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FOTO DE LUCIANA TANCREDO - FLAMINGOS NA RESERVA NATURAL LOS FLAMENCOS, DESERTO DO ATACAMA (CHILE) AÇÃO | CIDADANIA | AMBIENTE www.plurale.com.br ESPECIAL MEIO AMBIENTE: CEARÁ E DESERTO DO ATACAMA ARTIGOS INÉDITOS ENTREVISTA COM MÍRIAM LEITÃO ano sete | nº 41 | maio / junho 2014 | R$ 10,00

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ano sete | nº 41 | maio / junho 2014

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AÇÃO | CIDADANIA | AMBIENTEw w w . p l u r a l e . c o m . b r

EspEcial MEio aMbiEntE:

Ceará e Deserto Do

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artigos inéDitos

EntrEvista Com mÍriam Leitão

ano sete | nº 41 | maio / junho 2014 | R$ 10,00

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www.alusa.com.br

ALUSA ENGENHARIA: COMPROMISSO COM A MELHORIA CONTÍNUA DOS PROCESSOS E SISTEMA DE GESTÃO.

Mais de 50 anos trabalhando pelo desenvolvimento sustentável do Brasil, cuidando sempre da performance e do bem-estar dos colaboradores.

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Editorial

Trazemos uma edição bem variada e plural, com destaque para Especial sobre Meio Ambiente, em ritmo de Copa do Mundo. Confira os artigos inéditos de Christian Travassos, Dario Menezes e Luiz Antônio Gaulia. Viaje conosco para a imensidão e as surpresas do Deserto do Atacama e pelas dunas e natureza ainda preservada (mas já ameaçada pela ação do homem) de Jericoacara, ou simples-mente, Jeri, para os mais íntimos, no lito-ral do Ceará.

Tive o privilégio de entrevistar a cole-ga jornalista multimídia Míriam Leitão, que está lançando seu primeiro livro de ficção, Tempos Extremos. Ela fala sobre meio-ambiente, o Brasil, o desmatamento e sobre seus novos tempos, como escri-tora, observadora de pássaros e avó. Es-tive também em Jericoacara, no litoral do Ceará e conto o esforço pela preservação de um verdadeiro paraíso ameaçado pela ambição humana.

Não é só. Cecilia Corrêa conta a his-tória incrível de jovens lindas e solidárias que doam parte de seus cabelos para amenizar a trajetória de luta de meninas em tratamento de câncer. Isabella Araripe conheceu, em Recife, o premiado projeto de naufrágio artificial que tornou-se refú-gio para várias espécies marinhas.

relata a experiência exitosa em telefonia do Site Sustentável.

Em tempos de Copa do Mundo, a parceira Carolina Stanisci, do Portal 1 Papo Reto, relata a luta de pesqui-sadores na Caatinga para preservar o tatu-bola, que inspirou a criação do mas-cote da festa, o “Fuleco”. Os correspon-dentes Wilberto Lima Jr e Vivian Si-monato relatam novidades dos Estados Unidos e Comunidade Europeia.

Trazemos ainda a sugestão de ins-crições em duas premiações relevan-tes: o Prêmio Antonio Carlos de Almei-da Braga de Inovação em Seguros, da Confederaçao Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitaliza-ção (CNseg) e ainda o Prêmio IBEF de Sustentabilidade 2014.

Tudo isso e muito mais, como as co-lunas Pelo Brasil, Pelas Empresas, Frases, Estante e Energia. Boa leitura!

Por Sônia Araripe, Editora de Plurale em revista

Artigos inéditos, entrevista com Míriam Leitão, Jeri, Deserto do Atacama e muito mais

As nossas Nícia Ribas e Luciana Tancredo conheceram o Deserto do Atacama, no Chile, em diferentes perí-odos. Nícia acabou de voltar, aprovei-tando as dicas de Luciana, que esteve lá há algum tempo. Aproveitamos a visão das duas excelentes repórteres, mesclando texto e fotos de Nícia com o olhar de Luciana, sempre atenta aos melhores ângulos.

Isabel Capaverde traz novidades em sua coluna Cinema verde e Ra-quel Ribeiro dá dicas para quem quer começar uma dieta vegetariana, apre-sentando ainda uma loja de produtos voltados para o comércio ético e sus-tentável na serra, em Visconde de Mauá (RJ). Em São Paulo, Nélson Tucci foi conhecer de perto a história de sucesso dos 35 anos da Fundação Volkswagen no Brasil e Juliana Limonta, gerente de sustentabilidade da Telefonica / Vivo

Sônia Araripe

Nícia Ribas

www.alusa.com.br

ALUSA ENGENHARIA: COMPROMISSO COM A MELHORIA CONTÍNUA DOS PROCESSOS E SISTEMA DE GESTÃO.

Mais de 50 anos trabalhando pelo desenvolvimento sustentável do Brasil, cuidando sempre da performance e do bem-estar dos colaboradores.

38.Doação De cabelos, um gesto soliDário, poR CeCíliA CoRRêA

Conte xto

NAufrágio ArtificiAl é PrEmiAdo, POR ISABELLA ARARIPE

32Prêmio Em SEguroS

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PElo BrASil

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ciNEmA SuStENtávEl, POR ISABEL CAPAVERDE

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PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 20144

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22 e 23 de julho de 2014Local de realização: Fecomercio – São Paulo/SP

APOIO INSTITUCIONAL:

ABRAPP, ABVCAP, AMEC, ANBIMA, ANCORD, ANEFAC, APIMEC NACIONAL, APIMEC SÃO PAULO, CODIM, FIPECAFI, IBEF, IBGC, IBRACON e IBRADEMP

Estão abertas as inscrições para o maior evento da área de RI e Mercado de Capitais da América Latina. As vagas são limitadas, faça já sua inscrição.

O maior encontro do mercado de capitais brasileiro e da América Latina, em Relações com Investidores, já tem data marcada: dias 22 e 23 de julho próximos. Uma vez mais a capital de São Paulo sediará o Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mer-cado de Capitais, promovido conjuntamente entre a ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas e o IBRI – Instituto Brasileiro de Relações com Investidores.

O 16º Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais é parte do calendário de eventos das principais companhias abertas, agentes reguladores, dirigentes de entidades, analistas e profi ssionais de investimentos, bem como advoga-dos, auditores e especialistas em relações com investidores de todo o Continente.

Como acontece todos os anos, representantes de companhias abertas, bolsas de valores estrangeiras, consultorias internacionais e companhias listadas no exterior deverão passar pelo evento, que reúne público superior a 700 pessoas em seus dois dias de realização.

Paralelamente aos painéis da programação ofi cial, haverá uma exposição de serviços composta de estandes onde as empresas e instituições expõem seus produtos e serviços pra um público customizado, tornando-se também um oportuno ponto de encontro de todo o mercado.

Maiores Informações:(11) 3107.5557 - (11) 3106.1836www.encontroderi.com.br

REALIZAÇÃO:

PATROCINADOR DIAMANTE:

PARCEIROS DE MÍDIA:

PATROCINADORES OURO:

C

PATROCINADORES PRATA:

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22 e 23 de julho de 2014Local de realização: Fecomercio – São Paulo/SP

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ABRAPP, ABVCAP, AMEC, ANBIMA, ANCORD, ANEFAC, APIMEC NACIONAL, APIMEC SÃO PAULO, CODIM, FIPECAFI, IBEF, IBGC, IBRACON e IBRADEMP

Estão abertas as inscrições para o maior evento da área de RI e Mercado de Capitais da América Latina. As vagas são limitadas, faça já sua inscrição.

O maior encontro do mercado de capitais brasileiro e da América Latina, em Relações com Investidores, já tem data marcada: dias 22 e 23 de julho próximos. Uma vez mais a capital de São Paulo sediará o Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mer-cado de Capitais, promovido conjuntamente entre a ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas e o IBRI – Instituto Brasileiro de Relações com Investidores.

O 16º Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais é parte do calendário de eventos das principais companhias abertas, agentes reguladores, dirigentes de entidades, analistas e profi ssionais de investimentos, bem como advoga-dos, auditores e especialistas em relações com investidores de todo o Continente.

Como acontece todos os anos, representantes de companhias abertas, bolsas de valores estrangeiras, consultorias internacionais e companhias listadas no exterior deverão passar pelo evento, que reúne público superior a 700 pessoas em seus dois dias de realização.

Paralelamente aos painéis da programação ofi cial, haverá uma exposição de serviços composta de estandes onde as empresas e instituições expõem seus produtos e serviços pra um público customizado, tornando-se também um oportuno ponto de encontro de todo o mercado.

Maiores Informações:(11) 3107.5557 - (11) 3106.1836www.encontroderi.com.br

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DiretoresSônia Araripe [email protected] [email protected]

Plurale em site:www.plurale.com.brPlurale em site no Twitter e no Facebook:http://twitter.com/pluraleemsitehttps://www.facebook.com/plurale

Comercial

[email protected]

ArteSeeDesign Marcelo Tristão e Marcos Gomes

FotografiaLuciana Tancredo e Eny Miranda (Cia da Foto); Agência Brasil e Divulgação

Colaboradores nacionaisAna Cecília Vidaurre, Geraldo Samor,Isabella Araripe, Isabel Capaverde, Nícia Ribas, Paulo Lima e Sérgio Lutz

Colaboradores internacionaisAline Gatto Boueri (Buenos Aires),Ivna Maluly (Bruxelas), Vivian Simonato (Dublin), Wilberto Lima Jr.(Boston)

Colaboraram nesta ediçãoAgência Brasil, Agência Fapesp, Carolina Stanisci (Portal 1 Papo Reto), Cecília Corrêa e Lília Gianotti (Gesto Comunicação), Christian Travassos, Dario Menezes, Jean Pierre Verdaguer, Jéssica Lipinski (Instituto Carbono Brasil), João Laet (Unicef Brasil), João Victor Araripe, Juliana Limonta (Telefonica | Vivo) Luiz Antônio Gaulia, Nélson Tucci, Paula Piccin (Instituto Ipê), Raquel Ribeiro, Sergio Abranches (Ecopolítica), SOS Mata Atlântica.

impressa com tinta a base de soja

Plurale é a uma publicaçãoda SA Comunicação Ltda(CNPJ 04980792/0001-69)Impressão: WalPrint

Plurale em revista é impressa em papel certificado, proveniente de reflorestamentos certificados pelo FSC de acordo com rigorosos padrões sociais e ambientais.

rio de Janeiro | Rua Etelvino dos Santos 216/202CEP 21940-500 | Tel.: 0xx21-3904 0932

Os artigos só poderão ser reproduzidoscom autorização dos editores

© Copyright Plurale em Revista

Quem faz

c a r t a s @ p l u r a l e . c o m . b r

Cartas

“Um primor a Edição 40, Especial sobre Água de Plurale em revista. Trata-se de um tema tão precioso quanto momentoso e urgente, que precisa sempre ser abordado de forma séria e consequente, tarefa por sinal à feição de uma publicação como Plurale, que tem como foco a cidadania e o meio ambiente. Parabéns pela riqueza do conteúdo e pela abrangência das matérias. ”luiz cláudio reis, superintendente-executivo do centro internacional celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, rio de Janeiro, por e-mail

“Parabenizo a equipe de Plurale pela matéria de capa sobre a Semana das Águas 2014, publicada na Edição 40. A divulgação de informações de qualidade sobre temas ambientais é fundamental para o engajamento da população nas políticas e ações de conservação do meio ambiente”.marília carvalho de melo - Diretora geral do instituto mineiro de gestão das águas (igam), de belo Horizonte (mg), por email

“Ficamos imensamente agradecidos pelo envio da Edição 40 de Plurale. Adoramos a revista e esperamos estreitar os nossos laços de trabalho e amizade. ”Kaíka luiz, secretaria de Desenvolvimento econômico e turismo do crato (ce), por e-mail

“Cara Geise,A sua matéria – “Vinho francês com personalidade brasileira” - sobre o nosso vinho, publicada na Edição 40 de Plurale em revista ficou bem completo e muito boa. Ficamos felizes e te agradecemos”marie e Frédéric chauffray, languedoc-roussilon, França, por e-mail

“Acompanho o valioso trabalho de Plurale desde o início. É uma revista séria, com excelentes artigos e leio cada matéria com muito prazer. A Pipa Social ter sido incluída

na pauta para uma matéria na recente Edição 40 nos deixou muito felizes. Tenho certeza que assim conseguimos divulgar o trabalho que realizamos com artistas e artesãos de 49 comunidades de baixa renda no Rio de Janeiro. Obrigada a equipe Plurale!”Helena rocha, Diretora da Pipa social, rio de Janeiro (rJ), por e-mail

“Prezada Senhora Sônia Araripe,Vimos pela presente agradecer pelo apoio a 1ª Conferência Internacional EFFAS - Taking ESG into Account - TESGIA, que a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais – APIMEC, em parceria com a EFFAS – The European Federation of Financial Analysts Societies, realizou no dia 29 de abril de 2014, na BM&FBOVESPA, São Paulo – SP. Como pode observar no relatório, o evento foi pautado pelo zelo na organização, êxito na realização e sucesso de participação. Esperamos contar com seu apoio em eventos futuros, afim de continuar gerando externalidades positivas para Plurale e para a APIMEC. Atenciosamente,ricardo tadeu martins, Presidente da aPimec sP, são Paulo, por e-mail

“Agradecemos imensamente o apoio de Plurale que contribuiu de forma muito positiva para o programa Prêmio Criança 2014” renata cabral, marketing, Fundação abrinq, são Paulo (sP), por e-mail

Plurale em site

“Sou professora responsável por uma escola de ensino infantil, atende 147 crianças de 03 a 05 anos, em uma área de zona rural no município de São João do Araguaia-PA. Fiquei sabendo, através de Plurale em site, de iniciativa do Instituto Natura na distribuição gratuita de cartilhas e fiquei muito interessada. Nossa escola ficaria muito feliz em poder ser contemplada com tais projetos deste Instituto. ”cícera Justino, professora, são João do araguaia (Pa), pelo site

“Querida Sônia, Parabéns pela bela história, relatada na edição de 26 de maio do de Plurale em site, sobre a cobertura de depoimento da socialite Carmen Mayrink Veiga. Rica em emoção, brilhante em cada frase. ”tânia malheiros, jornalista, pelo site

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Os principais temas que impactamas Relações com Investidores, você

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ANUNCIO REVISTA RI-210x280mm-CAPINHAS.indd 1 11/12/13 13:12

Há tempos sonho com este projeto. Apresentar Míriam Leitão não tão somente como a brilhante e premiada jorna-lista multimídia. Mas como

ambientalista, interlocutora mais do que relevante, que tem feito toda a diferença no cenário socioambiental brasileiro, e, porque não, global. Não gostaria de re-sumir e cair no lugar-comum de mostrar a Míriam de todos os dias – no jornal, na televisão, no portal ou na rádio-, mas uma faceta que apenas alguns conhecem.

Imagine, por exemplo, Míriam de ga-lochas e chapéu, embrenhada em reserva indígena nos confins do Maranhão, jun-to a ninguém menos do que o afamado

Por Sônia Araripe, Editora de Plurale

Entrevista

fotógrafo Sebastião Salgado. Não poderia gerar outro resultado: uma série genial, que venceu o Prêmio Esso e mostrou ao mundo a dura luta pela sobrevivência da etnia Awá. Pense na jornalista que transita com a mesma desenvoltura junto a fontes do alto escalão do setor púbico e privado, assim como defendendo a causa dos ne-gros, dos índios, dos menos favorecidos e das famílias de desaparecidos políticos.

No seu primeiro livro de ficção, em Tempos Extremos, Míriam encara seus fantasmas do passado e abre, de cer-ta forma, o baú de memórias. Larissa, a personagem principal, é filha de um de-saparecido político, que, como Míriam, conheceu de perto os tempos difíceis da Ditadura. Engajada politicamente, a jovem jornalista esteve presa por três

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meses quando estava grávida do primeiro filho, Vladimir. Hoje, em tempos menos extremos, a mineira de Caratinga passa quase despercebida, munida de binócu-los e chapéu de abas largas na Reserva Particular, localizada na Zona da Mata de Minas, na qual aproveita os raros fins de semana de folga com a família. Longe do agitado dia-a-dia, Miriam recarrega as baterias procurando pássaros que servi-ram de inspiração para o primeiro livro infantil, A perigosa vida dos passarinhos pequenos, lançado em 2013.

Era este perfil, esta entrevista, que gosta-ríamos de apresentar ao leitor de Plurale. Apresentando a Míriam casada com o so-ciólogo e jornalista Sergio Abranches (edi-tor do Portal Ecopolítica e comentarista da CBN), mãe de Vladimir e Matheus, e um

“sou uma pessoa do meu tempo”

A jornalista Míriam Leitão lança o seu primeiro livro de ficção e fala, com exclusividade para Plurale, sobre meio ambiente, seus projetos e sobre o Brasil

mÍriam leitão, Jornalista

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enteado, Rodrigo, avó de Mariana, Daniel, Manuela e Isabel. Generosa, Míriam não só aceitou o desafio, como respondeu a todas as perguntas. Sem deixar de comentar até mesmo sobre a relação entre a temática socioambiental e política. Conversamos sobre Tempos Extremos, o novo livro; os desafios da migração para a Economia de baixo carbono; o desmatamento na Ama-zônia; a profissão; família e muito mais. Acompanhe esta entrevista exclusiva para os leitores de Plurale sobre esta jornalista/ambientalista multifacetada. “Sou uma pes-soa do meu tempo”, resume. Agradecemos também imensamente a generosidade de Sergio Abranches que nos cedeu fotos do arquivo pessoal para esta entrevista.

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Falta até algo mais elementar: entender os povos indígenas. eu digo sinceramente que agradeço a chance de ter feito a reportagem porque tive que estudar o tema e lá ver o mundo da perspectiva deles. aprendi muitíssimo, mas ainda é pouco o que eu sei. eles prestam aos outros brasileiros um enorme serviço ambiental. Viajei por um maranhão devastado, seco e quente. encontrei um oásis: era a floresta onde os 400 awá estão dispostos a dar a vida para manter as árvores em pé.”

foi exatamente não cair nessa tentação. A personagem principal, Larissa, tem 38 anos e vê a minha geração com estra-nheza, apesar de ela mesma ser vítima da ditadura por ser filha de um desapa-recido político.

Plurale - Tempos Extremos, ape-sar de ser ficção, também traz uma parte relevante de pesquisa, reporta-gem. Mostra as suas pesquisas sobre escravos, do que foi resgatado com as escavações na Zona Portuária ca-rioca. O que mais lhe impressionou nesta pesquisa?

Miriam – Fiz pesquisas sem saber que seriam usadas nos livros. Há anos venho lendo sobre escravidão por inte-resse de entender melhor a história do Brasil e especificamente este período doloroso. Isso me levou a fazer reporta-gens como a Arqueologia da Escravidão. E a reportagem me deu ideias para o li-vro. Foi tudo natural. Uma coisa levou a outra. Andando nas pedras do Valongo ou no Cemitério dos Pretos Novos fui tendo ideias para o livro. Uma visita que fiz, movida apenas pelo interesse pesso-al, a uma exposição na Casa de Rui Bar-bosa me ajudou a compor uma perso-nagem do período da escravidão. Para o leitor de Plurale entender: o livro tem duas trilhas, uma família de escravos que se divide sobre como enfrentar a escra-vidão no século XIX. E uma família que nos dias de hoje se reúne numa fazenda para o aniversário da matriarca, mas que carrega uma grande divisão, não sana-da, do período da ditadura. Eles viverão emoções fortes no desenrolar da trama

confira a entrevista.

Plurale em revista - Você acaba de lançar Tempos Extremos, seu primei-ro livro ficção, após vários não-ficção. O que lhe moveu nesta direção? Foi difícil migrar para o terreno ficcional?

Míriam Leitão - No começo tentei fu-gir das ideias que vinham à minha mente. Mas depois que parei de brigar com o li-vro, a narrativa fluiu. Na verdade, percebo agora que o fato de ter lido muita ficção ao longo da vida me ajudou no jornalismo e na hora de escrever meu próprio romance. Uma boa reportagem tem que usar téc-nicas do texto literário. Foi arrebatador e libertador escrever um romance, porque nele eu tive que me entregar aos persona-gens totalmente.

Plurale - Tomou gosto? Virão ou-tros livros de ficção?

Míriam – Entrei no mundo dos livros para ficar e estou aberta. Estou há três anos escrevendo um outro livro de fôlego de não ficção sobre o Brasil. Alternava isso com o Tempos Extremos, indo de um para o outro com a mesma paixão. Há novos in-fantis no forno. Minha certeza é que quero continuar escrevendo, enquanto puder.

Plurale - O livro fala dos porões de escravos e da ditadura, de fazendas de Minas, de natureza. Você esteve presa, quando estava grávida do pri-meiro filho, nos tempos de chumbo e nasceu em Minas ... tem algo de auto-biográfico este novo livro?

Miriam - Não é autobiográfico. Há pontos de contato. Há uma personagem que tem a minha faixa etária e também foi presa grávida, como eu. Mas ela é muito diferente de mim. Meu desafio

tanto em um quanto em outro tempo. Não são dois livros em um. A ficção, que tudo pode, aproxima os dois tempos ex-tremos do Brasil.

Fotos: sergio abraNcHesEDITOR DO PORTAL ECOPOLÍTICA

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Plurale – Na sua carreira jornalís-tica, as primeiras experiências foram como repórter de Política, depois de repórter de Diplomacia e se consa-grou na Economia. Mas também tem forte viés socioambiental. Dá pales-tras e é escritora. Como se classifica-ria? Que atividade gosta mais?

Míriam - Sou uma pessoa do meu tempo. O jornalista hoje é um produtor de conteúdo e isso pode ir do Twitter ao livro. Quero comunicar: ideias, histórias, causas. Gosto de tudo do que eu faço e aproveito a pergunta para deixar claro que continuarei jornalista enquanto viver. Minha ida para os livros não me afastará do jornalismo.

Plurale - Seus dois filhos são jor-nalistas. Jornalismo está no DNA?

Miriam - Vladimir Netto (da TV Globo em Brasília) e Matheus Leitão (da Folha de S. Paulo) são dois excelentes jornalis-tas e escolheram caminhos diferentes do meu. Gostam e se dedicam mais ao jorna-lismo investigativo que é o mais forte na geração deles. Aprendo muito com eles.

Plurale - Em seu trabalho, tem acompanhado os principais fóruns de diálogo sobre o Desenvolvimento Sustentável, como a Rio 92, a Rio + 20 e as reuniões de clima da COP. Qual a sua análise do que tem visto? O tema é urgente, mas os líderes glo-bais lhe parecem dispostos a ceder em prol de países subdesenvolvidos?

Míriam - É a marcha da insensatez novamente. Não é a primeira vez que a humanidade adia o inadiável. Mas neste caso, pode ser fatal. Acompanho esse debate porque sei que ele é central no mundo de hoje. Basta olhar em volta. O Brasil vive esse ano um momento extre-

mo do clima e um estresse hídrico de grande proporção.

Plurale - Acredita na nova filantro-pia de nomes de grande destaque, como Bill Gates e Warren Buffet, que estão envolvidos em cruzada pela transferência de tecnologias para estes mercados menos favorecidos?

Míriam - Os Estados Unidos têm a tradição da filantropia e do voluntarismo. Em parte isso se faz com deduções do Im-posto de Renda.

Plurale - No caso do Brasil, a questão da sustentabilidade tem re-almente avançado? É realmente uma preocupação séria de empresas, go-vernos e Terceiro Setor ou ainda es-tamos patinando?

Míriam - Ainda estamos patinando. Pior, há momentos que penso que recua-mos. Houve um esforço forte até o come-ço do governo Dilma, mas de lá para cá colecionamos retrocessos. As empresas falam mais do que fazem em sustentabi-lidade.

Plurale - Acredita que a pauta de sustentabilidade estará presente nas Eleições de 2014?

Míriam - Deveria estar porque este ano vivemos uma seca severa no Nordes-te, São Paulo corre o risco de colapso de água, os reservatórios das hidrelétricas estão com nível crítico de água. Mas o de-bate eleitoral brasileiro tem sido ditado pelos marqueteiros e não pelas necessi-dades do país.

Plurale - Devastamos a Mata Atlân-tica, o Cerrado e o desmatamento da Amazônia, apesar dos números mos-trarem redução, ainda são dados alarmantes. Pelas suas andanças por sertões e veredas, o que tem visto?

Entrevista

Míriam - Tenho visto devastação e a luta da conservação. Alguns protegem, preservam e replantam por amor e por serem visionários. Os conservacionistas não desanimam e isso me estimula a so-nhar com um país melhor e mais susten-tável no futuro.

Plurale - Reportagem com Sebas-tião Salgado junto aos índios Awá, no Maranhão, lhe rendeu recente Prêmio Esso. A série mostra que aquela etnia e tantas outras mandam SOS. Falta uma política consistente para os povos indígenas no Brasil?

Míriam - Falta até algo mais elemen-tar: entender os povos indígenas. Eu digo sinceramente que agradeço a chance de ter feito a reportagem porque tive que estudar o tema e lá ver o mundo da pers-pectiva deles. Aprendi muitíssimo, mas ainda é pouco o que eu sei. Eles prestam aos outros brasileiros um enorme serviço ambiental. Viajei por um Maranhão devas-tado, seco e quente. Encontrei um oásis: era a floresta onde os 400 Awá estão dis-postos a dar a vida para manter as árvores em pé.

Plurale - Junto ao seu marido, o também jornalista Sergio Abranches, compraram e mantém uma Reserva Particular do Patrimônico Natural (RPPN), em Santos Dumont, na Zona da Mata de Minas, que lhe rendeu inspiração para livro infantil. O que a natureza tem lhe ensinado? Gosta de observar pássaros?

Míriam - O convívio com a natureza, andar na mata, ouvir o canto dos pássa-ros tem feito de mim uma pessoa me-lhor. Sérgio e eu colocamos em prática o que pregamos e já replantamos 32 mil mudas de árvores de espécies nativas da Mata Atlântica e fizemos uma RPPN. Hoje metade dos nossos 113 hectares em Minas é ocupada por mata fechada ou bosque em crescimento. Os pássaros voltaram, os mamíferos começam a apa-recer, a água brota do chão. Isso tudo me inspira.

Plurale - Que região - no Brasil e no mundo - planeja conhecer em breve?

Míriam - Vou de novo a Amazônia. Não quero parar de ir. São muitas amazô-nias e eu quero conhecê-las todas.

Plurale - Um novo livro infantil acaba de ser lançado. Do que fala, é para que público?RPPN do Brejo Novo

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Um jornalista não se faz da noite para o dia. Mui-to menos apenas após a formação universitária, generalista e normalmente rasa. É no dia-a-dia, a partir da paciência de colegas – chefes e repórteres com maior experiência – é possível ir formatando, burilando este ser que precisa, antes de mais nada, aprender a pensar.

Felizmente tive esta imensa sorte. Ao longo de 30 anos de profissão, transitando por diversas redações - como Jornal do Commércio, O Dia, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil (por onde es-tive em diferentes fases por 14 anos) - convivi com alguns dos mais brilhantes jornalistas da geração atual. Para não correr o risco de esquecer de tan-tos nomes, cito apenas os editores diretos: Ricardo Bueno, Luiz Cesar Faro, Coriolano Gatto, Cristi-na Calmon, José de La Peña, Míriam Leitão, Xico Vargas, Arnaldo César, Altair Thury, Cláudia Reis, Cristina Konder, Ricardo Boechat, Augusto Nunes e José Casado.

Um time de figurinhas carimbadas, capaz de fa-zer “corar” a Seleção de Felipão. Míriam foi minha editora por cerca de cinco anos, nos bons tempos do JB. Rigorosa sim, rancorosa não. Severa sim,

mas esperando sempre o melhor de cada repór-ter. Nos descobrimos, logo após algum tempo de convivência que nascemos no mesmo dia. Aria-nas, sim senhor! E como se a sina estivesse sido escrita, nascidas no Dia do Jornalista.

Guardo as melhores lembranças destes tem-pos. Ganhamos um prêmio de jornalismo pela cobertura investigativa do que viria a se transfor-mar no Caso Naji Nahas, do megaespeculador responsável por um esquema fraudulento que colimou com a bancarrota de várias corretoras e da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Míriam não só bancou a matéria como defendeu os repórte-res junto ao poderio econômico. Exigia, cobrava, sempre foi o seu estilo. Mas sabíamos que era sempre pelo melhor resultado.

Em quarenta anos de profissão, Míriam rece-beu diversos prêmios, entre eles o Maria Moors Cabot, da Universidade Columbia, de Nova York. Ganhou o Jabuti de Livro do Ano de Não Ficção em 2012 por Saga brasileira, sobre o período que acompanhamos de perto da hiperinflação. Seus filhos seguiram os passos dos pais e são jorna-listas de boa cepa. Feliz por também poder apre-sentar a minha Isabella, que se inicia na profissão.

Uma passagem ficou para sempre marcada. Apaixonadas por política, apesar de que, na época, estávamos na Editoria de Economia do JB, nos en-volvemos na cobertura das eleições presidenciais

Não espere uma leitura fácil e despretensiosa. Tempos extremos é a primeira ficção – espera-se que de muitas

– da jornalista Míriam Leitão e, na estreia, já deixa gosto de “quero-mais”. Larissa é jornalista frustrada, que migrou para a pesquisa em História. Filha de desaparecido político, não chegou a conviver, de verdade, com o seu pai. Sua mãe, Alice, amargura-da, enfrenta a dor de um luto eterno, sem direito a velório. Primos, tios, parentes de uma grande famí-lia tradicional – com seus anseios e conflitos – se

de 1989, marcadas por denúncias de manipula-ção em debates na TV. Conhecíamos de perto o “braço-direito” do ex-governador Leonel Brizola, o jovem economista (e ex-secretário de Finanças do Estado do Rio) César Maia. Brizola temia um novo “Caso Proconsult”, e sem confiar nas pesquisas e contagem oficial, deixou para César Maia a tarefa de contabilizar os votos por informes de regiões.

Míriam soube disso e me levou para o “quartel--general” dos pedetistas, no apartamento de Brizo-la. Entramos “escondidas” dos coleguinhas já no fim da tarde, começo da noite, com fotógrafo. Já sabendo ter sido derrotado no primeiro turno para Lula, a quem Brizola chamava de “sapo barbudo”, o gaúcho tinha partido para o Uruguai. Fizemos uma ampla e exclusiva cobertura deste fato histó-rico com vários pedetistas fundadores do partido.

Voltamos já tarde para a redação e Míriam “vi-rou” o jornal para contar o que vimos e ouvimos. Sentada ao seu lado, me empolguei em escrever a “quatro mãos” o texto que começaria na primeira página do JB. Fizemos uma matéria principal e outra menor. Fui embora com a sensação de ter, de certa forma, participado da História com H maiúsculo. Qual não foi minha surpresa, no dia seguinte, ao ver o texto assinado na primeira as-sinado apenas com o meu nome. E o de Míriam somente lá na parte de dentro do jornal. Genero-sidade é o seu nome.

Míriam - A Menina de Nome Enfeita-do foi escrito para falar do encantamento da entrada no mundo da leitura e para resolver um problema: o que fazer com o H. Mas de alguma forma eu acabo falando de “caminho da mata” e “ninho de passari-nho”. Afinal, aí tem H. É para crianças em fase de alfabetização. Já está nas livrarias. Acabei de lança-lo em São Paulo e aguardo chance de lançar no Rio.

Por Sônia Araripe

arianas, nascidas no Dia do Jornalista

reencontram na Fazenda Soledade de Sinhá, no interior de Minas.

Larissa passa a ter, então, contato com o sobre-natural: “fantasmas” passam a “visitá-la” na madru-gada, com a jovem Paulina e Larissa se unindo no desejo de fazer Justiça. Os tempos difíceis da Dita-dura e da Escravatura se cruzam de maneira surreal. Do porão da fazenda secular e do “fantasma” ainda presente dos porões da Ditadura. Apaixonada por Guimarães Rosa e Gabriel Garcia Marques, Míriam abre, de certa forma, o seu “baú de memórias”, e vai desenrolando o fio de uma meada fantástica e

de prender o fôlego. Pesquisadora detalhista, sem jamais abandonar sua veia jornalística, a autora apro-veita o material apurado em reportagens: seja sobre as descobertas do Valongo e do cemitério dos pretos novos localizados na revitalização da Zona Portuária carioca, em “Arqueologia da escravidão” e também a série sobre a morte do ex-deputado Rubens Paiva nos porões militares. Ambas séries premiadas: Prê-mio Abdias Nascimento 2012 na categoria menção honrosa e Prêmio Vladimir Herzog de 2012 na cate-goria reportagem de TV, respectivamente.

E como se desenrola a trama e seus persona-gens destes diferentes porões? Bom, aí só confe-rindo mesmo. Mais não conto para dar vontade de todos lerem Tempos Extremos e verem como a história termina. Por Sônia Araripe

teMpoS eXtReMoS: FiCCÇÃo CoM F MAiÚSCUlo tempos extremos, por Míriam leitão, editora intrínseca, 272 páginas, preço sugerido: R$ 24,00

EstantepANtANAl: SelVAGeM – Wild – SAlVAJe, de Mike Bueno, editora: entrelinhas , R$ 220, vendas pelo site http://www.entrelinhaseditora.com.br/

Ao longo de 18 anos, Mike Bueno se dedicou a fotografar o Pantanal mato-grossense e

as transformações desse bioma. Registrou ce-nas únicas, condições climáticas extremas e a luta pela sobrevivência na seca e na cheia. Com um acervo de 250 mil fotos sobre o as-sunto, decidiu materializar o sonho de publicar o livro “Pantanal: Selvagem – Wild – Salvaje” e montar uma exposição. A obra e a mostra fotográfica foram lançadas no dia 11/06, em Cuiabá – um dia antes da abertura da Copa do Mundo de 2014.

UMA peQUeNA liÇÃo de liBeRdAde, de JÚlio eMílio BRAZ, editora Mundo Mirim, 72 páginas, R$ 29,90

Imagine um am-biente explosivo, cheio de luta, de co-

ragem, de valentia – e de traições... É nesse clima de tensão e de bravura que Júlio Emílio Braz resgata uma face pouco explorada da história brasileira: a resistência ne-gra por meio da formação dos quilombos.

Uma pequena lição de liberdade relembra al-guns dos episódios pouco mencionados nos livros de histórias e mostra o quanto os negros africanos eram oprimidos e, mais ainda, como brigavam e se empenhavam na busca da liberdade perdida. A história ressalta a importância dos quilombos e o exemplo de luta daqueles que viviam refugiados. O autor que é vencedor de prêmios nacionais e internacionais de literatura traz para este romance um enredo comovente.

FRAÇÕeS, de lUiZ ClÁUdio ReiS, editora Frutos, 66 páginas, R$ 18

Frações é o reflexo dos sentimentos experimentados ao longo da vida do autor e transformados em poesias.

O carioca Luiz Cláudio Dias Reis é poeta, jornalista e editor. Com re-levante carreira jornalística, atualmente é Superintendente-Executivo do Centro Inter-nacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento.

Começou a escrever poesia aos 13 anos. Aos 51 anos escreve seu primeiro livro, Fra-ções, reflexo dos sentimentos experimenta-dos ao longo desse período de vida.

CoMo FAZeR A eMpReSA lUCRAR CoM SUSteNtABilidAde, de Bob Willard, editora Saraiva,195 págs, R$ 34,90

Sustentabilidade é o as-sunto da ordem do dia nas

organizações, mas, antes de usá-la como diferencial competitivo, é preciso entender a fundo o tema para enraizar profundamente as ações sustentáveis na estratégia das empre-sas. É exatamente isso que Bob Willard reve-la em Como Fazer a empresa lucrar com Sustentabilidade.Publicada no Brasil pela Editora Saraiva, a obra, dividida em sete capítulos, detalha em cada seção um benefício da sustentabilida-de para as organizações e também indica como as empresas podem usar o conceito de sustentabilidade para aumentar a receita e a produtividade e reduzir riscos e despesas, ao mesmo tempo em que aumentam seu valor no mercado.

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Frases

MILLOR FERNANDES“Deus fez o mundo. o homem o fez imundo”

CHICO XAVIER“Nenhuma atividade no bem é insignificante...as mais altas árvores são oriundas de minúsculas sementes.”

albert eiNsteiN“O meio ambiente é tudo o que não sou eu”

sÊNeca“Se vives de acordo com as leis da natureza, nunca serás pobre; se vives de acordo com as opiniões alheias, nunca serás rico.”

aristÓteles“a natureza não faz nadaem vão.”

maHatma gaNDHi “cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência.se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.”

coNFÚcio“o mestre disse: Por natureza, os homens são próximos; a educação é que os afasta.”

sigmuND FreuD

“eu prefiro a companhia dos animais. eles são muito

mais simples”

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PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 2014

Colunista

ChristianTravassos

Passado um ano da eclosão de uma série de manifestações po-pulares e em meio à realização do maior evento esportivo de sua História, o Brasil vive dias

turbulentos, marcados por greves, violên-cia, puxões de orelha da Fifa, por #Vai-TerCopa, #NãoVaiTerCopa. Razões para esse climão são levantadas, inspiradas em disputas políticas ou em teses sobre o comportamento do brasileiro. Não há respostas simples, mas algumas evidên-cias embasadas em fatos permitem-nos abordar o imbróglio sob um menor risco.

De início, assim como para um enge-nheiro o fundamental está nos alicerces da construção, para um economista, o ponto de partida aqui está na condução da política econômica - na capacidade de o país preservar seus fundamentos ma-croeconômicos. Neste caso, leia-se infla-

ção sob controle, responsabilidade fiscal e câmbio flutuante.

No princípio da década de 1990, Ja-mes Carville, estrategista político norte--americano, ganhou notoriedade inter-nacional após pendurar um cartaz em um quadro de avisos no comitê de cam-panha de Bill Clinton, então candidato à Casa Branca. Naquela folha de papel es-tava escrita uma frase simples e aparen-temente despretensiosa: “É a economia, estúpido!”. A partir dali, aquelas palavras seriam o slogan de campanha de Clinton, que tomaria do favorito George Bush (pai) a presidência da maior potência econômica mundial nas eleições de 1992, sendo reeleito quatro anos depois.

Sob essa ótica, como se encontram os pilares da economia no Brasil? Bem, em primeiro lugar, cabe notar que o fato de o brasileiro se mostrar atento ao cenário eco-

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Foto

: Agê

ncia

Bra

sil

nômico, usar diferentes canais - rua, redes sociais - para manifestar seu ponto de vista, demonstrar interesse na administração pú-blica e, sobretudo, se incomodar com uma inflação de 6,5% ao ano é um sinal do patri-mônio consentido pela condução responsá-vel da economia nos últimos 20 anos. Em outras palavras, não, não somos Argentina, nem Venezuela e o brasileiro não quer cami-nhar na mesma direção desses hermanos.

Ocorre que, ao longo desse mesmo pe-ríodo, como diria Drummond, “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. E essa pedra não foi - e nem é - a Copa do Mundo. A Copa talvez seja uma bola mal chutada, que alguns até consideram gol contra. A pedra, ou rocha, foi a crise financeira internacio-nal de 2008, com efeitos mais evidentes no Brasil ao longo de 2009, mas com herança indireta indesejável.

É que, tão importante quanto os seus desdobramentos diretos - forte abalo na confiança, na oferta de crédito e no cresci-mento econômico -, a crise serviu de pre-texto para relaxar os tais pilares da econo-mia doméstica. Flexibilizar o controle do gasto público, abrir espaço para a criativi-dade no fechamento das contas governa-mentais, elevar despesas com a máquina estatal e tolerar um “pouquinho mais de inflação” para “garantir a retomada do crescimento” passaram a compor o reper-tório da política econômica brasileira. Até mesmo o ponto pacífico de que inflação e crescimento guardam relação estreita em qualquer tabuleiro econômico sério che-gou a ser questionado pelo Planalto.

Não é pouco. Ter como referência o teto da meta de inflação do país, de 6,5%, em detrimento de seu centro, de 4,5%, faz uma grande diferença. Quatro anos

com uma inflação anual de 4,5% resultam numa alta de preços acumulada de 19,3%. O mesmo raciocínio para uma inflação anual de 6,5% colhe uma taxa acumula-da de 28,6% - uma vez e meia a verificada pelo centro da meta.

Nesse ambiente, não é de surpre-ender a longevidade de uma regra de indexação salarial, do mínimo, pautada por indicadores alheios à evolução da produtividade do trabalho - a norma em vigor baseia-se no resultado do PIB e na inflação. Também não soa entranho o surgimento de movimentos de consumi-dores como o “isoporzinho” e o “$urre-al”, que aparentemente retratam a reação a aumentos na ponta, mas precisam ser entendidos à luz do encarecimento de preços na economia como um todo.

Em dezembro de 2013, um caso apa-rentemente “bobo” chamou atenção. O IBGE anunciou a revisão do crescimento do PIB 2012 de 0,9% para 1,0%. Acontece que na semana anterior a presidente Dil-ma Rousseff havia dito em entrevista ao jornal espanhol El País que “sabia que (a alta do PIB 2012) não havia sido 0,9%”, que o avanço revisto seria de 1,5%. Uma dife-rença de 50% em relação ao que o IBGE divulgaria dias mais tarde. Sintomático, dado que a condução adequada da políti-ca econômica depende de uma comunica-ção governamental eficiente.

Somados aos abalos nos alicerces emer-giram fatores, uns mais, outros menos, co-adjuvantes, mas que nem por isso devem

ser vistos como desimportantes. Ainda mais por terem trazido à tona inquietações há tempos represadas.

Nesse sentido, encontram-se a morosi-dade governamental na execução de obras de infraestrutura; questionamentos acerca da garantia de legado pós realização da Copa do Mundo - o que vale também para o Rio no caso das Olimpíadas; a maior pre-sença de quadros político-partidários em posições dependentes de experiência e capacitação técnicas; e a má qualidade dos serviços públicos, prestados por Estado ou concessionárias privadas, em comparação ao custo que representam ao cidadão - em diversos segmentos, como saneamento, transporte, segurança, educação, saúde e comunicação.

Cabe analisar ainda nesse contexto o fato de a reputação de instituições até então considerada inabalável ter sido colocada à prova no passado recente. Vide os casos de Petrobrás (Pasadena), o próprio IBGE (polêmica em torno da descontinuidade da Pnad), Ipea (divulgação equivocada de dados sobre violência contra a mulher) e Correios (custo desproporcional de mu-dança da logomarca).

Não por acaso, no último ano, o Brasil perdeu três posições no ranking mundial de competitividade do International Insti-tute for Management Development - IMD, consolidando a posição do país entre as dez piores nações do mundo de acordo com o indicador. O país passou à 54ª po-sição num total de 60. Entre 2011 e 2014, perdeu 16 posições no ranking. Com isso, deixou o nível mediano de países para fi-gurar entre as nações menos competitivas do estudo.

Erros são também oportunidades para mudanças, acertos de rota, aprendizado. Vai ter Copa – já está tendo -, vai ter mani-festação, vai ter eleição. E, principalmente, vai ter um novo Brasil, que não será mais o mesmo depois deste ano e de tantas tensões em tão pouco tempo. Porque o principal ator dessa história não quer: o brasileiro, que aprendeu a valorizar con-quistas pessoais e de seu país e não quer mesmo voltar atrás. Que bom.

Cristian Travassos (christian.tra-vassos@yahoo. com.br.) é Colunista colaborador de Plurale, escrevendo sobre economia e sustentabilidade. É economista (Puc-Rio) e Mestre em Ciências Sociais (CPDA/UFRRJ)

“ como diria Drummond, “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. e essa pedra não foi - e nem é - a copa do mundo. ”

“ Quatro anos com uma inflação anual de 4,5% resultam numa alta de preços acumulada de 19,3%. o mesmo raciocínio para uma inflação anual de 6,5% colhe uma taxa acumulada de 28,6% - uma vez e meia a verificada pelo centro da meta. ” 15

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Colunista

DarioMenezes

em decorrência das mudanças ocorridas no mundo nas esfe-ras econômica, ambiental, so-cial e tecnológica nos últimos anos, com um cenário global

permeado por incertezas, crescimento das mídias sociais, da representatividade das ONG’s e do ativismo anticorporati-

vo, intensificou-se o questionamento do papel das empresas passando a existir maior pressão da sociedade por uma atuação mais responsável por parte das corporações que devem pautar sua ação nos fundamentos da lógica e da coerên-cia: falar o que efetivamente fazem e fa-zer o que divulgam utilizando-se de um

processo consistente de comunicação estabelecida a partir do propósito orga-nizacional. Nada de propaganda engano-sa. Nada de promessas ou greenwashing. Somente fatos.

Por conta desse contexto, é crescente nos últimos anos a publicação de estudos nacionais e internacionais sobre o tema reputação corporativa. O tema saiu da es-fera das discussões acadêmicas e de forma definitiva integrou-se à agenda das empre-sas, priorizando direcionamentos estraté-gicos e a forma como as organizações de-senvolvem e gerenciam o relacionamento com os seus diversos stakeholders.

O conceito de reputação sumariza a percepção que os stakeholders têm so-bre as ações passadas e futuras de uma empresa englobando os seus emprega-

reputação e sustentabilidade: uma interlocução estratégica

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prestação regular de contas, participação em índices como o ISE e DJSI, adoção das práticas do Instituto Ethos e do GRI tem potencializado a percepção positiva dos seus públicos.

Por outro lado, empresas que têm ex-perimentado constantes críticas a quali-dade dos seus produtos, denúncias de práticas passadas de relação com a sua força de trabalho, protestos sociais, re-calls por conta de defeitos de produção que colocam em risco as nossas vidas ou inclusão em rankings não prestigio-sos, como, por exemplo, o Public Eye Award e similares, tem destruído seu capital reputacional e por extensão o valor da organização.

Se os três vetores descritos acima (ali-nhamento estratégico, engajamento dos stakeholders e atuação da empresa) esti-verem alinhados, teremos uma reverbe-ração positiva gerando maior confiança e estima dos seus públicos estratégicos.

Por tudo isso, temos a convicção de que a união de esforços relacionados a sustentabilidade e reputação cons-tituem uma relação complementar de esforços e que constituem papel fun-damental no redesenho dos processos internos das organizações.

Desses processos surgirão empresas mais proativas nos seus relacionamentos com os seus stakeholders, com maior co-nexão com as demandas e expectativas da sociedade contemporânea, compro-missadas com o seu posicionamento e estratégia e mantendo-se alinhadas com os mandamentos da atuação de uma em-presa que possui um olhar no futuro: no seu futuro como organização e principal-mente no futuro da sociedade na qual está inserida.

Dario Menezes ([email protected]) tem mestrado em Admi-nistração e é professor da Fundação Dom Cabral, Fund.Getúlio Vargas e IBMEC. Atua como Diretor de No-vos Negócios do Reputation Institu-te além da experiência executiva na área de Marketing na VARIG e na Vale. Consultor de empresas e palestrante

dos, acionistas, clientes e fornecedores bem como o governo, mídia, academia, associações, ONG’s e formadores de opinião. Estamos falando de um ativo valioso que se constrói por meio de ações e relacionamentos consistentes, transparentes e coerentes ao longo dos anos, reduzindo conflitos, ajudando a empresa a tratar com eficiência a diver-sidade, gerando valor social e econômi-co e benefícios mútuos para os seus pú-blicos de interesse, estabelecendo uma nova dimensão para a gestão da empre-sa. O primeiro passo para a formação da reputação é a construção do alinhamen-to da visão estratégica, da cultura e das percepções dos stakeholders. De novo nada de promessas. Reputação se con-quista com fatos, práticas e percepções.

Independente do seu ta-manho, segmento de mer-cado e região geográfica, todas as organizações são avaliadas pela qualidade do relacionamento com os seus stakeholders e princi-palmente pelo nível de esti-ma, admiração e confiança gerados a partir desses re-lacionamentos. É relevante perceber que à medida que a empresa se estrutura ge-rando essas novas formas de relacionamento e diálogos, ela expande a sua percepção como ator social, ampliando seu propósito organizacio-nal e transformando-se de forma considerável.

O segundo passo para a formação da reputação é estabelecer uma narrativa organizacional coerente ali-cerçada por uma estratégia de comunicação transparen-te e consistente com os seus públicos. Gradativamente a organização começa a con-quistar percepções positivas junto aos stakeholders e re-cebendo de volta comporta-mentos de apoio favoráveis

como a intenção de compra, o suporte em momento de crises corporativas, o interesse em colaborar no desenvol-vimento da empresa e das suas ações sociais por exemplo, levando-a a um cír-culo virtuoso de desenvolvimento.Reputação e Sustentabilidade pos-suem sinergias importantes para o sucesso corporativo

Fundamentalmente o terceiro vetor para a formação da reputação é a avalia-ção da atuação da empresa, a percepção de qualidade dos seus produtos e servi-ços e principalmente a avaliação das suas práticas ambientais e sociais. Desta for-ma, todos os esforços que as empresas têm desenvolvido nos últimos anos em prol da sustentabilidade como a revisão dos seus processos, a evolução da sua

PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 2014

Colunista

Luiz AntônioGaulia

E m 1965, quando Alvin Toffler escreveu sobre o “choque do futuro” e aquilo que ele cha-mou de “doença da mudança” talvez tenham sido poucos os

que vislumbraram o caos e o potencial da nova onda civilizatória que ganhava ímpe-to num curto espaço de tempo. A infor-mação e o conhecimento deixariam nossa sociedade à mercê da transitoriedade.

Para Toffler, se o surgimento da agri-

cultura trouxe uma primeira e profunda revolução para a civilização humana, sé-culos mais tarde, foi a revolução industrial, com suas máquinas e processos fabris que causou uma segunda onda de transforma-ções estruturais marcantes na vida social e no mundo trabalho. Contudo, é a revo-lução da telemática - uma terceira e até o momento aparentemente definitiva onda civilizatória - com sua rapidez e tecnologia provocando profundas mudanças na forma

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o tempo e a mudança. A maldição do Saturno tecnológico.

e no tempo do trabalho, nas relações hu-manas, bem como nos processos mentais e emocionais, que insere a humanidade diante da constatação de que o futuro é agora. Ou seja, o dia de amanhã já pode ser conhecido hoje, neste momento, pois o mundo ficou menor ao se conectar numa rede on line all time. Não somente os flu-xos financeiros ganharam agilidade, mas o conhecimento, os fatos, as notícias e as trocas de correspondência, opiniões e re-

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latos conquistaram a instantaneidade der-rubando fronteiras e trazendo um tempo presente permanente para lares, empresas e governos. Nesse mundo de transparência obrigatória, pois tudo se sabe e se vê, sem segredos e sem o amanhã planejado e line-ar que as gerações passadas conheceram, a complexidade cresce exponencialmente. A mudança é a única certeza.

Com a tecnologia produzindo mais tecnologia de forma acelerada e nesse des-dobramento, mais mudanças nas nossas percepções de tempo, espaço e diálogo, vamos sofrendo uma nova doença psico-lógica que ainda não foi completamente entendida por grande parte das pessoas. Alguns especialistas já dizem que a ansie-dade e o déficit de atenção são o mal do nosso novo século – que está apenas em seus anos iniciais.

Não falo apenas de uma carga adicional de estresse oriundo dos excessos informa-cionais e da sobrecarga de conhecimento multiplicada pela vastidão de estímulos da internet, mas do peso de uma instabi-lidade crônica do aprender e reaprender constantes. Aprender como lidar com um cenário onde encontramos mais disper-são do que afinidades. “A principal preo-cupação do cérebro é formar modelos” li recentemente no livro “O Animal Social” de David Brooks. Ora, se vivemos sob a mudança perpétua, estamos condenados a não encontrar modelos que nos sejam familiares e nos permitam conexões mais tranquilizadoras. Claro que, a biologia se-gundo Darwin nos seleciona a partir da capacidade de adaptação, talvez tornando o homem um animal mutante por nature-za mas o mutável crescente também é uma forma de câncer.

Não é preciso uma teoria profunda para constatar que certas pessoas teriam mais dificuldades do que a outras para viver nesse cenário de mudança permanente, dependendo de suas condições sociais, oportunidades, cultura, acesso ao merca-do de trabalho, competências, habilidades e mérito. Me parece que a geração Twitter com seus 140 caracteres surge como resul-tado desse mundo novo da transformação virtual constante e de uma agora chamada sociedade disruptiva. Nada mais existe en-quanto tradição. Será essa a nova tradição?

O choque de civilizações é inevitável entre sociedade e culturas mais ou menos arraigadas aos seus costumes e dogmas

o dia de amanhã já pode ser conhecido hoje, neste momento, pois o mundo ficou menor ao se conectar numa rede on line all time. Não somente os fluxos financeiros ganharam agilidade, mas o conhecimento, os fatos, as notícias e as trocas de correspondência, opiniões e relatos conquistaram a instantaneidade derrubando fronteiras e trazendo um tempo presente permanente para lares, empresas e governos.”

milenares. Digo afinidades no sentido de que, como humanos, buscamos conexões e pontos de vista em comum. A diversida-de alardeada ultimamente quer preservar o diferente dentro da comunidade, mas a comunidade é uma unidade em comum e, portanto uma rede que se integra a partir de ideias, percepções, ritos, amores e objetivos compartilhados. Vivemos hoje o inverso, uma fragmentação de elos pos-síveis e verdadeiros, diante do efêmero. Não há mais tempo para o afeto, a não ser que ele venha pela quantidade de likes do Facebook. Entre centenas de milhares de outros inputs digitais. Não sou contra a tec-nologia, pelo contrário, nem contra as ino-vações, mas é preciso lembrar que homens juntam-se em fraternidade para superar as dificuldades de viver e saber conviver de maneira mais fraterna é a sempre a melhor das inovações.

Vivemos em conjunto para sobreviver, mas hoje vivemos em conjunto para nos violentar em comodismo, indiferença, dis-tância sentimental e falta de significado para nossos rituais coletivos, todos eles acelerados num tempo de dinâmica assus-tadora. Em épocas não muito distantes, na geração de nossos avós, nos percebíamos mais como semelhantes do que como ame-aças. A solidão é o resultado nesse cenário de mudança que a tudo e a todos atinge e devora. A quem interessa tal situação?

Parece-me assim que vivemos um tem-po de complexidades estonteantes que precisam ser interrogadas em seus de-talhes, principalmente diante da falta de tempo para refletirmos sobre nossos com-portamentos caóticos. É vital pensarmos no futuro, mesmo que ele não mais exista como nos moldes pelos quais nossos avós podiam se orientar. Há um risco de retor-narmos à barbárie, caso não tenhamos mais tempo para cuidar de nossas emo-ções, sentimentos e intuições, pois são eles que nos distanciam dos outros animais. E estamos todos com muita pressa ultima-mente para trabalhar esse cuidado.

Nossa atualidade nos possibilitou avan-çar com os ponteiros do relógio, principal-mente no conhecimento disponível num simples toque do teclado, mas a caracte-rística do tempo atual é de ser como um moinho. Na corrida para termos tempo de sobra, numa sociedade que não dorme, nosso desafio diante dessa repetitiva rup-tura com o passado é nos escravizarmos

de forma inconsciente ao comando da racionalidade técnica cujo curto prazo é a regra para esmagar a esperança de uma proximidade social e ambientalmente mais responsável, a partir do desejo do cuidado e do afeto. O planeta ficou menor com as inovações tecnológicas, mas não pode ficar pior por causa delas. É hora de retirarmos os antolhos para enxergarmos com mais nitidez as tradições que estamos descons-truindo, ao sermos servos de uma tecno-logia que tem potencial para desumanizar em sua aparente facilidade em aproximar. Viver sob condição de uma eterna mudan-ça é a maldição do Saturno tecnológico. Ela só vai nos enlouquecer.

Luiz Antônio Gaulia ([email protected]) é Colunista de Plura-le, colaborando com artigos sobre sustentabilidade. É Professor da Universidade Estácio.

20 >Bazar éticoMaria Preta, a única loja da região de Visconde de Mauá

que apresenta somente artesanato local

texto e fotos: Raquel Ribeiro

A fachada parece casinha de boneca; o interior, um pedacinho de conto de fadas. Há cores e alegres texturas por todos os lados, até no teto, de onde pendem estrelas de chita, sino dos ventos e outros balangandãs. O nome da lojinha arremata o clima lúdico-rural: Maria Preta, assim batizada em homenagem a um passarinho pequenino, comum da região de Visconde de Mauá. Sim, ali todos os objetos remetem à simplicidade – não se busca o extraordinário, mas a beleza, a poesia do cotidiano.

Apaixonada por produto manual, a belga Beatrijs Hindt fala de cada peça com a intimidade de quem bem conhece as peças e seus artesãos. “Converso muito com eles, para que valorizem seu trabalho e saibam cobrar um preço justo.” Diz não se interessar pelo comércio que visa somente o lucro e não vende nada que seja feito em série. Em tudo, de fato, se sente o toque pessoal de quem tece, borda, pinta ou molda. Há obra de artista reconhecido, como um dos pássaros de Jorge Brito, que transforma em escultura pedaços de madeira achados na mata; quem mais vende, porém, é Sonia, moradora da Prata, um dos vales mais distantes da região. São delas as estrelas feitas de retalho e papelão. Conhecidas por giramundo fazem parte da cultura local e enfeitam centenas de casas antigas.

Na loja, Beatrijs também expõe seus delicados anjinhos de palha, colares de papel e outros mimos. “No meu trabalho quase sempre tem uma ligação com a natureza, seja pela forma, seja pelo tema.” Formada em artes plásticas e expert em decoração, conta que na Bélgica se sentia longe da base da vida e aqui vive a riqueza da simplicidade.

“A boneca mais bonita é aquela que nasce das mãos de uma mulher que costura; costurar à mão é uma meditação.” beatrijs Hindt.

contato:Maria Preta

Vila de Visconde de Mauá/RJTelefone: (24) 9831-4513

Este espaço é destinado à divulgação voluntária de produtos étnicos e de comércio solidário de empresas, cooperativas, instituições e ONGs.

P elo Brasi l

da SoS mata Atlântica

A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Es-paciais (INPE) divulgaram em 27 de maio, Dia da Mata Atlântica, em entre-vista coletiva, os novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, no período de 2012 a 2013. O levantamento foi apresentado por Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica e coor-denadora do Atlas pela organização; Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE, e Mario Mantovani, dire-tor de Políticas Públicas da Funda-ção. A iniciativa tem o patrocínio de Bradesco Cartões e execução técnica da Arcplan.

de floresta nativa acima de 3 ha, restam 12,5% dos 1,3 milhões de km2 originais.

Segundo Flávio Jorge Ponzoni, do INPE, os avanços tecnológicos têm per-mitido mais precisão nos levantamentos. “Mas, em razão da cobertura de nuvens, que prejudicam a captação de imagens via satélite, foram avaliados 87% da área total do bioma Mata Atlântica”.

Os dados completos e o relatório técnico poderão ser acessados nos sites www.sosma.org.br e http://www.inpe.br ou diretamente no servidor de mapas http://mapas.sosma.org.br.

Um resumo do OHI Brasil, dados e méto-dos detalhados podem ser encontrados em: http://www.oceanhealthindex.org/

Regionals/Brazil_Assessment_Portuguese

O estudo aponta desmatamento de 23.948 hectares (ha), ou 239 Km², de remanescentes florestais nos 17 Estados da Mata Atlântica no período de 2012 a 2013, um aumento de 9% em relação ao período anterior (2011-2012), que regis-trou 21.977 ha.

A taxa anual de desmatamento é a maior desde 2008, cujo registro foi de 34.313 ha. No período 2008 a 2010, a taxa média anual foi de 15.183 hectares. No levantamento de 2010 a 2011, ficou em 14.090 ha.

Nos últimos 28 anos, a Mata Atlântica perdeu 1.850.896 ha, ou 18.509 km2 – o equivalente à área de 12 cidades de São Paulo. Atualmente, restam apenas 8,5% de remanescentes florestais acima de 100 ha. Somados todos os fragmentos

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brasil perdeu cerca de 24 mil campos de futebol de mata

PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 2014

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Por Nícia ribas, de Plurale em revista

O que a educação pode fazer para combater a pobreza? Es-pecialistas em pobreza e de-sigualdade reuniram-se em,

12 de maio, na Casa do Saber, Rio de Janeiro, para discutir a questão e lan-çar a Maleta Futura Por que Pobreza?. Trata-se de, uma seleção de material audiovisual, textos inéditos e propostas interativas criados a partir do acervo do Futura e dos curtas e longas-metragens do projeto internacional Why Poverty? “http://www.whypoverty.net/”

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iBEf-rio

O Instituto Brasileiro de Exe-cutivos de Finanças - IBEF abriu inscrições para o Prêmio IBEF de Susten-

tabilidade 2014. Em seu quarto ano consecutivo, o projeto, que conta com o patrocínio da Deloitte, Furnas Centrais Elétricas S.A. e Petrobras, e apoio de Plurale em Revista, visa certificar e premiar cases de empresas e administrações que possuem proje-tos na área. O objetivo é reconhecer e disseminar tais práticas de desenvol-vimento nas organizações e estimular a adoção de ações sustentáveis pelas empresas brasileiras. As inscrições se-guem até o dia 27 de junho.

É fácil participar. Basta fazer o download do formulário “Prêmio IBEF de Sustentabilidade”, que consta no site do IBEF, preencher e enviar em formato PDF para o e--mail [email protected], de acordo com os padrões estabelecidos.

inscreva o case de sua empresa no

Um grupo de altos executivos, que compõem a Banca Exami-nadora do Projeto, irá analisar e identificar as empresas que serão certificadas, levando em conside-ração os requisitos da Metodologia do Pentágono em Sustentabilida-de, com base no livro “Avaliação de Investimentos Sustentáveis”, de autoria de Rechtman & Young (2013). Os autores, por meio de pesquisas, estudos e orientações de profissionais da área, estabele-ceram conceitos de direção e ges-tão empresarial, caracterizando e disseminando a responsabilidade socioambiental como paradigma complementar a performance eco-nômico-financeira.

As empresas que participam em uma das cinco categorias do Prêmio – valorização, gestão, go-vernança, administração de con-flitos e estrutura da operação – se aprovadas, recebem o Certificado de Excelência em Sustentabilidade

e concorrem no dia 15 de agosto, em evento promovido pelo IBEF, ao Prêmio Troféu Ecosofia. Além disso, terão seus projetos divulgados pela instituição e serão convidados espe-ciais nas palestras e seminários do IBEF-Rio.

Para Marcos Varejão, diretor executivo do IBEF-Rio, o reconhe-cimento e aprovação do Instituto é um fator de peso na avaliação de investimentos de cases empresarias na área. “O tema é uma preocupa-ção global, e está na pauta da nossa agenda de eventos para orientar as empresas associadas, de diversos segmentos”, ressaltou.

O Prêmio IBEF de Sustentabi-lidade foi criado em 2010 e desen-volvido para orientar a atuação das empresas nos diversos aspectos que envolvem o tema, tais como: a res-ponsabilidade ambiental, justiça so-cial, viabilidade econômica, gestão, conflitos, governança e estrutura da operação.

educação na luta contra a pobrezaRe

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Maristela Moreira de Carvalho veio de Ouro Preto para receber, simbolicamente o material. Ela representou um dos parceiros do Canal Futura, que vão ajudar a disseminar o conhecimento gerado pelo projeto. Os kits serão distribuídos no Brasil para ONGs, uni-versidades e outras organizações que traba-lham com formação de educadores da rede pública de ensino; universidades parceiras do Canal Futura; redes públicas de ensino; instituições públicas de Assistência Social e organizações que trabalham com jovens. Até o fim deste ano, 12 instituições receberão a Maleta em dez estados: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Maranhão, Pará, Paraná, Pernambu-

co, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. “Em Ouro Preto nossa Sala Futura existe há 10 anos,” disse Maristela à Plurale.

O debate “Educação como uma saída sustentável para a pobreza: possibilidades e limites” contou com a participação do ex--presidente do IPEA e atual ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presi-dência da República (SAE), Marcelo Neri; o professor e pesquisador André Lázaro; e a gerente-geral do Canal Futura, Lúcia Araújo. A mediação ficou por conta do jornalista An-tônio Gois. Participou também o documen-tarista sul-africano Don Edkins, diretor da Steps International, também esteve lá.

P elo Brasi l

PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 201424

Maceió - Estão abertas as inscrições o Prêmio Celso Furtado de Desenvolvi-mento Regiona 2014. Podem concorrer ao prêmio, teses e dissertações, novos projetos para implantação no território e relatos de experiências exitosas. Os vencedores receberão mais de R$260 mil em prêmios, que vão de R$ 13 mil a R$ 50 mil por categoria.

Coordenada pela Secretaria de De-senvolvimento Regional do MI (SDR--MI), a terceira edição do concurso homenageia o professor e economista Armando Dias Mendes, um dos ícones do pensamento crítico sobre o desen-

volvimento da Amazônia. Lançado em 2009, o Celso Furtado tem o objetivo de estimular o debate sobre o tema e servir como instru-mento para a criação de no-vas ações que visem ao cres-cimento das regiões menos

desenvolvidas do País.As inscrições podem ser feitas no

site www.integracao.gov.br/premio até 30 de unho. Outras informações por ser obtidas pelo e-mail:[email protected].

sobre o PrÊmio

O Ministério da Integração Nacional - MI, por meio da Secretaria de Desen-volvimento Regional - SDR, lançou em 2009, o Prêmio Nacional de Desenvol-vimento Regional Edição 2010: home-nagem a Celso Furtado como uma das

Por Sônia Araripe, Editora de Pluraledo rio/ foto de divulgação

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que levou cerca de 20 anos sendo discutida, começa, efetivamente, a sair do pa-pel. No dia 25 de abril, em solenidade com a presença da Ministra do Meio Ambiente, Iza-bella Teixeira, o Grupo Boticário e a BVRio oficializaram as primeiras negociações de Créditos de Logística Reversa de Embala-gens, por meio da BVTrade, plataforma ele-trônica da bolsa de valores ambientais BVRio.

A ministra Izabella Teixeira destacou o envolvimento dos catadores nesta opera-ção, recebendo pelos serviços prestados. “Vivemos tempos que exigem uma nova governança ambiental e esta parceria como estamos vendo aqui, do Boticário com cata-dores e a Bolsa é pioneira”, disse. Represen-tando o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, Severino Lima des-tacou o caráter de empreendedorismo da categoria. “Estamos fazendo um trabalho

inscrições para o Prêmio celso Furtado de Desenvolvimento regional vão até o dia 30 de junho

grupo boticário, bV rio e catadores oficializam primeira operação de logística reversa

estratégias para estimular o processo de discussão e divulgação da Política Nacional de Desenvolvimento Regional - PNDR. A partir da segunda edição, o nome do consagrado economista brasi-leiro foi incorporado permanentemente à denominação do Prêmio que passa a se chamar “Prêmio Celso Furtado de Desenvolvimento Regional”.

Nas duas primeiras edições home-nageou dois brasileiros, Celso Furtado e Rômulo de Almeida, respectivamen-te, pela importância deles como res-ponsáveis pela condução do processo de reconhecimento político, social e econômico da questão regional brasi-leira e de inserção do tema na agenda de governo e no centro do debate na-cional, a partir da década de 1950. Em sua terceira edição reconhece e home-nageia o Professor Armando Dias Men-des, um incansável defensor da região amazônica.

importante e conseguimos também traba-lhar com reciclagem na Copa”, comemorou. A catadora Ionara dos Santos, da Cooperativa Avemare, de Santana do Parnaíba (SP), repre-sentou a primeira cooperativa de catadores contemplada com os recursos da operação em bolsa.

Reciclagem não é um assunto novo para o Grupo Boticário, ressaltou o seu presidente, Artur Grynbaum em entrevista para Plurale. “Desde 2004, antes mesmo da Lei ser sancio-nada, já tínhamos esta preocupação”, contou o executivo. Assim, todas as lojas da marca ganharam cestas para arrecadar embalagens usadas. O problema, admitiu Artur, é que esta é uma questão voluntária, de cada consumi-dor e envolve também a cultura da sociedade. Ele preferiu não definir uma meta de nego-ciação das embalagens - se será o suficiente para compensar todas as produzidas - mas mostrou-se animado com a parceria pioneira.

A atuação do Grupo Boticário no segmen-to de logística reversa será continuada a partir

destas primeiras operações, e o volu-me de créditos adquiridos pelo Grupo deve chegar a 1200 toneladas ao longo dos próximos dois meses. O sistema da BVRio permite que empresas de todo o país possam contribuir de forma efetiva para a implementação da Política Nacio-nal de Resíduos Sólidos (PNRS), ao mes-mo tempo em que promovem a inclusão dos catadores no processo, que passam a receber o pagamento pelos serviços prestados ao meio ambiente e para toda a sociedade.

Artur Grynbaun (presidente do Grupo Boticário), Maurício Moura Costa (diretor de operações da BVTrade) e Ionara dos Santos comemoram a primeira operação

abbr inaugura memorial que conta seus 60 anos de história e o início da Fisioterapia e da terapia ocupacional no brasil

No dia 23 de maio, a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) inaugurou o Memorial ABBR. O espaço, agora aberto à visitação das 9h às 17h, reúne 60 anos de his-tória da instituição e registra o começo da rea-bilitação no Brasil. O prefeito Eduardo Paes, a primeira-dama do Estado, Maria Lucia Horta, deputados, autoridades e convidados presti-giaram o evento.

O prefeito ressaltou a importância da ABBR como uma instituição criada pela organização da sociedade civil. “Esse espaço aqui talvez seja a materialização de como se constrói uma so-ciedade ou de como deveria se construir uma sociedade. Portanto, nada mais justo do que a gente lembrar a história dessas pessoas. Para o Rio de Janeiro é um orgulho dispor de uma instituição como a ABBR”, conclui Paes, refor-çando o desejo de que o trabalho da institui-ção dê frutos por outros 60 anos.

A entidade teve início em 5 de agosto de 1954, quando o empresário Charles Robert Murray, o arquiteto Fernando Lemos, um grupo de empre-sários cariocas e médicos importantes da época inauguraram o centro de reabilitação, com o objetivo de tratar crianças acometidas pela po-liomielite – o Brasil vivia um surto da doença – e pessoas com limitações físicas.

Como não havia profissionais para atuarem no Centro que seria construído, a ABBR criou a Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro (ERRJ) e formou os primeiros Fisioterapeutas e Tera-peutas Ocupacionais do país.

Para o presidente da entidade, o cirurgião Deusdeth Gomes do Nascimento, a inaugura-ção do Memorial é a realização de um sonho antigo. “Resgatar a memória da ABBR significa resgatar a história toda. Nós temos que re-gistrar para a posteridade, é a história de um ícone de responsabilidade social. Ver que aqui nós praticamos, quando eu digo nós, essa for-

ça viva da ABBR, o exercício de cidadania a cada dia”, comemora.

Durante as seis décadas mais de 400 mil pacientes passaram pela entidade. Atualmente cerca de 70% dos pacientes são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que contam também com fornecimento médio de 11 mil produtos ortopédicos por ano.Como visitar: Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação – ABBRRua Jardim Botânico, 660, Jardim Botânico. Tel. 21 3528-6363 • Horário: das 9h às 17hSite: http://www.abbr.org.br

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Esqueça os engarrafamentos quilométricos, o frenesi tenso do dia-a-dia nos grandes cen-tros e até mesmo o sapato, que mesmo macio, cisma em

apertar o joanete no fim do dia cansativo. Sonhe com o paraíso, ou melhor ainda, vá até lá. Corra, antes que esta verdadeira visão do éden possa passar por profundas e de-finitivas mudanças a partir da interferência do homem.

Conheça Jericoacara, ou melhor, Jeri para os íntimos, antes que seja tarde. A pequena vila de pescadores, no litoral ce-arense, a cerca de 300 quilômetros de For-taleza, localizada no município de Jijoca de Jericoacara, vive um daqueles momentos de “encruzilhada”, digamos assim. Andar para a frente, a passos largos, enfrentando, com a cara e a coragem os avanços para atrair mais turistas e investimentos ou re-sistir enquanto puder para manter o seu ar

Especial Ceará

Texto e Fotos de Sônia Araripe, Editora de Plurale em revista

De Jijoca de Jericoacara, Ceará

bucólico, a sua graça de ainda se guiar pelas leis da natureza.

Há defensores das duas vertentes e, neste momento, fica difícil prever que lado sairá vitorioso. Um ponto já é certo: dificil-mente Jeri dos próximos anos será a mes-ma de hoje ou de ontem. A pequena aldeia lançada “para o mundo” nos últimos 30 anos, é bem diferente da que aventureiros e mochileiros descobriram em meio às res-tingas e dunas. Chegar no lugarejo era uma verdadeira aventura. Conseguir se hospedar ou até mesmo comprar algo, mais compli-cado ainda. O comércio era feito na base da troca e os pescadores alugavam redes e quartos para quem vinha desbravar a região. Hoje, há de tudo um pouco na vila: de Wi-Fi até professores de italiano e alemão. Tam-bém massagistas de diferentes técnicas, a jovens garçons argentinos em restaurantes balados, passando por sommeliers interna-cionais e sorvetes sofisticados com sabores

totalmente exóticos para o generoso leque de frutas regionais, como pistache ou “Dul-ce de leite”.

Yes, Jeri se globalizou: para o bem e para o mal. Não há caixas eletrônicos na vila, mas são aceitos todos os cartões e também mo-eda estrangeira. Se for um morador, dá para comprar fiado, nos tradicionais caderninhos de anotação. A explicação oficial para a au-sência dos caixas eletrônicos é a dificuldade de chegar até aqui, mas ouvimos também algumas notícias raras de bandos armados que se aproveitam e assaltam principalmen-te cargas no caminho pelas dunas.

Comércio sem portas - Violência? Qual nada. Há policiais na região, mas ape-nas para garantir a paz. São cerca de 5 mil moradores fixos e em alta temporada che-gam a 80 mil flutuantes e turistas. Os casos mais extremos são de alguém que bebeu demais e mesmo assim de tempos em tem-pos. “Isso aqui é o paraíso, mas tem que ser

Jeri,Vila no litoral cearense, com diversas atrações naturais, tenta resistir à ameaças do avanço da civilização e da especulação imobiliária

um paraíso a ser preservado

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Esqueça os engarrafamentos quilométricos, o frenesi tenso do dia-a-dia nos grandes cen-tros e até mesmo o sapato, que mesmo macio, cisma em

apertar o joanete no fim do dia cansativo. Sonhe com o paraíso, ou melhor ainda, vá até lá. Corra, antes que esta verdadeira visão do éden possa passar por profundas e de-finitivas mudanças a partir da interferência do homem.

Conheça Jericoacara, ou melhor, Jeri para os íntimos, antes que seja tarde. A pequena vila de pescadores, no litoral ce-arense, a cerca de 300 quilômetros de For-taleza, localizada no município de Jijoca de Jericoacara, vive um daqueles momentos de “encruzilhada”, digamos assim. Andar para a frente, a passos largos, enfrentando, com a cara e a coragem os avanços para atrair mais turistas e investimentos ou re-sistir enquanto puder para manter o seu ar

Especial Ceará

Texto e Fotos de Sônia Araripe, Editora de Plurale em revista

De Jijoca de Jericoacara, Ceará

bucólico, a sua graça de ainda se guiar pelas leis da natureza.

Há defensores das duas vertentes e, neste momento, fica difícil prever que lado sairá vitorioso. Um ponto já é certo: dificil-mente Jeri dos próximos anos será a mes-ma de hoje ou de ontem. A pequena aldeia lançada “para o mundo” nos últimos 30 anos, é bem diferente da que aventureiros e mochileiros descobriram em meio às res-tingas e dunas. Chegar no lugarejo era uma verdadeira aventura. Conseguir se hospedar ou até mesmo comprar algo, mais compli-cado ainda. O comércio era feito na base da troca e os pescadores alugavam redes e quartos para quem vinha desbravar a região. Hoje, há de tudo um pouco na vila: de Wi-Fi até professores de italiano e alemão. Tam-bém massagistas de diferentes técnicas, a jovens garçons argentinos em restaurantes balados, passando por sommeliers interna-cionais e sorvetes sofisticados com sabores

totalmente exóticos para o generoso leque de frutas regionais, como pistache ou “Dul-ce de leite”.

Yes, Jeri se globalizou: para o bem e para o mal. Não há caixas eletrônicos na vila, mas são aceitos todos os cartões e também mo-eda estrangeira. Se for um morador, dá para comprar fiado, nos tradicionais caderninhos de anotação. A explicação oficial para a au-sência dos caixas eletrônicos é a dificuldade de chegar até aqui, mas ouvimos também algumas notícias raras de bandos armados que se aproveitam e assaltam principalmen-te cargas no caminho pelas dunas.

Comércio sem portas - Violência? Qual nada. Há policiais na região, mas ape-nas para garantir a paz. São cerca de 5 mil moradores fixos e em alta temporada che-gam a 80 mil flutuantes e turistas. Os casos mais extremos são de alguém que bebeu demais e mesmo assim de tempos em tem-pos. “Isso aqui é o paraíso, mas tem que ser

Jeri,Vila no litoral cearense, com diversas atrações naturais, tenta resistir à ameaças do avanço da civilização e da especulação imobiliária

um paraíso a ser preservado

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preservado como está”, decreta o comer-ciante Evandro Barroso Teixeira, 44 anos, mais conhecido como Sangue Bom, dono da padaria mais famosa da cidade. Portas? Não há. Muito menos aquelas de ferro, blin-dadas que lacram estabelecimentos simila-res em cidades grandes. Nascido em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos fluminense, Evandro tem na veia o legítimo DNA de em-preendedores. Foi de tudo um pouco, até se mudar com a família para Fortaleza e de lá para Jeri. São dois anos e só boas lembranças para contar. “Não troco esta minha paz da-qui por nada neste mundo”, resume.

Vamos caminhando pelas ruas e damos de cara com um jovem casal apaixonado tirando fotos para recordação. Seria algo comum se um detalhe não fizesse toda a diferença: os paulistanos Wilma (27 anos) e Willy Yamashita (32 anos) vieram se casar em Jeri. “Queríamos algo totalmente diferente do habitual pacote de igreja-recepção-bolo e champanhe. Sonhamos em nos casar em Jericoacara e aqui estamos, felizes da vida”, revela Wilma. Os padrinhos de casamento fo-ram a fotógrafa paulista de nascimento, mas quase uma nativa de Jeri, Mary, e seu marido, o italiano Daniele Sabatini, 42 anos, que che-gou em Jeri há seis anos e fincou raízes. O es-trangeiro adora o local, mas se queixa da falta de infraestrutura, principalmente em casos de emergência. “Uma inflamação no dente à noite pode se transformar em um pesadelo. Aqui é distante de tudo”, lembra. Em casos gravíssimos, existe a possibilidade de solicitar a remoção por helicóptero que segue para municípios mais aparelhados.

Novos investimentos - O turismo, de-finitivamente, é a vocação de Jericoacara. E promete, a cada novo investimento – prin-cipalmente os estrangeiros - ganhar ainda mais força. Um aeroporto está a caminho, encurtando as quase seis horas de distância de Fortaleza e novos hotéis sofisticados, do tipo resort, ameaçam não só alterar o perfil das atuais simpáticas pousadas mais caseiras, assim como correm o risco de avançar na área hoje preservada pelos 6.295 hectares do Parque Nacional de Jericoacara, criado em 2002. O Parque Nacional possui diversas paisagens como: serrote, tabuleiro, restinga, manguezais, praias, gramados, lagoas e cam-pos de dunas. Segundo os moradores, há duas explicações para a palavra Jericoacara: significa, na língua indígena, jacaré tomando sol ou, toca das tartarugas-marinhas, em tupi.

Nos quatro intensos dias que visitamos a região, em fevereiro deste ano, encontra-mos e conversarmos com vários moradores

que relataram histórias de bastidores de negociações para abrir brechas capazes de permitir a construção de investimentos de grande porte na região: hotéis, restaurantes e até condomínios residenciais. Segundo es-tes antigos moradores, se não houver uma coalizão forte e unida, Jeri corre o risco, sim, de ter sua exuberância natural totalmente al-terada pela ação da especulação imobiliária.

“Estamos unidos e fortes, mas temos muito medo de denunciar publicamente. São grupos poderosos, com ramificações internacionais e uma boa parte da popula-ção não entende que há sérios riscos no que pode parecer, à primeira vista, bom para Jeri”, comenta um líder comunitário que ouvimos e pediu para não ser identificado.

Especulação imobiliária - Investidores italianos, alemães, argentinos e de outras nacionalidades literalmente lotearam Jeri. Não há uma só parte que não haja a presen-ça destes. Uma pequena casa de pescador hoje não é encontrada por menos de R$ 500

Vila no litoral cearense, com diversas atrações naturais, tenta resistir à ameaças do avanço da civilização e da especulação imobiliária

um paraíso a ser preservado

mil, e estes valores são até baixos. Quem pode, resiste à tentação de vender. E quem não resiste, vende e se muda para a sede do município, na cidade Jijoca, sem a graça, nem os atrativos naturais de Jeri. Jardineiras – caminhonetes e 4X4 adaptados – fazem o transporte pelas dunas até a cidade, não só de moradores, mas também de turistas.

Alguns, como nós, contratam serviços de empresas especializadas em Fortaleza para vir, pelo litoral, conhecendo todas as praias e parando. Saímos da capital cearense por volta de 8h e chegamos em Jeri, depois de parar em diversos pontos, com um laudo almoço de peixe e pirão, ao anoitecer. Fo-mos muito bem guiados por Paulo Sérgio Guedes de Almeida, 40 anos, da Hard Tour Turismo, experiente motorista de 4X4 na chamada Rota das Emoções – envolvendo o litoral do Ceará, do Piauí até o Rio Grande do Norte. Paulo já morou em Jeri, conhe-ce praticamente todo o Brasil e sabe que é preciso sempre respeitar os “caprichos”

Evandro Barroso Teixeira, dono da padaria que não tem portas e fica aberta 24h: “Não troco esta minha paz daqui por nada neste mundo.”

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da natureza: volta e meia para o carro, leva uma vareta alta e checa se a maré permite continuar a viagem pela areia. Com algumas destas paradas, a chegada ao vilarejo é ines-quecível. Das dunas, pela areia, o 4X4 mira nas poucas luzes mais fortes. O paraíso exis-te e tem nome: Jericoacara.

Vários passeios - Uma vez na vila, é hora de aposentar tênis e calçados e andar só mesmo de sandália, short e roupa de praia. O trânsito é proibido na vila e, no lugar de ruas e avenidas calçadas e carrões estão bicicletas, bugres e gente caminhan-do sem pressa em ruas de areia e vielas que cortam a pequena aldeia. Uma placa em restaurante já avisa: “Não temos Wi--Fi, conversem entre si”. É, sem dúvida, a melhor tradução do jeito Jeri de ser. Quem precisa de conexão em alta velocidade por aqui quando há um um sem-número de passeios e opções por todos os lados? Se a natureza e os moradores te convidam, nada melhor do que conhecer as “riquezas” na-turais das redondezas. Kite-surf, caminha-da até a famosa Pedra Furada (imperdível, mas recomendamos ir cedinho, para ver o sol nascendo por lá ou já no fim do dia se tiver a companhia de moradores locais), os passeios das lagoas de águas cristalinas, o berçário de cavalos-marinhos, o mangue de raízes mortas e muito, muito mais.

Especial Ceará

garrafas plásticas, sem tocar, para um só clique, imediatamente devolvendo para o seu habitat. Diferentes cores e tamanhos do Hippocampusreidi habitam a região. O pescador Leone da Costa Damião, 40 anos, morador de Mangue Seco é nosso guia para conhecer os cavalos-marinhos. Expli-ca que aprendeu muito com os pesquisa-dores do projeto e hoje já sabe – apenas por olhar – a saber quando é macho ou fêmea. Os turistas ficam impressionados ao saber que em uma gestação nascem de 500 a 700 cavalos-marinhos, entretanto, apenas 3% ou 4% sobrevivem. E a criança-da dá risada solta ao saber que é o macho que guarda os ovos em suas barrigas, até os expelirem a partir de contrações.

Lagoas - Descansar e só curtir as lagoas também é um sonho. Foi isso o que faziam os suecos Stefan e sua filha Josefine, 22 anos: fugiram do frio de Estocolmo pelas águas quentes e cristalinas acompanhados pelo cearense Rafael Alves, que mora na Su-écia. São várias lagoas para serem visitadas: a mais famosa é a Tatajuba, cruzando o Rio Guriú, com balseiros locais. Redes presas dentro da lagoa asseguram um dia paradisí-aco, com direito a um peixinho para aplaca-ra a fome. Mas tem também a Lagoa Azul e a Lagoa do Paraíso. Encontramos também os casais de tijucanos Simone e Alfredo Lima e Rosana e Robson Theotônio. Chegaram por Fortaleza e partiram para Jeri, onde fizeram todos os passeios na região. “Isso aqui é maravilhoso. Precisa ser preservado como está”, resumia o grupo.

Seu João Galdino, 48 anos, é barraquei-ro na Lagoa Torta, morador de Tatajuba. Conta que, quando começou a trabalhar na região, Há 22 anos, só recebia no máximo três bugres com turistas por dia. Hoje, o mo-vimento é tão intenso que emprega 15 pes-soas na alta temporada e dependendo do dia. Frisa ter sempre cuidado com a nature-za – “Recolhemos todo o lixo e procuramos conscientizar os turistas da importância da preservação” – e fala orgulhoso dos quatro filhos criados com o suor do trabalho. “Um filho é instrutor de kite surf e já conheceu vários países da Europa. Agora está na Ar-gentina dando aulas”, conta.

Faça o seu roteiro por dias, não deixan-do nada de fora, como a incrível visita à árvo-re da preguiça, quase deitada pela força do vento e uma caminhada esperta de cerca de uma hora de ida-e-vinda até a Pedra Furada. Mas quebre a rotina terminando, a cada dia,

Os jovens paulistanos Wilma e Willy se casaram em Jeri, tendo como padrinhos a fotógrafa e seu marido

O barraqueiro João Galdino, da Lagoa Torta, comemora o aumento

do fluxo de turistas

O passeio dos cavalos-marinhos é im-perdível. Pescadores levam turistas, sem fazer barulho ou alarde nos berçários, jun-tinho das raízes das árvores. Mostram, deli-cadamente os bichinhos e os recolhem em

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no alto de uma duna apreciando a paisa-gem e agradecendo por estar ali, curtin-do tamanho presente da natureza. Evite o contato direto com a areia, levando, se possível, óculos que proteja bem as late-rais. Outra boa dica, é andar sempre pro-tegido por roupas leves e protetor solar: o sol engana, mas junto com o sal do mar, queima rascante a pele de turistas desavi-sados. Chapéus leves de abas largas com tirinhas ou daquele tipo da legião francesa também são ótimos. Lembre-se, você está praticamente no deserto, com muita água, claro, mas com um vento que chega a in-comodar volta e meia.

De noite escolha um dos dezenas de excelentes restaurantes e bares da vila. Há de tudo um pouco: internacionais, caseiros, de frutos do mar, regionais, parrillas, etc. Experimente uma das muitas opções de drinques da região se gostar de apimentar um pouco a viagem ou então fique mesmo nos sucos naturais de frutas da região. Ande sem destino, curta o “mood”, como dizem os ingleses, sinta-se em Jeri. Se alguém vier bater papo despretensiosamente, não se assuste: aqui não há ladrões ou batedores de carteira. Trata-se de alguém hospitaleiro querendo saber um pouco mais sobre você e sua história.

Se bem que, diante de tudo o que se vê em Jeri e das histórias que ouvimos, o nosso dia-a-dia frenético parece totalmente desinteressante. Reserve pelo menos uma semana para conhecer tudo com calma. Se não der, é preciso no mínimo quatro dias, como nós ficamos, para poder desintoxicar da dura realidade selvagem das grandes metrópoles pela alegria leve e solta da vila de Jeri. Converse com locais, sinta-se local, entenda a realidade de hoje e tome partido do que é melhor para este pedaço imenso do paraíso. Ou você não vai querer ser o úl-timo felizardo a ainda conhecer Jeri como está hoje em dia?

Um dos passeios mais procurados é a visita ao berçário de cavalos-marinhos

- Leia e pesquisa bastante antes de ir para Jericoacara. Há várias opções para todos os bolsos e gostos. Escolha a que melhor se adapta às suas expectativas e possibilidades.

- Jeri é agradável em todas as épocas do ano, mas se for possível, planeje sua viagem fora dos picos de temporadas, como de dezembro a fevereiro e em julho.

- Vá de avião até Fortaleza e de lá parta para Jeri. Se possível, aproveite para fazer o passeio parando de praia em praia, o que costuma levar cerca de um dia, chegando na vila já ao anoitecer. Caso tenha pouco tempo – o que é uma pena – vá pela estrada, por dentro, sem ver o litoral e prepare-se para enfrentar cerca de seis horas de uma viagem monótona e cansativa.

- Aconselhamos que confira o Portal Jericoacara, bem completo, com várias dicas:http://www.portaljericoacoara.com.br/index.html

Outros sites. Da Prefeitura:http://www.jijocadejericoacoara.ce.gov.br/

Do Parque Nacional de Jericoacara:http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/ucs-abertas-a-visitacao/190-parque-nacional-de-jericoacoara.html

- A Hard Tour Turismo tem ótimas opções de translado e passeios por Jeri e redondezas. A procura costuma ser intensa e vai depender da disponibilidade, mas, se for possível, peça que o seu guia seja Paulo, um profundo conhecedor da região e um defensor de Jeri e sua gente. (85) 9925-6262 / (85) 8202-9993 e-mail: [email protected]

- Em Jeri é possível alugar um jipe com motorista ou apenas o carro para explorar os arredores. O ideal é ir com um nativo porque assim conhece tudo e não corre o risco de se perder ou ficar atolado na areia e água. Pesquise preços e passeios.

- Há cerca de 90 pousadas na vila. Recomendamos entre as mais sofisticas a Casa de Areia, a Blue Jeri, Maxitália e a Casa Caiçara. Entre os standards, sugerimos a Pousada Ibirapuera, bem sim-pática e de bom preço, assim como Papaya e Vento de Jeri. Há várias alternativas mais simples e em conta também.

- Restaurantes são também diversos, com diferentes perfis. Sugerimos o Tamarindo, o Leonardo da Vinci, o Pimenta Verde e Na Casa Dela.

Serviço

Págs 26/27/29/29/30/31 – Especial Ceará/ com fotos em duas de ensaio/ minha matéria

PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 201352

ÁRVORE DA PREGUIÇA

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BERÇÁRIO DOs CAVALOs-MARINHOs

Págs 26/27/29/29/30/31 – Especial Ceará/ com fotos em duas de ensaio/ minha matéria

PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 201352

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Texto e Fotos: sÔNIA ARARIPEÁRVORE DA PREGUIÇA

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Projeto Parque dos Naufrágios artificiais é premiado em recife

O Projeto Parque dos Naufrá-gios Artificiais de Pernam-buco, iniciativa de sustenta-bilidade do Grupo Wilson Sons, foi escolhido como

um dos vencedores do Prêmio Top So-cioambiental e de RH. O evento foi con-cedido pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing de Pernambuco (ADVB-PE) e a entrega ocorreu na terça--feira, 27, em Recife. Outros projetos também foram premiados, como a parce-ria da Bradesco Cartões com a SOS Mata Atlântica, em defesa deste bioma, o Cen-tro Cultural dos Correios em Recife e a Empetur. Ao todo, 13 empresas foram premiadas pelo Top Socioambiental e RH 2014 em Recife, sendo nove na Cate-goria Meio Ambiente.

O evento, que reuniu empresários de grandes empresas, contou com a pre-sença do cônsul geral da Argentina no estado, Jaime Beserman, que juntamente com o presidente do ADVB-PE, Leopoldo de Albuquerque, fizeram parte do grupo de profissionais responsáveis pela entre-ga dos troféus.

O projeto dos Naufrágios Artificiais teve início em 2002 e consiste no afun-damento de rebocadores fora de opera-ção da companhia para criação de reci-fes artificiais. A ideia surgiu há 14 anos atrás quando o gerente regional Norte e Nordeste da Wilson Sons, Helio Vaisman, estava voltando de um mergulho.

“O rebocadores mais antigos acaba-vam vindo para Recife e morriam aqui. Alguns viravam sucata ou eram vendidos

Fauna marinha

PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 201432

isabella Araripe, de Plurale em revistade recife (PE)fotos: divulgação/ Wilson Sons

como barco de pesca, mas na verdade não se tinha um destino certo pra eles. Agora eles contribuem com o ecossiste-ma marinho criando recifes artificiais debaixo d´água.”, explica Helio Vaisman.

Ao receber o Prêmio Top Socioam-biental e de RH o gerente regional Norte e Nordeste da Wilson Sons, Helio Vais-man , se mostrou orgulhoso do projeto.

“Tenho uma relação extremamente íntima com o projeto, que é pioneiro no Brasil. Antes dele não havia legislação es-pecífica para esse tipo de ação. Fico feliz em receber este prêmio, que é mais um reconhecimento do sucesso do Parque dos Naufrágios Artificiais de Pernam-

buco”, comemorou o gerente regio-

nal Norte e N o r d e s t e

da Wilson Sons, He-lio Vais-man. Ao r e c e b e r o prêmio,

ele afir-mou: “Este

troféu vem co-roar o projeto.”

Para que os afun-damentos fossem realizados, a Wilson Sons contou com a parceria da Universi-dade Federal Rural de Pernambuco, do La-boratório de Oceanografia Pesqueira e da Associação das Empresas de Mergulho do Estado de Pernambuco, além da autoriza-

ção da Marinha do Brasil, do Ibama (Ins-tituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Agên-cia Estadual do Meio Ambiente (CPRH).

“A trajetória de mais de 175 anos da em-presa está diretamente ligada às ativida-des marítimas e portuárias. Nada mais co-erente do que tratar o ambiente que provê grande parte de sua receita com respeito e devolvendo recursos e meios para que a natureza e a comunidade se beneficiem com essas atitudes”, explica a diretora de Desenvolvimento Organizacional da Wil-son Sons, Aléa Fiszpan.

O projeto do Parque dos Naufrágios Artificiais de Pernambuco teve diversos objetivos. No campo científico, foi possível catalogar as espécies presentes no recife artificial, obter informações quanto ao comportamento dessas espécies e avaliar os impactos das atividades de ecoturismo e mergulho subaquáticos na diversidade, abundância, distribuição e comportamen-to da fauna marinha associada aos nau-frágios. Já nas searas social e econômica, o objetivos foram o desenvolvimento da atividade ligada ao ecoturismo e ao mer-gulho subaquáticos, incremento da pesca artesanal em função do crescimento da fauna marinha e beneficiamento da co-munidade local, da cidade de Recife e do estado, já que o projeto estimula o fluxo de turistas mergulhadores na cidade.

O projeto inovador demorou apenas um ano para sair do papel e ganhar vida. Até hoje, oito rebocadores já foram afun-dados no litoral de Pernambuco. As em-

barcações proporcionam refúgio e habitat para o meio marinho, permitindo o esta-belecimento de uma cadeia alimentar e de relações ecológicas no entorno do recife. O parque também virou uma das atrações turísticas mais visitadas do estado.

“Hoje em dia têm mergulhadores que vem para Recife apenas para visitar o Par-que”, conta o gerente regional Norte e Nordeste da Wilson Sons.

O Diretor da Aquáticos e Presidente da Associação das Escolas de Mergulho do Estado de Pernambuco, Edísio Rocha, viu de perto o crescimento do turismo após o surgimento do Parque.

“As opções que nós tínhamos antes eram apenas naufrágios naturais na costa do Recife e faltavam mais pontos de mer-gulho aqui. A entrada dos oito novos nau-frágios aumentou bastante a procura de mergulhadores em Recife”, afirma.

Edísio Rocha, a época ideal para co-nhecer os naufrágios é entre setembro e maio onde as condições climáticas são melhores. Ele também afirmou que para os que desejam conhecer o Parque basta procurar uma operadora de mergulho da região e o ideal é que tenha pelo menos o curso básico de mergulho, mas existe a possibilidade de quem não tem fazer um treinamento na piscina e logo depois fazer um mergulho de batismo.(*) A repórter viajou a convite da Wilson Sons.

Helio Vaisman

“ o projeto dos Naufrágios artificiais teve início em 2002 e consiste no afundamento de rebocadores fora de operação da companhia para criação de recifes artificiais.”

José Mário Lobo, Helio Vaisman e Edísio Rocha

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Preservação

O que era para ser apenas um reencontro de dois amigos pode, nos próximos dias, se tornar o primeiro parque es-tadual exclusivo do tatu-bola,

o mascote da Copa do Mundo 2014. É o que esperam os professores José Alves de Siqueira Filho e René Geraldo Cordei-ro Silva Junior, do campus de Petrolina da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Seria uma reparação. A duas semanas da Copa, a espécie que ganhou fama e mídia não recebeu em troca nada em prol de sua preservação, exceto promessas, planos e reuniões.

Mas vamos à história da dupla de professores.

Apreciadores da biodiversidade da Caatinga, René e Zé Alves, como é co-nhecido, ficaram um tempo sem se ver. Professores das áreas de veterinária e biologia, respectivamente, os amigos se reencontrarem no campus da Univasf, no Centro de Recuperação de Áreas Degra-dadas da Caatinga (Crad).

Um dia, Zé Alves contou a René da exis-tência de uma área de 70 mil hectares, entre os municípios de Lagoa Grande e Santa Ma-ria da Boa Vista, em Pernambuco.

Distante 50 quilômetros de Petroli-na, o local é rico em fauna e flora: tatus, veados, mocós, preás, uma infinidade de répteis e de aves, além de juazei-ros, umbuzeiros, umburanas. O lugar

pertence ao estado de Pernambuco, e hoje contempla assentamentos realiza-dos pelo Incra. Toda essa riqueza que salta aos olhos dos pesquisadores, po-rém, está ameaçada.

Os assentados acabaram desmatan-do muito o entorno e caçam os animais. “Um morador tem uma horta orgânica, mas a maioria lá desmata. Há uma esco-la também, mas é tudo muito precário. A merenda é macarrão com salsicha, o banheiro é ruim”, conta René. “Se não houver preservação, em 10 anos não vai existir mais nada.”

Cadê o tatu?

Um trabalho de campo feito pelos dois docentes da Univasf revelou o po-tencial daquilo tudo se tornar um par-que. ”Perguntamos aos moradores sobre o tatu. Eles diziam: ‘Tinha o tatu-bola, o fulano caçava, mas hoje não estamos en-contrando’”, lembra René. O desapareci-mento do Tolypeutes tricinctus (nome da espécie) fez soar o alarme.

É sabido que essa espécie, existente na Caatinga e em algumas partes do Cerrado, é considerada na lista internacional da IUCN como “vulnerável”. De acordo com Rodrigo Castro, secretário executivo da Associação Caatinga, até o final do ano ela será alçada à categoria “em perigo”, na lista de espécies ameaçadas da fauna brasileira.

Tendo tudo isso em vista, a dupla de amigos pensou: por que não aproveitar o gancho do mascote da Copa, o Fuleco (um tatu-bola), e conseguir recursos para um parque?

ele ficou famoso mundialmente ao virar mascote da copa, porém, a duas semanas do megaevento, de concreto pouco foi feito pela sua preservação

um tatu-bola ameaçado e muitas promessas

Por carolina Stanisci, Editora do Portal 1Paporeto(*)http://paporeto.net.br/

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Em tempo recorde, colocaram a mão na massa: entraram em contato com o pessoal da Associação Caatinga, respon-sável pela campanha que alçou o tatu a mascote da Copa, elaboraram um projeto para o parque, que envolve ação educa-tiva, trabalho de campo e formação de guias, procuraram o secretário do Meio Ambiente do Estado de Pernambuco e postaram abaixo-assinado online mobili-zando pessoas.

Finalmente, nesta sexta-feira, 30/5, vão apresentar o projeto ao Conselho Estadual do Meio Ambiente de Pernambuco.

a Cruzada que inClui FiFa, inpi, Suíça…

Um parêntesis é necessário antes de con-tar o desfecho da história da dupla de profes-sores da Univasf.

Rodrigo Castro, secretário executivo da Associação Caatinga, está à frente de um tipo de “cruzada”, como ele mesmo denomina, em defesa do tatu-bola. Há tempos. O bicho ganhou visibilidade com a campanha da as-sociação para torná-lo mascote da Copa.

Mas, até agora, foi só visibilidade. O pes-soal da Associação Caatinga fez uma porção de propostas à Federação Internacional de Futebol (Fifa) e, a duas semanas do pontapé incial dos jogos, na Arena Corinthians, nada de concreto vingou.

A Fifa chegou a pedir, em 2012, para que a associação retirasse do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) todos os registros de marcas relacionadas ao tatu--bola. Contrariada, a associação acatou, até por temer processos judiciais no futuro. Em

troca, solicitaram uma reunião com Jérôme Valcke, o todo-poderoso secretário geral da instituição – o que aconteceu em janeiro do ano passado. Na ocasião, foi apresentado um projeto para a preservação da espécie.

“Ele (Valcke) nos passou o conta-to de um gerente de responsabilidade social da Fifa, que fica em Zurich, na Suíça”, contou Rodrigo. Até hoje, ne-nhuma das sugestões foi acatada pelo tal gerente. Entre elas, a de reverter parte da venda dos Fulecos para a pre-servação da espécie. Ou mesmo que o tatu, em material promocional, falasse de si próprio e que está sob ameaça de extinção. “Se nada for feito ele será ex-tinto em 50 anos.”

Apenas um dos patrocinadores da Copa, a Continental Pneus do Brasil, tem apoiado a causa.

Mas, para Rodrigo, dirigente da Asso-ciação Caatinga, o que passou passou. “A Copa vai embora, e a preservação fica.”

Professor Zé Alves: pesquisa de campo no local onde idealiza parque para

o tatu-bola

parque é estadual, a verba terá que ser conseguida em Pernambuco. Será que sai do papel?

O secretário do Meio Ambiente do Estado de Pernambuco, Carlos André Ca-valcanti, é otimista. “Quero marcar um gol socioambiental durante a Copa.” Ao ser perguntado sobre de onde virá a verba, diz que de compromissos a serem assi-nados (ainda não foram) resultantes da compensação ambiental de grandes em-preendimentos feitos no Estado.

A cruzada de Rodrigo, René, Zé Alves e tantos outros pesquisadores para pro-teger o bioma da Caatinga e o tatu-bola mais parece uma novela. Rodrigo torce para que o parque estadual seja criado e acredita que será um dos poucos e bons legados socioambientais da Copa, ao lado do próprio plano aprovado pelo ICMBio.

Enquanto isso, diz o secretário exe-cutivo da Associação Caatinga: “O Fuleco acabou virando uma figura vazia. Só faz embaixadinhas, dá risadinhas e aparece nos eventos com patrocinadores.” A per-gunta que fica é: será que o Fuleco vai le-var mais uma bola nas costas?

(*) 1Paporeto (http://paporeto.net.br/) é uma plataforma colabora-tiva que tem por objetivo promover a sustentabilidade em diversos níveis.

René e o bichinho em extinção (“não é o Fuleco!”)

A direita, Fuleco,Mascote da Copa do Mundo 2014.

parque do tatu: de onde vem o dinheiro?

Voltando à história da dupla de professores da Univasf. Existe um Plano de Ação Nacional para a Con-servação do Tatu-bola. Foi feito com a ajuda de todos os pesquisadores ci-tados neste texto e referendado com a assinatura do ICMBio, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente que cuida de biodiversidade.

Prevê uma verba de R$ 6,3 milhões. Dessa verba, R$ 500 mil foram para elabo-rar propostas para algumas regiões, sem especificar localidades, e apenas R$ 50 mil estão, no plano, dedicados à criação do parque de Pernambuco, entre outras unidades pelo País.

Como a área entre os municípios que René e Zé Alves desejam transformar em

“ ele (Valcke) nos passou o contato de um gerente de responsabilidade social da Fifa, que fica em Zurich, na suíça”, contou rodrigo. até hoje, nenhuma das sugestões foi acatada pelo tal gerente. entre elas, a de reverter parte da venda dos Fulecos para a preservação da espécie.”

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Que as praias de Alagoas estão entre as mais bonitas do Brasil todo mun-do sabe. Agora, algumas delas buscam reconhecimento internacional de qualidade por meio da certificação do programa Bandeira Azul, concedida anualmente pela FEE (Foundation for Environmental Education) a praias e marinas que cumprem requisitos como cuidado com o meio ambiente, se-gurança e infraestrutura de apoio. “As praias que sustentam a Bandeira Azul podem ser consideradas um exemplo de qualidade aos banhistas”, explica Francis Hurst, gerente da Secretaria de Estado do Turismo (Setur).

Entre os candidatos alagoanos estão as prefeituras de: Maragogi (que lançou a candidatura da praia de Barra Grande), Japaratinga (praias de Bo-queirão e Centro), Barra de São Miguel e Marechal Deodoro. Para que a praia conquiste o selo é necessário o cumprimento de 34 critérios (alguns não são obrigatórios).

Um dos principais cartões postais da capital paraense, o Parque Zoobotânico Mangal das Garças foi inaugurado em 2005, pelo Governo do Estado. Em meio às árvores e lagos, uma rica fauna é cuidada por biólogos e veterinários, que acompanham, alimentam e tratam os animais que vivem no Mangal das Garças. Com condições adequadas à vida e reprodução de espécies, o espaço alcançou dados reprodutivos de sucesso.

Com 40 mil metros quadrados, o Mangal das Garças abriga mais de 500 animais de 59 espécies. No ano passado, foram regis-trados o nascimento de 136 marrecas, 18 guarás, seis arapapas, um aracuã, um trinca ferro, dois socozinhos e três colhereiros. Além dos animais que habitam Mangal, o espaço também recebe animais visitantes. Cerca de 50 a 60 garças visitam regularmente o Viveiro das Aningas.

“Eu cuido do meu destino” é a proposta da nova campanha do programa Passaporte Verde, que aprovei-ta o período da Copa do Mundo no Brasil, procurando mobilizar turistas e empresários para a adoção de com-portamentos mais sustentáveis. A campanha oferece um portal interativo, aplicativo móvel e estratégias de mobilização nas redes sociais.

O Passaporte Verde é uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em parceria com os ministérios do Meio Ambiente, Es-portes, Turismo e Desenvolvimento Social e Combate à Fome. “São 60 roteiros turísticos com uma visão de trabalhar a questão da sustentabilidade na agenda de turismo”, enfatizou ministra do Meio Ambiente, Iza-bella Teixeira. Saiba mais e conheça os destinos em: www.passaporteverde.org.br

mangal das garças reproduz animais silvestres em cativeiro

Praias alagoanas iniciam ações para

conquistar a bandeira azul

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O Parque Estadual de Campinhos foi o primeiro Parque Estadual criado para conservar o Patrimônio Espeleológico do Paraná, tendo uma área de 336,98 hectares, abrangendo parte dos municípios de Tunas do Paraná e Cerro Azul, na região metropolitana de Curitiba. Seu principal atrativo é a gruta dos Jesuítas, considerada a 5ª maior caverna do Estado do Paraná.

Acompanhado de um guia, o visitante percorre uma área de 550 metros da Gruta dos Jesuítas. O trajeto dura aproximadamente 1 hora e 20 minutos. O passeio conta com uma ausência total de luz, temperatura entre 16º e 18º e umidade de 95% a 100%. Destaque também para as cavernas Jesuítas/Fada e a trilha da floresta. A trilha possui dimensão de 890 metros e seu percurso é realizado em apro-ximadamente 50 minutos.

Parque estadual de campinhos

Ecoturismo isabella arariPe

Passaporte Verde estimula roteiros e comportamentos

sustentáveis

Pág 37- Anúncio permuta Ab-erje (ainda virá)

Propósitos, interaçõese resultados

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a moda agora é cabelo curto

Doação

Por Cecília Corrêa, Especial para Plurale em revista Fotos: Divulgação e Arquivo Pessoal

Um grupo de meninas de ape-nas 13 anos tem comovido pais e professores com sua vontade de ajudar: elas resolveram cor-tar suas madeixas para doar a

uma instituição que transforma os fios naturais em perucas, que são entreguem a crianças em tratamento de câncer. As

amigas pré-adolescentes abriram mão te ter aquele cabelão – quase obrigatório nesta idade – e causaram tanto burbu-rinho na escola onde estudam, que re-solveram organizar a campanha “a moda agora é cabelo curto”.

Elas apresentaram a proposta da ação para a equipe pedagógica da escola:

elas mesmas organizariam a campanha dentro da instituição incentivando ou-tras meninas que tinham cabelo grande a cortarem suas madeixas para doá-las. A ideia partiu de uma campanha seme-lhante divulgada em redes sociais.

Depois de pesquisar sobre a insti-tuição Cabelegria e verificar que ela é confiável e faz um trabalho sério, o co-légio aprovou a ideia de suas alunas e começou o trabalho de divulgação da campanha. Só que ninguém poderia imaginar a proporção que a iniciativa iria tomar: “antes mesmo de chegar o dia marcado para fazer o mutirão dos cortes de cabelos, muitas ex-alunas, vizinhas, mães e amigas das meninas não aguentaram esperar e já passaram no salão para diminuir os cabelos. Nós passamos a semana inteira recebendo doações”, afirmou Lucia Assis, diretora do Colégio Hélio Alonso.

Quando finalmente chegou o dia 12 de maio, a mãe de uma das alunas, que é cabeleireira, se voluntariou a ficar a ma-nhã inteira disponível só para cortar as madeixas das meninas que queriam fa-zer a doação. No final do dia, mais de 70 crianças e adolescentes compareceram ao mini-salão montado especialmente para a campanha. Ao todo, mais de 100 rabinhos de cavalo foram arrecadados e vão virar lindas peruquinhas.

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Raphaela Silva doou 15 cm do seu cabelo

As amigas Giovana Ramos e Mariana Silva Serra

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Solidariedade que Começa Cedo

Uma das idealizadoras da ação, a estudante Luísa Gonzalez de Sousa, de 13 anos, é atriz e não pôde cortar os ca-belos, por razões contratuais, mas nem por isso ficou de fora da campanha. A menina convenceu a mãe, a professora Daniele, que depois de muitos anos de cabelos longos, está de visual chanel. “Cortei uns 18 centímetros. Desde que me conheço como adulta, tenho cabelo comprido. Estou sentindo falta, mas foi por uma ótima causa”.

Raphaela Silva também participou da ação e doou mais de 15 centímetros. “A gente cortou pra valer! Agora, a maioria das minhas amigas ou está com cabelo no ombro ou bem curtinho. Estamos lindas”.

fazemos aqui na escola. Na nossa grade, temos uma disciplina chamada ética e ci-dadania. Esse tipo de atitude é um exem-plo para os alunos mais novinhos, que mais tarde também vão querer ajudar a sociedade de alguma forma. Isso me dei-xa muito orgulhosa!”, explica Lúcia Assis, diretora do Colégio Hélio Alonso.

o poder da mobilização naS redeS SoCiaiS

A postagem no Facebook chamou a atenção da advogada Anna Laura Reis de Andrade, moradora de Macaé: uma ami-ga de Volta Redonda cortou os cabelos e postou a foto do novo corte dizendo que doaria as madeixas para uma Organização Não Governamental que confecciona pe-rucas especialmente para meninas e mu-

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que dois dedinhos”. Mas a causa era nobre e pensou em ajudar, cortando o compri-mento mínimo solicitado pela ONG para produção da peruca: 10 centímetros.

No dia marcado no salão de bele-za, Anna convocou uma amiga para lhe acompanhar e antes de partir para a missão, navegou na internet e procurou saber mais sobre iniciativas como aquela a qual estava prestes a aderir. “Foi nesta busca que vi a foto de uma menina que usava uma peruca comprida e estava fe-liz da vida. Fiquei pensando que já que eu ia participar daquela ação, precisava valer realmente a pena. Decidi então que iria doar o meu cabelo quase todo”.

Muitas lágrimas depois, o novo cor-te resultou em um estilo Chanel, bem curto, e um rabo-de-cavalo de quase 60 centímetros que será transformado em peruca. “Quem me conhece sabe que eu nunca corto meu cabelo, pois tenho adoração por ele bem comprido. Ainda estou em crise de identidade, mas valeu a pena e faria tudo outra vez”, diz Anna.

deStino Certo para o Corte

A nutricionista Amanda Reis sempre teve o costume de deixar o cabelo cres-cer bem comprido para depois cortar curtinho. Mas durantes anos, ela viu seus longos fios no chão do salão de beleza se-rem varridos para a lixeira. Desta vez foi

Como as meninas têm menos de 18 anos, todas apresentaram autorização dos pais para dar fim aos cabelos longos e estrear o visual novo em benefício das crianças com câncer.

“Acredito que essa ideia tão boni-ta ter partido de meninas de 13 anos é um verdadeiro reflexo do trabalho que

lheres vítimas de câncer, que passaram pelo tratamento de quimioterapia.

A iniciativa mexeu tanto com a advo-gada que ela decidiu seguir o exemplo. Há anos sem cortar os longos cabelos cas-tanhos, sempre que Anna ia ao salão para aparar as pontas ficava tensa e pedia ao cabeleireiro “cuidado: não corte mais do

“Foi nesta busca que vi a foto de

uma menina que usava uma peruca comprida e estava

feliz da vida. Fiquei pensando que já

que eu ia participar daquela ação,

precisava valer realmente a pena.

Decidi então que iria doar o meu cabelo

quase todo”Anna Laura Reis de Andrade

40 PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 201440

diferente: “fiquei sabendo que algumas instituições recebem cabelos cortados e confeccionam perucas, destinas às mu-lheres que ficam carecas em função do tratamento de quimioterapia. Não pen-sei duas vezes”.

Talvez por ter vivido uma experiên-cia muito próxima de câncer na família, Amanda ficou sensibilizada pela campa-nha e decidiu cortar seus cabelos. “Na minha família existem muitos casos de câncer, não especificamente de mama, e eu sei o quanto é dolorosa e desgastante essa doença. Minha mãe passou por um tratamento quimioterápico por causa de um tumor no intestino, apesar de não ter tido um queda total, eu via diariamente sua preocupação com seu cabelo. Para nós mulheres, o cabelo muda totalmen-te a autoestima, que é muito importante para o sucesso do tratamento”.

Depois de sair do salão, Amanda fi-cou com 38 centímetros de cabelos nas mãos sem saber ao certo o que fazer. Procurando em uma rede social, rece-

Doação

“escolhi doar meus cabelos para

uma instituição que ajuda no combate

ao câncer de mama, porque a mulher fica

muito vulnerável. além de perder os cabelos,

muitas ainda precisam fazer a retirada ou reconstituição da

mama. se eu puder ajudá-las devolvendo

um pouco da autoestima através de

uma peruca, vou me sentir realizada!”Amanda Reis

beu a indicação da Fundação Laço Rosa, enviou uma men-sagem para a instituição para conhecer o trabalho deles antes de enviar a doação.

“Escolhi doar meus ca-belos para uma instituição que ajuda no combate ao câncer de mama, porque a mulher fica muito vulnerá-vel. Além de perder os cabe-los, muitas ainda precisam fazer a retirada ou recons-tituição da mama. Se eu puder ajudá-las devolvendo um pouco da autoestima através de uma peruca, vou me sentir realizada!”.

Foi a primeira vez que Amanda fez a doação e, de agora em diante, está dispos-ta a repetir a ação todas as vezes que for mudar o corte de cabelo. “Essas campanhas deveriam ser mais divulga-

das. Muita gente deve querer ajudar. Se eu soubes-se dessa possibilidade há mais tempo, já teria doa-do meu cabelo umas três ou quatro vezes.”

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serViços

Fundação laço Rosa – mantém um portal sobre câncer de mama, com informações, apoio e suporte por meio do compartilhamento de histórias e de artigos de médicos, fisioterapeutas, psicólogos e ad-vogados. Investe na manutenção de um Banco de Perucas online, para pacientes em tratamento de

quimioterapia, em todo o Brasil. Cabelegria – é um projeto volun-tário de arrecadação de doações de cabelo, para confecção de perucas para crianças com câncer que este-jam em tratamento quimioterápico. A ONG sabe da importância da au-toestima durante o tratamento, por isso convoca a todos a participarem

desta iniciativa.

para doar no Rio de Janeiro: agende a retirada pelo telefone

(21) 7974-8504

para doar em São paulo: o cabelo precisa ter o mínimo de

10 cm. Avenida Parada Pinto, 3420, bloco 6, apt. 33. Vila

Nova Cachoeirinha. São Paulo - SP. CEP: 02611-001

Para doar de qualquer parte do mundo: Embale o cabelo (no míni-mo com 20 cm) ou peruca e envie para Rua Desembargador Isidro, 18 sala 910, Tijuca - Rio de Janeiro.

CEP: 20521-160

Fundação laço roSa: Como tudo Começou

Em 2007, a carioca Aline Lopes, com 33 anos e grávida do primeiro filho, descobriu um câncer de mama. Assim começava uma batalha contra a doen-ça. Ainda na gestação, Aline teve que passar por uma mastectomia e pelas sessões de quimioterapia. E para obter informações sobre o que estava viven-do, Aline usou a internet como grande aliada. Inspirada pela história de Nancy G. Brinkera, da instituição Suzan G. Ko-men for the cure, ela começou a dese-nhar o projeto da Fundação Laço Rosa junto com as irmãs Andrea Ferreira e Marcelle Medeiros. A ideia era ajudar e orientar as pessoas com câncer de mama. Nesse período, o tumor voltou,

o projeto de fundar a ONG acelerou e ideia da criação de um portal onde as pessoas pudessem ter referências so-bre a doença ganhou ainda mais força.

Em outubro de 2010, Aline lançou a Fundação Laço Rosa em uma noite memorável na Casa Julieta de Serpa. No mês seguinte, ela faleceu e seu le-gado foi levado adiante por suas irmãs. “Sempre me perguntam como conse-guimos dar continuidade ao trabalho revivendo a doença da minha irmã através de outras pessoas. Não há uma resposta para isso. Apenas sigo acredi-tando em milagres, diariamente”, diz Marcelle Medeiros, atual presidente da Fundação Laço Rosa.

Em agosto de 2011, a organização ganhou um espaço para abrigar o tra-

balho, uma sala situada na Estação Central do Metrô, emprestada graças à parceria com a ONG Entre Amigas, da jornalista Márcia Peltier. Lá, a Fundação Laço Rosa oferece auxílio psicológico a pacientes, parente e amigos de porta-dores de câncer, além de espaço para palestras e confraternizações.

Banco de Perucas Online, um pro-jeto de doação gratuita de perucas pela internet para pacientes em quimiotera-pia. Em três anos, quase 700 mulheres de todo o país — com idades entre 16 e 95 anos — já foram atendidas pelo pro-grama e a meta é dobrar esse número até o fim de 2014.

abertas as inscrições para o Prêmio antonio carlos de almeida braga de inovação em seguros

Já estão abertas as inscrições para a quarta edição do Prê-mio Antonio Carlos de Al-meida Braga de Inovação em Seguros, criado pela Con-

federação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitaliza-ção (CNseg) em 2011. Com o objetivo de estimular o aprimoramento das re-lações entre a indústria de seguros e seus públicos de interesse, o Prêmio

Seguros

apoia a adoção de ideias inovadoras, que contribuem para delinear o perfil do setor no futuro.

A edição deste ano não tem o foco voltado somente para o desenvolvi-mento sustentável. O Prêmio busca incentivar a inovação em todos os as-pectos. As inscrições acontecem até o dia 30 de setembro, devendo ser realizadas no hotsite da premiação (www.premioseguro2014.com.br). Os projetos concorrentes precisarão se enquadrar em uma das seguintes ca-tegorias: “Produtos e Serviços”, “Pro-

cessos” e “Comunicação”. O 1º lugar de cada uma delas receberá como prêmio o valor de R$20 mil, enquanto o 2º e o 3º receberão R$10 mil e R$5 mil, respectivamente.

CreSCimento naS inSCriçõeS

Podem participar da premiação co-laboradores de empresas de seguros, previdência privada, saúde suplementar, capitalização, resseguros, corretoras e corretores de seguros pessoa física. Com um número cada vez maior de trabalhos inscritos, o Prêmio vem se consolidan-

Por Sônia Araripe. fotos: divulgação

PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 201442

Antonio Carlos de Almeida Braga (ao centro, de blazer cinza) com vencedores do Prêmio em 2013 e lideranças do mercado segurador

do como importante incen-tivador de práticas inova-doras na área securitária. A iniciativa é uma das mais importantes da CNseg, na medida em que reforça, por meio desse estímu-lo aos colaboradores do mercado de seguros, o pa-pel do setor como agente fundamental do desenvol-vimento socioeconômico do país.

O número de projetos inscritos tem aumentado a cada ano. Em 2013, fo-ram 58 trabalhos avaliados. “Isso demonstra que o Prêmio Antonio Carlos de Almeida Braga de Inovação em Seguros vem se conso-lidando como importante incentivador do desenvol-vimento e da implementa-ção de projetos inovadores na indústria de seguros.

Este ano, a expectativa é que o volume de projetos triplique. A sustentabilida-de, assim como uma série de outras preocupações essenciais para o merca-do, merece a atenção dos profissionais de seguros”, avalia Solange Beatriz Pa-lheiro Mendes, Diretora--Executiva da CNseg.

As premiações têm mostrado cada vez maior criatividade e inovação. Isso demonstra, segundo Solange Beatriz, que o con-ceito de inovação vem sen-do desmitificado. Inovar não diz respeito somente a invenções tecnológicas, mas também à adoção de técnicas que otimizem pro-cessos realizados no dia a dia, aperfeiçoando as rela-ções entre o mercado de seguros e seus públicos de interesse.

novidadeS no regulamento

Os critérios de avaliação foram re-formulados para se adequarem à nova proposta do Prêmio, na qual o quesito de maior peso será a inovação. Os pro-jetos serão ainda pontuados de acordo com a sua relevância para o negócio, os aspectos de implementação e o conjun-to do trabalho.

A Diretora-Executiva da CNseg des-taca que os critérios de avaliação fo-ram reformulados para se adequarem à nova proposta do Prêmio. O quesito de maior peso será a inovação (40%), seguida por: relevância para o negó-cio (30%), aspectos de implementação (20%) e conjunto do trabalho (10%). Além disso, foi criada uma nova etapa, em que os nove finalistas, sendo três de cada categoria, terão a oportunida-de de defender seus projetos presen-cialmente para a Comissão Julgadora. A fase será decisiva para a colocação final dos vencedores.

ComiSSão JulgadoraOs participantes da Comissão Julga-

dora desta edição serão o Professor Mar-cos Augusto Vasconcellos, coordenador emérito do Fórum de Inovação da Fun-dação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV--EAESP); Mariana Meirelles, do Ministério do Planejamento e Orçamento; Julio Al-buquerque Bierrenbach, consultor espe-cializado em seguros; Bruno Miragem, presidente do Instituto Brasileiro de Polí-tica e Defesa do Consumidor (BrasilCon) e Antonio Penteado Mendonça, advoga-do e colunista de O Estado de S. Paulo.

prazoSAs inscrições ficam abertas até 30 de

setembro. O mês seguinte está reserva-do para a avaliação de pontuação dos projetos. Os finalistas serão anunciados no dia 31 de outubro e, no início de novembro, acontecerão as defesas pre-senciais. Durante a confraternização do mercado de seguros, promovida todos os anos pela CNseg, serão conhecidos os vencedores do Prêmio. O evento está marcado para o dia 16 de dezem-bro, no Rio de Janeiro.

“ este ano, a expectativa é que o volume de projetos triplique. a sustentabilidade, assim como uma série de outras preocupações essenciais para o mercado, merece a atenção dos profissionais de seguros”Solange Beatriz Palheiro Mendes, Diretora-Executiva da CNseg.

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PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 20144444

Já experimentou a bolacha de arroz integral? É o novo hit das dietas: é livre de glúten, conservantes ou aromatizantes. O gosto e o efeito são parecidos com o da pipoca, mas sem o lado calórico da diversão do cinema que estoura no micro-ondas. O biscoito de arroz integral – levemente salgada - tem volume, mesmo con-sumindo um ou dois, você tem a sensação de ter comido muito mais. Isso se deve, em parte, ao alto teor de fibras, que estimu-lam a mastigação, além de saciar. E melhor: as bolachas de arroz integral são ricas em gama-orizanol, um composto bioativo com propriedades antioxidantes.

De acordo com levantamento do instituto de pesquisa de merca-do internacional Euromonitor, o mercado de produtos naturais – que envolve alimentos e bebidas orgânicos, funcionais, naturalmente sau-dáveis, livres de substâncias consideradas “menos saudáveis” à saúde (gordura, açúcar, sal, carboidratos) e de outras que podem apresen-tar intolerância (glúten e lactose) – movimentou cerca de US$ 36,4 bilhões em 2013 no Brasil. Ainda segundo a pesquisa, o crescimento nos últimos cinco anos chegou a 83%.

O cenário favorável vai ao encontro do grande número de pessoas que vem aderindo a uma alimentação e estilo de vida mais voltados ao bem-estar e a ética alimentar. Segundo pesquisa IBOPE feita em 2010, o Brasil conta com pouco mais de 15 milhões de vegetarianos - pessoas que não se alimentam de carne, mas que podem, ou não, consumir ou-tros produtos de origem animal -, o que representa 8% da população.

Bolacha de arroz integral Farinha de quinoa orgânica

Crescimento espetacular

ViDaSaudável

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Outra boa dica para os celíacos ou os que têm alta sensibi-lidade ao glúten é a farinha de quinoa orgânica, que também não contém glúten.

O produto possui grandes quantidades de vitaminas e mi-nerais. É excelente fonte de proteína e pode ser utilizada em diversas receitas de bolos, pães, biscoitos, etc.

Da Agência Brasil

O número de pesso-as obesas e com exces-so de peso aumentou de 857 milhões em 1980 para 2,1 mil milhões em 2013, revelou estudo publicado pela revista Lancet, segundo o qual o problema continua aumentando. Nos últi-mos 33 anos, segundo

os pesquisadores, a taxa de adultos obesos e com ex-cesso de peso aumentou 28%, enquanto a das crianças e adolescentes (até os 19 anos) subiu 47%.

Coordenada por Emmanuela Gakidou, do Instituto para a Avaliação e a Métrica da Saúde da Universidade de Washington (EUA), a equipe de pesquisadores diz ter feito a análise com base em dados recolhidos em estudos, relatórios e na literatura científica sobre a pre-valência do excesso de peso e obesidade em 188 países entre 1980 e 2013.

excesso de peso afeta 2,1 bilhões em todo o mundo

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texto: raquel ribeiro, Especial para Plurale em revistafotos: Jean Pierre verdaguer e raquel ribeiro

Vegstart: uma longa caminhada começa com um pequeno prato

PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 201446

Alimentação

“Mas você não come nem presun-to?” O ingrediente da pergunta va-ria, mas nunca o tom surpreso ao descobrir que sou vegetariana. Essa opção alimentar ainda assusta, pro-

voca, intimida e incomoda muita gente – ao menos no Brasil. Como também já saboreei um bife e já fiquei intrigada diante de alguém que se fardou na doutrina do Santo Daime ou cobriu a pele de tatuagens, sei que esse estranhamento é normal. E espero, nesse espaço, desvendar mitos e mostrar que qual-quer um pode experimentar e, quem sabe, adotar essa dieta saudável, ética e sustentá-vel. Sem pressa, sem estresse social, sem medo de ficar fraquinho e anêmico.

Segundo o filosofo Tom Reagan, pou-quíssimos nascem vegetarianos como Leonardo da Vinci; alguns se convertem “no susto” após assistir, por exemplo, al-guma cena chocante ligada à produção de carne; e a maioria muda o cardápio pouco a pouco, conforme vai se convencendo de vários argumentos. Ou seja, rola uma transi-ção lenta, gradual e segura. Criada pela SVB, Sociedade Vegetariana Brasileira, o termo VegStart ainda não foi incorporada pelo Au-rélio, nem está no google, mas a adotei com simpatia, pois traduz esse momento de ini-ciação. Como quem aprende uma língua ou passa a praticar um esporte, o movimento de mudar de dieta requer uma boa dose de informação, disposição para a velha e nem sempre agradável tática do ensaio-e-erro e, claro, certo traquejo. Primeiro desafio? En-carar a pergunta que inicia esse texto com bom-humor e paciência. Dependendo do interesse do interlocutor, você pode ex-plicar que tem vegetariano que consome ovos e leite (os ovolactovegetarianos); ne-nhum tipo de carne, porém, entra no pra-to. Nem presunto, nem bacon, nem atum, nem caldo de frango. Alias, um videozinho divertido nos lembra que esses ingredien-tes são pedaços de bichos, vale assistir: h t t p : / / m . y o u t u b e . c o m /watch?feature=youtube&v=NTE5j-q n p w o & d e s k t o p _uri=%2Fwatch%3Fv%3DNTE5j-qnpwo%26feature%3Dyoutu.be.

Segundo desafio: fazer compras. Uma amiga comentou com propriedade que su-permercado tem muita coisa para vender, mas pouca para comer. Ao tirar carne e deri-vados animais da lista de compras, a tendên-cia é exagerar nas massas, pães, biscoitos e outros alimentos industrializados. Tem

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vegetariano que segue nessa linha trash food e, verdade seja dita, colabora com o planeta, poupa vidas, mas realmente não se beneficia da dieta. Os substitu-tos saudáveis para a proteína de origem animal ficam na prateleira de grãos e no setor hortifrúti. É ali que você resolve o cardápio semanal. Quer ver? Opções para acompanhar o trio arroz-feijão-salada: torta de palmito, quiche de tomate seco com cogumelo, panqueca de espinafre, nugget de inhame, hambúrguer de abo-brinha, lasanha de berinjela e pastel de couve-flor. Tudo bem temperado e pre-parado com legumes al dente.

Mesmo com a variedade de vegetais que encontramos em quase todo o Bra-sil, tem quem fique com a sensação de “está faltando um gostinho de carne”. Já que o que realmente dá gosto à carne é o tempero e o cozimento, a PVT (a fa-mosa “carne de soja”) supre essa lacuna. Vazio em termos nutritivos, esse sub-produto da soja cai bem em pratos tradi-cionalmente feitos com carne moída ou picada, como quibe, pastel, lasanha, es-trogonofe e almôndega. Basta deixar ma-rinando uns 15 minutos no shoyu, com limão e especiarias de sua preferência (nada de hidratar na água quente e es-premer!) e depois refogar no azeite com cebola, alho, pimenta-do-reino, salsinha ou o que preferir. Há, claro, substitutos

mais sofisticados que o PVT. Shiitake, shimeji, de Paris, portobelo, frescos ou desidratados, os cogumelos garantem textura e sabor em pratos onde antes reinavam as carnes; aspargos, palmitos e alcachofras propiciam sabores delicados e sofisticados; e os clássicos abobrinha, berinjela, couve-flor, brócolis e outros frutos da terra mostram que podem se sair bem ao forno, na chapa, dourados no azeite ou grelhados num espetinho sobre as brasas da churrasqueira.

O amante da boa cozinha logo per-cebe que, ao se tornar vegetariano, nada perde no quesito sabor e lucra barba-ridade quando se trata de saúde. Mas para isso é preciso se dedicar à pesquisa de ingredientes, à atenção na hora das compras e ao capricho no preparo dos alimentos. Fazer a feira com calma, sem vergonha de perguntar “ei, o que é essa cebolinha com essa bolinha na ponta” (é o nirá!) e destrinchar no mercado, com curiosidade aguçada, as prateleiras de conservas, temperos, grãos e cereais.

Nesse espaço, espero ajudar a abrir a mente (e o apetite!) de quem curte os prazeres da mesa, e instigar paladares. Até porque foi o que aconteceu comi-go: fui fisgada por um paulistano gour-mand, gourmet e vegetariano, que api-mentou meus pratos e encheu de cor a minha mesa.

Na web há milhares de receitas, mas não custa indicar alguns

endereços inspiradores:http://www.segundasemcarne.com.br/

category/receitas/http://www.menuvegano.com.br/http://www.vegetarianismo.com.br

http://vista-se.com.br/http://chubbyvegan.net

Raquel Ribeiro ([email protected]) é jornalista, coordenadora do Departamento de Publicações da Sociedade Vegetariana Brasileira (www.svb.org.br), organizadora de Festa Vegetariana, receitas perfei-tas para ocasiões especiais, de Me-renda Vegetariana, livro de apoio à campanha Segunda Sem Carne e das cartilhas Tudo o que você precisa saber sobre Alimentação Vegetariana e Impactos sobre o Meio Ambiente do Uso de Animais para Alimentação.

PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 201448

Deserto Do atacama: uma sauDação à NatureZa

por Nícia Ribas, de plurale em Revista

o respeito à natureza é uma prática constante na região norte do Chile, onde o Deserto de Atacama se es-

tende por 181.300 quilômetros. Talvez pela deslumbrante paisagem, talvez pela ocorrência frequente de terremotos, ou porque é o lugar mais próximo do céu, o fato é que o povo chileno e também os turistas que andam por lá, reverenciam e protegem a terra andina. São incapazes de macular a vegetação dourada, grafitar montanhas incrustradas de sal e muito menos jogar lixo fora da lixeira.

A cidade de Calama, onde fica o ae-roporto mais próximo de San Pedro de Atacama, é abastecida por energia eó-lica. Da estrada que une as duas cida-des, avistam-se as fileiras de cataventos gigantes a girar sem cessar. Na praça principal de San Pedro, fartamente ar-borizada e alegremente frequentada por crianças e cachorros, o viajante es-quece que está numa das regiões mais inóspitas do Planeta. Pode sentar numa confeitaria e pedir um cappuccino, en-quanto aprecia a bela igreja de 1774, pa-trimônio nacional.

Bater pernas pela rua Caracoles, entre lojinhas, bares e restaurantes, provando um risoto de camarão feito com quinoa em vez de arroz, sempre acompanhado de um pisco sour, já é um programa que vale a viagem. Prin-cipalmente se, ao anoitecer, olhar para o céu. Que céu! Empolgados com tanta luz de planetas e estrelas, muitos deci-dem visitar a casa do astrônomo fran-cês Alain Maury. Lá, com uma lanterna a laser, ele aponta e nomeia cada astro para, em seguida, colocar à disposição dos visitantes os seus 10 telescópios es-palhados pelo jardim.

E se quiserem tocar nos asteróides, no dia seguinte podem visitar o Museu do Meteorito, onde estão 77 que caíram por lá, foram analisados e classificados pela Nasa e estão expostos sob uma

grande tenda redonda branca. Mai con-ta a história de cada um deles com o maior entusiasmo.

Quanto menos poluição melhor. Por isso, os hotéis e pousadas alugam bici-cletas para conhecer as atrações do de-serto. Pedalando três quilômetros, por exemplo, chega-se às ruínas de El Puka-ra de Quitor, uma cidade do tempo dos incas construída sobre a Cordilheira do Sal. Calor, poeira e altitude atacame-nhos tornam ainda mais pitorescos os passeios. Nada que uma garrafa d`água, um boné, protetor solar e balas de coca não resolvam.

Para reFrescar, a laguNa ceJar! A 20 quilômetros ao sul de San

Pedro, entre as dunas do Salar de Atacama, encontram-se as lagoas Ce-jar e Piedra, de cara para a Codilhei-ra dos Andes. O desafio para turis-tas do mundo todo é banhar-se nas águas geladas e relaxar sem afundar jamais, pois a grande quantidade de sal mantém qualquer corpo boiando. Nas bordas das lagoas, cristais de sal afiados exigem o uso de sandálias. Um ecossistema especial, conhecido como “bofedal” permite o desenvolvimen-to de abundantes espécies vegetais, e consequentemente, o abastecimento das comunidades locais, com bastante água e pasto para o gado. Ao longo das estradas, grupos de vicunhas e lhamas.

Pouco mais adiante, dois imensos poços de água doce em pleno deser-to, mergulho perfeito para quem ainda sente na pele o sal da Cejar. O por do sol às margens da Lagoa Tebinquinche, apreciando o reflexo dos Andes e a brancura do sal merece um brinde com pisco sour. Ali ninguém pode pernoitar para evitar qualquer poluição. Camping e cigarros estão proibidos na área.

Ponto alto do turismo no Salar do Atacama são as lagunas altiplânicas, denominadas Miscanti e Miñiques a

Especial Meio Ambiente

4.200 metros de altura na base dos vulcões da Cordilheira dos Andes. No caminho até elas, avistam-se flamingos alimentando-se na Lagoa Chaxa. O Sa-lar de Atacama se estende por 320 mil hectares cobertos por uma crosta de sal devido ao acúmulo constante de cristais produzidos pela evaporação das águas subterrâneas intensamente salgadas.

No Museu Arqueológico Gustavo Le Paige,em San Pedro de Atacama, es-tão as provas de que o homem chegou àquelas terras há cerca de 13 mil anos. Mas restam apenas cerca de cinco mil atacamenhos em vilarejos como Socai-re e Toconao, que vivem do turismo. A igreja de San Lucas, em Toconao, foi construída à prova de terremotos e desde 1951 é monumento nacional.

Paisagem ÚNicaA nove graus abaixo de zero, a

4.300 metros de altitude, fica difícil para um oriundo de país tropical apre-ciar qualquer coisa. Mas os Gêiseres do Tatio não são qualquer coisa. Uma visão inédita de caracóis de nuvem branca de até 10 metros intriga os vi-sitantes. O que é isso? De onde vem essa névoa? Numa região com muitos vulcões, a água subterrânea submetida a alta pressão alcança temperatura de 85º.C, evapora e busca saída através de fissuras no solo terrestre. O fenômeno é ainda mais atraente ao amanhecer, quando a chegada dos primeiros raios de sol por trás da Cordilheira colorem as colunas de vapor.

No Vale da Lua, parece que a qual-quer momento surgirão enormes dinos-sauros por trás dos morros de areia e sal, enquanto o Vale da Morte lembra tanto a superfície de Marte que a Nasa até já esteve lá testando sondas. Hordas de humanos caminham acima e abai-xo, sem deixar rastros, refletindo sobre a imensidão e a beleza do Planeta que merece ser preservado.

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Foto: NÍcia ribas

Foto: luciaNa taNcreDo

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Fotos: NÍcia ribas

como cHegarA TAM/ LAN tem voos diretos para Santiago (R$ 1.112,55) e para Calama (R$ 785,00).

oNDe FicarSantiago: Holliday Inn (diária R$ 396), ao lado do aeroporto para facilitar o embarque no voo Santiago/Calama que parte cedo. Ou IBIS Providência (R$ 160,00).San Pedro de Atacama: Explora, com todos os passeios e refeições incluídos; ou o Altiplânico, melhor custo/benefício. Reservas pelos sites. Contratar transfer do aeroporto de Calama para San Pedro de Atacama (R$ 130,00 para duas pessoas) pela Turistour. A empresa também oferece todas as opções de passeios. Melhor contratar pela Internet apenas os passeios para o primeiro dia e deixar para comprar os demais nas diversas agências da rua Caracoles, em San Pedro.

Passeios imPerDÍVeisGeyser de Tatio, Vale da Lua e Vale da Morte, Salar e Lagoas Altiplânicas, Lagoas Cejar e Tebinquinche, Vale do Arco íris e Passeio Astronômico.

P elo Mundo

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Corte nas emissões das usinas de energia: mais uma batalha de obama?

Biodiversidade protegida e desenvolvimento sustentável são metas de nova iniciativa da União europeia

Por Wilberto lima Jr., correspondente de Plurale nos EuAde Boston

Como prometido na sua campanha de releição, o Presi-dente Barack Obama deu início ao seu plano de corte nas emissões de carbono das usinas produtoras de energia nos EUA.

A Administradora da EPA (Agência de Proteção Ambiental americana), Gina McCarthy, assinou no dia 2 de junho a le-gislação especial que estabelece as regras para obter um corte 30% nas emissões de dióxido de carbono até o ano de 2030, num documento de 645 páginas. O ano base será o de 2005 para estabelecimento da comparação de níveis.

Imediatamente, setores mais tradi-cionais, como os Republicanos e da in-dustria, mais os da energia e até mesmo certos Democratas em campanha de re-eleição, se manifestaram contra o plano.

A legislação não deve ser submetida ao Congresso, mas os políticos de oposi-ção vão se preparar para aprovar alguma lei que detenha o referido plano.

As usinas produ-toras de energia são a maior fonte gerada de gases de efeito estufa nos EUA, res-pondendo por 38% das emissões. Um fato que não se fala muito é que, desde 2005, as usinas ja efe-tuaram um corte de 13% nas suas emis-sões de carbono. Elas são responsáveis por 6% dessas emissões no contexto global. Não se pode negar que existe uma certa maioria da opnião pública favorável à re-dução de emissões.

O compromisso definido por Obama é o de reduzir em 17% as emissões totais dos EUA, até o ano de 2020, o que ainda estaria abaixo do necessário para esta-bilizar a temperatura do planeta. O que também vale para muitos outros países no mundo inteiro. Um outro esforço do Presi-dente está voltado para reduzir a poluição causada por veículos. Espera-se com isso,

dobrara a economia de consumo dos veí-culos fabricados entre 2012 e 2025.

Agora, os estados americanos terão que estabelecer seus planos de ajuste aos novos limites e isso, apesar da intenção de estar resolvido ate 2016, poderá ser esten-dido para 2017 e até mesmo 2018. A apli-cação da lei difere de estado para estado.

Enfim, o que parece é que a imple-mentação integral das novas regras só deve acontecer na administração do novo Presidente. Fica a dúvida.

a crescente ameaça aos ecossistemas globais, a partir de mudanças de uso da terra, uso não sustentável dos recursos naturais, o crime de caça aos animais selvagens, a poluição e as mudanças cli-máticas. No entanto, estando alerta para a necessidade de comunidades locais, sendo que mais de 70% delas vivem em áreas rurais e dependem diretamente dos serviços dos ecossistemas para a sua subsistência.

Com orçamento estimado em €800 milhões para 2014-2020, a iniciativa será financiado pelo programa temático da UE Desafios dos Bens Públicos Globais. Porém, espera-se que a iniciativa atraia fundos de Estados-Membros da UE e outros parceiros de desenvolvimento regionais e nacionais.

Por vivian Simonato, de dublincorrespondente de Plurale na união Europeia

Com objetivo de proteger a biodiver-sidade, combater o crime ambiental e erradicar a pobreza em países em desen-volvimento a União Europeia anunciou em maio o programa Biodiversidade para Vida (Biodiversity for Life - B4Life).

A iniciativa, uma das principais criada pelo Bloco, estará concentrada nos paí-ses em desenvolvimento que possuem “ hotspots de biodiversidade “, mas que também são altamentes ameaçados por diversos fatores. O objetivo do B4Life é ter ampla área de atuação combatendo

O B4Life vai operar em três áreas prio-ritárias:• Boa governança dos recursos naturais • Proteção dos ecossistemas saudáveis para a segurança alimentar • Desenvolvimento de soluções baseadas na natureza para uma economia verde

Além das três áreas prioritárias, B4Life vai incluir uma “Janela para Crise da Vida Selvagem” (Wildlife Crisis Window – WCW), dedicada a combater o aumento do comér-cio ilegal de espécies ameaçadas, particular-mente na África. A prática, não só ameaça espécies, mas também põe em risco a segu-rança local e nacional. Evidências recentes mostram que as milícias rebeldes e, possivel-mente, os grupos terroristas estão agora en-volvidos na caça de elefantes e rinocerontes como meio de financiar suas ações.

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Carta real de suicídio. A identidade do autor foi preservada.

Dentro de um suicida há alguém querendo viver.Programa de apoio emocional: ligue 141 ou acesse cvv.org.br

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Ação humana acelera em mil vezes a extinção da biodiversidade em todo o mundo

Estudo

da EScAS/ ipê

As ações humanas estão ele-vando a extinção de espécies a um índice alarmante. O de-saparecimento de biodiversi-dade global é atualmente mil

vezes mais veloz do que se ele acontecesse naturalmente, sem o impacto do homem. A taxa é muito maior do que a estimada an-teriormente, em 1995, que era de 100 vezes (Pimm, Stuart L., et al. “The future of biodi-versity.” SCIENCE (1995): 347-347). Esta é uma das conclusões de um artigo recém--publicado pela Revista Science, que tem Clinton Jenkins como coautor. Jenkins é professor visitante da ESCAS - Escola Supe-rior de Conservação Ambiental e Sustenta-bilidade do IPÊ - Instituto de Pesquisas Eco-lógicas, organização brasileira que atua na conservação da biodiversidade. Nove pes-quisadores assinam o artigo, que também afirma que o mundo precisa encontrar nas novas tecnologias um meio de frear esse desaparecimento de espécies. Caso con-trário, nesse ritmo, o planeta poderá passar por sua 6ª extinção em massa.

Segundo o artigo, as novas tecnologias podem ser usadas para traçar políticas e es-tratégias mais eficientes para conservação de espécies, porque ajudam a facilitar as tarefas de encontrar e monitorar a biodiver-sidade. As novas abordagens tecnológicas, segundo os autores, serão vitais para avaliar o progresso em direção às metas de con-servação internacionais, como as metas de Aichi recentemente estabelecidos da Con-venção sobre Diversidade Biológica (CDB).

Um dos exemplos de tecnologia inova-dora é o Biodiversity Mapping. Criado por

Jenkins, o site (www.biodiversitymap-ping.org) reúne informações de diversos biomas e o estado de conservação das suas espécies, em uma única plataforma, alimen-tada com dados de diversas organizações e pesquisadores de todo o mundo. O mapa da biodiversidade já identificou, por exem-plo, dados relevantes sobre a Mata Atlântica como uma área prioritária para conserva-ção, em escala mundial. “Nossos mapas mostram claramente que a Mata Atlântica no Brasil é uma das grandes prioridades globais para a prevenção de extinções. É a combinação de uma enorme concentração de espécies intrinsecamente vulneráveis e uma grande quantidade de perda de habi-tat, com apenas cerca de 10% da floresta original remanescente”, diz.

Os cientistas ainda reiteram no estudo suas preocupações com relação às espé-cies desconhecidas. Apesar dos progressos recentes em conservação de espécies, eles observam muitas incertezas quanto ao nú-mero de espécies existem, onde estão, e suas taxas de extinção, sendo que muitas delas ainda são desconhecidas pela ciência, podendo enfrentar grandes ameaças. As tecnologias como base de dados e mapas, por sua vez, estão permitindo que os cien-tistas expandam seu foco e identifiquem padrões e tendências importantes, por exemplo, entre as espécies aquáticas e ma-rinhas, assim como as terrestres.

“Com a reunião de dados antigamente dispersos, sabemos agora que a maioria das espécies terrestres está espalhada em pe-quenas áreas geográficas - a maioria delas menor do que o estado do Rio de Janeiro. Espécies com essas pequenas faixas são

desproporcionalmente vulneráveis a amea-ças modernas que causam extinção. Novos conhecimentos oferecem a possibilidade de a sociedade concentrar os esforços de conservação em locais críticos ao redor do planeta”, afirma Jenkins.

Nessa linha, o novo estudo também confirma que espécies de água doce são provavelmente mais ameaçadas do que es-pécies na terra, e o potencial de extinções de espécies nos oceanos tem sido severa-mente subestimado. Enquanto cerca de 13% da área terrestre do planeta está protegida, apenas 2% do seu oceano está sob proteção. Medidas de conservação tradicionais, como reservas naturais, estão aquém da necessida-de de conferir proteção, especialmente para espécies de água doce, sendo que a ameaça às espécies aquáticas pode começar fora das áreas protegidas. Desta forma, concluem os especialistas, embora existam dados aces-síveis sobre as espécies vulneráveis e um rápido progresso no desenvolvimento de áreas protegidas, tais esforços não têm sido ecologicamente representativos.

O artigo é assinado por Clin-ton Jenkins (IPÊ/ ESCAS), Stuart. L. Pimm (Duke University), R. Abell, Tom M. Brooks (International Union for Conservation of Nature, IUCN), John L. Gittleman (University of Georgia), Lucas Joppa (Microsoft Research), Peter H. Raven (Missouri Botanical Garden), Callum. M. Ro-berts (University of York), Joseph O. Sexton (University of Maryland). Para acessar o resumo: h t t p : / / w w w . s c i e n c e m a g . o r g /content/344/6187/1246752

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PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 2014

Por Nélson tucci, Especial para Plurale em revistade São Paulofotos: divulgação/ fundação volkswagen:

Priorizar a educação e investir nos educadores como agentes multiplicadores poderia ser o eixo fundamental de governos, mas raramente isso acontece no

Brasil. Por sorte, um país não é composto apenas de um Poder Executivo mas, tam-bém, de vários entes da chamada socieda-de civil organizada. Entre estes algumas fundações se destacam como protagonis-tas. É o caso da Fundação Volkswagen que em 2014 completa 35 anos, período em

Social

que investiu R$ 87 milhões – sendo 70% em projetos voltados à educação e 30% destinados ao desenvolvimento social.

Com presença em 13 estados e 386 mu-nicípios brasileiros, a Fundação Volkswa-gen atinge alguns milhares de educado-res, crianças e comunidades carentes, em parcerias com ONGs e governos estaduais e municipais. Os números iniciais são vo-lumosos, mas a colheita desses frutos é sempre abundante, resume o seu piloto Eduardo Barros. “A intenção não é substi-tuir o papel dos governos, mas influenciar as políticas públicas”, diz o cordial e entu-siasmado superintendente. Barros, que é do primeiríssimo escalão da VW do Brasil, responde pela área jurídica da companhia e faz um trabalho voluntário na fundação

(desde 1997) e também na VW Previdência Privada, ocupando ainda a superintendên-cia, além de ser o Chairman do Comitê de Sustentabilidade da companhia.

Importante: para se entender o porquê da fundação é preciso conhecer o proces-so político internacional. A Alemanha da primeira metade do século XX era uma e a Alemanha do pós-Guerra é outra. “A Ale-manha passou por um profundo processo de autoanálise e a partir dos anos 50 várias posturas foram mudadas. Não só na VW como também em outras empresas”, enfa-tiza o Dr. Eduardo – como é mais conheci-do na corporação - , argumentando ainda que no Brasil a empresa não só é pioneira com esse trabalho como até pouquíssimo tempo era a única no setor.

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Fundação Volkswagen completa 35 anos apoiando a educação

e o desenvolvimento social

Projeto “Jogo da Vida em Trânsito” deve beneficiar aproximadamente 20 mil alunos no Alagoas

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gêneSe e governança Corporativa

Dotada de princípios de governan-ça, a Fundação VW possui um Conselho Curador, com oito membros; Conselho Fiscal, com três integrantes; e a Direto-ria Executiva integrada por quatro pes-soas. Todo esse corpo gestor é ligado à companhia. Além dos R$ 87 milhões investidos, a fundação tem outros R$ 100 milhões aplicados. De 1979 a 1996, os recursos provinham de quatro em-presas do grupo brasileiro, então exis-tentes, nas áreas de turismo, assistência médica, corretora de valores e admi-nistração de consórcio. “O lucro destas era destinado à fundação e hoje, após a venda delas, nos garantimos por meio de aplicações financeiras”, conta o su-perintendente, acrescentando ainda que no início a entidade oferecia bolsas de estudos aos funcionários e a seus filhos.

Quem trabalha full time para a fundação é Keli Smaniotti, a diretora geral, que coman-da uma equipe de oito pessoas entre admi-nistrativo e relações institucionais.

Orgulhosa do que faz, é capaz de fa-lar horas seguidas dos projetos idealiza-dos e materializados em nada menos que 13 estados do Brasil. Na área de educação são contabilizadas 1.976 escolas e insti-tuições, abrangendo 15.993 educadores. Na área de desenvolvimento social, por exemplo, a fundação é patrocinadora ouro do Instituto Bacarelli, que tem sede na comunidade de Heliópolis, na Zona Sul paulista (de alta vulnerabilidade so-cial) e oferece música e canto com estru-tura profissional e professores altamente qualificados, ministrando aulas individu-ais e em grupo, de teoria e técnica, além de prática de conjunto em quatro grupos

de câmara, 16 corais e quatro or-questras. Ali são atendidos 1.400 crianças e adolescentes.

engaJamento SoCial

O “Volkswagen na Comunida-de” é uma iniciativa que tem por objetivo incentivar a participação social de seus colaboradores. Es-tes podem inscrever projetos que considerem de interesse social e uma comissão julgadora elege 10, apurando criteriosamente o cumprimento das premissas bá-sicas para o concurso. Cada um dos eleitos recebe a quantia de R$ 40 mil. “Na verdade, elegemos nove projetos no ano e mais um do ano anterior para que sejam incentivados permanentemente”, explica Keli Smaniotti, frisando em seguida: “Nosso ideal é a pe-renidade dos projetos, porque se não for assim estaríamos fazendo apenas meio bem “. O “Volkswa-gen na Comunidade” já ganhou 52 prêmios, sendo cinco no quesito sustentabilidade, beneficiando diretamente 9.666 pessoas. Nas primeiras seis edições foram ins-critos 2.276 projetos provenientes de 20 Estados brasileiros.

Além de oferecer cursos de Gestão de Projetos e fomento à sustentabilidade (com o Instituto Ethos, por exemplo), a fundação atende pedidos de governos, como a prefeitura de São Bernar-do do Campo, em SP (com o pro-grama Pinacoteca, envolvendo a rede pública municipal), e do estado do Amapá para alavancar

ações cidadãs. “Nós acabamos nos envol-vendo não só com as comunidades do entorno de nossas unidades de produção, como também de outras localidades”, su-blinha Eduardo Barros.

Para ilustrar tais ações, ele destaca o “Costurando o Futuro”, que capacitou 205 mulheres gerando uma cooperativa de costureiras, na comunidade do DER, em São Bernardo (SP). Posteriormente a iniciativa foi estendida a São José dos Pinhais, no Paraná. Nesses casos existem unidades produtivas. Mas atendendo a uma solicitação do governo do Amapá, firmou o projeto educacional “Jogo da Vida em Trânsito”, em 27 de maio último, com a Secretaria Estadual da Educação daquele estado, visando 2.000 estudantes do ensino médio da rede estadual dos municípios de Macapá e Santana.

E para encerrar esse texto, destacamos citação de Eduardo Barros, que acredita na música como “purificadora do cidadão”. Processos produtivos à parte, as ações de responsabilidade social se feitas com rigor e determinação também haverão de purifi-car todos os nossos estratos sociais.

Dr. eDuarDo barros

O programa educacional “Aceleração da Aprendizagem” chegou também à Bahia

estuDo De caso

data de início da implementa-ção do Produto: O projeto teve início em junho de 2012.

Premissa: A Telefonica Vivo acredita no potencial que

as tecnologias têm para melhorar a qua-lidade de vida das pessoas, entregando educação, segurança, mobilidade, saúde e bem estar. No entanto, como grande em-presa de telecomunicações que somos, consumimos um alto volume de energia e de matérias primas na manutenção de nossas infraestruturas, que garantem a melhor cobertura de rede e de boas co-nexões. Por isso, investimos em soluções inovadoras que minimizem esses impac-tos e que permitam a outros setores da economia e a nossos clientes ser mais efi-cientes e reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, além de facilitar a mitiga-ção e a adaptação às mudanças climáticas.

Somos a empresa que mais utiliza energia limpa do Brasil e vamos além. Desenvolvemos projetos que reduzem o impacto visual e ambiental de nossas ins-

talações, aplicamos práticas de construção ecologicamente responsáveis e fazemos uma rigorosa gestão de resíduos, entre outras iniciativas.

deSCrição do produto

Atualmente o celular não é só um te-lefone. Hoje é fundamental para comu-nicação, acesso a redes sociais, trabalho, acesso a serviços gerais e diversão. Ou seja, é um serviço essencial.

Estamos presentes em mais de 3,1 mil municípios com nossa rede 3G e, em 2012, não medimos esforços para adquirir a melhor frequência 4G no lei-lão da Anatel, o que possibilitará maior velocidade de conexão e melhor atendi-mento a cada vez mais lugares do País. Com o 4G, já estamos em 86 municí-pios, atendendo a 68 milhões de mora-dores dessas localidades.

A ativação da rede 4G e ampliação da 3G para melhoria de qualidade do serviço de telefonia móvel depende, contudo, da instalação de milhares de

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Por Juliana limonta, gerente de Sustentabilidade da telefonica | vivo

606060 PLURALE EM REVISTA | Maio / Junho 2014

antenas. A rede de quarta geração, em especial, utiliza alta freqüência no es-pectro (2,5 GHz) e por isso demanda grande número de antenas.

Atenuar a interferência visual de nos-sas antenas na paisagem e otimizar o uso de recursos naturais são formas de reduzir os impactos ambientais de nossa opera-ção. Para isso temos investido em projetos inovadores como o Site Sustentável, alter-nativa que permite a substituição de torres metálicas por uma infraestrutura seme-lhante a um poste de iluminação, onde a maior parte dos equipamentos é instalada abaixo do solo, reduzindo assim o impac-to visual. A nova solução, 100% nacional, é desenvolvida pela equipe de engenharia da Telefonica Vivo, e atende às caracterís-ticas de transmissão da tecnologia 4G para oferecer um serviço mais eficiente e com mais qualidade.

Componente ambiental

Os componentes ambientais do Site Sustentável são: não emprega nenhum

“atenuar a interferência visual de nossas antenas na paisagem e otimizar o uso de recursos naturais são formas de reduzir os impactos ambientais de nossa operação”

Nome do Produto: site sustentável

Fotos de Divulgação/ Telefonica | Vivo

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gás nocivo, previne roubos de equipa-mento, reduz a poluição visual das cida-des e o uso de energia, evita a corrosão causada pela salinidade graças à sua loca-lização subterrânea e, por não ter motor gerador, não utiliza diesel.

Componente eConômiCo

Os componentes econômicos são: re-dução do gasto de energia; a área utilizada para a construção é menor em comparação à construção de uma infraestrutura de rede tradicional. Além de ser mais barata, ela re-quer uma quantidade menor de recursos e tempo para a instalação.

Componente SoCial

O Site Sustentável permite a ampliação da rede em harmonia com o crescimento urbano, inclusive em áreas que demandam o maior número de antenas. Dessa forma podemos suprir as demandas sociais e de comunicação provenientes do aumento da concentração populacional nas cidades. Além disso, a solução reduz o impacto visu-al ao patrimônio histórico cultural.

breve hiStóriCo

Quando o projeto foi concebido, o objeti-vo era desenvolver uma solução que causasse a mínima interferência possível nos espaços urbanos, principalmente em regiões densas. A cidade do Rio foi a primeira localidade pen-sada para a implantação, já que estava num processo de revitalização de várias áreas, exi-gindo mudanças em relação às antenas.

O primeiro protótipo foi desenvolvido em seis meses e instalado em Araruama, no Rio de Janeiro, para submetê-lo a condições de grande umidade, alto grau de salinidade, além de altas temperaturas. Durante essa fase de testes, aprimoramos a forma de instalação, de maneira a prover um ciclo de troca de calor diferenciado.

A maior parte dos equipamentos é insta-lada abaixo do solo, numa caixa subterrânea de fiberglass – plástico reforçado com fibras de vidro –, o que garante proteção contra a água e outros elementos, além de evitar qual-quer tipo de impacto no subsolo e reduzir o impacto visual. Além disso, seu consumo de energia é cerca de 10% menor em relação ao modelo tradicional. A caixa de fiberglass foi desenhada com a Tecpox, empresa que for-nece caixas similares à indústria petroquími-ca e também fabrica orelhões. Quando sou-bemos das caixas resistentes às condições do fundo do mar, imaginamos que seriam ideais para nosso projeto.

A Telefonica Vivo tem hoje 30 Sites Sus-tentáveis em operação no Brasil ,e até o final do ano, a expectativa é termos um total de 160 sites instalados, sendo a maioria no Rio de Janeiro/Espírito Santo e na região Norte.

reperCuSSão do produto no Comportamento/atitude doS CidadãoS:

O público alvo são as Prefeituras, pois demandam que seus municípios tenham maior qualidade no sinal de celulares. A ati-vação da rede 4G e a ampliação da 3G para

melhoria de qualidade do serviço de telefo-nia dependem da instalação de milhares de antenas. Ao possibilitar que uma cidade te-nha uma rede de dados, abrangendo todo o seu território, os cidadãos passam a ter aces-so contínuo aos benefícios que a conectivi-dade traz: serviços, comunicação, agilidade, mobilidade, educação, cultura e lazer.

integração de SoluçõeS inovadoraS para o aumento da eFiCiênCia

O diferencial da solução é a inovação da infraestrutura que permite que tenha baixo impacto visual, principalmente em ambien-tes urbanos. Além disso, a quantidade de materiais necessários para a sua construção também é reduzida. Por estar normalmente localizado em grandes cidades, o Site Sus-tentável está ligado à rede de energia elé-trica, o que evita a necessidade de um ge-rador próprio (movido a óleo diesel), reduz a quantidade gerada de resíduos e gases de CO2eq e otimiza o consumo de energia.

relação entre oS beneFíCioS geradoS e oS CuStoS aSSoCiadoS ao produto

A utilização de Sites Sustentáveis pos-sibilita que os ambientes urbanos tenham um maior número de sites para transmis-são de sinal, melhorando a qualidade e a eficiência da rede. Também, ganhamos em escala (custo x quantidade) na cons-trução e instalação da infraestrutura, por permitir maior capilaridade para sua im-plantação em regiões das cidades onde anteriormente não seria possível, devido às legislações restritivas e aos espaços fí-sicos disponíveis.

reprodutibilidade do produto ou Serviço

Esta iniciativa destaca-se pela adap-tação de infraestruturas de telefonia em áreas urbanas, que antes eram vistas como grandes causadoras de impacto visual. As dificuldades hoje são as leis estaduais e municipais, que não estão em sintonia com o desenvolvimento das comunicações. O impacto de suas restri-ções acaba recaindo sobre os próprios usuários. O produto pode ser replicado em todas as localidades, devido a sua fa-cilidade de instalação em qualquer área, mesmo com limitações urbanas.

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ISABELLA ARARIPEP elas Empr esas

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coca-cola brasil investe r$ 8 milhões em reciclagemA Coca-Cola Brasil inaugura, até o final do

ano, Polos de Reciclagem nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. As unidades terão maior eficiência, possibilitando triplicar o volume reciclado e a renda dos traba-lhadores, oferecendo dignidade e segurança. O intuito é gerar a valorização dos materiais reci-cláveis, impulsionando toda a cadeia de recicla-

gem no país. O novo programa faz parte da política de reciclagem do Sistema Coca-Cola Brasil, que, só no último, ano investiu cerca de R$ 8 milhões em reciclagem.

Em parceria com a Prefeitura de São Paulo, por meio da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), a Coca-Cola Brasil inaugurou no dia 27 de maio a Coope-rativa Polo Cooperleste, que já receberá parte dos materiais recicláveis coletados na

Arena Corinthians, além de fazer parte da coleta seletiva do município de São Pau-lo. Todas as Cooperativas Polo estarão integradas ao programa Coletivo Reci-clagem, que oferece capacitação técnica, equipamentos, atuações de impacto na autoestima dos catadores, acesso ao mer-cado e trabalho em rede. Hoje, cerca de 400 cooperativas são apoiadas em todo o território nacional por meio da plata-forma Coletivo Coca-Cola, impactando 12 mil pessoas e com triagem de 15 mil toneladas por mês de material reciclável.

A Tetra Pak, em parceria com o INEA (Instituto Estadual do Ambien-te), cedeu, em maio, 12 equipamentos entre prensas hidráulicas, balanças ele-trônicas, empaletadeiras e elevadores para três iniciativas de reciclagem do noroeste do Rio de Janeiro. As ferra-mentas fundamentais para o trabalho nas cooperativas de coleta seletiva fo-ram entregues nos municípios de Sa-pucaia, Carmo e Porciúncula.

Com a entrega dos equipamentos, espera-se que o trabalho das coopera-

tetra Pak entrega equipamentos para cooperativas de reciclagem no rio

tivas se torne mais ágil, o que fará o ciclo da reciclagem girar com mais velocidade. “Por con-ta da nossa atuação regional, da parceria com o INEA e com as prefeituras, conseguimos rastrear as iniciativas mais ne-cessitadas e acreditamos que os equipamentos ajudarão a agregar valor aos materiais recicláveis coletados”, afirma Fernando von Zuben, Diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak. Em 2013, mais de 71 mil toneladas de embalagens

da Tetra Pak foram recicladas, um incre-mento de 9%, se comparado a 2012. A expectativa é que, com a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o volume de materiais reciclados aumente ainda mais.

O prêmio foi recebido, no dia 29 de maio, por Miguel Krigsner, presidente do Conselho de Ad-ministração do Grupo Boticário e fundador de O Boticário. O Gru-po Boticário é uma das principais organizações de beleza do mun-do, com mais de 3.800 lojas de suas quatro unidades de negócio (O Boticário, Eudora, quem disse, berenice? e The Beauty Box) e pre-sença em sete países.

Em sua 5ª edição, a ENAServ reuniu em São Paulo cerca de 500

executivos para debater a interação das empresas e instituições que atu-am no campo do comércio exterior de serviços, favorecendo a troca de experiências e o intercâmbio de prá-ticas entre as organizações. Na oca-sião, os participantes puderam deba-ter propostas e trocar informações voltadas para estimular a ampliação do comércio sustentável e competi-tivo de serviços, além de facilitar a adoção de políticas e ações em favor da expansão da inserção internacio-nal do Brasil.

grupo boticário é premiado por presença no exterior

Premiados (da esquerda. para a direita): Humberto Ribeiro, secretário de Comércio e Serviços do Ministé-rio do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte-rior (MDIC); Miguel Krigsner, presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário; Mauro Borges,

ministro do MDIC; Luiz Eduardo Melin Carvalho e Silva, diretor do BNDES; José Augusto de Castro, presi-dente da Associação de Comércio Exterior do Brasil.

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Fetranspor realiza oficinas regionais para aplicação dos indicadores do instituto ethos

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Após a assinatura do termo de parceria fir-mando acordo para a adoção dos Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis em março, a Fetranspor realizou ao longo de junho várias oficinas regionais com orientações específicas para a aplicação dos indicadores estratégicos do Sistema.

A palestra de apresentação do Instituto Ethos e dos Indicadores aconteceu no dia 27 de mar-ço, na Universidade Corporativa de Transporte, com transmissão ao vivo pelo site da UCT. Por meio da área de Responsabilidade Social da Fe-transpor, representantes de empresas, sindica-tos e da Federação se reuniram ao longo do mês de abril para escolher de forma participativa os temas prioritários entre os Indicadores Ethos

cause já nasce com boas causas Com a experiência de

anos em Marketing/ Comu-nicação/ Responsabilidade Socioambiental Corporativa, os últimos dos quais na Natu-ra, Rodolfo Gutilla, Leandro Machado e Monica Gregori, fundaram a Cause, a primeira agência de issues advocacy do Brasil, apoiando organizações e marcas na identificação e gestão de suas causas.

Conectados com movimen-

tos da sociedade que compartilham propósitos genuínos e transforma-dores, a agência promove causas nos campos dos novos modelos de desen-volvimento, direitos humanos e parti-cipação democrática.

A Cause atua na formulação da ar-quitetura estratégica e nos processos de conscientização, engajamento e mobilização das causas, por meio de ações integradas de influência, relações públicas, comunicação e articulação de atores relevantes e pontos de contato.

lei anticorrupção: nossas empresas estão preparadas?A lei Anticorrupção (nº 12.846), que entrou

em vigor há três meses, prevê que empresas res-pondam judicialmente por atos ilícitos cometidos por seus funcionários contra a administração pú-blica mas, as corporações não parecem prepara-das para se precaver dos riscos que a nova legis-lação impõe. Levantamento da consultoria ICTS publicado na Revista RI de abril, mostra uma realidade preocupante: metade dos profissionais ouvidos para a pesquisa, em uma amostragem de 3.211 entrevistados em 45 empresas brasileiras,

está disposta a adotar atalhos antiéticos para atingir suas metas.

Outro levantamento, da HSD Consulto-ria em RH, afirma que 20% dos executivos têm desvios de caráter. Esses estudos e análises de especialistas sobre a situação das empresas diante da nova Lei estão na reportagem “de capa” da Revista RI de abril, que pode ser conferida na edição di-gital, disponível no site:http://www.revistaRI.com.br.

Da esquerda para a direita: Rodolfo Gutilla, Monica Gregori e Leandro Machado

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eNergia & carboNo

de florianópolis

O Instituto Ideal recebeu no dia 13 de maio o National Energy Globe Award Bra-zil 2014 pelo projeto América do Sol, que tem como foco a disseminação da energia solar fotovoltaica. No total, mais de mil projetos de todo o mundo se inscreveram para competir nas categorias nacionais de 161 países do Prêmio Energy Globe Award.

A cerimônia foi realizada durante o Seminário Energia + Limpa, even-to promovido pelo Ideal e pela UFSC, em Florianópolis-SC. Na ocasião, o Cônsul Comercial da Áustria no Brasil,

Inst

ituto

Idea

l Ingomar Lochschmidt, da Advantage Aus-tria (Agência de Promoção do Comércio Exterior da República da Áustria), entre-gou o certificado à gerente de projetos do Ideal, Paula Scheidt Manoel, responsável pelo América do Sol. O projeto América do Sol, que surgiu em 2008, se tornou um dos principais da organização sem fins lucrativos Instituto Ideal e engloba uma série de ações na área de eletricidade solar. O site Améri-ca do Sol http://www.americadosol.org/ concentra diversas informações sobre como adotar a fotovoltaica, além de esclarecer sobre normas da área.

Por Jéssica lipinski, do instituto carbono Brasil

Quando procuramos corporações que desen-volvem produtos ou serviços ‘sustentáveis’, ge-ralmente buscamos empresas que, por exemplo, produzem o carro ‘menos poluente’ ou a merca-doria que gera ‘menos lixo’ etc. Se pararmos para analisar, isso significa que estamos financiando companhias que ‘poluem menos’ o meio ambien-

te, mas que ainda assim geram impactos negativos sobre a natureza, numa espécie de abordagem ‘dos males, o menor’.

Mas será que é possível que as firmas possam ter um impacto realmente positivo sobre os ecossistemas, ajudando a recuperar o meio ambiente?

Pelo menos segundo um novo relatório do Forum for the Fu-ture, The Climate Group e WWF-UK, a resposta parece ser sim: algumas estratégias podem fazer com que as corporações passem do atual estado de ‘fazer menos mal’ para de fato irem além e melhorarem a situação da natureza.

O documento ‘Net Positive: A new way of doing business’ (‘Efeito Positivo Líquido: uma nova forma de fazer negócio’) argumenta que esse tipo de estratégia pode ter efeitos muito benéficos para uma empresa, dando a ela vantagem competi-tiva, segurança na cadeia de suprimentos e o espaço para ino-var produtos e serviços, levando a organização a uma posição de liderança.

emPresas PoDem ter ‘imPacto ambieNtal PositiVo’, DiZ relatÓrio

da Agência fapesp

Em um estudo publicado recentemente na revista Experimental Physiology, pes-quisadores brasileiros confirmaram a im-portância de um grupo específico de neu-rônios, situados em uma região encefálica

conhecida como núcleo retrotrapezoide (RTN), na detecção de alterações nos ní-veis de dióxido de carbono (CO2) e na modulação da atividade de outros gru-pos neuronais que controlam a atividade respiratória.

A pesquisa contou com a participação de cientistas do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Odonto-logia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara.

Paula Scheidt Manoel, responsável pelo Projeto América do Sol recebe o prêmio do Cônsul Comercial da Áustria no Brasil, Ingomar Lochschmidt

estuDo coNFirma como orgaNismo regula NÍVeis eleVaDos De co2 No saNgue

iDeal É VeNceDor Do eNergY globe aWarD

O uso de gasolina por veículos foi responsável, em 2013, pela emissão de 73,8 milhões de toneladas de CO2e no Brasil, aumento de 3% em relação ao ano anterior, quando foram emitidas 71,6 milhões de toneladas de CO2e. Os dados fazem parte de levantamento feito pela Ecofrotas, empresa especiali-

zada em gestão de frotas corporativas. “O aumento das emissões está rela-

cionado ao crescimento do consumo da gasolina e do número de automó-veis”, afirma o gerente de Inovação da Ecofrotas, Rodrigo Somogyi. Con-forme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustí-

veis (ANP), o consumo de gasolina em 2013 foi de 40,9 milhões de litros, ante 39,6milhões de litros no ano anterior. No caso do etanol, cujas emissões de CO2e são consideradas neutras, o con-sumo aumentou de 9,8 milhões de litros em 2012 para 10,5 milhões de litros no ano passado.

emissÕes De co2e De VeÍculos a gasoliNa aumeNtam 3% No aNo

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i s a b e l c a p a v e r d e @ p l u r a l e . c o m . b r

ciNema Verde ISABEL CAPAVERDE

Autor e diretor, Guilherme Xavier Ribeiro, começou a produ-zir o filme em janeiro deste ano, quando passou a visitar comuni-dades de trabalhadores sem terra do interior de São Paulo a fim de fazer um clipe para o novo disco do artista Guido. Unindo com imagens da comunidade de Galinhos, no Rio Grande do Norte, o filme só se transformou num pequeno documentário quando Guilherme conviveu com os moradores da ocupação da Vila Nova Palestina, na Zona Sul de São Paulo e registrou as histórias que viu e ouviu por lá. Com trilha sonora do disco Co-ragem de Guido, o filme de cerca de 30 minutos sugere uma pausa para reflexão. Está disponível pela internet acessando: http://vimeo.com/95858496

expocine em novembro

projeto une Cinemark e tela Brasil

No Rio e em porto Alegre simultaneamente

O Brasil é um dos merca-dos de exibição cinematográfi-ca que mais cresce em vendas de ingressos no mundo, algo em torno de 60% ao longo dos últimos quatro anos. Em menos de 10 anos, o país pas-sou de 1.500 para 2.500 salas de cinema - que ainda é muito pouco devido as nossas di-mensões continentais - e teve mais de 20 filmes com bilhe-teria superior a dois milhões

de ingressos. Por isso, o maior evento da América Latina voltado ao segmento, o Expocine 2014, será em São Paulo, nos dia 10 e 11 de novembro próximo. Com palestras e painéis de discussão com profissionais do mercado, screenings (apresentações dos estúdios e distribuidoras cinematográficas sobre os lançamentos), além de fei-ra com as principais empresas fornecedoras de serviços e produtos para o mercado exibidor. Encontros similares ocorrem anualmente em Las Vegas, Miami, Barcelona, Hong Kong e Buenos Aires.

intercâmbio entre países da América latina

Sobre coragem registra cotidiano de ocupações e acampamentos

de sem terraÉ este o obje-

tivo do 5º Festival Internacional Pa-chamama que será realizado na cidade de Rio Branco, no Acre, de 9 a 15 de novembro. A com-petição é dividida em três categorias, em que participam curtas, médias e

longas-metragens nas Mostras Latino-americanas de Longas-me-tragens, Curtas-Metragens e Cinema Comunitário. As regras são as seguintes: na competição de longas-metragens os filmes de-vem ter, no mínimo, 70 minutos de duração e finalizados a partir de 2013. Produções de até 25 minutos de duração, concluídas a partir de 2013, poderão ser inscritas na competição latino-ameri-cana de curtas-metragens. Destaque para a categoria latino-ame-ricana de cinema comunitário onde as obras deverão ter sido pro-duzidas de forma comunitária, em suporte digital, com duração mínima de 30 minutos e conclusão a partir de 2012. As inscri-ções estão abertas até 27 de julho. Mais informações pelo site: http://cinemadefronteira.com.br/

Para incentivar a produção audiovisual criativa e revelar novos talentos o Projeto Brasil Cinemark e o Portal Tela Bra-sil se uniram e criaram um concurso cultural, o “Brasil em Cartaz – Se o Mundo Fosse um Filme”. Destinado a curtas--metragens de ficção, documentário ou animação, o concurso ainda disponibiliza ferramentas e dicas para ajudar a produzir e editar o vídeo. Os filmes podem ter duração de 30 segundos a 1 minuto e captados em HD. O vencedor terá seu vídeo exi-bidos nas salas do Cinemark em todo país. As inscrições vão até 24 de junho. Detalhes, regulamento e inscrições pelo site: http://www.telabr.com.br/se-o-mundo-fosse-um-filme.

O 4º Filmambiente – Festival Inter-nacional de Audiovisual Ambiental, que acontecerá simultane-amente no Rio de Janeiro e em Porto Alegre dos dias 4 a 10 de novembro, recebeu mais de 400 inscrições de todas as partes do mundo – 75 países, cinco continentes. A organização visi-tou ainda festivais e acompanhou os recentes lançamentos de filmes pelo mundo. Agora estão em fase de seleção.

estuDo coNFirma como orgaNismo regula NÍVeis eleVaDos De co2 No saNgue

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I m a g e m

Foto: João laetUNICEF Brasil

E m clima de Copa do Mundo, a Seleção Brasileira recebeu, no início de junho, poucos dias antes do início do evento começar, 30 crianças de diferentes comunidades do Rio de Janeiro que participam de projetos sociais de organizações parceiras do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Os jovens do Complexo do Alemão, do Morro dos Prazeres e de São Gonçalo foram recebidos por vários jogadores, o técnico Luiz Felipe Scolari e integrantes da Comissão Técnica, que fizeram questão de tirar fotos e assinar autógrafos. As crianças entregaram

uma camisa da campanha, o Manifesto do UNICEF pelo Direito ao Esporte e desenhos feitos por elas com seus desejos de sucesso para a Seleção Brasileira na Copa do Mundo. A campanha foi lançada neste dia 5 de junho nas mídias sociais e faz parte da estratégia do UNICEF de utilizar a paixão pelo futebol e os esportes para construir uma cultura de respeito aos direitos de todas as crianças e adolescentes. Por esse motivo, o Fundo também nomeou o coordenador técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Carlos Alberto Parreira, como Campeão do UNICEF pelo Direito ao Esporte Seguro e Inclusivo, e tem parcerias com os clubes brasileiros Flamengo e Santos.

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ALUSA ENGENHARIA: COMPROMISSO COM A MELHORIA CONTÍNUA DOS PROCESSOS E SISTEMA DE GESTÃO.

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