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Caracterização da Evolução das Atividades Produtivas e da
Polarização Regional da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba
Setembro 2014
Caracterização da Evolução das Atividades Produtivas e da Polarização
Regional da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba
Sumário
INTRODUÇÃO................................................................................................................................22. OS PRINCIPAIS PRODUTOS POR SETORES.....................................................................312.1 O Principais Produtos Agrícolas................................................................................................312.2 Pecuária...................................................................................................................................382.4 Agroindústria...........................................................................................................................412.5 Irrigação...................................................................................................................................433 CONCLUSÃO.........................................................................................................................44
Caracterização da Evolução das Atividades Produtivas e da Polarização
Regional da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba
INTRODUÇÃO
O objetivo desse relatório é apresentar uma avaliação dos principais indicadores
econômicos da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba. Busca, através da identificação de
sua estrutura produtiva, possibilitar o reconhecimento das áreas e setores de maior
dinamismo e suas tendências. Complementarmente, tenta contribuir para uma visão mais
ampla da estrutura econômica dos Municípios e Unidades de Planejamento que compõe a
Bacia.
Inicia-se com uma breve caracterização da Bacia Hidrográfica e das unidades de
análises – Unidades de Planejamento. Apresenta também uma análise da dinâmica regional
da Bacia e do contexto geográfico em que está inserida, através da caracterização produtiva
e da comparação destas com os indicadores dos Estados e do Brasil. Trata ainda da
estrutura produtiva da Bacia, através da apresentação do comportamento de um importante
agregado econômico, o Produto Interno Bruto, destacando-se a produção efetiva total e por
setores – Primário, Secundário e Terciário, na Bacia, Unidades de planejamento e
principais municípios. Detalha os principais produtos na Bacia Hidrográfica. Nesse caso, a
abordagem é mais expressiva para o setor agrícola, por se tratar de um segmento intensivo
no consumo de recursos hídricos. Assim, para efeito de análise dividiu-se os produtos em
Lavouras Temporários e Lavouras Permanentes. Já para a pecuária, demonstra-se o
comportamento dos principais efetivos de Aves, Bovinos, Caprinos, Equinos e Suínos, na
Bacia, nos Municípios e nas Unidades de Planejamento.
O relatório inclui ainda a análise dos dados da produção da extração mineral
integrada à indústria. Apresenta ainda, os dados referentes ao comportamento dos
estabelecimentos com área irrigada na Bacia e nas Unidades de Planejamento. Finaliza,
apresentando a conclusão construída a partir das constatações de cada secção.
Quanto à metodologia empregada na construção dos dados que fundamentam o
relatório, tem-se a pesquisa a dados secundários, cuja fonte é o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE, aos documentos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente
e dos Recursos Hídricos – SEMARH, da Secretaria de Planejamento do Estado de Sergipe
e da Federação das Indústrias de Sergipe - FIES.
Acredita-se que a partir das análises, possa contribuir para uma visão mais ampla da
estrutura econômica da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba e das Unidades e Municípios
que a compõe. E, com isso, definir as áreas críticas com relação ao uso dos recursos
hídricos.
1. A DINÂMICA ECONÔMICA DA REGIÃO: O PRODUTO
INTERNO BRUTO
Na análise econômica da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba é importante
compreender a dinâmica regional e o contexto geográfico em que está inserida. Assim,
inicia-se por demonstrar o comportamento de um importante agregado econômico nas
contas regionais, o Produto Interno Bruto – PIB, para o Estado de Sergipe e relacioná-lo
com a Região Nordeste e com o Brasil.
Neste sentido, a Tabela 1, apresentada a seguir, evidencia a evolução do PIB no Estado
de Sergipe, na Região Nordeste e para o Brasil no período de 2000, 2005 e 2010.
Tabela 1Evolução do PIB em valores correntes, em Milhões de Reais, no Estado de Sergipe, na Região Nordeste e no Brasil no período de 2000, 2005 e 2010.
ANO SERGIPE NORDESTE BRASIL2000 6. 539 146.827 1.179.4822005 13.427 280.545 2.147.2392010 23.932 507.501 3.770.085
Fonte1: IBGE, 2010.
1 Ver também: http:// www.ibge.gov.br
A partir dos dados apresentados acima, é possível observar que a participação do
PIB do Estado de Sergipe em relação ao do Brasil representava em termos percentuais no
ano de 2000, 0,554 %. Já no ano de 2005, foi de 0,625% e em 2010, esse percentual foi de
0,635%. Analisando-se o período 2000/2010, tem-se que houve um acréscimo na
participação do PIB do Estado de Sergipe em relação ao Brasil de 14,62%. Já para o
período de 2005/2010, o acréscimo do percentual de participação foi de 1,60%. Já para a
Região Nordeste, os dados demonstram que, em relação ao PIB do Brasil, representava em
termos percentuais no ano de 2000, 12,448 %. Já no ano de 2005, a participação foi de
13,065% e em 2010, esse percentual foi de 13,461 %. Assim, tem-se que no período
2000/2010, houve um acréscimo na participação do PIB da região em relação ao Brasil de
8,14%. Já para o período de 2005/2010, o acréscimo do percentual de participação foi de
3,03%. Diante disso, constata-se que no período de 2000/2010 o Estado de Sergipe teve um
desempenho superior ao da região Nordeste. Já para o período 2005/2010, houve a inversão
desse quadro, com maior dinamismo econômico da região nordeste em relação ao Brasil.
A Tabela 2, abaixo, demonstra o ranking por Unidades da Federação do Produto
Interno Bruto em percentuais e variação nominal no período de 2002 e 2010.
Tabela 2 Ranking dos Estados na Participação do PIB do Brasil e Variação Nominal - 2002 e 2010
Ordem Unidades da FederaçãoParticipação no
PIB em% 2002
Unidades da FederaçãoParticipação no
PIB em% 2010
Variação Nominal
2010/20021 São Paulo 34,6 São Paulo 33,1 2,42 Rio de Janeiro 11,6 Rio de Janeiro 10,8 2,43 Minas Gerais 8,6 Minas Gerais 9,3 2,74 Rio Grande do Sul 7,1 Rio Grande do Sul 6,7 2,45 Paraná 6,0 Paraná 5,8 2,56 Bahia 4,1 Bahia 4,1 2,57 Distrito Federal 3,8 Santa Catarina 4,0 2,78 Santa Catarina 3,8 Distrito Federal 4,0 2,79 Goiás 2,5 Goiás 2,6 2,6
10 Pernambuco 2,4 Pernambuco 2,5 2,711 Ceará 2,0 Espírito Santo 2,2 3,112 Espírito Santo 1,8 Ceará 2,1 2,713 Pará 1,7 Pará 2,1 3,014 Amazonas 1,5 Amazonas 1,6 2,715 Mato Grosso 1,4 Mato Grosso 1,6 2,816 Maranhão 1,0 Maranhão 1,2 2,917 Mato Grosso do Sul 1,0 Mato Grosso do Sul 1,2 2,918 Paraíba 0,8 Rio Grande do Norte 0,9 2,719 Rio Grande do Norte 0,8 Paraíba 0,8 2,620 Alagoas 0,7 Alagoas 0,7 2,521 Sergipe 0,6 Sergipe 0,6 2,5
22 Rondônia 0,5 Rondônia 0,6 3,023 Piauí 0,5 Piauí 0,6 3,024 Tocantins 0,4 Tocantins 0,5 3,125 Amapá 0,2 Acre 0,2 3,026 Acre 0,2 Amapá 0,2 2,527 Roraima 0,2 Roraima 0,2 2,7
Fonte: IBGE, 2010.
Os dados apresentados na Tabela 2 demonstram que, 65,7% do PIB brasileiro está
concentrado, em cinco Unidades da Federação – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais
Rio Grande do Sul e Paraná em 2010. Já os outros 22 Estados, concentravam em 34,3% no
mesmo período. Outro fator relevante é a participação do PIB nominal do Estado de
Sergipe. De acordo com os dados apresentados na a Tabela 2, este manteve a participação,
de 0,6% para 2002 e para 2010, permanecendo na 21ª posição ranking, com variação
nominal de 2,5%, No entanto, uma análise mais detalhada dos dados, apresentada
anteriormente na Tabela 1, demonstra um acréscimo na participação do Estado,
principalmente para o período 2000/2010. Os dados demonstram também que a maior
variação nominal no PIB dos Estados do Nordeste se deu nos Estados do Ceará e
Maranhão, com um desempenho de 3,1 e 2,9, respectivamente. Já para o Brasil, a variação
nominal foi de 2,6 no mesmo período. Diante disso, é possível constatar que a economia
Sergipe demonstra dinamismo – variação nominal (2010/2002) do PIB de 2,5%. Porém,
está abaixo da média nacional e do Nordeste.
Em outra perspectiva de análise, tem-se a comparação do Valor Adicionado Bruto2
para o Nordeste e Sergipe no período de 2000, 2005 e 2010, conforme apresentado na
Tabela 3 – Valor Adicionado Bruto a Preços Básicos em Percentuais nos anos de 2000,
2005 e 2010, para Brasil, Nordeste e Sergipe, conforme apresentado abaixo.
Tabela 3Valor Adicionado Bruto a Preços Básicos em Milhões de Reais nos anos 2000, 2005 e 2010.
2000 2005 2010
% % %Brasil 1.021.648 100 1.842.253 100 3.227.181 100Nordeste 130.135 12,738 245.785 13,342 446.063 13,822Sergipe 5.832 0,571 11.995 0,651 21.337 0,662
2 Valor Adicionado Bruto: É um dos componentes do Produto Interno Bruto. É o resultado da diferença do Produto Interno Bruto e Impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos. É obtido através da soma dos setores agropecuário, industrial e serviços.
Fonte: IBGE, 2010.
Os dados evidenciam que a participação da economia do Estado de Sergipe em
relação ao Brasil cresceu 15,94% no período 2000/2010, demonstrando desempenho
superior ao da Região Nordeste, que apresentou uma variação positiva de 8,51%. Já no
período 2005/2010, a situação se inverte, com uma variação 3,60% e 1,69% para a Região
Nordeste e Sergipe, respectivamente.
No mesmo sentido, o Gráfico 1 – Participação do Nordeste e Sergipe do Valor
Adicionado Bruto a Preços Básicos, 1995 a 2010, abaixo, demonstra um maior dinamismo
da Região Nordeste, com um aumento na participação no período de 1,51%. Já o Estado de
Sergipe, manteve sua participação em relação ao Brasil, com um acréscimo na participação
de apenas 0,10% no período. Assim, torna-se evidente que a Região Nordeste teve um
crescimento do valor adicionado bruto superior ao do Brasil. Enquanto a economia
sergipana teve evolução semelhante a do Brasil, mantendo um percentual de participação
de cerca de 0,6% no período.
Em relação aos setores produtivos responsáveis pelo dinamismo da economia
sergipana, os dados do IBGE (2010), representados na Tabela 4 - Valor Adicionado Bruto a
Preços Básicos em Milhões de Reais nos anos de 2000, 2005 e 2010 – Setor Agropecuário , abaixo,
demonstram uma variação positiva na participação da produção agropecuária do Estado de
Sergipe em relação a produção do Brasil. No ano de 2000, a produção de Sergipe
correspondia 0,47%, enquanto a do Nordeste correspondia a 18,84% do Total brasileiro. Já
no ano de 2005, correspondia a 18,91% e Sergipe a 0,51%. Em 2010, observa-se uma
queda na participação do Nordeste, com um desempenho de 17,15% e, um acréscimo, na
participação de Sergipe, com desempenho correspondente a 0,57% da produção
agropecuária total do Brasil para este ano.
Tabela 4
Valor Adicionado Bruto a Preços Básicos em Milhões de Reais nos anos de 2000, 2005 e 2010 – Setor Agropecuário.
2000 2005 2010
% % %Brasil 57.241 100 105.163 100 171.178 100Nordeste 10.781 18,835 19.888 18,911 29.356 17,150Sergipe 267 0,466 533 0,507 982 0,574
Fonte3: IBGE, 2010.
Analisando-se a variação da participação da produção agropecuária nordestina e
sergipana em relação aos períodos 2000/2010 e 2005/2010, tem-se um desempenho
positivo de Sergipe 23,18% e 13,21%, respectivamente. Já a análise da variação da
participação da Região Nordeste, demonstra uma queda na participação do setor agrícola
em relação ao Brasil tanto para o período 2000/2010 (- 8,95%), quanto para o período
2005/2010 (-9,31%), conforme dados apresentados na Tabela 5 – Variação na Participação
do Setor Agropecuário do Nordeste e Estado de Sergipe nos períodos 2000/2010 e
2005/2010, a seguir.
Tabela 5Variação na Participação, em percentuais, do Setor Agropecuário do Nordeste e Estado de Sergipe nos períodos 2000/2010 e 2005/2010.
Variação na participação
3 Pesquisa realizada pelo IBGE, em parceria com os órgãos estaduais de estatística, secretarias estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA.
2000/2010 2005/2010Nordeste -8,95 -9,31Sergipe 23,18 13,21
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
Analisando-se um período mais extenso, observa-se um mesmo comportamento da
participação do setor primário tanto do Estado de Sergipe, quanto para o Nordeste, em
relação ao Brasil. É o que demonstra Gráfico 2 - Valor Adicionado Bruto para o Setor
Agropecuário de Sergipe e Nordeste, 1995 - 2010, apresentado abaixo.
Diante disso, constata-se uma redução na participação do Nordeste na produção
agropecuária brasileira, enquanto a participação de Sergipe aumentou. A cultura temporária
que mais contribuiu para o desempenho do setor agrícola do Estado de Sergipe, de acordo
com dados da Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado de
Sergipe (2011), foi a cana-de-açúcar, com uma produção de 2.994.819 Toneladas no ano de
2010. Comparando-se com a produção do ano de 2009, tem-se um aumento 14,87%.
Destacou-se também a lavouras de milho em grão, com uma produção de 750.718
toneladas em 2010, representando um aumento de 6,74% em relação ao ano de 2009. Outra
evidencia apresentada pelo estudo é que, as culturas de arroz, batata doce, fumo, mandioca,
melancia e tomate tiveram uma produção negativa para o ano de 2010.
Em relação às lavouras permanentes, os dados evidenciam que as lavouras que
ocuparam a maior área foram laranja (54.733 hectares) e coco da baía (41.890 hectares). No
entanto, a maior quantidade produzida foi de laranja, com uma produção 805.962 toneladas
em 2010. Outra cultura que se destacou foi a de mamão, que obteve uma ampliação da área
colhida de 17,75% em 2009 para 18,08% em 2010. Isso corresponde a uma expansão de
1,86% da área colhida, em um ano.
Quanto à produção pecuária do Estado de Sergipe, os dados da Secretaria Estadual
de Planejamento do Estado de Sergipe4 (2011), apontam para um crescimento pouco
significativo. Se comparados os anos de 2009 e 2010, tem-se que o maior crescimento foi
da produção de galináceos, com uma variação de 4,25%, seguido pelo crescimento da
produção de ovino e de asinino, que obtiveram, no mesmo período, um desempenho de
4,03% e 2,31%, respectivamente.
Outro setor produtivo a ser analisado para a caracterização da dinâmica econômica
do Estado Sergipe é o Industrial. A partir dos dados apresentados na Tabela 6 - Valor
Adicionado Bruto a Preços Básicos em Milhões de Reais nos anos de 2000, 2005 e 2010 –
Setor Industrial, em seguida, é possível constatar que no ano de 2000, a produção industrial
do Estado de Sergipe correspondia a 0,509% do total produzido no Brasil. Enquanto que
para a Região Nordeste, este percentual era de 10,967%. No ano de 2005, verifica-se um
aumento na participação tanto para o Estado de Sergipe quanto para a Região Nordeste,
com um desempenho de 0,741% e 11,789%, respectivamente. Para ano de 2010, tem-se um
acréscimo de participação no setor industrial para a região Nordeste, 11,993%. Já a
produção Industrial sergipana, sofreu uma queda na participação, com desempenho
correspondente a 0,674% do total da produção brasileira.
Tabela 6Valor Adicionado Bruto a Preços Básicos em Milhões de Reais nos anos de 2000, 2005 e 2010 – Setor Industrial.
2000 2005 2010
4 Ver mais detalhes na Publicação do IBGE: Produção da Pecuária Municipal 2008 – 2010.
% % %Brasil 283.321 100 539.283 100 905.852 100Nordeste 31.071 10,967 63.577 11,789 108.639 11,993Sergipe 1.442 0,509 3.994 0,741 6.104 0,674
Fonte: IBGE, 2010.Constata-se assim, que a produção industrial brasileira cresceu no período
2000/2010, 68,48% e, que tanto a Região Nordeste quanto o Estado de Sergipe, apresentou
um melhor desempenho, com taxas de crescimento de 84,25% e 123,06%, respectivamente.
No entanto, analisando-se o período 2005/2010, constata-se que o setor industrial nacional
cresceu 33,62% e que a da Região Nordeste cresceu 35,93%. Já a produção industrial
sergipana teve um desempenho positivo, cresceu 21,57%, mas inferior ao desempenho
brasileiro e nordestino.
Os dados apresentados na Tabela 7 - Variação na Participação, em percentuais, do
Setor Industrial do Nordeste e Estado de Sergipe nos períodos 2000/2010 e 2005/2010,
abaixo, evidenciam a variação na participação da produção industrial da Região Nordeste e
do Sergipe para os dois períodos.
Tabela 7Variação na Participação, em percentuais, do Setor Industrial do Nordeste e Estado de Sergipe nos períodos 2000/2010 e 2005/2010.
Variação na Participação
2000/2010 2005/2010Nordeste 9,36 1,73Sergipe 32,42 -9,04Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
Os dados apresentados evidenciam um aumento na participação da Região Nordeste
e Sergipe na produção industrial brasileira no período 2000/2010 de 9,36% e 32,42%,
respectivamente. Contudo, analisando-se o período 2005/2010, constata-se uma retração na
participação do Estado de Sergipe, com desempenho negativo de - 9,04%. Analisando-se
um período mais extenso, 1995 a 2010, observa-se a mesma constatação. Assim, apresenta-
se, abaixo, o Gráfico 3- Valor Adicionado Bruto para o Setor Industrial de Sergipe e
Nordeste em relação ao Brasil no período 1995 a 2010.
Na Tabela 8 – Percentual de Participação das atividades Produtivas responsáveis
pelo desempenho pelo Setor Industrial no Estado de Sergipe, no período 1995 a 2010 – em
Anexos, tem-se a participação no valor adicionado Bruto das atividades industriais para o
período. A análise dos dados demonstra que indústria extrativa e a de produção e
distribuição de gás, energia elétrica etc foram as que mais cresceram em termos de
participação no total produzido pelo Estado, sendo que houve decréscimo na participação
na indústria de transformação e construção civil, conforme pode-se visualizar no Gráfico 4
– Participação da Indústria no valor adicionado bruto a preços básicos Sergipe 1995 – 2010,
abaixo.
O Estado destaca-se na produção de cimento, Petróleo bruto, gás natural, potássio,
uréia e amônia. Em relação à produção de cimento, os dados revelam que, em 2010, a
produção do Estado foi de 3.030. 635 toneladas. Ocupou, assim, a liderança no Nordeste,
com 27% do total produzido na região. Analisando-se o ranking nacional para a produção
de cimento portland comum, constata-se que Sergipe ocupa, em 2011, a 6ª posição.
O Estado se destaca também na produção de petróleo bruto, sendo extraído um total
de 15.083 mil barris, em 2010. No entanto, é importante salientar que para os anos 2009 e
2010, constatou-se uma queda na produção. Considerando-se a variação da produção de
2010/2009, tem-se uma queda de 6,31%, quebrando uma seqüência de alta observada no
período 2002 – 2008.
Quanto à produção total de gás natural, de acordo com o relatório Sergipe em Dados
(2011), em 2010, houve um aumento na produção total de 15,23% comparando-se com o
desempenho em 2009. É importante destacar que o relatório aponta para uma tendência
maior de crescimento na produção do gás extraído no mar, com elevação de 17% no mesmo
período. Porém, a análise do gás produzido em terra – Líquido de Gás Natural (GLP e
C5+), demonstra para uma tendência de queda na produção. Em 2009 declinou em 6,95%
e, em 2010, 6,16% em relação a 2009.
É importante destacar que Sergipe é o único Estado brasileiro a produzir potássio. A
usina está localizada no município de Rosário do Catete. Apesar disso, os dados revelam
que houve uma queda na produção de Cloreto de Potássio em 2010 de 7,67% em relação à
produção de 2009.
Em relação à produção de amônia e uréia, constata-se que houve uma oscilação. Em
comparação com 2008, houve uma queda na produção para o ano de 2009 de 10,88% para a
primeira – amônia, e 9,81% para Uréia. Contudo, comparando-se o período 2009/2010,
observa-se uma recuperação na produção para ambas. Em 2010, houve um aumento de
4,28% na produção de amônia e 4,07% na de uréia.
O terceiro setor produtivo a ser analisado para a caracterização da dinâmica
econômica do Estado Sergipe é o de Serviços. A partir dos dados apresentados na Tabela 9-
Valor Adicionado Bruto a Preços Básicos em Milhões de Reais nos anos de 2000, 2005 e
2010 – Setor Serviços, em seguida, é possível constatar que no ano de 2000, a produção do
setor serviços do Estado de Sergipe correspondia a 0,605% do total produzido no Brasil.
Enquanto que para a Região Nordeste, este percentual era de 12,962%. No ano de 2005,
verifica-se um aumento na participação tanto para o Estado de Sergipe quanto para a
Região Nordeste, com um desempenho de 0,623% e 13,551%, respectivamente. Para ano
de 2010, tem-se um acréscimo de participação no setor serviços para a região Nordeste,
14,328%. Em Sergipe, o setor serviços sofreu um aumento na participação, com
desempenho correspondente a 0,665% do total produzido pelo setor no Brasil.
Tabela 9Valor Adicionado Bruto a Preços Básicos em Milhões de Reais nos anos de 2000, 2005 e 2010 – Setor Serviços.
Fonte: IBGE, 2010.
2000 2005 2010
% % %
Brasil 681.086 100 1.197.807 100 2.150.151 100
Nordeste 88.283 12,962
162.320 13,551
308.068 14,328
Sergipe 4.123 0,605 7.468 0,623 14.291 0,665
Constata-se assim, que a produção do setor serviços brasileira cresceu no período
2000/2010, 66,36% e, que tanto a Região Nordeste quanto o Estado de Sergipe, apresentou
um melhor desempenho, com taxas de crescimento de 83,89% e 82,65%, respectivamente.
Analisando-se o período 2005/2010, constata-se que o setor serviços brasileiro cresceu
42,79%, o da Região Nordeste 50,97% e do Estado de Sergipe, 52,22%.
Os dados apresentados na Tabela 10 - Variação na Participação, em percentuais, do
Setor Serviços no Nordeste e Estado de Sergipe nos períodos 2000/2010 e 2005/2010,
abaixo, evidenciam a variação na participação do setor serviços da Região Nordeste e do
Sergipe para os dois períodos.
Tabela 10Variação na Participação, em Percentuais, do Setor Serviços do Nordeste e Estado de Sergipe em Relação ao Brasil nos períodos 2000/2010 e 2005/2010.
Variação na participação
2000/2010 2005/2010Nordeste 10,54 5,73Sergipe 9,92 6,74Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
Os dados apresentados evidenciam um aumento na participação da Região Nordeste
e Sergipe na produção industrial brasileira no período 2000/2010 de 10,54% e 9,92%,
respectivamente. Analisando-se o período 2005/2010, constata-se um aumento na
participação Estado de Sergipe, com desempenho de 6,74%. Analisando-se um período
mais extenso, 1995 a 2010, observa-se a mesma constatação. Assim, apresenta-se, abaixo, o
Gráfico 5- Valor Adicionado Bruto para o Setor Serviços de Sergipe e Nordeste no período
1995 a 2010.
Na Tabela 11 – Percentual de Participação das Atividades Produtivas responsáveis
pelo desempenho pelo Setor Serviços no Estado de Sergipe, no período 1995 a 2010 – em
Anexos, tem-se a participação no valor adicionado bruto das atividades produtivas do setor
serviços para o período. A análise dos dados evidencia que a Intermediação financeira,
seguros e previdência complementar e serviços relacionados e o comércio foram as
atividades que mais cresceram em termos de participação no total produzido pelo Estado,
conforme pode-se visualizar no Gráfico 6 - Valor Adicionado Bruto para o Setor Serviços
de Sergipe e Nordeste no período 1995 a 2010, abaixo.
De posse da caracterização dos setores primário, secundário e terciário do Estado de
Sergipe, apresentada anteriormente, é importante observar a evolução e o comportamento
destes, relacionando-os entre si. Assim, a seguir, a Tabela 12, em anexos e Gráfico 7 –
Participação das atividades econômicas no valor adicionado bruto a preços básicos de 1995
a 2010.
Diante dos dados apresentados, consta-se que o setor econômico responsável por
maior dinamismo na economia do Estado de Sergipe no período de 2000 a 2005 foi o
industrial. Neste mesmo período, observa-se também uma queda da participação do setor
serviços, que a partir de 2005 retoma o crescimento. Constata-se ainda que a participação
do setor agropecuário manteve-se, mesmo com a participação da Região Nordeste tendo
apresentado tendência de redução em relação à produção brasileira para o setor no período
1995 a 2010. No entanto, é importante ressaltar que há uma tendência de aumento da
produção para a cultura de cana-de-açúcar e na produção de Petróleo.
De posse da caracterização econômica do Estado, apresentada anteriormente, é
importante observar a participação da bacia em seu desenvolvimento. Para tanto, utilizou-se
do Valor Adicionado Bruto a Preços Correntes5 municipal nos anos 2006 e 2011. Aliado a
isso foram adotados os seguintes critérios:
5 Os dados foram corrigidos pelo índice IPCA do IBGE para junho de 2014.
1. O PIB Total é o resultado da soma do Valor Adicionado Bruto do Setor
Agropecuário, acrescido do Valor Adicionado Bruto dos Setores Industrial e
Serviços e os impostos. Aqui, trata-se do Valor Adicionado Bruto Total, pois os
cálculos não incluem os valores dos impostos;
2. Para as variáveis do setor Industrial e Serviços, considerou-se 100% do total quando
a sede municipal está inserida na bacia e, quando a sede municipal encontra-se fora
da bacia, desconsidera os respectivos valores. Nos casos em que a área urbana,
inserida na Bacia, está localizada em mais de uma Unidade de Planejamento - UP,
se considerou a proporcionalidade da área urbana inserida em cada UP.
3. Para as demais variáveis – Setor Agropecuário, considerou-se a proporcionalidade
da área do município que está inserido na bacia.
Sendo assim, apresenta-se na Tabela 13, a seguir, o comportamento do Valor
Adicionado Bruto Total em valores corrigidos para junho de 2014, para a Bacia
Hidrográfica do Rio Japaratuba e para o Estado de Sergipe, nos anos 2006 e 2011.
Tabela 13Comportamento do Valor Adicionado Bruto Total, em Mil Reais (R$) e Variação, em Percentuais (%), da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba e do Estado de Sergipe nos anos 2006 e 2011.
2006 2011 2006/2011B. H Japaratuba
1.599.518 2.337.954 46%Estado de Sergipe
20.498.674 27.413.685 34%Fonte: IBGE (2011) e Dados da Pesquisa (2014)
Os dados apresentados mostram que no ano de 2006 o Valor Adicionado Bruto
Total da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba e do Estado de Sergipe foi de R$ 1.600
milhões e 20.500 milhões, respectivamente. Já em 2011, o desempenho do Estado foi de R$
27.414 milhões e da Bacia foi de 2.340 milhões.
Na análise dos dados é possível constatar também que houve uma variação positiva
no percentual de participação da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba no produto estadual
Total no período de 2006 a 2011. Em 2006, este percentual era de 8% do total. Já em 2011,
a participação foi de 9%.
Outra constatação é o comportamento da taxa de crescimento do Valor Adicionado
Bruto Total da Bacia e do Estado. Para tanto, utiliza-se do período 2006/2011. Os dados
evidenciam que a economia da Bacia demonstrou maior dinamismo do que a do Estado
como um todo no período. O produto da Bacia obteve crescimento de 46% , enquanto a de
Sergipe, 34%.
Outro dado importante diz respeito ao comportamento das Unidades de
Planejamento - UP, que são unidades de análise. Assim, a seguir, têm-se na Tabela 14, os
valores do Valor Adicionado Bruto Total, em Reais (R$) por UP nos anos de 2006 e 20116
e a Variação em Percentuais (%) de 2011 em relação a 2006.
Tabela 14
Valor Adicionado Bruto Total, em Mil Reais (R$) por UP nos anos de 2006 e 2011 e a Variação em Percentuais (%) de 2006/ 2011.
Unidade Planejamento VALOR ADICIONADO BRUTO TOTAL2006 2011 Variação
Alto Japaratuba 172.341 292.036 69%Baixo Japaratuba 574.452 846.332 47%Japaratuba Mirim 334.236 398.327 19%Siriri 518.489 801.259 55%Bacia Hidrográfica Rio Japaratuba 1.599.518 2.337.954 46%
Fonte: IBGE ( 2011) e Dados da Pesquisa (2014)
Na análise dos dados verifica-se que tanto para o ano 2006, quanto para o ano de
2011, a maior participação em relação ao Valor Adicionado Bruto Total foi da UP - Baixo
Japaratuba, com um desempenho de R$ 574 Milhões e 846 Milhões, respectivamente. Esta
Unidade de Planejamento manteve a participação no Total produzido na Bacia em 36%.
Destacou-se também, tanto em 2006, quanto em 2011, a UP - Siriri, com uma participação
de 32% e 34% do Total, respectivamente. Esta obteve um desempenho de R$ 518 Milhões
em 2006 e, R$ 801 Milhões em 2011.
O menor desempenho nos dois anos analisados foi da UP - Alto Japaratuba com um
desempenho de R$ 172 Milhões (11%), em 2006 e R$ 292 Milhões (12%) em 2011. Apesar
disso, considerando-se a variação – a taxa de crescimento, no período 2011/2006, observa-6 Baseado em valores corrigidos para junho de 2014 e em critérios anteriormente citados.
se que esta foi responsável pelo melhor resultado. Impulsionada pelo setor Industrial,
detalhado mais adiante, obteve variação de 66% no período, superior à variação obtida pela
UP Siriri, 55% e ao da Bacia, 46%.
Os dados evidenciam também que a UP – Japaratuba Mirim vem perdendo força em
termos de participação no Total da bacia. Apresentou, no período analisado, uma queda de
18% na participação.
É importante compreender também a participação no produto de cada Município
que compõe a Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba. Sendo assim, apresenta-se na Tabela
15, o Ranking dos Municípios7, ordenado nos ano de 2011 em ordem decrescente, do Valor
Adicionado Bruto Total, nos ano de 20118.
Tabela 15 Ranking do Valor Adicionado Bruto Total, em Mil Reais (R$) dos Municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, no ano de 2011 e Taxa de Crescimento no Período.
Município VALOR ADICIONADO BRUTO Total2006 2011 Variação
Carmópolis 431.148 609.687 41%Rosário do Catete 258.387 459.617 78%
Japaratuba 292.743 336.256 15%Capela 165.596 329.171 99%
Nossa Senhora das Dores 124.688 181.069 45%Siriri 129.294 153.818 19%
Pirambu 52.151 74.732 43%Muribeca 41.169 58.790 43%
Graccho Cardoso 26.312 37.601 43%Feira Nova 26.839 34.832 30%
Cumbe 21.933 29.932 36%General Maynard 16.936 21.303 26%
Aquidabã 5.210 5.559 7%Santo Amaro das Brotas 4.008 3.076 -23%
Maruim 1.874 1.646 -12%Divina Pastora 683 543 -20%
Barra dos Coqueiros 539 313 -42%Malhada dos Bois 9 9 4%
Bacia Hidrográfica Rio Japaratuba 1.599.518 2.337.954 46%Fonte: IBGE (2011) e Dados da Pesquisa (2014).
7 As Tabelas que tratam do Ranking Municipal estão classificadas em ordem decrescente somente para o ano 2011. Esta escolha pode ser justificada por ser este o dado mais recente.8 Preços corrigidos para Junho de 2014.
A análise dos dados evidencia que tanto para o ano de 2006, quanto para o ano
2011, o Município responsável pelo maior dinamismo econômico foi Carmópolis, com R$
431 Milhões e R$ 610 Milhões, respectivamente. Em 2006, destacaram-se também os
Municípios de Japaratuba, R$ 293 Milhões e Rosário do Catete, R$ 258 Milhões. Já para o
ano de 2011, as posições no ranking se invertem. Na segunda posição, está Rosário do
Catete, com um desempenho de R$ 460 Milhões e, na terceira está Japaratuba, com R$ 336
Milhões.
Em relação ao crescimento da produção na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba no
período 2006/2011, é possível identificar os Municípios que se destacaram: Capela (99%),
Rosário do Catete (78%) e Nossa Senhora das Dores (45%). É importante considerar que
alguns Municípios apresentaram taxas de crescimento negativas no período. Incluem-se
neste caso, Barra dos Coqueiros (-42%), Santo Amaro das Brotas (- 23%) e Divina Pastora
(-20%).
Diante disso, é possível constatar que em relação ao comportamento do Valor
Adicionado Bruto Total da Bacia Hidrográfica Rio Japaratuba predominou a área da bacia
em que está localizada a UP – Baixo Japaratuba, com participação importante da UP –
Siriri. Constata-se também que a UP – Alto Japaratuba apresenta tendência de crescimento,
atingindo 66% de variação no período analisado, superior ao da Bacia, que foi de 46%.
De posse da caracterização econômica da Bacia, é importante compreender quais os
setores econômicos e atividades estão produzindo maior dinamismo. Para tanto, utilizou-se
do Valor Adicionado Bruto municipal por setores – Agropecuário, Indústria e Serviços nos
anos 2006 e 2011. Sendo assim, apresenta-se na Tabela 16, a seguir, o comportamento do
Valor Adicionado Bruto Agropecuário da Bacia, as Taxas de Crescimento por Unidade de
Planejamento e Percentual de Participação nos anos 2006 e 2011.
Tabela 16Valor Adicionado Bruto Agropecuário da Bacia, em Mil Reais (R$) e Taxas de Crescimento em Percentuais (%), por Unidade de Planejamento nos anos 2006 e 2011.
Unidade Planejamento VALOR ADICIONADO BRUTO Agropecuária 2006 2011 Taxa de Crescimento
Alto Japaratuba 27.113 35.470 31%Baixo Japaratuba 21.078 27.074 28%Japaratuba Mirim 19.498 24.016 23%
Siriri 22.533 29.076 29%
Bacia Hidrográfica Rio Japaratuba 90.222 115.635 28%Fonte: IBGE (2011).Dados da Pesquisa, 2014.
A partir dos dados apresentados acima é possível constatar um crescimento da
produção agrícola da Bacia de 28% no período de 2006 para 2011. Analisando-se a área da
Bacia responsável pelo crescimento do Valor Adicionado Bruto Agropecuário tem-se um
acréscimo da participação da área da UP – Alto Japaratuba, 31% no período analisado.
Esta obteve um desempenho de R$ 27 Milhões (30%) em 2006 e R$ 36 Milhões em 2011
(31%). Não acontecendo o mesmo com a área da Bacia na UP – Japaratuba Mirim, que
perdeu em termos de participação no setor Agropecuário da Bacia. Em 2006, a produção
desta área da bacia foi de 22% do total e, em 2011 foi de 21% , correspondendo a uma
queda na participação de 4%. É importante considerar que as demais Unidades de
Planejamento mantiveram sua participação, UP - Baixo Japaratuba, 23%, UP - Siriri 25%,
nos dois anos analisados.
A Tabela 17, apresentada abaixo, revela o Ranking de participação municipal do
Valor Adicionado Bruto Agropecuário na Bacia no ano de 2006, ordenado em ordem
decrescente para 2011 e a Taxa de Crescimento da produção no período.
Analisando-se a produção Agropecuária da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba no
ano de 2006, constata-se que dos R$ 90 Milhões produzidos pela Bacia, 31% do Total
pertencem à Capela, que produziu R$ 28 Milhões. Já em 2011, o Município produziu R$ 45
Milhões, representando 39% do Total produzido na Bacia, que foi de R$ 116 Milhões.
Destacou-se também o Município de Japaratuba, que obteve um desempenho de R$ 17
Milhões em 2006 e R$18 Milhões em 2011. Contudo, é importante ressaltar que este ultimo
– Japaratuba, teve uma queda na participação na Bacia, pois em 2006 a participação foi de
19% e, em 2011 foi de 15%. Aliado a isso se constata um pequeno aumento na participação
na produção agrícola na Bacia de Rosário do Catete, que teve uma participação de 7% em
2006 e 9%, em 2011.
A Tabela 17
Ranking de participação municipal do Valor Adicionado Bruto Agropecuário na Bacia nos anos de 2006 e 2011, em Mil Reais (R$) e Taxa de Crescimento, em Percentuais (%) da produção no período.
MunicípioVALOR ADICIONADO BRUTO Agropecuária
2006 2011Taxa de
Crescimento Capela 27.781 44.820 61% Japaratuba 17.216 17.728 3% Rosário do Catete 6.185 9.885 60% Siriri 6.336 8.201 29% Nossa Senhora das Dores 4.712 5.928 26% Aquidabã 5.210 5.559 7% Cumbe 4.621 5.103 10% Carmópolis 2.653 3.491 32% Graccho Cardoso 3.163 3.217 2% Santo Amaro das Brotas 4.008 3.076 -23% Muribeca 1.958 3.006 54% Feira Nova 1.641 1.658 1% Maruim 1.874 1.646 -12% Pirambu 1.024 888 -13% General Maynard 608 565 -7% Divina Pastora 683 543 -20% Barra dos Coqueiros 539 313 -42% Malhada dos Bois 9 9 4%
Bacia Hidrográfica Rio Japaratuba 90.222 115.635 28%Fonte: IBGE (2011). Dados da Pesquisa (2014)
Os dados revelam também a Taxa de crescimento do Valor Adicionado Bruto
Agropecuário da Bacia Hidrográfica no período 2006/2011, destaca-se o crescimento da
produção agropecuária de Capela (61%), Rosário do Catete (60%), Muribeca (54%),
Carmópolis (32%) e Siri (29%). Evidenciam ainda, que os Municípios de Barra dos
Coqueiros (- 42%) e Santo Amaro das Brotas (- 23%) tiveram uma retração da produção no
período analisado. Dados estes aspectos, reforça-se os argumentos, apresentados
anteriormente, de que a UP – Alto Japaratuba possui os maiores índices de participação no
setor Agropecuário na Bacia. Impulsionado pelo Município de Capela e pela expansão do
cultivo da cana-de-açúcar, detalhado mais adiante, esta área da Bacia obteve o maior
crescimento no setor agrícola.
O segundo setor a ser analisado é o industrial. Na análise dos dados desse setor,
utilizou-se dos critérios mencionados na metodologia. Busca-se, através do Valor
Adicionado Bruto Municipal Industrial, demonstrar a produção Industrial da Bacia, das
Unidades de Planejamento - UP e detectar os municípios da Bacia Hidrográfica do Rio
Japaratuba que mais contribuíram para o setor. Assim, apresentamos na Tabela 18, a seguir,
o Comportamento do Valor Adicionado Bruto Industrial, em preços corrigidos para Junho
de 2014, as Taxas de Crescimento por Unidade de Planejamento e Percentual de
Participação nos anos 2006 e 2011.
Tabela 18Valor Adicionado Bruto Industrial da Bacia, em Mil Reais (R$) e Taxas de Crescimento em Percentuais (%), por Unidade de Planejamento nos anos 2006 e 2011.
Unidade PlanejamentoVALOR ADICIONADO BRUTO Industrial
2006 2011 Taxa de CrescimentoAlto Japaratuba 17.192 60.346 251%Baixo Japaratuba 383.909 545.143 42%Japaratuba Mirim 231.978 260.560 12%
Siriri 271.551 443.169 63%Bacia Hidrográfica Rio Japaratuba 904.630 1.309.219 45%
Fonte: IBGE (2011).Dados da Pesquisa, 2014.
A partir dos dados apresentados acima é possível constatar um crescimento da
produção Industrial da Bacia de 45% no período de 2006 a 2011. Analisando-se a área da
Bacia responsável pelo crescimento do Valor Adicionado Bruto Industrial tem-se um
acréscimo na produção da UP – Alto Japaratuba, 251% no período analisado. Esta obteve
desempenho de R$ 17 Milhões, 2% do total produzido em 2006 e R$ 60 Milhões, 5% do
total em 2011, aumentando sua participação em 143%. Contudo, é importante ressaltar que
as maiores participações na produção do setor, nos dois anos analisados, foram da UP –
Baixo Japaratuba e UP – Siriri. Em 2006 e 2011, a primeira, UP - Baixo Japaratuba,
manteve sua participação em 42% do total produzido na Bacia, sendo o mesmo índice para
a taxa de crescimento. Já a UP – Siriri, aumentou sua participação de 30% do total em
2006, para 34% em 2011, ou seja, um acréscimo de 13%.
O mesmo comportamento para o setor Industrial não ocorreu com a área da Bacia na
UP – Japaratuba Mirim, que perdeu em termos de participação no setor Industrial da Bacia.
Em 2006, a produção desta área da bacia foi de 26% do total e, em 2011 foi de 20% ,
correspondendo a uma queda na participação de 22%.
A Tabela 19, apresentada abaixo, revela o Ranking de participação municipal do
Valor Adicionado Bruto Industrial na Bacia nos anos de 2006 e 2011 e a Taxa de
Crescimento da produção no período.
A Tabela 19
Ranking de participação municipal do Valor Adicionado Bruto Industrial na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba nos anos de 2006 e 2011, em Mil Reais (R$) e Taxa de Crescimento, em Percentuais (%), da produção no período.
MunicípioVALOR ADICIONADO BRUTO Indústria
2006 2011Taxa de
Crescimento Carmópolis 361.766 480.474 33% Rosário do Catete 169.754 317.399 87% Japaratuba 227.969 249.368 9% Siriri 90.194 99.720 11% Capela 17.879 86.201 382% Nossa Senhora das Dores 11.497 25.537 122% Pirambu 11.128 25.247 127% Muribeca 4.009 11.192 179% Graccho Cardoso 2.474 4.678 89% General Maynard 3.565 3.504 -2% Feira Nova 2.794 3.381 21% Cumbe 1.602 2.517 57% Aquidabã - - 0% Santo Amaro das Brotas - - 0% Maruim - - 0% Divina Pastora - - 0% Barra dos Coqueiros - - 0% Malhada dos Bois - - 0%
Bacia Hidrográfica Rio Japaratuba 904.630 1.309.219 45%Fonte: IBGE (2011). Dados da Pesquisa (2014)
Analisando-se a produção Industrial da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba no
ano de 2006, constata-se que dos R$ 905 Milhões produzidos pela Bacia, 40% do Total
pertencem a Carmópolis, que produziu R$ 362 Milhões. Já em 2011, o Município produziu
R$ 480 Milhões, representando 37% do Total produzido na Bacia, que foi de R$ 1.309
Milhões. Destacou-se também o Município de Japaratuba, que obteve um desempenho de
R$ 228 Milhões em 2006 e R$ 249 Milhões em 2011. Contudo, é importante ressaltar que
este ultimo – Japaratuba, teve uma queda na participação na Bacia, pois em 2006 a
participação foi de 25% e, em 2011 foi de 19%. Aliado a isso constata-se um acréscimo na
participação na produção Industrial na Bacia de Rosário do Catete, que teve uma
participação de 19% em 2006 e 24% em 2011, ou seja, um aumento 29% na participação do
Produto Industrial da Bacia.
Os dados revelam também a Taxa de Crescimento do Valor Adicionado Bruto
Industrial da Bacia Hidrográfica no período 2006/2011. Destacam-se o crescimento da
produção Industrial de Capela (382%), Muribeca (179%) e Pirambu (127%). Evidenciam
ainda, que o Município de General Maynard apresentou uma retração da produção no
período analisado, de 2%. Diante disso, reforça os argumentos, apresentados anteriormente,
de que a Unidade de Planejamento – Alto Japaratuba possui os maiores índices de
crescimento no setor Industrial na Bacia, impulsionado pelo Município de Capela. Contudo,
no total produzido este só possui uma participação de 5% do total para o ano de 2011. É
importante ressaltar que as maiores participações na produção do setor, nos dois anos
analisados, foram da UP – Baixo Japaratuba.
Outro setor a ser analisado é o de Serviços. Na análise dos dados desse setor,
utilizou-se dos mesmos critérios que o setor Industrial, mencionados na metodologia. Desse
modo, apresentamos na Tabela 20, a seguir, o Comportamento do Valor Adicionado Bruto
Serviços, em preços corrigidos para Junho de 2014, as Taxas de Crescimento por Unidade
de Planejamento e Percentual de Participação nos anos 2006 e 2011.
Tabela 20
Valor Adicionado Bruto Serviços da Bacia, em Mil Reais (R$) e Taxas de Crescimento em Percentuais (%), por Unidade de Planejamento nos anos 2006 e 2011.
Unidade PlanejamentoVALOR ADICIONADO BRUTO Serviços
2006 2011 Taxa de CrescimentoAlto Japaratuba 128.036 196.219 53%Baixo Japaratuba 169.466 274.116 62%Japaratuba Mirim 82.760 113.751 37%
Siriri 224.404 329.015 47%Bacia Hidrográfica Rio Japaratuba 604.666 913.100 51%
Fonte: IBGE (2011).Dados da Pesquisa, 2014.
Diante dos dados apresentados acima é possível constatar um crescimento da
produção do setor Serviços da Bacia de 51% no período de 2006 a 2011. Analisando-se a
área da Bacia responsável pelo crescimento do Valor Adicionado Bruto Serviços tem-se a
taxa de crescimento da área da UP – Baixo Japaratuba, 62% no período analisado. Esta
obteve um desempenho de R$ 169 Milhões, 28% do total produzido em 2006 e R$ 274
Milhões, 30% do total em 2011, aumentando sua participação em 7%. Contudo, é
importante ressaltar que as maiores participações na produção do setor, nos dois anos
analisados, foram da UP – Siriri. Em 2006 e 2011, praticamente manteve sua participação
em 36% do total produzido na Bacia, sendo o índice para a taxa de crescimento de 47%. O
mesmo comportamento para o setor Serviços não ocorreu com a área da Bacia na UP –
Japaratuba Mirim, que perdeu em termos de participação no setor Serviços da Bacia. Em
2006, a participação desta área da bacia foi de 14% do total e, em 2011 foi de 12% ,
correspondendo a uma queda na participação de 9%.
Na Tabela 21, apresentada abaixo, evidencia-se o Ranking de participação
municipal do Valor Adicionado Bruto Serviços na Bacia nos ano de 2011 e a Taxa de
Crescimento da produção no período 2006/2011
Tabela 21Ranking de participação municipal do Valor Adicionado Bruto Serviços na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba nos anos de 2006 e 2011, em Mil Reais (R$) e Taxa de Crescimento, em Percentuais (%), da produção no período.
Município VALOR ADICIONADO BRUTO Serviços2006 2011 Variação
Capela 119.936 198.150 65% Nossa Senhora das Dores 108.479 149.605 38% Rosário do Catete 82.448 132.333 61% Carmópolis 66.730 125.722 88% Japaratuba 47.558 69.160 45% Pirambu 39.999 48.597 21% Siriri 32.763 45.897 40% Muribeca 35.202 44.591 27% Feira Nova 22.403 29.793 33% Graccho Cardoso 20.675 29.707 44% Cumbe 15.711 22.312 42% General Maynard 12.763 17.234 35% Aquidabã - - 0% Santo Amaro das Brotas - - 0% Maruim - - 0% Divina Pastora - - 0% Barra dos Coqueiros - - 0%
Malhada dos Bois - - 0%Bacia Hidrográfica Rio Japaratuba 604.666 913.100 51%
Fonte: IBGE (2011). Dados da Pesquisa (2014).
Analisando-se a produção do setor Serviços da Bacia Hidrográfica do Rio
Japaratuba no ano de 2006, constata-se que dos R$ 605 Milhões produzidos pela Bacia,
20% do Total pertencem a Capela, que produziu R$ 120 Milhões. Já em 2011, o Município
produziu R$ 198 Milhões, representando 22% do Total produzido na Bacia, que foi de R$
913 Milhões. Destacou-se também o Município de Nossa Senhora das Dores, que obteve
um desempenho de R$ 108 Milhões em 2006 e R$ 150 Milhões em 2011. É importante
salientar que este último – Nossa Senhora das Dores, teve uma queda na participação na
Bacia, pois em 2006 a participação foi de 18% e, em 2011 foi de 16% do total produzido na
Bacia pelo setor.
Os dados revelam também a Taxa de crescimento do Valor Adicionado Bruto
Serviços da Bacia Hidrográfica no período 2006/2011, destaca-se o crescimento da
produção do setor em Carmópolis (88%), Capela (65%) e Rosário do Catete (61%).
Evidenciam ainda, que nenhum Município apresentou uma retração da produção no período
analisado. Assim, ganha força a constatação de que a Unidade de Planejamento – Baixo
Japaratuba possui os maiores índices de crescimento no setor Serviços na Bacia,
impulsionado pelos Municípios de Carmópolis e Capela.
Diante disso, é importante relacionar o desempenho do setor serviços com outros
setores. Assim, na Tabela 22, a seguir, apresenta as taxas de crescimento do Valor
Adicionado Bruto por setor econômico, em percentuais, na Bacia Hidrográfica Rio
Japaratuba, nos períodos 2006/2011.
Tabela 22
Valor Adicionado Bruto e Taxas de Crescimento por Setores em Percentuais nos períodos 2006 e 2011 e 2006/2011 na Bacia do Rio Japaratuba.
Setor EconômicoVALOR ADICIONADO BRUTO TOTAL TAXAS DE
CRESCIMENTO2006 2011Agrícola 90.222 115.635 28Industrial 904.630 1.309.219 45
Serviços 604.666 913.100 51Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
Dados esses aspectos, é possível constatar que o setor serviços foi o mais dinâmico
na bacia no período 2006/2011. No entanto, o setor Industrial mostrou-se bastante dinâmico
também, com taxas de crescimento próximas ao do setor serviço e com desempenho maior
que setor agrícola no período analisado. Estas constatações reforçam as evidencias
apresentadas na parte que trata do comportamento econômico do Estado de Sergipe,
apresentado anteriormente, que aponta para o setor Industrial como propulsor do
desenvolvimento econômico. Porém, é importante salientar que, apesar de uma queda da
participação do Setor serviços no Estado, os dados evidenciam que a partir de 2005 o setor
retoma o crescimento. Constata-se ainda que a participação do setor agropecuário manteve-
se, mesmo com a participação da Região Nordeste tendo apresentado tendência de redução
em relação à produção brasileira para o setor no período 1995 a 2010. No entanto, é
importante ressaltar que há uma tendência de aumento da produção para a cultura de cana-
de-açúcar.
De posse da análise do comportamento por setores na Bacia Hidrográfica do Rio
Japaratuba, buscar-se à compreender os produtos responsáveis pelo dinamismo na bacia. É
o que tratará a próxima secção.
2. OS PRINCIPAIS PRODUTOS POR SETORES
A análise da estrutura produtiva da Bacia demonstra, como já sugerido
anteriormente, que a base da economia concentra-se basicamente nas atividades do setor
terciário e Industrial. Contudo, a produção agrícola deverá ser considerada, por ser tratar de
atividade intensiva no uso dos recursos hídricos. Assim, apresenta, a seguir, os principais
produtos agrícolas por área da bacia em cada Estado e por Comitê Gestor.
2.1 Os Principais Produtos Agrícolas
Os dados aqui apresentados foram tratados a partir de critérios de proporcionalidade
de inserção da área em cada Estado e do Comitê da Bacia. Os produtos estão divididos em
lavouras temporárias (Abacaxi, Amendoim, Batata-doce, Feijão, Mandioca, Melancia,
Milho e Cana-de-açúcar) e lavouras permanentes (Banana, Coco-da-baía, Laranja, Manga e
Maracujá). É importante salientar que as culturas temporárias receberam destaque por
serem mais intensivas no consumo de recursos hídricos.
Assim, inicia-se por tratar da produção na área da Bacia Hidrográfica em cada
Unidade de Planejamento. Desse modo apresenta, na Tabela 23, em Anexos, os principais
produtos de lavoura temporária em Toneladas nos anos de 2007 e 2012.
A análise das informações sobre a lavoura temporária por Unidade de
Planejamento da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba permite constatar que para a
produção de abacaxi, a UP – Alto Japaratuba foi responsável pela maior participação. No
ano de 2007, a participação desta área foi de 70% do total de 2.941 toneladas produzidas na
Bacia. Já em 2012, a UP aumentou sua participação para 75% de um total de 4.011
toneladas. É importante salientar que houve um aumento na produção da Bacia para
abacaxi 36% no período analisado.
Em relação, à produção Amendoim, destacou-se a UP – Japaratuba Mirim nos
2007 e 2012. Em 2007, a UP foi responsável por 31% de um total produzido na Bacia de 63
toneladas. Já no ano de 2012, a produção total da Bacia foi de 41 toneladas. Destas, 49% do
foi da UP - Japaratuba Mirim. No entanto, é importante ressaltar que houve no período
analisado uma queda na produção dessa cultura de 35%. Esta retração foi impulsionada
pelas UP’s Alto Japaratuba e Siriri, que tiveram taxas de crescimento negativas de 43% e
83%, respectivamente.
Outra cultura temporária na Bacia é a Batata-doce. Para esta cultura, destacou-se
UP’s de Japaratuba Mirim e Siri, com um percentual de participação na Bacia de 33%, e
29% , respectivamente, do total produzido nos dois anos analisados de 58 Toneladas.
Analisando-se a taxa de crescimento deste produto agrícola no período 2007/2012, percebe-
se que não houve alteração do total da produção da Bacia. É importante destacar, que
ocorreu taxa negativa para produção de Batata-doce na UP – Siriri, no período em análise,
de 1%.
A Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba produz também feijão. Em relação, à esta
cultura temporária, destacou-se a UP – Alto Japaratuba e UP – Japaratuba Mirim nos 2007
e 2012. Em 2007, a primeira – Alto Japaratuba, foi responsável por 44% de um total
produzido na Bacia de 685 toneladas. Já no ano de 2012, a produção total da Bacia foi de
341 toneladas. Destas, 38% do foi da UP - Japaratuba Mirim. No entanto, é importante
ressaltar que houve no período analisado uma queda na produção dessa cultura de 50%.
Esta retração foi impulsionada, principalmente, pelas UP’s Alto Japaratuba e Siriri, que
tiveram taxas de crescimento negativas de 68% e 65%, respectivamente.
A análise das informações sobre a lavoura temporária por Unidade de
Planejamento da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba permite constatar também que para
a produção de Mandioca, a UP – Alto Japaratuba foi responsável pela maior participação.
No ano de 2007, a participação desta área foi de 41% do total de 30.552 toneladas
produzidas na Bacia. Já em 2012, a UP reduziu sua participação para 40% de um total de
20.676 toneladas produzidas. É importante salientar que houve uma redução do cultivo de
mandioca na Bacia, no período analisado, de 32%. Esta, impulsionada, principalmente pela
queda na produção da UP – Siriri, que reduziu a produção dessa cultura em 44% para o
período analisado.
Em relação, à produção de Melancia, destacou-se a UP – Siriri nos 2007 e 2012.
Em 2007, a UP foi responsável por 60% de um total produzido na Bacia de 52 toneladas. Já
no ano de 2012, a produção total da Bacia foi de 55 toneladas. Destas, 60% do foi da UP –
Siriri e, 40% da UP – Baixo Japaratuba. No entanto, é importante ressaltar que houve no
período analisado um pequeno na produção dessa cultura na Bacia de 6%.
Outra cultura temporária na Bacia é o Milho. Para esta cultura, destacou-se, nos
dois anos analisados, a UP - Alto Japaratuba, com um percentual de participação na Bacia
de 79% das 7.047 Toneladas produzidas na Bacia em 2007, e 74% das 3.848 Toneladas
produzidas em 2012. Analisando-se a taxa de crescimento deste produto agrícola no
período 2007/2012, percebe-se que ocorreu taxa negativa para produção da Bacia, 45%.
Das culturas temporárias na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, merece
destaque o cultivo de cana-de-açúcar. Isso, porque, esta foi a cultura com maior produção
na bacia nos anos de 2007 e 2012. A análise dos dados demonstra que a área da bacia com
maior percentual de participação foi a da UP – Japaratuba Mirim, com 30% do total em
2007. Em 2012, o maior percentual de participação na produção da Bacia foi da UP – Siriri,
28% do total produzido. Porém, analisando-se as taxas de crescimento da produção nos
períodos 2007/2012, observa-se que houve um aumento 104% na área da UP – Siriri e 72%
na área da Bacia.
Na Tabela 24, apresentada abaixo, evidencia-se o Ranking de participação
municipal da produção de cana-de-açúcar na Bacia nos anos de 2007 e 2012 e a Taxa de
Crescimento da produção no período.
Analisando-se a produção de cana-de-açúcar na Bacia Hidrográfica do Rio
Japaratuba no ano de 2007, constata-se que das 902.591 toneladas produzidas pela Bacia,
46,5% do Total pertencem a Capela, que produziu 419.900 toneladas. Neste ano,
destacaram-se também os Municípios Japaratuba (28%) e Rosário do Catete (9%), com
produção de 250.704 e 88.19 toneladas, respectivamente. Já em 2012, destaca-se
novamente o Município de Capela, que produziu 703.500 toneladas, representando 45% do
Total produzido na Bacia, que foi de 1.551.347 toneladas. Destacou-se também o
Município de Japaratuba, com uma participação de 23% do total produzido. Os dados
apontam também para produções expressivas dos Municípios de Rosário do Catete e Siri.
Estes tiveram uma participação de 14% e 8% do Total produzido na Bacia em 2012,
respectivamente.
Tabela 24Ranking de participação municipal da produção de cana-de-açúcar, em Toneladas, na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba nos anos de 2007 e 2012 e a Taxa de Crescimento, em Percentuais (%) no Período.
MUNICÍPIO Produção de Cana-de-açúcar2007 2012 Variação
Aquidabã - - 0%Barra dos Coqueiros - - 0%
Capela 419.900 703.500 68%Carmópolis 0 26.240 26239,900%
Cumbe 0 33.540 33539,900%Divina Pastora 1.831 2.644 44%Feira Nova - - 0%
General Maynard - - 0%Graccho Cardoso - - 0%
Japaratuba 250.704 354.373 41%Malhada dos Bois 12 - -100%
Maruim 16.455 15.817 -4%Muribeca 33.760 25.157 -25%
Nossa Senhora das Dores 24.383 44.245 81%Pirambu - - 0%
Rosário do Catete 88.149 208.706 137%Santo Amaro das Brotas 18.310 18.310 0%
Siriri 49.087 118.813 142%Bacia Hidrográfica Rio Japaratuba 902.591 1.551.347 72%
Fonte: IBGE (2012) e Dados da Pesquisa (2014)
Os dados revelam também a taxa de crescimento da produção de cana-de-açúcar na
Bacia Hidrográfica no período 2007/2012. Para o crescimento da produção dessa cultura,
destacam-se Capela (68%), Rosário do Catete (137%) e Siriri (142%). Evidenciam ainda, a
expansão da cultura pela Bacia, com aumento expressivo em Carmópolis, Cumbe e Nossa
Senhora das Dores. Diante disso, pode-se constatar um avanço expressivo da cultura na
Bacia, com taxa de crescimento de 72% para o período analisado. Aliado a isso,
analisando-se o comportamento das culturas temporárias na Bacia, nos últimos 5 anos,
percebe-se uma perda da participação no setor agrícola das outras culturas. Conforme
demonstrado anteriormente, a produção de Feijão, milho e mandioca apresentaram taxas
negativas de crescimento para o período analisado, demonstrando uma mudança nas
características da ocupação do solo da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, indicando a
perda de diversidade de culturas, com o avanço da monocultura.
De posse da análise do comportamento das lavouras temporárias, a seguir, busca-
se compreender o comportamento das lavouras permanentes na Bacia, Unidades de
Planejamento e Municípios.
Os dados evidenciam que as culturas permanentes na Bacia são Banana, Coco-da-
baía, Laranja, Manga e Maracujá, sendo produzido um total de 17.801 toneladas em 2007 e
15.279 em 2012. Dentre essas culturas, destaca-se um aumento na produção de Maracujá,
cuja taxa de crescimento da produção no período 2007/2012 foi de 98%. É importante
destacar também, que as demais culturas permanentes sofreram queda na produção nos
períodos anteriormente citados, fato que será detalhado na análise da produção por Unidade
de Planejamento, a seguir.
O comportamento das lavouras permanentes nas Unidades de Planejamento da
Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, nos anos 2007 e 2012, pode ser observado na Tabela
25, mais adiante. A análise dos dados revela que a Unidade com maior participação na
produção de culturas permanentes na Bacia no ano de 2007 e 2012 foi a UP – Siriri. Em
2007, esta participou com 35% do total, com um desempenho de 6.268 toneladas. Já em
2012, participou com 33% do Total produzido na Bacia, com 5.052 toneladas. Assim,
analisando-se a participação no período, constata-se que apesar dessa Unidade ter a
participação mais expressiva, ocorreu uma queda de 6% em termos de culturas permanentes
na produção da UP – Siriri.
Na produção de banana, destacou-se a UP – Siriri com 42% do total de 4.256
toneladas produzidas na Bacia em 2007. Em 2012, a Unidade produziu 1.546 toneladas da
cultura, uma participação de 35%. Destacou-se também a UP – Alto Japaratuba, com uma
produção de 1.019 toneladas produzidas, participação de 24% em 2007 e 1.149 toneladas,
26% em 2012.
Em relação à produção de Coco-da-baía, destacaram-se, nos dois anos analisados,
as Unidades de Planejamento UP – Siriri, UP – Japaratuba Mirim e UP – Baixo Japaratuba.
Em 2007, a primeira – UP – Siriri, com 43% de um total produzido na Bacia de 8.975
toneladas. A segunda, UP – Japaratuba Mirim, com participação de 27% e, a terceira, UP –
Baixo Japaratuba com 22%.
Quanto à produção de Laranja, destacou-se, tanto em 2007 quanto em 2012 a UP -
Alto Japaratuba. Esta ultima, alcançou uma participação 65% de um total de 3.814
toneladas produzidos na Bacia em 2007, repetindo o índice de participação em 2012,
quando foram produzidas 2.377 toneladas de laranja. A UP - Baixo Japaratuba destacou-se
também com uma participação de 31% em 2007 e, 30% do total produzido em 2012.
Os dados evidenciam também que a produção de Manga e Maracujá são menos
expressivas. No ano de 2007, foram produzidas na Bacia 653 toneladas de Manga e 103
toneladas de Maracujá. Já em 2012, para a primeira, Manga, não foram observadas
alterações na produção e, de Maracujá foram produzidas 203 toneladas. Analisando-se a
participação das Unidades de Planejamento para estas culturas, constata-se, para Manga,
uma predominância da UP – Siriri com 67% do total produzido na Bacia nos dois anos
pesquisados. Já para Maracujá, destacou-se a UP – Japaratuba Mirim, com uma
participação de 100% em 2007 e 91% em 2012.
Analisando-se as Taxas de Crescimento da produção de culturas permanentes na
Bacia, é possível constatar que houve uma redução, no período 2007/2012, de 14%. Os
dados revelam também que ocorreu um aumento da produção das Unidades de
Planejamento de Japaratuba Mirim (7%) no período 2007/2012. Isso, devido a um aumento
na produção de bananas. Contudo, é importante salientar que a representatividade em
termos percentuais destas Unidades é pouco significativa em termos do total produzido na
Bacia. É importante ressaltar que as maiores participações são das Unidades de
Planejamento UP – Alto Japaratuba e UP – Siriri, que tiveram retração na produção das
culturas permanentes no período analisado de 27% e 19%, respectivamente. Dados estes
aspectos, observa-se uma concentração da produção de culturas permanentes na UP - Siriri,
apesar deste sofrer uma queda na produção nos período analisado.
Tabela 25Lavouras Permanentes, em Toneladas, e Taxa de Crescimento da Produção por Unidade de Planejamento da Bacia Hidrográfica Rio Japaratuba nos anos 2007 e 2012.
Unidade Planejamento
Banana Coco-da-baía Laranja Manga Maracujá
2007 2012 Variação 2007 2012 Variação 2007 2012 Variação 2007 2012 Variação 2007 2012 Variação
Alto Japaratuba 1.019
1.149 13%
652
299 -54%
2.495
1.534 -39%
217
217 0%
-
- 0%
Baixo Japaratuba
877
974 11%
2.008
2.021 1%
1.165
716 -39%
-
- 0%
-
- 0%
Japaratuba Mirim
555
693 25%
2.440
2.440 0%
-
- 0%
1
1 -44%
103
185 80%
Siriri 1.804
1.546 -14%
3.875
2.925 -25%
154
127 -17%
435
435 0%
0
18 18332%
B. H Japaratuba 4.256
4.362 2%
8.975
7.684 -14%
3.814
2.377 -38%
653
653 0%
103
203 98%
Fonte: IBGE (2012) e Dados da Pesquisa (2014)
A análise da estrutura produtiva da na Bacia Hidrográfica Japaratuba demonstra
importante produção de origem animal. Sendo assim, os dados da pecuária serão tratados a
seguir. É importante ressaltar, que a exemplo da produção agrícola, o critério utilizado aqui
no tratamento dos dados foi a proporcionalidade em que cada Unidade de Planejamento
está inserido na Bacia.
2.2 Pecuária
Os dados da pecuária indicam a existência de rebanhos de bovinos e galináceos
numerosos, o que se associa com uma prática de criação extensiva para finalidade
comercial. Ressalta-se que houve aumento no plantel de animais na Bacia, sendo esse
aumento bastante significativo no caso aves (igual a 36%) no período 2005/2012. Em
relação ao comportamento dos efetivos da pecuária em cada Unidade de Planejamento,
tem-se na Tabela 26, em Anexos, os Principais Efetivos da Pecuária por Unidade de
Planejamento da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba nos anos 2005 e 2012 e Taxas de
Crescimento.
A análise dos dados revela que Unidade de Planejamento da Bacia com maior
percentual nos efetivos da Pecuária (Bovino, Suíno, Eqüino, Asinino, Muar, Caprino e
Ovinos) em 2005 foi a UP – Baixo Japaratuba. Esta participou com 30% do Total de
cabeças de 128.649 na Bacia neste ano. Já em 2012, foi a UP – Siriri, com uma participação
de 30% em um total de 113.401 cabeças. É importante ressaltar que, em relação ao rebanho
de aves, a UP – Siriri concentrou 41% em 2005. Já em 2012, destacou-se a UP – Alto
Japaratuba, com 36% das 598.233 cabeças existentes na Bacia.
Evidencia-se também, que a Unidade de Planejamento com maior plantel de
Bovinos na Bacia no ano de 2005 foi UP – Baixo Japaratuba, com um rebanho de 31.480
cabeças, 30% do total Em 2012, destacou-se a UP – Siriri, com 29.091cabeças (31%), do
total de 92.827 cabeças existentes na Bacia no ano analisado.
Para o rebanho de Eqüinos, Asininos, Muares destacou-se, em 2005, a UP - Baixo
Japaratuba. Esse último, com um rebanho de 2.487 cabeças, 28% de um Total de 8.738
cabeças existentes na Bacia em 2005. Voltou a liderar em 2012, juntamente com a UP -
Siriri em 2012, com 28% de participação. Nesta ultima, UP – Siriri, foram evidenciadas
2.312 cabeças de um plantel de 8.173 de cabeças na Bacia.
Em relação aos rebanhos de Suínos, a Unidade de Planejamento responsável pela
maior participação foi, novamente, Baixo Japaratuba para 2005 e 2012. Em 2005, foram
1.905 cabeças, 30% do Total de 6.410 cabeças na Bacia. Em 2012, foram 1.470 cabeças de
um total de 5.055 cabeças na Bacia, ou seja, 29% do total. Já para Caprinos e Ovinos, os
principais plantéis estão localizados na UP – Alto Japaratuba. Esta Unidade liderou em
2005 e 2012, com um rebanho de 2.334 cabeças, 31% do Total de 7.591 cabeças em 2005 e
2.377 cabeças (32%) de um total de 7.345 cabeças existentes na Bacia em 2012.
Quanto ao rebanho de aves, dados da Tabela 27, apresentam os Principais Efetivos
Aves por Unidade de Planejamento da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba nos anos 2005
e 2012 e Taxas de Crescimento no Período.
Tabela 27 Principais Efetivos Aves (Em cabeças) por Unidade de Planejamento da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, nos anos 2005 e 2012 e Taxas de Crescimento no Período.
Unidade PlanejamentoREBANHO DE AVES
2005 2012 Taxa de CrescimentoAlto Japaratuba 124.136 213.903 72%Baixo Japaratuba 64.361 109.587 70%Japaratuba Mirim 72.853 84.974 17%Siriri 179.211 189.768 6%B. Hidrográfica Japaratuba 440.561 598.233 36%
Fonte: IBGE (2012). Dados da Pesquisa (2014)
Em relação ao plantel de Aves na Bacia, a UP – Siriri liderou em 2005, com
179.211 cabeças, 41% do Total de 440.561 cabeças existentes na Bacia. Em 2012, destacou-
se UP – Alto Japaratuba, 213.903 cabeças (36%) de um total de 598.233 cabeças. É
importante salientar que, destacou-se também, nos anos analisados, Baixo Japaratuba.
Quanto às Taxas de Crescimento do efetivo de Aves na Bacia, a análise dos dados
sugere que houve um aumento significativo do plantel na Bacia nos anos analisados,
principalmente, nas Unidades de Planejamento UP – Alto Japaratuba, com um crescimento
no período de 72% e UP – Baixo Japaratuba, com um crescimento do rebanho de aves de
70%. No que se refere à Bacia, os dados demonstram que houve um aumento de 36% no
período analisado.
Outra atividade que vem se desenvolvendo na Bacia, de acordo com o Diagnóstico
da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba (2014), é a pesca:
Na UP - Baixo Japaratuba a pesca é uma importante atividade econômica principalmente para a sobrevivência das comunidades locais. Nessa atividade destaca-se a pesca artesanal, bem como a coleta e comercialização de marisco para bares e restaurantes da região.
Uma variável importante para se compreender o comportamento do setor primário
da Bacia especificamente o extrativismo, tratado em seguida.
2.3 Extrativismo Associado à Indústria
A Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba abriga o maior Campo Petrolífero do país
em Terra firme. Devido a isso, optou-se por detalhar a questão do extrativismo mineral e
sua integração à indústria. É importante ressaltar que a metodologia utilizada na coleta e
análise dos dados foi diferente dos outros componentes aqui tratados. Optou-se por
pesquisa a dados secundários a respeito da extração mineral da Federação das Indústrias de
Sergipe.
De acordo com a Federação das Indústrias de Sergipe - FIES (2012)9, o Campo
Petrolífero de Carmópolis é o 3º maior do Brasil. Compreende área superior a 150 Km²
abrigando mais de 1.200 poços. Acredita-se que essa atividade é de extrema importância
para o desenvolvimento econômico local, pois gera riqueza, emprego e renda direta e
indiretamente para os municípios da região:
O destaque nacional faz da exploração de petróleo e gás a principal
atividade econômica de Sergipe. O Valor de Transformação Industrial
(VTI) estimado deste setor, em R$ 1.274.644 mil (IBGE/PIA – Empresa,
2008), representa 36,9% de toda a produção industrial sergipana. (...)
empregando 3.739 trabalhadores formais diretos (RAIS/CAGED,2010) e
mais de 11mil indiretos. (FIES, 2012, p. 36)
9 Ver mais detalhes no Diagnóstico da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba (2014) e Política de Desenvolvimento Industrial 2011 – 2015.
Analisando-se os dados que tratam do Percentual da Participação dos Setores da
Indústria e Construção Civil, apresentados na Tabela 28, apresentada a seguir, constata-se
um crescimento da participação da indústria extrativa mineral na economia sergipana no
período 2004/2012 de 120%. Já para o período 2008/2012, tem-se um crescimento de
3,15% na participação.
Tabela 28Participação da Indústria e Construção Civil, em Percentuais (%) para os anos de 2004, 2008 e 2012.
Indústria e Construção Civil 2004 2008 2012Construção civil 47,92 45,54 40,82
Extrativa mineral 4,17 8,90 9,18
Indústria de produtos alimetícios, bebidas e álcool etílico 18,23 21,28 20,41
Indústria de produtos minerais não metálicos 3,13 6,44 6,12
Indústria química de produtos farmacêuiticos, veterinários, perfumaria, ... 2,60 3,96 2,04
Indústria metalúrgica 3,65 3,47 2,07
Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos 5,73 3,47 4,05
Indústria da madeira e do mobiliário 0,00 1,98 1,03
Indústria da borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. Diversas 1,04 0,99 1,02
Indústria do material de transporte 2,08 0,99 1,02
Indústria mecânica 0,00 0,99 1,02
Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica 0,51 0,50 1,02
Serviços industriais de utilidade pública 10,94 1,49 10,20
Total 100,00 100,00 100,00Fonte: Federação das Indústrias de Sergipe
MET Elaboração Consórcio PROJETC/TECHNE - 2009
Assim, evidencia-se um crescimento expressivo no período 2004/2012 para
atividade industrial associada à extração mineral. Cabe ressaltar, que não é objetivo aqui
aprofundar nessa questão, pois o intuito é identificar atividades econômicas em crescimento
na Bacia e sua tendência. Acredita-se que esse objetivo foi atendido.
2.4 Agroindústria
Nesta secção será apresentado o número de estabelecimentos com produção animal
integrada à indústria. O intuito é compreender quantos são na Bacia Hidrográfica do Rio
Japaratuba. Para tanto, o critério não foi a proporcionalidade da área inserida e, sim, os
números absolutos. Assim, mesmo em municípios em que a sede está fora da bacia foram
computados os estabelecimentos.
De acordo com dados do IBGE (2006), os estabelecimentos industriais envolvidos
com a produção de aves, suínos e outros animais na Bacia totalizam 69 estabelecimentos.
Destes, 34 estão envolvidos com a produção de aves, 4 com suínos e 31 com outros
animais. É o que evidencia a Tabela 29, abaixo.
Tabela 29Estabelecimentos com produção animal integrada à indústria, por tipo de produção – 2006 por Município da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.
Município
Estabelecimentos com produção animal integrada à indústria, por tipo de
produção
Aves Suínos Outrosanimais
Aquidabã 3 - 5 Barra dos Coqueiros - - - Capela 5 1 7 Carmópolis - - - Cumbe - - - Divina Pastora 2 - 1 Feira Nova 1 1 2 General Maynard - - - Graccho Cardoso 4 - 3 Japaratuba 3 - 2 Malhada dos Bois - - 2 Maruim 6 - 2 Muribeca 2 - 1 Nossa Senhora das Dores 1 - - Pirambu 1 - 1 Rosário do Catete 1 1 1 Santo Amaro das Brotas 3 1 4 Siriri 2 - -Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba 34 4 31Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006.
A análise dos dados evidencia uma concentração nos Municípios de Maruim e
Capela e 17,7% e 14,7% dos estabelecimentos industriais envolvidos com a produção de
aves, respectivamente. Dos estabelecimentos envolvidos com a produção de suínos, tem-se
que os estabelecimentos estão concentrados em Capela, Feira Nova, Rosário do Catete e
Santo Amaro das Brotas. Em relação aos estabelecimentos integrados à outros tipos de
animais, tem-se 22,6% dos estabelecimentos concentrados em Capela.
Na análise da dinâmica econômica da Bacia é importante compreender também a
área e estabelecimentos com área irrigada. É o que será tratado na próxima secção
2.5 Irrigação
É expressivo o número de estabelecimentos com área irrigada da Bacia Hidrográfica
do Rio Japaratuba. Para analisá-los a metodologia adotada foi a proporcionalidade de
inserção na Bacia de cada Unidade de Planejamento. Desse modo, de acordo com dados do
IBGE (2006), os estabelecimentos com área irrigada na Bacia totalizam 94, com uma área
total de 2.066 hectares.
O número de estabelecimentos com área irrigada nas Unidades de Planejamento da
Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba no ano 2006 está representado na Tabela 30, em
seguida.
Tabela 30Número de Estabelecimentos com Área Irrigada e Área Irrigada (ha) por Unidade de Planejamento da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba no ano 2006.
Unidade de Planejamento Estabelecimentos ÁreaAlto Japaratuba 13 461Baixo Japaratuba 24 497Japaratuba Mirim 28 338Siriri 29 770TOTAL 94 2.066Fonte: IBGE (2006). Dados da Pesquisa, 2014.
A análise dos dados revela que está concentrado na UP - Siriri o maior número de
estabelecimentos com área irrigada. São 29 estabelecimentos, 31% do total de 94
estabelecimentos com área irrigada na Bacia. É nesta Unidade de Planejamento também
que está a maior área irrigada, com um total 770 hectares, correspondendo a 37 % da área
total irrigada na Bacia, que é de 2.066 hectares. Dos Municípios, destaca-se Capela, com
área irrigada de 1.122 hectares. Destaca-se também Rosário do Catete com 412 hectares de
área irrigada.
De posse das informações apresentadas anteriormente, é possível algumas
constatações a respeito da dinâmica econômica da Bacia Hidrográfica Japaratuba. Este é o
objetivo da próxima secção.
3 CONCLUSÃO
Das análises, anteriormente apresentadas, é possível realizar algumas constatações
sobre a dinâmica econômica da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba. A evolução do Valor
Adicionado Bruto Total nos anos analisados evidencia um crescimento da Bacia de 46% no
período 2006/2011, destacando-se com a maior participação as Unidades de Planejamento
UP - Baixo Japaratuba e UP - Siriri. Analisando-se também as taxas de crescimento no
período 2006/2011, destacaram-se as Unidades UP – Alto Japaratuba, UP – Siriri e UP –
Baixo Japaratuba, com crescimento de 69%, 55% e 47%, respectivamente.
O setor Industrial obteve um crescimento na Bacia de 45% no período analisado.
Destacaram-se na participação das UP – Baixo Japaratuba e UP – Siriri. No entanto, a
exemplo do comportamento no Valor Adicionado Bruto Total, destacou-se também a UP –
Alto Japaratuba. O crescimento alcançado por estas Unidades de Planejamento no período
2006/2011 foi de 251%, 63% e 42%, respectivamente. É importante destacar o impulso do
setor na UP – Alto Japaratuba foi impulsionado pelo Município de Capela, com
crescimento no período analisado de 382% e pela produção de Petróleo de Carmópolis.
Esta ultima, é portadora do terceiro maior campo petrolífero do Brasil e o mais importante
de Sergipe. A produção impulsiona a indústria extrativa, os serviços industriais de apoio à
extração de óleo e gás, empregando 3.739 trabalhadores formais diretos. Aliado a isso, de
acordo com a Federação das Indústrias de Sergipe, em 2010, gerou R$ 216.359.126 em
Royalties, distribuídos entre o Estado de Sergipe e Municípios produtores no Estado.
Em relação ao setor serviços, a análise dos dados demonstra um crescimento de
51% no período 2006/2011 para a Bacia. Os dados evidenciaram também que as Unidades
de Planejamento que se destacaram na participação foram UP – Siriri e UP – Baixo
Japaratuba com participação total setor, em 2011 de 36% e 30%, respectivamente.
Analisando-se também as taxas de crescimento do setor serviços, constata-se que a UP com
maior crescimento foi Baixo Japaratuba, com 62% no período 2006/2011.
O crescimento do setor agrícola da Bacia, a despeito de seu menor desempenho no
total, foi 28% de período 2006/2011, destacando-se a UP – Alto Japartatuba, com
participação de 30% dos R$ 90 Milhões produzidos em 2006 e, 31% do total – R$ 116
Milhões, produzido na Bacia em 2011. Em relação ao crescimento na agropecuária na
Bacia, constata-se que houve um crescimento das Unidades de Planejamento UP – Alto
Japaratuba e UP – Siriri.
O crescimento do setor agropecuário na Bacia relaciona-se com a expansão da
cultura de cana-de-açúcar com a expansão da criação de aves. O cultivo da cana apresentou
um crescimento de 72% na Bacia no período de 2006/2011. Já a expansão da criação de
aves, foi de 36% no período 2005/2012. Outro dado relevante é o comportamento das
demais Lavouras Temporárias e das Lavouras permanentes. Os dados revelaram que para a
primeira – Demais Lavouras Temporárias, houve uma retração de 30% no período
analisado. Já no caso das Lavouras permanentes, a redução foi de 14%.
Os dados revelam também a situação da irrigação na Bacia. Constatou-se que, para
o ano de 2006, foram 94 estabelecimentos com área irrigada, sendo a maior parte está
concentrado na UP – Siriri. São 29 estabelecimentos, 31% do total.
Dados esses aspectos, é possível concluir que o setor econômico responsável pela
maior contribuição na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, analisando-se os dados mais
recentes, 2011, foi o Industrial, com 56% em termos de participação, seguido por Serviços
com 39% e, agropecuária com 5% do Total do Valor Adicionado Bruto produzido pela
Bacia. Destacando-se que a UP – Baixo Japaratuba é responsável pela maior participação
no Setor Indústria. Já no Setor Serviços, é a UP – Siriri e, no setor agropecuário é a UP –
Alto Japaratuba.
ANEXOS
AtividadesParticipação no valor adicionado bruto a preços básicos (%)
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Indústria 26,0 23,9 26,8 26,1 25,2 24,7 31,2 32,0 34,3 34,5 33,3 31,4 30,6 33,0 27,9 28,6
Indústria extrativa
1,5
1,6
1,5
1,5
1,9
2,2
3,9
3,7
4,1
4,4
6,0
7,4
6,2
9,8
5,2
5,8
Indústria de transformação
14,5
13,4
14,4
14,1
14,4
14,0
11,8
11,7
12,6
11,1
10,7
9,7
9,7
8,9
8,6
7,4
Produção e distribuição de eletricidade e gás, água e esgoto e limpeza urbana
1,0
0,9
0,9
0,9
0,9
0,8
9,2
10,5
11,6
12,0
9,8
8,2
8,1
7,9
6,9
7,8
Construção civil
9,0
8,0
9,9
9,6
8,0
7,7
6,2
6,2
6,0
7,1
6,8
6,0
6,6
6,4
7,2
7,6
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA.
AtividadesParticipação no valor adicionado bruto a preços básicos (%)
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Serviços 67,5 70,0 68,2 68,5 69,6 70,7 64,5 63,5 59,2 60,8 62,3 63,7 64,8 61,8 66,2 66,9
Comércio
12,2
11,0
10,7
10,0
10,4
11,6
10,5
10,2
8,2
9,5
10,7
9,8
11,0
10,6
11,3
12,9
Intermediação financeira, seguros e previdência complementar e serviços relacionados
2,3
2,1
2,0
2,2
2,0
3,8
3,8
4,9
4,0
3,3
4,0
3,8
4,0
3,5
4,0
4,0
Administração, saúde e educação públicas e seguridade social
25,8
22,7
21,1
22,2
23,9
23,5
22,8
22,8
21,7
21,0
22,4
24,5
24,5
24,5
26,4
26,3
Outros serviços
27,2
34,2
34,4
34,0
33,4
31,9
27,4
25,7
25,3
27,0
25,1
25,7
25,3
23,2
24,5
23,6
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANCO Central do Brasil: Calculadora do Cidadão. Disponível em: <http://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormCorrecaoValores.do?method=exibirFormCorrecaoValores>. Acesso em: 7 de julho de 2014.
INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção da Pecuária Municipal 2009. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidades>. Acesso em: 7 de julho de 2014.
INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola Municipal 2009. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidades>. Acesso em: 7 de julho de 2014.
INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística. Áreas Irrigadas. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidades>. Acesso em: 10 de julho de 2014.
FEDERAÇÃO das Indústrias do Estado de Sergipe. Política de Desenvolvimento Industrial do Estado de Sergipe. Período 2011 – 2015. Sergipe: FIES, 2012.