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PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA CADERNO II – Informação de Base Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Palmela, Setúbal e Sesimbra Dezembro de 2007

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PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA

FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS

CONCELHOS DE

PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

CADERNO II – Informação de Base

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Dezembro de 2007

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

2

NOTA PRÉVIA

O presente Plano Intermunicipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios dos Concelhos de

Palmela, Setúbal e Sesimbra foi elaborado pela Comissão Municipal de Defesa da Floresta

Contra Incêndios (CMDFCI) dos respectivos concelhos com base nas normas definidas pela

Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF, 2007a; DGRF, 2007b).

EQUIPA TÉCNICA - AFLOPS

Coordenação Executiva e Institucional

Nuno Santos Fernandes

Coordenação Técnica Geral

Vanda Acácio

Dispositivo Operacional DFCI

Diogo d´Ajuda Direcção de Equipa Técnica

Nuno Oliveira

Francisca Costa Lima

Equipa Técnica

Joana dos Reis de Oliveira

Luís Botica

Filipa Vidas

Nélia Aires

António Paula Soares

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

3

Índice

1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA ...................................................................................................................5 1.1. Enquadramento Geográfico e Administrativo....................................................................................5

1.1.1. Palmela .....................................................................................................................................5 1.1.2. Setúbal ......................................................................................................................................6 1.1.3. Sesimbra ...................................................................................................................................7

1.2. Modelo Digital de Terreno.................................................................................................................8 1.3. Declives...........................................................................................................................................10 1.4. Exposição........................................................................................................................................11 1.5. Hidrografia.......................................................................................................................................12

2. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA .........................................................................................................14 2.1. Rede Climatológica .........................................................................................................................14 2.2. Temperatura....................................................................................................................................15 2.3. Humidade........................................................................................................................................16 2.4. Precipitação ....................................................................................................................................18 2.5. Ventos dominantes .........................................................................................................................19

3. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO................................................................................................22 3.1. População residente por censo e freguesia e densidade populacional ..........................................22 3.2. Índice de envelhecimento e sua evolução ......................................................................................24 3.3. População por sector de actividade ................................................................................................25 3.4. Taxa de Analfabetismo ...................................................................................................................26

4. CARACTERIZAÇÃO DO USO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS ........................................................28 4.1. Ocupação do Solo...........................................................................................................................28 4.2. Povoamentos Florestais..................................................................................................................32 4.3. Áreas protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal...............................................................36

4.3.1. Áreas Protegidas.....................................................................................................................36 4.3.2. Rede Natura 2000 ...................................................................................................................40 4.3.3. RAN e REN .............................................................................................................................44 4.3.4. Regime Florestal .....................................................................................................................47

4.4. Instrumentos de gestão florestal .....................................................................................................50 4.5. Zonas de recreio florestal, caça e pesca.........................................................................................51

4.5.1. Zonas de recreio florestal ........................................................................................................51 4.5.2. Zonas de caça e pesca ...........................................................................................................55

4.6. Romarias e Festas ..........................................................................................................................58 4.6.1. Palmela ...................................................................................................................................59 4.6.2. Setúbal ....................................................................................................................................60 4.6.3. Sesimbra .................................................................................................................................62

5. ANÁLISE DO HISTÓRICO E DA CASUALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS...........................63 5.1. Palmela ...........................................................................................................................................63

5.1.1. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Anual .....................................................................63 5.1.2. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Mensal...................................................................67 5.1.3. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Semanal ................................................................68 5.1.4. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Diária .....................................................................69 5.1.5. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Horária...................................................................71 5.1.6. Área Ardida por Tipo de Coberto Vegetal ...............................................................................73 5.1.7. Área Ardida e Ocorrências por Classes de Extensão .............................................................74 5.1.8. Pontos de Início e Causas.......................................................................................................75 5.1.9. Fontes de Alerta ......................................................................................................................77

5.2. Setúbal............................................................................................................................................78 5.2.1. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Anual .....................................................................78

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

4

5.2.2. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Mensal...................................................................82 5.2.3. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Semanal ................................................................84 5.2.4. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Diária .....................................................................85 5.2.5. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Horária...................................................................87 5.2.6. Área Ardida por Tipo de Coberto Vegetal ...............................................................................89 5.2.7. Área Ardida e Ocorrências por Classes de Extensão .............................................................90 5.2.8. Pontos de Início e Causas.......................................................................................................91 5.2.9. Fontes de Alerta ......................................................................................................................92

5.3. Sesimbra.........................................................................................................................................94 5.3.1. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Anual .....................................................................94 5.3.2. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Mensal...................................................................97 5.3.3. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Semanal ................................................................99 5.3.4. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Diária ...................................................................100 5.3.5. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Horária.................................................................102 5.3.6. Área Ardida por Tipo de Coberto Vegetal .............................................................................104 5.3.7. Área Ardida e Ocorrências por Classes de Extensão ...........................................................104 5.3.8. Pontos de Início e Causas.....................................................................................................105 5.3.9. Fontes de Alerta ....................................................................................................................106

5.4. Breve análise comparativa............................................................................................................108 5.5. Grandes Incêndios ........................................................................................................................109

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................111 7. CARTOGRAFIA ...................................................................................................................................113

Mapa 20 – Mapa do Enquadramento Geográfico dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra ...114 Mapa 21 – Mapa Hipsométrico dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra ...............................115 Mapa 22 – Mapa de Declives dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra..................................116 Mapa 23 – Mapa de Exposições dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra .............................117 Mapa 24 – Mapa Hidrográfico dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra .................................118 Mapa 25 – Mapa da População Residente por Censos e Freguesia (1981/1991/2001) e Densidade Populacional (2001) dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra ................................................119 Mapa 26 – Mapa de Índice de Envelhecimento (1981/1991/2001) e a sua Evolução (1981-2001) dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra........................................................................................120 Mapa 27 – Mapa da População por Sector de Actividade (2001) dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra..............................................................................................................................................121 Mapa 28 – Mapa da Taxa de Analfabetismo (1981/1991/2001) dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra..............................................................................................................................................122 Mapa 29 – Mapa de Uso e Ocupação do Solo dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra........123 Mapa 30 – Mapa dos Povoamentos Florestais dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra .......124 Mapa 31 – Mapa das Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra...............................................................................................................125 Mapa 33 – Mapa de Zonas de Recreio Florestal e Caça dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra..............................................................................................................................................126 Mapa 34 – Mapa das Áreas Ardidas – Distribuição Anual dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra (1990-2006) .........................................................................................................................127 Mapa 35 – Mapa dos Pontos de Início e Causas dos Incêndios (2001-2006) dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra...............................................................................................................128 Mapa 36 – Mapa dos Grandes Incêndios (área>100 ha) – Distribuição Anual dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra...............................................................................................................129

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

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MAPA DOENQUADRAMENTO

GEOGRÁFICODO CONCELHODE PALMELA

PALMELA

MONTIJO

SETUBAL

ALCOCHETE

MOITA

POCEIRÃO

MARATECA

PALMELA

PINHAL NOVO

QUINTA DO ANJO

Metros4000200002000

125000

125000

130000

130000

135000

135000

140000

140000

145000

145000

150000

150000

155000

155000

1750

00

175000

1800

00

180000

1850

00

185000

1900

00

190000

1950

00

195000

2000

0 00000

ConcelhosFreguesias

Limites Administrativos:

N

EnquadramentoNacional:

DistritosConcelhos LimítrofesPalmela

1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

1.1. Enquadramento Geográfico e Administrativo

Os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra localizam-se na Região da Península de Setúbal,

distrito de Setúbal, e Núcleo Florestal do Sul, Circunscrição Florestal do Ribatejo, Oeste e Área

Metropolitana de Lisboa (AML).

1.1.1. Palmela

O concelho de Palmela é limitado a Norte, Nordeste e Noroeste pelos concelhos de Benavente,

Alcochete e Montijo, a Este pelo concelho de Vendas Novas, a Oeste pelos concelhos de Moita e

Barreiro, e a Sul, Sudeste e Sudoeste pelos concelhos de Alcácer do Sal e Setúbal (Figura 1).

Figura 1. Enquadramento geográfico do concelho de Palmela e concelhos limítrofes

O concelho de Palmela tem aproximadamente 46285 ha de área, subdividida

administrativamente em cinco freguesias: Palmela, Poceirão, Pinhal Novo, Quinta do Anjo, e

Marateca (Quadro 1). A sede de concelho localiza-se na freguesia de Palmela, que representa

cerca de 16.54% da área total do concelho.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

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SetúbalConcelhos LimítrofesDistritos

EnquadramentoNacional:

Limites Administrativos:

FreguesiasConcelhos

PALMELA

SESIMBRA

SETUBAL

BARREIRO

SADOS. LOURENCO

S. SIMÃO S. SEBASTIÃO

GÂMBIA - PONTES - ALTO DA GUERRA

NOSSA SENHORADA ANUNCIADA

S. JULIÃO

S. MARIADA GRAÇA

MAPA DOENQUADRAMENTO

GEOGRÁFICODO CONCELHODE SETÚBAL

N

Projecção rectangular de GaussElipsóide de Hayford, Datum Lisboa

Coordenadas Hayford-Gauss

0 4 8 Km

120000

120000

125000

125000

130000

130000

135000

135000

140000

140000

145000

145000

155000

155000

160000

160000

165000

165000

170000

170000

175000

175000

180000

180000

Quadro 1. Enquadramento administrativo do concelho de Palmela

Circunscrição Florestal

Núcleo Florestal Distrito Concelho Freguesia Área (ha)*

Palmela 7 654

Poceirão 15 122

Pinhal Novo 5 440

Quinta do Anjo 5 113

Marateca 12 956

Sul

Ribatejo, Oeste e Área

Metropolitana de Lisboa

Setúbal Palmela

Total Concelho 46 285

*Fonte: CAOP (Carta Administrativa Oficial de Portugal)

1.1.2. Setúbal

O concelho de Setúbal é limitado a Oeste pelo concelho de Sesimbra, a Noroeste pelo concelho

do Barreiro e a Norte e Nordeste pelo concelho de Palmela (Figura 2).

Figura 2. Enquadramento geográfico do concelho de Setúbal e concelhos limítrofes

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PALMELA

SESIMBRASETUBAL

SEIXAL

ALMADA

BARREIRO

CASTELO

SANTIAGO

QUINTA DOCONDE

Projecção rectangular de GaussElipsóide de Hayford, Datum Lisboa

Coordenadas Hayford-Gauss

N

MAPA DOENQUADRAMENTO

GEOGRÁFICODO CONCELHODE SESIMBRA

ConcelhosFreguesias

Limites Administrativos:

EnquadramentoNacional:

DistritosConcelhos LimítrofesSesimbra

105000

105000

110000

110000

115000

115000

120000

120000

125000

125000

160000

160000

165000

165000

170000

170000

175000

175000

1800

00

180000

0 2 4 6 Km

O concelho de Setúbal tem aproximadamente 17185 ha de área, subdividida administrativamente

em oito freguesias: S. Simão, Nossa Senhora da Anunciada, S. Lourenço, S. Sebastião, Gâmbia-

Pontes-Alto da Guerra, S. Maria da Graça, S. Julião e Sado (Quadro 2).

Quadro 2. Enquadramento administrativo do concelho de Setúbal

Circunscrição Florestal

Núcleo Florestal Distrito Concelho Freguesia Área (ha)*

São Simão 2 206

Nossa Sr.ª da Anunciada 2 699

São Lourenço 4 723

São Sebastião 1 909

Gâmbia –Pontes - Alto da Guerra

2 770

St. Maria da Graça 225

São Julião 404

Sado 2 247

Sul Ribatejo, Oeste e Área Metropolitana

de Lisboa Setúbal Setúbal

Total Concelho 17 185

*Fonte: CAOP (Carta Administrativa Oficial de Portugal) 1.1.3. Sesimbra O concelho de Sesimbra é limitado a Este pelo concelho de Setúbal e a Norte pelos concelhos

de Almada, Seixal e Barreiro (Figura 3).

Figura 3. Enquadramento geográfico do concelho de Sesimbra e concelhos limítrofes

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

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O concelho de Sesimbra tem aproximadamente 19500 ha de área, subdividida

administrativamente em 3 freguesias: Castelo, Santiago e Quinta do Conde (Quadro 3).

Quadro 3. Enquadramento administrativo do concelho de Sesimbra

Circunscrição Florestal

Núcleo Florestal Distrito Concelho Freguesia Área (ha)*

Castelo 17 906

Santiago 199 Sul

Ribatejo, Oeste e Área

Metropolitana de Lisboa

Setúbal Sesimbra

Quinta do Conde 1 395

Total Concelho 19 500

*Fonte: CAOP (Carta Administrativa Oficial de Portugal)

O enquadramento geográfico está representado no Mapa 20 – Mapa do Enquadramento

Geográfico dos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia).

1.2. Modelo Digital de Terreno

A fisiografia gera variações climáticas que influenciam a distribuição e composição da vegetação

presente na área de estudo, assim como a progressão dos incêndios, condicionando ainda o seu

combate.

A influência directa do relevo no fogo pode assumir três aspectos essenciais (Ventura e

Vasconcelos, 2006):

1. em vales estreitos o fogo pode propagar-se de uma vertente para a outra por radiação

e/ou projecção de material incandescente ou em chamas;

2. em ravinas pode ocorrer o “efeito de chaminé”, que aumenta a velocidade de

propagação do incêndio e provoca um fogo com elevada intensidade que sobe

rapidamente por um desfiladeiro;

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

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3. em terreno inclinado, as chamas fazem um ângulo em relação ao terreno, aumentando a

radiação incidente e portanto a taxa de aquecimento dos combustíveis, o que diminui o

tempo de ignição e torna o fogo mais rápido.

Indirectamente, o relevo condiciona a temperatura, a precipitação, e a orientação do local em

relação ao sol, influenciando o tipo de combustível existente e a sua humidade, o que por sua

vez irá condicionar o comportamento do fogo. A orografia cria assim microclimas e altera os

padrões do vento em altitude (Ventura e Vasconcelos, 2006).

A área de estudo apresenta uma grande variação de amplitude altimétrica, mais elevada nos

concelhos de Sesimbra e Setúbal. A variação de altitude ocorre gradualmente, aumentando de

nordeste para oeste/sudoeste.

Especificamente para cada concelho, as altitudes variam entre:

• 0 m (cota mínima – nível do mar) e 390 m (cota máxima) no concelho de Palmela,

localizando-se as maiores altitudes na Serra de São Luís, Serra da Arrábida e

envolvente da vila de Palmela;

• 0 m (cota mínima - nível do mar) e 499 m (cota máxima) no concelho de Setúbal,

localizando-se o ponto mais alto na Serra da Arrábida;

• 0 m (cota mínima - nível do mar) e 380 m (cota máxima) no concelho de Sesimbra

localizando-se as maiores altitudes na Serra da Arrábida e junto à costa, sobretudo a

sudeste.

Na generalidade a fisiografia da área em estudo não é um factor limitante para a DFCI.

Exceptuam-se as zonas com coberto florestal, de maior altitude e relevo mais acentuado, que

serão alvo de um maior número de propostas de acção (Caderno I), como por exemplo a Serra

da Arrábida, cuja fisiografia contribui para a progressão rápida dos incêndios e dificulta o

combate.

A hipsometria está representada no Mapa 21 – Mapa Hipsométrico dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra (Capítulo 7. Cartografia), mostrando a variação altimétrica dos 3 concelhos,

através de uma gradação de cores correspondente às diferentes classes de altitude.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

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1.3. Declives

O declive condiciona fortemente as características de um incêndio, relacionando-se

positivamente com a progressão do fogo, ou seja, quanto maior o declive, maior é a proximidade

da chama relativamente aos combustíveis situados nos andares superiores do coberto vegetal.

Esta facilidade de progressão traduz-se nas características da chama, que adquire maiores

dimensões, e na maior velocidade de propagação do fogo.

A variação espacial do declive na área de estudo é gradual e grande parte da área (76%)

apresenta declives pouco acentuados, que variam entre os 0 e os 5%, sobretudo no concelho de

Palmela e parte Norte dos concelhos de Sesimbra e Setúbal. Os declives que podem provocar

destabilização de vertentes (> 30%) ocorrem pontualmente, em apenas aproximadamente 4,5%

da área de estudo, e localizam-se maioritariamente na Serra da Arrábida, concelho de Setúbal.

A distribuição (ha e %) da área dos concelhos pelas classes de declives apresenta-se no Quadro

4.

Quadro 4. Distribuição da área dos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra pelas classes de declive

Palmela Setúbal Sesimbra Classes de declive

Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) %

0-1% 25846,38 55,84 5646,16 32,86 6751,89 34,63

1-5% 16208,34 35,02 4052,63 23,58 4613,82 23,66

5-15% 2756,99 5,96 3277,66 19,07 5592,83 28,68

15-30% 857,23 1,85 2067,30 12,03 1551,58 7,96

>30% 613,56 1,33 2139,87 12,45 989,25 5,07

TOTAL 46282,50 100% 17183,62 100% 19499,37 100%

Analisando cada concelho individualmente, observa-se que mais de metade (55,8%) da área do

concelho de Palmela é plana (declives de 0-1%), e apenas 1,33% do concelho corresponde a

áreas com declive superior a 30%. No concelho de Setúbal, as áreas planas (com declives de 0-

1%) correspondem a aproximadamente 32,9% da área concelhia, e as áreas mais declivosas

(>30%) ocorrem em cerca de 12,5% da área do concelho. Em relação a Sesimbra, 34,6% da

área do concelho classifica-se como áreas planas e 5% como áreas com declive superior a 30%.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

11

Observa-se novamente que as áreas mais declivosas correspondem à Serra da Arrábida

(maioritariamente no concelho de Setúbal), onde deverão ser mais incidentes as acções de

DFCI, na medida em que os declives acentuados aumentam a taxa de aquecimento dos

combustíveis e a velocidade de progressão dos incêndios florestais. Por outro lado, em Palmela,

a maior percentagem de área plana permite uma maior rapidez na 1.ª intervenção e facilita o

combate.

O declive está representado no Mapa 22 – Mapa de Declives dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia), subdividido em cinco classes: 0-1%, 1-5%, 5-15%,

15-30% e >30% .

1.4. Exposição

A exposição é a orientação geográfica de um terreno, correspondendo a um determinado grau

de insolação que vai influenciar o teor de humidade dos combustíveis e sua consequente

inflamabilidade. Assim sendo, a exposição é um factor que também vai ter impacto na

progressão do fogo. As exposições viradas a sul são mais soalheiras, logo, apresentam

condições mais favoráveis à progressão de um incêndio, porque os combustíveis que aí se

localizam sofrem uma maior dessecação, para além de que o ar circundante é mais seco devido

à maior radiação solar a que está exposto. As exposições norte, com condições de maior

humidade e menor insolação, facilitam o crescimento da vegetação, acumulando portanto mais

combustível (Fernandes, 2007).

Na área de estudo predomina a classe de exposição total (38,8%, correspondente a áreas

planas), seguindo-se as áreas com exposição Oeste (22,3%), Sul (15,1%), Este (14,1%) e Norte

(9,7%). Apesar das áreas potencialmente mais inflamáveis (Sul) ocuparem apenas 15,1% do

concelho, deverá existir especial cuidado na planificação das acções de vigilância nestas áreas,

sobretudo quando coincidentes com declives mais acentuados (ver Mapa 22) e cargas de

combustível mais elevadas (ver Caderno I), por constituírem um maior risco para a progressão

rápida dos incêndios.

A distribuição (ha e %) da área dos concelhos pelas classes de exposição apresenta-se no

Quadro 5.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

12

Quadro 5. Distribuição da área dos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra pelas classes de exposição

Palmela Setúbal Sesimbra Classes de exposição Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) %

Exposição total 21263,66 45,94 4904,43 28,54 6028,96 30,92

Norte 3612,61 7,81 1843,73 10,73 2621,23 13,44

Este 5332,21 11,52 3389,96 19,73 2955,04 15,15

Sul 6810,07 14,71 2984,08 17,37 2753,58 14,12

Oeste 9263,86 20,02 4061,49 23,64 5140,50 26,36

TOTAL 46282,41 100% 17183,69 100% 19499,31 100%

O concelho de Palmela é aquele onde predominam as áreas com exposição total, sendo

portanto o concelho com maior percentagem de áreas planas, tal como já foi observado no ponto

anterior (1.3. Declives). Em todos os concelhos a percentagem de área com exposição Sul é

inferior a 20%, sendo portanto relativamente baixa a percentagem de área com maior risco para

a ignição e progressão dos incêndios. Refira-se ainda que todos os concelhos apresentam uma

distribuição de áreas pelas classes de exposição semelhante à descrita para a totalidade da área

de estudo.

A exposição está representada no Mapa 23 – Mapa de Exposições dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia), subdividida em cinco classes: Norte, Sul, Este,

Oeste e Total.

1.5. Hidrografia

A área de estudo insere-se nas Bacias Hidrográficas do Tejo, e do Sado e Mira. A bacia

hidrográfica do Tejo, a maior do país, é limitada a Norte/Noroeste pelas bacias das ribeiras do

Oeste, do rio Lis, do rio Mondego e do rio Douro, a Sul pela bacia do Sado e Mira e a Sudeste

pela bacia do rio Guadiana. A bacia hidrográfica do Sado e Mira é limitada a Norte pela bacia do

Rio Tejo, a Este pela bacia do rio Guadiana e a Sul pela bacia das ribeiras e rios do Algarve.

As linhas de água nos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra são na sua maioria de

existência sazonal, situação frequente no regime dos cursos de água de menor dimensão,

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13

profusos por toda a área de estudo. Estas linhas de água apresentam um elevado valor natural,

pela importância que adquirem como locais de refúgio para espécies de fauna.

O principal curso de água permanente que limita parte da área de estudo a Sul (nomeadamente

o concelho de Setúbal) é o Rio Sado. A Ribeira da Marateca é outro curso de água principal

permanente, atravessando o concelho de Palmela e desaguando no Estuário do Sado, já no

concelho de Setúbal. No concelho de Sesimbra o principal curso de água permanente é a

Ribeira da Apostiça, que desagua na Lagoa de Albufeira, e esta no Oceano Atlântico. Foram

ainda identificados outros cursos de água, permanentes e temporários, dos quais se destacam: a

Ribeira da Califórnia, a Ribeira do Vale de Cão, a Ribeira do Vale do Cedo, o Rio da Moita, a

Ribeira Grande, a Vala da Amieira, a Vala da Asseiceira, a Vala Real, o Rio Coina, a Ribeira de

Malpique e a Vala da Salgueirinha.

As principais massas de água da área de estudo são a Lagoa de Albufeira e a Lagoa Pequena

no concelho de Sesimbra, e a Barragem da Venda Velha no concelho de Palmela. No concelho

de Setúbal não foram identificadas massas de água de dimensão considerável, apesar de toda a

zona do estuário do Sado inserida neste concelho poder vir a ser considerada uma massa de

água. As grandes massas de água presentes na área de estudo estão associadas à Ribeira da

Apostiça.

As linhas de água de carácter permanente podem constituir uma faixa de interrupção de

combustível se o coberto vegetal das suas margens estiver bem gerido. Por outro lado, as linhas

de água podem ser o maior veículo para a propagação do fogo se a vegetação das suas

margens estiver bastante desenvolvida, com espécies arbustivas como silvas e caniços,

sobretudo quando o regime do curso de água é sazonal, o que é frequente nos cursos de água

de menor dimensão dos concelhos em estudo, como já se referiu. Os açudes e charcas

assumem assim grande importância no combate aos fogos. Neste sentido, no plano de acção

(Caderno I) será ponderada a possibilidade de construir mais pontos de água em determinadas

áreas dos concelhos considerados, uma vez que uma rede de pontos de água bem distribuída

permite um combate rápido e eficaz aos incêndios florestais.

A hidrografia está representada no Mapa 24 – Mapa Hidrográfico dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia).

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14

2. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA

2.1. Rede Climatológica

A caracterização climática da área de estudo foi obtida com base na análise dos registos

históricos publicados pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG, 1991). A análise

climática entre 1951 e 1980 baseou-se nos dados de um conjunto de estações climatológicas

(abaixo descritas), e foi comparada com os valores médios registados em 2005 para a estação

de Setúbal (cujos dados foram fornecidos pelo Instituto de Meteorologia - IM).

A metodologia delineada assenta na análise da variabilidade anual de algumas variáveis

climáticas (temperatura, humidade, precipitação e ventos) para um período de 30 anos (1951-

1980). Para o efeito utilizaram-se as seguintes estações meteorológicas, constituintes da rede

climatológica dos concelhos considerados neste Plano: Pegões, Águas de Moura, Setúbal,

Setúbal/Setenave e Sesimbra/Maçãs (Quadro 6).

Quadro 6. Caracterização da rede climatológica dos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Estação Meteorológica Latitude Longitude

(meridiano de Greenwich) Altitude Entidade gestora

Pegões 38º 38’ N 8º 39’ W 64 m Instituto de Meteorologia

Águas de Moura 38º 34’ N 8º 45’ W 5 m Instituto de Meteorologia

Setúbal 38º 31’ N 8º 54’ W 35 m Instituto de Meteorologia

Setúbal/Setenave 38º 29’ N 8º 49’ W 4 m Instituto de Meteorologia

Sesimbra/Maçã 38º 28’ N 9º 05’ W 120 m Instituto de Meteorologia

Dada a dispersão das várias estações meteorológicas nos concelhos considerados, foi

necessário aferir qual a representatividade de cada uma delas na área de estudo, de modo a

poder efectuar-se uma análise mais correcta dos vários parâmetros climáticos. Através da

delimitação dos polígonos de Thiessen obtiveram-se valores ponderados para as diversas

variáveis climáticas na região. O Quadro 7 identifica essa representatividade.

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15

Quadro 7. Representatividade das estações meteorológicas

Estação Meteorológica Representatividade (%)

Pegões 14,99%

Águas de Moura 22,65%

Setúbal 9,78%

Setúbal/Setenave 24,09%

Sesimbra/Maçã 28,49%

2.2. Temperatura

A temperatura do ar é um parâmetro condicionado por diversos factores locais, como a latitude,

o relevo, a exposição da superfície ao sol e aos ventos, e a proximidade a grandes massas de

água, entre outros.

O Gráfico 1 apresenta a variação anual da temperatura entre 1951 e 1980 (média mensal, média

das máximas, e valores máximos), para os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra. A

temperatura média do ar varia entre 10,1 ºC em Janeiro (mês mais frio) e 21,3 ºC em Agosto

(mês mais quente), correspondendo a um valor médio anual de 15,4 ºC. O valor máximo da

temperatura média máxima ocorre em Agosto (28,4 ºC) e o valor máximo absoluto registado na

série temporal de 1951-1980 ocorreu em Julho (40,2 ºC) (Gráfico 1).

Gráfico 1.

Valores mensais da temperatura média, média das máximas e valores máximos nos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra (1951-1980)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

ºC

Média Mensal 10,1 10,9 12,3 13,9 16,4 19,1 21,1 21,3 20,0 16,9 12,9 10,3

Média das máximas 14,9 15,5 17,4 19,3 22,1 25,2 28,0 28,4 26,4 22,5 18,1 15,0

Valores máximos 21,3 25,3 28,4 29,8 37,1 38,5 40,2 39,6 38,5 34,1 29,0 24,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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16

Os meses de Verão são aqueles onde se verifica maior amplitude térmica, atingindo-se o valor

máximo de 14,2 ºC no mês de Agosto. O mês de Dezembro é aquele que em média apresenta

menor amplitude térmica (9,3 ºC).

Se tomarmos por referência o valor médio anual da temperatura do ar, é possível dividir o ano

em dois períodos:

⇒ Período mais quente de Maio a Outubro (temperatura média mensal superior a 15ºC);

⇒ Período mais frio de Novembro a Abril (temperatura média mensal inferior a 15ºC).

A época estival (Junho, Julho, Agosto e Setembro) representa o período crítico de ocorrência de

incêndios, dadas as temperaturas médias mensais mais elevadas nesta época (superiores a

20ºC), que resultam numa maior inflamabilidade dos combustíveis florestais, o que por sua vez

origina um maior risco de ignição e maior velocidade de progressão do fogo. Os dispositivos

operacionais de prevenção e combate aos incêndios são assim reforçados nos meses de Junho,

Julho, Agosto e Setembro (ver Caderno I).

Os modelos de alteração climática projectam um aumento da frequência de secas para as

regiões de clima mediterrânico (Cubash et al. 1996, McCarthy et al. 2001) e um aumento

generalizado da temperatura em Portugal para um horizonte temporal de 100 anos (Santos et al.

2001). De facto, as temperaturas médias anuais têm registado um aumento claro em Portugal,

com os 6 anos mais quentes registados nos últimos 12 anos (período 1931-2000) (Cabrinha e

Santo 2000; Miranda et al., 2002). Sob este cenário, prevê-se um aumento substancial do risco

meteorológico de incêndio em todo o país, e consequentemente, um aumento da frequência de

fogos florestais (Santos et al. 2001).

2.3. Humidade

A humidade relativa do ar é definida como a razão entre a concentração de vapor de água

existente numa massa de ar e a concentração que teria que existir para se produzir saturação à

mesma temperatura. A humidade relativa é a variável que melhor expressa o ponto de saturação

e portanto a ocorrência de precipitação.

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17

As medições efectuadas nas estações meteorológicas para esta variável são habitualmente

realizadas duas vezes por dia (manhã e tarde). Contudo, nas estações meteorológicas

consideradas neste estudo, a segunda medição (tarde) foi realizada às 15 horas em

Setúbal/Setenave, e às 18 horas nas restantes estações, o que não permitiu efectuar uma

análise conjunta deste parâmetro para todas as estações. Assim, optou-se por não incluir a

estação de Setúbal/Setenave nesta análise.

O Gráfico 2 apresenta a humidade relativa mensal média às 9h e às 18h, entre 1951 e 1980,

para os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra. O valor médio mensal da humidade relativa

às 9h varia entre 67,2% (Agosto) e 88,1% (Dezembro), e às 18h entre 56,9% (Agosto) e 84,6%

(Dezembro), para a série temporal de 1951-1980. O valor médio anual da humidade relativa foi

de 77,6% às 9h e de 70,9% às 18h, para o período de 1951-1980, e de 72,4% às 18h para o ano

de 2005 (dados da estação de Setúbal).

Gráfico 2.

De um modo geral, o comportamento desta variável climática ao longo do ano é muito similar

entre o período 1951-1980 e o ano de 2005, observando-se apenas uma ligeira diferença nos

meses de Julho (9%) e Agosto (3%), com maior humidade relativa média em 2005.

A variação da humidade relativa é significativa ao longo do ano e inversa à da temperatura: os

meses mais secos são também os mais quentes e correspondem aos meses de Verão, como é

característico de um clima mediterrânico (Junho, Julho, Agosto e Setembro). Nestes meses, em

Humidade relativa média mensal às 9h e 18h (1951-1980) nos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

0

20

40

60

80

100

%

9 h 88,1 85,0 81,5 74,7 71,4 70,2 67,2 67,9 73,7 79,2 84,7 87,9 77,6

18 h 83,6 78,6 74,0 69,2 65,9 62,3 57,3 56,9 64,4 73,3 80,9 84,6 70,9

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média

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18

que a humidade relativa é inferior ou próxima dos 60%, e tal como já foi referido, os dispositivos

operacionais de prevenção e combate aos incêndios são reforçados (ver Caderno I).

2.4. Precipitação

A precipitação é um parâmetro que deve ser analisado sob dois aspectos: a quantidade total

anual e a sua distribuição ao longo do ano. O Gráfico 3 apresenta a precipitação mensal total e a

precipitação mensal máxima diária (médias calculadas a partir dos valores registados entre 1951

e 1980), para os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra.

Tal como para a humidade relativa, a precipitação varia inversamente com a temperatura, e os

meses mais quentes coincidem com os de menor ocorrência de precipitação, sendo esta uma

característica fundamental do clima mediterrânico, estando por isso este tipo de clima associado

a uma elevada ocorrência de fogos. Neste tipo de clima, a precipitação concentra-se nos meses

de Outubro a Março, quando ocorre aproximadamente 80% do total da precipitação anual.

Na área em estudo, a precipitação anual é 644,8 mm, muito variável ao longo do ano. Grande

parte da precipitação média mensal (57,5%) ocorreu no Inverno (de Novembro a Fevereiro) e

Primavera (24,9%, de Março a Maio), entre 1951 e 1980 (Gráfico 3). No mesmo período de

tempo, apenas 7% da precipitação (média mensal) ocorreu nos meses estivais (de Junho a

Setembro), mais secos e quentes (clima mediterrânico).

Gráfico 3.

Precipitação mensal (1951-1980) nos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

0

20

40

60

80

100

120

mm

Máxima diária 72,3 49,6 57,1 46,1 45,4 37,2 30,8 20,4 51,4 73,5 80,0 79,1

Total 97,1 90,6 76,7 51,5 32,4 16,1 3,3 3,9 24,1 65,9 85,6 97,8

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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19

O mês de Julho foi o mês mais seco, em que a precipitação média mensal (total e máxima diária)

foi quase nula entre 1951 e 1980. Pelo contrário, os valores máximos diários de precipitação

atingiram os 80 mm em Novembro.

Comparando a evolução ao longo do ano, é possível constatar que de Novembro a Abril os

valores da precipitação mensal total são superiores aos da precipitação máxima diária, enquanto

que de Maio a Outubro ocorre precisamente o contrário.

A diminuição de precipitação reflecte-se na diminuição da humidade dos combustíveis e,

consequentemente, no incremento do risco de ignição dos mesmos. Para além disso, a

precipitação que ocorre nos meses anteriores à época crítica (Verão) favorece o crescimento dos

combustíveis finos, o que origina fogos mais rápidos no Verão.

A existência de meses com precipitação inferior a 20 mm poderá reflectir-se também no

restabelecimento do nível de água dos pontos de abastecimento dos meios de combate,

podendo comprometer a eficiência do plano operacional de combate a incêndios, sendo por isso

necessário avaliar anualmente a operacionalidade da rede de pontos de água (Plano

Operacional Municipal - POM), sobretudo em anos muito secos.

2.5. Ventos dominantes

A velocidade e direcção do vento desempenham um papel fundamental no comportamento do

fogo, condicionando frequentemente a velocidade de expansão e direcção do fogo. Para além

disso, o vento aumenta a taxa de evaporação dos combustíveis facilitando a sua ignição, facilita

a propagação ao inclinar as chamas, pondo-as em contacto com os combustíveis, alimenta a

combustão com oxigénio, e contribui ainda para o aparecimento de focos secundários através do

transporte de material em combustão (Silva, 2002; Fernandes, 2007).

Nos dias de muito calor e simultaneamente muito vento, o perigo é muito maior porque o vento

aumenta a progressão e desenvolvimento do incêndio. Quanto mais forte o vento sopra, mais

rápido o fogo se propaga. Para além disso, o fogo gera ventos próprios que são quase 10 vezes

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20

mais rápidos do que o vento ambiente. O vento também pode alterar a direcção do fogo e ventos

fortes podem elevar o fogo em altura e criar um incêndio de copas.

O vento é caracterizado através do seu rumo (8 direcções) e da sua velocidade (expressa em

km/h). Quando a velocidade do vento é igual ou inferior a 1 km/h, consideram-se os dias de

calma (C’). O regime de circulação atmosférica na área de estudo apresenta, como é frequente

na maioria das estações, um ciclo anual bem definido pelas frequências dos rumos e, menos

nitidamente, pelas velocidades. No Quadro 8 e Gráfico 4 apresentam-se os valores médios

mensais da frequência (f, %) e velocidade média (v, km/h) do vento, para cada rumo para o

período de 1951-1980, para os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra, obtidos com base na

representatividade de cada estação climática considerada.

Quadro 8. Médias mensais da frequência (f) e velocidade do vento (v) em 1951-1980, para os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Rumo N NE E SE S SW W NW C'

f v f v f v f v f v f v f v f v f

Janeiro 21,6 7,4 11,3 6,3 5,5 7,7 8,9 9,2 10,4 10,2 13,6 9,0 8,9 8,5 14,4 7,4 5,3

Fevereiro 19,3 7,8 11,7 7,0 5,7 7,5 6,7 8,8 12,2 10,5 15,2 9,7 9,9 9,6 15,9 8,1 3,5

Março 19,8 8,8 11,0 7,6 5,2 7,8 6,9 8,6 10,3 10,9 14,1 9,3 10,9 9,4 19,8 9,1 2,1

Abril 22,3 10,1 12,2 8,7 3,9 8,6 4,6 9,1 9,4 10,3 12,7 10,1 11,1 9,1 22,8 10,0 0,9

Maio 23,5 11,1 10,5 9,1 2,3 8,7 2,3 7,2 8,4 10,0 14,5 10,4 11,2 10,1 27,4 10,5 0,6

Junho 22,2 11,1 9,0 8,5 1,5 7,3 2,2 7,1 9,8 8,9 15,3 9,5 11,9 9,6 27,8 10,7 0,3

Julho 26,2 11,9 11,9 8,2 1,4 6,0 1,6 7,2 7,8 9,1 10,8 8,5 10,2 8,4 29,6 10,7 0,6

Agosto 27,3 10,8 12,0 8,7 1,6 7,2 1,7 6,7 7,2 9,3 9,4 8,4 9,6 8,1 30,2 10,8 1,0

Setembro 21,7 10,0 10,5 7,3 2,5 6,0 3,9 6,2 11,9 7,5 14,0 7,8 10,3 7,3 23,7 9,0 1,5

Outubro 20,7 8,0 12,8 6,6 4,4 6,1 7,1 7,7 11,1 8,3 12,3 7,6 9,0 7,0 19,0 7,8 3,7

Novembro 23,6 7,4 13,8 6,2 5,3 6,4 8,4 8,8 9,3 10,1 11,4 7,9 7,4 7,4 16,6 7,4 4,2

Dezembro 24,3 7,0 14,2 6,0 6,0 7,6 7,0 10,0 8,8 10,3 11,9 9,4 7,9 9,7 15,1 7,4 4,9

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21

Médias mensais da frequência do vento nos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra entre 1951-1980

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

N NE E SE S SW W NW C'

Gráfico 4.

Na área em estudo os ventos sopram mais frequentemente de Norte (N) e de Noroeste (NW). O

rumo de NW é claramente dominante nos meses de Abril a Setembro, sendo o rumo de N

dominante nos restantes meses do ano. As maiores velocidades são atingidas quanto o vento

sopra do quadrante Norte (N) (de Maio a Setembro) e Sul (S) (restantes meses).

As implicações destes resultados em termos de DFCI relacionam-se sobretudo com a

determinação da direcção predominante de desenvolvimento dos incêndios florestais em dias de

vento forte. Deste modo, serão mais frequentes os fogos orientados para os rumos de vento

mais frequentes (N e NW), sendo esperável que a velocidade de propagação dos incêndios

florestais seja mais elevada nas direcções Norte e Sul.

Nos meses coincidentes com o período crítico (meses de Verão) os incêndios florestais

apresentam assim uma maior probabilidade de frequência e de velocidade de propagação sobre

os rumos Norte (N) e Noroeste (NW). Este facto deve ser tomado em consideração na

implementação da rede de faixas de gestão de combustível. Por outro lado, os incêndios que

resultam em grandes áreas ardidas em Portugal estão normalmente associados a ventos que

sopram de leste no Verão, que provocam uma temperatura do ar extremamente elevada e

humidade relativa do ar muito baixa (< 10%) (Fernandes, 2007).

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22

3. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

A caracterização da população tem por base os dados estatísticos dos Censos 1981, 1991 e

2001 do Instituto Nacional de Estatística (INE, 1981; INE, 1991; INE, 2001).

3.1. População residente por censo e freguesia e densidade populacional

Ao longo do últimos 20 anos, o concelho de Lisboa tem perdido população para os concelhos

vizinhos, sobretudo para os concelhos situados na margem sul do Tejo (DGRF, sem data). Desta

forma, observa-se uma variação populacional positiva no distrito de Setúbal (cerca de 8,24% de

1981 para 1991 e de 10,65% de 1991 para 2001), consequência de um acréscimo verificado na

maioria dos concelhos que o integram. De facto, nos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

ocorreu um aumento populacional bastante significativo nos últimos anos, analogamente ao que

se observa na maioria dos concelhos da região.

A população residente na área de estudo passou de 158 402 habitantes em 1981, para 174 737

habitantes em 1991 e 204 854 habitantes em 2001, sendo Setúbal o concelho com mais

população residente. Contudo, apesar do concelho de Setúbal continuar a ser o que apresenta

mais população residente, não foi neste concelho que se registou o maior crescimento relativo.

O aumento da população residente entre 1981 e 1991 foi de 18,75% no concelho de Palmela,

5,36% no concelho de Setúbal e 17,93% no concelho de Sesimbra. Entre 1991 e 2001 o

aumento populacional foi de 21,65% no concelho de Palmela, 9,94% no concelho de Setúbal e

37,88% no concelho de Sesimbra. O concelho de Sesimbra foi o que registou a maior taxa de

crescimento, seguido pelo concelho de Palmela, e por último Setúbal.

Relativamente às freguesias constituintes dos concelhos considerados neste estudo, a análise

engloba apenas o período de 1991 a 2001, uma vez que os dados de 1981 não incluem algumas

freguesias (inexistentes à data). Assim, verifica-se que no concelho de Palmela a freguesia do

Pinhal Novo é aquela que apresenta um maior acréscimo populacional entre 1991 e 2001,

enquanto que no Poceirão houve um decréscimo populacional de -2,05% neste período. No

concelho de Setúbal, a freguesia com maior acréscimo de população entre 1991 e 2001 é São

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23

Lourenço (43,31%), enquanto que em Santa Maria da Graça houve um decréscimo populacional

bastante significativo neste período (-13,09%). O concelho de Sesimbra apresenta uma grande

assimetria entre as suas freguesias, integrando as duas freguesias com maior variação

populacional entre 1991 e 2001: Quinta do Conde com 108,18% de aumento da população

residente e Santiago com –20,87%.

A densidade populacional em Setúbal em 2001 é a mais elevada dos três concelhos, com 591,3

habitantes/km2, o que equivale praticamente ao dobro da densidade populacional da área de

estudo (232 habitantes/km2). Os concelhos de Palmela e Sesimbra apresentam uma densidade

populacional que representa respectivamente 12,78% e 21,38% (114,7 habitantes/km2 e 192

habitantes/km2) da densidade populacional da área de estudo. Observa-se também que a área

de estudo apresenta uma densidade populacional superior à registada no distrito de Setúbal

(155,61 habitantes/km2).

As freguesias com maior densidade populacional são a freguesia do Pinhal Novo (390,9

hab/km2) no concelho de Palmela, a freguesia de Santa Maria da Graça (7630,4 hab/km2) no

concelho de Setúbal, e a freguesia de Santiago (2673,8 hab/km2) no concelho de Sesimbra.

Note-se também que as freguesias de Santa Maria da Graça, São Julião e São Sebastião, no

concelho de Setúbal, apresentam uma densidade populacional superior a 2500 hab/km2.

Quanto maior a densidade populacional, maior será o número de ocorrências esperado,

associadas na sua grande maioria a comportamentos negligentes e intencionais (Silva e Catry,

2006). Assim sendo, as regiões com elevada densidade populacional e em expansão,

confinantes com áreas florestais (como na freguesia de Quinta do Conde), e as edificações

dispersas pela área florestal (como é frequente na área de estudo, sobretudo no concelho de

Palmela), constituem áreas de elevado risco de incêndio.

A população residente por censo e freguesia (1981/1991/2001) e densidade populacional (2001)

apresenta-se no Mapa 25 – Mapa da População Residente por Censos e Freguesia

(1981/1991/2001) e Densidade Populacional (2001) dos Concelhos de Palmela, Setúbal e

Sesimbra (capítulo 7. Cartografia).

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24

3.2. Índice de envelhecimento e sua evolução

O aumento do índice de envelhecimento (IE) entre 1981 e 2001 nos 3 concelhos da área de

estudo permite confirmar o envelhecimento da população (Quadro 9).

Quadro 9. Índice de Envelhecimento em 1981, 1991 e 2002 para os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Concelho Índice Envelhecimento* (%)

1981 1991 2001 Evolução

1981-2001 Palmela 42,76 63,26 93,98 119,78

Setúbal 37,6 59,4 95,1 152,93

Sesimbra 41,8 69,82 88,51 111,75 * Índice de Envelhecimento = (65+anos /0-14 anos) x 100 indivíduos

O envelhecimento da população também se observa ao nível das freguesias, com um aumento

do IE entre 1981 e 2001, cujos valores mais elevados foram registados nas freguesias de

Santiago no concelho de Sesimbra (381,94%), São Julião no concelho de Setúbal (224,86%), e

Palmela no concelho de Palmela (173,8%). As únicas freguesias onde a evolução do IE foi

inferior a 100% no período de 1981 a 2001 foram Pinhal Novo no concelho de Palmela (63,24%),

São Simão no concelho de Setúbal (81,05%) e Quinta do Conde no concelho de Sesimbra

(8,26%).

Em 2001, as freguesias com maior número de população idosa eram Quinta do Anjo no concelho

de Palmela (118,5%), Santa Maria da Graça no concelho de Setúbal (183,1%) e Santiago no

concelho de Sesimbra (263,86%). Pelo contrário, as freguesias mais jovens da área de estudo

em 2001 eram Pinhal Novo no concelho de Palmela (75,84%), São Sebastião no concelho de

Setúbal (68,70%), e Quinta do Conde no concelho de Sesimbra (55,59%).

O índice de envelhecimento e sua evolução apresenta-se no Mapa 26 – Mapa de Índice de

Envelhecimento (1981/1991/2001) e a sua Evolução (1981-2001) dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia).

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25

3.3. População por sector de actividade

O sector terciário (serviços) emprega a maioria da população activa, tanto ao nível distrital

(Setúbal), como concelhio. Na área de estudo o sector terciário emprega cerca de 63,24% da

população activa, seguido pelo sector secundário com 31,68%, e por último pelo sector primário

com 5,08% da população activa.

Tal como refere o parágrafo anterior, grande parte da população nos três concelhos está

empregada no sector terciário: 65,91% no concelho de Sesimbra, 65,82% no concelho de

Setúbal, e 58% no concelho de Palmela. Da mesma forma, o principal sector de actividade em

todas as freguesisa é o sector terciário, sendo as freguesias de São Julião e Santa Maria da

Graça, ambas do concelho de Setúbal, as que apresentam maior percentagem de população

empregada nesse sector (75,43% e 70,43%, respectivamente).

As freguesias que apresentam maior proporção de população empregada no sector secundário

são Sado (concelho de Setúbal) com 42,35%; Quinta do Anjo (concelho de Palmela) com 38,7%

e Gambia-Pontes-Alto da Guerra (concelho de Setúbal) com 37,4%. As freguesias de Marateca e

Poceirão no concelho de Palmela, correspondem às freguesias mais rurais da área em estudo,

ou seja, com a maior % da população empregada no sector primário (agricultura, silvicultura e

pesca): 23,7% e 29,2% da população activa, respectivamente. Saliente-se que a elevada % de

população empregada no sector primário na freguesia de Santiago (18,8%), concelho de

Sesimbra, corresponde a actividades associadas ao sector da pesca.

O crescimento do sector terciário e a redução do sector primário registados nas últimas décadas

em áreas que eram outrora predominantemente rurais como a área em estudo, mas que

actualmente presenciam a expansão dos seus centros urbanos mais jovens (como as freguesias

de Quinta do Conde e Pinhal Novo), tem contribuído para o abandono generalizado dos espaços

agrícolas e florestais, e consequente aumento do risco de incêndio.

A população por sector de actividade (%) em 2001 apresenta-se no Mapa 27 – Mapa da

População por Sector de Actividade (2001) dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

(capítulo 7. Cartografia).

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26

3.4. Taxa de Analfabetismo

A taxa de analfabetismo em 1981, 1991 e 2001 para os concelhos de Palmela, Setúbal e

Sesimbra apresenta-se no Quadro 10.

A taxa de analfabetismo registou uma forte regressão entre 1981 e 2001 nos 3 concelhos em

análise, sobretudo no concelho de Sesimbra, com a taxa de analfabetismo mais baixa em 2001

(Quadro 10). O aumento do nível de instrução na área em estudo enquadra-se na tendência

nacional para o período observado.

Quadro 10. Taxa de analfabetismo em 1981, 1991 e 2001 para os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Taxa de Analfabetismo (%) Concelho

1981 1991 2001

Palmela 25.04 15 10.8

Setúbal 15.71 9.2 7.6

Sesimbra 21.1 7.67 3.89

De entre os concelhos em análise, Palmela é o único que apresenta uma taxa de analfabetismo

superior à nacional em 1991 e 2001 (a taxa de analfabetismo nacional é de 11% em 1991 e 9%

em 2001).

A taxa de analfabetismo em 1981, 1991 e 2001 para as freguesias dos concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra apresenta-se no Quadro 11.

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27

Quadro 11. Taxa de analfabetismo em 1981, 1991 e 2001 para as freguesias dos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Taxa de Analfabetismo (%) Concelho Freguesia

1981 1991 2001

Marateca 33.15 24,3 19,8

Quinta do Anjo 25.84 15,6 12,1

Palmela 24.22 12,1 9,5

Pinhal Novo 22.3 12,6 8,2

Palmela

Poceirão * 24,3 18,8

S. Simão 21,44 12,4 7

Nossa Senhora da Anunciada 18,73 10,6 10,4

São Lourenço 17,78 8,9 6,8

São Sebastião 17,45 9,5 7,6

Santa Maria da Graça 10,66 5,9 5,4

São Julião 6,62 3,5 3,2

Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra * 19,4 14,8

Setúbal

Sado * 13,4 10,7

Santiago 19,18 8,25 9,47

Castelo 22,2 9,76 5,27 Sesimbra

Quinta do Conde * 4,03 0,46

* freguesias inexistentes em 1981

A taxa de analfabetismo tem vindo a diminuir em todas as freguesias da área de estudo entre

1981 e 2001, à excepção da freguesia de Santiago no concelho de Sesimbra, onde esta taxa

registou um ligeiro aumento entre 1991 e 2001 (Quadro 11), provavelmente associado ao

acentuado envelhecimento da população nesta freguesia (ver subcapítulo 3.2.).

As menores taxas de analfabetismo em 2001 registaram-se nas freguesias de Quinta do Conde

(0,46%) no concelho de Sesimbra, São Julião (3,2%), Santa Maria da Graça (5,4%) e São

Lourenço (6,8%) no concelho de Setúbal. Pelo contrário, as taxas de analfabetismo mais

elevadas em 2001 foram registadas nas freguesias de Marateca (19,8%) e Poceirão (18,8),

concelho de Palmela, que correspondem às freguesias mais rurais da área em estudo (ver

subcapítulo 3.3.).

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28

4. CARACTERIZAÇÃO DO USO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS

4.1. Ocupação do Solo

A ocupação do solo foi elaborada com base em fotointerpretação de ortofotomapas de voos de

2004, 2005 e 2006 (escala 1:10 000, informação proveniente de: CNIG - Centro Nacional

Informação Geográfica, DGRF, CELPA – Associação da Indústria Papeleira, e IGEOE – Instituto

Geográfico do Exército). Posteriormente, o trabalho de fotointerpretação em gabinete foi validado

através de levantamentos de campo, obtendo-se uma classificação final para a ocupação do solo

da área de estudo.

A ocupação do solo da área de estudo foi classificada em 6 grandes classes:

1. Superfícies aquáticas (estuários, cursos de água, lagoas, albufeiras, charcas, etc);

2. Agricultura (espaço destinado à produção agrícola, em regime intensivo ou extensivo,

constituído por terras aráveis com culturas permanentes, prados e pastagens);

3. Áreas sociais (áreas urbanas de habitação, comércio ou actividades industriais, podendo

englobar desde grandes cidades a pequenas povoações e habitações dispersas no

espaço rural);

4. Floresta (todos os espaços ocupados por povoamentos florestais ou formações não

arbóreas como medronheiro, aroeira, carrasco, zambujeiro e alfarrobeira, com um grau

de coberto superior ou igual a 10%; inclui-se nesta classe de espaço as áreas ardidas,

desde que a sua ocupação anterior seja igualmente florestal, as áreas de povoamentos

florestais sujeitas a corte raso, as áreas arborizadas e ainda as galerias ripícolas e

zonas húmidas com vegetação típica ribeirinha e com vegetação arbustiva infestante

como silvas, canas, etc.);

5. Improdutivos (afloramentos rochosos, praias, pedreiras e áreas de exploração mineira,

correspondendo a superfícies estéreis, sem potencialidades para a produção agrícola ou

florestal);

6. Incultos (espaços não agricultados ou florestados, com cobertura vegetal de porte

arbustivo ou herbáceo de origem natural, resultante da degradação das comunidades

florestais, do pousio agrícola, do abandono dos terrenos, da renovação da vegetação

após a acção do fogo, do abate de floresta para exploração de madeira, ou ainda do

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29

desenvolvimento de pastagens espontâneas; incluem-se neste sistema de ocupação os

terrenos que, estando mobilizados para arborização, não estejam ainda semeados ou

plantados).

A ocupação do solo apresenta-se no Quadro 12 e no Mapa 29 – Mapa de Uso e Ocupação do

Solo dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia). De um modo

geral, os sistemas de ocupação estão relativamente bem distribuídos pela área de estudo, com

maior concentração das áreas sociais na zona central (concelho de Setúbal), das áreas agrícolas

na zona mais a Norte (concelho de Palmela) e das áreas florestais na zona mais a Oeste da área

de estudo (concelho de Sesimbra). Constata-se ainda que as áreas florestais de menor extensão

se encontram bem compartimentadas por outros sistemas de uso, nomeadamente pelas áreas

agrícolas e de incultos, o que resulta numa descontinuidade espacial dos vários sistemas de

ocupação, garantindo-se desta forma a existência de barreiras de contenção naturais à

propagação dos incêndios florestais.

A ocupação do solo predominante na área de estudo são as áreas florestais (39,17%), seguindo-

se as áreas agrícolas (38%) e as áreas de incultos/matos (8,7%). As áreas sociais ocupam cerca

de 9,42% da área de estudo, as áreas improdutivas 3,38% e por fim as superfícies aquáticas

com cerca de 1,28% (Quadro 12).

O concelho de Palmela é aquele que apresenta a maior área florestal dos três concelhos, com

cerca de 14000 ha de superfície florestal, seguido por Sesimbra com 11000 ha de floresta.

Nestes concelhos, as freguesias com maior área florestal são Marateca e Poceirão (5408,46 ha

e 6202, 29 ha, respectivamente, para o concelho de Palmela) e Castelo (11115, 48 ha, para o

concelho de Sesimbra).

Contudo, em termos relativos, o concelho de Sesimbra é o concelho em que a floresta é a

ocupação do solo predominante no total da área concelhia (60,16%). No concelho de Setúbal

também predomina a área florestal (36,10%), mas em menor percentagem, ocupando a área

agrícola 28,88% da superfície total deste concelho. Pelo contrário, no concelho de Palmela

predomina a ocupação do solo agrícola (50,84%), ocupando a floresta apenas 31,46% da área

concelhia (apesar da grande área ocupada por floresta em termos absolutos).

A área ocupada por agricultura é maior nas freguesias de Poceirão e Palmela no concelho de

Palmela (8249,11 ha e 5122, 36 ha, respectivamente), São Lourenço no concelho de Setúbal

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(1296,70 ha) e Castelo no concelho de Sesimbra (2990,86). A área ocupada por áreas sociais

(urbano consolidado e disperso, entre outras) é mais elevada nas freguesias de Quinta do Anjo

no concelho de Palmela (1114,80 ha), São Sebastião no concelho de Setúbal (738,72 ha) e

Castelo no concelho de Sesimbra (1218,92).

O concelho de Palmela é aquele que apresenta um menor perigo de incêndio, dado predominar

a ocupação agrícola; as freguesias onde o perigo de incêndio poderá ser mais elevado são a

Marateca e Poceirão, com uma área florestal mais extensa. No concelho de Setúbal o perigo de

incêndio resulta sobretudo da elevada representatividade de áreas sociais confinantes com

áreas florestais. Em Sesimbra, as zonas de interface urbano-floresta também são frequentes,

com muitas áreas urbanas dispersas nas áreas florestais, sem outros sistemas de uso do solo

que as compartimentem.

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Quadro 12. Ocupação do solo (ha e %) por freguesia, para os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Superfícies aquáticas Agricultura Áreas sociais Floresta Improdutivos Incultos Concelho Freguesias

Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) % Área Total

Marateca 484,923 3,74% 4407,213 34,02% 458,82 3,54% 6202,285 47,87% 213,24 1,65% 1189,339 9,18% 12955,82

Palmela 2,392 0,03% 5122,362 66,92% 640,456 8,37% 1191,07 15,56% 105,27 1,38% 593,023 7,75% 7654,573

Pinhal Novo 19,032 0,35% 3764,808 69,21% 419,317 7,71% 745,164 13,70% 78,045 1,43% 413,609 7,60% 5439,975

Poceirão 171,5012 1,13% 8249,112 54,55% 408,506 2,70% 5408,4638 35,77% 56,244 0,37% 827,312 5,47% 15121,139

Quinta do Anjo 2,423 0,05% 1988,819 38,89% 1114,803 21,80% 1015,429 19,86% 160,987 3,15% 831,61 16,26% 5114,071

Palmela

TOTAL 680,27 1,47% 23532,314 50,84% 3041,902 6,57% 14562,41 31,46% 613,786 1,33% 3854,893 8,33% 46285,578

Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra 159.64 5,76% 1005,718 36,31% 234,755 8,47% 708.836 25,59% 529,846 19,13% 131,232 4,74% 2770,027

S. Lourenço 12,597 0,27% 1296,702 27,45% 481,46 10,19% 2487,582 52,66% 34,594 0,73% 410,529 8,69% 4723,464

S. Simão 0 0,00% 821,685 37,23% 428,722 19,43% 659 29,86% 5,305 0,24% 292,077 13,24% 2206,789

Sado 5,072 0,23% 435,586 19,39% 427,936 19,05% 438,525 19,52% 762,56 33,94% 177,117 7,88% 2246,796

Nossa Senhora da Anunciada 2,133 0,08% 653,773 24,22% 250,002 9,26% 1571,538 58,23% 101,818 3,77% 119,713 4,44% 2698,977

S. Julião 0 0,00% 182,552 45,13% 187,08 46,25% 19,281 4,77% 0,828 0,20% 14,796 3,66% 404,537

S. Sebastião 0 0,00% 506,724 26,54% 738,719 38,69% 288,039 15,09% 52,057 2,73% 323,564 16,95% 1909,103

Santa Maria da Graça 0 0,00% 60,396 26,81% 112,872 50,10% 31,589 14,02% 1,751 0,78% 18,691 8,30% 225,299

Setúbal

TOTAL 179,442 1,04% 4963,136 28,88% 2861,546 16,65% 6204.39 36,10% 1488,759 8,66% 1487,719 8,66% 17184,992

Quinta do Conde 9,713 0,70% 81,413 5,83% 626,959 44,91% 522,23 37,41% 0,08 0,01% 155,61 11,15% 1396,005

Castelo 196,464 1,10% 2998,858 16,74% 1218,917 6,80% 11115,477 62,04% 687,914 3,84% 1699,993 9,49% 17917,623

Santiago 0 0,00% 1,026 0,52% 68,306 34,29% 100,996 50,70% 11,395 5,72% 17,48 8,77% 199,203 Sesimbra

TOTAL 206,177 1,06% 3081,297 15,79% 1914,182 9,81% 11738,703 60,16% 699,389 3,58% 1873,083 9,60% 19512,831

TOTAL

1065,890 1,28% 31576,747 38,05% 7817,63 9,42% 32505,505 39,17% 2801,934 3,38% 7215,695 8,70% 82983,401

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4.2. Povoamentos Florestais

Na classificação dos povoamentos florestais distinguiu-se entre povoamentos puros (uma só

espécie) e povoamentos mistos (mais do que uma espécie, existindo usualmente uma espécie

dominante em área de ocupação e uma dominada). Dentro dos povoamentos mistos, a área

florestal foi classificada de acordo com as espécies florestais dominantes. Foram assim

identificadas as áreas de povoamentos puros e mistos de pinheiro bravo, pinheiro manso,

sobreiro, eucalipto, outras resinosas e outras folhosas.

O Quadro 13 apresenta a distribuição da área de ocupação (ha) de cada tipo de povoamento

florestal identificado, por concelho e freguesia. A designação dos povoamentos mistos refere

apenas a espécie dominante.

As espécies florestais dominantes na área de estudo são o sobreiro (7869,04 ha, 24,21% da

área florestal total) e o pinheiro bravo (7112,47 ha, 21,88% da área florestal total), em

povoamentos puros. A terceira maior área florestal é ocupada com povoamentos mistos

dominados por outras folhosas (3946,23 ha, 12,14%), seguida pela área ocupada com

povoamentos mistos dominados por sobreiro (3707,29 ha, 11,41%).

A área florestal do concelho de Palmela é ocupada maioritariamente por povoamentos puros de

sobreiro (6702,64 ha, correspondente a 46,03% da área florestal total concelhia) e povoamentos

mistos de sobreiro dominante (2850,43 ha, correspondente a 19,57% da área florestal total

concelhia). Os povoamentos puros de sobreiro concentram-se na freguesia de Poceirão

(4204,55 ha), enquanto que os mistos se localizam maioritariamente na freguesia da Marateca

2064,68 ha). O terceiro maior tipo de povoamento florestal no concelho de Palmela são os

povoamentos mistos de pinheiro manso dominante (1349,8 ha, 9,27% da área florestal total de

Palmela), logo seguido pelos povoamentos puros de eucalipto (1255,04 ha, 13,82% da área

florestal total de Palmela).

No concelho de Setúbal predominam os povoamentos mistos dominados por outras folhosas

(2320,42 ha, 37,40% da área florestal total do concelho), sobretudo nas freguesias de S.

Lourenço, Nossa Senhora da Anunciada e S. Simão, e em segundo lugar os povoamentos

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33

mistos dominados pelo pinheiro manso (763,09 ha, 12,30% da área florestal total do concelho de

Setúbal). A terceira maior área florestal é ocupada com povoamentos mistos de sobreiro (605,08

ha, 9,75%), logo seguida pela área ocupada por pinheiro bravo puro (507,44 ha, 8,18%).

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34

Quadro 13. Área florestal (ha) por tipo de povoamento e espécie dominante, por freguesia, para os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Povoamentos puros Povoamentos mistos (espécie dominante) Concelho Freguesias

Área florestal total Eucalipto

Outras Folhosas

Outras Resinosas

Pinheiro bravo

Pinheiro manso

Sobreiro Eucalipto Outras

Folhosas Outras

Resinosas Pinheiro bravo

Pinheiro manso

Sobreiro

Marateca 6202,285 893,282 16,652 37,168 119,269 1478,37 101,13 114,187 2,023 287,803 1087,72 2064,68

Palmela 1191,07 78,051 18,396 3,556 144,247 66,358 379,688 16,015 197,272 63,717 71,242 78,232 74,296

Pinhal Novo 745,164 28,453 16,965 41,642 19,332 564,924 1,492 9,183 35,655 1,499 26,019

Poceirão 5408,4638 167,57 4,057 0,736 42,878 87,945 4204,547 79,393 41 29,759 146,064 604,514

Quinta do Anjo 1015,429 87,681 12,464 0,023 463,76 30,288 75,11 18,603 36,891 25,286 148,113 36,286 80,924

Palmela

TOTAL 14562,41 1255,04 68,534 4,315 729,695 323,192 6702,64 216,633 398,533 91,026 572,572 1349,8 2850,43

Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra 708,836 16,617 28,081 40,264 120,712 3,566 10,73 48,973 154,624 285,269

S. Lourenço 2487,582 7,566 80,299 328,232 184,534 174,61 4,736 1280,83 44,054 243,525 89,114 50,085

S. Simão 659 7,423 89,383 19,468 74,5 296,884 42,371 37,266 37,472 54,233

Sado 438,525 160,759 45,672 5,928 14,54 23,221 2,463 144,574 14,619 26,749

Nossa Senhora da Anunciada 1571,538 26,733 59,17 6,501 121,834 6,542 719,302 154,583 4,465 446,915 25,493

S. Julião 19,281 9,638 0,065 3,807 0,567 5,204

S. Sebastião 288,039 1,847 8,321 3,82 4,26 82,708 0,168 5,876 18,144 14,907 147,988

Santa Maria da Graça 31,589 0,571 5,676 5,749 0,529 4,139 4,869 10,056

Setúbal

TOTAL 6204,39 187,36 138,09 59,17 507,438 376,288 473,677 31,691 2320,42 241,008 501,086 763,087 605,077

Quinta do Conde 522,23 41,338 312,457 16,181 21,685 1,949 0,799 2,002 116,46 1,546 7,813

Sesimbra (Castelo) 11115,477 326,358 828,008 29,725 5562,88 613,681 671,035 67,61 1218,91 34,211 918,051 601,041 243,964

Sesimbra (Santiago) 100,996 87,415 6,006 7,575 Sesimbra

TOTAL 11738,703 367,696 915,423 35,731 5875,34 629,862 692,72 69,559 1227,28 36,213 1034,51 602,587 251,777

TOTAL 32505,505 1810,09 1122,05 99,216 7112,47 1329,342 7869,04 317,883 3946,23 368,247 2108,17 2715,47 3707,29

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

35

Mais de metade da área florestal do concelho de Sesimbra é ocupada com povoamentos puros

de pinheiro bravo (5875,34 ha, correspondente a 50,05% da área florestal total do concelho),

concentrados na freguesia do Castelo. A segunda maior área florestal é ocupada com

povoamentos mistos de outras folhosas (1227,28 ha, 10,46% da área florestal total de

Sesimbra). Os povoamentos mistos de pinheiro bravo também ocupam uma área significativa no

concelho, aparecendo em terceiro lugar (1034,51 ha, 8,81% da área florestal total concelhia),

sendo a quarta maior área florestal ocupada por povoamentos puros de outras folhosas (915,42

ha, correspondentes a 7,8% da área florestal total de Sesimbra).

Os povoamentos florestais na área de estudo apresentam-se no Mapa 30 – Mapa dos

Povoamentos Florestais dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra (capítulo 7.

Cartografia). As grandes manchas de povoamentos florestais contínuas localizam-se

essencialmente na região Norte e Oeste da área de estudo, nomeadamente em todo o concelho

de Sesimbra e na zona Norte e Este do concelho de Palmela.

No concelho de Sesimbra, observa-se claramente uma diferenciação da distribuição dos

povoamentos florestais consoante se trate da zona Norte ou Sul do concelho. Assim, na

freguesia da Quinta do Conde e na zona Norte da freguesia do Castelo são predominantes os

povoamentos puros de pinheiro bravo, enquanto que na zona Sul das freguesias do Castelo e

Santiago são mais frequentes os povoamentos mistos e puros de outras folhosas. Os

povoamentos de pinheiro bravo formam áreas extensas e contínuas no concelho de Sesimbra, o

que representa um maior perigo de incêndio, uma vez que estes povoamentos têm elevada

combustibilidade e são pouco compartimentados. Pelo contrário, no concelho de Palmela, a área

florestal é dominada por espécies folhosas (sobreiro), de menor combustibilidade e mais

resistentes à passagem do fogo. Por fim, o concelho de Setúbal apresenta uma maior

diversidade de povoamentos florestais na área concelhia, constituídos por uma grande variedade

de espécies e tipologias de povoamentos.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

36

4.3. Áreas protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal

A identificação e localização das áreas protegidas e áreas de Rede Natura 2000 são

fundamentais para o planeamento da defesa da floresta contra incêndios. Estas áreas

apresentam um elevado valor cultural, social e científico, motivo pelo qual devem ser prioritárias

para a intervenção numa situação de ocorrência de fogo.

4.3.1. Áreas Protegidas

Segundo o número 2 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º19/93 de 23 de Janeiro, “Devem ser

classificadas como áreas protegidas as áreas terrestres e as águas interiores e marítimas em

que a fauna, a flora, a paisagem, os ecossistemas ou outras ocorrências naturais apresentem,

pela sua raridade, valor ecológico ou paisagístico, importância científica, cultural e social, uma

relevância especial que exija medidas específicas de conservação e gestão, em ordem a

promover a gestão nacional dos recursos naturais, a valorização do património natural e

construído, regulamentando as intervenções artificiais susceptíveis de as degradar”.

Na área de estudo foram identificadas 3 áreas protegidas: o Parque Natural da Serra da

Arrábida, a Reserva Natural do Estuário do Sado e a Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da

Costa da Caparica, totalizando 17 133,26 ha.

4.3.1.1. Palmela

O Parque Natural da Arrábida (PNA) e a Reserva Natural do Estuário do Sado (RNES) são as

duas áreas protegidas com parte da sua área incluída no concelho de Palmela (Quadro 12 e

Figura 4).

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

37

POCEIRÃO

MARATECA

PALMELA

PINHAL NOVO

QUINTA DO ANJO

Estuário do Sado

Arrábida

Estuário do Tejo

BENAVENTE

MONTIJO

SETUBAL

ALCOCHETE

MOITAPALMELA

3000 0 3000 6000 Metros

N

Legenda:

Concelhos LimítrofesFreguesias do concelho de PalmelaÁreas ProtegidasPalmela

Quadro 14. Área do concelho de Palmela inserida em Áreas Protegidas

Concelho Palmela -Área total

PNA –Área total

PNA - Área total inserida no concelho de Palmela

RNES - Área total

RNES - Área total inserida no concelho de Palmela

(ha) (ha) (ha) (%) (ha) (ha) (%)

462 86,83

17 663,88

1 761,23

3,81%

2 3971,34

1 323,93

2,86%

Figura 4. Localização das áreas protegidas no concelho de Palmela

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

38

PALMELA

SESIMBRA

SETUBAL

BARREIRO

SADO

S. LOURENCO

S. SIMÃO

S. SEBASTIÃO

GÂMBIA - PONTES - ALTO DA GUERRA

NOSSA SENHORADA ANUNCIADA

S. JULIÃO

S. MARIADA GRAÇA

Arrabida / Espichel

Concelhos LimítrofesÁreas ProtegidasFreguesias do Concelho de SetúbalSetúbal

Legenda:

0 2 4 6 Km

N

4.3.1.2. Setúbal

O Parque Natural da Arrábida (PNA) e a Reserva Natural do Estuário do Sado (RNES) são as

duas áreas protegidas com parte da sua área incluída no concelho de Setúbal (Quadro 13 e

Figura 5).

Quadro 15. Área do concelho de Setúbal inserida em Áreas Protegidas

Concelho Setúbal -Área total

PNA –Área total

PNA - Área total inserida no concelho de Setúbal

RNES - Área total

RNES - Área total inserida no concelho de Setúbal

(ha) (ha) (ha) (%) (ha) (ha) (%)

17 184,97 17 663,88 6 593,06 38,36% 2 3971,34 3 042,32 17,7%

Figura 5. Localização das áreas protegidas no concelho de Setúbal

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

39

PALMELA

SESIMBRASETUBAL

SEIXAL

ALMADA

CASTELO

SANTIAGO

QUINTA DOCONDE

Arrábida

Arriba Fossil da Costa da Caparica

N

Legenda:SesimbraFreguesias do Concelho de SesimbraÁreas ProtegidasConcelhos Limítrofes

0 3 6 Km

4.3.1.3. Sesimbra

O Parque Natural da Arrábida (PNA) e a Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da

Caparica (PPAFCC) são as duas áreas protegidas com parte da sua área incluída no concelho

de Sesimbra (Quadro 14 e Figura 6). Para além destas áreas protegidas, o concelho de

Sesimbra tem na sua área geográfica outros locais protegidos de menor dimensão como a

Pedreira do Avelino (MN), a Gruta do Zambujal (SC), a Pedra da Mua (MN) e a Jazida de

Icnofósseis dos Lagosteiros.

Quadro 16. Área do concelho de Sesimbra inserida em Áreas Protegidas Concelho

Sesimbra -

Área total

PNA –Área

total

PNA - Área total inserida no

concelho de Sesimbra

PPAFCC -

Área total

PPAFCC - Área total inserida

no concelho de Sesimbra

(ha) (ha) (ha) (%) (ha) (ha) (%)

19 500.59 17 663.88 3 949.77 20.25 1 551.50 462.94 2.37

Figura 6. Localização das áreas protegidas no concelho de Sesimbra

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

40

4.3.2. Rede Natura 2000

A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica europeia composta por áreas de importância

comunitária para a conservação de determinados habitats e espécies, nas quais as actividades

humanas deverão ser compatíveis com a preservação destes valores, com vista a uma gestão

sustentável (ICN, 2006). Esta rede é formada por Zonas de Protecção Especial – ZPE (Directiva

Aves – Directiva n.º 79/409/CEE) e Sítios Classificados (também designados por Zonas

Especiais de Conservação – ZEC – Directiva Habitats, Directiva n.º 92/43/CEE). As ZPE

englobam os locais mais representativos para a protecção de aves não cinegéticas, incluindo os

respectivos ninhos, ovos e habitats (Anexo I da respectiva Directiva) e os Sítios Classificados

englobam os locais mais representativos para a conservação dos habitats de espécies da flora e

da fauna constantes dos anexos da respectiva Directiva.

As Directivas Aves e Habitats foram transpostas para o direito nacional pelo Decreto-Lei n.º

140/99, de 24 de Abril, com a redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de

Fevereiro.

No âmbito da garantia de conservação dos habitats e das populações de espécies para os quais

os vários sítios foram designados e classificados com estatutos de conservação, o licenciamento

ou a autorização das actividades ficam sujeitos a parecer do Instituto de Conservação da

Natureza e da Biodiversidade. Os actos e actividades condicionados são os constantes do Artigo

9.º do Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de Fevereiro.

4.3.2.1. Palmela No concelho de Palmela existem dois Sítios Classificados e uma ZPE (Figura 7),

nomeadamente:

1- Sítio Classificado PTCON00011 Estuário do Sado - ZEC com 3 662,32 ha inseridos no

concelho de Palmela (Resolução do Conselho de Ministros n.º142/1997 de 28 de

Agosto);

2- Sítio Classificado PTCON0010 Arrábida-Espichel - ZEC com 1 655,035 ha inseridos no

concelho de Palmela (Resolução do Conselho de Ministros n.º142/1997 de 28 de

Agosto);

3- ZPE do Estuário do Sado, com 1 537,01 ha inseridos no concelho de Palmela (Decreto-

Lei n.º 384-B/99, de 23 de Setembro).

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

41

Palmela

Freguesias do concelho de PalmelaConcelhos Limítrofes

N

POCEIRÃO

MARATECA

PALMELA

PINHAL NOVO

QUINTA DO ANJO

BENAVENTE

MONTIJO

SETUBAL

ALCOCHETE

MOITAPALMELA

Estuário do Tejo

Estuário do Sado

Açude da Murta

Arrabida / Espichel

3000 0 3000 6000 Metros

Zona de Protecção Especial (ZPE)Zona Especial de Conservação (ZEC)

Legenda:

A gestão destas áreas rege-se pela legislação geral aplicável, mencionada no parágrafo anterior.

Figura 7. Localização das áreas de de Sítios Classificados (ZEC) e ZPE no concelho de

Palmela

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

42

N

Km6420

Legenda:SetúbalFreguesias do Concelho de Setúbal

Zona Especial de Conservação (ZEC)Concelhos Limítrofes

PALMELA

SESIMBRA

SETUBAL

BARREIRO

Estuário do Sado

SADO

S. LOURENCO

S. SIMÃO

S. SEBASTIÃO

GÂMBIA - PONTES - ALTO DA GUERRA

NOSSA SENHORADA ANUNCIADA

S. JULIÃO

S. MARIADA GRAÇA

Arrabida / Espichel

Zona de Protecção Especial (ZPE)

4.3.2.2. Setúbal

No concelho de Setúbal existem dois Sítios Classificados e uma ZPE (Figura 8), nomeadamente:

1- Sítio Classificado PTCON00011 Estuário do Sado, com 3107,26 ha inseridos no

concelho de Setúbal (Resolução do Conselho de Ministros n.º142/1997 de 28 de

Agosto);

2- Sítio Classificado PTCON0010 Arrábida-Espichel, com 6703,60 ha inseridos no concelho

de Setúbal (Resolução do Conselho de Ministros n.º142/1997 de 28 de Agosto);

3- ZPE do Estuário do Sado, com 1983,72 ha inseridos no concelho de Setúbal (Decreto-

Lei n.º 384-B/99, de 23 de Setembro).

A gestão destas áreas rege-se pela legislação geral aplicável, mencionada anteriormente.

Figura 8. Localização das áreas de Sítios Classificados (ZEC) e ZPE no concelho de Setúbal

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

43

Zona de Protecção Especial (ZPE)

PALMELA

SESIMBRASETUBAL

SEIXAL

ALMADA

Cabo Espichel

Lagoa PequenaCASTELO

SANTIAGO

QUINTA DOCONDE

Arrabida / Espichel

Fernão Ferro / Lagoa de Albufeira

Concelhos LimítrofesZona Especial de Conservação (ZEC)

Freguesias do Concelho de SesimbraSesimbra

Legenda:

N

0 3 6 Km

4.3.2.3. Sesimbra

No concelho de Sesimbra existem duas ZEC e duas ZPE (Figura 9), nomeadamente:

1- Sítio Classificado PTCON00054 Fernão Ferro/Lagoa de Albufeira - ZEC com 3 151.76

ha inseridos no concelho de Sesimbra (Resolução do Conselho de Ministros nº76/2000

de 5 de Julho; posteriormente classificado pela Comissão Europeia como “Sítio de

Importância Comunitária da Região Biogeográfica Mediterrânica Fernão Ferro/Lagoa de

Albufeira” por decisão da Comissão das Comunidades Europeias de 19 de Julho de

2006);

2- Sítio Classificado PTCON0010 Arrábida-Espichel - ZEC com 6 758.42 ha inseridos no

concelho de Sesimbra (Resolução do Conselho de Ministros n.º142/1997 de 28 de

Agosto);

3- ZPE da Lagoa Pequena, com 68.76 ha inseridos no concelho de Sesimbra (Decreto-Lei

n.º 384-B/99, de 23 de Setembro);

4- ZPE do Cabo Espichel. 874.27 ha inseridos no concelho de Sesimbra (Decreto-Lei n.º

384-B/99, de 23 de Setembro).

A gestão destas áreas rege-se pela legislação geral aplicável, mencionada anteriormente.

Figura 9. Localização das áreas de ZEC e ZPE no concelho de Sesimbra

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

44

4.3.3. RAN e REN

A Reserva Agrícola Nacional (RAN) destina-se a defender as áreas de maiores potencialidades

agrícolas, ou aquelas que foram objecto de importantes investimentos destinados a aumentar a

sua capacidade produtiva, tendo como objectivo o progresso e a modernização da agricultura

portuguesa (o pleno aproveitamento agrícola dos melhores solos e a sua salvaguarda). A

Reserva Agrícola Nacional é constituída principalmente por solos de Capacidade de Uso das

classes A e B, bem como por solos de baixas aluvionares e coluviais.

O regime jurídico da RAN (a definição das áreas constituintes, bem como as especificidades de

uso e de manutenção dessas áreas) foi estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 169/89 de 14 de

Junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 274/92 de 12 de Dezembro. As áreas da RAN estão

cartografadas à escala 1:25 000, e publicadas em Portaria no Diário da República. Contudo, com

a ratificação e publicação dos Planos Directores Municipais (PDM), aquelas Portarias caducam e

a carta da RAN é a constante dos PDM.

Nos solos da RAN são proibidas as acções que diminuam ou destruam as suas potencialidades

agrícolas, sendo as actividades agrícolas objecto de tratamento preferencial em todas as acções

de fomento e apoio à agricultura, desenvolvidas pelas entidades públicas. A utilização não

agrícola de solos da RAN carece sempre de prévio parecer das Comissões Regionais de

Reserva Agrícola (CRRA), junto das quais poderá ser instruído o processo de pedido de

utilização não agrícola de solos da RAN.

A Reserva Ecológica Nacional (REN) foi instituída pelo Decreto-Lei n.º 321/83 de 5 de Julho,

tendo sido o seu regime jurídico revisto no Decreto-Lei n.º 93/90 de 19 de Março, alterado pelo

Decreto-Lei n.º 79/95 de 20 de Abril e pelo Decreto-Lei n.º 180/2006 de 6 de Setembro. Nestes

documentos foram definidas como áreas de REN todas as áreas indispensáveis à estabilidade

ecológica do meio e à utilização racional dos recursos naturais, com vista ao correcto

ordenamento do território. Nos solos classificados como REN são assim proibidas todas as

acções que diminuam ou destruam as suas funções e potencialidades, nomeadamente vias de

comunicação e acessos, construção de edifícios, aterros e escavações, destruição do coberto

vegetal e da vida animal. Como excepção estão as operações relativas à florestação e

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

45

Legenda:

3000 0 3000 6000 Metros

POCEIRÃO

MARATECA

PALMELA

PINHAL NOVO

QUINTA DO ANJO

BENAVENTE

MONTIJO

SETUBAL

ALCOCHETE

MOITAPALMELA

N

Concelhos LimítrofesFreguesias do concelho de Palmela

Palmela

RENRAN

exploração florestal decorrentes de projectos aprovados ou autorizados pela Direcção Geral dos

Recursos Florestais (DGRF).

Os terrenos integrados na REN serão obrigatoriamente identificados em todos os instrumentos

que definam a ocupação física e o ordenamento do território, nomeadamente os planos de

ordenamento e os planos directores municipais.

Na globalidade da área de estudo, foram identificados cerca de 7597,8 ha classificados como

solos da RAN e 18859,49 ha classificados como solos da REN. A gestão destes solos deverá

atender à legislação aplicável descrita anteriormente.

4.3.3.1. Palmela

No concelho de Palmela encontram-se delimitadas áreas de RAN e de REN, ocupando a RAN

cerca de 3 728,82 ha, e a REN aproximadamente 8 103,11 ha, existindo sobreposição de áreas

(Figura 10).

Figura 10. RAN e REN no concelho de Palmela

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

46

N

Km6420

Legenda:SetúbalFreguesias do Concelho de Setúbal

Concelhos Limítrofes

PALMELA

SESIMBRA

SETUBAL

BARREIRO

SADO

S. LOURENCO

S. SIMÃO

S. SEBASTIÃO

GÂMBIA - PONTES - ALTO DA GUERRA

NOSSA SENHORADA ANUNCIADA

S. JULIÃO

S. MARIADA GRAÇA

RANREN

4.3.3.2. Setúbal

No concelho de Setúbal encontram-se delimitadas áreas de RAN e de REN, ocupando a RAN

cerca de 2250,62 ha, e a REN aproximadamente 7152,16 ha, existindo sobreposição de áreas

(Figura 11). Importa referir que a área estabelecida para a REN é apenas indicativa, não estando

ainda aprovada.

Figura 11. RAN e REN no concelho de Setúbal

4.3.3.3. Sesimbra

No concelho de Sesimbra encontram-se delimitadas áreas de RAN e de REN, ocupando a RAN

cerca de 1 618.36 ha, e a REN aproximadamente 3 604.22 ha, existindo sobreposição de áreas

(Figura 12).

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

47

RENRAN

PALMELA

SESIMBRASETUBAL

SEIXAL

ALMADA

CASTELO

SANTIAGO

QUINTA DOCONDE

Concelhos Limítrofes

Freguesias do Concelho de SesimbraSesimbra

Legenda:

N

0 3 6 Km

Figura 12. RAN e REN no concelho de Sesimbra

4.3.4. Regime Florestal

Em 24 de Dezembro de 1901 foi publicado o Decreto que define o conceito de regime florestal,

tendo como objectivo criar e fomentar um património florestal. Neste decreto é determinada a

arborização, conservação e exploração de terrenos considerados de utilidade pública que

ficaram sujeitos a restrições. O regime florestal aplica-se a terrenos e matas públicas ou

privadas, a áreas submetidas ao regime cinegético especial e a áreas de pesca concessionada

ou reservada, nas águas interiores. Tem como objectivos fundamentais a criação, a exploração e

conservação da riqueza silvícola, enquadrada na economia nacional e o revestimento florestal

dos terrenos cuja arborização seja de qualidade pública. Estes espaços estão sujeitos a

restrições legais de utilidade pública que condicionam o exercício do direito de propriedade.

Estas restrições e condicionantes resultam do reconhecimento da necessidade de salvaguardar

o solo a usos inadequados.

As áreas sujeitas ao regime florestal nos 3 concelhos em análise totalizam 1755,89 ha.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

48

N

Km6420

Legenda:SetúbalFreguesias do Concelho de SetúbalRegime FlorestalConcelhos Limítrofes

PALMELA

SESIMBRA

SETUBAL

BARREIRO

SADO

S. LOURENCO

S. SIMÃO

S. SEBASTIÃO

GÂMBIA - PONTES - ALTO DA GUERRA

NOSSA SENHORADA ANUNCIADA

S. JULIÃO

S. MARIADA GRAÇA

4.3.4.1. Palmela

No concelho de Palmela não há áreas sujeitas ao Regime Florestal.

4.3.4.2. Setúbal

No concelho de Setúbal existem terrenos submetidos ao Regime Florestal Total e terrenos

submetidos ao Regime Florestal Parcial Obrigatório (terrenos privados), localizados na Reserva

da Serra da Arrábida. A Reserva da Serra da Arrábida foi criada pelo Decreto-Lei n.º 355/71, de

16 de Agosto, e abrange toda a Serra da Arrábida.

A área sujeita ao Regime Florestal Total, designada “Mata Nacional da Serra da Arrábida”, é

composta por duas parcelas com áreas de 144 ha e 148 ha. A área total submetida ao Regime

Florestal (Total e Parcial Obrigatório) perfaz 1651 ha, dos quais 1397 ha estão inseridos no

concelho de Setúbal (Figura 13). Por Despacho Conjunto de 20 de Agosto de 1986 (DR n.º 202,

II Série, de 3/9), a gestão desta área foi transferida dos “Serviços Florestais” para o Serviço

Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza, actual ICNB.

Figura 13. Regime Florestal no concelho de Setúbal

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

49

Km630

N

Legenda:SesimbraFreguesias do Concelho de Sesimbra

Concelhos Limítrofes

PALMELA

SESIMBRASETUBAL

SEIXAL

ALMADA

CASTELO

SANTIAGO

QUINTA DOCONDE

Reserva da Arrábida

Amieira

Dunas de Albufeira

Regime Florestal

4.3.4.3. Sesimbra

No concelho de Sesimbra há quatro áreas sujeitas ao Regime Florestal, nomeadamente (Figura

14):

1- a Reserva da Arrábida, com área total de 1651 ha, dos quais 251.94 ha no concelho de

Sesimbra;

2- o Perímetro Florestal da Amieira, com 69,27 ha, inserido na sua totalidade no concelho

de Sesimbra;

3- a Mata Nacional das Dunas de Albufeira, com 122 ha, dos quais 33,40 ha no concelho

de Sesimbra;

4- a Mata Nacional dos Medos, com 344.73 ha, mas com apenas 4.28 ha no concelho de

Sesimbra.

Figura 14. Regime Florestal no concelho de Sesimbra

As Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal dos concelhos de Palmela, Setúbal

e Sesimbra estão representados no Mapa 31 – Mapa das Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e

Regime Florestal dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia).

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

50

4.4. Instrumentos de gestão florestal

Segundo a Lei de Bases da Política Florestal (Lei n.º 33/96 de 17 de Agosto), a gestão das

explorações florestais deve ser efectuada com base nas normas de silvicultura definidas no

Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF) correspondente, ficando as matas públicas e

comunitárias, as matas privadas com área superior à definida no PROF respectivo, bem como as

explorações florestais inseridas em Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) obrigadas à existência

de um Plano de Gestão Florestal (PGF). Os PGF´s são instrumentos que vão permitir melhorar o

conhecimento do material lenhoso existente e a manutenção do espaço florestal, informação

relevante para a produção florestal e a prevenção dos incêndios.

Os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra inserem-se no PROF da Área Metropolitana de

Lisboa (AML), cuja área mínima a partir da qual as explorações florestais privadas devem estar

obrigatoriamente submetidas a um PGF é de 100 hectares. A elaboração de PGF é obrigatória

também nos perímetros florestais submetidos ao regime florestal (subcapítulo 4.3.4.).

Até à data, ainda não existem PGFs aprovados referentes a propriedades florestais da área de

estudo. Existem contudo PGFs em elaboração no concelho de Sesimbra: o Plano de Gestão

Florestal do Perímetro Florestal da Mata da Amieira, e o Plano de Gestão Florestal da Mata

Nacional dos Medos (na fase final de elaboração).

No entanto, a inexistência de PGF’s aprovados não implica necessariamente que as

propriedades florestais destes concelhos não pratiquem já uma gestão planeada e com

orientações específicas de sustentabilidade da produção e de defesa dos espaços florestais

contra agentes abióticos, como os incêndios florestais. As implicações da inexistência de PGF’s

na área de estudo em termos de DFCI reflectem-se na dificuldade de articulação entre os vários

instrumentos de ordenamento e de gestão e na carência de um instrumento de planeamento e

de operacionalização das intervenções florestais com vista à redução de combustíveis lenhosos

e restantes medidas de DFCI.

As Zonas de Intervenção Florestal são figuras de ordenamento territorial e florestal de grande

importância para a gestão da floresta, que permitem a definição de uma dimensão mínima viável

para a execução de intervenções nos espaços florestais, assim como reduzir as condições de

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

51

ignição e de propagação de incêndios florestais, e dar coerência territorial e eficácia à acção da

administração central e local e dos demais agentes com intervenção nos espaços florestais. As

áreas prioritárias para a constituição de uma ZIF ocorrem maioritariamente em regiões

caracterizadas pela fragmentação da propriedade rural, onde os proprietários são na sua maioria

ausentes, sendo o abandono dos espaços florestais a principal causa para o aumento de

combustíveis lenhosos e para o elevado risco de incêndio. Para além da dimensão média das

explorações florestais, existem outros critérios considerados para a criação de uma ZIF,

nomeadamente o índice de risco de incêndio, a percentagem de espaços florestais e espaços

arborizados na área da ZIF, a percentagem de área ardida e a área proposta para ZIF.

As freguesias da área de estudo com espaços florestais prioritários para a constituição de ZIF,

propostas no PROF-AML são: São Lourenço, São Simão e Nossa Senhora da Anunciada no

concelho de Setúbal, e Castelo no concelho de Sesimbra. A constituição de ZIF nestas

freguesias facilitará o estabelecimento de medidas de DFCI através de uma maior coerência

territorial, assim como a implementação eficaz das orientações estratégicas para a gestão e

ordenamento florestal definidas no PROF-AML. Contudo, na área de estudo ainda não foram

identificadas Zonas de Intervenção Florestal constituídas nem em fase de constituição.

4.5. Zonas de recreio florestal, caça e pesca

4.5.1. Zonas de recreio florestal 4.5.1.1. Palmela

As zonas de recreio florestal identificadas no concelho de Palmela integram um parque de

campismo, dois parques de merendas, um parque verde urbano, uma barragem de recreio e

cerca de 90 km de percursos pedestres (Quadro 17 e Figura 15). Saliente-se que os percursos

pedestres localizados na Herdade do Zambujal são realizados em propriedade privada, logo, a

sua utilização deve ser precedida de pedido de autorização à mesma. As zonas de recreio

florestal encontram-se bem distribuídas pela área do concelho, localizando-se maioritariamente

nas freguesias de Palmela, Marateca e Pinhal Novo. Nestas zonas os circuitos de vigilância

móvel e acções de prevenção devem ser reforçados, uma vez que constituem áreas com

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

52

POCEIRÃO

MARATECA

PALMELA

PINHAL NOVO

QUINTA DO ANJO

SETUBAL

BARREIRO

MOITA

MONTIJO

ALCOCHETE

PALMELA

MONTIJO

VENDAS NOVAS

ALCACER DO SAL

N

Barragem de recreio

Zonas de RecreioParque de CampismoParque de MerendasParque Verde Urbano

Percursos pedestresConcelhos LimitrofesFreguesias do concelho de PalmelaPalmela

0 5 10 Km

elevada densidade de visitantes e, consequentemente, uma maior probabilidade de ocorrência

de incêndios florestais.

Quadro 17. Zonas de Recreio Florestal no concelho de Palmela

Zonas de Recreio Florestal

ha/m

Barragens de Recreio Escola de Ski - Rio Frio 15.057

Parque Venâncio Ribeiro da Costa 3.67

Parque de Merendas de S. Gonçalo 0.98

Parque de Campismo Pinhal Novo 3.93 Equipamentos de Recreio

Cabeço das Silveiras 0.11

Centro Histórico da Vila de Palmela 1854,75

Espaço Florestal - Montado de Rio Frio 895,33

Parque Natural da Arrábida - S. Gaiteiros 8147,06

Parque Natural da Arrábida - S. Louro 6331,82

Parque Natural da Arrábida - S. Luís 254,64

Parque Natural da Arrábida - Vale Alcube 8521,12

Percurso A - Moinhos 11096,65

Percurso B - Gaiteiros 5006,31

Percurso C - S. Luís 1839,17

Percurso E - Alcube 6293,79

Rede Natura 2000 4978,30

Rede Natura 2000 - extensão Rib. Marateca 3977,56

Reserva Ecológica Nacional - Pinhal Novo 7339,14

Trilhos Pedestres

Reserva Natural do Estuário do Sado 2818,13

Figura 15. Zonas de recreio florestal do concelho de Palmela

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

53

4.5.1.2. Setúbal

As zonas de recreio florestal identificadas no concelho de Setúbal integram três parques de

campismo, um parque ambiental, dois parques de merendas, e cerca de 53 km de percursos

pedestres (Quadro 18 e Figura 16).

Quadro 18. Zonas de Recreio Florestal no concelho de Setúbal

Zonas de Recreio Florestal

ha/m

Parque da Comenda 1.42

Parque de Campismo de Picheleiros 3.20

Parque de Campismo da Gâmbia 6.32

Parque Ambiental do Alambre 36.55

Parque de Merendas do Alambre 0.29

Equipamentos de Recreio

Parque de Campismo do Otão 4.41

Parque Natural da Arrábida - S. Gaiteiros 420,89

Parque Natural da Arrábida - S. Luís 7546,43

Parque Natural da Arrábida - Vale Alcube 502,23

Percurso 6 5769,65

Percurso B - Gaiteiros 450,51

Percurso C - S. Luís 5572,24

Percurso D - S. Filipe 2753,88

Percurso E - Alcube 4901,52

Percurso F - Picheleiros 11198,92

Percurso G - Três Aldeias 7010,45

Percurso H - Ramada 6984,47

Trilhos Pedestres

Percurso I - Terras do Risco 249,67

As zonas de recreio florestal do concelho de Setúbal localizam-se predominantemente nas

freguesias de S. Lourenço, Nossa Senhora da Anunciada e Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra.

Nestas zonas os circuitos de vigilância móvel e acções de prevenção devem ser reforçados, uma

vez que constituem áreas com elevada densidade de visitantes e, consequentemente, com uma

maior probabilidade de ocorrência de incêndios florestais.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

54

SETUBAL

BARREIRO

PALMELA

S. LOURENÇO

S. SIMÃO

NOSSA SENHORADA ANUNCIADA

S. JULIÃO

S. SEBASTIÃO

GÂMBIA - PONTES - ALTO DA GUERRA

SADO

#

SANTA MARIA DA GRAÇA

SESIMBRA

ALCACER DO SAL

N

Zonas de RecreioParque de CampismoParque de MerendasParque Ambiental

Percursos pedestresConcelhos LimitrofesFreguesias do concelho de SetúbalSetúbal

0 5 10 Km

Figura 16. Zonas de recreio florestal do concelho de Setúbal

4.5.1.3. Sesimbra

As zonas de recreio florestal identificadas no concelho de Sesimbra compreendem seis parques

de campismo, um parque de merendas, uma albufeira de recreio (Lagoa de Albufeira), assim

como cerca de 15,6 km de percursos pedestres (Quadro 19 e Figura 17).

Quadro 19. Zonas de Recreio Florestal no concelho de Sesimbra

Zonas de Recreio Florestal

ha/m

Barragens de Recreio Lagoa de Albufeira e Lagoa Pequena 120.23 Parque Municipal Forte do Cavalo 8.05 Parque de Campismo - Campimeco 20.04

Parque de Campismo Fetais 2.98 Parque de Campismo da Maçã 4.39

Parque de Campismo - Lagoa de Albufeira 2.45 Parque de Merendas do Cruzeiro 0.28

Equipamentos de Recreio

Parque de Campismo de Valbom 6.45 Percurso I - Terras do Risco 7094.12

Trilhos Pedestres Trilho – Cabo Espichel 8330

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

55

CASTELO

QUINTA DO CONDE

SANTIAGO

SETUBAL

SESIMBRA

ALMADASEIXAL

PALMELAN

Zonas de RecreioParque de CampismoParque de MerendasAlbufeira de recreio

Percursos pedestresConcelhos LimitrofesFreguesias do concelho de SesimbraSesimbra

0 2 4 Km

A freguesia do Castelo é a única do concelho de Sesimbra onde foram identificadas zonas de

recreio florestal. Analogamente ao que foi descrito anteriormente, também estas zonas requerem

medidas especiais de DFCI, nomeadamente os parques de campismo e a Lagoa de Albufeira,

por corresponderem a áreas de recreio com elevada pressão turística, sobretudo nos meses de

Verão.

Figura 17. Zonas de recreio florestal do concelho de Sesimbra

4.5.2. Zonas de caça e pesca

Nos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra foram identificadas 8 zonas de caça associativa,

ocupando cerca de 4153,34 ha, 7 zonas de caça municipal com cerca de 10081,16 ha, 16 zonas

de caça turística abrangendo 17237,39 ha e uma zona de interdição de caça com uma área de

122,91 ha. Nestas áreas a probabilidade de ocorrência de focos de incêndio por negligência

humana poderá estar relacionada com a maior movimentação de pessoas e veículos associados

a esta actividade.

Nos concelhos em análise não se identificaram zonas de concessão de pesca.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

56

4.5.2.1. Palmela

No concelho de Palmela foram identificadas 3 zonas de caça associativas que ocupam 2,6% da

área concelhia, 1 zona de caça municipal ocupando 1,97% da área concelhia e 6 zonas de caça

turística que ocupam 23,16% do concelho de Palmela (Figura 18). No total, cerca de 27,8% da

área do concelho de Palmela encontra-se concessionada com zonas de caça.

Figura 18. Zonas de caça no concelho de Palmela

4.5.2.2. Setúbal

No concelho de Setúbal foram identificadas 1 zona de caça associativa que representa menos

de 0,5% da área concelhia, 2 zonas de caça municipais que ocupam 18,6% do concelho, e 5

zonas de caça turística que ocupam 5,05% do concelho de Setúbal (Figura 19), totalizando

23,8% de área concessionada com zonas de caça no concelho de Setúbal.

POCEIRÃO

MARATECA

PALMELA

PINHAL NOVO

QUINTA DO ANJO

SETUBAL

BARREIRO

MOITA

MONTIJO

ALCOCHETE

PALMELA

MONTIJO

VENDAS NOVAS

ALCACER DO SAL

N

Concelhos LimitrofesFreguesias do concelho de PalmelaPalmela

Zonas de CaçaZona de Caça AssociativaZona de Caça MunicipalZona de Caça Turística

0 2 4 Km

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57

Figura 19. Zonas de caça no concelho de Setúbal

4.5.2.3. Sesimbra

No concelho de Sesimbra foram identificadas 4 zonas de caça associativas que representam

cerca de 15% da área concelhia, 4 zonas de caça municipais que representam cerca de 30,6%

do concelho, 5 zonas de caça turística que ocupam cerca de 29% do concelho, e ainda uma área

de interdição à caça (Figura 20). Grande parte do concelho de Sesimbra (mais de 70%) está

assim concessionado a zonas de caça. Mais uma vez se salienta que esta actividade poderá

originar focos de incêndio por negligência dada a movimentação de pessoas e veículos

associados.

SETUBAL

BARREIRO

MOITA

PALMELA

S. LOURENÇO

S. SIMÃO

NOSSA SENHORADA ANUNCIADA

S. JULIÃO

S. SEBASTIÃO

GÂMBIA - PONTES - ALTO DA GUERRA

SADO

#

SANTA MARIA DA GRAÇA

SESIMBRA

ALCACER DO SAL

N

Concelhos LimitrofesFreguesias do concelho de SetúbalSetúbal

Zonas de CaçaZona de Caça AssociativaZona de Caça MunicipalZona de Caça Turística

0 2 4 Km

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58

Figura 20. Zonas de caça no concelho de Sesimbra

As zonas de recreio florestal, zonas de caça, albufeiras de recreio e percursos pedestres estão

representadas no Mapa 33 – Mapa de Zonas de Recreio Florestal e Caça dos Concelhos de

Palmela, Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia).

4.6. Romarias e Festas

A identificação das romarias e festas na área de estudo é importante para a identificação dos

dias do ano em que a movimentação e concentração de pessoas é maior em certos locais,

sobretudo quando ocorrem actividades com risco de incêndio como churrascos ou lançamento

de foguetes, perto de espaços florestais, podendo originar focos de incêndio por negligência ou

acidente.

Refira-se ainda que segundo o artigo 29º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, não é

permitido o lançamento de qualquer tipo de foguetes durante o período crítico (período definido

por Portaria do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, decorrente de

CASTELO

QUINTA DO CONDE

SANTIAGO

SETUBAL

SESIMBRA

ALMADASEIXAL

PALMELAN

Concelhos LimitrofesFreguesias do concelho de SesimbraSesimbra

Zonas de CaçaÁreas de Interdição de CaçaZona de Caça AssociativaZona de Caça MunicipalZona de Caça Turística

0 2 4 Km

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

59

condições meteorológicas de elevado risco de incêndio), sendo que a utilização de fogo-de-

artifício nos espaços rurais se encontra sujeita a autorização prévia da respectiva câmara

municipal.

4.6.1. Palmela

O concelho de Palmela apresenta uma diversificada oferta cultural e turística, desde feiras e

romarias, a festas distribuídas ao longo do ano, onde se promovem os produtos locais e as

actividades desenvolvidas no concelho. De entre as actividades com maior visibilidade cultural

destacam-se a Festa das Vindimas, a Mostra de Vinhos do Poceirão e Marateca e o Festival do

Queijo, Pão e Vinho (Quadro 20).

Quadro 20. Romarias e festas no concelho de Palmela

Mês de realização

Data de início / fim

Freguesia Lugar Designação Observações

Abril (1) 2º fim-de-semana Quinta do

Anjo Quinta do Anjo

Festival do Queijo, Pão e Vinho (Feira)

Animação diversa

Maio Marateca e Poceirão

Fernando do Pó Mostra de Vinhos do Poceirão e

Marateca Animação diversa

Maio 2º Domingo Pinhal Novo Pinhal Novo Feira de Maio Mercado e Feira Franca

Junho 1º fim-de-semana Poceirão Poceirão Feira Comercial e Agrícola de

Poceirão Lançamento de fogo de

artificio

Junho 1ª quinzena (inclui o 10 de Junho)

Pinhal Novo Pinhal Novo Festas Populares de Pinhal

Novo Lançamento de fogo de

artificio

Junho Último fim-de-

semana Marateca Águas de Moura

Festas de S. Pedro da Marateca

Lançamento de fogo de artificio

Julho Palmela Aires Festa do Artesanato Animação diversa

Julho (2) 6/8 Pinhal Novo Pinhal Novo FIG – Festival Internacional de

Gigantes Animação diversa

Julho Último fim-de-

semana Palmela

Vila de Palmela (centro histórico)

FIAR – Festival Internacional de Artes de Ruas

-

Agosto Domingo mais

próximo do dia 15 Palmela Escudeira Festa da Escudeira Romaria

Agosto 15 Desloca-se pelos 3

concelhos Cabo Espichel

Romaria de Nossa Senhora do Cabo

Romaria e procissão

Agosto Último Domingo Pinhal Novo Olhos d´Água - Atalaia Romaria de Nossa Senhora da

Atalaia Romaria e procissão

Lançamento de balões

Setembro De 5ª a 3ª feira, abrangendo o 1º fim-de-semana

Palmela Palmela Festa das Vindimas Lançamento de fogo de

artificio

Outubro /

Novembro

Fim-de-semana próximo ao dia 1 de Novembro

Quinta do Anjo Quinta do Anjo Festa de Todos os Santos

Procissão e animação diversa

(1) No ano de 2007 realizou-se de 4 a 6 de Maio. (2) Realização bianual.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

60

O lançamento de fogo de artifício, actividade que constitui um risco de incêndio, é realizado em

algumas feiras e festas que ocorrem no Verão no concelho de Palmela, período do ano com

risco de incêndio mais elevado (Quadro 20). Deve salientar-se que o Festival Internacional de

Gigantes (FIG), realizado bianualmente no Pinhal Novo nos dias 6 a 8 de Julho é a única

festividade coincidente com os dias de maior registo de área ardida (6 de Julho com cerca de

400 ha ardidos e 12 ocorrências entre 1996 e 2006 – ver Gráfico 10, subcapítulo 5.1.4.).

4.6.2. Setúbal

Muitas são as festas, feiras e romarias que ao longo do ano se realizam no concelho de Setúbal.

No Quadro 21 destacam-se as mais importantes.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

61

Quadro 21. Romarias e festas no concelho de Setúbal

Mês de realização Data de início / fim Freguesia Lugar Designação Observações

Janeiro 9 Setúbal Setúbal Dia de Luísa Todi

Fevereiro/Março

Dia de Carnaval Setúbal Setúbal Cégadas Teatro de rua

Fevereiro/Março

4ª feira de cinzas (depois do Carnaval)

Setúbal Setúbal Enterro do Bacalhau Festejo pagão

Abril 25 Setúbal Setúbal 25 de Abril Cultural

Abril/Maio Entre finais de Abril e inicio de

Maio Setúbal Setúbal

Meia Maratona Internacional de Setúbal

Desportivo

Março/Abril Domingo após a Páscoa

(Pascoela) Festa de S. Luís da Serra Animação diversa

Maio 1º fim-de-semana S. Sebastião e

N. Srª da Anunciada

Fontaínhas e Troíno

Festa do Senhor do Bonfim Festejos religiosos

Maio N. Srª da Anunciada

Troíno Festas de Troino Animação diversa

Junho No inicio de Junho e com de 10

dias de duração Setúbal Setúbal

FESTROIA – Festival Internacional de Cinema

Cultural

Junho Vésperas dos dias 13, 24 e 29

de Junho Setúbal Setúbal Santos Populares Animação diversa

Julho 1º fim-de-semana Sado Praias do Sado

Festival de Folclore de Praias do Sado

Encontro de folclore

Julho Um dia no inicio de Julho N. Srª da Anunciada Troíno

Festa de N. Srª da Arrábida (Círio Novo de Setúbal) Festejos religiosos

Julho

Uma semana na 2ª quinzena São Lourenço Azeitão

Festa de N. Srª da Arrábida (Círio de Azeitão) Animação diversa

Julho /Agosto

Última semana de Julho e primeira de Agosto

Setúbal Setúbal Feira de Sant’iago Animação diversa

Agosto Inicio do mês Sado Praias do Sado

Festa de N. Srª do Rosário de Tróia

Animação diversa

Agosto / Setembro

A partir da 3ª semana de Agosto até finais de Setembro

Setúbal Setúbal Festival do Sado Animação diversa

Agosto Final do mês Sado Sado Festas do Moinho de Maré da

Mourisca Animação diversa

Setembro 1ª semana Setúbal Setúbal Festa dos Sabores do Sado Mostra gastronómica

Setembro 1ª semana São Simão Vila Fresca de Azeitão

Festas da Senhora da Saúde Animação diversa

Setembro São Sebastião Festanima Mostra gastronómica

Setembro 15 (feriado municipal) Setúbal Setúbal Festas Bocagianas Cultural

Dezembro Época natalícia Setúbal Setúbal Festejos de Natal Decorações festivas

Todos os meses

1º Domingo São Lourenço Azeitão Mercado de Azeitão Mercado

Todos os meses

Sábados N. Srª da Anunciada

Av. Luísa Todi

Feira de Velharias de Setúbal Mercado

Todos os meses 2º Domingo do mês São Lourenço Azeitão Feira de Velharias de Azeitão Mercado

No concelho de Setúbal observa-se uma distribuição mais homogénea das festas e romarias ao

longo do ano, predominando contudo as festas de Verão. Analogamente ao que foi referido no

subcapítulo anterior, destes festejos podem resultar focos de incêndio como consequência da

utilização de fogo-de-artifício, e pela elevada afluência de pessoas e veículos aos locais onde

decorrem as festividades. Deste modo, deverão ser consideradas as datas de realização de

festas e romarias de Verão no âmbito da DFCI.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

62

Saliente-se que a Festa de N. Sr.ª da Arrábida realizada em Azeitão na 2.ª quinzena de Julho, e

a Feira de Santiago realizada na última semana de Julho e primeira de Agosto coincidem com os

dias com maior registo de área ardida no concelho de Setúbal entre 1996 e 2006: 20 e 25 de

Julho (com 231 h a ardidos e 8 ocorrências, e 712 ha ardidos e 9 ocorrências, respectivamente,

ver Gráfico 21, ponto 5.2.4.).

4.6.3. Sesimbra

As festividades e romarias identificadas no concelho de Sesimbra apresentam-se no Quadro 22.

Quadro 22. Romarias e festas no concelho de Sesimbra

Mês de realização Data de início / fim Freguesia Lugar Designação

Maio 3 / 5 Santiago Santiago Festa do Senhor Jesus das

Chagas

Junho 1ª quinzena Quinta do Conde

Quinta do Conde Feira Festa

Julho 3º Domingo Quinta do Conde

Quinta do Conde Festa de Nossa Senhora da

Esperança

Agosto 15 Quinta do Conte

Boa Água Festa de Nossa Senhora da Boa

Água

Setembro 2º Domingo Castelo Sampaio Festa da Luz

Setembro Último Domingo do mês Castelo Cabo Espichel Festa de Nossa Senhora do Cabo

Dezembro 26 Castelo Alfarim Festa de Nossa Senhora da

Conceição

As festas e romarias do concelho de Sesimbra ocorrem sobretudo nos meses de Verão (de Maio

a Setembro), podendo contribuir para o incremento do risco de incêndio nos locais onde se

realizam. Estas datas devem assim ser tidas em conta no planeamento e implementação das

medidas de DFCI. Deverá ser dada especial atenção às festas e romarias que ocorrem nas

freguesias de Santiago e da Quinta do Conde, dada a elevada densidade populacional nestas

freguesias.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

63

5. ANÁLISE DO HISTÓRICO E DA CAUSALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

A análise temporal das estatísticas de incêndios foi efectuada com base em informação

disponibilizada pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF), referente ao histórico de

incêndios para o período 1980-2006 (distribuição anual), 1996-2006 (distribuição mensal,

semanal, diária e horária, por tipo de coberto vegetal, e por classes de extensão) e 2001-2006

(pontos de início e causas, fontes e hora de alerta).

5.1. Palmela

5.1.1. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Anual

A distribuição anual da área ardida e do n.º de ocorrências para o concelho de Palmela

apresenta-se no Gráfico 5.

Entre 1980 e 2006 regista-se um aumento progressivo do número de ocorrências a partir de

1994 e até 2004. Ao longo de 27 anos, a área ardida atingiu os valores mais elevados em 2004

(667,3 ha), 2003 (426,1 ha), 2002 (202,3 ha), 2000 (156,4 ha) e 2001 (111,5 ha). Em 1982, entre

1985 e 1988, e em 1990 não ocorreram registos de área ardida.

O maior número de ocorrências foi registado em 2000 (202 ocorrências), seguido pelo ano de

2002 com 170 ocorrências, e pelo ano de 2006 com 165 ocorrências.

A distribuição anual das áreas ardidas no concelho de Palmela apresenta-se no Mapa 34 – Mapa

das Áreas Ardidas – Distribuição Anual dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra (1990-

2006) (capítulo 7. Cartografia). Importa referir que a informação cartográfica disponibilizada pela

DGRF não regista algumas das áreas ardidas de menor dimensão que se encontram referidas

nas estatísticas facultadas pela mesma entidade.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

64

Gráfico 5. Distribuição anual da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências (1980-2006) para o concelho de Palmela Nota: Os anos de 1988 e de 1990 não constam dos dados da DGRF, pelo que se assumiu para estes anos valores nulos para a área ardida e para o número de ocorrências.

O Gráfico 6 representa a área ardida e o número de ocorrências entre 2001 e 2006 para as

freguesias do concelho de Palmela. A área ardida em 2006 é inferior à média registada no

quinquénio 2001-2005, para todas as freguesias, excepto para a freguesia da Quinta do Anjo. O

número de ocorrências em 2006 é inferior à média registada no quinquénio 2001-2005 apenas

para as freguesias de Palmela e Pinhal Novo, tendo sido registadas mais ocorrências em 2006

do que no período 2001-2005 para as restantes freguesias (Marateca, Poceirão e Quinta do

Anjo).

As freguesias de Palmela e Marateca são as que apresentam a maior área ardida (média) e a

freguesia do Pinhal Novo o maior número de ocorrências (média) e a terceira maior área ardida,

no período 2001-2005. Pelo contrário, a freguesia do Poceirão é a que apresenta o menor

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Área ardida

(ha)

0

50

100

150

200

250

Nº d

e Oco

rrên

cias

Área Ardida Tot al 14,0 47,1 0,0 0,5 4,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0 0,1 8,6 8,9 38,3 90,7 35,08 18,41 41,23 40,11 156,4 111,5 202,3 426,1 667,3 48,8 62,8

Nº de Ocorrências 1 3 0 5 6 0 0 0 0 2 0 2 16 9 36 122 107 86 172 123 202 77 170 105 102 127 165

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

65

registo de área ardida e de número de ocorrências no quinquénio em estudo (Gráfico 6). A

Quinta do Anjo destaca-se das outras freguesias, com a maior área ardida em 2006 (41,82 ha),

que representa quase 70% do total ardido nesse ano no concelho de Palmela.

Gráfico 6. Distribuição da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio 2001-2005, por freguesia, para o concelho de Palmela

Curiosamente, as freguesias com maior registo de área ardida entre 2001 e 2005 - Marateca,

Palmela e Pinhal Novo, são as freguesias onde se localizam os equipamentos florestais de

recreio presentes no concelho (ver subcapítulo 4.5). É provável que a utilização de tais

equipamentos tenha estado na origem de alguns destes incêndios, constituindo assim áreas

importantes para a instalação de faixas de gestão de combustível, reforço da vigilância móvel,

acções de sensibilização e fiscalização.

No Gráfico 7 podem visualizar-se as áreas ardidas e número de ocorrências por espaços

florestais em cada 100 hectares, entre 2001 e 2006. Para obter estes valores consideraram-se

as áreas de espaços florestais por freguesia (ver Quadro 13, subcapítulo 4.2.).

0

20

40

60

80

100

120

Área ardida

(ha)

0

10

20

30

40

50

60

Nº d

e oc

orrênc

ias

Área ardida 2006 0,75 3,30 9,12 7,80 41,82

Média Área ardida 2001-2005 91,77 95,26 58,56 7,85 37,73

N.º Ocorrências 2006 26 24 33 31 51

Média N.º Ocorrências 2001-2005 11,8 26,4 41,6 12,2 24,2

Marateca Palmela Pinhal Novo Poceirão Quinta do Anjo

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

66

Ao comparar-se o Gráfico 7 com o Gráfico 6, verifica-se que a área ardida aumentou para a

freguesia de Pinhal Novo e diminuiu para a freguesia da Marateca, comparativamente com as

restantes freguesias. Estas diferenças devem-se ao facto de que no Gráfico 7 a área ardida é um

valor relativo, representado em relação à área florestal existente em cada freguesia, enquanto

que o Gráfico 6 apresenta a área ardida em termos absolutos. Quando a área ardida é

representada em relação aos espaços florestais existentes (rácio área ardida/área florestal,

Gráfico 7), o valor de área ardida vai variar inversamente com o valor da área de espaços

florestais. Assim sendo, apesar da freguesia de Pinhal Novo não ser a que apresenta a maior

área ardida do concelho (valores absolutos, Gráfico 6), quando se analisa a área ardida por

espaços florestais (Gráfico 7), Pinhal Novo é a que tem o maior registo. A área ardida nesta

freguesia tem maior importância relativa por espaço florestal porque Pinhal Novo tem a menor

área florestal do concelho (ver Quadro 13, subcapítulo 4.2). Pelo contrário, na freguesia da

Marateca, a área ardida diminui quando é representada por espaços florestais (Gráfico 7),

porque a Marateca tem a maior área florestal do concelho (ver Quadro 13, subcapítulo 4.2).

Gráfico 7. Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio 2001-2005 por espaços florestais, em cada 100 hectares, para o concelho de Palmela

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Área ardida

(ha)

0

1

2

3

4

5

6

Nº d

e oc

orrênc

ias

Área ardida 2006/Área espaços

florestais*100 hectares

0,01 0,28 1,22 0,14 4,12

Média Área ardida 2001-2005/Área

espaços florestais*100 hecatres

1,48 8,00 7,86 0,14 3,72

N.º Ocorrências 2006/Área

espaços florestais*100 hectares

0,42 2,01 4,43 0,57 5,02

Média N.º Ocorrências 2001-

2005/Área espaços florestais*100

hectares

0,19 2,22 5,58 0,22 2,38

Marateca Palmela Pinhal Nov o Poceirão Quinta do Anjo

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

67

5.1.2. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Mensal

A distribuição mensal da área ardida e n.º de ocorrências é de grande utilidade para o

planeamento mensal do reforço da vigilância. A distribuição mensal da área ardida e número de

ocorrências no concelho de Palmela entre 1996 e 2006 apresenta-se no Gráfico 8.

Gráfico 8. Distribuição mensal da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências em 2006 e média 1996-2005, para o concelho de Palmela

Em média nos últimos 10 anos (1996-2005), os incêndios florestais ocorreram sobretudo nos

meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro. Julho destaca-se como o mês com a área ardida

mais elevada (79,39 ha) no período 1996-2005, sendo portanto o mês mais crítico em termos de

fogos florestais. Em 2006 Junho foi o mês que registou maior área ardida (24,14 ha). Pode

referir-se ainda que o ano de 2006 foi um ano atípico comparativamente à média do período

1996-2005, com uma área ardida baixa em Julho (13,56 ha) (Gráfico 8).

O maior n.º de ocorrências no período 1996-2005 foi registado em Agosto (31,5), seguido pelos

meses de Julho e Setembro (29,7 e 19,5, respectivamente); em 2006 o maior n.º de ocorrências

foi observado em Junho e Julho (34). Pode assim concluir-se que os fogos que ocorreram em

2006 em Julho correspondem a muitos focos de incêndio mas de reduzida dimensão. Este facto

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Área ardida

(ha)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

N.º de

oco

rrên

cias

Área ardida 2006 0,00 0,00 0,00 0,01 2,49 24,14 13,56 22,37 0,17 0,05 0,00 0,00

Média Área ardida 1996-2005 0,07 0,22 0,85 1,22 3,66 11,12 79,39 58,66 14,48 3,58 0,62 0,85

N.º de ocorrências 2006 0 0 2 8 32 34 34 32 15 6 2 0

Média N.º ocorrências 1996-2005 1,20 1,30 3,80 3,60 7,00 17,20 29,70 31,50 19,50 8,50 2,20 1,60

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

68

poderá estar relacionado com a maior eficácia no ataque aos incêndios florestais a partir de 2006

devido a uma maior utilização de meios de combate na 1.ª intervenção (“ataque musculado”).

É previsível que Junho, Julho, Agosto e Setembro registem o maior valor médio de área ardida e

ocorrências de incêndios, já que são os meses mais quentes e secos (época estival), criando

condições propícias à ocorrência de fogos. Os meses de Outono e Inverno registaram áreas

ardidas muito pequenas na última década (1996-2005) e nulas em 2006 (Dezembro a Março).

5.1.3. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Semanal

A análise da distribuição semanal das áreas ardidas e número de ocorrências permite detectar

quais os dias da semana mais susceptíveis à ocorrência de incêndios florestais. Neste sentido, é

provável que a Sexta-feira, o Sábado e o Domingo sejam os dias mais propícios à ocorrência de

fogos, pela maior deslocação da população para fora dos perímetros urbanos, como por exemplo

para as praias, ou para actividades de veraneio nos espaços florestais (tais como a realização de

piqueniques com churrascos em locais não autorizados, utilização de fogueiras para outros fins,

e actividades de todo-o-terreno com veículos motorizados).

O Gráfico 9 representa a distribuição semanal da área ardida e número de ocorrências para o

concelho de Palmela. A área ardida média no período 1996-2005 ocorreu sobretudo ao Sábado

e Terça-feira (64,50 ha e 63,02 ha, respectivamente), valores que representam cerca de 73% do

total registado nos restantes dias da semana. A Quarta-feira é o dia com maior área ardida em

2006. Contrariamente ao que seria de prever, a área ardida ao Domingo foi baixa em 1996-2005

e 2006, e próxima de zero aos Sábados em 2006 (Gráfico 9).

O número de ocorrências (média) em 1996-2005 distribui-se por todos os dias da semana, tendo

sido registadas mais ocorrências ao Sábado (20,5), e menos ocorrências à Quinta-feira (16,6). O

n.º de ocorrências em 2006 também se distribui pelos diferentes dias da semana, tendo-se

registado o maior número de ocorrências à Quarta-feira e Domingo (29 e 27, respectivamente), e

o menor valor ao Sábado (20) (Gráfico 9). Em 2006 o n.º de ocorrências aumentou

comparativamente à média registada em 2001-2005, para todos os dias da semana (exceptuam-

se os Sábados, em que se registou uma pequena diminuição de 0,5).

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

69

Gráfico 9. Distribuição semanal da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências em 2006 e média 1996-2005

para o concelho de Palmela

5.1.4. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Diária

No Gráfico 10 apresenta-se a distribuição diária das áreas ardidas e número de ocorrências no

período de 1996 a 2006, permitindo identificar os dias mais críticos para a ocorrência de

incêndios no concelho de Palmela nos últimos 11 anos.

0

10

20

30

40

50

60

70

Área ardida

(ha)

0

5

10

15

20

25

30

35

N.º de

oco

rrên

cias

Área ardida 2006 2,75 1,67 22,13 14,75 9,58 2,76 9,15

Média Área ardida 1996-2005 7,65 63,02 8,35 6,15 14,81 64,50 10,23

N.º de ocorrências 2006 21 22 29 23 23 20 27

Média N.º ocorrências 1996-2005 17,30 18,40 18,40 16,60 18,10 20,50 17,80

Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

70

Gráfico 10. Distribuição dos valores diários acumulados da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências (1996-2006) para o concelho de Palmela

Distribuição dos valores diários acumulados da área ardida e do nº de ocorrências (1996-2006)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

01-Jan

09-Jan

17-Jan

25-Jan

02-Fev

10-Fev

18-Fev

26-Fev

05-M

ar

13-M

ar

21-M

ar

29-M

ar

06-Abr

14-Abr

22-Abr

30-Abr

08-M

ai

16-M

ai

24-M

ai

01-Jun

09-Jun

17-Jun

25-Jun

03-Jul

11-Jul

19-Jul

27-Jul

04-Ago

12-Ago

20-Ago

28-Ago

05-Set

13-Set

21-Set

29-Set

07-Out

15-Out

23-Out

31-Out

08-Nov

16-Nov

24-Nov

02-Dez

10-Dez

18-Dez

26-Dez

Área ardida

(ha)

0

5

10

15

20

25

Nº d

e oc

orrênc

ias

Área Ardida Nº de Ocorrências

3 de Julho

6 de Julho

12 Julho

31 de Julho

2 de Agosto

28 de Agosto

6 dias críticos 75,93% do total ardido

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

71

Os dias 6 de Julho e 2 de Agosto foram os mais críticos dos últimos 11 anos (1996 a 2006), em

que se registaram os maiores valores de área ardida (435,04 ha e 355,16 ha, respectivamente),

representando cerca de 43,66% do total de área ardida no período em análise. Em geral,

Palmela é um concelho com um histórico de área ardida entre 1996 e 2006 concentrada nos dias

dos meses estivais, ou seja, de Junho a Agosto. Salienta-se também o facto de existirem poucos

dias do ano sem nenhuma ocorrência registada, no período de 1996 a 2006.

5.1.5. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Horária

A análise da distribuição horária da área ardida e do número de ocorrências possibilita conhecer

em que período do dia deverá ser reforçada a vigilância, por parte das entidades responsáveis,

para que a primeira intervenção possa ser rápida e eficaz.

Analisando a distribuição gráfica horária da área ardida e n.º de ocorrências para o período de

1996 a 2006 para o concelho de Palmela (Gráfico 11), verifica-se que o maior registo de área

ardida ocorreu no período entre as 15:00h e as 15:59h (639,24 ha, que correspondem a 35,32%

da área ardida total), seguido do período das 8:00h às 8:59h (cerca de 353,69 ha). O maior

número de ocorrências foi registado no período entre as 16:00h e as 16:59h, com 139

ocorrências.

É de esperar que os períodos horários mais críticos correspondam às horas de maior circulação

da população (tais como a hora de almoço e saída dos empregos), e às horas de maior pico de

calor. Os valores de área ardida observados para o período das 15h-15h59 enquadram-se

nesses períodos mais críticos. Pelo contrário, o período horário com a segunda maior área

ardida registada entre as 8h e as 8h59 da manhã não se enquadra no que seria provável como

mais crítico, podendo ser o resultado de queimadas realizadas no período mais fresco do dia,

que progrediram para pequenos focos de incêndio. Há também outras excepções observadas,

tais como as áreas ardidas no período nocturno (00h-1h59 e 3h-3h59), provavelmente

resultantes de causas intencionais (fogo-posto).

Estes resultados são importantes para a programação das acções de sensibilização junto das

populações, prevenção, vigilância, 1.ª intervenção e combate. O reforço da vigilância e 1.ª

intervenção deverá incidir sobre o período das 11h às 19h.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

72

Gráfico 11. Distribuição horária da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências (1996-2006) para o concelho de Palmela

Distribuição horária da área ardida e nº de ocorrências 1996-2006

0

100

200

300

400

500

600

700Área ardida

(ha)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Nº d

e oc

orrênc

ias

Área ardida 33,071 111,55 7,5584 41,765 0,5758 2,1568 1,373 16,219 353,69 5,8771 5,375 15,442 25,528 123,72 87,705 639,24 129,82 72,548 36,884 28,673 20,037 29,557 15,101 6,4166

Nº de Ocorrências 68 30 17 19 9 8 8 16 19 37 38 71 66 90 112 113 139 134 99 86 65 73 68 51

00:00 - 00:59

1:00 - 1:59

2:00 - 2:59

3:00 - 3:59

4:00 - 4:59

5:00 - 5:59

6:00 - 6:59

7:00 - 7:59

8:00 - 8:59

9:00 - 9:59

10:00 - 10:59

11:00 - 11:59

12:00 - 12:59

13:00 - 13:59

14:00 - 14:59

15:00 - 15:59

16:00 - 16:59

17:00 - 17:59

18:00 - 18:59

19:00 - 19:59

20:00 - 20:59

21:00 - 21:59

22:00 - 22:59

23:00 - 23:59

19,54% do total ardido

35,32% do total ardido2 Períodos críticos - Área ardida

54,86% da área ardida

Período crítico - Ocorrências

11:00 - 00:59 horas

86% das ocorrências

69,82% da área ardida

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

73

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Área ardida

(ha)

Área Ardida Matos 33,0 9,3 24,5 15,6 82,8 9,1 19,7 73,5 427,3 8,0 39,3

Ardida Povoamentos 2,1 9,1 16,7 24,5 73,6 102,3 182,6 352,6 240,0 40,9 23,5

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

5.1.6. Área Ardida por Tipo de Coberto Vegetal

A área ardida de povoamentos florestais no concelho de Palmela representa aproximadamente

58.99% da totalidade de área ardida, para o período 1996-2006 (Gráfico 12), ou seja, ardem

mais áreas ocupadas com floresta do que com matos. A área ardida de povoamentos é superior

à área ardida de matos em 1999, no período 2001-2003 e no ano de 2005. Este resultado pode

estar relacionado com a inexistência de práticas de gestão e de exploração florestal adequadas,

tais como a limpeza dos povoamentos e a gestão de sobrantes florestais, e ainda com a

especulação imobiliária.

Entre 1996 e 2006 a maior área ardida de povoamentos ocorreu em 2003, e a maior área ardida

de matos em 2004 (352,6 ha e 427,3 ha respectivamente, correspondendo a cerca de 33% do

total de área ardida de povoamentos e a 58% do total de área ardida de matos, ao longo dos 11

anos observados). O ano de 2004 corresponde ao maior registo de área ardida entre 1996 e

2006, representando 36,9% do total de área ardida no período considerado.

Gráfico 12. Distribuição da área ardida (ha) por tipo de coberto vegetal (1996-2006) no concelho de

Palmela

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

74

5.1.7. Área Ardida e Ocorrências por Classes de Extensão

O Gráfico 13 mostra a distribuição da área ardida e o número de ocorrências por classes de

extensão, que variam da classe 0-1 ha à classe >100 ha.

No período de 1996 a 2006 registaram-se fogos florestais em todas as classes de extensão.

Contudo, 90% do total de ocorrências (1289 ocorrências) registadas no concelho de Palmela

corresponde a fogos de pequena área ardida, entre 0 e 1 ha, seguida de 9% de ocorrências com

área ardida na classe de 1 a 10 ha. Pode assim concluir-se que a quase totalidade das

ocorrências nos últimos 11 anos (1996-2006) no concelho de Palmela corresponde a muitos

incêndios de reduzida dimensão, provavelmente controlados atempadamente por equipas de 1.ª

intervenção. Há contudo duas excepções no período estudado: os anos de 2003 e 2004, em que

ocorreram dois grandes incêndios florestais, com áreas ardidas superiores a 100 ha.

Gráfico 13. Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências por classes de extensão (1996-2006) para o

concelho de Palmela

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

Área ardida

(ha)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Nº d

e oc

orrênc

ias

Área ardida 190,35 412,44 105,50 112,00 211,58 778,00

Nº de ocorrências 1289 132 7 3 3 2

0-1 1-10 10-20 20-50 50-100 >100

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

75

5.1.8. Pontos de Início e Causas

A distribuição dos pontos de início dos incêndios no concelho de Palmela no período 2001- 2006

é heterogénea, ocorrendo a maior concentração de pontos de início nas freguesias de Quinta do

Anjo, Palmela e Pinhal Novo. O maior registo de pontos de início ocorreu nos anos de 2002 e

2006.

As causas de incêndios são classificadas em seis categorias (DGRF, 2007a):

1. uso do fogo (queima de lixo, queimadas, lançamento de foguetes, fogueiras, fumar,

apicultura);

2. acidentais (transporte e comunicações, maquinaria e equipamento, outras causas

acidentais);

3. estruturais (caça e vida selvagem, uso do solo, defesa contra incêndios, outras causas

estruturais);

4. incendiarismo (inimputáveis, imputáveis);

5. naturais (raio);

6. indeterminadas.

A análise das causas dos incêndios em Portugal está dificultada pela falta de qualidade dos

dados disponíveis, com muita informação temporal em falta e relatórios incompletos, sendo difícil

obter uma interpretação consistente e rigorosa da causalidade dos incêndios (Damasceno e

Silva, 2007).

No concelho de Palmela a informação sobre as causas de início para a maioria dos incêndios

ocorridos entre 2001 e 2006 é quase inexistente. Num total de 746 pontos de início, apenas em

10 (1,43% do total de causas investigadas) se identificaram as causas de início, classificadas em

quatro categorias: desconhecida, negligente (uso do fogo), intencional (incendiários), e natural

(Quadro 23). Destas, não existe nenhuma causa com maior frequência absoluta, excepto na

freguesia do Pinhal Novo em que a causa desconhecida foi a mais frequente.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

76

Quadro 23. N.º total de incêndios e causas por freguesia (2001-2006), para o concelho de Palmela

Freguesias Causas Total de Incêndios N.º de incêndios investigados

Natural 1 Marateca Sub-total

85 1

Intencional 1 Palmela

Sub-total 156

1

Desconhecida 2

Intencional 2

Negligente 1 Pinhal Novo

Sub-total

241

3

Poceirão Sub-total 92 0

Desconhecida 1

Intencional 1

Negligente 1 Quinta do Anjo

Sub-total

172

3

Natural 1

Desconhecida 3

Intencional 4

Total/tipo de causa

Negligente 2

Total Geral 746 10

Ao nível do concelho, a causa mais frequente é a intencional, seguida da desconhecida e da

negligente, existindo apenas um registo de causa natural. O registo de causa natural identificado

foi um dos grandes incêndios que ocorreu no concelho de Palmela em 2003. Por outro lado, o

grande incêndio de 2004 neste concelho teve causa intencional, tendo ocorrido numa área de

Rede Natura 2000 (ZEC), o que parece indicar que a intenção era a alteração do uso do solo

(dadas as limitações ao uso do solo numa área protegida deste tipo).

Os pontos de início e causas dos incêndios do concelho de Palmela apresentam-se no Mapa 35

– Mapa dos Pontos de Início e Causas dos Incêndios (2001-2006) dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia).

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

77

29,89%

13,81%

9,38%

45,44%

1,47%

CDOS Outros PV Populares 117

5.1.9. Fontes de Alerta

O Gráfico 14 apresenta a distribuição do n.º de ocorrências por fonte de alerta entre 2001 e 2006

para o concelho de Palmela. A principal fonte de alerta de incêndios no concelho de Palmela são

os populares (cerca de 45,44%), seguida pelo Comando Distrital de Operações de Socorro

(CDOS) com 29,89%. A fonte de alerta Outros e Postos de Vigia (PV) também são

representativos (13,81% e 9,38%, respectivamente). A utilização do 117 representa valores

marginais no total do tipo de fonte de alerta (foram contabilizados apenas 11 registos para este

tipo de alerta, cerca de 2% do total de alertas) (Gráfico 10). Não existem registos de alertas de

sapadores florestais.

Gráfico 14. Distribuição do n.º de ocorrências por fonte de alerta (2001-2006) para o concelho de Palmela Legenda: CDOS – Comando Distrital de Operações de Socorro; PV – Posto de Vigia

O Gráfico 15 apresenta a distribuição do n.º de ocorrências por fonte e hora de alerta entre 2001

e 2006 para o concelho de Palmela. Os alertas dados pelos populares e pelo CDOS distribuem-

se pelas 24 horas mas apresentam um pico das 13h às 19h59, e das 11h às 20h59,

respectivamente. O alerta dado por “Outros” também se distribui pelas 24h. Por outro lado, o

alerta dado pelos postos de vigia (PV) concentra-se entre as 13h e as 18h59. O alerta através do

117 é marginal, ocorrendo entre as 10h e as 20h59.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

78

1 1 1 1 1 1 1 1 1

116 2 6 3 2 1 1 2 5 2

12 14 12 14 1524 22

15 14 135

9 13

35 2

3 1 3 35

3

9 73 1

6

11 10

53 3

6

7 4

18

4

1

21

2 36 5

912

12 15 19 24

24

30 36

27

20

9 24

2313

12 1

3 2 5

10

17

12

4

2

3

2

8

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

00:00 - 00:59

1:00 - 1:59

2:00 - 2:59

3:00 - 3:59

4:00 - 4:59

5:00 - 5:59

6:00 - 6:59

7:00 - 7:59

8:00 - 8:59

9:00 - 9:59

10:00 - 10:59

11:00 - 11:59

12:00 - 12:59

13:00 - 13:59

14:00 - 14:59

15:00 - 15:59

16:00 - 16:59

17:00 - 17:59

18:00 - 18:59

19:00 - 19:59

20:00 - 20:59

21:00 - 21:59

22:00 - 22:59

23:00 - 23:59

N.º de

oco

rrên

cias

117 CDOS Outros Populares PV

Gráfico 15. Distribuição do n.º de ocorrências por fonte e hora de alerta (2001-2006)

5.2. Setúbal

5.2.1. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Anual

A distribuição anual da área ardida e do n.º de ocorrências apresenta-se no Gráfico 16.

Entre 1980 e 2006 regista-se uma grande variação da área ardida e um aumento progressivo do

número de ocorrências a partir de 1991.

Ao longo de 27 anos, o maior valor de área ardida registada ocorreu no ano de 2004 (719,75 ha),

seguido pelo ano de 2005 (232,98 ha), e pelo ano de 1980 (150,5 ha). Entre 1985 e 1991 não

ocorreram registos de área ardida. A grande área ardida registada em 2004 é muito superior aos

valores de área ardida registados para o restante período de tempo observado, e resulta apenas

de um incêndio ocorrido no Parque Natural da Arrábida, com início nos Arneiros e que se

estendeu até à Serra da Arrábida.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

79

O maior número de ocorrências foi registado em 2006 (133 ocorrências), seguido pelo ano de

2000 com 123 ocorrências, e pelo ano de 2002 com 89 ocorrências.

Saliente-se que a informação da base de dados estatística da DGRF não inclui quaisquer dados

para o ano de 1990, e apresenta valores (área ardida e n.º de ocorrências) nulos para 1991,

apesar de ter ocorrido um fogo na Serra da Arrábida em Setembro de 1991 (com uma área

ardida de cerca de 200 ha).

A distribuição anual das áreas ardidas no concelho de Setúbal apresenta-se no Mapa 34 – Mapa

das Áreas Ardidas – Distribuição Anual dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra (1990-

2006) (capítulo 7. Cartografia). Importa referir que a informação cartográfica disponibilizada pela

DGRF não regista algumas das áreas ardidas de menor dimensão que se encontram referidas

nas estatísticas facultadas pela mesma entidade.

Gráfico 16. Distribuição anual da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências (1980-2006) para o concelho de Setúbal

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Área ardida

(ha)

0

20

40

60

80

100

120

140

N.º de

Oco

rrên

cias

Área Ardida Tot al 150,5 47,60 13,50 45,80 19,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 32,59 9,41 16,75 28,25 6,30 7,47 16,04 9,56 91,46 16,15 57,15 23,82 719,7 232,9 46,47

Nº de Ocorrências 3,00 7,00 15,00 38,00 25,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 24,00 10,00 20,00 71,00 33,00 39,00 78,00 65,00 123,0 62,00 89,00 61,00 48,00 44,00 133,0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

80

O Gráfico 17 representa a área ardida e o número de ocorrências entre 2001 e 2006 para as

freguesias do concelho de Setúbal. A área ardida em 2006 é inferior à média registada no

quinquénio 2001-2005, para todas as freguesias, excepto para a freguesia do Sado.

Relativamente ao número de ocorrências constata-se exactamente o inverso, ou seja, o número

de ocorrências em 2006 está acima da média registada no quinquénio 2001-2005, também para

todas as freguesias, excepto na freguesia de Santa Maria da Graça (contudo, a diferença é de

apenas 0,4 ocorrências).

Entre 2001 e 2006, as freguesias de Nossa Senhora da Anunciada e de São Lourenço são as

que apresentam a maior área ardida (143,47 ha e 52,24 ha, respectivamente) e a freguesia de

São Sebastião o maior número de ocorrências do concelho, logo seguida pela freguesia de

Nossa Senhora da Anunciada (21,4 e 8 ocorrências, respectivamente) (Gráfico 17).

Pode então concluir-se que muitas das ocorrências na freguesia de São Sebastião resultaram

em focos de incêndio de dimensão reduzida, já que a área ardida nesta freguesia é baixa. Por

outro lado, a freguesia de Nossa Senhora da Anunciada é a que apresenta o maior registo de

área ardida e um dos maiores registos de ocorrências no quinquénio em estudo, logo, muitas

das ocorrências registadas nesta freguesia resultaram em incêndios florestais com alguma

dimensão (Gráfico 17). De facto, a grande área ardida (média 2001-2006) nas freguesias de

Nossa Senhora da Anunciada e São Lourenço resulta do grande incêndio ocorrido em 2004 na

Serra da Arrábida, em que arderam cerca de 700 ha (ver Mapa 34 - Mapa das Áreas Ardidas –

Distribuição Anual, capítulo 7. Cartografia). Tal como já e referiu, a Serra da Arrábida é uma

serra com uma fisiografia acentuada e elevados declives (ver subcapítulos 1.2. e 1.3.), que

dificultam o combate.

Para além disso, São Lourenço é a freguesia com a maior área florestal do concelho de Setúbal

(cerca de 2487 ha, ver subcapítulo 4.2., Quadro 13) e com o maior acréscimo populacional entre

1991 e 2001 (43,31%, ver subcapítulo 3.1.), sendo a freguesia de Nossa Senhora da Anunciada

a que apresenta a segunda maior área florestal do concelho. Desta forma, é natural que Nossa

Senhora da Anunciada e São Lourenço sejam também as freguesias onde se localizam os

equipamentos florestais de recreio presentes no concelho (ver subcapítulo 4.5), tais como

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

81

parques de campismo, parques de merendas e percursos pedestres. É provável que a utilização

de tais equipamentos tenha estado na origem de alguns incêndios, constituindo assim áreas

importantes para a instalação de faixas de gestão de combustível, reforço da vigilância móvel,

acções de sensibilização e fiscalização.

Gráfico 17. Distribuição da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio 2001-2005, por freguesia, para o concelho de Setúbal

No Gráfico 18 podem visualizar-se as áreas ardidas e número de ocorrências por espaços

florestais em cada 100 hectares, entre 2001 e 2006. Para obter estes valores consideraram-se

as áreas de espaços florestais por freguesia (ver Quadro 13, subcapítulo 4.2.).

A área ardida na freguesia de São Lourenço representada em relação aos espaços florestais

existentes na freguesia (Gráfico 18) aumenta em relação à mesma área ardida em valores

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Área ardida

(ha)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

N.º de

oco

rrên

cias

Área ardida 2006 0,02 28,25 2,67 0,00 0,01 13,78 0,90 0,83

Média Área ardida 2001-2005 1,43 143,47 0,75 0,01 0,43 52,24 8,70 2,93

N.º Ocorrências 2006 17 32 9 1 4 27 35 8

Média N.º Ocorrências 2001-2005 5,4 8,0 4,2 1,4 3 11,6 21,4 5,6

Gâmbia-

Pontes-Alto

da Guerra

Nossa

Sra. da

Anunciada

SadoSta. Maria

da GraçaSão Julião

São

Lourenço

São

SebastiãoSão Simão

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

82

absolutos (Gráfico 17). Esta alteração resulta do facto da freguesia de São Lourenço apresentar

a maior área florestal percentual do concelho (ver Quadro 13, subcapítulo 4.2.), o que resulta na

diminuição da área ardida quando esta é calculada por espaços florestais (tal como explicado em

relação a Palmela).

Gráfico 18. Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio 2001-2005 por espaços florestais, em cada 100 hectares, para o concelho de Setúbal

5.2.2. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Mensal

A distribuição mensal da área ardida e número de ocorrências no concelho de Setúbal entre

1996 e 2006 apresenta-se no Gráfico 19.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Área ardida

(ha)

0

5

10

15

20

25

N.º de

oco

rrên

cias

Área ardida 2006/Área espaços

florestais*100 hectares

0,00 1,80 0,61 0,00 0,07 0,55 0,31 0,13

Média Área ardida 2001-2005/Área

espaços florestais*100 hecatres

0,20 9,13 0,17 0,03 2,22 2,10 3,02 0,45

N.º Ocorrências 2006/Área espaços

florestais*100 hectares

2,40 2,04 2,05 3,17 20,75 1,09 12,15 1,21

Média N.º Ocorrências 2001-2005/Área

espaços florestais*100 hectares

0,76 0,51 0,96 4,43 15,56 0,47 7,43 0,85

Gâmbia-

Pontes-

Alto da

Nossa

Sra. da

Anunciada

SadoSta. Maria

da GraçaSão Julião

São

Lourenço

São

SebastiãoSão Simão

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

83

Gráfico 19. Distribuição mensal da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências em 2006 e média 1996-2005,

para o concelho de Setúbal

Em média nos últimos 10 anos (1996-2005), os incêndios florestais ocorreram sobretudo nos

meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro. Julho destaca-se como o mês com área ardida e n.º

de ocorrências bastante mais elevadas que os restantes meses (103,01 ha e 18,1,

respectivamente), sendo portanto o mês mais crítico em termos de fogos florestais. Em 2006

Agosto foi o mês que registou maior área ardida (29,58 ha) e maior n.º de ocorrências (29). Pode

referir-se ainda que o ano de 2006 foi um ano atípico comparativamente à média do período

1996-2005, com uma área ardida baixa em Julho (4,58 ha) (Gráfico 19).

É previsível que Julho, Agosto e Setembro registem o maior valor médio de área ardida e

ocorrências de incêndios, já que são os meses mais quentes e secos (época estival), criando

condições propícias à ocorrência de fogos. Janeiro é o único mês em que não se registaram

incêndios no período 1996-2006 (Gráfico 19).

0

20

40

60

80

100

120

Área ardida

(ha)

0

5

10

15

20

25

30

35

N.º de

oco

rrên

cias

Área ardida 2006 (ha) 0,00 0,00 0,00 0,00 2,01 0,48 4,58 29,58 9,76 0,05 0,00 0,00

Média 1996-2005 0,00 0,27 0,37 0,21 0,52 2,93 103,01 3,26 3,15 4,19 0,02 0,14

Nº de ocorrências 2006 1 0 4 8 18 18 24 29 13 12 4 2

Média 1996-2005 0,50 1,90 1,90 1,60 2,80 10,10 18,10 10,90 10,40 4,30 1,00 0,70

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

84

0

20

40

60

80

Área ardida

(ha)

0

5

10

15

20

25

30

N.º de

oco

rrên

cias

Área ardida 2006 (ha) 1,23 0,14 26,84 2,70 10,62 3,54 1,39

Média Área ardida 1996-2005 3,83 3,33 28,21 4,57 1,36 1,68 75,09

N.º de ocorrências 2006 20,00 13,00 16,00 19,00 24,00 23,00 18,00

Média N.º Ocorrências 1996-2005 10,70 9,00 8,10 10,30 7,30 9,40 9,40

Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom

5.2.3. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Semanal

O Gráfico 20 representa a distribuição semanal da área ardida e número de ocorrências para o

concelho de Setúbal. A área ardida média no período 1996-2005 ocorreu sobretudo ao Domingo,

valor que representa cerca de 64% do total registado nos restantes dias da semana. A Quarta é

o dia com a segunda maior área ardida no período 1996-2005, e a maior área ardida em 2006.

Contrariamente ao que seria de prever, a área ardida ao Domingo foi quase nula em 2006, e

registou valores baixos aos Sábados e Sextas entre 1996 e 2005 (Gráfico 20).

O número de ocorrências (média) em 1996-2005 distribui-se por todos os dias da semana, tendo

sido registadas mais ocorrências à Segunda (10,7) e Quinta-feira (10,3), e menos ocorrências à

Sexta-feira (7,3). Em 2006 há uma oscilação maior do n.º de ocorrências entre os diferentes dias

da semana, tendo-se registado o maior número de ocorrências à Sexta-feira e Sábado (24 e 23,

respectivamente), e o menor valor à Terça-feira (4) (Gráfico 20).

Gráfico 20. Distribuição semanal da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências em 2006 e média 1996-2005 para o concelho de Setúbal

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

85

5.2.4. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Diária

No Gráfico 21 apresenta-se a distribuição diária das áreas ardidas e número de ocorrências no

período de 1996 a 2006, permitindo identificar os dias do ano que foram mais críticos para a

ocorrência de incêndios no concelho de Setúbal nos últimos 10 anos.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

86

Gráfico 21. Distribuição dos valores diários acumulados da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências (1996-2006) para o concelho de Setúbal

Distribuição dos valores diários acumulados da área ardida e do nº de ocorrências (1996-2006)

0

100

200

300

400

500

600

700

800

01-Jan

08-Jan

15-Jan

22-Jan

29-Jan

05-Fev

12-Fev

19-Fev

26-Fev

04-M

ar

11-M

ar

18-M

ar

25-M

ar

01-Abr

08-Abr

15-Abr

22-Abr

29-Abr

06-M

ai

13-M

ai

20-M

ai

27-M

ai

03-Jun

10-Jun

17-Jun

24-Jun

01-Jul

08-Jul

15-Jul

22-Jul

29-Jul

05-Ago

12-Ago

19-Ago

26-Ago

02-Set

09-Set

16-Set

23-Set

30-Set

07-Out

14-Out

21-Out

28-Out

04-Nov

11-Nov

18-Nov

25-Nov

02-Dez

09-Dez

16-Dez

23-Dez

30-Dez

Área ardida

(ha)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Nº d

e oc

orrênc

ias

Área Ardida Nº de Ocorrências

8 de Outubro

25 de Julho

20 Julho

31 de Julho

9 de Agosto6 de Setembro

6 dias críticos 85,60 % do total ardido

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

87

Os dias 20 e 25 de Julho foram os mais críticos dos últimos 11 anos (1996 a 2006), em que se

registaram os maiores valores de área ardida (712,24 ha e 231,36 ha, respectivamente),

representando cerca de 85,60% do total de área ardida no período em análise. Em geral, Setúbal

é um concelho com um histórico de área ardida entre 1996 e 2006 concentrada nos dias dos

meses estivais, ou seja, de Junho a Agosto, ocorrendo apenas a excepção da área ardida

registada a 8 de Outubro. Salienta-se também o facto de existirem poucos dias do ano sem

nenhuma ocorrência registada, no período de 1996 a 2006.

5.2.5. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Horária

Analisando a distribuição gráfica horária da área ardida e n.º de ocorrências para o período de

1996 a 2006 para o concelho de Setúbal (Gráfico 22), verifica-se que o maior registo de área

ardida ocorreu no período entre as 13:00h e as 13:59h (cerca de 726 ha, que correspondem a

59,13% da área ardida total), seguido do período das 15:00h às 15:59h (cerca de 256,35 ha).

O maior número de ocorrências foi registado no período entre as 17:00h e as 17:59h, com 88

ocorrências.

Os períodos horários observados como mais críticos correspondem às horas de maior circulação

da população (tais como a hora de almoço e saída dos empregos), e a horas de maior pico de

calor. Estes resultados são importantes para a programação das acções de sensibilização junto

das populações, prevenção, vigilância, 1.ª intervenção e combate. O esforço de vigilância e de

1.ª intervenção deverá incidir prioritariamente sobre o período das 11h às 19h.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

88

Gráfico 22. Distribuição horária da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências (1996-2006) para o concelho de Setúbal

Distribuição horária da área ardida e nº de ocorrências 1996-2006

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Área ardida

(ha)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Nº d

e oc

orrênc

ias

Área ardida 1,4162 1,0171 0,5525 0,276 0,095 0,271 0,001 0,01 0,2011 0,391 5,4302 10,2904 36,7661 725,665 41,6085 256,355 59,8914 19,9798 20,9062 11,1212 6,381 6,5056 6,8493 15,1735

Nº de Ocorrências 21 7 10 9 4 4 1 4 7 11 20 35 50 37 71 83 64 88 71 51 46 36 25 20

00:00 -

00:59

1:00 -

1:59

2:00 -

2:59

3:00 -

3:59

4:00 -

4:59

5:00 -

5:59

6:00 -

6:59

7:00 -

7:59

8:00 -

8:59

9:00 -

9:59

10:00 -

10:59

11:00 -

11:59

12:00 -

12:59

13:00 -

13:59

14:00 -

14:59

15:00 -

15:59

16:00 -

16:59

17:00 -

17:59

18:00 -

18:59

19:00 -

19:59

20:00 -

20:59

21:00 -

21:59

22:00 -

22:59

23:00 -

23:59

59,13% do total ardido

2 Períodos críticos - Área ardida

80,02% da área ardida

Período crítico - Ocorrências

10:00 - 00:59 horas

92,65% das ocorrências

99,772% da área ardida

20,89% do total ardido

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

89

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Área ardida

(ha)

Área Ardida Matos 5,3 7,4 15,5 5,0 31,4 8,2 29,8 21,2 309,9 1,1 21,9

Ardida Povoamentos 1,0 0,1 0,5 4,5 60,1 7,9 27,4 2,6 409,8 231,9 24,6

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

5.2.6. Área Ardida por Tipo de Coberto Vegetal

A área ardida de povoamentos florestais no concelho de Setúbal representa aproximadamente

62,78% da totalidade de área ardida, para o período 1996-2006 (Gráfico 23). A área ardida de

povoamentos é superior à área ardida de matos nos anos de 2000, e a partir de 2004 (2004-

2006). Uma das explicações possíveis para o aumento da área ardida em povoamentos

florestais a partir de 2000, poderá ser o aumento da carga combustível no sub-bosque dos

povoamentos que se tem verificado desde início da década de 90 (ou seja uma diminuição da

área de povoamentos devidamente gerida).

Entre 1996 e 2006 a maior área ardida de matos e povoamentos ocorreu no mesmo ano - 2004

(309,9 ha e 409,8 ha respectivamente, correspondendo a 67,9% do total de área ardida de

matos e 89,7% do total de área ardida de povoamentos, ao longo dos 11 anos observados). O

ano de 2004 corresponde ao maior registo de área ardida entre 1996 e 2006, representando

58,7% do total de área ardida no período considerado.

Gráfico 23. Distribuição da área ardida (ha) por tipo de coberto vegetal (1996-2006) no concelho de Setúbal

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

90

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

Área ardida

(ha)

0

100

200

300

400

500

600

700

800

N.º de

oco

rrên

cias

Área ardida 59,11 138,24 35 56,5 0 938,3

Nº de ocorrências 695 48 2 2 0 2

0-1 1-10 10-20 20-50 50-100 >100

5.2.7. Área Ardida e Ocorrências por Classes de Extensão

O Gráfico 24 mostra a distribuição da área ardida e o número de ocorrências por classes de

extensão, que variam da classe 0-1 ha à classe >100 ha.

A quase totalidade da área ardida no concelho de Setúbal durante 11 anos (1996-2006) reparte-

se por muitos incêndios de pequena dimensão: 695 ocorrências com área < 1ha e 48

ocorrências com área entre 1 e 10 ha. Estes resultados indicam que os incêndios no concelho de

Setúbal são controlados atempadamente por equipas de 1.ª intervenção. Há apenas duas

excepções no período estudado: os anos de 2004 e 2005, em que ocorreram dois grandes

incêndios florestais.

Gráfico 24. Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências por classes de extensão (1996-2006) para o concelho de Setúbal

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

91

5.2.8. Pontos de Início e Causas

A distribuição dos pontos de início dos incêndios no concelho de Setúbal no período 2001- 2006

é heterogénea, ocorrendo a maior concentração de pontos de início nas freguesias de Nossa

Senhora da Anunciada, S. Julião, S. Sebastião e São Lourenço. O maior registo de pontos de

início ocorreu nos anos de 2002 e 2006.

Para a maioria dos incêndios ocorridos no concelho de Setúbal entre 2001 e 2006 não existe

informação sobre as causas de início. Num total de 437 pontos de início, apenas em 5 se

identificaram as causas de início, classificadas em três categorias: indeterminada

(desconhecida); negligente (uso do fogo) e intencional (incendiários) (Quadro 24).

Os pontos de início e causas dos incêndios do concelho de Setúbal apresentam-se no Mapa 35

– Mapa dos Pontos de Início e Causas dos Incêndios (2001-2006) dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia).

Quadro 24. N.º total de incêndios e causas por freguesia (2001-2006), para o concelho de Setúbal

Freguesias Causas Total de Incêndios N.º de incêndios investigados

Gâmbia-Pontes-Alto Guerra Sub-total 44 0 Indeterminada 2 Negligente 1 Nossa Senhora da Anunciada

Sub-total

72

3 Sado Sub-total 31 0

Santa Maria da Graça Sub-total 8 0 São Julião Sub-total 19 0

Indeterminada 1 Intencional 1 São Lourenço

Sub-total

85

2 São Sebastião Sub-total 142 0 São Simão Sub-total 36 0

Indeterminada 3 Intencional 1 Total/tipo de causa

Negligente 1

Total Geral 437 5

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92

5.2.9. Fontes de Alerta

O Gráfico 25 apresenta a distribuição do n.º de ocorrências por fonte de alerta entre 2001 e 2006

para o concelho de Setúbal. A principal fonte de alerta de incêndios no concelho de Setúbal são

os populares (cerca de 53,55%), seguida pelo CDOS com 25,17%. A fonte de alerta Outros e

Postos de Vigia (PV) também são representativos (12,36% e 6,86%, respectivamente). A

utilização do 117 representa um valor marginal no total do tipo de fonte de alerta (foram

contabilizados apenas 9 registos para este tipo de alerta). Não existem registos de alertas de

sapadores florestais.

Gráfico 25. Distribuição do n.º de ocorrências por fonte de alerta (2001-2006) para o concelho de Setúbal Legenda: CDOS – Centro Distrital de Operações de Socorro; PV – Posto de Vigia

25,17%

12,36%

6,86%

53,55%

2,06%

CDOS Outros PV Populares 117

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93

Gráfico 26. Distribuição do n.º de ocorrências por fonte e hora de alerta (2001-2006) no concelho de Setúbal

O Gráfico 26 apresenta a distribuição do n.º de ocorrências por fonte e hora de alerta entre 2001 e 2006 para o concelho de Setúbal. Os alertas dados pelos

populares e pelo CDOS distribuem-se pelas 24 horas mas apresentam um pico das 12h às 19h59, e das 11h às 21h59, respectivamente. O alerta dado por

“Outros” também se distribui pelas 24h. Por outro lado, o alerta dado pelos postos de vigia (PV) concentra-se entre as 11h e as 19h59. O alerta através do 117

ocorre entre as 11h e as 21h59, mas com um pico (4 registos) no período 17h-17h59.

1 14

1 13 2 2 3 1 1 2 24 6 3 6 8 11

17

116

8 85

1

3 2 11 1

11

6

12

8

7

6 2

2

1

7

4 12

4 48

6

17

10

27

20

20

25

1622

11 14

610

1

1

3

3

1

6 4

22 3

1

1

3

0

10

20

30

40

50

60

00:00 - 0

0:59

1:00

- 1:59

2:00

- 2:59

3:00

- 3:59

4:00

- 4:59

5:00

- 5:59

6:00

- 6:59

7:00

- 7:59

8:00

- 8:59

9:00

- 9:59

10:00 - 1

0:59

11:00 - 1

1:59

12:00 - 1

2:59

13:00 - 1

3:59

14:00 - 1

4:59

15:00 - 1

5:59

16:00 - 1

6:59

17:00 - 1

7:59

18:00 - 1

8:59

19:00 - 1

9:59

20:00 - 2

0:59

21:00 - 2

1:59

22:00 - 2

2:59

23:00 - 2

3:59

N.º de

oco

rrên

cias

117 CDOS Outros Populares PV

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

94

5.3. Sesimbra

5.3.1. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Anual

Entre 1980 e 2006 regista-se um aumento de área ardida e do número de ocorrências a partir de

1991 (contudo, com grande variação entre anos).

Ao longo de 27 anos, a área ardida atingiu os valores mais elevados em 1995 (448 ha), 1980

(188,1 ha), 2000 (170,9 ha), 1981 (146 ha), 1996 (120,14 ha), e 2005 (106,6 ha). Entre 1985 e

1991 não ocorreram registos de área ardida. Após 1995 verifica-se uma oscilação na área

ardida, mas nunca atingindo os valores registados neste ano (Gráfico 27).

O maior número de ocorrências foi registado em 1998 (110 ocorrências), seguido pelo ano de

2000 com 92 ocorrências, e pelo ano de 1995 com 81 ocorrências. Considerando que a área

ardida em 1998 foi baixa relativamente ao período estudado, as ocorrências registadas neste

ano correspondem assim a fogos de reduzida dimensão.

Gráfico 27. Distribuição anual da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências (1980-2006) para o concelho de Sesimbra

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Área ardida

(ha)

0

20

40

60

80

100

120

Nº d

e Oco

rrên

cias

Área Ardida Tot al 188,1 146,0 21,0 12,2 3,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 18,7 74,7 7,1 448,0 120,1 4,587 36,76 13,16 170,9 24,50 22,76 18,21 78,72 106,6 7,116

Nº de Ocorrências 9 51 15 7 1 0 0 0 0 0 0 0 26 44 5 81 53 40 110 60 92 52 53 50 45 60 58

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

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95

A distribuição anual das áreas ardidas no concelho de Sesimbra apresenta-se no Mapa 34 –

Mapa das Áreas Ardidas – Distribuição Anual dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

(1990-2006) (capítulo 7. Cartografia). Importa referir que a informação cartográfica

disponibilizada pela DGRF não regista algumas das áreas ardidas de menor dimensão que se

encontram referidas nas estatísticas facultadas pela mesma entidade.

O Gráfico 28 representa a área ardida e o número de ocorrências entre 2001 e 2006 para as

freguesias do concelho de Sesimbra. A área ardida em 2006 é inferior à média registada no

quinquénio 2001-2005, para todas as freguesias. Relativamente ao número de ocorrências

constata-se exactamente o inverso, ou seja, o número de ocorrências em 2006 está acima da

média registada no quinquénio 2001-2005, também para todas as freguesias, excepto na

freguesia da Quinta do Conde.

A freguesia do Castelo é a que apresenta a maior área ardida e o maior número de ocorrências

do concelho, logo, muitas das ocorrências nesta freguesia resultaram em incêndios florestais.

Note-se que esta freguesia é onde se concentra a quase totalidade da área florestal do concelho

de Sesimbra (11115 ha, ver subcapítulo 4.2., Quadro 13).

Por outro lado, a freguesia da Quinta do Conde é a segunda freguesia com maior número de

ocorrências, mas uma menor área ardida média em 2001-2005 e nenhuma área ardida em 2006,

podendo assim concluir-se que a maioria das ocorrências registadas nesta freguesia resultaram

em fogos de reduzida dimensão (Gráfico 28). O grande número de ocorrências nesta freguesia

está provavelmente associado à grande densidade populacional aqui existente, com um elevado

acréscimo populacional entre 1991 e 2001 (108%, ver subcapítulo 3.1.). Quinta do Conde é

portanto uma freguesia com uma forte interface urbano-floresta em expansão, e o grande n.º de

ocorrências aqui registado está muito provavelmente associado à utilização negligente do fogo.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

96

Gráfico 28. Distribuição da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio 2001-2005, por freguesia, para o concelho de Sesimbra

No Gráfico 29 podem visualizar-se as áreas ardidas e número de ocorrências por espaços

florestais em cada 100 hectares, entre 2001 e 2006. Para obter estes valores consideraram-se

as áreas de espaços florestais por freguesia (ver Quadro 13, subcapítulo 4.2.).

Ao comparar-se o Gráfico 29 com o Gráfico 28, verifica-se que a área ardida aumentou para a

freguesia de Santiago e diminuiu para a freguesia do Castelo, comparativamente com as

restantes freguesias.

Quando a área ardida é representada em relação aos espaços florestais existentes (rácio área

ardida/área florestal), o valor de área ardida vai variar inversamente com o valor da área de

espaços florestais. Ou seja, dado que Santiago é a freguesia com menor área florestal do

concelho (ver Quadro 13, subcapítulo 4.2.), a importância relativa da área ardida por espaço

florestal vai aumentar nesta freguesia, o que resulta no valor mais elevado de área ardida por

espaços florestais em 2001-2005 (Gráfico 29). Pelo contrário, a freguesia do Castelo apresenta a

menor área ardida por espaços florestais em 2001-2005 (Gráfico 29), porque tem a maior área

florestal do concelho (ver Quadro 13, subcapítulo 4.2.).

0

10

20

30

40Área ardida

(ha)

0

10

20

30

40

50

N.º de

oco

rrên

cias

Área ardida 2006 4,01 0,05 3,05

Média 2001-2005 35,40 2,72 12,68

Ocorrências 2006 44 9 5

Média 2001-2005 37,2 11,4 3

Castelo Quinta do Conde Santiago

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

97

0

2

4

6

8

10

12

14Área ardida

(ha)

0

1

2

3

4

5

6

N.º de

oco

rrên

cias

Área ardida 2006/Área espaços florestais*100hectares

0,04 0,01 3,02

M édia Área ardida 2001-2005/Área espaçosflorestais*100 hecatres

0,32 0,52 12,56

N.º Ocorrências 2006/Área espaços florestais*100hectares

0,40 1,72 4,95

M édia N.º Ocorrências 2001-2005/Área espaçosflorestais*100 hectares

0,33 2,18 2,97

Castelo Quinta do Conde Santiago

Gráfico 29. Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio 2001-2005 por espaços florestais, em cada 100 hectares, para o concelho de Sesimbra

5.3.2. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Mensal

A distribuição mensal da área ardida e número de ocorrências entre 1996 e 2006 apresenta-se

no Gráfico 30.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

98

Gráfico 30. Distribuição mensal da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências em 2006 e média 1996-2005, para o concelho de Sesimbra

Em média nos últimos 10 anos (1996-2005), os incêndios florestais ocorreram sobretudo nos

meses de Junho e Julho. Julho destaca-se como o mês com área ardida e n.º de ocorrências

bastante mais elevadas que os restantes meses (28.58 ha e 14.8, respectivamente), sendo

portanto o mês mais crítico em termos de fogos florestais (Gráfico 30).

É previsível que Junho e Julho registem o maior valor médio de área ardida e ocorrências de

incêndios, já que são os meses mais quentes e secos (época estival), criando condições

propícias à ocorrência de fogos. Para além disso, é também provável que o grande aumento em

área ardida e ocorrências nestes dois meses esteja relacionado com as queimas de início de

Verão em quintais e lotes de terreno que representam uma segunda habitação e se encontram

desocupados durante quase todo o ano (excepto nos meses estivais).

O mês de Outubro constitui uma excepção à maior área ardida observada sobretudo nos meses

mais quentes do ano (2001-2006), podendo então concluir-se que neste mês ainda se registam

condições climáticas propícias à ocorrência de incêndios florestais. Janeiro é o único mês em

que não se registam incêndios no período 1996-2006 (Gráfico 30).

0

5

10

15

20

25

30

35Área ardida

(ha)

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

N.º de

oco

rrên

cias

Área ardida 2006 (ha) 0,05 0,00 0,05 2,01 0,03 0,29 0,10 1,08 3,11 0,40 0,00 0,00

Média 1996-2005 0,05 0,39 1,07 0,78 1,73 12,36 28,58 2,98 2,14 7,53 1,63 0,41

Nº de ocorrências 2006 1 1 2 5 4 9 4 8 12 9 0 3

Média 1996-2005 1,40 2,00 2,30 2,30 3,80 9,60 14,80 10,30 6,20 4,00 2,50 2,30

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

99

Pode referir-se ainda que o ano de 2006 foi um ano atípico comparativamente à média do

período 1996-2005, uma vez que os maiores registos de área ardida correspondem aos meses

de Setembro e Abril, e os maiores registos de ocorrências ao mês de Setembro, seguido pelos

meses de Junho e Outubro (Gráfico 30).

5.3.3. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Semanal

O Gráfico 31 representa a distribuição semanal da área ardida e número de ocorrências para o

concelho de Sesimbra. A área ardida média no período 1996-2005 ocorreu sobretudo ao Sábado

e Quarta, valor que representa cerca de seis vezes mais do que a média registada nos restantes

dias da semana. Exceptua-se a Sexta-feira, com o terceiro valor mais elevado de área ardida

média para 1996-2005.

Em 2006 os dias da semana com maior registo de área ardida foram a Sexta-feira, o Sábado e o

Domingo, tal como seria previsível, dada a maior utilização humana dos espaços florestais aos

fins de semana. O Domingo, que em 1996-2005 apresenta um valor de área ardida média baixo

comparativamente aos restantes dias da semana (5% da área total ardida durante a semana),

regista em 2006 valores que se adequam mais à realidade do concelho de Sesimbra (18% da

área total ardida durante a semana) (Gráfico 31).

Gráfico 31. Distribuição semanal da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências em 2006 e média 1996-2005

para o concelho de Sesimbra

0

5

10

15

20

25

Área ardida

(ha)

0

2

4

6

8

10

12

N.º de

oco

rrên

cias

Área ardida 2006 (ha) 0,15 0,06 0,02 0,18 3,36 2,04 1,30

Média 1996-2005 3,85 3,17 20,00 2,70 9,58 17,42 2,93

Nº de ocorrências 2006 10,00 10,00 4,00 7,00 11,00 7,00 9,00

Média 1996-2005 9,50 8,80 7,90 8,90 8,90 9,10 8,40

Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

100

O número de ocorrências (média) em 1996-2005 distribui-se igualmente por todos os dias da

semana, tendo sido registadas mais ocorrências à Segunda-feira (9,5), e menos ocorrências à

Quarta-feira (7,9). Por outro lado, em 2006 há uma grande oscilação entre os diferentes dias da

semana, tendo-se registado o maior número de ocorrências à Sexta-feira (11), e o menor valor à

Quarta-feira (4) (Gráfico 31).

5.3.4. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Diária

No Gráfico 32 apresenta-se a distribuição diária das áreas ardidas e número de ocorrências no

período de 1996 a 2006, permitindo identificar os dias do ano que foram mais críticos para a

ocorrência de incêndios no concelho de Sesimbra, nos últimos 11 anos.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

101

Gráfico 32. Distribuição dos valores diários acumulados da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências (1996-2006) para o concelho de Sesimbra

Distribuição dos valores diários acumulados da área ardida e do nº de ocorrências (1996-2006)

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

160,00

01-Jan

06-Jan

11-Jan

16-Jan

21-Jan

26-Jan

31-Jan

05-Fev

10-Fev

15-Fev

20-Fev

25-Fev

01-M

ar

06-M

ar

11-M

ar

16-M

ar

21-M

ar

26-M

ar

31-M

ar

05-Abr

10-Abr

15-Abr

20-Abr

25-Abr

30-Abr

05-M

ai

10-M

ai

15-M

ai

20-M

ai

25-M

ai

30-M

ai

04-Jun

09-Jun

14-Jun

19-Jun

24-Jun

29-Jun

04-Jul

09-Jul

14-Jul

19-Jul

24-Jul

29-Jul

03-Ago

08-Ago

13-Ago

18-Ago

23-Ago

28-Ago

02-Set

07-Set

12-Set

17-Set

22-Set

27-Set

02-O

ut

07-O

ut

12-O

ut

17-O

ut

22-O

ut

27-O

ut

01-Nov

06-Nov

11-Nov

16-Nov

21-Nov

26-Nov

01-Dez

06-Dez

11-Dez

16-Dez

21-Dez

26-Dez

31-Dez

Área ardida

(ha)

0

2

4

6

8

10

12

Nº d

e oc

orrênc

ias

Área Ardida Nº de Ocorrências

8 de Outubro

6 de Julho

26 Junho

15 de Julho

13 de Julho

23 de Novembro

6 dias críticos 67,87 % do total ardido

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

102

Os dias 15 de Julho e 26 de Junho foram os mais críticos dos últimos 11 anos (1996 a 2006),

com os maiores valores de área ardida (151,06 ha e 96,94 ha, respectivamente), representando

cerca de 41.09% do total de área ardida no período em análise. Em geral, Sesimbra é um

concelho com um histórico de área ardida entre 1996 e 2006 concentrada nos dias dos meses

estivais, ou seja, de Junho a Agosto, ocorrendo apenas a excepção da área ardida registada a 8

de Outubro. Salienta-se também o facto de existirem poucos dias do ano sem nenhuma

ocorrência registada, no período de 1996 a 2006.

5.3.5. Área Ardida e Ocorrências – Distribuição Horária

Analisando a distribuição gráfica horária da área ardida e n.º de ocorrências para o período de

1996 a 2006 para o concelho de Sesimbra (Gráfico 33), verifica-se que o maior registo de área

ardida ocorreu no período entre as 16:00h e as 16:59h (cerca de 209,95 ha, que correspondem a

34.78% da área ardida total), seguido dos períodos das 15:00h às 15:59h (153,27 ha).

O maior número de ocorrências foi registado no período entre as 14:00h e as 14:59h, com 76

ocorrências.

Os períodos horários observados como mais críticos correspondem às horas de maior circulação

da população (tais como a hora de almoço e saída dos empregos), e a horas de maior pico de

calor. Estes resultados são importantes para a programação das acções de sensibilização junto

das populações, prevenção, vigilância, 1.ª intervenção e combate. O reforço da vigilância e 1.ª

intervenção deverá incidir prioritariamente sobre o período das 11h às 20h.

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

103

Gráfico 33. Distribuição horária da área ardida (ha) e do n.º de ocorrências (1996-2006) para o concelho de Sesimbra

Distribuição horária da área ardida e nº de ocorrências 1996-2006

0

50

100

150

200

250

Área ardida

(ha)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Nº d

e oc

orrênc

ias

Área ardida 0,8955 1,3782 1,6855 2,651 3,237 0,871 0,081 3,076 0,526 0,277 0,608 14,1202 82,3415 21,897 47,2731 153,274 209,95 20,841 9,4425 14,1015 8,0213 2,222 4,2542 0,579

Nº de Ocorrências 20 13 17 26 10 10 3 6 10 6 14 21 40 35 76 61 62 51 58 41 28 25 27 13

00:00 - 00:59

1:00 - 1:59

2:00 - 2:59

3:00 - 3:59

4:00 - 4:59

5:00 - 5:59

6:00 - 6:59

7:00 - 7:59

8:00 - 8:59

9:00 - 9:59

10:00 - 10:59

11:00 - 11:59

12:00 - 12:59

13:00 - 13:59

14:00 - 14:59

15:00 - 15:59

16:00 - 16:59

17:00 - 17:59

18:00 - 18:59

19:00 - 19:59

20:00 - 20:59

21:00 - 21:59

22:00 - 22:59

23:00 - 23:59

25,39% do total ardido

2 Períodos críticos - Área ardida

60,18% da área ardida

Período crítico - Ocorrências

12:00 - 19:59 horas

76,82% das ocorrências

95,13% da área ardida

34,78% do total ardido

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

104

5.3.6. Área Ardida por Tipo de Coberto Vegetal

A área ardida de povoamentos florestais no concelho de Sesimbra representa aproximadamente

52,27% da totalidade de área ardida, para o período 1996-2006 (Gráfico 34). A área ardida de

povoamentos é superior à área ardida de matos nos anos de 1996, 1998, 2001, 2002, 2004 e

2005.

Entre 1996 e 2005 a maior área ardida de matos ocorreu no ano 2000 (26,1% do total de área

ardida ao longo dos 11 anos observados), enquanto que a maior área ardida de povoamentos

florestais ocorreu no ano 2005 (16,1% do total de área ardida ao longo dos 11 anos observados).

O ano 2000 corresponde também ao maior registo de área ardida entre 1996 e 2006, perfazendo

28,3% do total de área ardida no período considerado.

Gráfico 34. Distribuição da área ardida (ha) por tipo de coberto vegetal (1996-2006) no concelho de Sesimbra

5.3.7. Área Ardida e Ocorrências por Classes de Extensão

O Gráfico 35 mostra a distribuição da área ardida e o número de ocorrências por classes de

extensão, que variam da classe 0-1 ha à classe >100 ha.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Área ardida

(ha)

Área Ardida Matos 47,5 4,6 16,2 9,2 157,6 5,1 8,5 9,4 15,8 9,2 5,0

Ardida Povoamentos 72,7 0,0 20,5 4,0 13,3 19,4 14,3 8,8 62,9 97,4 2,2

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

105

No período de 1996 a 2006 registaram-se fogos florestais nas classes de extensão <10 ha e >50

ha. Contudo, 92 % do total de ocorrências (616 ocorrências) registadas no concelho de Sesimbra

corresponde a fogos de pequena área ardida, entre 0 e 1 ha, seguida de 8 % de ocorrências com

área ardida na classe de 1 a 10 ha. Pode assim concluir-se que a quase totalidade das

ocorrências nos últimos 11 anos (1996-2006) no concelho de Sesimbra corresponde a muitos

incêndios de reduzida dimensão, provavelmente controlados atempadamente por equipas de 1.ª

intervenção. Há contudo três excepções no período estudado: os anos de 1996 e 2005 com 3

ocorrências com área entre 50-100 ha, e o ano de 2000 com 1 ocorrência com área> 100 ha.

Gráfico 35. Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências por classes de extensão (1996-2006) para o

concelho de Sesimbra

5.3.8. Pontos de Início e Causas

A distribuição dos pontos de início dos incêndios no concelho de Sesimbra no período 2001-

2006 é heterogénea, ocorrendo o maior número de pontos de início na freguesia do Castelo. O

maior registo de pontos de início ocorre nos anos de 2005 e 2006.

Não existe informação sobre as causas de início para a maioria dos incêndios ocorridos no

concelho de Sesimbra entre 2001 e 2006. Num total de 318 pontos de início, apenas em 2 se

identificou a causa de início, tendo esta sido classificada como indeterminada (desconhecida)

0

50

100

150

200

250

300

Área ardida

(ha)

0

100

200

300

400

500

600

700

Nº d

e oc

orrênc

ias

Área ardida 77,24 152,05 0 0,0 239,31 135

Nº de ocorrências 616 53 0 0 3 1

0-1 1-10 10-20 20-50 50-100 >100

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

106

para ambos (Quadro 25). Os pontos de início e causas dos incêndios do concelho de Sesimbra

apresentam-se no Mapa 35 – Mapa dos Pontos de Início e Causas dos Incêndios (2001-2006)

dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia).

Quadro 25. N.º total de incêndios e causas por freguesia (2001-2006), para o concelho de Sesimbra

Freguesias Causas Total de Incêndios Nº de incêndios investigados

Desconhecida 2 Castelo Sub-total

232 2

Quinta do Conde Sub-total 66 0

Santiago Sub-total 20 0

Total/tipo causa Desconhecida 2

Total Geral 318 2

5.3.9. Fontes de Alerta

A principal fonte de alerta de incêndios no concelho de Sesimbra são os populares (cerca de

45.91%), seguida pelo CDOS com 31.45%. A fonte de alerta Outros e Postos de Vigia (PV)

também são representativos (13,52% e 7,55%, respectivamente). A utilização do 117 e o alerta

dado pelos sapadores florestais (foi contabilizado apenas um registo) representam valores

marginais no total do tipo de fonte de alerta (Gráfico 36).

Gráfico 36. Distribuição do n.º de ocorrências por fonte de alerta (2001-2006) para o concelho de Sesimbra Legenda: CNGF – Corpo Nacional da Guarda Florestal; CDOS – Centro Distrital de Operações de Socorro; PV – Posto de Vigia

31,45%

13,52%7,55%

45,91%

0,31%

0,31%0,94%

Sapadores CNGF CDOS Outros PV Populares 117

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

107

Gráfico 37. Distribuição do n.º de ocorrências por fonte e hora de alerta (2001-2006)

O alerta dado pelos populares distribui-se pelas 24 horas mas apresenta um pico das 11h às 18h59. Por outro lado, o alerta dado pelos postos de vigia (PV)

concentra-se entre as 14h e as 16h59. O alerta dado por “Outros” também se distribui pelas 24h. Os restantes alertas são marginais, ocorrendo pontualmente:

das 10h às 10h59 (alerta dados pelos sapadores); das 16h às 16h59 e das 19h às 19h59 (alerta 117); e no período 17h-17h59 (CNGF – Corpo Nacional da

Guarda Florestal).

12 1 24

2 2 2 13 4 3 4

4

31 1

31

5

21

6

2

3

1 2

5

1 2

8

13

5

12 1411

1113

6

10 5

6

2

1

1

1

7

2 6

1 1

21

1

1

2

1

0

5

10

15

20

25

00:00 - 0

0:59

1:00

- 1:59

2:00

- 2:59

3:00

- 3:59

4:00

- 4:59

5:00

- 5:59

6:00

- 6:59

7:00

- 7:59

8:00

- 8:59

9:00

- 9:59

10:00 - 1

0:59

11:00 - 1

1:59

12:00 - 1

2:59

13:00 - 1

3:59

14:00 - 1

4:59

15:00 - 1

5:59

16:00 - 1

6:59

17:00 - 1

7:59

18:00 - 1

8:59

19:00 - 1

9:59

20:00 - 2

0:59

21:00 - 2

1:59

22:00 - 2

2:59

23:00 - 2

3:59

N.º de

oco

rrên

cias

CNGF Outros Populares PV Sapadores 117

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

108

5.4. Breve análise comparativa

No Quadro 26 apresenta-se uma comparação sumária entre alguns dados do histórico de

incêndios para os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra.

No geral pode referir-se que os três concelhos analisados não apresentam um histórico de

incêndios crítico. De facto, Setúbal é o distrito do país com a menor área ardida média anual e

um dos mais baixos registos de ocorrências médias anuais a nível nacional, entre 1980 e 2005

segundo dados da DGRF (Damasceno e Silva, 2007).

Grande parte dos fogos (cerca de 90%) nos três concelhos analisados são de pequena

dimensão (0-1 ha), verificando-se em média 1 a 2 grandes incêndios durante os 11 anos

observados (1996-2006). A área ardida atingiu um máximo no concelho de Setúbal (720 ha),

enquanto que o n.º máximo de ocorrências foi bastante superior no concelho de Palmela (202

ocorrências) (Quadro 21).

Os meses do ano em que ocorrem mais fogos são Junho, Julho e Agosto no período 1996-2006.

Os dias da semana com maior registo de área ardida são o Sábado e a Quarta-feira. Também se

registam valores significativos de área ardida e ocorrências noutros dias da semana que variam

consoante o concelho, não sendo possível definir-se uma distribuição padrão. Os maiores

registos de área ardida ocorrem no período das 13h às 16h59, ou seja no período horário de

maior calor (Quadro 21).

Quadro 26. Síntese comparativa do histórico de incêndios para os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Dias semana com maior área ardida

Dias semana com maior n.º de ocorrências

Período horário2

Concelho

Área ardida1

(intervalo) (ha)

N.º ocorrências1 (intervalo) 1996-

2005 2006

1996-2005

2006 Com > Área ardida

Com > N.º ocorrências

Fogos com área 0-1 ha2

(% do total de ocorrências)

Palmela 0-667 0-202 Sábado, Terça

Quarta Sábado

Quarta, Domingo

15h-15h59 16h-16h59 90

Setúbal 0-720 0-133

Domingo, Quarta

Quarta Segunda, Quinta

Sexta, Sábado

13h-13h59 17h-17h59 93

Sesimbra 0-448 0-110

Sábado, Quarta

Sexta, Sábado, Domingo

Segunda Sexta 16h-16h59 14h-14h59 91,5

1 dados anuais para o período de 1980 a 2006; 2 dados para o período de 1996 a 2006

PLANO INTERMUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DOS CONCELHOS DE PALMELA, SETÚBAL E SESIMBRA

109

A maior parte da área ardida em Palmela, Setúbal e Sesimbra durante o período de 1996-2006,

corresponde a povoamentos florestais. Exceptuam-se os grandes incêndios de 2004 e 2000, que

ocorreram respectivamente em Palmela e Sesimbra, em que arderam sobretudo matos. Para

concluir refere-se ainda que os populares, seguido do CDOS, são as fontes de alerta de maior

relevância na detecção dos fogos, e que as causas de incêndios identificadas foram as

desconhecidas, negligentes, e intencionais, para os 3 concelhos analisados.

5.5. Grandes Incêndios

Na área de estudo ocorreram 5 grandes incêndios (com área ardida > 100 ha) ao longo de 11

anos (1996-2006) (Gráfico 38):

• 2 no concelho de Palmela, ocorridos em 2003 (351 ha) e 2004 (427 ha);

• 2 no concelho de Setúbal, ocorridos em 2004 (710 ha) e 2005 (228,3);

• 1 no concelho de Sesimbra, ocorrido em 2000 (135 ha).

Gráfico 38. Distribuição anual da área ardida e n.º de ocorrências dos grandes incêndios (1996-2006), para

os concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

0

200

400

600

800

1.000

1.200

Área ardida

(ha)

0

1

2Nº d

e Oco

rrên

cias

Área Ardida (ha) 0,0 0,0 0,0 0,0 135,0 0,0 0,0 351,0 1137,0 228,3 0,0

Nº de Ocorrências 0 0 0 0 1 0 0 1 2 1 0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

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A maior área ardida corresponde ao ano de 2004, quando ocorreram 2 grandes incêndios: um de

710 ha no concelho de Setúbal e um de 427 ha no concelho de Palmela (perfazendo cerca de

61,42% da área ardida total dos grandes incêndios). O ano de 2003 apresenta o maior registo de

área ardida a seguir a 2004, correspondendo na sua totalidade a um incêndio de 351 ha que

ocorreu no concelho de Palmela. Todos os grandes incêndios registados na área de estudo

ocorreram nas áreas de maior declive (> 30%) (ver Mapa 36).

Os grandes incêndios ocorreram em Julho, excepto o de Palmela (2003) que ocorreu em Agosto.

Saliente-se ainda que os dois grandes incêndios ocorridos no concelho de Setúbal em 2004 (710

ha) e 2005 (228,3 ha), coincidem com a realização da Festa de Nossa Senhora da Arrábida, na

segunda quinzena de Julho (ver Sub-capítulo 4.6). Este facto é particularmente interessante

porque durante esta Festa há uma grande afluência de população à região da Arrábida (Azeitão),

logo, a probabilidade de ocorrência de incêndios florestais aumenta.

A ocorrência dos grandes incêndios não apresenta um padrão claro de distribuição semanal,

tendo os vários incêndios ocorrido em diferentes dias da semana, com maior frequência aos

Sábados: Terça-feira, Quarta-feira e Domingo (com 1 registo cada), e Sábado (com dois

registos).

Por outro lado, existe um padrão mais bem definido para a ocorrência horária dos grandes

incêndios. Três grandes incêndios ocorreram no período das 15h às 15h59, sendo um deles de

causa intencional. O grande incêndio com a maior área ardida (710 ha, concelho de Setúbal)

ocorreu entre as 13h e as 13h59, estando a sua causa identificada como negligente.

Finalmente, registou-se também um grande incêndio (351 ha) entre as 8h e as 8h59.

Os grandes incêndios representam-se no Mapa 36 – Mapa dos Grandes Incêndios (área>100

ha) – Distribuição Anual dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra (capítulo 7. Cartografia).

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Meteorologia e Geofísica. Lisboa.

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7. CARTOGRAFIA

Mapa 20 – Mapa do Enquadramento Geográfico dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Mapa 21 – Mapa Hipsométrico dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Mapa 22 – Mapa de Declives dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Mapa 23 – Mapa de Exposições dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Mapa 24 – Mapa Hidrográfico dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Mapa 25 – Mapa da População Residente por Censos e Freguesia (1981/1991/2001) e

Densidade Populacional (2001) dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Mapa 26 – Mapa de Índice de Envelhecimento (1981/1991/2001) e a sua Evolução (1981-2001)

dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Mapa 27 – Mapa da População por Sector de Actividade (2001) dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra

Mapa 28 – Mapa da Taxa de Analfabetismo (1981/1991/2001) dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra

Mapa 29 – Mapa de Uso e Ocupação do Solo dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Mapa 30 – Mapa dos Povoamentos Florestais dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

Mapa 31 – Mapa das Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal dos Concelhos de

Palmela, Setúbal e Sesimbra

Mapa 33 – Mapa de Zonas de Recreio Florestal e Caça dos Concelhos de Palmela, Setúbal e

Sesimbra

Mapa 34 – Mapa das Áreas Ardidas – Distribuição Anual dos Concelhos de Palmela, Setúbal e

Sesimbra (1990-2006)

Mapa 35 – Mapa dos Pontos de Início e Causas dos Incêndios (2001-2006) dos Concelhos de

Palmela, Setúbal e Sesimbra

Mapa 36 – Mapa dos Grandes Incêndios (área>100 ha) – Distribuição Anual dos Concelhos de

Palmela, Setúbal e Sesimbra

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Mapa 20 – Mapa do Enquadramento Geográfico dos Concelhos de Palmela, Setúbal e

Sesimbra

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Mapa 21 – Mapa Hipsométrico dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

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Mapa 22 – Mapa de Declives dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

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Mapa 23 – Mapa de Exposições dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

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Mapa 24 – Mapa Hidrográfico dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

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Mapa 25 – Mapa da População Residente por Censos e Freguesia (1981/1991/2001) e

Densidade Populacional (2001) dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

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Mapa 26 – Mapa de Índice de Envelhecimento (1981/1991/2001) e a sua Evolução (1981-

2001) dos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

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Mapa 27 – Mapa da População por Sector de Actividade (2001) dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra

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Mapa 28 – Mapa da Taxa de Analfabetismo (1981/1991/2001) dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra

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Mapa 29 – Mapa de Uso e Ocupação do Solo dos Concelhos de Palmela, Setúbal e

Sesimbra

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Mapa 30 – Mapa dos Povoamentos Florestais dos Concelhos de Palmela, Setúbal e

Sesimbra

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Mapa 31 – Mapa das Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal dos

Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra

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Mapa 33 – Mapa de Zonas de Recreio Florestal e Caça dos Concelhos de Palmela, Setúbal

e Sesimbra

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Mapa 34 – Mapa das Áreas Ardidas – Distribuição Anual dos Concelhos de Palmela,

Setúbal e Sesimbra (1990-2006)

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Mapa 35 – Mapa dos Pontos de Início e Causas dos Incêndios (2001-2006) dos Concelhos

de Palmela, Setúbal e Sesimbra

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Mapa 36 – Mapa dos Grandes Incêndios (área>100 ha) – Distribuição Anual dos Concelhos

de Palmela, Setúbal e Sesimbra