plano de estudo para história e consciência de classes

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Resumo História e Consciência de Classes Categorias Importantes REIFICAÇÃO: Neste livro Lukács dedica um grande capítulo para discutir essa categoria. Esta se refere a uma determinação do capital que é o processo de tornar o humano em “coisa”. Por exemplo o trabalhador quando entra no mercado de trabalho, é destituído de todos os atributos tipicamente humanos (personalidade, capacidade, temperamento, entre outros), para se tornar uma mercadoria “força de trabalho”, uma coisa que é trocada por outra coisa que é o dinheiro, a mercadoria universal. Este é um aspecto da fetichização da mercadoria. O “fetiche” seria no sentido religioso mesmo, de atribuir um poder humano ou sobre-humano a um objeto. O fetiche da mercadoria, segundo Marx é o poder das relações entre coisas sobre o ser. Lukacs, no HCC entende que o processo de reificação presente nas relações concretas entre o capital e trabalho, é um reflexo da realidade “introjetado 1 historicamente pelos trabalhadores, 1 Talvez não seja a melhor palavra, não me lembro de qual termo que o Luc rsrsrs... usa para dizer sobre esse processo de consciência do trabalhador.

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Resumo das principais categorias da Obra Georges Lukács, "História e Consciência de Classe" Não publicado

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Page 1: Plano de estudo para História e consciência de classes

Resumo

História e Consciência de Classes

Categorias Importantes

REIFICAÇÃO: Neste livro Lukács dedica um grande capítulo para discutir essa categoria. Esta se

refere a uma determinação do capital que é o processo de tornar o humano em “coisa”. Por

exemplo o trabalhador quando entra no mercado de trabalho, é destituído de todos os

atributos tipicamente humanos (personalidade, capacidade, temperamento, entre outros),

para se tornar uma mercadoria “força de trabalho”, uma coisa que é trocada por outra coisa

que é o dinheiro, a mercadoria universal. Este é um aspecto da fetichização da mercadoria. O

“fetiche” seria no sentido religioso mesmo, de atribuir um poder humano ou sobre-humano a

um objeto. O fetiche da mercadoria, segundo Marx é o poder das relações entre coisas sobre o

ser. Lukacs, no HCC entende que o processo de reificação presente nas relações concretas

entre o capital e trabalho, é um reflexo da realidade “introjetado1” historicamente pelos

trabalhadores, tornando a consciência do proletariado em uma “consciência reificada”.

CONSCIÊNCIA DE CLASSE: depois de escrever páginas e páginas sobre a consciência do

trabalhador e a reificação, Lukacs fala então da Consciência de Classe, que assim como o

processo de reificação era uma categoria histórica nascida da processualidade do capital, a

nova consciência do trabalhador também seria um produto da História da luta de classes que

deveria ser “adjudicada” (esse é o termo usado por Lukacs) a consciência individual dos

trabalhadores. A Consciência de Classe não seria uma consciência individual, mas uma

categoria universal a ser desenvolvida e apropriada pela classe trabalhadora e pelos indivíduos

1 Talvez não seja a melhor palavra, não me lembro de qual termo que o Luc rsrsrs... usa para dizer sobre esse processo de consciência do trabalhador.

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que a ela pertencem. Ele chega a situar o marxismo como a ciência da Luta de Classes,

responsável por entender e encontrar na história as forças motrizes que motivam as vontades

individuais no processo revolucionário. Agora recorto um trecho do meu tcc onde trabalhei um

pouco disso...

“A essência do marxismo científico consiste, portanto, em reconhecer

a independência das forças motrizes reais da história em relação à

consciência (psicológica) que os homens têm delas. (Ibid).

Seria, portanto conhecer as forças motrizes da história e como os

homens pensam essas forças. Segundo Lukacs, o nível mais primitivo do

conhecimento se dá pelo fato de que os homens enxergam uma espécie de

natureza e que percebem nessas forças “leis naturais e eternas” (ibid). Esse

pensamento, tomado como dogmatismo – esclarece Lukacs (2003) - é

expresso na teoria política da filosofia clássica alemã e na economia de Smith

e Ricardo. Contudo em oposição a isso, Marx propõe uma “filosofia crítica, uma

teoria da teoria, uma consciência da consciência” (p.135).

A história dos homens passa a ser vista agora pelo crivo da crítica. A crítica da história

sobrepõe a tudo o quanto é natural, fixo e não realizado das formações sociais, “... ela as

desvela como surgidas historicamente e, como tal, submetidas ao devir histórico em todos os

aspectos, portanto, como formações predeterminadas ao declínio histórico”. (Ibid). “.

TOTALIDADE: em HCC, Lukacs dá uma fundamental importância para a categoria dialética da

totalidade. Para ele o marxismo por meio da compreensão e dinamização da Consciência de

Classe, possibilita ao proletariado uma “visão objetiva de totalidade” , aí eu me “enrrrolei” um

pouco para entender isso, mas pelo que pude compreender, essa visão de totalidade concreta

do proletariado é o que lhe traria a compreensão de ser uma classe capaz de tomar as

“rédeas” da história realizando uma transformação consciente da sociedade, o que implica na

Page 3: Plano de estudo para História e consciência de classes

sua autodestruição enquanto classe. O proletariado teria então a tarefa de aniquilar as classes

sociais da história.

Tai o trecho que ele fala disso:

2O proletariado se realiza somente ao negar a si mesmo, ao criar a sociedade sem

classes, levando até o fim da luta de classes. A luta por essa sociedade, em que a

ditadura do proletariado não passa de uma fase, não é uma luta somente contra o

inimigo exterior a burguesia, é também, ao mesmo tempo, a luta do proletariado

contra si mesmo, contra os efeitos devastadores e aviltantes do sistema capitalista

sobre sua consciência de classe. (LUKACS 2003, p.191)

Se eu não me engano os traços hegelianos do Lukács estariam nessas afirmações a

respeito da totalidade e a história. Na Ontologia, ele já abandona a categoria de

Totalidade como fundamental, e afirma o Trabalho como centralidade.

2 Isso também é do tcc se quiser dar uma conferida. No capítiulo 2 “Expressões da consciência de classe”.