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Plano Operacional Municipal 2014
Município de Ourique 1
1. INTRODUÇÃO
Em Portugal, a floresta representa 38% do território nacional, aproximadamente
3.349.000 hectares, representando em termos económicos, 3,2% do PIB, 12% do PIB
industrial e 11% do total de exportações do país (MADRP, 2004), sendo por isso
necessário desenvolver meios que permitam combater eficazmente, a curto, médio e
longo prazo os incêndios florestais.
Sendo um fenómeno comum em diversas áreas do Globo, os incêndios florestais
assumem especial relevância nas regiões Mediterrânicas, podendo ter consequências a
diversas escalas, que vão desde o risco para as populações rurais à degradação
ambiental, com contribuição para o aquecimento global. Estas ocorrências têm ainda um
impacto negativo na paisagem e economia das áreas afectadas.
Ocupando cerca de 52% da área do Município de Ourique, a área florestal assume um
papel determinante em matéria de ordenamento do território, de desenvolvimento
económico e de preservação ambiental, sendo fundamental para o futuro da floresta do
Município, a implementação de um modelo de desenvolvimento sustentável que permita
a valorização e protecção deste património local.
A floresta tem ainda um importante papel na protecção do solo e dos recursos hídricos,
na manutenção da fauna e da flora, na renovação do ar, trazendo benefícios à sociedade.
No entanto, os incêndios florestais têm dizimado estas áreas de floresta, constituindo
um problema grave que se tem vindo a agravar nas últimas décadas, com graves
repercussões sociais, económicas e ambientais.
Pretende-se assim, que o Plano Operacional Municipal (POM) seja um instrumento
orientador e dinâmico das diferentes acções no âmbito da Defesa da Floresta Contra
Incêndios (DFCI).
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2. OBJETIVO
Pretende-se que este Plano seja um instrumento de carácter operacional, que articule os
recursos humanos e meios disponíveis das várias entidades intervenientes no processo
ao nível da vigilância, detecção, fiscalização, 1ª intervenção, combate, rescaldo e
vigilância pós-incêndio.
O objetivo principal do POM é fazer frente de forma ágil, coordenada e envolvendo
todas as entidades intervenientes no processo de prevenção e combate a incêndios no
concelho de Ourique.
Assim, de uma forma geral pretende-se com este plano:
– Garantir, em primeiro lugar, a segurança das pessoas e bens;
– Proteger os povoamentos florestais, e de um modo geral as áreas rurais;
– Reduzir a área ardida em incêndios florestais;
– Dar uma resposta rápida, eficaz e coordenada face a qualquer emergência provocada
por incêndios florestais;
– Planear o dispositivo necessário de intervenção em situações de emergência e
estabelecer uma articulação eficaz nomeadamente entre os Bombeiros, Autarquia e
Forças de Segurança.
Como resultado esperamos:
– Garantir uma intervenção imediata em incêndios nascentes;
– Limitar o desenvolvimento de incêndios nascentes;
– Manter sempre, no concelho, capacidade operacional de primeira intervenção, mesmo
quando exista um incêndio de grandes dimensões;
– Garantir uma actuação coordenada entre todos os agentes de DFCI, em todas as
situações;
– Garantir a prioridade para a defesa de pessoas e dos seus bens.
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A estrutura funcional e enquadramento deste Plano estão representados no Quadro I.
Quadro I – Estrutura Funcional e Enquadramento do Plano
3. ENQUADRAMENTO DO CONCELHO
O Município de Ourique está localizado na sub-região do Baixo Alentejo, mais
concretamente no Distrito de Beja. Apresenta uma área de 663,4 km2 repartidos pelas
freguesias de Conceição (33,3 km2), Garvão (44,4 km2), Ourique (250,3 km2), Panóias
(110,5 km2), Santa Luzia (34,9 km2) e Santana da Serra (191,1 km2) (INE, 2001). Em
termos administrativos insere-se na NUTS III da sub-região Baixo Alentejo, sendo
delimitado, a oriente pelos Municípios de Castro Verde e Almodôvar, a Norte por
Santiago do Cacém e Aljustrel, a ocidente pelo Município de Odemira e a Sul por
Silves, pertencente ao Distrito de Faro (Anexo I).
EQUIPA DE COORDENAÇÃO DO PLANO
Funções:
- Assegurar a informação permanente ao Director do Plano;
- Propor ao Director do Plano o início e o fim da activação do Plano;
- Identificar e Tipificar as medidas de resposta;
- Definir as acções a adoptar;
- Assegurar a execução das acções previstas;
- Realizar a análise do ponto da situação.
DIRECTOR DO PLANO
Presidente da Câmara Municipal de Ourique
Funções:
- Assegurar a coordenação permanente do Plano;
- Declarar o início e o fim da activação do Plano;
- Decidir o recurso a meios exteriores, a mecanismos de articulação com
entidades externas, protocolos de comunicação interna e externa.
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No Quadro II está representada a expressão da área florestal no concelho de Ourique.
Quadro II – Área florestal no concelho de Ourique
Classes CLC06 Conceição Garvão Panóias Ourique Santa
Luzia
Santana
da Serra Total
Sistemas Agro-
Florestais 0,00 1202,29 2342,70 13109,40 165,20 854,60 17674,19
Florestas de
Folhosas 0,00 503,08 683,40 1822,90 1321,00 6483,60 10813,98
Florestas Mistas 0,00 0,00 93,20 9,90 0,00 44,70 147,80
Florestas
abertas, cortes e
novas plantações
329,80 739,82 1752,10 2518,20 558,78 4363,60 10262,30
Total 329,80 2445,19 4871,40 17460,40 2044,98 11746,50 38898,27
% Área
Florestal /Área
Freguesia
9,90 55,07 44,09 69,76 58,60 61,47 58,54
Fonte: Corine Land Cover 2006 (IGP)
A área florestal representa 58,54% da área total do concelho de Ourique, tendo maior
representatividade na freguesia Ourique (69,76%) e de Santana da Serra (61,47%), e
menor representação na freguesia de Conceição (9,90%). Em termos de espécies
predominam os sistemas agro-florestais (montados), e com menor representatividade as
florestas mistas.
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4. HISTÓRICO DOS INCÊNDIOS RURAIS NO CONCELHO DE
OURIQUE
No total de incêndios rurais, regista-se neste período de 13 anos 176 ocorrências, das
quais 113 (64,20%) são incêndios agrícolas. O ano de 2006 regista o maior número de
ocorrências no período em análise, com um total de 26 incêndios (14,77% do total). O
ano de 2012 registou uma redução do número de ocorrências, relativamente ao período
2006 – 2012).
Quadro III – Registo de ocorrências no concelho de Ourique (2001 a 2013)
Ano Nº
Fogachos
Nº
Incêndios
Florestais
Nº
Queimadas
Nº
Incêndios
Agrícolas
Nº
Reacendimentos
Nº
Falsos
Alarmes
2001 2 6 0 0 0 0
2002 3 3 0 0 0 0
2003 4 11 0 0 0 0
2004 5 6 3 4 1 0
2005 4 8 0 0 0 0
2006 2 2 2 22 0 7
2007 5 4 0 16 0 0
2008 7 3 0 14 0 4
2009 4 2 0 12 0 6
2010 4 2 2 14 0 6
2011 1 1 1 12 0 7
2012 4 1 2 8 0 4
2013 0 3 1 11 0 1
TOTAL 45 52 11 113 1 35
Fonte: Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais, 2014.
No total de incêndios rurais, regista-se neste período de 13 anos, 2566,15 ha de área
ardida, dos quais 1704,75 ha (66,43%) resultaram de incêndios em povoamentos
florestais.
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O ano de 2003 regista o maior número de área ardida no período em análise, logo
seguido do ano de 2013, sendo a menor área ardida registada no ano de 2009, com
10,37 ha.
O ano de 2013 ficou marcado pelo grande incêndio florestal de 30/07/2013, que teve
como ponto de início junto ao IC1 (Portela do Lobo, freguesia de Santana da Serra), do
qual resultou uma área ardida de 317,0 ha.
Quadro IV – Registo de área ardida no concelho de Ourique (2001 a 2013)
Ano Área
Povoamentos
Área
Mato
Área
Agrícola
Área
Fogachos
Área
Total
2001 92 4 0 0 96
2002 6,5 74 1 0,5 81,5
2003 1041 301 107 0 1449
2004 157 14 142 0 313
2005 39 8 0 0,5 47
2006 0 12,5 33,47 0,5 45,97
2007 3,52 3,04 12,36 0,05 18,91
2008 0 7,12 16,32 1,12 23,44
2009 2 1,84 6,53 0,84 10,37
2010 40,7 2,2 25,15 1,4 68,06
2011 2,4 2,2 36,74 0,2 41,34
2012 1,8 0,5 35,01 0,6 37,31
2013 318,83 1,79 13,63 0,01 334,25
TOTAL 1704,75 432,19 429,21 5,72 2566,15
Fonte: Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais, 2014.
5. ANÁLISE DO RISCO DE INCÊNDIO
Neste capítulo serão apresentados os mapas de perigosidade, de risco de incêndio e de
prioridades de defesa do concelho de Ourique, expondo-se resumidamente as
metodologias utilizadas para as obter.
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5.1. PERIGOSIDADE DE INCÊNDIO
A Perigosidade divide-se no tempo e no espaço. No tempo, por via da probabilidade que
é baseada num histórico ou período de retorno e no espaço por via da susceptibilidade
de um território ao fenómeno, a qual engloba variáveis como o declive e a área florestal.
A identificação da perigosidade de um determinado local aos incêndios florestais, é
considerada um valioso instrumento de apoio à decisão no ordenamento e gestão
florestal sustentável. Constitui uma peça prioritária para a adopção de medidas de
prevenção dos incêndios florestais e minimizadoras dos seus efeitos para evitar
situações de emergência e socorro.
O mapa de perigosidade de incêndio do concelho de Ourique está representado no
Anexo II.
No mapa de Perigosidade do Concelho de Ourique (Anexo II) podem ser identificados
vários locais onde a probabilidade de ocorrer uma ignição num determinado intervalo de
tempo é maior.
Da análise do Anexo II observa-se que a zona com maior perigosidade de incêndio se
localiza, maioritariamente, a Sul do Município, mais concretamente na freguesia de
Santana da Serra, onde se observam os declives mais acentuados, e ocupação florestal,
em muitos casos com matos no sob-coberto. A freguesia de Santana da Serra está
maioritariamente classificada como potencialmente elevada em termos de perigosidade
de ocorrência de incêndio. Também a Noroeste (zonas limítrofes das freguesias de
Santa Luzia e Ourique) com o concelho de Odemira a perigosidade é maior, cujos
declives são maiores e a ocupação florestal mais densa (montados mais fechados e
eucaliptais). Com menor perigosidade de incêndio destacam-se as zonas Centro
(Ourique), Norte (Panóias), Este (Ourique) e Nordeste (Conceição), as quais são zonas
com relevo menos acentuado, montados mais abertos, e áreas essencialmente agrícolas.
A existência de novos povoamentos florestais tem também contribuído para aumentar a
perigosidade de incêndio.
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5.2 RISCO DE INCÊNDIO
O risco é muitas vezes entendido como uma expressão directa da probabilidade de
ocorrência de incêndio. No entanto, este não é uma probabilidade, mas sim um dano que
resulta da relação entre um perigo existente, a vulnerabilidade de um local ou elemento
e o seu valor, ou seja, quanto se pode perder se arder determinado território.
Relativamente ao risco de incêndio torna-se então necessário perceber onde se
encontram os maiores potenciais de perda.
O risco de incêndio observado no Anexo III, corresponde à probabilidade de ocorrência
de danos, caso se verifique uma ocorrência. Os danos observados podem variar em
função do valor económico, do valor ecológico e paisagístico e até de valor patrimonial.
5.2.1 METODOLOGIA DE RISCO DE INCÊNDIO
O risco é muitas vezes entendido como uma expressão directa da probabilidade de
ocorrência de incêndio. No entanto, este não é uma probabilidade, mas sim um dano que
resulta da relação entre um perigo existente, a vulnerabilidade de um local ou elemento
e o seu valor, ou seja, quanto se pode perder se arder determinado território.
Relativamente ao risco de incêndio torna-se então necessário perceber onde se
encontram os maiores potenciais de perda.
O mapa de risco de incêndio (Anexo III) do concelho de Ourique teve por base a
metodologia desenvolvida pela Autoridade Florestal Nacional (AFN), a qual refere que
o Risco resulta do produto que existe entre a Perigosidade e o Dano Potencial,
resultando a Perigosidade no produto entre a Probabilidade e a Susceptibilidade, e o
Dano Potencial no produto entre a Vulnerabilidade e o Valor Económico (DGRF, 2007)
(Figura 1).
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Figura 1 – Componentes do Modelo de Risco
Fonte: DGRF, 2007.
Da análise da figura anterior (Figura 1), verifica-se que o Risco corresponde a um
potencial de perda e a Perigosidade a um potencial para a ocorrência do fenómeno
danoso, existindo Risco sempre que exista Perigosidade, Vulnerabilidade e Valor
associados. Basta não haver uma das componentes para que o Risco seja nulo.
Consta-se ainda que, a variável Dano Potencial representa o produto do seu valor
económico pela vulnerabilidade que lhe está associada.
A vulnerabilidade expressa o grau de perda de um determinado elemento, variando
entre zero (0), elemento não afectado pelo fenómeno, e um (1), representando a perda
total do elemento. Quanto ao valor que se encontra no modelo de risco de incêndio, este
deve ser o preço do mercado dos elementos em risco em euros. Esta variável permite
quantificar o investimento necessário para recuperar um elemento, em função da sua
vulnerabilidade, após destruição ou perda de performance por exposição a um fenómeno
danoso. Salienta-se o facto de que, os valores dos custos associados aos elementos de
risco considerados são meramente indicativos não podendo ser utilizados em caso de
indemnização.
As variáveis consideradas no cálculo do risco de incêndio são as áreas florestais, o
património edificado, o declive e o período de retorno.
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Da análise do Anexo III constata-se que as freguesias com maior risco de incêndio são
Santana da Serra, Santa Luzia, Garvão e Ourique. Propõe-se que a articulação das
diferentes equipas de DFCI em termos de acções de prevenção de incêndios e de
vigilância florestal, seja mais concentrada nas freguesias mencionadas.
5.3 PRIORIDADES DE DEFESA
O mapa de Prioridades de Defesa (Anexo IV) serve de complemento à vigilância contra
incêndios florestais, na medida em que identifica as áreas do Município com
reconhecido valor social, cultural, ecológico, económico ou ambiental. A delimitação e
reconhecimento das áreas prioritárias têm por base a aposição das áreas referidas com
os polígonos de risco de incêndio florestal potencialmente elevado e muito elevado,
resultado que será de grande utilidade no apoio ao planeamento e optimização da
distribuição dos recursos atribuídos aos Sistemas de Vigilância Terrestres.
Para a elaboração do mapa de Prioridades de Defesa do Município de Ourique
cruzaram-se as áreas de risco de incêndio florestal referidas no subcapítulo anterior com
zonas consideradas de grande importância ecológica do Município, nomeadamente, a
Zona de Protecção Especial (ZPE) de Castro Verde, a ZPE das Piçarras, a ZPE de
Monchique, a ZPE do Caldeirão os Sítios da Lista Nacional da Rede Natura 2000,
concretamente o Sítio de Monchique e do Caldeirão e os biótopos Corine de Castro
Verde, da Albufeira do Monte da Rocha e de Colos/Ribeira de Gema. Desse cruzamento
resulta que as áreas prioritárias consideradas apresentam algumas zonas coincidentes
com as áreas de maior risco de incêndio, existindo, por isso, uma maior necessidade de
complementar nesses locais a vigilância contra incêndios florestais (Anexo IV).
6. ÁREAS PROTEGIDAS, REDE NATURA 2000 E REGIME
FLORESTAL
O concelho de Ourique possui zonas do seu território classificadas como Zonas de
Protecção Especial (ZPE), nomeadamente a ZPE de Castro Verde, a ZPE das Piçarras, a
ZPE de Monchique, a ZPE do Caldeirão. Para além das ZPE existem ainda Sítios da
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Lista Nacional da Rede Natura 2000, concretamente o Sítio de Monchique e do
Caldeirão e, ainda os biótopos Corine de Castro Verde, da Albufeira do Monte da
Rocha e de Colos/Ribeira de Gema. No concelho de Ourique não existem áreas sujeitas
a regime florestal (Anexo V).
As áreas referidas encerram valores de conservação prioritária, merecendo especial
atenção no que concerne à DFCI. Propõe-se para tal, um sistema integrado de
prevenção, fiscalização e vigilância que assegure uma intervenção imediata em caso de
incêndio. No entanto, não é de desprezar a necessidade de um planeamento sustentável
e continuado destas áreas que contribua para a redução do risco de incêndio.
7. ORGANIZAÇÃO DO DISPOSITIVO DE DFCI
Com o objectivo de garantir uma eficaz detecção e extinção rápida dos incêndios, surge
a necessidade de definir atempadamente todos os dispositivos disponíveis, formas de
atuação e entidades responsáveis. A boa articulação dos meios permite uma rápida
mobilização de todos os recursos, em caso de necessidade, e consequentemente, uma
actuação mais eficaz no combate aos incêndios florestais.
7.1 MEIOS E RECURSOS
No presente subcapítulo descrevem-se os dispositivos operacionais existentes no
concelho de Ourique. Anexa-se informação das entidades envolvidas nas acções de
vigilância, detecção, primeira intervenção, combate, rescaldo e vigilância pós-incêndio;
a listagem de recursos mobilizáveis de grande utilidade na DFCI e, ainda, os respectivos
dispositivos operacionais, suas funções e responsabilidades, respectivamente.
– Anexo VI: Entidades envolvidas em cada acção
– Anexo VII: Inventário de equipamento e ferramentas de sapador por equipa
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– Anexo VIII: Recursos Mobilizáveis no Concelho de Ourique de grande utilidade na
DFCI
– Anexo IX: Dispositivos Operacionais – Funções e Responsabilidades
– Anexo X: Lista de Contactos Úteis
7.2. DISPOSITIVOS OPERACIONAIS DFCI
O Sistema de Alertas é formado por quatro níveis, tendo início no Azul e progride, de
forma crescente, para os níveis Amarelo, Laranja e Vermelho, conforme a gravidade da
situação e o grau de prontidão que esta exige.
A activação dos diferentes níveis de Alerta é da exclusiva competência do Comando
Nacional de Operações de Socorro (CNOS), que em situações de emergência informa os
Agentes da Protecção Civil de escalão nacional, que tendo em vista as áreas abrangidas
por tais condições, informam o CDOS dessas zonas, activando o nível de Alerta mais
adequado à situação em causa (CDOS Beja 2006; SNBPC, 2006).
Em situação de Alerta Azul deverá haver um reforço de monitorização da situação, de
intensificação das acções preparatórias para as tarefas de mitigação ou supressão de
incêndios.
7.2.1 ALERTA AZUL
O nível de Alerta Azul ocorre quando a situação de previsibilidade de ocorrências locais
não ultrapasse a capacidade de resposta distrital. De uma maneira geral, corresponde a
uma situação normal em que não se regista qualquer fator indicador de risco, sendo o
acompanhamento de rotina.
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7.2.2 ALERTA AMARELO
Uma situação de Alerta Amarelo ocorre quando a situação de risco apresenta
probabilidades de ser afectada por factores de origem natural (ex. situação
meteorológica adversa) ou tecnológica, exigindo a adopção de um grau de
acompanhamento mais apertado. De uma maneira geral, o Alerta Amarelo ocorre em
situações em que exista a previsibilidade de ocorrências que podem ultrapassar a
capacidade de resposta Sectorial do Distrito.
De acordo com a ANPC, os procedimentos de actuação durante o período crítico em
situação de alerta amarelo estão descritos no Anexo XI.
7.2.3. ALERTA LARANJA
O Alerta Laranja é activado quando se prevêem situações de ocorrência ou ocorrências
múltiplas, com necessidade de resposta Nacional ao nível Sectorial.
Neste nível de Alerta pretende-se:
Elevar o nível de prontidão das Forças Armadas
Reforçar a prevenção e vigilância
Reforçar a mobilização
Reforçar os meios de alerta
Reforçar os meios de telecomunicações
Alertar o Sistema de Protecção Civil
Alertar a população
A partir do momento em que é anunciado este nível de Alerta, é activada a coordenação
entre as diversas entidades que compõem o Sistema de DFCI do Município,
nomeadamente, as equipas da Corporação de Bombeiros, GNR/SEPNA, ICN/PNVG,
Voluntariado Jovem, Sapadores Florestais, Equipas de Protecção Florestal das Juntas de
Freguesia e até mesmo, os proprietários privados. Durante o período de Alerta as
equipas referidas estão mais atentas e permanecem no terreno durante mais tempo.
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Segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), os procedimentos de
actuação durante o período crítico em situação de Alerta Laranja estão representados no
Anexo XII.
7.2.3 ALERTA VERMELHO
Por sua vez, o Alerta Vermelho é accionado quando existe uma previsão de ocorrência
ou ocorrências múltiplas com necessidade de resposta nacional global (Anexo XIII).
Pretende-se o seguinte com o nível de Alerta Vermelho:
Mobilização geral dos meios
Reforçar o Alerta ao Sistema de Protecção Civil
Reforçar o Alerta à população
Sempre que o CDOS accionar o Alerta vermelho são activados os meios Municipais
necessários, ficando todos os meios e entidades em disponibilidade máxima.
7.3 VIGILÂNCIA E DETECÇÃO
Com o intuito de detectar um incêndio florestal no mais curto espaço de tempo, bem
como minimizar o tempo entre o início do incêndio e o seu combate, existem, no
Município, uma série de estruturas e equipas pertencentes a diversas entidades que
coordenadas constituem o Sistema de Vigilância Municipal. Este sistema encontra-se
organizado em vigilância fixa e em vigilância móvel.
7.3.1 VIGILÂNCIA FIXA
A vigilância fixa no Município de Ourique é assegurada, entre outros meios, por 3
postos de vigia, nomeadamente, pelos postos de vigia da Cegonhita (PV 63-01), da
Vigia (PV 63-07) e da Abutreira (PV 63-03), este último também conhecido por PV de
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Santa Luzia (Anexo XIV). Dos postos de vigia referidos todos pertencem à Rede
Nacional de Postos de Vigia (RNPV).
No Anexo XIV observa-se a delimitação do traçado das bacias de visibilidade, as quais
permitem identificar os locais de visibilidade nula para a detecção de focos de incêndio,
ocorrendo estes principalmente em zonas de vales com declives mais acentuados. No
entanto, do cruzamento das bacias de visão geradas pelos postos de vigia referidos
verifica-se a cobertura de praticamente toda a área Municipal.
A vigilância fixa pode ser complementada pelas equipas do Instituto de Conservação da
Natureza e das Florestas/Parque Natural do Vale do Guadiana (ICNF/PNVG), Equipa
de Sapadores Florestais, Equipas da AFOCELCA, Equipas de Proteção Florestal da
Juntas de Freguesia de Ourique, Santana da Serra e Santa Luzia, patrulhas da GNR
(Posto Territorial de Ourique, Posto Territorial de Garvão e Equipas do SEPNA),
efetuada a partir dos Locais Estratégicos de Vigilância/Locais Estratégicos de
Estacionamento.
7.3.2 VIGILÂNCIA MÓVEL
Um eficaz controlo de uma ocorrência de incêndio florestal depende não só de uma
detecção precoce, mas também de uma primeira intervenção nos minutos iniciais,
permitindo a sua circunscrição até à chegada dos meios de combate.
Por conseguinte, a vigilância móvel tem uma importância acrescida em todo este
sistema, efectuando, diariamente, as equipas que se encontram no terreno, vigilância
dissuasora e preventiva.
No concelho de Ourique as ações de vigilância móvel são realizadas por diferentes
equipas, nomeadamente equipas do Instituto de Conservação da Natureza e das
Florestas/Parque Natural do Vale do Guadiana (ICNF/PNVG), Equipa de Sapadores
Florestais, Equipas da AFOCELCA, Equipas de Proteção Florestal da Juntas de
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Freguesia de Ourique, Santana da Serra e Santa Luzia, patrulhas da GNR (Posto
Territorial de Ourique, Posto Territorial de Garvão e Equipas do SEPNA).
De acordo com o Plano de Actividades das referidas equipas, constata-se que a área de
vigilância das mesmas abrange todo a área Municipal, com excepção das equipas
Guadiana 1 e Guadiana 2, pertencentes ao ICNF/PNVG, que atuam na ZPE de Castro
Verde, a Nordeste do Município, e as Equipas de Protecção Florestal das Juntas de
Freguesia, que actuam nas respectivas áreas administrativas. Os seus períodos de
actuação ocorrem essencialmente durante o período crítico de incêndios florestais.
O SMPC/GTF de Ourique definiu 18 troços principais e 25 subtroços de vigilância
móvel.
Ao longo de cada troço e subtroço de vigilância móvel, existem, pelas suas
especificidades, Locais Estratégicos de Estacionamento e/ou locais de postos de
comando operacional, onde as equipas efectuam paragem obrigatória, no âmbito de
acções de vigilância e detecção.
No Anexo XV estão descritas estas rotas e os locais estratégicos de estacionamento.
Estes troços apresentam uma boa cobertura ao nível do concelho pois num total de 18
troços principais, contabilizam-se aproximadamente 800 km de percursos de vigilância
(Anexo XVI).
Refira-se ainda a maior cobertura verifica-se nas freguesias de Ourique e Santana da
Serra pois são as freguesias que apresentam a maior área florestal, a maior perigosidade
e risco de incêndio.
7.3.3 SECTORES TERRITORIAIS E LEE
Com o principal objectivo de complementar a planificação e execução das acções de
vigilância e detecção e de primeira intervenção, demarcou-se a área Municipais em três
sectores territoriais (S061601, S061602, S061602).
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A demarcação dos referidos Sectores teve por base a rede viária, onde se seleccionaram
as principais vias que melhor subdividem o Município para a DFCI e que a partir das
quais o acesso a diferentes pontos é facilitado (PMDFCI, 2007)
Os Locais Estratégicos de Estacionamento (LEE’s) constituem pontos no território onde
se considera óptimo o posicionamento de unidades de primeira intervenção.
Com o intuito de optimizar o tempo de primeira intervenção, os LEE localizam-se em
locais de panorâmica ampla e/ou próximos da rede viária principal que permitam um
acesso rápido a qualquer ponto do Município.
No Anexo XVII estão representados os diferentes Sectores de DFCI e LEE’s das
entidades que actuam no Município de Ourique. Contabilizam-se, assim, 66 LEE’s com
maior expressão nas freguesias de Ourique e Santana da Serra por apresentarem maior
risco e susceptibilidade à ocorrência de incêndios florestais.
7.4. ATAQUE INICIAL
O ataque inicial (ATI), entendido como o conjunto de ações desenvolvidas, de imediato,
no início de um incêndio, por qualquer cidadão são de extrema importância, pois
determinam, muitas vezes a gravidade do incêndio.
De forma a circunscrever um incêndio florestal e evitar a sua progressão, uma
intervenção nos primeiros 10 a 15 minutos é crucial, sendo as viaturas e os funcionários
das propriedades afectadas, bem como as equipas de vigilância e de primeira
intervenção, os que se encontram mais bem posicionados para tal.
O ATI desenrola-se de forma intensa, com rápida progressão das equipas terrestres,
explorando todas as suas capacidades, eventualmente apoiadas por meios aéreos de ATI
e equipa helitransportada, quando aplicável (Anexo VI).
As ações de ataque inicial, ataque ampliado, extinção, rescaldo e vigilância pós-rescaldo
são em primeira instância da responsabilidade das equipas dos Bombeiros Voluntários
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de Ourique, Força Especial de Bombeiros e da Equipa de Sapadores Florestais de
Ourique nos três sectores que cobrem o concelho de Ourique. No S061602, para além
da equipa da Junta de Freguesia de Ourique, a equipa do ICNF/PNVG também
desempenha as referidas ações, na área da ZPE de Castro Verde. As equipas das Juntas
de Freguesia de Ourique, Santana da Serra e Garvão/Santa Luzia intervêm na área da
freguesia correspondente a cada sector. No entanto, sempre que solicitada, as equipas
das entidades supracitadas podem intervir noutros locais.
Em incêndios não dominados na fase inicial, é necessário o reforço imediato do Teatro
de Operações, sendo, portanto, necessário solicitar o empenhamento de outras equipas,
nomeadamente de outras corporações de bombeiros e equipas pertencentes a entidades
privadas, apetrechadas com meios e recursos apropriados.
7.5. ATAQUE AMPLIADO
É imprescindível garantir o início do ATA sempre que atingidos 90 (noventa) minutos
de intervenção, desde o despacho do primeiro meio de ATI, e este não tenha sido dado
ainda como dominado (em resolução) pelo Comandante das Operações de Socorro
(COS).
O ATA pode ser iniciado antes dos noventa minutos se a previsão de evolução do
incêndio, efetuada pelo COS, assim o determinar.
Esta fase carateriza-se pelo desenvolvimento do Sistema de Gestão de Operações
(SGO), incluindo a setorização do TO e a constituição de zonas de sustentação das
operações (Zonas de Apoio – ZA e Zonas de Concentração e Reserva – ZCR) (Quadro
V e Figura 2).
Esta ação termina quando o incêndio for considerado dominado pelo COS no local, ou
no momento em que o incêndio passa para Ataque Ampliado (ATA).
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Quadro V – Fases do Sistema de Gestão de Operações
Figura 2 – Organograma do Sistema de Gestão de Operações
Quando necessário, será solicitado o empenhamento de outras equipas, nomeadamente
de equipas pertencentes a propriedades privadas, equipadas com material sapador,
tratores agrícolas ou florestais com alfaias adequadas, máquinas de rasto, entre outras.
A mobilização de máquinas de rasto para apoio às ações de combate é de grande
utilidade, dado que permitem o estabelecimento ou ampliação de faixas de contenção,
possibilitam o acesso a outros tipos de equipamentos e contribuem para a consolidação
do perímetro de incêndios nas ações de rescaldo.
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A mobilização deste tipo de equipamento deverá ser feita após avaliação do COS, das
condições de propagação do incêndio, da topografia do terreno e da maior ou menor
facilidade de acesso dos meios presentes.
7.6. EXTINÇÃO
Situação onde todos os focos de combustão estão extintos, estando garantida a
consolidação do perímetro do incêndio e portanto o seu não reacendimento.
7.7. RESCALDO
Ação descontínua e obrigatória em qualquer incêndio, que visa eliminar toda a
combustão viva e isolar o material ainda em combustão lenta, utilizando
prioritariamente ferramentas manuais, tratores agrícolas e/ou máquinas de rasto,
garantindo assim o não reacendimento do incêndio.
Esta operação difícil e morosa consiste em extinguir os focos remanescentes de incêndio
e impedir a sua reignição. Após o rescaldo de um incêndio é necessário fazer uma
vigilância da área ardida, de forma a garantir que o incêndio fique completamente
extinto.
7.8. VIGILÂNCIA PÓS-RESCALDO
O rescaldo de um incêndio é entendido como um conjunto de operações que completam
a extinção desse mesmo incêndio e evitam o seu reacendimento. Esta operação difícil e
morosa consiste em extinguir os focos remanescentes de incêndio e impedir a sua
reignição. Após o rescaldo de um incêndio é necessário fazer uma vigilância da área
ardida, de forma a garantir que o incêndio fique completamente extinto.
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Como as entidades e equipas são as mesmas nas ações de ataque inicial, ataque
ampliado, extinção, rescaldo e vigilância pós-incêndio, optou-se por elaborar apenas um
mapa, que conjuga informação relativa a rede viária florestal, pontos de água, pontos
potencias de perigo, locais estratégicos de estacionamento e outros elementos de
interesse no âmbito da DFCI (Anexo XVIII – Mapa de apoio ao combate).
Plano Operacional Municipal 2014
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8. BIBLIOGRAFIA
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Defesa da Floresta Contra Incêndios. Autoridade Florestal Nacional.
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Combate a Incêndios Florestais. Abril de 2013.
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Ministério da Administração Interna, Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção
Civil, Centro Distrital de Operações de Socorro de Beja.
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SUPORTE DIGITAL
http://www.diramb.gov.pt/ - Sistema de Informação Documental sobre Direito do
Ambiente
http://www.proteccaocivil.pt/Pages/default.aspx - Autoridade Nacional de Protecção
Civil
http://scrif.igeo.pt/servicos/pvigia/ - Postos de Vigia
http://www.inag.pt/ - Instituto da Água
http://www.afn.min-agricultura.pt/portal - Autoridade Florestal Nacional