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Planejamento Prévio e Análise de Risco Ambiental
em Projetos de Geração
Enio Fonseca
Assessor Técnico do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico
Superintendente de Gestão Ambiental da Geração e Transmissão
da Cemig
29 e 30 de agosto de 2011
São Paulo - SP
Entidades Fundadoras1 - Associação Brasileira do Alumínio – ABAL 2 - Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica – ABCE 3 - Associação Brasileira de Carvão Mineral –ABCM 4 - Associação Brasileira de Energia Eólica – ABEEÓLICA 5 - Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia – ABIAPE 6 - Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres – ABRACE 7 - Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia – ABRACEEL 8 - Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica – ABRAGE 9 - Associação Brasileira de Geração Flexível – ABRAGEF10 - Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa – ABRAGEL11 - Associação Brasileira de Geradoras de Termelétricas – ABRAGET 12 - Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica – ABRATE 13 - Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica – APINE 14 - Associação Nacional dos Consumidores de Energia – ANACE 15 - Fundação Comitê de Gestão Empresarial – FUNCOGE
Entidades Titulares 16. Associação Brasileira das Empresas de Energias Renováveis – ABEER
Entidades Colaboradoras 17. Subcomitê de Meio Ambiente das Empresas Eletrobras – SCMA 18. Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas – CERPCH
ENTIDADES
• FMASE é reconhecido como interlocutor do SEB para as questõesambientais
• Objetiva congregar entidades representativas de todos os agentes doSetor Elétrico (GTDC) para discutir e apresentar sugestões para oaprimoramento das questões ambientais relativas ao setor elétrico
• É composto por 18 entidades relevantes do setor elétrico
• Integra o COEMA – Conselho de Meio Ambiente da CNI
Empreendedores
Órgãos licenciadores
Algumas ONGs
Grupos diretamente
afetados
Agentes
Década de 80
O licenciamento ambiental contava inicialmente com
a participação de alguns poucos agentes.
Empreendedores
Órgãos licenciadores
municipais e estaduais
IBAMA
FUNAI
Prefeituras, Gov. Estaduais
Gov. Federal
Ministério Público
Agentes
Hoje
Hoje ocorre a participação de praticamente toda a
sociedade no processo de licenciamento.
Comissão Meio Ambiente
(Assembléia Legislativa)
Populações afetadas direta
e indiretamente
ONGs
Universidades
Comissão Pastoral da Terra,
Igrejas
Artistas, cineastas
Agentes
Hoje
Hoje ocorre a participação de praticamente toda a
sociedade no processo de licenciamento.
Judiciário
Polícia Ambiental
Fundação Palmares
Instituto Chico Mendes
TCU
Agências Reguladoras
Agentes financeiros
Sindicatos
Agentes
Hoje
Hoje ocorre a participação de praticamente toda a
sociedade no processo de licenciamento.
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“QUAL O PRINCIPAL PROBLEMA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL NO BRASIL?”
Esta questão foi enviada para 100 profissionais (empresários, consultores, advogados e especialistas da área) com experiência no licenciamento ambiental de empreendimentos de energia.
As respostas não estão classificadas em ordem de importância, nãohouve nenhum tratamento estatístico e foram identificados 25 problemas principais, organizados em 4 temas :
Planejamento, Legislação, Estrutura e Processo.
Trabalho coordenado pelo ex-Presidente do Ibama, Roberto Messias Franco
MARCOS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
1972
Criação doPNUMA
1989
Criação do Ibama
1973
Criação daSecretaria
Especial de MeioAmbiente ‐SEMA
1981
Instituição doLicenciamento
AmbientalLei 6.938/81
1986
Definição deRegras para
Elaboração deEIA
1987
Definição deProcedimentos
para oLicenciamento
1988
Inclusão deCapítulo sobre
Meio Ambientena Constituição
Ambiental eAudiência Pública
Antes de 1972
•
•
•
•
•
Código de Caça e Pesca – 1934
Código Florestal – 1934
Código de Minas – 1934
Código das Águas – 1934
Proteção do Patrimônio Histórico – 1937
16.000 mil normas legais8
DIAGNÓSTICO1 1. Planejamento da Infra‐estrutura
1.1 Falta de planejamento integrado entre o setor econômico esocioambiental
Planejamento
Legislação
Estrutura
Processo
Não existe planejamento territorial integrado que considere os aspectosfísicos, bióticos, sociais e econômicos de cada região do país.
1.2 Licenciamento não integrado de obras de geração e transmissão
As linhas de transmissão associadas a obras de geração formam um conjunto
indissociável, mas não têm sido objeto de licenciamento integrado.
1.3 Exigências impraticáveis para estudos do meio biótico de linhas detransmissão
Os termos de referência para elaboração de estudos de impacto ambiental de
linhas de transmissão exigem dados primários e detalhados de fauna.
São exigidos, para linhas de transmissão, documentos e metodologias de
estudos de fauna desnecessários, como por exemplo os procedimentosdefinidos na Instrução Normativa Ibama 146/2007.
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DIAGNÓSTICO2 2. Legislação
2.1 Divergências nas competências dos responsáveis pelo licenciamento
Entre 1997 e 2004, segundo o Banco Mundial, 1/3 dos empreendimentos
Planejamento
Legislação
Estrutura
Processo
hidroelétricos* no país tiveram que transferir seus processos delicenciamento ambiental de um órgão estadual para o órgão federal – Ibama.
Observa‐se uma tendência de centralizar o licenciamento ambiental no
âmbito federal quando houver problemas de interpretação da norma.
2.2 Falta de objetividade das audiências públicas
As audiências públicas tornaram‐se reuniões políticas, onde se discutem
assuntos que não são pertinentes ao projeto ou onde se assiste àconfrontação entre participantes que são, desde antes da própria audiência,contra ou a favor do empreendimento.
Esta falta de objetividade acaba desvirtuando o real objetivo das audiências
públicas.
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DIAGNÓSTICO2 2. Legislação
2.3 Divergências na interpretação de normas e procedimentos
Alguns termos em normas legais não são claros e permitem diferentesinterpretações. No caso do licenciamento, isto pode comprometerseriamente a implantação de um empreendimento.
A falta de clareza de normas e procedimentos promove a judicialização dos
processos de licenciamento ambiental. Pelo menos 1/3 dosempreendimentos* de geração de energia elétrica foram questionadosjudicialmente no período de 1998 – 2010.
Isto torna o processo de licenciamento ambiental imprevisível.
Planejamento
Legislação
Estrutura
Processo
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DIAGNÓSTICO3 3. Estrutura
3.1 Despreparo e desarticulação da equipe técnica
A permanência média dos técnicos concursados na Diretoria deLicenciamento Ambiental do Ibama é inferior a dois anos. São raros os casosde bons técnicos que permanecem (salário e plano de carreira inferiores aosde outros organismos).
Exemplo: O salário ofertado aos analistas da Agência Nacional de Águas
(ANA), vinculada ao mesmo Ministério do Meio Ambiente, é o dobro do
Planejamento
Legislação
oferecido aos analistas do Ibama.Estrutura
3.2 Falta articulação, interatividade e cooperação entre os órgãos públicos
Processoenvolvidos no processo de licenciamento ambiental
Falta articulação, interatividade e cooperação entre os órgãos públicos
envolvidos no processo de licenciamento ambiental como: Agência Nacionalde Águas (ANA), Órgãos Estaduais, Instituto Chico Mendes, Funai, Iphan eIncra.
Não estão definidas as reais atribuições destes órgãos no processo de
licenciamento ambiental, causando debates intermináveis que provocamatrasos e interpretações equivocadas.
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DIAGNÓSTICO3 3. Estrutura
3.3 Emissão das licenças não colegiada
A responsabilidade pela concessão das licenças ambientais é atribuída: a) à
Planejamento
Legislação
Estrutura
Processo
equipe técnica; b) a coordenações específicas e; c) em última instância, aodirigente do órgão ambiental.
3.4 Prazos não cumpridos
Os prazos previstos para o licenciamento ambiental de empreendimentos
não são cumpridos, o que provoca pressões por parte de empreendedores. Aobtenção das licenças passa a ser motivo de fortes desavenças entre osórgãos licenciadores e os empreendedores.
As trocas públicas de acusações e denúncias só agravam as tensões e
desqualificam o processo.
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TEMPO PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Tempo médio gasto, em dias Total 2.335 dias
1ª fase394 dias
2ª fase220 dias
3ª fase345 dias
4ª fase144 dias
5ª fase132 dias
6ª fase1.100 dias
Entrega do Estudo deImpacto Ambiental(EIA)Responsabilidade:EmpreendedorPrazo: não há
Concessão da Licença deOperaçãoResponsabilidade:Ibama.Prazo: 45 dias após aconclusão da obra
Concessão do Termode ReferênciaResponsabilidade:Ibama (IN 184/2008).Prazo: 70 dias (10 diaspara instauração doprocesso + 60 diaspara emissão do TR)
Concessão da LicençaPrévia (LP)Responsabilidade:Ibama. Pode ser doempreendedor sedemorar parasolucionar aspendênciasPrazo: 210 dias (30dias para verificaçãodo EIA + 180 dias paraanálise)
Solicitação da Licença deInstalação (LI)Responsabilidade:EmpreendedorPrazo: não há
Concessão da Licençade InstalaçãoResponsabilidade:Ibama.Prazo: 75 dias
Fonte: Banco Mundial, dados relativos à 66 usinas hidrelétricas entre 1997 e 2006
Licença Prévia: Aprova a localização e a concepção do empreendimento.Atesta a viabilidade ambiental e estabelece os requisitos básicos econdicionantes a serem atendidas nas fases seguintes.Licença de Instalação: Autoriza a instalação do empreendimento ou atividadede acordo com as especificações dos planos, liberando o início das obras.Licença de Operação: Autoriza o início da atividade após verificação documprimento das exigências das licenças anteriores.
DIAGNÓSTICO4 4. Processo
4.1 Termos de Referência impraticáveis ou dúbios
Os Termos de Referência apresentam exigências desproporcionais em relação
Planejamento
Legislação
Estrutura
Processo
ao que podem trazer como elementos para julgar a viabilidade ambiental doempreendimento.
4.2 Baixa qualidade dos Estudos de Impacto Ambiental (EIAs)
O baixo nível técnico dos estudos de impacto ambiental, que são devolvidos
para complementações em muitos casos elementares, é um fator que dificultao andamento das análises e gera desconfiança quanto ao cumprimento dascondicionantes e recomendações feitas para o empreendimento.
O Estudo de Impacto Ambiental não é visto como um estudo prévio que irá
garantir a sustentabilidade do empreendimento, mas, sim, como um obstáculoburocrático a ser superado.
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DIAGNÓSTICO4 4. Processo
4.3 Múltiplos Termos de Referência para autorizações intermediárias
A necessidade de autorizações intermediárias para a realizações dos estudos ambientais
FUNAI, IPHAN, autorizações para manejo de fauna e supressão de vegetação, entre outros,
não consideram os Termos de Referência emitidos para realização do EIA e,
frequentemente, acarretam atrasos no processo de licenciamento, nos prazos
construtivos. Os diversos estudos elaborados não possuem uma análise integrada (cada
parecer é elaborado por um órgão diferente) gerando conflitos de parecer, autorizações,
condicionantes, aprovações, restrições que culminam com contestações judiciais,
embargos, TACs, etc.
Planejamento
Legislação
Estrutura
Processo
A seguir são apresentados alguns exemplos de conflitos
desencadeados pela multiplicidade de licenciadores e
entidades atualmente relacionadas com o licenciamento
ambiental.
IPHAN
Adoção da metodologia do Inventário Nacional de Referências Culturais para elaboração de EIA/Rima obrigando além do diagnóstico prospectivo, a realização do Inventário de Bens Culturais Imateriais:
• Ofícios, saberes e modos de fazer das comunidades;
• Celebrações, rituais, festas, sejam religiosas, entretenimento, práticas de vidas sociais, entre outras;
• Formas de expressão, quais sejam manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas;
• Lugares, espaços ligados à manifestações culturais;
• Edificações, mesmo aquelas que não sejam tombadas, que possam ter significado cultural.
Essas novas exigências estão amparadas pelos Ministérios Públicos Federal e Estaduais, porém não possuem regulamentação ou amparo legal específico, sendo remetidas à CONAMA 01/86 e ao entendimento de que o IPHAN não se atém somente à arqueologia e sim a todo patrimônio cultural e histórico.
IPHAN
Essas novas exigências estão amparadas pelos Ministérios Públicos Federal e Estaduais, porém não possuem regulamentação ou amparo legal específico, sendo remetidas à CONAMA 01/86 e entendimento de que o IPHAN não se atém somente à arqueologia e sim a todo patrimônio cultural e histórico.
• Duplicidade de exigências com o previsto no Termo de Referência do EIA porém a ser realizada por equipe aprovada pelo IPHAN;
• Tempo de estudo necessário para realização dos estudos excede o prazo de “validade” do processo de licenciamento do órgão ambiental (validade do FOB em Minas Gerais);
• Aumento significativo dos custos para elaboração do EIA/Rima;
• Processo acompanhado pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual.
Linha de Transmissão
Subestação
LT Barão de Cocais “3” – AngloGold Córrego Sítio, 230 kVTrecho novo de linha com 275 metros de extensão, para interligação de linha
existente com a SE Barão de Cocais, também já existente.
IPHAN
• Mesma exigência realizada para o licenciamento de usinas hidrelétricas com os seguintes agravantes : ( UHE POMPEU)
• Duplicidade de exigências com o previsto no Termo de Referência do EIA porém a ser realizada por equipe aprovada pelo IPHAN;
• Tempo de estudo necessário para realização dos estudos excede o prazo de “validade” do processo de licenciamento do órgão ambiental (validade do FOB em Minas Gerais);
• Aumento significativo dos custos para elaboração do EIA/Rima;
• Processo acompanhado pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual.
IPHAN
• Licenciamento ambiental terá foco na preservação do patrimônio em
Minas
• O licenciamento ambiental de grandes empreendimentos em Minas Gerais
deve seguir uma nova cartilha, com atenção especial à preservação do
patrimônio histórico e cultural. Por meio de um acordo coordenado pelo
Ministério Público Federal (MPF), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável (Semad) se comprometeu a elaborar com o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) termo de
reciprocidade para subsidiar e nortear a atuação dos dois órgãos na análise
dos pedidos de licenciamento ambiental no estado.
O compromisso assumido pela Semad faz parte de uma série de
providências requeridas pelo MPF por meio de recomendação ao governo
estadual para que observe, no licenciamento ambiental, a paridade das
etapas do processo com aquelas previstas nos atos normativos do Iphan.
Durante encontro na semana passada, o Ministério Público Federal
reafirmou a necessidade de que sejam cumpridas as portarias do Iphan
que regulamentam a arqueologia nos licenciamentos ambientais e
defendeu que, para isso, deve haver intensa interlocução entre as
instituições, definindo-se rotinas de trabalho e prazos para respostas.
• ( Fonte: Estado de Minas, 23/08/2011).
FUNAI
Caso UHE Belo Monte
Após a emissão da LP a FUNAI impôs condicionante que obriga o empreendedor a realizar estudos antropológicos na comunidades indígenas isoladas que habitariam o médio Xingu, informação que não foi confirmada em nenhum estudo realizado anteriormente.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou nesta sexta-feira (06/05) à presidenta Dilma Rousseff que a construção da hidrelétrica Belo Monte (11,233MW), no Rio Xingu (PA), não vai afetar nenhuma comunidade indígena. Lobão entregou à presidenta um relatório no qual informa que a comunidade indígena mais próxima do lago que se formará com o represamento do rio fica a 31Km de distância.
(Fonte: Jornal da Energia)
Caso UHE Santa Isabel
UHE Santa Isabel tem restrição de Iphan e Funai
Divulgada pela EPE, AAI da bacia do rio Araguaia indica que resistências são motivadas por conta de mortos em guerrilha na década de 70 e proximidade com terras indígenas
(Fonte: Agência CanalEnergia, 06/05/2011).
Funai
• LT Juína – Brasnorte - ETBE
• Ofício 370 CGPIMA/DAS/09 – Processo Funai 8620.0733/09-DV
• A recomendação para uma distância mínima de doze quilômetros das Terras
Indígenas, com a condicionante a Licença de Instalação, foi devidamente acordada
na reunião: Funai, SEMA, MME e empreendedor, ocorrida no dia 02 de junho de
2009. Assim, a SEMA -MT poderá emitir as Licenças Previa e de Instalação, só
permitindo o início das obras nos trechos liberados e, ao mesmo tempo, os estudos
do componente indígena deverão ser realizados;
• Embargo pela FUNAI da SE Brasnorte até o km 29 e do km 155 ao 168 ( este
impedimento pela Funai atrasou a conclusão do projeto desta LT ).
• Prazo para energização de todo empreendimento, inclusive o trecho Brasnorte –
Juína, previsto no Contrato de Concessão 011/2008 – ANEEL: 16 de junho de 2010.
• Data real de energização do trecho Brasnorte – Juína: 12 de junho de 2011.
Judicialização do processo de licenciamento
UHE Candonga
Tribunal de Justiça de Minas Gerais anula Licença de Operação da UHE Candonga
Após 7 anos de tramitação de uma ação civil pública intentada pelo NACAB (Núcleo de Assessoria
às Comunidades Atingidas por Barragens) o Tribunal de Justiça de Minas Gerais anulou a Licença
de Operação da UHE Candonga, construída em 2003 na zona da Mata de Minas Gerais.
Em 2004, na referida ação, havia sido deferida liminar para suspender o enchimento do lago da
hidrelétrica de Candonga, que foi suspensa sob a alegação de “prejuízo à economia pública”.
A ação civil pública continuou a tramitar pugnando pela nulidade da Licença de Operação
concedida pelo fato do empreendedor não ter cumprido todas as condicionantes ambientais.
Em 2009 a MM. Juíza da Comarca de Ponte Nova julgou a ação improcedente. O NACAB recorreu
ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
No dia 02/12/2010 o Tribunal deu provimento ao recurso do NACAB anulando a licença de
operação da UHE Candonga.
O acórdão foi publicado 22/02/2011.
Judicialização do processo de licenciamento
UTE Campina Grande
MPF/PB pede suspensão de licenças da termelétrica Campina Grande
O Ministério solicitou paralisação de quaisquer obras ou atividades da usina, enquanto não forem sanadas irregularidades no licenciamento ambiental.
(Fonte: CanalEnergia, 31/03/2011)
Judicialização do processo de licenciamento
PCH Pardos
MPF recomenda suspensão de licenças ambientais concedidas a PCH Pardos
O Ministério Público Federal recomendou a FATMA a suspensão de licenças ambientais e obras de uma pequena central hidrelétrica que estava sendo construída próxima à Terra Indígena Xokleng Rio dos Pardos, no município de Porto União (SC).
(Fonte: Agência CanalEnergia, 06/05/2011)
Judicialização do processo de licenciamento
• No XI Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente,
ocorrido entre os dias 02 e 03 de Agosto de 2011, em São Paulo/SP,
promovido pela ABRAMPA, reconhecem que:
• 1. A instalação de usinas hidrelétricas ocasiona significativo impacto
ambiental nos meios físico, biótico e antrópico dos municípios
inseridos nas Áreas de Influência Direta e Indireta, desencadeando
inúmeros impactos no meio ambiente natural e também nas áreas
social, econômica, urbanística, infância e juventude, educação,
saúde e segurança pública, dentre outras, que precisam ser
previstos,monitorados e eficazmente trabalhados, a fim de
possibilitar que as medidas mitigadoras e/ou compensatórias
possam ser implementadas no momento adequado, direcionadas
para as reais necessidades sociais e ambientais e destinadas aos
locais e núcleos populacionais que mais necessitam.
Judicialização do processo de licenciamento
• 6. O Ministério Público deverá exigir no Termo de Referência e no
processo de licenciamento ambiental o cumprimento dos artigos 4º,
§1º, 5º, parágrafo único e 6º da Resolução n. 237/97, no que diz
respeito à participação dos órgãos ambientais federal, estadual e
municipal e dos demais órgãos interessados (por exemplo:
indigenistas, fundiários, saúde pública, patrimônio histórico, cultural,
arquitetônico, etc), inclusive no que se refere aos impactos
orçamentários em suas respectivas políticas. Deverão ainda ser
exigidas as demais licenças e autorizações legalmente previstas.
Judicialização do processo de licenciamento
• 8. A área de influência para o meio físico, de qualquer
empreendimento hidrelétrico, será sempre, no mínimo, a bacia
hidrográfica. No caso de meio biótico e meio antrópico,
considerando a mobilidade da fauna e as amplas relações
socioeconômicas e culturais das populações atingidas, a área de
influência poderá ser maior que a bacia hidrográfica.
• 10. As avaliações de impacto ambiental destinadas a mensurar
danos sinérgicos e cumulativos decorrentes da instalação de
diversos empreendimentos em uma mesma bacia hidrográfica
devem ser elaboradas segundo metodologia regularmente
aprovada por órgão competente do SISNAMA.
Judicialização do processo de licenciamento
• 13. Ministério Público deve adotar providências no sentido de evitar
a postergação de estudos de diagnóstico próprios da fase prévia
para fases posteriores,sob a forma de condicionantes do
licenciamento, pugnando, se for o caso, pelo indeferimento do
requerimento de licença.
• 14. Toda a supressão de vegetação nativa deve ser objeto de
replantio em área equivalente na mesma bacia hidrográfica,
preferencialmente na mesma microbacia.
Ademais, para a área de alagamento deverá ser reconstituída a
Reserva Legal nos percentuais definidos em lei, sem prejuízo da
compensação a que se refere o artigo 36 da Lei n. 9.985/00 e das
respectivas Áreas de Preservação Permanentes.Tratando-se de
Mata Atlântica observando-se o artigo 17 da Lei n. 11.428/06.
Judicialização do processo de licenciamento
• MPF/DF quer suspender todos os estudos de bacias hidrográficas no
país
• Preocupado com que considera problemas na metodologia adotada
para avaliação de impactos ambientais e socioeconômicos na
geração de energia elétrica em rios brasileiros, o MPF/DF propôs
ação civil pública contra o MME, a EPE e o IBAMA. Segundo o
MPF, esses órgãos descumpriram exigências constantes em termo
de compromisso firmado em 2004, que orientou como devem ser
feitos os estudos para avaliar o potencial hidrelétrico em bacias
hidrográficas brasileiras.
• Na ação ajuizada, o MPF/DF pede em caráter liminar a suspensão
dos estudos em curso nas bacias hidrográficas do Brasil, realizados
pela EPE. Segundo o Ministério Público, ao reproduzir esse modelo
sem bases técnicas seguras, o MME dificultou a avaliação de
impacto em outras importantes bacias hidrográficas brasileiras.
(Fonte: Agência CanalEnergia)
Movimentos Sociais
Cadastros Nacional de Atingidos
Decreto nº 7.342 de 26 de outubro de 2010
Institui o cadastro socioeconômico para identificação, qualificação e registro público da população atingida por empreendimentos de geração de energia hidrelétrica, cria o Comitê Interministerial de Cadastramento Socioeconômico, no âmbito do Ministério de Minas e Energia, e dá outras providências.
Sindicato
Portaria Conjunta MMA/IBAMA Nº 259, de 7 de agosto de DE 2009
Encaminhar o PBA para avaliação da central sindical para avaliação sobre a parte relativa à segurança e saúde do trabalhador.
Reserva Legal
• TERMO DE COMPROMISSO 054/2009- CEMIG D X INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS DE MG
• LINHA DE SUBTRANSMISSÃO ITATIAIUÇU/ ITAUNA
• Realizar levantamento e cadastrar todas as propriedades situadas na área do empreendimento que não possuem Reserva Legal devidamente averbada em Cartório,e apresentar levantamento topográfico para as propriedades acima de 30,00 hectares ou croqui georreferenciado para as propriedades abaixo de 30,00 hectares com identificação das áreas de Reserva Legal para serem analisadas pelo IEF; sendo aprovado, será emitido Termo de Preservação de Floresta para averbação junto ao Cartório de Registro de Imóveis.
Cerca de 65% do Brasil está inserido em área prioritária de conservação.
Destas áreas cerca de 13,5% já são áreas protegidas.
Nas atuais regras, cerca de 50% do Brasil rural deveria estar averbado como Reserva Legal.
Áreas indígenas somam cerca de 13% do território nacional
Falta considerar APP.
Atualmente 51% do Brasil são UCs, TIs, RLs. Faltando ainda APPs.
PROPOSTAS
Planejamento
A. Incorporar os instrumentos de planejamento ao processode licenciamento ambiental
B. Estabelecer a obrigatoriedade da obtenção das LicençasPrévias antes de leilões de linhas de transmissão
Legislação
C. Definir as competências para o licenciamento ambiental
D. Definir o termo “significativo impacto ambiental”
E.
F.
G.
Definir o que efetivamente é “patrimônio espeleológico”
Definir metodologia para estudos arqueológicos e culturais
Revisar o processo de licenciamento de empreendimentos debaixo impacto ambiental.
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PROPOSTAS
Estrutura
H. Emitir licenças por decisões colegiadas do órgão licenciador. Ex. ANEEL
I. Estabelecer o Conselho de Governo para o Meio Ambiente
J. Revisar a composição e o funcionamento do Conama
K. Definir a atribuição do ICMBio em relação ao licenciamento ambiental
Processo
L. Definir e disponibilizar Termos de Referência por Tipologia, Porte ePotencial de Impacto dos Empreendimentos
M. Estabelecer reuniões entre o empreendedor e o órgão licenciador paraacompanhamento do processo de licenciamento ambiental
N. Criar um “Balcão Único” de licenciamento ambiental que estimulará acooperação interdisciplinar e interinstitucional
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ALGUMAS INICIATIVAS
Gestão proativa do IBAMA
Portaria IBAMA nº 705/10 - Cria o Núcleo Temporário de Análise e
Avaliação de Linhas de Transmissão, visando compatibilizar os
licenciamentos de linhas de transmissão com o cronograma de operação
de diversas usinas hidrelétricas licenciadas pelo Instituto.
Atribuições: análise e avaliação técnica de estudos ambientais e
execução dos demais procedimentos necessários ao
licenciamento ambiental de LTs; e análise e avaliação técnica da
necessidade de autorização de supressão de vegetação e/ou de
manejo ou coleta de fauna.
L.
ALGUMAS INICIATIVAS
O DECRETO
MME e MMA analisam formas de agilizar licenciamento para LTs
EPE descarta realização de certames casados de geração e transmissão
Os Ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente analisam formas de agilizar o
licenciamento ambiental para projetos de geração e transmissão de energia elétrica,
segundo adiantou na última terça-feira, 12 de julho, o presidente da Empresa de
Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, que apresentou o Plano Decenal 2020, em
reunião da Confederação Nacional da Indústria, em Brasília.
Segundo a EPE, Tolmasquim também descartou a realização de leilões casados de
geração e transmissão. “A gente acredita que teremos condições de fazer a linha (de
transmissão) a tempo, sem executar (a obra) junto com a da usina”, afirmou.
O Plano Decenal prevê uma expansão de 43% das linhas de transmissão, que
atualmente têm uma extensão de 99 mil quilômetros. Daqui a dez anos, mais 42 mil
quilômetros serão acrescentados à malha atual. Na apresentação foi abordada também a
matriz energética brasileira, que terá uma redução da participação hidrelétrica de 75%
para 67%. Já as fontes alternativas passarão de 8% a 16% a fatia na matriz.
(Com informações da Agência Brasil, 13/07/2011)
L.
ALGUMAS INICIATIVAS
L.
• Esforço na mudança do Código Florestal, em trâmite no
Senado:
Não será exigida reserva legal relativas às
áreas adquiridas ou desapropriadas por
detentor de concessão, permissão ou
autorização para exploração de potencial
de energia hidráulica, nas quais funcionem
empreendimentos de geração de energia
elétrica, subestações ou sejam instaladas
linhas de transmissão e de distribuição de
energia elétrica.
OUTROS PONTOS SIGNIFICATIVOS
Nova regra ambiental sai em setembro
O governo federal anunciará em setembro medidas para aperfeiçoar os
processos de licenciamento ambiental de projetos de infraestrutura no país.
Conduzidas pelo Ministério do Planejamento e do Meio Ambiente, as mudanças
não implicam a revisão do atual princípio de análise dos impactos ambientais e
de mitigação de riscos de empreendimentos como uma hidrelétrica ou uma
rodovia, mas visam tornar as exigências mais claras e objetivas para facilitar a
formulação dos estudos de viabilidade e acelerar aprovações.
Em alusão à área de energia elétrica, a ministra do Planejamento, Miriam
Belchior, reiterou ontem que as regras atuais para "o jogo dos leilões" do setor
não serão alteradas e que as medidas serão detalhadas em portarias, que
começam a ser publicadas a partir do mês que vem. "Estamos trabalhando no
foco ambiental para deixar mais claro quais são os termos de referência de
cada tipo de empreendimento e, assim, deixar claro para o empreendedor
aquilo que ele precisa cumprir e ao mesmo tempo dar maior objetividade,
reduzir discricionariedades [no licenciamento] para que o processo corra da
maneira mais tranquila, objetiva e adequada ambientalmente", explicou Miriam,
em seminário sobre o setor elétrico promovido pela revista "Carta Capital".
OUTROS PONTOS SIGNIFICATIVOS
Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), há diversos casos de exigências ambientais para
empreendimentos do setor elétrico que não estão relacionadas com a
finalidade do projeto, o que gera dificuldade na formulação dos estudos de
viabilidade e, logo, demora na emissão da licença pelo IBAMA.
"Foram muitos atrasos nas licenças das linhas de transmissão do Madeira.
Por exemplo: botaram [como critério para o licenciamento ambiental] o
levantamento de dados de biodiversidades, o PPBio. Mas é uma coisa que
tem que fazer quatro vezes por ano, na cheia, na seca, na vazante, não
tem nada a ver com o impacto ambiental da linha de transmissão, embora
seja um estudo relevante. Estamos falando de um banco de dados que
levou um ano para ser feito e receber a licença, porque foi preciso medir
aquela informação. Ora, se for para o setor elétrico fazer, apesar de não
ter nada a ver com ele, bota como obrigação para depois que a linha
estiver pronta, não precisa botar com pré-requisito para dar licença",
ilustrou Tolmasquim.
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OUTROS PONTOS SIGNIFICATIVOS
Walter Cardeal, diretor de geração da Eletrobras, criticou a
demora na liberação de licenças ambientais para as linhas de
transmissão e grandes barragens. "Esperamos mais
racionalidade [com as novas medidas]." Para o especialista em
energia Luiz Pinguelli Rosa, professor da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), "o lado burocrático" do licenciamento
pode ser agilizado. "Mas no lado técnico tem que ser feito com
muito critério. Não há como relegar os impactos ambientais e os
interesses daqueles que são atingidos e devem ser
compensados.”( Fonte: Valor Online).
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