planejamento no ambiente de gestão estadual do sus patrícia tavares ribeiro (coord.) virginia...
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Planejamento no ambiente de gestão estadual Planejamento no ambiente de gestão estadual do SUSdo SUS
Patrícia Tavares Ribeiro (coord.) Patrícia Tavares Ribeiro (coord.) Virginia AlmeidaVirginia Almeida
Paulo Henrique B. AndradePaulo Henrique B. AndradeAdriana P. BotelhoAdriana P. Botelho
XXIX Congresso Nacional de Secretarias Municipais de SaúdeXXIX Congresso Nacional de Secretarias Municipais de SaúdeOficina A Gestão Descentralizada do SUS na AtualidadeOficina A Gestão Descentralizada do SUS na Atualidade
Cooperação Técnica Fiocruz/Conass/ConasemsCooperação Técnica Fiocruz/Conass/ConasemsBrasília, 8 de julho de 2013Brasília, 8 de julho de 2013
Planejamento: o conceito adotadoPlanejamento: o conceito adotado
Planejamento:
Função gerencial, politicamente orientada, que engloba a identificação,
análise e estruturação de problemas e soluções, a definição de
propósitos, estratégias, objetivos, metas, políticas, programas, projetos
e atividades.
Coordenação de expectativas, crenças, comportamentos e atitudes, a
fim de se alcançar de modo mais eficiente, eficaz e efetivo o máximo
do desenvolvimento possível.
O Planejamento no SUS e seu arranjo O Planejamento no SUS e seu arranjo político-institucional-administrativopolítico-institucional-administrativo
Leis 8080 e 8142/1990; Lei 12.466/2011; Decreto 7508/2011Leis 8080 e 8142/1990; Lei 12.466/2011; Decreto 7508/2011
Conferências.
Conselhos de Saúde.
Comissões Intergestores (tripartite, bipartite e regional)
Planos de Saúde.
Fundos de Saúde.
Relatórios de Gestão.
Mapa da Saúde (região).
COAP (região)
O Planejamento no SUS: instrumentosO Planejamento no SUS: instrumentos
Normas Operacionais e Pacto pela SaúdeNormas Operacionais e Pacto pela Saúde
Termo de Compromisso (NOB 93).
Programação Integrada (NOB 93).
Programação Pactuada e Integrada (NOB 96).
Plano Diretor de Regionalização (NOAS 2002).
Plano Diretor de Investimentos (NOAS 2002).
Programação Anual de Saúde (Pacto pela Saúde 2006)
PlanejaSUS (Pacto pela Saúde 2006).
A Regionalização, segundo o Decreto 7.508A Regionalização, segundo o Decreto 7.508
Região de Saúde.
Mapa da Saúde.
Porta de entrada.
Rede de Atenção à Saúde.
Comissões Intergestores Regionais
COAP (produto do planejamento integrado realizado na região)
O Planejamento no ambiente de gestão O Planejamento no ambiente de gestão estadual do SUSestadual do SUS
Abordagem:Abordagem:
Análise dos Planos Estaduais de Saúde para identificação de
problemas, dificuldades e potencialidades para uma gestão estratégica
do SUS, no território nacional, regional e estadual.
Objetivo 1: verificar se os Planos de Saúde evidenciam as realidades
sanitárias, sociais e políticas que caracterizam o ambiente de gestão
estadual do SUS na história recente.
O Planejamento no ambiente de gestão O Planejamento no ambiente de gestão estadual do SUSestadual do SUS
Abordagem:Abordagem:
Objetivo 2: identificar prioridades de estudos e pesquisas para
aperfeiçoamento do SUS e levantamento de soluções praticadas no
território nacional, visando seu compartilhamento em rede.
Referência empírica: sistematização preliminar das informações
contidas nos Planos Estaduais de Saúde e PDRs relativos ao período
2007-2011.
Planejamento em saúde nos estadosPlanejamento em saúde nos estados
Documentação sistematizadaDocumentação sistematizada
Plano Estadual de Plano Estadual de Saúde:Saúde:
22 estados (2008-2011)22 estados (2008-2011)3 estados (2007-2010)3 estados (2007-2010)1 estado (2010-2011)1 estado (2010-2011)
Plano Diretor de Plano Diretor de Regionalização:Regionalização:
26 estados, 17 26 estados, 17 dos quais dos quais atualizados no atualizados no período período 2008/20112008/2011
Plano Diretor de Investimento:
14 estados
Planejamento em saúde nos estadosPlanejamento em saúde nos estados
– Sistematização das informações de cada estado, conforme as Sistematização das informações de cada estado, conforme as
seguintes categorias:seguintes categorias:
Situação geral do Situação geral do planejamento setorial:planejamento setorial:
Organização do planoOrganização do plano Critérios de Critérios de regionalizaçãoregionalização Recorte regionalRecorte regional Prioridades Prioridades (condições de saúde e (condições de saúde e gestão administrativo-gestão administrativo-gerencial)gerencial)
Situações específicas da Situações específicas da realidade local a gerir:realidade local a gerir:
DemográficaDemográficaSocio-econômicaSocio-econômicaEpidemiológicaEpidemiológicaAssistencialAssistencialGerencialGerencialFinanceiraFinanceira
Estratégias
AmbienteAssistência GestãoProfissionais de SaúdeExtra-setoriais
As evidênciasAs evidências
A maioria dos planos estaduais descreve o processo de elaboração
dos planos, identificando sua inserção na dinâmica estadual do
planejamento governamental, seja no âmbito próprio do setor saúde
(predominantemente), seja em sua articulação com o planejamento do
governo (plurianual , estratégico).
A maioria dos planos estaduais caracteriza a situação a enfrentar a
partir de dados demográficos, socioeconômicos, epidemiológicos, da
capacidade instalada por nível de atenção, e da organização regional
da gestão, apresentando os critérios adotados para a regionalização
da assistência.
As evidênciasAs evidências
A maioria dos planos estaduais contém informações sobre realidades
específicas a gerir, naquilo que potencializa ou limita
(predominantemente) a atuação setorial, nas dimensões demográfica,
socio-econômica, epidemiológica, assistencial, gerencial e financeira.
Os perfis de morbi-mortalidade apresentados nos planos, embora
indiquem similaridades em relação as principais causas de
mortalidade e ao rol de doenças monitoradas pela direção nacional do
SUS, evidenciam diferenças importantes entre os estados, quando
vistos em detalhe em suas causas e determinantes (violência,
neoplasias, doenças transmissíveis).
As evidênciasAs evidências
Alguns agravos se destacam no conjunto dos planos como problemas
localizados ou com comportamentos distintos nos estados, inclusive
entre estados fronteiriços (rubéola, hanseníase, tuberculose, hepatites,
leishmanioses).
A maioria dos estados identifica ações sobre o ambiente como
condição para superação dos problemas, sejam elas de
responsabilidade exclusiva do setor saúde (predominantemente),
sejam em interação com outros setores,.
As evidênciasAs evidências
A maioria dos estados aponta dificuldades de acesso a serviços
especializados, de média e alta complexidade, por diferentes situações
regionalmente identificáveis, em termos de causas e consequências
(ausência e ou déficit de serviços, distribuição desigual, gastos
excessivos com TFD, sobrecarga dos sistemas de urgência e
emergência).
A maioria dos estados indica a necessidade de valorizar e organizar a
função regulação na gestão do sistema (dificuldades de acesso, redes
não integradas, funcionamento inadequado das centrais de marcação
de consultas).
As evidênciasAs evidências
A maioria dos estados registra de forma praticamente igual os
problemas relacionados à gestão do trabalho e educação em saúde,
principalmente quanto a alta rotatividade dos técnicos, precarização da
força de trabalho, carência de especialistas, baixa qualificação para o
SUS e inadequação da formação médica (influência dos diagnósticos
do Ministério da Saúde sobre a área?).
As evidênciasAs evidências
Quanto ao financiamento e gestão financeira, alguns estados problematizam:
– Insuficiência de dotação orçamentária.
– Incompatibilidade entre o planejamento das ações e das leis orçamentárias/Desconsideração das reais necessidades da população e das desigualdades regionais.
– Gastos não alinhados com as prioridades do estado.
– Necessidade de reestruturação da área financeira da SES, com redefinição de atribuições/Necessidade de capacitação gerencial para administração dos blocos de financiamento.
– Financiamento inadequado para criação de redes assistenciais (insuficiência de recursos, alocação de recursos e falta de autonomia na sua aplicação).
– Necessidade de incentivar, acompanhar e fiscalizar o cumprimento da EC-29 pelos municípios e pelo Estado
As evidênciasAs evidências
Mas também registra-se nesta área:
– incremento no montante de recursos setoriais e evolução da participação das
esferas de governo na composição dos gastos.
– articulação da política setorial à política de desenvolvimento econômico (um estado
apresenta como ação estratégica a implantação de arranjo produtivo local de
insumos estratégicos para o SUS).
– desenvolvimento de metodologia para alocação de recursos com base em
necessidades de saúde e porte econômico, orientada à redução de desigualdades
regionais.
A leitura regionalA leitura regional
Observa-se uma tendência à convergência dos problemas e
dificuldades mais importantes, quando se procede à leitura dos
territórios regionais (macrorregiões).
No entanto, algumas situações ganham destaque em regiões
específicas, como por exemplo:– a importância de condições sócio-ambientais e econômicas na determinação do
perfil dos problemas de saúde (malária, hantaviroses, aumento de óbito materno na faixa etária entre 10 e 14 anos) e a exigência de ações extra-setoriais para o seu enfrentamento (abastecimento de energia elétrica).
– Aumento de demandas judiciais como meio de assegurar tratamentos de saúde.– Baixa cobertura vacinal.– Gastos excessivos com Tratamento Fora de Domicílio.
Conclusões preliminaresConclusões preliminares
Os Planos Estaduais de Saúde e PDRs, para além de instrumentos centrais
para a cidadania, constituem documentos úteis à compreensão:
– De diferentes realidades locais.
– De identidades e singularidades regionais.
– Dos resultados da regulação federal sobre a gestão descentralizada do SUS nas
esferas subnacionais de governo.
Apresentam uma “fotografia” dos campos de atuação em saúde.
Podem ser considerados uma fonte importante de informação sobre a gestão
setorial.
Podem constituir insumo relevante para pactuação da articulação intersetorial
necessária à formulação de políticas/planos de desenvolvimento regional.
Temos planos de saúde. Temos planejamento?Temos planos de saúde. Temos planejamento?
Instrumentos e orientações não faltam. A maioria dos estados, além
dos PES, apresenta PDRs atualizados para o período 2008-2011;
segue as orientações e diretrizes do PlanejaSUS na composição das
informações dos documentos; e, segue a NOAS para definir os
recortes regionais.
Porém...
Os planos em seu conjunto não estão disponíveis para acesso fácil.
Os Planos são documentos bastante extensos e não facilitam a
identificação de prioridades estaduais.
Temos planos de saúde. Temos planejamento?Temos planos de saúde. Temos planejamento?
Os planos não estão organizados de forma a assegurar a identificação
imediata entre problemas prioritários, soluções e intervenções
necessárias.
Muitos planos relatam e sistematizam as ações em andamento mas
não indicam propósitos e objetivos orientados ao futuro.
Os Planos reproduzem a fragmentação e desarticulação dos campos
de atuação do SUS.
Informações estratégicas para a compreensão da dinâmica setorial no
estado estão dispersas em vários instrumentos.
Temos planos de saúde. Temos planejamento?Temos planos de saúde. Temos planejamento?
Como avançar no aperfeiçoamento da função planejamento para a
operacionalização do acesso integral e equânime às ações e serviços
públicos de saúde no território nacional?
Como avançar na coordenação de expectativas, crenças,
comportamentos e atitudes, para se alcançar de modo mais eficiente,
eficaz e efetivo o máximo de desenvolvimento possível?
Planejamento do SUS para um Desenvolvimento Planejamento do SUS para um Desenvolvimento orientado à equidadeorientado à equidade
Abordagens complementares a explorar
Ancoragem no território político-federativo.
– Relações intergovernamentais e federalismo.
Perspectiva regional.
– Região como escala do território usado.
– Redes urbanas (Regiões de influência das cidades – IBGE).
Harmonizar econômico e social.
– Arranjos produtivos locais.
Planejamento do SUS e DesenvolvimentoPlanejamento do SUS e DesenvolvimentoRelações intergovernamentais e federalismoRelações intergovernamentais e federalismo
Conhecer, contextualizar e analisar:
– A estrutura para o financiamento da ação governamental setorial
no arranjo federativo brasileiro, visando uma configuração mais
eficiente eficaz para a divisão de autoridades, responsabilidades e
competências.
– A extensão/adequação do marco legal que regula a ação
regionalizada da federação brasileira quanto ao planejamento
regional, aos investimentos em infra-estrutura e ao
acompanhamento e avaliação.
– A qualidade democrática do arranjo político institucional.
Planejamento do SUS e DesenvolvimentoPlanejamento do SUS e DesenvolvimentoRegião como escala de um “território usado”Região como escala de um “território usado”
Abrigo de todos os homens, de todas as instituições e de todas as organizações.
Mediação entre o mundo e a sociedade nacional e local.
Totalidade dinâmica, produto das múltiplas totalizações a que está submetido o processo da história, a cada instante.
Território cujo uso se dá pela dinâmica dos lugares, espaços de disputa, mas também do acontecer solidário, que definem usos e geram valores, controlados remotamente pelo mundo.
Onde reside a possibilidade real e efetiva da comunicação, logo, da troca de informação, logo, da construção política.
(Definição de Milton Santos, segundo Souza, 2005).
Planejamento do SUS e DesenvolvimentoPlanejamento do SUS e DesenvolvimentoRegiões de Influência das Cidades (IBGE)Regiões de Influência das Cidades (IBGE)
• Cidades que representam centros de gestão do território.• Classificação dos centros por níveis de centralidade administrativa, jurídica e econômica.• Delimitação de suas áreas de atuação. • Identificação das ligações entre as cidades e esclarecimento das redes articuladas no território, enfocando equipamentos e serviços.
(comércio e serviços; atividade financeira; ensino superior; serviços de saúde, internet, televisão aberta e transporte aéreo).
Planejamento do SUS e DesenvolvimentoPlanejamento do SUS e DesenvolvimentoArranjos produtivos locais (APLs)Arranjos produtivos locais (APLs)
Aglomerações de empresas,
localizadas em um mesmo território,
que apresentam especialização
produtiva e mantêm vínculos de
articulação, interação, cooperação e
aprendizagem entre si e com outros
atores locais, tais como: governo,
associações empresariais,
instituições de crédito, ensino e
pesquisa.
Ações de apoio a atividades produtivas com foco no território (iniciativas federais, estaduais e municipais).
Mapeamento e Análise das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Brasil – Pesquisa 2009/2010 – BNDES/Universidades de 22 estados da federação.
Cooperação Fiocruz-Conass-ConasemsCooperação Fiocruz-Conass-Conasems
Coordenação GeralCoordenação GeralValcler Rangel (Fiocruz)Valcler Rangel (Fiocruz)
Jurandi Frutuoso (Conass)Jurandi Frutuoso (Conass)José Enio Servilha Duarte (Conasems)José Enio Servilha Duarte (Conasems)
Coordenação TécnicaCoordenação Técnica
Patricia Ribeiro (Fiocruz)Patricia Ribeiro (Fiocruz)Fernando Cupertino (Conass)Fernando Cupertino (Conass)
Nilo Bretas (Conasems)Nilo Bretas (Conasems)
Coordenação ExecutivaCoordenação ExecutivaJoyker Peçanha Gomes (Fiocruz)Joyker Peçanha Gomes (Fiocruz)Tereza Cristina Amaral (Conass)Tereza Cristina Amaral (Conass)
Blenda Leite Saturnino (Conasems)Blenda Leite Saturnino (Conasems)
Cooperação Fiocruz-Conass-ConasemsCooperação Fiocruz-Conass-Conasems
Planejamento nos estados
Virgínia Almeida (VPAAPS/Fiocruz)Virgínia Almeida (VPAAPS/Fiocruz)Paulo Henrique Andrade (VPAAPS)Paulo Henrique Andrade (VPAAPS)Adriana Botelho (VPAAPS)Adriana Botelho (VPAAPS)
Financiamento e gasto nos estados
Sérgio Piola (VPAAPS/Fiocruz)Sérgio Piola (VPAAPS/Fiocruz)José Rivaldo França (Ministério da Saúde)José Rivaldo França (Ministério da Saúde)Paulo Roberto Marques (Direb – Fiocruz)Paulo Roberto Marques (Direb – Fiocruz)Clarice Melamed (Direb - Fiocruz)Clarice Melamed (Direb - Fiocruz)
Relações Intergovernamentais (relações intergovernamentais)
André Guerrero (Direb – Fiocruz)André Guerrero (Direb – Fiocruz)Valéria Magalhães (Datasus)Valéria Magalhães (Datasus)Alex Carvalho (CGTI – Fiocruz)Alex Carvalho (CGTI – Fiocruz)Áurea Pitta (VPAAPS)Áurea Pitta (VPAAPS)
Gestão do Conhecimento e Banco de Práticas e Soluções
Marcos Pinto (Datasus)Marcos Pinto (Datasus)Áurea Pitta (VPAAPS)Áurea Pitta (VPAAPS)Alice Branco (VPAAPS)Alice Branco (VPAAPS)Valéria Magalhães (Datasus)Valéria Magalhães (Datasus)Alex Carvalho (CGTI –Fiocruz)Alex Carvalho (CGTI –Fiocruz)Anna Pontes (VPAAPS – Brasil sem Anna Pontes (VPAAPS – Brasil sem Miséria)Miséria)
ObrigadaObrigada
Patrícia T. Ribeiro
Cooperação Fiocruz/Conass/Conasems
Departamento de Ciências Sociais - ENSP