plano estratégico para o turismo da ribeira grande 2015-2020
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Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020TRANSCRIPT
Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande
2015-2020
2 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Ficha Técnica
Fundo de Maneio, Lda.
Consultoria, Recursos Humanos e Investimentos
Rua Bento José Morais, 23, 1.º NE
9500-772 Ponta Delgada
Telefone/Fax: (+351) 296 654 047
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m-arquitectos, Lda.
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9500-792 Ponta Delgada
Telefone: 296 654 296/ 925 800 076
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Observatório do Turismo dos Açores
Solmar Avenida Center
Avenida Infante D. Henrique, nº71 - Esc. 230/231
9504-529 Ponta Delgada
Telefone: 296 287 237
www.observatorioturismoacores.com
Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020
Equipa de Desenvolvimento: Propriedade:
Câmara Municipal da Ribeira Grande
Largo Conselheiro Hintze Ribeiro
9600-509 Ribeira Grande
Telefone: (+351) 296 470 730
www.cm-ribeiragrande.pt
Ribeira Grande, maio de 2015
3 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Sumário Executivo
O Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020 foi
construído com o objetivo fundamental de identificar e estruturar as
condições necessárias para potenciar o desenvolvimento turístico a médio
prazo do concelho. Apesar de historicamente o turismo não ter sido um setor
central na economia local, apresenta-se como um novo paradigma de
afirmação, que perspetiva o aproveitamento do potencial existente, a coesão
territorial, a dinamização da atividade económica local, a criação de emprego
e o estímulo da iniciativa privada e do empreendedorismo. Este é um
desígnio que a Câmara Municipal de Ribeira Grande pretende perseguir,
assumindo um compromisso claro perante o mercado e os seus munícipes.
Efetivamente, o estudo aprofundado do mercado e das principais tendências
identificadas permitiu aferir o grande potencial existente na Ribeira Grande
para a aposta na atividade turística. Existem inúmeros recursos naturais,
culturais e patrimoniais de grande valor material e imaterial, mas que não
têm sido totalmente capitalizados e que conferem ao concelho uma
capacidade de diferenciação muito significativa. As oportunidades de
investimento e desenvolvimento são notórias, principalmente num momento
crucial, que envolve o Período de Programação Comunitária 2014-2020, a
entrada em vigor do Plano Operacional Açores 2020 e a liberalização do
espaço aéreo regional.
Compreendendo a importância crítica de todo este contexto, centrou-se a
conceção do Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020
numa ótica de mercado e com a devida atenção ao equilíbrio entre a oferta e
a procura. Assumiu-se uma metodologia que favoreceu a perceção dos
desejos do consumidor (o turista), dos interesses do investidor institucional
(Câmara Municipal e/ou Governo Regional) e do investidor privado. Desta
forma, apresentam-se soluções integradas, transformando o documento
num guia de investimento e desenvolvimento, que contempla as relações
sinergéticas a desenvolver e as grandes linhas de orientação inerentes. Neste
particular, é de referir a atenção permanente para a articulação de esforços
na estruturação da oferta e na conceção de uma proposta de valor
transversal a todo o território.
5 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Sumário Executivo
O estudo teve por base um exaustivo levantamento de informação que inclui
um inquérito a turistas e entrevistas a agentes turísticos. Do lado da procura
(o turista), destaca-se a satisfação e a surpresa com a natureza, com a
paisagem e com a tranquilidade, referindo-se, contudo, a necessidade de
apresentar programas de aventura e de haver mais trilhos para percorrer. Os
agentes turísticos confirmam que a natureza é o fator com maior capacidade
de diferenciação do concelho, apesar do turismo cultural ser o mais maduro
e desenvolvido, apontando, ainda, outros fatores que necessitam melhorar,
como o alojamento, uma das grandes limitações do concelho. Referem que a
Ribeira Grande não apresenta a preparação necessária para explorar o setor
turístico, mas reconhecem o trabalho significativo que tem sido desenvolvido
recentemente para esse fim.
Identificaram-se vários produtos com diferentes graus de importância para
estruturar a oferta. Como produtos estratégicos destacam-se o turismo de
natureza, o touring cultural, o turismo de saúde e bem-estar e o turismo
náutico. Complementarmente, são de referir o turismo gastronómico, o
turismo industrial, Sol & Mar, o turismo desportivo e o turismo sénior. Cada
produto tem as suas especificações e perfil de consumidor, mas é
fundamental desenvolver um oferta integrada, facilitando a qualificação do
destino, capitalizando os recursos existentes e ultrapassando as limitações
inerentes à atividade turística, como a sazonalidade e as ineficiências
operacionais e promocionais. Assim, a proposta de valor a oferecer deverá
focar um destino de aventura na natureza e da irreverência do mar,
enriquecido pela tranquilidade, tradição e autenticidade.
Os inúmeros dados interpretados, os contactos mantidos com diversos
stakeholders e a análise crítica da informação recolhida permitem afirmar
que o concelho da Ribeira Grande apresenta um imenso potencial para o
desenvolvimento do turismo. Existem várias oportunidades de investimento
e muitas atividades para desenvolver, potenciadas por recursos endógenos
singulares e por um momento crítico no desenvolvimento turístico do
Açores. Todo o contexto se alinha para novos horizontes, destacando-se,
agora, a necessidade de passar das palavras à ação, envolvendo esforços
conjuntos da Câmara Municipal, da população e de todos os investidores
interessados.
6 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Índice
1. Apresentação 7 2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21
2.1. Caracterização Institucional 24 2.2. Enquadramento Económico 27
2.2.1. Breve Apontamento Demográfico 28 2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego 32 2.2.3. Análise à Evolução Económica 38 2.2.4. Fatores de Competitividade 42
3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44 3.1. Evolução do Turismo Mundial 47 3.2. Evolução do Turismo em Portugal 55 3.3. Evolução do Turismo nos Açores 67 3.4. Cadeia de Valor no Setor do Turismo 79 3.5. Principais Tendências no Setor do Turismo 89
4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98 4.1. Evolução da Atividade Turística 101
4.1.1. Oferta e Procura 102 4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico 111 4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico 120 4.1.4. Análise SWOT 127
4.2. Enquadramento Arquitetónico do Desenvolvimento Turístico do Concelho 133 4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 134 4.2.2. Património Arquitetónico Local 146
4.3. Recursos e Atrações Turísticas 192 4.4. Condições de Suporte da Atividade Turística 215 4.5. Visão e Objetivos Estratégicos 229 4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor 235 4.7. Proposta de Valor e Posicionamento 292 4.8 Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos 305
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321 6. Considerações Finais 332 7. Bibliografia 339 8. Anexos 346
1. Apresentação
8 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Índice
1. Apresentação 7
2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21
3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44
4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321
6. Considerações Finais 332
7. Bibliografia 339
8. Anexos 346
9 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
No concelho da Ribeira Grande perspetiva-se um novo paradigma de
desenvolvimento, lançando novos desafios à base económica local. O
turismo surge neste cenário como um setor-chave para suportar esta
evolução, procurando não só o aumento da atividade turística, mas também
a valorização do destino.
Tendo em consideração as opções assumidas no Plano Estratégico e
Operacional de Desenvolvimento 2014-2020 da Ribeira Grande, projetou-se
a conceção do Plano Estratégico para o Turismo do concelho, no horizonte
temporal 2015-2020. Os trabalhos seguem uma sequência natural e
coerente, justificando os horizontes temporais definidos de acordo com o
Período de Programação Comunitária 2014-2020. Este é, aliás, um fator de
extrema importância. Com a entrada em vigor do Plano Operacional Açores
2020 surgem oportunidades para o desenvolvimento do concelho a médio
prazo que dificilmente se repetirão.
O objetivo deste trabalho centrou-se no diagnóstico detalhado das
oportunidades do destino e na projeção do seu desenvolvimento com base
nos recursos endógenos e numa proposta de valor construída de acordo com
as principais dinâmicas do mercado. Pretende-se, desde o primeiro
momento, a conceção de um documento capaz de responder às questões
críticas de base para o desenvolvimento da oferta turística do concelho e a
apresentação de soluções concretas para a sua efetivação.
1. Apresentação
1.
10 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
1. Apresentação
Todo o constructo envolvente a este documento fundamentou-se nas
melhores práticas técnicas e científicas adotadas em entidades e empresas
de referência na área do planeamento, consultoria e desenvolvimento
turístico. Procedeu-se a uma recolha de informação e consulta bibliográfica
de diversas fontes, procurando uma perspetiva macro da problemática em
causa que conduziu à identificação e conceção de soluções devidamente
adequadas ao contexto do concelho da Ribeira Grande. Entre as principais
referências metodológicas encontram-se a Organização Mundial de Turismo
(UNWTO), o Conselho Mundial de Turismo de Viagens (WTTC), o Turismo de
Portugal, a Delloite e a PwC.
Uma das preocupações no processo de diagnóstico e planeamento foi a
necessária articulação da oferta turística da Ribeira Grande com o
preconizado a nível nacional e, em particular, a nível regional. Este é um
período de transição, com novos desígnios para o desenvolvimento turístico
e a conceção de novas estratégias e posicionamentos competitivos. Neste
sentido, procedeu-se a uma análise evolutiva da situação, de modo a
adequar as decisões assumidas para a Ribeira Grande às evoluções registadas
no País e na Região. Primeiro, aferiram-se as alterações processadas ao longo
do tempo no Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT), concebido
em 2007, para, em seguida, averiguar a transição para o Turismo 2020 –
Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo de Portugal. Em
sequência, analisou-se o contexto regional, através do Plano de
Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA),
publicado em 2008 e com alterações posteriores em 2010. Perspetiva-se a
publicação de um plano estratégico para os Açores, decorrente do trabalho
realizado a nível nacional para o Turismo 2020, mas, como ainda não são
conhecidos os conteúdos desse documento, complementou-se o trabalho
com a análise das informações de mercado disponíveis, com particular
atenção para dados e estudos publicados pelo Observatório Regional do
Turismo.
11 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
1. Apresentação
No diagnóstico efetuado ao concelho identificou-se imediatamente um
grande potencial para o desenvolvimento turístico, apesar de existirem
diversas debilidades a ultrapassar. A Ribeira Grande possui condições
naturais muito interessantes, apresentando recursos diversificados que
permitem a exploração de diferentes mercados. Em termos económicos, é
um concelho com um enquadramento particular, dada a importância
histórica da indústria. O setor secundário é aquele que gera maior valor
acrescentado bruto (VAB) e maior volume de negócios, apesar de haver mais
empresas e mais emprego a ser criado no setor terciário. A população local é
muito jovem, com uma pirâmide etária que demonstra a predominância dos
indivíduos abaixo dos 35 anos. No entanto, os níveis que qualificação são
críticos, conferindo um entrave importante ao progresso do setor terciário,
em geral, e à atividade turística, em particular. Apesar do grande potencial
existente, os níveis competitivos atuais da indústria do turismo exigem uma
alteração profunda em elementos estruturais do concelho, em particular na
qualificação da população.
A nível mundial, o setor do turismo apresenta excelentes indicadores e
previsões de evolução. Não obstante se terem verificado importantes
impactes negativos em resultado da crise económico-financeira, prevê-se
que até 2030 a taxa média de crescimento do setor se paute nos 3,3%,
representando, através de efeitos diretos e indiretos, 9% do PIB mundial. Nas
economias emergentes, o crescimento é ainda mais acentuado, prevendo-se
um crescimento médio de 4,4%. A Europa é e continuará a ser a região líder
nas chegadas internacionais, aglomerando mais de metade do valor mundial.
No entanto, fruto da maturidade do mercado e do crescimento de outros
mercados, em particular na Ásia e Pacífico, essa dominância será menos
pronunciada a longo prazo. O lazer e as férias são ainda o principal motivo
turístico, representando mais de 50% das viagens. França é o principal
destino, com mais de 83 milhões de chegadas internacionais, mas são os EUA
que mais receitas turísticas geram, acima dos 140 mil milhões de dólares. Em
termos médios, cada turista gasta 803€, sendo que esse valor sobe para 966€
em economias avançadas e atinge os 615€ nas economias emergentes. Os
BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) apresentam índices de crescimento
substancialmente elevados, sendo já a China o país que mais gasta com o
turismo internacional (quase 130 mil milhões de dólares).
12 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
1. Apresentação
Em Portugal, após uma quebra abrupta em 2009 e de um período de
recuperação nos anos seguintes, 2014 foi o melhor ano de sempre no setor
do turismo. Neste último ano atingiram-se, pela primeira vez, os 16,1 milhões
de hóspedes, sendo os principais mercados emissores o Reino Unido,
Espanha, França e Alemanha. Numa oferta de alojamento crescente e
dominada pelos hotéis, registaram-se mais de 46 milhões de dormidas. Em
todo o setor foram gerados 10,4 mil milhões de euros de receitas, o que, em
termos médios, representa uma receita por turista de 646€, ainda longe da
média registada a nível internacional.
Nos Açores tem-se verificado o aumento da oferta hoteleira, apesar dos
restantes indicadores não apresentarem um boa performance. Ao nível do
número de hóspedes, 2008 foi o ano com melhor registo (mais de 353 mil
hóspedes), tendo-se verificado reduções posteriores que chegaram a apenas
326 mil hóspedes em 2012. Esta situação deveu-se em muito à quebra da
procura registada no mercado português, levando a que os mercados
estrangeiros já representem, no seu conjunto, mais turistas que o nacional.
Também nos mercados estrangeiros se verificou uma alteração substancial
no perfil do turista, com os países nórdicos a perderem importância e os
mercados do centro europeu a ganharem relevância, em particular o
mercado alemão, que já representa mais de 20% da procura estrangeira. As
dormidas foram, necessariamente afetadas pela quebra da procura, e em
2012, pela primeira vez na última década, registaram-se menos de um
milhão de dormidas. Em resultado, as taxas de ocupação mantêm-se baixas e
a estadia média não ultrapassa os 3,1 dias. Outros indicados como o RevPar e
os proveitos globais do destino também se mantêm baixos e vão denotando
a incapacidade de capitalizar o efeito multiplicador. Em comparação com a
Madeira ou Canárias, destinos concorrentes, os Açores ficam a perder em
todos os indicadores, evidenciando a baixa capacidade competitiva da oferta
atual. No entanto, esperam-se alterações substanciais nos próximos anos,
fruto da liberalização do espaço aéreo regional e da maior acessibilidade ao
destino “Açores”.
13 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
1. Apresentação
Em concreto sobre o concelho da Ribeira Grande, constata-se que o turismo
só agora começa a ser encarado como um setor fundamental. Um dos
sintomas dessa situação é a frágil e incompleta informação disponível,
sobretudo para caracterização da oferta e da procura, bem como para a
promoção do destino. A capacidade de alojamento é muito deficitária e
pouco competitiva, registando-se apenas 26 unidades (incluindo alojamento
local e turismo no espaço rural), que representam 336 camas. Estas unidades
estão sobretudo concentradas na Zona Poente do concelho, refletindo a
assimetria de desenvolvimento existente face à Zona Nascente, onde, apesar
do potencial endógeno, não tem havido a capacidade necessária para
desenvolver a atividade turística.
Atualmente, com a nova visão do executivo camarário e alguns projetos que
estão a ser executados, como o Eco Beach Resort de Santa Bárbara, começa a
existir maior dinamismo na diversificação e qualificação da oferta. Regista-se
que a animação turística é uma das atividades que necessitará de maiores
impulsos e de maior iniciativa do setor privado, de modo a aumentar o
tempo de permanência do turista no concelho. Este é uma das grandes
debilidades locais, pois a maioria dos turistas apenas perspetiva passar um
dia em visita à Ribeira Grande, o que limita, necessariamente, os índices de
consumo e, por conseguinte, a capacidade de criação de valor.
Apesar do défice de informação existente, é de ressalvar a prestação do
Posto de Turismo da Ribeira Grande, que se destaca pelo trabalho realizado
junto dos turistas. São recorrentes e muito elogiosas as referências à
capacidade informativa dos técnicos desta unidade, bem como à sua
hospitalidade e capacidade de comunicação. De facto, foi através do Posto
de Turismo da Ribeira Grande que se conseguiram algumas informações
importantes relativas à oferta e à procura, confirmando-se, por exemplo, que
o perfil do turista que visita o concelho é semelhante ao que viaja para os
Açores.
14 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
1. Apresentação
Os produtos turísticos associados ao turismo cultural são atualmente aqueles
que apresentam maior maturidade na Ribeira Grande, sendo as principais
atividades realizadas pelos turistas a visita a museus e locais culturais e
religiosos. No entanto, as atividades na natureza são aquelas que mais
potencial por explorar apresentam. Os maiores desejos dos turistas para a
Ribeira Grande prendem-se com a criação de programas de aventura e mais
trilhos pedestres. As principais atrações visitadas são a Lagoa do Fogo, a
Fábrica de Chá Gorreana e a Caldeira Velha, destacando-se a paisagem e o
sossego como os fatores mais diferenciadores do concelho na ótica do
turista. Apesar de um elevado grau de satisfação global e da possibilidade de
regresso, os visitantes apontam a sinalização como algo a retificar, referindo,
igualmente, o entretenimento, a animação noturna e as atividades culturais
como os fatores onde menos se sentem satisfeitos.
De forma crítica, os diversos agentes do setor turístico que foram
consultados identificam as principais debilidades e potencialidades do
destino de um modo semelhante ao que foi indicado pelos turistas.
Notoriamente, destacam a paisagem como o fator com maior capacidade de
diferenciação do concelho, elegendo o turismo de natureza como o principal
produto a desenvolver para projetar a oferta turística local. Revelam,
também, a necessidade de articulação com a oferta global do destino
“Açores”, mantendo, contudo, uma vincada capacidade de diferenciação.
As informações recolhidas junto dos agentes turísticos apontam, ainda, para
a falta de preparação do concelho para a atividade turística, tanto no setor
público como no setor privado, detetando lacunas como a falta de estratégia
e rumo, a incapacidade de promoção adequada, os focos de degradação
social e a baixa capacidade de iniciativa e empreendedorismo. Contudo,
reconhecem os esforços empreendidos recentemente para alterar esse
paradigma e afirmam o potencial existente, bem como a necessidade de
desenvolvimento do setor, descrevendo a liberalização do espaço aéreo
regional como a grande oportunidade a explorar.
15 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
1. Apresentação
De um modo geral, para além da natureza, os agentes turísticos elegem o
mar, a cultura e os recursos termais como os principais fatores a potenciar
para a qualificação do destino e desenvolvimento de produtos turísticos
competitivos. Complementarmente, referem a gastronomia e a atividade
industrial como elementos distintivos, com capacidade para diversificar a
oferta e melhorar a experiência do turista. Não obstante, mantêm uma
grande preocupação com a sustentabilidade ambiental e a preservação dos
principais recursos locais, não só naturais, mas também culturais.
Perspetivando um desenvolvimento mais harmonioso e equilibrado da
atividade turística no concelho, foram sinalizadas zonas concretas com
potencial para o desenvolvimento da oferta. Ao todo, foram identificadas 10
áreas consideradas como potenciadoras do turismo e com capacidade para
produzir impactes na economia circundante. A sinalização destas zonas está
associada ao seu potencial de desenvolvimento, mas também aos recursos
endógenos e às atrações turísticas existentes.
Efetivamente, o concelho da Ribeira Grande é extremamente rico, tanto em
termos naturais como culturais, permitindo a construção de uma oferta
diversificada e de qualidade. O vasto património existente possui traços
arquitetónicos e enquadramentos históricos singulares, enriquecido por um
ambiente cultural diversificado através de um núcleo museológico com várias
unidades, para além de festividades e eventos diferenciadores, como as
Cavalhadas, a Feira Quinhentista ou a Festa da Flor. Na dimensão natural, a
Costa Norte apresenta zonas balneares de grande qualidade, como o Areal
de Santa Bárbara e a Praia dos Moinhos, enquanto a Serra de Água de Pau
agrega atrações como a Lagoa do Fogo ou a Caldeira Velha. Por todo o
concelho existem vários trilhos de grande qualidade, estando concentrado na
Zona Nascente um ambiente mais rural e potenciador do agroturismo,
também com atrações singulares como a Lagoa de São Brás. Em
complemento existem, ainda, instalações industriais peculiares, que incluem
as únicas plantações de chá da Europa, na Gorreana e no Porto Formoso.
16 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
1. Apresentação
Ao nível das condições de suporte, verifica-se que uma das grandes
limitações do concelho da Ribeira Grande é não deter uma infraestrutura de
transportes estratégica, como um aeroporto ou porto de passageiros, apesar
da proximidade existente às infraestruturas existentes na ilha. As
acessibilidades terrestres são de grande qualidade, havendo, no entanto,
algumas lacunas em acessos secundários, nomeadamente na Zona Nascente.
Outras condições foram avaliadas, como o alojamento, a restauração, o
comércio, a animação turística, as instalações e equipamentos desportivos,
bem como outras serviços de apoio, notando-se algumas deficiências
estruturais, mas também vários elementos que se destacam pela boa
qualidade existente.
Considerando todo este contexto, a proposta de valor para o
desenvolvimento turístico do concelho da Ribeira Grande construiu-se a
partir de uma visão que se fundamenta no potencial intrínseco do destino,
no entendimento político local para o setor, nas principais tendências de
mercado e na capacidade instalada. Assim, pretende-se estimular o
desenvolvimento do turismo como atividade fundamental na dinâmica
socioeconómica da Ribeira Grande, através de uma oferta diferenciada e
suportada pela inovação e recursos endógenos do concelho. Para cumprir
com esse desígnio, definiram-se quatro grandes objetivos estratégicos, que
visam: qualificar e melhorar a preparação da população e das empresas do
concelho para a atividade turística; aumentar o número de visitantes (first
time e repetentes), o seu tempo de permanência e o valor criado na
economia local; desenvolver as condições estruturais para melhorar a
experiência e a vivência do turista; e aumentar a notoriedade e atratividade
do concelho dentro do destino “Açores”. Este enquadramento define os
vetores orientadores de atuação, perspetivando um desenvolvimento de
médio prazo e da afirmação do destino através da sua preparação e da
estruturação de uma oferta integrada e diferenciada.
17 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
1. Apresentação
Foram identificados vários produtos, que tirando vantagem dos recursos
endógenos do concelho, favorecem a valorização do destino e a prossecução
dos objetivos estruturantes definidos. Estes produtos foram classificados
como estratégicos ou complementares, consoante a capacidade de atração e
de criação de valor transversal na economia local. Em termos estratégicos,
definiram-se o turismo de natureza (com destaque para a aventura e
ecoturismo), o touring cultural (com potencial para o touring genérico e para
o touring temático), o turismo de saúde e bem-estar (com foco no
termalismo) e o turismo náutico (onde se diferencia a náutica desportiva, em
particular o surf). Os produtos complementares e capazes de diversificar a
oferta de uma forma única verificam-se no turismo gastronómico
(aproveitando a cozinha tradicional), o turismo industrial (valorizando
instalações e unidades peculiares, como o chá, os licores e os laticínios), o
turismo de sol & mar (através de praias de excelente qualidade), o turismo
desportivo (capitalizando a cultura desportiva, as instalações e equipamentos
locais) e o turismo sénior (que é uma das grandes tendências do mercado e
que poderá ser transversal a vários outros produtos muito importantes na
Ribeira Grande).
Com o devido alinhamento das diretrizes estratégicas fundamentais (a visão,
os objetivos e os produtos), promoveu-se a articulação das mesmas com as
principais características e recursos do concelho e da sua população,
desenvolvendo o processo de construção sistematizada e sustentada da
proposta de valor para o turismo local. A Ribeira Grande fica, assim, definida
como um destino de aventura na natureza e da irreverência do mar,
enriquecido pela tranquilidade, tradição e autenticidade. Seguindo esta
linha de planeamento, e considerando os inputs do mercado, assumiu-se um
posicionamento forte do concelho como destino de natureza e turismo
ativo. Não obstante, não se inviabilizam outros posicionamentos mais
segmentados que procurem capitalizar elementos diferenciadores
existentes, como o surf, o património cultural, o chá, a gastronomia ou o
termalismo.
18 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
1. Apresentação
No que concerne a elementos operacionais de marketing, houve uma
particular preocupação em conjugar diferentes variáveis que enriqueçam a
projeção do concelho e o desenvolvimento harmonioso. Atualmente, a
promoção é um das debilidades identificadas, pelo que se desenvolveu um
trabalho de conceção para identificação precisa de elementos fundamentais
para a devida coerência da mensagem e da atuação prática. Neste sentido,
um dos focos foi o branding territorial, algo cada vez mais crítico na
valorização e competitividade de cidades e destinos turísticos, abordando
questões relativas à identidade, ao logótipo e ao posicionamento (genérico e
segmentado). Para além disso, conhecendo a realidade da Ribeira Grande,
reforçou-se a importância do marketing interno para mobilização da
população e desenvolvimento de uma mentalidade vocacionada para a
atividade turística, para o espírito hospitaleiro e para a qualidade do serviço.
Apontaram-se, ainda, as principais características relativas ao marketing mix,
assumindo os 7P, ou seja, produto, preço, promoção, distribuição, indivíduos
e processo. Num trabalho mais específico ao nível da promoção, são
referenciados vários mecanismos para explorar e implementar técnicas
comunicacionais, online e offline.
Como este trabalho visa um processo consequente e com implicações reais,
o planeamento culminou com a estruturação adicional de um plano de ação.
Foram formuladas mais de 80 ações concretas a partir dos objetivos
estruturantes definidos, com a indicação do horizonte temporal, nível de
investimento envolvido, potenciais fontes de financiamento e métricas de
avaliação que permitam aferir a real performance e impactos. Em
complemento, sinalizaram-se os projetos identificados como estruturantes
para o desenvolvimento turístico do destino, onde se inclui a conclusão do
Passeio Atlântico, a construção de um spa geotermal com aproveitamento
de uma das centrais geotérmicas e a reabilitação da Praia do Monte Verde.
19 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
1. Apresentação
Em suma, o trabalho desenvolvido na construção do Plano Estratégico para o
Turismo da Ribeira Grande assentou em alguns pressupostos críticos,
nomeadamente a adaptação do desenvolvimento turístico do concelho às
tendências internacionais do setor, a relação equilibrada entre a oferta e a
procura (integrando a transversalidade das diferentes atividades económicas
com o turismo), a potenciação dos recursos endógenos, a harmonia
transversal a todo o território e a consequência prática do planeamento.
Trata-se de um estudo aprofundado do mercado a nível internacional,
nacional, regional e local, para além de uma caracterização detalhada do
potencial e da capacidade instalada no concelho. A conceção da proposta de
valor foi constantemente alinhada e articulada com as mais-valias do destino,
capitalizando as suas potencialidades e definindo soluções para ultrapassar
as principais debilidades. É de referir que este trabalho não foi e não deverá
ser estanque, uma vez que se procurou auscultar um vasto leque de
stakeholders, tanto nas dinâmicas associadas à oferta como à procura, e
deverá manter uma evolução e adaptação constantes à realidade do
mercado. Ressalve-se que a Ribeira Grande vive um momento de transição
do setor turístico, com um novo dinamismo, o que representou grandes
desafios na preparação deste planeamento e a sua permanente adequação
ao surgimento de novas iniciativas neste setor. Salvaguarde-se, porém, a
importância desta dinâmica, pois o período de programação comunitária
2014-2020 e a liberalização do espaço aéreo regional perspetivam
oportunidades únicas a aproveitar.
Este documento, que consubstancia o Plano Estratégico para o Turismo da
Ribeira Grande, para além da apresentação global, está estruturado de
forma sequencial em quatro capítulos principais, seguindo-se o destaque das
principais conclusões do estudo. Esta estrutura obedece a uma metodologia
de trabalho progressiva, que se desenvolve a partir da análise geral e culmina
em indicações objetivas, de âmbito mais particular. Ressalve-se que o
documento e a sua estrutura foram desenvolvidos tendo em consideração os
vários interesses que podem gravitar em torno do setor do turismo na
Ribeira Grande, atendendo não só ao investimento público, mas também à
iniciativa privada.
20 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
1. Apresentação
No capítulo 2, procede-se a uma caracterização socioeconómica genérica da
Região e do concelho da Ribeira Grande. Procura-se, assim, descrever de
forma sucinta o contexto atual e a sua evolução nos últimos anos, em
particular no que concerne à capacidade de criação de valor económico,
perfil dos setores de atividade económica, estrutura etária e nível de
qualificação da população.
Seguidamente, no capítulo 3, desenvolve-se um estudo ao setor do turismo
internacional, nacional e regional. Sinalizam-se os principais indicadores de
atividade do setor, a evolução recente e as perspetivas a longo prazo. Para
além disso, identificam-se as principais tendências internacionais e mostra-se
o efeito multiplicador do turismo na economia.
O capítulo 4 configura o núcleo central do documento, pois integra as
grandes definições estratégicas para o concelho, para além de um
diagnóstico ao estado atual do setor. São apresentados os principais
produtos a desenvolver, as diretrizes estratégicas assumidas e as linhas de
orientação para o plano de ação a implementar.
O capítulo 5, que antecede as conclusões finais, destaca, de forma resumida,
alguns projetos estruturantes para o concelho. O objetivo deste capítulo é
evidenciar, perante os decisores e investidores privados e institucionais,
alguns projetos que podem transformar o paradigma do turismo na Ribeira
Grande e orientar os esforços de desenvolvimento do setor.
2. Caracterização Socioeconómica
da Região e do Concelho
22 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Índice
1. Apresentação 7
2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21
2.1. Caracterização Institucional 24
2.2. Enquadramento Económico 27
2.2.1. Breve Apontamento Demográfico 28
2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego 32
2.2.3. Análise à Evolução Económica 38
2.2.4. Fatores de Competitividade 42
3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44
4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321
6. Considerações Finais 332
7. Bibliografia 339
8. Anexos 346
23 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Para a conceção e estruturação de um plano estratégico consequente e
coerente, independentemente da sua tipologia, é fundamental compreender
a realidade em que será inserido e aplicado. Neste estudo, procedeu-se a
uma rigorosa análise para caracterizar as dinâmicas económicas e sociais
envolventes, procurando definir adequadamente a base de trabalho e os
pressupostos de formulação estratégica a adotar.
Numa primeira dimensão procedeu-se à caracterização genérica do
enquadramento natural e institucional da Região Autónoma dos Açores e do
concelho da Ribeira Grande. Reconhecendo, empiricamente, o potencial
natural do concelho para a atividade turística, esta caracterização facilita
uma melhor perceção do enquadramento específico nos Açores, em geral, e
na ilha de São Miguel, em particular.
Posteriormente, apresenta-se um enquadramento económico devidamente
fundamentado com dados estatísticos oficiais. De forma natural, procurou-se
descrever com rigor a evolução e as dinâmicas socioeconómicas regionais e
do concelho, no sentido de identificar o potencial de desenvolvimento
existente, bem como a correta orientação das linhas estratégicas a conceber.
O cariz introdutório deste capítulo permite definir um claro contexto de
trabalho, cujos inputs auxiliam a análise crítica à envolvente, com as
respetivas repercussões nos resultados finais do plano estratégico.
2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho
2.
24 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
O contexto em que se insere o concelho da Ribeira Grande é único em toda a
Região. Embora existem traços comuns comparativamente a outros
concelhos açorianos, as peculiaridades derivadas da riqueza natural e da
localização sui generis atribuem à Ribeira Grande potencial para o
desenvolvimento turístico. Importa, assim, conhecer, de forma genérica esse
paradigma e as suas perspetivas de evolução.
Região Autónoma dos Açores
Os Açores, definidos como Região Autónoma desde 1976 pela Constituição
da República Portuguesa e pelo Estatuto Político Administrativo da Região
Autónoma dos Açores, estão situados em pleno Oceano Atlântico,
dispersando-se ao longo de um eixo sudeste-noroeste ligeiramente superior
a 600 km e abrangendo uma área total de 2.322 km2. A Região possui
governo próprio com poder executivo e uma assembleia legislativa regional,
eleita por sufrágio universal direto, composta por nove ilhas de dimensões
muito heterogéneas e relativamente reduzidas, que distam pouco mais de
3.300 km de Boston (Estados Unidos da América) e sensivelmente 1.400 km
de Lisboa. Este enquadramento define-a como região ultraperiférica (RUP) da
União Europeia (UE), em paralelo com Madeira, Canárias, Guadalupe, Guiana
Francesa, Martinica, Reunião, Saint-Barthélemy e Saint-Martin. Alguns dos
grandes desafios de desenvolvimento dos Açores provêm deste
distanciamento dos centros de decisão agravado pela fragmentação e
dispersão do seu mercado interno.
2.1. Caracterização Institucional
2.1. Caracterização Institucional
25 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
As ilhas possuem condições edafoclimáticas particulares, que têm
influenciado diretamente, ao longo do tempo, o desenvolvimento
socioeconómico da Região. A origem vulcânica resulta numa configuração
peculiar e acidentada do relevo, mas também numa notável diversidade
paisagística e numa riqueza geológica valorizadoras da imagem do
arquipélago. Nos Açores existem 26 sistemas vulcânicos ativos, incluído 8
submarinos, o que acoplado à localização numa zona de junção de três placas
tectónicas (Norte-Americana, a Eurasiática e a Africana) e à presença do Rifte
da Terceira, origina uma atividade sísmica intensa e manifestações geológicas
de diferentes naturezas. A riqueza ambiental e paisagística da Região,
caracterizada pela abundância da cor verde, é também influenciada por um
clima temperado marítimo, de temperaturas amenas ao longo de todo o ano
(e consequente amplitude térmica reduzida), pluviosidade regular e grande
variabilidade das condições climatéricas.
Historicamente, a localização e as condições geográficas do arquipélago têm
produzido inerentes desafios estruturais e oportunidades estratégicas para o
seu desenvolvimento. Por um lado, a pequena dimensão das ilhas e a sua
dispersão resultam numa grande fragmentação do mercado, com naturais
repercussões na eficiência dos recursos, na atividade económica e na
multiplicação de estruturas e equipamentos produtivos. Esta situação é
agravada pela heterogeneidade da dimensão das ilhas, com impactos diretos
na concentração populacional e no grau de desenvolvimento económico. Por
outro lado, a localização das ilhas tem conferido à Região, desde o tempo dos
Descobrimentos, uma importância estratégica em vários domínios,
nomeadamente logístico e militar, através da confluência de rotas
transatlânticas, do desenvolvimento de serviços e estruturas de apoio à
navegação e à aviação e ao apoio a manobras militares nos grandes conflitos
mundiais. A utilização da Base das Lajes, na ilha Terceira, revelou essa
importância nas relações entre os Estados Unidos da América e a Europa,
que ainda poderá ser mais notório aquando da entrada em vigor da Parceria
Transatlântica de Comércio e Investimento (vulgo Acordo de Comércio Livre).
Por último, há a referir o imenso potencial da Zona Económica Exclusiva dos
Açores, uma das maiores da União Europeia, que confere à Região e ao País
grandes oportunidades de desenvolvimento em torno da economia do mar,
integrando setores como a logística, pescas, investigação científica e turismo
náutico e desportivo.
2.1. Caracterização Institucional
Fonte: www.visitazores.com
Figura 01 – Localização geográfica do arquipélago dos Açores
26 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Concelho da Ribeira Grande
O concelho da Ribeira Grande é um dos 19 concelhos dos Açores e um dos
seis concelhos da ilha de São Miguel. É composto por 14 freguesias e situa-se
na costa norte da ilha. É o único concelho a fazer fronteira com os restantes
cinco concelhos micaelenses, ocupando uma área global de 180,15 km2,
apenas superado, nesta ilha, por Ponta Delgada (232,99 km2).
A 29 de junho de 1981, em reconhecimento da importante malha urbana
instalada e da capacidade de geração de riqueza, a Ribeira Grande foi
elevada a cidade. Na realidade, todo o concelho é um dos mais ricos dos
Açores, dada a fertilidade dos seus terrenos, a facilidade de cultivo em torno
da ribeira e a capacidade produtiva que se foi desenvolvendo nos vários
ciclos económicos. Estas características atribuíram consecutivamente ao
concelho uma importante posição nos diferentes períodos de prosperidade
agrícola em toda a cadeia de valor e, mais recentemente, nas atividades
pecuárias e de produção de leite.
As características naturais do concelho da Ribeira Grande são semelhantes ao
verificado em todo o arquipélago. O enquadramento natural é dominado
pelo relevo irregular da Serra da Água de Pau, pelas nascentes e cursos de
água mineral e pelas manifestações vulcânicas. A riqueza existente conduziu
à definição de áreas protegidas, incluindo áreas inseridas no Parque Natural
de Ilha de São Miguel e na Rede Natura 2000. Para além disso, a tipologia
acidentada do litoral possibilitou a formação de algumas praias, que devido
às condições das correntes marítimas originou locais de grande procura para
a prática de desportos como o surf.
Devido às características vulcânicas do concelho, nas últimas décadas do
século XX, assistiu-se a um grande desenvolvimento da geotermia, com a
instalação de duas centrais geotérmicas (a Central da Ribeira Grande e a
Central do Pico Vermelho). A produção combinada destas unidades
representa aproximadamente 40% da energia elétrica consumida na ilha.
Esta é uma característica única na Região, colocando a Ribeira Grande no
topo da hierarquia da produção de energia através de fontes renováveis e
com um grande potencial de desenvolvimento de atividades conexas à
exploração geotérmica.
2.1. Caracterização Institucional
Figura 02 – Delimitação do Concelho da Ribeira Grande na ilha de São Miguel
Fonte: Câmara Municipal da Ribeira Grande
27 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Em termos económicos, a Região Autónoma dos Açores tem apresentado
uma tendência convergente com o país e com a União Europeia. Contudo,
dada a fragilidade estrutural da economia regional, os impactos da crise
económico-financeira que se vem registando desde 2007 a nível
internacional, mas com maior intensidade a partir de 2011 nos Açores,
abalaram fortemente toda a composição social e a capacidade de criação de
riqueza. Setores tradicionalmente de grande relevância na economia e com
grande capacidade de criação de emprego, como a construção civil, foram
afetados de forma crítica, gerando várias insolvências e, consequentemente,
um grande volume de desemprego.
Por outro lado, em termos demográficos, a Região Autónoma dos Açores
apresenta uma população extremamente jovem, apesar de um progressivo
envelhecimento. Neste caso em particular, o concelho da Ribeira Grande
destaca-se, com vários indicadores que lhe garantem excelentes perspetivas
futuras. Não obstante, a ainda baixa escolarização é um grande desafio para
o desenvolvimento social e económico.
A conjugação deste contexto, da capacidade instalada e do potencial natural
existente confere ao turismo uma referência como setor de atividade
económica com maior capacidade para a recuperação imediata da economia
regional e concelhia. Os dados atuais permitem perceber que há
oportunidades por explorar, mas identificam, igualmente, várias lacunas na
oferta.
2.2. Enquadramento Económico
2.2. Enquadramento Económico
28 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
2.2.1. Breve Apontamento Demográfico
De acordo com os dados dos Recenseamentos da População e Habitação
(Censos), a população residente da RAA variou 2,1% entre 2001 e 2011,
significando um aumento de 5.009 indivíduos. Paradoxalmente, apenas em
sete dos 19 concelhos regionais se verificou um efetivo aumento
populacional, tendo sido a Ribeira Grande a apresentar, destacadamente, a
maior variação positiva com 12,8%, muito acima da média regional. Este
registo permitiu ao concelho ultrapassar os 30.000 habitantes, valor atingido
apenas em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada.
Este aumento da população é, sobretudo, o resultado de um saldo natural
positivo, conforme atestado pelos dados disponíveis no Serviço Regional de
Estatística dos Açores (SREA), que registam, entre 2001 e 2011, um valor
agregado de 5.098 indivíduos. Repare-se que o saldo natural positivo é
particularmente relevante nos principais centros urbanos da ilha de São
Miguel, nomeadamente os concelhos de Lagoa, Ponta Delgada e Ribeira
Grande, sendo este último aquele que proporcionalmente mais contribuiu
para este resultado. Relativamente ao saldo migratório existem poucos
dados sobre a sua evolução, mas poder-se-á inferir que apresenta um ligeiro
valor negativo, dado que o crescimento da população é inferior ao saldo
natural agregado de 2001 a 2011.
2001 2011 Variação
Total Total %
Santa Maria 5.578 5.552 -0,5%
Vila do Porto 5.578 5.552 -0,5%
São Miguel 131.609 137.856 4,7%
Lagoa 14.126 14.442 2,2%
Nordeste 5.291 4.937 -6,7%
Ponta Delgada 65.854 68.809 4,5%
Povoação 6.726 6.327 -5,9%
Ribeira Grande 28.462 32.112 12,8%
Vila Franca do Campo 11.150 11.229 0,7%
Terceira 55.833 56.437 1,1%
Angra do Heroísmo 35.581 35.402 -0,5%
Praia da Vitória 20.252 21.035 3,9%
Graciosa 4.780 4.391 -8,1%
Santa Cruz da Graciosa 4.780 4.391 -8,1%
São Jorge 9.674 9.171 -5,2%
Calheta 4.069 3.773 -7,3%
Velas 5.605 5.398 -3,7%
Pico 14.806 14.148 -4,4%
Lajes do Pico 5.041 4.711 -6,5%
Madalena 6.136 6.049 -1,4%
São Roque do Pico 3.629 3.388 -6,6%
Faial 15.063 14.994 -0,5%
Horta 15.063 14.994 -0,5%
Flores 3.995 3.793 -5,1%
Lajes das Flores 1.502 1.504 0,1%
Santa Cruz das Flores 2.493 2.289 -8,2%
Corvo 425 430 1,2%
Corvo 425 430 1,2%
Açores 241.763 246.772 2,1%
Tabela 01 – População residente (n.º) por Local de residência (à data dos Censos)
Fonte: INE (2014)
2.2.1. Breve Apontamento Demográfico
29 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Pelos dados dos Censos, verifica-se, ainda, que nos Açores há uma ligeira
predominância do número de mulheres, com uma distribuição de 50,8% de
indivíduos do sexo feminino e 49,2% do sexo masculino, o que representa,
sensivelmente, 97 homens por cada 100 mulheres. Apenas em três
concelhos esta relação se inverte, Ribeira Grande, Lajes das Flores e Corvo.
Não deixa de ser curioso o facto de, na Ribeira Grande, existirem mais
homens que mulheres e mesmo assim este ser o segundo concelho com mais
nascimentos, deduzindo-se que número médio de filhos por mulher será um
dos maiores da Região.
De uma forma geral, a análise a estes dados indica que o concelho da Ribeira
Grande foi aquele que mais cresceu na última década nos Açores. Para além
disso, será relevante notar que a variação populacional na Ribeira Grande foi
de 3.650 indivíduos, enquanto o saldo natural se registou em 2.765, o que,
partindo do pressuposto de coerência entre os dados do INE e do SREA,
indicia um saldo migratório muito significativo para a realidade regional. A
relevância dos números apresentados nos vários indicadores poderá
configurar o concelho como aquele que apresenta maior potencial de
desenvolvimento socioeconómico a médio prazo, integrando várias
oportunidades nos diferentes setores de atividade económica.
Sd.n. 2001-2011
Santa Maria -1
Vila do Porto -1
São Miguel 6.886
Lagoa 988
Nordeste -100
Ponta Delgada 2.965
Povoação -77
Ribeira Grande 2.736
Vila Franca do Campo 374
Terceira 195
Angra do Heroísmo -47
Praia da Vitória 242
Graciosa -382
Santa Cruz da Graciosa -382
São Jorge -432
Calheta -134
Velas -298
Pico -837
Lajes do Pico -359
Madalena -312
São Roque do Pico -166
Faial -94
Horta -94
Flores -210
Lajes das Flores -86
Santa Cruz das Flores -124
Corvo -27
Corvo -27
Açores 5.098
Tabela 02 – Saldo natural agregado 2001 a 2011, por concelho,
calculado pela diferença entre o número de nados vivos e o número de óbitos
Fonte: SREA (2014)
2.2.1. Breve Apontamento Demográfico
30 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
À semelhança do resto do país, a Região Autónoma dos Açores está a assistir
a um envelhecimento da população, conforme se comprova pela
comparação dos dados censitários de 2001 e 2011. Verifica-se uma clara
diminuição das faixas etárias abaixo dos 30 anos e um significativo aumento
das faixas etárias acima desse patamar, alterando, de forma notória, a
configuração da pirâmide. Um dos dados de particular preocupação é
relativo à redução muito substancial da faixa etária com menos de 10 anos,
em ambos os géneros, dado que já verificam números abaixo dos 15.000
indivíduos, confirmando uma diminuição da taxa de natalidade.
Não obstante, é pertinente sublinhar que a Região Autónoma dos Açores
apresenta, ainda, uma população consideravelmente jovem, ao contrário do
que se verifica no país. Esta é uma das atuais mais-valias relevantes da
Região, assegurando alguma estabilidade a médio e longo prazo do equilíbrio
na renovação da população ativa.
Gráfico 01 – Pirâmide etária da Região Autónoma dos Açores,
construída com os dados dos Censos 2001
Gráfico 02 – Pirâmide etária da Região Autónoma dos Açores,
construída com os dados dos Censos 2011
Fonte: INE (2014) Fonte: INE (2014)
20.000 15.000 10.000 5.000 0 5.000 10.000 15.000 20.000
Menos de 10 anos
10 - 14
15 - 19
20 - 24
25 - 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 49
50 - 54
55 - 59
60 - 64
65 - 69
70 - 74
75 ou mais Homens Mulheres
20.000 15.000 10.000 5.000 0 5.000 10.000 15.000 20.000
Menos de 10 anos
10 - 14
15 - 19
20 - 24
25 - 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 49
50 - 54
55 - 59
60 - 64
65 - 69
70 - 74
75 ou mais Homens Mulheres
2.2.1. Breve Apontamento Demográfico
31 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
O progressivo envelhecimento da população a nível regional é também
visível no concelho da Ribeira Grande, como demonstra a comparação entre
a pirâmide etária de 2001 e 2011. Contudo, a juventude é ainda prevalecente
no concelho, onde mais de 50% da população se encontra nas faixas etárias
abaixo dos 35 anos. De facto, os dados dos Censos permitem aferir que a
Ribeira Grande é o concelho mais jovem da Região Autónoma dos Açores,
com uma média de idades de 32,4 anos, seguido do concelho de Lagoa (34,4
anos) e contrastando com uma média regional de 37,3 anos.
Não será despiciendo ressalvar que o concelho da Ribeira Grande integra a
freguesia com menor média de idades em toda a Região, uma vez que Rabo
de Peixe regista 28,4 anos, sendo a única freguesia regional com valores
abaixo dos 32 anos.
Este paradigma, apesar de requerer o acompanhamento da sua evolução,
apresenta-se muito favorável ao desenvolvimento económico. O potencial
humano é significativo, aportando boas perspetivas a eventuais decisões
para investimentos produtivos.
3000 2000 1000 0 1000 2000 3000
Menos de 10 anos
10 - 14
15 - 19
20 - 24
25 - 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 49
50 - 54
55 - 59
60 - 64
65 - 69
70 - 74
75 ou mais Homens Mulheres
3.000 2.000 1.000 0 1.000 2.000 3.000
Menos de 10 anos
10 - 14
15 - 19
20 - 24
25 - 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 49
50 - 54
55 - 59
60 - 64
65 - 69
70 - 74
75 ou mais Mulheres Homens
Gráfico 03 – Pirâmide etária do concelho da Ribeira Grande,
construída com os dados dos Censos 2001
Gráfico 04 – Pirâmide etária do concelho da Ribeira Grande,
construída com os dados dos Censos 2011
Fonte: INE (2014) Fonte: INE (2014)
2.2.1. Breve Apontamento Demográfico
32 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego
A partir do final da década de 90 do século XX, tem-se verificado uma
convergência da economia regional relativamente ao país e à União
Europeia. De facto, fruto de assimetrias no crescimento do PIB, a Região
Autónoma dos Açores aproxima-se da capacidade de criação de riqueza
nacional e tem reduzido, substancialmente, a diferença para o restante
espaço comunitário. É, no entanto, de referir que a diferença face à Região
Autónoma da Madeira não se tem esbatido de forma clara e até se agravou
no início dos anos 2000.
Em 2000, o PIB regional apenas representava 1,9% da riqueza gerada no país,
enquanto em 2012 esse valor se cifrava em 2,2%. A variação do PIB per
capita é ainda mais evidente, uma vez que no início do século este indicador
nos Açores (10.071€) correspondia a 81% do valor nacional (12.485€) e
atualmente já atinge os 91% (14.927€). Se recuarmos ainda mais no tempo,
verificamos que em 1995 o PIB per capita nos Açores era apenas de 7.200€
face a 9.000€ a nível nacional (80%). Demonstra-se, assim, uma evolução
significativa na capacidade de criação de riqueza, mesmo num período de
grande instabilidade económica, como o experienciado desde 2007, cujo
impacto em pequenas e frágeis economias – como a açoriana – é
amplificado.
Um facto relevante na análise à evolução económica da Região prende-se
com o crescimento contínuo do rendimento disponível per capita. Entre 2000
e 2011, este indicador cresceu 43,5%, passando de 8.083€ para 11.606€,
apesar de uma ligeira quebra em 2011. Esta evolução revela um notório
aumento da qualidade vida nos Açores, com impactos diretos na economia.
Curiosamente, os dados regionais apresentam uma performance superior
aos dados nacionais e têm vindo, progressivamente, a aproximar-se da
Região Autónoma da Madeira. O comportamento deste indicador demonstra
o aumento da capacidade de consumo nos Açores, com os consequentes
impactos na economia regional e na dinamização de diversos setores.
Tabela 03 – PIB e PIB per capita na União Europeia (milhões de euros)
Fonte: EUROSTAT (2015), INE (2015)
2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego
2000 … 2007 … 2011 2012 2013 2014
PIB per capita
União Europeia (28) 19.600 25.800 26.000 26.500 26.600 27.300
Portugal 12.485 16.643 16.686 16.136 16.372 16.800
RA Madeira 11.150 16.418 16.412 15.302 15.526 -
RA Açores 10.071 14.647 15.226 14.688 14.927 -
RAA/UE (27) 51% 57% 59% 55% 56% -
RAA/Portugal 81% 88% 91% 91% 91% -
PIB (milhões de euros)
União Europeia (28) 9.552.216 12.900.957 13.173.517 13.425.649 13.519.751 13.920.541
Portugal 128.466 175.468 176.167 169.668 171.211 174.384
RA Madeira 2.715 4.306 4.367 4.035 4.071 -
RA Açores 2.428 3.603 3.760 3.633 3 694 -
33 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego
Em termos setoriais, verifica-se que o setor terciário é aquele onde é gerado
maior valor acrescentado bruto (VAB), verificando-se uma tendência
progressiva de aumento dessa dominância e perda de importância relativa
dos outros dois setores. Em 2012, 75% do VAB gerado nos Açores era
proveniente deste setor, em comparação com 72% no ano 2000. Para além
disso, é cada vez mais notório o peso reduzido do setor primário, que já
representava em 2012 menos de 10% do VAB regional (9,6%).
Numa análise detalhada, é facilmente percetível a importância das atividades
produtoras de bens não transacionáveis, verificando-se, por exemplo, que a
administração pública é a atividade que gera maior VAB. Neste caso, em
2012, representava 28% de todo o VAB regional. Repare-se que este tipo de
atividade é aquele que tem menor capacidade de criação de riqueza a longo
prazo, não contribuindo, geralmente, de forma direta, para o equilíbrio da
balança comercial. Verifica-se, ainda, que as atividades de comércio por
grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos;
transportes e armazenagem; atividades de alojamento e restauração
representam 26% do valor gerado nos Açores.
Primário 9,6%
Secundário 15,6% Terciário
74,8%
Gráfico 05 – VAB por setor na Região Autónoma dos Açores, 2012
Fonte: SREA (2014)
Ano
2000 2005 2010 2011 2012
Atividades artísticas e de espetáculos; reparação de bens de uso doméstico e outros serviços
46 61 97 100 99
Atividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio
64 93 106 108 109
Atividades financeiras e de seguros 73 95 116 111 96
Atividades imobiliárias 169 212 262 267 283
Administração pública e defesa; segurança social obrigatória; educação, saúde humana e ação social
636 831 989 967 873
Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 252 278 285 293 299
Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos; transportes e armazenagem; atividades de alojamento e restauração
507 708 828 818 818
Construção 175 217 207 192 159
Indústrias extrativas; indústrias transformadoras; produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar frio; captação, tratamento e distribuição de água;
178 243 327 324 329
Informação e comunicação 51 64 62 62 59
Tabela 04 – VAB por ramos de atividade na Região Autónoma dos Açores
Fonte: SREA (2015)
34 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego
A atividade de construção é a única que produziu menor VAB em 2012 do
que no ano 2000 (-9,1%). Efetivamente, esta foi, provavelmente, a atividade
económica mais abalada pela crise económico-financeira, que, após uma
concentração de grandes obras até 2010, assistiu a uma acentuada
diminuição do número de construções e das áreas de construção. Em sentido
inverso, várias atividades apresentam boas performances. Porém, dada a
relevância para a cadeia de valor, ressalve-se um importante aumento do
VAB (85%) no ramo de atividades que engloba as indústrias extrativas;
indústrias transformadoras; produção e distribuição de eletricidade, gás,
vapor e ar frio; e captação, tratamento e distribuição de água.
No que concerne diretamente ao concelho da Ribeira Grande, verifica-se um
enquadramento muito peculiar, onde o setor secundário, em particular a
indústria transformadora (e dentro desta, a indústria alimentar, com
destaque para os laticínios), apresenta uma importância capital para a
criação de riqueza. Apesar de só concentrar 17,2% do número de empresas
do concelho, o setor secundário apresenta praticamente dois terços do
volume de negócios e do VAB gerado na economia local. Pelo contrário, o
setor terciário, concentrando 59% das empresas, apenas consegue cerca de
29% do volume de negócios e do VAB. O setor primário, apesar da
importância histórica e estrutural no concelho, nomeadamente ao nível da
produção de leite, apenas gera 5,8% do volume de negócios e 8,2% do VAB.
Gráfico 06 – Empresas por setor de atividade na Ribeira Grande, 2012
Gráfico 07 – Volume de negócios por setor de atividade na Ribeira Grande, 2012
Gráfico 08 – VAB por setor de atividade na Ribeira Grande, 2012
Fonte: SREA (2014)
Primário 5,8%
Secundário 65,7%
Terciário 28,5%
Primário 8,2%
Secundário 63,0%
Terciário 28,8%
Primário 23,8%
Secundário 17,2%
Terciário 59,0%
35 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego
As dinâmicas económicas da Região têm, naturalmente, um impacto direto
no mercado de trabalho, tanto ao nível das oportunidades como na
qualidade do emprego criado. A criação de emprego acompanhou a
tendência de crescimento económico até 2009. A partir de 2010, registou-se
uma significativa redução neste indicador, fruto dos fortes impactos da crise
económico-financeira regional, aproximando o número de pessoas
empregadas dos valores registados em 2000. Para esta redução, muito
contribuiu o desemprego gerado no setor da construção civil, que, para além
de empregar muitas pessoas, apresentava, igualmente, um baixa taxa de
escolarização (que dificulta novas oportunidades no mercado de trabalho).
No ano 2000, a nível regional, a média (trimestral) de pessoas empregadas
era de 96.171, atingindo o pico em 2009, com 112.171. Em 2013, a média de
pessoas empregadas desceu para 99.458, apesar da ligeira inversão desta
situação em 2014, com uma média dos primeiros três trimestres de 100.913.
Note-se que o concelho da Ribeira Grande foi bastante afetado por esta
conjuntura, dado o peso específico do setor da construção civil na economia
local.
O mercado de trabalho regional revela, igualmente, o elevado nível de
terciarização da economia. Em 2013, mais de 70% da população empregada
desenvolvia a sua atividade profissional neste setor. De notar que o setor
primário é aquele que menos pessoas emprega (12,9%), verificando-se um
decréscimo progressivo ao longo do tempo. O setor secundário, integrava
14,4% da população empregada.
0 €
2.000 €
4.000 €
6.000 €
8.000 €
10.000 €
12.000 €
14.000 €
85.000
90.000
95.000
100.000
105.000
110.000
115.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Indivíduos
População Empregada Rendimento Disponível per capita
Gráfico 09 – Evolução da população empregada e do rendimento disponível per capita
Fonte: SREA (2014)
Primário 12,9%
Secundário 14,4%
Terciário 72,6%
Gráfico 10 – População empregada por setor de atividade em 2013
Fonte: SREA (2014)
36 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego
A realidade do concelho é ligeiramente diferente, dado o peso do setor
secundário. O pessoal ao serviço neste setor (42,7%) quase que iguala o
pessoal ao serviço no setor terciário (45,6%).
Atualmente, o desemprego é o maior desafio para a economia regional. Na
realidade, desde 2006 que já se registava uma ligeira tendência crescente,
mas as ondas de choque que resultaram da crise económica e financeira
internacional, com reflexos profundos na economia regional, conduziram a
taxas de desemprego historicamente elevadas nos Açores. Em 2000, a taxa
de desemprego era inferior a 4% (tendo mesmo rondado os 2% entre 2001 e
2003), porém no primeiro trimestre de 2014 chegou a atingir os 18%, a mais
elevada do país. A inversão deste paradigma é complexa, sabendo-se que no
resto do país a tendência já é notoriamente decrescente, enquanto nos
Açores se mantém muito elevada.
Um dos grandes problemas estruturais da sociedade açoriana e que produz
uma influência direta no combate ao desemprego é o nível de qualificação da
população. A comparação entre os dados dos censos de 2001 e 2011 revelam
uma clara evolução nessa realidade, mas, na verdade, a qualificação dos
recursos humanos mantém-se muito baixa, com apenas 8,2% da população a
deter o ensino superior completo. O número de indivíduos que possui
habilitações a partir do ensino secundário é inferior a 20% (19,1%). Esta
situação dificulta, naturalmente, a identificação de mão-de-obra qualificada
para as empresas, principalmente tendo em conta as novas tendências de
atividades intensivas em conhecimento e especialização.
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
18%
20%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Taxa desemprego
Gráfico 12 – Evolução da taxa de desemprego na Região Autónoma dos Açores
Fonte: SREA (2015)
Gráfico 11 – População ao serviço por setor de atividade na Ribeira Grande em 2012
Fonte: SREA (2014)
Primário 11,7%
Secundário 45,6%
Terciário 42,7%
37 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego
O problema da falta de qualificação da população é ainda mais grave no
concelho da Ribeira Grande, onde mais de 50% dos indivíduos ou não tem
habilitação ou apenas possui o 1.º Ciclo do Ensino Básico. Aumentando um
pouco mais o espectro, nota-se que 66,8% (mais de dois terços da
população) tem habilitações inferiores ao 3.º Ciclo do Ensino Básico. Parte
desta realidade poderá ser explicada pela pirâmide etária do concelho, com
uma população muito jovem. Porém, é evidente que existe uma necessidade
de melhoria dos níveis de escolaridade locais, sobretudo quando se pretende
vocacionar o desenvolvimento da Ribeira Grande para atividades económicas
como o turismo, onde a qualificação dos recursos humanos é fundamental.
Ressalve-se, no entanto, a evolução significativa nos níveis de escolaridade
da população da Ribeira Grande entre 2001 e 2011. Houve uma notória
diminuição do número de indivíduos sem habilitações literárias e um
aumento muito substancial dos indivíduos acima do ensino secundário. A
intensificação da atividade da Escola Profissional da Ribeira Grande terá
contribuído para esta evolução, refletindo a necessidade de continuidade
dessa aposta e de ajustamento da oferta formativa às carências do mercado
de trabalho e aos desígnios de desenvolvimento futuro do concelho.
De uma forma geral, verifica-se que, apesar da grande recuperação encetada
pelos Açores e da notória convergência com a União Europeia, a economia
regional mantém-se muito frágil e suscetível a impactos de fatores externos.
As debilidades estruturais refletem-se na incapacidade de desenvolver
atividades produtoras de bens transacionáveis, particularmente em setores
de elevado valor acrescentado, o que é, também, dificultado pela baixa
escolarização da população. O turismo surge, assim, como um setor de
grande potencial, dada a capacidade instalada e o potencial natural
existente, mas será necessário reforçar a aposta na qualificação do destino,
que inclui a preparação da população e dos profissionais do setor.
Açores Ribeira Grande
2001 2011 2001 2011
Nenhum 30,2% 20,9% 38,6% 26,6%
Ensino Básico - 1.º Ciclo 29,8% 26,8% 27,0% 26,0%
Ensino Básico - 2.º Ciclo 16,1% 17,5% 18,5% 20,2%
Ensino Básico - 3.º Ciclo 12,1% 15,7% 8,9% 13,6%
Ensino Secundário 7,2% 10,1% 4,5% 7,7%
Ensino Pós-Secundário 0,5% 0,7% 0,2% 0,6%
Superior 4,2% 8,2% 2,3% 5,3%
100% 100% 100% 100%
Tabela 05 – Nível de escolaridade da população dos Açores e da Ribeira Grande
Fonte: INE (2014)
38 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
O desenvolvimento observado nos Açores, e por inerência no concelho da
Ribeira Grande, nos últimos anos, em particular no período anterior ao início
da crise económico-financeira, aproximou-se dos preceitos do conceito de
desenvolvimento sustentável. De facto, houve uma preocupação dos
diversos quadrantes da sociedade regional – incluindo Governo, sistema
político e sociedade civil – de promover um crescimento harmónico que
projetasse a Região para o futuro, em particular através de um binómio que
associava as preocupações de desempenho económico competitivo a um
reforço da coesão social.
Neste paradigma, revelou-se a preocupação de articular uma economia mais
evoluída a uma sociedade mais justa e equitativa. Registaram-se avanços no
mercado de trabalho regional, que possibilitaram a aproximação à realidade
da União Europeia, quer ao nível dos rendimentos como da formação, para
além de evoluções significativas na qualidade da oferta, na sofisticação e
exigência da procura e na disseminação e acessibilidade da tecnologia. Em
complemento, empenharam-se esforços para o bem-estar social, de onde se
destaca o aumento da rede de equipamentos sociais, a redefinição de
políticas sociais, a mobilização em torno da igualdade de género, o estímulo e
o enaltecimento da iniciativa empresarial e do empreendedorismo, o apoio
ao associativismo jovem e a sensibilização para a importância da preservação
do meio ambiente, não só como veículo de desenvolvimento económico,
mas, sobretudo, como pilar de um desenvolvimento equilibrado e
sustentado.
2.2.3. Análise à Evolução Económica
2.2.3. Análise à Evolução Económica
39 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Os efeitos da crise económico-financeira tiveram repercussões neste cenário.
Alguns setores de grande importância para a economia regional, como a
construção civil ou o comércio, mostram crescentes dificuldades para lidar
com a nova realidade, conduzindo a várias insolvências e a um elevado
desemprego. Na realidade, apesar de um desenvolvimento aparentemente
harmonioso, constatou-se falta de preparação no setor privado para lidar
com as exigências e com os desafios competitivos do mercado global, por
contrapartida a um setor público excessivamente intervencionista e
sobredimensionado.
A orientação até agora adotada, aliada à necessidade atual de revitalizar a
economia tendo em conta a oportunidade que se abre com a entrada em
vigor do período de programação comunitária 2014-2020 e à emergência dos
grandes desafios competitivos oriundos de diversos setores críticos na
economia regional, como o fim das quotas leiteiras e a liberalização do
espaço aéreo regional, conduzem à obrigatoriedade de favorecer um
progresso socioeconómico vocacionado predominantemente para um futuro
assente no conhecimento, na inovação, no empreendedorismo (social,
empresarial e associativo) e na aplicação de novas tecnologias, para além da
otimização das vantagens comparativas resultantes do enquadramento
natural da Região. Efetivamente, nos Açores encontram-se domínios de
vanguarda que contribuem para essa visão, cuja devida valorização e
aproveitamento económico se tornam indispensáveis para afirmar o real
potencial existente. Esses domínios estão, sobretudo, associados ao
conhecimento relativo às especificidades geológicas, biológicas e químicas do
território açoriano; à capacidade de inovar e reinventar em setores
tradicionais; às peculiaridades demográficas e culturais da população
açoriana e a outros vetores de potencialidades incalculáveis, como a energia
(sobretudo de fonte renovável) e a economia do mar.
2.2.3. Análise à Evolução Económica
40 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Tendo em consideração os recursos existentes, a capacidade instalada (e a
que se prevê instalar a curto prazo) e o know-how local, a investigação
científica ligada à fauna e à flora, ao mar, ao espaço e à energia, sob o ponto
de vista de inovação empresarial, pode abrir novas oportunidades aos
produtos açorianos no mercado mundial, conduzindo a uma evolução do
modelo económico atual e proporcionar um novo paradigma socioeconómico
e de qualidade de vida na Região. Estes aspetos conjugam-se num bom ponto
de partida para o aproveitamento da onda da Nova Economia, que assenta
não só no conhecimento, na inovação contínua e aplicada e no aumento da
difusão da tecnologia, mas também no empreendedorismo e na qualificação
dos recursos humanos.
O concelho da Ribeira Grande não é de todo alheio a esta realidade e irá
deparar-se com vários desafios à sua estabilidade económica e social.
Repare-se que um dos maiores problemas no desemprego regional atual é a
baixa qualificação dos desempregados. A necessidade de qualificação e
escolarização da população é, efetivamente, um dos grandes desafios que o
concelho enfrenta. A aposta no reforço das suas unidades educativas e
formativas é imprescindível e deverá ser posicionada de modo a acompanhar
também as exigências impostas pela economia baseada no conhecimento.
Para além disso, haverá, certamente, a necessidade de diversificar a base
económica do concelho, desenvolvendo setores, como o turismo, onde exista
potencial endógeno ou capacidade instalada.
Há, ainda, que considerar as dinâmicas cada vez mais intensas e rápidas do
mercado. A integração no espaço comunitário e a abertura a um mundo
global expõem toda a economia a desafios constantes, mas também a
inúmeras oportunidades. Estas forças induzem permanentes alterações no
perfil do consumidor, tanto a nível regional como concelhio, e abrem novos
horizontes ao empreendedorismo e à iniciativa privada no que concerne à
exploração do mercado local. Não obstante, dadas as oportunidades que
surgem nesse âmbito e a dimensão e fragilidade do mercado regional, o
mercado exterior deve ser cada vez mais explorado, desenvolvendo produtos
e serviços diferenciadores e identitários que tenham a capacidade para se
deparar com mercados altamente competitivos.
2.2.3. Análise à Evolução Económica
41 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Em suma, a principal transformação na economia açoriana traduziu-se na
crescente terciarização resultante de uma significativa viragem no final dos
anos 1990, determinada por um crescimento acentuado do investimento
público e privado. A iniciativa privada, apesar do elevado peso do setor
público regional, assumiu um papel cada vez mais decisivo na dinamização da
economia regional e impulsionou o setor terciário. Destas alterações
resultaram políticas públicas e estratégias empresariais com vista a:
• Incrementar progressivamente os níveis de qualificação profissional no
tecido económico-social;
• Dinamizar a economia de proximidade num mercado regional, cada vez
mais aberto, em estreita interligação com a promoção da coesão social,
económica e territorial da Região;
• Reforçar a rendibilidade do setor primário e secundário, através do
aumento do valor acrescentado bruto gerado;
• Modernizar as atividades económicas tradicionais através da introdução de
novas tecnologias;
• Tornar emergente o turismo como área potenciadora da afirmação do setor
terciário na estrutura produtiva regional;
• Reforçar a eficiência das estruturas de transportes, de modo a minimizar os
efeitos da distância e da fragmentação do mercado regional; e
• Melhorar a performance da administração regional.
2.2.3. Análise à Evolução Económica
42 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
2.2.4. Fatores Regionais de Competitividade
De uma forma sumária, constata-se que no período económico atual importa
garantir que as bases de uma economia competitiva são a inovação, o
conhecimento, o empreendedorismo e a tecnologia. Por inerência, a
economia regional, pretendendo e necessitando da sua afirmação no
contexto internacional, terá que continuar a desenvolver esforços para
impulsionar a capacidade de modernização e de penetração no mercado
global.
Neste prosseguimento a competitividade de um grande número de unidades
produtivas regionais tem vindo gradualmente a melhorar, em particular
aquelas que desenvolvem a sua atividade nos setores de bens
transacionáveis. Desta forma, a necessidade de ombrear com produtos e
players extraordinariamente competitivos vem determinando, em especial, a
modernização dos processos de criação, transformação e comercialização de
produções tradicionais no domínio da agricultura e das pescas.
As evoluções registadas nestes domínios e nestas empresas e negócios vêm
também em sequência de fatores aliados ao desenvolvimento regional e à
influência da inserção no espaço comunitário europeu. Entre esses fatores
destaca-se a implementação de algumas medidas de incentivo, como sejam o
apoio ao empreendedorismo e ao investimento, a adoção de medidas de
natureza imaterial no domínio da facilitação da inovação e do fomento de
ambientes exigentes em matéria de qualidade e certificação, a par da
implementação e aperfeiçoamento de outros instrumentos inseridos nos
quadros comunitários de apoio. De frisar, também, a melhoria contínua da
formação profissional dos agentes, a dinamização de parcerias entre
institutos públicos, a universidade e as empresas, a ténue atração do
investimento externo e ainda outras vertentes específicas relacionadas com a
modernização do sistema produtivo regional.
2.2.4. Fatores Regionais de Competitividade
43 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
2.2.4. Fatores Regionais de Competitividade
Não obstante, ainda subsistem os efeitos relacionados com a insularidade, o
afastamento dos grandes centros de decisão, a pequena dimensão e
dispersão geográfica, as condições climatéricas e geológicas difíceis e as
características socioeconómicas, como a elevada aversão ao risco e os baixos
níveis de rendimento per capita e de formação. Todavia, no que concerne à
insularidade, o Relatório Solbes (2011) sugere que as RUP possuem várias
características com potencial económico que necessitam ser capitalizadas.
Especificamente, existem oportunidades de relacionamentos comerciais com
diferentes áreas geográficas, de investigação e desenvolvimento, de
prestação de serviços na área ambiental, de turismo, de utilização dos
recursos presentes nas vastas zonas económicas exclusivas, de introdução de
TIC e exploração de produtos agrícolas.
Relativamente aos Açores, estas oportunidades referem-se, sobretudo, à
exploração de vários setores da Nova Economia, como as Novas Tecnologias,
a Tecnologia Espacial, a Bio Economia e a Economia do Mar, em consonância
com as recomendações de algumas instituições internacionais, como a OCDE
e a Comissão Europeia. Adicionalmente, face às características endógenas do
arquipélago – em matéria de termalismo, de paisagens naturais, onde impera
o sossego, e acessibilidades – os Açores oferecem excelentes condições para
o turismo de saúde e de bem-estar, com vantagens comparativas muito
interessantes.
Neste paradigma, o concelho da Ribeira Grande apresenta grande potencial
no contexto regional. Para além da sua histórica relação com o mar, que lhe
confere variadíssimas oportunidades na economia do futuro, o concelho
integra recursos diferenciadores ao nível da fertilidade dos solos, mas
também na localização geográfica e características geológicas. O concelho da
Ribeira Grande é o único que faz fronteira com todos os restantes concelhos
micaelenses, situando-se “no coração” da ilha de São Miguel, incorporando
condições singulares ao nível termal e de manifestações vulcânicas, que
permitem o desenvolvimento de setores de atividade complementares,
como a produção de energias renováveis e o turismo.
3. Contexto Turístico
Internacional, Nacional e Regional
45 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Índice
1. Apresentação 7
2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21
3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44
3.1. Evolução do Turismo Mundial 47
3.2. Evolução do Turismo em Portugal 55
3.3. Evolução do Turismo nos Açores 67
3.4. Cadeia de Valor no Setor do Turismo 79
3.5. Principais Tendências no Setor do Turismo 89
4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321
6. Considerações Finais 332
7. Bibliografia 339
8. Anexos 346
46 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
O setor do turismo tem sido um dos mais dinâmicos no mercado mundial,
evoluindo muito significativamente nos últimos anos, tanto na oferta como
na procura. Recentemente, foram ultrapassados os mil milhões de turistas
num único ano e todas as previsões apontam para um crescimento contínuo
e muito acelerado nos próximos 15 anos. O grande desenvolvimento das
economias emergentes será o principal motor deste crescimento, atribuindo
a países como China, Brasil e Rússia um papel de relevo no setor. O
continente asiático será aquele que mais crescerá, enquanto a Europa, como
mercado já maduro, manterá a liderança mundial em termos absolutos e
relativos, mas com taxas de crescimento reduzidas.
Apesar de toda esta dinâmica, o setor turístico foi afetado pela crise
económica e financeira internacional. O ano de 2009 foi um dos piores da
última década, com reflexos notórios no número de hóspedes, dormidas e
receitas em Portugal e nos Açores. De notar que, devido à atual fragilidade
da economia portuguesa, o turismo interno está a perder importância para o
turismo externo e nos Açores o número de turistas estrangeiros já
ultrapassou o número de turistas de território nacional.
As perspetivas de evolução do setor turístico revelam alterações substanciais
na relação da oferta com a procura. Dada a relevância do efeito multiplicador
deste setor na economia é fundamental acompanhar as mudanças e
preparar toda a atividade económica para um novo paradigma.
3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional
3.
47 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Segundo a Organização Mundial de Turismo (UNWTO), prevê-se que o setor
do turismo cresça a uma taxa média anual de 3,3%, atingindo um valor global
de 1,8 mil milhões de chegadas internacionais de turistas em 2030. Refira-se
que em 1950 este número se limitava a 25 milhões, tendo ultrapassado, pela
primeira vez, os mil milhões em 2012. A importância da atividade turística ao
nível da criação de valor é cada vez mais notória, estimando-se que
contribua, de forma direta e indireta, com 9% do PIB mundial.
Após um período de menor fulgor entre 2008 e 2009, também influenciado
pela crise económico-financeira internacional, o número de chegadas
internacionais de turistas cresceu 6,5% em 2010, o melhor registo desde
2005. Estes dados revelam o potencial ainda por explorar nesta área de
negócio, dado que os crescimentos retomaram de forma imediata após os
primeiros impactos negativos de uma crise transversal a toda a economia.
3.1. Evolução do Turismo Mundial
5,7% 6,4%
2,0%
-3,9%
6,5%
5,0% 4,0%
5,0%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Gráfico 13 – Crescimento do número de chegadas internacionais de turistas
Fonte: UNWTO (2014)
3.1. Evolução do Turismo Mundial
48 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
É interessante, por exemplo, analisar o crescimento da importância do setor
turístico nas economias emergentes, que aumentaram a sua quota no
mercado global de turismo, principalmente desde o ano 2000. Contudo, nos
últimos 3 anos, apesar de se manterem elevadas taxas de crescimento no
setor, a relação proporcional das economias emergentes e das economias
consideradas avançadas tem-se mantido constante. Ainda assim, as previsões
da UNWTO apontam para que o crescimento médio nas economias
emergentes (4,4%) represente o dobro do registado nas economias
avançadas (2,2%) até 2030, demonstrando o seu imenso potencial.
Por outro lado, a Europa continua a ser o líder do setor, recebendo mais de
metade dos turistas internacionais (51,8% em 2013) e registando uma taxa
média de crescimento entre 2005 e 2013 de 2,9%. Em 2013, a taxa de
crescimento foi de 5,4%, ou seja, um incremento de cerca de 29 milhões de
turistas, o maior crescimento mundial em termos absolutos. Nesta região, a
sub-região do centro e leste europeu destacou-se nos dois últimos anos com
dados disponíveis (2012 e 2013), registando crescimentos de 8,3% e 6,5%.
No entanto, a região com maior crescimento relativo é o da Ásia e Pacífico,
com uma taxa média de 6,2%, superando desde o início do milénio o
mercado das Américas. Atualmente, a região da Ásia e Pacífico representa
22,8% do mercado internacional e apresenta a única sub-região que em 2013
cresceu acima dos 10%, o Sudeste Asiático (10,5%). Ressalve-se, ainda, o
comportamento do mercado africano com registos de crescimento
assinaláveis, nomeadamente na sub-região subsariana, com uma média
(2005-2013) de 7,1%.
O mercado americano apresenta uma clara dualidade, com as sub-regiões da
América do Sul (5,2%) e da América Central (4,9%) a crescerem
substancialmente mais do que a América do Norte (2,6%) e Caraíbas (1,5%).
Este mercado não tem mantido a mesma capacidade de crescimento do
mercado asiático ou da Europa, representando atualmente apenas 15,4% do
setor turístico internacional.
3.1. Evolução do Turismo Mundial
68,0% 63,4% 62,2%
56,9% 53,4% 53,4%
32,0% 36,6% 37,8%
43,1% 46,6% 46,6%
1990 1995 2000 2005 2010 2013
Economias avançadas Economias emergentes
Gráfico 14 – Evolução das quotas de mercado (market share) no setor do turismo
Fonte: UNWTO (2014)
49 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Após a procura ter excedido as expetativas em 2013, para 2014 as previsões
apontam para um crescimento global de 4% a 4,5%. São valores superiores à
média estimada até 2030 (3,3%), sendo os mercados da Ásia e Pacífico e de
África os que apresentam maiores expetativas de aumento da procura.
Prevê-se que o mercado europeu, apesar de 2013, normalize e regresse a
taxas de crescimento entre os 3% e os 4%, semelhantes ao mercado das
Américas. O mercado do Médio Oriente é o que apresenta piores
performances e uma situação mais volátil, fruto, naturalmente, dos conflitos
registados e que se estão a intensificar nessa zona do mundo.
Os dados publicados pela UNWTO revelam que o meio aéreo (53%) é o mais
utilizado para as viagens turísticas, mas também demonstram a importância
do transporte terrestre, nomeadamente as vias rodoviárias (40%). Não
obstante, a UNWTO frisa que a tendência registada revela o contínuo
crescimento da via aérea, que continuará a aumentar a sua dominância.
No que respeita aos propósitos das viagens, o lazer e gozo de férias são os
principais objetivos, com 52% das referências, o que representa,
sensivelmente, 568 milhões de pessoas. Os negócios e motivos profissionais
resultam em 14% das viagens e as visitas a familiares e amigos, motivos
religiosos e saúde representam um peso agregado de 27%. Restam, ainda,
7% de viagens cujo motivo não é especificado.
3.1. Evolução do Turismo Mundial
0
100
200
300
400
500
600
2000 2005 2010 2013
Europa Ásia e Pacífico Américas África Médio Oriente
Var12-13 = 5,4%
Var12-13 = 6,3%
Var12-13 = 3,2%
Var12-13 = 5,5%
Var12-13 = -0,2%
Fonte: UNWTO (2014)
Gráfico 15 – Evolução do número de chegadas internacionais de turistas por mercado
Ar 53%
Água 5%
Caminho de ferro 2%
Estrada 40%
Adaptado: UNWTO (2014)
Gráfico 16 – Fluxos inbound de turismo por meio de transporte, 2013
50 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
No que concerne aos destinos turísticos, a França mantém, há alguns anos, a
liderança do ranking dos países mais visitados. Em 2012, o número de
chegadas internacionais de turistas a França cifrou-se nos 83 milhões, mais
16,3 milhões do que os Estados Unidos da América, que ocupam a segunda
posição do ranking. Os dados de 2013 relativos a França ainda não são
conhecidos, mas perspetiva-se a consolidação da liderança, uma vez que os
Estados Unidos atingiram os 69,8 milhões de chegadas internacionais de
turistas, ainda longe dos valores normalmente atingidos pelos franceses.
No top 10 mundial de 2013, destaca-se, ainda, a recuperação do terceiro
lugar pela Espanha, que ultrapassou a China, e para a entrada, pela primeira
vez, da Tailândia, que regista um grande crescimento nos últimos anos.
Ao nível económico, as conclusões da UNWTO confirmam a forte correlação
existente entre o número de chegadas internacionais de turistas e o nível de
receitas geradas. Estas cresceram em termos reais (considerando as
variações nas taxas de câmbio e na inflação) 5% em 2013, a mesma taxa de
crescimento verificada para o número de chegadas internacionais. Assim, no
setor do turismo foi gerado, a nível mundial, um total de receitas de 873 mil
milhões, resultando numa média de cerca de 803 euros por turista, sendo
que nas economias avançadas essa média se cifrou nos 966 euros e nas
economias emergentes correspondeu a 615 euros.
3.1. Evolução do Turismo Mundial
Lazer, recreação e férias 52%
Negócios e atividades
profissionais 14%
Visita a familiares /amigos, saúde,
religião 27%
Não especificado 7%
Gráfico 17 – Fluxos inbound de turismo por propósito de visita, 2013
Adaptado: UNWTO (2014)
Posição
Turistas (milhões) Variação (%) Quota (%)
2012 2013 2011/2012 2012/2013 2012 2013
1 França 83,0 .. 1,8 .. 8,0 ..
2 EUA 66,7 69,8 6,3 4,7 6,4 6,4
3 Espanha 57,5 60,7 2,3 5,6 5,6 5,6
4 China 57,7 55,7 0,3 -3,5 5,6 5,1
5 Itália 46,4 47,7 0,5 2,9 4,5 4,4
6 Turquia 35,7 37,8 3,0 5,9 3,4 3,5
7 Alemanha 30,4 31,5 7,3 3,7 2,9 2,9
8 Reino Unido 29,3 31,2 -0,1 6,4 2,8 2,9
9 Rússia 25,7 28,4 13,5 10,2 2,5 2,6
10 Tailândia 22,4 26,5 16,2 18,8 2,2 2,4
Fonte: UNWTO (2014)
Tabela 06 – Top 10 mundial de chegadas internacionais de turistas
51 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Oito dos destinos que marcam presença no top 10 de chegadas
internacionais estão também inscritos no top 10 dos destinos que mais
receitas geram. Tal como a UNWTO analisa, este registo é bastante curioso,
pois existem diferenças substanciais no tipo de turistas que cada um desses
destinos atrai, bem como na estadia média e gasto médio por viagem e por
noite. Naturalmente que quanto mais turistas chegam a um destino maior é
o potencial de geração de valor, no entanto, o perfil de consumo do turista
influencia significativamente os resultados finais atingidos. Repare-se, por
exemplo, nas diferenças existentes entre França, líder do ranking em
chegadas internacionais e apenas terceiro nas receitas geradas, e os EUA,
segundo no ranking de chegadas e primeiro no ranking de receitas. Os EUA
conseguem obter uma receita média aproximada de 1.892 dólares, enquanto
que em França apenas se atingem os 645 dólares, ou seja, três vezes menos.
É, ainda, de ressalvar a presença e o comportamento de Macau e Hong Kong
no top 10 dos destinos com mais receitas turísticas. De facto, estas duas
regiões administrativas especiais da China têm crescido sempre a dois
dígitos, evoluindo, respetivamente, de 3,2 mil milhões de dólares e 5,9 mil
milhões de dólares para 51,6 mil milhões de dólares e 38,9 mil milhões de
dólares, desde o ano 2000 até 2013. De referir também a performance da
Tailândia, com crescimentos acima dos 20% nas receitas turísticas.
A valorização do euro face ao dólar levou a que, no total, o mercado
europeu, onde se geram mais de 42% das receitas globais do setor,
apresentasse o maior crescimento absoluto em 2013 (aproximadamente 15
mil milhões de euros). O mercado da Ásia e Pacífico foi o que cresceu mais
em termos relativos, acima dos 8%, gerando 14 mil milhões de euros
adicionais. O mercado das Américas aumentou 5,9 mil milhões de euros,
enquanto os mercados africano e do médio oriente perderam receitas (-0,9 e
-0,3 mil milões de euros, respetivamente).
3.1. Evolução do Turismo Mundial
Posição
Receitas (mil milhões dólares)
Variação (%)
2012 2013 2011/2012 2012/2013
1 EUA 126,2 139,6 9,2 10,6
2 Espanha 56,3 60,4 -6,3 7,4
3 França 53,6 56,1 -2,2 4,8
4 China 50,0 51,7 3,2 3,3
5 Macau 43,7 51,6 13,7 18,1
6 Itália 41,2 43,9 -4,2 6,6
7 Tailândia 33,8 42,1 24,4 24,4
8 Alemanha 38,1 41,2 -1,9 8,1
9 Reino Unido 36,2 40,6 3,3 12,1
10 Hong Kong 33,1 38,9 16,2 17,7
Fonte: UNWTO (2014)
Tabela 07 – Top 10 mundial de receitas turísticas
52 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Mais um dado relevante das dinâmicas do mercado turístico é a indicação
que a grande maioria dos turistas visita destinos dentro da sua região de
origem. Aproximadamente quatro em cada cinco turistas é proveniente da
mesmo região do destino.
A Europa mantém também a principal região emissora de turistas (555,9
milhões) mas, fruto de alterações socioeconómicas substanciais, os mercados
asiáticos estão a evoluir muito positivamente neste domínio. Em 1990
representavam apenas 13,5% da origem dos turistas e atualmente já
registam um valor acima de 23%, tendo crescido mais de quatro vezes em
termos absolutos (de 58,7 milhões para 250,2 milhões de turistas).
Os dados analisados demonstram a grande importância que o mercado da
Ásia e Pacífico estão a ter nas dinâmicas internacionais do turismo. Dentro
desse mercado, a China surge com particular destaque, com uma evolução
notável a todos os níveis. Com uma população de aproximadamente 1,3 mil
milhões de habitantes (quase três vezes a população total da União Europeia
e mais de quatro vezes a população dos EUA), a China regista um imenso
potencial de crescimento, quer na emissão quer na atração de turistas. Em
2012, assumiu-se, pela primeira vez, como o país que mais gasta no turismo,
destacando-se nessa liderança no ano seguinte com um significativo
aumento de 26%, ou seja, quase 27 mil milhões de dólares incrementais (que
corresponde à soma do aumento das despesas dos restantes nove países do
top 10 que mais gastam a nível internacional).
A UNWTO nota que a pujança do crescimento da China se deve a vários
fatores, incluindo o aumento do rendimento disponível, menores restrições à
circulação internacional de pessoas e uma valorização da moeda (Yuan).
Registe-se que as despesas internacionais da China com o turismo
aumentaram mais de 10 vezes desde 2000, passando em 12 anos de sétimo
para primeiro na classificação dos países que mais gastam.
3.1. Evolução do Turismo Mundial
Origem Turistas (milhões) Quota (%)
1990 2000 2010 2012 2013 2013
Europa 250,3 388,8 496,6 537,3 565,9 52,1
Ásia e Pacífico 58,7 114,2 206,3 237,2 250,3 23,0
Américas 99,3 130,8 156,3 171,6 178,1 16,4
Médio Oriente 8,2 14,1 34,6 31,6 32,3 3,0
África 9,8 14,9 28,3 31,9 33,4 3,1
Origem não especificada 7,8 14,1 26,3 25,7 26,8 2,5
Total 434 677 948 1.035 1.087
Mesma região 348,7 532,5 728,1 799,6 840,2 77,3
Outras regiões 77,6 130,3 194,0 210,0 219,8 20,2
Tabela 08 – Chegadas internacionais de turistas por região de origem (milhões)
Fonte: UNWTO (2014)
53 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
No aspeto dos gastos internacionais, há ainda a destacar o crescimento na
Rússia, com 25%, ou seja, quase 11 mil milhões de dólares incrementais, para
ascender ao quarto lugar na tabela. A Rússia duplicou as suas despesas em
apenas três anos e é o segundo mercado em maior crescimento neste
aspeto. Não obstante, as recentes dificuldades da economia russa e a grande
depreciação do Rublo podem afetar esta evolução. Por fim, uma nota para o
Brasil, que entra no top 10, com um crescimento de 13%, o que significa que
China, Brasil e Rússia juntos representam quase metade do crescimento do
total de despesas a nível internacional (40,2 mil milhões de dólares em 81 mil
milhões de dólares). Repare-se, no entanto, que o valor total anual de gastos
do Brasil nessa rubrica é inferior ao aumento de 2012 para 2013 registado na
China. A diferença entre o primeiro e o décimo da tabela é, assim, superior a
100 mil milhões de dólares.
Para o futuro, as projeções da UNWTO apontam para um crescimento médio
global de 3,3%, atingindo em 2020 cerca de 1,4 mil milhões de turistas e em
2030 aproximadamente 1,8 mil milhões. Ao longo do tempo, a taxa de
crescimento vai naturalmente abrandando, com a maturação de mais
mercados a nível internacional. Nesta dinâmica, as chegadas internacionais
de turistas serão maiores nas economias emergentes, atingindo 57% em
2030. Este será um paradigma de enorme relevância na economia mundial e
no desenvolvimento local e regional, uma vez que o efeito multiplicador do
turismo afeta transversalmente a generalidade das atividades económicas.
A liderança no crescimento pertencerá à Ásia e Pacífico, onde se espera
registar em 2030 mais de 535 milhões de turistas por ano. África e o Médio
Oriente também registarão crescimentos muito relevantes, mais do que
duplicando os seus valores absolutos de 2010, cifrando-se, respetivamente,
em 134 milhões e 149 milhões de turistas. Dada a maturidade dos mercados
da América do Norte, Europa do Norte e Europa Ocidental, as regiões das
Américas e da Europa terão ritmos de crescimento mais baixos.
3.1. Evolução do Turismo Mundial
Tabela 09 – Gastos com o turismo internacional
Fonte: UNWTO (2014)
Posição
Gastos (mil milhões de dólares)
Quota (%)
2012 2013 2013
1 China 102,0 128,6 11,1
2 EUA 83,5 86,2 7,4
3 Alemanha 81,3 85,9 7,4
4 Rússia 42,8 53,5 4,6
5 Reino Unido 51,3 52,6 4,5
6 França 39,1 42,4 3,7
7 Canadá 35,0 35,2 3,0
8 Austrália 28,0 28,4 2,4
9 Itália 26,4 27,0 2,3
10 Brasil 22,2 25,1 2,2
54 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Não obstante, em termos absolutos, continuará a ser a Europa a liderar a
chegada internacional de turistas, com 744 milhões de turistas, ou seja, uma
quota de mercado de 41,1%. Este é um dado relevante, pois a quota de
mercado da Europa nessa projeção estará abaixo dos 50%. Por outro lado, a
região da Ásia e Pacífico atingirá os 29,6% de quota de mercado, mais do
dobro da quota a registar nas Américas, o que representará, previsivelmente,
interessantes alterações geopolíticas, económicas e sociais.
3.1. Evolução do Turismo Mundial
51,8%
22,8%
15,4%
5,1% 4,7%
41,1%
29,6%
13,7%
7,4% 8,2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Europa Ásia e Pacífico Américas África Médio Oriente
Quota de Mercado 2013 Quota de Mercado 2030
Gráfico 18 – Quotas de mercado por regiões, segundo as previsões da UNWTO
Fonte: UNWTO (2014)
55 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Dada a importância estrutural na economia, o turismo tem sido definido e
encarado como um setor estratégico para Portugal. Em 2007, foi publicado o
Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT), “para servir de base à
concretização de ações definidas para o crescimento sustentado do Turismo
nacional nos anos seguintes, e orientar a atividade do Turismo de Portugal,
I.P., entidade pública central do setor”.
Foi, assim, construída uma visão de longo prazo para as diferentes regiões do
país, procurando capitalizar de forma especializada, mas integrada, a
capacidade instalada, os recursos humanos disponíveis e os recursos naturais
existentes. Na realidade, era assumido que o país tinha vantagens
competitivas no turismo sem paralelo em nenhum outro setor de atividade.
Em consequência, a aposta passou por fatores diferenciadores –
nomeadamente “Clima e luz”, “História, Cultura e Tradição” e “Diversidade
Concentrada” – e em elementos qualificadores da oferta – “Autenticidade
moderna”, “Segurança” e “Qualidade competitiva”.
Não obstante, eram já apontados desafios estruturais que afetavam
diretamente a performance do setor turístico português. Para além da
grande dependência de um número restrito de mercados emissores, o
desempenho nacional estava alicerçado fundamentalmente nos resultados
de três regiões (Algarve, Lisboa e Madeira), contando, ainda, com uma
elevada sazonalidade e limitações nas ligações aéreas.
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
56 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Neste contexto, o PENT foi concebido numa base muito ambiciosa, prevendo
um crescimento acima da média europeia. O objetivo delineado previa um
crescimento anual de 5% no número de turistas, procurando atingir 20
milhões em 2015. Adicionalmente, perspetivava-se um crescimento anual
nas receitas turísticas de 9% por ano, ultrapassando os 15 mil milhões de
euros em 2015. Todavia, a conjuntura macroeconómica e os fortes impactes
da crise financeira internacional impediram um desenvolvimento desta
dimensão, levando a revisões e alterações das estratégias definidas
originalmente.
O número de estabelecimentos hoteleiros aumentou 0,8% entre 2007 e
2014, disponibilizando, assim, um total de 2.048 unidades disponíveis para
turistas. Contudo, verificou-se uma oscilação negativa em 2009, refletindo as
dificuldades financeiras conjunturais. A recuperação posterior é visível,
apesar de em 2013 se registar uma nova redução no número de
estabelecimento hoteleiros. Entre 2009 e 2014 o crescimento cifra-se em 3%,
representando um aumento de 60 estabelecimentos no setor.
Um dinâmica interessante é a qualificação da oferta hoteleira. Em 2007,
apenas 31,2% dos estabelecimentos eram hotéis (634), enquanto em 2014
essa proporção já era de 54,7% (1.121 hotéis). Esta alteração demonstra uma
efetiva melhoria da oferta, uma vez que os estabelecimentos classificados
como “outros” foram os que mais perderam em termos relativos (passando
de 49% para 24,6%).
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
2.031
2.041
1.988
2.011 2.019
2.028
2.008
2.048
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Fonte: Turismo de Portugal /INE(2015)
Gráfico 19 – Estabelecimentos hoteleiros em Portugal
Hotéis 54,7% Hotéis-
Apartamentos 7,1%
Pousadas 1,7%
Aldeamentos Turísticos
2,2%
Apartamentos Turísticos
9,6%
Outros 24,6%
Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
Gráfico 20 – Proporção de estabelecimentos hoteleiros em Portugal por tipologia, 2014
57 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Não obstante, verifica-se que a tipologia de hotel está a tender para
classificações com menor número de estrelas, indiciando empreendimentos
de pequena dimensão e, eventualmente, menor qualidade. Entre 2009 (o
primeiro ano em que há dados disponíveis) e 2014, houve uma notória
tendência para o crescimento dos hotéis de 1 e 2 estrelas, uma diminuição
da proporção da oferta hoteleira de 3 e 4 estrelas e um ligeiro aumento nos
hotéis de 5 estrelas. Esta situação poderá indiciar uma alteração no padrão
de consumo e no perfil do turista que procura Portugal.
Em 2014, a capacidade de alojamento em Portugal ultrapassou, pela primeira
vez, as 300 mil camas, sendo que praticamente 60% da oferta é
disponibilizada por hotéis. Um destaque particular para os hotéis 4*, que
disponibilizam quase 26% das camas totais e 43,3% das camas em hotéis. O
crescimento médio anual do número de camas, entre 2007 e 2014, situa-se
nos 2%, mas neste último ano verificou-se um incremento de 3,8%. Entre
2007 e 2014 o aumento total foi de 16,8%, confirmando uma intensificação
do desenvolvimento do setor. Portanto, a oferta em estabelecimentos
hoteleiros foi reforçada com cerca de 45.000 camas desde 2007, sabendo-se
que apenas na tipologia de classificação “outros” houve uma diminuição (-
26.096), enquanto nos hotéis houve um aumento superior a 55.000 camas.
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
Gráfico 21 – Proporção de hotéis em Portugal por tipologia
8,2%
35,5% 39,9%
16,3%
8,6%
31,4% 31,8% 28,3%
5* 4* 3* 2* e 1*
2009 2014
240.000
260.000
280.000
300.000
320.000
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
Gráfico 22 – Capacidade de alojamento em Portugal (camas)
58 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A evolução do número de camas está a acompanhar, naturalmente, as
tendências registadas nos estabelecimentos hoteleiros, aumentando a
dominância dos hotéis e a redução da oferta menos qualificada, em virtude,
provavelmente, do surgimento de unidades com grande capacidade.
Numa análise mais recente, entre 2009 e 2014, em todas as tipologias de
hotel, verificou-se um incremento no número de camas. Em termos relativos,
os maiores aumentos registaram-se nas classes de 1 e 2 estrelas, com 77,7%,
e na classe de 5 estrelas, com 58,3%. Porém, em termos absolutos, a maior
variação foi nos hotéis 4 estrelas, com uma variação total de 14.548 camas.
Apesar do contínuo aumento da oferta de alojamento, a realidade é que as
taxas anuais de ocupação do quarto têm apresentado alguma volatilidade.
Efetivamente, o ano de 2009 foi o que maior quebra registou, mas, desde
então, ainda não houve uma recuperação consolidada. Os dados disponíveis
indicam uma tendência de crescimento a partir de 2013, confirmada com a
excelente performance em 2014, com taxas de ocupação sempre superiores
aos meses homólogos dos dois anos anteriores, situação particularmente
evidente na época alta. Registe-se, ainda, a notória alteração de
comportamento na procura a partir de abril (início da denominada época
média), que estará relacionada com a Páscoa.
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
Hotéis 59,8%
Hotéis-Apartamentos
14,0%
Pousadas 1,1%
Aldeamentos Turísticos
5,5%
Apartamentos Turísticos
11,8%
Outros 7,9%
Gráfico 23 – Camas por tipologia de estabelecimento hoteleiro em Portugal, 2014
Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
21.286
65.440
41.769
13.080
33.688
79.988
47.901
23.248
5* 4* 3* 2* e 1*
2009 2014
Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
Gráfico 24 – Número de camas por tipologia de hotel em Portugal
59 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Analisando o comportamento mensal das taxas de ocupação, confirma-se a
forte propensão sazonal. O pico de atividade regista-se em agosto, enquanto
a época de menor fluxo regista-se entre dezembro e janeiro. Em 2013, foi
essencialmente o comportamento na época alta que possibilitou resultados
melhores do que no ano anterior, pois a taxa de ocupação na época baixa foi
inferior à de 2012.
O rendimento por quarto (RevPar) apresentou, igualmente, alguma
volatilidade e uma efetiva diminuição desde 2007, ano em que registou um
valor de 31,6€. Em 2014, o RevPar a nível nacional situou-se nos 33,1€, já
demonstrando alguma recuperação depois de se ter atingido o valor de
28,1€ em 2009. É de notar que os valores apresentados pelo INE para este
indicador de desempenho financeiro na hotelaria incluem as várias tipologias
de estabelecimento hoteleiro, nomeadamente hotéis, pensões, estalagens,
pousadas, motéis, hotéis-apartamentos, aldeamentos turísticos e
apartamentos turísticos.
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
Gráfico 25 – Taxa de ocupação do quarto em estabelecimentos hoteleiros em Portugal
59,0%
57,1%
51,9% 51,4%
52,3%
51,3%
53,2%
57,0%
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
Gráfico 26 – Taxa de ocupação (quarto) mensal em Portugal
0%
20%
40%
60%
80%
100%
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
2012 2013 2014
60 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Em termos individuais, as pousadas apresentam sempre o RevPar mais
elevado destas tipologias, com uma média anual no período de 2007 a 2014
de 41,6€, enquanto as pensões apresentam o valor mais baixo, com uma
média 13,6€. No entanto, é de notar que a rubrica hotéis inclui todas as
tipologias de hotel, desde 1 a 5 estrelas, que apresentam, naturalmente,
valores muito diferentes no RevPar. Isoladamente, os hotéis 5 estrelas
apresentam uma valor acima dos 60 euros. Refira-se, por último, que o
RevPar dos hotéis (-2,3€) e pousadas (-4,5€) permanece inferior a 2007.
De uma forma geral, é percetível uma recuperação paulatina do setor
turístico no país, mas ainda existem fatores que continuam sem atingir o
patamar que apresentavam antes da crise financeira internacional.
O ano de 2014 foi o melhor de sempre para o turismo nacional no que
concerne ao número de hóspedes em estabelecimentos hoteleiros,
ultrapassando os 16 milhões. Pela análise evolutiva deste indicador,
constata-se que 2009 foi efetivamente um ano de quebra na procura, com
uma diminuição relativa de 3,9%, que significa em termos absolutos -528.465
hóspedes. Verifica-se, igualmente, que a taxa média de crescimento anual
desde 2007 (3,5%) está longe das perspetivas da primeira versão do PENT
(5%). Todavia, 2014 apresentou um novo paradigma, com um crescimento
espetacular de 12%, o maior da última década.
Decompondo a procura, é possível verificar que a proporção de hóspedes
estrangeiros tem vindo a aumentar, situando-se já perto dos 60% (9,3
milhões). Em 2009, o número total de hóspedes estrangeiros diminuiu 8,9%,
com claras consequências na procura total. Porém, desde 2010 que a taxa
média anual de crescimento é de 7,6%, sendo em 2014 de 12,3%. Os
hóspedes nacionais mantiveram um comportamento regular, atingindo o
pico da procura em 2010 (mais de 6,7 milhões), reduzindo consecutivamente
até 2013. Em 2014 registou novo máximo (6,8 milhões). Note-se que todos
estes valores indicam que 2009 foi o ano de menor performance no setor
turístico nacional, em resultado da crise financeira internacional de 2008.
Contudo, o número de hóspedes portugueses cresceu nesse ano e no
seguinte, revelando o diferimento dos efeitos daquela conjuntura.
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
Gráfico 27 – RevPar em Portugal
31,6 € 31,3 €
28,1 € 28,3 €
29,5 €
28,5 €
30,2 €
33,1 €
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
61 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
Considerando os dados provisórios do Turismo de Portugal para 2014, os
principais mercados emissores estrangeiros são o Reino Unido (17,0%),
Espanha (15,5%), França (10,7%) e Alemanha (10,6%), que juntos
representam quase 54% do somatório da procura. É, no entanto, de referir
que entre 2007 e 2014, destes quatro países, apenas França aumentou o seu
peso relativo (sendo mesmo um dos países que mais cresceu no número de
hóspedes em Portugal). A Alemanha praticamente não alterou a sua
proporção, mas aumentou em termos absolutos, enquanto o Reino Unido
reduziu o peso relativo em virtude de uma efetiva diminuição na emissão do
número de hóspedes. Após um ano de 2009 com uma acentuada quebra no
mercado britânico (-22,5%), o número de hóspedes tem voltado a crescer.
Em termos evolutivos é também interessante verificar o comportamento de
alguns mercados desde 2007. Até 2013, a Rússia foi o país que mais cresceu,
registando um aumento de 225,3% e, apesar de ter representado menos de
170.000 hóspedes, poderá ser um mercado muito importante no futuro, uma
vez que se posicionou em 11.º nos mercados emissores para Portugal. O
Brasil é também um mercado em grande crescimento chegando perto dos
600 mil hóspedes em 2014 e subindo à quinta posição do top 10 (em
contraponto com a oitava posição em 2007). Existem, igualmente, mercados
do centro europeu que têm registado crescimentos relevantes, apesar de
ainda representarem quotas de mercado baixas. Nota ainda para o
crescimento de hóspedes de outras origens. Inversamente, o mercado
italiano é dos que mais tem diminuído, apesar de uma recuperação em 2014.
Posiciona-se atualmente em 9.º lugar quando em 2007 era 5.º nos maiores
mercados emissores para Portugal.
Efetivamente, as grandes alterações registadas nos dez principais mercados
emissores para Portugal foram a subida do Brasil e a descida da Itália. Na
comparação entre 2007 e 2013, as restantes posições mantêm-se inalteradas
ou refletem pequenas oscilações devido aos valores próximos entre
mercados. No entanto, apesar de uma redução de 58,2% para 53,8%,
continua a haver uma grande dependência dos quatro maiores mercados
emissores, que representam 5 milhões de hóspedes.
Gráfico 28 – Número de hóspedes por origem em Portugal (milhões)
6,3 6,3 6,4 6,7 6,6 6,2 6,1 6,8
7,0 7,1 6,5 6,8 7,4 7,7 8,3 9,3
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
De Portugal Do Estrangeiro
13,4 13,5 12,9 13,5 14,0 13,8 14,4
16,1
Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)
62 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Nos últimos anos, os valores das dormidas têm batido records sucessivos,
com o máximo registado em 2014. Em 2013, ocorreram mais de 41,5 milhões
de dormidas em estabelecimentos hoteleiros, ultrapassando pela primeira
vez a barreira dos 40 milhões e representando uma subida de 4,8% face ao
ano anterior. A taxa média de crescimento anual desde 2007 é mais
modesta, cifrando-se em 2,7%, por influência das reduções verificadas em
2008 (-1,3%) e, sobretudo, 2009 (-7,1%). Nos últimos três anos, o
crescimento médio anual foi de 5,5%, resultando num crescimento total
entre 2011 e 2014 de 17% e passando de 39,4 milhões para 46,1 milhões de
dormidas.
O peso relativo das dormidas de estrangeiros continua a aumentar,
representado em 2014 mais de 70%, ou seja, mais de 32 milhões de
dormidas. Porém, os dez maiores mercados neste aspeto continuam a ser os
mesmos de 2007, mantendo-se uma liderança destacada do Reino Unido.
Dentro deste ranking, registam-se algumas alterações substanciais, como a
subida de França ao quarto lugar (quinto em 2007) - mais do que duplicou o
número de dormidas - e do Brasil à sétima posição (décimo em 2007), com
aumentos muito significativos (108% e 144%, respetivamente).
17,0% 15,5%
10,7% 10,6%
6,2%
4,6% 4,2% 3,9% 3,8% 2,5%
Reino Unido Espanha França Alemanha Brasil Holanda Escandinávia EUA Itália Irlanda
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
53,8%
Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)
Gráfico 29 – Proporção do número de hóspedes nos dez maiores mercados emissores
estrangeiros para Portugal, 2014 (dados provisórios)
Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
Gráfico 30 – Número de dormidas em estabelecimentos hoteleiros em Portugal
(milhões)
13,0 13,0 13,2 13,8 13,4 12,4 12,2 13,8
26,8 26,2 23,2 23,6 26,0 27,3 29,4 32,3
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
De Portugal Do Estrangeiro
39,7 39,2 36,5 37,4
39,4 39,7 41,6
46,1
63 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Apesar de tudo, os dez maiores mercados, no seu conjunto, têm vindo a
perder peso, uma vez que em 2007 representavam 58,5% da procura e em
2014 registaram um peso de 57,8%. Esta é uma situação também
influenciada pelo crescimento de mercados como a Rússia, que em 2013
atingiu o 11.º lugar dos mercados com maior número de dormidas (um
crescimento de 196% face a 2007).
Seguindo a mesma tendência, as receitas turísticas têm vindo a aumentar
significativamente e a contribuir de forma notória para o PIB nacional. Entre
2007 e 2014, as receitas turísticas cresceram 3 mil milhões de euros,
passando de 7,4 mil milhões de euros para 10,4 mil milhões de euros - um
aumento de 40% em apenas sete anos.
Em consequência de um crescimento contínuo, em 2014 as receitas turísticas
representaram aproximadamente 6,0% do PIB nacional, um registo muito
significativo e que demonstra a importância do setor para a criação de
riqueza no país e para o equilíbrio da balança comercial.
Em 2014, os 10,4 mil milhões de euros provenientes dos serviços de viagens
e turismo representaram 45,6% das exportações nacionais de serviços e
14,6% do total de exportações (bens e serviços). Nos últimos anos, o turismo
tem sido considerado como o setor mais exportador do país (com marco
efetivo em 2013), reforçando a sua importância para o desenvolvimento dos
serviços e para a economia nacional.
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)
Gráfico 31 – Dormidas de estrangeiros em Portugal por país (milhões)
7,7
3,9 3,4
1,4 1,8 1,8
0,6 1,0 1,0
0,7
7,7
4,4
3,6 3,0
2,1 1,7
1,4 1,2 0,9 0,8
Reino Unido Alemanha Espanha França Holanda Escandinávia Brasil Irlanda Itália EUA
2007 2014
Fonte: Turismo de Portugal/Banco de Portugal/INE(2015)
Gráfico 32 – Receitas turísticas em Portugal (mil milhões de €) e peso relativo no PIB
7,4 7,4 6,9
7,6 8,1
8,6 9,2
10,4
4,2% 4,2% 3,9% 4,2% 4,6%
5,1% 5,4%
6,0%
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
10%
0
2
4
6
8
10
12
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Receitas Turísticas (mil milhões) Peso das receitas turísticas no PIB
64 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
É de notar, no entanto, que em 2014, fruto de alguma recuperação da
economia, os setores exportadores de bens, como bens de equipamento
(11,1 mil milhões), bens intermédios (16,5 mil milhões) e bens de consumo
(16,7 mil milhões), apresentaram valores superiores ao setor do turismo. Não
obstante, esse registo não elimina a importância que o turismo teve e tem
para a economia portuguesa numa época de crise e de grandes dificuldades.
Após ter perdido algum peso nas exportações (de 2000 para 2007), o peso
relativo das receitas turísticas (tanto de serviços como totais) voltou a
aumentar em 2014. Na realidade, o crescimento do setor tem sido bastante
acentuado nos últimos anos, sendo 2014 um ano, de facto, extraordinário no
crescimento e fortalecimento do setor turístico. Com um aumento de 12,4%
face a 2013, 2014 pautou-se, destacadamente, como o melhor ano de
sempre na geração de receitas.
Ainda no que concerne às receitas turísticas, é interessante verificar as
dinâmicas dentro dos vários mercados explorados tradicionalmente pelo
turismo português. Até 2011, o mercado com maior vitalidade e que gerava
mais receitas era o britânico. A partir de 2012 , o mercado francês começou
a liderar a tabela da origem das receitas turísticas em Portugal, mesmo
apresentando menos de 60% dos hóspedes britânicos e menos de 35% das
dormidas deste mercado. Estes são dados que demonstram que o turista
francês gasta em média mais do que o turista britânico e que representa uma
potencial mais-valia económica.
2000 2007 2014
Exportações de bens 27.215 38.294 48.181
Exportações de serviços 10.152 16.891 22.817
Total Exportações 37.367 55.185 70.998
Receitas turísticas 5.720 7.402 10.394
Peso das receitas turísticas sobre as exportações de serviços 56,3% 43,8% 45,6%
Peso das receitas turísticas sobre as exportações totais 15,3% 13,4% 14,6%
Fonte: Banco de Portugal/INE(2015)
Tabela 10 – Evolução do peso relativo das receitas turísticas nas exportações (milhões de €)
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
País 2007 2014
Posição Quota Posição Quota
França 2 15,3% 1 19,9%
Reino Unido 1 24,2% 2 18,9%
Espanha 3 14,9% 3 13,8%
Alemanha 4 10,6% 4 11,8%
Angola 15 1,2% 5 6,7%
EUA 5 4,0% 6 5,1%
Holanda 6 3,7% 7 4,6%
Brasil 10 2,4% 8 3,7%
Bélgica 9 2,6% 9 3,4%
Suiça 11 2,0% 10 2,8%
=
=
=
Fonte: Turismo de Portugal/Banco de Portugal (2015)
Tabela 11 – Receitas turísticas em Portugal por mercados emissores
65 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Na evolução entre 2007 e 2014 da tabela dos dez maiores mercados
emissores na geração de receitas turísticas em Portugal, para além da
presença da Suíça e da subida do Brasil, destaca-se o surgimento de Angola
em 5.º lugar, que subiu da 15.º posição. Repare-se que Angola nem surge
nos 25 maiores mercados emissores para Portugal, representando, a nível
turístico, um elevado volume de receitas per capita. Em situação inversa, é
de frisar a saída da Irlanda e da Itália, anteriormente posicionadas em 7.ª e
9.º posição. Os EUA e a Holanda, apesar de terem melhorado ao nível da
quota, desceram uma posição cada, fruto da grande ascensão de Angola.
Os dados provisórios do Turismo de Portugal limitam a análise para 2014,
uma vez que não apresentam o número de hóspedes para Suíça, Angola e
Bélgica. Assim, considerando os restantes mercados, aplicou-se o quociente
entre o total de receitas turísticas e o número de hóspedes por país
procurando perceber em termos unitários quais aqueles que têm revelado
maior capacidade de criação de valor. França surge na liderança, com uma
receita média de 1.844€ e na segunda posição surgem os EUA, com 1.301€.
De referir que em 2013, o turista francês já liderava, com uma receita média
de 2.000€, seguido do turista suíço, com 1.501€ (Angola continua fora desta
análise). Globalmente, a informação publicada indica que em 2014, por cada
turista em Portugal, foi gerada uma receita média de 645,5€, em
contraponto com os 554€ de 2007.
Em termos competitivos, a revisão do PENT em 2012 definiu os mercados de
Espanha, Itália, França, Grécia, Turquia, Croácia, Egito, Marrocos, Bulgária e
Tunísia como os principais concorrentes diretos de Portugal. O país é, assim,
naturalmente integrado no grupo mediterrânico, onde predomina a procura
por produtos turísticos associados ao sol e mar. Nos últimos três anos,
Portugal tem apresentado uma capacidade competitiva muito relevante,
conseguindo superar todos os seus concorrentes no crescimento de
chegadas internacionais de turistas, de acordo com os dados da UNWTO.
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
2010 2011 2012 2013
Variação 2010-2013
Portugal 6.832 7.412 7.685 8.324 21,8%
Espanha 52.677 56.177 57.464 60.661 15,2%
Itália 43.626 46.119 46.360 47.704 9,3%
França 77.648 81.550 83.013 .. ..
Grécia 15.007 16.427 15.518 17.923 19,4%
Turquia 31.364 34.654 35.698 37.795 20,5%
Croácia 9.111 9.927 10.369 10.955 20,2%
Egito 14.051 9.497 11.196 9.174 -34,7%
Marrocos 9.288 9.342 9.375 10.046 8,2%
Bulgária 6.047 6.328 6.541 6.897 14,1%
Tunísia 6.902 4.785 5.950 6.269 -9,2%
Adaptado: UNWTO (2014)
Tabela 12 – Evolução das chegadas internacionais de turistas nos principais destinos
concorrentes de Portugal
66 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Numa visão transversal, constata-se que a evolução do turismo em Portugal
tem apresentado um comportamento muito positivo. Apesar de conter
vários elementos desajustados e estar baseado numa realidade que se
alterou substancialmente, o PENT foi um instrumento muito importante
nesta evolução. De facto, os dados disponíveis revelam números muitos
significativos e um mercado com grande dinâmica. Verificaram-se
crescimentos sustentados em todos os indicadores, para além de uma
qualificação contínua da oferta de alojamento, permitindo manter uma
procura estável nos mercados tradicionais e atrair e estimular novos
mercados emissores, nomeadamente em países com um crescente nível de
vida, como Brasil, China ou Rússia.
O turismo desempenha atualmente um papel fundamental na economia
portuguesa, assumindo-se já como o setor mais exportador e com cada vez
mais capacidade para gerar receitas. Na realidade, para além do aumento
absoluto das receitas turísticas, também derivado do aumento do número de
turistas, é notória a evolução na receita média obtida por cada turista.
Contudo, nesse aspeto, a média nacional de 2014 (645,5€) ainda está
substancialmente distante da média internacional (803€) e mais ainda da
média das economias avançadas (966€). Portugal é um destino cada vez mais
competitivo, mas ainda apresenta um potencial de crescimento muito
substancial em diferentes vertentes e em diferentes mercados.
3.2. Evolução do Turismo em Portugal
67 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Na projeção do desenvolvimento económico dos Açores, o turismo foi
encarado como um pilar estratégico. As características naturais das ilhas, as
mais-valias comparativas existentes e a crescente terciarização da economia
tornaram essa decisão numa opção facilmente compreensível. De facto, a
evolução registada demonstra o grande potencial de criação de valor latente
neste setor e a capacidade de alavancagem da economia regional.
O Inquérito à Satisfação do Turista que Visita os Açores: Verão IATA 2014,
promovido pelo Observatório do Turismo dos Açores, revela o agrado dos
turistas com a qualidade e value for money oferecidos pelo destino,
demonstrando, igualmente, o grande potencial do word of mouth
(recomendações) existente. Todavia, o turismo nos Açores não ficou
indiferente aos impactos da crise financeira e após alguns anos de
crescimento continuado, a partir de 2008, e em particular em 2009,
registaram-se quebras em todo o setor. Um dos indicadores que demonstra
essa realidade é o número de passageiros desembarcados provenientes de
voos internacionais. Para além de uma primeira redução em 2008, agravada
no ano seguinte, a recuperação verificada em 2010 e 2011 voltou a ser
abalada por uma nova redução em 2012. Nos dois últimos anos, porém,
verificou-se um assinalável crescimento, superando os 120.000 passageiros
de voos internacionais desembarcados nos Açores.
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
68 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
No que diz respeito aos cruzeiros, após um período de franco crescimento, os
últimos anos registaram uma redução tanto nas escalas de navios como no
número de passageiros. As previsões para 2015 apontam para um novo
crescimento, atingindo as 160 escalas, que representará quase do dobro do
verificado em 2014, 90 escalas. O número de passageiros naturalmente
também crescerá, prevendo-se que se aproxime dos 135 mil.
A oferta hoteleira não variou muito nos últimos anos. Entre 2007 e 2014
regista-se apenas um saldo positivo de apenas mais um estabelecimento. O
maior destaque deverá ser o surgimento do primeiro hotel 5 estrelas na
Região, que está situado na cidade de Angra do Heroísmo. Saliente-se, ainda,
que do total de 82 estabelecimentos hoteleiros, a maioria são hotéis e que
essa proporção tem vindo a aumentar. Uma última nota para a entrada do
Grupo Pestana no mercado dos Açores, um dos maiores e mais competitivos
players nacionais do setor turístico, que certamente terá um impacto
significativo na qualificação e dinamização da oferta hoteleira.
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
0
30.000
60.000
90.000
120.000
150.000
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Fonte: SREA(2015)
Gráfico 33 – Passageiros de voos internacionais desembarcados nos Açores
Ano Escalas Passageiros Embarcados
Passageiros Desembarcados
Passageiros em Trânsito
Tripulantes
2012 122 790 697 101.394 54.117
2013 92 243 230 86.964 41.888
2014 90 636 170 94.915 44.806
Tabela 13 – Dados relativos à entrada de Navios de Cruzeiros nos Portos dos Açores
Fonte: Portos dos Açores (2015)
36
8
2 7
28
66
3 2
11
0
Hotéis Hotéis-Apartamentos Pousadas ApartamentosTurísticos
Outros
2007 2014
Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
Gráfico 34 – Estabelecimentos hoteleiros nos Açores
69 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
O número de quartos cresceu 4,8% entre 2007 e 2014, o que representa 195
quartos a mais. Comparando este dado com a evolução do número de
estabelecimentos hoteleiros, verifica-se que o número de quartos cresceu
mais que o número de estabelecimentos, o que permite inferir que os
estabelecimento hoteleiros que surgiram nesse período têm mais capacidade
de alojamento que os que despareceram. O número de camas acompanhou
esta tendência, com um crescimento de 5%, fixando-se em 8.816 camas em
2014 (ainda assim, abaixo das 8.871 registadas em 2011).
Comparando a evolução do número de hóspedes com a evolução do número
de camas, constata-se a grande volatilidade que existiu no mercado deste
2007. Curiosamente, este cruzamento de dados poderá levar à interpretação
de que o setor turístico regional foi mais reativo do que proativo, uma vez
que entre 2008 e 2011 a evolução da oferta e da procura esteve
permanentemente desfasada.
Efetivamente, após um pico de 353.479 hóspedes em 2008, tem-se registado
uma grande instabilidade neste indicador, sem nunca ter conseguido atingir
novamente aquele valor. Aliás, apesar da quebra acentuada nos Açores em
2009 e de este ter sido o ano com pior performance a nível internacional e
nacional no panorama recente, 2012, no que toca ao número de hóspedes,
ainda registou valores inferiores na Região (326.370). Esta é uma indicação
clara da dificuldade que o destino “Açores” sentiu perante as novas
dinâmicas existentes no mercado. Entre 2007 e 2012, a Região apresentou
um saldo negativo no número de hóspedes de 24.459, ou seja, uma descida
de 7%. Quando comparado com 2008, o melhor ano de que há registo, esta
variação aumenta para 7,7% (-27.109 hóspedes). Os anos de 2013 e 2014 já
apresentam uma recuperação, registando-se, em 2014, 345.422 hóspedes
(-1,5% que em 2007).
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Estabelecimento hoteleiros 81 83 82 82 80 79 80 82
+2,5% -1,2% 0,0% -2,4% -1,3% +1,3% +2,5%
Quartos 4.056 4.178 4.219 4.181 4.222 4.058 4.138 4.251
+3,0% +1,0% -0,9% +1,0% -3,9% +2,0% +2,7%
Camas 8.397 8.662 8.806 8.699 8.871 8.560 8.713 8.816
+3,2% +,17% -1,2% +2,0% -3,5% +1,8% +1,2%
Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)
Tabela 14 – Evolução da oferta em estabelecimentos hoteleiros nos Açores Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
Gráfico 35 – Evolução do número de hóspedes e do número de camas nos Açores
8.100
8.200
8.300
8.400
8.500
8.600
8.700
8.800
8.900
9.000
310.000
320.000
330.000
340.000
350.000
360.000
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Camas Hóspedes
Hóspedes Camas
70 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
A principal causa da descida verificada é a quebra muito acentuada no
mercado português, que historicamente era o melhor mercado emissor para
os Açores. Em 2007, 60,9% dos hóspedes provinham de território nacional,
mas em 2013, pela primeira vez, essa proporção ficou abaixo dos 50%
(48,8%). De 2007 a 2013, a quebra nesse mercado foi de 23,7%, ou seja,
50.702 hóspedes. Por outro lado, a tipologia dos mercados emissores
estrangeiros alterou-se substancialmente, conduzindo a um aumento de
24,3% de hóspedes com origem externa ao mercado nacional. Este
crescimento representa uma variação absoluta de mais 33.319 hóspedes,
tornando o número de hóspedes estrangeiros maioritários nos Açores
(51,2%). Em 2014, o cenário manteve-se, mas a proporção de hóspedes
estrageiros já foi menor (50,5%), perspetivando-se uma eventual
recuperação do mercado nacional que se poderá efetivar com a liberalização
do espaço aéreo.
Analisando a evolução entre 2007 e 2013 da tabela dos dez maiores
mercados emissores estrangeiros para os Açores, confirma-se a mudança de
paradigma. Os mercados nórdicos perderam importância, sendo substituídos
por mercados da Europa central. É sintomático, por exemplo, perceber que a
Dinamarca passou do 1.º lugar na tabela para a 10.ª posição, representando
uma quebra mais de 60% no número de hóspedes dinamarqueses (ou seja,
quase 13.000 turistas). Por sua vez, a Alemanha foi, em termos absolutos, a
grande responsável pelo aumento do número de hóspedes estrangeiros, com
um incremento de 22.805 indivíduos, ou seja, 147,8%. Registe-se, ainda, os
aumentos substanciais no mercado espanhol (6.284 hóspedes, i.e. 79,1%) e
no mercado belga (6.927 hóspedes, i.e. 377,7%), o único mercado emissor do
top ten 2013 que não constava nessa tabela em 2007.
Mesmo não figurando nos dez maiores mercados emissores para os Açores, é
interessante verificar o comportamento e o crescimento relativo de alguns
mercados não tradicionais do centro europeu. A Suíça já se encontra perto
do top ten (12.º lugar), com um crescimento entre 2007 e 2013, de 96,8%,
enquanto mercados como Polónia (595%), República Checa (413,5%), Rússia
(249,7%) e Luxemburgo (208,8%) estão a aumentar consideravelmente a
procura pelo destino “Açores”. Alguns destes mercados poderão ser
determinantes no futuro, considerando a evolução do mercado e da
economia mundial, com destaque, por exemplo, para o mercado russo, que
está a crescer em todas as dimensões. Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)
Gráfico 36 – Número de hóspedes nos Açores, por origem (milhares)
214 214 201 214 200 180 163 171
137 139 127 134 145 147 171 174
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
De Portugal Do Estrangeiro
71 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
Os dados provisórios de 2014 agregam a Dinamarca, a Finlândia, a Noruega e
a Suécia no mercado escandinavo. Não obstante, é possível verificar que são
mercados que continuam a perder importância no turismo regional, pois
juntos já nem conseguem atingir metade do mercado alemão ou o registo do
mercado espanhol. A Alemanha consolida a liderança no número de
hóspedes, com 40.855 (crescimento de 6,8% face ao ano anterior), mas
assinalam-se crescimentos superiores entre 2013 e 2014 no mercado de
Espanha (33,8%), EUA (27,1%), Canadá (22,6%) e Reino Unido (8,8%).
O número de dormidas também apresentou uma fraca performance em
2009 e, sobretudo, 2012, ano em que pela primeira vez desde 2005 se
registaram menos de um milhão de dormidas nos Açores. Assim, os
mercados emissores estrangeiros aumentaram o seu domínio nas dormidas
face ao mercado nacional, passando de 54,6% em 2007 para 62,6% em 2014.
A Alemanha lidera o número de dormidas, com 161.324, mas o mercado
escandinavo ainda apresenta uma estadia média superior, com 5,4 noites
contra 3,9 noites dos alemães. Individualmente, o melhor mercado é o
holandês (4,5 noites).
País 2007 2013
Posição Hóspedes Posição Hóspedes
Alemanha 3 15.433 1 38.238
Espanha 8 7.948 2 14.232
EUA 5 10.634 3 13.861
Holanda 7 9.604 4 13.858
França 9 6.806 5 10.750
Reino Unido 4 13.227 6 9.139
Suécia 2 16.349 7 8.826
Bélgica 16 1.834 8 8.761
Finlândia 6 9.898 9 7.797
Dinamarca 1 20.341 10 7.398
Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)
Tabela 15 – Evolução 2007-2013 do número de hóspedes nos dez maiores mercados
emissores estrangeiros para os Açores
País 2007 2013 2014* Variação
2007-2014 Variação 2013-214
Alemanha 15.433 38.238 40.855 164,7% 6,8%
Espanha 7.948 14.232 19.049 139,7% 33,8%
Escandinávia 51.777 26.840 18.826 -63,6% -29,9%
EUA 10.634 13.861 17.618 65,7% 27,1%
Holanda 9.604 13.858 14.635 52,4% 5,6%
França 6.806 10.750 10.866 59,7% 1,1%
Reino Unido 13.227 9.139 9.943 -24,8% 8,8%
Bélgica 1.834 8.761 8.407 358,4% -4,0%
Canadá 3.829 6.550 8.028 109,7% 22,6%
Suíça 2.789 5.489 5.558 99,3% 1,3%
Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015) *Dados provisórios
Tabela 16 – Evolução 2007-2014 no número de hóspedes nos principais mercados
emissores para os Açores
72 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
Um dos grandes problemas no setor turístico regional tem sido a
incapacidade de aumentar a estadia média, que historicamente apresenta
números baixos. Dividindo o número de dormidas pelo número de hóspedes
verifica-se que a estadia média na Região tem, na realidade, vindo
progressivamente a decrescer. Esta descida é mais pronunciada nos
mercados emissores estrangeiros do que no mercado nacional. Não
obstante, ressalve-se que 2013 foi o primeiro ano, desde 2006, que o
indicador da estadia média aumentou, voltando a descer no ano seguinte.
Em 2014, a estadia média nos Açores cifrou-se em 3,1 noites, um número
substancialmente mais baixo do registado na Madeira, que ronda as 5 a 6
noites, e nas Canárias, que se posiciona nas 9 noites.
Naturalmente, as taxas de ocupação de quartos ressentem-se de todo este
paradigma. Na realidade, nunca foram muito elevadas, mas a tendência
recente tem sido de diminuição. Em 2013 registou-se alguma recuperação,
chegando aos 46,2%, depois de em 2012 se ter verificado o valor mais baixo
da última década (41,7%), mas em 2014 houve uma nova redução para
45,0%. A última vez que se registou uma taxa de ocupação superior a 50% foi
em 2004 (55,2%). A média de 2007 a 2014 situa-se apenas nos 44,9%.
Comparativamente com a Madeira, estes valores revelam falta de
competitividade. Nos últimos 10 anos, a taxa de ocupação mais baixa na
hotelaria madeirense foi de 55,6% (2010) e a mais alta de 67,5% (2014). A
média de 2007 a 2014 pautou-se nos 61,5%.
Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)
Gráfico 38 – Estadia média nos Açores, por mercado, calculada pelo quociente entre o
número de dormidas e o número de hóspedes
Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)
Gráfico 37 – Número de dormidas nos Açores, por origem (milhares)
537,7 529,9 489,6 508,7 478,7 409,5 374,6 397,5
646,7 597,6 515,2 526,4 554,8
545,2 679,5 666,3
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
De Portugal Do Estrangeiro
4,7
3,8
2,5 2,3
3,4 3,1
2007 2014
Estrangeiro Portugal Global
1.184,4 1.127,5
1.004,8 1.035,0 1.033,5 954,7
1.054,1 1.063,8
73 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
Para as Canárias apenas estão disponíveis dados a partir de 2009, mas os
números são reveladores e contrastam ainda mais com a realidade dos
Açores do que o paradigma da Madeira, atingindo os 74,9% em 2014.
Em termos económicos, a falta de competitividade é também notória. Nos
Açores o RevPar (revenue per available room), um dos mais importantes
indicadores de performance da hotelaria, apresentou em 2014 um valor de
22,2€ e uma média no período 2007-2014 de 23,6€. Na Madeira, o valor de
2013 foi de 37,1€, enquanto a média naquele período situou-se em 33€. Em
relação às Canárias, a disparidade de valores é ainda mais significativa. Em
2014, o RevPar da hotelaria desta região foi de 50€ e a média registada entre
2009 e 2014 foi de 41,63€. Considerando este horizonte temporal, a média
registada nos Açores foi de 22,7€ e na Madeira de 31,9€.
É também importante realçar que, de acordo com o comportamento
demonstrado pelos gráficos, se nota uma maior dificuldade da hotelaria
açoriana em recuperar a sua rendibilidade, comparativamente àquilo que
acontece na Madeira e nas Canárias. Na Madeira, por exemplo, a descida
entre 2008 e 2010 foi muito significativa, mas a evolução posterior já
aproxima o RevPar dos valores de 2007. Pelo contrário, nos Açores, a
tendência de descida poucas vezes tem sido contrariada.
Fonte: Turismo de Portugal/INE/ISTAC (2015)
Gráfico 39 – Taxa de ocupação por quarto nos Açores
Fonte: Turismo de Portugal/INE/ISTAC (2015)
Gráfico 40 – RevPar nos Açores
0%
20%
40%
60%
80%
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Açores Madeira Canárias
0 €
10 €
20 €
30 €
40 €
50 €
60 €
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Açores Madeira Canárias
74 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
O nível de proveitos gerados nos Açores, em estabelecimentos hoteleiros,
aldeamentos e apartamentos turísticos e outros, confirma-se a ainda baixa
capacidade de criação de valor do setor turístico em relação aos mercados
concorrentes. Em termos globais, entre 2007 e 2014, a média anual de
proveitos cifrou-se nos 48,2 milhões de euros. Na Madeira, a média anual
ultrapassou os 266 milhões de euros, existindo permanentemente uma
relação de 1 para 5 ou mesmo 1 para 6 entre o nível proveitos gerados nos
Açores e na Madeira. Em 2014, esta relação foi de 1 para 6,6, revelando bem
as diferenças existentes entre dois destinos concorrentes.
No que concerne aos aposentos, a relação entre os proveitos globais gerados
nos Açores e na Madeira continua muito díspar. A média anual 2007-2014
nos Açores foi de 34,6 milhões de euros, enquanto na Madeira ascendeu a
164,3 milhões de euros. Concomitantemente, nos Açores os proveitos
gerados pelo alojamento têm maior peso nos proveitos totais do que na
Madeira e esse peso tem vindo a aumentar: era 69,9% em 2007 e passou a
73,6% em 2014 (enquanto na Madeira variou de 61,3% para 62,1%). Esta
situação demonstra, também, a menor capacidade de gerar proveitos para
além do aposento e revela um menor aproveitamento do efeito
multiplicador do setor e das atividades de animação turística.
Numa análise um pouco mais aprofundada de alguns destes indicadores, com
dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores, constata-se que existe
uma grande discrepância na atividade turística nas diferentes ilhas. Em parte,
esta realidade está associada às diferentes dimensões de cada uma delas,
mas também à capacidade de atração e retenção dos turistas. São Miguel é a
ilha que mais hóspedes recebe e mais dormidas regista, seguida da ilha
Terceira e da ilha do Faial. Estas três ilhas juntas representam, em média,
mais de 85% do número de hóspedes e mais de 88% do número de dormidas
nos Açores. Repare-se que São Miguel, Terceira e Faial são os principais
pontos de entrada nos Açores, pelo que esta poderá ser uma das razões para
o maior número de turistas. Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)
Gráfico 41 – Proveitos globais e por aposento em estabelecimentos hoteleiros,
aldeamentos, apartamentos turísticos e outros nos Açores (milhões de euros)
55 55
49 49 47
42 45 45
38 38 35 35 34
30 33 33
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Proveitos Globais Proveitos por Aposento
75 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
No que concerne à estadia média, um dos indicadores com pior performance
nos Açores, São Miguel e Flores são as ilhas que apresentam melhores
registos, apesar da grande diferença entre estas duas ilhas em todos os
restantes itens. De ressalvar que a ilha Terceira apresenta a estadia média
mais baixa da Região, facto muito relevante atendendo a que, de momento,
é a única ilha que possui um hotel 5 estrelas, para além de ser a segunda com
maior população e atividade económica e possuir uma agenda cultural
bastante dinâmica.
Em síntese, apesar do potencial intrínseco do destino “Açores” e da
capacidade instalada, a realidade demonstra que há ainda muito por fazer
para capitalizar estes fatores. A fragilidade da economia regional e do setor
turístico ficou bem espelhada com os efeitos da crise que se vem
prolongando há alguns anos. Todavia, há um novo paradigma que surge no
horizonte e que deriva da liberalização do espaço aéreo açoriano e da
entrada das companhias aéreas low cost Easy Jet e Ryan Air. A exposição à
procura internacional será muito maior e em mais mercados, prevendo-se
um acréscimo considerável na afluência turística aos Açores. Este poderá
representar um ponto de viragem competitivo no turismo regional e uma
nova oportunidade para a afirmação internacional do destino, aportando,
não obstante, novos desafios e oportunidades para todo o setor, para a
comunidade local e para o equilíbrio ambiental.
Fonte: SREA(2015) *Valores integram hotelaria tradicional, turismo no espaço rural, alojamento local, pousadas da juventude e
parques de campismo
2014
Média 2000-2014
Santa Maria
11.416
9.214
33.901
25.321
3,0
2,8
2014
Média 2000-2014
São Miguel
226.170
192.926
803.459
710.083
3,6
3,7
2014
Média 2000-2014 Terceira
67.342
59.598
158.142
145.342
2,3
2,4
2014
Média 2000-2014 Graciosa
4.728
4.471
12.591
11.907
2,7
2,7
2014
Média 2000-2014 São Jorge
11.001
8.547
25.637
21.576
2,3
2,5
2014
Média 2000-2014 Pico
22.897
20.476
66.115
53.918
2,9
2,6
2014
Média 2004-2014 Faial
45.036
39.825
107.255
100.557
2,4
2,7
2014
Média 2000-2014 Flores
6.851
5.680
20.533
21.155
3,0
3,8
2014
Média 2000-2014 Corvo
623
388
1.650
992
2,6
2,6
Hóspedes* Dormidas* Estada Média*
Tabela 17 – Hóspedes, dormidas e estadia média por ilha
76 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
345.442 Hóspedes
Alemanha Maior mercado
emissor estrangeiro
82 Estabelecimentos
Hoteleiros
3,1 Noites de estadia
média
8.816 Camas
1.063.790 Dormidas
4.251 Quartos
22,2€ RevPar
44.639.311€ Proveitos Globais
45% Taxa de ocupação
Figura 03 - Principais indicadores do turismo nos Açores (2014)
77 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
Principais distinções e referências aos Açores
•ECTAA’s Preferred Destination of the Year 2014
•Federação Europeia das Associações de Agências de Viagens (ECTAA).
•1.º lugar – 2014 Sustainable Destinations Global Top 100
•Green Destinations
•Melhor destino turístico verde da Europa – Quality Coast Gold Award 2013
•European Coastal and Marine Union (EUCC)
•1.º destino distinguido com o Quality Coast Platinum Awrad (em 2014)
•European Coastal and Marine Union (EUCC)
•Um dos 25 locais do mundo a visitar em 2013
•Fodor's Travel Intelligence
•Um dos nove destinos do mundo imperdíveis na Primavera de 2013
•Family Travel
•Primeira região portuguesa a integrar o restrito lote da Rede Europeia de
Destinos Turísticos Sustentáveis de Excelência.
•Uma das 50 viagens a fazer em 2012
•National Geographic Traveler
•Entre os cinco melhores locais para visitar em 2012
•Revista da Universidade de Nottingham.
•Um dos 15 destinos obrigatórios em 2012
•Visão (com base nas apostas da World Travel Market)
•Um dos melhores destinos para 2012
•Budget Travel
•Segundas Melhores Ilhas do Mundo para Turismo Sustentável.
•National Geographic Traveler
78 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.3. Evolução do Turismo nos Açores
•Um dos Melhores Destinos de Verão 2011
•National Geographic Traveller
•Furnas – A Zona Vulcânica mais apelativa do Mundo
•World Travel Guide.
•Destino Único (2010)
•Forbes
•Top Ten Mundial para a Observação de Cetáceos,
•Sunday Telegraph
•Duas das sete Maravilhas Naturais de Portugal são nos Açores, a Lagoa das
Sete Cidades, na ilha de São Miguel, e a Paisagem Vulcânica da Montanha do
Pico, na ilha do Pico.
•Um dos melhores destinos mundiais em 2008
•Lonely Planet
•Um dos melhores destinos para pedestrianismo e geoturismo
•BootsnAll
•Santa Maria entre os 20 destinos de férias para 2013
•The Guardian
•Prémio Creative Advertisement
•Jornal Borsen
•1º prémio - Fotografia de Divulgação de um Projeto cofinanciado - Centro de
Interpretação do Vulcão dos Capelinhos.
•Projeto LIFE Priolo distinguido com o prémio Best of the Best – Nature 2010
•Comissão Europeia
•Azores – A Mountain Bikers Paradise
•Pinbike.com (maior comunidade online de BTT)
•Pico entre as cinco melhores ilhas secretas do mundo
•BBC
•“Açores são um pedaço do paraíso”
•Daily Mirror
79 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
O setor do turismo tem efetivamente uma enorme relevância a nível
internacional, integrando uma cadeia de valor transversal, capaz de
despoletar um efeito multiplicador que provoca um impacto continuado em
várias atividades económicas que gravitam em seu redor. Atualmente, este
setor é cada vez mais destacado como pilar de desenvolvimento
socioeconómico em vários países e regiões, com particular relevo nos países
emergentes, induzindo o aumento das exportações, a criação de empresas e
emprego e o desenvolvimento de infraestruturas. É, portanto, notório, que o
impacto da atividade turística ultrapassa os efeitos económicos, contribuindo
para o bem-estar coletivo das sociedades e para o seu progresso sustentado.
A dinâmica do mercado turístico, associada às alterações de ciclos
económicos, tem induzido uma necessidade crescente de reinvenção e
inovação em toda a cadeia de valor. Desde a hotelaria à restauração,
incluindo a promoção e até os meios de transporte, impera a necessidade de
sucessivas formas de adaptação às novas exigências e tendências do
mercado, aumentando a disponibilidade da oferta e a sua competitividade.
Um exemplo concreto é o surgimento das companhias aéreas low cost, com
modelos de negócio que revolucionaram o mercado e potenciaram o acesso
a destinos outrora inacessíveis. Torna-se claro que esta perspetiva evolutiva
produz efeitos ramificados em toda a economia, favorecendo um efeito
encadeado e cumulativo de criação de valor e desenvolvimento.
3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo
3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo
80 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Couto et al. (2009) referem que o turismo não é uma atividade isolada, dado
o seu relacionamento com várias atividades humanas. Entendem-no,
portanto, como um sistema multidisciplinar suportado por uma inter-relação
de diversos subsistemas, incluindo o económico, o social, o político, o
cultural, o ecológico e o tecnológico. Complementarmente, citam Cunha
(2001) que apresenta um modelo de influências mútuas entre diferentes
componentes da oferta e da procura que sustentam o sistema funcional do
turismo.
Repare-se que a procura está concentrada no visitante, ou seja, o turista, ou
seja, o consumidor de uma vasta multiplicidade de elementos que compõem
a oferta turística. Contudo, este visitante possui inúmeros perfis de consumo,
que influenciam diretamente a forma como a oferta é estruturada, como os
produtos turísticos são concebidos e como os recursos de cada destino são
capitalizados e apresentados para consumo. Por outro lado, a oferta
sustenta-se num sistema vivo, com vários elementos, que, em conjunto,
promovem a preparação do destino, os canais de acesso e a qualificação das
experiências do turista. Recolhendo os inputs diretos da procura, com a
perceção das necessidades e desejos, a organização e o enriquecimento da
oferta assentam num modelo complexo, que inclui esforços públicos e
privados, onde se procuram sinergias que potenciem a atratividade e a
competitividade dos destinos.
3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo
Subsistema sujeito
Visitante
Subsistema objeto
Destinos Localidades Turísticas
Transportes Promoção e informação
Organizações turísticas
Empresas de serviços turísticos
PROCURA
OFERTA
Adaptado: Cunha (2001), apud Couto et al. (2009)
Figura 04 – Organização funcional do turismo
81 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Consequentemente, a atividade turística produz
efeitos transversais aos vários setores económicos,
constituindo uma cadeia de valor complexa e com
grande capacidade para produção de impactos
diretos e indiretos na economia de um país, região
ou concelho. Essa cadeia de valor poderá ser
interpretada segundo três blocos encadeados que,
em conjunto, permitem qualificar a oferta turística,
bem como favorecem, potenciam e estimulam o
desenvolvimento económico e social. A montante
estão, sobretudo, as atividades que “preparam” o
destino, interagindo e desenvolvendo recursos para
outros agentes de outras fases da cadeia de valor.
Na cadeia principal, posicionam-se os agentes que
têm os principais contactos com os turistas, quer
através do desenvolvimento de produtos e serviços
que os seduzam, quer através de serviços básicos
de apoio. Note-se que a hotelaria, principalmente,
e a restauração possuem um papel central neste
modelo. Por fim, a jusante encontram-se as
atividades que colhem frutos da venda direta aos
turistas no mercado local.
3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo
Património natural, histórico e cultural
Adaptado: SEBRAE (2008)
Figura 05 – Sistema produtivo do turismo
Sistema de transporte
Construção civil
Equipamentos de Hotelaria
Indústria do móvel
Distribuição de alimentos
Indústria de alimentos e bebidas
Indústria de cosmética e perfumaria
Atrações turísticas
Infraestrutura turística, de eventos
e negócios
Operadores de turismo
Agentes de receção
Organizadores de eventos
Agências e organizadores de
viagens
Hotéis e pousadas
Bares e restaurantes
Indústria de confeções
Serviços terceirizados
Comércio
Produção de artesanato
Atividades culturais
Empresas de entretenimento
Publicidade de gráficas
Divulgação e venda Promoção e
Marketing Turístico
CADEIA A MONTANTE CADEIA PRINCIPAL CADEIA A JUSANTE
82 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A complexidade da cadeia de valor do turismo é tal que se estima um
impacto direto ou indireto em mais de 50 atividades económicas. A UNWTO
(2013) ressalva que estes impactos são ainda mais relevantes em pequenas
economias e em países em desenvolvimento, uma vez que a dinâmica
própria do setor origina uma procura, por diversos produtos e serviços, que
não existiria se não houvesse atividade turística.
O modelo de análise da cadeia de valor do turismo apresentado pela UNWTO
(2013) torna clara a magnitude do setor e a capacidade intrínseca para
dinamizar a economia. Este modelo revela explicitamente que a atividade
turística, para além de produzir impactos no destino, produz também efeitos
em várias outras economias: inicia-se na origem, com o planeamento e
aquisição da viagem/pacote turístico, e pode prolongar-se em destinos de
trânsito, quando o turista faz escalas e consome produtos e/ou serviços
locais. Para além disso, através das exportações para os destinos turísticos,
muitas economias com perfil fornecedor (ex.: mobiliário para hotelaria)
acabam por beneficiar da procura e desenvolvimento do turismo em outros
países e regiões.
Assim, a criação de valor começa ainda antes do início da viagem e do
consumo do produto turístico. Na realidade, a génese está na preparação do
destino, uma vez que muitos serviços começam a beneficiar da intervenção
de entidades públicas (ex.: construção de acessos) e do investimento privado
(construção de hotéis) na qualificação da oferta e nas atividades de
promoção turística. Manifestamente a capacidade de impacto direto é muito
maior durante a viagem, com várias atividades e setores a desenvolverem e a
implementarem soluções especificas devido à presença do turista, mas os
impactos indiretos propagam-se transversalmente quer antes como durante
a presença do turista.
Repare-se, ainda, que o esquema reflete três atividades principais para a
qualificação do destino turístico: planeamento, desenvolvimento e
operações. Cada uma destas fases requer intervenções diferenciadas, mas
que se refletem e influenciam mutuamente numa perspetiva continuada e
dinâmica.
3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo
83 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo
D
I
R
E
T
O
Serviços de Apoio Excursões e
passeios de lazer
Ativos turísticos do
destino Artesanato Comida & Bebida Alojamento Transporte
Organização de viagens e
reservas
I
N
D
I
R
E
T
O
Postos de
abastecimento de
combustíveis
Fábricas industriais
Importações e lojas de
tecnologias
Grossistas e
fornecedores
exclusivos
Empresas comerciais
Brochuras Manutenção
Gestão
Restauro
Sinalização
Livros, CDs e DVDs
Artistas
(pintura, música)
Fornecedores de
Artesanato
Fábricas
Fornecedores de
Alimentos
Armazenagem e Distribuição
Fábricas alimentares e
áreas rurais
Vendas e Marketing
Manutenção
Lojas (no alojamento)
Mobiliário e equipamento
Construção e imobiliárias
Fornecedores de agricultura e aquacultura: têxteis, madeira, alimentação
Instituições de suporte: Pasta do Turismo e Cultura; Câmara do Comércio; Associações do Turismo; Bancos; etc.
Rent-a-car
Centrais/terminais de
autocarro
Transportes informais
Desperdícios
Táxis
No destino
Ferry
Infraestruturas de suporte
Hotéis
Apartamentos
Pousadas
Pousadas da Juventude
Bares e restaurantes
Bares noturnos
Quiosques
Fast food
Roteiros gastronómicos
Lojas de Artesanato
Artesãos
Workshops de
artesanato
Ativos culturais:
comunidades
arqueológicas, etnias,
museus, atrações
turísticas, festivais,
ativos culturais
intangíveis (música,
dança, lendas, etc.)
Ativos naturais: lagoas,
ribeiras, fundos
marinhos e montanhas,
florestas, fauna e flora,
etc.
Eventos
Empresas de guias
turísticos
Guias em transportes
Guias turísticos
independentes
Atividades de
bem-estar e spa
Pacotes de turismo
Centros de informação
Retalhistas/lojas de
conveniência
Cibercafés
Lavandaria
Serviços bancários e de
segurança
Materiais de
construção Energia Água Educação Comunicações
Saúde e Segurança
Pública
Agência de
viagens
Companhias
Aéreas
Operadores turísticos e grossistas
Da origem para o destino
Agência de imigração
Pasta dos Transportes
Autoridades portuárias
Serviços alfandegários
Comunicação social, imprensa e
media
Atividades promocionais
Pasta do Turismo e Cultura
Merchandising
Escalas
(destinos de
trânsito)
Internet
Call center
Na origem
Souvenirs (comida)
Planeamento
Desenvolvimento
Operações
Fases da cadeia de valor
Adaptado: UNWTO (2013)
Figura 06 – Cadeia de valor do turismo
84 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Como se torna percetível, o encadeamento das várias
atividades económicas que se relacionam com o turismo
resulta em diferentes tipos de impacto na economia. O
World Travel and Tourism Council (WTTC) hierarquiza e
classifica esses impactos em três níveis distintos: diretos,
indiretos e induzidos.
Os impactos diretos incluem apenas o emprego direto e
o valor acrescentado gerado para o setor, isto é, apenas
integram o valor acrescentado do alojamento, da
animação, do transporte e de serviços relacionados. Os
impactos indiretos refletem os efeitos na cadeia logística
e de fornecimento, integrando as inúmeras ligações
inter-indústria. Por último, os efeitos induzidos são o
resultado direto e indireto produzido pelo consumo e
geração de receitas na economia local. A soma de todos
estas parcelas revela o impacto total que o turismo tem
na economia.
A organização das diferentes atividades e impactos
nestes três níveis é algo muito discutido, dada a
dificuldade de medir a tipologia do impacto do turismo
em algumas dessas atividades.
3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo
Adaptado: WTTC (2014)
Figura 07 – Níveis de impacto da indústria turística
Alojamento, catering,
entretenimento, recreação,
transporte e outros serviços
relacionados com viagens
Gráficas, editoras, utilitários,
serviços financeiros, serviços sanitários,
fornecedores de equipamento e mobiliário, serviços
de segurança, produção de automóveis,
administração de transportes, promoção turística,
construção naval, indústria da aviação,
desenvolvimento de resorts, indústria vidreira,
indústria do metal
Distribuição alimentar e de bebidas, retalhistas, serviço de apoio às empresas,
grossistas, tecnologias de informação, utilitários, manufaturas diversas, serviços
pessoais, imobiliário
85 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo
•Acomodação
•Alimentação
•Bebida
•Entretenimento
•Vestuário
•Presentes e souvenirs
•Fotografias
•Cuidados pessoais,
remédios e cosméticos
•Transporte interno
•Passeios
•Diversos serviços e
utilidades
•Gorjetas e cortesias
Turistas gastam com: Empresas Turísticas gastam com: Beneficiários finais:z
•Salários e remunerações
•Impostos
•Comissões
•Atrações e direitos de autor
•Gastos administrativos e
gerais
•Serviços profissionais
•Compra de alimentos e
suprimentos
•Manutenção
•Propaganda, publicidade e
promoções
•Energia, água e gás
•Transporte
•Licenças
•Prémios de seguros
•Alugueres e arrendamentos
•Juros e amortizações de
empréstimos
•Outras taxas
•Remuneração e reposição do
capital
•Agricultores •Arquitetos •Arrumadores •Artesanato (lojistas e artesãos) •Auxiliares administrativos •Bancários •Bilheteiros •Carpinteiros •Carros de aluguer •Cinemas •Clínicas •Concessionários de serviços públicos •Confeiteiros •Contabilistas •Cozinheiros •Dentistas •Despachantes •Editores e gráficas •Eletricistas e canalizadores •Empregadas de limpeza •Engenheiros •Retalhistas •Fábricas de automóveis •Governo •Instituições de caridade
•Instituições de ensino •Jardineiros •Jornalistas •Lojas de conveniência •Lojas de móveis •Lojas de presentes e recordações •Lojas de roupas •Médicos •Meios de transporte •Oficinas mecânicas •Organizações culturais •Padeiros •Pescadores •Pintores •Porteiros •Postos de gasolina •Publicitários •Químicos •Resorts •Restaurantes •Seguradoras •Serviços de praia •Talhos •Trabalhadores da indústria •Táxis
Evasão por importações Adaptado: Inskeep (1991)
Figura 08 – Fluxo do gasto do turista na economia – efeito multiplicador
Numa análise mais focada nos fluxos financeiros e económicos, modelo de
Inskeep (1991) espelha o efeito multiplicador existente numa comunidade.
Repare-se que, naturalmente, o turista é a fonte de riqueza, aplicando
diretamente o seu dinheiro em vários produtos e serviços nas empresas da
economia local. Essas empresas, designadas como empresas turísticas,
necessitam recorrer aos seus próprios fornecedores, alguns deles locais e
outros exteriores. No limite, os múltiplos impactos indiretos propagam-se
por toda a sociedade, induzindo a criação de emprego e o crescimento dos
negócios locais. No entanto, como em qualquer dinâmica da economia, a
criação de riqueza dependerá da capacidade de fixar o valor criado, ou seja,
há a necessidade de evitar as importações de produtos e serviços,
valorizando a produção e as empresas locais. Este até pode ser um traço
diferenciador e distintivo de um destino e da sua genuinidade, reforçando a
identidade local.
86 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Toda a dinâmica do setor turístico torna-o um dos mais importantes para o
PIB e para a criação de emprego a nível mundial. O WTTC indica que a
contribuição direta do turismo para o PIB em 2013 foi de 2,9%, mas a sua
contribuição total, integrando os impactos diretos, indiretos e induzidos,
atinge os 9,5%. Entre 2000 e 2013, o crescimento da contribuição direta do
turismo para o PIB mundial cresceu 93%, ou seja, um incremento superior a
mil milhões de dólares. Os dados de 2013 indicam que o turismo se posiciona
no sexto lugar dos setores com maior capacidade de contribuir diretamente
para o PIB, apenas superado por setores como serviços financeiros (6,9%),
telecomunicações (4,4%), indústria mineira (4,2%), banca (3,9%) e educação
(3,8%).
O setor turístico empregava diretamente mais de 100 milhões de pessoas em
2013, ou seja, 3,3% do emprego mundial. Em termos totais, representava
mais de 265 milhões de empregos (8,9% dos postos de trabalho a nível
mundial), produzindo grandes impactos em pequenas economias.
Ao nível do investimento, em 2013 foram aplicados mais de 755 mil milhões
de euros em todo o mundo no setor do turismo, o que representa 4,3% do
investimento em termos globais. Até 2009 registou-se um crescimento muito
significativo desta rubrica, mas a crise internacional que afetou também o
turismo resultou num abrandamento do investimento. Não obstante, desde
o ano 2000 o investimento no setor do turismo aumentou mais de 150%.
1.117 1.764
2.156
3.438
5.592
6.991
2000 2007 2013
Contribuição Direta Contribuição Total
3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo
10,3%
3,3%
9,9%
3,1%
9,5%
2,9%
Fonte: WTTC (2015)
Gráfico 42 – Contribuição do turismo para o PIB mundial (mil milhões de dólares)
89.586 99.594 100.894
243.124
273.160 265.855
2000 2007 2013
Contribuição Direta Contribuição Total
Gráfico 43 – Contribuição do turismo para o emprego a nível mundial (milhões)
3,5% 3,5% 3,3%
9,7%
9,7% 8,9%
Fonte: WTTC (2015)
87 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Um estudo de 2012 da WTCC e da Oxford Economics, que abrangeu mais de
20 países, indica que o efeito multiplicador do turismo (calculado pelo
quociente entre a contribuição total e a contribuição direta para o PIB) se
encontra acima da média de toda a economia. A média de todos os setores
situava-se em 2,7, ou seja, por cada dólar introduzido na economia são
gerados de 2,7 dólares adicionais, incluindo os impactos indiretos e
induzidos. O setor do turismo, por si só, apresentou um efeito multiplicador
de 3,2, valor que se tem mantido relativamente estável nos últimos anos e
que representa um ganho adicional em relação à média da economia. Em
termos globais, apenas a indústria automóvel e a indústria química
conseguem superar o turismo na propagação da criação de valor.
Seguindo a mesma metodologia e utilizando os dados do WTTC, constata-se
que, em Portugal o efeito multiplicador do turismo é cerca de 2,7, ou seja,
inferior à média internacional para este setor. Considerando que nos Açores
o PIB per capita é 91% do registado a nível nacional, poder-se-á proceder a
uma estimação aproximada do efeito multiplicador do turismo para os
Açores, tendo por base a criação de valor unitária. Assim, pela correção
induzida pelo PIB per capita, regista-se um valor de 2,46, o que significa que
por cada dólar introduzido no setor do turismo regional serão gerados 2,46
dólares adicionais. A conversão para euros a uma taxa de câmbio de 0,82638
euros (valor a 31/12/2014) resulta num efeito multiplicador de 2,03 euros.
De referir, ainda, que os gastos dos turistas internacionais numa dada
economia são considerados exportações para o país de destino e
importações para o país de residência do turista. Deste modo, em termos
macroeconómicos, o turismo aumenta ainda mais a sua importância,
nomeadamente em países/regiões com fraca capacidade exportadora,
permitindo um menor desequilíbrio (ou até mesmo equilíbrio) da balança
comercial. Em 2013, as exportações mundiais nestes moldes ascenderam a
1.296 mil milhões de dólares, ou seja, 5,4% das exportações a nível global.
Todos estes indicadores comprovam a real dimensão do setor do turismo, a
sua capacidade intrínseca de criação de valor, bem como a imensa influência
que o setor tem no resto da economia, não só na geração de riqueza, mas
também na criação de postos de trabalho.
3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo
88 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo
•PIB: 14% •Emprego: 11% •Exportações: 18% •Investimento: 11% •Multiplicador: 3,20
•PIB: 8% •Emprego: 10% •Exportações: 7% •Investimento: 5% •Multiplicador: 3,06
•PIB: 9% •Emprego: 8% •Exportações: 5% •Investimento: 6% •Multiplicador: 2,72
•PIB: 9% •Emprego: 10% •Exportações: 6% •Investimento: 5% •Multiplicador: 2,74
•PIB: 9% •Emprego: 8% •Exportações: 5% •Investimento: 5% •Multiplicador: 2,82
•PIB: 11% •Emprego: 12% •Exportações: 9% •Investimento: 9% •Multiplicador: 3,79
•PIB: 12% •Emprego: 12% •Exportações: 10% •Investimento: 7% •Multiplicador: 2,15
•PIB: 6% •Emprego: 6% •Exportações: 5% •Investimento: 4% •Multiplicador: 2,62
•PIB: 9% •Emprego: 8% •Exportações: 4% •Investimento: 3% •Multiplicador: 3,22
•PIB: 7% •Emprego: 6% •Exportações: 6% •Investimento: 6% •Multiplicador: 2,61
•PIB: 12% •Emprego: 10% •Exportações: 7% •Investimento: 7% •Multiplicador: 2,43
•PIB: 6% •Emprego: 7% •Exportações: 4% •Investimento: 6% •Multiplicador: 2,82
América do Norte
Caraíbas
Figura 09 – Peso do setor do turismo na economia mundial por região, 2013
América Latina
UE-27
Norte de África
África Subsariana
Médio Oriente
Europa
Nordeste Asiático
Sul da Ásia
Sudeste Asiático
Oceânia
Fonte: WTTC (2015)
•PIB: 9,5% •Emprego: 8,9% •Exportações: 5,4% •Investimento: 4,3% •Multiplicador: 3,20
Mundo
89 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Considerando os dados e as previsões da UNWTO (2014), o setor do turismo
continuará a crescer significativamente até 2030. Com uma taxa média de
crescimento de 3,3%, prevê-se atingir mais de 1,8 mil milhões de chegadas
internacionais de turistas dentro de 15 anos. Este crescimento estará,
sobretudo, suportado pela evolução registada nas economias emergentes,
com um crescimento médio anual de 4,4%, em contrapartida com 2,2% nas
economias avançadas, em particular em países com um acelerado
incremento do poder de compra, como o Brasil, a China e a Rússia.
Esta evolução está a transformar o mercado, gerando novas oportunidades e
desafios transversais a todo o setor do turismo. A procura por produtos
turísticos muito específicos, a massificação de mercados outrora mais
limitados e a afirmação da tecnologia representam um novo paradigma que
acarreta tendências em permanente mutação. O WTTC (2013) define quatro
grandes “drivers”, também definidos como “macro-tendências globais”, a ter
em atenção no setor do turismo, cada uma com as suas oportunidades, mas
também com ameaças inerentes ao seu desenvolvimento:
• Conectividade Global
• Sustentabilidade ambiental (eco-limits)
• Economias Emergentes
• Desenvolvimento e Bem-Estar Socioeconómico
3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo
3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo
90 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo
Sustentabilidade ambiental (eco-limits)
O sucesso da indústria do turismo e dos seus principais produtos está
diretamente relacionado com a capacidade de preservação de recursos
naturais. O mar, as praias, as florestas, a vida selvagem e muitos outros
recursos são fundamentais para o turismo e sem eles o setor
praticamente deixaria de existir. Para além disso, as alterações
climáticas estão a afetar seriamente vários destinos turísticos e a tornar
voláteis e muito difíceis de prever os efeitos sazonais. Há ainda a
considerar os feitos do setor energético no turismo, dada a necessária
utilização intensa de energia e combustíveis no turismo. A gestão de
recursos terá que ser previdente, ao mesmo tempo que se exploram
novos nichos de mercado relacionados com o ecoturismo, o turismo
sustentável, o turismo de natureza e todas as outras variantes
relacionadas. Neste cenário, a procura por estas tipologias turísticas
está a aumentar significativamente, originando novos modelos de
negócio e produtos turísticos, aliadas, igualmente, à aventura e à
filosofia go green. A sustentabilidade ambiental é, e será ainda mais no
futuro, um fator de diferenciação e de valorização dos destinos,
nomeadamente, os menos massificados.
Conectividade Global
Os desenvolvimentos tecnológicos das últimas décadas e a rápida
afirmação e crescimento do mercado mobile alteraram radicalmente a
forma como as pessoas comunicam e interagem entre si, com as
empresas e com as mais variadas entidades. A informação circula mais
rapidamente por muito mais gente, em qualquer lugar no mundo. Deste
modo, há cada vez maior ligação entre culturas e pessoas, entre
serviços e clientes, quer em termos físicos como, sobretudo, virtuais,
levando, assim, a um estímulo do consumo e do entendimento
multicultural. A indústria do turismo, como uma das pioneiras da
globalização, detém grandes oportunidades para desenvolver novos
produtos e mercados, beneficiando dos desenvolvimentos da era digital
e expandindo os horizontes de marketing e a capacidade de
distribuição. Na realidade, existem inúmeros meios que cada destino
terá que acompanhar para não perder competitividade, incluindo social
media, desenvolvimento web, incluindo SEO (search engine
optimization), multimédia (com produção de vídeos e fotografias
promocionais com forte cariz profissional) e capacidade para penetrar e
obter reviews online em sites de referência.
91 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo
Desenvolvimento e bem-estar socioeconómico
A era digital e a globalização despertaram novas formas de consciência
coletiva e equidade social. De todos os quadrantes, incluindo governos,
empresas e consumidores, surgem preocupações com o bem-estar
social e com a justiça do desenvolvimento económico. Um pouco por
todo o mundo, têm sido inúmeras as manifestações dessas vontades,
quer com o surgimento de movimentos cívicos ou alterações políticas
significativas. Exemplos concretos são a “Primavera Árabe” ou a eleição
de um partido de extrema esquerda (Syriza) para o governo da Grécia.
Assim, a capacidade de geração de riqueza do setor do turismo terá que
ser acompanhada por uma distribuição da mesma e pela criação de
emprego e valorização da economia e das sociedades locais. Para além
disso, é essencial assegurar a preservação das comunidades e culturas
mais vulneráveis, desenvolvendo e disseminando o conhecimento
dessas realidades (“local knowledge”). O turista valoriza cada vez mais
esse paradigma, potenciando novas oportunidades e o novos nichos de
mercado, como acontece atualmente com as peregrinações, cujo
contributo para o crescimento sustentável do turismo foi reconhecido
em setembro de 2014 em Santiago de Compostela.
Economias emergentes
O crescimento da população mundial, o aumento do poder de compra e
o incremento da atividade turística estarão, sobretudo, relacionados
com as dinâmicas de mercados emergentes, como o Brasil, Rússia, Índia
e China (BRIC). Este novo paradigma significa uma mudança nos hábitos
de consumo, nas características da procura, no perfil do turista e nas
expetativas de novos segmentos de mercado. Haverá, assim, a
necessidade de adaptar a oferta às novas exigências do mercado,
concebendo produtos e serviços turísticos ajustados à procura, mas
também explorando novos canais de comunicação e distribuição, para
além do devido ajustamento das mensagens e estratégias promocionais.
Esta dinâmica provocará efeitos ainda mais abrangentes, como a
inevitabilidade de repensar a cadeia de valor e o surgimento de
oportunidades para mais e diferentes fornecedores das empresas
turísticas, para além da necessidade de encontrar e integrar recursos
humanos qualificados para os novos desafios impostos pela procura.
Tudo isto induzirá o desenvolvimento do setor educativo, tanto na
educação básica como, fundamentalmente, na implementação de
formação especializada para profissionais do setor turístico.
92 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A visão da WTTC assenta numa perspetiva do mundo em rápidas e sucessivas
transformações, onde a incerteza passa a ser a norma. Na realidade, estas
quatro macrotendências integram muitas outras marcas evolutivas do
mercado turístico. O que é incontornável é a mudança no padrão de
consumo e a oportunidade que surge para desenvolver produtos
diferenciados, muitos deles de nicho.
Esta dinâmica e o cariz flexível da indústria implicam, portanto, mudanças
significativas na tipologia da oferta e da procura. Uma dessas evoluções está
nos modelos de negócio e na capacidade de promoção dos destinos. O
mercado mobile revolucionou os dois lados da equação e exige novas
competências e abordagens, do mesmo modo que a competição para atrair
turistas é cada vez maior, levando à formulação de estratégias muito
agressivas por entidades locais.
De um modo geral, as grandes consultoras internacionais, como a PwC ou
Deloitte, as entidades diretamente relacionadas com o turismo, como a
UNWTO ou o WTTC, e os principais planos estratégicos nacionais e
internacionais, como o PENT, têm apontado para algumas tendências
marcantes do lado da oferta e do lado da procura que, de uma maneira
direta ou indireta, se encaixam nestas quatro macrotendências. Numa visão
de futuro, que se pretende consequente e competitiva, é fundamental
considerar estas questões e perceber para onde se dirige o mercado.
3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo
Principais Tendências da Procura
• Envelhecimento da população/Turismo Sénior
• Aumento do número de viagens de curta duração
• Importância da sustentabilidade ambiental
• Alteração do perfil do turista
• Aumento de turistas oriundos de economias emergentes
• Crescimento do Bleisure (business+leisure)
• Preferência por companhias aéreas low cost
• Força da Web & Mobile
• Preocupações com a saúde e bem-estar
• Procura pelas viagens de cruzeiro
• Crescimento do turismo gastronómico
• Despertar do turismo criativo
• Importância de eventos desportivos
Principais Tendências da Oferta
• Estabelecimento de parcerias e networking
• Vocação Web & Mobile
• Valorização do capital humano
• Alteração dos modelos de gestão hoteleira
• Desenvolvimento das companhias aéreas low cost
• Promoção dos destinos
93 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo
•Envelhecimento da população/Turismo Sénior
Tendência Fatores críticos
Médio/longo prazo
•Novas necessidades e expetativas, que implicam o ajustamento da oferta.
•Valorização da qualidade do serviço e das infraestruturas hoteleiras.
• Relevância da segurança e dos serviços de apoio no destino (ex.: saúde).
•Muita importância do word of mouth (marketing boca-a-boca).
•Disponibilidade para viajar, elevado poder de compra e propensão para gastar.
•Aumento da estadia média e do gasto médio por turista.
•Importância do turismo de saúde e bem-estar, cultural e religioso.
Curto prazo
* **
Impacto nos Açores
•Aumento do número de viagens de curta
duração
•Aumento dos city breaks (estadia de curta duração em cidades).
•Repartição das férias por mais períodos e aproveitamento de pequenos períodos (ex.: fins
de semana) para shorts trips.
•Diminuição da estadia média e procura por diversidade de experiências.
•Crescimento aliado às oportunidades proporcionadas pelas companhias aéreas low cost.
** ***
•Importância da sustentabilidade ambiental
•Maior consciencialização dos turistas para a proteção e preservação ambiental.
•Implementação de novas filosofias e novos padrões de consumo (ex.: go green).
•Desenvolvimento de produtos e serviços ecofriendly.
•Aumento da eficiência energética e diminuição da pegada ecológica.
•Maior propensão para atividades na natureza e turismo ativo.
*** ***
•Alteração do perfil do turista
•Surgimento de novos segmentos e nichos de mercado (ex.: sénior, multigeracional, solteiros,
visita a familiares emigrantes, millenials, shopping …).
•Novas expetativas e desejos, com maior propensão para o consumo.
•Muito bem informados, com preferência por serviços e produtos personalizados.
* **
Principais tendências do Turismo: Procura
94 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo
•Aumento de turistas oriundos de economias
emergentes
Tendência Fatores críticos
•Novos perfis de consumo e de expetativas.
•Desafios culturais e de comunicação.
•Nova classe média muito exigente e valorizadora da qualidade do serviço.
•Favorecimento do destino de férias e das experiências como fator de status social.
* **
•Crescimento do Bleisure (business+leisure)
•Aproveitamento de viagens de trabalho e negócios para o lazer.
•Particularmente relevante em zonas urbanas e de concentração de empresas.
•Resulta da globalização dos negócios e da atividade empresarial.
•Gasto médio por turistas superior à média, mas com estadia média reduzida.
* *
•Preferência por companhias aéreas low cost
•Preços de viagens mais reduzidos, com mais rotas e maior periodicidade de voos.
•Favorecimento de city breaks, turismo de negócios e viagens de curta duração.
•Facilidade de chegar a destinos outrora inacessíveis financeiramente.
** ***
•Força da Web & Mobile
•Imediatismo e facilidade no acesso a informação de múltiplas fontes.
•Afirmação das redes sociais (social media) e da disseminação de informação.
•Importância crescente dos reviews (de especialistas e de outros turistas) em sites
especializados e nas redes sociais (ex.: TripAdvisor).
•Capacidade de personalizar a experiência da viagem e aumento do DIY (do it yourself).
•Comparação de preços e serviços, privilegiando o last minute booking.
** ***
•Preocupações com a saúde e bem-estar
•Novos hábitos alimentares e filosofias de vida, como vegetarianismo, produtos biológicos e
exercício físico.
•Expetativas de serviços e soluções adequadas a essas necessidades.
•Valorização do culto pela beleza e dos cuidados com o corpo.
•Procura do relaxamento, dos spas e do bem-estar físico e espiritual.
* ***
Médio/longo prazo Curto prazo
Impacto nos Açores
95 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo
•Procura pelas viagens de cruzeiro
Tendência Fatores críticos
Médio/longo prazo
•Segmento de mercado com idade superior a 45 anos.
•Diversidade de rotas e experiências a bordo.
•Reconhecimento de destinos para futuras visitas mais prolongadas.
•Expetativa de adequação das infraestruturas de suporte e dos serviços à saída dos navios.
Curto prazo
** ***
Impacto nos Açores
•Crescimento do turismo gastronómico
•Procura de conhecimento por novos sabores e diversidade de experiências.
•Advento da culinária no show biz.
•Nova vaga da alta cozinha.
•Interesse em eventos mundiais de culinária e gastronomia.
* **
•Despertar do turismo criativo
•Valorização da arte, da arquitetura, do património e da genuinidade cultural.
•Procura de locais e obras marcantes.
•Expetativa do novo e da surpresa artística.
•Participação em experiências criativas, deixando o cunho pessoal.
•Multiplicação de nichos de elevado valor acrescentado (ex.: turismo científico).
* **
•Importância de eventos desportivos
•Participação ou acompanhamento de eventos desportivos.
•Elevado efeito multiplicador local em eventos de média/longa duração.
•Valorização de características únicas para a prática de determinados desportos (ex.: ondas
classificadas e o surf).
•Vários nichos de mercados associados: profissionais; amadores; associações; federações;
escalões de formação; competições (locais, regionais, nacionais, internacionais).
* ***
96 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo
•Estabelecimento de parcerias e networking
Tendência Fatores críticos
Médio/longo prazo
•Necessidade de agir em esforços concertados entre vários players da promoção e oferta de
serviços turísticos.
•Redução de ineficiências e otimização de recursos na captação de turistas.
•Implementação de novos modelos de negócios adequados às constantes alterações do
mercado.
Curto prazo
*** ***
Impacto nos Açores
•Vocação Web & Mobile
•Desenvolvimento dos canais de venda direta e adequação à progressiva desintermediação
(intensificação das OTA - online travel agencies).
•Perceção do comportamento da procura e aceitação do paradigma do DIY.
•Profissionalização e disciplina da gestão de conteúdos online e de redes sociais.
•Reforço das competências de marketing online.
•Ajustamento dos meios disponíveis online ao novo perfil do turista.
** ***
•Valorização do capital humano
•Aposta na formação especializada e aumento da exigência de habilitações mínimas.
•Valorização de competências e desenvolvimento da capacidade de comunicação.
•Multiplicidade de experiências e conhecimento de novos mercados.
•Implementação de serviços profissionalizados de alta qualidade.
* ***
•Alteração dos modelos de gestão hoteleira
•Redução de margens operacionais.
•Segmentação pronunciada.
•Maiores esforços de marketing.
•Elevada concorrência de serviços substitutos (ex.: hostels, turismo rural,…)
•Maior relevância da personalização da oferta , dos hotéis de charme e dos boutique hotels.
** ***
Principais tendências do Turismo: Oferta
97 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo
•Desenvolvimento das companhias aéreas low
cost
Tendência Fatores críticos
Médio/longo prazo
•Crescimento do número de rotas e progressivo aumento do poder de escolha.
•Melhoria significativa da qualidade do serviço.
•Privilégio à venda direta, evitando a intermediação.
•Desenvolvimento de bases de operações locais.
Curto prazo
** ***
Impacto nos Açores
•Promoção dos destinos
•Aumento significativo da concorrência a nível mundial.
•Desenvolvimento do branding e difrenciação dos destinos.
•Melhoria das acessibilidades a destinos remotos.
•Intensificação da segmentação e surgimento de novos destinos e experiências turísticas.
•Melhoria da experiência local e dos serviços integrados na cadeia de valor.
** ***
4. Caracterização e
Desenvolvimento Turístico do
Concelho da Ribeira Grande
99 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Índice
1. Apresentação 7
2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21
3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44
4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98
4.1. Evolução da Atividade Turística 101
4.1.1. Oferta e Procura 102
4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico 111
4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico 120
4.1.4. Análise SWOT 127
4.2. Enquadramento Urbanístico do Desenvolvimento Turístico do Concelho 133
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 134
4.2.2. Património Arquitetónico Local 146
4.3. Recursos e Atrações Turísticas 192
4.4. Condições de Suporte da Atividade Turística 215
4.5. Visão e Objetivos Estratégicos 229
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor 235
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento 292
4.8 Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos 305
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321
6. Considerações Finais 332
7. Bibliografia 339
8. Anexos 346
100 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande
4.
Historicamente, o turismo tem sido uma atividade económica de relevo
relativamente incipiente no concelho da Ribeira Grande. No entanto, existe
muito trabalho realizado em alguns produtos, nomeadamente no turismo
cultural. Para a adequada projeção estratégica do desenvolvimento turístico
do concelho, procedeu-se a um trabalho centrado em três grandes
componentes: diagnóstico, conceção estratégica e plano de ação.
Em termos de diagnóstico, procedeu-se, numa primeira fase, a um estudo
focado nas dinâmicas de mercado, identificando as características da oferta e
da procura e procurando perceber o grau de preparação do concelho para a
atividade turística. Em seguida, aplicou-se uma análise ao enquadramento
urbanístico e aos recursos e atrações turísticas existentes.
Com base em toda esta informação, estruturaram-se as principais diretrizes
estratégicas, os produtos turísticos que deverão configurar a oferta do
concelho e a atuação de marketing territorial. Note-se que se privilegiou uma
abordagem objetiva e holística, procurando a projeção do destino como um
todo, que integra vários produtos diferenciadores e valorizadores da
experiência do turista na Ribeira Grande.
Procurando uma manifestação tangível e consequente daquilo que foi
definido estrategicamente e que perspetiva o desenvolvimento turístico
local, concebeu-se adicionalmente um plano de ação, com indicação
concreta de medidas a implementar, completando ciclo de planeamento.
101 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1. Evolução da Atividade Turística
Um dos fatores fundamentais para promover o desenvolvimento da
atividade turística é o acesso à informação e a relevância técnica da mesma.
Reconhecendo esta importância, as entidades internacionais e nacionais que
regulam e operam neste setor têm desenvolvido inúmeros esforços para o
devido acompanhamento da atividade, produção e publicação rápida de
informação e facilitação, aos restantes agentes, de dados que permitam o
conhecimento das dinâmicas do mercado e das tendências locais, nacionais e
internacionais. Este investimento na produção de informação é um dado
revelador da maturidade do setor do turismo e da relevância histórica para a
economia de uma determinada localização. Neste sentido, a realidade que se
encontra atualmente no concelho da Ribeira Grande é paradigmática, uma
vez que existem poucos dados oficiais que permitam caracterizar e perceber
a evolução do turismo, nomeadamente nas dinâmicas referentes à procura.
Efetivamente, apesar do enorme potencial endógeno existente no concelho,
em particular em algumas zonas agregadoras de condições ótimas para
determinadas atividades, a parca e frágil informação disponível demonstra a
pouca relevância atribuída, até agora, ao turismo para o desenvolvimento
económico da Ribeira Grande. Na realidade, o turismo é uma nova aposta,
que pretende expandir horizontes no crescimento e progresso sustentado
local, capitalizando os recursos endógenos e o potencial existente, pelo que
se procedeu a uma recolha e análise de dados transversal, integrando a
oferta e a procura.
4.1. Evolução da Atividade Turística
102 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1. Evolução da Atividade Turística
Caracterização da Oferta
Devido à complexidade da cadeia de valor do turismo e à tipologia dos
diferentes tipos de impacto que cada atividade proporciona no seu
funcionamento, importa observar a oferta sob várias perspetivas. Na Ribeira
Grande, ressalve-se o foco em três atividades básicas, designadamente
alojamento, animação e restauração.
Ao nível do alojamento, uma das atividades centrais da principal cadeia de
valor do turismo, existe grandes limitações. Os dados oficiais do INE apontam
para a existência de apenas dois estabelecimentos hoteleiros no concelho,
uma oferta que se mantém estagnada desde 2005. Refira-se que um
complexo de apartamentos turísticos com 18 apartamentos – Aparthotel
Encosta do Mar – entrou em funcionamento em 2004, mas entretanto
encerrou. Esta é uma clara evidência da fraca qualificação e disponibilidade
da oferta de alojamento existente. Em comparação com os outros concelhos
dos Açores, a Ribeira Grande posiciona-se numa situação competitiva muito
deficitária, apresentando menos soluções (e com menor qualificação) do que
concelhos substancialmente mais pequenos. É uma situação que deixa o
concelho dependente do alojamento disponível nos restantes concelhos da
ilha de São Miguel, em particular em Ponta Delgada, não permitindo fixar o
turista e, por conseguinte, captar o consumo.
Não obstante, há uma outra face desta realidade, uma vez que existem
várias unidades de alojamento local e de turismo em espaço rural que
diversificam a oferta e, de certo modo, a direcionam para uma tipologia
diferenciada. Estas unidades aumentam, obviamente, a oferta existente, mas
de forma limitada à dimensão e capacidade empreendedora de cada
proprietário, aportando, igualmente, menor impacto ao nível do efeito
económico multiplicador.
2013 2007 2002
Total Açores 80 81 62
Vila do Porto 4 4 2
Lagoa 4 4 2
Nordeste 0 1 1
Ponta Delgada 25 29 22
Povoação 4 3 2
Ribeira Grande 2 2 1
Vila Franca do Campo 2 2 2
Angra do Heroísmo 10 10 8
Praia da Vitória 9 7 5
Santa Cruz da Graciosa 3 3 3
Calheta 1 0 0
Velas 2 2 2
Lajes do Pico 2 2 2
Madalena 3 2 2
São Roque do Pico 0 1 1
Horta 5 6 5
Lajes das Flores 0 0 0
Santa Cruz das Flores 3 3 2
Corvo 1 0 0
Tabela 18 – Estabelecimentos hoteleiros nos Açores, por concelho
Fonte: INE (2015)
4.1.1. Oferta e Procura
103 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
No sentido de se conhecer, então, a real capacidade de alojamento do
concelho, procedeu-se a um levantamento exaustivo de todas as unidades
existentes, junto de diversas entidades. Não obstante, esta foi uma das
primeiras dificuldades encontradas e reveladora da fragilidade da informação
disponível para os turistas.
Foram consultados dados provenientes de cinco canais diferentes,
registando-se que a informação apresentou sempre diferenças, algumas
significativas, em todos eles. Analisaram-se documentos recolhidos junto do
Posto de Turismo da Ribeira Grande, no site da Direção Regional do Turismo,
na lista de alojamento local da Direção Regional do Turismo, no site
turismo.cm-ribeiragrande.pt e no site www.visitribeiragrande.com. Com
efeito, constatou-se que a informação recolhida junto do Posto de Turismo
da Ribeira Grande é a mais atualizada e correta, apesar de ainda conter
omissões.
Este paradigma dificulta, notoriamente, o trabalho de análise ao nível do
planeamento, mas é também uma debilidade no que concerne à informação
para o turista. Note-se que há listas onde surgem unidades de alojamento já
extintas ou contactos incorretos. Estas lacunas limitam, obviamente, a
confiança do turista e a credibilidade da informação turística local.
Para diminuir a margem de erro na análise à oferta de alojamento atual,
procedeu-se ao cruzamento da informação das diversas fontes de
informação e à respetiva triagem. Posteriormente, exploraram-se todos os
contactos telefónicos disponíveis, procurando recolher e confirmar a
informação disponível. No final, concebeu-se uma lista harmonizada, que
difere necessariamente de todas as outras, mas que poderá não estar isenta
de omissões, dadas as evidentes lacunas de informação existentes. De modo
a exemplificar toda situação, revelam-se todas as listas consultadas nos
quadros seguintes.
4.1. Evolução da Atividade Turística
Designação Tipologia Quartos Camas
António Vasco Vieira Neto Viveiros Moradia 2 4
Casa A Fadinha Moradia 2 5
Casa Cor-de-Rosa Moradia 1 2
Casa da Canada/Villa Rural Moradia 2 4
Casa do Mar Moradia 2 6
Casa do Porto Formoso Moradia 3 6
Casa do Rosário Moradia 3 6
Casa dos Cedros Moradia 2 4
Costa Norte-Guest House Quartos 3 9
Lúcia da Conceição de Melo Pereira Garcia Moradia 4 8
Mãe de Água Moradia 0 2
Pico do Cavaco Moradia 2 4
Quinta de São João Moradia 1 2
Quinta do Castanheiro Moradia 4 6
Quinta do Tanque Estabelecimento de Hospedagem 2 4
Quinta dos Bravos Estabelecimento de Hospedagem 4 11
Vivenda Xavier Moradia 3 6
Tabela 19 – Lista da Direção Regional do Turismo de estabelecimentos de alojamento
local na Ribeira Grande
Fonte: DRT (2015)
104 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1. Evolução da Atividade Turística
Designação Tipologia
A Quinta - Casas de Campo Turismo no Espaço Rural
Casa das Calhetas Turismo de Habitação
Casa de Campo-Fátima Díonisio Turismo no Espaço Rural
Casa do Pico Arde Turismo no Espaço Rural
Herdade de Nª Sra. das Graças Turismo no Espaço Rural
Hotel-Apartamentos Encosta do Mar Turismo no Espaço Rural/Turismo de Habitação
Pensão (R) Ribeira Grande Turismo no Espaço Rural/Turismo de Habitação
Quinta do Pico do Refúgio Turismo no Espaço Rural
Solar de L´Além Turismo de Habitação
Tabela 20 – Unidades de alojamento elencadas no site da Direção Regional do Turismo
Fonte: DRT (2015)
Tabela 21 – Unidades de alojamento listadas no site turismo.cm-ribeiragrande.pt
Designação Tipologia
A Quinta - Casas de Campo Turismo no Espaço Rural
Casa A Fadinha Residenciais
Casa Cor-de-Rosa Alojamento Local
Casa da Canada/Villa Rural Alojamento Local
Casa da Encosta Turismo no Espaço Rural
Casa das Calhetas Turismo no Espaço Rural
Casa de Santa Lúzia Residenciais
Casa do Pico Arde Turismo no Espaço Rural
Herdade de Nª Sra. das Graças Turismo no Espaço Rural
Pensão (R) Ribeira Grande Alojamento com Pequeno Almoço
Pico do Cavaco Alojamento Local
Quinta das Laranjeiras Campismo
Quinta de Santana Turismo no Espaço Rural
Quinta de São João Alojamento Local
Quinta do Pico do Refúgio Turismo no Espaço Rural
Quinta dos Bravos Alojamento Local
Solar de L´Além Turismo no Espaço Rural
Vivenda Xavier Alojamento Local
Fonte: turismo.cm-ribeiragrande.pt (2015)
Tabela 22 – Unidades de alojamento listadas no site www.visitribeiragrande.com
Designação Tipologia
A Quinta - Casas de Campo Alojamento Turístico
Casa A Fadinha Alojamento Local
Casa Cor-de-Rosa Alojamento Local
Casa da Canada/Villa Rural Alojamento Local
Casa das Calhetas Alojamento Turístico
Casa de Hóspedes Santa Rita Alojamento Local
Casa do Lagar Alojamento Turístico
Casa do Pico Arde Alojamento Turístico
Casa do Porto Formoso Alojamento Local
Casa do Rosário Alojamento Local
Herdade de Nossa Sra. das Graças Alojamento Turístico
Mãe de Água Alojamento Local
Pensão (R) Ribeira Grande Alojamento Turístico
Pico do Cavaco Alojamento Local
Quinta da Ladeira Alojamento Local
Quinta da Saúde Alojamento Turístico
Quinta das Laranjeiras Alojamento Turístico
Quinta de Santana Alojamento Turístico
Quinta de São João Alojamento Local
Quinta do Castanheiro Alojamento Local
Quinta do Pico do Refúgio Alojamento Turístico
Quinta do Tanque Alojamento Local
Quinta dos Bravos Alojamento Local
Solar de L´Além Alojamento Turístico
Vivenda Xavier Alojamento Local
Fonte: www.visitribeiragrande.com (2015)
105 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Cruzando e filtrando os dados apresentados pela Câmara Municipal da
Ribeira Grande (CMRG), no site VisitRibeiraGrande (o site mais atualizado),
pelo Posto de Turismo e pela Direção Regional do Turismo (DRT), no site
oficial do Governo Regional dos Açores, constata-se que existem, no total, 26
unidades de alojamento, incluindo um parque de campismo (julga-se que
será um número por defeito, mas a triagem e filtragem da informação
apenas permitiu chegar a esta quantidade).
As unidades de alojamento local são predominantes, representando 50% da
oferta, seguidas das unidades de turismo rural. Nesta última tipologia, é de
salientar a existência de uma unidade de agroturismo – Herdade de Nossa
Senhora das Graças – uma das poucas existentes nos Açores e que permite
efetivamente alguma diferenciação.
4.1. Evolução da Atividade Turística
Tabela 23 – Lista de unidades de alojamento fornecida pelo
Posto de Turismo da Ribeira Grande
Fonte: Posto de Turismo da Ribeira Grande (2015)
Designação Tipologia Quartos Camas Apartamentos
Quinta de Santana-Apartamentos Turísticos Turismo em espaço Rural/Apart. Turísticos 26 - 21
A Quinta-Casas de Campo Turismo em espaço Rural-Casa de Campo 4 8 -
Solar de Lalém Turismo em espaço Rural 10 20 -
Casa de Campo-Fátima Dionísio Turismo em espaço Rural-Casa de Campo 4 8 -
Casa do Pico Arde Turismo em espaço Rural 5 10 -
Herdade Nª Senhora das Graças Turismo em espaço Rural-Agro Turismo 6 12 -
Quinta do Pico do Refúgio Turismo em espaço Rural 8 16 -
Casa das Calhetas Turismo de Habitação 3 5 -
Pensão (R) Ribeira Grande Empreendimentos Turísticos-Pensão (R) 3ª 6 12 -
Casa Cor de Rosa Alojamento Local 1 2 -
António Manuel Cabral Botelho Sebastião Alojamento Local 2 5 -
Quinta do Tanque Alojamento Local 2 4 -
Pico do Cavaco Alojamento Local 2 6 -
Costa Norte-Guest House Alojamento Local 3 9 -
Vivenda Xavier Alojamento Local 2 6 -
Quinta de São João Alojamento Local 1 2 -
Casa da Encosta Alojamento Local 2 2 -
Pedro Mendes Alojamento Local 2 5 -
Mãe d'Água Alojamento Local 1 2 -
Quinta do Castanheiro Alojamento Local 2 2 -
Quinta dos Bravos Alojamento Local 4 11 -
Quinta da Saúde Alojamento Local 4 7 -
Quinta das Laranjeiras Alojamento Local 30 90 -
Casa do Porto Formoso Alojamento Local 3 6 -
Total 133 250 21
Gráfico 44 – Unidades de alojamento na Ribeira Grande por tipologia
Fonte: CMRG/DRT (2015)
Turismo no espaço rural
7 Turismo de habitação
2
Alojamento local 13
Empreendimentos Turísticos
1
Apartamentos Turísticos
2
Parque de Campismo
1
106 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Dada a dimensão territorial do concelho e a organização em 14 freguesias,
importa analisar a localização das várias unidades de alojamento,
percebendo o grau de dispersão existente. Verifica-se que a Zona Poente é
aquela que mais unidades concentra, com particular destaque para as
freguesias de Rabo de Peixe (seis) e Calhetas (cinco). As cinco freguesias que
delimitam a cidade da Ribeira Grande – Ribeira Seca, Santa Bárbara,
Conceição, Matriz e Ribeirinha – agregam no total nove unidades de
alojamento. Entre a freguesia do Porto Formoso e a da Lomba de São Pedro
apenas existem quatro unidades, o que torna a Zona Nascente do concelho
bastante deficitária em oferta de alojamento e na consequente capacidade
de atração e retenção de turistas.
Analisando com maior detalhe, verifica-se que as unidades existentes são
realmente de pequena dimensão. As maiores estão localizadas na freguesia
da Maia (Solar de Lalém) e em Rabo de Peixe (Quinta de Santana e Quinta do
Pico do Refúgio). No total apurado, estão apenas disponíveis 336 camas no
concelho da Ribeira Grande, sendo 114 delas (33,93%) pertencentes ao
empreendimento Quinta de Santana. Trata-se de um cenário que limita
substancialmente a escolha do consumidor. É, ainda, necessário ter em
consideração que, numa parte considerável desta oferta, a venda é feita por
casa ou apartamento e não por quarto, elevando o esforço financeiro
associado à estadia e segmentando o público-alvo.
Refira-se, ainda, que está a ser preparada uma nova unidade de alojamento
que irá promover uma melhoria significativa relativamente à oferta
existente. O projeto Eco Beach Resort Santa Bárbara prevê um investimento
de cerca de 2 milhões de euros, com um total de 14 unidades (7
apartamentos T1 e 7 apartamentos T2), o que corresponderá a um máximo
de 70 camas, 42 fixas e 28 convertíveis. É um projeto que se localiza nas
imediações da Praia de Santa Bárbara, freguesia da Ribeira Seca, e que estará
muito direcionado para o turismo de praia e de desportos náuticos, com
especial foco no nicho do surf. O empreendimento integrará outras
valências, mas a qualificação da oferta de alojamento será o grande marco
deste projeto.
4.1. Evolução da Atividade Turística
5
2
6
0
2 1
1
2
4 2
0 1
0
0
Calhetas
Pico da Pedra Rabo de
Peixe Santa Bárbara
Ribeira Seca
Conceição
Matriz
Ribeirinha
Porto Formoso
São Brás
Maia
Lomba da Maia
Fenais da Ajuda
Lomba de São Pedro
Figura 10 – Número de unidades de alojamento na Ribeira Grande por freguesia
Fonte: CMRG/DRT (2015)
107 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1. Evolução da Atividade Turística
No que concerne à animação turística é de assinalar que a oferta existente
noutros concelhos, nomeadamente Ponta Delgada, contempla o
desenvolvimento da atividade também na Ribeira Grande. Assim, a análise
recai sobre os agentes que estão identificados no site da DRT com uma
morada ou unidade comercial no concelho da Ribeira Grande. Neste grupo
incluíram-se três tipologias de atividade: animação turística, atividades
náuticas e rent-a-car.
O reduzido número de agentes comprova o fraco dinamismo da atividade
turística no concelho. Porém, as atividades de animação são predominantes,
sabendo-se que os sete agentes registados se subdividem do seguinte modo:
uma empresa de aluguer de bicicletas, uma empresa de pedestrianismo e
turismo de natureza, uma empresa de mergulho e pedestrianismo e quatro
agentes de tours personalizados em táxi/carrinha.
Nome Freguesia Tipologia Quartos Camas Apartamentos Casas
A Quinta - Casas de Campo Rabo de Peixe Turismo no Espaço Rural 4 5 - 3
Casa A Fadinha Matriz Alojamento Local 1 3 - 1
Casa Cor-de-Rosa Calhetas Alojamento Local 1 1 1 -
Casa da Canada/Villa Rural Ribeirinha Alojamento Local 2 4 - 1
Casa das Calhetas Calhetas Turismo de Habitação 3 3 - -
Casa de Campo-Fátima Dionísio Calhetas Turismo no Espaço Rural 4 5 1 1
Casa de Hóspedes Santa Rita Matriz Alojamento Local 6 6 - -
Casa do Lagar Calhetas Turismo no Espaço Rural 3 3 - -
Casa do Pico Arde Conceição Turismo no Espaço Rural 4 10 4 -
Casa do Porto Formoso Porto Formoso Alojamento Local 3 6 - -
Costa Norte-Guest House Matriz Alojamento Local 3 9 - -
Eco-Beach Resorts Santa Bárbara Ribeira Seca Apartamentos turísticos - 70 14 -
Herdade de Nª Sra. das Graças Lomba da Maia Turismo no Espaço Rural 4 8 - -
Mãe de Água Matriz Alojamento Local 1 2 - 1
Pensão (R) Ribeira Grande Conceição Empreendimentos Turísticos 9 12 - -
Pico do Cavaco Rabo de Peixe Alojamento Local 2 4 - -
Quinta da Saúde Ribeira Seca Turismo no Espaço Rural 3 3 1 1
Quinta das Laranjeiras Rabo de Peixe Parque de Campismo 62 - - -
Quinta de Santana Rabo de Peixe Apartamentos turísticos 32 114 25 -
Quinta de São João Rabo de Peixe Alojamento Local 1 1 - -
Quinta do Castanheiro Pico da Pedra Alojamento Local - 4 - 1
Quinta do Pico do Refúgio Rabo de Peixe Turismo no Espaço Rural - 24 8 -
Quinta do Tanque Calhetas Alojamento Local 2 4 - -
Quinta dos Bravos Pico da Pedra Alojamento Local 8 12 - -
Solar de L´Além Maia Turismo de Habitação 10 20 - -
Vivenda Xavier Porto Formoso Alojamento Local 3 3 - -
Total 115 336 54 9
Tabela 24 – Informação detalhada das unidades de alojamento na Ribeira Grande1
1 Lista resultante do cruzamento e filtragem de informação da DRT e da CMRG e consulta direta aos responsáveis das unidades de alojamento identificadas.
2 Quartéis de tendas
Animação 7
Atividades náuticas 3
Rent-a-car 1
Gráfico 45 – Agentes (n.º) de animação turística por tipo de atividade na Ribeira Grande
Fonte: DRT (2015)
108 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1. Evolução da Atividade Turística
O setor da restauração é aquele que apresenta maior oferta na Ribeira
Grande. É uma atividade tradicionalmente reconhecida no concelho, com
vários restaurantes de cozinha regional e pratos típicos, que se têm afirmado
na gastronomia micaelense. No entanto, os efeitos da crise financeira
afetaram a atividade, com alguns estabelecimentos a cessarem o serviço e a
não surgirem novos elementos para diversificação da oferta. Note-se que
está a ser desenvolvido e implementado um “Roteiro Gastronómico”, que
valoriza esta atividade na Ribeira Grande e que possibilitou um lugar nos três
finalistas do concurso “Terra de Culinária” organizado pela APTECE -
Associação Portuguesa de Turismo de Culinária e Economia, Turismo de
Portugal e DGARD – Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Para complementar esta análise, há ainda a considerar os dados do INE que
demonstram o número de empresas existentes em alguns dos setores
relacionados com o turismo. Note-se que o setor da restauração e similares é
aquele que mais empresas contabiliza, sendo notória a diminuição entre
2007 e 2012. Ressalve-se, ainda, o número reduzido de empresas no setor do
alojamento em comparação com as unidades existentes, o que poderá
indiciar a exploração de várias unidades em nome pessoal.
Por último, há ainda a notar que a promoção e comunicação dos vários
agentes é, na generalidade, de baixa qualidade. Para muitas unidades de
alojamento não existem sites, alguns estão apenas na versão portuguesa,
muitos estão desatualizados, revelam amadorismo e pouco cuidado de
imagem e tratamento de informação. Também se constata que são poucos
os referenciados em redes como o TripAdvisor ou o Airbnb. Para além disso,
vários contactos, sobretudo telefónicos, estão errados. Tudo isto dificulta,
obviamente, a aquisição da confiança do turista e o processo de venda, pelo
que é, notoriamente, um aspeto a corrigir e a melhorar.
Atividade Económica 2007 2012
Alojamento 12 11
Restauração e similares 136 121
Agências de viagem, operadores turísticos, outros serviços de reservas 2 2
Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 44 54
Gráfico 25 – Número de empresas com sede na Ribeira Grande por atividade económica
relacionada com o turismo
Fonte: INE (2015)
109 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1. Evolução da Atividade Turística
Caracterização da Procura
A informação relativa à procura é ainda mais escassa do que a relativa à
oferta. Na verdade, para o concelho da Ribeira Grande há apenas dados do
INE referentes a 2010, enquanto vários outros concelhos dos Açores
apresentam informação permanente há vários anos. Por outro lado, o Posto
de Turismo da Ribeira Grande apresenta alguns dados, que, embora não
permitam grandes conclusões, promovem algumas interpretações
pertinentes.
Analisando o número de hóspedes por concelho, verifica-se que a Ribeira
Grande não está a explorar o seu potencial turístico. Os únicos dados
disponíveis são relativos a 2010, que indicam apenas 482 hóspedes em
estabelecimentos hoteleiros. Dada a reduzida oferta hoteleira do concelho,
este é um registo natural. Poder-se-ia assumir que, devido à oferta existente
em Ponta Delgada, haveria mais dificuldade em captar interessados para a
Ribeira Grande, mas se analisarmos os dados relativos a outros concelhos da
ilha de São Miguel, como Lagoa ou Povoação, é notório que há algo por
explorar. Como consequência, o número de dormidas é também reduzido:
apenas 1.788 em 2010. 2007 2010 2013
Região Autónoma dos Açores 350.829 347.902 333.446
Vila do Porto 9.100 9.215 6.610
Lagoa 9.182 10.405 6.481
Nordeste - - 0
Ponta Delgada 175.603 182.125 172.311
Povoação 10.814 10.226 9.928
Ribeira Grande - 482 -
Vila Franca do Campo - - 8.912
Angra do Heroísmo 51.639 42.434 41.880
Vila da Praia da Vitória 13.374 13.030 19.690
Santa Cruz da Graciosa 3.420 5.644 4.193
Calheta 0 0 -
Velas - - -
Lajes do Pico - - -
Madalena - - 13.490
São Roque do Pico - - 0
Horta 39.866 36.678 33.589
Lajes das Flores 0 0 0
Santa Cruz das Flores 3.158 5.050 5.405
Corvo 0 0 -
Tabela 26 – Hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros nos Açores por concelho
Fonte: INE (2015)
2002 2007 2010 2013
Região Autónoma dos Açores 777.935 1.184.375 1.035.031 1.054.102
Vila do Porto - 24.657 23.933 21.061
Lagoa (R.A.A) - 54.440 57.643 32.421
Nordeste - - - 0
Ponta Delgada 431.472 705.287 593.336 622.142
Povoação - 33.409 28.497 30.070
Ribeira Grande - - 1.788 -
Vila Franca do Campo - - - 39.293
Angra do Heroísmo 66.547 125.892 100.029 108.606
Vila da Praia da Vitória 28.873 30.405 31.478 38.342
Santa Cruz da Graciosa 9.976 8.012 16.043 10.943
Calheta (R.A.A.) 0 0 0 -
Velas - - - -
Lajes do Pico - - - -
Madalena - - - 32.654
São Roque do Pico - - - 0
Horta 75.821 91.627 81.032 77.054
Lajes das Flores 0 0 0 0
Santa Cruz das Flores - 8.259 14.229 13.136
Corvo 0 0 0 -
Tabela 27 – Dormidas nos estabelecimentos hoteleiros nos Açores por concelho
Fonte: INE (2015)
110 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1. Evolução da Atividade Turística
Curiosamente, a estadia média em 2010 foi ligeiramente maior na Ribeira
Grande (3,7 noites) do que em Ponta Delgada (3,3 noites) e do que no global
dos Açores (3,1 noites). Apenas a Lagoa superou estes valores (5,5 noites). A
análise destes dados ao longo do tempo seria substancialmente mais
importante, de modo a verificar as tendências de cada indicador e a
comparação entre os concelhos e com o global regional. Não obstante, há
que reter que estes dados não revelam informação sobre o turismo rural e
alojamento local (a principal oferta de alojamento na Ribeira Grande), que,
certamente, espelhariam uma realidade diferente. A intensificação do
esforço de recolha de informação junto destas unidades seria muito
relevante e traria benefícios no planeamento e preparação turística do
concelho.
Os dados registados no Posto de Turismo da Ribeira Grande indicam um
número crescente de turistas que procuram este serviço nos últimos cinco
anos. Apesar de não serem dados que permitam conclusões inequívocas,
estes registos poderão indiciar um crescimento da procura turística no
concelho, nomeadamente na cidade da Ribeira Grande. Um dos dados de
maior interesse é a liderança dos turistas de nacionalidade alemã desde
2012. No entanto, há uma tendência de descida do seu número, apesar da
Alemanha ser atualmente (e desde 2009) o principal mercado estrangeiro
emissor para os Açores. Destaque, ainda, para a redução do número de
turistas de Portugal Continental, que já não figuram nos três primeiros
lugares, e que é, também, um reflexo da diminuição recente do número de
turistas portugueses nos Açores.
Gráfico 46 – Turistas que procuraram o Posto de Turismo da Ribeira Grande
3.127
3.862 3.949
4.671 4.739
2010 2011 2012 2013 2014
855 836 798
464 462 456 375 394
307
2012 2013 2014
Tabela 47 – Turistas que procuraram o Posto de Turismo da Ribeira Grande, por
nacionalidade (top 3)
Fonte: Posto de Turismo da Ribeira Grande (2015)
111 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico
A avaliação à qualidade de um destino turístico reflete-se numa avaliação à
oferta (no seu todo), tornando, assim, a procura (os turistas) o avaliador
ideal. Deste modo, foi estruturado um inquérito para aplicar junto de uma
amostra aleatória dos turistas que visitaram a ilha de São Miguel, procurando
a sua apreciação a vários elementos da oferta turística dos Açores e do
concelho da Ribeira Grande em concreto.
Foram recolhidas 132 respostas validadas, durante o mês de março de 2015.
O erro probabilístico associado à amostra é de 9% para um intervalo de
confiança de 90%. O número de inquéritos recolhidos e o consequente erro
associado à amostra foram condicionados pelo desenvolvimento do trabalho
na época baixa do turismo regional, com a agravante de se processar no
período que antecedeu o início das operações das companhias aéreas low
cost Ryan Air e Easy Jet.
O inquérito integrava 33 questões estruturadas de acordo diferentes
objetivos de análise, procurando, fundamentalmente, informações sobre os
seguintes tópicos:
• Informação sobre a viagem: com o intuito de perceber como se processou
a viagem para os Açores, qual o seu objetivo e caraterísticas da estadia;
• Informação sobre o processo de planeamento e decisão da viagem: com o
objetivo de perceber a facilidade de recolha de informação relativa ao
destino e a origem da ideia de viajar para os Açores;
• Informação sobre a estadia no concelho da Ribeira Grande: para aferir as
atividades realizadas e as atrações visitadas, bem como quais os principais
fatores diferenciadores do concelho;
• Informação sobre a satisfação do visitante: para avaliar o grau de
satisfação do turista relativamente à sua passagem pelo concelho da
Ribeira Grande, quer em termos genéricos, quer em termos específicos.
Os principais dados a extraídos do questionário são apresentados
resumidamente em formato infográfico, revelando os elementos que
realmente se destacam nas características da procura.
4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico
112 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
96,8%
4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico
Informação sobre a viagem
54,6% iniciaram as viagens em Portugal (27,3%) ou Alemanha (27,3%)
79,2% nunca tinham estado nos Açores
91,3% apenas visitam uma ilha
29,9% têm um estadia de 7 dias 92,3%
vêm passar férias
54,1% são acompanhados por familiares adultos
41,8% são acompanhados por amigos adultos
78,2% ficam sempre na mesma unidade de alojamento
3,2%
86,4% Ficam num hotel ou apart-hotel
78,3% visitam o concelho da Ribeira Grande, mas…
78,7% não ficam alojados nenhuma noite no concelho
46,0% Apenas passam um dia na Ribeira Grande
46,0%
0
1
2
3
4
5 ou mais
113 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico
Informação sobre o planeamento da viagem
39,6% não concorda nem discorda e 28,6% concorda 54,7% concorda e 34,0% concorda totalmente
51,0% concorda e 21,0% concorda totalmente
49,0% concorda e 29,0% concorda totalmente
45,2% concorda e 31,2% não concorda nem discorda
Alojamento
Animação
Atrações
Infraestruturas
Custo de vida
Tradições
Gastronomia
49,5% não concorda nem discorda
55,2% concorda
52,4% concorda
41,1% não concorda nem discorda e 26,7% concorda
36,3% não concorda nem discorda e 36,3% concorda
52,3% não concorda nem discorda
55,8% não concorda nem discorda
43,0% não concorda nem discorda e 33,7% concorda
37,6% não concorda nem discorda e 37,6% concorda
Açores Ribeira Grande
38,0% Recomendação de familiares/amigos
35,7% Informação na internet
Encontrou facilmente informação sobre?
3 principais critérios de decisão para viajar
para os Açores:
93,7% Natureza/Paisagem
44,1% Clima
32,3% Preço da viagem
114 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico
Atividades no concelho da Ribeira Grande
As principais atividades realizadas são:
2.º
1.º
3.º
4.º
5.º
70,4% Visitas a museus e locais culturais/religiosos
53,9% Trilhos pedestres
26,1% Visitas a feiras e eventos
25,2% Praia
69,4% Lagoa do Fogo
63,0% Fábrica de Chá da Gorreana
58,3% Caldeira Velha
52,8% Caldeiras da Ribeira Grande
39,8% Centro da cidade/zona histórica
Principais atrações visitadas:
75,5% Considera que a Paisagem Natural é o principal elemento diferenciador do concelho da Ribeira Grande
47,1% O Sossego/Tranquilidade é o segundo elemento de diferenciação
115 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico
Satisfação com o destino Ribeira Grande
66,7% Atribui nota 10 à sua satisfação
Paisagens
9,3 Média da satisfação
44,0% Atribui nota 10 à sua satisfação
Simpatia dos Profissionais
8,4 Média da satisfação
41,4% Atribui nota 10 à sua satisfação
Simpatia da População Local
8,4 Média da satisfação
38,5% Atribui nota 10 à sua satisfação
Atividades na Natureza
8,4 Média da satisfação
29,6% Atribui nota 10 à sua satisfação
Segurança
8,0 Média da satisfação
29,3% Atribui nota 10 à sua satisfação
Relação Qualidade-Preço
8,0 Média da satisfação
Maior satisfação: Menor satisfação:
56,0% Atribui nota de 1 a 5
Entretenimento
5,4 Média da satisfação
51,4% Atribui nota de 1 a 5
Animação Noturna
5,6 Média da satisfação
48,9% Atribui nota de 1 a 5
Atividades Culturais
5,8 Média da satisfação
69,4% Atribui nota de 5 a 8
Atividades Náuticas
6,5 Média da satisfação
63,5% Atribui nota de 5 a 8
Conservação dos Edifícios
6,7 Média da satisfação
58,3% Atribui nota de 5 a 8
Locais e Oferta Comercial
6,9 Média da satisfação
116 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico
Satisfação com o destino Ribeira Grande
As expetativas forma superadas em:
80,9% Afirmam que as Paisagens superaram as expetativas
55,7% Afirmam que a Simpatia dos Profissionais superou as expetativas
54,9% Afirmam que a Simpatia da População Local superou as expetativas
53,2% Afirmam que as Atividades na Natureza superaram as expetativas
52,4% Afirmam que a Limpeza da Via Pública superou as expetativas
50,6% Afirmam que a Preservação Ambiental superou as expetativas
36,0% Dão nota 8 à satisfação global com o concelho da Ribeira Grande
28,0% Dão nota 9
Em média, a satisfação global com o concelho da Ribeira Grande é 8,16.
42,3% Afirmam que provavelmente voltarão aos Açores nos próximos 5 anos
40,7% Afirmam que provavelmente voltarão à Ribeira Grande nos próximos 5 anos
31,5% De certeza voltarão
20,4% De certeza voltarão
117 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico
Satisfação com o destino Ribeira Grande
As melhorias que gostariam de ver no regresso:
36,1% Programas de Aventura
36,1% Trilhos pedestres
25,0% Mais eventos de animação cultural e turística
20,8% SPA
20,8% Turismo náutico
Novos projetos a implementar no concelho:
33,3% Melhor sinalização nas estradas e nas atrações turísticas
25,3% Melhores vias públicas e passeios
25,3% Maior oferta de alojamento
25,3% Nada. Está tudo bem.
19,4% Termalismo
20,8% Estruturação de rotas
118 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Principais conclusões
De um modo geral, os resultados do inquérito confirmam algumas das
informações recolhidas junto de diversas fontes consultadas, em particular
de agentes do setor turístico regional e concelhio. Para além de uma
avaliação transversal à oferta, recolheram-se igualmente dados importantes
sobre as expetativas e interpretações da procura, que permitem projetar o
planeamento estratégico do setor.
O principal motivo da visita aos Açores são as férias, resultando em viagens
com acompanhantes (familiares ou amigos). Normalmente, permanecem
apenas numa unidade de alojamento. Nota-se a necessidade de atrair o
turista desde o processo de planeamento da sua viagem para os Açores.
No que respeita especificamente à Ribeira Grande, constata-se a parca oferta
de alojamento e a consequente baixa percentagem de visitantes do concelho
que fica alojada em unidades locais. Além disso, evidencia-se a baixa
capacidade de retenção dos turistas, tornando-se num destino de passagem,
uma vez que a maioria apenas perspetiva passar apenas um dia no concelho.
É também relevante frisar que é mais fácil encontrar informação sobre os
Açores do que sobre o concelho da Ribeira Grande. As informações que se
encontram mais facilmente são relativas à gastronomia, tradições e atrações
turísticas. Este é um ponto importante, uma vez que comprova a dificuldade
de “vender” o destino e chegar de modo sustentado e atrativo ao
consumidor.
As principais atividades desenvolvidas na Ribeira Grande são as visitas a
museus e a locais culturais e religiosos, seguidos dos trilhos pedestres. No
entanto, as principais atrações turísticas visitadas são ligadas à natureza –
Lagoa do Fogo, Caldeira Velha e Caldeiras – e à indústria (nomeadamente a
Fábrica de Chá da Gorreana). Repare-se que a oferta cultural, ao nível das
atrações, está bastante desenvolvida na Ribeira Grande, com uma grande
diversidade de museus e unidades culturais. Pelo contrário, a oferta de
animação de natureza, particularmente no que concerne à natureza hard
(ex.: aventura) está muito pouco estruturada, o que condiciona,
naturalmente, o tipo de atividades realizadas pelos turistas.
4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico
119 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Os principais elementos considerados como diferenciadores do concelho da
Ribeira Grande são a paisagem e o sossego/tranquilidade. Refira-se que a
identificação clara destes dois elementos é bastante importante, pois
potencia as bases para a definição da proposta de valor do destino. Note-se,
ainda, que os fatores que causam maior satisfação nos turistas estão
relacionados com a natureza e com a hospitalidade, revelando, de forma
inequívoca, características que proporcionam a qualificação do destino. Por
outro lado, a menor satisfação advém da parca estruturação da oferta, em
particular da falta de entretenimento, incipiente animação noturna e
escassas atividades culturais (situação particularmente notória na época
baixa). De um modo geral, a satisfação global com o destino é elevada e com
grande probabilidade de regresso, revelando o grande potencial turístico
existente e a eventual capacidade de criação de valor inerente, caso se
desenvolva uma oferta estruturada e adequada ao concelho.
Projetando o futuro, surgem claras indicações para a necessidade de
melhorar a sinalização, a oferta de alojamento e as atividades de
entretenimento de forma geral. Na realidade, analisando de forma objetiva,
alguns destes elementos são centrais na qualificação da oferta turística, pois
estão presentes na cadeia de valor principal. Por último, o desenvolvimento
de programas de aventura, de mais trilhos pedestres, de atividades culturais,
de bem-estar e náuticas, para além de estruturação de rotas, são projetos a
implementar para aumentar a atratividade do destino.
Em suma, nota-se a importância da natureza para o turismo do concelho,
definindo-a como o grande fator diferenciador e o elemento que maior
impacto causa junto dos turistas. No entanto, é de ressalvar que a
preservação desta é fundamental, assim como a devida estruturação e
melhoria contínua dos produtos e atividades turísticas com ela relacionados.
Refira-se, ainda, que o espaço cultural é atualmente o mais desenvolvido e
deverá ser mais capitalizado, de uma forma organizada e dinâmica. Repare-
se, por exemplo, na mais-valia singular das plantações de chá, as únicas da
Europa, com uma tradição secular e que despertam a curiosidade dos
turistas.
4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico
120 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico
No sentido de obter uma visão próxima da realidade e que atendesse às
várias atividades e dinâmicas influenciadas pelo setor do turismo, após uma
análise de benchmark, procurou-se recolher indicações diretamente de
vários agentes (locais e regionais) a operar neste setor. Foi concebida uma
extensa lista de empresários, operadores e agentes turísticos, que
expressaram as suas opiniões sobre múltiplas questões relativas ao estado
atual e perspetivas futuras do desenvolvimento turístico no concelho da
Ribeira Grande. Os principais tópicos abrangidos sustentam-se nas seguintes
dimensões essenciais:
1. Perspetiva Estratégica do Turismo
2. Potencialidades e Dificuldades
3. Tipologias de Atividade Turística
4. Elementos Estruturais
5. Linhas Orientadoras de Desenvolvimento
De notar que se adotaram diferentes abordagens técnicas, consoante o
tópico em análise, de modo a investigar informações complementares. Para
os tópicos 1, 2, 5 e 6 apresentaram-se perguntas abertas, procurando ideias
e argumentações estruturadas. Para os tópicos 3 e 4, privilegiou-se uma
classificação quantitativa de vários fatores, conduzindo a uma análise mais
objetiva e facilitadora de conclusões concretas.
1. Perspetiva Estratégica do Turismo
A generalidade dos agentes consultados entende que o turismo é um setor
fundamental para o desenvolvimento futuro do concelho da Ribeira Grande,
em particular, e dos Açores, em geral. Considerando a atual conjuntura e os
efeitos profundos da crise económico financeira, o turismo é entendido
como um elemento determinante para alterar a base económica da Ribeira
Grande, um concelho muito afetado com o declínio do setor da construção
civil, complementando o atividade agrícola, piscatória e industrial.
4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico
121 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico
Apesar do potencial natural que a torna um dos concelhos da Região mais
atrativos para o turista, a Ribeira Grande apresenta grandes lacunas a vários
níveis, denotando falta de preparação para a aposta estratégica neste setor,
sobretudo no setor público. Não obstante, têm sido empenhados esforços
importantes para alterar este paradigma e criar condições de base, sendo o
desenvolvimento de um plano estratégico entendido como um passo
fundamental para esse fim.
Em sequência, é entendido que a evolução do concelho neste ramo de
atividade deverá estar alinhada com o trabalho aplicado para o destino
“Açores”, promovendo parcerias sinergéticas e simbióticas, e ser parte ativa
de uma oferta integrada e geradora de valor para a Região. Contudo, será
essencial promover a diferenciação da oferta turística local e apresentar
produtos e atividades que marquem a diferença no mercado e sejam capazes
de atrair e reter os turistas na Ribeira Grande. De ressalvar que todo este
desenvolvimento deverá promover a sustentabilidade ambiental, a proteção
dos recursos e a preservação das tradições e da cultura local.
2. Potencialidades e Dificuldades
A vivência diária com a realidade do concelho permite aos agentes do setor
turístico uma análise pragmática do contexto operacional. Deste modo, a
informação recolhida facilita uma análise detalhada, o diagnóstico e a
prospetiva, que será apresentada posteriormente na análise SWOT.
Ressalve-se, porém, que são apontadas, de forma quase unânime, algumas
características que tornam o concelho extremamente atrativo e capaz de
aproveitar novas oportunidades como a liberalização do espaço aéreo
regional e o início das operações das companhias aéreas low cost. A
natureza, o mar, a cultura, o potencial termal e o enquadramento industrial
são referidos recorrentemente como as grande mais-valias da Ribeira
Grande. Por outro lado, as principais debilidades manifestam-se, sobretudo,
na inexistência de uma estratégia para o setor, que resulta na falta de
estruturação da oferta, na parca informação e na escassez de promoção
turística, a que se soma um baixo índice de empreendedorismo e dinamismo
na iniciativa privada e alguns focos de degradação social.
122 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico
3. Tipologia de Atividades Turística
Decorrendo das considerações relativamente às grandes potencialidades
turísticas do concelho da Ribeira Grande, os agentes do setor consultados
apresentam indicações bastante claras no que concerne à tipologia das
atividades turísticas que devem marcar a oferta local e o posicionamento no
mercado. Estas indicações podem, inclusivamente ser “hierarquizadas”,
apresentando prioridades de desenvolvimento e estruturação da oferta.
O Turismo de Natureza é encarado pelos especialistas como o produto
turístico por excelência da Ribeira Grande. Numa avaliação de 1 a 5, sendo 1
indicativo de “sem importância” e 5 indicativo de “muito importante”, a
avaliação média da importância estratégica desta tipologia é de 4,85, sendo
que 85% dos especialistas avaliam-na como muito importante, o que a leva a
destacar-se de todas as restantes opções. De notar que a tipologia de
turismo de aventura (por definição enquadrada na componente de Turismo
de Natureza) é também entendida como um fator importante, configurando
já uma perceção do que deverá ser o posicionamento da oferta turística do
concelho. Esta é uma indicação inequívoca que, juntamente com a avaliação
aos recursos e atrações turísticas locais, deverá nortear o planeamento do
desenvolvimento do destino turístico “Ribeira Grande”.
Seguidamente, a cultura, a gastronomia, a saúde e bem-estar e o turismo
sénior são, no entendimento dos agentes do setor turístico, os produtos a
desenvolver no concelho da Ribeira Grande. De notar a grande
complementaridade que existe em vários destes produtos, o que favorece o
desenvolvimento de uma aposta integrada e a estruturação não só de
produtos per si, mas essencialmente de uma experiência transversal e
sinergética. Ainda assim, é necessário notar que para definir adequadamente
esta oferta, será necessário ter em conta as principais tendências do
mercado e o potencial de crescimento de cada um dos segmentos em causa.
Numa última dimensão, o turismo desportivo, industrial e de negócios
recolhem algumas indicações. Note-se que o concelho da Ribeira Grande já
detém um posicionamento e reconhecimento internacional bastante
interessante no turismo desportivo (sobretudo devido à prática de surf) e um
enorme potencial no turismo industrial, que poderão elevar a importância
destes produtos.
123 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico
4. Elementos Estruturais
Procurando recolher uma avaliação crítica a algumas condições de base e
fatores de atratividade do concelho que permitisse compreender pontos
fundamentais de diferenciação e outros onde é necessária uma intervenção,
recolheu-se junto dos agentes entrevistados a sua perspetiva relativamente a
33 elementos estruturais. Deste trabalho, destaca-se a identificação de
fatores de grande importância para a estruturação da oferta, mas também se
detetam várias dimensões onde é necessário introduzir melhorias
substanciais para poder aumentar a qualidade do destino.
As paisagens são, de forma destacada e praticamente unânime, o grande
fator diferenciador do concelho. Note-se que é, novamente, um fator
relacionado com a natureza e que potencia o desenvolvimento de produtos
turísticos neste segmento. Note-se que contribuem, ainda, para a valorização
do destino fatores como acessos às atrações turísticas, atividades na
natureza e culturais, a gastronomia, os museus, as zonas balneares e a
preservação ambiental.
Por outro lado, é de referir que o alojamento e os fatores relacionados com a
animação, no qual se incluem entretenimento, animação noturna, atividades
náuticas, qualidade dos serviços e sinalização, são os mais criticados e
classificados com desempenhos mais fracos. Daqui se depreende a
incapacidade de capitalizar alguns segmentos de elevador valor, como o
turismo náutico.
5. Linhas Orientadoras de Desenvolvimento
A visão de futuro para o desenvolvimento turístico do concelho da Ribeira
Grande é também muito similar entre os vários agentes turísticos
consultados. Em termos globais, é evidente a perceção que os projetos a
implementar devem estar adequados à dimensão do concelho, mantendo,
no entanto, uma ambição de afirmação e diferenciação no espaço regional e
a capacidade de mobilização da iniciativa privada. Por outro lado, existem, a
montante, necessidades de investimentos públicos estruturantes.
124 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico
O desenvolvimento da oferta de alojamento, a elevação da respetiva
qualidade e a adequação dos projetos neste âmbito a uma estratégia de
diferenciação são elementos transversais às opiniões dos agentes
consultados. É notória a preocupação de melhorar este aspeto, uma vez que
a Ribeira Grande, quer no centro da cidade quer na periferia, apresenta
graves lacunas a este respeito. No entanto, deverá ser promovida a
diferenciação da oferta face à existente em Ponta Delgada, optando-se pelo
charme, ruralidade e proximidade.
Existem, igualmente, várias indicações para melhorar a atratividade da
Ribeira Grande e a capacidade para reter turistas, ocupando-os com
atividades que potenciem a criação de valor local. A melhoria contínua dos
espaços culturais, das infraestruturas públicas de apoio e dos transportes
públicos, a aposta em produtos diferenciadores como o wellness, a
estruturação de rotas, a intensificação das atividades culturais, náuticas e de
algumas festividades, como a Feira Quinhentista ou as Cavalhadas, a
melhoria da sinalização e a inovação na restauração assumem importância
capital para a qualificação do destino.
Numa dimensão a montante, há indicações que requerem uma atenção
especial da Câmara Municipal e de todas as instituições públicas que zelam
pelo desenvolvimento socioeconómico do concelho. A educação cívica da
população, a formação de recursos humanos qualificados, a segurança
pública e a sustentabilidade ambiental são fatores críticos que urge atender.
Sem uma boa performance nestes elementos, toda a restante estruturação e
planeamento será frágil. Note-se que, por exemplo, os Açores promovem
fatores diferenciadores relacionados com um destino quase imaculado,
hospitaleiro e cândido, o que significa que a existir problemas de segurança
pública, falta de educação e civismo ou focos de degradação associados à
toxicodependência, estes irão, certamente, diferenciar pela negativa o local e
inviabilizar os esforços de atratividade.
125 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico
Resumo de indicações relevantes
Condições estruturantes
• Melhorar a educação cívica da população.
• Melhorar a segurança pública e diminuir assaltos a viaturas de turistas.
• Melhorar a limpeza de atrações turísticas e espaços naturais.
• Melhorar os serviços de saúde locais.
• Potenciar a formação especializada, através da Escola Profissional.
• Assegurar a sustentabilidade ambiental e as condições naturais das
atrações turísticas com o aumento do número de turistas.
• Estimular a iniciativa privada, concebendo benefícios fiscais para
empresas e agentes turísticos
Transportes públicos e infraestruturas de apoio
• Complementar a oferta de transportes públicos do centro da cidade à
zona nascente do concelho (ex.: utilização de minibus).
• Afirmar o novo porto de Rabo de Peixe como uma marina/porto de
recreio de referência, em equipamento e serviços, desde que criadas as
condições necessárias.
• Desenvolver uma rede de ciclovias e passeios pedonais.
• Requalificar a orla costeira da cidade, prosseguindo a construção do
Passeio Atlântico.
• Melhorar substancialmente o sistema de sinalização turística (quer das
indicações para chegar aos locais quer dos próprios locais).
• Desenvolver espaços de estacionamento para viaturas turísticas (táxis,
autocarros, minibus, minivans, jeeps, etc.)
• Reabilitação e conservação de imóveis e atrações turísticas nos centros
urbanos, melhorado o centro histórico.
• Construção de casas de banho públicas no centro da cidade, miradouros e
pontos de interesse.
Oferta Turística
• Promover a transversalidade com outras áreas de atividade, como a
agricultura e a pesca.
• Diferenciar a oferta através dos recursos endógenos, construindo roteiros
e percursos turísticos.
• Estimular o turismo de natureza e aventura.
• Potenciar o recurso “mar” e preparar uma melhor oferta de atividades,
incluindo a náutica de recreio (ex.: iatismo), whale & dolphin watching e
mergulho.
• Desenvolver e capitalizar atividades diferenciadas e inseridas no meio
social e cultural nas diferentes freguesias do concelho, procurando lógicas
de complementaridade e não de concorrência.
• Introduzir programas de animação de rua e desenvolvimento da oferta
comercial e de restauração, criando valor e capacidade de retenção.
126 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico
• Implementar atividades interativas nos museus.
• Reativar as termas das Caldeiras e estruturar uma aposta estratégica no
termalismo e bem-estar.
• Manter, melhorar e intensificar a promoção de festividades e
manifestações culturais, como a Feira Quinhentista, as Cavalhadas e o
Festival do Monte Verde.
• Estruturar um roteiro e/ou festival gastronómico, como forma de
amenizar os efeitos da sazonalidade.
• Conceção de um roteiro industrial e respetiva preparação das unidades
nele integradas.
• Reabilitação dos moinhos de água e criação de um roteiro cultural.
• Reabilitar a Praia do Monte Verde, sem comprometer o centro histórico.
• Desenvolver os esforços de marketing e promoção turística do concelho.
• Melhorar a informação disponível para o turista.
• Estimular atividades diferenciadoras como o balonismo ou a aviação de
lazer (através da recuperação do aeródromo de Santana).
• Potenciar a prática desportiva e a organização e receção de eventos
desportivos como já acontece com o surf.
Alojamento
• Estimular a diferenciação das unidades de alojamento.
• Favorecer pequenas unidades de alojamento, enquadradas na paisagem e
adequadas ao contexto rural, agrícola e costeiro.
• Perspetivar um hotel próximo do mar (é uma necessidade eventualmente
já colmatada com o Santa Bárbara Eco-Beach Resort).
• Necessidade de hotel 3 ou 4 estrelas ou hotel de charme no centro da
cidade.
• Apostar numa unidade de alojamento como hostel ou pousada da
juventude perto ou no centro da cidade.
• Desenvolver unidades de alojamento com instalações termais.
• Potenciar o turismo rural, nomeadamente na zona nascente.
• Desenvolver um parque de campismo integrado em zonas naturais.
Notoriamente, a Ribeira Grande tem um imenso potencial turístico e existem
inúmeros projetos, perfeitamente identificados, que poderão potenciar a
qualidade enquanto destino turístico. A definição de uma estratégia clara e a
agregação de esforços entre o público e o privado são elementos
fundamentais para o desenvolvimento turístico do concelho e respetiva
afirmação regional.
127 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.4. Análise SWOT
4.1.4. Análise SWOT
Pontos Fortes (Strenghts) Impacto Tendências
Elevado Médio Reduzido ↗ = ↘
•Localização do concelho, no “coração da ilha” e confinando com os restantes cinco concelhos da ilha e com o mar
•Beleza e paisagens naturais
•Atrações naturais únicas – Lagoa do Fogo, Lagoa de São Brás, Salto do Cabrito, Caldeira Velha, Ponta do Cintrão
•Áreas protegias e integração na Reserva Ecológica Regional e Reserva Natura 2000
•Ruralidade pronunciada em várias localidades
•Posto de turismo funcional e capacidade de interação com os turistas
•Praias de grande qualidade, nomeadamente Areal de Santa Bárbara e Praia dos Moinhos
•Abundância de água (lagoas, ribeiras, mar, termas, nascentes)
•Recursos termais e geotérmicos
•Exploração da energia geotérmica
•Manifestações vulcânicas
•Rede de trilhos pedestres regionais e municipais
•Excelentes condições para a prática de surf e desportos náuticos
•Património cultural material e imaterial
•Rede de museus e espaços culturais
•Património imóvel (ex.: solares)
•Festividades religiosas e profanas únicas
•Património religioso
•Diversidade de fábricas e unidades industriais
•Únicas plantações de chá da Europa
•Boas acessibilidades
•Gastronomia e restauração
•Aplicação com informação turística para smartphones
•Artesanato de grande qualidade e tradição
•Existência da Associação de Turismo da Ribeira Grande (ATURG)
•Existência de uma Escola Profissional com capacidade para adequar a oferta formativa
128 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.4. Análise SWOT
Pontos Fracos (Weaknesses) Impacto Tendências
Elevado Médio Reduzido ↗ = ↘
•Falta de formação no setor do turismo dos recursos humanos locais
•Baixa qualidade e capacidade de resposta das infraestruturas de apoio existentes
•Desagregação e falta de estruturação da oferta, que dificulta a retenção dos turistas
•Proximidade de Ponta Delgada, que concentra a maioria da oferta de alojamento hoteleiro
•Fraca sinalização de ruas, espaços comerciais, monumentos, museus e atrações turísticas
•Oferta de alojamento muito reduzida e desagregada
•Falta de informação em várias línguas para o turista, quer antes da chegada quer após a chegada ao destino
•Inexistência de uma estratégia de desenvolvimento turístico do concelho
•Parca articulação entre esforços públicos e privados, que acabam por concorrer entre si em algumas situações
•Má preparação e apresentação do centro histórico para acolher e cativar os turistas
•Presença recorrente de lixo nos principais locais e atrações turísticas
•Baixa iniciativa empreendedora e capacidade de surgimento de empresas de animação turística
•Fraca ou inexistente animação noturna
•Incapacidade de desenvolvimento de ofertas de entretenimento
•Focos de degradação social evidenciada por fenómenos associados à toxicodependência
•Diminuição da segurança, com assaltos a viaturas turísticas (ex.: rent-a-car)
•Formação cívica e mentalidade local não preparada para as dinâmicas turísticas
•Dificuldade de comunicação em outros idiomas
•Baixa qualidade da generalidade dos serviços, com fraco atendimento e receção
•Esforços de marketing e promoção pouco desenvolvidos, não articulados e sem uma estratégia definida
•Horários de museus e estruturas de apoio desajustados das necessidades da procura
•Deficiente identificação das carreiras e autocarros
•Baixo aproveitamento da transversalidade da atividade turística
•Falta de demarcação de trilhos de BTT
•Pouco desenvolvimento das atividades náuticas
•Espaços de estacionamento centralizados e adequados às rotas e roteiros turísticos
•Poucas evoluções na inovação da oferta comercial, gastronómica e de restauração
129 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.4. Análise SWOT
Oportunidades (Opportunities) Impacto Tendências
Elevado Médio Reduzido ↗ = ↘
•Liberalização do espaço aéreo e início de operações das companhias aéreas low cost Easy Jet e Ryan Air
•Quadro comunitário de apoio 2014-2020
•Conceção do Plano Estratégico Regional para o Turismo em 2015
•Aumento da procura por emoções, experiências e vivências únicas
•Crescimento do turismo de saúde e bem-estar
•Aumento da procura internacional pelo turismo de natureza
•Importância crescente da sustentabilidade ambiental e do ecoturismo (integrado no turismo de natureza)
•Requalificação da orla costeira da cidade
•Integração da produção local e de produtos regionais em produtos turísticos como a gastronomia
•Desenvolvimento da oferta de alojamento local e turismo rural
•Criação de alojamento diferenciado, como hostel ou hotel de charme
•Promoção da inovação na restauração
•Organização de eventos e festas temáticas em várias épocas do ano (ex.: desporto, gastronomia, cultura, etc.)
•Estruturação de trilhos longos de mais de um dia (trekking)
•Fomento da animação de rua
•Promoção da transversalidade do turismo com a agricultura, a pesca e a indústria
•Crescente importância dos canais Web & Mobile na divulgação e consumo de informação turística
•Desenvolvimento de rotas e circuitos de curta, média e longa duração
Ameaças (Threaths) Impacto Tendências
Elevado Médio Reduzido ↗ = ↘
•Sazonalidade pronunciada, com maior procura no período estival tradicional (Verão)
•Riscos para a sustentabilidade de vários recursos naturais com aumento do número de turistas
•Incompreensão dos turistas relativamente à incipiente preparação do concelho para a atividade turística
•Desagregação da oferta do destino “Açores”, com concorrência entre ilhas, concelhos e localidades
•Fragilidades dos ecossistemas marinhos e terrestres, que configuram as principais atrações turísticas
•Dinâmicas sociais e económicas, especialmente em épocas de recuperação de crise, não adequadas ao correto
ordenamento do território e preservação do ambiente
130 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.4. Análise SWOT
•Conceber produtos estruturados de turismo de natureza, capitalizando a beleza, as paisagens, as atrações naturais únicas, a abundância de água e a rede de trilhos do concelho, para corresponder ao aumento da procura internacional por estes produtos.
•Aproveitar a rede de trilhos e a localização no “coração da ilha” para desenvolver trilhos longos (com duração de mais de um dia), com locais de pernoita (ex.: campismo ou lodges) e estabelecendo uma ligação sinergética com outros concelhos.
•Preservar e valorizar as áreas protegidas da Serra de Água de Pau, correspondendo à importância crescente da sustentabilidade ambiental e do ecoturismo.
•Desenvolver uma oferta de alojamento diferenciada, adequada a cada localidade – centro da cidade com hotel de charme ou hotel 3 ou 4 estrelas e zonas rurais, nomeadamente zona nascente, com turismo rural – e transformando o concelho num local de “ancoragem” para os turistas, dada a sua proximidade, ligação direta a todos os restantes concelhos e qualidade das acessibilidades.
•Capitalizar a ruralidade pronunciada para desenvolver ofertas de alojamento local e rural e animação diferenciada (ex.: agroturismo), que correspondam à procura por experiências, vivências e emoções personalizadas.
•Aproveitar as manifestações vulcânicas e os recursos termais e geotérmicos do concelho para criar uma oferta diferenciada e de referência para o segmento do turismo de saúde e bem-estar.
•Valorizar as praias e as excelentes condições para a prática de surf e desportos náuticos para organização de eventos e competições desportivas e desenvolver mais atividades náuticas (ex. iatismo).
•Estruturar rotas temáticas e atividades interativas, capitalizando a rede de museus, o património religioso, cultural, imóvel, as festividades e outras características singulares, como as plantações de chá.
•Definir roteiros de turismo industrial, aportando valor para o turista e para as fábricas, empresas e unidades industriais.
•Estimular a animação de rua, integrando várias atividades interativas, mostras e vendas de artesanato, espetáculos espontâneos com artistas e jovens locais, gastronomia e restauração.
•Promover a transversalidade do turismo com as explorações agrícolas, com a comunidade e atividade piscatória e com as instalações industriais, valorizando a autenticidade local e o desenvolvimento integrado e simbiótico das atividades económicas.
•Aproveitar a liberalização do espaço aéreo e o início de operações de companhias aéreas low cost para estruturar uma oferta adequada às novas dinâmicas de procura turística e penetrar em segmentos em grande crescimentos (ex.: turismo de natureza e turismo de saúde e bem-estar).
•Utilizar o novo enquadramento comunitário 2014-2020 para desenvolver a oferta turística, potenciar e preservar recursos naturais e promover a transversalidade das áreas definidas na RIS3 para os Açores (Turismo, Agricultura e Mar).
•Intensificar o desenvolvimento de informação turística, aproveitando o know-how existente na equipa do Posto de Turismo, a existência da ATURG e capitalizando recursos já funcionais, como a aplicação para smartphones.
•Estruturar meios diversificados (site, redes sociais, apps, newsletters, vídeos, e-papers, catálogos, jogos, etc.) para aproveitar a facilidade de circulação da informação no meio digital e a crescente importância do Web & Mobile para o consumo de informação turística.
•Valorizar o papel da ATURG como elemento dinamizador e orientador do setor do turismo na Ribeira Grande, reforçando as sinergias entre poder público e iniciativa privada, e favorecendo a formação de um focus group ou até mesmo de um cluster (consoante a maturação e massa crítica da iniciativa).
•Desenvolver uma oferta formativa de qualidade no setor do turismo (animação, alojamento, etc.) através da Escola Profissional da Ribeira Grande.
Estratégias de Desenvolvimento
(S-O)
Estratégias Genéricas
Strenghts Vs.
Opportunities
131 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.4. Análise SWOT
•Aproveitar os recursos termais, instalações industriais, atrações e festividades culturais e religiosas para desenvolvimento de uma oferta turística capaz de diminuir a sazonalidade do destino.
•Desenvolver mecanismos (que poderão incluir o pagamento de entradas) que intensifiquem a preservação das atrações turísticas naturais, das áreas protegidas e reservas ecológicas, de modo a minimizar os impactos do aumento do número de turistas, particularmente em épocas de maior intensidade turística (verão), nos ecossistemas mais frágeis.
•Conceber a informação turística e o posicionamento do concelho com destaque para a autenticidade e ruralidade, procurando cativar os turistas através das características genuínas da população, amenizando a incompreensão com a incipiente preparação para a atividade turística.
•Aproveitar o know-how técnico da equipa do Posto de Turismo para preparar e implementar ações de formação, sensibilização e mobilização da população, agentes turísticos, empresas e serviços do concelho, de modo a dotá-los de mais e melhores técnicas de receção, cativação e desempenho.
•Potenciar a localização do concelho da Ribeira Grande para desenvolver produtos integrados com os restantes cinco concelhos (ex.: grande rota termal de São Miguel, da Ribeira Grande às Furnas), valorizando o destino “Açores” e promovendo uma relação sinergética em vez de concorrencial entre concelhos.
•Promover, de forma intransigente, a sustentabilidade ambiental e o correto ordenamento do território e acompanhar adequadamente o desenvolvimento da oferta turística, comercial e industrial no concelho, de modo a evitar a degradação de atrações e zonas turísticas de excelência.
•Desenvolver produtos turísticos de qualidade e um posicionamento forte nos segmentos em que exista um maior potencial local – como o turismo de natureza, turismo náutico, turismo de saúde e bem-estar e turismo cultural – diferenciando a oferta do concelho face aos restantes, mas capaz de promover a estruturação global da oferta do destino “Açores”.
•Aproveitar a existência da ATURG para promover uma intervenção permanente e profissionalizada na preparação técnica, implementação de medidas operacionais e monitorização das várias dinâmicas de desenvolvimento turístico do concelho.
•Capitalizar a Escola Profissional da Ribeira Grande para oferecer formação especializada, de média e curta duração, no setor do turismo, favorecendo a preparação dos diversos agentes do concelho.
Estratégias de Manutenção
(S-T)
Strenghts Vs.
Threats
132 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.1.4. Análise SWOT
•Integrar e adequar o desenvolvimento turístico do concelho aos novos desígnios estratégicos (Turismo 2020 e Quadro Comunitário 2014-2020), capitalizando os recursos disponibilizados para melhorar as infraestruturas públicas de apoio, a formação dos recursos humanos do setor e a sinalização e qualificação de zonas e atrações turísticas.
•Aproveitar o expectável aumento da massa crítica de turistas que resulta do início de operações das companhas aéreas low cost para reestruturar e readequar a oferta turística, incluindo serviços de apoio, alojamento e animação turística.
•Estimular uma nova estratégia de relacionamento entre as entidades públicas, nomeadamente a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia, para a promoção de eventos, animação de rua, entretenimento, animação noturna e transversalidade de vários setores de atividade económica.
•Promover a transversalidade e a inovação dos produtos turísticos, desenvolvendo uma oferta que valorize as mais-valias e os recursos endógenos do concelho com capacidade para atração e retenção de turistas.
•Estruturar rotas e circuitos de curta, média e longa duração, dentro dos centros urbanos e nas zonas rurais, e implementar ações de animação de rua, oferecendo experiências e vivências singulares e aumentando a capacidade de retenção dos turistas e de valorização do centro histórico da cidade da Ribeira Grande.
•Diferenciar a oferta de animação e de alojamento, eliminando potenciais dificuldades inerentes à proximidade geográfica com Ponta Delgada e oferecendo experiências que distingam o destino dos demais.
•Reforçar a aposta no desenvolvimento de soluções para os canais Web & Mobile, com mais e melhor informação detalhada em várias línguas (sobre atrações, rotas, festas, produtos, animação, atividades, empresas, etc.), e maior capacidade de promoção do destino.
•Assumir a sustentabilidade ambiental como valor intrínseco da comunidade e protetor dos recursos e da comunidade local, favorecendo a preservação das atrações naturais e a limpeza das mesmas.
•Aproveitar os recursos financeiros do Quadro Comunitário 2014-2020, nomeadamente o Sistema de Incentivos para a Competitividade Empresarial – Competir+, para estimular o empreendedorismo, a iniciativa privada e o desenvolvimento da oferta de alojamento e animação turística, em particular no turismo de natureza, nas atividades náuticas, no entretenimento, bem-estar e termalismo.
•Requalificação da orla costeira, com particular relevo para a construção do Passeio Atlântico, desenvolvendo uma zona turística de excelência e potenciadora do desenvolvimento de uma oferta renovada e inovadora de comércio e serviços, incluindo entretenimento, animação noturna e restauração, para além de elevar a qualidade de rotas turísticas e circuitos pedonais.
Estratégias de Crescimento
(W-O)
Weaknesses Vs.
Opportunities
•Desenvolver esforços de formação e sensibilização da população e dos diversos agentes turísticos para prepará-los para as exigências do setor e para a integração numa estratégia de hospitalidade e bem receber.
•Reforçar os avisos, a fiscalização e atuação junto de atrações turísticas e espaços naturais de modo a promover a limpeza dos mesmos, a sustentabilidade dos recursos e do ambiente e a segurança.
•Acompanhar ativamente as dinâmicas sociais, procurando evitar focos de degradação que comprometam recursos turísticos e a atratividade do destino.
•Desenvolver uma estratégia integrada que contemple o desenvolvimento do concelho e perspetive esforços de marketing e comunicação, permitindo a adequação ao destino “Açores” e minimize os impactos da sazonalidade.
•Promover condições para o desenvolvimento das atividades de animação turística em estado mais incipiente que se coadunem com as perspetivas estratégicas da Região, nomeadamente atividades náuticas, animação noturna e entretenimento.
•Adequar os horários e modelos de funcionamento de atrações turísticas, como museus e espaços culturais, e aproveitar a fácil transversalidade do turismo com outros setores de atividade para reduzir os impactos da sazonalidade.
Estratégias de Sobrevivência
(W-T)
Weaknesses Vs.
Threats
133 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2. Enquadramento Urbanístico do Desenvolvimento Turístico do Concelho
O desenvolvimento económico e social do concelho da Ribeira Grande tem
estado historicamente associado à atividade industrial e ao setor primário,
fruto de uma riqueza natural ímpar. No entanto, ao longo do tempo, estas
dinâmicas favoreceram, igualmente, o surgimento de várias manifestações e
edifícios de elevado valor patrimonial, urbanístico e arquitetónico,
completados por referências religiosas.
A associação direta do património existente a este desenvolvimento confere
a todo o concelho um enquadramento histórico e cultural de incalculável
valor. Esta imaterialidade, o ambiente que potencia e a singularidade que
estimula conferem à Ribeira Grande a capacidade de desenvolvimento de
uma oferta e de uma dinâmica de atratividade diferenciadas no destino
“Açores”. São identificadas várias referências dentro do concelho que devem
ser potenciadas e integradas de forma estruturada na oferta global do
destino.
Compreendendo, igualmente, a configuração natural da Ribeira Grande e as
inerências resultantes do seu desenvolvimento, identificaram-se várias zonas
turísticas e de potencial turístico, perspetivando a tipologia dos projetos a
implementar em cada uma delas. Note-se que a assimetria, os recursos
disponíveis e as características peculiares que se encontram nas diversas
zonas do concelho, podendo representar alguns desafios, possibilitam
também inúmeras oportunidades para a diversificação da oferta.
4.2. Enquadramento Urbanístico do Desenvolvimento Turístico do Concelho
134 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
O concelho da Ribeira Grande apresenta um elevado potencial turístico, com
uma grande diversidade de recursos. Atendendo ao enquadramento do
território foram identificadas dez áreas de grande interesse para o
desenvolvimento da oferta turística, sobretudo no que concerne ao
alojamento e equipamentos. A definição destas zonas teve em consideração
não só o enquadramento natural, mas também a posição geográfica a oferta
de instrumentos de animação nas zonas circundantes e a capacidade de
expansão e desenvolvimento futuro.
Cada área identificada foi devidamente relacionada com o PDM (quando
possível) e caracterizada com parâmetros urbanísticos e apontamento das
tipologias turísticas adequadas. Procedeu-se, ainda, a uma listagem do
património de interesse que está contido nessas áreas. Pontualmente,
identificaram-se exemplos de projetos estruturantes que podem ser
desenvolvidos em algumas das áreas de maior potencial.
135 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Localização: Freguesia das Calhetas
Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m
Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)
01. Área Turística das Calhetas Listagem da Área Turística
Solar da Boa Viagem
Hotel Pedras do Mar
Piscinas Naturais das Calhetas
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
136 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Localização: Freguesia das Calhetas/Pico da Pedra
Parâmetros Urbanísticos (art.º 55 da secção III, Capítulo II do PDM) •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m
Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)
02. Área Turística do Campo de Golfe da Batalha Listagem da Área Turística
Campo de Golfe da Batalha
Casa de Habitação de Interesse Arquitetónico
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
137 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Localização: Freguesia da Ribeira Seca Unidade de Execução da Área Turística do Morro de Baixo
Parâmetros Urbanísticos (art.º 55 da secção III, Capítulo II do PDM) •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m
Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)
03. Área Turística do Morro de Baixo Listagem da Área Turística
Praia de Santa Bárbara
North Shore Resort
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
138 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Localização: Freguesia da Ribeira Seca/Conceição Unidade de Execução da Área Turística do Monte Verde A área turística do Monte Verde, abrangida pelas freguesias urbanas da
Ribeira Seca e Conceição, é constituída pelo espaço urbano da cidade da
Ribeira Grande envolvente à Praia do Monte Verde, onde se destaca o
enquadramento paisagístico e a relação geográfica de proximidade com
o centro urbano que confere um elevado potencial na regeneração e
requalificação de toda a orla costeira. Trata-se de uma importante área
do território citadino, estratégica para o desenvolvimento da relação da
cidade com o mar, onde se prevê uma nova ocupação edificada segundo
os índices urbanísticos definidos no instrumento de gestão do território,
designadamente a Unidade de Execução do Monte Verde.
04. Área Turística do Monte Verde Listagem da Área Turística
Complexo das Piscinas Municipais das Poças
Praia do Monte Verde Praia da Santa Bárbara
Solar da Mafoma
Antiga Fábrica do Álcool Centro de Artes Contemporâneas
Museu Municipal Solar de São Vicente Ferreira
Convento de São Francisco Museu do Franciscanismo
Solar do Vencimento
Mercado Municipal Museu da Emigração
Pico Arde
Núcleo Antigo da Ribeira Grande
Moinho da Condessa
Casa do Arcano
Conjunto Habitacional (Rua dos Coelhos)
Solar dos Botelhos
Miradouro do Palheiro
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
139 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Localização: Freguesia da Ribeira Seca/Conceição Unidade de Execução da Área Turística do Monte Verde
Parâmetros Urbanísticos (art.º 51 da secção III, Capítulo II do PDM) •Índice de Ocupação Máxima (I.O.S)……………… 0,6 •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 1.0 •Número de Pisos…………………………………………... 4 •Cércea Máxima……………………………………….……. 12,5m
Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)
Projetos – Referências de Serviços de Alojamento Turístico De acordo com os parâmetros urbanísticos da área turística em análise, prevê-se o
desenvolvimento de serviços de alojamento turístico distintos. Estes devem
potenciar o mar como elemento fulcral para agilizar o crescimento turístico. Deve-se
procurar desenvolver segmentos de mercado específicos, tal como o surf ou outros
desportos náuticos e a talassoterapia.
Palavras-chave: Mar – Frente Marítima – Talassoterapia – Surf
04. Área Turística do Monte Verde Apresenta-se um conjunto de apartamentos turísticos na Indonésia, como exemplo
para o segmento do surf.
Komune Resort Beach Club
Fonte: www.komuneresorts.com
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
140 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Localização: Freguesia da Conceição/Matriz
Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Conjuntos Turísticos (equipamentos)
05. Área Turística do Pico Vermelho Listagem da Área Turística
Futura Piscina Termal
Salto do Cabrito
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
141 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Localização: Freguesia da Conceição
Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Conjuntos Turísticos (equipamentos)
06. Caldeira Velha Listagem da Área Turística
Piscina Termal – Caldeira Velha
Miradouro da Lagoa do Fogo
Vale das Lombadas
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
142 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Localização: Freguesia da Matriz
Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m
Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)
07. Área Turística das Caldeiras Listagem da Área Turística
Antigo Edifício Termal (em recuperação)
Central Hidroelétrica da Fajã do Redondo
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
143 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Localização: Freguesia do Porto Formoso (PDM: U.O.P.G. 5, AT4 – Área Turística da Ladeira da Velha)
Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m
Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)
08. Área Turística do Porto Formoso Listagem da Área Turística
Praia dos Moinhos
Casa de Habitação – Antiga Casa do Povo
Complexo Agropecuário – À Ponta Formosa
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
144 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Localização: Freguesia da Maia (PDM: U.O.P.G. 6)
Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m
Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)
09. Área Turística da Maia Listagem da Área Turística
Piscinas Naturais da Maia
Praia da Viola
Fábrica de Chá da Gorreana
Fábrica de Chá do Porto Formoso
Museu do Tabaco
Solar de Lalém
Moinhos da Viola
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
145 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Localização: Freguesia dos Fenais da Ajuda
Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m
Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)
10. Área Turística dos Fenais da Ajuda Listagem da Área Turística
Monte dos Fenais de Vera Cruz
4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM
146 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
4.2.2. Património Arquitetónico Local
Um dos mais importantes ativos culturais, históricos e valorizadores do
concelho da Ribeira Grande é o seu património arquitetónico. Inúmeros
edifícios e monumentos apresentam traços únicos, com testemunhos
singulares de diferentes épocas de desenvolvimento. Esta riqueza material,
que se encontra subaproveitada, poderá configurar um fator de atratividade
muito relevante se devidamente estruturada e conservada.
Compreendendo a importância que o património imóvel da Ribeira Grande
pode representar para o desenvolvimento da oferta turística e para a
valorização do destino, procedeu-se à sinalização e caracterização do
património arquitetónico de relevância e com maior potencial de integrar
uma oferta atrativa. Dentro do turismo cultural, poderão ser explorados
vários nichos e desenvolvidas vários produtos e atividades relacionados com
este património, incluindo a criação de rotas temáticas (industrial, religiosa,
histórica, etc.) que permitam prolongar a estadia (e o consumo) local dos
turistas.
Note-se, no entanto, que muito desse património está degradado,
necessitando de uma intervenção cuidada e um acompanhamento
aprimorado para configurar uma efetiva mais-valia para o destino.
147 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
01. Solar da Boa Viagem ou Solar das Calhetas
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [009]
•Localização: Calhetas, Rua da Boa Viagem, 2
•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída
•Categoria: -
•Época de Construção: Século XVIII/ Século XIX
•Utilização Atual: Turismo de Habitação e Convento (das Clarissas)
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Resolução n.º18/93, de 11 de Fevereiro
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Público
•Propriedade: Privada e Privada de Uso Público
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um
edifício de habitação (o solar propriamente dito), construções anexas e
jardins envolventes. O edifício de habitação é composto por um corpo mais
antigo, retangular, situado na esquina da Travessa do Morgado com a Rua
da Boa Viagem, e por outro em forma de "U", cujo braço norte encosta ao
tardoz do corpo rectangular e que se articula em torno de um pátio
encerrado por um muro, na Travessa do Morgado, onde se situa o pórtico
principal de entrada […]
148 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
02. Casa de Habitação – Rua Maria do Céu, 1, 3
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [012]
•Localização: Pico da Pedra, Rua Maria do Céu, 1, 3
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XVIII/Século XIX
•Utilização Atual: Habitação
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: -
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Casa de habitação de grandes dimensões
situada no canto posterior direito de um recinto quadrangular, murado, com
uma zona ajardinada à frente da fachada principal e um conjunto de
construções anexas delimitando o lado esq. da propriedade. A casa é,
actualmente, constituída por dois corpos dispostos em "L", correspondendo
ao braço mais pequeno do "L" um anexo de construção mais recente. A
fachada principal, simétrica, é constituída por três módulos que obedecem a
um esquema geométrico e proporcional […]
149 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
03. Quinta de Nossa Senhora dos Prazeres
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [023]
•Localização: Pico da Pedra, Rua João Luísa Pacheco da Câmara, 41
•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída
•Categoria: -
•Época de Construção: Século XV/ Século XVII
•Utilização Atual: Habitação, lazer e apoio à atividade agropecuária
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Resolução n.º 174/2002, de 24 de outubro
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Público
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística formada por duas
casas de habitação, sete construções anexas de apoio à agricultura, ermida,
“teatro" (império), pátio, jardins e campos de pasto e cultivo.
As casas e os anexos principais dispõem-se em torno de um pátio rectangular
lajeado, ficando a ermida e o " teatro " numa zona mais afastada,
sobranceira ao conjunto, acessível também directamente do exterior.
O " teatro" é uma pequena construção de planta rectangular, aberta na
frente e do lado esquerdo e assente num "pódio" elevado sobre três degraus.
A sua configuração assemelha-se a um templo, com cobertura de duas águas
em telha de meia-cana tradicional e beiral simples. Na fachada principal a
arquitrave é suportada pelos pilares/cunhais e por duas colunas de secção
quadrada que enquadram a entrada. Na fachada lateral esquerda há
também duas colunas de secção quadrada a suportar a arquitrave, mas são
mais curtas por assentarem num murete. As colunas, os pilares e a arquitrave
são em pedra à vista. O pavimento é lajeado […]
150 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
04. Solar de São Sebastião
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [026]
•Localização: Rabo de Peixe, Largo de São Sebastião
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XVIII
•Utilização Atual: Habitação e Ermida
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Casa solarenga constituída pelo corpo de
habitação, pelo corpo da capela e por um corpo que liga a habitação à capela
sobre uma passagem em abóbada de canhão. O corpo da habitação, de
planta rectangular, tem dois pisos e sótão (lojas no rés-do-chão e habitação
nos pisos superiores) […]
151 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
05. Sede da Sociedade Filarmónica Progresso do Norte
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [028]
•Localização: Rabo de Peixe, Largo 1.º de dezembro
•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: Centro de Convício e Filarmónica
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Resolução n.º9/2000, de 27 de janeiro
•Grau Proposto: Manter
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto composto por dois edifícios (A e B)
com características formais semelhantes. O edifício "A" está inserido na
frente de rua, tem um só piso e é do tipo "janela/porta/janela". A fachada
principal organiza-se segundo um eixo de simetria rigoroso e é rematada por
platibanda. Os vãos são rematados em arco de volta inteira apoiado em
impostas salientes e as respectivas molduras têm os fechos em relevo. Ao
lado da porta há uma há uma lápide, em mármore, com a inscrição "CENTRO
DE CONVÍVIO / DE IDOSOS / DA CASA DO POVO / DE RABO DE PEIXE". A
platibanda é encimada por duas pinhas de loiça, nos extremos, e uma urna
do mesmo material ao centro. O edifício "B" tem dois pisos e ocupa um
gaveto muito agudo, com a frente cortada, resultando numa planta
trapezoidal. A fachada principal corresponde à face menor do trapézio e
apresenta uma porta, a eixo, encimada por uma janela de sacada com a
guarda da varanda em ferro […]
152 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
06. Casa Rural – Rua do Rosário, 202
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [039]
•Localização: Rabo de Peixe, Rua do Rosário, 202
•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída
•Categoria: -
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: Habitação e apoio à atividade agrícola
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: -
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística composta por um
terreno murado e compartimentado por meio de muros e “abrigos“ (sebes),
no extremo do qual se encontra uma casa de habitação com os seus anexos e
estruturas de apoio à actividade agrícola. As sebes, de metrosíderos
aparados, delimitam “quartéis" com plantações de vários tipos,
nomeadamente de laranjeiras e maracujazeiros. A casa de habitação é
constituída por dois corpos, que formam um "L": o corpo principal tem dois
pisos e ocupa quase todo o braço maior do "L"; o corpo da cozinha tem um
piso e preenche o braço menor do "L" e um pequeno troço do braço maior. Ao
topo do braço menor encosta o volume do forno que se prolonga
lateralmente no volume da retrete e é antecedido por uma enorme chaminé
[…]
153 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
07. Ermida de Nossa Senhora da Conceição das Vinhas
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [041]
•Localização: Rabo de Peixe, Estrada Regional
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Religiosa
•Época de Construção: Século XVII/XVIII
•Utilização Atual: Ermida
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Ermida de pequenas dimensões situada
junto à estrada regional num antigo terreno de vinha hoje dedicado ao pasto.
É uma construção de planta rectangular, de uma só nave, com sacristia e
alpendre encostados à fachada lateral esquerda. A fachada principal é
delimitada por dois grossos cunhais e encimada por um frontão triangular.
Junto aos vértices laterais do frontão encontram-se pináculos com remates
esféricos. O vértice superior está cortado e foi substituído por uma cruz sobre
uma grande base de pedra. A porta única tem a altura da fachada principal
até à cornija que constitui a base do frontão. Entre o lintel e a cornija da
porta há um friso com três rombos em ponta de diamante característico do
“estilo micaelense"[…]
154 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
08. Igreja de São Pedro
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [052]
•Localização: Ribeira Seca, Largo de São Pedro
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Religiosa
•Época de Construção: Século XVIII/XIX
•Utilização Atual: Igreja Paroquial
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja rodeada por um adro nivelado e
murado. É composta por: um corpo principal, rectangular, que corresponde
às três naves; a torre sineira, situada do lado direito da fachada principal; o
baptistério, situado simetricamente à torre sineira; o corpo da capela-mor,
com os cunhais muito pronunciados e robustos; a capela colateral do lado da
epístola; dois corpos que correspondem à sacristia, adossados do lado do
evangelho, um dos quais engloba a respectiva capela colateral; e ainda dois
anexos do lado da epístola. […]
155 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
09. Ruína de Fontanário – Largo de São Pedro
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [053]
•Localização: Ribeira Seca, Largo de São Pedro
•Grupo Tipológico: Vestígios Arqueológicos
•Categoria: Arquitetura Pública Civil
•Época de Construção: Século XV/XVII
•Utilização Atual: Ruínas
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Edital n.º 7/2011, de 18 de julho
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Público
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Ruína de fontanário construído em pedra
aparelhada, parcialmente soterrada por uma erupção vulcânica. Está visível a
parede onde se localiza a bica e grande parte da bacia de recolha de água.
Em seu redor foi construído um murete circular (com cerca de 40 cm de
altura), com um gradeamento de protecção. […]
156 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
10. Solar da Mafoma
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [069]
•Localização: Ribeira Seca, Rua Dr. Hermano da Silva Mota, 137
•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída
•Categoria: -
•Época de Construção: Século XVIII/XIX
•Utilização Atual: Habitação e agricultura
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril
•Grau Proposto: Manter
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística composta por uma
casa solarenga, anexos e infra-estruturas de apoio, fontanário, fábrica de
chá, jardins e quinta para cultivo de árvores de fruto. A habitação é composta
essencialmente por dois corpos de planta rectangular, com dois pisos,
formando um "L": o corpo principal, de maiores dimensões, disposto ao longo
da rua e o corpo da cozinha que é perpendicular ao primeiro. No corpo maior,
a eixo, há um torreão que se destaca na fachada formando um terceiro piso
[…]
157 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
11. Antiga Fábrica de Álcool – Centro de Artes Contemporâneas
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [072]
•Localização: Conceição, Rua Adolfo Medeiros, 40
•Grupo Tipológico: Construção Utilitária
•Categoria: Arquitetura Industrial
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: Equipamento Cultural
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 143/2010, de 21 de outubro
•Grau Proposto: Manter
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Antigo complexo industrial composto por dez
corpos e alguns anexos, situados no interior de um grande recinto murado
rectangular. Os corpos principais, maioritariamente rectangulares, têm dois
ou três pisos e uma orientação norte-sul bem marcada pelas cumeeiras dos
telhados. Organizam-se grosseiramente segundo um "L" decomponível em
quatro grupos. O grupo mais a norte é composto por quatro corpos paralelos,
seguindo-se um grupo com dois corpos paralelos, depois um grupo de dois
corpos em linha e, finalmente, no extremo sul, mais um par de corpos
paralelos que não encosta ao grupo anterior. Do lado nascente, adossada aos
corpos em linha, situa-se uma chaminé de grandes dimensões, troncocónica,
assente numa base quadrangular. Ao lado da chaminé, adossado também
aos corpos em linha, desenvolve-se um pequeno anexo de um só piso. No
interior do recinto, junto ao muro, encontram-se mais alguns corpos anexos
[…]
158 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
12. Igreja e Claustro do Antigo Convento de São Francisco
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [075]
•Localização: Conceição, Rua de São Francisco
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Religiosa
•Época de Construção: Século XVII/XVIII
•Utilização Atual: Igreja e pátio do Centro de Saúde da Ribeira Grande
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril
•Grau Proposto: Manter
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: A igreja e o claustro do antigo convento de
São Francisco situam-se numa plataforma nivelada e elevada em relação à
rua. O acesso faz-se por uma escadaria que acompanha a fachada principal
da igreja onde se abrem três vãos em arco, protegidos por portões de ferro,
através dos quais se passa ao nártex. O nártex está segmentado por uma
parede que separa a entrada para a portaria do antigo convento (com acesso
directo ao claustro), correspondente ao arco do lado esquerdo, da zona de
acesso às duas naves da igreja cujas portas estão respectivamente no
enfiamento do arco axial e do arco do lado direito […]
159 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
13. Solar do Vencimento
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [076]
•Localização: Conceição, Rua de Nossa Senhora do Vencimento
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XVII/XVIII
•Utilização Atual: Habitação
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/80, de 30 de abril
•Grau Proposto: Manter
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Solar com capela implantado numa posição
proeminente da periferia oeste da Ribeira Grande. A entrada na propriedade
faz-se por um portal monumental incompleto do qual se vê o embasamento e
os arranques das pilastras. Dá acesso a um terreiro aproximadamente
rectangular limitado a norte por um murete com banquetas que se apoia
num muro de suporte do terreno e a sul pela habitação. No terreiro
destacam-se duas araucárias de grande porte. Do lado poente está limitado
por uma pequena construção com cobertura de quatro águas,
correspondente à garagem, e por um muro alto com um portão de acesso ao
jardim. Este portão está enquadrado por pilastras encimadas por pináculos e
por uma cornija dupla. A habitação é constituída por dois corpos implantados
em "T": o corpo principal, com a fachada virada a norte, tem dois pisos mais
sótão e planta rectangular; o corpo menor, que corresponde à cozinha,
entesta a meio do tardoz do corpo principal, é também rectangular, mas tem
um só piso implantado ao nível do segundo piso da habitação. Neste último
destaca-se o volume de uma chaminé de grande dimensão […]
160 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
14. Habitação na Rua do Infante Dom Henrique
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [081]
•Localização: Conceição, Rua do Infante Dom Henrique, 7 a 17
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XVII/XVIII
•Utilização Atual: Comércio
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Casa de habitação urbana com dois pisos
mais sótão. Está assente sobre um embasamento atravessado por degraus
para acesso à soleira das portas. A fachada principal está dividida por uma
pilastra em duas secções desiguais. Na secção esquerda, mais estreita,
apresenta três portas no piso térreo sendo as duas mais à esquerda
encimadas por duas janelas de sacada com varanda comum. Na secção
direita apresenta três portas (alternadas com dois óculos ovais), ao nível do
piso térreo, sobre cada uma das quais há uma janela de sacada com varanda
individual. Todas as sacadas estão ligadas às portas inferiores por um
elemento rectangular de cantaria e têm as molduras encimadas por frisos
com dois rombos em ponta de diamante, ladeados por suásticas e rematadas
por cornijas, característicos do “estilo micaelense” […]
161 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
15. Conjunto Edificado do Mercado Municipal
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [083]
•Localização: Conceição, Rua do Estrela
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Pública Civil
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: Mercado
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Mercado municipal constituído por três
zonas distintas, situadas no interior de um recinto murado e protegido com
gradeamentos em ferro: o mercado da carne, do lado esquerdo, o mercado
agrícola, ao centro, e o mercado do peixe, do lado direito. O recinto do
mercado da carne, rectangular, tem seis corpos edificados, estando o
principal, de maiores dimensões, situado ao centro do recinto. É enquadrado
por dois torreões de planta quadrangular situados à face do muro da Rua do
Estrella. Os restantes três corpos, em banda, encostam ao muro posterior
ocupando toda a sua extensão. A zona do mercado agrícola é constituída por
uma estrutura de alpendre em "U", com lojas, ocupando um grande recinto
quadrado, e tem, no enfiamento do portão, um templete com três arcos de
volta inteira que se destaca no conjunto. O pátio está parcialmente coberto
por um telheiro em cruz, de construção recente, que atravessa toda a largura
do "U“ intersectando-o. O pavimento é lajeado e tem, ao centro, uma fonte
em cantaria. Neste pátio existem quatro araucárias de grande porte, nos
vértices de um quadrado virtual, que se destacam na paisagem urbana. A
zona do mercado do peixe é simétrica em relação à do mercado da carne,
mas sem os corpos em banda. O tratamento das fachadas também é
diferente, havendo um maior número de vãos em forma de meia-lua. Tem
uma passagem para o mercado agrícola […]
162 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
16. Igreja de Nossa Senhora da Conceição
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [086]
•Localização: Conceição, Rua de Nossa Senhora da Conceição
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Religiosa
•Época de Construção: Século XVIII
•Utilização Atual: Igreja Paroquial
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja situada numa plataforma nivelada e
elevada, acessível por uma escadaria contínua que compensa a inclinação da
rua. É composta por um corpo principal, que corresponde às naves, pela torre
sineira, pelo corpo da capela-mor e por cinco corpos anexos […]
163 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
17. Escola do Ensino Básico – Rua do Alcaide
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [093]
•Localização: Conceição, Rua do Alcaide
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Pública Civil
•Época de Construção: Século XX
•Utilização Atual: Escola do Ensino Básico
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Edifício escolar recuado em relação à rua e
situado num terreno murado. É constituído por dois corpos dispostos em "T".
O corpo principal, de planta rectangular, é paralelo à rua e tem três pisos
mais sótão. O primeiro piso corresponde à cave e é acessível pelo interior do
edifício. O segundo e terceiro pisos correspondem à zona das aulas e
apresentam vãos de assumida verticalidade. As fachadas organizam-se
segundo eixos de simetria. A fachada principal apresenta uma secção central
saliente, onde se localiza a porta de entrada, rematada por um frontão com o
vértice cortado. No tímpano há um óculo circular para iluminação do sótão
[…]
164 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
18. Pico Arde
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [100]
•Localização: Conceição, Rua das Dezasseis Pedras, 83
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XVIII/XIX
•Utilização Atual: Turismo no Espaço Rural
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: -
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Casa rural de dois pisos situada num terreno
de grandes dimensões. O acesso faz-se por um caminho ladeado por
hortênsias que atravessa um terreno de pasto. É constituída por dois corpos
dispostos em "L": um corpo de um piso e sótão, com a fachada virada a
noroeste, e um corpo de dois pisos, estreito e comprido, com um dos topos na
continuidade da fachada do primeiro corpo. A fachada do corpo mais baixo
divide-se em três secções separadas por pilastras. Ao meio da secção central
situa-se a porta de entrada e ao meio de cada secção lateral há uma janela
de peito com avental aparente. O acesso à porta faz-se por um pequeno
balcão com uma escada de quatro degraus de cada lado. As guardas do
balcão estão alinhadas pelas pilastras que enquadram a porta. Na empena
esquerda, junto ao cunhal direito, há mais uma janela de peito com avental
aparente. Ao nível do sótão, a eixo, há uma janela de sacada com guarda de
madeira à face […]
165 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
19. Conjunto dos Moinhos da Levada da Condessa
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [101]
•Localização: Conceição, Levada dos Moinhos da Condessa
•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado
•Categoria: Conjunto de edifícios e de outras construções
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: Moinhos de água, habitação e produção artesanal
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal
•Propriedade: Privadas
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de onze moinhos de água (de um
conjunto inicial de catorze) e respectivo canal artificial de transporte de água
(levada). A levada divide as freguesias da Conceição e da Matriz e tem início
no açude da Ribeira Grande (Mãe de Água). Termina na praia e encontra-se
incompleta, pois aí existia mais um moinho que foi destruído pelo mar. Ao
longo do percurso existem vários moinhos, situados a distâncias irregulares,
dos quais apenas quatro estão em actividade. Os restantes sete ainda
existentes, ou estão abandonados, ou adaptados a outras funções. A maioria
dos moinhos é de dois pisos, sendo o piso superior destinado à habitação do
moleiro. No piso inferior situa-se a zona de moagem, tendo, em geral, quatro
mós. Sob o piso das mós, abaixo da cota da rua, há ainda um meio piso, com
arcos, onde se encontram os rodízios de penas utilizados para mover as mós.
A água chega a cada moinho a um nível elevado e cai a pique sobre os
mecanismos de moagem de modo a ganhar força para os mover. Escoa-se
sob os arcos, passando geralmente por um fosso fronteiro antes de ser
reconduzida à levada […]
166 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
20. Ponte dos Oito Arcos
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [104]
•Localização: Matriz
•Grupo Tipológico: Construção Utilitária
•Categoria: Aqueduto ou Ponte
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: Ponte
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Ponte sobre a Ribeira Grande que liga a Rua
Sousa e Silva, na margem direita, à Rua do Estrella na margem esquerda. É
construída sobre oito arcos de volta inteira assentes em pilares de secção
rectangular. Os pilares são reforçados, nas faces externas, por pilastras que
se prolongam até à guarda e são intersectadas, a meia altura, pelas impostas
dos arcos. As impostas são denteadas nos lados internos dos arcos. A guarda
do tabuleiro é perfurada em todo o comprimento e assenta sobre uma cornija
reforçada por cachorros. A ponte é construída em alvenaria de pedra
rebocada e pintada de branco nas guardas e nos panos de parede do lado sul,
e em cantaria à vista com as juntas argamassadas nas restantes superfícies
[…]
167 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
21. Ermida de Santo André
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [105]
•Localização: Matriz, Largo de Santo André
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Religiosa
•Época de Construção: Século XV/XVII
•Utilização Atual: Ermida
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Ermida implantada na periferia do largo de
Santo André. É constituída pelo corpo da nave única, rectangular, pelo corpo
da capela-mor, mais estreito que o da nave e apenas com a profundidade do
altar, e por um corpo de planta quadrangular encostado à fachada lateral
direita (sacristia?) que comunica com a nave através de dois arcos de volta
inteira apoiados numa coluna toscana, atarracada e desproporcionada em
relação aos arcos e à respectiva imposta. A capela-mor tem acesso por um
arco triunfal de volta inteira […]
168 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
22. Paços do Concelho
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [108]
•Localização: Matriz, Largo do Conselheiro Hintze Ribeiro
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Pública Civil
•Época de Construção: Século XVIII
•Utilização Atual: Paços do Concelho
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril
•Grau Proposto: Manter
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Edifício formado por dois corpos de dois
pisos e uma torre. O corpo principal é de planta rectangular e tem acesso por
uma escadaria axial de lanços simétricos, com guarda de grossos balaústres,
que conduz a uma porta de entrada ladeada por janelas de peito com
aventais aparentes. Estes vãos são encimados por três janelas de sacada com
varanda comum. Sob o patamar da escada há uma passagem em túnel que
dá acesso a mais um piso semienterrado. A porta de entrada é encimada por
um lintel com o brasão municipal ladeado por dois rombos, ligado à consola
da varanda do piso superior. Na fachada posterior podem ver-se janelas
menos cuidadas (mais recentes) entre as quais uma janela rematada em arco
abatido (com bandeira com motivos geométricos), situada no canto superior
esquerdo, e um vitral de iluminação da escada. O segundo corpo, menos
profundo, encosta do lado direito do corpo principal e une este corpo à torre
formando uma "ponte". O piso térreo fica, assim, substituído por um arco de
grandes dimensões, com um soco moldurado muito saliente, por baixo do
qual passa uma rua. No piso superior há duas janelas de sacada com
varanda, do lado da fachada principal, e duas janelas de peito (de guilhotina),
com avental não rebocado, na fachada posterior […]
169 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
23. Teatro Ribeiragrandense
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [112]
•Localização: Matriz, Largo 5 de Outubro
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Pública Civil
•Época de Construção: Século XX
•Utilização Atual: Equipamento Cultural
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 152/89, de 5 de dezembro
•Grau Proposto: Manter
•Propriedade: Pública
•Descrição:
Inaugurado em 1933, o Teatro Ribeiragrandense é a sala de espetáculo por
excelência de Ribeira Grande. Foi construído na primeira metade do século
XX, sendo depois renovado em 1988 e reinaugurado em 2000. Atualmente,
decorrem aqui diversas atividades, tais como conferências, congressos,
filmes, espetáculos teatrais, festivais, entre outros.
170 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
24. Casa do Arcano
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [115]
•Localização: Matriz, Rua João D’horta, 19, 21
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XVIII/XIX
•Utilização Atual: Equipamento Cultural
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Antiga casa de habitação urbana, com dois
pisos e sótão, implantada num gaveto. A fachada principal organiza-se
segundo um eixo de simetria, estando os vãos dos dois pisos alinhados entre
si. O piso inferior tem duas portas perto do eixo de simetria e duas janelas de
peito, uma em cada lado. Os dois vãos centrais do piso superior são duas
janelas de sacada com uma varanda única. Entre estas duas janelas há um
painel em azulejos com moldura, nas cores azul e branco […]
171 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
25. Igreja de Nosso Senhor dos Passos ou da Misericórdia
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [118]
•Localização: Matriz, Largo 5 de Outubro
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Religiosa
•Época de Construção: Século XVIII
•Utilização Atual: Igreja
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Decreto n.º 39175, de 17 de abril de 1953
•Grau Proposto: Manter
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja de características barrocas, com duas
naves desiguais, situada num gaveto. A fachada principal é convexa, acessível
por uma escadaria em toda a sua largura e tem uma organização
perfeitamente simétrica que contraria a assimetria interna. É enquadrada por
pilastras com capitéis coríntios e rematada por uma possante cornija. Os dois
portais, muito trabalhados, preenchem quase toda a largura da fachada. São
encimados por janelas rectangulares ladeadas por enrolamentos decorativos
em relevo. As portas têm as molduras enquadradas por colunas de secção
quadrada, com capitéis coríntios apoiadas em grandes mísulas que suportam
cornijas duplas onde, por sua vez, se apoiam os plintos dos elementos
decorativos que ladeiam as janelas. As duas colunas mais próximas do eixo
de simetria estão envolvidas por um laço. O pouco espaço que sobra entre os
dois portais está preenchido por um elemento decorativo em alto-relevo com
a forma de um hissope. A grande cornija da fachada é interrompida, a eixo,
por uma grande concha em relevo. Sobre a cornija assenta um remate tipo
frontão contracurvado, bordejado por elementos decorativos concheados e
cachos de uvas […]
172 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
26. Igreja de Nossa Senhora da Estrela
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [123]
•Localização: Matriz, Largo Gaspar Frutuoso
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Religiosa
•Época de Construção: Século XV/XVII
•Utilização Atual: Igreja Paroquial
•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Decreto n.º 39175, de 17 de abril de 1953
•Grau Proposto: Manter
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja situada numa plataforma nivelada e
elevada em relação à rua, com uma grande escadaria em volta do adro. O
edifício é constituído por doze corpos, dos quais se destacam o corpo
principal, correspondente às naves, a torre sineira, o baptistério, a sacristia, a
capela-mor, as capelas colaterais e o falso transepto […]
173 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
27. Casas de Habitação – Rua do Botelho, 11 a 17
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [130]
•Localização: Matriz, Rua do Botelho, 11 a 17
•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado
•Categoria: Conjunto de edifícios ou de outras construções
•Época de Construção: Século XX
•Utilização Atual: Habitação
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Privadas
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de quatro casas de habitação tipo
chalé, em banda, situadas na frente de rua e antecedidas de balcão por onde
se faz o acesso. As casas e respectivos balcões, também contíguos, estão
nivelados entre si, numa rua inclinada, pelo que o número de degraus
aumenta com o desnível. Cada casa tem um piso e sótão, com uma porta
entre duas janelas no piso inferior e uma janela axial ao nível do sótão. Cada
fachada é emoldurada por uma faixa de reboco saliente, pintada de cinzento,
que alarga junto ao balcão simulando um soco. Há uma faixa horizontal em
relevo que divide os pisos. Na divisória das duas casas do lado direito há uma
cartela, acima da faixa horizontal, com a inscrição "CM / 1930” […]
174 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
28. Solar dos Botelhos
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [132]
•Localização: Matriz, Rua do Botelho, 21 a 29
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XVII/XVIII
•Utilização Atual: Serviços
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Casa solarenga de dois pisos situada na
frente de rua. A fachada principal está dividida em seis módulos separados
por pilastras, sendo os primeiros cinco dispostos regularmente e o sexto, mais
estreito, resultante de uma ampliação. No cimo de cada pilastra há uma
gárgula em forma de canhão. Em cada módulo há uma porta no piso térreo
encimada, ao nível do piso superior, por uma janela de sacada com varanda
saliente. […] A casa está elevada em relação à rua, sendo o acesso feito por
uma plataforma nivelada e estreita onde, junto à porta axial, se recortam
alguns degraus. A fachada encontra-se dividida em dois níveis por uma faixa
horizontal estriada ao nível das consolas das varandas. O nível inferior não
está actualmente rebocado ficando a pedra aparelhada à vista em contraste
com o branco do piso superior […]
175 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
29. Solar de São Vicente Ferreira
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [133]
•Localização: Matriz, Rua de São Vicente, 4 a 14
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XVII/XVIII
•Utilização Atual: Equipamento Cultural
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Casa solarenga de dois pisos mais sótão, de
planta rectangular, com capela, situada na frente de rua. A fachada principal
está enquadrada por um soco saliente, cunhais e cornija e está dividida por
pilastras em três secções. A secção esquerda corresponde à capela, a central
tem uma largura correspondente a quatro vãos e a da direita, com um vão,
faz uma espécie de simetria com a capela. A parte correspondente à
habitação tem, portanto, cinco portas no piso térreo, cada uma encimada por
uma janela de sacada com varanda saliente. As sacadas estão ligadas às
portas inferiores, formando faixas verticais contínuas desde o soco à cornija.
Todas as molduras dos vãos do segundo piso são rematadas superiormente
por frisos com dois rombos em ponta de diamante ladeados por suásticas,
característicos do “estilo micaelense", encimados por cornijas […]
176 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
30. Conjunto Protegido da Zona Histórica da Ribeira Grande
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [141]
•Localização: Matriz e Conceição
•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado
•Categoria: Sistema Urbano
•Época de Construção: Século XV/XVII
•Utilização Atual: Sistema Urbano
•Grau e Enquadramento Legal: Conjunto de Interesse Municipal – Edital n.º 8/2011, de 19 de julho
•Grau Proposto: Conjunto de Interesse Público
•Propriedade: Privadas, Privadas de Uso Público e Públicas
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Sistema urbano constituído por um feixe de
três ruas inclinadas (Rua do Passal, Rua de Medeiros Correia e Rua Sousa e
Silva) e respectivas transversais, que se desenvolve em torno do Largo da
Igreja Matriz (Largo Gaspar Frutuoso), dando origem a um conjunto de
quarteirões irregulares. Inclui e fica delimitado a nordeste pela origem do
feixe, no Largo do Rosário, a sudoeste pelo Largo Hintze Ribeiro e pela Rua da
Praça, a norte pela Rua Sousa e Silva e respectivos edifícios, e a sudeste pela
Rua do Passal e respectivos edifícios. Os edifícios inseridos neste sistema,
sendo de diversas épocas e de diferente qualidade arquitectónica,
constituem, com a estrutura urbana, um todo coerente. De um modo geral
têm dois pisos e são construídos em alvenaria rebocada e caiada ou pintada
de branco, com os socos, os cunhais, as cornijas, as molduras dos vãos, as
consolas das varandas e os elementos decorativos em cantaria à vista ou
pintada de cinzento. As coberturas são, na maioria, em telha de meia-cana
tradicional […]
177 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
31. Caldeiras da Ribeira Grande
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [155]
•Localização: Matriz, Caldeiras
•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída
•Categoria: -
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: Habitação, comércio, turismo e termas
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal
•Propriedade: Privadas, Privadas de Uso Público e Públicas
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um vale
atravessado por uma ribeira e envolvido por vegetação densa. Integra um
conjunto de edifícios disposto ao longo de uma via de comunicação que
atravessa o vale e alguns dispersos nas encostas. No centro do vale situa-se
uma caldeira de grandes dimensões, o antigo edifício termal e, do outro lado
da via, uma "fumarola" junto à qual se construiu um conjunto de três tanques
de pedra e grelhadores para refeições ao ar livre. No ponto mais alto situa-se
uma ermida rodeada por um adro de onde se pode avistar toda a unidade. As
casas de habitação são, na maioria, de um ou dois pisos, construídas em
alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco, com cobertura em telha de
meia-cana com telhão na cumeeira. A vegetação delimita os espaços públicos
e privados criando "cortinas de camuflagem" que envolvem as construções
num ambiente peculiar. Os espaços públicos foram requalificados e têm uma
presença marcante na paisagem […]
178 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
32. Central Hidroelétrica da Fajã do Redondo
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [156]
•Localização: Ribeirinha, Fajã do Redondo
•Grupo Tipológico: Construção Utilitária
•Categoria: Arquitetura Industrial
•Época de Construção: Século XX
•Utilização Atual: Central Hidroelétrica
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Central hidroeléctrica situada no fundo de
um vale, junto a uma ribeira. Está implantada numa plataforma de nível
limitada por um muro de suporte do lado da ribeira. A plataforma está unida
à outra margem através de uma pequena ponte de madeira. A central é
constituída pelo edifício das turbinas e respectivas estruturas de apoio. O
edifício das turbinas é composto por três corpos, sobressaindo o corpo
principal, de planta rectangular, pelas suas dimensões. É uma construção de
características industriais, com uma grande porta e quatro janelas abertas na
fachada virada à ribeira segundo uma disposição assimétrica […]
179 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
33. Passos de Procissão da Matriz e Conceição
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [158]
•Localização: Matriz e Conceição
•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado
•Categoria: Conjunto de edifícios ou de outras construções
•Época de Construção: Século XVIII
•Utilização Atual: Passos de Procissão
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de cinco passos de procissão
localizados em pontos diversos da cidade da Ribeira Grande. São pequenas
construções de planta rectangular, semelhantes entre si, situadas, de uma
forma geral, na frente de rua. Cada fachada é enquadrada por duas
pilastras/cunhais, por uma cornija e por um degrau que ocupa toda a largura
da fachada. Sobre a cornija assenta um pequeno frontão delimitado por duas
volutas que elevam uma cruz. No tímpano tem uma concha em relevo sobre a
qual se situa uma pequena roseta. De cada lado do frontão, na vertical das
pilastras, assenta um pináculo. A porta, com duas folhas, ocupa quase toda a
fachada. A respectiva verga é curva e mais espessa que as ombreiras […]
180 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
34. Solar de Santo António
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [160]
•Localização: Ribeirinha, Estrada Regional
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XVIII
•Utilização Atual: Habitação e apoio à atividade agrícola
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Pequeno solar com capela implantado junto
à estrada num terreno de pequenas dimensões. O edifício tem dois pisos e
desenvolve-se segundo uma planta em "T“ irregular, denotando sucessivas
ampliações e remodelações. A capela está adossada ao "pé" (muito curto) do
"T". O corpo principal, um rectângulo constituído pelos "braços" do "T", tem
uma orientação norte/sul. Tem “lojas" no piso térreo e a habitação
propriamente dita no piso superior. O piso térreo foi parcialmente adaptado
a garagem acessível pela porta larga no topo norte do corpo principal situado
à face da estrada […]
181 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
35. Fábrica da Chicória
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [163]
•Localização: Ribeirinha, Rua do Jogo
•Grupo Tipológico: Construção Utilitária
•Categoria: Arquitetura Industrial
•Época de Construção: Século XX
•Utilização Atual: -
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Antiga fábrica de chicória situada num
terreno murado perto do centro da povoação. É composta por seis corpos,
destacando-se, entre os corpos rectangulares de um só piso, o volume vertical
da torre de secagem. Junto ao portão de entrada situa-se o corpo dos
escritórios, à frente do qual há uma balança de pavimento. Dois armazéns e a
torre de secagem são contíguos formando uma banda de três edifícios com a
torre ao centro. A torre, por sua vez, resulta da "colagem" de três volumes:
um prisma rectangular a cuja face posterior encosta uma das faces de um
prisma hexagonal e cuja face anterior, ao nível do último piso, é prolongada
por um pequeno corpo de planta trapezoidal suportado por duas grandes
mísulas com a forma de lâminas triangulares. A torre, no interior, divide-se
em cinco pisos que comunicam entre si por uma escada. Esta dá acesso, em
cada piso, a uma sala indiferenciada e à coluna dos fornos de secagem que
ocupa todo o corpo de planta hexagonal. Em frente a estas três construções
situa-se um pequeno edifício onde se picava a chicória. Ao fundo do terreno
situa-se mais um armazém de maiores dimensões […]
182 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
36. Farol da Ponta do Cintrão
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [169]
•Localização: Ribeirinha, Ponta do Cintrão
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Pública Civil
•Época de Construção: Século XX
•Utilização Atual: Farol e Habitação
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Complexo composto por um farol, habitação
do faroleiro e respectivos anexos, situado numa ponta saliente na costa, no
alto de uma falésia. Corresponde a um projecto-tipo executado também
noutros pontos do arquipélago. Os edifícios estão dispostos em linha, sendo o
farol o que se encontra mais a norte, seguido pelo respectivo edifício de
apoio, pela habitação e pelos restantes edifícios […]
183 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
37. Herdade da Ribeira do Salto
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [171]
•Localização: Ribeirinha, Lameiro
•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída
•Categoria: -
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: Agricultura, criação de gado, habitação, lazer e apoio à atividade agropecuária
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: -
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um
núcleo edificado, por terrenos de pasto e de cultivo, por uma pequena mata e
por um "pomar de camélias" junto ao núcleo de construções. O núcleo
edificado situa-se perto da estrada, numa zona elevada, e organiza-se em
torno da casa principal, uma construção de um piso que configura um pátio
quadrangular parcialmente aberto do lado sul. Em frente à abertura do pátio
situa-se um pavilhão de dois pisos que complementa a habitação. Do lado
nascente, num nível inferior, está um grupo de edifícios de apoio às
actividades agro-pecuárias, construídos em épocas diversas, dos quais se
destacam dois silos cilíndricos e o corpo da vacaria cuja cobertura é
suportada por asnas de madeira com esticadores metálicos. Do lado norte
situam-se o “granel", uma grande eira circular (onde ainda se pode ver os
pilares onde assentaria um grande cafuão) e uma horta murada de planta
rectangular […]
184 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
38. Complexo Agropecuário – À Ponta Formosa
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [175]
•Localização: Porto Formoso, Ponta Formosa
•Grupo Tipológico: Construção Utilitária
•Categoria: Agrária, piscatória ou de produção artesanal
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: Armazéns
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: -
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Complexo de apoio à actividade agro-
pecuária, de grandes dimensões, composto por oito corpos dispostos em
torno de dois pátios quadrangulares, configurando dois "Us", e mais um
corpo no canto de um terceiro recinto quadrangular murado. Os pátios estão
ligados entre si através de passagens em arco sob os corpos edificados. Os
"Us" estão fechados por um murete com uma abertura central para a
passagem de viaturas. O braço comum aos dois "Us" é composto por três
corpos, sendo o central mais alto e os laterais simétricos. O braço nascente
tem dois pisos e é rematado a sul por um corpo mais largo que corresponde a
uma habitação. Os restantes corpos têm, em geral, um piso. As fachadas
internas dos "Us" têm séries de aberturas em arco abatido (quase todas
entaipadas), a mais larga das quais corresponde, nos braços laterais, ao
"túnel" de comunicação entre pátios. O corpo isolado no extremo nascente
tem um piso e planta em "L“ […]
185 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
39. Casa de Habitação – Rua da Rota, 6
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [178]
•Localização: Porto Formoso, Rua da Rota, 6
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: -
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: -
•Propriedade: Privada
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Casa de habitação com dois pisos, de planta
rectangular, situada junto a um largo. A fachada principal organiza-se
segundo um eixo de simetria, tendo no piso térreo uma porta com duas
janelas de peito de cada lado. A cada um destes vãos corresponde uma janela
de peito no piso superior. A porta é rematada por um arco de volta inteira
rodeado por uma pequena cornija que simula assentar em impostas. Define
uma bandeira semicircular com vitrais. Sobre a janela central do piso
superior, junto ao beiral, situa-se uma cartela decorativa com a data "1878".
A fachada lateral tem duas janelas no piso superior e uma no piso térreo,
alinhada pela da esquerda do piso superior. Há um balcão adossado ao
tardoz […]
186 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
40. Fábrica de Chá Gorreana
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [185]
•Localização: Maia, Gorreana de Cima
•Grupo Tipológico: Construção Utilitária
•Categoria: Arquitetura Industrial
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: Fábrica de Chá
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: -
•Propriedade: Privada de Uso Público
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: O edifício da fábrica é composto por dois
corpos: o maior tem planta em "L" e o menor fica continuidade do braço mais
pequeno do "L". O corpo principal tem a altura de dois pisos. Na fachada
principal só tem vãos ao nível do piso térreo, dispostos regularmente e
agrupados dois a dois excepto a porta de entrada que está isolada ao centro.
A cota de soleira encontra-se ligeiramente abaixo da cota do caminho de
acesso, havendo um pequeno espaço ajardinado que envolve o terreiro da
entrada e faz a transição entre os dois níveis. Por cima da porta há um
pequeno painel de azulejos (de fabrico recente) com a data "1883". À
esquerda, sobre um par de janelas, há um alpendre apoiado em dois pilares
cilíndricos e com cobertura em chapa ondulada de fibrocimento. A parede
cega ao nível do piso superior está em grande parte ocupada por um grande
letreiro em letras vermelhas que diz "CHÁ GORREANA". A fachada lateral
direita tem os vãos dispostos irregularmente, tendo cinco janelas no piso
inferior e apenas três no piso superior. Neste último piso há uma porta entre
as duas janelas do lado direito […]
187 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
41. Fábrica de Tabaco
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [189]
•Localização: Maia, Rua de São Pedro
•Grupo Tipológico: Construção Utilitária
•Categoria: Arquitetura Industrial
•Época de Construção: Século XX
•Utilização Atual: Equipamento Cultural/Unidade Museológica
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Pública
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Complexo da antiga fábrica de tabaco,
composto por oito edifícios que se dispõem em ambos os lados de um
caminho perpendicular à estrada. Do lado direito da entrada situam-se dois
edifícios perpendiculares ao caminho, com fornos, e um terceiro, paralelo ao
caminho (que faz um "L“ com o quarto edifício), onde se armazenava o
tabaco por preparar. Do lado esquerdo situa-se o conjunto formado pelo
edifício dos escritórios, o armazém do produto pronto e o edifício da
confecção dos cigarros […]
188 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
42. Solar de Lalém
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [190]
•Localização: Maia, Rua de São Pedro
•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída
•Categoria: -
•Época de Construção: Século XV/XVII
•Utilização Atual: Turismo de Habitação
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Privada de Uso Público
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um
solar com capela, respectivas estruturas de apoio, espaços ajardinados e
campos de cultivo. A entrada no recinto faz-se por um portal imponente,
ladeado por duas secções de muro rematadas com volutas. O portal é
enquadrado por duas pilastras rematadas por pináculos e unidas por uma
cornija comum ao portão. Por cima da cornija situa-se um frontão
contracurvado delimitado por duas volutas e encimado por duas suásticas e
uma cruz. No tímpano tem uma moldura rectangular em pedra, com
elementos decorativos em relevo, que divide ao meio os algarismos da data
"1742". O portal dá acesso a um terreiro através do qual se acede ao solar e
à zona ajardinada. O solar situa-se numa plataforma nivelada e elevada em
relação ao terreiro, acessível por uma escadaria semicircular. A casa de
habitação, de planta rectangular, tem o eixo alinhado com o da escadaria. O
espaço sobrante da plataforma funciona como um balcão que percorre a
fachada em todo o comprimento e contorna-a pelo lado direito. Deste lado, o
balcão assenta numa arcada formada por três arcos abatidos sobre impostas,
assentes em pilares rectangulares, também acessível por uma escada de um
lanço recto […]
189 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
43. Moinhos da Viola
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [198]
•Localização: Lomba da Maia, Ribeira do Salto
•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado
•Categoria: Conjunto de edifícios ou de outras construções
•Época de Construção: Século XIX/XX
•Utilização Atual: -
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Público
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de cinco moinhos de água de
rodízio, em ruína, muito próximos uns dos outros e alinhados
perpendicularmente ao mar. Os moinhos eram alimentados por uma levada
de água única (hoje incompleta) que os interligava. Cada um está implantado
num patamar nivelado e de tal forma que a "torre de descarga" fica num
ponto elevado. Eram construídos em alvenaria de pedra à vista e tinham
cobertura de duas águas. Apenas restam partes das paredes exteriores,
sendo visíveis algumas das "torres de descarga" e algumas bancadas onde se
situavam as mós. Todos tinham uma janela virada para o mar. Dos cinco
moinhos, três tinham um corpo anexo de pequenas dimensões […]
190 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
44. Monte dos Fenais de Vera Cruz
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [208]
•Localização: Fenais da Ajuda, Monte dos Fenais de Vera Cruz
•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída
•Categoria: -
•Época de Construção: Século XIX
•Utilização Atual: Habitação, apoio à atividade agropecuária, terrenos de pasto e de cultivo
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Privado
•Descrição:
in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por casas
de habitação, infra-estruturas de apoio às actividades agro-pecuárias, zona
ajardinada e terrenos de pasto. Os edifícios dispõem-se ao longo do caminho
de acesso, assumindo diferentes posições e configurando espaços distintos. A
habitação do proprietário, de planta em "L", configura um dos ângulos do
pátio exterior, rectangular, que a antecede. O braço do "L" que se situa na
perpendicular ao caminho, rectangular e de um só piso, corresponde à zona
mais antiga da casa e tem uma inscrição com a data "1858", junto ao beiral,
por cima da janela mais à esquerda […]
191 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.2.2. Património Arquitetónico Local
45. Habitação no Largo Gaspar Frutuoso
•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: Sem identificação
•Localização: Matriz, Largo Gaspar Frutuoso, 33
•Grupo Tipológico: Edifício Isolado
•Categoria: Arquitetura Doméstica
•Época de Construção: Século XX
•Utilização Atual: Habitação
•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado
•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal
•Propriedade: Privado
•Descrição:
A casa data do princípio do Séc. XX e presume-se que o arquiteto do projecto
seja António Ayla Sanches. Arquiteto de construções reconhecidas como o
antigo Coliseu Avenida, conhecido actualmente como o Coliseu Micaelense,
construído em 1917. A Casa insere-se numa corrente arquitetónica de
influência italiana e distingue-se pela fachada rica em relevo e texturas, tais
como frontões, vãos em arco, grelhas de respiração, varandas e varandins
decorados em madeira e ferro. Esta habitação vivifica a vertente da
arquitetura do início do séc. XX, que primava por ocultar parcialmente o
esqueleto estrutural da construção. O conjunto edificado apresenta uma
interessante composição volumétrica, marcada por um corpo único, de 2
pisos e umas águas furtadas.
192 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A origem vulcânica e o posicionamento junto à costa atribuem ao concelho
da Ribeira Grande condições naturais únicas para o turismo, nomeadamente
o turismo de natureza, de aventura, náutico e desportivo. Paralelamente, a
ação humana produziu também valências de elevado valor turístico,
incluindo a identidade e património cultural, bem como unidades industriais
únicas nos Açores.
Em termos naturais, dadas as características da costa ribeiragrandense,
algumas praias do concelho têm conseguido uma afirmação internacional na
prática de deportos náuticos, em particular no surf. Por outro lado, as
características naturais da Serra de Água de Pau e da Zona Nascente do
concelho favorecem o desenvolvimento do segmento do turismo de natureza
e aventura, com várias atividades a diversificar a oferta.
No que concerne à ação do homem, o desenvolvimento do concelho da
Ribeira Grande e os efeitos dos diferentes ciclos económicos levaram ao
desenvolvimento de várias unidades industriais que marcaram e marcam o
progresso local. Muitas dessas unidades apresentam um grande potencial
turístico, dada a sua peculiaridade e inserção no meio ribeiragrandense. Por
último, os fortes traços identitários locais, sobretudo vincados pelo culto
religioso, têm produzidos vários monumentos e elementos culturais que
potenciam e valorizam as qualidades do destino.
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
193 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Costa Norte
O concelho da Ribeira Grande beneficia de uma costa recortada que se estende ao longo de um eixo de 27 km,
entre as freguesias de Calhetas (Oeste) e da Lomba de São Pedro (Este). Apenas duas das 14 freguesias do concelho
não possuem costa (Santa Bárbara e Pico da Pedra), o que favorece uma projeção significativa da atividade
económica para o mar. Existem vários portos de pesca e de recreio ao longo daquele eixo, incluindo os portos de
Rabo de Peixe, do Porto Formoso e da Maia. Contudo, na costa predominam as arribas, por vezes com falésias e
escarpas, ainda que existam praias, algumas delas com características únicas para a prática desportiva,
nomeadamente surf e bodyboard, e outras zonas balneares com piscinas naturais. Refira-se o grande investimento
realizado na ampliação do porto de Rabo de Peixe, que aumentou o potencial do recreio na costa Norte da ilha.
Descrição
Produtos Turísticos Relevância Estratégica
Atual Futuro
• Turismo náutico de recreio * **
• Praia (sol e mar) ** **
• Turismo náutico desportivo ** ***
• Birdwatching * **
194 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Costa Norte
• Prática desportiva – surf, bodyboard, windsurf, kitesurf, vela, canoagem
• Competições desportivas (regionais, nacionais e internacionais)
• Praias e piscinas naturais – Areal de Santa Bárbara, Praia da Viola, Praia de Santana, Praia da Maia, Piscinas
Municipais das Poças, Piscinas Naturais das Calhetas
• Mergulho recreativo
• Passeios de barco e pesca lúdica e desportiva
• Important bird area (IBA)da Ponta do Cintrão (birdwatching)
• Dimensão da costa
• Excelentes condições para a prática desportiva
• Vários portos
• Ampliação do Porto de Rabo de Peixe
• Projeção internacional nos circuitos de surf
• Bandeira azul em algumas zonas balneares
• Investimentos qualificadores da oferta junto ao
mar e às praias (ex.: North Shore Resorts)
• Agressividade do mar e das correntes marítimas
da costa norte
• Inconstância das condições do mar (ex.: formação
de ondas para o surf)
• Características de alguns portos que dificultam a
atracagem e proteção das embarcações
• Incapacidade de atracagem de cruzeiros
• Predominância de arribas e escarpas
Atividades e Atrações Turísticas
Pontos Fortes Pontos Fracos
195 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Serra de Água de Pau
A Serra de Água de Pau é uma das mais belas formações geológicas dos Açores, cujas características naturais
únicas, incluindo vários pontos de interesse turístico, sustentaram a definição de zonas especiais de conservação. O
ponto mais alto é o Pico da Barrosa (947 metros), onde nascem vários cursos de água, seguido do Monte Escuro
890 metros), que comunica diretamente com o concelho de Vila Franca do Campo. É na Serra de Água de Pau que
se localiza o Vulcão do Fogo, cuja cratera originou a Lagoa do Fogo. As manifestações vulcânicas são várias, desde
caldeiras a fumarolas, favorecendo a formação de uma paisagem acidentada e diversificada. O potencial
geotérmico existente conduziu à exploração da energia geotérmica, com a instalação de duas centrais, que
produzem mais de 40% da energia elétrica consumida na ilha de São Miguel.
Descrição
Produtos Turísticos Relevância Estratégica
Atual Futuro
• Ecoturismo ** ***
• Turismo de saúde e bem-estar * ***
• Turismo desportivo/desportos radicais/aventura * ***
• Touring paisagístico *** ***
196 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Serra de Água de Pau
• Trekking e trilhos pedestres qualificados
• Escalada, rappel, canyoning, BTT/mountain bike, moto 4, passeios todo-o-terreno
• Fotografia e observação de fauna e flora
• Manifestações naturais – Lagoa do Fogo, Caldeira Velha, Caldeiras da Ribeira Grande, Vale das Lombadas, Salto
do Cabrito
• Wellness e águas termais (Caldeira Velha e Caldeiras da Ribeira Grande, quando recuperado)
• Beleza natural e características paisagísticas únicas
• Vastas áreas de natureza intocada
• Presença de água termal
• Potencial para mais trilhos qualificados
• Reserva Natural da Lagoa do Fogo e integração na
Rede Natura 2000 e na Reserva Ecológica Regional
• Classificação da Caldeira Velha como Monumento
Natural e Regional
• Ecossistema com baixa capacidade de carga
• Pouco trilhos qualificados
• Baixa exploração do potencial termal
• Pouca oferta de alojamento nas imediações
• Baixo desenvolvimento e diferenciação do produto
turístico de aventura
• Inexistente integração e bundling de produtos
• Ausência de locais de campismo
Atividades e Atrações Turísticas
Pontos Fortes Pontos Fracos
197 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Zona Nascente
A Zona Nascente do concelho da Ribeira Grande, compreendida entre as freguesias de Porto Formoso e Lomba de
São Pedro, é caracterizada por uma forte identidade rural e atividade agropecuária. É a área do concelho com
menor densidade populacional e maior isolamento, mas com atrações singulares, como praias e as únicas
plantações de chá da Europa. Assim, possui traços diferenciadores, que preservam a genuinidade da população,
com fortes valores tradicionais e um grande apego à Terra Natal. Esta zona do concelho, cuja área é substancial,
apesar de conter várias pastagens, apresenta ainda vastas áreas naturais e de mata, com uma rede de caminhos
agrícolas que podem ser potenciados, em conjunto, para o desenvolvimento de trilhos de longa duração, desportos
radicais, ecoturismo e agroturismo (não só na vertente de alojamento, mas também da animação turística).
Descrição
Produtos Turísticos Relevância Estratégica
Atual Futuro
• Ecoturismo ** ***
• Agroturismo * ***
• Turismo desportivo/desportos radicais/aventura * ***
• Touring paisagístico *** ***
198 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Zona Nascente
• Trekking e trilhos pedestres qualificados
• Escalada, rappel, canyoning, BTT/mountain bike, moto 4, passeios todo-o-terreno
• Fotografia e observação de fauna e flora
• Lagoa de São Brás, Praias e Mata do Dr. Fraga
• Moinhos de Água, Museu do Tabaco e Património Cultural
• Agroturismo (experiência do contacto com animação e atividades agropecuárias em explorações privadas)
• Beleza natural e características paisagísticas únicas
• Vastas áreas de natureza intocada
• Potencial para mais trilhos qualificados
• Ruralidade e genuinidade da população
• Atividade agropecuária desenvolvida
• Possui a única unidade de alojamento de
agroturismo dos Açores
• Imenso potencial para desportos radicais
• Ecossistema com baixa capacidade de carga
• Poucos trilhos qualificados
• Reduzida oferta de alojamento
• Baixo desenvolvimento e diferenciação do produto
turístico de aventura
• Inexistente integração e bundling de produtos
• Baixa preparação dos potenciais agentes locais
para a transversalidade da atividade turística
Atividades e Atrações Turísticas
Pontos Fortes Pontos Fracos
199 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Instalações Industriais Peculiares
O concelho da Ribeira Grande, ao longo da sua história, foi desenvolvendo diversas iniciativas no setor
transformador, que diferenciaram a capacidade produtiva local. É aqui que se localizam as únicas plantações de chá
da Europa, que originaram a instalação de duas fábricas de chá. Existem outras unidades fabris, como a Fábrica de
licores da marca Mulher de Capote, a fábrica da Cerâmica Micaelense e a Fábrica da Telha na Ribeira Seca ou as
fábricas de produção de laticínios da Fromageries Bel e Insulac, a fábrica de peixe da Cofaco e as centrais
geotérmicas da Ribeira Grande e Pico Vermelho. Finalmente, é ainda a referir unidades que atualmente já não
estão em atividade, mas que ainda representam oportunidades de valorização, como a Fábrica do Álcool, Fábrica
da Chicória e Fábrica do Tabaco. Todas estas unidades relacionam-se intimamente com a história e com os ciclos de
desenvolvimento económico do concelho.
Descrição
Produtos Turísticos Relevância Estratégica
Atual Futuro
• Touring *** ***
• Turismo gastronómico * **
• Turismo industrial * **
200 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Instalações Industriais Peculiares
• Fábricas de Chá – da Gorreana e do Porto Formoso
• Fábrica de Licores Mulher do Capote
• Fábrica Cerâmica Micaelense e Fábrica da Telha
• Fábricas de Laticínios (Fromageries Bel e Insulac), Fábrica de Rações Santana e Fábrica de Peixe (Cofaco)
• Centrais Geotérmicas – Ribeira Grande e Pico Vermelho
• Antigas instalações da Fábrica do Álcool, Fábrica da Chicória, Fábrica de Tabaco e das fábricas de chá (Canto,
Barrosa, Mafoma), com potencial para centros interpretativos
• Diversidade de atividades industriais diferenciadas
• Produção com potencial comercial como souvenir
• “Rota do Chá” já definida com trilho pedestre
• Únicas plantações de chá da Europa
• Projeto de instalação do Centro de Arte
Contemporânea na antiga Fábrica do Álcool
• Várias unidades registadas no inventário do
Património Imóvel dos Açores
• Mau estado de conservação das instalações onde
já não há atividade industrial e cultural
• Pouco conhecimento e desenvolvimento do
segmento de turismo industrial nos Açores
• Ausência de um roteiro para o turismo industrial
no concelho
• Baixa preparação das unidades fabris para
relacionamento e atração de turistas
Atividades e Atrações Turísticas
Pontos Fortes Pontos Fracos
201 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Acervo e Identidade Cultural
Estão localizadas várias unidades culturais e manifestações religiosas no concelho da Ribeira Grande, que permitem
conhecer melhor o seu desenvolvimento histórico. São vários os museus já qualificados e os edifícios da igreja
católica que se distribuem pelas diferentes freguesias e que marcam um traço identitário muito forte, onde
também se integram as artes ligadas ao artesanato. Para além disso, adicionalmente às típicas festas açorianas de
cada freguesia, a Ribeira Grande apresenta vários eventos que a diferenciam de todos os outros concelhos dos
Açores e mantêm uma atividade regular ao longo do ano. A considerar, ainda, várias outras estruturas, como o
Teatro Ribeiragrandense e o Mercado Municipal, bem como o traço rural e a ligação muito forte da população às
atividades agrícolas e piscatórias, resultando em elementos únicos da sua vivência diária.
Descrição
Produtos Turísticos Relevância Estratégica
Atual Futuro
• Touring cultural e religioso ** ***
• Turismo gastronómico * **
• Turismo de experiências * **
202 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Acervo e Identidade Cultural
• Rede de museus – Museu Municipal, Museu Vivo do Franciscanismo, Museu da Emigração Açoriana, Casa do
Arcano, Casa Lena Gal, Museu do Tabaco e Museu Local do Pico da Pedra
• Festividades únicas – Cantar às Estrelas (Festa de Nossa Senhora da Estrela), Cavalhadas de São Pedro, Dia do
Comércio, Feira Quinhentista
• Património religioso (igrejas, capelas e ermidas ) e cultural (ex.: Teatro Ribeiragrandense)
• Artesanato
• Traço identitário muito forte
• Diversidade de festividades e património
• Festividades e manifestações culturais únicas
• Rede de museus gerida centralmente
• Capacidade de mobilização do turismo interno
• Grande potencial para o desenvolvimento de
produtos turísticos diversificados
• Feira agrícola
• Ausência de um roteiro cultural e museológico
• Dispersão e insuficiente projeção dos artesãos
• Pequena dimensão dos museus e unidades
culturais
• Vocação das estruturas para a chegada de turistas
em circuitos e menor preparação para o DIY
• Baixa transversalidade com outros setores
• Baixa diferenciação da oferta gastronómica
Atividades e Atrações Turísticas
Pontos Fortes Pontos Fracos
203 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Atrações Naturais Existe
• Praias
• Ribeiras e riachos
• Lagoas
• Parques naturais, florestas e reservas
Observações
Excelentes condições para surf e lazer
• Áreas selvagens
• Paisagens e miradouros
• Trilhos
• Montes, montanhas e picos
• Manifestações vulcânicas peculiares (ex.: fumarolas)
• Grutas
• Nascentes termais
• Fauna
• Flora
Atrações Turísticas
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Facilidade de Acesso
Capacidade de carga
Atratividade
Muito boa Média Elevada
Ideal para canyoning e aventura Muito boa Média-Baixa Elevada
Necessita de maior estruturação Muito boa Média-Baixa Elevada
Vários pontos de grande interesse turístico em todo o concelho
Muito boa Média-Baixa Elevada
Zonas ideais para o turismo de aventura Média Média Elevada
Grutas marítimas visitáveis entre a Ribeirinha e os Fenais da Ajuda.
Má Muito Baixa Elevada
Comum a toda a Região Muito boa Média Média
Belezas naturais com reconhecimento internacional
Muito boa Média-Baixa Elevada
Zonas de grande potencial turístico, mas necessitam preparação e proteção
Muito boa Baixa Elevada
Enorme potencial para mais trilhos, que podem ser estruturados para trekking
Muito boa Média Elevada
Capacidade de integração em produtos de saúde e bem-estar
Boa Média Média
Potencial para a diferenciação através do turismo de saúde e bem-estar
Boa Média-Baixa Elevada
Comum a toda a Região Muito boa Média Média
204 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Atrações Culturais
• Museus, casas de cultura e galerias de arte
• Edifícios peculiares
• Edifícios religiosos
• Locais históricos
Atrações Turísticas
• Bibliotecas e arquivos
• Explorações agrícolas
• Portos de pesca e comunidades piscatórias
• Explorações vinícolas e adegas
• Unidades industriais
• Feiras
• Festividades
• Gastronomia típica
• Tradições
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Existe
Observações
Diversidade de unidades, que requerem avaliação à massa crítica existente
Facilidade de Acesso
Capacidade de carga
Atratividade
Muito boa Média-Baixa Alta
Muitos edifícios degradados que podem ser recuperados e valorizados
Muito boa Média-Baixa Média
Poucos locais valorizados com história e acontecimentos marcantes
Muito boa Média-Baixa Média
Potencial de transversalidade com o turismo, mas sem agentes preparados
Boa Alta Baixa
X Não há tradição vinícola no concelho - - -
Feira semanal (quinta-feira) e feira anual em Santana
Muito boa Alta Média
Um dos pontos mais fortes no concelho Muito boa Média-Baixa Alta
Património vasto, por todo o concelho Muito boa Média-Baixa Média
Biblioteca Daniel de Sá é um elemento muito valorizador da cultura local
Muito boa Média-Baixa Média
Potencial de transversalidade com o turismo, mas sem agentes preparados
Muito boa Média-Baixa Baixa
Várias unidades ainda por explorar nos circuitos turísticos
Muito boa Baixa Alta
Várias festividades singulares de grande potencial, como as Cavalhadas
Muito boa Alta Alta
Particularmente fortes em épocas festivas e em zonas de maior ruralidade
Muito boa Média-Baixa Alta
205 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Resumo das Principais Atrações: Elementos Naturais e Trilhos
Lagoa do Fogo
• Localização: Serra de Água de Pau • Reserva Natural • Rede Natura 2000
Caldeira Velha
• Localização: Serra de Água de Pau • Monumento Natural
Trilho da Praia da Viola • Localização: Maia/Lomba da Maia • Trilho classificado • Praia
Vale das Lombadas
• Localização: Serra de Água de Pau • Nascentes de águas minerais gasocarbónicas
Lagoa de São Brás
• Localização: São Brás
Mata do Dr. Fraga
• Localização: Maia • 15.000 m2
Trilho do Salto do Cabrito
• Localização: Caldeiras • Trilho classificado • Queda de água e central hidroelétrica
Trilho da Ponta do Cintrão • Localização: Ribeirinha • IBA – important bird area • Trilho municipal
Caldeiras da Ribeira Grande
• Localização: Caldeiras • Termas
Trilho do Chá da Gorreana
• Localização: Gorreana • Trilho classificado • Integrado na “Rota do Chá”
Trilho do Feno
• Localização: Fenais da Ajuda • Trilho classificado
Trilho dos Moinhos da Ribeira Funda
• Localização: Fenais da Ajuda • Trilho classificado
Ladeira da Velha
• Localização: Porto Formoso • Nascente termal • Relevância histórica: “Combate da Ladeira da Velha”
Trilho do Pico Queimado • Localização: Santa Bárbara (Mediana) • Trilho municipal
206 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Resumo das Principais Atrações: Elementos Naturais e Trilhos
Trilho do Chá do Porto Formoso
• Localização: Porto Formoso • Associação à Rota do Chá • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal
Trilho da Caldeira Velha
• Localização: Serra de Água de Pau • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal
Trilho de Downhill da Bandeirinha
• Localização: Serra de Água de Pau • Diversificação das atividades de animação • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal
Trilho Lombadas/Lagoa do Fogo • Localização: Serra de Água de Pau • Uma das mais belas paisagens naturais dos Açores • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal
Trilho da Ladeira da Velha
• Localização: Porto Formoso • Nascentes termais e acontecimentos históricos • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal
Trilho de ligação da Ribeira Funda à Viola • Localização: Fenais da Ajuda-Lomba da Maia-Maia • Associação a outros trilhos e atrações • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal
Miradouros
• Localização: Em todo o concelho • Vários pontos de beleza e interesse • Potencial para um miradouro na Ponta do Cintrão
207 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Resumo das Principais Atrações: Unidades Culturais
Teatro Ribeiragrandense
• Localização: Matriz • Eventos culturais
Museu Municipal
• Localização: Matriz • Museu de Comunidade ou Identidade
Biblioteca Municipal Daniel de Sá
• Localização: Matriz • Mais de 40.000 títulos
Museu da Emigração Açoriana
• Localização: Conceição • Reconversão do “Barracão do Peixe”
Casa do Arcano
• Localização: Matriz • Primeiro Tesouro Regional
Casa Lena Gal
• Localização: Conceição • Pintura
Museu Local do Pico da Pedra
• Localização: Pico da Pedra • Temática local e galeria de arte
Museu Vivo do Franciscanismo
• Localização: Conceição • Convento e práticas religiosas
Cine Teatro Mira Mar
• Localização: Rabo de Peixe
Arquivo Municipal
• Localização: Matriz • Documentos históricos desde 1507
Rota dos Moinhos de Água
• Localização: Matriz
Rota dos Romeiros
• Localização: Concelho • Potencial para constituir uma ciclovia (como o caminho
de Santiago)
Museu do Tabaco
• Localização: Maia • Dedicado à agroindústria do tabaco
Casa das Cavalhadas
• Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal
208 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Resumo das Principais Atrações: Unidades Culturais
Museu Agrícola
• Localização: Santana • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal
Museu da Eletricidade
• Localização: Conceição/Matriz • Projeto a desenvolver pela CMRG e EDA
Museu do Mar
• Localização: Rabo de Peixe • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal
Museu da Aviação
• Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal
209 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Resumo das Principais Atrações: Festividades
Cantar às Estrelas – Nossa Senhora da Estrela
• Data: Fevereiro
Prim’Arte
• Data: Março/abril
Cavalhadas de São Pedro
• Data: Junho
Festa da Flor
• Data: Maio • A reativar em 2015
Feira Quinhentista
• Data: Agosto
Festival de Balões de Ar Quente
• Data: Julho • A iniciar em 2015
Dia do Comércio
• Data: Julho
Festival Monteverde
• Data: Agosto • Iniciativa privada
Feira Agrícola de Santana
• Data: Junho
Concurso de Chás e Pudins de Chá
• Data: Fevereiro
Festival Gastronómico
• Data: Dezembro • Iniciado em 2014
210 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Resumo das Principais Atrações: Festividades
Sagrado Coração de Jesus
• Localização: Ribeira Seca • Data: 3.º domingo de agosto • Santo Padroeiro
Senhora do Rosário
• Localização: Lomba da Maia • Data: 4.º domingo de agosto • Santo Padroeiro
Sagrado Coração de Jesus
• Localização: Matriz • Data: 1.º domingo de setembro • Santo Padroeiro
Senhora da Aflição
• Localização: Ribeira Funda (Fenais da Ajuda) • Data: 1.º domingo de setembro • Santo Padroeiro
Senhora da Graça
• Localização: Porto Formoso • Data: 1.º domingo de setembro • Santo Padroeiro
Nossas Senhora das Victórias
• Localização: Santa Bárbara • Data: 4.º domingo de agosto • Santo Padroeiro
Senhora da Boa Viagem
• Localização: Calhetas • Data: 4.º domingo de setembro • Santo Padroeiro
Senhora das Dores
• Localização: Lombinha (Maia) • Data: 15 de setembro • Santo Padroeiro
Senhora dos Prazeres
• Localização: Pico da Pedra • Data: 3.º domingo de setembro • Santo Padroeiro
Senhora do Rosário
• Localização: Rabo de Peixe • Data: 1.º domingo de outubro • Santo Padroeiro
Divino Espírito Santo
• Localização: Maia • Data: 3.º domingo de julho • Santo Padroeiro
São Salvador do Mundo
• Localização: Ribeirinha • Data: 2.º domingo de agosto • Santo Padroeiro
Sagrado Coração de Jesus
• Localização: Conceição • Data: 1.º domingo de agosto • Santo Padroeiro
Senhora da Saúde
• Localização: Caldeiras (Matriz) • Data: 15 de agosto • Santo Padroeiro
São Pedro
• Localização: Lomba de São Pedro • Data: 1.º domingo de agosto • Santo Padroeiro
São Brás
• Localização: São Brás • Data: 3.º domingo de agosto • Santo Padroeiro
Senhora da Ajuda
• Localização: Fenais da Ajuda • Data: 15 de agosto • Santo Padroeiro
211 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Resumo das Principais Atrações: Unidades Industriais
Fábrica da Cerâmica Micaelense
• Localização: Matriz
Fábrica de Licores “Mulher de Capote”
• Localização: Conceição
Fábrica de Chá da Gorreana
• Localização: Gorreana • Integrada na “Rota do Chá” com trilho pedestre • Património Imóvel dos Açores
Fábrica de Laticínios da Fromageries Bel
• Localização: Matriz • Ligação direta ao setor agrícola
Central Geotérmica do Pico Vermelho
• Localização: Pico Vermelho
Central Geotérmica da Ribeira Grande
• Localização: Proximidade da Lagoa do Fogo
Central Hidroelétrica da Fajã do Redondo
• Localização: Fajã do Redondo • Integrada no Trilho do Salto do Cabrito • Património Imóvel dos Açores
Fábrica da Telha • Localização: Ribeira Seca • Sem atividade • Património Imóvel dos Açores
Fábrica de Laticínios da Insulac
• Localização: Ribeira Seca • Ligação direta ao setor agrícola
Fábrica do Álcool
• Localização: Conceição • Em conversão para Centro de Arte Contemporânea • Património Imóvel dos Açores
Fábrica de Chá do Porto Formoso
• Localização: Porto Formoso • Integrada na “Rota do Chá”
Fábrica do Tabaco
• Localização: Maia • Reconvertido para Museu do Tabaco • Património Imóvel dos Açores
212 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Resumo das Principais Atrações: Unidades Industriais
Fábrica da Chicória
• Localização: Ribeirinha • Sem atividade • Património Imóvel dos Açores
Fábrica de Rações Santana
• Localização: Rabo de Peixe (Santana) • Ligação direta ao setor agríola
Fábrica da Cofaco
• Localização: Rabo de Peixe • Ligação direta à atividade piscatória local
Fábrica de Chocolates “O Chocolatinho”
• Localização: Rabo de Peixe
Unidades Complementares
• Explorações agrícolas • Portos de pesca • Lota • Transversalidade da atividade turística com
atividades tradicionais
Herdeiros de Agostinho Ferreira Medeiros
• Localização: Rabo de Peixe • Transformação de basalto – “Pedra de Lavoura”
Grupo Marques
• Localização: Pico da Pedra • Transformação de basalto – “Pedra de Lavoura”
José Dâmaso e Filhas
• Localização: Matriz • Transformação de basalto – “Pedra de Lavoura”
213 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Resumo das Principais Atrações: Igrejas
Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres
• Localização: Pico da Pedra
Igreja do Bom Jesus
• Localização: Rabo de Peixe
Igreja de São Brás
• Localização: São Brás
Igreja de Santa Bárbara
• Localização: Santa Bárbara
Igreja de São Pedro
• Localização: Ribeira Seca
Igreja de Nossa Senhora da Estrela
• Localização: Matriz
Igreja do Senhor dos Passos
• Localização: Matriz
Igreja dos Reis Magos
• Localização: Fenais da Ajuda
Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem
• Localização: Calhetas
Igreja do Santíssimo Salvador do Mundo
• Localização: Ribeirinha
Igreja do Divino Espírito Santo
• Localização: Maia
Igreja da Nossa Senhora do Rosário
• Localização: Lomba da Maia
214 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.3. Recursos e Atrações Turísticas
Resumo das Principais Atrações: Igrejas
Igreja de Nossa Senhora da Conceição
• Localização: Conceição
Igreja de Nossa Senhora da Graça
• Localização: Porto Formoso
Igreja de Nossa Senhora dos Aflitos
• Localização: Ribeira Funda (Fenais da Ajuda)
.Igreja de Nossa Senhora da Ajuda
• Localização: Fenais da Ajuda
Igreja de São Pedro
• Localização: Lomba de São Pedro
Igreja do Convento de São Francisco
• Localização: Conceição
Igreja de Nossa Senhora das Dores
• Localização: Lombinha (Maia)
215 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Apesar de nunca se ter promovido uma aposta estratégica no setor do
turismo na Ribera Grande, em virtude das dinâmicas socioeconómicas do
concelho, existem vários elementos que lhe conferem as condições básicas
para o desenvolvimento desta atividade. Há, naturalmente, algumas lacunas
em serviços de apoio e condições de suporte que carecem de resolução e
melhoria, mas existem, igualmente, várias entidades e infraestruturas de boa
qualidade que dotam o concelho de requisitos essenciais para a promoção da
atividade turística.
Os pontos mais fortes do concelho, neste momento, resultam das
acessibilidades externas, com SCUT de grande qualidade; da atividade de
restauração, essencialmente assente na gastronomia típica, mas que
necessita de inovação no serviço; das infraestruturas desportivas e culturais;
do corpo de Bombeiros Voluntários; e dos serviços de informação no Posto
de Turismo, elogiado pelos turistas estrangeiros. Existem ainda grandes
potencialidades, como as valências da Escola Profissional da Ribeira Grande,
que podem contribuir para uma melhor preparação do concelho.
As debilidades estão identificadas no alojamento, muito reduzido e pouco
qualificado (com algumas exceções); na animação noturna; na atividade
comercial; no material de informação turística; e nas atividades e animação
turística. Repare-se, contudo, que o desenvolvimento destas valências
exigem esforços da esfera pública, mas também da iniciativa privada.
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
216 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
O concelho da Ribeira Grande, e em particular a cidade da Ribeira Grande,
está muito bem munido de vias de acesso de construção recente, boa
qualidade e manutenção permanente. As vias rodoviárias atuais,
nomeadamente a ENI1-1A, permitem um acesso rápido a todos os restantes
pontos da ilha de São Miguel, com destaque para a facilidade e rapidez de
comunicação com os concelhos de Lagoa, Ponta Delgada, para além de
Nordeste e Vila Franca do Campo. O acesso ao concelho da Povoação, não
sendo tão cómodo como os restantes, também não deixa de ser fácil. A
localização da Ribeira Grande, que lhe garante a comunicação direta com os
cinco concelhos da ilha e com o mar, é um dos fatores mais importantes para
valorizar o concelho e dotá-lo de uma posição central nas dinâmicas turísticas
micaelenses.
A cidade da Ribeira Grande dista menos de 25 km do Aeroporto João Paulo II
e menos de 20 km do terminal de cruzeiros nas Portas do Mar em Ponta
Delgada, o que significa um tempo médio de viagem automóvel de 20
minutos para cada um destes pontos de entrada. As distâncias para Rabo de
Peixe, o grande centro atual de alojamento do concelho, são ainda menores.
Contudo, alguns acessos secundários, principalmente para as freguesias e
atrações da zona nascente do concelho, apresentam menor qualidade, algo
que dificulta a chegada de turistas a pontos mais remotos e descentralizados.
Esta situação carece de melhorias, uma vez que impede a capitalização de
todo o potencial turístico existente. Não obstante, a solução implementada
deverá estar adequada à estratégia de desenvolvimento turístico do
concelho e à tipologia dos produtos turísticos oferecidos nesta zona.
Transportes e Acessibilidades
Fonte: Google Maps
217 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
Transporte e Acessibilidades
• Aeroporto
• Aeródromo para pequenas aeronaves e aviação de recreio
• Porto com condições de receber transporte de passageiros
• Terminal de cruzeiros
• Marina
• Ferry
• Autoestradas e vias rápidas
• Estradas secundárias e acessos interiores
• Central de táxis
• Central de autocarros
• Ligações externas de autocarros
• Circuitos internos de autocarros
• Circuitos de minibus ou serviços de cortesia semelhantes
Transportes e Acessibilidades
Existe
X
Observações
Aeroporto localizado em Ponta Delgada, a apenas 20 km
Capacidade Operacional
Localização Qualidade de
serviço
- - -
X Há potencial para reativar o aeródromo de Santana
- - -
X Terminal em Ponta Delgada, a apenas 20 km
- -
X Não existe massa crítica que o justifique - - -
Existem necessidades de melhoria, em especial, na zona nascente do concelho
Razoável Razoável Razoável
Necessidade de melhor identificação das carreiras e autocarros
Boa Muito boa Razoável
Necessidade de mais ligações entre a cidade e a zona nascente do concelho
Boa Razoável Boa
Considera-se que existe potencial no Porto de Rabo de Peixe
- - -
A localização é indicada como um ponto fraco, mas pode ser um ponto forte
Boa Razoável Razoável
SCUT novas com excelentes condições e manutenção permanente
Muito boa Muito boa Muito boa
A manter Boa Boa Boa
Ligações frequentes entre os principais centros urbanos da ilha
Boa Boa Boa
X Eventual solução para ligações entre a cidade e a zona nascente do concelho
- - -
218 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
Dada a ausência histórica de foco no setor do turismo no concelho da Ribeira
Grande e a débil terciarização da economia, os elementos qualificadores da
oferta e do destino encontram-se, na generalidade, num baixo estádio de
desenvolvimento e dinamização. Particularmente no que se refere aos
serviços da principal cadeia de valor do turismo (alojamento, restauração e
animação), é notória a baixa capacidade competitiva.
A capacidade de alojamento é um fator determinante na qualificação de um
destino e é uma das maiores lacunas do concelho da Ribeira Grande. A oferta
é muito reduzida, pouco diferenciada e com baixa capacidade de atração. A
diferenciação da oferta, com aposta no turismo rural e na hotelaria de
charme, é fundamental para poder qualificar o destino e evitar a
concorrência direta com o alojamento oferecido em Ponta Delgada.
A restauração é o ponto mais forte desta dimensão na Ribeira Grande,
concelho com grande tradição gastronómica e com vários restaurantes de
cozinha tradicional. Contudo, verificam-se necessidades de inovação e
melhoria no serviço, que permitam uma melhor preparação para as
exigências dos turistas.
A atividade comercial na Ribeira Grande esteve sempre fortemente
condicionada pela oferta disponível em Ponta Delgada (em particular das
grandes superfícies), pelo rendimento per capita local e, mais recentemente,
pelos efeitos da crise económico-financeira. Neste momento, a oferta é
reduzida, indiferenciada e cada vez mais dominada pelos estabelecimentos
chineses. Não obstante, possui várias unidades importantes para o turista,
como o retalho alimentar e lojas de conveniência.
A oferta de animação turística no concelho é também bastante reduzida.
Normalmente, são as empresas sedeadas em Ponta Delgada que trazem o
turista à Ribeira Grande, existindo poucas empresas locais a desenvolver esta
atividade. Existe muito potencial e várias áreas onde poderá ocorrer
investimentos, mas será necessária uma aposta profissional, capaz de inovar
e de oferecer experiências de grande valor emocional.
Elementos Qualificadores da Oferta
219 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
Alojamento
• Resorts
• Hotéis
• Pensões, residenciais e motéis
• Apartamentos turísticos
• Hostels, pousadas e albergues
• Apartamentos e moradias (alojamento local)
• Bead & Breaksfast (B&B)
• Centros de estágio
• Estâncias náuticas
• Turismo em espaço rural
• Residências universitárias
• Parques de campismo
• Parques de caravanas
Elementos Qualificadores da Oferta
Existe Observações Facilidade de
Acesso Capacidade
de carga Atratividade Existe
Observações
Considerou-se apenas o novo projeto Eco-Beach Resort de Santa Bárbara
Capacidade Operacional
Localização Qualidade de
serviço
Baixa Muito boa -
X Potencial para o surgimento na cidade, em particular na zona do Monte Verde
- - -
Principal oferta da Quinta de Santana Média Boa Boa
Oferta dispersa pelo concelho, mas mais concentrada na zona poente
Baixa Razoável Razoável
X Apenas justificável se houver uma aposta no turismo desportivo
- - -
Tipologia fundamental para o concelho, que deve ser desenvolvida
Baixa Muito boa Boa
Potencial para mais unidades, em particular inseridas na natureza
Baixa Muito boa Muito boa
Oferta limitada e com pouca capacidade de modernização e inovação
Baixa Muito boa Média
X Uma aposta fundamental para atrair novos turistas e backpackers.
- - -
X Tipologia que permite a diferenciação da oferta e a atração de turistas jovens
- - -
X Relevante para potenciar a náutica de recreio e competições náuticas
- - -
X Não existem polos universitários no concelho
- - -
Primeiro parque integrado no novo estacionamento do Areal de St. Bárbara
Média Muito Boa -
220 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
Restauração e similares
• Restaurantes
• Cafés, bares e snack-bares
• Estabelecimentos de fast food
• Discotecas e clubes noturnos
Elementos Qualificadores da Oferta
• Centros comerciais
• Lojas de conveniência
• Hiper, super e minimercados
• Estabelecimentos de material desportivo diversificado
• Lojas de souvernirs
• Mercados
• Farmácias e drogarias
Comércio
Existe Observações Facilidade de
Acesso Capacidade
de carga Atratividade Existe
Observações
Uma das melhores valências atuais do concelho, mas necessita de inovação
Capacidade Operacional
Localização Qualidade de
serviço
Média Muito boa Boa
Proliferam vários estabelecimentos de baixa qualidade e indiferenciados
Elevada Boa Baixa
X Necessidade de oferta de qualidade e com capacidade de qualificar a oferta
- - -
Há uma tendência de redução destes estabelecimentos
Elevada Boa Boa
X Essencial para o turismo de natureza, aventura e desportivo
- - -
Atividade bastante reduzida, mas com grande potencial
Baixa Muito boa Baixa
Não existem marcas internacionais, de fácil identificação (ex.: Burger King)
Baixa Boa Razoável
X Atividade comercial pouco diversificada - - -
Oferta centralizada nos principais polos urbanos
Muito elevada Boa Muito boa
Há baixo aproveitamento de zonas turísticas de excelência
Baixa Razoável Boa
Oferta variada no concelho, mas com limitações na zona nascente
Muito elevada Muito boa Muito boa
Existe Observações Facilidade de
Acesso Capacidade
de carga Atratividade Existe Observações
Capacidade Operacional
Localização Qualidade de
serviço
221 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
Elementos Qualificadores da Oferta
• Empresas de animação turística
• Guias turísticos
• Operadores marítimo-turísticos
• Rotas, roteiros e circuitos estruturados
• Organização de eventos
Animação
Poucos guias qualificados e com bom conhecimento de todo o território
Média Regular Muito boa
Existem poucas rotas estruturadas e as que existem carecem de valorização
Boa Regular Média
Poucas empresas a sedeadas na Ribeira Grande
Baixa Regular Muito boa
Poucos operadores e com a atividade pouco conhecida
Baixa Sazonal Média
A organização de eventos pode ser um fator de diminuição da sazonalidade
Boa Regular Boa
Existe Observações Facilidade de
Acesso Capacidade
de carga Atratividad
e Existe Observações
Capacidade Operacional
Regularidade da Operação
Qualidade de serviço
• Casinos e casas de jogo X - - - -
• Teatros
• Cinemas
• Espetáculos desportivos
Oferta muito limitada Baixa Ocasional Baixa
Necessidade de adequação da oferta e diversidade das peças de teatro
Média Ocasional Média
Potencial para organização de mais espetáculos desportivos
Boa Sazonal Boa
• Espetáculos de rua X Um importante elemento para animar locais públicos (ex.: Jardim do Paraíso)
- - -
• Festivais de música Festival do Monte Verde é a principal referência
Boa Ocasional Boa
• Parques temáticos X - - - -
• Spas e centros de wellness X Perspetivam-se projetos para esta área nas Caldeiras
- - -
222 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
Elementos Qualificadores da Oferta
Instalações e equipamentos desportivos e de recreação
• Estádios
• Campos de golfe
• Piscinas
• Ciclovias
Existe Observações Facilidade de
Acesso Capacidade
de carga Atratividade Existe
Observações
Campos de pequena dimensão, com vocação para a prática de futebol
Capacidade Operacional
Localização Qualidade de
serviço
Baixa Muito boa Média
Existe apenas um campo de Golfe, localizado na Batalha.
Alta Boa Boa
Poucas ciclovias em todo o concelho Baixa Razoável Muito boa
Piscinas municipais e piscina aquecida nos Bombeiros
Média Muito boa Boa
• Autódromos, kartódromos ou pistas de motocross Estruturas existentes podem ser mais aproveitadas para a animação turística
Baixa Boa Boa
• Pavilhões gimnodesportivos Alguns equipamentos de boa qualidade e outros de baixa qualidade
Média Boa Boa
223 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
Elementos Qualificadores da Oferta
•Pouca capacidade de alojamento no concelho.
•Essencialmente Alojamento Local e Casas de Campo (Turismo Rural).
•Apenas três unidades com capacidade superior a 20 camas (uma superior a 100).
•Nenhum hotel 3 estrelas, hostel ou hotel de charme na cidade (e no concelho).
•Rabo de Peixe e Calhetas concentram a maior capacidade de alojamento.
•Previsão de novas unidades (ex.: Eco-Beach Resort Santa Bárbara).
Alojamento
Animação
Restauração
•Muito poucas empresas e agentes ativos.
•Atividades náuticas de recreio praticamente inexistentes.
•Baixa capacidade operacional de entretenimento noturno.
•Atividades culturais são as mais ativas e dinâmicas, mas carecem de maior estruturação.
•Muitos recursos e atrações turísticas.
•Poucas atividades e eventos promotoras do ecoturismo
•Vários restaurantes de boa qualidade.
•Essencialmente vocacionada para a gastronomia tradicional.
•Baixa capacidade de inovação e diferenciação.
•Matéria-prima de elevada qualidade (hortícolas, carne e peixe).
•Um dos fatores mais fortes no concelho.
•Apresenta necessidades na melhoria do serviço.
Avaliação global à qualidade da oferta Baixo
Performance face à média Muito fraco
Necessidades de investimento Muito elevado
Avaliação global à qualidade da oferta Baixo
Performance face à média Muito fraco
Necessidades de investimento Elevado
Avaliação global à qualidade da oferta Elevado
Performance face à média Bom
Necessidades de investimento Médio
Dos elementos qualificadores da oferta analisados, três fazem parte da cadeia de valor principal do turismo. Neste sentido, torna-se importante perceber, de
uma forma objetiva, como se posicionam essas três atividades em concreto face à média regional. Com esta informação torna-se percetível o esforço de
estruturação e investimento que será necessário aplicar de modo a qualificar o destino “Ribeira Grande”.
224 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
O concelho da Ribeira Grande possui várias entidades e unidades de apoio à
saúde e à segurança, que conferem as condições essenciais para atrair vários
segmentos de mercado. Para além disso, existem outras unidades que
permitem melhorar a experiência do turista no decorrer da estadia no
concelho e possibilitam uma melhor preparação do destino.
Nas principais estruturas de saúde e segurança, os Bombeiros Voluntários do
concelho são reconhecidos pela sua capacidade de intervenção e valia
técnica, conferindo uma importante estrutura de apoio, por exemplo, ao
turismo de natureza e aventura. Por outro lado, o Centro de Saúde da Ribeira
Grande tem diminuído a sua capacidade operacional, reduzindo alguns
horários e a funcionalidade de vários serviços, incluindo o serviço de
atendimento urgente. A capacidade de resposta é naturalmente afetada,
havendo necessidade de recorrer ao Hospital do Divino Espírito Santo, em
Ponta Delgada que, apesar de tudo, não fica muito distante.
A Escola Profissional é uma estrutura que poderá ter uma valia muito
relevante na qualificação dos recursos humanos locais, mas que necessitará
de adaptar a sua oferta formativa aos novos desafios do turismo. Existem,
também, vários equipamentos de apoio que carecem de uma maior atenção
e preparação para a atividade turística, procurando promover o conforto e
comodidade dos visitantes. Não obstante, uma das melhores unidades de
apoio é o Posto de Turismo da Ribeira Grande, referenciado de forma
recorrente pelos turistas como uma entidade fundamental na recolha e
interpretação de informação sobre a cidade, o concelho, as atividades e as
principais atrações a visitar.
Serviços e Equipamentos de Apoio
225 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
Saúde e Segurança
• Unidade de Saúde (hospital, centro de saúde, etc.)
• Polícia
• Proteção Civil
• Bombeiros
Serviços e Equipamentos de Apoio
Informação ao Visitante
• Welcome Center/Posto de Turismo
• Sinalização turística
• Informação estática em locais de interesse
• Centros interpretativos
• Brochuras informativas
• Mapas turísticos
• Canais de informação web (site, perfis em redes sociais, etc.)
Existe Observações Facilidade de
Acesso Capacidade
de carga Atratividade Existe
Observações
Centro de Saúde com horário reduzido e baixa capacidade de resposta
Capacidade Operacional
Localização Qualidade de
serviço
Baixa Muito boa Média
Várias esquadras no concelho Média Boa Elevada
Corpo de bombeiros de excelente qualidade e capacidade operacional
Elevada Muito boa Elevada
- Elevada Muito Boa Elevada
Necessidade de sinalização em múltiplas línguas de atrações e roteiros turísticos
Baixa Razoável Baixa
Poucas unidades com informação turística relevante
Baixa Boa Boa
Necessidade de investimento na sua apresentação e modernização
Baixa Má Baixa
Posto de turismo com elevado nível de atendimento e informação
Único Boa Muito boa
Poucos locais com informação estática Baixa Razoável Razoável
Praticamente inexistentes, carecendo de investimento
Baixa Má Baixa
Informação dispersa e com lacunas, mas existe uma app para smartphone
Elevada Má Baixa
Existe Observações Facilidade de
Acesso Capacidade
de carga Atratividade Existe Observações Quantidade Localização Qualidade de
serviço
226 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
Outros Serviços e Equipamentos de Apoio
• Estação de correios
• Escolas especializadas
• Bancos e ATM
• Cobertura de rede de telefones móveis
Serviços e Equipamentos de Apoio
• Telefones públicos
• Estacionamento para viaturas turísticas
• Oficinas mecânicas
• Lavandarias
• Casas de banho públicas
• Duches públicos
Existe
- Baixa Boa Boa
Potencial para adaptar a atual oferta formativa aos desafios do turismo
Elevada Boa Boa
Praticamente 100% do território com cobertura
Elevada Muito boa Muito boa
Pouca funcionalidade para aos circuitos turísticos na cidade
Baixa Razoável Média
Praticamente inexistentes Baixa Razoável Baixa
Presentes nas principais zonas balneares Média Boa Boa
Existem ATM em todas as freguesias do concelho
Elevada Muito boa Muito boa
Poucos telefones públicos disponíveis Baixa Má Baixa
Dificuldade de resposta adequada a emergências em rent-a-car
Média Boa Boa
Poucas e pouco funcionais Baixa Má Baixa
Observações Facilidade de
Acesso Capacidade
de carga Atratividade Observações
Capacidade Operacional
Localização Qualidade de
serviço
227 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Estruturas de Apoio e de Complemento da Animação
A.H. Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande
• Localização: Conceição • Possui instalações desportivas com piscina
Posto de Turismo
• Localização: Conceição
Polícia de Segurança Pública • Localização: vários locais • Potencial de reconversão
A Ponte Norte – Cooperativa de Ensino e Desenvolvimento da Ribeira Grande
• Localização: Rabo de Peixe e Matriz
Centro de Saúde da Ribeira Grande • Localização: Conceição
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
CPA – Centro de Promoção Ambiental
• Localização: Matriz • Integrado no Jardim do Paraíso
Escola Profissional da Ribeira Grande • Localização: Rabo de Peixe e Matriz
ATURG – Associação de Turismo da Ribeira Grande
• Localização: Ribeira Grande
Azores Surf Center • Localização: Ribeira Seca • Integrado nas estruturas do Areal de Santa Bárbara
Clube Desportivo de Tiro de São Miguel
• Localização: Rabo de Peixe (Santana)
Central de Táxis
• Localização: Matriz
OASA – Observatório Astronómico de Santana • Localização: Rabo de Peixe • Único centro de divulgação científica do concelho
Associação Equestre Micaelense
• Localização: Rabo de Peixe (Santana)
Clube Naval de Rabo de Peixe • Localização: Rabo de Peixe
228 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Estruturas de Apoio e de Complemento da Animação
Mercado Municipal
• Localização: Matriz • Património imóvel dos Açores
Pavilhão Gimnodesportivo Municipal
• Localização: Conceição
Jardim do Paraíso • Localização: Matriz • Possui um pequeno anfiteatro
Pavilhão Gimnodesportivo da Escola Secundária
• Localização: Matriz
Recinto da Associação Agrícola de São Miguel • Localização: Rabo de Peixe (Santana) • Múltiplas valências
4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística
Filarmónicas
• Localização: várias
Campos desportivos sintéticos • Localização: várias
Centro Comunitário de Rabo de Peixe
• Localização: Rabo de Peixe
Coros e Grupos Folclóricos
• Localização: várias
Centros Sociais e Paroquiais
• Localização: várias
Casas do Povo • Localização: várias
Escoteiros • Localização: várias
Santas Casas • Localização: várias
Associações Juvenis e Culturais • Localização: várias
229 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
O novo paradigma económico, o contexto dos Açores e a importância
crescente do setor do turismo impulsionam atualmente o concelho da
Ribeira Grande para uma reestruturação da base económica. A aposta na
atividade turística é um desígnio assumido pela Câmara Municipal para o
desenvolvimento a médio prazo, proporcionando a requalificação do
concelho e a valorização dos recursos endógenos.
Assumindo este rumo de ação e compreendendo as perspetivas de futuro
delineadas, estruturou-se uma visão para o desenvolvimento turístico do
concelho, que assenta em quatro pilares essenciais e em princípios
complementares de orientação. Para além de facultarem a perceção do
rumo a seguir, estes elementos definem as características intrínsecas de toda
a estratégia construída e facilitam a estruturação da proposta de valor para o
turismo do concelho.
Em consequência, no sentido de superar os grandes desafios atuais que a
Ribeira Grande enfrenta na procura do desenvolvimento turístico
sustentado, definiram-se quatro objetivos estruturantes que balizam toda a
ação. Estes objetivos estruturantes em conjugação com a proposta de valor
desenvolvida vão permitir a construção de um plano de ação concreto, com
capacidade evolutiva e um horizonte temporal definido, promovendo o
aproveitamento de várias oportunidades no âmbito do período de
programação comunitária restante 2014-2020.
4.5. Visão e Objetivos Estratégicos
4.5. Visão e Objetivos Estratégicos
230 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
O constructo da visão estratégica para o desenvolvimento turístico do concelho da Ribeira Grande assentou em quatro pilares fundamentais –
potencial turístico, visão política, tendências do mercado e capacidade instalada – que perspetivam um desenvolvimento integrado com base na
valorização dos recursos endógenos existentes.
Potencial Turístico Visão Política Tendências do
Mercado Capacidade Instalada
Estimular o desenvolvimento do turismo como atividade fundamental na dinâmica socioeconómica da Ribeira
Grande, através uma oferta diferenciada suportada pela inovação e recursos endógenos do concelho.
Desenvolvimento do turismo
Atividade fundamental na dinâmica socioeconómica da Ribeira Grande
Oferta diferenciada
Inovação e recursos endógenos do concelho
Valorizar, de forma efetiva, o potencial existente com perspetiva de futuro…
… assumindo os desígnios atuais de reajustar a base económica do concelho…
… através da conceção de uma oferta que potencie a diferenciação do destino…
… e da capitalização da riqueza natural e dos recursos endógenos disponíveis.
Visão Estratégica para o Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande
4.5. Visão e Objetivos Estratégicos
231 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.5. Visão e Objetivos Estratégicos
A essência desta visão associa-se, assim, à promoção do desenvolvimento
local e à criação de um ambiente propenso ao investimento e à iniciativa
privada. Deste modo, elevam-se as expetativas de fortalecer a economia do
concelho, de criar novos postos de trabalho e de favorecer o surgimento de
bens e serviços que não seriam possíveis (ou viáveis) apenas com a
exploração do mercado local. Por outro lado, o turismo é assumido como
uma alavanca para o progresso sociocultural, na medida em que a sua
capitalização deverá promover a educação, a formação e a qualificação da
população. Note-se que a atividade turística é extremamente exigente ao
nível da qualificação dos recursos humanos, mas também favorece uma
oportunidade única para o intercâmbio cultural e social, contribuindo para o
enriquecimento das comunidades.
Na mesma medida, a sustentabilidade da atividade turística proporcionará a
oportunidade para reinvestir na valorização interna do concelho, que incluirá
a reabilitação do edificado, a conservação das atrações e de outras
infraestruturas culturais. Deste modo, é possível recuperar e revitalizar áreas
e locais degradados e motivar permanentemente a população, aumentando
a sua autoestima e a valorização do destino.
Neste contexto, assumem-se quatro princípios fundamentais que se
projetam para o futuro do turismo no concelho e que definem os grandes
desafios atuais e futuros da Ribeira Grande:
1. Desenvolvimento Local
Com o aumento do investimento, criação de valor económico e de postos de
trabalho, com impacto multiplicativo por toda a economia do concelho.
2. Sustentabilidade
Com a promoção do ambiente, conservação da natureza, proteção das
comunidades e da cultural local e com a capacidade de autossustentar ciclos
de criação de valor.
3. Transversalidade
Promovendo uma interação permanente em toda a cadeia de valor entre a
atividade turística e outras atividades económicas tradicionais, como a pesca,
a agricultura e a indústria, aumentando o impacto do efeito multiplicador.
4. Competitividade
Elevando a qualidade e a diferenciação da oferta turística e a qualificação do
destino, assegurando maior atratividade e capacidade de competir com
outros mercados.
Considerando a visão definida e os princípios de futuro, perante a situação
atual, o concelho da Ribeira Grande apresenta quatro grandes desafios –
preparação do destino, desenvolvimento do destino, qualificação do
destino e promoção do destino – que servem de molde à definição dos
objetivos estratégicos de todo plano:
232 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A Ribeira Grande possui baixos níveis que qualificação da população e de
terceirização da economia. Para o desenvolvimento da atividade turística é
fundamental alterar esse paradigma e estimular e adquirir novas competências
técnicas, para além de uma adaptação da mentalidade e da postura cívica da
população. É essencial generalizar a perceção da importância do turismo para a
economia local e para o bem-estar de toda a comunidade, favorecendo uma
adaptação estrutural do comportamento perante o visitante, com maior
profissionalismo e hospitalidade, valorização da imagem do concelho e proteção
do ambiente, das tradições e das atrações locais.
• OE1. Qualificar e melhorar a preparação da população e das empresas do concelho para a atividade turística
Devido à falta de estruturação da oferta de animação e a uma reduzida oferta de
alojamento, a Ribeira Grande tem dificuldade em atrair turistas e fixá-los por
períodos longos. Na realidade, a baixa estadia média é um problema comum a
toda a Região, mas que se torna particularmente evidente neste concelho pela
falta de oferta de alojamento (em termos quantitativos e qualitativos). Para além
disso, é necessário que o aumento da estadia média corresponda a um
incremento na criação de valor para economia local, ou seja, que represente um
aumento do gasto médio por turista nos vários serviços ao seu dispor, incluindo
na restauração, comércio, transportes e atividades turísticas e culturais.
• OE2. Aumentar o número de visitantes (first time e repetentes), o seu tempo de permanência e o valor criado na economia local
As tendências atuais do setor do turismo demonstram inequivocamente a
importância da experiência e das vivências, com grande valorização das emoções,
dos sentimentos únicos e da personalização dos serviços. A qualificação da oferta
de animação é um fator determinante para atingir esse objetivo e oferecer ao
turista motivações e argumentos que influenciem decisivamente o seu processo
de decisão. Este contexto, para além de funcionar como um fator de atratividade,
permite desenvolver o grau de fidelização do visitante, levando-o à repetição do
destino, bem como à recomendação (word of mouth) junto dos círculos de
relações próximas ou canais mais abrangentes (blogs, redes sociais, etc.)
• OE3. Desenvolver as condições estruturais para melhorar a experiência e a vivência do turista
A Ribeira Grande assume neste momento um processo de desenvolvimento da
sua imagem enquanto destino turístico, procurando posicionar-se na mente dos
potenciais consumidores. Não obstante, é fundamental capitalizar a sua
integração no destino “Açores”, tirando proveito e sinergias dos esforços de
promoção turística desenvolvidos pela Região, que já começa a ter um
reconhecimento internacional, em particular no Turismo de Natureza. Sendo
capaz de potenciar esta condição, a Ribeira Grande deverá promover um
posicionamento assertivo, que favoreça a sua diferenciação e valorize os seus
principais pontos fortes.
• OE4. Aumentar a notoriedade e atratividade do concelho dentro do destino “Açores”
4.5. Visão e Objetivos Estratégicos
233 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A definição dos objetivos estratégicos a alcançar e dos princípios essenciais
que os norteiam permite projetar todo o desenvolvimento estratégico tendo
em vista uma aplicação consequente para a superação dos grandes desafios
a enfrentar. Deste modo, considerando os fundamentos do planeamento
estratégico de destinos turísticos e partindo de uma base que assenta nas
potencialidades, debilidades, oportunidades e ameaças do concelho da
Ribeira Grande, foi possível privilegiar uma metodologia que focaliza esforços
na construção e sustentação de uma proposta de valor para o destino, que
desemboca na conceção de um plano de ação capaz de materializar os
desígnios estratégicos agora delineados. Assim, a construção do plano de
desenvolvimento turístico do concelho fica completa, cumprindo o ciclo de
diagnóstico, planeamento estratégico e conceção operacional.
Porém, para haver consequência são necessários veículos de implementação.
O contexto atual da Ribeira Grande apresenta várias entidades que se
integram diretamente e indiretamente no setor do turismo e que, de uma
forma organizada e coordenada, poderão configurar uma importante força
motriz para o desenvolvimento do setor. Assim, a devida estruturação de
uma iniciativa conjunta, que envolva o setor público e o setor privado e que
estimule o surgimento de mais intervenientes, poderá originar um cluster ou
um grupo de atuação em torno da atividade turística, que potencie a
prossecução da estratégia definida e da implementação do plano de ação.
4.5. Visão e Objetivos Estratégicos
Visão
Transversalidade Desenvolvimento Local
Sustentabilidade Competitividade
Objetivos Estratégicos
Condições de Suporte
Recursos e Atrações Turísticas
Plano de
Ação
Posicionamento e Proposta de Valor
Marketing Territorial
Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
234 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Neste contexto, não será de negligenciar as oportunidades concedidas pelo
Sistema de Incentivos para a Competitividade Empresarial – COMPETIR+,
enquadrado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 12/2014/A, em particular o
Subsistema de Apoio à Eficiência Empresarial, definido pelo Decreto
Regulamentar Regional n.º 17/2014/A, que prevê “Ações coletivas de
eficiência empresarial” e a “Constituição de Clusters”.
De referir que as “Ações Coletivas de Eficiência Empresarial” se referem ao
conjunto coerente e estrategicamente justificado de iniciativas integradas
num plano de ação, suportado numa visão estratégica, que visem a inovação,
a qualificação ou a modernização de um agregado de empresas com uma
implantação espacial de expressão regional ou local, que fomentem, de
forma estruturada, a emergência de economias de aglomeração através,
nomeadamente, da cooperação e do funcionamento em rede, entre
empresas e entre estas e outros atores relevantes para o desenvolvimento
dos setores a que pertencem e dos territórios em que se localizam.
Os Clusters representam iniciativas que visam dinamizar e potenciar projetos
coletivos, comuns e em cooperação, entre empresas e com as entidades de
suportes, tais como entidades do Sistema Científico e Tecnológico dos Açores
(SCTA), universidades, serviços de administração regional e local, entidades
de desenvolvimento regional e associações de desenvolvimento local,
catalisando uma nova abordagem de criatividade e inovação centrada na
partilha e na multiplicação dos efeitos gerados pela confluência das várias
competências.
Este sistema de incentivos está integrado no período de programação dos
fundos comunitários 2014-2020, favorecendo um horizonte temporal que se
coaduna com as perspetivas de implementação e de desenvolvimento
turístico de médio prazo da Câmara Municipal da Ribeira Grande. Será,
assim, necessário mobilizar diversos agentes, incluindo a ATURG e a AEDRG,
assumindo a Câmara Municipal um papel de liderança, de modo a
impulsionar uma iniciativa coerente e consequente.
4.5. Visão e Objetivos Estratégicos
235 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A grande diversidade e qualidade de recursos e atrações turísticas no
concelho da Ribeira Grande possibilita e até facilita a estruturação de várias
soluções de diferenciação do destino. Não obstante, existem claramente
produtos turísticos mais desenvolvidos ou com maior potencial de
desenvolvimento que outros, pelo que, de acordo com a análise e
diagnóstico, se decidiu identificar e distinguir duas dimensões essenciais:
produtos estratégicos e produtos complementares.
A classificação dos vários produtos identificados em cada uma destas
dimensões resulta do seu estado de maturidade, potencial de atração, poder
de diferenciação do destino, capacidade competitiva e capacidade de criação
de valor para a economia local. Assim, para os produtos estratégicos
desenvolveu-se um análise profunda, mas objetiva, abordando elementos,
incluindo a definição do produto, perfil do consumidor, requisitos de
desenvolvimento, enquadramento estratégico, perspetivas de evolução no
concelho e, por fim, integrou-se um caso de estudo para cada produto, de
modo a facilitar a perceção e compreensão do enquadramento do mesmo.
Em termos estratégicos foram identificados quatro produtos: turismo de
natureza, touring cultural, turismo náutico e turismo de saúde e bem-estar.
Os produtos complementares são cinco, que incluem o turismo industrial,
sol & mar (praia), turismo gastronómico, turismo desportivo e turismo
sénior.
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
236 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
TURISMO DE NATUREZA
Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)
•Produto com melhor pontuação média e mais
referências, considerado o mais importante para o
concelho.
•Aventura é um dos produtos com grande potencial a
desenvolver
•Natureza como principal fator da viagem para os Açores.
•Paisagem indicada como o principal fator diferenciador
da Ribeira Grande.
•Programas de aventura e mais trilhos são os maiores
desejos dos turistas.
•Diversidade de recursos
•Excelentes condições
•Diferenciadores
•Imenso potencial na Serra de
Água de Pau e Zona Nascente
Dados do Mercado
Análise Crítica
Avaliação Global
Fatores Críticos de Decisão Grau de
Maturidade Local Potencial de Crescimento
Crescimento Muito Elevado
•Abundância de atrações naturais e cursos de água
•Muitos recursos ainda por explorar devidamente
•Grande capacidade de transversalidade
•Dimensão dos espaços naturais no concelho
•Potencial endógeno para assumir uma posição de liderança como destino
de aventura e atividades radicais.
•Tendência de crescimento internacional do setor
Produto Estratégico
Potencial Competitivo Interno
***
Muito Importante Muito Elevado Muito Bom
Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação
237 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
TOURING CULTURAL
Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)
•Indicado como o segundo produto mais importante
para o concelho.
•Reconhecimento da capacidade instalada.
•Reconhecimento da importância deste produto no
contexto atual do concelho.
•Atividades realizadas pelos turistas são as visitas a
museus e a espaços culturais.
•Indicação da necessidade de haver mais atividades
culturais
•Valorização dos eventos, festividades e feiras existentes.
•Diversidade de recursos
•Boas condições
•Alguns são diferenciadores
•Necessidade implementar uma
avaliação à massa crítica
Dados do Mercado
Análise Crítica
Avaliação Global Muito Importante Moderada Muito Bom
Fatores Críticos de Decisão Grau de
Maturidade Local Potencial de Crescimento
Maturidade Moderado
•Tradições, costumes e festividades peculiares
•Forte implantação da Igreja Católica
•Património imóvel de referência
•Núcleo museológico estruturado
•Facilidade de estruturação de rotas
•Atualmente é o principal mercado turístico do concelho
Produto Estratégico
Potencial Competitivo Interno
***
Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação
238 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR
Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)
•Reconhecimento do potencial não valorizado do
concelho.
•Indicação da possibilidade de aproveitamento da
exploração geotérmica para qualificação da oferta.
•Referência às Caldeiras da Ribeira Grande.
•Caldeira Velha e Caldeiras da Ribeira Grande são dos
locais mais visitados pelos turistas.
•Desejo de atividades de termalismo e Spa no concelho.
•Excelentes condições
•Diferenciadores
•Eixo termal único na zona da
Lagoa do Fogo, Pico Vermelho,
Caldeiras e Caldeira Velha
Dados do Mercado
Análise Crítica
Avaliação Global
Fatores Críticos de Decisão Grau de
Maturidade Local Potencial de Crescimento
Introdução Muito Elevado
•Recursos termais e possibilidade de diferenciação nos Açores.
•Facilidade no bundling e cross-selling de produtos: sinergias com a
exploração geotérmica, num triângulo composto pela Caldeira Velha,
Central Geotérmica do Pico Vermelho e Caldeiras da Ribeira Grande.
•Grande crescimento do mercado internacional
•Potencial de propagação do efeito multiplicador do setor.
Produto Estratégico
Potencial Competitivo Interno
***
Elevado Elevado Muito Bom
Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação
239 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
TURISMO NÁUTICO
Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)
•Várias referências ao potencial “escondido” do concelho
para a náutica de recreio.
•Alusões à tradição de relacionamento com o mar e às
perspetivas de aliar o turismo à pesca.
•Valorização das atividades ligadas ao surf.
•Intenção de participar em atividades e whale watching e
pesca desportiva.
•Indicações para a necessidade de melhoria da oferta de
atividades náuticas.
•Boas unidades de apoio
•Diferenciadores (ex.: ondas)
•Escassa concorrência na área
•Excelentes condições para a
náutica desportiva
Dados do Mercado
Análise Crítica
Avaliação Global
Fatores Críticos de Decisão Grau de
Maturidade Local Potencial de Crescimento
Crescimento Muito Elevado
•Vários portos ao longo da costa.
•Ampliação/Melhoramento do Porto de Rabo de Peixe.
•Praias de excelência para o desporto náutico.
•Acolhimento de competições internacionais.
•Já existe o reconhecimento da qualidade do destino na náutica desportiva,
dos seus recursos e da “identidade surfista” do concelho.
Produto Estratégico
Potencial Competitivo Interno
***
Elevado Moderado Muito Bom
Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação
240 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
TURISMO GASTRONÓMICO
Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)
•Identificado como um dos produtos com maior valor
atualmente no concelho.
•Referências à qualidade e tradição dos vários
restaurantes do concelho.
•Identificado como o terceiro fator mais diferenciador da
Ribeira Grande.
•Referência à necessidade de melhorar a qualidade nos
restaurantes.
•Diferenciadores
•Foco na cozinha tradicional
•Restaurantes com tradição e
reconhecimento
•Baixa diversidade e inovação.
Dados do Mercado
Análise Crítica
Avaliação Global
Fatores Críticos de Decisão Grau de
Maturidade Local Potencial de Crescimento
Maturidade Moderado
•Restauração reconhecida, com distinções nacionais e regionais
•Festival gastronómico e concursos gastronómicos
•Foco na cozinha tradicional
•Pouca diversidade na oferta, com dificuldade de modernização
•Heterogeneidade nos padrões de qualidade
Produto Complementar
Potencial Competitivo Interno
***
Elevado Elevado Bom
Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação
241 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
SOL & MAR (PRAIA)
Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)
•Várias referências à boa qualidade das praias do
concelho, em particular Areal de Santa Bárbara e Praia
dos Moinhos.
•Uma das atividades mais realizadas é ida à praia, em
particular ao Areal de Santa Bárbara.
•Praias estão entre os cinco fatores mais diferenciadores
do concelho.
•Excelentes condições
•Boas condições de apoio
•Recursos diferenciados (Santa
Bárbara vs. Moinhos)
•Exposição à sazonalidade
Dados do Mercado
Análise Crítica
Avaliação Global
Fatores Críticos de Decisão Grau de
Maturidade Local Potencial de Crescimento
Maturidade Reduzido
•Praias com excelente qualidade e distinções
•Boas infraestruturas em várias zonas balneares
•Limitado número de praias de média a grande dimensão
•Agressividade e inconstância das condições do mar
•Sazonalidade pronunciada e dependência das condições do clima
Produto Complementar
Potencial Competitivo Interno
**
Moderado Elevado Muito Bom
Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação
242 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
TURISMO INDUSTRIAL
Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)
•Conceção do turismo industrial como um bom produto
complementar.
•Identificação de fatores diferenciadores, como o chá.
•Uma das principais atrações visitadas é a Fábrica de Chá
da Gorreana, para além da Fábrica de Chá do Porto
Formoso e da Fábrica de Licores Ferreira.
•O chá é referenciado como um dos fatores mais
atrativos da Ribeira Grande.
•Diversidade de recursos
•Boas condições
•Diferenciadores (ex.: chá)
•Potenciação do cross-selling e
da promoção de produtos locais
Dados do Mercado
Análise Crítica
Avaliação Global
Fatores Críticos de Decisão Grau de
Maturidade Local Potencial de Crescimento
Crescimento Moderado
•Diversidade de unidades industriais
•Transversalidade com outras áreas de atividade tradicionais
•Valorização do saber-fazer local
•Produto que contraria a sazonalidade
•Potencial integração no Touring Cultural
•Nicho de mercado com limitada capacidade de crescimento
•Falta de preparação dos agentes locais
Produto Complementar
Potencial Competitivo Interno
***
Elevado Elevado Muito bom
Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação
243 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
TURISMO DESPORTIVO
Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)
•Identificação do potencial do concelho para o turismo
desportivo, com particular destaque para o surf.
•Referência aos vários equipamentos desportivos
disponíveis em todo o concelho.
•O estudo realizado indicou que, na generalidade, os
turistas não vêm aos Açores para praticar desportos.
•No entanto, com os dados disponíveis, verifica-se que
quando existem competições desportivas, o aumento do
turismo desportivo é uma realidade e é significativo.
•Diversidade de recursos
•Bons equipamentos de apoio
•Boas condições
•Facilidade de transversalidade
com natureza, praia e mar.
Dados do Mercado
Análise Crítica
Avaliação Global
Fatores Críticos de Decisão Grau de
Maturidade Local Potencial de Crescimento
Introdução Reduzido
•Tradição desportiva do concelho
•Diversidade de infraestruturas
•Associação a grande eventos desportivos (ex.: surf)
•Ausência de centros de estágio e unidades de alojamento
•Nicho de mercado muito especializado, mas com projeção
Produto Complementar
Potencial Competitivo Interno
**
Moderado Moderado Bom
Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação
244 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
TURISMO SÉNIOR
Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)
•Referências às oportunidades existentes e às tendências
associadas a este produto turístico.
•Reconhecimento da dificuldade e das exigências que
decorrem do público-alvo.
•Identificação de várias lacunas a superar.
•Procura de várias atividades que se enquadram no perfil
do turismo sénior (ex.: visitas a museus).
•Desejo/necessidade de atividades de bem-estar, que se
enquadram no potencial existente no concelho.
•Identificação da tranquilidade como fator diferenciador.
•Várias atividades adequadas
•Boas condições de apoio
•Falta de informação
•Alojamento sem as soluções
necessárias
Dados do Mercado
Análise Crítica
Avaliação Global
Fatores Críticos de Decisão Grau de
Maturidade Local Potencial de Crescimento
Introdução Muito Elevado
•Grande potencial de crescimento do mercado internacional
•Elevado poder de compra e consumo
•Transversalidade e capacidade de diminuição da sazonalidade
•Segmentação diferenciada dos restantes produtos turísticos
•Exigências muito elevadas, com necessidade de alta qualidade nos
serviços, produtos e funcionamento de estruturas de apoio
Produto Complementar
Potencial Competitivo Interno
**
Elevado Elevado Moderado
Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação
245 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo Desportivo •Desportos radicais (ex.: BTT) •Cicloturismo •Trail Run
•Surf, bodyboard, kytesurf, windsurf •Vela •Big Game Fishing
•Fitness •Treino desportivo
•Essencialmente complementar
Turismo de Natureza
Turismo Náutico
Turismo de Saúde e Bem-Estar
Touring Cultural
Turismo de Natureza
Sol & Mar
Turismo Sénior
Turismo Gastronómico
Turismo Industrial
Turismo Náutico Turismo de Saúde e Bem-Estar Touring Cultural
•Natureza soft •Natureza hard
•Whale Watching •Canyoning com saída pelo mar •Mergulho
•Enquadramento paisagístico •Tranquilidade •Passeios de relaxamento
•Tour paisagístico •Ruralidade
•Whale Watching •Canyoning e rappel com saída pelo mar
•Náutica de recreio •Náutica desportiva
•Whale Watching •Passeios de barco de relaxamento
•Comunidade piscatória
•Enquadramento paisagístico •Tranquilidade •Passeios
•Whale Watching •Passeios de barco de relaxamento
•Turismo de saúde •Bem-estar geral •Bem-estar específico
•Geotermia •Pontos de interesse turístico •Passeios de relaxamento
•Tour paisagístico •Ruralidade
•Comunidade piscatória •Geotermia •Pontos de interesse turístico •Passeios de relaxamento
•Touring genérico •Touring temático
•Essencialmente complementar •Pontos de interesse turístico •Sinergias em infraestruturas
•Relaxamento •Bem-estar •Talassoterapia
•Essencialmente complementar
•Atividades soft •Tour paisagístico
•Passeios de barco •Tratamentos especializados •Programas especiais •Relaxamento e bem-estar
•Pacotes turísticos •Nível cultural elevado •Capacidade de consumo
•Essencialmente complementar •Essencialmente complementar •Regimes dietéticos •Qualidade da produção local •Fornecimento de produtos especiais
•Tradições •Festividades •Roteiros
•Essencialmente complementar •Essencialmente complementar •Geotermia •Evolução económica •Roteiros
Matriz de influência dos Produtos Turísticos Estratégicos na Ribeira Grande
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
246 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
TURISMO DE NATUREZA
• Definição
• Perfil do Consumidor
• Requisitos
• Enquadramento Estratégico
• Targeting
• Perspetivas
• Case Studie – Floresta Nublada de Monte Verde (Costa Rica)
247 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Viver experiências de grande valor
simbólico, interagir e usufruir da
Natureza
Turismo de Natureza | Definição
Motivação Principal Mercados
Atividades
Natureza soft
As experiências baseiam-se na prática de atividades ao ar livre de baixa
intensidade (passeios, excursões, percursos pedestres, observação da fauna,
etc.).
Potencial
80% do total de
viagens de natureza.
Natureza hard
As experiências relacionam-se com a prática de desportos da Natureza
(rafting, kayaking, hiking, climbing, etc.) e/ou de atividades que requerem um
elevado grau de concentração ou de conhecimento (birdwatching, etc.).
20% do total de
viagens de natureza.
Modalidades com Potencial na Ribeira Grande
• Tour paisagístico
• Hiking
• Trekking
• Orientação
• Geocaching
• Campismo
• Escalada
• Rappel
• Tirolesa
• Slide
• Arborismo
• Canyoning
• Birdwatching
• Passeios a cavalo
• Cicloturismo
• Mountain bike/BTT
• Moto 4/4x4
• Balonismo
• Pacotes aventura
• Passeios temáticos
• Jogos na natureza
• Caça
• Pesca
• Agroturismo
• Atividades desportivas
• Contemplação da Natureza
• Atividades de interesse especial
Produto Estratégico
Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
248 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Natureza | Perfil do Consumidor
Quem são?
Âmbito Consumidores de Natureza Hard Consumidores de Natureza Soft
• Famílias com filhos • Casais • Reformados
• Jovens entre 20 e 35 anos • Estudantes e profissionais liberais • Praticantes/aficionados de desportos ou atividades de
interesse especial
Através de que meio se informam? • Informação interpessoal • Brochuras
• Revistas especializadas • Clubes/associações • Internet
Onde compram? • Agências de viagens • Call centers
• Internet • Associações especializadas
Que tipo de alojamento compram? • Pequenos hotéis 3-4 estrelas • Casas rurais
• Bed & Breakfast • Alojamentos integrados na Natureza (casas de campo,
campismo, …) • Refúgios de montanha
Em que período do ano compram? • Maioritariamente no Verão (época de férias) • Primavera e Verão, dependendo do tipo de atividade ou
desporto
Quem compra? • Famílias • Casais • Grupo de amigos
• Individual • Grupo de amigos
Quantas vezes ao ano compram? • 1 - 2 vezes por ano • Frequentemente (até 5 vezes)
Que atividades realizam?
• Descansar e desligar no meio natural • Caminhar e descobrir novas paisagens • Visitar atrativos interessantes • Fotografia
• Praticar desportos ou atividades e interesse especial • Aprofundar o conhecimento da Natureza • Educação ambiental
Produto Estratégico
Fonte: THR (2006)
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
249 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Natureza | Requisitos
Natureza Soft Natureza Hard Fatores-chave para o desenvolvimento do Turismo de Natureza Ribeira Grande
Fator-chave, imprescindível Fator-importante, mas não imprescindível
Produto Estratégico
• Paisagens naturais únicas e com forte atratividade
• Flora e fauna abundante e diversa
• Adequadas infraestruturas de acolhimento, sinalização e equipamentos básicos (áreas de descanso, centros de acolhimento e informação, etc.)
• Ampla e variada oferta de rotas e itinerários (extensão, dificuldade, etc.) adaptada a diversas tipologias de turistas/visitantes
• Boa relação qualidade/preço
• Bom grau de tecnologia, know-how e experiência na gestão de atividades especializadas
• Bom funcionamento de prestadores de serviços de apoio: aluguer de equipamentos e materiais, transporte, etc.
• Eficaz cobertura de seguros
• Eficaz funcionamento dos serviços de resgate e dos serviços médicos de urgência
• Excelentes guias e monitores, com domínio de idiomas
• Alojamento integrado na envolvente natural
• Sistema de certificação de espaços naturais
• Sistema de certificação das empresas
Cumpre na totalidade Cumpre moderadamente Não cumpre
Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
250 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Natureza | Enquadramento Estratégico
Mais-valias
• Potenciação da proteção do ambiente e da natureza.
• Valorização da Reserva Natural da Lagoa do Fogo.
• Potenciação de todo o concelho como um “espaço de aventura”.
• Aproveitamento de recursos naturais únicos.
• Transversalidade com o turismo náutico e de bem-estar.
• Estímulo ao turismo interno e aos backpackers estrangeiros.
Principais Desafios
• Gestão adequada da capacidade de carga dos espaços naturais.
• Desenvolvimento da oferta de alojamento inserida na natureza.
• Formação e qualificação dos profissionais do Turismo de Natureza.
• Desenvolvimento da iniciativa privada especializada.
• Desenvolvimento da identidade “aventura na natureza”.
• Correta estruturação e bundling de produtos.
Produto Estratégico
Na primeira estruturação do PENT em 2006, o Turismo de Natureza era o único produto turístico de 1.º nível regional, sendo os Açores a região onde o
Turismo de Natureza era o produto turístico mais importante. Nesse mesmo documento, identificava-se a Alemanha como o principal mercado que
procura este tipo de produto. Em revisão posterior, apontou-se a necessidade de estruturar melhor a oferta e aumentar as experiências no meio rural.
O POTRAA (2008) definia o vulcanismo e a paisagem diversificada como os principais elementos estratégicos para o turismo em São Miguel,
notoriamente fatores de importância fundamental no Turismo de Natureza. Adicionalmente, previa o apoio à qualificação, infraestruturação e
valorização de espaços vocacionados para as práticas de turismo desportivo de feição radical e turismo ativo, garantindo a salvaguarda dos valores
naturais das áreas em questão. Mais recentemente, com a nova perspetiva 2020, a RIS3 para os Açores (2013), que define o Turismo como uma área
estratégica de especialização inteligente, aponta a importância do Turismo de Natureza nos Açores e a transversalidade do produto com outros setores
de atividade, devendo-se valorizar elementos como ao recursos naturais e a biodiversidade. O Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo em
Portugal (Turismo 2020) é mais genérico, mas, tal como a RIS3, foca a ótica de desenvolvimento de um turismo sustentável. Está a ser estruturado um
Plano Estratégico para o Turismo dos Açores, que aponta, sobretudo, o Turismo de Natureza como o produto turístico de eleição para a Região.
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
251 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Natureza | Targeting
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
Natureza
Cidade
Turismo Ativo
Turismo Sedentário
Turismo de Natureza
Potencial de crescimento muito elevado
Potencial de crescimento elevado
Potencial de crescimento reduzido
Potencial de crescimento moderado
Target Atual
Evolução do Target
• Natureza Soft
• A oferta disponível e a animação enquadram-se nas atividades de
baixa intensidade, com excelentes sinergias com o bem-estar e
touring cultural, focando-se essencialmente em trilhos de moderada
a baixa dificuldade e excursões (sightseeing).
• Dado os recursos existentes, o potencial reconhecido e os desejos
identificados do lado da procura, o turismo de natureza da Ribeira
Grande tem todas as condições para evoluir para o segmento hard,
em particular nos produtos de aventura, e para o ecoturismo, onde
se identifica elevado potencial de crescimento.
• Natureza Soft • Natureza Hard • Ecoturismo • Aventura
Sinergias
• Saúde e bem-estar (soft)
• Excursões (soft)
• Desporto (surf e trail run) (hard)
Produto Estratégico
252 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Natureza | Perspetivas Produto Estratégico
• O Turismo de Natureza é, efetivamente, o produto turístico que mais rapidamente
é capaz de criar valor no concelho da Ribeira Grande. Existem vários recursos
naturais, com qualidade e singularidade, capazes de favorecer a diferenciação e a
qualificação da oferta turística, para além de valorizarem várias zonas do concelho
como a Serra de Água do Pau ou a zona Poente.
• Dentro do mercado do Turismo de Natureza, o Ecoturismo (que se enquadra no
segmento hard ou soft) e o Turismo de Aventura (por inerência situado no
segmento hard), são duas componentes com grande potencial no concelho. A
morfologia do terreno, as manifestações vulcânicas e as características naturais
presentes permitem a criação de vários produtos relacionados com a aventura, algo
que corresponde ao espírito jovem e irreverente do concelho. Por outro lado, a
existência de zonas protegidas, reservas naturais e monumentos naturais, para
além da preocupação com a sustentabilidade ambiental, conferem oportunidades
únicas para o desenvolvimento do ecoturismo e da valorização de atividades como
o birdwatching, o geoturismo ou os estudos científicos.
• Existem grandes desafios a superar para melhorar e valorizar o Turismo de
Natureza na Ribeira Grande, onde se inclui a formação e qualificação dos agentes
turísticos, a oferta de alojamento integrado na natureza, definição de grandes
rotas/trilhos e gestão da capacidade de carga nas várias atrações naturais.
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
253 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Natureza | Case Studie
A Floresta Nublada (cloud forest) de Monteverde é uma reserva biológica privada na Costa Rica. Este país é uma
das maiores referências internacionais do ecoturismo, tendo sido mesmo pioneiro na exploração do conceito
através do aproveitamento dos seus recursos naturais singulares. Na Floresta Nublada de Monteverde foram
desenvolvidas soluções de ecoturismo, que incluem a investigação científica, a educação ambiental, formação
especializada, trilhos pedestres mapeados (com e sem guia), alojamento, restaurante, gift shop e centros de
acolhimento e estudo de várias espécies animais. É um dos mais importantes produtos do turismo costarriquenho,
reconhecido pela biodiversidade existente, mas também pela qualidade da conservação ambiental e da
investigação científica desenvolvida.
Floresta Nublada de Monteverde
• Área de cerca de 5.000 hectares.
• Rede de 13 km de trilhos.
• Cerca de 70.000 visitantes por ano.
• Alojamento limitado e adequado capacidade de
carga do ecossistema.
• Todas as receitas revertem para programas
educativos, de preservação e de investigação.
• Manutenção diária de trilhos e infraestruturas.
• Preservação de grandes espaços naturais no país.
• O ecoturismo surgiu como alternativa a indústrias
prejudiciais ao ambiente.
• Elevado efeito multiplicador em toda a economia
da cidade de Monteverde.
• Um dos principais destinos turísticos associados à
investigação científica.
• Receitas adicionais com merchandising.
Factos Principais benefícios
Fonte: www.reservamonteverde.com
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
254 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Natureza | Case Studie
Floresta Nublada de Monteverde
Estrangeiros
Entradas na Reserva
$ 18,00
Estudantes Estrangeiros (das 07h00 às 13h00) $ 9,00
Estudantes Estrangeiros (das 13h00 às 16h00) $ 7,00
Crianças Estrangeiras dos 6 aos 12 anos $ 9,00
Costarriquenhos e residentes $ 6,00
Estudantes Costarriquenhos $ 4,00
Criança Costarriquenha dos 6 aos 12 anos $ 3,00
Agências de viagens e estrangeiros
Entradas no Refúgio de Aves de Los Cusingos
$ 13,00
Estudantes e crianças estrangeiras (maiores de 6 anos) $ 6,00
Nacionais (Costa Rica) $ 3,00
Estudantes e crianças nacionais (maiores de 6 anos) $ 2,00
Visitas guiadas $ 10,00
Existe um grande compromisso com a sustentabilidade e preservação
ambiental. Por exemplo, a única unidade de alojamento integrada na reserva,
“La Casona”, possuiu um traço rústico, em harmonia com a natureza, e todo a
seu modelo operacional foi otimizado para minimizar o impacto no ambiente.
Apenas possui uma capacidade máxima de 47 hóspedes e implementa várias
medidas inseridas na Certificação de Turismo Sustentável da Costa Rica.
Fonte: www.reservamonteverde.com
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
255 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Natureza | Case Studie
Floresta Nublada de Monteverde
Alojamento – Lodging “La Casona”
Oferta Descrição Preço
Quartos
Privados
Tipologia
•6 quartos
•25 camas
(incluindo 18 camas
em beliche)
Regular
Inclui quarto para uma noite com
casa de banho privada, três
refeições e entrada na reserva.
Estrangeiro Local
Adulto $ 81,00 $ 68,00
Criança $ 44,00 $ 37,00
Quartos
Partilhados
•4 quartos
•19 camas
(incluindo 18 camas
em beliche)
Estrangeiro Local
$ 70,00 $ 60,00
Estrangeiro Local
$ 61,00 $ 54,00
Estrangeiro Local
$ 44,00 $ 37,00
Regular
Inclui uma noite com casa de banho
partilhada, três refeições e entrada
para a reserva.
Estudantes (no mínimo 12 pessoas)
Inclui uma noite com casa de banho
partilhada, três refeições e entrada
para a reserva.
Crianças (2 a 10 anos)
Inclui uma noite com casa de banho
partilhada, três refeições e entrada
para a reserva. Apenas para crianças
acompanhadas pelos pais.
Fonte: www.reservamonteverde.com
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
256 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
TOURING CULTURAL
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
• Definição
• Perfil do Consumidor
• Requisitos
• Enquadramento Estratégico
• Targeting
• Perspetivas
• Case Studie – The Freedom Trail (Boston – EUA)
257 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Descobrir, conhecer e explorar os
atrativos de uma região
Touring Cultural | Definição
Motivação Principal Mercados
Atividades
Touring Genérico
Tours, rotas ou circuitos de conteúdo abrangente e diverso. O tour, rota ou
circuito são, em si mesmos, a essência do produto.
Potencial
90% das viagens de
touring
Touring Temático
Tours, rotas ou circuitos focalizados num determinado tema, o qual constitui
o núcleo da experiência (exemplo: rota de castelos medievais).
10% das viagens de
touring
Modalidades segundo o modo de transporte
Touring Independente
Viagem em veículo próprio ou fly & drive
Touring em Grupo
Viagens em transporte coletivo
Percursos em tours, rotas ou
circuitos de diferente duração e
extensão, em viagens independentes
e organizadas
Produto Estratégico
Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
Nichos por desenvolver na Ribeira Grande
Turismo Literário
Rotas literárias com base nos livros de Gaspar Frutuoso, Daniel de Sá e outros autores da Ribeira Grande e Açores.
Turismo Militar (na perspetiva histórica)
Rotas históricas sobre as invasões liberais, com destaque particular para o Combate da Ladeira da Velha.
258 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Touring Cultural | Perfil do Consumidor
Quem são?
Âmbito Consumidores Europeus
• Casais sem filhos • Empty nesters • Reformados
• Nível de formação médio/médio-elevado • Nível socioeconómico médio/médio-elevado
Através de que meio se informam? • Revistas de viagens • Brochuras/catálogos
• Recomendações de familiares e amigos • Internet
O que compram? • Destinos distantes: tours ou circuitos organizados (packages) • Destinos próximos: alojamento e serviços avulso
Onde compram? • Agências de viagens • Internet
Quando compram? • Low cost travel: reservas de última hora • High cost travel: meses de antecedência • Viagens no período de férias escolares: 6 meses de antecedência
Que tipo de alojamento compram? • Hotéis de 3 a 5 estrelas • Pousadas
• Alojamentos privados e íntimos • Apartamentos
Como viajam? • Casais • Família
• Grupos reduzidos de amigos
Qual a duração média da viagem? • Destinos continentais: entre três dias e duas semanas • Viagens long haul: entre 3 a 5 semanas
Quando viajam? • Em geral, as viagens de touring realizam-se durante todo o ano, embora persista uma maior concentração nos períodos de
férias tradicionais
Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio
Produto Estratégico
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
259 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Touring Cultural | Requisitos Produto Estratégico
Classificação Fatores-chave para o desenvolvimento do Touring Cultural Ribeira Grande
• Dispor de atrações turísticas diversificadas e de qualidade (cidades, aldeias, paisagens, monumentos, arquitetura, gastronomia, etc.)
Básico
• Promoção eficaz, capaz de dar a conhecer o destino, estimular o interesse e atrair turistas Básico
• Ampla oferta de rotas e circuitos, quer de conteúdo geral, quer de conteúdo temático De êxito
• Boas vias de comunicação principais e secundárias De êxito
• Ampla rede de áreas de descanso e serviços básicos, como estações de serviço, oficinas, assistência na estrada, etc. De êxito
• Um bom e eficaz sistema de sinalização dos recursos e atrações turísticas De êxito
• Adequação dos horários de abertura e encerramento das atrações turísticas às necessidades dos visitantes De êxito
• Disponibilidade de ampla e completa informação ao visitante, em diversos idiomas, sobre as rotas e circuitos existentes, o tempo de viagem, as condições e características das estradas, as ligações entre os diversos pontos, os horários das estações de serviço e outros serviços, etc.
De êxito
• Uma oferta ampla, variada e de qualidade De êxito
• Padrões de qualidade homogéneos em todos os serviços De êxito
Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio
Cumpre na totalidade Cumpre moderadamente Não cumpre
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
260 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Touring Cultural | Enquadramento Estratégico
Mais-valias
• Grande acervo cultural, material e imaterial.
• Vasto património imóvel e arquitetónico classificado.
• Variadas e peculiares tradições e costumes.
• Festividades repletas de simbolismo e singularidade.
• Núcleo museológico com diversas vertentes culturais.
• Relevante património religioso.
Principais Desafios
• Estruturar rotas e atividades que favoreçam a permanência
prolongada dos turistas.
• Recuperação e valorização de algum do património existente.
• Aperfeiçoar a sinalética e a identificação das atrações turísticas.
• Melhoria na informação disponível e na difusão pelos turistas.
• Avaliar a performance do núcleo museológico e a adequação da oferta
O Touring era definido no PENT (2007) como um produto de aposta prioritária para o crescimento de curto prazo do turismo nos Açores. Era definido
como um produto de 2.º nível verificando-se a necessidade de alavancar as condições naturais da Região. A revisão do PENT para o horizonte temporal
2013-2015, apontava o Touring como produto “em desenvolvimento”, reconhecendo a necessidade de focar esforços na estruturação de circuitos
turísticos religiosos e culturais, através da melhoria da informação em torno dos produtos turísticos, com georreferenciação, conceção de conteúdos e
intensificação das experiências. No POTRAA (2008), o património edificado e a história e manifestações culturais eram definidos como produtos
turísticos estratégicos para São Miguel, prevendo várias iniciativas para valorizar os ativos culturais, materiais e imateriais, dos Açores, incluindo
infraestruturas de apoio e desenvolvimento e valorização do artesanato. A criação do Passeio Atlântico e demais estruturas complementares eram
ações concretas focadas no concelho da Ribeira Grande. A RIS3 (2014) refere a importância do património e da tradição cultural para o
desenvolvimento do turismo, enquanto o Plano de Ação do Turismo 2020 aponta o património local (natural e cultural, com destaque, ainda, para o
património mundial reconhecido pela UNESCO) como recursos turísticos a valorizar. O Plano Estratégico da Ribeira Grande 2014-2020 dedica um dos
seis eixos estratégicos à valorização do património cultural, natural e redes de visitação do concelho, prevendo projetos concretos de implementação.
Produto Estratégico
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
261 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Touring Cultural | Targeting
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
Natureza
Cidade
Turismo Ativo
Turismo Sedentário
Touring Cultural
Potencial de crescimento muito elevado
Potencial de crescimento elevado
Potencial de crescimento reduzido
Potencial de crescimento moderado
Target Atual
Evolução do Target
• Touring Genérico
• O principal mercado do turismo na Ribeira Grande é atualmente o
touring genérico, apesar de existirem alguns produtos temáticos.
Este é o produto mais consolidado do concelho e que capitaliza o
know-how existente na área cultural.
• É relevante continuar a potenciar o touring genérico na Ribeira
Grande integrando-o com o novo posicionamento do concelho. O
touring temático deve ganhar maior importância do que tem
atualmente, potenciando os recursos existentes e as solicitações do
mercado, por exemplo com a definição e valorização de rotas
temáticas (ex.: chá).
• Touring Genérico
• Touring Temático
Sinergias
• Natureza soft • Saúde e bem-estar • Gastronomia • Turismo industrial • Turismo sénior
Produto Estratégico
262 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Touring Cultural | Perspetivas
• A Ribeira Grande possui um património material e imaterial de grande riqueza, cujo
potencial turístico se deve destacar e capitalizar. O traço identitário do concelho é
muito pronunciado, denotando um forte componente da religião, mas também
tradições e festividades profanas que valorizam a experiência e a vivência turística.
Contudo, a dispersão e, em muitos casos, a ausência de informação explícita e de
fácil acesso são alguns dos principais óbices à valorização dessas valências,
inviabilizando esforços de promoção e de atração turística.
• O património imóvel da Ribeira Grande, com várias manifestações de períodos
históricos e da arquitetura micaelense, tanto em edifícios habitacionais como
industriais, é vasto e com imenso potencial de valorização do destino. Porém, muito
desse património encontra-se degradado, com necessidade de recuperação e
integração em rotas e circuitos turísticos que facilitem a estruturação de produtos
turísticos agregadores de valores cultural e patrimonial para o concelho.
• Uma das principais tendências (se não mesmo a principal) do turismo atual é a
procura da experiência. Note-se que o viajante low-cost é, por norma, muito bem
informado e procura a individualização das suas vivências. A intensificação da
experiência terá que ser uma aposta estratégica para valorizar o turismo
ribeiragrandense, algo que não é difícil de atingir dado o imenso potencial
existente, mas que necessitará um correto planeamento e estruturação.
Produto Estratégico
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
263 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Touring Cultural | Case Studie
O Freedom Trail é uma rota cultural na cidade de Boston que integra várias atrações turísticas relacionadas com a
história local, designadamente com a Revolução Americana. No total, são 2,5 milhas (sensivelmente 4 km), que
atravessam a cidade e incluem a visitação a 16 locais históricos, cada qual enquadrado e valorizado
individualmente, mas de modo integrado no roteiro e na cidade. No percurso, podem ser visitados museus, casas,
bibliotecas, monumentos, igrejas, cemitérios e antigos locais de reuniões secretas. Toda a experiência está
programada de forma integrada, mas deixa ao critério do turista a possibilidade de começar em qualquer ponto
que lhe interesse. Paralelamente, desenvolveram-se outros projetos em torno da rota, incluindo comércio e
serviços, mas também programas educacionais e eventos que valorizam a experiência do visitante.
The Freedom Trail
• Estruturado por uma iniciativa popular em 1951.
• Atrai mais de 3 milhões de pessoas anualmente.
• Mais de 80.000 pessoas realizam visitas guiadas
anualmente na rota.
• Foi criada uma organização não lucrativa
especializada, para promover e preservar a rota.
• Desenvolveu um programa educacional próprio.
• Gera mais de mil milhões de euros em receitas.
• Gera mais de 165.000 empregos (diretos e
indiretos).
• Permite a preservação de locais e monumentos.
• É uma das principais atrações turísticas de Boston.
• Estabelece uma dinâmica geradora de valor entre
história, turismo e educação.
Factos Principais benefícios
Fonte: www.thefreedomtrail.org
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
264 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
• Definição
• Perfil do Consumidor
• Requisitos
• Enquadramento Estratégico
• Targeting
• Perspetivas
• Case Studie 1 – Blue Lagoon (Islândia)
• Case Studie 2 – Thalasso Nazaré Portugal
265 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Recuperar o bem-estar físico e
psíquico
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Definição
Motivação Principal Mercados
Atividades
Turismo de Saúde
A experiência consiste na realização de um tratamento específico para a cura
de uma doença.
Potencial
20% do mercado de
Saúde e Bem-Estar
Modalidades com Potencial na Ribeira Grande
• Talassoterapia
• Termalismo
• Tratamento estético
• Massagem
• Antienvelhecimento
• Anti-stress
• Sauna
• Meditação
• Yoga, Reiki, Shiatsu
• Spa
• Pacotes wellness
• Cozinha saudável
• Pedras quentes
• Hidroterapia
• Fitoterapia
• Fitness
• Desintoxicação
• Banhos quentes
Realização de tratamentos em
centros especializados
Produto Estratégico
Bem-Estar Geral
A experiência baseia-se na procura do equilíbrio e da harmonia mental,
emocional, física e espiritual.
60% do mercado de
Saúde e Bem-Estar
Bem-Estar Específico
A experiência baseia-se na procura do bem-estar físico e psíquico através de
um tratamento específico.
20% do mercado de
Saúde e Bem-Estar
Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
266 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Perfil do Consumidor
Quem são?
Âmbito Consumidores Europeus
• Jovens, dos 20 aos 24 anos, com níveis de rendimento médio • Adultos, dos 40 aos 50 anos, com níveis de rendimento médio-alto • Família jovens, de rendimentos médios e com filhos pequenos • Seniores, dos 50 aos 60+ anos, com níveis de rendimento médio-alto
Através de que meio se informam? • Agências de viagens • Internet • Brochuras/catálogos
• Imprensa especializada • Informação de familiares e amigos
O que compram? • Pacotes de wellness, Spa e/ou talassoterapia, incluindo alojamento e tratamentos
Que tipo de alojamento compram? • Hotéis 4 e 5 estrelas • Hotéis de charme
Em que período do ano compram? • As viagens têm lugar ao longo do ano
Produto Estratégico
Onde compram? • Agências de viagens • Internet
Quando compram? • Com seis meses de antecedência para viagens de uma semana • Compras de última hora para short breaks de 3 a 4 dias
Que tipo de transporte compram? • Viatura para viagens dentro do destino • Avião para viagens internacionais
Quem compra? • Casais • Viagens individuais • Grupo de amigos (sobretudo mulheres)
Fonte: THR (2006)
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
267 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Perfil do Consumidor
Âmbito Consumidores Europeus
Quantos dias de estadia compram? • Fins-de-semana para viagens locais • Sete a dez dias para viagens internacionais
Quantas vezes no ano compram? • Viajam, em média, duas a três vezes no ano
Produto Estratégico
Que atividades realizam?
• Os mais jovens utilizam, essencialmente, programas de fitness • Famílias jovens com filhos pequenos têm preferência por Spa • Adultos procuram, essencialmente, métodos de prevenção de doenças e experiências de descontração • Seniores procuram serviços de tratamento médico mais tradicional ou Spa, sendo a respetiva permanência de 2 a 3
semanas Segundo informação do European Travel Monitor (IPK, 2004), as atividades realizadas pelos turistas internacionais de turismo de wellness são as seguintes:
1. Hiking/walking 2. Natação 3. Relaxamento 4. Descobrir paisagens e natureza 5. Desfrutar 6. Tratamento/Programa de Spa 7. Visitar locais de interesse 8. Massagem 9. Abstração mental (switching off) 10. Desfrutar de refeições e bebidas 11. Exercício físico (fitness) 12. Comida/dieta saudável 13. Programa de wellness
14. Reduzir o stress 15. Sauna 16. Ciclismo 17. Vida social/festas 18. Desfrutar do alojamento 19. Tratamento de beleza (estética)
Fonte: THR (2006)
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
268 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Requisitos
• Forte concentração de centros com instalações, equipamentos e serviços especializados de elevado nível
Fatores-chave de êxito para o Turismo de Saúde e Bem-Estar Ribeira Grande
Produto Estratégico
Destino de wellness
Instalações de wellness
Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio
Fator-chave, imprescindível Fator-importante, mas não imprescindível
Cumpre na totalidade Cumpre moderadamente Não cumpre
• Singularidade e sofisticação dos serviços/experiências oferecidas
• Presença de marcas internacionais
• Elevada qualidade de arquitetura, design e cenário das instalações
• Utilização de tecnologia de vanguarda nos equipamentos especializados
• Cenário natural de beleza singular
• Cenário ambiental confortável, tranquilo e seguro
• Alojamento de elevada qualidade, com atributos de singularidade e personalidade
• Oferta complementar (comercial, gastronómica, lúdica, etc.) variada e de qualidade
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
269 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Enquadramento Estratégico Produto Estratégico
Mais-valias
• Recursos termais endógenos.
• Potencial de sinergias com a exploração geotérmica local.
• Facilidade do bundling de produtos e estruturação de rotas,
explorando a complementaridade com outros produtos turísticos
• Núcleo formado pelas Caldeiras, Caldeira Velha e Central do Pico
Vermelho, reforçado pelo enquadramento natural da Lagoa do Fogo
Principais Desafios
• Planeamento de projetos ambiciosos e qualificadores da oferta.
• Estruturação estratégica de uma oferta diferenciadora e devidamente
adequada ao mercado potencial.
• Estímulo à cooperação entre a iniciativa privada e a intervenção
pública para diversificação da oferta.
• Correta conceção e implementação da promoção externa.
A primeira versão do PENT apontava o Turismo de Saúde e Bem-Estar como um produto de 3.º nível, ou seja, com a mesma importância do turismo
náutico. Aliás, neste documento, a perspetiva para aos Açores, assim como à Madeira, era de um grande potencial para definir uma oferta distintiva a
nível internacional neste segmento. O exotismo e a grande beleza natural eram entendidos como as grandes mais-valias para alavancar este setor,
conferindo aos Açores o estatuto de região prioritária para o desenvolvimento da oferta. Contudo, na revisão para o horizonte temporal 2013-2015,
constatou-se que o produto turístico de Saúde e Bem-Estar não tinha expressão nos Açores, que se deverá à falta de planeamento, estruturação e
preparação de um oferta adequada ao mercado. No POTRAA (2008), o termalismo é entendido como um dos produtos turísticos estratégicos da ilha de
São Miguel, aliando-se às várias manifestações vulcânicas existentes, mas apenas às Termas das Furnas era apontada uma medida concreta. O Plano
Estratégico e Operacional de Desenvolvimento da Ribeira Grande 2014-2020 integra uma forte aposta na revitalização do termalismo do concelho, em
particular com o aproveitamento do antigo Balneário Termal das Caldeiras e com a perspetiva de novas piscinas termais.
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
270 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Targeting
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
Natureza
Cidade
Turismo Ativo
Turismo Sedentário
Turismo de Saúde e Bem-Estar
Potencial de crescimento muito elevado
Potencial de crescimento elevado
Potencial de crescimento reduzido
Potencial de crescimento moderado
Target Atual
Evolução do Target
• Bem-Estar Geral
• Atualmente, a oferta da Ribeira Grande neste mercado é quase
inexistente. Existe a recuperação do Balneário Termal das Caldeiras,
que dotará o concelho de um oferta mais concreta, mas ainda assim
muito limitada.
• O potencial que advém da exploração geotérmica e dos recursos
naturais do concelho, permitem perspetivar uma oferta mais
desenvolvida e diferenciada daquilo que se verifica atualmente nos
Açores. Há, assim, a possibilidade de construir produtos específicos e
direcionados para targets mais concretos.
• Bem-Estar Geral
• Bem-Estar Específico
Sinergias
• Natureza soft • Touring cultural • Gastronomia • Turismo Sénior
Produto Estratégico
271 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
• O Turismo de Saúde e Bem-Estar é um dos segmentos turísticos com maior efeito
multiplicador e cuja estadia média se encontra acima da média. É um mercado em
franco crescimento, sobretudo atraindo a classe média-alta e o turismo sénior,
onde se concentra um elevado poder de compra. O potencial de criação de valor é
transversal ao local dos tratamentos e atividades de wellness, promovendo a
melhoria substancial dos serviços e comércio, incluindo restauração e alojamento,
para além de possuir uma forte capacidade para contrariar a sazonalidade.
• Os Açores, e em particular a Ribeira Grande, têm um grande potencial para o
desenvolvimento de produtos de Saúde e Bem-Estar, em virtude da origem
vulcânica. Esse potencial tem sido reconhecido recorrentemente, mas a capacidade
de o aproveitar e capitalizar não tem sido efetiva. Trata-se de um produto de difícil
estruturação e promoção (insere-se numa área extremamente sensível, que é a
saúde humana), devendo ser planeado com visão e estratégia (de longo prazo). É
uma área de elevada rendibilidade, mas onde não se espera retorno imediato.
• As termas são um dos recursos endógenos do concelho da Ribeira Grande que,
neste momento, possui maior potencial latente. Um correto e cuidado
planeamento e a implementação de projetos estratégicos qualificadores poderão
conferir à Ribeira Grande um produto único e diferenciador nos Açores, facultando
ao concelho um papel de destaque e referência na nova dinâmica turística regional.
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Perspetivas Produto Estratégico
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
272 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 1
A Blue Lagoon é um Spa geotermal localizado na Islândia, formado em 1976 e que resultou da deposição das
descargas de fluído geotérmico proveniente da central geotérmica de Svartsengi. A formação de uma pequena
lagoa atraiu os primeiros banhistas, que se aperceberam de melhorias na pele daqueles que sofrem de psoríase.
Nos anos 80, procedeu-se a um investimento para qualificar a lagoa e dotá-la de infraestruturas técnicas para
tratamentos, desenvolvendo, no processo, produtos de cosmética. No final dos anos 90, as instalações foram
ampliadas e modernizadas, constituindo-se um Spa de referência, que integra um alojamento com 15 quartos e
emprega 200 pessoas. Atualmente, a Blue Lagoon é uma das maiores atrações turísticas da Islândia, recebendo
mais de 80% dos turistas dos país, o que representa mais de 21 milhões de dólares de receita anual.
Blue Lagoon
• Oferta de alojamento limitada a 15 quartos.
• Investimento faseado e adaptado à procura.
• 80% dos turistas da Islândia visitam a Blue Lagoon.
• Sinergia perfeita entre a exploração geotérmica e
o Turismo de Saúde e Bem-estar.
• É o aspeto mais memorável para os turistas no
Inverno (35,2%).
• Receita anual superior a 21 milhões de dólares.
• Emprega 200 pessoas.
• Criou uma marca de produtos de cosmética que
vende em todo o mundo.
• Potenciou o desenvolvimento da oferta hoteleira
qualificada na localidade.
• Contraria a sazonalidade do turismo na Islândia.
Factos Principais benefícios
Fonte: www.bluelagoon.com
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
273 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 1
Blue Lagoon
1 de janeiro a 31 de maio de 2015
Entradas – Preços Gerais
35,00 €
1 de junho a 31 de agosto de 2015 45,00 €
1 de setembro a 31 de dezembro de 2014 35,00 €
Adultos (>16 anos)
Adolescentes (14 e 15 anos)
20,00 €
20,00 €
20,00 €
Crianças (2 a 13 anos)
Grátis
Grátis
Grátis
Deficientes
20,00€
20,00€
20,00€
Toalha
Adicional (apenas utilização)
5,00 €
Fatos de banho 5,00 €
Roupão 10,00 €
Preço por pessoa
Chinelos 8,00 €
Máscaras de Algas no Bar da Lagoa
Extras
4,00 €
Cocktail Blue Lagoon 7,00 €
Massagem e tratamentos Desde 15,00 €
Preço por pessoa
Fee de entrada (3 horas)
Lounge Exclusivo
300,00 €
Hora extra por quarto 80,00 €
1 jan a 31 dez
Fonte: www.bluelagoon.com
Passe de visitante 10,00 €
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
274 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 1
Blue Lagoon
Fonte: www.bluelagoon.com
1 de outubro a 31 de dezembro
Alojamento
190,00 €
1 de janeiro a 31 de março de 2015 190,00 €
1 de abril a 31 de maio de 2015 230,00 €
Single Duplo
230,00 €
230,00 €
270,00 €
1 de junho a 31 de agosto de 2015 250,00 €
1 de setembro a 30 de setembro de 2015 230,00 €
1 de outubro a 31 de dezembro de 2015 210,00 €
300,00 €
270,00 €
255,00 €
Cama extra - 80,00 €
• Televisão
• Wi-fi
• Telefone
• Secador de cabelo
• Roupões
• Toalhas
• Frigorífico
• Chaleira
• Acesso ao ginásio
• Lagoa geotermal privada
• Proximidade da Blue Lagoon (10 minutos a pé)
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
275 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A talassoterapia é uma técnica de tratamentos terapêuticos em ambiente marinho, que visa a promoção da saúde
e do bem-estar físico e mental e que assenta na utilização da água do mar e outros elementos marinhos, como
lamas e algas. Implica a captação desses elementos, incluindo a água, e a sua integração em estruturas profissionais
e com supervisão médica. O Thalasso Nazaré é um centro especializado neste tipo de terapias, possuindo
instalações sofisticadas e uma equipa altamente especializada. A sua localização, contígua à praia com
enquadramento para o Canhão da Nazaré e em plena Marginal, é um dos seus pontos e traços distintivos mais
fortes, capitalizando uma das atrações mais importantes da cidade. Para além disso, este centro valoriza uma
tradição local histórica do século XIX iniciada com os Banhos Quentes Salgados da Nazaré.
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 2
• Investimento de 2,2 milhões de euros.
• Área de 967 m2.
• Capacidade para receber 400 pessoas por dia.
• Investimento em eficiência energética e
minimização da pegada ambiental.
• Potenciado através de financiado comunitário
(Mais Centro, QREN).
• Valorização da história e da tradição local.
• Dotação da região de um projeto âncora para o
desenvolvimento turístico.
• Diversificação da oferta turística da cidade.
• Capacidade de retenção do turista.
• Integração na oferta turística, capitalizando as
principais atrações locais.
Factos Principais benefícios
Fonte: www.thalassoportugal.com
Thalasso Nazaré Portugal
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
276 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 2
Circuito Thalasso (Piscina dinâmica com água do mar aquecida, contracorrente, corredor pedonal, Banho Turco, duches de contraste, fonte de gelo e relaxamento)
Exemplos de Serviços e Programas Preço Base
25,00€
Pack 10 sessões Circuito Thalasso 190,00€
Hidroterapia De 18€ a 45€
Massagens De 31€ a 98€
Thalasso Experience (Circuito Thalasso + Envolvimento de lamas ou algas marinhas + creme hidratante ou óleo)
62,00€
Tratamentos Corporais De 37€ a 68€
Tratamentos de Talassoterapia De 11€ a 68€
Fonte: www.thalassoportugal.com
Thalasso Nazaré Portugal
Duração
70 minutos
-
De 30 a 60 minutos
De 30 a 60 minutos
-
De 30 a 60 minutos
De 5 a 40 minutos
Tratamentos Faciais De 49€ a 105€ De 40 a 60 minutos
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
277 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
TURISMO NÁUTICO
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
• Definição
• Perfil do Consumidor
• Requisitos
• Enquadramento Estratégico
• Targeting
• Perspetivas
• Case Studie – Nazaré
278 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Desfrutar de uma viagem ativa em
contacto com a água, com a
possibilidade de realizar todo o tipo
de atividades náuticas, em lazer ou
em competição.
Turismo Náutico | Definição
Motivação Principal Mercados
Atividades
Náutica de Recreio
Experiências relacionadas com a realização de desportos náuticos ou de
charter náutico, como forma de lazer e entretenimento. Inclui uma grande
variedade de desportos: vela, windsurf, surf, mergulho, etc..
Potencial
85% do total das
viagens de náutica.
Náutica Desportiva
Experiências baseadas em viagens realizadas cujo objetivo é participar em
competições náutico-desportivas. É um mercado muito específico, com as
suas próprias regras de funcionamento.
15% do total de
viagens de náutica.
Modalidades com Potencial na Ribeira Grande
• Surf
• Windsurf
• Kitesurf
• Bodyboard
• Longboard
• Paddling
• Kayaking
• Jet Sky
• Whale Watching*
• Passeios de barco
• Vela
• Pesca desportiva
• Pesca submarina
• Snorkeling
• Mergulho
• Vela, windsurf, surf, mergulho,
remo, charter de cruzeiro, etc.
Produto Estratégico
Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
*O whale watching é uma atividade que se poderá inserir no turismo de natureza, mas cujas condições de base estão muito relacionadas com a náutica. Assim, optou-se pelo enquadramento no Turismo Náutico.
279 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo Náutico | Perfil do Consumidor
Quem são?
Âmbito Consumidores de Charter Náutico Consumidores de Desportos Náuticos
• Jovens e adultos • Entre 26 e 35 anos • Maioritariamente homens • Profissional médio • Estudantes
• Adultos • Entre os 30 e os 50 anos • Maioritariamente homens • Técnico superior • Empresário • Profissionais liberais
Através de que meio se informam?
Produto Estratégico
Meio Espanhóis Ingleses Alemães Outros
Guias/livros - 51,6% 40,0% 52,7%
Revistas 11,8% 3,2% 6,0% 6,8%
Folhetos - 6,5% 6,0% 4,4%
Feiras/salões 2,9% 8,1% 2,0% 8,1%
Internet - 1,6% 2,0% -
Outros utilizadores 41,2% 8,1% 24,0% 5,4%
Experiência própria 38,2% 19,4% 16,0% 18,9%
Outros meios 5,9% 1,6% - 2,7%
Que tipo de alojamento compram? • Hotéis 3 e 4 estrelas • Estações Náuticas
• Hotéis 4 e 5 estrelas • Estações Náuticas
Fonte: THR (2006)
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
280 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo Náutico | Perfil do Consumidor
Âmbito Consumidores de Charter Náutico Consumidores de Desportos Náuticos
Em que gastam dinheiro? • Curso de deportos náuticos • Aluguer de material • Lazer e entretenimento
• Cursos de navegação • Passeios de barco • Atividades culturais • Gastronomia local
Em que período do ano compram? • Viajam em períodos do ano onde as condições para
prática do desporto selecionado são mais apropriadas • Meses de Primavera e Verão
Que atividades realizam?
Produto Estratégico
Motivações Passeios de
barco Pesca
desportiva Vela ligeira Windsurf Mergulho
Contacto com a Natureza 33,4% - 33,3% 27,0% 20,6%
Fazer desporto/exercício 4,2% 54,5% 50,0% 51,4% 29,4%
Conhecer melhor o destino 44,9% 9,1% - 2,7% 5,9%
Conhecer pessoas 3,1% - 16,7% 5,4% -
Contacto com o mar 19,9% 27,3% 8,3% 10,8% 67,6%
Participar em competições - - 16,3% - -
Realizar viagens/travessias 11,5% 9,1% - 5,4% -
Provas 66,6% - 8,3% - 2,9%
Divertir-se 19,2% 18,2% 16,7% 29,6 29,4%
Outra 15,3% 18,2% - - 11,8%
Fonte: THR (2006)
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
281 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo Náutico | Requisitos
Classificação Fatores-chave para o desenvolvimento do Turismo de Natureza Ribeira Grande
Produto Estratégico
• Boas condições naturais (mar, clima, etc.) para a prática de atividades náuticas Básico
• Desenvolvimento de produtos integrados de oferta desportiva e alojamento (estações náuticas) De êxito
• Excelentes condições de segurança em portos desportivos e marinas De êxito
• Realização de eventos desportivos de nível internacional (regatas e outros eventos náuticos) De êxito
Cumpre na totalidade Cumpre moderadamente Não cumpre
• Uma ampla rede de instalações náuticas (portos desportivos, marinas, etc.) com todos os equipamentos e serviços necessários (corrente, água, tratamento de resíduos, etc.) facilmente acessíveis
Básico
• Oferta de cursos de aprendizagem de desportos náuticos Básico
• Oferta de alojamento e restauração nas zonas envolventes dos locais onde se praticam desportos náuticos Básico
• Legislação adequada e estimuladora do desenvolvimento das atividades náutico-recreativas De êxito
• Existência de um bom número de empresas especializadas, com experiência e tradição no setor De êxito
• Ampla e variada oferta de atividades em todas as tipologias de desporto náuticos De êxito
• Serviços de elevada qualidade De êxito
• Presença de construtores e embarcações de reconhecido prestígio internacional De êxito
• Ampla cobertura de serviços e empresas de apoio especializadas (manutenção, reparação, venda de material e equipamentos, etc.)
De êxito
• Ampla e variada oferta de entretenimento e serviços complementares nas zonas envolventes dos locais para a prática de desportos náuticos
De êxito
• Disponibilidade de pessoal qualificado (tripulação, instrutores, etc.) com conhecimento de idiomas e com experiência no apoio aos turistas
De êxito
• Eficaz funcionamento de serviços de resgate e serviços de emergência médica De êxito
Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
282 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo Náutico | Enquadramento Estratégico Produto Estratégico
Mais-valias
• Costa extensa e tradição marítima.
• Vários portos de recreio.
• Grande porto em Rabo de Peixe, com excelentes condições.
• Praias de excelência para a prática desportiva, nomeadamente surf.
• Tradição de presença de eventos internacionais de grande projeção.
• Alojamento junto ao local de prática: Santa Bárbara Eco-Beach Resort.
Principais Desafios
• Melhoria das condições de alguns portos de recreio.
• Formação e qualificação dos profissionais da náutica de recreio.
• Desenvolvimento da iniciativa privada especializada.
• Aumento da oferta de produtos turísticos de desporto náutico.
• Perspetivar a estruturação de uma instância náutica.
• Melhoria da qualidade dos serviços da cadeia de valor.
Os Açores são identificados a nível nacional como a região que mais atrai os turistas para o turismo náutico, tal como registado na versão original do
PENT (2006), apesar deste documento apenas classificar o Turismo Náutico como produto turístico de 3.º nível. A revisão para o horizonte temporal
2013-2015, apontava atividades como a observação de mamíferos marinhos e o mergulho como atividades qualificadoras da oferta, indicando, porém,
a necessidade de melhor divulgação da oferta de surfing e melhor resposta ao nicho da náutica de recreio. O POTRAA (2008) apontava a náutica de
recreio, o mergulho e os desportos radicais na lista de produtos estratégicos de São Miguel, para além de registar várias referências à melhoria de
infraestruturas desportivas relacionadas com o mar e a estruturação de produtos turísticos em torno dos temas “Baleia” e “Mar/Mergulho”. De referir,
ainda a preocupação de criar apoio à criação de novos eventos promocionais associados à temática mar/turismo náutico. O plano para a especialização
inteligente dos Açores (RIS3), aponta a forte tradição do turismo náutico na Região e as potencialidades do aproveitamento do turismo marítimo e
costeiro para o desenvolvimento local, ressalvando, ainda, a transversalidade existente com outras áreas de atividade económica, que deverá ser
aproveitada. Refira-se que o Plano de Ação Turismo 2020 omite o turismo náutico como produto de relevância para a Região, focando sobretudo a
necessidade de sustentabilidade genérica do setor. Este tema poderá ter outra perspetiva no plano que está a ser estruturado pelo Governo Regional.
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
283 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo Náutico | Targeting
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
Target Atual
Evolução do Target
• Náutica de recreio – surf • Náutica desportiva
• As características naturais da costa da Ribeira Grande permitem uma
oferta diversificada no turismo náutico. O desenvolvimento
focalizou-se em atividades desportivas, nomeadamente o surf,
principalmente na ótica do recreio, onde já existe projeção
internacional e o turismo interno é muito relevante.
• Dadas as condições em terra, o potencial que existe e os desejos do
mercado, a oferta náutica tem oportunidade para ser mais
desenvolvida e mais transversal, sem perder a diferenciação
oferecida pelo surf. Surgem boas possibilidades de introduzir o
iatismo e de conferir as condições adequadas para a vela, passeios
de barco e outras atividades náuticas de recreio.
• Náutica de recreio – surf
• Náutica de recreio (geral)
• Náutica desportiva
Natureza
Cidade
Turismo Ativo
Turismo Sedentário
Turismo Náutico
Potencial de crescimento muito elevado
Potencial de crescimento elevado
Potencial de crescimento reduzido
Potencial de crescimento moderado Sinergias
• Turismo de natureza soft • Turismo de natureza hard • Saúde e bem-estar • Gastronomia • Desporto
Produto Estratégico
284 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo Náutico | Perspetivas Produto Estratégico
• A extensão da costa no concelho da Ribeira Grande e a sua tradição marítima,
acoplada à intenção do executivo em “virar o concelho para o mar”, conferem um
contexto único para a exploração do turismo náutico. A vocação marítima e a
aceitação natural do mar são ingredientes que favorecem a criação de uma
atmosfera diferenciadora, que poderá marcar uma forte posição e assumir-se como
uma referência, numa dimensão semelhante, por exemplo, à cidade da Horta
(Faial).
• A ampliação do Porto de Rabo de Peixe, e a consequente melhoria das condições
para os profissionais, desportistas e turistas, abre novos horizontes para a atividade
náutica na Ribeira Grande. Conseguindo atrair embarcações, o potencial existente é
único, com forte potencialidade para a receção de regatas e competições
internacionais, por exemplo, ligadas à vela e ao big game fishing.
• O surf é atualmente o grande motor do turismo náutico na Ribeira Grande. O
potencial existente nas praias, nomeadamente Santa Bárbara e Monteverde, tem
uma notoriedade crescente, com grande reconhecimento a nível internacional e
com capacidade comprovada de atração e organização de competições de elevado
nível. A oferta que se está a desenvolver em torno deste segmento é um sintoma
dessa dinâmica, que pode e deve ser intensificada, em termos estratégicos,
operacionais e promocionais, de modo a maximizar o efeito multiplicador existente.
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
285 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo Náutico | Case Studie
Na cidade da Nazaré regista-se um fenómeno natural, que recentemente tem sido capitalizado como ponto de
atração turística relacionado com o surf. O “Canhão da Nazaré”, um desfiladeiro submarino que chega a atingir os
5.000 metros de profundidade, favorece a formação de ondas gigantes como em nenhum outro local do mundo.
Reconhecendo o grande potencial existente, a Câmara Municipal local contactou big wave riders internacionais,
conseguindo que Garrett McNamarra aceitasse o desafio de surfar estas ondas, originando o projeto ZON North
Canyon. Desta forma, foi possível projetar internacionalmente, de forma muito agressiva, o destino de surf e praia
da Nazaré, conseguido, inclusivamente, registos no Guinness World Records. A estratégia tem resultado num
grande dinamismo do setor turístico e num efeito multiplicador com efeitos na economia local.
Nazaré – ZON North Canyon Show
• Investimento de 500.000 euros para um projeto a
3 anos, financiado em 98% por grandes marcas
(ZON e RedBull).
• Recordes de visualizações em redes sociais.
• Campanha promocional com um surfista de elite
para promoção externa do destino.
• Prémios e recordes internacionais.
• Return on Investment (ROI) perspetivado para a
marca ZON calculado em 1 milhão de euros por
ano só pelos efeitos nacionais.
• Notoriedade internacional do destino turístico.
• Promoção da sustentabilidade do mar.
• Dinamização do comércio, restauração e
alojamento local.
Factos Principais benefícios
Fonte: www.zonnorthcanyon.com, BCSD Portugal (2013) e Madeira (2013)
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
286 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo Sénior
• Descrição
• Público-alvo
• Case Studies
Turismo Desportivo
Turismo Industrial
Sol & Mar
PRODUTOS COMPLEMENTARES
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
Turismo Gastronómico
287 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A Rota Bairrada foi estruturada pela Associação Rota da Bairrada, que integra 32 associados, entre
os quais oito Câmaras Municipais. Oferece uma abordagem integrada da cultura local, incluindo
história, gastronomia, natureza e atividades. Em particular, a Bairrada é uma região com amplo
reconhecimento gastronómico, cujas raízes advêm de uma cultura ligada à natureza, lavoura,
pecuária e cultivo da vinha. Possui, por isso, uma identidade de costumes caseiros fortes, que
resultou em iguarias nacionais. O Leitão da Bairrada é o exemplo mais paradigmático, distinguido
como uma das 7 Maravilhas Gastronómicas do país, mas a rota favorece a visita a vários
restaurantes e a degustação de vários outros produtos, como os Ovos Moles de Aveiro.
Turismo Gastronómico | Overview
Produto turístico procurado pelo desejo de usufruir de produtos típicos
e aprofundar o conhecimento sobre o património enológico e
gastronómico de um território. Engloba, essencialmente, a degustação
de diversos produtos e a aprendizagem (e participação) em processos
de produção. Integra três variantes: viagens de descobrimento (para
conhecer), viagens de aprofundamento (monotemáticas) e viagens de
aprendizagem (formação). Poderá estar integrado na estruturação do
Touring Cultural.
Descrição
Produto Complementar
• Adultos entre os 35 e os 64 anos
• Casais e grupos reduzidos
• Elevado poder de compra
• Maioritariamente homens
• Elevado nível sociocultural
• Preferência por alojamento de charme
• Muito propensos a consumo de produtos culturais e de bem-estar
Público-alvo
Case Studie – Rota da Bairrada
Fonte: THR (2006) e www.rotadabairrada.pt
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
288 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A Escócia não é um destino turístico afamado pela praia. Contudo, na ilha de Harris existem várias
praias de grande qualidade, sendo uma delas a Praia de Luskentyre, eleita a melhor praia do Reino
Unido nos TripAdvisor Travellers’ Choice Awards e uma das 10 melhores do mundo. Com grandes
extensões de areia branca, possui uma água cristalina de tom azul-esverdeado e localiza-se numa
zona pacata e pouco habitada. A envolvente e o enquadramento paisagístico favorecem
atividades paralelas à praia, como passeios e cicloturismo. Em resultado do clima do país, nota-se
o efeito pronunciado da sazonalidade, mas favoreceu o desenvolvimento de uma oferta de
alojamento diferenciada, assente em casas de campo (cottage) de grande qualidade.
Sol & Mar (Praia) | Overview
O Turismo de Sol & Mar tem como motivações principais o
relaxamento, o bronzeamento e a realização de atividades de baixa
intensidade. Está diretamente relacionado com período estival e/ou
com o bom clima. É um produto turístico que integra três segmentos,
Exotic (locais exóticos, com alojamento e praia de elevada qualidade),
Sports (experiência essencialmente relacionada com o desporto) e
Health & Wellness (procura do bem-estar e da forma física).
Descrição
Case Studie – Luskentyre, ilha de Harris
Produto Complementar
• Indivíduos entre os 35 e os 64 anos
• Empty nesters e grupos de amigos
• Elevado poder de compra
• Elevado nível cultural
• Preferência por hotéis de luxo e serviços personalizados
• Estadias prolongadas, em média de 7 a 10 dias
• Média de uma viagem por ano
Público-alvo
Fonte: THR (2006) e www.virtualheb.co.uk
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
289 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Turismo Industrial | Overview
O Turismo industrial poderá ser entendido como um produto integrado
do Touring Cultural, mas que, por si só, agrega um grande potencial de
desenvolvimento local. Consiste na visita, em roteiros específicos, de
instalações industriais e unidades produtivas, com o intuito de
conhecer, em espaços próprios para o efeito, o real contexto de
laboração, os processos produtivos e a tecnologia aplicada, num
cenário atual ou histórico. Permite diversificar as fontes de receita das
unidades e valorizar a produção e marca industrial de localidades.
Descrição
O município de São João da Madeira, distrito de Aveiro, iniciou, em janeiro de 2012, um projeto
de Turismo Industrial com a missão de projetar nacional e internacionalmente o município e
consolidar e promover a sua dimensão turística ligada à indústria. Foi estruturado um programa
de Circuitos pelo Património Industrial de S. João da Madeira, que inclui as fábricas da Heliotextil,
da Cortadoria, da Helsar, da Evereste, da Fepsa e da Viarco, para além do Museu da Chapelaria,
do Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado e do Centro Tecnológico do Calçado
de Portugal. Em três anos, já recebeu mais de 60 mil visitantes, mantendo uma procura crescente,
com efeitos diretos e indiretos na dinamização da economia local.
Produto Complementar
• Segmento dentro do público-alvo do Touring Cultural.
• Escolas e estudantes
• Famílias e empty nesters
• Seniores e meia idade
• Nível médio-alto de rendimentos e qualificação
• Elevado nível sociocultural
• Interesse pelo desenvolvimento económico das localidades
Público-alvo
Case Studie – São João da Madeira
Fonte: www.turismoindustrial.cm-sjm.pt
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
290 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A Câmara Municipal de Oeiras definiu o Turismo Desportivo como um dos produtos centrais para
o desenvolvimento turístico local. O elemento central desta decisão prendeu-se com a
diferenciação conseguida pela presença do Centro Desportivo Nacional do Jamor, que permite um
reconhecimento nacional e internacional do concelho. No sentido de capitalizar o potencial e as
infraestruturas existentes e com o intuito de tornar o destino mais competitivo, foram
promovidas e estimuladas parcerias com a hotelaria e vários agentes locais, otimizando os
equipamentos desportivos e estruturando a oferta. Implementaram-se esforços promocionais,
que incluíram a organização de eventos desportivos e captação de patrocinadores de referência.
Turismo Desportivo | Overview
Resulta da interseção de atividades que são simultaneamente
desportivas e turísticas e que induzem motivações multidimensionais
para a viagem. O turismo desportivo integra duas componentes
fundamentais: o turismo de prática desportiva, onde o turista é
praticante e procura um destino para a prática de um ou mais
desportos em concreto; e o turismo de espetáculo desportivo, onde o
turista é um espetador dos eventos e competições.
Descrição
Produto Complementar
• Adultos entre os 35 e os 64 anos
• Tem equipamento próprio ou aluga no local
• Entusiastas do desporto e de modalidades específicas
• Praticantes regulares ou esporádicos
• Nível de rendimento médio e médio-alto
• Preferência pelo alojamento próximo ou integrado no espaço da
prática desportiva
Público-alvo
Case Studie – Oeiras
Fonte: Carvalho e Lourenço (2009) e Neoturis (2007)
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
291 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
O Europe Senior Tourism é um programa pioneiro a nível internacional promovido pelo governo
espanhol, que visa proporcionar viagens e experiências personalizadas a seniores europeus com
idade superior a 55 anos. Este programa integra vários produtos de envelhecimento ativo,
concretizando uma oferta estruturada que inclui gastronomia, natureza, lazer e cultura em vários
pontos de destino. O programa está vocacionado para funcionar entre os meses de outubro e
maio, colocando ao dispor dos interessados os melhores hotéis e restaurantes, assumindo,
claramente, uma estratégia de diminuição da sazonalidade. O Europe Senior Tourism iniciou-se
em 2009 e já conseguiu atrair mais de 140.000 seniores europeus de 16 países diferentes.
Turismo Sénior | Overview
Produto turístico segmentado em função da idade e direcionado para
os pós-adultos (acima dos 55 anos), que pressupõe um universo muito
heterogéneo em várias dimensões (níveis de atividade e autonomia,
situação profissional, estado de saúde, tempo livre e rendimento
disponível). Integra dois subsegmentos em crescimento e constante
mutação, os Young Active Seniors (55 a 64 anos), ativos e saudáveis, e
os Seniores 65+ (idade superior a 65 anos), mais frágeis.
Descrição
Produto Complementar
Case Studie – Europe Senior Tourism
• Indivíduos com idade superior a 55 anos
• Normalmente reformados
• Viagem em casal ou em grupo
• Elevado poder de compra
• Informadores e experientes: grande exigência na qualidade dos
serviços e destinos
• Procura de ofertas personalizadas e atividades sedentárias
Público-alvo
Fonte: www.europeseniortourism.eu
4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor
292 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
As metodologias de referência do planeamento estratégico da atividade
turística destacam, de forma clara, a importância estrutural da definição do
posicionamento do destino e a construção da proposta de valor para o
consumidor, o turista. Na prossecução destes objetivos, foi implementado
um modelo que partiu da visão estratégica para o desenvolvimento do
concelho da Ribeira Grande e que desembocou numa definição concreta do
que se perspetiva para o destino turístico. Foram considerados vários
elementos críticos neste modelo, que progrediu de forma sustentada, tendo
permanentemente a preocupação de avaliar a evolução do mercado, os
fatores de diferenciação e o potencial existente.
Na definição da proposta de valor para um destino importa avaliar o impacto
de determinados fatores motivacionais e de atratividade, comparando-os,
igualmente, com potenciais competidores. Assim, foi desenvolvida uma lista
de fatores a analisar, cruzando várias informações técnicas e científicas, de
várias referências nacionais e internacionais, procurando cobrir, de forma
exaustiva e pormenorizada, os elementos que valorizam um destino e o
podem diferenciar dos demais. Esta lista contempla 44 fatores, que são
analisados individualmente na sua performance atual e no seu potencial
futuro, permitindo, deste modo, construir uma proposta de valor objetiva e
consequente. Daqui resulta a identificação de produtos estratégicos para o
concelho, de acordo com as mais-valias intrínsecas e potencial de evolução.
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
293 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Com o suporte da visão para o desenvolvimento turístico do concelho, é
fundamental definir o posicionamento do destino, de modo a potenciar a
capacidade competitiva dentro de um setor em grande crescimento, mas
também de extraordinária exigência concorrencial. Este é, aliás, um
momento crucial para esta definição, uma vez que corresponde ao início das
operações das companhias aéreas low cost para os Açores, com a perspetiva
de aumento substancial da atividade turística, o que despoleta a necessidade
de estabelecer uma traço identificativo forte para o destino “Ribeira
Grande”. O posicionamento é exatamente a definição do espaço ocupado
por uma marca na mente do consumidor, visando construir uma perceção
imediata dessa marca, que influencie o processo de decisão.
A metodologia para desenvolver a proposta de valor assentou no estudo
detalhado do paradigma atual, com particular atenção às potencialidades e
aos elementos distintivos da Ribeira Grande, e da análise crítica de 44 fatores
de atratividade que potenciam a motivação para viajar para um destino. Esta
lista de fatores derivou da integração de vários elementos, entre os quais se
destacam os parâmetros referenciados pelo Turismo de Portugal na
avaliação ao grau de satisfação dos turistas que visitam o país. A análise a
estes fatores de atratividade permite perceber o seu estado atual, o
potencial competitivo perante outros concelhos da Região, a capacidade de
diferenciação e as perspetivas de evolução futura do concelho.
•Estado atual: visa compreender, no momento da avaliação, o efetivo valor
acrescentado gerado pelos ativos que configuram cada fator, identificando
forças, debilidades e elementos sem expressão.
•Potencial competitivo: favorece a comparação do poder competitivo de
cada fator relativamente aos outros concelhos dos Açores.
•Capacidade de diferenciação: permite identificar objetivamente os fatores
que integram condições para diferenciar o destino (ou que já diferenciam).
•Perspetivas: apresenta uma avaliação evolutiva de cada fator, assinalando a
tipologia de intervenção requeria, desde a inovação completa, melhoria,
manutenção ou, eventualmente, desinvestimento.
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
294 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
•Acessibilidades
Fatores de Atratividade Estado Atual Pode ser fator diferenciador?
Perspetivas
Recriar/Inovar Melhorar Manter Desinvestir
Potencial Competitivo Interno
•Acesso a zonas /atrações turísticas
•Alojamento
•Animação noturna
•Atrações industriais
•Atividades culturais
•Atividades de bem-estar
•Atividades desportivas
•Atividades na natureza
•Atividades náuticas
•Atualização tecnológica
*** -
*
***
***
***
** -
** -
* -
**
***
***
Debilidade Sem expressão Força
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
295 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
•City Breaks
Fatores de Atratividade Estado Atual Pode ser fator diferenciador?
Perspetivas
Recriar/Inovar Melhorar Manter Desinvestir
Potencial Competitivo Interno
•Clima
•Comunicação e outros idiomas
•Conservação dos edifícios
•Cruzeiros
•Design e arquitetura
•Envolvimento da população
•Eventos
•Estacionamento
•Gastronomia
•Golf
* -
* -
* -
** -
* -
**
* -
** -
*** -
** -
**
Debilidade Sem expressão Força
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
296 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
•História e cultura
Fatores de Atratividade Estado Atual Pode ser fator diferenciador?
Perspetivas
Recriar/Inovar Melhorar Manter Desinvestir
Potencial Competitivo Interno
•Hospitalidade
•Iluminação da via pública
•Informação turística
•Limpeza da via pública
•Locais e oferta comercial
•Meeting Industry
•Monumentos e museus
•Recursos naturais e paisagens
•Património religioso
•Praias e zonas balneares
***
* -
*** -
**
***
***
*** -
** -
* -
***
** -
Debilidade Sem expressão Força
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
297 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
•Preservação ambiental
Fatores de Atratividade Estado Atual Pode ser fator diferenciador?
Perspetivas
Recriar/Inovar Melhorar Manter Desinvestir
Potencial Competitivo Interno
•Qualidade dos serviços
•Reconhecimento/notoriedade
•Relação preço/qualidade
•Restaurantes
•Roteiros estruturados
•Segurança
•Serviços de transporte
•Serviços de saúde
•Sinalização
•Trânsito
***
*** -
***
*** -
** -
*** -
** -
** -
*** -
** -
*** -
Debilidade Sem expressão Força
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
298 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Resumo da Avaliação aos Fatores de Atratividade do Destino
Potencial de Diferenciação Recriar/Inovar Melhorar (a partir do atual) Manter Desinvestir
•Alojamento
•Atrações industriais
•Atividades culturais
•Atividades de bem-estar
•Atividades desportivas
•Atividades na natureza
•Atividades náuticas
•Golf
•Gastronomia
•História e cultura
•Monumentos e museus
•Recursos naturais e paisagens
•Praias e zonas balneares
•Preservação ambiental
•Restaurantes
•Acesso a zonas/atrações turísticas
•Animação noturna
•Atrações industriais
•Atividades culturais
•Atividades desportivas
•Atividades na natureza
•Atividades náuticas
•Atualização tecnológica
•Comunicação e outros idiomas
•Conservação dos edifícios
•Design e arquitetura
•Envolvimento da população
•Eventos e entretenimento
•Estacionamento
•Hospitalidade
•Iluminação da via pública
•Limpeza da via pública
•Locais e oferta comercial
•História e cultura
•Monumentos e museus
•Recursos e paisagens naturais
•Praias e zonas balneares
•Preservação ambiental
•Qualidade dos serviços
•Reconhecimento/notoriedade
•Relação preço/qualidade
•Segurança
•Serviços de transporte
•Serviços de saúde
•Sinalização
•Alojamento
•Atividades de bem-estar
•Golf
•Informação turística
•Restaurantes
•Roteiros estruturados
•Acessibilidades
•City Breaks
•Clima
•Cruzeiros
•Meeting Industry
•Património religioso
•Trânsito
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
299 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
A análise aos fatores de atratividade deixa claro quais os elementos que
deverão enriquecer a proposta de valor do destino turístico “Ribeira
Grande”. Os fatores com potencial de diferenciação podem ser agrupados
da seguinte forma:
Este agrupamento define onde o destino se pode posicionar e onde detém
potenciais vantagens comparativas. Não obstante, para desenvolver uma
proposta de valor sólida e competitiva é fundamental perceber o grau de
resposta da oferta aos desejos e tendências do mercado, bem como
compreender onde a concorrência oferece maior valor. Assim, integraram-se
três elementos fundamentais – as mais-valias do destino, as dinâmicas do
mercado e a concorrência de outros concelhos dos Açores – procurando a
conjugação ideal entre a oferta, a procura e a capacidade de diferenciação.
Todo este processo de cruzamento de informação considerou os produtos
turísticos que valorizam o destino e que apresentam maior capacidade de
qualificação da oferta, nomeadamente o turismo de natureza, o turismo
náutico, o turismo de saúde e bem-estar, o touring cultural, o turismo
industrial, o turismo gastronómico, o turismo sénior, o turismo desportivo e
o turismo de praia (Sol & Mar).
Serviços
•Alojamento •Restaurantes •Atividades de bem-estar
Natureza
•Atividades na Natureza •Recursos e Paisagens •Preservação Ambiental
Cultura
•Atrações industriais •Atividades culturais •Gastronomia •História e cultura •Monumentos e museus
Desporto e Entretenimento
•Atividades desportivas
Mar
•Atividades Náuticas •Praias e Zonas Balneares
•Crescimento do turismo ativo e de natureza.
•Importância crescente da sustentabilidade ambiental
•Preocupações com a saúde e bem-estar
•Concentração do poder de compra nos seniores
•Procura de experiências personalizadas e marcantes
•Afirmação do alojamento diferenciado e de charme
•Crescimento da importância dos voos low cost
•Importância dos canais web & mobile
Dinâmicas do mercado
•Natureza e ambiente
•Mar
•Cultura
•População jovem
•Tranquilidade e sossego
Mais-valias do destino
300 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Em resultado desta análise, que agrega múltiplas variáveis e um nível de
complexidade considerável, que culmina numa sobreposição das diferentes
dimensões (esquema à direita), é identificada a superioridade de valor do
destino (zona a verde), a paridade de valor (zona a azul) e a inferioridade de
valor face à concorrência (zona a rosa). São precisamente os elementos
destacados na superioridade de valor que sustentam a construção de uma
proposta de valor que permitirá distinguir o concelho da Ribeira Grande
dentro da oferta do destino “Açores”. Assim, a combinação destes elementos
com os fatores de atratividade que detêm potencial de diferenciação e com
os produtos estratégicos definidos para o concelho é possível definir uma
proposta de valor concreta e construída de forma sustentada através das
dinâmicas fundamentais do mercado: oferta e procura.
Apetências do
Mercado
Açores Ribeira Grande
Natureza soft Sol & Mar Bem-estar Termalismo Gastronomia Cultura & Religião Ambiente
Aventura Termalismo premium Paisagem Artesanato e cultura Geotermia Tranquilidade Ruralidade Surf Chá
Pacotes aventura
Bem-estar
Spa
Experiências únicas
Trilhos
Animação cultural Turismo náutico
Termalismo
Preservação ambiental Rotas turísticas
Whale watching Iatismo City Breaks Hotel de cidade Meeting Industry Património UNESCO
Paisagem
•Turismo de Natureza: todos os concelhos dos Açores
•Touring Cultural: Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, Praia da Vitória, Madalena,
São Roque do Pico, Lajes do Pico, Corvo
•Turismo de Saúde e Bem-Estar: Povoação (Furnas); Santa Cruz da Graciosa
(Carapacho)
•Turismo Náutico: Horta, Ponta Delgada, Madalena, Angra do Heroísmo, Praia da
Vitória, Vila do Porto, Vila Franca
Concorrência de outros concelhos
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
Paridade de valor
301 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
Serviços
•Alojamento •Restaurantes •Atividades de bem-estar
Natureza
•Atividades na natureza •Recursos e Paisagens •Preservação ambiental
Cultura
•Indústria •Atividades culturais •Gastronomia •História e cultura •Monumentos e museus
Desporto e Entretenimento
•Atividades desportivas
Mar
•Atividades náuticas •Praias e zonas balneares
Turismo de
Natureza
Turismo Náutico
Touring Cultural
Saúde e Bem-Estar
Paisagem Tranquilidade Geotermia Aventura Surf Ruralidade
Aventura
Irreverência Tranquilidade
Autenticidade Tradição
Natureza, Mar e
Cultura
Elementos com potencial de diferenciação
RIBEIRA GRANDE…
… o destino da aventura na natureza e da irreverência do mar,
… enriquecido pelo tranquilidade, tradição e autenticidade.
Proposta de valor para o destino turístico “Ribeira Grande”
Fatores percecionados e valorizados pelo mercado
Pro
du
tos
Estr
atég
ico
s
Chá Termalismo
premium Cultura
local
302 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Aventura
Irreverência Tranquilidade
Autenticidade Tradição
A proposta de valor construída para o destino turístico “Ribeira Grande”, de
acordo com os preceitos da visão definida, considera os vários fatores
diferenciadores do concelho da Ribeira Grande enquanto destino turístico e
conjuga-os com o potencial dos vários recursos e atrações existentes, com as
mais-valias da oferta atual e com as características intrínsecas da população.
Daqui resultam cinco valores base que suportam a proposta de valor a
integrar na estratégia de desenvolvimento turístico do concelho. Estes cinco
valores – aventura, irreverência, tranquilidade, tradição e autenticidade –
deverão nortear a estruturação dos produtos turísticos e o desenvolvimento
do destino, favorecendo, posteriormente, a apresentação ao consumidor, a
valorização da experiência e a promoção.
Para finalizar a análise, recorreu-se a um mapa conceptual para avaliação do
potencial intrínseco e de crescimento dos produtos turísticos identificados,
que relaciona três variáveis críticas – tipologia de atividade turística,
localização preferencial para a atividade turística e potencial de crescimento
turístico – e que facilita a perceção do melhor posicionamento para o
turismo no concelho da Ribeira Grande.
Natureza, Mar e
Cultura
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
Aventura
• Natureza • Mar • Desporto • Desconhecido • Experiências individualizadas
Irreverência
• Desportos radicais • Desportos náuticos • Empreendedores industriais • Adrenalina • População jovem
Tranquilidade
• Wellness (bem-estar) • Praia • Férias • Lazer • Termalismo
Tradição
• História • Cultura • Museus • Monumentos • Festividades
Autenticidade
• Ruralidade • Genuinidade • Inspiração • Simplicidade • Singularidade
303 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
RIBEIRA GRANDE…
… o destino da aventura na natureza e da irreverência do mar, …
… enriquecido pela tranquilidade, tradição e autenticidade.
Headline
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
Proposta de valor para o destino turístico “Ribeira Grande”
A Ribeira Grande possui uma riqueza natural e cultural que transforma todo o concelho num sistema vivo de
experiências diversificadas. A tranquilidade e autenticidade das zonas rurais valoriza o contacto com uma
população hospitaleira e genuína. A origem vulcânica do concelho proporciona paisagens deslumbrantes,
nascentes termais e aventuras surpreendentes. O mar norte oferece múltiplos spots para beachbreaks e para
a prática de surf, com condições excecionais que permitem receber grandes competições internacionais. O
património cultural integra múltiplas unidades, que incluem tesouros regionais singulares, para além de
oferecer o contacto com as únicas plantações de chá da Europa. A Ribeira Grande é um destino com imensa
essência para descobrir e com experiências marcantes para oferecer.
Descrição
• Natureza deslumbrante com aventuras para descobrir.
• Condições únicas para a prática do surf e para beachbreaks.
• Riqueza cultural e patrimonial, que inclui as únicas plantações de chá da Europa.
• Tranquilidade propícia ao bem-estar e ao lazer.
Fatores Críticos
304 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Natureza Cidade
Turismo Ativo
Turismo Sedentário
Turismo Náutico
Turismo de Natureza
Touring Cultural
Turismo industrial
Turismo de Saúde e Bem-Estar
Turismo Gastronómico
Sol & Mar
Potencial de crescimento muito elevado
Potencial de crescimento elevado
Potencial de crescimento reduzido
•O mapa conceptual do potencial turístico no concelho da Ribeira Grande,
constituído por três variáveis críticas, aponta a Natureza como o grande
trunfo a explorar. O atual posicionamento do destino “Açores” é semelhante
(o Plano Estratégico Regional, a apresentar brevemente, deverá perspetivar
um reforço dessa posição), resultando em sinergias relevantes na promoção
turística integrada.
•Existe uma grande dispersão no que concerne à tipologia de atividade,
estando o maior potencial de crescimento no turismo ativo. Existem, porém,
vários produtos turísticos importantes posicionados na tipologia mais
sedentária/contemplativa, o que resulta uma perspetiva mista. Há, ainda, uma
grande mais-valia a integrar nesta equação, relacionada com a atual projeção
do concelho enquanto destino de surf, que se insere no turismo ativo. Daqui
resulta, a adequação do posicionamento do concelho no segmento de
turismo ativo.
•Devido às características, aos recursos do concelho e ao potencial de
crescimento de cada segmento, o Turismo de Natureza, Náutico e de Saúde e
Bem-Estar assumem-se claramente como os produtos estratégicos do
concelho. É, porém, importante não limitar a interpretação do gráfico a uma
análise estanque, sem compreender o histórico associado. O Touring Cultural
é atualmente um dos produtos mais importantes para a Ribeira Grande,
assumindo-se como um fator fundamental a explorar. Apesar da evolução no
posicionamento do destino, a cultura deverá manter-se como elemento
estratégico no desenvolvimento turístico.
Potencial de crescimento moderado
Turismo sénior
4.7. Proposta de Valor e Posicionamento
305 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
O trabalho conceptual e de planeamento desenvolvido ao longo deste
documento apresenta uma proposta de valor concreta e um posicionamento
específico para o destino turístico “Ribeira Grande”, perspetivando a sua
projeção no mercado. Em consequência, é fundamental a definição de
princípios básicos de marketing operacional que potenciem o sucesso
daquelas definições estratégicas.
Note-se que o marketing territorial, para além de encarar o destino numa
lógica de mercado, deverá ser definido com o intuito de trazer valor para a
população local ao mesmo tempo que permite atrair e satisfazer os turistas.
Este processo é complexo e de difícil execução, apresentando uma
multiplicidade de intervenientes e de partes interessadas, para além de
algumas particularidades que diferem do marketing empresarial. Neste
sentido, são apresentados, de forma genérica, os fatores críticos do
marketing mix dos produtos turísticos e são aprofundados os elementos de
grande relevância no marketing territorial, como o branding do território e o
marketing interno, procurando facilitar a construção do plano de ação.
Por fim, são apresentados vários mecanismos comunicacionais, com a
indicação dos objetivos concretos da sua utilização. Esta última componente
está vocacionada para orientar a operacionalização da equipa da Câmara
Municipal de Ribeira Grande na promoção do destino, procurando a
exploração de diferentes canais e estratégias complementares.
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
306 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
O processo de planeamento de marketing envolve uma componente
estratégica, que deve estar articulada com todas as definições de longo prazo
do destino, bem como uma componente operacional, vocacionada para a
intervenção de curto prazo. O processo constrói-se em torno de fases
sequenciais, que envolvem, em termos estratégicos, a segmentação, o
targeting e o posicionamento, e, ao nível operacional, a definição do
marketing mix (neste caso baseado nos 7P: produto, preço, distribuição,
promoção, indivíduos, processo e evidência física).
Os targets e o posicionamento estão definidos e foram assumidos de acordo
com a visão elaborada para o destino, os recursos existentes, as
potencialidades detetadas, as debilidades identificadas e as oportunidades
oferecidas pelo mercado. Note-se que, no decorrer deste processo, verificou-
se que os targets atuais podem evoluir e apresentar novas configurações no
futuro. Este trabalho deve ser realmente estimulado no sentido de
aproveitar todo o potencial do concelho da Ribeira Grande como destino
turístico.
Por outro lado, dados os principais fatores competitivos do concelho e a
auscultação promovida junto do mercado, tanto do lado da oferta como do
lado da procura, detetou-se que o posicionamento da Ribeira Grande teria
que integrar duas variáveis fundamentais, a natureza e o turismo ativo. Estas
são características que se complementam e permitem um aproveitamento e
valorização dos atributos distintivos do concelho. Não obstante, durante o
processo, houve o cuidado de integrar na proposta de valor global do destino
outros elementos com elevado potencial de valorização e diferenciação,
como a tranquilidade e o bem-estar.
Todo este constructo possibilitou a identificação e a definição dos principais
mecanismos operacionais que refletem as opções estratégicas e que
perspetivam a projeção da Ribeira Grande no mercado. Estas influências são
particularmente pertinentes no branding do destino, dado o seu papel crítico
e central no marketing territorial como instrumento de valorização do
território, mas também de criação de uma identidade própria, diferenciadora
e competitiva.
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Enquadramento Estratégico
307 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
É um dado adquirido junto das grandes referências internacionais que uma
marca é muito mais do que um símbolo, um nome ou um slogan. A evolução
do marketing e da competitividade dos mercados, das empresas e dos
produtos tem revelado o real poder das marcas, que se assumem cada vez
mais como elementos críticos no relacionamento direto com os
consumidores. Deste modo, as marcas possuem uma componente intangível
que pode e deve ser trabalhada, no sentido de representar valores
concretos, que se refletem, posteriormente, em perceções e sentimentos
daqueles consumidores. Tornam-se, assim, num conjunto integrado de várias
componentes que assumem significados distintivos junto do mercado e que
favorecem o posicionamento na mente dos indivíduos, influenciando-os no
seu processo de compra.
Uma das componentes essenciais do marketing territorial é o branding do
território. Em concreto, o branding das cidades é algo de muito complexo,
que requer uma visão de longo prazo e que deve estar alinhado com o
conceito de desenvolvimento assumido. É encarado como um elemento
fundamental para aumentar a atratividade e a confiança, favorecendo os
elementos essenciais para o aumento das exportações e desenvolvimento
turístico. Na prática, aumenta a competitividade do território e permite que
este se posicione no mercado, encarando os novos desafios conjunturais.
Para o desenvolvimento da marca “Ribeira Grande”, foram considerados três
elementos centrais: identidade da marca; logótipo; e posicionamento da
marca. O objetivo foi articular, de forma coerente, diferentes elementos que
devem orientar não só o marketing operacional do destino, mas também
delinear concretamente o âmbito da marca. Para tal, recorreu-se aos vários
inputs recolhidos junto dos agentes turísticos, Câmara Municipal de Ribeira
Grande e turistas (internos e externos).
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Branding do destino
• Definida segundo o modelo do prisma da identidade da marca
sugerido por Kapferer (originalmente concebido em 1992). É um
elemento fundamental para definir o que é a Ribeira Grande e como se
apresenta ao mercado.
Identidade da marca
• Análise ao logótipo atual que projeta a imagem da Câmara Municipal
de Ribeira Grande, percebendo o seu ajustamento à estratégia
proposta e ao posicionamento pretendido.
Logótipo
• Partindo da proposta de valor definida para o concelho e assumindo a
identidade da marca, procura-se posicionar a marca nos vários
segmentos pretendidos.
Posicionamento
308 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Físico • Verde • Azul • Natureza • Vulcão • Mar • Património • Chá • Lagoas • Geotermia • Gastronomia
Personalidade • Autêntico • Hospitaleiro • Irreverente • Audaz • Tranquilo • Aventureiro
Cultura • Tradicional • Rural • Simplicidade açoriana • Sustentabilidade ambiental • Preservação da comunidade
Relacionamento • Segurança • Confiança • Bem-estar • Proximidade • Pequena comunidade
Reflexo • Sossego • Natural • Ingénuo • Acolhedor • Boa comida • Descoberta • Cultura
Autorreconhecimento • Os turistas procuram experiências e
vivências únicas e marcantes, como aventuras e descobertas.
• Querem divertir-se e relaxar, desfrutando de elementos surpreendentes, como uma paisagem exuberante e um povo acolhedor.
Imagem do emissor (Ribeira Grande)
Imagem do recetor (Turista)
Exte
rnal
izaç
ão
Inte
rnal
izaç
ão
Identidade da marca “Ribeira Grande”
Interpretação do modelo de Kapferer: Divisão Horizontal
Secção superior • (Físico + Personalidade) • Define o destino Ribeira Grande
Secção Inferior • (Reflexo + Autorreconhecimento) • Define os turistas e o que procuram
Secção Central • (Relacionamento + Cultura) • Matching entre o destino e o turista
Divisão Vertical
Lado Esquerdo • (Físico + Relacionamento + Reflexo) • Componentes visíveis da marca, ou seja, a sua
expressão social.
Lado Direito • (Personalidade + Cultura + Autorreconhecimento) • O espírito da marca, ou seja, os valores intangíveis
que representam as componentes visíveis.
309 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Proposta de valor
•A referência à natureza (Nature) é essencial para capitalizar o elemento
diferenciador central e a grande mais-valia do concelho e aproveitar os
esforços promocionais em torno do destino “Açores”.
•Aliar o conceito de inspiração (inspiring) à natureza (Nature) remete para o
bem-estar, tranquilidade, para a alegria e felicidade e para a recuperação de
energia. Permite um posicionamento muito forte na mente do consumidor no
processo da decisão de compra/viagem.
•Inspiring Nature permite a penetração em vários segmentos de mercado,
nomeadamente do ecoturismo, da sustentabilidade ambiental e da saúde e
bem-estar.
Inspiring Nature, …
•A palavra aventuras (adventures) define o concelho como um destino de
turismo ativo, para a descoberta e experiências fortes (note-se que a procura
pela experiência é uma das grandes tendências do mercado).
•A presença da palavra Natureza (Nature) e da palavra aventuras (adventures)
na mesma frase permite destacar o potencial do turismo de aventura e marcar
uma posição distintiva para o concelho dentro da oferta regional.
•O conceito de surpresa (surprising) está incluído na frase, remetendo para o
desconhecido e para a descoberta. É algo que valoriza a população local, a
tradição e as experiências genuínas.
… surprising adventures.
Inspiring Nature, surprising adventures.
Natureza inspiradora, aventuras surpreendentes. Assinatura da marca
RIBEIRA GRANDE…
… o destino da aventura na natureza e da irreverência do mar, …
… enriquecidas pela tranquilidade, tradição e autenticidade.
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Posicionamento da marca “Ribeira Grande”
310 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Posicionamento da marca “Ribeira Grande”
Aventura Ecoturismo
Natureza
Património História
Cultura
Termalismo Revitalização
Saúde e Bem-Estar
Surf Náutico
Cozinha tradicional Gastronómico
Chá Importância da indústria
Industrial
Beachbreaks Sol & Mar
Cultura desportiva Desportos radicais
Desportivo
Descanso Sossego
Sénior
Inspiring nature, surprising adventures Where the adventure begins
History’s secret treasures Authenticity’s little treasures
Hot Springs of inner renewal Hot Springs of natural vitality
A Surfer’s Paradise Waves of excitement
Delightful tradition
The only tea grown in Europe The industrial center of the Azores
Perfect for your beachbreaks
The spirit of challenge
Blissful satisfaction
Propostas segmentadas
Adaptação à mensagem global do destino. Foco na aventura.
Valorização da identidade, história e do património local.
Foco no termalismo e nas energias da natureza.
Destaque para as condições únicas para o surf.
Apelo a uma envolvência sensorial, com foco na cozinha tradicional.
Valorização da singularidade do chá ou da diversidade industrial local.
Postura marcante para reforçar o posicionamento das praias locais.
Assume a cultura desportiva local, a vontade de superação e desafio.
Conceito centrado no descanso, na alegria e na satisfação genuína.
311 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
A Câmara Municipal de Ribeira Grande apresentou recentemente uma nova
imagem corporativa, que inclui, naturalmente, um logótipo representativo do
concelho. Este trabalho integra uma abordagem inovadora que procura
refletir elementos valorizadores de todo o concelho, ao mesmo tempo que
promove o seu reposicionamento perspetivando o desenvolvimento
turístico.
Este logótipo integra vários elementos e valores que representam alguns dos
elementos valorizadores do destino e que permitem efetivamente posicionar
o concelho no mercado turístico. Neste sentido, partindo de uma base já
definida, importa alinhar o tratamento de imagem e apresentação do destino
de forma coerente com o simbolismo atual, percebendo os pontos positivos
e as limitações existentes.
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Logótipo • Representações de elementos naturais: fogo, ar, água e terra.
• Formas triangulares.
• Este logótipo torna a natureza no ponto central da Ribeira Grande, sobretudo através da prevalência do mar, terra e fogo. As formas triangulares remetem para uma atuação analítica e racional, mas também para o enquadramento natural da Ribeira Grande, nomeadamente pelos recortes da Serra de Água de Pau e da costa norte.
Elementos centrais
• Força, dinamismo e criatividade.
• Harmonia e equilíbrio.
• União e desenvolvimento
• A força associada aos elementos naturais espelha características do concelho. Por um lado, espelha o calor geotérmico e a irreverência do mar. Por outro, demonstra a vontade e a persistência da população. No entanto, prevalece a harmonia e o equilíbrio entre todos os elementos, proporcionando uma oferta completa e diversificada.
Valores intrínsecos
• Conforme se confirma pelo estudo das perceções dos turistas e das projeções dos agentes turísticos, a natureza é um fator fundamental e o produto de excelência para o turismo da Ribeira Grande. Aliás, vários produtos turísticos estratégicos recolhem em elementos naturais fatores diferenciadores e qualificadores da oferta. Neste sentido, é relevante aproveitar o valor existente na imagem atual e potenciá-la. Note-se que este logótipo vai ao encontro do posicionamento definido para o concelho e consegue representar visualmente três dos quatro produtos estratégicos definidos (natureza, náutico e saúde e bem-estar), omitindo apenas o touring cultural.
Valor para o turismo
312 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Logótipo
•Foco central na natureza
•Representa diretamente três dos quatro produtos estratégicos do
concelho.
•Formas que permitem a identificação do enquadramento natural da
Ribeira Grande com a Serra de Água de Pau.
•Cores representativas do concelho e relacionadas com o destino
“Açores”.
Pontos Positivos
•Não representação do touring cultural, um produto definido como
estratégico e o produto com maior importância atual.
•Apesar de ter um foco concreto na natureza, corre o risco de não
apresentar um elemento diferenciador no destino “Açores”,
apresentando um valor genérico.
•Logótipo concebido para a Câmara Municipal e não para o turismo.
•Elementos abstratos que podem não permitir uma identificação clara.
Pontos Negativos
Uma perspetiva a considerar:
Inspiring Nature • O logótipo atual foi construído numa base institucional, procurando uma
representatividade da atuação do executivo camarário. Deste modo, integra a
expressão “Câmara Municipal”. No entanto, em termos turísticos, a expressão
“Ribeira Grande” deverá valer por si própria, recentrando o valor no concelho e
não na atuação político-administrativa.
• Aproveitando a headline que procura transmitir o posicionamento do destino e
retirando a expressão “Câmara Municipal”, consegue-se em termos visuais
recentrar todo o valor de projeção do concelho no setor turístico. Este trabalho
deverá ser desenvolvido de forma precisa, recorrendo às técnicas de design e
comunicação que estiveram na base do trabalho do criador. O importante é
manter o valor atual do logótipo e capitalizá-lo em termos turísticos.
313 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Assumindo o princípio de que o marketing territorial para o concelho da
Ribeira Grande, nomeadamente na vertente de promoção turística, pretende
criar valor efetivo para a população local, é fundamental conseguir mobilizar
os ribeiragrandenses e envolvê-los em todo o processo. Não só é necessário
o apoio dos munícipes para desenvolver e implementar uma estratégia,
como também é essencial assegurar a participação ativa de todos.
Neste contexto, atendendo a um novo paradigma de aposta estratégica no
desenvolvimento do turismo, é importante, para além da promoção externa,
promover também ações de marketing interno, que possibilitem a devida
informação à população, às instituições e às empresas. Esta é uma forma de
mobilizar os atores locais, tornando-os recetivos e acolhedores, dinamizando
o investimento no setor turístico e a qualificação da oferta. As ações de
marketing interno deverão ter em consideração vários objetivos, dinâmicas e
públicos-alvo, mas funcionar de forma integrada. Estes objetivos são
incorporados em tarefas concretas, previstas no plano de ação:
• Estimular a cultura de turismo, desenvolvendo a arte de bem receber, de
hospitalidade, de apoio ao turista e valorização da oferta do destino.
• Sensibilizar a população para a importância do turismo na economia do
concelho e na vida diária de cada cidadão.
• Consciencializar os cidadãos para o papel vital que representam na
atratividade do concelho, na receção aos turistas e na valorização do
destino “Ribeira Grande”, envolvendo-os num compromisso de
desenvolvimento de todo o concelho.
• Motivar todos os stakeholders locais, incluindo cidadãos, associações,
instituições, serviços públicos, empresas, empresários, agentes turísticos,
etc., no sentido de colaborarem no desenvolvimento turístico local.
• Mobilizar as empresas, empresários, empreendedores e investidores
locais (e externos) para o desenvolvimento da oferta e para o
investimento num setor encarado como estratégico para a economia do
concelho.
• Reforçar o espírito de cada cidadão como promotor do destino Ribeira
Grande, favorecendo o word of mouth (boca a boca) e uma postura de
“vender” o destino perante potenciais turistas.
• Estimular a qualificação pessoal e técnica e o desejo de o fazer, de modo
a que todos os stakeholders tenham interesse em se prepararem
devidamente para receber os turistas (ex.: falar em línguas estrangeiras)
ou desenvolver serviços no setor turístico.
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Marketing Interno
314 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
•Produtos/Serviços a desenvolver e melhorar:
Produto
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Fatores críticos do marketing-mix
Produtos Estratégicos Produtos Complementares
•Turismo de Natureza
•Touring Cultural
•Turismo de Saúde de Bem-Estar
•Turismo Náutico
•Turismo Gastronómico
•Turismo Industrial
•Sol & Mar
•Turismo Desportivo
•Turismo Sénior
Alojamento Entretenimento Restauração Comércio
•Diferenciado
•Proximidade
•Turismo Rural
•Alojamento Local
•Hotel na cidade
•Hostel
•Inovação
•Cozinha tradicional
•Gastronomia local
•Qualidade
•Animação de rua
•Animação noturna
•Interatividade
•Animação turística
•Trilhos
•Whale Wtaching
•Iatismo
•Termalismo
•Talassoterapia
•Inovação
•Especialização
•Artesanato
•Souvenirs
•Atributos e qualidade percecionada
‒ Turismo de Natureza: singularidade emocional.
‒ Touring Cultural: singularidade e diversidade.
‒ Turismo de Saúde e Bem-Estar: Premium quality.
‒ Turismo Náutico: as melhores condições para surf e desporto náutico.
‒ Turismo Gastronómico: cozinha tradicional de grande qualidade.
‒ Sol & Mar: praias de qualidade.
‒ Turismo Desportivo: competições internacionais e desafiantes.
‒ Turismo Sénior: segurança, sossego e diversidade.
•Apoio e desenvolvimento
‒ Corresponder à identidade da marca do destino.
‒ Promover o crosselling de produtos.
‒ Criar pacotes (bundles) integrados para aumentar a experiência e a estadia.
‒ Posicionar os diferentes produtos de acordo com o tipo de produto e qualidade oferecida.
‒ Favorecer a diferenciação e a inovação dos produtos dentro do destino Açores.
315 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
•Ação digital
‒ Site
‒ Social Media
‒ SEO e Adwords
‒ Brochureware
‒ Mobile
•Marketing relacional
‒ Relações Públicas
‒ Follow Up
•Outras ações de marketing direto
‒ Feiras
‒ Brochuras
‒ Outdoors
‒ Parcerias
‒ Revistas da especialidade
*Vários destes elementos são abordados de forma mais pormenorizada numa explanação sobre os objetivos de promoção e comunicação.
Promoção*
•Principais estratégias de pricing para o destino:
‒ Premium pricing: preço elevado para qualidade elevada. Relevante na oferta de saúde e bem-estar, da náutica de recreio, bem como na hotelaria 5 estrelas.
‒ Pricing de penetração: preço baixo para ganhar quota de mercado, aumentando-o após atingir o objetivo. Muito relevante em segmentos competitivos como turismo rural.
‒ Pricing económico: preços permanentemente baixos, através de custos de operação e marketing reduzidos. Relevante quando existe abundância de oferta e pouco investimento promocional (ex.: alojamento local).
‒ Pricing de desnatação: preços altos devido a vantagens competitivas substanciais. Existem segmentos onde pode ser aplicado, mas de forma regrada, como turismo de natureza, surf e alguma restauração.
• Elementos influenciadores do pricing:
‒ Perceção de valor/valorização correta do produto
‒ Competitividade
‒ Sazonalidade
‒ Sustentabilidade ambiental
‒ Capacidade de carga das atrações
‒ Diferenciação
‒ Tecnologia e inovação incorporada
‒ Esforços promocionais
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Preço
Estratégia particularmente relevante para o contacto direto com o consumidor e para atrair o mercado internacional. Deve estar alinhada com a comunicação do destino “Açores” e ser dotada de uma gestão profissional da informação.
Importante aplicação junto de agências de viagens, operadores turísticos (DMC) e outros agentes de promoção do destino. Propício a estratégia push (“empurrar” o produto para o intermediário que o procura vender ao cliente final).
Também destinados ao consumidor final, mas com potencial menor alcance do que a estratégia digital. Alguns destes meios são mais eficazes no estímulo ao turismo interno (outdoors), enquanto outros são mais adequados ao turismo externo (ex.: feiras e revistas).
316 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
•Qualificação O desenvolvimento da qualidade do destino turístico está intimamente associada à qualificação dos recursos humanos. É fundamental assegurar uma evolução contínua neste fator, aproveitando as valências locais e o estímulo à qualificação e valorização pessoais.
•Especialização Associada à qualificação está a especialização. Cada componente da cadeia de valor do turismo exige competências e técnicas diferentes, desenvolvendo-se a necessidade de especializar determinadas tarefas e agentes. É relevante considerar esta variável em todo o processo de planeamento e preparação do destino, procurando uma evolução qualitativa dos produtos e serviços.
•Comunicação A capacidade de comunicar, bem como o esforço para perceber os interlocutores e fazer-se perceber são fundamentais nos profissionais do turismo, que operem no setor público e no setor privado. O domínio de línguas estrangeiras, principalmente o Inglês, mas também o Espanhol e o Francês, é cada vez mais necessário. Note-se que esta evolução continuará e já se nota a necessidade de línguas até agora pouco aprendidas, como o Alemão (maior mercado estrangeiro dos Açores).
•Soft Skills Diretamente relacionadas com a comunicação, o desenvolvimento das soft skills nos profissionais de turismo é determinante. A sua atividade depende da capacidade de interação com outras pessoas, da sua motivação e cativação. Faz parte da “arte de vender “o destino.
•Cultura
Os profissionais do turismo devem estar identificados com a Ribeira Grande e com a cultura de desenvolvimento turístico que se pretende implementar. Deverão inspirar-se na identidade da marca do destino e funcionar como agentes ativos de valorização do concelho.
Pessoas
•Agências de viagens São os meios mais utilizados tradicionalmente na procura internacional. São especializadas na gestão comercial da oferta turística e proporcionam o contacto direto com o consumidor final com a possibilidade da sugestão do destino.
•DMC (Destination Management Companies) São intermediários da cadeia de valor com ampla capacidade de integração de produtos e capacidade de desenvolvimento de serviços integrados, influenciando diversas atividades, desde o transporte ao alojamento e animação. Possuem um conhecimento profundo dos locais, tanto da oferta como da procura, proporcionando a estruturação e implementação de programas que valorizam o destino. Estão vocacionados para o desenvolvimento do negócio, pelo que é muito importante desenvolver um estratégia push adequada junto destes agentes, com ampla informação e definição de objetivos concretos.
•Operadores turísticos Estruturam programas e pacotes, em parcerias com outros intermediários. Apresentam um âmbito de atuação semelhante aos DMC, mas vocacionado para a componente turística, ou seja, para a experiência/consumo do turista. Possuem, assim, uma ampla rede de contactos e ligações especializadas.
•Centrais de reservas Agregam vários agentes do setor turístico, incluindo agentes de viagens, DMC e operadores turísticos, alavancando a capacidade de aquisição de serviços e produtos. São redes complexas e integradas, com uma vasta área de influência.
•Internet É o canal que mais cresce atualmente, com várias soluções com maior ou menor especialização. Tem uma grande facilidade de chegar a um vasto público com custos reduzidos, aumentando a projeção externa do destino. Permite a chegada direta ao consumidor final, podendo e devendo ser utilizado pelos agentes turísticos locais para apresentarem e distribuírem os seus produtos e serviços.
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Distribuição
317 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
•Focos de avaliação
‒ Infraestruturas de apoio
‒ Alojamento
‒ Restauração
‒ Atrações (naturais e culturais)
‒ Via pública e edifícios
•Características essenciais
‒ Entrega (deliverance) em conformidade com o prometido
‒ Conforto
‒ Segurança
‒ Limpeza e higiene
‒ Preservação ambiental
‒ Conservação dos equipamentos e património
‒ WOW factor (fator de deslumbramento)
‒ Apresentação e asseio
‒ Facilidade de acesso aos produtos e serviços
Evidência Física
•Bem intangível recorda-se pela experiência emocional.
•Procura heterogénea exigências e expetativas diversificadas.
•Produzido e consumido ao mesmo tempo necessidade de satisfação pela recordação/vivência.
•Sazonalidade gestão da procura e da oferta irregular ao longo do tempo.
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Processo
Preparação do destino
Informação
Desenvolvimento da oferta
Processo de venda
Receção ao turista
Valorização do destino
Os stakeholders locais devem, em conjunto, contribuir para preparar o destino para a atividade turística
Deve ser produzida informação pormenorizada, precisa e objetiva sobre todas as componentes do destino, incluindo fatores sociais e económicos.
A oferta deve ser estruturada e desenvolvida de acordo com o mercado, com os inputs da procura e com as definições estratégicas assumidas.
O processo de venda deverá estar em consonância com o que é anunciado e com o que é possível efetivamente entregar ao consumidor.
Garantir a satisfação do turista com os vários produtos, serviços e elementos ao seu dispor, incluindo a hospitalidade e gestão de expetativas.
Recolher inputs dos diferentes stakeholders, procurando o equilíbrio do destino, a melhoria constante, a qualificação e a preservação.
318 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
O site é um instrumento fundamental na promoção turística atual. Os destinos internacionais de referência têm investido fortemente nestes mecanismos, mantendo-se atualizados ao nível da tecnologia, design e usabilidade. No entanto, este é elemento onde a Ribeira Grande não tem apresentado a qualidade adequada. Na realidade existem dois sites distintos, http://turismo.cm-ribeiragrande.pt/ e http://visitribeiragrande.com/, que até têm informação contraditória, sendo que o segundo apenas apresenta pouca informação e poucas opções de navegação. É importante rever a estratégia de atuação e redesenhar este canal de promoção e distribuição, introduzindo mais e melhor informação, com melhor organização, detalhe e atualização. Este é um trabalho em desenvolvimento e que apresenta boas perspetivas (www.ribeiragrande.pt). Para benchmark, podem ser utilizadas as seguintes referências: Nova Escócia (www.novascotia.com) e Nova Zelândia (www.newzeland.com).
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Comunicação
Site Online
Social Media Online
A importância da internet levou à proliferação de sites e ao aumento substancial da importância dos motores de busca. O Search Engine Optimization (SEO) é uma técnica de otimização do sites e do seu conteúdo para serem mais facilmente detetados e relacionados com determinadas palavras-chave pelos motores de busca. Deste modo, conseguem mais facilmente aceder aos primeiros lugares em pesquisas, aumentando substancialmente a probabilidade de acesso dos internautas e/ou potenciais turistas. O SEO é atualmente uma das grandes armas na competitividade digital entre sites, pelo que deverá ser permanentemente monitorizado. Por exemplo, utilizando as palavras “Ribeira Grande Tourism” no motor de busca da Google, o site VisitRibeiraGrande não aparece nos 100 primeiros lugares, mas o topo da lista é ocupado pelo site http://turismo.cm-ribeiragrande.pt, que apresenta uma imagem e informação desatualizada. É algo que urge resolver e reformular para o desenvolvimento futuro.
SEO Online
O Google AdWords é outra ferramenta para aumentar a notoriedade de produtos, marcas ou empresas no mercado digital, através do relacionamento direto entre determinadas palavras (escolhidas pelo cliente) e o site. À medida que o internauta pesquisa estas palavras no motor de busca, o site é indicado nos resultados. Este mecanismo funciona no sistema pay per click, o que implica a alocação de um orçamento específico para este fim, e permite uma monitorização constante do número de visitas ao site resultantes da aplicação do mecanismo. Possibilita uma projeção segmentada, definindo-se o âmbito do público a alcançar. Esta é uma solução utilizada principalmente por empresas e sites de e-commerce, mas que se aplica aos restantes negócios, desde que o site tenha qualidade e capacidade suficiente para converter o internauta num cliente concreto. Este é, na realidade, o fator crítico, ou seja, a capacidade de converter potenciais clientes em clientes efetivos.
Google AdWords Online
As redes sociais são atualmente o meio que mais rapidamente propaga informação e o principal foco de word of mouth (boca a boca). É portanto, um canal que tem que ser explorado exaustivamente, com uma gestão profissional da informação e das ações de relações públicas. A informação deve ser atualizada e com permanente interatividade. Este é um canal fundamental para vários destinos turísticos, que assumem perfis exclusivos para o setor turístico. A Câmara Municipal da Ribeira Grande optou por concentrar a divulgação cultural e turística no perfil institucional do Facebook, o que poderá ter efeitos positivos no turismo interno, mas deixa amplamente descoberto o turismo externo. Nota-se que não há inclusivamente a tradução para Inglês da divulgação turística, mantendo apenas uma comunicação centrada no munícipe. Esta é uma estratégia que deve ser reavaliada, equacionando-se a utilização de outras redes sociais, nomeadamente Twitter, Pinterest ou Instagram.
319 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Com o advento do mundo digital, os flyers e as brochuras em papel perderam importância. Aliás, o alcance destes meios é reduzido e destina-se principalmente ao turismo interno. No entanto, o conceito de brochura, catálogo e flyer aplicado ao mundo digital resulta em brochureware, que não é mais do que ficheiros informativos em pdf, png, jpeg, entre outros, que permitem a visualização, o download e a partilha na web. Esta é uma excelente solução para apresentar, por exemplo, museus e a oferta cultural, trilhos, mapas e rotas. Na Ribeira Grande há muito trabalho para desenvolver neste campo. Já existem alguns ficheiros, mas estão dispersos, normalmente incompletos e pouco precisos. Existem várias atrações e atividades onde se perspetiva haver muito a ganhar com este mecanismo, que permitirá, igualmente, criar um portfólio importante de informação turística e valorizadora do destino.
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Brochureware Online
Multimédia Online
As operações mobile são as que mais crescem atualmente no setor turístico. Todos os gadgets móveis (ex: smartphones, tablets, etc.) com ligação à internet são potenciais pontos de venda de produtos turísticos e são recorrentemente utilizados para pesquisas sobre destinos turísticos específicos. A Ribeira Grande inovou recentemente ao desenvolver uma aplicação móvel com informação sobre o destino. Esta aplicação é efetivamente um excelente meio informativo, mas possui pouco valor acrescentado no aumento da notoriedade/divulgação do destino. A introdução na aplicação de um sistema de alerta, com a indicação e calendarização, por exemplo, de eventos da agenda cultural seria um mecanismo muito importante para divulgação turística. Deste modo, não será apenas um software esquecido no telemóvel, mas passará a ser um “despertador” permanente, que facilitará, eventualmente, o regresso de turistas, tanto internos como externos.
Mobile App Online
Os eventos possibilitam a prossecução de vários objetivos. Numa primeira dimensão, eventos como as festas tradicionais permitem a dinamização cultural e de entretenimento das localidades, envolvendo os cidadãos e proporcionando atrativos para os turistas. Por outro lado, alguns eventos temáticos favorecem a promoção de empresas, projetos inovadores ou tradicionais e setores de atividade, como a restauração ou a agricultura. Além disso, a organização de eventos mantém a agenda cultural preenchida, permitindo atenuar os efeitos da sazonalidade e estimular a economia local pontualmente. Com toda esta envolvência, é importante tirar partido destes acontecimentos para projetar a imagem externa do concelho, em particular quando se organizam/acolhem eventos com visibilidade internacional. O aproveitamento do Dia Mundial do Turismo é também uma forma de desenvolver o marketing interno e de preparar um evento e atividades com o propósito específico de promoção externa.
Eventos Offline
O desenvolvimento dos meios de comunicação online, em particular das redes sociais, acentuou a importância dos produtos multimédia. A facilidade de partilha de informação e de captação da atenção de potenciais consumidores tem proporcionado o aperfeiçoamento da utilização destes produtos e uma crescente especialização no seu desenvolvimento. A Câmara Municipal de Ribeira Grande tem recorrido a vários mecanismos que se enquadram nesta categoria, em particular através da fotografia e do vídeo. Recentemente, foi concebido um vídeo para divulgação na BTL, para além da apresentação de dois novos trilhos municipais pelo mesmo meio. Este tipo de trabalho deve ser intensificado com o foco especial no setor turístico, incluindo também paisagens, praias, museus, eventos, artesanato, nascentes termais e restaurantes. Deverão igualmente ser explorados outros produtos, como infografias, aplicações e jogos interativos (incluindo cenários gamificados).
320 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Através da participação em feiras, é possível atingir vários públicos-alvo. A escolha adequada das feiras a explorar é muito importante e deve ser desenvolvida antecipadamente, de acordo com os preceitos estratégicos de promoção turística do concelho. Por um lado, podem ser exploradas feiras onde o contacto primordial se realize com intermediários da cadeia de valor do turismo, nomeadamente grandes operadores turísticos, DMC ou agências de viagem. Por outro lado, existem outras feiras mais vocacionadas para o contacto direto com o consumidor final, cujos interesses informativos são diferentes. É, ainda, de considerar uma outra variável que tem a ver com a temática das feiras. Existem feiras especializadas em diferentes produtos turísticos (ex.: turismo de aventura), que permitem atingir targets muito específicos e bem definidos. Todos estes parâmetros são de importância capital na preparação da promoção turística de um destino, devendo ser cuidadosamente planeados e orçamentados.
4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos
Feiras Offline
Outdoors Offline
Do mesmo modo que as feiras, as revistas especializadas em turismo permitem chegar a um público vasto e com grande heterogeneidade de perfil. As revistas destinadas a produtos específicos (ex.: turismo náutico) favorecem uma comunicação mais assertiva para targets mais concretos. As dificuldades nestes meios é compreender realmente o perfil do consumidor, a abrangência da revista e o custo inerente à sua utilização. Por outro lado, os sites da especialidade aumentam substancialmente a exposição do destino e permitem uma potencial maior abrangência. Uma das formas de conseguir reviews e a projeção em revistas e sites especializados passa pela organização de fam tours (viagens de familiarização), trazendo jornalistas, bloggers e editores para conhecer o destino e vivenciar as principais experiências. Estas são “ações de charme”, que visam cativar os convidados, de modo a que possam colocar nos meios comunicacionais que exploram artigos e informações que promovam o destino.
Revistas e Sites da Especialidade Offline/Online
A publicidade boca a boca (word of mouth) é normalmente assumida como o melhor meio de promoção de qualquer coisa. É um meio que envolve um testemunho sobre uma experiência concreta, o que aporta mais confiança e “tangibilidade” ao que realmente esperar. Note-se que a competitividade é tão grande e as alegações de cada competidor são tão intrusivas e permanentes, que se torna necessário encontrar fontes fidedignas da informação. Manter o consumidor satisfeito e corresponder às suas expetativas é um passo fundamental para potenciar o word of mouth. A Web 2.0, em particular através das redes sociais e dos blogs, conferiu ainda mais importância a este meio de divulgação, podendo, em caso de má gestão da informação e das relações públicas, tornar-se muito pernicioso. É, assim, fundamental promover um acompanhamento permanente destes meios e avaliar o grau de satisfação dos turistas, promovendo intervenções onde necessário.
Word of Mouth Offline/Online
A utilização de outdoors deve perspetivar dois públicos-alvo diferentes, o turista interno e o turista externo. A colocação estratégica dos outdoors permite a divulgação, por exemplo, de eventos, acontecimentos ou novidades. São informações particularmente úteis para o turista interno. Por outro lado, informações mais genéricas, de divulgação da oferta global do destino, favorece a atração do turista externo que está em São Miguel e começa a explorar o destino. Este tipo de atuação coloca imediatamente a Ribeira Grande numa “luta” pela visibilidade com os restantes concelhos da ilha, pelo que é necessário antecipar adequadamente o ambiente competitivo que se registará. Os outdoors podem, também, servir de elementos qualificadores do destino, nomeadamente se integrarem, mensagens de boas vindas, informações pertinentes e úteis sobre o turismo local ou até inovações tecnológicas como o QR code para download da aplicação móvel desenvolvida pela Câmara Municipal.
5. Projetos Estratégicos para o
Desenvolvimento Turístico do
Concelho
322 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Índice
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321
1. Apresentação 7
2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21
3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44
4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98
6. Considerações Finais 332
7. Bibliografia 339
8. Anexos 346
323 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Dentro da visão estratégica definida para o concelho da Ribeira Grande e do
plano de ação proposto para a sua materialização, existem projetos de
diferentes dimensões, quer no investimento e esforço necessários, quer no
impacto esperado no destino. Os grandes projetos estruturantes para o
concelho estão intimamente ligados a duas variáveis fundamentais: por um
lado, os seus mais preciosos recursos, que influenciam também a proposta
de valor e o posicionamento do destino e, por outro lado, as grandes
debilidades atuais, como o alojamento. Vários destes projetos já vêm sendo
identificados há algum tempo, como a requalificação da orla marítima da
cidade, mas outros sugerem novidade na diversificação de serviços e
produtos e na capitalização e valorização de recursos endógenos.
Por várias vezes já se demonstrou e referiu que o concelho da Ribeira Grande
é extremamente rico nos seus recursos e detentor de um grande potencial
turístico. No entanto, o efetivo aproveitamento dessa riqueza e desse
potencial apenas será uma realidade se se conseguir dotar o concelho de
equipamentos, intervenções e serviços que lhe confiram atratividade e
capacidade competitiva para se diferenciar no mercado. Ressalve-se que este
é um momento-chave, por todo o contexto resultante do Quadro
Comunitário de Apoio 2014-2020 e da liberalização do espaço aéreo
regional. Se não for devidamente aproveitado, poderá representar a perda
de uma grande oportunidade para efetivar o salto qualitativo necessário no
desenvolvimento turístico da Ribeira Grande.
5.
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho
324 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
SPA Geotermal do Pico Vermelho
A Ribeira Grande é, atualmente, o único concelho dos Açores onde existe a exploração da energia geotérmica. Para além da sua função principal de
produção de energia elétrica, este tipo de atividade permite o desenvolvimento de projetos paralelos com elevado grau de diferenciação. A água
utilizada no processo pode ser aproveitada para criação ou aquecimento de piscinas e estâncias geotermais. O caso mais paradigmático é a Blue
Lagoon, na Islândia, que representa uma das principais atrações do turismo islandês, estimando-se que 80% dos turistas que visitam o país vão a essas
instalações. Dadas as características naturais dos Açores, há muito tempo que o turismo de saúde e bem-estar é apontado como um produto de grande
potencial, mas as explorações atuais, para além de pequenas, não têm procurado um posicionamento forte nesse mercado, optando por algo mais
mainstream. Um caso particular é o das Furnas, onde o Parque Terra Nostra e a Piscina da Dona Beija, apesar do potencial existente, posicionam-se nas
atividades recreativas e de diversão e não no segmento mais próximo da saúde. Assim, com as condições naturais existentes, a criação de um SPA
geotermal na Ribeira Grande em moldes semelhantes à Blue Lagoon, aproveitando a Central Geotérmica do Pico Vermelho, permitirá um
posicionamento completamente diferenciador da oferta existente nos Açores. Este é um projeto destinado segmentos específicos, permitindo a
penetração em mercados premium, de alto valor acrescentado, elevado impacto económico e indutores de um efeito multiplicador bastante profundo.
Este tipo de projeto âncora é definidor de uma oferta, sendo igualmente marcante pela capacidade de minimização dos efeitos sazonais.
Descrição
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho
• Localização: Conceição
• Horizonte temporal: Médio e longo prazo
• Grau de investimento: Elevado
• Importância na qualificação do destino: Muito elevado
325 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Conclusão do Passeio Atlântico
O Passeio Atlântico é um dos projetos mais importantes na requalificação urbanística e ambiental da cidade da Ribeira Grande. Num concelho com uma
relação histórica e próxima com o mar, a execução deste projeto permite um novo posicionamento do seu principal centro urbano e o surgimento de
inúmeras oportunidades de desenvolvimento, não só urbanístico e ambiental, mas também económico e social. O Passeio Atlântico é um projeto de
grande dimensão, programado originalmente para um horizonte temporal de médio e longo prazo, com a perceção assumida do grande potencial de
promoção turística inerente. Esta obra, quando concluída, representará inúmeras oportunidades de investimento, influenciando decisivamente o
comportamento da iniciativa privada, e representará um foco estruturante de desenvolvimento da oferta turística, de alojamento e de entretenimento.
Um dos mais importantes impactos deste projeto será decorrente do seu efeito multiplicador na economia local, contribuindo para a modernização da
cidade e para uma nova perspetiva de desenvolvimento. É, por isso, considerado um projeto-âncora para catapultar o setor turístico da Ribeira Grande
e estimular toda a iniciativa privada e empreendedora na preparação e disponibilização de uma oferta diferenciada, de qualidade e atrativa. Pela
localização e relacionamento com a envolvente, este projeto é particularmente importante para o turismo náutico, de Sol & Mar, cultural e
gastronómico. Note-se, ainda, o enquadramento único de relacionamento entre o mar, a praia, zonas verdes e o centro histórico que este projeto
poderá permitir, que, sendo devidamente estruturado, representa uma proposta de valor extremamente competitiva.
Descrição
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho
• Localização: Matriz/Conceição/Ribeira Seca
• Horizonte temporal: Médio e longo prazo
• Grau de investimento: Muito elevado
• Importância na qualificação do destino: Muito elevado
326 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Reabilitação da Praia do Monte Verde
Na sequência da requalificação da orla marítima da cidade da Ribeira Grande, a reabilitação da Praia do Monte Verde é uma das ações que contribuirá
para a melhoria da oferta turística. Esta praia apresenta uma localização estratégica para a cidade e um enquadramento natural privilegiado para
potenciar o desenvolvimento turístico e económico em seu redor. As condições naturais atribuem-lhe características únicas ao longo do ano, em
particular para alguns segmentos de mercado que já vêm sendo explorados na Ribeira Grande, como o surf. Para além disso, a extensão do areal
permite a definição de uma longa linha de zonas balneares de excelência, que se inicia no Areal de Santa Bárbara, percorre o Monte Verde e termina
nas piscinas municipais. Apesar de não existir uma continuidade perfeita, esta extensão é definidora da oferta e pode projetar definitivamente a Ribeira
Grande para um destino diferenciador e de referência, com uma diversidade muito interessante de recursos e equipamentos relacionados com a
oferta de Sol & Mar e turismo náutico desportivo. A área circundante apresenta um grande potencial de expansão e desenvolvimento, conferindo
oportunidades muito interessantes para o investimento privado e para a diversificação da oferta de serviços e comércio. Para além de atividades mais
tradicionais, o surgimento de projetos inovadores que tiram partido da proximidade e contacto com o mar é algo a ter em conta, permitindo a
diversificação da oferta turística e de serviços complementares. A talassoterapia é um exemplo do tipo de atividades diferenciadas e especializadas que
se podem desenvolver neste contexto, que por sua vez potencia o desenvolvimento de outro tipo de oferta, como restauração, fitness ou comércio.
Descrição
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho
• Localização: Conceição/Ribeira Seca
• Horizonte temporal: Médio prazo
• Grau de investimento: Médio
• Importância na qualificação do destino: Elevado
327 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Valorização do Centro Histórico
O centro histórico da Ribeira Grande apresenta um património imóvel de grande riqueza e singularidade. Para além disso, existem inúmeras unidades
culturais inseridas nesta área, com grande potencial turístico e capacidade de atratividade. Contudo, fruto de um desenvolvimento que privilegiou
outras prioridades, a estruturação da oferta turística não se processou de uma forma adequada, negligenciando a organização, a apresentação e a
própria experiência do turista no destino. Neste contexto, urge repensar a oferta turística e cultural no centro histórico da cidade, concebendo
mecanismos e adequando práticas que enriqueçam as vivências dos visitantes e induzam a sua permanência por mais tempo no concelho e na cidade.
Uma das formas de o conseguir é através da recuperação de algum património edificado, da integração da oferta cultural existente, da dinamização dos
equipamentos culturais (com mais interatividade) e da estruturação de rotas temáticas dentro da cidade. Este trabalho terá que ser articulado entre as
várias unidades disponíveis, mas também envolvendo os comerciantes da zona histórica. Sugerem-se, por exemplo, a Rota dos Moinhos de Água, a Rota
dos Passos Quaresmais e a Rota dos Museus, procurando envolver vários outros equipamentos, como sejam o Jardim do Paraíso, o Mercado Municipal
e os Paços do Concelho. É fundamental proporcionar a ocupação dos turistas e envolvê-los na experiência, não assumindo uma postura meramente
passiva na apresentação da oferta. Note-se que equipamentos como o Mercado Municipal carecem de “vida” e de adaptação do seu funcionamento à
atualidade, eventualmente, com a diversificação de serviços e animação cultural, abrindo também oportunidades à iniciativa privada.
Descrição
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho
• Localização: Conceição/Matriz
• Horizonte temporal: Médio prazo
• Grau de investimento: Médio
• Importância na qualificação do destino: Muito elevado
328 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Eco alojamento e campismo
O alojamento é uma das grandes lacunas na oferta do setor turístico da Ribeira Grande. Não existem grandes estabelecimentos hoteleiros, estando a
oferta concentrada no alojamento local e no turismo rural. No entanto, dada a nova projeção do concelho neste setor, este contexto até confere a
oportunidade para desenvolver uma oferta diferenciada e devidamente estruturada, com uma adaptação coerente à procura e às características
intrínsecas da Ribeira Grande. Dada a notória importância do turismo de natureza e da beleza da paisagem, a criação de eco alojamentos é
fundamental. Por um lado, será uma forma de diferenciar a oferta e, por outro, um meio de preservar o meio ambiente. A implementação de um eco
resort na Lagoa do Fogo é um projeto que já vem sendo planeado e a sua efetivação constituirá realmente uma mais-valia para o concelho. No entanto,
será necessário assegurar as condições ideais de proteção, preservação e conservação ambiental de toda a zona, dada a sensibilidade e importância
estratégica para o turismo local. Em complemento à oferta de eco alojamento, a exploração do campismo (na vertente ecológica e de ecoturismo)
adequa-se perfeitamente ao posicionamento no turismo de natureza e aventura. O desenvolvimento recente do turismo na Ribeira Grande está a
privilegiar este mercado, mas é notória a ausência de uma grande parte de campismo inserido na natureza. Existe uma exploração privada, Quinta das
Laranjeiras, e um parque público, no Porto Formoso, mas não existe uma estrutura que se enquadre verdadeiramente na tipologia de ecoturismo. Um
benchmark interessante é o Parque de Campismo de Cerdeira, situado no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Descrição
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho
• Localização: Serra de Água de Pau e Zona Poente
• Horizonte temporal: Médio prazo
• Grau de investimento: Elevado
• Importância na qualificação do destino: Elevado
329 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Campos de Golf
O Golf é um produto que ainda não afirmou todo o seu potencial no turismo dos Açores. Um dos fatores que tem limitado o seu desenvolvimento é a
falta de diversidade nos campos existentes. Em São Miguel, atualmente, apenas existem dois, sabendo-se que quando o turista do Golf procura um
destino perspetiva, no mínimo, uma semana de férias e uma rotação por cinco campos diferentes. A Ribeira Grande, pelas características do território e
localização geográfica, poderá tirar um vasto partido desta situação. Já foram várias vezes perspetivados investimentos no desenvolvimento do Golf no
concelho, nomeadamente com a implementação de dois campos, um nas imediações da Serra de Água de Pau (eventualmente, associado ao Eco
Resort da Lagoa do Fogo) e outro no Porto Formoso. Dada a integração do Campo de Golf da Batalha, a Ribeira Grande ficaria com três dos cinco
campos necessários, concentrando 60% da oferta para um segmento onde o turista tem um consumo muito elevado e procura produtos de grande
qualidade. Para além disso, as localizações referenciadas permitem uma diferenciação para a oferta disponível a nível internacional, quer pelo
ambiente e natureza circundante (perto da Lagoa do Fogo), quer pelo enquadramento nas proximidades do mar. Repare-se que, inclusivamente, estes
campos poderão potenciar o desenvolvimento local de pontos de elevadíssimo interesse turístico. O Porto Formoso, por exemplo, pelas oportunidades
concedidas pela Praia dos Moinhos e proximidade com as únicas plantações de chá da Europa, poderá alavancar oferta de alojamento e efetivar a sua
projeção como local estratégico para a oferta turística da Ribeira Grande.
Descrição
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho
• Localização: Imediações da Serra de Água de Pau/Porto Formoso
• Horizonte temporal: Longo prazo
• Grau de investimento: Elevado
• Importância na qualificação do destino: Elevado
330 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Rede Integrada de Turismo Rural e Alojamento Local
O Turismo em Espaço Rural e o Alojamento Local são, notoriamente, as duas tipologias de alojamento mais dinâmicas no concelho da Ribeira Grande.
De facto, existem unidades muito bem conseguidas e atrativas, que proporcionam experiências diferenciadas e enriquecedoras aos turistas. No
entanto, existe um claro défice na sua promoção, na apresentação ao consumidor e na exploração dos canais de distribuição e comunicação. Existem
várias referências da promoção integrada da oferta do turismo em espaço rural no centro da Europa, mencionando-se, por exemplo, a Polónia, onde o
agroturismo tem uma importância crescente. Este tipo de atuação favorece a coerência da mensagem e a identificação correta com o branding
territorial, permitindo, igualmente, ganhos de eficiência em todo o processo. Atualmente, a promoção da oferta da Ribeira Grande está dispersa,
incompleta e pouco cativante, necessitando de um trabalho de base com o efetivo envolvimento dos próprios promotores. Esta vertente terá que ser
trabalhada a vários níveis, desde a recolha de informação periódica, estruturação de um sistema funcional da rede, identificação e exploração de meios
comunicacionais e avaliação da sua eficiência. O objetivo deste trabalho é possuir uma base documentada e caracterizadora da oferta de alojamento
disponível, facilitando a apresentação ao potencial turista no planeamento da estadia. O fluxo de informação é, assim, o ponto crítico do processo,
procurando a atualização permanente e fidedignidade, de modo a conquistar a confiança no destino e na oferta apresentada. Para além da
estruturação em rede, a componente digital e web (na informação, promoção e processo de venda) é fulcral, exigindo um investimento adequado.
Descrição
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho
• Localização: Todo o concelho
• Horizonte temporal: Curto prazo
• Grau de investimento: Baixo
• Importância na qualificação do destino: Médio
331 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Azores Wellness Art Resort
O projeto Azores Wellness Art Resort (designação provisória) agrupará um conjunto de apartamentos turísticos de 4 estrelas e um empreendimento
hoteleiro de 3 ou 4 estrelas, com restaurante. Terá como foco o turismo de qualidade na vertente da saúde e bem-estar e da promoção da cultura e da
arte dos Açores. A componente de wellness terá uma intervenção personalizada e adaptada às necessidades específicas de cada cliente. Terá como
ponto de partida uma consulta média e análises de base, no ato de check-in na unidade de alojamento. De acordo com esta avaliação inicial será
estruturado um pacote de tratamentos, desde talassoterapia, tratamento de vias respiratórias, saunas e banhos medicinais, até exercícios físicos,
passeios pedestres, aulas de yoga ou massagens. A vertente artística será proporcionada pelo design interior, que servirá de expositor natural para o
artesanato e obras de arte criadas localmente. Permitirá mostrar ao turista elementos da história do concelho e da região, despertando o seu interesse
para conhecer melhor a cultura local. O investimento na Ribeira Grande deve-se à identificação de condições ótimas para o florescimento do mercado
de saúde e bem-estar, com mais-valias resultantes de visitas a zonas termais do concelho, como a Caldeira Velha ou as Caldeiras. Como oferta
diferenciada, contribuirá para a valorização do destino, captação de turistas e mitigação dos efeitos sazonais. Será um importante canal de promoção
de recursos, atividades e produtos locais, como as águas termais, golf, surf, laticínios, chá, doçaria tradicional e carne. A localização central do
empreendimento e a belíssima relação entre a paisagem rural e o mar são exemplos da valorização integrada das melhores características do concelho.
Descrição
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho
• Localização: Calhetas (Canada do Tanque)
• Horizonte temporal: Curto prazo
• Grau de investimento: Médio
• Importância na qualificação do destino: Médio
6. Considerações Finais
333 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Índice
6. Considerações Finais 332
1. Apresentação 7
2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21
3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44
4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321
7. Bibliografia 339
8. Anexos 346
334 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
6.
6. Considerações Finais
A decisão atual de diversificar a base económica do concelho da Ribeira
Grande apostando no desenvolvimento turístico perspetiva-se, efetivamente,
como assertiva. Pela sua dimensão, localização, características intrínsecas e
património tangível e intangível, a Ribeira Grande apresenta um potencial
turístico significativo. O próprio contexto atual é muito favorável a este
desígnio, aumentando consideravelmente a probabilidade de sucesso da
aplicação efetiva e estável de um estratégia concreta e com objetivos bem
definidos.
Este é um momento de transição para um novo paradigma, que inclui novas
variáveis e com efeitos ainda por conhecer. O Plano Operacional Açores 2020
acabou de ser aprovado e entrar em vigor, conferindo inúmeras
oportunidades de desenvolvimento sustentado pelos apoios comunitários.
Por inerência, entrou igualmente em vigor o Sistema de Incentivos para a
Competitividade Empresarial – Competir+, disponibilizando um novo
instrumento ao dispor das empresas e que potencia o investimento privado.
Ressalve-se, ainda, a liberalização do espaço aéreo regional e o início da
oferta dos serviços de companhias low cost, o que confere um novo contexto
às acessibilidades regionais, com profundos impactos esperados no volume e
na tipologia da procura. Note-se que todos estes elementos se conjugam e
perspetivam uma alteração transversal nas dinâmicas fundamentais do
mercado turístico, induzindo não só mutações na procura, mas também a
necessária adaptação da oferta.
335 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
6. Considerações Finais
No entanto, existem, igualmente, inúmeros desafios a ultrapassar e que
implicam uma reestruturação global da oferta, mas também a preparação da
população e a adequação de várias condições básicas de suporte à atividade
turística. Na realidade, uma das maiores debilidades locais e que pode obstar
ao desenvolvimento turístico é, precisamente, a baixa qualificação da
população e a falta de preparação cultural e técnica para o setor dos
serviços, em geral, e para a atividade turística, em particular. Apesar da
notória habilidade no que concerne à hospitalidade e à simplicidade de
relacionamento, a generalidade dos indivíduos não está ainda consciente da
postura necessária para a receção, tratamento, conceção da oferta e
condições de prestação do serviço ao turista. Note-se que o setor turístico é
extremamente competitivo e dentro do destino “Açores” já existem
concelhos e localidades com o desenvolvimento turístico muito superior ao
da Ribeira Grande, o que, por si só, indica a necessidade de aplicar esforços
redobrados na atratividade local. Este trabalho terá que ser transversal a
toda as atividades, implicando um elevado nível de iniciativa e dinamismo no
setor privado, aliado à capacidade de liderança da intervenção pública.
Mesmo atividades e setores que apresentam tradicionalmente uma boa
performance, como a restauração, terão que desenvolver a sua oferta e
acompanhar a qualificação do destino. Este comportamento será
fundamental para potenciar o importante efeito multiplicador que existe no
setor turístico e induzir mutuamente a capacidade de evolução entre os
vários setores de atividade.
Os elementos naturais são claramente o recurso mais valioso e com maior
capacidade de projeção e atratividade do concelho. É notória, do lado da
procura, uma grande satisfação, surpresa e contentamento com a qualidade
paisagística e natural existente. É particularmente curioso perceber que o
“choque com a realidade” (o efeito surpresa) é realmente profundo no que
respeita ao enquadramento natural, sendo a paisagem o fator de
atratividade mais mobilizador, por larga margem, da satisfação dos turistas.
Este é um ponto fundamental por vários motivos, que se prendem com a
estruturação da oferta, com a diferenciação e promoção do destino, mas
também com a preservação ambiental e proteção dos recursos.
336 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Em relação à oferta, este contexto permite identificar claramente um fator
diferenciador e potenciador da criação de experiências e vivências únicas,
marcantes e valorizadoras do destino. Para aproveitar todo este potencial,
será necessário desenvolver alojamentos e produtos turísticos diversificados
que mantenham o turista em contacto com a natureza, que o envolvam
emocionalmente e o cativem para a repetição da experiência. Tanto a visão
dos agentes do setor turístico, como a atual atuação da Câmara Municipal de
Ribeira Grande, como também as características identificadas na procura
apontam definitivamente para um posicionamento deste tipo e que permita
explorar segmentos de mercado como a aventura e o ecoturismo.
Não obstante, a riqueza da Ribeira Grande está longe de se esgotar na
natureza. O património imóvel e cultural existente em todo o concelho é de
extrema relevância turística, conferindo oportunidades de estruturação de
vários produtos turísticos relacionados com o touring cultural. O núcleo
museológico é diversificado, mas a apresentação da oferta carece de uma
maior integração, do estabelecimento de mais sinergias entre as diferentes
unidades e a implementação de atividades mais interativas. O património
imóvel permite a conceção de várias rotas temáticas, que irão, certamente,
aumentar o interesse pela cultura local e o tempo de permanência dos
turistas. Este é, porventura, o produto mais desenvolvido na Ribeira Grande,
mas que também necessita de se reinventar e readaptar às novas
características da procura.
6. Considerações Finais
337 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
6. Considerações Finais
Por todo o concelho existem vários eventos e festividades que, com a sua
peculiaridade, permitem aumentar o grau de atratividade local. A Ribeira
Grande possui, atualmente, um cartaz de eventos marcante, que envolve
momentos icónicos como as Cavalhadas, o Cantar às Estrelas, a Feira
Quinhentista, o Festival do Monte Verde e a recentemente recuperada Festa
da Flor. Uma grande parte das festividades existentes possui uma profunda
carga religiosa, que define a população e representa um elemento
característico adicional. A importância da religião católica no concelho é
realmente notória, tanto no património material como imaterial. Existem
vários edifícios sinalizados, que poderão constituir uma ou mais rotas de
grande interesse para vários nichos de mercado e potenciar, por exemplo, o
turismo sénior. Por outro lado, a genuinidade e a singularidade de algumas
festividades, como o Espírito Santo ou as Festas de São Pedro, aumentam o
grau de diferenciação do destino e atribuem-lhe atrativos singulares e
distintivos. Não obstante esta diversidade de eventos, nota-se a dificuldade
de “distribuir” a atividade por todo o ano, de forma a reduzir os efeitos da
sazonalidade. A época de verão é claramente a que mais concentra eventos e
festividades, indicando a margem existente para desenvolver a oferta em
épocas de menor intensidade turística e que sirva de atrativo extra.
Um dos recursos turísticos onde a relação entre o potencial existente e o
efetivo aproveitamento é mais baixo é o mar. Existem condições naturais de
excelência, mas só recentemente o concelho tem conseguido maior projeção
através do mercado do surf. A náutica desportiva poderá ser o principal
produto da Ribeira Grande neste mercado, em particular pelas condições
oferecidas pelo mar. O iatismo e a náutica de recreio apresentam-se também
como produtos bastante importantes a desenvolver, considerando as novas
condições do Porto de Rabo de Peixe. Contudo, existem ainda várias lacunas
a colmatar no que concerne aos serviços de suporte e à capacidade de
desenvolvimento da oferta. Por outro lado, a qualidade das zonas balneares,
nomeadamente o Areal de Santa Bárbara e a Praia dos Moinhos, garantem
uma boa oferta para o mercado de Sol & Mar, que ainda poderá ser
melhorada com uma adequada reabilitação da Praia do Monte Verde.
338 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
6. Considerações Finais
É ainda de destacar o enorme potencial que existe por aproveitar no setor do
turismo de saúde e bem-estar. A Ribeira Grande possui um enquadramento
único em toda a Região, que lhe permite desenvolver uma oferta de
qualidade, diferenciada e extremamente competitiva. A exploração da
energia geotérmica abre a oportunidade para a estruturação de projetos
estratégicos paralelos e valorizadores do destino, com características
singulares e em linha com uma das principais tendências turísticas mundiais,
a sustentabilidade ambiental. É, no entanto, necessário desenvolver toda a
envolvência deste mercado, que é extremamente exigente desde o processo
de planeamento dos projetos até à prestação do serviço, envolvendo uma
grande necessidade de mão-de-obra especializada e qualificada.
Em termos globais, o concelho da Ribeira Grande detém excelentes
condições para o desenvolvimento da oferta turística, com destaque para os
produtos relacionados com a natureza, a cultura, a náutica e o bem-estar. É
percetível, e deve ser assumido, que há muito trabalho a realizar para
estimular a capitalização do potencial existente, implicando a necessária
redefinição do destino e do seu posicionamento. Com este planeamento
estratégico, pretendeu-se exatamente isso, demonstrando-se, com dados e
argumentos concretos, para além de análises pormenorizadas, a construção
meticulosa de uma proposta de valor diferenciadora para o concelho. Os
grandes objetivos a perseguir relacionam-se com a preparação do destino, o
aumento dos turistas e da sua permanência, a melhoria da experiência e a
adequada promoção da oferta junto dos targets definidos. É, assim, com
base nestas premissas que o desenvolvimento turístico da Ribeira Grande no
horizonte 2015-2020 deve ser promovido, conjugando os esforços locais com
o alinhamento regional e com o desenvolvimento global da oferta do destino
“Açores”.
7. Bibliografia
340 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Índice
7. Bibliografia 339
1. Apresentação 7
2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21
3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44
4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321
6. Considerações Finais 332
8. Anexos 346
341 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
7. Bibliografia
•Câmara Municipal da Ribeira Grande (1998). Ribeira Grande. Publiçor, Ponta
Delgada.
•Câmara Municipal da Ribeira Grande (2007). Ribeira Grande: Município 500
anos 1507-2007. Publiçor, Ponta Delgada.
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•Couto et. al (2009). Marketing Turístico: Conceitos e Tendências.
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•MEE (2013). Plano Estratégico Nacional do Turismo – Revisão e objetivos
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disponível em:
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•SEBRAE (2008). Cadeia produtiva do turismo: Cenários económicos e
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•SNV (2010). Value Chain Development for Tourism Destinations: A practical
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http://www.hitt-initiative.org/wp/wp-content/uploads/2011/11/GHTDP-VCD-Guidelines.pdf
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•SPI (2015). Ribeira Grande: Plano Estratégico e Operacional de
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•THR (2006). 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento do Turismo
em Portugal: Turismo de Natureza. Turismo de Portugal, Lisboa, disponível:
http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/turismodeportugal/publicacoe
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7. Bibliografia
343 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
•THR (2006). 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento do Turismo
em Portugal: Turismo Náutico. Turismo de Portugal, Lisboa, disponível em:
http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/turismodeportugal/publicacoes/Documents/Turismo%20Nautico%202006.pdf
•THR (2006). 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento do Turismo
em Portugal: Saúde e Bem-Estar. Turismo de Portugal, Lisboa, disponível em:
http://www.turismodeportugal.pt/PORTUGU%C3%8AS/TURISMODEPORTUGAL/PUBLICACOES/Documents/Saude%20e%20bem-estar%202006.pdf
•THR (2006). 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento do Turismo
em Portugal: Sol & Mar. Turismo de Portugal, Lisboa, disponível em:
http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/turismodeportugal/publicacoes/Documents/Sol%20e%20Mar%202006.pdf
•THR (2006). 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento do Turismo
em Portugal: Touring Cultural e Paisagístico. Turismo de Portugal, Lisboa,
disponível em:
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•Turismo de Portugal (2015). Turismo 2020 – Plano de Ação para o
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•UNWTO (2013). UNWTO Annual Report 2012. UNWTO, Madrid, disponível
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http://dtxtq4w60xqpw.cloudfront.net/sites/all/files/pdf/annual_report_2012.pdf
•UNWTO (2013). Sustainable Tourism for Development Guidebook,
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http://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---ed_dialogue/---sector/documents/publication/wcms_216669.pdf
•UNWTO (2014). UNWTO Tourism Highlights – 2014 edition. UNWTO,
Madrid, disponível em:
http://mkt.unwto.org/publication/unwto-tourism-highlights-2014-edition
•UNWTO (2014). UNWTO Annual Report 2013, UNWTO, Madrid, disponível:
http://dtxtq4w60xqpw.cloudfront.net/sites/all/files/pdf/unwto_annual_report_2013_0.pdf
•WTTC (2012). The comparative economic impact of travel & tourism. WTTC,
Londres, disponível em:
http://www.wttc.org/-/media/files/reports/benchmark%20reports/the_comparative_economic_impact_of_travel__tourism.pdf
•WTTC (2013). Tourism for Tomorrow: The WTTC Perspective. WTTC,
Londres, disponível em:
http://www.wttc.org/-/media/files/reports/mission/tourism%20for%20tomorrow%20-%20final_rgb.pdf
•WTTC (2013). Benchmarking Travel & Tourism – Global Summary. WTTC,
disponível em:
http://www.wttc.org/-/media/files/reports/benchmark%20reports/2013_global_summary_1.pdf
7. Bibliografia
344 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
•WTTC (2014). Travel & Tourism: Economic impact 2014. WTTC, Londres,
disponível em:
http://www.wttc.org/-/media/files/reports/economic%20impact%20research/regional%20reports/world2014.pdf
•Yeoman, I. (2011). Tomorrow’s Tourist: Scenarios & Trends. Routledge,
Future Foundation, Advances in tourism research series, cap. 4, pp. 35,
London.
•Decreto Regulamentar Regional n.º 17/2006/A, de 10 de abril. Plano Diretor
Municipal da Ribeira Grande. Diário da República n.º 71, Série-B I de 2006-
04-10.
•Decreto Legislativo Regional n.º 38/2008/A, de 11 de agosto. Plano de
Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores. Diário da República
n.º 154, Série I de 2008-08-11. Região Autónoma dos Açores – Assembleia
Legislativa Regional.
•Decreto Legislativo Regional n.º 13/2010/A, de 7 de abril. Suspensão parcial
do Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores
(POTRAA), aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 38/2008/A, de 11
de Agosto. Diário da República n.º 6, Série I de 2010-04-07. Região Autónoma
dos Açores – Assembleia Legislativa Regional.
•Resolução do Conselho do Governo n.º 61/2010, de 13 de maio de 2010.
Presidência do Governo Regional. Jornal Oficial da Região Autónoma dos
Açores n.º 76, I Série, de 2010-05-13.
•Portaria n.º 102/2010, de 28 de outubro de 2010. Secretaria Regional da
Economia. Jornal Oficial da Região Autónoma dos Açores n.º 172, I Série, de
2010-10-28.
Legislação
7. Bibliografia
345 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Websites
•Banco de Portugal (BPStat): www.bportugal.pt/estatisticasweb
•Instituto Nacional de Estatística: www.ine.pt
•Instituto Canário de Estadística: www.gobiernodecanarias.org/istac/
•Serviço Regional de Estatística dos Açores: http://estatistica.azores.gov.pt/
•Turismo de Portugal – PROTURISMO:
www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/ProTurismo/Pages/ProTurism
o.aspx
•World Travel & Tourism Council – Economic Data Search Tool:
www.wttc.org/focus/research-for-action/economic-data-search-tool/
•http://turismo.cm-ribeiragrande.pt
•www.azores.gov.pt
•www.bluelagoon.com
•www.cm-ribeiragrande.pt
•www.europeseniortourism.eu
•www.inventario.iacultura.pt
•www.observatorioturismoacores.com
•www.reservamonteverde.com
•www.rotadabairrada.pt
•www.thalassoportugal.com
•www.thefreedomtrail.com
•www.turismodeportugal.pt
•www.turismoindustrial.cm-sjm.pt
•www.virtualheb.co.uk
•www.visitribeiragrande.pt
•www.zonnorthcanyon.com
Bases Estatísticas Online
7. Bibliografia
8. Anexos
347 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Índice
8. Anexos 346
Anexo I – Agentes turísticos entrevistados 348
Anexo II – Mapa turístico do concelho 349
Anexo III – Percursos Propostos no Centro Histórico da Ribeira Grande 350
Anexo IV – Catálogo de fotografias ASA – Action Sports Azores 351
1. Apresentação 7
2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21
3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44
4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98
5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321
6. Considerações Finais 332
7. Bibliografia 339
348 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Anexo I – Agentes Turísticos Entrevistados
Albano Cymbron Diretor Agência de Viagens Melo
Cargo Instituição Nome
Ana Rodrigues Presidente da Direção ATURG – Associação de Turismo da Ribeira Grande
André Raposo Empresário Azorean Mountain Bike Tours
Carlos Silva Empresário Restaurante “O Silva”
Denis Correia Empresário Azores Magic Tours
Horácio Franco Presidente da Comissão Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada – a Comissão Especializada no Turismo
Jan Delius Empresário Casa “Mãe de Água”
Jorge Rita Presidente da Direção Associação Agrícola de São Miguel
Luís Jerónimo Diretor Agência de Viagens Francisco Martins
Nuno Costa Presidente da Direção AEDRG – Associação Empresarial da Ribeira Grande
Marta Pires Administradora Executiva Grupo Bensaúde
Paulo Medeiros Empresário Restaurante da Associação Agrícola de São Miguel
Rosa Costa Vendas e Marketing Futurismo
Ruben Farias Presidente Clube Naval de Ponta Delgada
Rui Faria Chefe de Divisão Câmara Municipal de Ribeira Grande – Divisão de Cultura
Rui Medeiros Empresário Azores Private Tours
Sarah Santos Empresária Harmony Trail Azores
Serafina Silva Guia Turístico Freelancer
Sónia Moniz Coordenadora Câmara Municipal de Ribeira Grande – Posto de Turismo
Francelina Silva Responsável de Operações MB Travel
Susana Tiago Coordenadora Museu do Tabaco
349 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Anexo II – Mapa Turístico do Concelho
Este anexo localiza de forma detalhada as zonas turísticas identificadas no
capítulo 4.2.1. e o património referenciado no capítulo 4.2.2. para além de
outros equipamentos e atrações turísticas. A consulta ao pormenor e com a
respetiva legenda deverá ser realizada através do ficheiro em suporte digital
fornecido com este documento.
350 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Anexo III – Percursos Propostos no Centro Histórico da Ribeira Grande
Este anexo define uma perspetiva mais pormenorizada sobre o
centro histórico da cidade, zona de fundamental valorização
para qualquer destino turístico (principalmente quando um dos
produtos turísticos é relacionado com a cultura). Apresenta
uma proposta de organização dos percursos a oferecer, de
modo a estruturar a oferta e a aumentar a permanência do
turista. A consulta ao pormenor e com a respetiva legenda
deverá ser realizada através do ficheiro em suporte digital
fornecido com este documento.
Percurso da Rua Direita
Percurso dos Moinhos de Água da Condessa
Percurso dos Passos Quaresmais
Percurso da Frente Marítima
Percurso das Praças/Largos/Jardins
Serviços de Referência
Passos Quaresmais
Moinhos da Condessa
Património de Referência
351 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Anexo IV – Catálogo de Fotografias ASA - Action Sports Azores
No desenvolvimento deste documento foram utilizadas imagens e fotografias
de diferentes fontes. Para além da utilização de material recolhido pela
Fundo de Maneio e pela M-arquitetos, utilizaram-se imagens retiradas do
site www.flaticon.com, recorreu-se ao vasto portfólio de imagens da Câmara
Municipal de Ribeira Grande e, pontualmente, de forma exemplificativa, a
imagens de sites institucionais de entidades referenciadas ao longo do texto.
Não obstante, ressalva-se um agradecimento especial à Associação ASA –
Action Sports Azores, que gentilmente cedeu várias imagens que foram
incorporadas no documento. As fotografias utilizadas encontram-se nas
seguintes páginas: 3, 5, 7, 21, 44, 67, 98, 100, 101, 111, 119, 133, 193, 194,
195, 196, 201, 202, 205, 234, 252, 271, 293, 369, 376, 380, 384, 387 e 394.
As imagens são as que se seguem.
352 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande
Anexo IV – Catálogo de Fotografias ASA - Action Sports Azores