plano diretor de fortaleza

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FORTALEZA DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO ANO LVI FORTALEZA, 13 DE MARÇO DE 2009 Nº 14.020 PODER EXECUTIVO GABINETE DA PREFEITA LEI COMPLEMENTAR Nº 062, DE 02 DE FEVEREIRO DE 2009 Institui o Plano Diretor Partici- pativo do Município de Fortale- za e dá outras providências. FAÇO SABER QUE A CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA APROVOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI: Art. 1º - Em atendimento às disposições do art. 182 da Constituição da República, do Capítulo III da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade - e da Secção II, Capítulo I, Título V da Lei Orgânica Municipal, esta Lei Complementar institui o Plano Diretor Participativo do Município de Fortaleza, devendo o mesmo ser observado pelos agentes públicos e privados. Art. 2º - O Plano Diretor, aplicável à totalidade do território municipal, é o instrumento básico da política urbana do Município e integra o sistema de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e a lei anual do orçamento municipal orientar-se pelos princípios fundamentais, objetivos gerais e ações estratégicas prioritárias nele contidas. TÍTULO I Dos Princípios da Política Urbana e dos Objetivos do Plano Diretor CAPÍTULO I Dos Princípios Fundamentais da Política Urbana Art. 3º - São princípios da Política Urbana: I - as funções socioambientais da cidade; II - a função social da pro- priedade; III - a gestão democrática da cidade; IV - a equidade. § 1º - As funções socioambientais da cidade serão cumpridas quando atendidas as diretrizes da política urbana estabelecidas no art. 2º da Lei Federal nº 10.257, de 2001 - Estatuto da Cida- de - das quais cabe ressaltar: I - a promoção da justiça social, mediante ações que visem à erradicação da pobreza e da exclusão social, da redução das desigualdades sociais e da segregação socioespacial; II - o direito à cidade, entendido como o direito à terra urbana, à moradia digna, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; III - a proteção, a preservação e a valorização do patrimônio cultural de interesse artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IV - a preservação e conservação do meio ambiente, assegurando a proteção dos ecossistemas e recursos ambientais existentes e garantindo a todos os habitan- tes um meio ambiente ecologicamente equilibrado; V - o de- senvolvimento sustentável, promovendo a repartição equânime do produto social e dos benefícios alcançados, proporcionando um uso racional dos recursos naturais, para que estes estejam disponíveis às presentes e futuras gerações. § 2º - A função social da propriedade é cumprida mediante o pleno desenvol- vimento da sua função socioambiental. § 3° - A propriedade cumpre sua função socioambiental quando, cumulativamente: I - for utilizada em prol do bem coletivo, da segurança e do bem- estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental; II - atenda às exigências fundamentais deste Plano Diretor; III - assegurar o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça socioambiental e ao de- senvolvimento das atividades econômicas; IV - assegure o respeito ao interesse coletivo quanto aos limites, parâmetros de uso, ocupação e parcelamento do solo, estabelecidos nesta Lei e na legislação dela decorrente; V - assegurar a democratiza- ção do acesso ao solo urbano e à moradia; VI - não for utiliza- da para a retenção especulativa de imóvel. § 4º - A gestão da cidade será democrática, incorporando a participação dos dife- rentes segmentos da sociedade em sua formulação, execução e acompanhamento, garantindo: I - a participação popular e a descentralização das ações e processos de tomada de deci- sões públicas em assuntos de interesses sociais; II - a partici- pação popular nas definições de investimentos do orçamento público; III - o desenvolvimento sustentável; IV - o acesso pú- blico e irrestrito às informações e análises referentes à política urbana; V - a capacitação dos atores sociais para a participa- ção no planejamento e gestão da cidade; VI - a participação popular na formulação, implementação, avaliação, monitora- mento e revisão da política urbana. § 5º - O princípio da equi- dade será cumprido quando as diferenças entre as pessoas e os grupos sociais forem respeitadas e, na implementação da política urbana, todas as disposições legais forem interpretadas e aplicadas de forma a reduzir as desigualdades socioeconô- micas no uso e na ocupação do solo do Município de Fortaleza, devendo atender aos seguintes objetivos: I - a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; II - a garantia da redução das desigualdades sociais, visando à erradicação da pobreza, da marginalização e, em especial, das favelas; III - a justa dis- tribuição de ônus e benefícios decorrentes do processo de urbanização; IV - a promoção do bem de todos, sem preconcei- tos de origem, raça, cor, religião, idade, gênero, orientação sexual e quaisquer outras formas de discriminação. § 6º - O Município deverá dispor de legislações, políticas públicas e programas específicos voltados para a redução da desigualda- de social, que objetivem: I - a garantia de condições dignas de habitabilidade para a população de baixa renda; II - o usufruto pleno da economia, da cultura e do meio ambiente com a utili- zação dos recursos para o benefício de todos os habitantes utilizando critérios de equidade distributiva, complementaridade econômica, respeito à cultura e à sustentabilidade ecológica; III - a justa repartição dos ônus fiscais, considerando o princípio da capacidade contributiva. CAPÍTULO II Dos Objetivos do Plano Diretor Art. 4º - São objetivos deste Plano Diretor: I - considerar, no processo de planejamento e execução das polí- ticas públicas, a integração social, econômica, ambiental e territorial do Município e da Região Metropolitana; II - construir um sistema democrático e participativo de planejamento e gestão da cidade; III - garantir a justa distribuição dos benefí- cios e ônus decorrentes do processo de urbanização, recupe- rando e transferindo para a coletividade parte da valorização imobiliária decorrente de ações do poder público; IV - regular o uso, a ocupação e o parcelamento do solo urbano a partir da capacidade de suporte do meio físico, da infraestrutura de saneamento ambiental e das características do sistema viário; V - combater a especulação imobiliária; VI - preservar e con-

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Plano Diretor de Fortaleza.

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  • FORTALEZA DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO

    ANO LVI FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 N 14.020

    PODER EXECUTIVO

    GABINETE DA PREFEITA

    LEI COMPLEMENTAR N 062, DE 02 DE FEVEREIRO DE 2009

    Institui o Plano Diretor Partici-pativo do Municpio de Fortale-za e d outras providncias.

    FAO SABER QUE A CMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA APROVOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI: Art. 1 - Em atendimento s disposies do art. 182 da Constituio da Repblica, do Captulo III da Lei Federal n 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade - e da Seco II, Captulo I, Ttulo V da Lei Orgnica Municipal, esta Lei Complementar institui o Plano Diretor Participativo do Municpio de Fortaleza, devendo o mesmo ser observado pelos agentes pblicos e privados. Art. 2 - O Plano Diretor, aplicvel totalidade do territrio municipal, o instrumento bsico da poltica urbana do Municpio e integra o sistema de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, a lei de diretrizes oramentrias e a lei anual do oramento municipal orientar-se pelos princpios fundamentais, objetivos gerais e aes estratgicas prioritrias nele contidas.

    TTULO I

    Dos Princpios da Poltica Urbana e dos Objetivos do Plano Diretor

    CAPTULO I

    Dos Princpios Fundamentais da Poltica Urbana

    Art. 3 - So princpios da Poltica Urbana: I - as funes socioambientais da cidade; II - a funo social da pro-priedade; III - a gesto democrtica da cidade; IV - a equidade. 1 - As funes socioambientais da cidade sero cumpridas quando atendidas as diretrizes da poltica urbana estabelecidas no art. 2 da Lei Federal n 10.257, de 2001 - Estatuto da Cida-de - das quais cabe ressaltar: I - a promoo da justia social, mediante aes que visem erradicao da pobreza e da excluso social, da reduo das desigualdades sociais e da segregao socioespacial; II - o direito cidade, entendido como o direito terra urbana, moradia digna, ao saneamento ambiental, infraestrutura urbana, ao transporte, aos servios pblicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras geraes; III - a proteo, a preservao e a valorizao do patrimnio cultural de interesse artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico; IV - a preservao e conservao do meio ambiente, assegurando a proteo dos ecossistemas e recursos ambientais existentes e garantindo a todos os habitan-tes um meio ambiente ecologicamente equilibrado; V - o de-senvolvimento sustentvel, promovendo a repartio equnime do produto social e dos benefcios alcanados, proporcionando um uso racional dos recursos naturais, para que estes estejam disponveis s presentes e futuras geraes. 2 - A funo social da propriedade cumprida mediante o pleno desenvol-vimento da sua funo socioambiental. 3 - A propriedade cumpre sua funo socioambiental quando, cumulativamente: I

    - for utilizada em prol do bem coletivo, da segurana e do bem-estar dos cidados, bem como do equilbrio ambiental; II - atenda s exigncias fundamentais deste Plano Diretor; III - assegurar o atendimento das necessidades dos cidados quanto qualidade de vida, justia socioambiental e ao de-senvolvimento das atividades econmicas; IV - assegure o respeito ao interesse coletivo quanto aos limites, parmetros de uso, ocupao e parcelamento do solo, estabelecidos nesta Lei e na legislao dela decorrente; V - assegurar a democratiza-o do acesso ao solo urbano e moradia; VI - no for utiliza-da para a reteno especulativa de imvel. 4 - A gesto da cidade ser democrtica, incorporando a participao dos dife-rentes segmentos da sociedade em sua formulao, execuo e acompanhamento, garantindo: I - a participao popular e a descentralizao das aes e processos de tomada de deci-ses pblicas em assuntos de interesses sociais; II - a partici-pao popular nas definies de investimentos do oramento pblico; III - o desenvolvimento sustentvel; IV - o acesso p-blico e irrestrito s informaes e anlises referentes poltica urbana; V - a capacitao dos atores sociais para a participa-o no planejamento e gesto da cidade; VI - a participao popular na formulao, implementao, avaliao, monitora-mento e reviso da poltica urbana. 5 - O princpio da equi-dade ser cumprido quando as diferenas entre as pessoas e os grupos sociais forem respeitadas e, na implementao da poltica urbana, todas as disposies legais forem interpretadas e aplicadas de forma a reduzir as desigualdades socioecon-micas no uso e na ocupao do solo do Municpio de Fortaleza, devendo atender aos seguintes objetivos: I - a construo de uma sociedade livre, justa e solidria; II - a garantia da reduo das desigualdades sociais, visando erradicao da pobreza, da marginalizao e, em especial, das favelas; III - a justa dis-tribuio de nus e benefcios decorrentes do processo de urbanizao; IV - a promoo do bem de todos, sem preconcei-tos de origem, raa, cor, religio, idade, gnero, orientao sexual e quaisquer outras formas de discriminao. 6 - O Municpio dever dispor de legislaes, polticas pblicas e programas especficos voltados para a reduo da desigualda-de social, que objetivem: I - a garantia de condies dignas de habitabilidade para a populao de baixa renda; II - o usufruto pleno da economia, da cultura e do meio ambiente com a utili-zao dos recursos para o benefcio de todos os habitantes utilizando critrios de equidade distributiva, complementaridade econmica, respeito cultura e sustentabilidade ecolgica; III - a justa repartio dos nus fiscais, considerando o princpio da capacidade contributiva.

    CAPTULO II Dos Objetivos do Plano Diretor

    Art. 4 - So objetivos deste Plano Diretor: I - considerar, no processo de planejamento e execuo das pol-ticas pblicas, a integrao social, econmica, ambiental e territorial do Municpio e da Regio Metropolitana; II - construir um sistema democrtico e participativo de planejamento e gesto da cidade; III - garantir a justa distribuio dos benef-cios e nus decorrentes do processo de urbanizao, recupe-rando e transferindo para a coletividade parte da valorizao imobiliria decorrente de aes do poder pblico; IV - regular o uso, a ocupao e o parcelamento do solo urbano a partir da capacidade de suporte do meio fsico, da infraestrutura de saneamento ambiental e das caractersticas do sistema virio; V - combater a especulao imobiliria; VI - preservar e con-

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 SEXTA-FEIRA - PGINA 2

    LUIZIANNE DE OLIVEIRA LINS Prefeita de Fortaleza

    AGOSTINHO FREDERICO CARMO GOMES

    Vice-Prefeito

    SECRETARIADO

    MARTNIO MONTALVERNE B. LIMA Procuradoria Geral do Municpio

    GERALDO BANDEIRA ACCIOLY Controladoria Geral do Municpio

    JOS MENELEU NETO Secretaria Municipal de Planejamento e

    Oramento

    ALFREDO JOS P. DE OLIVEIRA Secretaria de Administrao do Municpio

    ALEXANDRE SOBREIRA CIALDINI Secretaria de Finanas do

    Municpio

    JOS DE FREITAS UCHOA Secretaria de Desenvolvimento

    Econmico

    ALEXANDRE JOS MONTALVERNE SILVA Secretaria Municipal de Sade

    (INTERINO)

    ANA MARIA DE C. FONTENELE

    Secretaria Municipal de Educao

    M DE FTIMA MESQUITA DA SILVA Secretaria de Cultura de Fortaleza

    MARIA ELAENE R. ALVES

    Secretaria Municipal de Assist. Social

    LUCIANO LINHARES FEIJO Secretaria Municipal de Desenvolv. Urbano e

    Infra-Estrutura

    DANIELA VALENTE MARTINS Secretaria Municipal de Meio Ambiente e

    Controle Urbano

    HENRIQUE SRGIO R. DE ABREU Secretaria de Turismo de Fortaleza

    ROBERTO MRCIO DUTRA GOMES

    Secretaria de Esporte e Lazer

    MARIA ISABEL DE ARAJO LOPES

    Secretaria de Defesa do Consumidor - PROCON - FORTALEZA

    ANA LCIA OLIVEIRA VIANA

    Secretaria Executiva Regional I

    JOACY DA SILVA LEITE Secretaria Executiva Regional II

    ESTEVO SAMPAIO ROMCY

    Secretaria Executiva Regional III

    ROBERTO RODRIGUES COSTA Secretaria Executiva Regional IV

    (INTERINO)

    RCIO ELLERY ARAJO Secretaria Executiva Regional V

    JOO JOS MENESCAL DE O. SALDANHA

    Secretaria Executiva Regional VI (INTERINO)

    SECRETARIA DE ADMINISTRAO

    IMPRENSA OFICIAL DO MUNICPIOCRIADA PELA LEI N 461 DE 24 DE MAIO 1952

    www.fortaleza.ce.gov.br

    MARIA IVETE MONTEIRO Diretora

    AV. JOO PESSOA, 4180 - DAMAS FONE: (0XX85) 3452.1746

    (0XX85) 3101.5324 Fax: (0XX85) 3101.5320

    FORTALEZA - CEAR CEP: 60.425-680

    servar o patrimnio cultural de interesse artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico; VII - preservar os principais marcos da paisagem urbana; VIII - ampliar a oferta de reas para a produo habitacional de interesse social com qualida-de, dirigida aos segmentos de baixa renda; IX - promover a urbanizao e a regularizao fundiria das reas irregulares ocupadas por populao de baixa renda; X - induzir a utilizao de imveis no edificados, no utilizados e subutilizados; XI - distribuir equitativamente os equipamentos sociais bsicos, de acordo com as necessidades sociais das regies, de forma que a distribuio dos respectivos recursos a estas seja diretamen-te proporcional populao e inversamente proporcional ao nvel de renda; XII - preservar os ecossistemas e os recursos naturais; XIII - promover o saneamento ambiental em seus diferentes aspectos; XIV - reduzir os riscos urbanos e ambien-tais; XV - promover a reabilitao da rea central da cidade; XVI - promover a acessibilidade e a mobilidade universal, ga-rantindo o acesso de todos os cidados a qualquer ponto do territrio, atravs da rede viria e do sistema de transporte coletivo.

    TTULO II Das Diretrizes e Aes Estratgicas

    das Polticas Setoriais

    CAPTULO I Da Poltica de Habitao e Regularizao Fundiria

    Art. 5 - So diretrizes da poltica de habitao e regularizao fundiria: I - democratizao do acesso terra urbana e moradia digna a todos os habitantes da cidade e, em especial, populao de baixa renda, com melhoria das condies de habitabilidade, acessibilidade, preservao ambi-ental, qualificao dos espaos urbanos e oferta de servios pblicos; II - articulao entre a poltica de habitao e regulari-zao fundiria com as demais polticas setoriais na efetivao de polticas pblicas inclusivas, com ateno especial aos grupos sociais vulnerveis; III - cumprimento da funo socio-ambiental da terra urbana de forma a produzir lotes urbaniza-dos e novas habitaes em locais adequados do ponto de vista urbanstico e ambiental, proporcionando a reduo progressiva do dficit e da inadequao habitacional; IV - respeito s nor-mas e aos princpios de proteo dos direitos humanos e fun-

    damentais, em especial o direito social moradia, garantindo a adequao cultural, social, econmica, ambiental e urbanstica da poltica habitacional; V - induo da utilizao do solo urba-no no edificado, subutilizado ou no utilizado, a fim de garantir o cumprimento da funo socioambiental da propriedade urba-na; VI - estmulo produo, por parte da iniciativa privada, de habitao voltada para o mercado popular, prioritariamente em zonas dotadas de infraestrutura; VII - diversificao das formas de acesso habitao de interesse social, prioritariamente em zonas dotadas de infraestrutura; VIII - estabelecimento de nor-mas especiais de urbanizao, edificao, uso e ocupao do solo para a eficaz implementao dos programas de regulari-zao fundiria e urbanstica de assentamentos constitudos por populao de baixa renda; IX - estmulo ao desenvolvimen-to e utilizao de processos tecnolgicos que garantam a melhoria da qualidade construtiva, a adequao ambiental, a acessibilidade e a reduo dos custos da produo habitacio-nal; X - reabilitao e repovoamento das reas centrais degra-dadas, utilizando-se de instrumentos que estimulem a perma-nncia da populao e atraiam novos moradores dos diferentes segmentos de renda; XI - inibio de novas ocupaes irregula-res nas reas de preservao, recuperao e interesse ambi-ental mediante a aplicao de normas e de instrumentos urba-nsticos e de fiscalizao; XII - implementao de programas integrados de recuperao urbano-ambiental das reas no passveis de urbanizao e regularizao fundiria; XIII - consi-derao, para fins de realizao do cadastro de programas e planos da poltica habitacional, do nmero de famlias e no de imveis presentes nos assentamentos ocupados por populao de baixa renda; XIV - considerao, nos programas habitacio-nais, do atendimento s famlias diagnosticadas como sendo moradoras de rua e das famlias que possuam pessoas com deficincia; XV - estmulo fiscalizao no sistema habitacional em parceria com os prprios beneficirios; XVI - garantia de alternativas habitacionais para a populao removida das reas de risco ou decorrentes de programas de recuperao e pre-servao ambiental e intervenes urbansticas, com a partici-pao das famlias na tomada de decises e reassentamento prioritrio em locais prximos s reas de origem do assenta-mento; XVII - captao de recursos financeiros junto aos seto-res pblico e privado para o impulso da Poltica de Habitao e Regularizao Fundiria; XVIII - fortalecimento de processos democrticos na formulao, implementao e controle dos recursos pblicos destinados Poltica de Habitao e Regula-

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 SEXTA-FEIRA - PGINA 3 rizao Fundiria, estabelecendo canais permanentes de parti-cipao das comunidades e da sociedade civil organizada nos processos de tomada de decises; XIX - articulao entre os diversos atores do setor pblico em suas diversas esferas, do setor privado, das universidades, dos movimentos sociais e da sociedade civil organizada, a fim de desenvolver alternativas sustentveis de regularizao fundiria e proviso habitacional. Art. 6 So aes estratgicas prioritrias da poltica habitacio-nal e de regularizao fundiria: I - elaborar e implementar um plano da poltica habitacional e de regularizao fundiria para o Municpio de Fortaleza, no prazo de 2 (dois) anos, a partir da entrada em vigor desta Lei; II - realizar o diagnstico das condi-es de moradia no Municpio, identificando seus diferentes aspectos, de forma a quantificar, qualificar e espacializar, no mnimo, enfatizando os problemas relativos s moradias em situao de risco, loteamentos irregulares e clandestinos, fave-las, cortios, co-habitaes, populao em situao de rua, reas com solo contaminado, reas de preservao ambiental ocupadas por moradia e situao dos assentamentos quanto carncia de infraestrutura, servios e equipamentos; III - de-senvolver e manter atualizado o Sistema de Informaes Habi-tacionais (SIHAB) como instrumento de controle e planejamen-to democrticos da Poltica Habitacional do Municpio; IV - compatibilizar a legislao municipal de habitao de interesse social (HIS) com as diretrizes estabelecidas por esta Lei; V - priorizar e agilizar a aprovao dos empreendimentos de inte-resse social, estabelecendo procedimentos especiais e acordos de cooperao tcnica entre os rgos envolvidos; VI - investir no sistema de fiscalizao integrado, especialmente nas reas de preservao, recuperao e interesse ambiental constantes neste Plano Diretor, de forma a impedir o surgimento de lotea-mentos irregulares e clandestinos e de ocupaes desordena-das; VII - identificar, atravs de mapeamento bienal, o solo urbano no edificado, subutilizado e no utilizado, de acordo com os critrios estabelecidos neste Plano Diretor, com o fim de induzir o cumprimento da funo socioambiental da proprie-dade atravs da aplicao dos instrumentos urbansticos e jurdicos previstos no Plano Diretor; VIII - instituir as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), segundo os critrios e procedimentos estabelecidos pelo Plano Diretor; IX - implemen-tar alternativas de financiamento e subsdio direto, para aquisi-o ou locao social, bem como criar instrumentos que possi-bilitem a insero de todos os segmentos da populao no mercado imobilirio; X - aproveitar a mo-de-obra local nos trabalhos sociais e nas obras desenvolvidas em cada comuni-dade, quando possvel, com a garantia da devida capacitao para a execuo das atividades, visando incluso socioeco-nmica; XI - estimular a formao de tcnicos na rea de habi-tao de interesse social e regularizao fundiria, estabele-cendo parcerias com universidades, centros de pesquisa tecno-lgica, entidades de classe, iniciativa privada e organizaes no governamentais; XII - garantir o funcionamento do Conse-lho Municipal de Habitao Popular, democrtico e representa-tivo, que fiscalize e acompanhe a aplicao dos recursos do Fundo Municipal de Habitao de Interesse Social e delibere sobre as prioridades da poltica habitacional, bem como fiscali-ze os investimentos pblicos nesta rea; XIII - realizar periodi-camente as Conferncias Municipais de Habitao para a defi-nio de prioridades da poltica municipal de habitao e regu-larizao fundiria e para eleger os representantes da socieda-de civil no Conselho Municipal de Habitao Popular; XIV - promover a integrao entre os diversos mecanismos de parti-cipao popular na definio da poltica habitacional, garantin-do o dilogo constante entre as demandas provenientes do oramento participativo e dos conselhos de co-gesto; XV - promover a capacitao peridica da populao e, em especial, de seus representantes nos espaos de co-gesto sobre os instrumentos da poltica habitacional e de regularizao fundi-ria; XVI - instituir o Fundo Municipal de Habitao de Interesse Social, com previso de instrumentos de controle social e pla-nejamento democrtico da utilizao de seus recursos; XVII - promover o desenvolvimento da estrutura administrativa e a qualificao do corpo tcnico responsvel pela poltica de habi-tao e regularizao fundiria, a fim de garantir uma eficaz

    integrao com os instrumentos de planejamento e gesto democrticos, visando a uma maior eficcia social dos progra-mas e projetos de proviso habitacional e regularizao fundi-ria.

    CAPTULO II Da Poltica de Terras Pblicas

    Art. 7 - So diretrizes para a Poltica de Terras Pblicas: I - identificao das reas e edifcios pblicos, implan-tando e mantendo atualizado em um sistema de informaes geogrficas (SIG); II - zelo pela posse, manuteno e conser-vao dos espaos pblicos no ocupados, com o compromis-so de coibir novas ocupaes; III - promoo, quando prevista em programas habitacionais, da regularizao fundiria e da urbanizao das terras pblicas ocupadas para que cumpram efetivamente sua funo socioambiental, garantindo o reassen-tamento das famlias removidas por estarem em situao de risco ou em decorrncia de obras de requalificao urbano-ambiental; IV - destinao prioritria para o assentamento da populao de baixa renda, para a implantao de reas verdes e para a instalao de equipamentos coletivos dos bens pbli-cos dominiais no utilizados; V - implantao e conservao de praas e equipamentos sociais; VI - otimizao do uso das terras pblicas para cumprimento das funes sociais da cida-de. Art. 8 So aes estratgicas da Poltica de Terras Pbli-cas: I - elaborar Plano Diretor de Gesto das Terras Pblicas, articulado com os demais planos setoriais, que dever estabe-lecer as necessidades de aquisio de novas terras pblicas para equipamentos, considerando caractersticas, dimenses e localizao; II - criar o cadastro geral de terras pblicas atravs de sistema de informaes georeferenciadas, vinculado a um sistema de informao geogrfica, inserido no Sistema de Informaes Municipais (SIM); III - revisar as cesses das ter-ras pblicas com o objetivo de compatibilizar sua finalidade com as necessidades da cidade, adequar as contrapartidas tendo em conta os valores do mercado imobilirio, avaliar e reparar irregularidades, cobrando indenizaes e as demais cominaes previstas em lei; IV - viabilizar formas de aquisio de imveis, a fim de atender a utilidade e a necessidade pblica e o interesse social, e que no compreendam a desa-propriao; 1 A concesso de terras pblicas, de forma gra-tuita, para fins de habitao e regularizao fundiria, destina-se : I - utilizao da terra para fins de moradia de interesse social; II - utilizao da terra para fins de subsistncia; III - construo de obras ou instalao de servios pblicos de interesse social e equipamentos sociais. 2 - A nenhum con-cessionrio ser concedido gratuitamente o uso de mais de 1 (um) lote de terreno pblico, independentemente de sua di-menso. 3 - Sero concedidas, de forma onerosa, terras pblicas para a explorao econmica com fins lucrativos nos seguintes casos: I - edificaes e uso para fins comerciais e de servios; II - implantao de indstrias; III - explorao hortifru-tigranjeira.

    CAPTULO III Da Poltica de Meio Ambiente

    Art. 9 - So diretrizes da poltica de meio ambi-ente: I - preservao, conservao, recuperao e uso susten-tvel dos ecossistemas e recursos naturais; II - ampliao, conservao, fiscalizao, monitoramento, manejo e gesto democrtica dos sistemas ambientais, das reas verdes, das unidades de conservao e dos espaos pblicos; III - compa-tibilizao do desenvolvimento econmico, social, cultural, tnico e dos saberes tradicionais com a preservao e conser-vao dos sistemas socioambientais, promovendo polticas de desenvolvimento sustentvel para a cidade; IV - fortalecimento e valorizao do Poder Pblico como promotor de estratgias de desenvolvimento sustentvel; V - estabelecimento de medi-das de controle da qualidade socioambiental com vistas com-pensao, proteo e ao disciplinamento do uso dos recursos naturais disponveis; VI - reduo dos riscos socioambientais;

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 SEXTA-FEIRA - PGINA 4 VII - reduo dos nveis de poluio sonora, visual, do ar, das guas e dos solos; VIII - estmulo ao uso de fontes de energia no poluidoras; IX - promoo da educao ambiental; X - estmulo ao desenvolvimento de pesquisas sobre o uso ade-quado dos recursos naturais; XI - garantia da participao da populao no planejamento, acompanhamento e gesto da poltica ambiental; XII - fortalecimento dos processos democr-ticos na formulao, implementao e controle dos recursos pblicos destinados poltica de meio ambiente; XIII - promo-ver a efetiva gesto democrtica na poltica de meio ambiente, a partir da participao da sociedade civil junto ao Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM), paritrio e deliberativo, sendo garantida a representao de entidades ambientalistas, entidades de classe e movimentos sociais, com poder de voto; XIV - implementao da gesto democrtica do Fundo de De-fesa do Meio Ambiente (FUNDEMA) atravs da participao direta da sociedade civil e seus segmentos; XV - fortalecimento de parcerias para a defesa, preservao, conservao e mane-jo do meio ambiente entre as diversas esferas do setor pblico e a sociedade civil; XVI - garantia do acesso pblico s praias e a preservao de dunas, mangues e recursos hdricos; XVII - preservao e conservao de praias, dunas, mangues, lagoas e os demais recursos hdricos. Art. 10 - So temticas das aes estratgicas da poltica de meio ambiente: I - regulao do uso e ocupao do solo; II - uso, preservao e conserva-o da biodiversidade; III - controle da qualidade ambiental; IV - reas verdes; V - monitoramento dos recursos hdricos; VI - educao ambiental; VII - Sistema Municipal de Meio Ambiente (SIMMA).

    Seo I Da Regulao do Uso e Ocupao do Solo

    Art. 11 - objetivo da regulao do uso e ocupa-o do solo definir a utilizao potencial do solo urbano para sua produo, preservao e conservao. Art. 12 - So aes estratgicas para a regulao do uso e ocupao do solo no mbito da poltica de meio ambiente: I - elaborar a Agenda 21 do Municpio de Fortaleza, entendida como um processo de planejamento participativo, com a mobilizao de todos os segmentos da sociedade, que diagnostica e analisa a situao do Municpio e estabelece uma estratgia de ao, baseada em compromissos de mudanas, democratizao e descentra-lizao; II - realizar inventrio das fontes de poluio, de con-taminantes e de seus nveis de risco nos diferentes sistemas ambientais e nas bacias hidrogrficas que drenam o Municpio, vinculando-o ao SIM; III - criar incentivos para o reflorestamen-to das reas de matas ciliares com espcies nativas e/ou com-patveis componentes do revestimento vegetal primrio; IV - promover o zoneamento ecolgico-econmico do Municpio para subsidiar a regulao do uso e ocupao do solo e o ge-renciamento das unidades de conservao j estabelecidas ou em fase de implementao; V - garantir a participao dos moradores do entorno dos empreendimentos passveis de licenciamento ambiental, classificados como Empreendimentos Geradores de Impactos, conforme dispe o art. 197, nas dis-cusses sobre sua viabilidade, atravs de audincias pblicas; VI - promover aes conjuntas entre os rgos ambientais e a vigilncia sanitria e ambiental.

    Seo II Do Uso, Preservao e Conservao

    da Biodiversidade Art. 13 - O uso, preservao e conservao da biodiversidade objetiva implementar e ampliar as unidades de conservao no Municpio, compatibilizando-as com o Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC). Art. 14 - So aes estratgicas para o uso, preservao e conservao da biodiversidade: I - criar unidades de proteo integral e de uso sustentvel nas reas de abrangncia dos sistemas ambientais frgeis, mediamente frgeis e de significativa relevncia ambi-ental, compatibilizando-as com a Lei Federal n 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de

    Conservao (SNUC); II - elaborar programas de recuperao das reas degradadas e a recomposio da vegetao atravs de manejo florestal utilizando espcies nativas e frutferas; III - estabelecer Comit Gestor e elaborar plano de manejo para as unidades de conservao com ampla participao popular; IV - elaborar um sistema de gesto das unidades de conservao integrado com os 3 (trs) entes federativos; V - criar corredores ecolgicos nos principais rios e riachos das bacias do Coc, do Pacoti, do Maranguapinho/Cear e da Vertente Martima; VI - assegurar que os recursos arrecadados por medidas compen-satrias ambientais sejam preferencialmente aplicados nas unidades de conservao, conforme previsto na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC); VII - criar unidades de conservao no remanescente de cerrado (bairro Cidade dos Funcionrios), na mata da Praia Mansa (Cais do Porto) e nas dunas mveis da Praia do Futuro; VIII - promover a criao da unidade de conservao do riacho Alagadio em todo o seu percurso, no trecho compreendido entre a lagoa da Agronomia e a sua foz; IX - realizar o inventrio da flora e da fauna das unidades de conservao; X - incentivar a criao de reservas particulares do patrimnio natural - RPPN; XI - inven-tariar conhecimentos e prticas de comunidades pesqueiras, tnicas e tradicionais relevantes para a proteo e para o uso sustentvel da biodiversidade; XII - desenvolver sistemas tec-nolgicos capazes de promover a recuperao e/ou regenera-o e monitoramento de sistemas ambientais degradados. Pargrafo nico - A criao das unidades de conservao Stio Curi, Lagoa Redonda, nascente do riacho da lagoa da Itape-raoba e do Riacho Alagadio de que tratam os incisos VII e VIII deste artigo est condicionada a estudos tcnicos que compro-vem sua viabilidade. Art. 15 - Integra o patrimnio pblico mu-nicipal o Parque Natural Municipal das Dunas da Sabiaguaba, localizado no bairro de Sabiaguaba, Municpio de Fortaleza, no Estado do Cear, com rea aproximada de 467,60 hectares, com o objetivo de preservar os ecossistemas naturais existen-tes, possibilitando a realizao de pesquisas cientficas e o desenvolvimento de atividades de educao ambiental, de ecoturismo e turismo comunitrio compatveis com a Lei Fede-ral n 9.985, de 18 de julho de 2000. 1 - O subsolo da rea descrita no caput deste artigo integra os limites do Parque Natural Municipal das Dunas de Sabiaguaba. 2 - Caber ao rgo municipal competente administrar o Parque Natural Mu-nicipal das Dunas de Sabiaguaba, adotando as medidas ne-cessrias para sua efetiva proteo, implantao e controle, na forma do art. 22 e seguintes da Lei Federal n 9.985, de 18 de julho de 2000. 3 - O rgo municipal competente dever proceder elaborao do plano de manejo do Parque Natural Municipal das Dunas de Sabiaguaba no prazo previsto em lei. 4 - A rea de delimitao do Parque Natural Municipal das Dunas de Sabiaguaba tem os limites descritos no anexo 7. Art. 16 - Integra o patrimnio pblico municipal a rea de proteo ambiental de Sabiaguaba, localizada no bairro da Sabiaguaba, Municpio de Fortaleza, no Estado do Cear, com rea aproxi-mada de 1.009,74 hectares, tendo como objetivos: I - proteo dos remanescentes de vegetao do complexo litorneo; II - proteo dos recursos hdricos; III - melhorar a qualidade de vida da populao residente, mediante orientao e disciplina das atividades econmicas locais; IV - fomentar e incentivar o ecoturismo sustentvel e a educao ambiental; V - preservar as culturas e as tradies locais. 1 - A rea de proteo ambiental de Sabiaguaba tem os limites descritos a partir das cartas topogrficas inseridas no anexo 8. 2 - Caber ao rgo municipal competente administrar a rea de proteo ambiental de Sabiaguaba, adotando as medidas necessrias para sua efetiva proteo, implantao e controle, na forma do art. 22 e seguintes da Lei Federal n 9.985, de 18 de julho 2000. 3 - O rgo municipal competente dever proceder elaborao do plano de manejo da rea de proteo ambiental de Sabiaguaba, no prazo previsto em lei. 4 - Fica excludo dos limites da rea de proteo ambiental de Sabiaguaba o Parque Natural Municipal das Dunas de Sabiaguaba.

    Seo III Do Controle da Qualidade Ambiental

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 SEXTA-FEIRA - PGINA 5 Art. 17 - O controle da qualidade ambiental visa a fortalecer e colaborar com o sistema de licenciamento de ativi-dades poluidoras, de atividades de recuperao, monitoramen-to e fiscalizao de reas degradadas e da adoo de meca-nismos de incentivo compensao ambiental e de certificao ambiental. Art. 18 - So aes estratgicas do controle da qua-lidade ambiental: I - definir a poltica municipal para o controle e licenciamento das poluies do solo, hdrica, atmosfrica, visu-al e sonora; II - implementar mecanismos de compensao, controle e licenciamento ambiental na implantao e funciona-mento das fontes potencialmente poluidoras; III - ampliar a capacidade de pessoal, operacional, instrumental e tcnica do setor de fiscalizao e monitoramento ambiental, tornando-a compatvel com a rea e populao do Municpio, atravs de concurso pblico para tcnicos e fiscais, e aquisio de equi-pamentos necessrios para exercer a fiscalizao; IV - ampliar o programa de controle, monitoramento e fiscalizao das emisses de gases dos veculos que circulam no Municpio, considerando ainda o estmulo utilizao de tecnologia limpa pelos veculos da frota municipal e de transporte coletivo; V - intensificar a fiscalizao em horrio noturno, finais de semana e feriados, agravando as penalidades administrativas dos atos praticados contra o meio ambiente em tais circunstncias e nos casos de reincidncia, sem prejuzo da aplicao das medidas judiciais cabveis; VI - divulgar a sistemtica de desenvolvimen-to limpo e seus mecanismos, estimulando a certificao perti-nente; VII - promover aes para a reduo dos nveis de e-misso de poluentes e rudos produzidos pelos veculos auto-motores; VIII - mitigar o consumo energtico e o impacto ambi-ental do sistema de transporte; IX - definir regras para imple-mentao, licenciamento e controle da publicidade exterior.

    Seo IV Do Sistema de reas Verdes

    Art. 19 - Integram o sistema de reas verdes os espaos ao ar livre, de uso pblico ou privado, que se destinam criao ou preservao da cobertura vegetal, pratica de atividades de lazer, recreao e proteo ou ornamentao de obras virias. Art. 20 - So aes estratgicas para o siste-ma de reas verdes: I - promover o adequado tratamento da vegetao enquanto elemento integrador na composio da paisagem urbana; II - a gesto compartilhada com a sociedade civil e iniciativa privada das reas verdes pblicas significativas; III - a disciplina das reas verdes particulares significativas pelo sistema de reas verdes dentro do Sistema Municipal de Meio Ambiente, vinculando-as s aes da municipalidade destina-das a assegurar sua preservao e seu uso; IV - a manuteno e ampliao da arborizao de vias pblicas, criando faixas verdes que conectem praas, parques ou reas verdes; V - a recuperao de reas verdes degradadas, de importncia pai-sagstico-ambiental; VI - o disciplinamento do uso, nas praas e nos parques municipais, das atividades culturais e esportivas, bem como dos usos de interesse comercial e turstico, compa-tibilizando-os ao carter pblico desses espaos; VII - estabe-lecer programas de recuperao das reas verdes, principal-mente daquelas localizadas no entorno das nascentes e dos recursos hdricos; VIII - implantar programa de arborizao nas escolas pblicas, postos de sade, creches e hospitais munici-pais; IX - estabelecer parceria entre os setores pblico e priva-do, por meio de convnios, incentivos fiscais e tributrios, para a implantao e manuteno de reas verdes e espaos ajar-dinados ou arborizados, atendendo a critrios tcnicos estabe-lecidos pelo Municpio para o uso e a preservao dessas reas; X - implementar o Sistema Municipal de reas Verdes; XI - elaborar diagnstico e zoneamento ambiental de Fortaleza, contendo as reas verdes e, dentre outros, o mapa de potencial de regenerao das reas de preservao permanente para o desenvolvimento de programas e projetos de recuperao ambiental; XII - o Municpio dever proceder, por meio de lei especfica, delimitao de suas faixas de preservao nas reas urbanas situadas no mbito de seu territrio, observando as diretrizes contidas no pargrafo nico do art. 2 da Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965; XIII - implantar parques

    urbanos; XIV - elaborar e implementar o plano municipal de arborizao.

    Seo V Do Monitoramento dos

    Recursos Hdricos Art. 21 - O monitoramento dos recursos hdricos visa proteo, recuperao, revitalizao e uso de instru-mentos de gesto, objetivando o aumento, em qualidade e quantidade, da disponibilidade dos recursos, de forma integra-da. Art. 22 - So aes estratgicas do monitoramento dos recursos hdricos: I - conservar os recursos hdricos superficiais e subterrneos visando ao aumento da sua disponibilidade, desenvolvendo aes capazes de prevenir a escassez e a diminuio da qualidade da gua nos mananciais; II - recupe-rar, revitalizar, preservar e conservar, de forma integrada, as bacias hidrogrficas que drenam o territrio municipal; III - desenvolver indicadores de avaliao da qualidade e da escas-sez de recursos hdricos; IV - classificar os corpos de gua, especificando-se a qualidade do recurso hdrico e ecossiste-mas associados; V - exigir a efetiva elaborao, execuo e operacionalizao, por parte das empresas causadoras de degradao dos recursos hdricos, de projetos de recuperao, despoluio e revitalizao dos rios, riachos e lagoas; VI - difundir polticas sustentveis de conservao, do uso e reuso da gua; VII - zelar pela preservao e conservao dos recur-sos hdricos, promovendo programas de fiscalizao, recupera-o, monitoramento e despoluio dos recursos hdricos situa-dos no Municpio; VIII - criar programa para captao das -guas pluviais, formulando e implementando polticas para rea-proveitamento, conservao, armazenamento e tratamento; IX - proteger os mananciais de nossa cidade, garantido distncia mnima de 500,00m (quinhentos metros) para a construo de postos de combustveis ou empreendimentos que visem a produzir qualquer tipo de agentes poluidores qumicos prxi-mos aos mananciais.

    Seo VI Da Educao Ambiental

    Art. 23 - A educao ambiental objetiva a execu-o de atividades de formao que levem a sociedade a prote-ger, preservar, conservar e conhecer o meio ambiente, suas interaes culturais, sociais e ambientais, bem como implica-es de sua degradao e de seu desperdcio, para a utilizao dos recursos naturais de modo socioambientalmente adequa-do, e garantindo aes continuadas e permanentes para o desenvolvimento de uma compreenso integrada do meio ambiente, em suas mltiplas e complexas relaes socioambi-entais, culturais, tnicas, econmicas e religiosas. Art. 24 - So aes estratgicas para a educao ambiental: I - estabelecer integrao da educao ambiental com outras iniciativas, prio-rizando a rede de educao formal, a formao de professores, os ncleos de educao ambiental capazes de implementar projetos nos sistemas de ensino pblico e privado; II - garantir uma poltica de incentivo pesquisa voltada aos conhecimen-tos populares e produo de material instrutivo no que tange educao ambiental; III - incentivar o uso da educao ambiental com metodologias participativas, na elaborao de projetos e programas que visem conservao, preservao e ao manejo sustentvel dos recursos naturais; IV - elaborar e implementar o programa municipal de educao ambiental; V - implementar um programa de capacitao em educao ambi-ental para os educadores da rede formal de ensino, envolvendo tambm os atores que atuam no mbito da educao no for-mal; VI - implementar mecanismos de divulgao das questes relacionadas ao meio ambiente pelos meios de comunicao de massa e comunitrios; VII - ampliar aes de educao ambiental junto aos rgos pblicos, instituies da sociedade civil e populao em geral; VIII - apoiar os programas de edu-cao ambiental para a formao de consumidores conscien-tes, assim como apoiar os movimentos sociais organizados, articulando-os com a rede de economia solidria e outras insti-tuies; IX - implementar rede de educadores socioambientais,

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 SEXTA-FEIRA - PGINA 6 formada por moradores das comunidades a serem beneficiadas pelas aes socioeducativas.

    Seo VII Do Sistema Municipal de Meio Ambiente

    Art. 25 - O Sistema Municipal de Meio Ambiente deve definir, implantar, fortalecer e criar mecanismos para a efetiva execuo e gesto das polticas pblicas municipais para o meio ambiente. Art. 26 - So aes estratgicas do Sistema Municipal de Meio Ambiente: I - aperfeioar a implan-tao do Sistema Municipal de Meio Ambiente (SIMMA) com a funo de organizar, coordenar e integrar as aes dos diferen-tes rgos e entidades da administrao pblica municipal; II - manter atualizado o Sistema de Informaes Municipal (SIM) no que se refere ao meio ambiente do Municpio; III - imple-mentar a gesto democrtica do Fundo de Defesa do Meio Ambiente (FUNDEMA), atravs da participao direta da soci-edade civil e de seus segmentos; IV - democratizar o acesso aos recursos do Fundo de Defesa do Meio Ambiente (FUNDEMA), prioritariamente por meio de editais pblicos objetivando aes voltadas educao ambiental, estudos, pesquisas e recuperao ambiental em reas degradadas e unidades de conservao; V - compatibilizar o sistema de mul-tas do Municpio aos valores adotados pela Lei Federal n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; VI - regulamentar a adoo de medidas compensatrias, vetando sua aplicao para infra-tores reincidentes, sendo os recursos obtidos destinados prefe-rencialmente ao Fundo de Defesa do Meio Ambiente (FUNDE-MA); VII - incorporar no registro cadastral da Secretaria de Administrao do Municpio, vinculado ao SIM, as informaes referentes a penalidades decorrentes de crime ambiental, ex-cluindo as pessoas jurdicas infratoras de participao em pro-cessos licitatrios e convnios com o Municpio; VIII - definir a poltica municipal para o controle, licenciamento e implantao da publicidade exterior.

    CAPTULO IV Da Poltica de Saneamento Ambiental

    Art. 27 - So diretrizes da poltica de saneamento ambiental: I - universalizao dos servios de saneamento ambiental, em especial os servios de abastecimento de gua potvel e de coleta e tratamento de esgotos; II - estruturao e adequao do sistema de manejo das guas pluviais e de drenagem urbana garantindo a sustentabilidade socioambien-tal; III - garantia dos servios de coleta e limpeza urbana, de coleta seletiva e reciclagem de resduos slidos urbanos e incentivo reduo da gerao de resduos slidos urbanos, de forma adequada s necessidades sociais e condies am-bientais do Municpio; IV - integrao das intervenes de a-bastecimento de gua, esgotamento sanitrio, manejo das guas pluviais, pavimentao, limpeza urbana, instalaes hidrossanitrias, controle de riscos, de vetores e reservatrios de doenas transmissveis, bem como educao sanitria e ambiental; V - implantao de planos setoriais, considerando as diretrizes gerais fixadas pelas Conferncias Municipais de Desenvolvimento Urbano, de Meio Ambiente e de Sade. 1 - A prestao dos servios de saneamento ambiental de inte-resse local, devendo ser prestado pelo Municpio, direta ou indiretamente, atravs de convnios ou contratos. 2 - Deve-ro ser implantados mecanismos de controle social sobre todos os servios prestados no mbito da poltica de saneamento ambiental. Art. 28 - So aes estratgicas da poltica de sane-amento ambiental: I - elaborar planos diretores setoriais de abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, manejo das guas pluviais e drenagem urbana, limpeza urbana e resduos slidos e controle de riscos ambientais, visando universaliza-o dos servios de saneamento ambiental; II - elaborar um plano de gesto integrada do saneamento ambiental, que esta-belecer metas, diretrizes gerais, recursos financeiros da polti-ca de saneamento ambiental, com base na compatibilizao, integrao e coordenao dos planos setoriais de abasteci-mento de gua, esgotamento sanitrio, manejo das guas

    pluviais, limpeza urbana e resduos slidos e controle de riscos ambientais; III - implementar programas de educao sanitria e ambiental em conjunto com a sociedade, para a promoo de campanhas e aes educativas permanentes de sensibilizao e capacitao dos representantes da sociedade e do governo; IV - desenvolver e implementar um Sistema Integrado de In-formaes de Saneamento Ambiental. Art. 29 - So aes estratgicas para o sistema de abastecimento de gua: I - ampliar a oferta de abastecimento de gua necessria para garantir o atendimento totalidade da populao do Municpio; II - adotar mecanismos de financiamento do custo dos servios que viabilizem o acesso da populao ao abastecimento de gua domiciliar; III - definir mecanismos de controle operacional para garantir a eficcia e eficincia dos servios de abasteci-mento de gua; IV - definir metas para a reduo das perdas de gua e para a reutilizao de guas servidas, bem como da utilizao da gua pluvial para uso domstico no potvel; V - incentivar a criao de consrcios intermunicipais com os Mu-nicpios da Regio Metropolitana de Fortaleza, objetivando estabelecer formas de participao na gesto dos mananciais, instituindo mecanismos de controle dos usos mltiplos das guas daqueles que abastecem Fortaleza, bem como da ocu-pao de suas reas de proteo. Art. 30 - So aes estrat-gicas para o sistema de esgotamento sanitrio: I - realizar in-vestimentos visando eliminao de qualquer contato direto dos habitantes da cidade com os esgotos no meio onde per-manecem ou transitam; II - assegurar a implantao de solu-es de tratamento de esgoto, contemplando coleta, tratamento e destino final dos efluentes, em consonncia com o que esta-belece a legislao ambiental, priorizando as reas das sub-bacias no dotadas de infraestrutura sanitria; III - implantar esgotos nas reas desprovidas de redes, especialmente na-quelas cujos efluentes so lanados na rede de drenagem de guas pluviais; IV - controlar e coibir o lanamento de efluentes tratados ao nvel primrio, na rede de drenagem e recursos hdricos, corrigindo as situaes danosas ao meio ambiente e sade pblica; V - garantir a manuteno plena de todas as unidades operacionais dos sistemas de esgotamento sanitrio; VI - incentivar o desenvolvimento de aes visando ao empre-go de tecnologias de reuso. Art. 31 - So aes estratgicas para o manejo de guas pluviais e drenagem urbana: I - pro-mover, em parceria com os Municpios da Regio Metropolitana e o Governo do Estado, a reviso do Plano Diretor de Drena-gem da Regio Metropolitana de Fortaleza; II - revisar e imple-mentar o Plano Diretor de Drenagem do Municpio; III - implan-tar e ampliar o sistema de drenagem nas reas crticas e na-quelas que devero ser adensadas, de acordo com a proposta de ocupao urbana contida nesta Lei; IV - assegurar o fortale-cimento institucional dos rgos municipais envolvidos com o planejamento, execuo e operao do sistema de drenagem urbana; V - definir mecanismos de regulao e estmulo ao uso e ocupao do solo compatveis com reas de interesse para drenagem, definidas pelo Plano Diretor de Drenagem do Muni-cpio, como parques lineares, rea de recreao e lazer e hor-tas comunitrias; VI - implantar medidas de preveno de inun-daes, incluindo controle de processos de impermeabilizao, de movimentos de terra, de transporte e disposio de resduos slidos, combate ao desmatamento e controle da ocupao nas reas de interesse para drenagem; VII - impedir a construo de rede de infraestrutura que obstrua as sees de vazo das galerias ou canais, bem como estabelecer prazos para a corre-o das situaes inadequadas; VIII - eliminar todas as liga-es de esgoto irregulares e clandestinas detectadas nas gale-rias, assegurando a sua limpeza, monitoramento e recupera-o; IX - implantar programas de despoluio dos recursos hdricos; X - investir na recuperao e melhorias das calhas fluviais e na recuperao dos sistemas de macro e microdrena-gem. Art. 32. So aes estratgicas para a limpeza urbana e coleta de resduos slidos: I - garantir a toda a populao a prestao regular do servio de coleta de resduos slidos urbanos; II - adotar e desenvolver mtodos, tcnicas e proces-sos adequados na gesto e na prestao dos servios pblicos de limpeza urbana; III - estimular a reduo da gerao de lixo e do desperdcio dos recursos naturais; IV - implementar ges-

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 SEXTA-FEIRA - PGINA 7 to eficiente e eficaz do sistema de limpeza urbana para a totalidade da populao, incluindo o tratamento e a disposio final ambientalmente adequados dos resduos remanescentes; V - estimular a reutilizao e a reciclagem de resduos slidos; VI - formular termos de parceria entre o Municpio e grupos organizados de trabalhadores autnomos, na coleta de res-duos slidos, para a implantao da coleta seletiva, da reutili-zao e da reciclagem de resduos slidos; VII - coibir a dispo-sio inadequada de resduos slidos mediante a educao ambiental, a oferta de instalaes para a sua disposio e a fiscalizao efetiva; VIII - eliminar lixes clandestinos e implan-tar medidas e aes para a recuperao socioambiental da rea; IX - apurar a responsabilizao civil do prestador do ser-vio, produtor, importador ou comerciante pelos danos ambien-tais causados pelos resduos slidos provenientes de sua ativi-dade; X - promover a integrao e articulao entre os Munic-pios da Regio Metropolitana para o tratamento e destinao dos resduos slidos; XI - introduzir a gesto diferenciada para os resduos domiciliares, industriais e hospitalares; XII - integrar as aes relativas aos resduos slidos nas 3 (trs) esferas de governo e representaes da sociedade civil, para a implanta-o do Plano Municipal de Resduos Slidos (PMRS), buscan-do realizar a adequada gesto integrada de resduos slidos; XIII - estimular e apoiar a implantao de cooperativas de cata-dores, bem como criar melhores condies de trabalho; XIV - implantar o Programa de Neutralizao e Controle de Emisso dos Gases do Efeito Estufa (GEE) no mbito do Poder Pblico Municipal; XV - a Prefeitura Municipal de Fortaleza far o de-senvolvimento do inventrio de emisses de GEE, com o aux-lio de instituies tcnicas pblicas ou privadas, para viabilizar planos de reduo e controle desses gases; XVI - a administra-o, dos gases e crditos gerados por esses programas com potencial econmico dever ser utilizada pelo Poder Pblico ou por particular, atravs de concesso ou permisso.

    CAPTULO V Da Poltica de Defesa Civil

    Art. 33 - So diretrizes da poltica de defesa civil: I - definio de normas, polticas, planos e procedimentos que visem, em carter permanente, preveno, reduo e erradi-cao de risco ambiental, o socorro e a assistncia popula-o e a recuperao de reas quando ameaadas ou afetadas por fatores adversos, sejam naturais ou antrpicos, conside-rando as especificidades de cada ocupao; II - articulao entre os setores e rgos pblicos da administrao municipal e entidades comunitrias, com a participao de rgos esta-duais e federais para a poltica de defesa civil; III - garantia dos pressupostos da descentralizao e da gesto de proximidade como modelo de atuao da Coordenadoria de Defesa Civil de Fortaleza, nas aes preventivas, corretivas e emergenciais, particularmente junto populao mais carente que ocupa reas de risco. Art. 34 - So aes estratgicas da poltica de defesa civil: I - fortalecer a Coordenadoria de Defesa Civil de Fortaleza, dotando-a de equipe tcnica permanente compatvel com as suas atribuies; II - elaborar plano preventivo de defe-sa civil, a ser institudo na forma da legislao especfica; III - instituir o Conselho de Defesa Civil de Fortaleza, constitudo por rgos da administrao municipal direta e por entidades da administrao municipal indireta que possuam participao direta nas aes de defesa civil, com o papel de estabelecer as polticas, os planos e as bases para o planejamento e gesto do risco; IV - efetuar levantamento e mapeamento das reas de risco, bem como estudos e planos de emergncia e contingn-cia; V - estruturar sistema de dados e informaes bsicas para o gerenciamento de emergncias e contingncias de riscos ambientais e sociais; VI - desenvolver medidas no estruturais e indicar medidas estruturais para os rgos responsveis pelas intervenes, urbansticas com o intuito de prevenir ocor-rncias graves; VII - planejar, promover e acompanhar a forma-o dos Ncleos Comunitrios de Defesa Civil (NUDEC); VIII - planejar, estruturar e atualizar sistemas de alerta para informar a populao sobre a ocorrncia iminente de eventos adversos e de atendimento s situaes de emergncia; IX - planejar, em

    conjunto com outros rgos de comunicao e educao am-biental, campanhas de informao para reduo da vulnerabili-dade frente aos desastres, para o desenvolvimento de prticas preventivas e para resposta aos desastres; X - promover cam-panhas de informao e mobilizao pblicas, relativas s aes de preveno e de resposta a desastres; XI - propor a execuo de aes que visem recuperar as reas afetadas por desastres, mediante a adoo de medidas de carter estrutural e no estrutural.

    CAPTULO VI Da Poltica de Mobilidade

    Seo I

    Das Diretrizes Art. 35 - Constituem diretrizes da poltica de mobilidade urbana: I - reconhecimento da mobilidade urbana como indutora e instrumento da poltica de planejamento e expanso urbana; II - universalizao do acesso ao transporte pblico; III - promoo da eficincia e da qualidade do sistema de transporte pblico de passageiros, garantindo a segurana e o bem-estar dos usurios; IV - priorizao no espao virio circulao de pedestres, em especial s pessoas com deficin-cia e s pessoas com mobilidade reduzida, aos ciclistas e ao transporte pblico de passageiros; V - promoo de racionali-dade, fluidez e segurana na circulao de pessoas e de vecu-los; VI - garantia de segurana, conforto e acessibilidade, para as pessoas com deficincia e pessoas com mobilidade reduzi-da, aos espaos, equipamentos e servios urbanos; VII - garan-tia do sistema de transporte pblico de passageiros economi-camente vivel e sustentvel; VIII - disciplinamento da circula-o de veculos de carga e das operaes de carga e descar-ga; IX - integrao do planejamento municipal da mobilidade urbana com os sistemas federal e estadual atuantes no Munic-pio; X - fortalecimento institucional da gesto da mobilidade urbana; XI - estmulo participao da sociedade nas polticas pblicas de mobilidade urbana; XII - estmulo formao e especializao de tcnicos na rea de mobilidade, estabele-cendo e ampliando parcerias com universidades, instituies e centros de pesquisa; XIII - efetivao de programas de educa-o contnua para a mobilidade urbana; XIV - disponibilizao de informaes, quando solicitadas, sociedade civil, sobre os estudos, planos, projetos, normas e aes governamentais relacionadas mobilidade urbana; XV - divulgao das aes, estudos, planejamentos, projetos, operao, fiscalizao, ad-ministrao, e as demais aes governamentais referentes mobilidade urbana; XVI - garantir a diversidade de modos de transporte pblico de passageiros. Art. 36. O Municpio deve elaborar e implementar, no prazo de 2 (dois) anos, a partir da entrada em vigor desta Lei, o Plano Diretor de Mobilidade Ur-bana de Fortaleza. 1 - O Plano Diretor de Mobilidade Urbana dever conter diretrizes para os seguintes planos setoriais: I - plano de circulao viria; II - plano de transporte pblico; III - plano de circulao de veculos de carga e de servios e ope-rao de carga e descarga; IV - plano ciclovirio; V - plano de circulao de pedestres; VI - plano de pavimentao viria; VII - plano de regulao e controle dos polos geradores de viagens; VIII - plano de circulao e estacionamento de veculos nas centralidades do Municpio. 2 O Plano Diretor de Mobilidade Urbana dever seguir todas as diretrizes e aes estratgicas da poltica de mobilidade de que trata esta Lei. 3 Para a elaborao do Plano Diretor de Mobilidade Urbana, devero ser considerados os projetos e investimentos j implementados e previstos para o Municpio, bem como o plano de transporte urbano de Fortaleza. Art. 37. So aes estratgicas para a poltica de mobilidade: I - elaborar e, no mximo, a cada 5 (cinco) anos, atualizar o planejamento estratgico da mobilida-de urbana, com a efetiva participao da sociedade civil nas definies das prioridades e de todos os rgos relacionados ao setor; II - elaborar estudos e pesquisas, de modo contnuo para identificar demandas; III - elaborar, no mximo, a cada 10 (dez) anos, estudos para identificar os desejos de deslocamen-to de pessoas e o padro de deslocamento de veculos de

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 SEXTA-FEIRA - PGINA 8 carga e de servios no Municpio; IV - formular e atualizar as legislaes, polticas, planos e programas de mobilidade urba-na, de forma a adequ-los ao Plano Diretor de Mobilidade Ur-bana; V - legitimar e democratizar o Conselho Municipal de Transportes Urbanos, institudo pela Lei Orgnica do Municpio de Fortaleza.

    Seo II Da Acessibilidade

    Art. 38 - So aes estratgicas para a poltica de acessibilidade: I - elaborar e implementar polticas para a garantia da acessibilidade universal aos espaos, equipamen-tos e servios urbanos; II - implantar polticas voltadas para o atendimento s pessoas com deficincia e pessoas com mobi-lidade reduzida, atendendo ao disposto na Lei n 8.149, de 30 de abril de 1998, que dispe sobre a acessibilidade das pesso-as portadoras de deficincias aos edifcios de uso pblico, ao espao e mobilirio urbanos no Municpio de Fortaleza, com fiscalizao da Comisso Permanente de Acessibilidade (CPA), criada pela Lei n 8.552/01; III - cumprir o estabelecido nas normas tcnicas brasileiras, nas Leis Federais n 10.048, de 2000, e n 10.098, de 2000; no Decreto n 5.296, de 2004, ou nas leis que os alterem, bem como as disposies das legisla-es especficas do Municpio e do Estado, quando couber; IV - elaborar, em um prazo mximo de 2 (dois) anos, a partir da entrada em vigor desta Lei, um manual tcnico que contemple regras e diretrizes para localizao, dimensionamento, espa-amento e acessibilidade aos pontos de parada dos diver- sos modos de transporte; V - elaborar, em um prazo mximo de 2 (dois) anos, a partir da entrada em vigor desta Lei, um manu-al tcnico que contemple regras e diretrizes para a implantao e adequao dos passeios e do mobilirio urbano nas cala-das.

    Seo III Do Sistema de Circulao

    Art. 39 - So aes estratgicas para o sistema de circulao: I - assegurar acessibilidade, qualidade e segu-rana nos deslocamentos de pessoas e mercadorias, intensifi-cando medidas de fiscalizao, operao, educao e enge-nharia de trfego, dentre outras julgadas necessrias; II - inves-tir na melhoria da fiscalizao e do controle do trfego; III - incentivar e difundir medidas de moderao de trfego e de uso racional dos veculos motorizados; IV - desenvolver e adotar polticas, programas, estudos e aes, visando reduo de acidentes e da morbimortalidade relacionados ao trnsito; V - disciplinar a circulao de ciclomotores, bicicletas e veculos de propulso humana e de trao animal; VI - implantar o plano de circulao de veculos de carga e servios e as operaes de carga e descarga, que deve englobar os produtos perigosos, e monitorar o sistema implantado.

    Seo IV Do Sistema Virio

    Art. 40 - So aes estratgicas para o sistema virio municipal: I - garantir o tratamento urbanstico do sistema virio, visando segurana dos usurios e preservao do patrimnio ambiental e arquitetnico de Fortaleza; II - priorizar os investimentos em infraestrutura viria para a rede estrutural de transporte pblico de passageiros, sistema ciclovirio e caladas; III - estabelecer mecanismos permanentes de finan-ciamento para a conservao, melhoria e expanso da infraes-trutura para os modos coletivos e os no motorizados de circu-lao urbana; IV - contemplar, nos projetos de novas vias pbli-cas e na readequao do sistema virio existente, a implanta-o de sistema ciclovirio, conforme estudo prvio de viabilida-de fsica e socioeconmica; V - promover a criao de vias para pedestres e ciclistas.

    Seo V Do Sistema de Transporte

    Art. 41 - So aes estratgicas do sistema de transporte municipal: I - adequar a oferta de transporte pblico s demandas atuais e projetadas; II - introduzir inovaes tec-nolgicas viveis e sustentveis no sistema de transporte p-blico, visando a uma melhor eficincia e qualidade do mesmo; III - estabelecer uma poltica tarifria que garanta o amplo a-cesso da populao ao transporte pblico e o equilbrio eco-nmico e financeiro do sistema; IV - regulamentar as modalida-des de transporte de passageiros, coletivo ou individual, legal-mente institudas, que operam no Municpio; V - estabelecer uma poltica de racionalizao dos custos operacionais e ge-renciais do sistema de transporte; VI - implementar a bilheta-gem automtica com integrao temporal no sistema de trans-porte pblico municipal; VII - promover aes que possibilitem a integrao entre as diversas modalidades do sistema de trans-porte; VIII - ajustar e compatibilizar a acessibilidade ao sistema de transporte com as diretrizes e os padres urbanos de uso e ocupao do solo definidos em lei; IX - considerar a bicicleta como um modo significativo de transporte no Municpio, inseri-da em planos e programas a serem desenvolvidos ou imple-mentados.

    CAPTULO VII Da poltica de Proteo do Patrimnio Cultural

    Art. 42 - So diretrizes da poltica de proteo do patrimnio cultural de interesse artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico: I - compatibilizao de usos e ativida-des com a preservao e proteo do patrimnio cultural de interesse artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico: II - democratizao do acesso aos equipamentos culturais, garan-tindo a sua distribuio equitativa no territrio urbano; III - com-patibilizao do desenvolvimento econmico e social com a preservao do patrimnio cultural de interesse artstico, estti-co, histrico, turstico e paisagstico e do patrimnio natural; IV - estmulo preservao da diversidade cultural existente no Municpio; V - proteo, preservao, conservao, recupera-o, restauro, fiscalizao e monitoramento do patrimnio cul-tural de interesse artstico, esttico, histrico, turstico e paisa-gstico; VI - adoo de medidas de fiscalizao preventiva e sistemtica para a proteo das edificaes e dos lugares de interesse histrico, cultural, artstico, turstico e paisagstico; VII - fomentar e incentivar a educao patrimonial; VIII - promoo de aes articuladas e coordenadas entre os rgos do Muni-cpio, Estado e Unio, a fim de proteger o patrimnio cultural e natural; IX - capacitao contnua do corpo tcnico municipal. Art. 43 - So aes estratgicas da poltica de proteo do patrimnio cultural de interesse artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico: I - atualizar continuamente o inventrio dos bens imveis de interesse histrico-cultural; II - inventariar a memria, os saberes e os fazeres culturais dos diferentes grupos de populaes tradicionais; III - elaborar legislao especfica de Registro de Bens Imateriais em conformidade com as legislaes vigentes; IV - elaborar o plano de incentivos s manifestaes culturais, saberes e fazeres populares; V - constituir um programa de preservao da cultura material do Municpio; VI - identificar e tombar, integral ou parcialmente, segundo os critrios de proteo estabelecidos na legislao de patrimnio, as edificaes, obras e monumentos que, pelos seus significados cultural, artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico, devero ser preservados; VII - promover a realiza-o de convnios com as demais esferas federativas, universi-dades e entidades da sociedade civil, sem fins lucrativos, para a proteo do patrimnio cultural de interesse artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico e do patrimnio natural; VIII - estimular a preservao e utilizao de imveis representativos da memria da cidade, mediante incentivos fiscais, instrumen-tos urbansticos e apoio tcnico especializado; IX - elaborar legislao especfica para a preservao da visualizao do entorno dos imveis tombados e identificados como de interes-se de preservao; X - delimitar e implementar as Zonas Espe-ciais de Preservao do Patrimnio Cultural de interesse arts-tico, esttico, histrico, turstico e paisagstico (ZEPH) em reas onde existam imveis, conjuntos edificados ou paisagens de

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 SEXTA-FEIRA - PGINA 9 interesse de preservao; XI - desenvolver planos, programas e projetos de intervenes nas Zonas Especiais de Preserva-o do Patrimnio Cultural de interesse artstico, esttico, hist-rico, turstico e paisagstico (ZEPH), a fim de atender o objetivo destas zonas especiais; XII - garantir a participao da comuni-dade na poltica cultural do Municpio; XIII - elaborar o plano do centro da cidade de proteo do patrimnio cultural de interes-se artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico; XIV - elaborar um estudo da paisagem da enseada do Mucuripe, a fim de defini-la como patrimnio paisagstico da cidade de For-taleza, considerando principalmente a populao de pescado-res; XV - elaborar planos especficos para a regenerao e integrao urbana dos riachos Paje e Jacarecanga, definindo-os como patrimnio paisagstico; XVI - elaborar estudos e pro-jetos, bem como implementar os servios de restauro dos im-veis do Municpio de interesse histrico e cultural; XVII - criar mecanismos de estmulo para o restauro de imveis pelos entes particulares; XVIII - implantar o Museu da Cidade de Fortaleza; XIX - elaborar planos de reabilitao urbana dos stios histricos e arqueolgicos de Fortaleza. Art. 44 - A poltica municipal de patrimnio cultural e natural visa a preservar e proteger o patrimnio de interesse cultural de Fortaleza, toma-dos individualmente ou em conjunto. 1 - Entende-se por patrimnio cultural o conjunto de bens mveis e imveis, de natureza material e imaterial, portadores de referncia identi-dade, ao, e memria dos diferentes grupos da sociedade. 2 - Bens materiais so todas as expresses de cunho hist-rico, tnico, artstico, arquitetnico, arqueolgico, paisagstico, urbanstico, cientfico e tecnolgico, incluindo as obras, objetos, documentos, edificaes, runas, lugares, paisagens e os de-mais espaos destinados s manifestaes artstico-culturais. 3 - Bens materiais so todos os conhecimentos e modos de criar, fazer e viver, identificados como elementos pertencentes cultura comunitria, tais como as festas, as danas, o entre-tenimento, o humor, o pr-carnaval de msicas tradicionais, as quadrilhas juninas, o maracatu, o forr, bem como as manifes-taes tnicas, literrias, musicais, plsticas, cnicas, ldicas, religiosas, cinematogrficas, gastronmicas, entre outros valo-res e prticas da vida social. Art. 45 - O Municpio dever esti-mular as atividades de valorizao do patrimnio imaterial registrado e titulado como patrimnio histrico, cultural e paisa-gstico, atravs da implementao de programas, projetos e polticas com a populao envolvida, proporcionando condi-es, infraestruturas, capacitao e incentivos que assegurem a proteo do patrimnio cultural e beneficiem a populao envolvida. Art. 46 - Poder o Municpio provocar a instaurao do processo de registro em mbito federal dos bens imateriais titulados como patrimnios culturais, encaminhando propostas para registro, acompanhadas de sua documentao tcnica para o presidente do Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN). Art. 47 - Consideram-se edificaes, monu-mentos, obras e paisagens de interesse de proteo e preser-vao aquelas que se constiturem em elementos representati-vos do patrimnio cultural do Municpio, por seu valor histrico, cultural, tnico, paisagstico, arqueolgico, social, formal, fun-cional, tcnico ou afetivo, considerando tambm as edificaes recentes que constituem um referencial da arquitetura moderna da cidade. Art. 48 - A identificao das edificaes, monumen-tos, obras e paisagens de interesse de preservao ser reali-zada mediante a aplicao, dentre outros, dos critrios de his-toricidade, caracterizao arquitetnica, representatividade, originalidade, valores simblico, cultural, tnico, ecolgico e paisagstico. Art. 49 - A identificao das edificaes e obras de interesse de preservao e conservao estar sujeita a dife-rentes nveis de proteo classificados em legislao especfi-ca.

    CAPTULO VIII

    Da Poltica de Desenvolvimento Econmico Art. 50 - So diretrizes da poltica de desenvolvi-mento econmico: I - consolidao do Municpio como um ncleo regional de atividades de comrcio, servios, inovao tecnolgica e desenvolvimento sustentvel; II - delimitar partici-

    pativamente as Zonas Especiais de Dinamizao Urbanstica e Socioeconmica (ZEDUS), e promover sua consolidao como ncleos de atividades produtivas, respeitando a potencialidade de cada rea; III - estmulo s atividades produtivas, segundo os princpios da desconcentrao e descentralizao, de modo a favorecer o desenvolvimento de atividades geradoras de trabalho e renda em todo o territrio municipal; IV - fortaleci-mento das atividades do Porto do Mucuripe e de seu entorno observando a disponibilidade de infraestrutura e a sustentabili-dade ambiental da rea; V - apoio e estmulo criao e ampliao de centros de pesquisa e tecnologia, por parte do poder pblico e da iniciativa privada; VI - adequao dos ins-trumentos das polticas econmica, tributria, financeira e or-amentria, bem como dos gastos pblicos, ao desenvolvimen-to urbano; VII - apoio e estmulo s iniciativas de produo cooperativa e de economia solidria, em estruturas familiares de produo, como a agricultura urbana, bem como as ativida-des que se caracterizam como micro e pequenos empreendi-mentos; VIII - apoio ao processo educacional e incentivo qualificao profissional, tendo em vista as potencialidades, habilidades e experincias - implcitas ou adquiridas - dos mu-ncipes e as demandas do mercado de trabalho; IX - apoio e estmulo a centros pblicos de promoo economia solidria; X - apoio e incentivos agricultura urbana, atravs de unidades produtivas familiares, inclusive com incentivos fiscais. Art. 51 - So aes estratgicas da poltica de desenvolvimento econ-mico: I - implantar programa de educao profissional continu-ada, abrangendo as reas econmicas do comrcio, servios, turismo, cultura e indstria; II - desenvolver programas de in-cluso digital; III - estimular a produo e distribuio de bens e servios culturais como fator de desenvolvimento local, em especial do artesanato como produto de exportao; IV - de-senvolver cooperativas sociais e arranjos de economia solidria para o segmento de pessoas em situao de desvantagem social, em especial nas Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS); V - desenvolver programas de incentivo gerao de trabalho e renda locais, a partir das potencialidades econmi-cas e culturais e ambientais dos bairros, priorizando as zonas habitadas pela populao de baixa renda; VI - elaborar e im-plementar programa de apoio e suporte ao desenvolvimento e qualificao das feiras livres como centros de distribuio popu-lar; VII - criar mecanismos de escoamento da produo familiar e dos pequenos empreendedores; VIII - desenvolver plano de incentivo a atividades de gerao de trabalho e renda na Zona Especial do Projeto Orla (ZEPO), incluindo o Porto do Mucuri-pe; IX - fortalecer economicamente o Centro de Fortaleza com apoio a atividades educacionais e culturais, tais como escolas de artes, universidades, centros culturais, e criao de ncleos de inovao em servios de tecnologia de informao; X - defi-nir rea para transferncia do mercado atacadista de Fortaleza, favorecendo seu fortalecimento e consolidao dentro dos limites do municpio; XI - desenvolver estudos tcnicos para a delimitao das Zonas Especiais de Dinamizao Urbanstica e Socioeconmica (ZEDUS); XII - elaborar e implementar planos e projetos de desenvolvimento socioeconmico; XIII - promover o fortalecimento da gerao de trabalho e renda e o apoio ao desenvolvimento de arranjos produtivos atravs de programas de microcrdito e incentivos fiscais, especialmente nas Zonas Especiais de Dinamizao Urbanstica e Socioeconmica (ZE-DUS); XIV - criar um programa de fomento s experincias laborais comunitrias com a base no cooperativismo e associa-tivismo.

    CAPTULO IX Da Poltica de Turismo

    Art. 52 - A poltica municipal de turismo visa valo-rizar o patrimnio turstico da cidade, no sentido de fomentar o desenvolvimento sustentvel de base local, respeitando suas mltiplas inter-relaes de importncia social, econmica, cultu-ral e ambiental, estabelecendo equilbrio adequado entre essas 4 (quatro) dimenses, para garantir sua sustentabilidade e qualidade de vida para a populao, e seus visitantes. Art. 53 - Constituem diretrizes da poltica de desenvolvimento turstico: I

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 SEXTA-FEIRA - PGINA 10 - respeito s tradies locais e s diversidades socioculturais; II - promoo e formatao de produtos e servios tursticos, com base local, fazendo uso das tradies locais de modo que a atividade contribua para a incluso socioeconmica; III - forma-o dos recursos humanos para o desenvolvimento turstico do Municpio; IV - estimular a requalificao, reabilitao, amplia-o da infraestrutura, conservando e valorizando as potenciali-dades tursticas, ambientais e culturais, com o respeito diver-sidade sociocultural; V - preveno e enfrentamento explora-o sexual e ao trfico de seres humanos relacionados ativi-dade turstica, especialmente a explorao sexual de crianas e adolescentes, articulado entre os rgos da administrao pblica municipal e com os demais entes da federao e repre-sentantes da sociedade civil organizados; VI - constituio de um sistema de informaes tursticas vinculado ao Sistema de Informao Municipal (SIM), atualizado continuamente; VII - promover os diversos tipos, formas e modalidades de turismo, a ser definido pelo Plano Diretor de Turismo; VIII - incentivo ao turismo atravs da promoo da cultura, do lazer e do esporte, numa perspectiva que valorize a memria, as identidades e a cultura urbanas; IX - implementao de polticas de turismo socialmente inclusivas, vinculadas gerao de emprego, trabalho e renda, fortalecendo os elos da cadeia produtiva do turismo; X - estimular a descentralizao do desenvolvimento turstico e a diversificao da oferta turstica, como instrumen-tos de incluso social; XI - definir e implementar formas de planejamento e gesto contnuas e participativas do turismo no Municpio; XII - fortalecimento dos mecanismos de divulgao da cidade de Fortaleza associada sua Regio Metropolitana como regio turstica sustentvel; XIII - promover o empreen-dedorismo e a socioeconomia solidria como mecanismos de incluso das comunidades locais na cadeia produtiva do turis-mo; XIV - estmulo integrao das instituies pblicas, priva-das, e entidades da sociedade civil organizada (Terceiro Setor); XV - fortalecimento institucional do rgo municipal competen-te; XVI - consolidar o turismo como um dos principais indutores do desenvolvimento socioeconmico do Municpio; XVII - esti-mular aes voltadas para o segmento de pessoas com defici-ncia e com mobilidade reduzida no tocante capacitao de mo-de-obra voltada para o turismo, adequao do produto para o receptivo e captao de fluxos; XVIII - incentivar a produo de mecanismos de controle da qualidade de produtos e servios tursticos, pblicos e privados, para que atendam plenamente s expectativas dos turistas e contemplem os inte-resses da populao local; XIX - estimular polticas de consci-entizao turstica intra e extrainstitucional; XX - inibir a sazo-nalidade turstica; XXI - constituio de uma poltica pblica de incluso turstica plena, garantindo s pessoas com deficincia acessibilidade aos equipamentos tursticos, promovendo o rompimento de barreiras arquitetnicas, comunicacionais, atitu-dinais e instrumentais. Art. 54 - So aes estratgicas da poltica de turismo: I - elaborar o Inventrio da Oferta Turstica de Fortaleza, promovendo sua atualizao contnua, para sub-sidiar a elaborao e/ou reviso do Plano Diretor de Turismo de Fortaleza e a realizao de um diagnstico prospectivo no intervalo de 5 (cinco) anos; II - elaborar e implementar o Plano Diretor de Turismo de Fortaleza; III - criar e implementar um sistema de informaes tursticas no Municpio, vinculado ao SIM; IV - estimular a criao de cooperativas populares para explorao das atividades tursticas; V - desenvolver progra-mas de qualificao profissional e tcnica na rea do turismo, priorizando a populao local; VI - priorizar os investimentos de infraestrutura turstica nas seguintes reas do Municpio: a) Barra do Cear; b) Centro; c) Praia de Iracema; d) Beira Mar; e) Morro de Santa Teresinha; f) Praia do Futuro; g) unidades de conservao; h) Messejana; i) Grande Parangaba; j) Benfica; l) l) Lagoa Redonda. VII - desenvolver e implementar um plano turstico do Centro de Fortaleza articulado s polticas dos diversos rgos da administrao pblica municipal; VIII - ela-borar e implementar o Plano de Urbanizao e de Requalifica-o da Orla Martima de Fortaleza, levando em considerao as polticas de turismo, de desenvolvimento econmico e de meio ambiente, constantes deste Plano Diretor, assim como as diretrizes do Projeto Orla e os costumes e tradies locais, a

    fim de equacionar essas variveis, objetivando o bem-estar social; IX - priorizar o uso sustentvel do espao turstico, se-guindo os princpios da desconcentrao e descentralizao, com a diversificao dos polos de turismo, no sentido de favo-recer o desenvolvimento de atividades tursticas geradoras de trabalho e renda em todo o territrio municipal, buscando a integrao com os Municpios que compem a Regio Metro-politana de Fortaleza; X - realizar aes que estimulem o cres-cimento do fluxo turstico, apoiando e fortalecendo mecanismos de captao e realizao de eventos, em todas as pocas do ano.

    CAPTULO X Da Poltica de Integrao Metropolitana

    Art. 55 - So diretrizes da poltica de integrao metropolitana de Fortaleza: I - integrao das instncias do Poder Executivo Municipal com instncias intergovernamentais com representantes da administrao direta e indireta do Go-verno Federal, Estadual e Municipal; II - definio e implemen-tao de mecanismos que visem integrao do sistema de transporte do Municpio e da Regio Metropolitana de Fortale-za; III - integrar as polticas municipais de habitao do Munic-pio de Fortaleza s polticas de habitao dos municpios da Regio Metropolitana de Fortaleza; IV - constituio de consr-cios intermunicipais, cmaras regionais e agncias de desen-volvimento regional para a implementao de aes de interes-se comum dos municpios consorciados; V - articulao e inte-grao das estratgias de desenvolvimento urbano e ambiental no contexto da Regio Metropolitana de Fortaleza. Art. 56 - So aes estratgicas da poltica de integrao metropolitana de Fortaleza: I - participar efetivamente das discusses sobre o planejamento e a gesto do sistema de mobilidade da Regio Metropolitana, principalmente nos assuntos referentes ao sis-tema virio, ao controle e ordenamento do uso do solo, e ao sistema de transportes de passageiros e de cargas dos Munic-pios envolvidos, do Estado ou da Unio. II - promover aes que possibilitem a integrao fsica e tarifria das modalidades do transporte pblico coletivo que operam no Municpio numa rede nica de alcance metropolitano, desde que no acarrete nus aos usurios; III - formular e implementar planos, progra-mas e aes metropolitanas de saneamento ambiental, de controle de poluio do ar e da gua, de preservao e conser-vao de ecossistemas protegidos e de desenvolvimento eco-nmico regional; IV - elaborar e implementar o programa me-tropolitano de desenvolvimento sustentvel com o Estado do Cear e com os Municpios da Regio Metropolitana de Forta-leza; V - propor a formao de consrcio intermunicipal objeti-vando a integrao, a proteo, preservao e conservao das bacias hidrogrficas que ultrapassem os limites do Munic-pio, articulado com o Comit de Bacias da Regio Metropolita-na de Fortaleza.

    TITULO III Do Ordenamento Territorial

    CAPTULO I

    Do Macrozoneamento Art. 57 - O ordenamento territorial do Municpio, consoante os objetivos gerais da poltica urbana, atende s seguintes diretrizes: I - planejamento, ordenamento e controle do uso do solo e do desenvolvimento do Municpio, da distribu-io espacial da populao e das atividades sociais e econmi-cas, de modo a evitar: a) as distores do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; b) a proximi-dade e conflitos entre usos e atividades incompatveis; c) uso inadequado dos imveis urbanos em relao infraestrutura, zona urbana, ao meio ambiente e funo social; d) a reteno especulativa de imvel urbano, que resulte na sua subutiliza-o ou no utilizao; e) a deteriorao das reas urbanizadas e dotadas de infraestrutura; f) o uso inadequado dos espaos pblicos; g) a poluio e a degradao ambiental; II - incentivo multiplicidade e interao de diferentes grupos sociais e de

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 SEXTA-FEIRA - PGINA 11 usos nas diversas localidades e bairros do territrio municipal; III - induo e promoo de intervenes para o desenvolvi-mento urbano, ambiental e socioeconmico de todo o Munic-pio, com prioridade para as reas com precrias condies de habitabilidade, ocupadas por populao de baixa renda; IV - induo intensificao do uso e ocupao do solo e a amplia-o dos nveis de adensamento construtivo nas reas com disponibilidade de infraestrutura e servios urbanos e com significativa presena de imveis no utilizados e subutilizados; V - reconhecimento das reas de ocupao irregular, precria e em situao de risco, para efeito do planejamento urbano, prevendo a articulao de polticas, programas, projetos, aes e instrumentos de requalificao urbano-ambiental e de regula-rizao urbanstica e fundiria, visando adequao das con-dies de habitabilidade. Art. 58 - O macrozoneamento subdivi-de o territrio do Municpio na macrozona de ocupao urbana e na macrozona de proteo ambiental, considerando os se-guintes elementos: I - os sistemas ambientais constitudos pela rede hdrica, orla martima, macios vegetais, remanescentes de vegetao, manguezais, matas ciliares, dunas e de reas de preservao permanente; II - as caractersticas morfolgicas e tipolgicas do ambiente construdo; III - os sistemas de sanea-mento ambiental, instalados e projetados; IV - o sistema de mobilidade; V - as reas de comrcio, servios e indstria; VI - as reas pblicas, verdes e de lazer; VII - a infraestrutura urba-na e os equipamentos pblicos; VIII - as reas destinadas habitao. Pargrafo nico - A localizao e os limites das macrozonas de ocupao urbana e de proteo ambiental so os constantes das delimitaes georreferenciadas do Anexo 1 (Mapa 1) e Anexo 1-A, desta Lei.

    CAPTULO II Da Macrozona de Proteo Ambiental

    Seo I

    Dos Objetivos da Macrozona de Proteo Ambiental

    Art. 59 - A macrozona de proteo ambiental composta por ecossistemas de interesse ambiental, bem como por reas destinadas proteo, preservao, recuperao ambiental e ao desenvolvimento de usos e atividades sustent-veis. Art. 60 - So objetivos da macrozona de proteo ambien-tal: I - proteger os sistemas ambientais existentes; II - recuperar os sistemas ambientais degradados; III - regular usos, ocupa-o e desenvolvimento de atividades sustentveis, conter ativi-dades incompatveis com a conservao de ecossistemas, recursos naturais e atributos relevantes da paisagem; IV - ga-rantir a preservao dos ambientes litorneos; V - garantir acesso pblico s praias, conferindo boas condies para ativi-dades de lazer e recreao; VI - limitar a expanso urbana nos limites da macrozona de proteo ambiental; VII - referenciar a elaborao de um Sistema Municipal de reas Verdes e Unida-des de Conservao, integrado ao Sistema Municipal de Meio Ambiente (SIMMA); VIII - promover a qualidade ambiental, garantindo a qualidade de vida da populao. Art. 61 - A ma-crozona de proteo ambiental subdivide-se nas seguintes zonas: I - Zona de Preservao Ambiental (ZPA); II - Zona de Recuperao Ambiental (ZRA); III - Zona de Interesse Ambien-tal (ZIA). Pargrafo nico - A localizao e os limites das zonas de que trata este artigo so os constantes das delimitaes georreferenciadas do Anexo 2 (Mapa 2) e Anexo 2-A, desta Lei. Art. 62 - No ser permitida a edificao do subsolo na Zona de Preservao Ambiental da Macrozona de Proteo Ambiental.

    Seo II Da Zona de Preservao Ambiental (ZPA)

    Art. 63 - A Zona de Preservao Ambiental (ZPA) se destina preservao dos ecossistemas e dos recursos naturais. 1 - A Zona de Preservao Ambiental (ZPA) subdi-vide-se nas seguintes zonas: I - ZPA 1 - Faixa de Preservao Permanente dos Recursos Hdricos; II - ZPA 2 - Faixa de Praia;

    III - ZPA 3 - Parque Natural Municipal das Dunas de Sabiagua-ba. 2 - Praias so reas cobertas e descobertas periodica-mente pelas guas, acrescidas da faixa subseqente de mate-rial detrtico, tal como areias, cascalhos, seixos ou pedregulhos, dentre outros componentes da paisagem litornea; classificam-se como bens pblicos de uso comum do povo. Art. 64 - So objetivos da Zona de Preservao Ambiental (ZPA): I - preser-var os sistemas naturais, sendo permitido apenas uso indireto dos recursos naturais; II - promover a realizao de estudos e pesquisas cientficas; III - desenvolvimento de atividades de educao e interpretao ambiental; IV - turismo ecolgico; V - preservar stios naturais, singulares ou de grande beleza cni-ca; VI - proteger ambientes naturais em que se assegurem condies para existncia ou reproduo de espcies ou co-munidades da flora local e da fauna residente ou migratria; VII - garantir o uso pblico das praias. Pargrafo nico - Define-se como uso indireto dos recursos naturais aquele que no envol-ve consumo, coleta, dano ou destruio desses recursos. Art. 65 - Sero aplicados na Zona de Preservao Ambiental (ZPA), especialmente, os seguintes instrumentos: I - plano de manejo; II - plano de gesto; III - estudo ambiental (EA); IV - estudo de impacto de vizinhana (EIV); V - direito de preempo. Art. 66. So parmetros da ZPA: I - ndice de aproveitamento bsico: 0,0; II - ndice de aproveitamento mximo: 0,0; III - ndice de aproveitamento mnimo: 0,0; IV - taxa de permeabilidade: 100%; V - taxa de ocupao: 0,0; VI - altura mxima da edifica-o: 0,0. 1 - No ser permitido o parcelamento do solo na Zona de Preservao Ambiental (ZPA). 2 - As diretrizes do Parque Natural Municipal das Dunas da Sabiaguaba so esta-belecidas conforme a Lei Federal n 9.985/2000, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Con-servao (SNUC).

    Seo III Da Zona de Recuperao Ambiental (ZRA)

    Art. 67 - A Zona de Recuperao Ambiental (ZRA) compe-se por reas parcialmente ocupadas e com atributos ambientais relevantes que sofreram processo de degradao, e tem como objetivo bsico proteger a diversidade ecolgica, disciplinar os processos de ocupao do solo, recu-perar o ambiente natural degradado e assegurar a estabilidade do uso dos recursos naturais, buscando o equilbrio socioambi-ental. Art. 68 - So objetivos da Zona de Recuperao Ambien-tal (ZRA): I - promover a conservao e recuperao ambiental de reas indevidamente utilizadas e/ou ocupadas; II - qualificar os assentamentos existentes, de forma a minimizar os impac-tos decorrentes da ocupao indevida do territrio elevando os nveis da qualidade ambiental; III - controlar e disciplinar os processos de uso e ocupao do solo a fim de assegurar a estabilidade do uso dos recursos naturais; IV - proteger ambi-entes naturais onde se assegurem condies para a existncia ou reproduo de espcies ou comunidades da flora e da fauna local; V - promover a regularizao fundiria nas reas ocupa-das pela populao de baixa renda, definidas como ZEIS; VI - promover a recuperao ambiental de terras ocupadas irregu-larmente mediante Termo de Compromisso. Art. 69 - Sero aplicados na Zona de Recuperao Ambiental (ZRA), especi-almente, os seguintes instrumentos: I - planos de manejo; II - planos de gesto; III - direito de superfcie; IV - estudo de im-pacto de vizinhana (EIV); V - direito de preempo; VI - ins-trumentos de regularizao fundiria; VII - transferncia do direito de construir. Art. 70 - Aps a publicao desta Lei, no sero permitidos novos parcelamentos do solo na Zona de Recuperao Ambiental (ZRA), devendo a ocupao do solo restringir-se s glebas j loteadas. Art. 71. So parmetros da ZRA: I - ndice de aproveitamento bsico: 0,6; II - ndice de aproveitamento mximo: 0,6; III - ndice de aproveitamento mnimo: 0,0; IV - taxa de permeabilidade: 50%; V - taxa de ocupao: 33%; VI - taxa de ocupao do subsolo: 33%; VII - altura mxima da edificao: 15m.

    Seo IV Zona de Interesse Ambiental (ZIA)

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 13 DE MARO DE 2009 SEXTA-FEIRA - PGINA 12 Art. 72 - A Zona de Interesse Ambiental (ZIA) corresponde s reas originalmente imprprias ocupao do ponto de vista ambiental, reas com incidncia de atributos ambientais significativos em que a ocupao ocorreu de forma ambientalmente inadequada. Pargrafo nico - A Zona de Interesse Ambiental (ZIA) se subdivide nas seguintes zonas: I - Coc; II - Praia do Futuro; III - Sabiaguaba. Art. 73 - So objeti-vos da Zona de Interesse Ambiental (ZIA): I - compatibilizar a conservao dos sistemas ambientais com uso sustentvel dos recursos naturais; II - qualificar os assentamentos existentes, de forma a minimizar os impactos decorrentes da ocupao indevida do territrio elevando os nveis da qualidade ambien-tal; III - disciplinar o processo de uso e ocupao do solo; IV - assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais; V - regular o uso admissvel dessas reas, de modo a compatibilizar com os objetivos de conservao da natureza; VI - promover educa-o ambiental; VII - promover a regularizao fundiria, em especial nas reas de interesse social classificadas como ZEIS, garantindo a qualidade ambiental. Art. 74 - Sero aplicados na Zona de Interesse Ambiental (ZIA), especialmente, os seguin-tes instrumentos: I - instrumentos de regularizao fundiria; II - direito de preempo; III - direito de superfcie; IV - estudo de impacto de vizinhana (EIV); V - estudo ambiental (EA). Art. 75 - So parmetros da ZIA - Coc: I - ndice de aproveitamento bsico: 1,5; II - ndice de aproveitamento mximo: 1,5; III - ndice de aproveitamento mnimo: 0,0; IV - taxa de permeabili-dade: 40%; V - taxa de ocupao da edificao: 40%; VI - altu-ra mxima da edificao: 48m; VII - rea mnima de lote: 300m2; VIII - testada mnima de lote: 12m; IX - profundidade mnima do lote: 25m; X - taxa de ocupao do subsolo: 40%. Art. 76 - So parmetros da ZIA - Praia do Futuro: I - ndice de aproveitamento bsico: 2,0 (multifamiliar) / 1.00 (unifamiliar); II - ndice de aproveitamento mximo: 2,0 (multifamiliar) / 1.00 (unifamiliar); III - ndice de aproveitamento mnimo: 0,0; IV - taxa de permeabilidade: 40%; V - taxa de ocupao da edifica-o: 50%; VI - altura mxima da edificao: 48m; VII - rea mnima de lote: 300m2; VIII - testada mnima de lote: 12m; IX - profundidade mnima do lote: 25m; X - taxa de ocupao do subsolo: 40%. Art. 77. So parmetros da ZIA - Sabiaguaba: I - ndice de aproveitamento bsico: 0,5; II - ndice de aproveita-mento mximo: 0,5; III - ndice de aproveitamento mnimo: 0,0; IV - taxa de permeabilidade: 60%; V - taxa de ocupao: 30%; VI - altura mxima da edificao: 15m; VII - rea mnima de lote: 300m2; VIII - testada mnima de lote: 12m; IX - profundida-de mnima do lote: 25m.

    CAPTULO III Da Macrozona de Ocupao Urbana

    Seo I

    Das Zonas da Macrozona de Ocupao Urbana Art. 78 - A macrozona de ocupao urbana cor-responde s pores do territrio caracterizadas pela significa-tiva presena do ambiente construdo, a partir da diversidade das formas de uso e ocupao do solo e se subdivide nas seguintes zonas: I - Zona de Ocupao Preferencial 1 (ZOP 1); II - Zona de Ocupao Preferencial 2 (ZOP 2); III - Zona de Ocupao Consolidada (ZOC); IV - Zona de Requalificao Urbana 1 (ZRU 1); V - Zona de Requalificao Urbana 2 (ZRU 2); VI - Zona de Ocupao Moderada 1 (ZOM 1); VII - Zona de Ocupao Moderada 2 (ZOM 2); VIII - Zona de Ocu-pao Restrita (ZOR); IX - Zona da Orla (ZO). Pargrafo nico - A localizao e os limites das macrozonas de ocupao urba-na e de proteo ambiental so os constantes das delimitaes georreferenciadas do Anexo 3 (Mapa 3) e Anexo 3-A, desta Lei.

    Seo II Da Zona de Ocupao Preferencial 1 (ZOP 1)

    Art. 79 - A Zona de Ocupao Preferencial 1 (ZOP 1) caracteriza-se pela disponib