plasticidade fisiolÓgica' em mudas de pau-rosa …
TRANSCRIPT
X Jornada de Iniciação Científica do PIBIc/INPA • 04 a 06 de Julho de 2001 • Manaus - AM
PLASTICIDADE FISIOLÓGICA' EM MUDAS DE PAU-ROSA (ANiBAROSEADORA DUCKE) EM DIFERENTES CONDIÇ·ÕES DE ESTRESSE
Lennie Dantas Cavalcante'!': Gil Vieira(2)(I) Bolsista CNPq/INPA; (2)Pesquisador INPAlEEST
o extrativismo vegetal vem sendo praticado na Amazônia como uma alternativa de
desenvolvimento regional. Contudo, essa prática quando está relacionada à exploração de
recursos florestais, tais como: a extração da madeira, pode ocasionar a redução ou até mesmo
a extinção desses recursos; caso não haja uma política séria, voltada à .conservação dos
mesmos Sampaio (2000). -O pau-rosa (Aniba roseadora Ducke) é uma espécie ameaçada de
extinção devido sua exploração intensa nos últimos dois séculos. Contudo, seu óleo essencial
linalol é de extrema importância na indústria de perfumaria de acordo com Goltlieb (1967). A
obtenção do óleo é feita por meio da destilação da madeira, o que implica na derrubada de
árvores adultas, dificultando assim o conhecimento da sua biologia e de suas exigências
ecológicas nas áreas de ocorrência natural. Deste modo, Araújo et ai (1971) afirmou que a
composição percentual do óleo essencial extraído das folhas e galhos finos, produzem maior
rendimento a partir das folhas ( 2,4%) do que a madeira (I, I %) e que a longevidade das folhas
pode afetar a qualidade do óleo, ou seja, quanto mais velhas são, maior a proporção de
terpenos e óxidos de !inalol e quanto mais jovens, mais ricos em linalol. Segundo Grime et ai
(1986), é de extrema importância a disponibilidade de recursos primários que são: a água,
nutrientes e radiação fotossinteticamente ativa que são essenciais para o desenvotvimento dos
vegetais .. Entretanto, mUdanças.aesta oferta desse recurso _pr61r1Overá '01/ jníbirá o
desenvolvimento dessas espécies. Em termos de capacidadefotossintética, as espécies mais
plásticas são aquelas que possuem a capacidade de modificar seu aparelho fotossintético
conforme a mudança do ambiente lumínico. Alguns estudos tem enfocado as exigências
lumínico da espécies. Rosa (1996) conclui que 50% de sombreamento produziu mudas de
melhor qualidade e maiores crescimento relativo e substrato. Ela concluiu que os tratamentos
de 50% de sombreamento com substrato florestal produziram melhores mudas. Com bases
nessas considerações, o presente trabalho tem como objetivo estudar a sobrevivência,
crescimento inicial de plântulas e plasticidade fisiológicas e morfológicas do Pau-rosa (Aniba
roseadora Ducke) em diferentes níveis de radiação lumínica (PAR) e nutrientes, fertilização
usual e alta fertilização e também avaliar as taxas relativas e alometria do crescimento
(biomassa, altura, diâmetro, n° de folhas e área foliar). O estudo está sendo conduzido na
262
X Jornada de Iniciação Científica do PIBIC/INPA • 04 a 06 de Julho de 2001 • Manaus - AM
Estação Experimental de Silvicultura Tropical - EEST do INPA, situado no Km 43 da BR
174, Manaus, Amazonas, Brasil, onde o experimento está sendo realizado em um experimento
fatorial 4X3 (doze tratamentos) em diferentes condições de radiação RAF (O, 30, 50 e 70%) e
nutrientes (O, 25 e 50 ml) de uma solução comercial composta de N total 6%; P20S 6%; K20
8%; Mg 0.5%; S 0.5; B 0.03%, Zn 0.05%; Fe 0.1 % e Mn 0.03% com densidade 1.25, natureza
física: fluido. O substrato é composto de 3: 1, isto é três volume de subsolo de latossolo
amarelo argiloso para em volume de areia. Quinzenalmente foi efetuado adubações de
nutrientes e mensalmente foi efetuado o censo nas diferentes condições de tratamento de
janeiro a maio de 2001.
Após 120 dias de crescimento sob condições contrastantes, pode-se observar a taxa de
crescimento relativo médio em altura (TCRH), por níveis de radiação e nutriente (Figura 1). A
estatística descritiva revela que obteve maior crescimento em altura com 30% de radiação e
25 ml de solução nutritiva. Este resultado surpreende, pois os resultados de acordo com Rosa
(1996) apontaram que 50% de sombreamento produziu mudas de melhor qualidade e maiores
crescimento relativo. Figura 2 mostra a taxa de crescimento relativo diâmetro (DAF) na área
foliar por níveis de radiação e nutriente. A estatística descritiva revela que 50% de nutriente
obteve melhor crescimento de diâmetro na área. foliar. No entanto, 50% de sombreamento
houve melhor crescimento do diâmetro da área foliar. Figura 3 mostra o número de folhas
médias por níveis de radiação e nutriente. A análise estatística observa-se maior número de
folhas com 50 ml de nutriente e o número de folhas aumenta com 70% de sombreamento.
Portanto, foi possível observar que em relação a taxa de crescimento relativo altura por
nível de radiação. e nutriente obteve melhor crescimento com 30% de radiação e 25% de
nutriente. Deste modo, o diâmetro obteve melhor desenvolvimento com 50% de radiação e
25 ml de nutriente. Contudo, o número de folhas obteve melhor média com 70% de radiação e
25% de nutriente.
fig.1 Taxa de crescimento relativo (H) por níveis de radiação e nutriente
ElO ml.25ml[;l50ml
Taxa de cresctemento relativo (H) por níveis de radiação enutriente
.O.OO1200~:ê 0.000900E~ 0.000600 .a: 0.000300~ 0.000000 x .:. . .':
O 30 50 70
% de radiação
263
X Jornada de Iniciação Científica do PIBICIINPA • 04 a 06 de Julho de 2001 • Manaus - AM
Taxa de cresciemento relativo (DAF) P.Ol' niveis de r~iaçãoe nutriente
_0009~~:ã 0.00900E 0.00850 .~ 0.00800 .fi 0.00750 '., >/ .
I- 0.00700.'· iPi
O 30 50 70
% de radiação
1!!!I0ml.25mlD50ml
fig.2 taxa de crescimento relativo (DAF) por níveis de radiação e nutriente
fig.3 Número médio de folhas por níveis de radiação e nutriente
Número médio de folhas por níveis de radfàção enutrientes
m'CO I/)'- mmo$:EO-s >Z
:~ lJIiII:tlt\:ji... ... . .5. . .O .
O 30 50 70
mOml.25mlD50ml
% de radiação
Grime,l.P, Crick, J.c., e rincon, l.E 199-6.,The ecological signicance of Plasticity in Plants,
D.H Jeooillg~ a:nd AJ Trewavas {'Eds},P-P 5 -. 19, Company ~fB-iorogists. Cambt:.i:dg.e.
Leonilde S. R. 1996, comportamento inicial da espécie Aniba roseadora Ducke (pau-ros:'!), em
diferentes condições de viveiros.
Sampaio, P, de T.B., 2000., Espécie relacionada a Aniba roseadora Ducke (pau-rosa),
Descrição fenotípica, Distribuição, Abundância ecológica, Uso potêncial econômico, Usos
secundários, Métodos de produção e coleta e método de propagação e cultivos.
Goltlieb,OR. 1967, Alguns aspectos da Fitoquímica na Amazônia: o gênero Aniba, Atas do
simpósio sobre a biota amazônica, 4 (Botânica) : 113-123.
264