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GOVERNO DO ESTADO DE RONDONIA
GRUPO DE TRABALHO PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO DECENAL DE
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE RONDONIA
VERSÃO PRELIMINAR
PLANO DECENAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO
ESTADO DE RONDÔNIA
(VERSÃO PRELIMINAR)
2014
GOVERNO DO ESTADO DE RONDONIA
GRUPO DE TRABALHO PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO DECENAL DE
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE RONDONIA
VERSÃO PRELIMINAR
CONFUCIO AIRES MOURA
Governador
MARCIO ANTONIO FÉLIX RIBEIRO
Secretário de Estado de Assistência Social - SEAS
PAULO CESAR DE FIGUEIREDO
Secretário de Estado de Justiça - SEJUS
MASSIMO ARAÚJO DE MESQUITA
Coordenação de Assistência Social, Direitos Humanos e Cidadania (CODIR/SEAS)
CLAUDEMIR PEREIRA DOS SANTOS
Coordenadoria de Atendimento ao Adolescente em conflito com a Lei (CAA/SEJUS)
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GRUPO DE TRABALHO PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO DECENAL DE
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE RONDONIA
VERSÃO PRELIMINAR
GRUPO DE TRABALHO DO PLANO DECENAL DE ATENDIMENTO
SOCIOEDUCATIVO
SECRETARIA DE ESTADO DE ASSISTENCIA SOCIAL- SEAS
SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA – SEJUS
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE – SESAU
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO- SEDUC
SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA E CIDADANIA – SESDEC
SECRETARIA DE ESTADO DE FINANÇAS- SEFIN
SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO - SEPOG
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA
CORREGEDORIA GERAL E COORDENAÇÃO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE
DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RONDÔNIA
CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DA INFANCIA (CAO-INF).
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA (UNIR)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS.
CONSELHO ESTADUAL DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
(CONEDCA)
CENTRO DE DEFESA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE MARIA DOS ANJOS
(CDCA/RO).
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ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE RONDONIA
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Missão:
Executar as medidas socioeducativas com eficiência e eficácia, valorizando a
individualidade do socioeducando, pautada no respeito e no direito, fortalecendo os
vínculos familiares e comunitários.
Visão:
Garantir a humanização na execução dos programas/serviços de atendimento
socioeducativo, visando a personalização, controle, validação das ações de forma a
atender os desejos e as necessidades dos adolescentes e seus familiares, bem como dos
servidores atuantes no Sistema Socioeducativo.
Valores:
• Qualificar o atendimento socioeducativo, compreendendo a fase peculiar em que
envolve a adolescencia, pautados nos direitos humanos.
• Valorizar os trabalhadores que atuam no Sistema Socioeducativos com
condiçoes necessárias ao exercicio do seu trabalho, e ações que fomentem a ação
socioeducativa ao invés da punitiva.
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“Deve-se aprender fazendo a coisa; pelo
pensamento você acha que sabe. Você tem
certeza, até que você tente”
(Sófocles, 497 – 406 a.C).
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APRESENTAÇÃO
O Grupo de Trabalho para a Construção do Plano Decenal de Atendimento
Socioeducativo de Rondônia
No período entre 30 de junho a 01 julho houve o Encontro Estadual de
Atendimento Socioeducativo, realizado no auditório da EMATER, na cidade de Porto
Velho/RO, para tratar da elaboração do Plano Decenal de Atendimento Socioeducativo
do Estado de Rondônia. O evento foi realizado pela SEAS e SEJUS. Compareceram
técnicos de CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) e CREAS (Centro de
Referência Especializado em Assistêcia Social) de vários municípios do Estado.
Neste primeiro momento, o Encontro Estadual, contou com a presença do Sr.
Fernando Silva, consultor do PNUD/SDH-PR, que apresentou subsídios/questionários a
serem preenchidos para elaboração dos Planos Estaduais de Atendimento
Socioeducativo. A Srª Eliete Cabral, assistente Social do 1º Juizado da Infância e
Juventude de Porto Velho, apresentou o Plano Estadual de Medidas Socioeducativas de
2002. Posteriormente, tivemos palestras do Sr. Claudemir Pereira dos Santos
(Coordenadoria de Atendimento ao Adolescente em Conflito com a Lei - CAA/SEJUS),
do professor Francisco Marto, pelo Centro de Defesa da Criança e do Adolescente
Maria dos Anjos – CDCA/RO, Socioeducador Antônio Cardoso da SEJUS apresentou
um breve histórico das ações do programa de Liberdade Assistida e Prestação de
Serviço à Comunidade - PLA/PSC e a Coordenadora do CREAS/MSEMA/PVH, a
psicóloga Kellen Renata.
No Encontro Estadual, foi formado um Grupo de Trabalho (GT) com o
objetivo de articular, mobilizar e planejar ações, em conjunto com os atores envolvidos
no Sistema Socioeducativo. O GT é coordenado pela Secretaria de Estado de
Assistência Social (SEAS) e a Secretaria de Estado de Justiça (SEJUS), articuladores do
Colegiado Gestor Estadual de Medidas, instituído através do Decreto N.º 17.818,
publicado no Diário Oficial do Estado de Rondônia sob o n.º 2211.
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O GT estabeleceu como meta de trabalho encaminhar, através da SEAS, aos
municípios, questionários referente ao atendimento dos adolescentes em cumprimento
de medida socioeducativa em meio-aberto.
O Grupo de Trabalho realizou a primeira reunião no dia 17 de julho de 2014 e
nela estavam presentes: SEAS, SEJUS, SEFIN, SEPOG, TJ, CONEDCA, UNIR e
CDCA. Porém, foram convidados todos os atores envolvidos que contribuem para a
garantia dos direitos voltados para a socioeducação dos adolescentes em cumprimento
de medidas. O GT realizou mais de 20 reuniões. No primeiro momento os encontros
aconteciam às quintas-feiras na sala de reunião da SEAS. Porém, devido à urgência da
audiência pública, algumas reuniões ocorreram na terça-feira.
A audiência pública sobre o Plano Decenal das Medidas Socioeducativas foi
realizada no dia 16 de setembro de 2014, no auditório do Ministério Público Estadual.
Participaram mais de cem (100) pessoas de diversos órgãos entre a Sociedade Civil, o
Judiciário, o Executivo e o Ministério Público.
Nos dias 02, 03 e 04 de setembro o Grupo de Trabalho realizou visitas nas
unidades socioeducativas com a finalidade de aplicar questionários e conhecer a
realidade do sistema socioeducativo na capital. E no dia 04 aplicou-se questionário aos
gestores das Medidas Socioeducativas do meio-aberto no CREAS/MSEMAS. No dia
05, os membros do GT que fizeram as visitas às unidades do meio aberto e fechado
realizaram reunião para socializar e sistematizar as informações, as quais seguiram
ocorrendo semanalmente até a sistematização completa.
Nos dias 13 e 14 de novembro, o GT esteve reunido com o sr. Fernando Silva,
consultor do PNUD/SDH-PR, para apresentar as metas e os objetivos do plano Decenal
e adequar o plano segundo as orientações da Secretaria de Direitos Humanos.
Nesse período, de 17 a 21 de novembro, de construção do Plano Decenal houve
o 2º Congresso de Socioeducação realizado pelo Tribunal de Justiça, através do
primeiro juízado da Infância e Juventude. No Congresso, o Juízado de Infâcia e
Juventude apresentou o Plano Decenal do TJ. Houve uma discussão sobre a
regionalização do Judiciário e, neste momento, houve uma tentativa de integrar as
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propostas de regionalização do executivo, quanto do judiciário em relação às Medidas
Socioeducativas.
Depois de todas as reuniões e discussões, o Grupo de sistematização começou
a elaborar a versão preliminar do Plano para aprovação ao CONEDCA. Tal grupo foi
composto por: Barby de Bittencourt Martins (docente do Departamento de Ciências
Sociais/UNIR), Ana Karla da Silva Feitosa (Gerência da Criança, Adolescente e
Juventude/SEAS), Inaê Nogueira Level (Socióloga/CDCA Maria dos Anjos) e Daniela
Bentes (MP/RO).
1. Introdução
A discussão gerada em torno do tema criança não é algo novo. Ela nos remete a
pelo menos dois milênios. O escritor do livro de Provérbios (22:6) já se manifestara ao
declarar: “Ensina a criança no caminho em que andar, e, ainda quando for velha, não
se desviará dele”. Essa frase já demonstrava que há dois mil anos os conflitos em
famílias existiam. Basta lembrar que o primeiro “assassinato”, que a história registra,
aconteceu (ABEL e CAIM) no seio familiar. Outro caso acontecido em família foi a
venda de José para ser escravizado no Egito, pelos irmãos mais velhos. A história
registra que a venda (comercialização, escravização) de pessoas foi a base do
desenvolvimento das grandes economias agrárias, industrial e comercial. Posteriormente
o cuidado com as crianças remonta milênios.
O pensador francês Jean Jaques Rousseau diz que a criança precisa de liberdade
para se expressar com segurança, sem medo de errar. A autonomia é importante para o
desenvolvimento global da criança, pois ela necessita de liberdade e conquistas para
que ela possa se conhecer. E essa liberdade de movimento deve ser preservada mesmo
quando a criança cresce, uma vez que seus efeitos serão benéficos para o
desenvolvimento do seu corpo. Uma criança sem liberdade de expressão vive em um
mundo de escravidão; em relação às suas necessidades, não consegue desenvolver e
nem aprender.
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Em o "Homem e seus Símbolos", Carl Gustav Jung, apud Führer, 2005, diz que
a vida é vista como uma guerra: “A triste verdade é que a vida do homem consiste de
um complexo de fatores antagônicos inexoráveis: o dia e a noite, o nascimento e a
morte, a felicidade e o sofrimento, o bem e o mal.”. Não nos resta nem a certeza de que
um dia um destes fatores vai prevalecer sobre o outro, que o bem vai se transformar em
mal, ou que a alegria há de derrotar a dor. A vida é uma batalha. Sempre foi e sempre
será. E se tal não acontecesse ela chegaria ao fim (Führer, 2005, p.18).
A legislação brasileira reconhece e preconiza a família, enquanto estrutura vital,
lugar essencial à humanização e à socialização da criança e do adolescente, espaço ideal
e privilegiado para desenvolvimento dos indivíduos. Contudo, a história social das
crianças, dos adolescentes e das famílias revela que estas encontraram e ainda
encontram inúmeras dificuldades para proteger e educar seus filhos. Tais dificuldades
fora traduzidas pelo Estado em um discurso sobre uma pretensa “incapacidade” da
família de orientar os seus filhos. Ao longo de muitas décadas, este foi o argumento
ideológico que possibilitou ao Poder Público, o desenvolvimento de políticas
paternalistas voltadas para o controle e a contenção social, principalmente para a
população mais pobre, com total descaso pela preservação de seus vínculos familiares.
Essa desqualificação das famílias em situação de pobreza, tratadas como
incapazes, deu sustentação ideológica à prática recorrente da suspensão provisória do
poder familiar e, consequência disso, muitos pais passaram a descumprir os seus
deveres em relação aos filhos.
A engenharia construída com o sistema de proteção e assistência, sobretudo,
durante o século passado, permitiu que qualquer criança ou adolescente, por sua
condição de pobreza, estivesse sujeita a enquadrar-se no raio da ação da Justiça e da
assistência, que sob o argumento de “prender para proteger” confinavam-nas em
grandes instituições totais (Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito
de Criança, 2006, p.19).
Entretanto, a Constituição Federal estabelece que a “família é a base da
sociedade” (Art. 226) e que, portanto, compete a ela, juntamente com o Estado, a
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sociedade em geral e as comunidades, “assegurar à criança e ao adolescente o exercício
de seus direitos fundamentais” (Art. 227). Em face desse papel de mecanismo de
promoção e proteção dos direitos humanos, no tocante às relações familiares, a
Constituição Federal rompe com o paradigma anterior.
Visando garantir e respeitar os Direitos Humanos, o Brasil ratifica em caráter
especial os marcos normativos, tais como as Declarações sobre Direitos da criança
(1924/1959), a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Declaração
Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1948), o Pacto de São José da Costa
Rica (1969), o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, o Pacto Internacional
dos Direitos Econômicos, sociais e Culturais (1966, ratificado em 1992) e o Protocolo
Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional
Relativo à Prevenção Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres
e Crianças (ratificado pelo Brasil em 2004).
Assim, crianças e adolescentes percebidas enquanto sujeitos de direitos passam a
ter garantidos em lei os direitos à liberdade, à dignidade à integridade física, psíquica e
moral, à educação, à saúde, à proteção no trabalho, à assistência social, à cultura, ao
lazer, ao desporto, à habitação, a um meio ambiente de qualidade e outros direitos
individuais indisponíveis, sociais, difusos e coletivos (Plano Nacional de Promoção,
Proteção e Defesa do Direito de Criança e Adolescente à Convivência Familiar e
Comunitária, 2006, p.24).
Os direitos de humanos e especialmente os relacionados à infância são assegurados
através dos seguintes instrumentos: declaração de Genebra (1924) – Adotada pela “Liga
das Nações”
Reconhece o dever da humanidade em relação à infância a quem cabe
“protegê-la acima de qualquer consideração de raça, nacionalidade ou crença”
(SOUZA, 2008, p.22).
Declaração Universal dos Direitos do Homem. Adotada e proclamada pela Resolução nº
217-a (III) da Assembleia Geral das nações Unidas (ONU), em 10/12/1948.
Fixou alguns princípios de proteção à família e seus membros declarando,
expressamente, em seu art. 25 item 2, que “ a maternidade e a infância têm
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direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou
fora do matrimonio gozarão da mesma proteção social (SOUZA,2008, P. 22).
Outros instrumentos tais como: Declaração Universal dos Direitos da Criança-
Aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10/11/1959, da qual o Brasil é
um signatário; Convenção Interamericana de Direitos Humanos (OEA 1969), ratificada
pelo Brasil em 06/11/1992 pelo Decreto nº 678; Convenção sobre os Direitos da
Criança (CDC) da ONU- Resolução 44/25 da ONU, de 20/11/1989, ratificada pelo
Brasil pelo Decreto nº99. 710, de 21/09/1990 (SOUZA, 2008, P. 23).
Ainda, as Diretrizes de Ryad para prevenção de delinquência juvenil - ONU
(1990). Resolução nº 45/112, de 14/12/1990.
Determina que a prevenção de delinquência juvenil é fundamental para
prevenir o crime na sociedade e que os jovens podem e devem desenvolver
atividade não criminais.
Determinam também que devem ser estabelecidos serviços e programas de
caráter comunitário que respondam às necessidades dos jovens e ofereçam a
eles e às suas famílias, assessoria e orientação adequada. Estabelecem
finalmente que, somente em ultimo caso, deverão os jovens ser internados em
instituições e pelo menor tempo necessário.
Concentram-se na prevenção da delinquência juvenil mediante a participação
de todas as camadas da sociedade e a adoção de uma abordagem voltada à
criança. No sentido de fomentar ações de prevenção da delinquência o
instrumento define o papel da família, da educação, da comunidade e da mídia
para as massas, e ainda estabelece o papel e a responsabilidade da política
social, da legislação, da administração e coordenação de política. As diretrizes
exortam os Estados e a elaborar e programar planos abrangentes, em todos os
níveis de Governo, para a prevenção da delinquência juvenil. Deve haver
pessoal especializado em todos níveis (SOUZA, 2008,p. 25).
Regra Mínima das nações Unidas para a proteção de jovens privados de
liberdade – ONU (1990), de acordo com a resolução nº 45/113, de 14/12/1990.
Essas regras têm como objetivo estabelecer as normas mínimas para proteção
dos privados de liberdade em todo o mundo, devendo ser garantido o direito de
desfrutar de atividades e programas úteis que sirvam para fomentar o
desenvolvimento saudável e com dignidade, promovendo seu sentido de
responsabilidade.
É um instrumento elaborado para assegurar que as crianças e adolescentes
privados de sua liberdade sejam mantidos em instituições somente quando
houver uma necessidade absoluta de fazê-lo.
As crianças e adolescentes detidos devem ser tratados humanamente, com
consideração por sua condição e com respeito total a seus direitos humanos,
pois, ao serem privados de sua liberdade são altamente vulneráveis a abusos,
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vitimização e violações de seus direitos, sendo esta mais uma razão para que
sua detenção permaneça uma medida a ser tomada em último caso (SOUZA,
2008, p. 25).
Porém a realidade brasileira e, mais especificamente, a rondoniense difere do
que a ONU propõe como regra, sendo as unidades socioeducativas, em sua grande
maioria, estão incapacitadas de cumprir o que a lei preconiza, pois não há programas
estatais para fomentar o desenvolvimemento saudável dos adolescentes em
cumprimento de medidas socieducativas.
2. Histórico do Sistema Socioeducativo em Rondônia
A partir da lei n 8.069/1990 o Estado de Rondônia definiu através do Decreto
n. 5548, de 08 de maio de 1992, que o acompanhamento dos adolescentes em
cumprimento de medida socioeducativa seria responsabilidade da Fundação de Amparo
ao Carente e Ação Social de Rondônia, através do Centro profissionalizante do Menor
Masculino, no Bairro Costa e Silva, na Capital Porto Velho.
O atendimento no Centro foi realizado até novembro de 1993, devido o
episódio da destruição e depredação do prédio decorrente de conflitos existentes entre a
clientela atendida no Centro e a comunidade próxima ao local.
Em junho de 1994, através do Decreto n. 6400, o Governador do Estado revoga
o Decreto n 5548/92 e passa para o âmbito da Secretaria de Justiça e Cidadania –
SEJUCI, a responsabilidade da execução das Medidas de Internação e Semi-Liberdade,
que passaram a ser desenvolvidas nas dependências da Delegacia da Criança e do
Adolescente, em caráter emergencial e provisório.
O Governo do Estado de Rondônia no ano de 2000, através da Lei
Complementar Estadual n. 224, de 04 de janeiro de 2000, definiu um comando único
para as ações de assistência social e garantia de direitos, no Estado, atribuindo tal
missão Institucional a Fundação de Assistência Social – FASER. Com a estruturação da
Fundação ficou a Gerência de Atendimento a Criança e ao Adolescente – GCA, com a
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competência de coordenar e executar as ações destinadas as Medidas Socioeducativas
no Estado.
O Decreto nº 8970 de 31 de janeiro de 2000, dispõe sobre a estrutura básica e
estabelece as competências da Fundação de Assistência Social FASER.
Durante o período em que a FASER coordenou o atendimetno dos adolescentes
em cumprimento de medida socioeducativa de internação, houve muitas rebeliões,
conflitos nas unidades socioeducativas, ocasionando o primeiro assassinato em 2002 de
um interno na unidade Rio de Janeiro, Porto Velho, sendo veiculado a notícia na mídia e
acompanhado pelos organismos da socioedade civil organizada. (p. 7, Ata da Audiência
pública sobre o Sistema Socioeducativo, realizada pelo Fórum DCA/RO).
Nesse Cenário, o Estado vigente, através do Decreto n. 10079, de 30 de agosto
de 2002, criou a Comissão Estadual para Reestruturar os Programas de Medidas Sócios
– Educativas, que dentre suas atribuições ficaram responsavel de Proceder ao
levantamento da situação do sistema de atendimento ao adolescente autor de ato
infracional em todo o Estado, gerenciar e executar as ações e os programas já existentes
e sistematizar o “Programa de Execução das Medidas Sócio – Educativas de Internação
e Semi-Liberdade do Estado de Rondônia”. Na epóca foi proposto um projeto para
criação de uma Fundação especifica para atender as Medidas Sócio – Educativa no
Estado, aprovada pela Resolução n. 073 do CONEDCA/RO.
Em 2007, houve novamente por parte do Governo, outra mudança com relação a
Gestão do Sistema Socioeducativo, desta vez, vinculando o sistema de atendimento
socioeducativo à responsabilidade da SEJUS-Secretaria de Justiça, através da Lei
Complementar 412 de 2007.
De 2007 a 2013 a SEJUS, via Coordenadoria de atendimento a Criança e o
Adolescente em Conflito com a Lei (CAA) executou as Medidas Socioeducativas em
Regime de Meio Aberto - Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviço a
Comunidade (PSC). Em 2009 foi criado o Núcleo dos Programas de LA e PSC, com
equipe composta por pedagogos cedidos pela Secretaria de Estado da Educação –
SEDUC via termo de cooperação técnica de nº 001/2009.
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A execução de tais medidas pelo Poder Executivo Estadual se deu enquanto os
Municípios e especificamente Porto Velho, constituísse seu programa de atendimento
em local específico, bem como adquirisse os recursos técnicos e humanos. Na época, o
Municipio atendia parte dos atendimentos dos adolescentes em cumprimento de medida
socioeducativa em meio-aberto, através do Projeto Fenix e a CAA a maioria dos
adolescentes, sendo realizada um termo, onde o repasse da CAA para o município seria
de forma gradativa.
A partir de 2008, em ambito Estadual, com a realização do concurso para
socioeducadores no Ambito da o atendimento ganhou uma nova roupagem, na tentativa
de oferecer atendimento humanizado e voltado para a socioeducação.
Em 2011, Porto Velho assume as medidas socioeducativas em meio-aberto,
através do Centro Especializado da Assistencia Social (CREAS), tendo um quadro de
funcionários concursados efetivos, visando uma melhoria no atendimento
socioeducativo em meio-aberto.
Atualmente, as medidas socioeduativas no Estado, não possui um orgão gestor
estadual responsavel pelo Sistema Socioeducativo de Rondonia, sendo as Medidas
Socioeducativas de Internação, executadas e acompanhadas pela SEJUS e as medidas
socioeducativas em meio-aberto, monitoradas e acompanhadas pela SEAS, criada a
partir do Decreto nº 14770, de 3 de Dezembro de 2009, a Secretaria Estadual de
Assistência Social (SEAS), através da Gerencia de Políticas Estratégicas para a criança,
adolescente e Juventude.
3. Diagnóstico do Sistema Socioeducativo em Rondônia
Para a elaboração do marco situacional do sistema de medidas socioeducativas
em Rondonia foram realizadas visitas do GT às Unidades de Atendimento na capital
Porto Velho – RO e, devido à urgência, foram enviados questionários a serem
preenchidos pelas Secretarias Municipais, responsáveis pela MSE do Meio Aberto no
interior do Estado, bem como à gestão das Unidades do Meio fechado. Através de
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sucessivas reuniões e encontros, o GT coletou dados junto ao Ministério Público de
Rondônia, 1º Juizado da Infância e Juventude de Porto Velho, CONEDCA, entre outras
instituições que pudessem proporcionar acesso a informações acerca da socioeducação
em Rondônia. Todavia, a alternativa mais eficiente para que se conheça de fato a
realidade de determinado objeto é o contato com o mesmo de forma sistemática. Assim,
sugere-se que ao longo da próxima década possa ser realizado um acompanhamento in
loco por parte do GT, ou comissão a ser constituída, para manter uma averiguação da
situação do Sistema de Medida Socioeducativa de forma contínua.
O Ministério Público de Rondônia disponibilizou o Relatório Anual de 2013,
cujos dados referem-se ao interstício de março de 2013 a março de 2014. Além disso,
disponibilizou o Relatório da Resolução n.º 67/2011 intitulado “Um olhar atento às
unidades de internação e semiliberdade para Adolescentes”, elaborado pelo Conselho
Nacional do Ministério Público.
Através do 1.º Juizado da Infância e Juventude de Porto Velho/RO foi possível
ter acesso ao Relatório do Núcleo Psicossocial, material bastante significativo para
compreender a realidade dos adolescentes em conflito com a lei na cidade de Porto
Velho. Apesar dos dados se referirem apenas à capital do Estado, é razoável a utilização
dos mesmos para contribuir nesse diagnóstico, tendo em vista que Porto Velho
concentra 41,7% dos adolescentes em cumprimento de medida em Meio Fechado e 47%
dos adolescentes em Meio Aberto.
Deve-se fazer abrir um parêntese a essa altura para que se esclareça a seguinte
situação: a precária manutenção de informações sobre os adolescentes em conflito com
a lei, assim como dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa por parte
dos órgãos gestores e o desencontro metodológico e temporal dos dados que foram
possíveis obter ao longo do trabalho do GT resultam em uma análise de recortes. Sendo
assim, um paralelo comparativo e um desenho evolutivo da situação encontrados no
Estado não foram viáveis. Entretanto, o presente diagnóstico esboça um cenário a partir
das informações captadas junto às fontes que disponibilizaram o acesso às mesmas.
Para a elaboração deste marco situacional, foram utilizados dados de diversas fontes e
destaca-se que as mesmas não se comunicam entre si no quesito metodológico. As
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informações obtidas junto ao Ministério Público de Rondônia referem-se ao período de
2013 a 2014, e as informações obtidas junto ao Judiciário referem-se aos anos de 2012 e
2013 e concentram-se na ótica da capital Porto Velho.
Ainda acerca dos questionários aplicados aos municípios e às unidades de
internação, o retorno dessas informações foi obtido em outubro de 2014. Além disso,
segundo a SEJUS não há armazenamento de informações por recorte temporal do
sistema socioeducativo, e o acompanhamento das informações do quantitativo de
internos das unidades é realizado semanal e mensalmente
Dessa forma, os dados coletados pelo GT se referem às últimas informações
recebidas da SEJUS e que datam da segunda semana de novembro do ano de 2014.
Quanto à realidade da socioeducação em meio aberto, os dados foram obtidos através
dos Relatórios de Monitoramento de 2011 e 2012, realizados pela SEAS com
informações fornecidas pelos Municípios.
Em se tratando de Brasil, Rondônia acompanha o quadro geral, no qual
prepondera a representatividade do sexo masculino em relação às adolescentes do sexo
feminino (p. 48, CNMP).
Quanto à faixa etária dos adolescentes em conflito com a lei, percebe-se a
concentração do número de adolescentes na faixa dos 16 a 18 anos de idade, como
indica o Relatório do Núcleo Psicossocial do 1º Juizado da Infância e Juventude de
Porto Velho. Essa é outra tendência nacional que pode ser encontrada na realidade de
Rondônia.
De acordo com o retorno dos questionários e a tabulação dos dados enviados
pelos municípios, em outubro de 2014, havia um total de 961 adolescentes em
cumprimento de medidas em meio aberto. Deste total, 571 adolescentes estavam
cumprindo Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e 390 adolescentes estavam em
Liberdade Assistida (LA). A partir desses dados, é possível afirmar que a capital Porto
Velho congrega 47% do quantitativo de adolescentes em cumprimento dessas medidas.
No Meio Aberto, as adolescentes representam 20% do quantitativo identificado,
evidenciando um percentual significativo frente ao panorama brasileiro.
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No que tange ao perfil dos atos infracionais, o cenário da Capital demonstra
que o roubo figura como o ato mais cometido entre os adolescentes (65%), seguido pelo
homicídio (15%). Nota-se, novamente, uma tendência que acompanha os dados
nacionais apontadados pelo Relatório do CNMP, onde o roubo também configura
enquanto o ato infracional mais praticado entre os adolescentes.
Quanto à situação do sistema socioeducativo, é razoável traçar algumas linhas
gerais que configuram caráter geral no Estado. Nesse sentido, urge especial atenção por
parte do Estado direcionar o foco das preocupações para o quadro de recursos humanos.
Ao longo do diagnóstico, e através das mais diversas fontes, foi possível perceber que
há um déficit no que tange ao número de técnicos necessários para o atendimento com
qualidade e, também, nota-se uma ausência de formação continuada para os
trabalhadores da socioeducação.
A excelência do atendimento não pode prescindir da qualificação dos
socioeducadores e dos técnicos que cotidianamente se deparam com situações novas, as
quais requerem preparo do trabalhador em socioeducação. Salienta-se a importância de
contínua discussão sobre a socioeducação, direitos humanos, educação, questões
sociais, entre outros temas que são pertinentes e qque precisam ser debatidos
constantemente pelos trabalhadores do sistema socioeducativo, inclusive para que a
política de socioeducação seja compreendida enquanto tal e não como uma política
penitenciária.
Nesse sentido, a qualificação de tais trabalhadores foi um ponto frágil
encontrado e que, portanto, precisa ser revista ao longo dos próximos dez anos.
Além disso, outra questão que emerge nesse panorama é o número de técnicos
muito aquém do adequado para se cumprir um plano de trabalho de qualidade e que
culmine nos objetivos da socioeducação. O sucesso dessa política socioeducacional
depende da presença de uma equipe técnica mínima que permita a elaboração dos
Planos Individuais de Atendimento dos adolescentes tanto em meio aberto quanto meio
fechado.
O PIA, enquanto instrumento de previsão das atividades a serem
desenvolvidas, possui um papel fundamental para o sucesso da política de atendimento
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e, por isso, deve ser construído por uma equipe interdisciplinar mínima e capaz de
atender a toda demanda do sistema socioeducativo, sistema esse que deve respeitar o
número máximo de adolescentes por equipe para que haja um atendimento de
qualidade.
Entretanto, a realidade de Rondônia apresenta uma deficiência nesse quesito.
Muitos profissionais cumprem jornadas em mais de uma unidade, e isso quando não
estão se dividindo entre o sistema socioeducativo e o penitenciário. Não há um
acompanhamento integrado por parte dos técnicos em relação à evolução do processo
socioeducativo, tendo em vista a dificuldade de trabalho multidisciplinar com equipes
incompletas.
Quanto à realidade do Meio Aberto, a quantidade de adolescentes é alta e
somada a isso, existe a dificuldade em captar orientadores sociais suficientes para o
acompanhamento dos jovens.
Duas constatações permitem inferir o quanto se torna importante investir nos
recursos humanos do sistema socioeducativo. A primeira delas refere-se à ociosidade
dos adolescentes em cumprimento de medida, a ausência quase que completa de
atividades de cunho profissionalizante, de cultura ou de lazer nas unidades de Rondônia.
E a segunda, a reincidência. O percentual de reincidência de internação é de 28% em
Porto Velho, o que evidencia “a falta de estrutura da política de atendimento que
contribui de maneira destacada para o fortalecimento da reicidência e da passagem
desses jovens egressos desse sistema para o sistema prisional” (Relatório de 2013, p.
53)
Outra questão importante a se destacar é o evidente gargalo existente na
sistematização de informações sobre o sistema socioeducativo, o que prejudica a
avaliação da política de atendimento. Toda política pública necessita de constante
monitoramento e avaliação, e esses processos dependem da manutenção de
informações.
A partir do retorno dos questionários enviados ao interior, a constatação
primeira pautou-se na ausência da sistematização periódica dos dados referentes à
política de atendimento, bem como os que se referem aos adolescentes atendidos pelo
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sistema. No entanto, essa situação prejudica o ciclo de monitoramento da política e
consequentemente a sua avaliação, resultando em significativa falha na gestão da
política pública.
De acordo com a leitura da Ata de Reunião por Videoconferência do MP de
Rondônia, datada em 06 de outubro de 2014, sobre o Plano Estadual de Atendimento
Socioeducativo, é possível pontuar outras questões acerca do atual cenário.
No que tange à capacidade quantitativa de vagas para internação, Rondônia
obteve um aumento de 5% dessa capacidade entre 2013 e 2014, bem como uma baixa
no número de ocupações das vagas existentes. Todavia, o espaço físico das unidades de
meio fechado demonstram não terem estrutura para garantir determinados direitos aos
adolescentes, como a visita íntima, a manutenção dos filhos próximos às adolescentes
lactantes, bem como espaços para a prática de esportes, cultura e lazer.
Além disso, um fator de destaque é a ausência de programas de atendimento
aos egressos. Nesse ponto, cabe destacar que o déficit do número de técnicos incide
nesse resultado de forma preponderante, assim como a inexistência da medida de
semiliberdade.
Sobre a semiliberdade, destaca-se que as informações sistematizadas pelo GT
apontam para uma dubiedade no que se refere a essa medida. O MP-RO verifica a
ausência de tal medida, entretanto os dados cedidos pela SEJUS apontam a existência de
semiliberdade em dois municípios, Cacoal e Alvorada do Oeste. Cabe destacar que
esses dados devem ter servido de subsídio para o Relatório do CNMP, pois há
evidências no mesmo de que existe semiliberdade em Rondônia.
Entretanto, em audiência pública realizada este ano fora constatada a
inexistência da semiliberdade e a inclusão da medida como meta do Plano Decenal, o
que não fora contestado pela Secretaria de Justiça naquele momento. Sendo assim, é
razoável admitir que partindo da inexistência de tal medida no estado de Rondônia, se
faz necessária a instituição da medida como meio de efetivar o direito dos adolescentes
em cumprirem um regime de transição para o meio aberto, bem como evitar a
superlotação das unidade do meio fechado.
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VERSÃO PRELIMINAR
O Meio Fechado no Estado de Rondônia possui 16 (dezesseis) unidades de
internação socioeducativa, distribuídas em 13 (treze) Municípios, no eixo da BR 364:
Ariquemes, Jaru, Ji-paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena. Na Região da zona da
mata: Rolim de Moura, Nova Brasilandia, Alta Floresta e Alvorada do Oeste. Na
fronteira Brasil-Bolívia, há uma unidade em Guajará Mirim. Na Região do Cone Sul,
além de Vilhena há uma no Município de Cerejeiras.
Apenas o Município de Porto Velho possui 4 (quatro) unidades de internação e
dentre estas, há uma unidade específica para a medida de internação provisória e uma
unidade feminina. Os municípios no interior do Estado não possuem unidades
específicas para adolescentes em cumprimento de medida em regime provisório, além
de unidades femininas.
Cabe salientar que as estruturas físicas das unidades para cumprimento de
medidas socioeducativas devem ser pedagógicas adequadas ao desenvolvimento da ação
socioeducativa. Contudo, através da aplicação dos questionários às unidades de
internação, foi possível verificar que as deficiências mais salientes resultam das
péssimas condições da infra-estrutura física das unidades.
A falta de espaço físico e a insalubridade das unidades, percebidas em visitas
feitas pelo GT e corroboradas pelos dados do Relatório do CNMP de 2013, apenas
apontam a necessidade de investimentos na melhoria dos espaços físicos das unidades
de internação. O adolescente em cumprimento de medida de privação de liberdade já
está sendo afastado do convívio familiar e social, entretanto, os atores envolvidos no
processo da socioeducação devem assegurar o acesso aos demais direitos do
adolescente.
Quanto aos Programas de Atendimento Socioedutaivo, é importante salientar
que atualmente, 9 (nove) unidades não possuem seus programas registrados nos
respectivos conselhos municipais de direitos da criança e do adolescente, restando
apenas 7 unidades que possuem o referido registro. Além disso, apenas 5 (cinco)
unidades possuem o Alvará de Funcionamento, num total de 16 unidades no Estado de
Rondônia.
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VERSÃO PRELIMINAR
Em relação à equipe técnica, de acordo com a informação da tabela do MP, há
um quadro de equipe técnica mínima em 10 unidades, faltando o quadro mínimo apenas
em 6 unidades. Entretanto, de acordo com os questionários aplicados pelo GT foi
possível perceber que há um desencontro de informações acerca desse panorama, pelo
menos na Capital, sendo possível afirmar uma deficiência nesse sentido. Ainda como
mencionado anteriormente, cabe atentar para o fato de que muitos profissionais que são
apresentados constituindo o quadro de recursos humanos de uma unidade cumprem
jornada de trabalho em mais de uma unidade, apontando um falso cenário da situação
do sistema socioeducativo. Ademais, grande número do técnicos da SEJUS que
atendem ao sistema socioeducativo não são exclusivos dessa política, muitas vezes
exercendo seu apoio técnico tanto à socioeducação quanto ao sistema penitenciário.
Sendo assim, não há dedicação integral aos objetivos da política socioeducativa.
4. Medidas Socioeducativas em Meio-Aberto
Com relação ao co-financiamento, o Estado de Rondônia não possui ainda
regulamentação para o atendimento das medidas socioeducativas em meio-aberto. Há o
cofinanciamento por parte do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para 12
municipios, através dos CREAS, sendo: Ariquemes, Cacoal, Cerejeiras, Guajará-Mirim,
Jaru, Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Pimenta Bueno, Porto Velho, Presidente Médici,
Rolim de Moura e Vilhena.
Sobre os dados existentes no Estado, a partir do Monitoramento realizado pela
Gerencia da criança, adolescente e Juventude (GECAJ) no período de 2011 e 2012
podemos constatar com relação ao acompanhamento a nivel de equipe técnica e
estrutura fisica dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em meio-
aberto é que a partir das legislações especificas da Politica de Assistencia Social e do
Sistema Unico de Assistencia Social (SUAS) muitos municípios dispõe de espaços
mínimos para atendimentos individualizados e coletivos, mas que precisam ser
melhorados.
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VERSÃO PRELIMINAR
Com relação à equipe técnica dos CREAS, em sua maioria é formada por 01
assistente social e 01 psicólogo (a) que atendem toda a demanda de média
complexidade, ou seja, os adolescentes que cumprem medida não tem profissionais
exclusivos para acompanhamento.
E notorio que na Capital, concentram-se o maior número de adolescentes em
cumprimento de medida socioeducativa em meio-aberto.
A partir dos questionários aplicados nos Municipios, obtemos o seguinte
panorama das medidas socioeducativas em meio-aberto.
1) MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO
FONTE: QUESTIONÁRIOS SOBRE AS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO -
OUTUBRO/2014, APLICADOS PELO GRUPO DE TRABALHO PARA A CONSTRUÇÃO DO
PLANO ESTADUAL DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS.
Dos 52 (cinqüenta e dois) municípios, foram entregues 36 (trinta e seis) formulários, correspondendo a
70% do total, indicando um parâmetro do contexto estadual.
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VERSÃO PRELIMINAR
1) Total de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio
aberto no mês de outubro/2014 por municípios
PSC LA
1 Alta Floresta 2 0
2 Alto Alegre dos Parecis 3 0
3 Alto Paraíso 6 3
4 Alvorada do Oeste 9 0
5 Ariquemes 44 3
6 Buritis 2 2
7 Cabixi 3 0
8 Cacaulândia 1 0
9 Cacoal 30 2
10 Campo Novo 1 0
11 Castanheiras 0 0
12 Cerejeiras 2 0
13 Chupinguaia 2 0
14 Colorado do Oeste 6 0
15 Corumbiara 2 0
16 Ji-Paraná 61 62
17 Ministro Andreaza 0 0
18 Mirante da Serra 2 1
19 Monte Negro 2 0
20 Nova Brasilândia 0 0
21 Nova União 1 0
22 Novo Horizonte 0 0
23 Ouro Preto 2 1
24 Parecis 0 1
25 Pimenta Bueno 13 7
26 Pimenteiras 0 0
27 Porto Velho 177 278
28 Presidente Medice 9 1
29 Primavera de Rondônia 3 0
30 Rio Crespo 2 0
31 Rolim de Moura 62 23
32 Santa Luzia 2 1
33 São Felipe do Oeste 2 0
34 Texeiropolis 4 0
35 Urupá 6 1
36 Vilhena 110 4
TOTAL 571 390
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1.1) Gráficos
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Os dados apontaram 965 (novecentos e sessenta e cinco) adolescentes em cumprimento
de medidas socioeducadivas em meio aberto no Estado de Rondônia, sendo que 53% do total
está em Porto Velho.
A MSE de Prestação de Serviço à Comunidade é mais aplicada do que a Liberdade
Assistida, correspondendo a 59% do total das MSE em meio aberto.
Com relação a gênero, os dados demonstram que 80% dos adolescentes que cumprem
medidas socioeducativas em meio aberto são do sexo masculino.
2) Total de Adolescentes em Prestação de Serviço à Comunidade.
feminino
Masculino
Alta Floresta 1 1
Alto Alegre dos Parecis 0 3
Alto Paraíso 3 3
Alvorada do Oeste 3 6
Ariquemes 18 18
Buritis 0 2
Cabixi 0 3
Cacaulândia 0 1
Cacoal 16 14
Campo Novo de Rondônia 0 1
Cerejeiras 0 2
Chupinguaia 0 2
Colorado do Oeste 0 6
Corumbiara 1 1
Ji-Paraná 8 53
Monte Negro 0 2
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Nova União 0 1
Ouro Preto 2 0
Pimenta Bueno 4 9
Porto Velho 24 153
Presidente Medice 2 7
Primavera de Rondônia 0 3
Rio Crespo 1 1
Rolim de Moura 5 57
Santa Luzia 0 2
São Felipe do Oeste 0 2
Texeiropolis 0 4
Urupá 1 5
Vilhena 11 99
TOTAL 100 461
2.1) Gráficos
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Com relação a MSE de PSC, Rondônia possui 561 (quinhentos e sessenta e um)
adolescentes, sendo que 82% são do sexo masculino e 68% está em Porto Velho.
3) Total de adolescentes em Liberdade Assistida
feminino masculino
Alta Floresta 0 0
Alto Alegre dos Parecis 1 1
Alto Paraíso 0 3
Ariquemes 0 3
Buritis 0 2
Cacoal 14 0
Ji-Paraná 31 31
Mirante da Serra 0 1
Ouro Preto 1 0
Parecis 1 0
Pimenta Bueno 0 7
Porto Velho 39 239
Presidente Medice 0 1
Rolim de Moura 5 18
Santa Luzia 0 1
Urupá 1 0
Vilhena 2 2
TOTAL 95 309
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3.1 ) Gráficos
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Com relação a MSE de Liberdade Assistida, Rondônia possui 404
(quatrocentos e quatro) adolescentes, sendo que 76% são do sexo masculino e 69% está
em Porto Velho.
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Cabe destacar que, em Porto Velho, 7 % dos adolescentes em cumprimento de
nedidas em meio aberto são reincidentes.
5. Avaliação e Acompanhamento da Gestão da MSE.
Devido as dificuldades encontradas referente a sistematização referente ao
Sistema Socioeducativo, podemos nesse ponto atentar para as falhas de gestão que não
permitem que a política seja constantemente reavaliada e aprimorada. Compreendemos
que somente a partir de um diagnóstico, de banco de dados que podemos elaborar
planos e estratégias de enfrentamento e prevençao.
Nesse sentido, o fato de atualmente não se ter relatórios por parte da gestão
prejudica estabelecer as metas e prioridades a partir do que se tem efetivamente. É
razoável supor que essa falha de gestão deve-se ao fato de que não há um Orgão Gestor
específico para o Sistema Socioeducativo, considerando que a SEJUS coordena a
medida em Meio Fechado e a SEAS é responsável pelo apoio técnico e
acompanhamento das medidas em Meio-Aberto, cuja competencia execução é dos
municípios.
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Dessa forma, é que neste Plano Decenal é prevista a meta de definição do Orgão
Gestor que será responsável pelo Sistema Socioeducativo de forma a concebê-lo de
maneira integrada e sem consonância com as diretrizes do SINASE.
Da mesma forma, se sugere a iniciativa da criação de uma ouvidoria para
monitorar o atendimento socioeducativo, tanto para programa de meio aberto quanto
fechado. Considerando que o futuro Orgão Gestor da execução da política
socioeducativa deve acompanhar e promover o apoio técnico à execução das medidas
em meio aberto, o canal de ouvidoria a ser criado também possibilita efetivar esse
acompanhamento.
Na esteira das iniciativas a serem perseguidas ao longo dos próximos dez anos, a
partir do que fora analisado neste diagnóstico, é notória a urgência de fomento à
capacitação contínua do quadro de trabalhadores da socioeducação. Vale ressaltar que
as discussões e as constantes (re)avaliações da política dependem do fortalecimento da
participação de todos os atores envolvidos no processo socioeducativo, inclusive dos
socioeducandos. Sendo assim, a gestão das medidas não pode prescindir da valorização
dos seus recursos humanos e do investimento em monitoramento e avaliação da política
pública em questão.
Com relação a capacitação continuada, as conclusões das discussões convergem
para o fortalecimento da Escola de Conselhos, escola de formação continudada para
conselheiros tutelares e de direitos que foi implantado no Estado em 2013, a partir do
Instituto Federal de Rondonia (IFRO).
Além disso, o aprimoramento da política depende de uma rede de atendimento
integrada, com base da incompletude institucional. A política de atendimento
socioeducativo exige o fortalecimento da intersetorialidade e da efetiva articulação das
políticas que envolvem o Sistema de Garantias de Direitos da Criança e do Adolescente.
Nesse sentido, ainda percebe-se uma lacuna no que tange ao diálogo entre políticas
setoriais fundamentais para o sucesso da socioeducação, como as políticas de saúde e
educação.
Ao longo da elaboração deste diagnóstico, foi possível constatar que as
instituições de ensino ainda possuem dificuldade de compreender a proposta
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socieducativa, pois ainda há resistências em acolher os adolescentes em cumprimento
de medida em meio aberto. Não obstante, quando há o acolhimento dos adolescentes
por parte do sistema de ensino, não é presenciado um acompanhamento pedagógico que
contemple a especificidade do socioeducando.
Cabe destacar que a educação é fundamental no processo socioeducativo, bem
como na prevenção do cometimento dos atos infracionais. O perfil de escolaridade do
adolescente que comete ato infracional sinaliza uma falha anterior tanto por parte da
família como da escola, considerando a ausência de atenção por parte dessas instituições
quando a realidade evidencia sucessivas reprovações, evasões e resistências do
adolescente ao sistema de ensino.
A profissionalização se apresenta enquanto importante instrumento de apoio à
reinserção social do adolescente e de transformação social. Sendo assim, é essencial
voltar o olhar para a situação atual desse aspecto e concluir que ainda é muito incipiente
o esforço nesse sentido. Em visita às unidades de internação da capital foi possível
evidenciar que não há oferta de profissionalização nas unidades, o que se constata
também no interior do estado, segundo Relatório do CONEDCA de 2010.
No que tange à saúde, nota-se a ausência de um fluxo de atendimento em rede
para os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. Análise que provocou
o estabelecimento de meta neste Plano que visa a construção do Plano Operativo
Estadual de Atenção Integral à Saúde do Adolescente em Conflito com a Lei.
6. Eixos Operativos
Os Eixos operativos aqui apresentados são resultados e uma contrução a partir de
reuniões do GT, discussão e reflexões dos sub grupos que se formaram, da audiência
pública realizada, dos questionários recebidos dos municipios. Nesse sentido, visando a
implementação de um período de dez anos, cada eixo traz seus objetivos, metas, períodos e
seus responsavéis.
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VERSÃO PRELIMINAR
GESTÃO DO SINASE
OBJETIVO
META
PERÍODO
RESPONSÁVEIS 1
(2015)
2
(2016 - 2019)
3
(2020 - 2023)
4
( 2024)
1. Garantir a
Implantação e
implementação da
política estadual de
cofinanciamento do
atendimento
socioeducativo
Regulamentar e implementar o Co-financiamento para os municípios em medidas
socioeducativas em meio aberto através do fundo ESTADUAL de assistência
social, na modalidade fundo a fundo.
x X x x SEAS-CEAS
Garantir nos PPA's, LDO's e LOA's da década que os objetivos e metas sejam
contemplados.
x X x x ORGAO GESTOR
A SER DEFINICO
2. Instituir o Sistema
Estadual de
Avaliação e
Acompanhamento
do Atendimento
Socioeducativo
Assegurar a implementação e alimentação do Sistema de Informações para
Infância e Adolescência (SIPIA-SINASE) no Estado de Rondonia. X X x X
ORGAO GESTOR
A SER DEFINIDO
Realizar 3 (três) pesquisas quantitativas e qualitativas sobre o Sistema
Socioeducativo de Rondonia x X x x
ORGÃO GESTOR
A SER DEFINIDO
Elaborar e implementar o plano de ação anual do Colegiado Gestor Estadual de
Atendimento Socioeducativo x X x x
COLEGIADO
GESTOR
ESTADUAL DE
MEDIDAS
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VERSÃO PRELIMINAR
3. Garantir a
Definição do Órgão
Gestor do Sistema
Socioeducativo
Estadual
Assegurar na lei de reforma administrativa do governo do estado a definição do
órgão gestor Estadual do Sistema Socioeducativo, conforme artigo 4 do SINASE. X X SEJUS
Estabelecer em lei o dia Estadual da Socioeducação X
ORGAO GESTOR
A SER DEFINICO
4. Garantir formação
continuada dos
profissionais do
Sistema
Socioeducativo
Regulamentar a formação continuada dos profissionais/trabalhadores do Sistema
Socioeducativo a partir da Escola de Conselhos. x X x x
ORGAO GESTOR
A SER DEFINIDO
.
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VERSÃO PRELIMINAR
QUALIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO
OBJETIVO META PERÍODO
RESPONSÁVEIS 1
(2015)
2
(2016- 2019)
3
(2020- 2023)
4
(2024)
1. Qualificação do Atendimento
Socioeducativo: Dos
Profissionais do SINASE
Reforma das Unidades de Internacao
Sentenciada I (Rio de janeiro), Ariquemes,
Rolim de Moura, Pimenta Bueno, Alta
Floresta, Alvorada do Oeste, Cerejeiras.
x ORGAO GESTOR A
SER DEFINIDO
Construir de Centros de Atendimento
Socioeducativo em Ji-Parana- 01 Unidade de
Internacao Provisoria e 01 Unidade de
internacao Sentenciada, Cacoal, Jaru, Vilhena,
Porto Velho Feminina e Unidade de Internacao
Sentenciada II, Guajara- Mirim
x X ORGAO GESTOR A
SER DEFINIDO
Desativar a Unidade de internacao de Nova
Brasilandia, transferindo o atendimento para
Alvorada do Oeste.
x x X ORGAO GESTOR A
SER DEFINIDO
Construir- instalar Nucleo de Atendimento
Integrado em Porto Velho, Guajará-Mirim,
Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura
e Vilhena.
xx x X ORGAO GESTOR A
SER DEFINIDO
Assegurar a instalacao de Unidades de Semi-
liberdade em Porto Velho, Ji-Parana, Rolim de
Moura
ORGAO GESTOR A
SER DEFINIDO
Asseguerar a realizacao de concurso público,
conforme Resolucao do SINASE da equipe
multidisciplinar (psicologo, pedagogo,
assistente social, socioeducador) para o
ORGAO GESTOR A
SER DEFINIDO
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VERSÃO PRELIMINAR
atendimento inicial, internacao provisoria,
semi-liberdade e internacao.
Instituir a Escola de formação continuada
para os profissionais do Sinase (cursos de
extensao e especialização)
x SESAU/SEJUS/SEMUSA
2. Qualificação do atendimento
socioeducativo: Ao Adolescente
Assegurar a participação dos adolescentes do
Sistema Socioeducativo nos Programas Palco
Giratório - Teatro, Fest Cine Amazônia,
Mostra de Cinema e Direitos Humanos.
X X X X ORGAO GESTOR A
SER DEFINIDO
Incluir de forma articulada o Projeto
Terapêutico Singular no PIA
X SESAU
Qualificar a rede de atenção integral à saúde
para o atendimento de adolescentes que
cumprem medidas socioeducativas.
X X X X SESAU
Elaborar o Plano Operativo Estadual de
Atenção Integral a Saúde de Adolescente em
Conflito com a Lei, em Regime de Internação
em consonância com a portaria Nº 647, de 11
de Novembro de 2008.
X SESAU
Elaborar protocolos e Organizar fluxos de
atendimento na saúde
X SESAU
Ampliar a rede de atenção psicossocial - RAPS
para o atendimento de adolescentes que
cumprem medidas socioeducativas com
transtornos mentais e problemas decorrentes do
uso de álcool e outras drogas.
X X X X SESAU
Estabelecer parcerias com o Sistema S,
PRONATEC, outros órgãos e entidades para
X X X X ORGÃO GESTOR A
SER DEFINIDO.
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VERSÃO PRELIMINAR
inclusão de adolescentes do sistema
socioeducativo em cursos profissionalizantes.
Referenciar escolas da rede pública para o
atendimento aos adolescentes da internação.
X SEDUC
Assegurar concurso público para o corpo
docente da educação para atuar nas unidades
de internação provisória e sentenciada,
possiblitando gratificação especifica.
X ORGÃO GESTOR A
SER DEFINIDO/SEDUC
3. Instituir no Órgão Gestor do
Sistema Socioeducativo
Estadual setor responsável por
consolidar parcerias com as
Secretarias de Trabalho ou
órgãos similares visando o
cumprimento do artigo 69 do
ECA.
Assegurar processo de escolarização
conconmitante a Educação Profissional
(Pronatec e Formação Inicial e Continuada -
FIC) alinhada ao Plano Individual de
Atendimento dos Adolescentes do Meio
Aberto e Fechado em parcerias com o SENAI,
SENAC, CIIE, entre outros órgãos ou
entidades.
x x X x SEDUC/SEJUS/SEAS
4. Instituir no Órgão Gestor do
Sistema Socioeducativo
Estadual setor responsável por
regulamentar normas que
contemplem Atendimento
Educacional padronizado
voltado a Educação Profissional
e a Socioeducação no Sistema
Socioeducativo em Meio
Aberto e Fechado.
Compor Comissão para estabelecer normas que
assegurem a escolarização voltada a Educação
Profissional dos adolecentes em cumprimento
de medidas socioeducativas em meio aberto e
fechado em todos os municípios do Estado de
Rondônia.
x x SEDUC/SEJUS/SEAS
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VERSÃO PRELIMINAR
PARTICIPAÇÃO E AUTONOMIA DAS/DOS ADOLESCENTES
OBJETIVO
META
PERÍODO
RESPONSÁVEIS 1
( 2015)
2
(2016 - 2019)
3
(2020 - 2023)
4
(2024)
1. Garantir a
Elaboração e
implementação
do Projeto
Político
Pedagógico do
Sistema
Socioeducativo
Assegurar que o orgão Gestor Estadual
elabore de forma participativa o Projeto
Político Pedagógico para o
antendimento no meio fechado e aberto.
x ORGAO GESTOR A
SER DEFINIDO
Fomentar a participação dos
adolescentes do Sistema Socioeducativo
no Conselho Estadual dos Direitos da
Criança e do Adolescente de RO.
x x X X DIREÇÃO DOS
PROGRAMAS
SOCIOEDUCATIVOS
2. Implantação
de
instrumentos e
mecanismos de
participação
que fortaleçam
o controle
social.
Assegurar a participação dos
adolescentes do Sistema Socioeducativo
nos Programas Palco Giratório - Teatro,
Fest Cine Amazônia, Mostra de Cinema
e Direitos Humanos.
x x x X SEJUS/SECEL/SEAS
Assegurar a participação dos
adolescentes em cumprimento de
medidas nos Jogos Escolares de
Rondônia.
x X X X SEDUC/SEJUS/SEAS
Garantir a participação dos/as
adolescentes e jovens em processos
decisórios e avaliativos (Fóruns,
Grêmios, Conselhos Escolares, Eleição,
x X X X SEDUC/SEJUS
GOVERNO DO ESTADO DE RONDONIA
GRUPO DE TRABALHO PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO DECENAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE RONDONIA
VERSÃO PRELIMINAR
Conferências, Regimento Interno,
ENCCEJA, ENEM, SAERO).
Diagnosticar nas Unidades de
Internação, adolescentes que tenham
direito à visita íntima, conforme Lei do
SINASE.
X X X X SESAU/SEJUS/SEMUSA
GOVERNO DO ESTADO DE RONDONIA
GRUPO DE TRABALHO PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO DECENAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE RONDONIA
VERSÃO PRELIMINAR
FORTALECIMENTO DOS SISTEMAS DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
OBJETIVO
META
PERÍODO
RESPONSÁVEIS
1
(2015 )
2
(2016 - 2019)
3
(2020-2023)
4
(2024)
Garantir
atendimento
com qualidade
aos
adolescentes
do Sistema
Socioeducativo
Manter Plantão 24 horas para a DEAAI, assegurando equipe
multidisciplinar.
x X x SESDEC
Assegurar a construçao e instalação de delegacias especializadas Criança
e Adolescente com horário de funcionamento 24 horas - Porto Velho,
Guajará-Mirim, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e
Vilhena.
x X X SESDEC
Assegurar um defensor pubico para o atendimento socioeducativo em
Porto Velho, Guajará-Mirim, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de
Moura e Vilhena
x X x DEFENSORIA
PÚBLICA-
regionalização
Assegurar a instalação de Varas Especializadas da infância e Juventude
em Guajará-Mirim, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e
Vilhena.
x X x TJ-
RO/regionalização
GOVERNO DO ESTADO DE RONDONIA
GRUPO DE TRABALHO PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO DECENAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE RONDONIA
VERSÃO PRELIMINAR
Assegurar a instalação de Promotorias da infância e Juventude em
Guajará-Mirim, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e
Vilhena.
X X X MP-
RO/reginalização
Organização do Núcleo de Atendimento Integrado nos Municípios polos
de Regionalização (SEJUS)
x x X x a partir da
regionalização
Regionalização: A proposta apresentada necessita ainda até o final do Plano ser definido junto os orgãos MP/TJ/SEJUS, buscando maior
congruência.