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MANUAL DE FIBRA

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  • Especificao Estatstica da Disperso dos Modos de Polarizao

    em Enlaces pticos 4

    Dissertao de Mestrado de Joo Arlindo Brito Junior

    1 Teoria da Disperso dos Modos de Polarizao PMD

    Teoria bsica da disperso dos modos de polarizao discutida na

    referncia 6, Test and Measurements. Neste captulo sero abordados os

    aspectos mais importantes da Teoria da PMD.

    1.1 Definio da PMD

    A disperso dos modos de polarizao, PMD, uma propriedade

    fundamental da fibra ptica monomodo e componentes, no qual a energia do

    sinal em um dado comprimento de onda decomposta em dois modos de

    polarizao ortogonais com velocidades de propagao levemente diferentes.

    A diferena resultante do tempo de propagao entre os modos de

    polarizao chamada de atraso diferencial de grupo, comumente simbolizada

    por g, ou ainda somente DGD (Differential Group Delay). A PMD causa

    srias degradaes na capacidade de transmisso, incluindo o alargamento do

    pulso. Em relao a isto, seus efeitos se parecem com aqueles da disperso

    cromtica, porm existe uma importante diferena. A disperso cromtica um

    fenmeno relativamente estvel e em um sistema de telecomunicaes pode ser

    calculada a partir da soma das suas partes. O local e valor dos compensadores

    de disperso cromtica podem ser planejados antecipadamente. Em contraste,

    a PMD em fibras pticas monomodo, em qualquer comprimento de onda do sinal

    no estvel, forando os projetistas de sistemas a fazer previses estatsticas

    dos efeitos da PMD e fazendo a compensao passiva impossvel. O efeito da

    PMD em sistema de transmisso digital mostrado na Figura 1.

    Projetistas de sistemas minimizam o impacto da PMD atravs da

    especificao de fibras e componentes com baixos valores de PMD e PDL. A

    PMD de algumas fibras instaladas j h algum tempo pode ser muito maior que

    as das fibras mais recentemente produzidas, e operadores de sistemas

    freqentemente medem estas fibras instaladas quando planejam melhorar seus

    sistemas para taxas de transmisso mais altas.

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  • Especificao Estatstica da Disperso dos Modos de Polarizao

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    Figura 1 - O efeito da PMD, em um sistema de comunicao digital.

    1.2 Causas da PMD

    Fibras pticas e componentes de fibra ptica tipicamente exibem uma

    pequena diferena no ndice de refrao para um par particular dos estados de

    polarizao ortogonais, uma propriedade chamada de birrefringncia. A

    diferena dos ndices resulta em uma diferena no tempo de propagao - o

    atraso diferencial de grupo, DGD para ondas viajando nestes modos de

    polarizao, como no caso da transmisso de pulso da Figura 2.

    Em uma fibra monomodo, a birrefringncia origina-se a partir da no

    circularidade ou ovalizao do ncleo da fibra em dois sentidos: um guia de onda

    oval inerentemente birrefringente, e o campo do esforo mecnico ajustado

    pelo ncleo oval induz uma birrefringncia adicional. O efeito de guia de onda

    geralmente domina em fibras de baixa PMD. O fenmeno de acoplamento do

    modo, a ser discutido na Seo 1.3, complica a Figura 2 fazendo o atraso

    diferencial de grupo uma funo do comprimento de onda e das condies

    ambientais.

    A birrefringncia de materiais cristalinos como quartz produzida pela

    estrutura regular do cristal. A PMD em componentes pticos pode ser causada

    pela birrefringncia dos seus sub componentes, os quais incluem elementos de

    quartz, por exemplo, ou segmentos de fibra assimtrica.

    Pulso de entrada em ambas as polarizaes

    Modulador externo

    Fibra ptica

    Olho aberto

    Controle do modulador

    Olho degradado

    Atraso diferencial de grupo

    Pulso de sada no modo polarizado

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    Figura 2 Modelo conceitual da PMD.

    A propagao do sinal ao longo de caminhos paralelos de comprimentos

    pticos levemente diferentes, onde a diviso uma funo da polarizao,

    tambm produz atraso diferencial de grupo. Certos tipos de isoladores pticos

    possuem a sua PMD devido a este mecanismo de caminho paralelo.

    Componentes para sistema de comunicaes de ltima gerao so tipicamente

    especificados com menos de 0,05 ps de atraso diferencial de grupo.

    Uma fibra mantenedora de polarizao (PMF ou fibras Hi-Bi) um

    exemplo extremo de birrefringncia induzida por tenso. Elementos de vidro

    diferentes dopados na casca asseguram que o ncleo seja exposto a um campo

    de tenso assimtrica que uniforme ao longo do comprimento da fibra.

    Quando a luz polarizada acoplada em uma seo de fibra Hi-Bi, conforme

    ilustrado na Figura 2.a, o campo eltrico da luz de entrada decompe-se em dois

    modos de polarizao com velocidades de propagao levemente diferentes. Os

    Birrefringncia

    Linear Ex .: Fibra em modo

    po lariza do

    Rpido

    Lento

    Sees birrefringentes a leatoriamenteacopladas

    PSPs de entrada Fibra ptica monomodo

    longa

    PSPs de sa da

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    modos de polarizao so mantidos ao longo da fibra e a energia no se acopla

    entre os modos. Como previamente indicado, a diferena no tempo de

    propagao entre estes dois modos de polarizao ortogonais, chamado de

    atraso diferencial de grupo, DGD (Differential Group Delay). Os modos de

    polarizao e o atraso diferencial de grupo de um simples dispositivo

    birrefringente linear so independentes do comprimento de onda. O grau de

    birrefringncia que a fibra Hi-Bi exibe freqentemente expressa em termos de

    comprimento de batimento, definido como o comprimento de fibra sobre o qual

    as ondas rpida e lenta mudam a fase relativa em 360. O comprimento de

    batimento tipicamente de poucos milmetros na fibra Hi-Bi.

    A birrefringncia da fibra tambm induzida por curvatura. Atravs do

    efeito fotoelstico, a curvatura produz uma assimetria do ndice de refrao. Isto

    a base dos controladores de polarizao de fibra. A birrefringncia induzida

    por curvatura no por si uma causa significante de PMD, embora pela

    modificao da extenso do modo de acoplamento ao longo da fibra, pode

    causar uma diferena na medida de PMD entre fibra bobinada, cabeada e

    instalada.

    1.3 Acoplamento dos Modos e Estados Principais de Polarizao

    A birrefringncia das fibras monomodo varia ao longo do seu

    comprimento, uma conseqncia da variao no puxamento e processo de

    cabeao. Um modelo estatstico detalhado da PMD tem sido desenvolvido a

    partir da base das birrefringncias locais acumuladas, e tem sido

    experimentalmente confirmada. Uma fibra longa representada na figura 2.b,

    como uma srie de comprimentos aleatrios, segmentos birrefringentes de

    rotaes aleatrias. Cada segmento exibe modos de polarizao lenta e rpida,

    geralmente com algum sinal de luz propagando em cada um. O campo eltrico

    que emerge de cada segmento projetado para os modos de polarizao do

    seguimento a seguir, gerando um processo chamado de acoplamento de modos.

    Este processo repetido diversas vezes ao longo do enlace de fibras ou enlaces

    de comunicao, e este o mecanismo que causa o atraso diferencial de grupo

    na maioria dos sistemas de fibras j instaladas mostrando uma dependncia do

    comprimento de onda das condies ambientais.

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    A propagao mais rpida e mais lenta atravs do enlace de fibras pode

    estar relacionada ao estado de polarizao de entrada ortogonal, particular para

    enlaces de fibras e condies ambientais. Esta relao mais facilmente

    entendida usando-se a esfera Poincar. Geralmente, a polarizao de sada de

    um componente ptico ou fibra traar um caminho irregular sobre a esfera de

    Poincar quando o comprimento de onda mudado. Sobre um pequeno

    intervalo de comprimento de onda, qualquer frao deste caminho pode ser

    representado como um arco de crculo. O centro do crculo projetado normal ao

    plano do crculo e a superfcie da esfera, localiza dois estados que so

    diametricamente opostos e conseqentemente ortogonais. Estes estados so

    chamados estados principais de polarizao, PSP (Principal States of

    Polarization). A definio caracterstica dos estados principais de polarizao

    que sobre um estreito intervalo de comprimento de onda, eles localizam o eixo

    da esfera sobre o qual o estado de polarizao de sada roda quando o

    comprimento de onda mudado. A Figura 3, mostra dois exemplos.

    Figura 3 Variao da polarizao de sada com , (a) Um dispositivo birrefringente comum, (b) Fibra Monomodo longa; acoplamento de modo aleatrio.

    Na ausncia de acoplamento de modos, o caso tpico para componentes

    pticos, os estados principais so fixos, enquanto o comprimento de onda varia,

    os estados de polarizao de sada, 2, orbitam regularmente ao redor do eixo

    Eigenmodos

    Estados principais de polarizao

    Diferentes polarizaes

    de lanamento

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    do estado principal da esfera conforme mostrado na Figura 3a. O caso geral

    para enlaces longos de fibras monomodo em que os estados principais mudam

    aleatoriamente sobre a esfera como uma funo do comprimento de onda,

    conforme mostrado na Figura 3b, podem ser considerados que permanecem

    orbitando em torno de um ponto na esfera somente para um estreito intervalo de

    comprimento de onda.

    1.4 Caracterizao Estatstica da PMD em Fibras com Acoplamento de Modo

    Os projetistas de sistemas de telecomunicaes submarinos estimam o

    impacto da distribuio do atraso diferencial de grupo (DGD), parmetro que

    determina o alargamento do pulso. Foi demosntrado que no acoplamento de

    modos aleatrios ou regime em fibras longas, o DGD segue a distribuio de

    Maxwell. Isto , a distribuio de valores medidos de DGD sobre uma faixa larga

    de comprimentos de onda ser Maxwelliana. A mesma distribuio ser

    encontrada sobre o tempo a um comprimento de onda fixo, se o caminho ptico

    for influenciado pelas condies ambientais. Como resultado desta variabilidade,

    a PMD de um caminho ptico expressa estatisticamente, como qualquer uma

    das duas mdias ou valor rms do DGD, expressa pela Equao 1.

    = 8

    3PMD (1)

    A equao mostra a relao existente entre a distribuio de Maxwell com

    o vetor de disperso. A um dado comprimento de onda, a direo localiza o

    PSP na superfcie da esfera de Poincar e o seu comprimento nos dar a

    magnitude do DGD. O vetor de disperso pode ser decomposto em trs vetores

    ortogonais ao longo dos eixos da esfera. Devido a cada um destes componentes

    originados, as birrefringncias aleatrias podem ser descritas estatisticamente

    pela distribuio Gaussiana, na forma :

    ( ) 2222

    12

    x

    exf

    = (2)

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    A magnitude do vetor de disperso de polarizao dada pela raiz

    quadrada da soma dos quadrados de trs variveis aleatrias normais e

    independentes, com mdia zero, descrita por uma distribuio Gaussiana que

    Maxwelliana, dada por:

    ( ) 2.24

    3

    232

    x

    exxf

    = (3)

    Os formatos das curvas Gaussiana e distribuio de Maxwell so

    mostrados abaixo na Figura 4. Os valores rms e mdio da distribuio

    Maxwelliana so dados por:

    Figura 4 Distribuies Maxwelliana e Gaussiana.

    Maxwelliana

    Gaussiana

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    83

    =rms (4)

    Valor mdio : (5)

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    Teoria da Disperso dos Modos de Polarizao PMD1.1 Definio da PMD1.2Causas da PMD1.3Acoplamento dos Modos e Estados Principais de Polarizao1.4Caracterizao Estatstica da PMD em Fibras com Acoplamento de Modo