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Economia InformalAna Larcher Carvalho | ISCTE-IUL
Economia InformalA economia informal pode ou não oferecer
uma solução à questão do desenvolvimento?
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Fontes básicas
Potts (2007). The state and the informal in sub-Saharan African urban economies: revisiting debates on dualism. Crisis States Research Centre Working Paper series Nº2. London: LSE Destin
Hart, Keith (2010) Africa’s urban revolution and the informal economy. Em: Vishnu Padayacheeed. The Political Economy of Africa. London: Abingdon K. Hart (2009) On the informal economy: the political
history of an ethnographic concept, CEB Working Paper N° 09/042 2009, Centre Emile Bernheim.
James Heintz (2009) Employment, Poverty and Inclusive Development in Africa: Policy Choices in the Context of Widespread Informality. Heintz 2012 Informality, inclusiveness and economic
growth: an overview of key issues,
Fontes
OIT Vários
ILO (s/d) The informal economy and decent work: a policy resource guide. http://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---ed_emp/---emp_policy/documents/publication/wcms_210442.pdf
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Fontes adicionais
Meagher, K., 1995. ‘Crisis, Informalization and the Urban Informal Sector in Sub-Saharan Africa’. Development and Change, 26: 259-84
Simone, A. & Abouhani, A. (ed.) (2005) Urban Africa: changing contours of survival in the city, London: Zed Books;
Deblé, I. & Hugon, Ph. (dir.) (1982) Vivre etSurvivre dans les Villes Africaines, Paris: PressesUniversitaires de France.
Kus, B. (2010). Regulatory governance and the informal economy: cross-national comparisons. Socio-Economic Review, mwq005.
SILVA, O. 2010.O impacto da economia informal no processo de desenvolvimento na africa subsariana. Disponível em: https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/2778/1/Tese%20final%20DCI.pdf
Plano da aula
A importância do debate sobre a informalidade
A história do conceito
O SECTOR INFORMAL URBANO: DE MAU A BOM, A MAU DE NOVO
As dinâmicas do sector urbano informal em Africa
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Informal economy in sub-Saharan Africa (BBC World)3´, https://vimeo.com/80299504
DEFINIÇÕES DE ECONOMIA INFORMAL
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Definições de economia informal
7 características de acordo com a OIT:
1. Facilidade de acesso à actividades
2. Pequenas unidades de produção
3. Carater familiar
4. Baixo nível tecnológico, baseado na mão de obra principalmente
5. Utilização de recursos locais
6. Qualificações adquiridas fora do sistema oficial de formação
7. Mercado concorrenciais sem regulamentação
Definições de Economia Informal
Definição de Claude de Miras (em Carlos Lopes)
Actos económicos que escapam às normas legais
Realizadas a escala reduzida
Competências adquiridas fora do sistema formal
» Engloba pequena produção mercantil, pequeno comercio, mercados paralelo, actividades financeiras informais
» Mão de obra intensiva e não assalariada
» As mais das vezes realizada com forma de obtenção de recursos indispensáveis à sobrevivência das famílias
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Definições de Economia Informal
Definição de Carlos Lopes:
Um leque variado de actividades orientadas para o mercado e realizadas com uma lógica de sobrevivência pelas populações que habitam os centros urbanos dos países em desenvolvimento.
A grande maioria das actividades limita-se a permitir a sobrevivência dos seus agentes
Sobrevivência - actividades orientadas para a geração dos recursos indispensáveis à sobrevivência dos actores e dos respectivosagregados familiares
Acumulação - actividades orientadas para a geração de recursos, com finalidades de prover a satisfação das necessidades dos agregados familiares mas também de permitir a acumulação de riqueza e de capital e de facilitar a mobilidade social
Sobrevivência vs acumulação
Definições de economia informal
ONU acrescenta:
Todos os negócios não registados junto do governo pertence ao sector informal
Não se incluem as actividadesilícitas: contrabando, roubo, tráfico de drogas
Compreende essencialmente actividades de sobrevivência
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TIPOS DE ACTIVIDADES
TIPOS DE ACTIVIDADESAMARAL (2005) IMPORTÂNCIA DO SECTOR INFORMAL DA ECONOMIA URBANA EM PAÍSES DA ASS
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O SECTOR INFORMAL URBANO: DE MAU A BOM, A
MAU DE NOVOPotts (2007). The state and the informal in sub-Saharan African urban
economies: revisiting debates on dualism. Crisis States Research Centre Working Paper series Nº2. London: LSE Destin
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O SECTOR INFORMAL URBANO: DE MAU A BOM, A MAU DE NOVO
ANOS 60: informal e subdesenvolvimento
ANOS 70: UMA NOVA VISÃO, Keith Hart
Críticas do revisionismo
ANOS 80 e neo-liberalismo
ANOS 2000: nova viragem?
Informal e criminal
Anos 60DUALISMO
O moderno: Capitalista
dinâmico
O tradicional: de subsistência,
camponês
modos pre capitalistas de produção
dependente do trabalho da família
baixa tecnologia
Baixa produtividade
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Anos 70:O informal comosolução para a pobrezae o desemprego
Publicações
Hart, Keith. 1973, ‘Informal income opportunities and urban employment in Ghana’, Journal of Modern African Studies, 11(1), 61-89.
ILO. 1972. Employment, incomes and equality: a strategy for increasing productive employment in Kenya: report
Keith Hart
Theory Talk #56: Keith Hart: Keith Hart on the Informal Economy, the Great Transformation, and the Humanity of Corporations. http://www.theory-talks.org/2013/06/theory-talk-56.html
http://thememorybank.co.uk/keith/list-of-publications/
ANOS 80Neo-liberalismo
Impactos contrastantes mas
Informal:
Preços concorrências
Empreendedorismo
Mas sem intervenção do estado
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2000:O sector informal é MAU outra vez?
Informalidade não é criminalidade
there has been a recent broad ‘conceptual shift in the analysis of African informal economies, which previously excluded criminal lines of trade in practice, and often by definition’
Meagher, K. 2001. Review of MacGaffey,J. and Bazenguissa-Ganga, R., Congo-Paris: transnational traders on the margins of the law, African Affairs, 100, pp. 152-154.
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As dinâmicas do sector urbano informal em Africa
60’s: crescimento do sector formal
70’s: desfazamento
80s: explosão do informal
Por um lado: um alívio das restrições ao SI e ao comércio.
Por outro: Destruição do sector formal Saturação do informal
Tanzânia: o emprego formal passou de 90% em 1960 para 16% em 1990
2000:
2000:O sector informal é MAU outra vez?
A formalização sensu strictu: registo e impostos
A limpeza das ruas
O fecho de mercados
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QUAL A GRANDE QUESTÃO?A economia informal pode ou não oferecer
uma solução à questão do desenvolvimento?
VÁRIAS PERSPECTIVAS
Perspectiva dualista:
Uma segunda perspectiva: liberalização
Outras perspectivas
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1 exemplo:Os CANDONGUEIROS em Luandaoperadores semi-oficiais ou informais
Carlos Lopes
Lopes, Carlos M.
Acumulação, Risco e Sobrevivência na Economia informal: os
candongueiros de Luanda
Cadernos de Estudos Africanos, n. 11-12,, 2007, pp. 55-83
Centro de Estudos Africanos, Lisboa, Portugal
Candogueiros
Carlos Lopes
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Apectospositivos
O transporte artesanal assegura uma parte relevante e crescente da procura
Tem um papel importante em termos económicos:
Gera rendimentos e ocupação
Contribui para a integração social e profissional dos seus agentes
Aspectospositivos
Criação de emprego:
Motoristas
cobradores
Proprietários
Lavadores
Angariadores
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Candongueiros Aspectospositivos
A actividades proporcionam diversidade de rendimentos:
Limiar de sobrevivência: lavadores de automóveis, angariados,
seguranças, cobradores, alguns motoristas
Acumulação: motoristas e proprietários
Candongueiros Aspectosnegativos
Condições de trabalho caracterizadas por elevados padrões de exploração
Inexistência de protecção social
Niveis de regulação e capacidade de planeamento baixos
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COMO RESPONDER À GRANDE QUESTÃO?
A economia informal pode ou não oferecer uma solução à questão do desenvolvimento?
O informal dá contributos positivos económicos e sociais
Criação de emprego (e particularmente de auto-emprego):
Fonte de rendimento para populações
Integração social e profissional
Aprendizagem, desenvolvimento de capacidades profissionais, formas alternativas de organização empresarial
Aumento da oferta
Oferta de bens e serviços adequados ao poder de compra de vastas camadas da população
Aumento da produção
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A economia informal não oferece uma solução à questão do desenvolvimento
Não é através do informal que pode melhorar o bem-estar das pessoas
É um paliativo
Nunca conseguirá substituir o estado no seu papel de prestador de serviços colectivos: saúde, educação…
Não permite acumulação e como tal, não permite melhoria dos padrões de vida das populações
Não permite aumentar a produtividade
Não há emergência de uma classe empresarial
QUE POLÍTICAS?Como melhorar as condições no informal?
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Que politicas?
A abordagem mais simplista: registar empresas e regular trabalhadores informais
Criação de emprego
Melhorar as condições para o informal Aumentar a produtividade e as
receitas do informal
Extender a protecção social aos trabalhadores informais
Melhoria das políticas
Fonte: WIEGO Working paper
Zambia
https://www.lusakatimes.com/2010/02/12/zambia%E2%80%99s-informal-sector-facing-major-challenges/
http://asq.africa.ufl.edu/files/Hansen-Vol11Is2-3.pdf
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Angola
Luanda
Ver: video fecho do roque santeiro:
https://www.youtube.com/watch?v=Pqxwkp73MQ4&noredirect=1
http://www.irinnews.org/report/49427/angola-closure-of-markets-undermine-informal-economy
Conclusão
1. O SI é a maior parte da força de trabalho
80% da força de trabalho
9 em casa 10 trabalhadores têm trabalhos informais(AFDB)
2. As políticas governamentais podem e estão a ter impactos negativos no SI
Um dos exemplos é a abertura de mercados oficiais e limpeza de certas ruas das cidades
3. Há tensões entre sector formal e informal
4. As políticas para estimular o emprego são as únicas que podem levar à diminuição do SI