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Da esquerda para a direita. Silvio Renato Rangel Silveira, diretor administrativo e financeiro, Edgar Carlos Eckelberg. presidente do Conselho de Curadores - que prestigiou o ato de abertura do evento - Marcos Schwab, diretor superintendente e .Augusto Janiszewski, gerente do Núcleo de Investimentos, assistem a primeira sessão do seminário. _ PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: NOVA ETAPA DO ESFORÇO DA FIBRA PARA MELHORIA CONTÍNUA C om um seminário de um dia, no qual participaram os três membros da Diretoria Executiva, o presidente do Conselho de Curadores, Edgar Eckelberg. a conselheira Consíanze Zaeyen, os gerentes de departamentos da Fibra e alguns colabo- radores convidados, teve início uma nova etapa de implementação do Programa da Qualidade Total da Fibra: a utilização de técnicas de Planejamento Estratégico e Gerenciamento por Diretrizes.. O diretor superintendente exorta a equipe para avançar no caminho da qualidade Este é um desafio difícil de vencer, pois se de um lado o assistido quer receber o máximo de benefícios, do outro o participante ativo. especialmente o jovem, quer obter a melhor relação benefício/custo de sua contribuição. Nossa tarefa de hoje e dos eventos seguintes do ciclo de planejamento, portanto, é fundamental para o futuro da Fibra. Proponho que coloquemos mãos à obra com toda dedicação. entusiasmo e competência que já demons- tramos ter. para alcançar este objetivo de sucesso." Falando na abertura dos trabalhos, o diretor superintendente, Marcos Schwab, parabenizou a equipe de colaboradores da Fundação. dizendo "reconhecer o alto grau de eficiência e eficácia já alcançado com a implementação do programa "5S" em toda a entidade, a Certificação da Qualidade conquistada pelo Núcleo de Investimentos e em vias de ser obtida na Diretona de Seguridade e em parte da Diretoria Administrativa Financeira, além do confortável superávit obtido até agora". Afirmando que "as circunstâncias do momento atual em que vive o pais e as perspectivas futuras demonstram que não podemos nos acomodar com o já conquistado, sendo necessário adotar um processo de melhoria continua", Schwab enfatizou: "Nesse contexto é que se insere o ciclo de planejamento que hoje iniciamos. Queremos construir o futuro da Fundação. Queremos. sobretudo, sintonizar a evolução do quadro de participantes, resultante de mudanças estruturais da Itaipu com o perfil dos nossos investimentos, de modo que, em qualquer momento do futuro, os compromissos da Fibra possam ser honrados". O desafio é melhorar a relação benefício/custo Referindo-se ao relacionamento da Fundação com seus participantes, Schwab destacou: "Desejamos alcançar uma situação em que além da aprovação da patrocinadora todos os participantes sintam-se satisfeitos com os produtos oferecidos pela Fibra. Orientado para o futuro, o processo de planejamento define estratégias para alcançar metas que a rotina nao consegue Este primeiro seminário destinou-se a difundir entre os responsáveis pela gestão da Fibra os conceitos básicos do planejamento estratégico. A partir desses conhecimentos, toda a equipe iniciará a implementação do programa de formulação das estratégias necessárias para estabelecer metas anuais de melhora do gerenciamento da Fundação O projeto ficará sob a coordenação do diretor administrativo e financeiro. Silvio Renato Rangel Silveira que contará com a assessoria especializada dos consultores Andres Pablo Viacava e Rogério Sangoi. da Fundação de Desenvolvimento Gerencial (FDG). "O objetivo final" diz Pablo Viacava gerenciar para melhorar o processo de tomada de decisão numa perspectiva de construção do futuro, abrindo caminhos para que cada membro da equipe, desde o que ocupa o cargo mais elevado na instituição até o mais humilde trabalhador do grupo, assuma posturas de liderança no sentido de bom exemplo para os outros, e não de chefia - para obter os resultados que a patrocinadora, os empregados, os clientes e a própria sociedade esperam da Fundação. E isso é um trabalho coletivo, que deve envolver e mobilizar todos os que trabalham na instituição", conclui o consultor.

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Da esquerda para a direita. Silvio Renato Rangel Silveira, diretor administrativo e financeiro, Edgar Carlos Eckelberg. presidente do Conselho de

Curadores - que prestigiou o ato de abertura do evento - Marcos Schwab, diretor superintendente e .Augusto Janiszewski, gerente do Núcleo de Investimentos, assistem

a primeira sessão do seminário.

_

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: NOVA ETAPA DO ESFORÇO DA FIBRA PARA MELHORIA CONTÍNUA

Com um seminário de um dia, no qual participaram os três membros da Diretoria Executiva, o presidente do Conselho de Curadores, Edgar Eckelberg. a

conselheira Consíanze Zaeyen, os gerentes de departamentos da Fibra e alguns colabo­radores convidados, teve início uma nova etapa de implementação do Programa da Qualidade Total da Fibra: a utilização de técnicas de Planejamento Estratégico e Gerenciamento por Diretrizes..

O diretor superintendente exorta a equipe para avançar no caminho da

qualidade

Este é um desafio difícil de vencer, pois se de um lado o assistido quer receber o máximo de benefícios, do outro o participante ativo. especialmente o jovem, quer obter a melhor relação benefício/custo de sua contribuição.

Nossa tarefa de hoje e dos eventos seguintes do ciclo de planejamento, portanto, é fundamental para o futuro da Fibra. Proponho que coloquemos mãos à obra com toda dedicação. entusiasmo e competência que já demons­tramos ter. para alcançar este objetivo de sucesso."

Falando na abertura dos trabalhos, o diretor superintendente, Marcos Schwab, parabenizou a equipe de colaboradores da Fundação. dizendo "reconhecer o alto grau de eficiência e eficácia já alcançado com a implementação do programa "5S" em toda a entidade, a Certificação da Qualidade conquistada pelo Núcleo de Investimentos e em vias de ser obtida na Diretona de Seguridade e em parte da Diretoria Administrativa Financeira, além do confortável superávit obtido até agora".

Afirmando que "as circunstâncias do momento atual em que vive o pais e as perspectivas futuras demonstram que não podemos nos acomodar com o já conquistado, sendo necessário adotar um processo de melhoria continua", Schwab enfatizou: "Nesse contexto é que se insere o ciclo de planejamento que hoje iniciamos. Queremos construir o futuro da Fundação. Queremos. sobretudo, sintonizar a evolução do quadro de participantes, resultante de mudanças estruturais da Itaipu com o perfil dos nossos investimentos, de modo que, em qualquer momento do futuro, os compromissos da Fibra possam ser honrados".

O desafio é melhorar a relação benefício/custo

Referindo-se ao relacionamento da Fundação com seus participantes, Schwab destacou: "Desejamos alcançar

uma situação em que além da aprovação da patrocinadora todos os participantes sintam-se satisfeitos com os produtos oferecidos pela Fibra.

Orientado para o futuro, o processo de planejamento define estratégias para

alcançar metas que a rotina nao consegue

Este primeiro seminário destinou-se a difundir entre os responsáveis pela gestão da Fibra os conceitos básicos do planejamento estratégico. A partir desses conhecimentos, toda a equipe iniciará a implementação do programa de formulação das estratégias necessárias para estabelecer metas anuais de melhora do gerenciamento da Fundação O projeto ficará sob a coordenação do diretor administrativo e financeiro. Silvio Renato Rangel Silveira que contará com a assessoria especializada dos consultores Andres Pablo Viacava e Rogério Sangoi. da Fundação de Desenvolvimento Gerencial (FDG).

"O objetivo final" diz Pablo Viacava "é gerenciar para melhorar o processo de tomada de decisão numa perspectiva de construção do futuro, abrindo caminhos para que cada membro da equipe, desde o que ocupa o cargo mais elevado na instituição até o mais humilde trabalhador do grupo, assuma posturas de liderança no sentido de bom exemplo para os outros, e não de chefia - para obter os resultados que a patrocinadora, os empregados, os clientes e a própria sociedade esperam da Fundação. E isso é um trabalho coletivo, que deve envolver e mobilizar todos os que trabalham na instituição", conclui o consultor.

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s\fv

u

SEGURIDADE

COMPROMISSO COMA QUALIDADE PARA SERVIR MELHOR

MONITORANDO O NOSSO FUTURO

O economista e consultor atuarial da Fibra, José Roberto Montellõ, proferiu palestra no último dia 28 de agosto, no auditório da Itaipu, em Curitiba, sobre o passivo atuarial do plano de benefícios aos empregados da Itaipu e Fibra. Participaram do encontro a Diretoria Executiva da Fibra, membros dos Conselho de Curadores e Fiscal e do Comitê de Investimentos, além de técnicos da Fundação.

Produtiva aula de atuaria e útil análise da situação do plano de benefícios

da Fibra

(Temas discutidos no debate, após a explanação de Montellõ

Ao final, durante o debate aberto aos participantes, foram discutidas questões como fator previdenciário, comportamento dos planos de benefícios nos EUA. portabilidade (possibilidade do participante levar o saldo de suas contribuições para outros fundos, quando do desligamento), jóia. terceirização de riscos. entre outros. Montellõ concluiu com um alerta: todos os fatores que possam eventualmente prejudicar o plano de benefícios devem ser evitados, a exemplo da recente alteração do regulamento da Fibra, em seu artigo 19, que desvinculou a fórmula de cálculo do complemento, mantendo a média dos 36 meses e o valor do teto anterior à Lei 9876.

Montellõ discorreu sobre os regimes de financiamento utilizados pelos atuários para calcular e avaliar os diversos planos de benefícios. A seguir, apresentou os resultados de oito estudos realizados no mês de julho deste ano. a fim de avaliar o passivo atuarial da Fundação. Tais estudos demonstraram que, mesmo utilizandc-se de hipóteses atuariais mais conservadoras, a Fibra obteve um superávit de 16.32% em relação às reservas matemáticas.

A partir de exemplos teóricos. Montellõ demonstrou o quanto as variáveis financeiras e atuariais influenciam no cálculo do passivo do plano de benefícios, mostrando a sensibilidade do superávit a diversos fatores. Enfatizou, com base nas análises teóricas e nos exemplos práticos que mostrou, a necessidade permanente do plano de benefícios da Fibra ser monitorado para adaptar-se às exigências dos participantes e da patrocinadora.

Benefício Definido ou Contribuição Definida não são "bons" ou "ruins"; tudo

depende das circunstâncias

Montellõ traçou também um paralelo entre plano do tipo BD - Benefício Definido (o mesmo utilizado pela Fibra) e do tipo CD - Contribuição Definida, ilustrando sua explanação com um quadro comparativo que demonstrava as diferenças entre ambos (nos próximos números levaremos aos nossos leitores informações detalhadas sobre esse tema). Com as explicações do atuário externo da Fibra ficou evidente que os tipos de planos BD, CD ou misto não são, a rigor "bons" ou "ruins" Suas características e especificidades atendem necessidades de diferentes grupos de participantes, em função da idade, tempo que resta para a aposentadoria, entre outras.

CONHECENDO A FIBRA

O DEPARTAMENTO DE CADASTRO E ATUARIA

Para cumprir sua principal f inalidade de "complementar os benefícios previdenciânos a que têm direito os participantes e respectivos dependentes", a Fibra demanda a realização de cálculos atuarias e regras definidas que possam "prever o futuro", ou seja, simular situações que antecipadamente assegurem o pagamento dos benefícios previamente contratados. Esta tarefa é, na Fundação, de responsabilidade do Departamento de Cadastro e Atuaria - DCA.

0 Outros atividades do DCA \

Além desta atividade, o DCA monitora a alteração do quadro de empregados, a manutenção dos dados cadastrais dos participantes e assistidos, a análise da solicitação de benefícios e os relatórios de previsão de aposentadorias. Atualiza valores para base do cálculo de contribuições dos participantes e da patrocinadora, jóia e taxa de inscrição, cálculos de restituição das contribuições quando do desligamento e o valor a ser pago mensalmente pelas patrocinadoras (a Itaipu e a própria Fibra) e pelos autopatrocinadores e respectivas cobranças mensais. Regula a adequação da Fibra às novas leis, decretos ou portarias, assim como as atividades relacionadas às alterações dos estatutos e do regulamento do plano de beneficio.

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O DILEMA ATUAL DO INVESTIDOR i

•u •).

"O investidor terá de fazer uma opção: ou ele corre o mesmo risco que vinha correndo e ganha menos. ou mantém seus ganhos mas corre mais riscos". Em matéria publicada na edição 723 da Revista Exame, intitulada Todos rumo ao risco - em um ambiente de juros mais baixos, quem quiser ganhar dinheiro terá de

diversificar suas aplicações", Fábio de Oliveira, da empresa de administração de recursos do Bank Boston mostra o dilema dos investidores, neste momento.

Para um investidor individual, que nos últimos meses chegou a ver alguns de seus investimentos em renda fixa com rentabilidade inferior à inflação, a decisão de "correr o mesmo risco que vinha correndo e ganhar menos" tem conseqüências restritas á sua própria evolução patrimonial e ao seu poder de compra.

No entanto, para investidores institucionais como os fundos de pensão, a opção por "ganhar menos" existe somente até um determinado ponto, tendo em vista a exigência de uma rentabilidade mínima para atender as necessidades de crescimento do passivo atuarial.

Sendo assim, os fundos de pensão devem estar sempre atentos para ajustar sua exposição ao risco. especialmente quando e se a opção por "ganhar menos" gerar resultados muito próximos do mínimo exigido.

( Risco e oportunidade )

Todos nós, cidadãos brasileiros, ansiámos por um país em que os juros praticados sejam menores, incentivando a produção, o desenvolvimento, o crescimento e o emprego.

Para os fundos de pensão, este momento especial da economia brasileira representa tanto riscos quanto oportunidades. O risco

já abordado é o de. permanecendo com maior parte seus ativos vinculados aos juros, "ganhar menos" e comprometer a rentabilidade necessária para cobrir o crescimento do passivo atuarial.

A oportunidade é a de contribuir para o processo de crescimento do país. participando do controle e do financiamento de empreendimentos que possuam bom potencial de retomo e risco compatível com o perfil de um fundo de pensão.

(Fundo de pensão pode auxiliar o ^\ crescimento do Brasil J

Em dezembro de 1999 os fundos de pensão fechados brasileiros acumulavam RS 125 bilhões de patrimônio, equivalente a 12% do PIB. Estimativas indicam que este patrimônio poderia chegar facilmente a RS 280 bilhões até 2005. 22% do PIB projetado. É evidente o impacto positivo que esta poupança doméstica de longo prazo pode gerar no país.

Apesar da compatibilidade e complementariedade entre as necessidades dos fundos de pensão - que precisam de oportunidades de investimento que lhe garantam boa rentabilidade e baixo risco - e as necessidades do país - ávido por poupança de longo prazo para viabilizar investimentos e consolidar o crescimento - a legislação para proteger os investimentos dos fundos de pensão ainda tem muito que evoluir.A mudança da Lei das S.A., a garantia de imunidade tributária dos fundos de pensão, e o incentivo ao mercado de capitais brasileiro estão entre as muitas pendências que precisam ser resolvidas.

Fundos de pensão nos EUA J

Nos Estados Unidos, os ativos de pensão representam USS 7 trilhões, equivalente a quase 100% do PIB americano! Não há como dissociar o fantástico crescimento

da economia e das empresas americanas nos últimos anos da farta disponibilidade de fonte de financiamento de longo prazo.

Em 1999. os juros americanos estiveram na casa de 5,5%, para uma inflação de 2,2%. Com um portfolio de aproximadamente 70% em ativos de renda variável, eles obtiveram em 1999 uma rentabilidade de 14,5%, muito acima dos juros daquele país. Lá, os investimentos em ações não buscam apenas sua valorização na bolsa de valores, mas também o recebimento dos dividendos anuais das empresas.

Dados de 1999

EUA

Canado

Suíça

Juro nominal

5,5%

4,6%

1,0%

Juro rea l

3,3%

3,0%

0,2%

Rentabilidade Fund. Pensão

14,S%

11,8%

9,3%

Percentual em Ações

68%

3 1 %

17%

( A Fibra diante destes desafios j

Conforme já divulgado no último Fibranoticias. a Fibra não está passiva diante desta nova realidade Inicialmente, com a aprovação do Comitê de Investimentos, aumentou de 15% para 20% de seu patrimônio a exposição em renda variável, ainda muito inferior à média dos fundos de pensão brasileiros. Em paralelo, está prospectando investimentos alternativos que tenham rentabilidade e risco adequados às necessidades de um fundo de pensão.

A Fibra não pretende realizar mudanças radicais ou bruscas em seu portfolio de investimentos. Afinal, o Brasil ainda é suscetível a crises internacionais, as recentes altas do petróleo tem aumentado a insegurança nos mercados, e elevações nos juros americanos podem prejudicar as tendências de melhora da economia brasileira. Mas precisamos, com o apoio do Comitê de Investimentos, estar constantemente avaliando o cenário, buscando alternativas que preservem a nossa capacidade de honrar os compromissos no longo prazo.

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A ri ii

Na foto acima, da esquerda para a direita, os componentes da estrutura técnica do DCA a atuaria Carmem Lúcia Inocente, a estudante de administração de empresas Inès Gabardo, o economista Edson Barbieri Bruck e o analista de sistema e administrador Sadi de Souza Junior, gerente do Departamento

U M TEMA PARA REFLEXÃO

RESPONSABILIDADES DA SOCIEDADE, DA

EMPRESA E DO TRABALHADOR NA

PREPARAÇÃO PARA A APOSENTADORIA

/

Por muito tempo a aposentadoria foi tratada quase exclusivamente pelo seu aspecto financeiro. Hoje. a preocupação crescente com o acelerado processo de envelhecimento das populações na maioria dos países faz com que as implicações psicossociais para a qualidade de vida do aposentado esteja no centro das atenções das autoridades, dos estudiosos dos processos sociais e dos mais interessados no problema, os trabalhadores que estão próximos do desligamento do serviço ativo.

Envelhecer não provoca, necessariamente, \_ mudanças na personalidade

Por causa disso, os programas de preparação para a aposentadoria se inserem cada vez mais nas preocupações dos fundos de pensão. Em um seminário realizado pela Associação Brasileira de Entidades Fechadas de Previdência Privada Abrapp, no final do primeiro semestre, onde esse tema foi principal destaque, a psicóloga e consultora Lúcia Helena França focalizou os preconceitos em relação ao processo do envelhecimento e às transformações que dele derivam, apesar da psicologia social e do desenvolvimento apontar poucas mudanças na personalidade de quem envelhece.

A "teoria do desengajamento" era utilitária e oportunista

Segundo Lúcia, a aposentadona foi usada como ins t rumen to pela ve lha "teoria do desengajamento", que preconizava o afastamento progressivo do trabalhador do seio I da sociedade com a alegação de que o falecimento de um indivíduo engajado em seu trabalho é prejudicial à sociedade, uma vez que seu posto na empresa ainda não foi assumido por outro trabalhador. Ela destacou que os partidários dessa forma de pensar, ao lado da defesa de um comportamento altamente utilitário e oportunista da sociedade, desprezavam também questões básicas para o indivíduo, entre elas a perda de renda na aposentadoria e a percepção da falta das relações afetivas constituídas a partir do ambiente de trabalho.

Pela " teoria da atividade " o í t rabalhador deve estar atento para \ ^ construir seu futuro _y

Já a "teoria da atividade", contrariamente à do "desengajamento", defende que o trabalhador não se torne passivo, mas que cabe à sociedade encontrar atividades alternativas para os idosos excluídos da produção. Essas tarefas, entretanto. devem ser sugeridas pelos próprios indivíduos de acordo com os seus desejos. A questão a saber é se o trabalhador ao longo da vida refletiu sobre os seus interesses, motivações e papéis representados. "O que constatamos é que muitas pessoas mantém-se acomodadas, alienadas diante de seu futuro", assinalou Lúcia.

Nesse sentido, o afastamento do trabalho, provocado pela aposentadoria, talvez seja a perda mais importante da vida social das pessoas, pois ela pode resultar em outras renúncias futuras que, somadas, tenderão a afetar a estrutura psicológica do aposentado.

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