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1 PLENÁRIA DOS SERVIDORES DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO – EM GREVE RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO DEMANDAS INTERNAS 13/09/11 – Campus Maracanã A partir da análise dos documentos enviados ao GT e de deliberações da Plenária, foram identificados os seguintes pontos mais problemáticos para os servidores do IFRJ: 1. Professor-equivalente e dedicação exclusiva; 2. Expansão dos campi e infraestrutura; 3. Regimentos, Regulamentos e Democratização; 4. Progressão docente; 5. Técnico-administrativo: capacitação, FG e 30h. 1. PROFESSOR-EQUIVALENTE E DEDICAÇÃO EXCLUSIVA A partir da criação do banco de “professor-equivalente” pelo decreto n o 7.312/2010, identifica-se uma grande defasagem entre os pedidos de Dedicação Exclusiva e a sua efetiva implementação. Considerando que a dedicação exclusiva é um dos principais pilares para a fixação do corpo docente, pois garante ao docente a oportunidade de utilizar seu tempo para questões fundamentais em apenas uma instituição, torna-se vital que se estabeleça uma política institucional pró-dedicação exclusiva. Contudo, o que observamos é um movimento contrário, onde a falta de definição de critérios cria obstáculos para sua plena implementação. Buscando compreender melhor a atual política de DE do IFRJ, solicitamos os seguintes esclarecimentos: 1) Número total de servidores do IFRJ, informando o número total de técnicos e de professores por regime de trabalho (20h, 40h ou DE). 2) Número (total e deferido) de processos de solicitação de DE, a partir da implantação do “Professor – Equivalente”. 3) Qual é a pontuação atual de “professor-equivalente” do IFRJ e quantos pontos estão disponíveis para implantação de DE? 4) Quantos pontos estão previstos para os futuros campi? 5) Informações sobre uma Comissão ou GT que tenha sido instituído para a discussão da DE. 6) Relação entre “códigos de vaga” e o banco de “professor-equivalente”.

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PLENÁRIA DOS SERVIDORES DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO – EM GREVE

RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO DEMANDAS INTERNAS

13/09/11 – Campus Maracanã

A partir da análise dos documentos enviados ao GT e de deliberações da Plenária, foram identificados os seguintes pontos mais problemáticos para os servidores do IFRJ: 1. Professor-equivalente e dedicação exclusiva;

2. Expansão dos campi e infraestrutura;

3. Regimentos, Regulamentos e Democratização;

4. Progressão docente;

5. Técnico-administrativo: capacitação, FG e 30h.

1. PROFESSOR-EQUIVALENTE E DEDICAÇÃO EXCLUSIVA

A partir da criação do banco de “professor-equivalente” pelo decreto no 7.312/2010, identifica-se uma grande defasagem entre os pedidos de Dedicação Exclusiva e a sua efetiva implementação. Considerando que a dedicação exclusiva é um dos principais pilares para a fixação do corpo docente, pois garante ao docente a oportunidade de utilizar seu tempo para questões fundamentais em apenas uma instituição, torna-se vital que se estabeleça uma política institucional pró-dedicação exclusiva. Contudo, o que observamos é um movimento contrário, onde a falta de definição de critérios cria obstáculos para sua plena implementação.

Buscando compreender melhor a atual política de DE do IFRJ, solicitamos os seguintes esclarecimentos:

1) Número total de servidores do IFRJ, informando o número total de técnicos e de professores por regime de trabalho (20h, 40h ou DE).

2) Número (total e deferido) de processos de solicitação de DE, a partir da implantação do “Professor – Equivalente”.

3) Qual é a pontuação atual de “professor-equivalente” do IFRJ e quantos pontos estão disponíveis para implantação de DE?

4) Quantos pontos estão previstos para os futuros campi?

5) Informações sobre uma Comissão ou GT que tenha sido instituído para a discussão da DE.

6) Relação entre “códigos de vaga” e o banco de “professor-equivalente”.

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Propostas de encaminhamento: 1) Constituir um novo GT com um representante eleito de cada campus, um representante do SINDCEFETEQ, um representante da Associação dos Docentes e da Associação dos Servidores para apresentar uma proposta emergencial que defina os critérios para DE. 2) Conforme o §2 do Art. 6 do Decreto 7.312 (Anexo I), rever junto ao MEC e MPOG, a pontuação do banco de “professor-equivalente” destinada ao IFRJ, tendo em vista a plena implementação do regime de trabalho de Dedicação Exclusiva na instituição. 3) A critério das necessidades de cada campus, os próximos concursos públicos devem vincular as vagas dos cargos docentes à carreira DE. 2. EXPANSÃO DOS CAMPI E INFRAESTRUTURA

A infraestrutura é um grande gargalo para um trabalho de qualidade nos diversos campi que já estão em funcionamento. Em alguns campi o limite máximo de ocupação do espaço já foi atingido. Em outros mais recentes o espaço para ocupação existe, mas as obras estão atrasadas ou não foram realizadas. Seja por um motivo, seja por outro, faltam salas de aula, laboratórios e equipamentos em vários campi.

A falta de infraestrutura também é de pessoal. Não existem servidores Técnico-administrativos em número suficiente para realizar o trabalho, o que sobrecarrega os funcionários com várias funções. A falta de professores também é notória em alguns campi. Diante desse panorama, solicitamos que os seguintes pontos sejam esclarecidos: 1) Plano de investimento em infraestrutura para toda a gestão; 2) Funcionamento dos processos e procedimentos envolvidos no planejamento e execução das obras de implantação e/ou manutenção dos campi (atuais e futuros); 3) Motivos do atraso tanto das obras como de outros investimentos necessários nos campi já implantados; 4) Prazo para solução dos problemas de salas de aula e laboratórios nos vários campi; 5) Status atual de cada obra em andamento e seus prazos de finalização; 6) Divulgação dos planos de construção das obras dos campi e informações sobre possibilidades de mudança das obras para atender às necessidades de expansão dos campi. 7) Esclarecimentos sobre a impossibilidade de acumular Função Gratificada e Insalubridade. 8) Posição da Reitoria quanto à proposta de “Gestão de Bibliotecas” enviado para avaliação do Conselho Superior.

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Sugerimos os seguintes encaminhamentos para minimizar os atuais problemas: 1) Criação de mecanismos administrativos e de gestão que identifiquem a necessidade de abertura de vagas de servidores, definindo-se de forma mais transparente os critérios para abertura destas vagas, evitando-se suspensão de aulas, turmas super lotadas e sobrecarga do trabalho dos professores. 2) Formação de um GT com representação paritária de técnicos, professores e gestores, com a participação de representantes do SINDCEFETEQ e da Associação de Docentes e Servidores, para elaborar documentos referentes aos direitos trabalhistas ainda não reconhecidos pela instituição, a exemplo, da insalubridade, quando for o caso, vale-transporte, e outros. 3) Implantação da CIPA, de acordo com a NR-5. 4) Solicitar ao Ministério do Trabalho a regularização do direito à insalubridade para servidores lotados em locais onde existe tal risco. 5) Apresentação e ampla discussão com a comunidade do IFRJ do projeto de infra-estrutura física completa e o mínimo de pessoal (técnico-administrativos e docentes) para implantação dos futuros campi; 6) Formação de uma equipe técnica que ficaria responsável tanto pelo planejamento, acompanhamento e fiscalização das obras por campus (ou regiões). 7) Identificação e solução para os problemas de atraso na aquisição de equipamento/material, constituindo-se uma equipe técnica responsável por agilizar e acompanhar os processos de licitação e compra em cada campus. 8) Estabelecimento de prioridades na execução do cronograma de obras, devendo ser tomado como emergencial as obras relacionadas às bibliotecas, aos laboratórios e aos refeitórios em horário integral para os alunos e servidores. 9) Garantir a infra-estrutura para a implantação de refeitórios (bandejões) de acesso gratuito a todos estudantes e servidores. 10) Realizar ampla consulta sobre o PRONATEC junto à comunidade do IFRJ. 3. DEMOCRATIZAÇÃO NA ELABORAÇÃO DO REGIMENTO E REGULAMENTOS

Os regimentos que estão sendo formulados e aprovados não contam com uma

participação paritária e transparente dos campi. Um exemplo desta prática foi a recente aprovação pelo Conselho Superior do regimento geral (aprovado em 10 de agosto de 2011). No caso supracitado, o GT responsável pela composição deste regimento começou ferindo a resolução 14 (Anexo II), aprovada pelo próprio Conselho Superior.

Esta resolução deixa claro que o GT teria que ser composto por um membro de cada campus, através de um regime de eleição. Contudo, nenhuma eleição foi realizada. As discussões internas com os pares praticamente não existiram, resumindo-se em

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muitos casos, a uma consulta através do site da Instituição, eliminando, assim, a contribuição efetiva dos servidores, dos discentes, do sindicato e da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD, que por sinal não é sequer mencionada neste regimento, Anexo III).

Na mesma época, formou-se um GT para discutir o regulamento de carga horária docente, em que os membros deste GT foram eleitos em cada campus. Contudo, o documento elaborado pelo GT não foi devidamente apreciado no Conselho Superior conforme a ata do dia 13 de abril de 2011, linhas 49 a 83 (Anexo IV). Além disso, foi aprovado que os três Pró-reitores da área de ensino iriam “sistematizar as informações da carga horária docente e passar para a apreciação do Conselho Superior” (linhas 78 e 79) excluindo, de maneira autoritária, a participação e discussão com a comunidade acadêmica. Alguns problemas identificados do regimento geral: • A ausência da estrutura e funcionamento do CPPD; • O caráter apenas consultivo do colegiado de cada campus, assim como a composição deste - que ficaria a critério de um regimento interno a ser elaborado em cada campus; • A elegibilidade de servidores com cargos de confiança para a representação de docentes ou técnicos administrativos do Conselho Superior; • A representação sindical do IFRJ (SINDCEFETEQ) não está presente no Conselho Superior, assim como em nenhum GT criado para a elaboração de documentos como este. Solicitamos o esclarecimento: 1) Por que a resolução 14 (Anexo II) do Conselho Superior não foi respeitada na formação do GT do Regimento Geral? A partir dos fatos relatados encaminhamos como sugestão: 1) Cumprimento da resolução 14 do Conselho Superior para proceder a revisão do regimento geral e dos regulamentos a fim de garantir uma participação mais democrática e paritária dos campi. 2) Rediscussão dos critérios de distribuição da Carga Horária Docente, considerando a importância da indissociabilidade das atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão para a garantia da qualidade da formação profissional. 3) Garantir a efetiva presença da CPPD na elaboração de regimentos, regulamentos e atos normativos da instituição. 4) Ampliar a divulgação dos documentos normativos da instituição, e tornar mais fácil o acesso destes documentos na página eletrônica do IFRJ. 5) Definir de forma mais transparente os procedimentos para transferência e remoção dos servidores do IFRJ.

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4. PROGRESSÃO DOCENTE

A Lei 11.784/2008, que institui a carreira de EBTT ainda não foi regulamentada. Seu § 5º do Art. 120 da Lei 11.784/2008, prevê que “para fins de progressão profissional e desenvolvimento na Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, aplicam-se as regras estabelecidas nos artigos 13 e 14 da Lei nº 11.344, de 8 de setembro de 2006”. Na lei de 2006, a titulação de especialista equivale ao Nível DII e a de mestre ou doutor, ao Nível DIII da carreira de EBTT.

Contando com parecer do MEC/BA (Ofício n.54/2009/CGRH/DAP/DG/ IFBAIANO), favorável à progressão, esta foi concedida (portaria n. 135/2009) a docente do Campus Senhor do Bonfim/BA. A Advocacia Geral da União também deu parecer favorável à progressão (12/2010 AGU/PGF/IF sudeste MG). Na mesma direção, o IFRS concedeu a progressão por titulação a docentes da carreira EBTT por via administrativa; o primeiro processo judicial que teve sentença proferida até o momento (0024518-19.2010.4.03.6100), movido contra o IFSP, foi favorável à progressão. Outra sentença favorável a progressão refere-se a uma parte dos docentes do Campus Realengo datada de 26/08/2011.

Este ano, uma importante Instituição integrante da Rede Federal de Ensino Profissional, a UTFPR, anunciou concurso público para mestre já para a classe DIII.

Observa-se o entendimento de direito à progressão. O ofício (n. 059.2001/CONIF) encaminhado pelo CONIF ao Ministro da Educação, documento que conta com o apoio do Reitor do IFRJ, manifesta-se claramente em favor da progressão por titulação para a carreira EBTT. Contudo, as solicitações de progressão por titulação feitas administrativamente, via DGP, não obtém uma resposta oficial/documental, extrapolando, por meses, os prazos legais. Sugestões de propostas de encaminhamento:

1) Resposta documental, no prazo de quinze dias, de todos os processos administrativos referentes ao tema.

2) Exigir a efetivação da progressão conforme o estabelecido na Lei 11.784/2008

3) Correção de algumas progressões já efetuadas, com pagamento de retroativos e progressão por tempo. 5. TÉCNICO-ADMINISTRATIVO: QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO, FG E JORNADA DE 30H.

Atualmente percebemos que grande parte dos servidores que compõem o corpo Técnico Administrativo do IFRJ, seja em qual for a área/setor, apresenta em sua grande maioria níveis de qualificação acima do exigido para as funções. No entanto, cabe ressaltar que alguns desses servidores alcançaram tais níveis sem sequer ter o apoio formal da Instituição para o favorecimento desse processo de educação continuada do Técnico Administrativo em Educação. A falta de uma política Institucional para qualificação e capacitação favorece os tratamentos diferenciados, provocando desconforto e insatisfação da maioria.

Outro problema identificado foi que servidores exercem atividades de extrema responsabilidade sem a devida remuneração. Alguns são nomeados responsáveis por

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estas atividades, sendo esta uma forma de mascarar uma real atividade de coordenação. Em contrapartida, outros exercem as mesmas atividades com remuneração extra.

Além disso, é preciso que se ratifique a portaria no1497 do MEC (Anexo V) que estabelece a jornada de trabalho de 30 h para os servidores técnico-administrativos. Assim, propomos como encaminhamento: 1) Formalizar uma política Institucional através de parcerias, convênios e outras ferramentas legalmente permitidas para o apoio da qualificação e capacitação contínua no intuito de alcançar níveis de excelência nos serviços prestados à população. 2) Definir de forma objetiva e transparente os critérios para a progressão por capacitação dos servidores. 3) Estabelecer critérios para a distribuição de gratificações, com valores iguais para atividades iguais. 4) Oficializar a jornada de 30 horas semanais trazendo igualdade de tratamento para toda a classe.

Ressaltamos que o presente relatório elaborado pelo GT, e aprovado na Plenária do dia 13 de setembro de 2011, não esgotou as diversas demandas internas da comunidade do IFRJ. Para um melhor debate com toda a comunidade, solicitamos ao Reitor audiências públicas com os servidores do IFRJ para tratar sobre tais temas.

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PLENÁRIA DOS SERVIDORES DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO – EM GREVE

ANEXOS

ANEXO I Decreto 7.312 de 22 de Setembro de 2010.

Art. 6º Os Institutos Federais terão prazo de noventa dias para solicitar à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação a revisão dos dados constantes do Anexo.

§ 1º As nomeações e contratações realizadas após 1º de julho de 2010, devidamente autorizadas em portarias do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, deverão ser computadas, para fim de acréscimo ao banco de professor-equivalente de cada Instituto Federal, mediante requerimento da instituição, na forma do caput.

§ 2o Os quantitativos referidos no Anexo poderão ser alterados, em ato conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educação, para a correção de erros materiais ou para ajustes decorrentes da expansão do banco de professor-equivalente dos Institutos Federais. (Redação dada pelo Decreto nº 7.485, de 2011)

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ANEXO II

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ANEXO III

Decreto: 94.664 de 23 de julho de 1987.

CAPÍTULO III Da Comissão Permanente de Pessoal Docente

Art. 11. Haverá em cada IFE uma Comissão Permanente de Pessoal Docente - CPPD. 1º À CPPD caberá prestar assessoramento ao colegiado competente na instituição de ensino superior e ao dirigente, nas demais IFE, para formulação e acompanhamento da execução da política de pessoal docente. 2º As atribuições e forma de funcionamento da CPPD serão especificadas pelo Ministro de Estado da Educação.

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ANEXO IV

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ANEXO V