtos
químicos, causando, além do aparecimento de pragas mais resistentes aos
inseticidas, a contaminação ambiental. O laboratório biológico minimiza este
problema, produzindo vespas do gênero Cotesia, que é liberada na lavoura para
controle da broca uma das principais pragas da cana-de-açúcar, obtendo desta
maneira uma melhoria contínua e consequentemente melhorando os índices
econômicos e ambientais;
3- Manejo Integrado de Pragas: Na Jalles Machado, todo inseto, antes de ser
considerada uma praga, tem um estudo para verificar o seu potencial de causar
danos. Este manejo integrado de pragas é aplicado desde o ano 2001, onde se
preconiza o monitoramento das pragas e o seu controle biológico natural,
contribuindo assim para o meio ambiente e ao mesmo tempo gerando uma grande
economia para a empresa; Exemplos desse monitoramento na empresa são:
monitoramento de cupins e controle biológico da broca da cana com o inimigo
natural cotesiaflavipes.
4- Cana Orgânica: Com a preocupação de preservar o meio ambiente e agregar
valor aos seus produtos, a Jalles Machado iniciou, em 2003, o processamento de
cana visando à produção de açúcar orgânico. A agricultura orgânica elimina o uso
de fertilizantes, pesticidas e reguladores de crescimento produzidos sinteticamente.
Seu sistema de produção baseia-se na rotação de culturas, esterco de animais,
17
leguminosas, adubação verde, cultivos mecânicos, minerais naturais e controle
biológico de pragas para manter a estrutura do solo, fornecer nutrientes para as
plantas, controlar insetos, ervas daninhas e outras pragas. Assim, a Jalles Machado
atende aos anseios de seus clientes por produtos naturais e saudáveis, ao mesmo
tempo em que contribui para a preservação ambiental.
5- Colheita Mecanizada: As colheitas mecanizadas são realizadas em mais de 90%
das áreas colhidas, cuja manutenção da cobertura de palha vem contribuindo
significativamente com a preservação dos solos, reduzindo a sua exposição à
radiação solar e protegendo dos riscos de erosão causados pela chuva. Contribui
também, com a manutenção da umidade nos solos e o controle integrado de
algumas pragas.
6- Monitoramento de Processos erosivos: A colheita mecanizada trouxe um
benefício ao setor sucroenergético, uma vez que a palha da cana colhida com
máquina permanece no campo, o que contribui para a manutenção da umidade,
evitando a erosão em épocas chuvosas. Além disso, a cultura de cana-de-açúcar
exige que, a cada fim de ciclo, seja feita a reforma do canavial. Nessa reforma é
utilizada a adubação verde, que promove a melhoria dos atributos físicos, químicos
e biológicos do solo, melhorando sua capacidade produtiva. Portanto, com o objetivo
de proporcionar às espécies cultivadas e ao meio ambiente, considerado sempre
como um sistema, condições favoráveis de desenvolvimento e sustentabilidade, este
plano de monitoramento de processos erosivos preconiza a utilização de práticas
que podem conservar o solo evitando assim a degradação deste recurso ambiental.
O controle da erosão e a conservação do solo devem ocorrer simultaneamente,
sendo que a conservação do solo deve compreender todo um sistema de manejo
que assegure a obtenção dos maiores rendimentos possíveis com sustentabilidade.
7- Co-Geração de Energia: A Jalles Machado foi pioneira no Estado de Goiás na
implantação da co-geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana-de-
açúcar. Na co-geração de energia a partir do bagaço de cana, os custos de
implantação são em média de 50% de uma central hidrelétrica, além de evitar
inundações de terras férteis, a necessidade de desapropriações, é a solução para os
rejeitos da cana, reduzindo também os investimentos em linhas de transmissão.
8- Crédito de Carbono: A Jalles Machado foi pioneira no Estado de Goiás na
implantação da co-geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana-de-açúcar
e está sendo pioneira também na comercialização do crédito de carbono. A co-
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geração de energia elétrica é considerada uma tecnologia limpa, emitindo menos
gases de efeito estufa quando comparada as termoelétricas a gás natural ou a óleo.
Essa redução de gases pode ser mensurada, e a cada tonelada de CO2 que deixa
de ser emitida, gera-se um crédito de carbono que pode ser comercializado.
9- Reserva Extra Propriedade: A Jalles Machado mantém uma propriedade no
município de Cavalcante-GO, com área de 17.210,68 hectares, com o objetivo de
suprir a necessidade de reserva legal das áreas da empresa e acionistas. Esta
reserva é considerada extra propriedade, sendo localizada na mesma bacia
hidrográfica em que estão as áreas da empresa.
10- Projeto Seringueira: A Jalles Machado, se adequando às questões legais e
ambientais, vem reduzindo as queimadas e aumentando a colheita de cana
mecanizada. Porém, com a responsabilidade de manter o nível de empregos, criou o
Projeto Seringueira, produzindo mudas e incentivando o plantio, visando à
recolocação da mão-de-obra do corte de cana-de-açúcar.
11- Estação de Tratamento de Esgoto: A Jalles Machado, se adequando as
questões legais e ambientais, colocou em funcionamento uma estação de
tratamento de esgoto para tratar 100% do seu esgoto doméstico. O afluente é
incorporado ao processo de fertirrigação na área agrícola, isentando qualquer
possibilidade de ser lançado em corpo receptor.
12- Aterro Controlado: A Jalles Machado, se adequando as questões legais e
ambientais, possui um Aterro Controlado, licenciado pela Agência Ambiental, o qual
recebe diariamente todo o lixo doméstico gerado pelo empreendimento.
3.3 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO
A fase de Implementação e Operação do SGA “deve definir estruturas e
responsabilidades, prover conscientização e treinamento, assegurar a comunicação
interna e externa entre as partes interessadas, manter o controle da documentação
e assegurar a preparação e o atendimento de emergências” (VALLE, 2002, p. 7).
Recursos, Funções, Responsabilidades e autoridades por meio de
procedimento e rotinas operacionais são realizadas, na empresa pesquisada, as
definições de autoridade e responsabilidade sobre os assuntos de meio ambiente.
Ela está formalizada em documentos e procedimentos, sejam operacionais ou
gerenciais, sendo que as responsabilidades são devidamente comunicadas ao
pessoal envolvido.
19
Existe um representante da direção que é responsável para relatar à alta
administração o desempenho ambiental, visando a uma análise crítica que viabilize
as correções necessárias e a melhoria contínua. Além disso, a administração,
mediante aprovação de planos de ação e em função do levantamento dos aspectos
e impactos ambientais, fornece recursos para melhorias ambientais, abrangendo
recursos humanos, financeiros, qualificações específicas e tecnologias.
3.3.1 Competência, Treinamento e Conscientização
Por meio do Levantamento da Necessidade de Treinamento (LNT), a
empresa identifica sistematicamente suas necessidades de treinamento
relacionadas com meio ambiente. Assim, os funcionários que executam tarefas
impactantes ao meio ambiente recebemeducação, treinamento e devem ter
experiência em níveis adequados.
Além disso, existe procedimento para conscientização e treinamento dos
executantes de tarefas (próprios ou contratados) que possam causar impactos
ambientais significativos.
Além disso, por meio de cláusula contratual os empregados e prestadores de
serviço são conscientizados sobre os aspectos ambientais das suas atividades,
situações de risco e emergência, seu papel no atendimento à Política,
responsabilidade individual e consequências para o meio ambiente do não
cumprimento dos procedimentos.
3.3.2 Comunicação
Por meio de rotinas operacionais os aspectos ambientais são comunicados
internamente entre os vários níveis.
Assim, por meio dos procedimentos do SGA a empresa definiu
responsabilidades internas para este fim e efetivamente abriu um canal de
comunicação com as possíveis partes interessadas (comunidades, órgãos
municipais, estaduais e federais, vizinhos, associações, prefeituras, ONGs,
acionistas, empregados).
Deste modo, está formalizado quem é o responsável pelos contatos com o
órgão ambiental.
Por meio do ConAc Localtodas as comunicações recebidas de partes
interessadas são analisadas e respondidas.
20
3.3.3 Documentação
Existe um documento ou manual que descreva os principais elementos de
gestão ambiental e a intenção entre eles, onde esse documento faz referência aos
procedimentos organizacionais pertinentes (manual SIG).
Controle de Documentos existe um sistema de padronização formalizado, que
é cumprido rigorosamente na prática, definindo como devem ser elaborados,
aprovados, emitidos, controlados e revisados os procedimentos, bem como
estabeleça mecanismos de controle de cópias e remoção de versões obsoletas dos
locais de uso.
Os documentos são legíveis, datados (com data de revisão), facilmente
identificáveis, mantidos de forma organizada e retidos por período de tempo
especificado.
Os documentos externos (inclusive legislação) são objeto de controle de
recebimento, circulação e arquivamento, com responsabilidades definidas e locais
específicos de guarda.
3.4 CONTROLE OPERACIONAL
a) Emissões Atmosféricas: O Lavador de gases nas caldeiras e separadores por
arraste na saída dos gases da enxofreira é responsável por minimizar as emissões
atmosféricas significativas, sendo que esses objetos passam por manutenção
preventiva constantemente.
b) Efluentes Líquidos: Os efluentes industriais são incorporados no sistema de
irrigação agrícola (Lei de Land Farming) e o efluente sanitário segue para a estação
de tratamento de esgoto. Existe caixa separadora de água e óleo, sendo que o óleo
é recolhido em tanques e posteriormente é comercializado para empresa licenciada
e autorizada. Deste modo, os efluentes que contém óleo são impedidos de serem
lançados em corpos d’agua. O restaurante industrial possui caixa de gordura e a
limpeza segue periodicidade rigorosa, tendo como destino final o tratamento de
esgoto. Além desses, os dispositivos e sistemas de controle é objeto de manutenção
preventiva.
c) Resíduos: Os pátios de depósito de resíduos são pavimentados e
impermeabilizados, dispondo de mecanismos para evitar a contaminação do solo e o
carreamento de resíduos para a drenagem pluvial. Existe um inventário atualizado
21
de produtos/resíduos perigosos (produtos químicos, materiais radioativos, óleos,
gases, agrotóxicos, sucatas contendo óleo, etc), cujo manuseio, armazenamento,
transporte e disposição ocorrem em conformidade com a lei. As condições de
armazenamento de produtos e resíduos perigosos obedecem às normas de
segurança pertinentes, sendo que o resíduo ambulatorial é depositado no aterro
controlado da prefeitura municipal de Goianésia. O destino do resíduo das fossas
sépticas é adequado, pois a coleta destes resíduos é jogada na estação de
tratamento de esgoto. Por meio da planilha de controle de desempenho ambiental
(CDA) a disposição do lixo comum é realizada.
d) Ruído, Vibração e Odor: Por meio de relatório técnico os níveis de ruído, caso
atinjam a comunidade, são medidos e mantidos dentro dos limites da legislação
Ambiental. Não há vibração que atinja a comunidade. Já os níveis de odor, caso
incomodem a comunidade, são minimizados de alguma forma.
e) Consumo de Água e Energia: Os programas de racionalização do consumo de
água e de consumo de energia estão em implantação, sendo que por meio das
planilhas CDA’s a empresa mantém o consumo de água e por meio de relatórios a
empresa mantém o controle de consumo de energia.
f) Aspectos Gerais do Controle Operacional: Para as tarefas potencialmente
impactantes, existem procedimentos operacionais que incluem os cuidados
ambientais necessários, tanto em termos de ações preventivas quanto mitigadoras.
Para que isso seja cumprido, são estabelecidos parâmetros ambientais aceitáveis.
Além disso, por meio de cláusulas contratuais a empresa exige de seus
fornecedores de serviços e/ou produtos o cumprimento dos requisitos da legislação
ambiental pertinentes às suas atividades. Assim, os prestadores de serviços que
operam na área da empresa seguem os mesmos procedimentos e cuidados
ambientais estabelecidos para os empregados. Já os aspectos significativos ainda
não controlados adequadamente são contemplados na definição de objetivos e
metas.
3.5 PREPARAÇÃO E RESPOSTA ÀS EMERGÊNCIAS
Foram identificados os riscos de acidentes ambientais associados às
atividades e instalações da empresa. Deste modo, existe um procedimento para que
tais riscos sejam sempre analisados em qualquer nova situação, podendo acontecer
nas mudanças de layout, novos processos, novas instalações.
22
A empresa planejou ações emergenciais e mitigadoras para os possíveis
acidentes (plano de atendimento a emergências), sendo que as funções,
responsabilidades e autoridades estão definidas, inclusive para comunicação com
órgãos públicos.
Os recursos para tais ações (financeiros, humanos, materiais e
equipamentos) estão disponíveis. Além disso, os envolvidos com as ações de
emergência foram devidamente treinados, onde, para isso, são realizadas
simulações periodicamente, que abrangem todas as situações de emergência. Tais
ações são analisadas criticamente e sofrem revisões após as simulações e/ou
ocorrência de acidente.
Nas ações de emergência previstas está definida a destinação final dos
resíduos gerados.
3.6 VERIFICAÇÃO
“A fase de verificação assegura o monitoramento e a medição dos resultados,
identifica não-conformidades, avalia os registros e audita o SGA”. (VALLE, 2002 p.
72).
Monitoramento e Medição existe um plano relacionado com os aspectos
ambientais significativos (emissões atmosféricas, saída de efluentes, corpos
receptores). Assim, as informações são sistematicamente registradas, mantidas,
analisadas e comparadas com os parâmetros legais e com os objetivos e metas da
organização.
Caso certas medições de aspectos significativos não atendam aos padrões
legais, existem procedimentos estabelecidos para corrigir o problema.
Os equipamentos e instrumentos de medição e monitoramento são
adequadamente calibrados, com periodicidade definida, sendo realizados por
terceiros que seguem as normas da ABNT.
O Quadro 03 ilustra quais são os aspectos ambientais monitorados na área
industrial
QUADRO 03: ASPECTOS AMBIENTAIS A SEREM MONITORADOS NA ÁREA
INDUSTRIAL
23
Fonte: Manual Sistema de Gestão Ambiental Jalles Machado S/A
Não conformidade, ação corretiva e ação preventiva. Por meio do ConAc as
não-conformidades são sistematicamente registradas, bem como analisadas quanto
à sua abrangência e causas fundamentais.
Existem procedimentos e definições de autoridade e responsabilidade para
analisar e tratar as não-conformidades, adotando medidas para mitigar quaisquer
impactos e para conduzir ações corretivas e preventivas. Assim, as ações corretivas
são proporcionais à magnitude dos impactos e visam à eliminação das causas.
Em auditorias, reuniões de análise crítica e reuniões setoriais, a eficácia dos
planos de ação é verificada. Deste modo, também são feitos planos de ação
preventiva para não conformidades potenciais. No controle dos registros a empresa
tem procedimentos para identificar, manter e descartar registros ambientais.
a)Os registros estão legíveis, protegidos contra avarias, deterioração, ou
perda.
b) Permitem rastrear a atividade, produto ou serviço envolvido.
c) Estão arquivados de forma a permitir sua pronta recuperação.
d) O período de retenção dos registros está definido e é cumprido.
Assim, o quadro 04 ilustra como é realizado o controle registros pela
empresa.
24
QUADRO 04: CONTROLE DE REGISTROS
Fonte: Manual de Sistema de Gestão Ambiental da Jalles Machado S/A
A empresa tem procedimentos e programas para auditorias internas
periódicas. O programa é dimensionado conforme a importância ambiental da
atividade envolvida e os resultados de auditorias anteriores, já os procedimentos
consideram o escopo da auditoria e estabelecem frequência.
Deste modo, a empresa definiu que as auditorias internas do SGA,
acontecem uma vez na semana, sendo que em cada semana ela acontece em
umaárea diferente (administração, agrícola e indústria). Assim, no final de cada mês
as três áreas são auditadas.
As responsabilidades e requisitos para as auditorias estão definidos e os
resultados são apresentados formalmente à alta administração para fins de análise
crítica e de acompanhamento das não-conformidades identificadas, visando sempre
à completa eliminação de suas causas. No caso das auditorias externas, no quesito
de re-certificação, são realizadas a cada dois anos.
A alta administração da empresa pesquisada, juntamente com o ocupante do
cargo mais elevado, realiza uma análise crítica periódica de seu sistema integrado
de gestão, no qual faz parte o SGA. Essa análise crítica aborda a necessidade de
alterações na política, sendo que asinformações necessárias são sistematicamente
coletadas (resultados de auditorias, reclamações de partes interessadas, dados de
monitoramento, comunicações do órgão ambiental, etc.).
Além disso, por meio do Conac (procedimento interno para controle de
documentos) o cumprimento dos cronogramas para atendimento das metas é
verificado, contemplando também a necessidade de revisão dos objetivos e metas,
com base no comprometimento com a melhoria contínua.
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Assim, “o que se pretende com essa análise é verificar a eficácia do SGA
como instrumento para melhorar o desempenho ambiental da organização em um
dado período, visando o futuro” (BARBIERI, 2007 p. 196).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na Jalles Machado S/A a gestão do meio ambiente está bem integrada com
os demais setores que regem seus negócios internamente e externamente.
A empresa acredita que suas práticas produtivas, baseadas no Sistema de
Gestão Ambiental (SGA), têm melhorado sua eficiência operacional, possibilitado
aredução de custos, gerado ganhos de imagem e oportunidades de explorar novos
mercados com preferência por produtos cujo processo produtivo respeite padrões de
sustentabilidade, principalmente no caso do mercado internacional.
Por meio das metas e objetivos que são desdobrados em programas de
gestão ambiental, a empresa tem buscado oferecer qualidade em seus produtos,
sem deixar de respeitar o meio ambiente, prevenir a poluição, atender a legislação
vigente e os requisitos regulamentares aplicáveis. Assim, por meio do SGA e de
ferramentas utilizadas pela Jalles Machado em busca do desenvolvimento
sustentável, percebe-se que além da empresa contribuir de forma a amenizar os
impactos causados por suas atividades, ela também tem disseminado práticas
ambientais a outras empresas e à população, expondo a importância dessas
práticas em relação ao meio ambiente.
Deste modo, acredita-se que a Jalles Machado tem alcançado benefícios tais
como: econômicos, por meio da redução do consumo de água e energia, da venda e
aproveitamento de resíduos e da diminuição de efluentes; de receita, por meio do
aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição;
e por último estratégicos, por meio da melhoria de imagem institucional.
Assim, enquanto alguns gestores se questionam a respeito de quanto custa
implantar um sistema de gestão ambiental, outros já chegaram à conclusão de que
fica mais oneroso não ter o sistema, já que estão sujeitosa diversos riscos como
multas, processos judiciais, acidentes ambientais, custo de remediação de passivos,
danos à imagem e perda de competitividade.
Por esse motivo, sugere-se que outras empresas também adotem o SGA
baseado na norma ISO 14001, por se tratar de uma forma planejada de alcançar o
26
desenvolvimento sustentável, e também por atuar como resposta as exigências do
mercado por empresas sustentáveis.
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