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SÍNTESE EXECUTIVA
TERRITÓRIO VALE DO RIO CANINDÉ
PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BACIA DO
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SÍNTESE EXECUTIVA
TERRITÓRIO VALE DO RIO CANINDÉ
07PLANO DE AÇÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BACIA DO
PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva
MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL
Ministro da Integração NacionalCiro Ferreira Gomes
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - CODEVASFEmpresa pública vinculada ao Ministério da Integração Nacional
PresidenteLuiz Carlos Everton de Farias
Diretora da Área de AdministraçãoAna Lourdes Nogueira Almeida
Diretor da Área de EngenhariaClementino Souza Coelho
Diretor da Área de ProduçãoMarcos Moreira (respondendo pela Diretoria)
Gerente-Executivo da Área de PlanejamentoAlexandre Isaac Freire
Superintendentes Regionais1a SR: Anderson de Vasconcelos Chaves2a SR: Jonas Paulo de Oliveira Neres3a SR: Isabel Cristina de Oliveira4a SR: Paulo Carvalho Viana5a SR: Antônio Nelson Oliveira de Azevedo6a SR: Manoel Alcides Modesto Coelho7a SR: Hildo Diniz da Silva
Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba – PLANAPPROJETO BRA/OEA/02/001
Coordenador NacionalIvan Dantas Mesquita Martins – CODEVASF
Coordenador InternacionalNelson da Franca Ribeiro dos Anjos – OEA
Coordenadora Técnica e MetodológicaRejane Tavares– OEA/CODEVASF
Consultora em Ciências SociaisJeosafira Chagas Rocha – OEA/CODEVASF
Consultora em Projetos ProdutivosVera Lúcia Costa da Silva – OEA/CODEVASF
Produção da Publicação: TDA Desenho & Arte Ltda. Diretor responsável: Marcos Rebouças Criação do projeto gráfico: Marcos Rebouças e Giovanna Tedesco Diagramação: Giovanna Tedesco e Eduardo Meneses Ilustrações: Thiago Santos Revisão: Rejane de Meneses e Yana Palankof www.tdabrasil.com.br
PARCEIROS GOVERNAMENTAIS
Diretor-Executivo da ADENEJosé Zenóbio Teixeira de Vasconcelos Governador do Estado do Piauí José Wellington Barroso Dias
Governador do Estado do MaranhãoJosé Reinaldo Tavares
Governador do Estado do CearáLúcio Gonçalves de Alcântara
Secretário de Planejamento do PiauíMerlong Solano Nogueira
Secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão do MaranhãoSimão Cirineu Dias
Secretário de Desenvolvimento Local e Regional do CearáAlex Araújo
© 2006 Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba – PLANAP.
Todos os direitos reservados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF. Os textos contidos nesta publicação, desde que não usados para fins comerciais, poderão ser reproduzidos, armazenados ou transmitidos. As imagens não podem ser reproduzidas, transmitidas ou utilizadas sem expressa autorização dos detentores dos respectivos direitos autorais.
Coordenadora Márcia Malvina Alves Cavalcante
Foto da Capa Paulo Laborne Viticultura irrigada, padrão técnico a ser alcançado a partir das exigências piloto instaladas pela CODEVASF em Oeiras-PI
Brasil. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF
Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba, PLANAP : síntese executiva : Território Vale do Rio Canindé / Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF. – Brasília, DF : TDA Desenhos & Arte Ltda., 2006.
68p. : il. – (Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba, PLANAP ; v. 7)
1.Desenvolvimento sustentável. 2. Meio ambiente. I. Título. II. PLANAP. III. Síntese executiva. IV. Território Vale do Rio Canindé.
SumárioIntrodução 9
1. Oprocessoparticipativo 11
1.1. Participação dos atores sociais 14
1.2. Participação institucional 14
2. CaracterizaçãodoTerritório 17
2.1. Características fisiográficas 20
2.2. Características socioeconômicas 21
3. DiagnósticoparticipativocombasenoSistemaItog 23
3.1. Dimensão ambiental 25
3.1.1. Recursos naturais 26
3.2. Dimensão sociocultural 27
3.2.1 Saúde 28
3.2.2. Educação e cultura 29
3.2.3. Assistência social 29
3.3. Dimensão econômica 30
3.3.1. Agricultura e pecuária 30
3.3.2. Apicultura 32
3.3.3. Pesca e piscicultura 32
3.3.4. Extrativismo 33
3.3.5. Agroindústria 33
3.3.6. Produção artesanal 34
3.3.7. Turismo 35
3.3.8. Comércio e serviços 35
3.3.9. Instituições financeiras e crédito 36
3.3.10. Situação fundiária 37
3.3.11. Infra-estrutura 37
3.4. Resumo das atividades produtivas do Aglomerado 38
4. Áreasderelevanteinteressecoletivoapresentadaspordimensão 41
5. ProjetosparaoTerritório 47
5.1. Processo de priorização das propostas de projetos 49
5.2. Projetos prioritários para geração de renda e inclusão social 50
5.2.1. Apicultura 51
5.2.2. Ovinocaprinocultura 51
5.2.3. Cajucultura 52
Anexo 69
Lista de quadros
1. Número de representantes dos municípios por evento realizado 13
2. Número de participantes por instituição envolvida nos eventos 14
3. Área, população e densidade demográfica por município e por Aglomerado componente do Território 19
4. Características fisiográficas e ambientais do Território 20
5. Características gerais e socioeconômicas do Território 22
6. Formas alternativas de gestão 58
Lista de figuras
1. Visualização do Território 16
2. Mapeamento das atividades produtivas 39
3. Mapeamento das atividades produtivas agregadas 39
4. Composição das áreas de relevante interesse coletivo no AG 15 44
5. Composição das áreas de relevante interesse coletivo no AG 16 45
6. Convergência e interdependência das proposições 46
7. Matriz de multicritérios 50
Lista de boxes
1. Contextualização histórica do Território Vale do Rio Canindé 15
2. Contexto territorial 21
3. Oeiras – sua importância histórica e cultural para o Território 27
4. Mel – a realidade na convivência com o semi-árido 38
5. Produção artesanal – um caminho de sustentabilidade 40
5.3. Condicionantes para implementação dos projetos prioritários 52
5.3.1. Infra-estrutura 53
5.3.2. Meio ambiente 53
5.4. Outros projetos do Território 54
5.4.1. Mandiocultura 54
5.4.2. Mamona 54
6. Novainstitucionalidade:aeficiênciacoletiva 55
7. Bibliografiaselecionada 59
7.1. Bibliografia consultada 61
7.2. Sites de interesse 62
8. PrincipaisatoresnaelaboraçãodoPLANAPparaoTerritórioValedoRioCanindé 63
8.1. Direção e coordenação da CODEVASF 68
8.2. Equipe de elaboração do PLANAP 68
Lista de fotos
Produtos da apicultura 12
Produção artesanal de doces 18
Conjunto de casas em bairro da cidade de Oeiras-PI 24
Fruticultura irrigada – Projeto de Irrigação – Santa Rosa-PI 42
Buritis – paisagem típica – Vale do Rio Canindé-PI 48
Casario antigo em Oeiras-PI 56
Cera alveolada produzida no Vale do Rio Canindé-PI 60
Fazenda Chupeiro – Oeiras 64
Siglas e abreviaturas
AAPI Associação dos Apicultores do Piauí
ACS Agente Comunitário de Saúde
AG Aglomerado
AGESPISA Águas e Esgotos do Piauí S. A.
APAE Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
ASCOM Associação Comercial Industrial e Agricultura
BNB Banco do Nordeste do Brasil
BPC Benefício de Prestação Continuada
BRA Brasil
CDL Câmara dos Dirigentes Lojistas
CE Ceará
CEFAS Centro Educacional São Francisco de Assis
CEPISA Centrais Elétricas do Piauí
CEPRO Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais
CODEVASF Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
CONAB Companhia Nacional de Alimentação e Abastecimento
COOMIA Cooperativa
CRAS Conselho Regional de Assistência Social
CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
DFA Delegacia Federal de Agricultura
DLIS Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável
DNIT Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte
EJA Educação de Jovens e Adultos
EMATER Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FBB Fundação Banco do Brasil
FEAPI Federação das Entidades Apícolas do Piauí
FPM Fundo de Participação Municipal
FNE Fundo Constitucional do Nordeste
FUMAC Fundo Municipal de Apoio Comunitário
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
FUNDEB Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica
FUNDEF Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério
Hab. Habitante
HIPERDIA Programa de Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
INCRA Instituto de Colonização e Reforma Agrária
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
ITOG Investimento, Tecnologia, Organização e Gestão
kg Quilograma
km Quilômetro
MA Maranhão
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MDDA Monitoramento das Doenças Diarréicas Agudas
MDS Ministério do Desenvolvimento Social
MEC Ministério da Educação e Cultura
OEA Organização dos Estados Americanos
ONG Organização Não Governamental
OS Organização Social
OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PAC Programa de Atenção à Criança
PACS Programa de Agentes Comunitários de Saúde
PCCU Programa de Combate ao Câncer Uterino
PCPR Programa de Combate à Pobreza Rural
PDDE Programa Dinheiro Direto na Escola
PDE Programa de Desenvolvimento da Educação
PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
PI Piauí
PLANAP Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar
PNAT Programa Nacional de Transporte Escolar
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PRODART Programa de Desenvolvimento do Artesanato Piauiense
PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
PSF Programa de Saúde da Família
SDR Secretaria de Desenvolvimento Rural
SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESC Serviço Social do Comércio
SESI Serviço Social da Indústria
SIAB Serviço de Informações Básicas de Saúde
SIASUS Sistema de Informação Ambulatorial
SIM Sistema de Informações sobre Mortalidade
SINAM Sistema Nacional de Atendimento Médico
SINASC Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
SIS Sistema de Informação de Saúde
SISCAM Sistema de Informação da Central de Ambulâncias
SISVAN Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
STTR Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
t Tonelada
TB Programa de Acompanhamento de Tuberculosos
TELEMAR Empresa de Telecomunicações
UESPI Universidade Estadual do Piauí
UFPI Universidade Federal do Piauí
USAV Unidade de Apoio à Sanidade Animal e Vegetal
EquIPE TÉCNICA
Amália Rodrigues de Almeida – SEDUC-PIAna Amélia Bastos Guimarães – CODEVASF SEDEAna Maria Barata – CODEVASF SEDEAndréa Simone dos S. Sousa – SEPLAN-PIAnísio Ferreira Lima Neto – Prestador de ServiçoAristóteles Fernandes de Melo – CODEVASF SEDECarlos Henrique da Silva Marques – CODEVASF SEDEDalgoberto Coelho de Araújo – ADENEElder Barros Gama Vieira – CODEVASF SEDEEliete Marreiros – SEPLAN-PIElson Antônio Fernandes – CODEVASF SEDEEvandro Cardoso – IICA/SEPLAN-PIFrancisco das Chagas Ferreira – SEPLAN-PIFrancisco Fernandes de Assis –EMATER-PIGilma Maria Nunes Ferreira – SEPLAN-PIHélio Nunes Alencar – SEPLAN-PIHilda Maria Miranda Pereira – ColaboradoraJanaína Barros Siqueira Mendes – CEPESJoanete Silva Pereira – ColaboradoraJoão Heliodoro Barros de Oliveira – CODEVASF 7a SRJosé Irapuan Brandão Mendes – ColaboradorJuraci Vieira Gutierres – ColaboradoraLiz Elizabeth de C. Meireles – SEPLAN-PILuiz Almir Lebre Cavalcanti – CODEVASF SEDEMarcos Matos de Vasconcelos – SEMAR-PIMaria do Socorro Nascimento – SEPLAN-PIMaria do Socorro Vasconcelos Ribeiro – CODEVASF 7a SRMaria do Socorro Vilar – ADENEMaria Francisca Teresa Lima – ADENEMaria Lúcia Holanda Gurjão – SDLR-CEMaria Valdenete P.Nogueira – CODEVASF SEDEMiguel Farinasso – CODEVASF SEDENoêmia Gualberto de Souza – CODEVASF SEDEPaulo Afonso Silva – CODEVASF SEDERaimundo Ulisses de Oliveira Filho – Prefeitura de TeresinaRaimuniza Frota – SEPLAN-PIRisomar Maria Garcia Fernandes – EMATER-PIRobert Costa Mascarenhas – CEPESRonaldo Fernandes Pereira – CODEVASF – 4a SRRosa Maria de Melo Lima – CEPESRosany Coelho Ferreira Pernambuco Nogueira – CODEVASF SEDESandra Alves dos Santos – ColaboradoraSônia Maria Fernandes de Sousa – SEPLAN-PITadeu Marcos Forte Leite – CODEVASF SEDETânia Maria Sabino de Matos Brito – SDLR-CETeresinha de Jesus Alves Aguiar – SEMAR-PITeresinha Frota de carvalho – SEPLAN-PI Vamberto Barbosa Braz – CODEVASF 7a SRVera Lúcia Batista da Silva Assunção – ADENEVictor Uchoa Ferreira da Silva – ADENE Vilma Carvalho Amorim – CEPES
EquIPES DE APOIO
Ana Maria Faturi – CODEVASF SEDE Alexandre Leopoldo Curado – CODEVASF SEDE Edson Viana Barros – CODEVASF SEDE Eliane Pimenta Santos – CODEVASF SEDE Gilmar Mendes de Moura – Estagiário Ivone da Silva Barbosa – IICA/SEPLAN João Constantino Ferraz – CODEVASF 7ª SRJoão Quaresma Ferreira – SEPLAN-PI Joniel Jonny da Cunha Lopes – Contrato Joilson José Rodrigues da Silva – CODEVASF 7ª SRLeiane Viana Leal – Estagiária Maria do Monte Serrate Cunha – CEPRO-PI Maria Isabel Macedo Bacelar – SEPLAN-PI Maria Rosa de Oliveira – CODEVASF SEDERaniere Ibiapina Martins – CODEVASF 7ª SR
INSTITuIÇõES PARCEIRAS
ABC/MREBanco do Nordeste do Brasil – BNBBrasil Eco-Diesel Ltda.Câmara Setorial da OvinocaprinoculturaCâmara Setorial de ApiculturaCEPESCINPRA-COCAISCONSADConsórcio ZEE BRASILCPRMDelta CooperativaEMATER-PIEmbrapa Meio-NorteFACOV – Federação de Ovinocaprinocultura do Piauí IBAMAIBGEINPELili Doces Ltda.Longá Indústria de AlimentosMDA/SDTMMAMovimento de Mulheres Quebradeiras de CocoPCPR-PIPrefeituras dos Municípios da Bacia do ParnaíbaPRODARTESDR/MISDR/PRONAF-PISEBRAESEDUC-PISEMAR-PISFA-PISIH/MIUFPI/CATUFPI/CCA
Mapa de localização da Bacia do ParnaíbaAmérica do Sul
Introdução
O objetivo do Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba (PLANAP – Projeto CODEVASF OEA/BRA/02/001) é promover o desenvol-vimento sustentável da economia regional na melhoria de qualidade de vida da
população e no desenvolvimento do capital humano e social.
Nesse sentido, o Território deverá gerar as condições que favoreçam o desencadeamento de ações integradas nas mais diferentes dimensões econômica, sociocultural, político-ins-titucional e ambiental, tendo como sujeito desse processo os atores sociais que atuam na dinâmica territorial.
A abordagem que orientou as ações de construção do PLANAP teve como principal susten-táculo a participação dos atores sociais, que se caracterizaram em momentos de parcerias institucionais, permitindo maior aproximação da realidade territorial e resultando na troca de informações e na atualização de dados primários e secundários, bem como a identificação dos anseios, das necessidades e dos interesses da população, os quais foram materializados em propostas de projetos considerados prioritários.
O Território Vale do Rio Canindé definiu como projetos prioritários a cajucultura, a apicul-tura e a ovinocaprinocultura, dentre outros propostos, por representarem, segundo os par-ticipantes, as atividades produtivas com maior potencial para alavancar a economia regional, gerando trabalho e renda e, conseqüentemente, melhoria da qualidade de vida.
Elaborado no período de maio a outubro de 2005 e representando o resultado do processo de construção coletiva, o Plano de Ações Integradas para o Desenvolvimento do Território Vale do Rio Canindé encontra-se organizado em oito capítulos.
O Capítulo 1 apresenta a metodologia adotada pelo PLANAP com informações a cerca do processo de planejamento estratégico participativo no que diz respeito à participação das diversas instituições locais, regionais e estaduais que contribuíram para a consecução deste documento.
O Capítulo 2 traz a caracterização do Território referente à população, à área, à densidade demográfica e às variáveis fisiográficas e socioeconômicas. Já o Capítulo 3 apresenta o diag-nóstico das dimensões econômica, ambiental e sociocultural, tendo como instrumento de análise o Sistema Itog (investimento, tecnologia, organização e gestão).
No que se refere ao Capítulo 4, são mencionadas as áreas de relevante interesse coletivo que nortearam a definição e a elaboração das propostas dos projetos prioritários. Em seguida, o Capítulo 5 apresenta os projetos considerados prioritários para o Território, bem como o instrumento metodológico utilizado para a priorização dos projetos.
O Capítulo 6 trata das diferentes formas de organização para a gestão territorial. E os Capí-tulos 7 e 8 apresentam, respectivamente, a bibliografia consultada e os atores que participa-ram do processo de construção do Plano do Território Vale do Rio Canindé.
Complementando este documento, são apresentados quatro anexos em CD-ROOM. O primeiro contém uma versão mais detalhada do diagnóstico do Território; no segundo são apresentados os projetos técnicos; no terceiro, os anteprojetos construídos nas oficinas; e no quarto estão os perfis de cada um dos dois Aglomerados que compõem o Território.
BaciadoRioParnaíba
TerritórioValedoRioCanindé
SIMPLÍCIO MENDES
COLÔNIADO PIAUÍ
SÃO FRANCISCODO PIAUÍ
CAJAZEIRASDO PIAUÍ
OEIRAS
SÃO JOÃODA VARJOTA
SANTA ROSADO PIAUÍ
AG 15
AG 16
TANQUEDO PIAUÍ
CAMPINASDO PIAUÍ
CONCEIÇÃODO CANINDÉ
SANTA CRUZDO PIAUÍ
PAQUETÁ
DOM EXPEDITOLOPES
WALL FERRAZ
SANTO INÁCIODO PIAUÍ
FLORESTA DO PIAUÍ
ISAÍAS COELHO
BELA VISTA DO PIAUÍ
SÃO FRANCISCO DE ASSIS DO PIAUÍ
BaciadoRioParnaíba
O prOceSSO participativO 1
produtos da apicultura
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O processo para a elaboração do Plano de Ação do Território Vale do Rio Canindé iniciou-se com a mobilização e a sensibilização dos atores sociais nos municípios que compõem o Terri-tório. Na fase inicial do processo de construção, uma imersão em todos os municípios propi-ciou uma aproximação com a realidade local por meio de contatos, visitas e, posteriormente, uma reunião ampla com atores de vários segmentos, na qual foram escolhidos representantes que fizeram parte da etapa seguinte: as Oficinas dos Aglomerados e do Território.
O conhecimento das realidades socioeconômica, ambiental e político-institucional do Ter-ritório possibilitou a utilização de uma metodologia participativa, a qual propiciou a criação das condições para a realização das atividades de oficinas, com vistas à definição de propos-tas de projetos consideradas prioritárias para o desenvolvimento do Território.
É importante destacar a opção adotada neste Território de realizar duas oficinas juntas no mesmo espaço físico: primeiro, a dos Aglomerados, e, em seguida, a do Território, em que todos os participantes da Oficina dos Aglomerados compartilharam de todo o processo da se-gunda, a qual tratou efetivamente da definição das propostas de projetos para o Território.
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Quadro 1. Número de representantes dos municípios por evento realizado
Municípios No de participantes das Oficinas de aglomerados e do território
aglomerado 15 70
Cajazeiras do Piauí 7
Colônia do Piauí 7
Dom Expedito Lopes 5
Oeiras 15
Paquetá 5
Santa Cruz do Piauí 4
Santa Rosa do Piauí 6
São Francisco do Piauí 6
São João da Varjota 7
Tanque do Piauí 5
Wall Ferraz 3
aglomerado 16 34
Bela Vista do Piauí 3
Campinas do Piauí 4
Conceição do Canindé 5
Floresta do Piauí 4
Isaías Coelho 4
Santo Inácio do Piauí 4
São Francisco de Assis do Piauí
5
Simplício Mendes 5
total 104
Fonte: PLANAP, lista de presença dos participantes
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1.1. participação dos atores sociais
Diversos atores de várias instituições que atuam no Territó-rio participaram dos eventos nos municípios, nas Oficinas dos Aglomerados e do Território, representando diferen-tes segmentos sociais, tais como: associações, sindicatos, cooperativas, universidades, instituições públicas, ONGs, empresas e pessoas sem vinculação organizacional.
Para participar das oficinas, foram escolhidos, em média, cinco representantes por município. Entretanto, alguns municípios contaram com um número maior de participan-tes, mas procurou-se equilibrar as participações dos atores, principalmente nos grupos de trabalho, para que todas as representações dos diferentes âmbitos, tanto do poder pú-
blico quanto da sociedade civil, se sentissem contempladas nas diferentes discussões e nas tomadas de decisões.
A escolha dos representantes para participar das oficinas de planejamento foi baseada nos seguintes critérios:
• disponibilidade de tempo e interesse no processo de de-senvolvimento;
• conhecimento socioeconômico e ambiental da região; • compromisso com os interesses da população que repre-
senta;• capacidade e habilidade de trabalhar em grupo;• capacidade de difundir informações.
Quadro 2. Número de participantes por instituição envolvida nos eventos
eventos/ local e
dataFederal estadual
Municipal
executivo Legislativo
ONGs /
empresasUniversidade total
Oficina de Aglomerado e TerritórioOeiras-PI03 a 06.08.05
1 9 31 9 52 2 104
Fonte: PLANAP, lista de presença dos participantes
1.2. participação institucional
A participação dos representantes dos diferentes seg-mentos institucionais na consecução do Plano aconteceu de forma bastante satisfatória: alguns atores participaram desde as reuniões, na imersão, até as oficinas; outros es-tiveram presentes pontualmente em algum dos eventos do processo, mas todos deram contribuições significativas para a construção do plano, sempre numa visão de parce-ria que busca conciliar os mais diversos interesses. Assim, ficou claro que:
• as parcerias e a conciliação de interesses com a socie-dade é de salutar importância para a continuidade do processo de construção coletiva e de implantação do plano;
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• a existência de relações sinérgicas entre os diversos ato-res que contribuíram ou podem contribuir para a efeti-vação do plano é fundamental;
• a articulação intra e intergovernamental permite negociar e decidir, refletir e propor, validar e priorizar, identificar e adensar, capacitar e financiar, mostrar e realizar, acompa-nhar e avaliar, enfim participar ativa e democraticamente da construção de uma proposta coletiva;
• as parcerias são firmadas a partir da confiança mútua existente entre as partes interessadas, bem como são re-sultantes de um processo de diálogo.
Como mostra o quadro anterior, a maior participação coube às associações comunitárias, ao sindicato dos tra-balhadores rurais e aos conselhos, seguidos pelas igrejas, pelo SEBRAE, pelas ONGs e pelas empresas, que, juntos, corresponderam a 52 participações (50%).
Quanto à participação do poder público, a maior expres-sividade ficou para o Executivo municipal, por intermédio das secretarias municipais de agricultura, assistência social, educação e saúde, seguido pelo Poder Legislativo, representa-do pelos vereadores. Além destes, o poder público estadual (EMATER e Secretaria de Educação), universidade (UESPI) e representante de uma instituição federal (CODEVASF).
Box 1
ContextualizaçãohistóricadoTerritórioValedoRioCanindéA configuração histórica do Território Vale do Rio Canindé está intrinse-camente vinculada ao município de Oeiras, que remete sua história ao século XVIII, sendo esta considerada a cidade mais antiga do Piauí e de onde partiu o povoamento de outras cidades piauienses. De Oeiras foram desmembrados 7 dos 19 municípios que compõem o Território.
Além de Oeiras, os municípios de Simplício Mendes, Campinas do Piauí e Conceição do Canindé também têm suas origens datadas dos séculos XVIII e XIX. Entre os municípios criados mais recentemente, especificamente na década de 1990 (século XX), estão Tanque do Piauí, de 1995, e Floresta do Piauí, Bela Vista do Piauí, Cajazeira do Piauí, Paquetá e Wall Ferraz, todos de 1997.
Dentre os fatores que motivaram o processo de formação desses muni-cípios, o econômico apresentou-se como o mais relevante, tendo como atividades produtivas preponderantes à época a exploração da carnaúba para a fabricação de cera, a extração e a comercialização da borracha e da maniçoba e a pecuária bovina, inclusive com produção de leite, o que justificou a implantação, em 1786, em terras do atual município de Cam-pinas do Piauí, de uma fábrica de laticínios, com o objetivo de absorver a produção de leite das fazendas da região.
Além dessas atividades produtivas, outro fator relevante na formação dos municípios foi o aspecto religioso, com a devoção da população a santos e padroeiros, o que contribuiu para a formação de aglomerações de fiéis em torno de capelas e igrejas, surgindo pequenos povoados que posterior-mente foram elevados às categorias de cidades e municípios.
Assim, o Território Vale do Rio Canindé é considerado o berço do processo histórico da população piauiense, pois muitos dos fatos históricos do Piauí partiram deste Território, onde está Oeiras, a primeira capital do Piauí.
Fonte: Almanaque da CODEVASF, 2004.
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Unidade experimental no Projeto de Irrigação Marrecas – São João do Piauí-PI
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Figura 1. visualização do território
[...] os Territórios são campos geográficos construídos so-cialmente, marcados por traços culturais, e quase sempre articulados política e institucionalmente. A vida cultural das comunidades humanas, rurais ou urbanas, tem existên-cia na territorialidade. O Território incorpora a totalidade do processo de modificação do mundo cultural, revelando
identidades específicas, que proporcionam o princípio de integração social. De alguma maneira, os Territórios con-figuram o ser coletivo, o caráter das comunidades e dese-nham tipos diferenciados de sociabilidade. A singularidade de cada Território demanda estratégias e políticas endóge-nas que expressem sua identidade.1
1 JARA, Carlos. Capital social que redefine a sociabilidade fragmentada, confliti-
va e contaminada pela desconfiança social. Expo DLIS, Brasília, 2002.
SIMPLÍCIO MENDES
COLÔNIADO PIAUÍ
SÃO FRANCISCODO PIAUÍ
CAJAZEIRASDO PIAUÍ
OEIRAS
SÃO JOÃODA VARJOTA
SANTA ROSADO PIAUÍ
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TANQUEDO PIAUÍ
CAMPINASDO PIAUÍ
CONCEIÇÃODO CANINDÉ
SANTA CRUZDO PIAUÍ
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DOM EXPEDITOLOPES
WALL FERRAZ
SANTO INÁCIODO PIAUÍ
FLORESTA DO PIAUÍ
ISAÍAS COELHO
BELA VISTA DO PIAUÍ
SÃO FRANCISCO DE ASSIS DO PIAUÍ
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A Bacia do Rio Parnaíba é composta pelos Estados do Piauí, parte do Maranhão e Ceará, totalizando uma área de 330.849,9 km², onde o Território Vale do Rio Canindé abrange 14.257,12 km² (4,3%) da área total. O Território é composto por dois Aglomerados: AG 15, com 11 municípios, e AG 16, com 8, todos eles pertencentes ao Estado do Piauí.
A população total do Território, segundo informações do IBGE 2000, é de 123.537 ha-bitantes, predominando a população rural, com 54,9%, num total de 67.875 habitantes, contra 55.662 na zona urbana.
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Quadro 3. Área, população e densidade demográfica por município e por aglomerado componente do território
Municípios
Área população totalDensidade
demográfica
hab./km2 km²% do
territórioHabitantes
%
território
aglomerado 15 8.236,06 57,77 82.214 66,60 11,19
Cajazeiras do Piauí (PI) 555,55 3,90 2.667 2,2 4,80
Colônia do Piauí (PI) 947,93 6,65 7.251 5,9 7,65
Dom Expedito Lopes (PI)
219,07 1,54 5.954 4,8 27,18
Oeiras (PI) 2.719,54 19,07 33.910 27,4 12,47
Paquetá (PI) 448,46 3,15 4.386 3,6 9,78
Santa Cruz do Piauí (PI)
611,50 4,29 5.776 4,7 9,45
Santa Rosa do Piauí (PI)
356,24 2,50 5.223 4,2 14,66
São Francisco do Piauí (PI)
1.340,65 9,40 6.356 5,1 4,74
São João da Varjota (PI)
395,37 2,77 4.375 3,5 11,07
Tanque do Piauí (PI) 377,04 2,64 2.318 1,9 6,15
Wall Ferraz (PI) 264,71 1,86 3.998 3,2 15,10
aglomerado 16 6.021,06 42,23 41.323 33,40 7,60
Bela Vista do Piauí (PI) 312,36 2,19 2.963 2,4 9,49
Campinas do Piauí (PI) 796,95 5,59 5.141 4,2 6,45
Conceição do Canindé (PI)
903,88 6,34 4.926 4,0 5,45
Floresta do Piauí (PI) 206,14 1,45 2.416 2,0 11,72
Isaías Coelho (PI) 664,66 4,66 7.658 6,2 11,52
Santo Inácio do Piauí (PI)
895,67 6,28 3.447 2,8 3,85
São Francisco de Assis do Piauí
842,45 5,91 3.806 3,1 4,52
Simplício Mendes (PI) 1.398,95 9,81 10.966 8,9 7,84
total território 14.257,12 100,00 123.537 100,0 9,51
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil – 2000
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2.1. características fisiográficas
As características fisiográficas e ambientais estão descritas no quadro a seguir e serviram como base de informações para conhecimento do meio ambiente territorial.
Quadro 4. características fisiográficas e ambientais do território
relevo Topos convexos e aguçados, com declividades que variam de 5º a 11º, suavemente inclinadas para o rio Parnaíba
principais rios e
lagoasRios Canindé, Salinas e Itaim e as lagoas Grande, De Dentro, Dos Oitis, Mocambo, Atrás da Serra, Seca, Lagoinha e Comprida
temperaturaNos períodos mais amenos, encontra-se na média das mínimas de 21º, chegando, nos períodos mais quentes do ano (setembro a dezembro), `a média das máximas de 33º
clima O clima do Território é semi-árido, com chuvas maldistribuídas e de caráter torrencial
Água subterrâneaOs aqüíferos Longá, Cabeças, Serra Grande e Pimenteiras formam o sistema de disponibilização de água subterrânea no Território, apresentando potencial que varia de fraco a muito fraco, por causa principalmente da formação dos sistemas hídricos subterrâneos fissural e intergranular existentes na região, que acumulam pouca água
Geologia
Território com geologia apresentando as formações Cabeças, Longá, Pimenteiras e Serra Grande. Essas formações compõem-se de amplos interflúvios com feições de tabuleiros desenhados a partir de siltitos, arenitos e folhelhos e inumados por coberturas areno-argilosas onde se desenvolvem latossolos amarelos e areias quartzosas, além de podzólicos vermelho-amarelos eutróficos
vegetaçãoPredominam áreas de chapada, com vegetação de transição caatinga–cerrado e ocorrência de vegetação de caatinga arbórea e arbustiva
pluviosidadeA precipitação é muito baixa, variando entre 600 mm e 1.200 mm anuais, geralmente com maior intensidade no período de janeiro a março
Unidades de
conservação
A ÁreadeProteçãoAmbientaldaLagoadeNazaré, criada em 1993, com 23,10 ha, tem por finalidade proteger a biota nativa e os recursos hídricos da Lagoa de Nazaré e do seu entorno. Localiza-se entre os municípios de Nazaré do Piauí e São Francisco do Piauí.
Fonte: IBGE, INMET, Visão Global/Fundação CEPRO
Escola Família Agrícola – Oeiras-PI
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SIMPLÍCIO MENDES
COLÔNIADO PIAUÍ
SÃO FRANCISCODO PIAUÍ
CAJAZEIRASDO PIAUÍ
OEIRAS
SÃO JOÃODA VARJOTA
SANTA ROSADO PIAUÍ
AG 15
AG 16
TANQUEDO PIAUÍ
CAMPINASDO PIAUÍ
CONCEIÇÃODO CANINDÉ
SANTA CRUZDO PIAUÍ
PAQUETÁ
DOM EXPEDITOLOPES
WALL FERRAZ
SANTO INÁCIODO PIAUÍ
FLORESTA DO PIAUÍ
ISAÍAS COELHO
BELA VISTA DO PIAUÍ
SÃO FRANCISCO DE ASSIS DO PIAUÍ
2.2. características socioeconômicas
O quadro a seguir possibilita a visualização de indicado-res gerais do Território, vinculados à dimensão socioeco-nômica, demonstrando o comportamento de alguns as-pectos mais relevantes no contexto do desenvolvimento territorial.
Box 2
ContextoterritorialComparativamente aos outros 11 Territórios que fazem parte da Bacia, o Território Vale do Rio Canindé ocupa a 9a posição no que se refere à área e a 5ª posição em densidade demográfica, estando sua taxa de crescimento populacional/ano entre as menores da bacia.
As atividades produtivas atualmente predominantes no Território são a criação de pequenos animais e a agricultura de sequeiro, praticadas fami-liarmente para a subsistência. O agronegócio apresenta-se como um setor que vem ganhando destaque a partir do aproveitamento do potencial apícola para a produção de mel, comercializado no mercado nacional e com algumas entradas internacionais nos mercados dos Estados Unidos e da Europa.
A cajucultura também aparece como atividade potencial, mesmo apre-sentando uma área colhida de apenas 7.573 hectares (IBGE, 2002). Sua exploração limita-se ao aproveitamento da castanha, seja pelo pouco incen-tivo para o aproveitamento do pseudofruto ou pelas dificuldades quanto à profissionalização e à qualificação dos produtores do setor para realizar o aproveitamento.
Outra atividade que se vem destacando no contexto do Território é a produção artesanal, com ênfase no artesanato de cerâmica desenvolvido principalmente no município de São João da Varjota, o qual é apoiado pelo Programa Nacional de Artesanato Solidário.
Mesmo com algumas atividades produtivas, a exemplo do mel e da cajucul-tura, que sinalizam como potencializadores da economia do Território, há entraves no âmbito da infra-estrutura de suporte à produção, o que dificulta o incremento destas e de outras atividades produtivas.
No âmbito sociocultural, os atores sociais ressaltaram que na educação pre-valece a preocupação com a baixa qualidade do ensino ofertado. Nos últimos dez anos, houve aumento do quantitativo de professores com ensino superior, no entanto as condições estruturais de trabalho e a oferta de material didático não têm acompanhado o mesmo ritmo de necessidade de melhoria.
No campo da saúde, a incompatibilidade entre os serviços demandados pela popu-lação e os serviços ofertados tanto em quantidade quanto em qualidade, na maio-ria dos municípios, representa o principal ponto de estrangulamento na área.
Em relação aos aspectos ambientais, alguns segmentos produtivos, como a agricultura familiar, já demonstram sensibilização quanto à necessidade de preservação e conservação da fauna e da flora e o estabelecimento de uma relação de produção sustentável com o meio ambiente.
Fonte: Imersão e Oficina de Território/PLANAP; IBGE 2002
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Quadro 5. características gerais e socioeconômicas do território
características total ou média da Bacia aG 15 aG 16 território
Área(km²),330.849,9 8.236,06 6.021,06 14.257,12
Área(%),100 2,5 1,8 4,3
Númerodemunicípios(CE,MA,PI)278(20,36,222) 11(0, 0,11) 8(0, 0,8) 19(0, 0,19)
População/hab.,4.036.679 82.214 41.323 123.537
Urbanização(%),61,28% 47,67 39,86 45,06
Densidadedemográficahab./km²,12,2 11,19 7,6 9,39
Índicededesenvolvimentohumano(IDH)(menor;maior) (0,536; 0,635) (0,512; 0,670) (0,512; 0,670)
%depessoascom15oumaisdeidadecommenosde4anosdeestudo
63,87 66,08 64,97
%depessoascom15oumaisdeidadeanalfabetas 39,94 37,31 38,63
Taxadealfabetização(%) 60,06 62,69 61,37
Águaencanada(%) 38,76 34,63 36,66
Energiaelétrica(%) 40,28 28,84 34,56
Coletadelixo(%) 40,11 63,97 52,04
Rendaper capita(R$) 75,69 71,19 73,44
Expectativadevidamédia(anos) 60,82 61,03 60,92
Rodovias,km(pavimentadas,implantadas,leito) (152, 212,0) (0, 86,124) (152, 298,124)
DinâmicaeconômicadoTerritórioCultivo de arroz, feijão, milho, mandioca, cajucultura, bovinocultura de
corte, apicultura, ovinocaprinocultura, avicultura, extrativismo, produção artesanal, turismo e comércio
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil – 2000. DNIT – Mapa Rodoviário 2002. Atores participantes das Oficinas de Aglomerados e do Território
DiaGNóSticO participativO cOM BaSe NO SiSteMa itOG 3
conjunto de casas em bairro da cidade de Oeiras-pi
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A seguir, apresenta-se uma diagnose a partir das informações obtidas durante a imersão, cujo objetivo foi realizar a leitura da realidade local de cada município para, posteriormen-te, no momento das oficinas, identificar coletivamente os fatores comuns potencializadores ou limitantes a serem trabalhados para impulsionar o desenvolvimento do Território.
Esse diagnóstico, que traz uma análise das dimensões ambiental, sociocultural e econômica, a partir do Sistema Itog,2 está baseado especificamente em informações obtidas em depoi-mentos dos atores e em documentos fornecidos pelas organizações locais, e foi validado du-rante a realização das oficinas, quando coletivamente todo o documento foi lido, discutido e modificado pelos atores participantes.
3.1. Dimensão ambiental
2 Sistema Itog – instrumento metodológico elaborado pelo Projeto INCRA/PNUD, que permite a observação e a análise
da realidade tendo como referência as variáveis investimentos, tecnologia, organização e gestão (GIOVENARD, Eugênio.
Programa de capacitação em apoio à reforma agrária. Série Desenvolvimento Empresarial, volume II, 1996).
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3.1.1.Recursosnaturais
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• Disponibilidade de recursos hídricos superficiais e
subterrâneos
• Aumento do volume de água dos rios com a liberação
de água pela Barragem Pedra Redonda
• Espécies da vegetação nativa: pau-amarelo, angico,
umburana, aroeira, pau-d’arco, tamboril, juazeiro,
marmeleiro, bamburá, angico-preto, camaratuba,
sucupira, etc.
• Flora apícola abundante
• Espécies animais: caititu, tatu, peba, veado, asa-
branca, cobra, jacu, pomba, raposa, gambá, lapicho,
tamanduá, etc.
• Variedade de peixes: piau, traíra, curimatá, curvina,
mandi, branquinha e outros
• Assoreamento dos rios e dos riachos provocado
principalmente pelo desmatamento da vegetação ciliar
• Tendência ao desperdício de água nos municípios onde as
prefeituras gerenciam o serviço público de fornecimento de
água
• Rios e lagoas sem repovoamento com alevinos, o que
proporciona o aumento da ictiofauna
• Chuvas irregulares, tardias e concentradas agravando a
situação e provocando erosão e empobrecimento do solo
• Rios Canindé e Itaim poluídos e assoreados
• Uso inadequado de agrotóxicos pelos agricultores, apesar de
estes saberem da importância de preservar o meio ambiente
• Subaproveitamento das potencialidades naturais do solo e
da água
tecn
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ia
• Pesca realizada apenas com anzol e rede de espera
pelos pescadores locais
• Uso tradicional de queimadas em áreas de vegetação nativa
• Desmatamento de vegetação ciliar (rios, riachos e lagoas)
para cultivo de milho, feijão e arroz
• Pouca conscientização das famílias quanto ao correto
manejo do lixo
Org
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ação
• Associações trabalhando com hortas comunitárias nos
municípios de Simplício Mendes e São Francisco de
Assis. Cultivam sem agressão ao meio ambiente
• Ausência de conselhos municipais de meio ambiente. Poder
público pouco atuante nas questões ambientais
Ges
tão
• Secretaria de Meio Ambiente em Oeiras
• Secretarias municipais de agricultura, saúde e educação,
desenvolvendo ações relativas ao meio ambiente;
• Atuação da Obra Kolping com ações de educação
ambiental junto aos produtores rurais
• Pouca atuação do IBAMA
• Pouca atuação das secretarias municipais no que se refere a
questões ambientais
• Ausência de políticas públicas para cuidar do meio ambiente
Projeto Piloto de Irrigação Santa Rosa – Santa Rosa-PI
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Box 3
Oeiras–suaimportânciahistóricaeculturalparaoTerritórioOeiras, a primeira capital do Piauí, localizada a 313 km da capital, Teresina, destaca-se no Território Vale do Rio Canindé não só por ser o município que tem uma oferta de serviços mais diversificada, mas principalmente pelo seu patrimônio histórico e pelas seculares tradições culturais. A cidade guarda o esplendor dos tempos da colonização na cultura local, na arquitetura jesuí-ta, na culinária, com destaque para os doces, e na forte tradição religiosa.
Inicialmente, Oeiras foi conhecida como Vila da Mocha, por localizar-se às margens do riacho Mocha; alguns anos depois, teve seu nome modi-ficado para homenagear o conde de Oeiras, historicamente conhecido como marquês de Pombal. Em 1758, a cidade foi designada capital da província do Piauí, permanecendo como tal até 1852, quando o conse-lheiro Saraiva, baiano, transferiu a capital para as margens do rio Parnaí-ba, em decorrência do incremento da navegação.
No século XVII, começaram as construções de palácios e quintas de re-creios, como a Catedral de Nossa Senhora da Vitória, bem como outras construções coloniais que ficam no seu entorno, sendo considerado ponto turístico da cidade em decorrência da beleza arquitetônica e da importância histórica.
Há também a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, toda em pedra, constru-ída pelos escravos há mais de 200 anos, que a ergueram para praticar suas devoções, uma vez que eram proibidos de freqüentar a igreja dos bran-cos, conta a história local. Quanto às artes cênicas, existe o Cine Theatro Oeiras, que atualmente é utilizado como espaço da cultura oeirense. Além deste, destaca-se o importante Museu de Arte Sacra, que abriga peças do século XIX.
Além desses patrimônios, a cidade é berço de expressões culturais, como o escritor Orlando Geraldo Rego de Carvalho, conhecido nacionalmente por O. G. Rego de Carvalho, músicos como Possidônio Queiroz e o grupo das Bandolinistas. É em Oeiras que acontece a Semana Santa mais famosa do Estado do Piauí, com as tradicionais procissões, como a do Senhor Morto e a do fogaréu, que atraem milhares de fiés, sendo esta última considerada um dos mais belos espetáculos de fé.
Fonte: www.portalaz.com.br; www.culturadopiauí.vilabol.uol.com.br
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3.2. Dimensão sociocultural
Casarão de Oeiras-PI
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3.2.1.Saúde
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• 2 hospitais estaduais (Simplício Mendes e Oeiras)
– atendimento de média complexidade
• 4 centros e 40 postos de saúde em todo o Território
• 3 ambulâncias
• Farmácia básica em todos os municípios do Território
• Nos postos de saúde, existência de atendimento
médico, ações básicas, imunizações e demais serviços
de enfermagem e serviços odontológicos
• Palestras educativas e campanhas de vacinação nas
escolas da zona urbana e rural promovidas pelo PSF
• A maioria dos estabelecimentos de saúde sem condições de
atendimento à população
• Encaminhamento de casos de alta complexidade para
Teresina
• Funcionamento irregular dos postos de saúde quanto a
horário e disponibilidade de medicamentos
• Repasse de medicamentos pelo Ministério da Saúde para
farmácia básica insuficiente para atender à demanda
• Ambulâncias e veículos alternativos, em sua maioria,
insuficientes para atender à demanda
tecn
olog
ia
• Existência de laboratórios de análises clínicas em
quase todos os municípios
• Centros cirúrgicos de baixa complexidade em Oeiras
e em Simplício Mendes
• Consultórios odontológicos em Oeiras e em Simplício
Mendes
• Todo o Território com sistema de informações
eletrônicas dos serviços de saúde
• Toda a infra-estrutura de saúde para atendimento de média
complexidade situada em Oeiras e em Simplício Mendes
• Não realização de exames de maior complexidade na maioria
dos municípios
• Poucos médicos especialistas para prestar atendimento à
população em Oeiras e em Simplício Mendes
Org
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ação
• Conselhos municipais de saúde com reuniões mensais
• Não-efetivação da maioria das ações propostas pelos
conselheiros
• Em geral, conselheiros de saúde sem capacitação para
exercer suas funções
Ges
tão
• Secretarias municipais de saúde com autonomia
financeira e administrativa
• Programas: Saúde da Família, Agente Comunitário
de Saúde, Vigilância Epidemiológica e Sanitária,
HIPERDIA, TB, PCCU, Pré-Natal, MDDA,
Imunizações contra o Tétano, Hepatite B e Raiva
• Programas de saúde no Território: SIS-Pré-Natal,
SIS-Colo, SIS-Água, SISVAN, SIAB, SISCAM,
SIM, SINASC, SINAM e SIASUS
• Informações para os agentes de saúde demoradas e
irregulares
• Insuficiência de equipamentos para a realização dos
trabalhos dos ACS
• Ambulâncias e veículos utilizados para transporte de
pacientes sem manutenção
• Insuficiência de pessoal para atender à demanda de
pacientes, bem como baixa qualificação profissional
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3.2.2.Educaçãoecultura
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• Ensino pré-escola, fundamental e médio em todos os
municípios
• Escolas: cerca de 222 municipais, 17 estaduais e 4
particulares
• 90% dos professores com nível superior ou cursando;
os outros 10% com ensino médio ou cursando
• Existência de 8 núcleos da UESPI e 1 campus em
Oeiras
• Existência de faculdades particulares
• 8 municípios com bibliotecas
• Existência de 5 escolas agrícolas
• 2 ginásios poliesportivos em Oeiras e em Simplício
Mendes
• Professores atuando sem a qualificação exigida pelo MEC
• Escolas com material didático insuficiente e sem boa
qualidade
• Grande número de escolas operando em regime
multisseriado, principalmente nas escolas da zona rural
• Infra-estrutura escolar precária, com carteiras quebradas,
prédios malconservados e sem energia elétrica
• Bibliotecas em alguns municípios e com acervo limitado
• Veículos utilizados para o transporte dos alunos
inadequados, sem conforto e segurança
tecn
olog
ia • Computadores e impressoras nas escolas estaduais e
nas secretarias municipais de educação
• 2 videotecas públicas
• Apenas 2 escolas com kit de TV, vídeo e antena parabólica
• Acesso de poucas escolas à informática, e o uso dos
computadores existentes restrito a atividades administrativas
Org
aniz
ação • Conselhos: da merenda escolar, do FUNDEF e
conselhos municipais de educação
• Atuação de instituições do Sistema S: SESI/SENAI,
SESC/SENAC e SEBRAE na realização de cursos
• Tímida atuação dos conselhos
• Pouca atuação nas áreas do esporte e de atividades culturais
• Irregularidade dos cursos do Sistema S e não-ocorrência
destes em todos os municípios do Território
Ges
tão
• Secretarias municipais de educação
• Acompanhamento e controle dos programas de
educação
• Comemorações nas escolas: datas cívicas, aniversário
da cidade, festas juninas e semana cultural
• Capacitação para professores das redes estadual e
municipal
• Identificação de programas educacionais, tais como:
EJA, Alfabetização Solidária, Brasil Alfabetizado,
PNAE, PNAT, PDE, PDDE, FUNDEB, FUNDEF e
Programa do Livro Didático
• Poucos professores concursados, a maioria como
prestadores de serviço
• Ausência de disciplinas sobre educação ambiental na grade
escolar
• Professores sem capacitação para trabalhar com turmas
multisseriadas
• Professores desempenhando múltiplas funções
• Pouca atenção ao desenvolvimento e ao resgate da cultura local
• Baixa freqüência dos alunos do EJA
• Insuficiência de recursos para merenda escolar
• Baixo índice de formandos do 3o ano do ensino médio
prestando vestibular
3.2.3.Assistênciasocial
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• Centros de convivência de idosos
• Grupos de mulheres organizados para produção
• 2 CRAS (Conselhos Regionais de Assistência
Social)
• Benefício direto das secretarias municipais à
população carente
• Benefícios para atendimento à população carente
insuficientes e mal-gerenciados
• Poucas empresas com envolvimento social
• A demanda de crianças que atende ao perfil exigido pelo
PETI é maior que o investimento do programa
• Inexistência de projetos para atendimento a pessoas
portadoras de necessidades especiais
tecn
olog
ia • Informatização das secretarias municipais de
assistência social
• Sistema de acompanhamento e cadastramento dos
beneficiários de programas sociais
• Sobreposição de informações nos cadastros de beneficiários
dos programas sociais
(continua...)
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3.3. Dimensão econômica
3.3.1.Agriculturaepecuária
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ação
• Existência de conselhos municipais de assistência
social
• APAE em Oeiras e em Simplício Mendes
• Grupos de jovens
• Pastorais da criança e da juventude
• Grupos de produção (mulheres)
• Desarticulação dos grupos de jovens existentes nos
municípios
• Atuação isolada dos diversos grupos
• Sobrecarga de funções e atividades dos conselheiros
• Falta de qualificação dos conselheiros
Ges
tão
• Realização de cursos com os recursos do PAC
• Programas sociais implantados:
− PETI, Bolsa Família (Programa Fome Zero)
− PAC (Programa de Atenção à Criança)
− Agente Jovem
− Programa Benefício de Prestação Continuada
(BPC) em todos os municípios do Território
• Ações e projetos das secretarias municipais de assistência
social restritos, em geral, à gestão dos programas
financiados pelo Ministério do Desenvolvimento Social
• Cursos sem foco em atividades geradoras de renda
• Inexistência de programas específicos para os portadores de
deficiência
• Alto índice de consumo de drogas por adolescentes
• Elevada incidência de portadores de deficiência mental
itog potencialidades Limitações
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s
• Agricultura de sequeiro:Arroz: área de 6.218 ha e produtividade de 420 kg/ha Feijão: área de 12.249 ha e produtividade de 125 kg/ha Milho: área de 25.120 ha e produtividade de 600 kg/ha
• Mandioca: farinha e goma
• Produção de castanha de caju
• Cultivo de melancia, melão, abóbora e hortaliças nas
vazantes do rio Canindé
• Produção de banana, coco e manga
• Ovinocaprino: 264.478 animais
• Bovino: 143.000 animais, a maior parte destinada
ao corte
• Suíno: 102.351 animais (IBGE, 2002)
Aves: 387.252 aves, destacando-se a galinha caipira
• Matadouros públicos com estrutura de acordo com
as exigências da vigilância sanitária em Oeiras e em
Wall Ferraz
• Horta da prefeitura em parceria com a SDR e a FBB
para 50 famílias em Simplício Mendes
• Desperdício de 90% do pseudofruto do caju
• Fruticultura praticada nos quintais apenas para o consumo
familiar
• Produção de mandioca voltada para o consumo familiar e
animal
• Frutas, legumes e verduras produzidas em Juazeiro e
Petrolina
• Produção de leite no Território basicamente para consumo local
• Rebanhos bovino e ovinocaprino e plantel avícola
apresentando baixo padrão zootécnico
• Pequenas áreas para a ampliação do rebanho para a maioria
dos criadores de ovinocaprinos
• Classificação de estado de risco desconhecido no tocante à
febre aftosa para o Piauí
• Vacinação sistemática dos rebanhos pouco realizada por
criadores
• Abatedouros com estrutura rudimentar, não atendendo às
normas exigidas pelo DFA-PI
tecn
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• A qualidade dos solos e da oferta hídrica
subterrânea propicia a agricultura irrigada
• Existência de 5 ou 6 escolas-família agrícolas no
Território
• Unidade de pesquisa da EMBRAPA, com
experimentos de fruticultura
• Utilização de silagem de restos de culturas como
suplemento alimentar para rebanhos no período de
estiagem
• Centro de Produção de Genética em São Francisco
de Assis para melhoramento do padrão zootécnico
dos ovinocaprinos
• Agricultura irrigada praticada por um número reduzido de
produtores
• Pouco uso de sementes selecionadas – plantio feito com grãos
da colheita
• Déficit de máquinas e implementos agrícolas para pequenos
agricultores
• Cultivo em roça de toco, resultando em baixa produtividade
• Produtores realizando queimadas e aplicando agrotóxicos
sem orientação
• Criadores de gado e de ovinocaprinos realizando manejo
alimentar e sanitário inadequados
• Processamento do leite feito com técnicas rudimentares
(...continuação)
(continua...)
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• Feiras semanais, onde produtores de vários
municípios comercializam a produção
• Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
• Conselhos do FUMAC
• Associação de produtores rurais
• Cooperativas de cajucultores e de produtores de leite
em Oeiras e mista em São João da Varjota e Santa
Rosa
• Conselhos de desenvolvimento rural
• Comitê de sanidade animal e vegetal
• Fórum de DLIS em alguns municípios
• Associação de criadores de ovinocaprinos
• Pouca confiabilidade e articulação das entidades coletivas
com os sócios, que não têm consciência da importância do
trabalho associativista
• Sindicatos rurais com estrutura insuficiente para atender
às necessidades dos trabalhadores, limitando-se apenas a
encaminhamentos de documentação para aposentadorias,
pensões e salário maternidade
Ges
tão
• Compra antecipada de parte da produção agrícola
pelo governo do estado por meio da CONAB
• Secretarias municipais de agricultura
• Escritório regional do IBAMA, do SEBRAE, da
EMATER, da USAV
• Realização de campanhas informativas para
prevenção da febre aftosa
• Um grupo de 30 famílias que trabalha com
avicultura (município de Simplício Mendes e São
Francisco de Assis) destaca-se pela produtividade e
pelo uso de novas técnicas de criação
• Atuação do SEBRAE com cursos de capacitação em
sistema de criação de ovinocaprinos, galinha caipira,
gerenciamento e associativismo
• Atuação de instituições governamentais e não-
governamentais na realização de cursos de
capacitação para produtores
• Compra antecipada da produção pela CONAB limitada,
sendo o excedente comercializado por intermediários
(atravessadores)
• Prefeitura e EMATER sem planejamento anual da safra com
os produtores
• Não-realização, no Território, de eventos como rodadas
tecnológicas, palestras e exposições agropecuárias
• Alguns municípios não dispõem de equipes de vigilância
sanitária e em outros há equipes incompletas, o que contribui
para a fraca atuação no Território
• Pouco acompanhamento técnico e baixa capacitação para os
produtores
• Irregularidade das capacitações realizadas pelo SEBRAE e
ausência de capacitação na maioria dos municípios
• Fragilidade no sistema gerencial e nas organizações
associativistas
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Ovinocultura tradicional
(...continuação)
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• Existência de um entreposto de beneficiamento e
comercialização de mel em Simplício Mendes
• Orientação de 3 técnicos agrícolas da fraternidade
(agentes de pastoral) e dos técnicos do CEFAS aos
apicultores da região
• Deslocamento desnecessário dos apicultores do
Território para comercializar mel
• Aproximadamente 1.300 famílias trabalhando com
apicultura (10 a 15 colméias por família)
• Florada diversificada: marmeleiro, mufumbo, angico,
aroeira, pau-d’arco, bamburral, cajueiro, faveira, etc.
• Parceria entre SEBRAE, MAPA, UFPI, AAPI, CEFAS
e FEAPI no projeto Mel com Qualidade
• Redução no preço do mel abala a confiança dos apicultores,
deixando alguns com visão pessimista do mercado
• Não-existência de negociação direta com o distribuidor
– toda a produção é repassada para atravessadores, que
beneficiam e comercializam em Picos – município de outro
Território
tecn
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ia
• Disponibilização da AAPI de um entreposto equipado
para embalar o produto (bisnagas, potes, sachês e
tambores)
• Existência de casas de mel equipadas para
beneficiamento do mel em alguns municípios; algumas
disponibilizam caminhões para transportar o mel das
comunidades até o local do beneficiamento
• Realização de estudos para melhoramento genético das
abelhas (seleção e montagem de um banco de rainhas)
• Expressivo número de pequenos produtores usando fumaça e
fogo para coletar o mel
• Poucos apicultores realizando o processo de beneficiamento
com técnicas mais avançadas
• Inexistência de produção de geléia real, própolis ou toxina
• Subaproveitamento da capacidade de produção apícola,
dificuldade de obtenção de equipamentos e resistência de
alguns apicultores ao uso de novas técnicas de produção
• Contaminação das abelhas com agrotóxicos usados nas lavouras
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• Capacitação e apoio técnico das instituições: SEBRAE,
UFPI e FEAPI
• Exportação de 80% do mel para os mercados
americano e europeu
• Financiamento de projetos apícolas pelo PCPR e pela
Fundação D. Edilberto
• Participação de apicultores em feiras, caravanas e
encontros dentro e fora do estado
• Presença marcante de intermediários na comercialização
e negociações isoladas com apicultores individuais,
enfraquecendo a associação
3.3.2.Apicultura
3.3.3.Pescaepiscicultura
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ento • Pesca artesanal em alguns municípios (rios, lagoas e
barragens)
• Repovoamento dos mananciais hídricos com peixes no
município de Cajazeiras do Piauí
• Pesca realizada com utensílios artesanais
• Pouco incentivo para o desenvolvimento da piscicultura apesar
do potencial existente
tecn
olog
ia • 5 tanques-redes estão sendo implantados em um
assentamento em Santa Rosa
• A utilização do leito dos rios para a agricultura
• Contribuição da pesca predatória para diminuição da
população de peixes
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• Associação de Pescadores em São Francisco do Piauí,
Cajazeiras e Conceição do Canindé
• Grupo de pescadores de Conceição de Canindé com
projeto no PCPR
• Associação de pescadores buscando a implantação de
100 tanques-redes na Barragem Salinas
• Questões políticas bloqueando a implantação do projeto para
criação de peixes na Barragem Salinas
• Falta de profissionalização dos pescadores
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3.3.4.Extrativismo
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• Extração de:
– Pó de carnaúba em 7 municípios
– Madeira para lenha e carvão
– Babaçu para extração das amêndoas
– Buriti para fabricação de doces
• Existência de pequenas olarias no território
exploradas familiarmente
• Extração de tinta tipo cal de pedras de forma
rudimentar
• Fabricação de tijolos e telhas destinada apenas ao
consumo local em razão da baixa qualidade, sendo
preteridos em favor dos tijolos e das telhas produzidos em
indústrias
• Extração da argila e da madeira realizadas de forma
ilegal, sem atenção aos prejuízos ao meio ambiente
tecn
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• Transformação de pó de carnaúba em cera pelos
extrativistas de maior poder aquisitivo
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• Mão-de-obra local aproveitada nas atividades
extrativistas do Território, principalmente na
entressafra
• Custos da extração sem cobertura pelos preços dos
produtos praticados na comercialização
• Exploração do coco babaçu e do pó da carnaúba em
declínio por causa da queda no preço de venda e da não-
transferência da atividade para os filhos
3.3.5.Agroindústria
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ento
• Elevação da qualidade da farinha em Paquetá e em
Dom Expedito Lopes graças à introdução de novas
técnicas para seu beneficiamento
• Existência de indústria de beneficiamento de cera
e castanha de caju em Oeiras e em Dom Expedito
Lopes
• 1 indústria de suco e 4 indústrias de fabricação de
doces (45 mil kg/mês) em Dom Expedito Lopes
• Presença de máquinas de beneficiamento de arroz
no Território, de uso comunitário ou particular
• Pouco investimento voltado para a agroindústria
• Farinha de mandioca produzida no Território não apresenta
boa qualidade por causa da pouca qualificação dos
produtores no processo de transformação e da rusticidade
das casas de farinha
• Desativação de algumas infra-estruturas de beneficiamento
no AG 15, como as indústrias de pasteurização de leite,
iogurte e manteiga, cera de carnaúba, castanhas, sucos e
cajuínas
tecn
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ia
• Existência de algumas casas de farinha com
tecnologias de fornos elétricos para uso comunitário
ou particular em alguns municípios do Território
• Inexistência de equipamentos e de mão-de-obra qualificada
para o beneficiamento do pedúnculo do caju e de outros
frutos visando à produção em escala comercial
• Processo de beneficiamento do arroz limitado apenas à
retirada da palha, sem seleção, polimento, secagem ou
empacotamento dos grãos
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• Cursos de capacitação realizados pelo SEBRAE,
PCPR, BNB, Cáritas e EMATER, principalmente
para o aproveitamento de castanhas, pedúnculo do
caju e fabricação de doces
• Cooperativa de cajucultores de Oeiras – COOMIA
• Maior oferta de cursos de capacitação em
gestão por parte do AG 15, uma vez que este se
encontra em fase mais adiantada no processo de
aproveitamento do caju e na fabricação de doces
• Limitação da expansão das atividades por causa da
precariedade da assistência técnica aliada à desorganização
das associações e das cooperativas
• Contemplação apenas do AG 15 com cursos de capacitação
para aproveitamento da castanha, do pedúnculo do caju e de
fabricação de doces
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3.3.6.Produçãoartesanal3
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• Confecção de cestas, chapéus, porta-revistas,
balaios, quibanes, vassouras, tapetes e esteiras
com palha, com destaque para Simplício
Mendes
• Produção de bordado, crochê e, em menor
proporção, de renda nos municípios do
Território
• Produção artesanal em Simplício Mendes no
período de férias rendendo de 3 a 4 salários
mínimos por artesão
• Outras atividades artesanais desenvolvidas em
alguns municípios: bijuterias, papel e cerâmica
• Produção artesanal de cajuína e doces em
alguns municípios
• Artesanato pouco diversificado e a maioria de baixa
qualidade
• Produção artesanal familiar, de pequena escala,
comercializada individualmente e muitas vezes na
própria residência
• Disponibilidade de espaço coletivo para a venda dos
produtos apenas em Simplício Mendes
• Redução da capacidade de investimento dos artesãos
em razão do seu baixo poder aquisitivo
• Artesãos do Território, em geral, receosos em contratar
crédito bancário
• Pouco aproveitamento dos insumos naturais para a
produção artesanal
tecn
olog
ia • Melhoria da qualidade de alguns produtos
artesanais graças às técnicas repassadas pelas
organizações de assessoramento
• Necessidade de máquinas e equipamentos para bordado
industrial
• Não aproveitamento do pedúnculo do caju para cajuína,
doce ou outros derivados
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• Centro de artesanato em Simplício Mendes
funcionando com apoio do PRODART e do
SEBRAE
• Melhoria da renda com confecção de bolsas,
bordado e crochê em Bela Vista do Piauí pelo
grupo de 10 mulheres do Projeto Economia
Solidária
• Participação dos artesãos em feiras locais e em
outros estados
• Desenvolvimento da arte da cerâmica com
marca e selo nos seus produtos em São João da
Varjota pela comunidade Potes (quilombolas)
desenvolve a arte da cerâmica com marca e selo
nos seus produtos;
• Desenvolvimento do artesanato nos municípios
por famílias que têm filhos participando do
PETI
• Fraca atuação coletiva dos artesãos e pouca visão
empreendedora da atividade artesanal
• Capacitação para qualificação e/ou aperfeiçoamento da
produção insuficiente
• Pequena venda dos produtos, mesmo nas feiras e nos
eventos
• Eventos para exposição e divulgação dos produtos em
apenas 3 meses/ano
• Em geral, ausência de selos de origem e qualidade nos
produtos artesanais
3 Atividade econômica de reconhecido valor cultural e social, com base na produção
de bens artísticos, utilitários e alimentares, caracterizada pela fidelidade aos proces-
sos tradicionais, cujo produto final é genuíno, sem prejuízo às inovações.
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3.3.7.Turismo
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• Apresentação no Território de arquitetura colonial e monumentos do século XVII, XVIII e XIX que fazem parte do patrimônio histórico-cultural, além da forte tradição religiosa
• Destaque, entre os atrativos naturais, para as grutas e os poços jorrantes, com o relevo acidentado propiciando esportes radicais
• A Barragem de Pedra Redonda, no município de Conceição do Canindé, é local de lazer e atrai pessoas dos municípios vizinhos
• Depredação e péssima conservação dos atrativos turísticos naturais, como, por exemplo, o Olho do Socotó em Campinas do Piauí
• Oferta de serviços na área de alimentação e hospedagem precária e deficitária quanto a quantidade e a qualidade
• Péssimas condições das estradas como fator limitante na atração de turistas
• Infra-estrutura hoteleira precária e insuficiente para atender à demanda
tecn
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ia • Existência de projeto para recuperação e tombamento da fábrica de manteiga em Campinas do Piauí, processo em análise pela Fundação Roberto Marinho
• Inexistência de estudo sobre as potencialidades turísticas, com exceção de Oeiras
• Precariedade no atendimento às demandas de serviços com aporte tecnológico (internet, serviços virtuais e outros)
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• Organização de eventos religiosos e culturais atraindo e integrando a população em todo o Território, como festas de padroeiros, aniversários das cidades, Festa do Vaqueiro
• Festividades de destaque quanto à religiosidade:- Monte Carmelo em São João da Varjota- Festa de Padre Cícero em Santa Cruz do Piauí- Procissão do Fogaréu em Oeiras. Todas atraem visitantes
• Centro de artesanato em Simplício Mendes apoiando artistas locais
• Pouco interesse do poder público em potencializar o turismo no Território
• Falta de divulgação dos pontos turísticos e desativação de muitos deles
• Ausência de profissionais qualificados voltados para a prestação de serviços turísticos
3.3.8.Comércioeserviços
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• Existência de empresas comerciais de bens e serviços em todos os municípios com maior dinâmica em Simplício Mendes e Oeiras
• A maior parte dos estabelecimentos comerciais existentes em Simplício Mendes e em Oeiras formada por micro e pequenas empresas e por empreendimentos informais
• Existência de pequenas instalações de hospedagem e alimentação em quase todos os municípios do Território
• Existência de mercados públicos em todos os municípios
• Comércio fortalecido nos primeiros 15 dias do mês, período de pagamento dos benefícios sociais e do funcionalismo público
• Juros de crédito para capital de giro considerados muito altos pelos comerciantes
• Subutilização dos mercados públicos, alguns funcionando apenas uma vez por semana – produtos ofertados sem quantidade, qualidade e variedade para atender às necessidades do consumidor
tecn
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ia • Existência de caixas eletrônicos bancários em Oeiras e em Simplício Mendes
• Municípios dependentes de serviços comerciais mais avançados dos pólos de Oeiras, Picos e Floriano
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• Associação Comercial em Oeiras• ASCON (Associação Comercial, Industrial e Agricultura)• CDL – Oeiras• Secretaria de Indústria e Comércio• Agência arrecadadora da Fazenda do Estado – 4a
Regional• Posto Fiscal Fazendário• CREA – Oeiras
• Organizações de representação comercial pouco articuladas e mal estruturadas
• Custo das compras realizadas pelos comerciantes elevado em razão da inexistência de grupos organizados para realização de compras em atacado
• Deficiência na qualificação dos comerciantes em gestão de negócios e dos funcionários para atendimento ao público
• Dinâmica comercial dos municípios dependente dos recursos dos programas sociais do governo federal, de aposentadorias rurais, funcionários públicos municipais e FPM
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3.3.9.Instituiçõesfinanceirasecrédito
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• Agências bancárias:- Banco do Brasil (Simplício Mendes, Oeiras e
Santa Cruz)- Caixa Econômica (Simplício Mendes e Oeiras)
• BNB em Oeiras• Banco Postal dos Correios/Bradesco em alguns
municípios• Unidades do Caixa Aqui em todos os municípios do
Território• Linhas de crédito para agricultura familiar:
PRONAF4 A, B, C, D, FNE Rural, FNE Serviços, Comércio e Indústria e Banco da Terra
• Oferta de serviços bancários concentrados em apenas dois municípios
• Dificuldade de acesso ao crédito por parte dos pequenos produtores devido a distância das agências bancárias do BB, do BNB e da CEF
• Falta de financiamento pelo BNB, apesar da existência de linhas de crédito para o segmento, das atividades não agrícolas em Simplício Mendes
• Limitação da aquisição de financiamento bancário (exceção do PRONAF B) em razão da existência de proprietários de terras recebidas por meio de herança, não inventariadas e sem o título de propriedade
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ia • Disponibilidade de serviços de auto-atendimento com cartões eletrônicos
• Utilização de poucos meios para divulgação das linhas de crédito disponíveis aos produtores
• Dificuldade dos pequenos produtores de usar cartões eletrônicos nos serviços bancários
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• Maior volume de financiamento pelo PRONAF destinado à aquisição de ovinos e caprinos e, em menor quantidade, à avicultura e aos suínos
• Atuação do BNB, com liberação de crédito para a ovinocaprinocultura, a bovinocultura, o comércio (capital de giro) e a agricultura de sequeiro
• Baixo número de operações creditícias para o Território• Burocracia dos bancos e a falta de documentação das terras
dificultando o acesso ao crédito• Insuficiência de profissionais disponíveis nas instituições de
assistência Técnica e empresas particulares para elaborar os projetos demandados para apreciação do PRONAF
• Ausência de visão empreendedora da maioria dos produtores do Território
4 PRONAF B, C e D – linhas de crédito com limites diferenciados de acordo com as condições socioeconômicas dos produtores.
Agricultura irrigada
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3.3.10.Situaçãofundiária
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• Identificação de 33 assentamentos do INCRA, do Crédito Fundiário e do Banco da Terra contemplados com boa infra-estrutura social e produtiva
• Aptidão agrícola das terras desapropriadas e estradas em condições razoáveis de tráfego
• Predomínio de pequenas propriedades rurais nos municípios do Território
• A grande maioria dos agricultores familiares trabalhando como arrendatários ou parceiros, por não serem proprietários de terra
• Algumas áreas ocupadas pelos trabalhadores rurais sem reconhecimento formal como assentamentos
• Dificuldade para a aquisição de carta de anuência pelos posseiros ou “moradores” de propriedades rurais de terceiros para obtenção de crédito rural, exceto PRONAF B
• Não-aproveitamento de muitas áreas para agropecuária, apesar do potencial destas para a ovinocaprinocultura e para o cultivo de diversas culturas
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• Tentativa, em quase todas as comunidades assentadas, de seguir o modelo da horta comunitária implantada por Padre Geraldo, com cultivo responsável e sem agressão ao meio ambiente
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• Aumento da participação das mulheres nos sindicatos dos trabalhadores rurais, representando a maioria do total de sindicalizados
• Existência de terras sem função produtiva e de propriedade do Estado em condições de reforma agrária, segundo os atores sociais, apesar do Território não contar com muitos latifundiários
• Pequenos produtores trabalhando em regime de parceria com pagamento de meia pelo arrendamento da área trabalhada
3.3.11.Infra-estrutura
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• Barragens Pedra Redonda, em Conceição de Canindé, e Salinas, em São Francisco do Piauí, visam ao abastecimento d’água dos municípios circunvizinhos
• Existência de poços perfurados em parte do Território e alguns equipados com chafarizes
• Existência de muitas passagens molhadas, pontes de cimento e de madeira
• Campo de pouso em Oeiras• Existência de trechos rodoviários revestidos com
pavimentação asfáltica em Simplício Mendes• Exploração de águas subterrâneas, açudes,
barramentos e cisternas para abastecimento humano• Cerca de 50% das residências do Território com
energia elétrica, incluindo as áreas rurais e urbanas
• Freqüente queda de tensão de energia elétrica em Santo Inácio e Tanque do Piauí
• A maioria das estradas estaduais que interligam os municípios e as vicinais sem asfalto e em péssimas condições de tráfego
• Trechos rodoviários com leitos naturais ou improvisados• Grande parte das passagens molhadas precisando de
recuperação• Inexistência e/ou insuficiência de açudes públicos• Baixa cobertura de eletrificação e precariedade no
abastecimento de água em alguns municípios• Déficit de pavimentação e de rede de esgoto na maioria dos
municípios e em suas sedes
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ia • Implantação de eletrificação pelo Programa Luz para Todos
• Cisternas adaptadas construídas por intermédio do STTR e Igreja Católica
• Consumo em alguns municípios de água de olhos d’água e de cacimbas
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stão • Escritório da AGESPISA, da CEPISA e da
TELEMAR em alguns municípios• Atuação do PCPR, da FUNASA e de OGNs
na implantação de sistemas simplificados de abastecimento d’água e de eletrificação em comunidades rurais por intermédio de associações de moradores e produtores
• Insuficiência de energia disponível no entorno da Barragem Pedra Redonda para implantação de projetos produtivos
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Mel–arealidadenaconvivênciacomosemi-áridoO desenvolvimento da atividade apícola no Território começou a partir de ações da Igreja Católica, que tinha como objetivo garantir a permanência do homem no campo, por meio da inserção de mecanismos que possibilitas-sem a convivência com o semi-árido, como abertura de açudes, construção de cisternas, além de atividades geradoras de emprego e renda.
Inicialmente, a implantação de colméias deu-se no município de Simplício Mendes, mas gradativamente foi-se expandindo para outros municípios, e hoje praticamente todo o Território é produtor de mel, apresentando-se como alternativa viável de desenvolvimento e geração de renda, modificando as condições socioeconômicas dos agricultores familiares a partir da obtenção de uma renda mais efetiva.
A região semi-árida, na qual o Território está inserido, é, em geral, castigada por longas estiagens. Estas, por um lado, trazem sérias conseqüências à convivência humana e animal, e, por outro, tornaram-se aliadas do desenvolvimento da ativida-de apícola, já que esta necessita de pouca água e propicia o desabrochar das flores de plantas melíferas, que, aliás, são vegetações nativas do T-erritório. Esta florada diversificada tem propiciado um mel puro, de alta qualidade e sem agrotóxico.
Esse ambiente natural tem favorecido a ampliação dos negócios, com o au-mento do número de apicultores e de produção. Só a AAPI (Associação em Simplício Mendes) congrega cerca de 700 famílias. Segundo pesquisa da Embrapa (1998/1999), 18 mil famílias no estado estão envolvidas na atividade. A produção vem crescendo progressivamente, e em 2003 o Piauí produziu em torno de 3.100 toneladas, sendo uma parte destinada à ex-portação, levando o estado a ser classificado como o maior produtor de mel do Nordeste.
A necessidade de organização dos apicultores em torno de associações e cooperativas foi percebida em virtude da ampliação dos negócios da ativi-dade apícola, o que tem exigido ações conjuntas para o alcance de maiores resultados na produção, na produtividade e na qualidade dos produtos, bem como nas questões gerenciais, como a comercialização, a qualificação dos apicultores, o acesso à tecnologia e a presença forte de atravessadores, pro-blemas estes difíceis de serem resolvidos isoladamente.
Fonte: Informações dos atores sociais na imersão; www.pi.sebrae.com.br/comerc/apicultura,
21/10/2005; www.waxgreen.com.br/cn/artigos/Piauí, 21/10/2005
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3.4. resumo das atividades produtivas do aglomerado
Durante o processo de realização das oficinas, os atores so-ciais mapearam as atividades produtivas nos Aglomerados, buscando identificar em que estágio elas se encontram, usando como instrumento auxiliar o diagnóstico da dimen-são econômica.
Dessa forma, tem-se a seguir a representação gráfica que mostra cada atividade produtiva desenvolvida nos Aglome-rados de acordo com o estágio em que cada uma se encon-tra. Como se observa, as atividades consideradas tradicio-nais, como a agricultura de sequeiro, aparecem estagnadas ou em declínio, ocasionando a substituição por outras ativi-dades mais adaptáveis à região semi-árida.
Perfuração de poço profundo estratigráfico na Serra dos Prazeres – São João do Canabrava-PI
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déestágio em que se encontram as atividades em cada aglomerado
atividades em declínio estagnada em expansão tendência
Ovinocaprinocultura AGs 15 e 16 AGs 15 e 16
Apicultura AGs 15 e 16 AGs 15 e 16
Cajucultura AG 16 AGs 15 AGs 15 e 16
Mandiocultura AG 16 AG 15
Mamona AGs 15 e 16
Agriculturadesequeiro AGs 15 e 16
Cotonicultura AGs 15 e 16
Extrativismodopódacarnaúba AGs 15 e 16
Bovinocultura(corteeleite) AGs 15 e 16
Avicultura AGs 16
Cana-de-açúcar AGs 15
Figura 2. Mapeamento das atividades produtivas
Figura 3. Mapeamento das atividades produtivas agregadas
Atividadesemdeclínio Atividadesestagnadas Atividadesemexpansão Tendências
Mandiocultura Extrativismo
(pó da carnaúba)
Ovinocaprinocultura Mamona
Cotonicultura Avicultura Apicultura Ovinocaprinocultura
Cana-de-açúcar Agricultura de sequeiro Cajucultura Apicultura
Bovinocultura
(corte e leite)
Cajucultura
Extrativismo mineral
De acordo com os participantes, as atividades produtivas que se apresentam em declínio, como as culturas de man-dioca, cana-de-açúcar e algodão, têm como fatores causais os atuais preços dos produtos praticados no mercado, a bai-xa capacidade competitiva do produto com outros merca-dos e o baixo nível tecnológico utilizado na produção.
Como já ressaltado anteriormente, as atividades produtivas consideradas estagnadas, como o milho, o feijão e o arroz, caracterizadas por agricultura de sequeiro, continuam sen-do produzidas pelos agricultores porque fazem parte dos produtos básicos do autoconsumo familiar.
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Outras atividades, como a bovinocultura, o extrativismo do pó da carnaúba, a avicultura e a cajucultura, esta últi-ma com ocorrência no AG 16, também fazem parte do rol de atividades estagnadas, resultantes dos baixos preços dos produtos – principalmente os produtos do extrativismo – das precárias estruturas de comercialização e do baixo nível tecnológico.
No que diz respeito às atividades em expansão, os atores sociais apontaram a apicultura, a ovinocaprinocultura e a cajucultura, em razão das condições ambientais favoráveis, da oferta de crédito, do desenvolvimento de novas tecno-logias e da abertura de mercados externos. Essas mesmas atividades, juntamente com a cultura da mamona, foram indicadas como atividades de tendência, com perspectiva de crescimento graças aos incentivos governamentais e aos fatores anteriormente enfatizados.
Com se observa no mapeamento agregado das atividades produtivas mais relevantes do Território e de acordo com os depoimentos dos atores sociais, não se verificam ativi-dades consolidadas. Além dos fatores limitantes já citados, outros vinculados à infra-estrutura de suporte às atividades produtivas também contribuem para essa restrição, como a baixa cobertura da energia elétrica, principalmente no meio rural, as estradas intransitáveis e o abastecimento d’água deficiente, além da irregular prestação de serviços sociais.
Mesmo o Território não apresentando atividades produ-tivas consolidadas, a apicultura, a ovinocaprinocultura e a cajucultura têm grande relevância no contexto eco-nômico, contribuindo para desencadear um processo de inclusão social e geração de renda, bem como para desen-volver atividades empresariais inerentes às suas cadeias produtivas.
Box 5
Produçãoartesanal–umcaminhodesustentabilidadeNo Território Vale do Rio Canindé, a produção artesanal apresenta-se como uma alternativa produtiva relevante para a inclusão social de determinados grupos produtivos artesanais na geração de trabalho e renda.
Nesse sentido, identificam-se vários grupos de produção artesanal em pelo menos cinco municípios (Simplício Mendes, Bela Vista do Piauí, Campinas do Piauí, Isaías Coelho e São João da Varjota), organizados sob a forma de associações e grupos informais. De modo geral, predomina nessas organi-zações a participação de mulheres que se dedicam à confecção de bordados e crochês e produtos oriundos da palha e da argila.
O município de Simplício Mendes dispõe de um centro de artesanato que atende vários artesãos do Território. Atualmente, estão cadastrados 85 ar-tesãos que contam com o apoio de instituições com experiência no assesso-ramento desse tipo de atividade.
Assim, vale destacar a experiência de organização da Comunidade Potes, no município de São João da Varjota, formada por 35 famílias cuja popu-lação é descendente de escravos (quilombolas), que mantêm a tradição de confeccionar peças de cerâmica de forma artesanal. Essa atividade envolve todos os membros das famílias, chegando a alcançar uma produção de 800 peças/mês.
O grupo de artesão da Comunidade Potes comercializa seus produtos com base na concepção da economia solidária, e toda a produção é vendida tanto no Piauí como em outros mercados nacionais e internacionais. Ressalte-se que as famílias dessa comunidade têm vinculação com a agricultura familiar e dedicam-se, no período das chuvas, ao cultivo de milho, feijão e mandio-ca, produtos estes que garantem o autoconsumo familiar.
Fonte: www.acessepiaui.com.br, 21/10/2005; www.pi.sebrae.com.br, 26/10/2005; informações dos
atores sociais na imersão
ÁreaS De reLevaNte iNtereSSe cOLetivO apreSeNtaDaS pOr DiMeNSãO 4
Fruticultura irrigada – projeto de irrigação – Santa rosa-pi
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ne Os participantes das Oficinas dos Aglomerados, apoiados nas potencialidades e nas limi-tações do diagnóstico das dimensões econômica (atividades produtivas e infra-estrutura), ambiental e sociocultural, identificaram áreas que são de especial relevância aos interesses coletivos de cada Aglomerado, como demonstram as figuras a seguir.
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Projeto Piloto de Irrigação – Santa Rosa-PI
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COLÔNIADO PIAUÍ
SÃO FRANCISCODO PIAUÍ
CAJAZEIRASDO PIAUÍ
OEIRAS
SÃO JOÃODA VARJOTA
SANTA ROSADO PIAUÍ
AG 15
TANQUEDO PIAUÍ
SANTA CRUZDO PIAUÍ
PAQUETÁ
DOM EXPEDITOLOPES
WALL FERRAZ
Dimensão sociocultural
Investimento na infra-estrutura de escolas e unidades de saúde
Capacitação dos profissionais de educação e saúde
Ampliação dos serviços de saúde
Resgate da cultura local
Dimensão ambiental
Revitalização dos recursos naturais do Vale do Rio Canindé
Exploração não predatória dos recursos naturais
Fiscalização e adequação dos aterros sanitários
Aumento do investimento para tratamento de água, esgoto e lixo
infra-estrutura
Recuperação das estradas
Ampliação dos serviços de energia elétrica e abastecimento d’água
produção
Fomento à agricultura irrigada e à fruticultura Desenvolvimento das cadeias produtivas da cultura de caju e da ovinocaprinocultura
Incentivo à olericultura e à mandiocultura
Assistência técnica constante
aGLOMeraDO 15
Dimensão econômica
Figura 4. composição das áreas de rele-vante interesse coletivo no aG 15
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SIMPLÍCIO MENDES
AG16
CAMPINASDO PIAUÍ
CONCEIÇÃODO CANINDÉ
SANTO INÁCIODO PIAUÍ
FLORESTA DO PIAUÍ
ISAIAS COELHO
BELA VISTA DO PIAUÍ
SÃO FRANCISCO DE ASSIS DO PIAUÍ
Dimensão sociocultural
Contratação de pessoal
para atender à demanda
na área de saúde
Melhoria das condições
estruturais das unidades
de saúde
Recuperação de escolas
Capacitação dos profissio-
nais das áreas de saúde e
educação
Implantação de programas
de revitalização e valoriza-
ção da cultura local
Dimensão ambiental
Revitalização dos recursos naturais do Vale do Rio Canindé
Aumento da fiscalização às ações predatórias ao meio ambiente
Aumento do serviço de coleta de lixo, principalmente na zona rural
Implantação de ações de saneamento básico
infra-estrutura
Recuperação das estradas
Ampliação dos serviços de
energia elétrica e a abaste-
cimento d’água
produção
Fomento à agricultura
irrigada e à fruticultura
Apoio à apicultura e à
ovinocaprinocultura
Fomento à bovinocultura, à
cajucultura, à piscicultura
e à mandiocultura
Incentivo à olericultura
Aumento da oferta de
assistência técnica
aGLOMeraDO 16
Dimensão econômica
Figura 5. composição das áreas de rele-vante interesse coletivo no aG 16
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Quando da análise das áreas de interesse coletivo realizada nas oficinas, observou-se a necessidade de identificar as rela-ções de interação entre as diferentes dimensões contextuali-zando-as no Território.
Na dimensão sociocultural, tanto na saúde como na educa-ção, os aspectos mais relevantes tratados referem-se à ne-cessidade de se focalizar processualmente a capacitação e a qualificação dos profissionais das referidas áreas, bem como investir na melhoria da infra-estrutura atualmente existente para que os serviços prestados à população apresentassem qualidade digna para o cidadão.
Na dimensão ambiental, a conservação dos recursos naturais sugerida traz como enfoque vincular o tratamento ambiental à dimensão social, com ações de saneamento básico, como coleta de lixo, aterros sanitários e tratamento de água.
Na dimensão econômica, do ponto de vista das ações de apoio às atividades produtivas, foram consideradas rele-vantes a recuperação das estradas e a ampliação dos ser-viços de energia elétrica e abastecimento d’água, como também ações de fomento e crédito para as atividades produtivas desenvolvidas no Território, conjugando a aquisição de tecnologias e a ampliação dos serviços de as-sistência técnica continuada.
Assim, para assegurar a relação de interdependência e complementaridade entre as diversas dimensões, os atores sociais enfatizaram a necessidade de fortaleci-mento das organizações coletivas de controle social, principalmente com capacitação voltada para os proces-sos de gestão participativa, para que tenham condições de atuar na implementação das ações setoriais das polí-ticas públicas.
Figura 6. convergência e interdependência das proposições
Desenvolvimento sustentável
apicultura
Meio ambiente
cajucultura
abastecimento de água
rodovias
Olericultura
energia elétrica
Mandiocultura
Ovinocaprinocultura
Saúde
Saneamento básico
agricultura irrigadaBovinocultura
educação
prOjetOS para O territóriO 5
Buritis – paisagem típica – vale do rio canindé-pi
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ne As ações propostas pelos atores sociais, consideradas desencadeadoras do desenvol-vimento sustentável no Território nos diferentes níveis de abrangência, envolvem as diversas esferas (federal, estadual e municipal) quanto à sua governabilidade. Nesse sentido, as ações que estão consubstanciadas em políticas públicas de educação, saúde e assistência social são consolidadas por programas federais e estaduais articulados com os municípios.
Essas instâncias de governabilidade, se bem articuladas por um modelo de gestão de políticas públicas, permitem a otimização e o adensamento dos recursos públicos, con-centrando os esforços de implementação das ações socioculturais de desenvolvimento, construídos pelos Territórios, a partir da ampliação das relações e do comprometi-mento entre os municípios e os estados para tornar efetivas as ações de um projeto coletivo.
Dessa forma, a proposta de desenvolvimento territorial contemplada no PLANAP con-siste em demandas centradas na infra-estrutura social e de apoio à produção, hierarqui-zadas de acordo com seu papel e impacto para o desenvolvimento da região; propostas de projetos ambientais compreendidas como pré-requisitos para qualquer política de de-senvolvimento sustentável; e três atividades produtivas, que devem funcionar como os propulsores do desenvolvimento, diminuindo a exclusão social e favorecendo o processo de geração e distribuição de renda.
5.1. processo de priorização das propostas de projetos
Em virtude das Oficinas de Aglomerados terem ocorrido simultaneamente, constatou-se que a partir do exercício de mapeamento das atividades produtivas os dois Aglomerados fizeram análises convergentes quanto à classificação dos estágios das atividades. A partir daí, os participantes optaram pela elaboração de cinco propostas de projetos considerados pertinentes ao desenvolvimento do Território, com horizonte temporal de até vinte anos, os quais foram trabalhados em cinco grupos específicos, envolvendo os atores dos dois Aglomerados.
As propostas dos projetos produtivos, de infra-estrutura e de meio ambiente foram apre-sentadas em plenária e validadas após a inclusão de complementações necessárias e possí-veis. Com a validação concluída, foi realizada a priorização dos projetos produtivos pelos atores sociais presentes à oficina, utilizando como instrumento metodológico a matriz de multicritérios.
Conforme demonstra a figura a seguir, as três propostas de projetos priorizados foram:
· apicultura; · ovinocaprinocultura; · cajucultura.
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Figura 7. Matriz de multicritérios
variáveis
projetos
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Apicultura5 5 5 5 5 25 1o
Ovinocaprinocultura5 5 5 5 5 25 1o
Cajucultura5 5 5 5 5 25 1o
Mandiocultura4 4 3 3 4 18 2o
Mamona5 3 3 3 3 17 3o
Peso 5 = muito bom; peso 4 = bom; peso 3 = regular; peso 2 = fraco; peso 1 = muito fraco. Para o critério prejuízo sobre o meio ambiente, inverteu-se a leitura anterior, sendo peso 5 = muito
fraco; peso 4 = fraco; peso 3 = regular; peso 2 = forte; peso 1 = muito forte.
5.2. projetos prioritários para geração de renda e inclusão social
A apicultura, a ovinocaprinocultura e a cajucultura fo-ram as atividades apontadas na matriz de multicritérios e pontuadas pelos atores sociais como estratégicas e es-truturantes, capazes de promover o desenvolvimento do Território, gerando emprego e renda e contribuindo para a redução da exclusão social.
Esses projetos considerados estruturadores da atividade produtiva fazem parte de uma estratégia de desenvolvi-mento da Bacia do Parnaíba, com horizonte de tempora-lidade de vinte anos, que abrange diversos programas, os quais estão contemplados no documento PLANAP – visão estratégica da bacia.
Cada uma das propostas de projetos traz objetivo, prin-cipais atividades, metas, resultados esperados e custos estimados. Ressalta-se que os custos dos projetos pro-dutivos são referentes aos quatro primeiros anos de im-plantação.
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5.2.1.Apicultura
OBjetivO
contribuir com o desenvolvimento da apicultura no território, apoiando as iniciativas existentes e
estimulando a criação de novos empreendimentos
principais atividades• Implantação de assistência técnica permanente por
meio do assessoramento técnico, organizacional e
gerencial
• Seleção e capacitação de uma equipe técnica para
prestação de assessoria
• Construção de uma estratégia de mercado por meio da
elaboração de um plano de negócio e marketing
• Capacitação dos apicultores voltada para a tecnologia de
produção, o beneficiamento, a comercialização e a gestão
• Implantação de tecnologia voltada para a apicultura
com foco nas técnicas de manejo das colméias,
reprodutivo e sanitário, alimentação artificial, colheita
e processamento
Metas• 900 apicultores beneficiados em 4 anos
• Elevação do número de famílias envolvidas de 1.500
para 4.000 até 2010
• Implantação de 80 casas de mel até 2010
• Implantação de dois entrepostos de mel, sob a forma de
associação e/ou cooperativa em 4 anos
• Aumento da produção e da produtividade de mel de 20
kg para 35 kg por colméia em 4 anos
custo total
US$ 1.00
Fomento
1.794,00
reSULtaDOS eSperaDOS• Melhoria da qualidade de vida da população do Território
• Comercialização da produção por meio de rede de organizações
• Apicultores com suas áreas de exploração estruturadas
• Associações e cooperativas com atuação eficiente
• Melhoria da qualidade do mel e de outros produtos
• Diversificação da produção de produtos e subprodutos incrementando a renda
Valor do dólar: R$ 2,35 – 30/06/2005.
5.2.2.Ovinocaprinocultura
OBjetivO
Dinamizar a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura no território vale do rio canindé
principais atividades• Mapeamento da área produtiva territorial para
cadastramento e seleção dos produtores beneficiários
• Capacitação de técnicos e criadores envolvidos
no projeto num processo interativo, permanente e
sistemático
• Identificação das necessidades de infra-estrutura
coletiva de suporte para beneficiamento e
comercialização dos produtos e dos subprodutos
• Aquisição de matrizes de boa qualidade genética no do
padrão tecnológico adotado pelo projeto
• Assessoramento técnico organizacional e gerencial aos
criadores
Metas• 1.290 produtores capacitados e organizados em
associações e cooperativas em 4 anos
• Aumento da produtividade dos rebanhos, com elevação
da taxa de desfrute de 15% para 40% e redução do
índice de mortalidade de 40% para 10% em 5 anos
• Construção de 2 abatedouros que beneficiem 7.600
produtores em 10 anos
• Comercialização de 40% dos produtos e dos subprodutos
derivados da ovinocaprinocultura por meio de redes de
organizações de produtores em 5 anos
• Formação de equipe de assessoramento composta por
técnicos e monitores para atuar nos primeiros 5 anos
custo total
US$ 1.00
Fomento
984,00
Crédito
3.873,00
reSULtaDOS eSperaDOS• Melhoria da qualidade de vida das famílias dos criadores
envolvidos no projeto
• Inserção dos produtos locais nos mercados regional, estadual
e nacional
• Aumento no rendimento da carcaça dos ovinos e dos caprinos
• Assistência técnica sistemática e eficaz às unidades produtivas
• Geração de emprego e renda
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5.2.3.Cajucultura
OBjetivO
Dinamizar a atividade da cajucultura no território, com ênfase na produção e no beneficiamento
principais atividades• Cadastramento e seleção dos agricultores beneficiários do projeto
• Contratação de uma equipe técnica e capacitação dos técnicos e
produtores de forma sistemática e continuada
• Assessoramentos tecnológico, organizacional e gerencial aos
agricultores
• Implantação de um jardim clonal visando à oferta de mudas da cultura
• Implantação de áreas de cultura melhorada geneticamente nos
municípios que ainda não desenvolvem a atividade da cajucultura
• Ampliação e melhoramento genético nos municípios que já
desenvolvem a cajucultura
• Identificação e implantação de infra-estrutura coletiva de suporte à
atividade
• Implantação de unidades de beneficiamento da castanha do caju e
do pedúnculo
Metas• Implantação de 6 unidades de transferência de
tecnologia na produção de cajuína, sucos, doces
e outros derivados em 5 anos
• Implantação e recuperação de 10 mil hectares
de caju-anão precoce em 4 anos
• Implantação de 3 unidades de beneficiamento
em 4 anos
• Capacitação de 1.800 agricultores em 5 anos
• Produção de 2.500.000 mudas de caju-anão
precoce em 5 anos
custo total
US$ 1.00
Fomento
1.245,00
Crédito
4.544,00
reSULtaDOS eSperaDOS• Produtores capacitados em toda a cadeia produtiva da
cajucultura
• Unidades de beneficiamento funcionando com eficiência e eficácia
• Tecnologia apreendida pelos produtores da cajucultura
• Produtos da cajucultura consolidados no mercado consumidor
nacional e internacional
• Melhoria da qualidade de vida
• Agregação de valor aos produtos e ampliação da renda familiar
5.3. condicionantes para implementação dos projetos prioritários
As propostas de projetos de infra-estrutura e de meio am-biente foram conduzidas de forma que buscassem ações convergentes com as atividades produtivas priorizadas para o Território, no intuito de ampliar o impacto dos investi-
mentos a serem realizados. As referidas propostas são apre-sentadas a seguir, contemplando objetivo, principais ativi-dades, metas, resultados esperados e custos, este último somente para infra-estrutura.
Cajucultura
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5.3.1.Infra-estrutura
OBjetivO
Fomentar o desenvolvimento das atividades produtivas e sociais
principais atividades• Pavimentação e recuperação asfáltica
• Construção e recuperação de barragens e adutoras
• Construção de pontes
• Ampliação do sistema de abastecimento de água
• Perfuração e manutenção de poços
• Ampliação da subestação e da rede de
distribuição de energia elétrica
• Instalação de telefones públicos
Metas• Pavimentação e recuperação de 723 km de estradas em 6
anos
• Construção de pequenas barragens em 10 anos
• Conclusão da Barragem Riacho Fundo em Paquetá em 1 ano
• Construção de 1 adutora em 7 anos
• Construção de 2 pontes e 1 passagem molhada em 4 anos
• Construção de sistema simplificado de abastecimento no
Território
• Perfuração de 104 poços na área rural em 4 anos
• Ampliação da subestação de energia elétrica em 5 anos
• Instalação de 120 telefones públicos na área rural em 4 anos
custo5 total
US$ 1.00
61.532,00
reSULtaDOS eSperaDOS• Melhoria da qualidade de vida da população
• Geração de emprego e renda
• Atração de novos investimentos para o Território
• Facilidade no escoamento da produção
• Aumento do fluxo de turistas
• Utilização da água da Barragem Pedra Redonda por meio
da adutora construída
5 Em razão do processo metodológico diferenciado que caracterizou a construção do Plano de Ação do Vale do Canindé, não foram quantificadas adequadamente as
metas referentes à ampliação da rede de distribuição de energia, a qual deverá ser detalhada em um momento posterior. Em relação à instalação de telefones públi-
cos, esta deverá ser negociada com a concessionária que atua no Território para cumprimento do contrato de privatização.
5.3.2.Meioambiente
OBjetivO
recuperar, preservar e conservar os recursos naturais do território vale do rio canindé
principais atividades• Levantamento da área atingida e/ou propícia à erosão
• Aplicação de práticas de conservação de solos para correção
de processos erosivos em andamento, evitando-se o início de
novos eventos semelhantes
• Monitoramento das áreas com mata ciliar nos períodos
críticos correspondentes aos meses de setembro a dezembro
• Recuperação das matas ciliares de rios, riachos, córregos e
açudes
• Seleção, capacitação e formação de monitores em educação
ambiental
• Estímulo à criação de conselhos de meio ambiente
Metas• Identificação do grau de erosão encontrado no Território em 2 anos
• Reflorestamento e conservação de cerca de 57.000 ha de terras ao
longo de 20 anos
• Implantação de 19 centros de produção de mudas nativas e frutíferas
em 10 anos
• Recuperação de 15.000 ha de área com solos erodidos em 10 anos
• Recuperação de 300 km da mata ciliar do rio Canindé e de seus
afluentes em 8 anos
• Capacitação em educação ambiental de 500 jovens estudantes da
rede pública em 4 anos
• Implantação de 1 conselho de meio ambiente em cada município do
Território em 6 anos
reSULtaDOS eSperaDOS• Melhoria da qualidade de vida da população
• Redução dos impactos negativos ao meio ambiente
• Revitalização dos ecossistemas
• Aumento do nível de conscientização de ações não predatórias ao
meio ambiente
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5.4. Outros projetos do território
As propostas de projetos referentes às culturas da man-dioca e da mamona apresentam relevância para o desen-volvimento do Território: a primeira por fazer parte do rol das atividades consideradas necessárias para o auto-consumo familiar e ser largamente cultivada no Território e a segunda pelo Território oferecer condições para seu
desenvolvimento. No entanto, essas atividades produtivas apresentaram menor pontuação, segundo a matriz de mul-ticritérios.
Em seguida apresentam-se objetivo, principais atividades, me-tas e resultados esperados das referidas propostas de projetos.
5.4.1.Mandiocultura
OBjetivO
revitalizar a cultura da mandioca na agricultura familiar
principais atividades• Estudo de variedades propícias ao Território e ao mercado• Cadastramento dos produtores de mandioca• Levantamento das casas de farinha existentes no Território• Assistência técnica permanente aos agricultores• Capacitação para produção de farinha, goma, polvilhos e
ração de qualidade• Criação de uma cooperativa atrelada à capacitação no
tocante às questões gerenciais
Metas• Ampliação da área plantada de 1.500 ha para 2.500 ha de 2006 a
2009• Aumento da produtividade de 15 t/ha para 20 t/ha em 5 anos• Revitalização de todas as casas de farinha existentes no Território• Construção de 100 casas e aviamentos para todo o Território de
2005 a 2009
reSULtaDOS eSperaDOS• Ampliação da oferta de trabalho, emprego e renda das
famílias dos agricultores• Diversificação dos produtos e dos subprodutos da mandioca• Unidades de beneficiamento funcionando com eficiência e
eficácia
• Melhoria na qualidade dos produtos e dos subprodutos da mandioca• Acesso aos mercados regionais e nacionais• Agricultores capacitados na cadeia produtiva da mandioca e na
gestão do seu negócio
5.4.2.Mamona
OBjetivO
implantar a cadeia produtiva da mamona no território
principais atividades• Divulgação da cultura da mamona• Capacitação dos produtores para a apreensão de
conhecimento sobre a produção e a comercialização da mamona
• Uso tecnológico adequado no cultivo da mamona• Assessoramento técnico na consorciação de culturas
(mamona x feijão)• Manutenção da cultura isenta de pragas, doenças e ervas
daninhas• Uso de sementes selecionadas• Introdução de mecanização no preparo do solo
Metas• Capacitação de 200 produtores de mamona em 5 anos• Implantação de 800 hectares da cultura no período de 5 anos• Construção de planta industrial no Território para a fabricação do
biodiesel em 10 anos
reSULtaDOS eSperaDOS• Aumento da oferta de matéria-prima para a fabricação de
biodiesel• Agregação de valor aos produtos
• Melhoria da qualidade de vida da população envolvida no projeto• Aumento da renda familiar• Aumento da produção e da produtividade
NOva iNStitUciONaLiDaDe a eFiciêNcia cOLetiva 6
casario antigo em Oeiras-pi
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“Nunca duvide da força de pequeno grupo de pessoas para transformar a realidade. Na verdade eles são a única esperança de que isso possa acontecer.”
Margaret Mead
O diferencial do Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba (PLA-NAP) está justamente na capacidade de elaboração coletiva que os atores sociais demons-traram durante o processo de construção do plano. O próprio desenho metodológico do processo gerou nos atores sociais, durante as oficinas, grande expectativa do que virá depois, transformando a mesmice em iniciativas continuadas para a definição da forma de gestão.
Compreender os processos de organização e gestão na Bacia do Rio Parnaíba requer pri-meiro remeter-se ao universo das organizações públicas e privadas existentes que atuam no Território, que pelas informações levantadas, em nível primário e secundário, seriam suficientes para sustentar os diferentes processos de gestão nas dimensões econômica, so-ciocultural, ambiental e político-institucional.
No entanto, as organizações públicas e privadas – unidades regionais técnicas, gerências, comitês, conselhos, associações, ONGs, cooperativas, empresas públicas e privadas, cen-tros sociais e instituições financeiras – não conseguem desenvolver uma gestão cuja função seja a de “construir organizações que funcionem”, quer na implantação, quer na implemen-tação e no controle, com o uso de instrumentos de monitoramento e avaliação de ações.
A gestão, na visão mais ampla, tem por natureza, segundo Ruy Matos, a função organiza-cional voltada para a liderança, a coordenação, o planejamento, o controle, a orientação e a integração das ações implantadas nos diversos níveis e setores da organização. Tudo isso é fundamentado nas seguintes premissas básicas:
• senso de propósitos e valores compartilhados;• agregação de valor mútuo;• compromissos e responsabilidades;• confiança e transparência na comunicação;• abertura à mudança de paradigmas.
Porém, o que se observa na prática das organizações é a total desarticulação entre elas, além do distanciamento da concepção de gestão em relação a essas premissas básicas fundamen-tais para a formação de parcerias e alianças.
É importante mencionar que as organizações existentes lidam com a incapacidade de trazer a gestão para o centro da organização. O desafio está não somente em criar, mas sim em contribuir para que as organizações de agora e as que vierem a ser constituídas descubram seus propósitos e seu sentido maior na sociedade.
Vários caminhos poderão ser trilhados para a formação de uma nova institucionalidade, mas, hoje, a focalização que conduz às mudanças sociais no campo político-democrático está estruturada tendo por natureza jurídica algumas organizações cujas características estão apresentadas no Quadro 6.
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Formas características
comitê de Bacia
O que é Órgão colegiado
Objetivo Normatizar, deliberar e consultar
Princípios Definidos no regimento interno
Gestão/organização Diretoria, secretaria executiva, plenária, câmaras técnicas e câmaras consultivas regionais
Composição Representantes da União, dos estados, dos municípios, dos usuários das águas, de entidades civis, conforme abrangência geográfica da bacia
Lei que regula Criado por decreto federal com base na Lei no 9.433/97
Fórum
O que é Espaço aberto que congrega instituições públicas e privadas, representações de classe, segmentos organizados da sociedade, universidades e instituições financeiras
Objetivo Desenvolvimento regional
Princípios Comprometimento, ética, participação democrática e resultados tangíveis socialmente justos e ecologicamente corretos
Gestão/organização Secretaria executiva e câmaras temáticas
Composição Plural e ilimitada
OS
O que é Entidade privada prestadora de serviço privado de interesse público
Objetivo Voltado ao ensino, à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico, à cultura, à saúde e ao meio ambiente
Princípios Podem ser definidos pelos membros. A lei estipula o funcionamento, os órgãos e as deliberações
Gestão/organização Formado por membros do poder público e da sociedade civil com contrato de gestão com a sociedade civil
No de associados Ilimitado
Lei que regula Lei no 9.637/98
ONG
O que é Organização sem fins lucrativos, autônoma, voltada para o atendimento de organização de base popular
Objetivo Contribuir para o desenvolvimento da sociedade por meio da promoção social complementando a ação do Estado
Princípios Definidos pelos membros a partir das idéias que os unem
Gestão/organização Gerida pela assembléia-geral e pela diretoria executiva
No de associados Ilimitado
OScip
O que é Sociedade civil de direito privado sem fins lucrativos
Objetivo Social de interesse geral da sociedade, conforme artigo 4o da lei que a regula
Princípios Definidos na lei, de caráter ético e comportamental
Gestão/organização Definida em estatuto, sendo formada por sócios. É instituído um termo de parceria com o poder público
No de associados Ilimitado
Lei que regula Lei no 9.790/99
Quadro 6. Formas alternativas de gestão
Essa nova institucionalidade demanda o fortalecimento – ca-pacitação – das entidades que estejam nela representadas para que tragam consigo a capacidade da mobilização, da constru-ção, do empoderamento, da postura ética e da gestão.
Nesse sentido, o processo de construção dessa nova insti-tucionalidade deve propiciar as condições para o exercício
da articulação em rede dos atores dos Territórios, per-mitindo a busca de identidade, bem como a construção de plataformas de ações comuns às realidades que se conhece como diversas, respeitando-as e valorizando-as como tal, enfim, focando a inclusão social com geração e distribuição de renda na perspectiva do desenvolvimen-to sustentável.
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cera alveolada produzida no vale do rio canindé-pi
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7.1. Bibliografia consultada
ANA/GEF/PNUMA/OEA. Projeto de Gerenciamento Integrado das Atividades Desenvolvidas em Terra na Bacia do Rio São Francisco: Programa de Ações Estratégicas para o Gerenciamento Integrado da Bacia do Rio São Francisco e da sua Zona Costeira – PAE: GEF São Francisco: Relatório Final. Brasília, 2004.
ANA/GEF/PNUMA/OEA. Implementação de Práticas de Gerenciamento Integrado de Bacia Hidrográfica para o Pantanal e Bacia do Alto Paraguai: Programa de Ações Estratégicas para o Gerenciamento Integrado do Pantanal e Bacia do Alto Paraguai – PAE: Síntese Executiva. Brasília, 2004.
ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL 2000. PNUD Brasil. Disponível em http://www.pnud.org.br/atlas.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Relatório Completo do Zoneamento Ecológico-Econômico do Baixo Rio Parnaíba. Brasília, 2005.
BUARQUE, Sérgio. Construindo o desenvolvimento sustentável: metodologia e planejamento. 2002.
IBGE. Macrozoneamento Geoambiental da Bacia do Rio Parnaíba. Rio de Janeiro, 1996.
PIAUÍ. Secretaria de Planejamento. Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí – CEPRO. Anuário Estatístico do Piauí 2002. Teresina, 2004.
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7.2. Sites de interesse
ARTESANATO SOLIDÁRIO http://www.artesol.org.br
CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba http://www.codevasf.gov.br
DNIT – Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte http://www.dnit.gov.br
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária http://www.embrapa.gov.br
FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação http://www.fao.org
Governo do Estado do Piauí http://www.pi.gov.br
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística http://www.ibge.gov.br
INMET – Instituto Nacional de Meteorologia http://www.inmet.gov.br
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento http://www.mapa.gov.br
MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia http://www.mct.org.br
MI – Ministério da Integração Nacional http://www.integração.gov.br
MMA – Ministério do Meio Ambiente http://www.mma.gov.br
OEA – Organização dos Estados Americanos http://www.oea.org
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento http://www.pnud.org.br
RESERVA DA BIOSFERA DA CAATINGA http//www.biosferadacatinga.org.br
SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas http://www.sebrae.com.br
priNcipaiS atOreS Na eLaBOraçãO DO pLaNap para O territóriO
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Fazenda chupeiro – Oeiras-pi
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1. AnaVilsaGonçalvesdeAquinoPrefeituraRua Antônio Tapety, 851Cajazeiras do PiauíCEP: 64250-000(89) 3462 3778
2. ConceiçãodeMariadeSousaMartinsUESPIRua Projetada, 11, CentroCajazeiras do PiauíCEP: 64516000(89) 3432 0072
3. FranciscoRodriguesdeSousaIgreja CatólicaRua Amaro Carneiro, CentroCajazeiras do Piauí CEP: 64514000(89) 3432 0059
4. LeonildaBernardodaSilvaSTTRRua Araci FerreiraCajazeiras do Piauí CEP: 64514000(89) 3432 0031
5. RaimundodeHolandaSoaresConselho do FUMACPovoado GrotãoCajazeiras do Piauí CEP: 64517000(89) 3432 0001
6. RaimundoFilhoCardosodaSilvaSecretaria de AgriculturaRua Elizeu Ribeiro, CentroCajazeiras do Piauí CEP: 64514000(89) 3432 0001
7. ValmirRodriguesdeAraújoColônia de PescadoresRua Ana Araújo, RetornoCajazeiras do Piauí CEP: 64514000(89) 3432 0001
8. JoséVieiraGuedesSecretaria de AgriculturaRua do Matadouro, s/n, CentroColônia do Piauí CEP: 64516000(89) 3461-1138/[email protected]
9. FranciscoVelosoNetoCâmara MunicipalRua São José, s/n, CentroColônia do PiauíCEP: 64516000(89) 3461-1235/1191
10. DemilsonGomesdePinhoNúcleo Esportivo Associado de Oitis (NEARSSO)Rua São José, s/n, CentroColônia do PiauíCEP: 64516000(89) 3461-1192
11. FranciscaMariadeSousaSTTRCorte II, s/n, Zona RuralColônia do PiauíCEP: 64516000(89) 3461-1253
12. JoãoBorgesLealSTTRRua São José, s/n, CentroColônia do PiauíCEP: 64516000(89) 3461-1253
13. NeyMoreiradaSilvaCâmara MunicipalRua São José, s/n, CentroColônia do PiauíCEP: 64516000(89) 3461 1304
14. MarlaneRodriguesSepúlvidaEducaçãoAv. Dr. José Gusmão, 1022, CentroColônia do PiauíCEP: 64516000(89) 61-1252/[email protected]
15. FranciscoGonçalvesdosSantosEMATERAv. José Honório de Sousa, CentroDom Expedito LopesCEP: 64620000(89) 3444-1154/1309/1106
16. AntônioFerreiraSobrinhoCâmara Municipal/PrefeituraRua Projetada 2, CentroDom Expedito LopesCEP: 64620000(89) 3444-1212/1106/1262
17. PaulodeSousaSantosAssoc. Comum Trab. RuraisPovoado GaturianoDom Expedito LopesCEP: 64620000(89) 3444-9024
18. FernandesBelodeMouraAssociação ComunitáriaRua 13 de Maio, 299, CentroDom Expedito LopesCEP: 64620000(89) 3444-1205
19. FrancivaldeAraújoGonçalvesAssociaçãoRua 5 de Abril, 513, CentroDom Expedito LopesCEP: 64620000(89) 3444-1284/1218
20. AntônioMoreiradaSilvaSobrinhoAssociaçãoRua Zacarias de Góes, 79, CentroOeirasCEP:64500000
21. AlanDAlmeidaPachecoSecretaria de AgriculturaAv. Cândido Martins, 995, Oeiras NovaOeirasCEP: 64500000(89) 3462 1715
22. EveraldinodeBritoSáFilhoCODEVASF NERua André Holanda, 368 AOeirasCEP: 64500000(89) 3462 1214
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23. FirminoBarrosoJúniorSecretaria de AgriculturaRua Clodoaldo Freitas, 101, CentroOeirasCEP: 64500000(89) 3462 1384
24. CarladeAlmeidaLaurentinoMartinsSEBRAE/PIPraça das Vitórias, 112, CentroOeirasCEP: 64500000(89) 3462 [email protected]
25. CarlosRubemCamposReisPromotoria de JustiçaRua Cel. Mundico Sá, 102, CentroOeirasCEP: 64500000(89) 3462 [email protected]
26. JosevitaTapetyPontesPrefeituraRua Zacarias de Góes, 12, CentroOeirasCEP: 64500000(89) 3462 [email protected]
27. JoãoPaulodeOliveiraeSilvaIgreja CatólicaRua Acelino Portela, 72, CentroOeirasCEP: 64500000(89) 9405 6141
28. LuizNonatoLinoFilhoUESPIConj. Nogueira Tapety, Quadra A, Casa 30OeirasCEP: 64500000(89) 8801 [email protected]
29. MárioMarquesPereiraSONARAv. Duque de Caxias, 901OeirasCEP: 64500000(89) 3462 [email protected]
30. RitadeCássiaeSilvaLima8a GREAv. Cândido Aleixo, 458OeirasCEP: 64500000(89) 3462 1667
31. SebastiãoBorgesdeOliveiraAssentamento Beira do RioBR 230, km 10, Chapada do CorsacoOeirasCEP: 64500000(89) 3462 3704
32. WashingtonLuísdeAraújoEMATER/PIRua André Holanda, 385OeirasCEP: 64500000(89) 3462 [email protected]
33. HélioSoaresLealEMATERRua André Holanda, 385OeirasCEP: 64500000(89) 3462 [email protected]
34. FranciscodeAssisSantoseSousaAssociação PiquiseiroOeirasCEP: 64500000(89) 3462 4021
35. FranciscoCustódioSobrinhoSTTRRua Filomeno Portela, 321PaquetáCEP: 64618000(89) 3424-0007/0001
36. FranciscodeSousaMarquesAssociaçãoCaixa Postal 02, Povoado São Rafael PaquetáCEP: 64618000(89) 3424-0007/0057
37. IolandadaSilvaPortelaSecretaria de Assistência SocialAv. Filomeno Portela, s/n, CentroPaquetáCEP: 64618000(89) 3424 0080
38. GenivaldeMouraMartinsSecretaria de AgriculturaPovoado Retiro da ConceiçãoPaquetáCEP: 64618000(89) 3422-6928
39. MariaConcebidaPereiradaSilvaSecretaria de Assistência SocialAv. Filomeno Portela, s/n, CentroPaquetáCEP: 64618000(89) 3424 0080
40. AuzenirMartinsdosSantosMouraSecretaria de EducaçãoSanta Cruz do PiauíCEP: 64545000(89) 3445 1120
41. EvaneidedeCarvalhoSantosSecretaria de EducaçãoRua Né Aristarco, 92, CentroSanta Cruz do PiauíCEP: 64545000(89) 3445 1287
42. GabrielJoséFerreiraNetoSecretaria de EducaçãoPraça Santana, CentroSanta Cruz do PiauíCEP: 64545000(89) 3445 1272
43. IlmaSantosMouraeSilvaSecretaria de Educação/EstadoAv. Gregório Martins, CentroSanta Cruz do PiauíCEP: 64545000(89) 3445 1155
44. AntônioLimadaSilvaFilhoPrefeituraRua do Estudante, 273, CentroSanta Rosa do PiauíCEP: 64518000(89) 3428 1366
45. AntônioFranciscodeFreitasSTTRRua João XXIII, CentroSanta Rosa do PiauíCEP: 64518000(89) 3428 1194
46. AntônioSoaresdaSilvaCooperativa – COAMISAROLRua São Francisco, 60, CentroSanta Rosa do PiauíCEP: 64518000(89) 3428 1115
47. HélioAdãoVieiradeSousaIgreja Rua João XXIII,140, CentroSanta Rosa do PiauíCEP: 64518000(89) 3428 [email protected]
48. JoséArimatéiadosSantosPrefeituraRua Dom Expedito Lopes, 410Santa Rosa do PiauíCEP: 64518000(89) 3428 1366
49. LucilenedaSilvaBispoEducaçãoRua Joaquim Castelo Branco, 585, CentroSanta Rosa do PiauíCEP: 64518000(89) 3428 1274
50. AirtonVieiraGomesPrefeituraAv. Manoel Rodrigues, s/n, CentroSão Francisco do Piauí CEP: 64550000(89) 3558 1181/1252
51. ValterdaCunhaSantosSecretaria de Agricultura/EMATERAv. Laurentino Pereira, 678, CentroSão Francisco do Piauí CEP: 64550000(89) 3558-1181
52. JoãoMendesB.SoaresNetoSecretaria de EducaçãoSão Francisco do Piauí CEP: 64550000 (89) 3558-1163
53. JoséVieiradeSáSTTRVeredaSão Francisco do Piauí CEP: 64550000(89) 3558-1234
54. JoséFranciscoSantosCarvalhoAssociação/AAPISZona RuralSão Francisco do Piauí CEP: 64550000(89) 3558-1216
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55. MariaMedianeiraAlvesdeSousa Secretaria de EducaçãoRua Santa Inês, s/n, Campo AltoSão Francisco do Piauí CEP: 64550000(89) 3558-1114/1259
56. JoséCarlosdaSilvaDepartamento de AgriculturaAv. Nestor Leite, s/n, CentroSão João da Varjota CEP: 64510000(89) 3478-0006/0081
57. MariaClaraLisboadeSousaCâmara MunicipalVila Zé Paulino, s/nSão João da Varjota CEP: 64510000(89) 9406-1926
58. MariaIrenedeSousaCoelhoAssociação QuilombolaComunidade dos PotesSão João da VarjotaCEP: 64510000(89) 9408 1583
59. MariaEvaneidedosSantosBarbosaConselho TutelarAv. Nestor Leite, s/n, CentroSão João da VarjotaCEP: 64510000(89) 3478 0006
60. AntôniaJosilenedeSousaAssociação QuilombolaComunidade dos PotesSão João da VarjotaCEP: 64510000(89) 9408 1583
61. AmbrosinadeLimaAssociação QuilombolaComunidade dos PotesSão João da VarjotaCEP: 64510000(89) 3478 0066
62. FranciscoPereiradaSilva(Tintola)Associação de MoradoresRua Ana Santa, 150, CentroSão João da VarjotaCEP: 64510000(89) 3478 0018
63. FranciscoCarvalhoCostaPrefeituraLagoa das PedrasTanque do PiauíCEP: 64512000(89) 3427-0080
64. AntôniodaSilvaVieiraPrefeituraAv. Pólo Nordeste, 29, CentroTanque do PiauíCEP: 64512000(89) 3427-0009
65. MarileidePereiradosSantosAssoc. Comunit. do TanqueRua 1o de Outubro, s/nTanque do PiauíCEP: 64512000(89) 3427-0048
66. GenivaldoBatistadaAnunciaçãoSecretaria de EducaçãoAv. 13 de Maio, 373, CentroTanque do PiauíCEP: 64512000(89) 3427-0048
67. RaimundoFranciscodeCarvalhoSTTRSão João do CENE, Zona RuralTanque do PiauíCEP: 64512000(89) 3427-0070
68. RaimundaFerreiradeLimaIgreja EvangélicaRua Teresinha Rufino, s/n, CentroWall Ferraz CEP: 64548000(89) 3452 0019
69. FranciscodeSousaLimaSTTRRua João Anfrísio, 63, CentroWall Ferraz CEP: 64548000(89) 3452-0029/0035
70. FranciscaBorgesdeFigueiredoIgreja CatólicaAv. João Ricardo de Morais, 283Wall Ferraz CEP: 64548000(89) 3452-0052
71. JociêCoelhodeAlmeidaSecretaria de Esportes Praça Hezron Pereira Coelho, 10Bela Vista do PiauíCEP: 64705000(89) 3499-0003
72. AlcidesdeSousaCoelhoFórum DLISBela Vista do PiauíCEP: 64705000(89) 3499-0006
73. ElísioBarbosaCoelhoSTTRRua Vereador Virgílio Valentim Marques, 411Bela Vista do PiauíCEP: 64705000(89) 349-0039
74. FranciscodasChagasSilvaPrefeituraPraça Gal. Adelmar Rocha, 125Campinas do Piauí CEP: 64730000(89) 3484 1108
75. FlávioBorgesdeOliveiraDefesa Civil – COMDECRua da Glória, s/n, CentroCampinas do Piauí CEP: 64730000(89) 3484 1320
76. IzabelCrislândiaAlvesdosSantosSecretaria de SaúdeAv. Assis Carvalho, 186, CentroCampinas do Piauí CEP: 64730000(89) 3484 1158
77. JoaquimAraújodeMouraFéSTTRRua da Glória, s/n Campinas do Piauí CEP: 64730000 (89) 3484 1230/1129
78. Sebastião Sabiniano de CarvalhoCâmara MunicipalAv. Transversal, s/nConceição do CanindéCEP: 64740000(89) 3489-1123/1032
79. Álvaro José Passos de Freitas (Dedé)Câmara MunicipalRua 2 S, CentroConceição do CanindéCEP: 64740000 (89) 3489-1099
80. João Brandão Matos FilhoSTTRRua 1, L 405, CentroConceição do CanindéCEP: 64740000 (89) 3489-1205/1121
81. Juciélia Teixeira de CarvalhoComerciáriaRua 1 S, 347, CentroConceição do CanindéCEP: 64740000 (89) 3489-1128
82. Maria do Socorro Matos RodriguesEducaçãoRua 3 S, s/nConceição do CanindéCEP: 64740000 (89) [email protected]
83. Carmelita Vieira da CostaSecretaria de Assistência SocialRua João Martins de Carvalho, s/n, CentroFloresta do PiauíCEP: 64563000(89) 3463 0058
84. João Gabriel Ferreira NetoAssociaçãoRua João Martins de Carvalho, s/n, CentroFloresta do PiauíCEP: 64563000 (89) 3463 0030
85. Francisco Ferreira SobrinhoCâmara MunicipalAv. José de Anchieta, CentroFloresta do PiauíCEP: 64563000(89) 3463 0040
86. Raimunda Edite Rocha SantosSTTRRua João Martins de Carvalho, s/n, CentroFloresta do PiauíCEP: 64563000 (89) 3463 0058
87. Valdnei Rodrigues MaurizPrefeituraRua Henrique Pinheiro, s/n Isaías CoelhoCEP: 64570000(89) 3485 1120
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88. Gedeão Mendes de CarvalhoAssoc. Comunit. São DomingosPovoado São DomingosIsaías CoelhoCEP: 64570000(89) 3485 9034
89. Valmir de Jesus CarvalhoCons. TutelarRua Projetada, s/nIsaías CoelhoCEP: 64570000 (89) 3485 1251
90. Thamires Pinheiro de Santana SampaioGrupo de JovensRua Antônio Moura, 264, CentroIsaías CoelhoCEP: 64570000
91. Delson Rodrigues NogueiraCâmara MunicipalRua Rui Barbosa, 77, CentroSanto Inácio do Piauí CEP: 64560000(89) 3451-1272
92. João TBosco Mendes de MouraSTTRLocalidade Cantinho, Zona RuralSanto Inácio do Piauí CEP: 64560000(89) 3451-1157/1130
93. Alisson Soares da SilvaIgreja Católica Largo Tiradentes, 118, CentroSanto Inácio do Piauí CEP: 64560000(89) 3451-1252
94. Edinaldo de Sousa LealAssociação ComunitáriaRua São José, 43, CentroSanto Inácio do Piauí CEP: 64560000(89) 3451-1237
95. Francisco Epaminondas dos ReisCâmara MunicipalLagoa do Juá, Zona RuralSão Francisco de Assis do Piauí CEP: 64745000(89) 9406-5544/3496 0038
96. Luciano Vieira de CarvalhoPrefeituraRua Procópio Gomes Ferreira, s/n, CentroSão Francisco de Assis do Piauí CEP: 64745000(89) 3496-0047
97. Milton Onofre da CostaSTTRSão Francisco de Assis do Piauí CEP: 64745000 (89) 3496-0075/9406-2009
98. Elisa Maria Coelho FilhaAssoc. Com. Trab. RuraisBaixão da Nova AçãoSão Francisco de Assis do Piauí CEP: 64745000(89) 3496-0017
99. José Francisco de Sousa FilhoAssoc. Comum. Trab. RuraisRua Durval Custódio de Alencar, s/nSão Francisco de Assis do Piauí CEP: 64745000 (89) 3496-0074
100. Alex da Silva Secretaria de Agricultura Rua Dr. Nelson Fialho, 278, São Francisco Simplício Mendes CEP: 64700000 (89) 3482 1309101. Francisco Araújo Mendes Secretaria de Agricultura Praça Dom Expedito Lopes, s/n, Centro Simplício Mendes CEP: 64700000 (89) 3482 1303/1660102. Hélbio Horácio dos Santos Obra Kolping do Piauí Praça Dom Expedito Lopes, 686, Centro Simplício Mendes CEP: 64700000 (89) 3482 1702 [email protected]. Luiz de Sousa Coelho STTR Rua João Paulo I, s/n, Nova Cidade Simplício Mendes CEP: 64700000 (89) 3482 1332104. Nilina Rodrigues de Andrade Obra Kolping do Piauí Praça Dom Expedito Lopes, 686, Centro Simplício Mendes CEP: 64700000 (89) 3482 1702
anexo
CD contendo informações complementares a este documento-síntese:• versão detalhada do diagnóstico do Território;• projetos técnicos das atividades priorizadas;• anteprojetos construídos nas Oficinas de Aglomerados e do Território;• perfis de cada um dos dois Aglomerados que compõem o Território.
8.1. Direção e coordenação da cODevaSF
CODEVASF–CompanhiadeDesenvolvimentodosValesdoSãoFranciscoedoParnaíbaSGAN,Q.601Conj.I–Ed.Dep.ManoelNovaes–s.22270.830-901,Brasília-DF,Brasil.Site:http://www.codevasf.gov.brLuiz Carlos Everton de FariasPresidenteTel.: (55-61) 3312-4660/3312-4845/3225.3487
Ana Lourdes Nogueira AlmeidaDiretora da Área de Administração Tel.: (55-61) 3312-4710/3224-7862
Clementino Souza CoelhoDiretor da Área de EngenhariaTel.: (55-61) 3312-4734/3224-7980
Marcos Moreira (respondendo pela Diretoria)Diretor da Área de ProduçãoTel.: (55-61) 3312-4680/3312-4684/3224-7690
Alexandre Isaac FreireGerente Executivo da Área de PlanejamentoTel.: (55-61) 3312-4640/3312-4646/3226-2145
Hildo Diniz da SilvaSuperintendente – 7a SRTel.: (55-86) 3215-0150, Fax: (55-86) 3221-0940E-mail: [email protected]
8.2. equipe de elaboração do pLaNap
Ivan Dantas Mesquita MartinsCoordenador de Estudos, Planos e ProjetosTel.: (55-61) 3225-4878/3312-4620; Fax: 955-61) 3321-5673E-mail: [email protected]
Nelson da Franca Ribeiro dos AnjosCoordenador Internacional do PLANAPEspecialista Principal em Recursos Hídricos – UDSMA/OEASGAN, Q. 601, Conj. I – Ed. Dep. Manoel Novaes – s. 22270.830-901, Brasília-DF, BrasilE-mail: [email protected]
Rejane Tavares da SilvaCoordenadora técnica do PLANAPE-mail: [email protected]
05
SÍNTESE EXECUTIVA
TERRITÓRIO VALE DO SAMBITO
PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BACIA DO
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