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0

MUNICÍPIO DE BENTO GONÇALVES Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PREFEITURA MUNICIPAL DE BENTO GONÇALVES

Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Agricultura

PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL - PMDRS

Bento Gonçalves - RS

2017



1


Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves

Gestão 2017/2020

Guilherme Rech Pasin

Prefeito

Aido José Bertuol

Vice-Prefeito Municipal

João Carlos da Silva

Secretário Adjunto Municipal de Desenvolvimento da Agricultura

Janquiel Cristofoli

Coordenador de Departamento

Comissão de Elaboração

Cristiano Selbach da Silva - Médico Veterinário

Fabiane Foppa - Técnica Agrícola

Marcelo Lerina - Técnico Agrícola

Patrícia dos Santos - Assessora Administrativa

Rudinei Heissler - Técnico Agrícola

Sheila Carvalho Haiduck Padilha - Engenheira Agrônoma

Luiz Pinto de Jesus Filho - Geólogo

Empresas/Instituições participantes

APEB – Associação Produtores Ecológicos de Bento Gonçalves

APROVALE - Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

Associação Agricultores Familiares de Bento

Banco do Brasil

Banrisul

Cooperativa Vinícola Aurora

Emater



2


Embrapa

IFRS

Inspetoria de Defesa Agropecuária de Bento Gonçalves

Secretaria Municipal do Desenvolvimento da Agricultura

Sicredi

Sindicato Rural da Serra Gaucha

Sindicato dos Trabalhadores Rurais

Subprefeitura de Faria Lemos

Subprefeitura de São Pedro

Subprefeitura de Tuiuty

Subprefeitura Vale dos Vinhedos

Colaboração

Companhia Riograndense de Saneamento - CORSAN

Instituto Brasileiro de Economia e Estatística - IBGE

Instituto Brasileiro do Vinho - IBRAVIN

Rio Grande Energia - RGE



3


LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

6º BCOM – 6º Batalhão de Comunicação

ANA – Agência Nacional de Águas

APEB – Associação dos Produtores Ecológicos de Bento Gonçalves

APEB – Associação Produtores Ecológicos de Bento Gonçalves

APP – Área de Preservação Permanente

APROVALE – Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

ASCAR – Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural

BANRISUL – Banco do Estado do Rio Grande do Sul

CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina

CAPS – Centro de Atendimento Psicossocial

CETEC – Centro Tecnológico

CF – Constituição Federal

COMAPA – Conselho Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

CORSAN – Companhia Riograndense de Saneamento

CRAS – Centro de Referência a Assistência Social

DAP – Declaração de Aptidão ao Pronaf

DOVV – Denominação de Origem Vale dos Vinhedos

EMATER – Associação Riograndense Empresa Técnica Extensão Rural

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

ESF – Estratégia Saúde da Família

FADER – Fundo Municipal de Agroindústrias e Desenvolvimento Rural

FEE – Fundação de Economia e Estatística

FIBGE – Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

FSG – Faculdade da Serra Gaúcha

FTEC – Faculdade de Tecnologia

GTA – Guia de Trânsito Animal

IBGE – Instituto Brasileiro de Economia e Estatística

IBRAVIN – Instituto Brasileiro do Vinho

IDH – Índice de desenvolvimento Humano

IFRS – Instituto Federal do Rio Grande do Sul



4


INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

IPURB – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano

IPVV – Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

NE-SW – Pontos Cardeais (NE – Nordeste / SW – Sudoeste)

ONU – Organização das Nações Unidas

PA – Pronto Atendimento

PAA – Programa de Aquisição de Alimentos

PIB – Produto Interno Bruto

PMDRS – Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável

PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPA – Plano Plurianual

PRONAF – Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RGE – Rio Grande Energia

RS – Rio Grande do Sul

SAE/CTA – Serviço de Atendimento Especializado/Centro de Testagem e

Aconselhamento

SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SDR – Secretaria de Desenvolvimento Rural

SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SEMHAS – Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social

SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

SICONV – Sistema de Gestão de Convênios

SICREDI – Sistema de Crédito Cooperativo

SIM – Sistema de Inspeção Municipal

SISDECLARA – Sistema Integrado de Declarações Vinícolas

SMDA – Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Agricultura

SMED – Secretaria Municipal de Educação

SMMAM – Secretaria Municipal de Meio Ambiente

SMVOP – Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas

UBS – Unidade Básica de Saúde



5


UCS/CARVI – Universidade de Caxias do Sul / Campus Universitário da Região dos

Vinhedos

UPA – Unidade de Pronto Atendimento



6


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: A e B - Oficina 1 para a construção da Matriz SWOT no COMAPA .......... 21

Figura 2: Validação dos Objetivos Estratégicos com as comunidades rurais em

reuniões distritais ..................................................................................................... 22

Figura 3: A - Apresentação do PMDRS à Comissão da Agricultura da Câmara de

Vereadores B - Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores ................................. 23

Figura 4: Localização de Bento Gonçalves ............................................................. 29

Figura 5: Principais acessos viários de Bento Gonçalves ....................................... 30

Figura 6: Mapa de localização dos Distritos de Bento Gonçalves ........................... 31

Figura 7: Mapa de domínio território Rio Grande do Sul .......................................... 33

Figura 8: Províncias geomorfológicas do Rio Grande do Sul ................................... 35

Figura 9: Mapa semi-detalhado de solos de Bento Gonçalves ................................ 37

Figura 10: Organograma SMDA ............................................................................... 45

Figura 11: Quadro de feiras realizadas no Município ............................................... 51

Figura 12: Pipa Pórtico, Ponte do Rio das Antas e Ferradura do Rio das Antas...... 64

Figura 13: Censo Demográfico ................................................................................. 66

Figura 14: Evolução da população rural e urbana .................................................... 66

Figura 15: Censo Demográfico ................................................................................. 67

Figura 16: Número de famílias atendidas e território de abrangência pelos CRAS .. 69

Figura 17: Cronograma de coleta de lixo reciclável .................................................. 70

Figura 18: Matriz SWOT elaborada a partir de questionário do COMAPA ............... 72



7


LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Estruturas associativas e representativas do meio rural ........................... 31

Tabela 2: Indicadores de culturas ............................................................................. 58

Tabela 3: Indicadores das principais culturas do Município ...................................... 59

Tabela 4: Rebanho efetivo do Município .................................................................. 59

Tabela 5: Programa de origem animal do Município ................................................ 60

Tabela 6: Produção animal do Município .................................................................. 60

Tabela 7: Agroindústrias do Município ...................................................................... 62

Tabela 8: Estrutura fundiária do Município ............................................................... 63



8


SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17

2.OBJETIVOS ........................................................................................................... 18

2.1.OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 18

2.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 18

3.METODOLOGIA DE TRABALHO ......................................................................... 19

3.1.OFICINA 1 – CONSELHO MUNICIPAL DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E

ABASTECIMENTO (COMAPA) ................................................................................. 19

3.2.OFICINA 2 – REUNIÕES DISTRITAIS................................................................ 21

3.3.OFICINA 3 – CÂMARA DE VEREADORES ........................................................ 22

4.PRINCÍPIOS E DIRETRIZES ................................................................................. 23

4.1.DA FUNÇÃO SOCIAL DA CIDADE E DA PROPRIEDADE ................................ 24

4.2.DA GESTÃO DEMOCRÁTICA ............................................................................ 25

4.3.DA SUSTENTABILIDADE ................................................................................... 25

4.4.DAS DIRETRIZES E METAS DO PMDRS .......................................................... 26

4.4.1.São Diretrizes do PMDRS .............................................................................. 26

4.4.2.São Metas do PMDRS .................................................................................... 26

5.HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE BENTO GONÇALVES ...................................... 28

6.CARACTERIZAÇÃO DO MEIO RURAL DE BENTO GONÇALVES .................... 29

6.1.COMUNIDADES RURAIS ................................................................................... 31

6.2.CLIMA ................................................................................................................. 32

6.3.SOLO .................................................................................................................. 32

6.3.1.Geologia .......................................................................................................... 32

6.3.2.Geomorfologia ................................................................................................ 34

6.3.3.Classificação dos Solos ................................................................................ 36

6.3.3.1.Argissolos ...................................................................................................... 37

6.3.3.2.Cambissolos .................................................................................................. 38

6.3.3.3.Chernossolos ................................................................................................ 38

6.3.3.4.Neossolos ...................................................................................................... 38

6.3.3.5.Nitossolos ...................................................................................................... 39

6.4.USO DOS SOLOS .............................................................................................. 39



9


6.5.ÁGUA .................................................................................................................. 40

6.5.1.Hidrografia ...................................................................................................... 40

6.5.2.Recursos Hídricos .......................................................................................... 40

6.6.VEGETAÇÃO NATURAL .................................................................................... 41

7.DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 42

7.1.CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................................. 42

7.2.ESTRUTURA SMDA ........................................................................................... 44

7.2.1.Divisão de Desenvolvimento Rural ............................................................... 46

7.2.2.Divisão de Assessoria Técnica à Produção ................................................. 46

7.2.3.Divisão de Produção Animal ......................................................................... 47

7.2.3.1.Serviço de Inspeção Municipal (SIM) ............................................................ 47

7.2.3.2.Da Organização do SIM ................................................................................ 48

7.2.3.3.Agroindústria e Selo Sabor de Bento ............................................................ 48

7.2.4.Divisão de Geologia e Recursos Hídricos .................................................... 48

7.2.5.Divisão de Captação de Recursos, Gestão de Pessoas, Orçamento e

Finanças ................................................................................................................... 49

7.2.6.Divisão de Feiras ............................................................................................ 49

7.2.7.Divisão de Talão de Produtor ........................................................................ 50

7.3.PROGRAMAS GERENCIADOS PELA SMDA .................................................... 50

7.3.1.Feira do Produtor Rural e Feira Ecológica ................................................... 51

7.3.2.Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Rural de Bento Gonçalves .. 52

7.3.3.Serviço de Inspeção Municipal (SIM) ............................................................ 52

7.3.4.Programa de Máquinas Terceirizadas .......................................................... 52

7.3.5.Programa Municipal de Qualificação de Desenvolvimento do Meio Rural 53

7.3.6.Cera Alveolada ............................................................................................... 53

7.3.7.Programa Troca-troca de Sementes ............................................................. 54

7.3.8.Alevinos .......................................................................................................... 54

7.3.9.Projeto Olhar Atento – Ciências para a Vida ................................................ 54

7.3.10.Programa Nacional de Alimentação Escolar ............................................. 55

7.3.11.Projetos Ligados a Agricultura Familiar ..................................................... 55

7.3.12.Projeto de Valorização do Vinho Colonial .................................................. 56

7.3.13.Extensão e Ampliação de Redes de Água ................................................. 56



10


7.3.14.Vacina Brucelose.......................................................................................... 57

7.3.15.Inseminação Artificial .................................................................................. 57

7.3.16.Atividades de Atendimento a População ................................................... 58

7.4.ATIVIDADES AGRÍCOLAS ................................................................................. 58

7.5.ATIVIDADES PECUÁRIAS ................................................................................. 59

7.6.AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES ...................................................................... 60

7.7.ESTRUTURA FUNDIÁRIA .................................................................................. 62

7.8.ATRATIVOS TURÍSTICOS E O TURISMO RURAL ............................................ 63

7.9.DIAGNÓSTICO SOCIAL ..................................................................................... 65

7.9.1.Indicadores Macrossociais ............................................................................ 65

7.9.2.Energia Elétrica / Telefonia Móvel / Internet ................................................ 65

7.9.3.Demografia ...................................................................................................... 66

7.9.4.Educação ........................................................................................................ 68

7.9.5.Saúde ............................................................................................................... 68

7.9.6.Assistência Social .......................................................................................... 69

7.9.7.Saneamento básico e Coleta de Resíduos Recicláveis .............................. 70

7.9.8.Segurança Pública ......................................................................................... 71

7.9.9.Transporte ....................................................................................................... 71

8.ANÁLISE DO CENÁRIO E FUTURO DESEJADO ................................................ 71

8.1.MATRIZ SWOT ................................................................................................... 71

8.1.1.Eixos: Econômico, Ambiental e social ......................................................... 72

8.2.OBJETIVOS ESTRATÉGICOS ........................................................................... 73

8.2.1.Eixo: Econômico ............................................................................................ 73

8.2.2.Eixo: Ambiental .............................................................................................. 74

8.2.3.Eixo: Social ..................................................................................................... 74

9.PROJETOS ............................................................................................................ 75

9.1.EIXO ECONÔMICO ............................................................................................ 75

9.1.1.Projeto 1 – Infraestrutura Viária Rural – Manutenção, Recuperação e

Pavimentação Asfáltica e Estradas Rurais Não Pavimentadas .......................... 75

9.1.2.Projeto 2 – Revisão e Adequação da Legislação da SMDA ........................ 77

9.1.3.Projeto 3 – Patrulha Agrícola Mecanizada, Mecanização Agrícola, Obras

de Engenharia Civil e Agro industrialização ......................................................... 80



11


9.1.4.Projeto 4 – Desenvolvimento do Turismo Rural .......................................... 84

9.2.EIXO AMBIENTAL .............................................................................................. 86

9.2.1.Projeto 5 – Projeto de Recolhimento de Resíduos Agropecuários............ 86

9.2.2.Projeto 6 – Selo Sabor de Bento Ecológico ................................................. 88

9.3.EIXO SOCIAL ...................................................................................................... 92

9.3.1.Projeto 7 – Redes de Água ............................................................................ 92

9.3.2.Projeto 8 – Reestruturação da Feira Livre e Ecológica ............................... 94

9.3.3.Projeto 9 – Incentivo à Floricultura ............................................................... 97

9.3.4.Projeto 10 – Projeto de Construção de Açudes e Aberturas de Poços

Tubulares Profundos .............................................................................................. 99

9.3.5.Projeto 11 – Produção de Flores Para Paisagismo Urbano ...................... 101

9.3.6.Projeto 12 – Qualificação e Desenvolvimento do Meio Rural .................. 104

10.GESTÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DE BENTO

GONÇALVES .......................................................................................................... 107

REFERÊNCIAS........................................................................................................109



12


A SECRETARIA MUNICIPAL DO DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA

Missão

Coordenar e promover o desenvolvimento rural, econômico e

ambientalmente sustentável, zelar pela segurança alimentar da população por meio

de ações de fiscalização e inspeção de produtos de origem animal e vegetal, bem

como promover o abastecimento de água potável para as famílias residentes no

meio rural e promover o desenvolvimento do agronegócio, em benefício do produtor

rural e da sociedade bentogonçalvense.

Foco de atuação

- Agricultura familiar

- Sustentabilidade

- Disponibilização de água

- Inspeção de produtos de origem animal

- Apoio às agroindústrias familiares

- Treinamento, capacitação e formação dos envolvidos nos arranjos

produtivos e sociais locais

- Empreendedorismo

- Organização social

- Regionalização

- Incentivos à comercialização de produtos oriundos da agricultura

Visão de futuro

A Visão da SMDA demonstra o seu comprometimento como partícipe do

desenvolvimento sustentável de Bento Gonçalves, sendo que, ao realizar o seu

papel, dará ao Município destaque na criação de um ambiente favorável, flexível,

dinâmico e sinérgico para promoção das atividades agrícolas, essenciais à melhoria

contínua dos arranjos produtivos e sociais da agropecuária.



13


Valores

Os Valores da SMDA procuram identificar os princípios ou as crenças que

servem de guia para comportamentos, atitudes e decisões de pessoas no exercício

de suas responsabilidades e na busca dos resultados estabelecidos no Plano

Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, visando ao cumprimento da

Missão, na trajetória em direção à Visão de futuro. Os Valores da organização são

definidos em:

- Ética

- Transparência

- Responsabilidade

- Confiabilidade

- Respeito

- Probidade

- Utilidade

- Comprometimento

- Trabalho em Equipe

- Valorização do Conhecimento

- Participação e Gestão Democrática



14


APRESENTAÇÃO

A integralidade do território do município é imprescindível para o progresso e

o desenvolvimento socioeconômico da área urbana e da área rural, uma vez que a

concepção dicotômica e a conseqüente divisão fática geram perdas para ambos e,

em decorrência, para o município.

O Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável do município de

Bento Gonçalves (PMDRS) é documento dividido em 10 (dez) capítulos onde consta

introdução; objetivos; metodologia de trabalho; princípios e diretrizes; histórico do

município de Bento Gonçalves; caracterização do meio rural de Bento Gonçalves;

diagnóstico; definição de cenário e futuro desejado; projetos e gestão PMDRS.

A Seção introdutória apresenta de maneira descritiva a importância do

Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Bento Gonçalves como

estratégia básica de política de desenvolvimento territorial do município,

constituindo-se parte integrante do planejamento municipal, com foco no

desenvolvimento sustentável.

Os Objetivos estabelecem aspectos gerais e específicos que orientam e

direcionam as atividades de desenvolvimento do Plano Municipal de

Desenvolvimento Rural Sustentável.

A Metodologia de trabalho aborda a forma, bem como as estratégias

utilizadas na elaboração das diferentes etapas do Plano, sendo que em algumas

etapas necessitou-se realizar pesquisas e outras tiveram a participação popular em

atividades denominadas de Oficinas.

Os Princípios e diretrizes são aqueles estabelecidos pela Constituição

Federal e no Estatuto da Cidade, que são a ―Função social da cidade e da

propriedade‖, a ―Gestão democrática‖ e a ―Sustentabilidade‖, fundamentos estes que

devem nortear todo o Plano.

O Histórico do município de Bento Gonçalves segundo dados do Arquivo

Histórico Municipal Bento Gonçalves originou-se em 1870 como Colônia Dona

Isabel. Em 1875 inicia a imigração italiana para região neste ano a população era

constituída de 790 pessoas, destes 729 eram italianos. Na sede da Colônia eram

feitas as trocas, compras e vendas de produtos, após longas caminhadas por trilhas

abertas no meio da mata, demarcadas pelos próprios imigrantes. Entre os imigrantes



15


havia ferreiros, sapateiros, marceneiros, alfaiates, carpinteiros, entre outros

profissionais que estabeleceram seus negócios dentro de suas especialidades,

atendendo às necessidades locais.

Em 1881 inicia a abertura da primeira estrada de rodagem ligando a Colônia

Dona Isabel a São João de Montenegro (hoje Município de Montenegro). O

desmembramento da Colônia Dona Isabel do município de Montenegro, foi

oficializado pelo Ato nº 474, de 11 de outubro de 1890, que constituiu o município de

Bento Gonçalves.

No início da década de 1950, a economia do município destacava-se no

setor agrícola, principalmente a produção vitivinícola, além da agricultura de

subsistência. Contudo, começaram a surgir várias indústrias, como de acordeões,

laticínios, móveis, curtume, fábrica de sulfato e vinícolas. Outro avanço para a

economia no município ocorre em 1967 com a Festa Nacional do Vinho (Fenavinho),

tornando a cidade conhecida nacional e internacionalmente. Em 1970 surgem

muitas indústrias moveleiras que caracterizam até hoje a cidade de Bento Gonçalves

como um dos maiores pólos moveleiros.

A seção Caracterização do meio rural de Bento Gonçalves aborda

aspectos gerais do município como a sua localização, etnias, divisão geopolítica

com a descrição das comunidades, até aspectos pontuais característicos do meio

rural de Bento Gonçalves como geologia, declividade, classificação dos solos,

hidrografia, entre outros.

No Diagnóstico levantam-se informações gerais da área rural subdividida

de acordo com os eixos da sustentabilidade, ou seja, o econômico, o ambiental e o

social.

Na definição de cenário e futuro desejado são analisados aspectos do

ambiente externo definidos, como oportunidades e ameaças, e os do ambiente

interno, definidos como forças e fraquezas. A partir da análise desta realidade

interna e externa, também conhecida como matriz SWOT, e do futuro desejado

numa visão de sustentabilidade, foram definidos os objetivos estratégicos.

Na seção Projetos estão apresentados 11 projetos elaborados conforme

cada eixo da sustentabilidade e seus Objetivos Estratégicos.



16


Na Gestão do PMDRS é explicitada que essa será feita democraticamente

através de instituições representativas que se reunirão sistematicamente para

aferição do andamento das atividades programadas e/ou para fazer eventuais

replanejamentos, conforme as necessidades, demandas e oportunidades do

momento.



17


1. INTRODUÇÃO

Há uma preocupação no mundo atual voltada não apenas ao crescimento

econômico das nações, mas que este gere distribuição de riqueza e inclusão social

e para que os processos sejam participativos. É dessa forma que se posiciona a

Constituição Brasileira de 1988. Posteriormente, em 2001, com a promulgação do

Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.252/2001), tornou-se imperativa a elaboração de

planos diretores municipais definindo a função social das diferentes áreas do

município, sejam elas urbanas ou rurais, sejam elas privadas ou públicas. É

obrigatória a implementação dessa lei para municípios com população maior que

20.000 habitantes ou regiões metropolitanas ou aglomerados urbanos (SANTOS

JUNIOR, 2011).

Os Planos de Trabalho de Projetos Governamentais para ação de fomento

ao setor agrícola analisados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento

(MAPA) devem ser cadastrados acompanhados pelo Plano Municipal de

Desenvolvimento Rural do município, conforme publicado na Portaria Nº 415 de

16/02/2017 artigo 3º § 1º: ―Os Planos de Trabalho, bem como os objetos a serem

adquiridos, deverão ser compatíveis com o Plano Municipal de Desenvolvimento

Rural, ou documento similar, sendo que este deverá ser anexado a proposta

apresentada‖.

Atendendo os dispositivos legais, o Plano Municipal de Desenvolvimento

Rural Sustentável (PMDRS) de Bento Gonçalves é um instrumento de planejamento

do território rural do município elaborado a partir de um diagnóstico da realidade

física, social, econômica, política e administrativa do município e de sua região,

apresentando um conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento

socioeconômico e futura organização espacial dos usos do solo, das redes de infra-

estrutura e de elementos fundamentais da estrutura rural.

O PMDRS deve ser compatível com o Plano Plurianual (PPA) do município e

assumido como um compromisso de execução e continuidade entre as gestões

administrativas nos próximos 20 (vinte) anos.



18


2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Bento

Gonçalves (PMDRS) tem por objetivo o planejamento territorial para a zona rural,

estabelecendo-se como um instrumento político-administrativo e legal que determina

o regramento da ocupação e o desenvolvimento territorial da estrutura espacial rural,

levando em conta e potencializando positivamente suas características ambientais,

produtivas, turísticas e sociais.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos estão orientados para o fim delimitado no objetivo

geral, pois se constituem no seu detalhamento. São diversos os objetivos

específicos previstos no plano e estão descritos abaixo:

- Identificar as vulnerabilidades do município, especialmente àquelas ligadas

à produção rural, à produção agroindustrial, ao turismo e ao desenvolvimento

qualificado do ambiente natural;

- Garantir a participação dos diversos segmentos da sociedade na

elaboração e gestão do PMDRS;

- Identificar oportunidades, ameaças, forças e fraquezas da zona rural do

município de maneira prospectiva e propositiva;

- Definir diretrizes gerais para o desenvolvimento territorial;

- Avaliar a atual estrutura administrativa vigente para subsidiar o processo de

elaboração do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (PMDRS);

- Realizar o mapeamento temático da área rural do município com

informações de hidrografia, bacias hidrográficas, topologia, tipos e aptidão agrícola

do solo, cobertura do solo, áreas de preservação permanente, reserva legal, de uso

restrito, tipo de exploração econômica, malha viária, população e seus indicadores

sociais, tudo conforme as informações disponíveis nos órgãos afins e as que

deverão ser pesquisadas pela equipe técnica;



19


- Definir o futuro desejado para a área rural, a partir de objetivos estratégicos

e seus projetos nas áreas econômica, social e ambiental.

- Elaborar um plano de gestão de maneira que seja executado e com

possibilidade de efetuar melhorias significativas no eixo social, econômico e

ambiental.

3. METODOLOGIA DE TRABALHO

Para a elaboração do PMDRS, partiu-se do princípio de que um

planejamento municipal deve, necessariamente, envolver o setor público, a iniciativa

privada e a sociedade civil.

Os ―princípios e diretrizes (etapa 4)‖ e o ―histórico do município de Bento

Gonçalves‖ (etapa 5) foram frutos de pesquisas bibliográficas, em especial ao

acervo do Patrimônio Histórico e Plano Municipal do Turismo 2015-2018.

A ―caracterização do meio rural de Bento Gonçalves‖ (etapa 6) teve como

referência o acervo técnico do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPURB)

e do escritório regional Emater/BG e dados estatísticos emitidos por órgãos

credenciados.

A partir do recebimento dos dados que integrarão o diagnóstico (etapa 7),

estes foram selecionados e agrupados de acordo com cada eixo da

sustentabilidade, ou seja, a econômica, a ambiental e a social.

Para a continuidade do diagnóstico, 3 (três) Oficinas foram organizadas com

a participação das instituições representativas do setor agrícola e sociedade civil,

contemplando, assim, uma das diretrizes do Plano que é a da ―gestão democrática ‖.

3.1. OFICINA 1 – CONSELHO MUNICIPAL DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E

ABASTECIMENTO (COMAPA)

A Oficina 1 foi realizada no dia 20 de abril de 2017, durante a Reunião

Ordinária do Conselho Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(COMAPA). O COMAPA é composto por dezoito entidades representativas do setor

rural de Bento Gonçalves, a saber: Associação Produtores Ecológicos de Bento



20


Gonçalves (APEB); Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos

Vinhedos (APROVALE); Associação Agricultores Familiares de Bento; Banco do

Brasil; Banrisul; Cooperativa; Vinícola Aurora; Emater; Embrapa; IFRS; Inspetoria de

Defesa Agropecuária de Bento Gonçalves; Secretaria da Agricultura; Sicredi;

Sindicato Rural da Serra Gaucha; Sindicato dos Trabalhadores Rurais; Subprefeitura

de Faria Lemos; Subprefeitura de São Pedro; Subprefeitura de Tuiuty e

Subprefeitura Vale dos Vinhedos

O objetivo desta oficina foi, com base no estudo do diagnóstico, realizar a

análise do cenário municipal rural. Para isso, foi solicitado aos Conselheiros um

questionário prévio com as seguintes perguntas:

1. Em sua opinião, quais são os principais pontos fortes da agricultura de Bento

Gonçalves?

2. Atualmente, quais as principais dificuldades encontradas no meio rural de

nosso município?

3. O que, em sua opinião, ainda falta ser realizado para que o município de

Bento Gonçalves seja mais forte, competitivo e produza mais?

4. O que poderá dificultar o crescimento da Agricultura de Bento Gonçalves?

As respostas encaminhadas foram analisadas para construção da Matriz

SWOT, utilizada como ferramenta do planejamento estratégico, ocasião em que foi

definido:

Em relação ao Ambiente Interno: os pontos em que o meio rural (famílias) e

administração municipal se destacam como positivos e o que têm como mais

deficitários, ou seja, as Forças e as Fraquezas;

Em relação ao Ambiente Externo: as forças externas influenciam

positivamente na aplicação dos objetivos, por exemplo, as Oportunidades (de que

forma podemos nos beneficiar para atingir os objetivos) e as Ameaças (até que

ponto elas podem atrapalhar os objetivos).



21


d)

(A) (B)

Figura 1: A e B - Oficina 1 para construção da Matriz SWOT no COMAPA. Data: 20/04/2017. Fonte: Arquivo SMDA

3.2. OFICINA 2 – REUNIÕES DISTRITAIS

Nos anos de 2013 e 2015 a SMDA realizou-se reuniões nas comunidades

rurais envolvendo mais de 300 pessoas por edição, com objetivo de levantar as

principais demandas das localidades a fim de desenvolver a agricultura sustentável.

A partir das demandas catalogadas naquelas reuniões comunitárias e embasadas

na matriz SWOT definida pelas entidades que integram o COMAPA, foram traçados

os ―Objetivos Estratégicos‖ relativos ao futuro desejado para cada dimensão da

sustentabilidade.

Para o eixo econômico foram definidos 3 (três) Objetivos Estratégicos, e

destes, 4 (quatro) projetos. No eixo ambiental foram definidos 2 (dois) Objetivos

Estratégicos que resultaram em 2 (dois) projetos. O eixo Social contou com 4

(quatro) Objetivos Estratégicos, culminando com 6 (seis) projetos. Portanto, no total

foram elaborados 12 (doze) projetos que se caracterizam como meios para viabilizar

o alcance de cada Objetivo Estratégico.

A oficina 2 foi constituída por quatro Reuniões Distritais realizadas em

16/05/2017, 18/05/2017, 23/05/2017 e 25/05/2017 nos locais Salão Comunitário de

São Pedro, Salão Comunitário Capela das Almas (Vale dos Vinhedos), Salão

Comunitário de Tuiuty e Salão Comunitário de Faria Lemos, respectivamente.

Nas reuniões, após apresentação integral do PMDRS, foram validados os

Objetivos Estratégicos. A partir de então, foram construídos Projetos Técnicos

Padronizados para os eixos Econômico, Ambiental e Social devendo apresentar:



22


- Título;

- Responsável pela execução do projeto;

- Contextualização;

- Objetivo;

- Metas;

- Indicadores de desempenho;

- Recursos financeiros;

- Origem dos recursos;

- Instituições envolvidas (parcerias);

- Público alvo;

- Plano de ação.

(A) (B)

(C) (D)

Figura 2: Validação dos Objetivos Estratégicos com as comunidades rurais em Reuniões Distritais. A) Comunidade de São Pedro em 16/05/2017; B) Comunidade do Vale dos Vinhedos em 18/05/2017; C) Comunidade de Tuiuty em 23/05/2017 e D) Comunidade de Faria Lemos em 25/05/2017. Fonte: Arquivo SMDA

3.3. OFICINA 3 – CÂMARA DE VEREADORES

A Oficina 3 foi realizada em duas etapas. Primeiramente, a equipe técnica

da SMDA apresentou o andamento dos trabalhos relativo à construção do PMDRS



23


aos vereadores que compõe a Comissão da Agricultura da Câmara de Vereadores

de Bento Gonçalves, na data 03 de maio de 2017. Posteriormente, em 29 de maio

de 2017, o PMDRS foi apresentado integralmente em sessão pública da Câmara de

Vereadores com objetivo de validar projetos construídos a partir dos objetivos

estratégicos de cada eixo da sustentabilidade.

No primeiro encontro, por meio da socialização do diagnóstico do PMDRS, a

Comissão da Agricultura pode contribuir para cada uma das dimensões da

sustentabilidade, tirando dúvidas e fazendo as considerações pertinentes. Após a

apresentação pública do PMDRS e validação dos projetos propostos pela

comunidade, procedeu-se a formatação e redação final do documento.

(A) (B)

Figura 3: A - Apresentação do PMDRS à Comissão da Agricultura da Câmara de Vereadores B - Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores realizada em 29/05/2017. Fonte: Arquivo SMDA.

4. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

Através do estabelecimento de princípios e diretrizes, o PMDRS deve

fornecer orientações para as ações que influenciam o desenvolvimento municipal.

Os Princípios são definidos pelas idéias centrais de um sistema, ao qual dão

sentido lógico, harmonioso, racional, permitindo a sua compreensão e organização.

As Diretrizes são orientações, instruções ou indicações para se estabelecer

um plano, uma ação, um projeto etc.



24


4.1. DA FUNÇÃO SOCIAL DA CIDADE E DA PROPRIEDADE

Os princípios fundamentais que norteiam a elaboração de um Plano

Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável devem ser os estabelecidos na

Constituição Federal e no Estatuto da Cidade, entre eles, destaca-se o cumprimento

da função social da cidade e da propriedade.

A função social da cidade é usualmente um conceito constitucional

consignado como norma programática a ser instituída pelos municípios brasileiros,

que visa atendimento das necessidades individuais e coletivas e oferecimento de

melhores condições de vida aos habitantes da cidade.

A função social da propriedade pode ser entendida como a subordinação de

interesses privados do titular da propriedade aos interesses públicos e sociais. A

propriedade é tutelada na Constituição Federal (CF) no seu art. 5º, inciso XXII: “é

garantido o direito de propriedade”. Logo em seguida, aduz no inciso XXIII: “a

propriedade atenderá a sua função social”. A Carta Magna ainda dispõe que a

ordem econômica deverá observar a função social da propriedade (art.170, III).

O Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/64), tido por alguns como o Código

Agrário Brasileiro, no que se refere à questão da função social da propriedade, foi

seguido pela Constituição Federal em seu artigo 186.

Assim, dispõe o artigo 2º, §1º, do Estatuto da Terra sobre a função social da

propriedade:

―É assegurada a todos a oportunidade de acesso à propriedade da terra,

condicionada pela sua função social...

§ 1º – A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social

quando, simultaneamente, favorece o bem-estar dos proprietários e dos

trabalhadores que nela labutam, assim como de suas famílias; mantém níveis

satisfatórios de produtividade; assegura a conservação dos recursos naturais;

observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre os

que a possuem e a cultivam.‖

O Art. 186 da Constituição Federal preceitua que:



25


„―A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,

simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos

seguintes requisitos:

I - aproveitamento racional e adequado;

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio

ambiente;

III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.‖

4.2 DA GESTÃO DEMOCRÁTICA

A gestão da cidade democrática incorpora a participação dos diferentes

segmentos da sociedade em sua formulação, execução e acompanhamento,

garantindo: acesso público e irrestrito às informações referentes à política

urbana/rural; participação popular na formulação, execução, avaliação,

monitoramento e revisão da política urbana/rural; capacitação da população e

segmentos da sociedade para participação no planejamento e gestão da

cidade/campo.

4.3 DA SUSTENTABILIDADE

O princípio do desenvolvimento sustentável fundamenta-se no equilíbrio e

harmonização entre o desenvolvimento econômico, a justiça social e o uso eficiente

e conservacionista dos recursos da natureza, garantindo a qualidade de vida às

presentes e futuras gerações.

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o

desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem

comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o

desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na

Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações

Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento

econômico e a conservação ambiental.



26


Para tanto, é fundamental a participação popular. É a comunidade que

direciona a sustentabilidade local, por isso a comunidade precisa estar plenamente

sensibilizada de que essa atividade é uma forma de desenvolvimento e possibilidade

de prosperidade de todo um município ou região e como um importante elemento de

inclusão social com a geração de emprego e renda nas próprias localidades.

O conceito de desenvolvimento sustentável tem como vertentes principais o

crescimento econômico, a equidade social, eficiência econômica, diversidade

cultural, proteção e conservação do meio ambiente.

4.4. DAS DIRETRIZES E METAS DO PMDRS

4.4.1. São diretrizes no PMDRS

Incentivo à participação e organização dos produtores;

Diversificação das atividades agrícolas e sustentabilidade das propriedades

rurais;

Geração de renda, empreendedorismo rural, agroindústria familiar, sucessão

rural;

Prioridade em infra-estrutura de estradas, energia elétrica trifásica,

comunicação por telefonia móvel e internet, turismo rural;

Capacitação de servidores e agricultores para atividades ligadas à horticultura

e a produção animal;

Incentivo à permanência do jovem no campo;

Renovação e manutenção da patrulha agrícola da Prefeitura Municipal.

4.4.2 São metas do PMDRS:

Manter estrutura técnica formada por servidores de carreira, bem como a

soberania da Secretaria Municipal do Desenvolvimento da Agricultura;

Acrescer o percentual do orçamento anual da Prefeitura Municipal para

Secretaria Municipal do Desenvolvimento da Agricultura;



27


Implantar o Fundo Municipal de Agroindústrias e Desenvolvimento Rural –

FADER;

Priorizar ações de captação de recursos para projetos de infra-estrutura rural

com destaque para pavimentação e manutenção de estradas, energia elétrica

trifásica, comunicação por telefonia móvel e internet e abastecimento por redes

hidráulicas, entre outros que contribuam para o desenvolvimento sustentável do

município;

Assegurar a articulação das políticas agrícolas para desenvolvimento rural

sustentável;

Considerar as necessidades específicas de cada localidade conforme o

registro de demandas catalogadas em Reuniões Comunitárias desde o ano de 2009;

Garantir o atendimento das necessidades específicas de cada Distrito,

observando sua vocação e potencialidades;

Firmar parcerias com renomadas instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão

para desenvolver e executar os projetos previstos no PMDRS;

Incentivar a agricultura ecológica como uma forma de produção agrícola

menos danosa a saúde humana e a natureza, atrativa para aos agricultores em

especial aos jovens produtores motivando-os a permanecerem na propriedade rural;

Oportunizar o consumo de hortigranjeiros e produtos de agroindústrias

familiares;

Proporcionar lazer, saúde, qualificação as famílias rurais em especial aos

jovens como forma de incentivá-los a permanecer no meio rural;

Incentivar ações de empreendedorismo ao público rural para a

agroindustrialização e/ou abertura empresas familiares como forma de garantir

renda, qualidade de vida, sustentabilidade da agricultura e sucessão familiar sem

descaracterizar o meio rural;



28


Desenvolver meios de garantir o abastecimento de água potável para

população, bem como sua disponibilidade para irrigação, piscicultura e

dessedentação animal;

Implantar um programa de Patrulha Mecanizada, agroindustrialização,

mecanização agrícola e obras de engenharia civil para a área rural do Município;

Difundir e promover a prática de técnicas corretas e adequadas de produção,

cultivo e comercialização junto aos produtores rurais;

5. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE BENTO GONÇALVES

Os primeiros imigrantes italianos começaram a chegar a então Colônia Dona

Isabel, em dezembro de 1875. Em meio a muitas dificuldades, conseguiram

promover um grande desenvolvimento ao local que, por volta de 1890, desmembrou-

se do município de Montenegro e passou a se chamar Bento Gonçalves.

Berço da vitivinicultura do Brasil, principal referência na produção de uva e

vinho, Bento Gonçalves possui uma ―vocação natural‖ pelo turismo, pela sua

excelente localização, infra-estrutura, paisagens, atrativos naturais e culturais.

O turismo rural é alavancado pelas vinícolas, produção de uva de mesa em

cultivo protegido e agroindústrias familiares. A produção familiar com o

processamento artesanal tem incrementado o turismo rural, além de ser fundamental

para a diversificação da economia dos agricultores.

O incentivo a regularização das agroindústrias familiares resulta na

comercialização através de cadeias curtas, ou seja, produção, processamento na

propriedade e venda direta aos consumidores.

Localizado na Serra Gaúcha, uma das principais regiões turísticas do Brasil,

Bento Gonçalves possui um dos mais altos Índices de Desenvolvimento Humano

(IDH) nacionais, oferecendo a população e aos turistas uma excelente qualidade de

vida.

Atualmente, a economia de Bento Gonçalves apresenta uma estrutura forte

e bastante diversificada entre os segmentos da indústria, comércio e serviços.



29


Despontam-se principalmente o setor moveleiro, metal-mecânico e elétrico,

vinícola e de transporte.

Na área vitivinícola Bento Gonçalves tem um total de dez por cento das

indústrias do Estado e produz 26,7% de vinhos e derivados do Rio Grande do Sul

(IBRAVIN, 2012). No segmento turístico são inúmeros os atrativos ligados à uva e

ao vinho, o que torna Bento Gonçalves uma cidade de visita obrigatória na

conhecida 'Região Uva e Vinho' na Serra Gaúcha. O turismo vem se consolidando

como um dos mais importantes destinos nacionais, graças aos atrativos nas áreas

rurais como o Vale dos Vinhedos, Caminhos de Pedra, Vale do Rio das Antas, Rota

Cantinas Históricas e Rota Rural Encantos de Eulália.

6. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO RURAL DE BENTO GONÇALVES

Bento Gonçalves localiza-se na Encosta Superior do Nordeste do Rio

Grande do Sul, a 124 quilômetros da capital Porto Alegre, a uma altitude de 618m do

nível do mar.

Figura 4: Localização de Bento Gonçalves. Fonte: Site Prefeitura, 2017.



30


Conforme IBGE, a população estimada de Bento Gonçalves para 30 de

agosto de 2016 é de 114.203 habitantes e área territorial da cidade tem a extensão

de 274,069Km².

A cidade possui um relevo bastante acidentado, caracterizado por escarpas

e vales e uma rica rede hidrográfica, sendo cortada por vários arroios. O principal rio

é o Rio das Antas.

O clima da cidade é o subtropical de altitude, sendo os meses mais frios

junho e julho, com temperaturas médias mínimas de 8ºC e médias máximas de

17ºC. Os meses mais quentes são janeiro e fevereiro, com temperaturas médias

mínimas de 17ºC e médias máximas de 26ºC.

A cidade de Bento Gonçalves faz divisa com os municípios de Veranópolis,

Cotiporã e Nova Roma do Sul ao Norte, Garibaldi e Farroupilha ao Sul, Monte Belo

do Sul e Santa Tereza a Oeste, a Leste com o recém emancipado Pinto Bandeira.

Os principais acessos ao município são a RS-470 que cruza o município na

direção Norte-Sul, sendo que ao norte liga o município a Veranópolis e ao Sul liga o

município a Garibaldi e a RS-453 que serve de acesso para o município de

Farroupilha.

Figura 5: Principais acessos viários de Bento Gonçalves. Fonte: site Prefeitura, 2017.



31


6.1. COMUNIDADES RURAIS

A zona rural de Bento Gonçalves é composta aproximadamente por 1.900

famílias trabalhando na agricultura dos Distritos de Faria Lemos, Tuiuty, Vale dos

Vinhedos e São Pedro. Com aproximadamente 5.700ha de área plantada

(EMATER/RS-ASCAR), as 1.700 propriedades rurais destacam-se na produção de

uva, representando a terceira maior economia do Município com cerca de 122 mil

toneladas/ano. Cabe destaque à produção de hortigranjeiros e grãos, com produção

de cerca de 15.990 toneladas/ano. Existem no município 01 cooperativa de

viticultores e 03 associações de produtores rurais.

Tabela 1: Estruturas Associativas e Representativas do Meio Rural. Fonte: Emater, 2016.

Figura 6: Mapa de localização dos Distritos de Bento Gonçalves. Fonte: IPURB, 2016.



32


6.2 CLIMA

O clima caracteriza-se como mesotérmico do tipo temperado (Nimer,

1989) devido às condições da topografia, da localização e da dinâmica da

circulação atmosférica. A localização em latitudes médias e a proximidade do mar

resultam numa evaporação e insolação ainda intensas, contribuindo para um

maior volume de precipitação quando a região é atingida pelas frentes frias

ou correntes ascendentes. De acordo com a Embrapa Uva e Vinho de Bento

Gonçalves predominam os ventos na direção nordeste.

A dinâmica das massas de ar que atuam na região, sendo no

inverno predomínio da massa de ar polar e no verão, massa de ar tropical e/ou

equatorial exerce papel importante, origina uma distribuição pluviométrica

espacial e temporal uniforme, de aproximadamente 1.700 mm anuais.

A temperatura também apresenta um comportamento uniforme,

pois é condicionada pelo relevo com médias entre 17°C a 19°C. Mas, nas

áreas mais elevadas das escarpas do Planalto das Araucárias, as médias chegam

de 10°C a 12°C nos meses de inverno rigoroso.

6.3. SOLO

6.3.1. Geologia

No período do Mesozóico, o Brasil foi cenário das maiores atividades

vulcânico que se conhece ao longo da história da Terra. Todo o sul do Brasil,

Uruguai e parte do norte da Argentina e Paraguai, a bacia Sedimentar do

Paraná sofreu seus efeitos. Cerca de 1.500.000 km2 foram cobertos por lavas

basálticas que se sucederam em derrames confinuos de lavas, que em certos

lugares alcançou espessuras de 1.500 m.

Segundo os cálculos realizados por Leinz, Bartorelli, Sadowisk e Isotta

(1969), o volume de lavas basálticas emitidas na Bacia do Paraná foi na ordem de

650.000 km3, abrangendo toda a região centro-sul do Brasil e estendendo-se ao

longo das fronteiras do Paraguai, Uruguai e Argentina.

A origem geológica de Bento Gonçalves integra a Formação Serra Geral



33


fig. 04 da Série São Bento, na Bacia do Paraná (FIBGE, 1990, 1996),

cronologicamente pertencentes aos períodos Triássico e Jurássico, estendendo-se

até o Cretáceo Inferior da Era Mesozóica.

Figura 7: Mapa de Dominio Território Rio Grande Sul. Fonte: Unipampa, 2014.

A formação Serra Geral constitui-se de uma sucessão de derrames de

lavas, de composição básica e ácida. Na região ocorrem os dois tipos de rochas

vulcânicas pertencentes a esta formação. As rochas efusivas básicas,

representadas na região pelos basaltos, apresentam uma variedade de cores que

grada do cinza escuro ao negro, com tonalidades esverdeadas. As cores escuras

devem-se principalmente a granulação fina e a abundante presença de minerais

ferromagnesianos e de vidros vulcânicos.

Como características texturais os basaltos apresentam-se comumente

afaníticos, finos a médios, pequenos geodos imperfeitos são encontrados no solo,

confirmando a presença das estruturas vesículo-amigdalóides.

Os basaltos são rochas constituídas, predominantemente, por plagioclásio



34


e piroxénio. O plagioclásio é a labradorita que varia a termos intermediários até

próximo à composição da andesina. O piroxénio destas rochas é a variedade

augita, que pode apresentar ocasionalmente pequenas coroas, reações para

hornblenda, alterando-se para clonta.

Sofrem decomposição relativamente rápida em um clima como o nosso,

desenvolvendo geralmente uma espessa camada de solo, podendo chegar a

dezenas de metros. É um solo argiloso, avermelhado, muito apropriado para

agricultura, apesar de sua acidez relativamente elevada.

A sequência ácida, situada estratigraficamente em posição superior em

relação às rochas básicas, apresenta predominantemente rochas rioliticas que

quando alteradas, exigem coloração de tons cinza-claro e amarelados,

tornando-se até avermelhadas quando impregnadas por óxidos de ferro. Os

riolitos são rochas afaniticas holocristalinas, formados por plagioclásio feldspato

alcalino e quartzo.

6.3.2. Geomorfologia

A região pertence à província geomorfológica do planalto das Araucárias,

com altitudes médias de 500 a 900 metros (FIBGE. 1990). Apresenta relevos

conservados e dissecados de planaltos devidos as suas escarpas recortadas pelo

entalhe da drenagem, que secciona as várias sequências de derrames, formando

patamares.

A área de estudo pertencente ao Domínio Estrutural da Bacia e

Coberturas Sedimentares, região Geomorfológica Planalto das Araucárias,

Unidade Geomorfológica Planalto dos Campos Gerais.

A topografia ondulada no topo com bordas escarpadas, resulta do

processo de dissecação, a partir de alterações climáticas com maior capacidade

de erosão vertical, o que preservou áreas mais elevadas, testemunhos de uma

superfície anterior e servem hoje de divisores de águas dos pequenos córregos

que correm na direção Oeste, formando os tributários do Rio Taquari-Antas. Esta

Unidade caracteriza-se por apresentar-se ampla na área elevada, especialmente

descontínua, separada por áreas de relevo dissecado. As formas de relevo



35


desenvolveram-se especialmente de rochas efusivas da Formação Serra Geral,

formando colinas isoladas entre si por vales de fundo semiplanificado, com

entalhamento médio das encostas.

Os topos das colinas apresentam-se geralmente planificados, observando-

se declives médios nas encostas. Os lineamentos estruturais possuem uma

orientação preferencial NE-SW, e normalmente encontra-se ocupados por

incipientes drenagens. A intensa dissecação da região em estudo está relacionada

à confluência das bacias hidrográficas, afluentes do Taquari-Antas.

O centro-leste da Unidade Planalto dos Campos Gerais caracteriza-se por

formas de relevo de dissecação diferencial, traduzidas por entalhamentos fluviais

que se apresentam embutidos em linhas estruturais, onde ocorrem inúmeros

arroios. De qualquer forma, as características do Relevo de Planalto são propícias

ao desenvolvimento de uma vegetação do tipo Florestal, que na área aparece

como Floresta Estacionai Decidual e Floresta Ombrófila Mista.

Figura 8: Províncias Geomorfológicas do RS. Fonte: IBGE, 1986.



36


6.3.3. Classificação dos Solos

O solo é o recurso básico e substrato essencial tanto para o abrigo das

estruturas físicas, quanto, o cultivo de espécies vegetais e criação de rebanhos.

Suas características físicas, químicas e estruturais devem ser conhecidas

com o fim de subsidiar tanto os produtores rurais em seus investimentos de

exploração econômica das terras como também o poder público na elaboração das

políticas de planejamento e desenvolvimento.

O manejo correto do solo segue a premissa de que esse deve ser usado de

acordo com sua capacidade e protegido conforme sua necessidade.

Em função da diversidade litológica e do relevo, os solos de Bento

Gonçalves apresentam variações em suas propriedades morfológicas, físicas e

químicas. Predominam solos com argila de atividade alta e eutróficos, mas também

ocorrem solos com elevados teores de Al3+, distróficos e com argila de atividade

baixa.

A grande maioria dos solos apresenta cores brunadas e atração magnética,

que reflete, respectivamente, a formação dos solos em ambientes com temperaturas

amenas e úmidos e a ocorrência de rochas básicas como materiais de origem.

Como o relevo se apresenta em patamares, verifica-se que nas áreas mais

declivosas tende a aparecer solos menos desenvolvidos com sequência de

horizontes A-R ou A-C-R, classificados como Neossolos Litólicos. Nas áreas menos

declivosas predominam solos mais desenvolvidos com sequência de horizontes A-B-

C-R, ocorrendo chernossolos argilúvicos e háplicos, nitossolos brunos, argissolos

vermelho-amarelos e bruno-acinzentados.



37


Figura 9: Mapa semi-detalhado de solos de Bento Gonçalves. Fonte: Corede Serra, 2016.

6.3.3.1. Argissolos

São solos medianamente profundos, moderadamente drenados, com

horizonte B textural (horizonte diagnóstico que caracteriza a classe de solo), de

cores vermelhas a amarelas e textura argilosa, abaixo de um horizonte A ou E de

cores mais claras e textura arenosa ou média, com baixos teores de matéria

orgânica. Apresentam argila de atividade baixa e saturação por bases alta

(proporção na qual o complexo de adsorção de um solo está ocupado por cátions

alcalinos e alcalino-terrosos, expressa em percentagem, em relação a capacidade

de troca de cátions). Desenvolvem-se a partir de diversos materiais de origem, em

áreas de relevo plano a montanhoso.

A maioria dos solos desta classe apresenta um evidente incremento no teor

de argila, com ou sem decréscimo, do horizonte B (horizonte de máxima iluviação ou

de máxima expressão das características do horizonte B) para baixo no perfil.



38


6.3.3.2. Cambissolos

Os Cambissolos são solos pouco desenvolvidos, mais novos e com

Horizonte B incipiente. No território em estudo se destaca o Cambissolo Háplico,

característico de áreas com declive acentuado, pedregosas, com alta CTC no

Horizonte A, com caráter mais limitante do que de potencialidade para a exploração

agrícola.

Devido à heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e

das condições climáticas, as características destes solos variam muito de um local

para o outro. Assim, a classe comporta desde solos fortemente até imperfeitamente

drenados, de rasos a profundos, de cor bruna ou bruno-amarela até vermelho

escuro, e de alta a baixa saturação por bases e atividade química da fração coloidal.

6.3.3.3. Chernossolos

Solos de desenvolvimento não muito avançado, originários de rochas ricas

em cálcio e magnésio e presença de minerais esmectíticos que conferem alta

atividade da argila e eventual acumulação de carbonato de cálcio, promovendo

reação aproximadamente neutra ou moderadamente ácidos a fortemente alcalinos,

com enriquecimento em matéria orgânica. São classificados pela presença de

horizonte diagnóstico superficial A chernozêmico de alta saturação por bases, teores

elevados de carbono orgânico e de carbonato de cálcio acima de um horizonte B

textural ou com caráter argilúvico e argila de atividade alta.

6.3.3.4 Neossolos

Solos constituídos por material mineral ou por material orgânico pouco

espesso em razão de maior resistência do material de origem ou dos demais fatores

de formação (clima, relevo ou tempo) que podem impedir ou limitar a evolução dos

solos. Apresentam predomínio de características herdadas do material originário,

sendo solos pouco evoluídos e sem a presença de horizonte diagnóstico.



39


Os Neossolos podem apresentar alta (eutróficos) ou baixa (distróficos)

saturação por bases, acidez e altos teores de alumínio e de sódio. Variam de solos

rasos até profundos e de baixa a alta permeabilidade.

6.3.3.5. Nitossolos

Solos constituídos por material mineral, não hidromórfico, com presença de

horizonte diagnóstico subsuperficial B nítico em sequência a qualquer tipo de

horizonte A. Apresentam baixa atividade da argila, podendo apresentar caráter

alítico imediatamente abaixo do horizonte A.

São profundos, bem drenados, de coloração variando de vermelha a

brunada. Em geral, são moderadamente ácidos a ácidos, apresentando saturação

por base alta ou baixa com composição caulinítico-oxídica implicando na presença

de argila de atividade baixa.

6.4. USO DO SOLO

O uso do solo é uma combinação de um tipo de uso (atividade) e, quando

existe a ocorrência, de um tipo de assentamento (edificação). As classes de uso do

solo são criadas principalmente com a finalidade de classificação das atividades e

tipos de assentamento para efeito de sua regulação e controle. De maneira geral, o

uso do solo do município de Bento Gonçalves foi classificado seguindo quatro

Classes, descritas abaixo:

Vegetação Arbórea: Refere-se a todo tipo de vegetação arbórea existente,

seja ela nativa ou implantada (florestamento e reflorestamento);

Áreas Agricultáveis: As áreas agricultáveis abrangem tanto as áreas com

vinhedos, fruticultura, olericultura (culturas anuais) em menor proporção para

pastagens (produção animal);

Áreas Urbanizadas: Refere-se às áreas construídas (edificações) existentes

na área rural;

Solo Exposto: As áreas de solo exposto podem ser expressas como sendo

áreas de transição, onde existia uma atividade e, será destinada para outros fins.



40


6.5. ÁGUA

6.5.1. Hidrografia

Bento Gonçalves está inserida na Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas

situada na porção nordeste do Rio Grande do Sul, entre as coordenadas 28°10‘ a

29°57‘ de latitude Sul e 49°56‘ a 52°38‘ de longitude Oeste. Ocupando uma área de

26.428 km2, Taquari–Antas corresponde a 9% do território do estado do Rio

Grande do Sul. A Bacia faz parte da Região Hidrográfica do Gualba, sendo o rio

Taquari-Antas o principal afluente do rio Jacui que é o maior formador do Guaiba.

As nascentes do Taquari-Antas localizam-se no extremo leste da Bacia,

com a denominação de rio das Antas até a confluência com o Carreiro, quando

passa a denominar-se rio Taquari desembocando junto ao Rio Jacui. Tem uma

extensão de 530 km desde as nascentes até a foz, sendo 390 km denominado

Rio das Antas e 140 km denomina-se Rio Taquari.

6.5.2. Recursos Hídricos

Segundo Machado e Freitas (2005), a região de Bento Gonçalves

encontra-se, mais precisamente na área do Sistema Aquífero Serra Geral I, com

aquíferos de alta e média potabilidade para águas subterrâneas em rochas com

porosidade por fraturas. Segundo a Agência Nacional de Águas — ANA (2005), a

forma como as rochas armazenam e transmitem a água subterrânea influencia

diretamente a sua qualidade.

Predominam poços com capacidades específicas entre 1 e 4 m³/h/m, e

excepcionalmente se encontram poços com valores superiores a 4 m³/h/m. As

salinidades em geral são baixas, em média 200 mg/I. Poços que captam águas

mais salinas, sódicas e de elevado pH (entre 9 e 10), provavelmente

correspondem a porções do aquífero influenciadas por águas ascendentes do

Sistema Aquífero Guarani.



41


6.6. VEGETAÇÃO NATURAL

A região inserida no Bioma Mata Atlântica abriga Floresta Ombrófila Mista,

caracterizada por apresentar o estrato superior dominado pela Araucária

angustifolia, que dá a paisagem uma fisionomia própria. O estrato inferior é

constituído por árvores mais baixas ou arbustos arborescentes, pertencente em

grande parte às Mirtáceas. Conforme Teixeira e Coura Neto (1986) apudLonghi

(2011), a Floresta Ombrófila Mista compreende as formações ―Submontana‖,

―Montana‖ e ―Alto-Montana‖. Na Floresta Ombrófila Mista, a Araucaria angustifólia

forma uma cobertura muito característica, por vezes contínua, dando a impressão de

se tratar de uma formação uniestratificada. Além da presença dominante da

Araucaria angustifólia no estrato superior, Reitz et al. (1983) apudLonghi (2011),

descrevem a presença de um denso sub-bosque, constituído, sobretudo, de

Lauráceas, Aquifoliaceae, Asteraceae e Myrtaceae.

A cobertura vegetal original na região foi profundamente alterada pela

ação antrópica. Contudo, ainda restam algumas áreas de florestas

localizadas nas superfícies mais acidentadas e isoladas das escarpas do

planalto.

As extensas florestas possibilitaram o surgimento das serrarias e a

construção das habitações de madeira. Com a chegada da ferrovia na região

permitiu-se a exportação da madeira. O uso da madeira nas indústrias da

construção e do mobiliário e como fonte de energia, na indústria, nas residências

e na ferrovia, promoveu um rápido processo de desmatamento na região.

No passado a região estava revestida de bosques de Araucária

angustifólia intercalados por campos nos topos mais suaves, a denominada

Floresta Ombrófita Estacional Mista e, nas áreas escarpadas do planalto por

espécies pertencentes à Floresta Estacionai Decidual (FIBGE, 1986).

Quanto mais plana e extensa a área, maiores eram as manchas de

vegetação campestre e, quanto mais acidentado o terreno, mais densos e

contínuos os bosques de araucária e matas de encosta.

Conforme o estudo de situação elaborado pela Emater (2016), Bento

Gonçalves mantém 5.600 ha de mata nativa e 140 ha de florestas exóticas.



42


7. DIAGNÓSTICO

O presente diagnóstico contempla uma análise conjuntural, abordando os

aspectos socioeconômicos, políticos, técnicos e ambientais, todos relacionados à

atividade agrícola, pecuária e agroindustrial de Bento Gonçalves.

O Diagnóstico Rural é um levantamento realizado pela Administração

Pública Municipal, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento da

Agricultura (SMDA), reunindo dados e informações provenientes de fontes primárias

e secundárias, com a finalidade de subsidiar a confecção do Plano Municipal de

Desenvolvimento Rural Sustentável.

A SMDA, através de seus servidores qualificados e seu caráter autônomo,

vem trabalhando desde 2013 com as comunidades rurais através de reuniões nas

localidades interioranas para identificação de demandas proclamadas pelos

agricultores. Essas demandas foram a base para elaboração deste documento

embasado no anseio da população rural, com objetivos e metas a serem alcançadas

a médio e longo prazo.

O Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (PMDRS) é,

portanto, um instrumento orientador da administração pública e da sociedade local,

contendo uma série de políticas públicas voltadas à área rural e às atividades

vinculadas a ela, e pensadas para um horizonte de tempo e para o município de

Bento Gonçalves.

7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Bento Gonçalves é a Capital Brasileira da Uva e do Vinho e também a

primeira região do Brasil a obter a Indicação de Procedência pelo Vale dos

Vinhedos, possui também certificado que qualifica a origem do produto em nível

mundial.

O ensino na área técnica agrária e ambiental é alavancado pelas

importantes Instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão. Bento Gonçalves conta

com a Universidade de Caxias do Sul Campus Universitário da Região dos Vinhedos

– UCS/CARVI; Faculdade FTEC, Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) e Faculdade



43


Cenecista que disponibilizam cursos de graduação e pós-graduação nas áreas

biológicas e gestão ambiental. O Instituto Federal do Rio Grande Sul-IFRS/Campus

Bento oferece cursos nível técnico, tecnológico e especialização nas áreas de

horticultura, viticultura, enologia e está previsto o curso superior em Agronomia para

iniciar no segundo semestre de 2017.

A Embrapa Uva e Vinho é uma importante instituição geradora de pesquisa

científica e desenvolvimento na área vitivinícola, com a capacidade de transformar a

realidade produtiva através do melhoramento genético e lançamento de variedades

de uva de interesse do agricultor para atender o mercado de consumo de mesa,

suco, vinhos e espumantes.

O escritório municipal da Emater/ASCAR destaca-se pela assessoria técnica

para agroindústrias, fruticultura e olericultura; organização rural (Grupos de

Mulheres, Associação dos Agricultores Familiares de Bento Gonçalves e Associação

de Produtores Ecológicos de Bento Gonçalves (APEB); elaboração de projetos

técnicos e de crédito rural, emissão de Declaração a Aptidão ao PRONAF (DAP),

além de prestar apoio na construção das políticas públicas para o setor primário.

Os produtores rurais têm acesso ao crédito através das instituições

financeiras como o Banco do Brasil, Banrisul e Sicredi, além da própria Emater que

em 2016 elaborou 155 projetos de custeio agrícola no âmbito do PRONAF somando

valor de mais de sete milhões de reais.

Segundo dados da Emater (2016), há 14 câmaras frias distribuídas nos

quatro distritos de Bento Gonçalves com capacidade de armazenamento em torno

de 600 toneladas frutas e olerícolas.

Conforme o Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN) através do Sistema

Integrado de Declarações Vinícolas (Sisdeclara) existe no município em torno de 72

estabelecimentos entre cooperativas, associações, vinícolas, indústrias de

processamento de vinho e sucos e pelo menos 10 entidades representativas do

setor.



44


7.2. ESTRUTURA DA SECRETARIA DE MUNICIPAL DO DESENVOLVIMENTO DA

AGRICULTURA (SMDA)

A Secretaria Municipal do Desenvolvimento da Agricultura (SMDA) é

formada por dez servidores de carreira, dois servidores em Cargo de Confiança e

quatro terceirizados. São servidores efetivos 01 Medico Veterinário, 01 Engenheiro

Agrônomo, 03 Técnicos Agrícolas, 01 Geólogo, 01 Assessor Administrativo, 01

Motorista e 01 Auxiliar de Serviços Gerais.

Conforme a Lei Municipal N° 6.061, de 1° de março 2016, a estrutura da

SMDA pode ser visualizada na Figura 10:



45


Figura 10: Organograma SMDA. Fonte: SMDA, 2017.



46


7.2.1. Divisão de Desenvolvimento Rural

Unidade responsável por articular as políticas, planejamento, normatização,

coordenação, supervisão das atividades agrícolas, desenvolvendo ações engajadas

com outros setores para o oferecimento de cursos, projetos e demais ações

necessárias aos agricultores.

7.2.2. Divisão de Assessoria Técnica à Produção Rural

Assessoramento técnico especializado a todas as unidades da Secretaria,

podendo este abranger as áreas tecnológicas, de comunicação, de planejamento,

além de outras, de acordo com as especificidades funcionais que atendam as

necessidades da Secretaria;

- Elaboração de pareceres, laudos técnicos, fiscalização, notas técnicas de

acordo com a área funcional;

- Organização de palestras técnica, tardes de campo de acordo com a

demanda dos agricultores;

- Gerenciamento do Programa Municipal de Desenvolvimento e Qualificação

do Meio Rural conforme legislação municipal vigente;

- Ampliação de mercados através da orientação e execução das políticas

públicas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar e Programa de

Aquisição de Alimentos;

- Execução, orientação, planejamento, prestação de contas do Programa

Estadual Troca-Troca de Sementes de Milho;

- Execução, orientação, planejamento, prestação de contas dos Programas

de Estado do Rio Grande do Sul;

- Incentivo a Piscicultura e Apicultura conforme legislação municipal;

- Gerenciamento dos serviços terceirizados de máquinas agrícolas nas

propriedades rurais;

- Exercício de outras competências correlatas, em razão de sua natureza.



47


7.2.3. Divisão de Produção Animal

Unidade responsável pelas ações de defesa sanitária animal e combate a

doenças veterinárias ou infectas contagiosas, parasitarias, prestando assistência

técnica e orientação aos produtores rurais no que tange as vacinações necessárias,

a produção e reprodução de gado leiteiro, ovinos, suínos e caprinos. A unidade

abrange os seguintes departamentos:

7.2.3.1. Serviço de Inspeção Municipal (SIM)

Órgão específico singular subordinado ao Secretário de Desenvolvimento da

Agricultura do Município de Bento Gonçalves, compete:

• Contribuir para a formulação da política agrícola no que se refere à inspeção

higiênico-sanitária de produtos e subprodutos de origem animal;

• Planejar, normatizar, coordenar e supervisionar as atividades de inspeção

higiênico-sanitária de produtos e subprodutos de origem animal, em especial:

I. Fiscalização e inspeção de produtos, derivados, subprodutos e resíduos de origem

animal;

II. Coleta de amostras para análise laboratorial como suporte às ações de inspeção

higiênico-sanitária de produtos e subprodutos de origem animal.

• Coordenar a elaboração, promover a execução, acompanhamento e avaliação dos

programas e ações do SIM;

• Promover a implantação dos sistemas de gerenciamento do SIM e atualizar a base

de dados com informações técnico operacionais e estratégicas;

• Implantar e implementar as ações decorrentes de decisões de organismos e atos

de tratados, acordos e convênios com o Estado e União; relativas aos assuntos de

sua competência;

• Promover a articulação intra-setorial e inter-setorial necessária à execução das

atividades de inspeção higiênico-sanitária de produtos e subprodutos de origem

animal.



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7.2.3.2. Da Organização do SIM

O Serviço de Inspeção Municipal da Secretaria Municipal de

Desenvolvimento da Agricultura SIM/SMDA, tem a seguinte estrutura:

Coordenação do Serviço de Inspeção Municipal, coordenado por Médico

Veterinário, nomeado por concurso público:

a. Seção de Inspeção de Carnes e Derivados;

b. Seção de Inspeção de Leite e Derivados, Mel e Produtos Apícolas;

c. Seção de Inspeção de pescado e derivados;

d. Seção administrativa.

7.2.3.3. Agroindústria e Selo Sabor de Bento

Unidade responsável pelas ações voltadas para o planejamento da

produção, incentivo à participação do produtor em programas e ações

governamentais voltados para a ampliação do crédito rural, e que visem a garantir a

segurança alimentar, armazenamento dos produtos e planejamento de venda futura

em melhores condições de mercado.

7.2.4. Divisão de Geologia e Recursos Hídricos

- Elaboração de estudos, projetos e execução das obras relativas à

implantação, ampliação ou remodelação das redes de abastecimento de água

potável na zona rural do município;

- Fiscalização e conservação dos serviços de abastecimento de água

potável na zona rural;

- Acompanhamento de locação e perfuração dos poços, confecção de

projetos de rede de água;

- Manutenção, reparo, serviços de urgência, etc.



49


7.2.5 Divisão de Captação de Recursos, Gestão de Pessoal, Orçamento e

Finanças

- Execução das despesas e pagamentos mediante orientação da unidade

administrativa competente;

- Elaboração do Plano Plurianual e o Orçamento Anual de acordo com a

legislação vigente, em conjunto com os órgãos próprios da Prefeitura;

- Execução das atividades contábeis e financeiras que lhe sejam delegadas;

- Execução, acompanhamento, registro e controle das dotações

orçamentárias e créditos adicionais;

- Gerenciar cadastramento projetos para captação de recursos estaduais e

federais, bem como monitorar a publicação de editais, prazos, prestação de contas

dos recursos;

- Controle de efetividade para folha de pagamento dos servidores, assim

como, controle da concessão de adiantamentos e diárias;

- Controle da frequência dos servidores terceirizados seus vínculos e

encaminhamentos de solicitações de recessos, férias, licenças, afastamentos,

direitos, deveres e garantias individuais e sociais;

- Controle da frequência dos SERVIDORES E ESTAGIÁRIOS, seus

vínculos, recessos, férias, licenças, afastamentos, direitos, deveres e garantias

individuais e sociais;


7.2.6 Divisão de Feiras

- Gerenciamento e controle de cadastro de feirantes e horário de

funcionamento das feiras;

- Organização e fiscalização dos espaços ocupados pelos feirantes com

isolamento de ruas;

- Levantamento de dados para elaboração de preço médio a ser

comercializado na feira;



50


- Vistoria de boxes, bancas, toldos e demais equipamentos em conformidade

com a legislação vigente;

- Gerenciamento, organização e controle de dados referentes aos números

de boxes/bancas, feirantes e demais registros necessários ao controle estatístico;


7.2.7 Divisão de Talão de Produtor Rural

Unidade responsável por coordenar as atividades burocráticas relacionadas

à comercialização da produção agrícola e emissão de talões de produtor.

Tarefas que o setor primário desempenha:

- Solicitação de inscrições de talões;

- Emissão de talões novos para Microprodutor;

- Cancelamento de talões inativos;

- Lançamentos das notas fiscais que vem das Vinícolas junto do talão de

agricultor;

- Fechamento de Inscrição quando o agricultor solicita.

Benefícios que o agricultor pode ter com o talão de produtor:

- Compra de carro novo com desconto;

- Desconto no pagamento da conta de luz;

- Desconto na contratação de máquinas e tratores;

- Empréstimo facilitado;

- É necessário o talão para obter o Pronaf;

- Transporte de seus produtos sem se preocupar com a fiscalização;

- Aposentadoria com 15 anos de contribuição.

7.3 PROGRAMAS GERENCIADOS PELA SMDA

Visando a melhoria das condições produtivas e ampliação das atividades

nas propriedades, a Prefeitura Municipal através da Secretaria Municipal de

Desenvolvimento da Agricultura (SMDA), vem desenvolvendo diversos programas

entre os quais destacam-se:



51


7.3.1. Feira do Produtor Rural e Feira Ecológica

Atualizada pela Lei nº 6175/2017 e com Regimentos Internos Distintos

(Decreto Nº 9428/2017 e Decreto Nº 9429/2017), a Feira Livre do Produtor Rural

(Tradicional) e Feira Ecológica tem o objetivo de aproximar agricultores locais e

público consumidor.

As feiras são uma oportunidade de escoamento da produção agrícola do

município, bem como facilitar o acesso dos consumidores bentogonçalvenses aos

produtos oriundos da agricultura familiar. Dessa forma, os consumidores, podem

conhecer a procedência dos produtos que estão adquirindo tornando a relação de

compra e venda mais segura e pessoal. No ano de 2010 foi aprovado projeto em

conjunto com o governo federal para a revitalização das feiras onde, cada feirante,

foi contemplado com: barraca, caixas plásticas, guarda pó, placas de preços, lixeiras

e balanças.

FEIRA LIVRE DO PRODUTOR RURAL

Terça-feira 05h às 09 h - Travessa Pelotas. Cidade Alta

Sábados Das 05 às 10:30 h - Av. Barão do Rio Branco. Centro

FEIRA ECOLÓGICA Terça-feira 10h às 12h - Ao lado da Igreja São Roque

13:45h às 18h - Rua Felix da Cunha. Centro

Sexta 14h às 18h - Rua Fernandes Vieira. Cidade Alta

FEIRA DO PEIXE VIVO

Realizada no segundo sábado do mês

Das 07h às 10:30h - Rua Felix da Cunha. Centro

FEIRA DAS FLORES

Realizada anualmente no mês de Novembro, na véspera do feriado de Finados na Via Del Vino.

Figura 11: Quadro das Feiras realizadas no município. Fonte: SMDA, 2017.



52


7.3.2. Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Rural de Bento Gonçalves

A Lei Municipal nº 4.597, de18/06/2009 visa promover o desenvolvimento

sustentável da área rural proporcionando ao agricultor do município a título de apoio

social e incentivo às atividades rurais serviços de máquinas, a fim de contribuir e

estimular o desenvolvimento da agricultura familiar onde o produtor paga valor/hora

definido anualmente.

Requisitos para o benefício: Ser produtor rural com talão de produtor e estar

habilitado conforme Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar,

Lei Federal nº 11.326, de 24/06/2006.

7.3.3. Serviço de Inspeção Municipal (SIM)

O Serviço de Inspeção Municipal foi criado em 2009 e teve sua lei e decreto

revisados em 2016, a legislação passou por mais uma adequação em 2017 para que

o município se torne apto a aderir ao SUSAF-RS. Este processo de adesão foi

iniciado em 2016, visitas realizadas pelos técnicos da CISPOA, Segundo o Relatório

de Auditoria SISBI-SUSAF/RS No. 14/2016 (Tipo de Auditoria – Prévia) e o Relatório

de Auditoria SISBI-SUSAF/RS No. 01/2017 (Tipo de Auditoria – Reconhecimento)

onde foram gerados relatórios e o Plano de Ação, os técnicos fizeram colocações e

apontamentos com vistas a agilizar o processo de adesão que por hora foi negado.

Através do processo de adesão do município ao SUSAF-RS as

agroindústrias de produtos de origem animal poderão comercializar seus produtos

em todo o território estadual. Atualmente o Serviço fiscaliza 5 agroindústrias de

produtos de origem animal sendo elas: um entreposto de carnes, uma fábrica e

fatiamento em supermercados e similares, uma queijaria, um micro-abatedouro de

frangos e uma fábrica de embutidos.

7.3.4. Programa de Máquinas Terceirizadas

Este programa objetiva disponibilizar aos agricultores serviço terceirizado

com máquinas agrícolas para realizar atividades nas propriedades rurais com



53


objetivo de proporcionar melhorias na área produtiva bem como facilitar o

escoamento da produção. Assim como os outros programas gerenciados pela

SMDA, a missão é fortalecer a propriedade rural e incentivar a permanência dos

agricultores e suas famílias na produção agrícola.

Através de Processo Licitatório (Edital 003/2013 e Processo 3.444/2013), foi

realizado em abril de 2013 o Chamamento Público, onde participaram 14 empresas

das quais 4 prestaram os serviços em 2016.

Nos anos de 2014, 2015 e 2016 foram atendidas 450, 459 e 378 solicitações

correspondendo ao valor subsidiado de R$ 310.000,00, R$ 362.000,00 e R$

340.816,00, respectivamente. Proporcionalmente, o valor do subsídio aumentou de

R$ 700,00 para RS 900,00 para cada talão produtor em 2016.

O agendamento dos serviços normalmente é realizado no período de

outubro a dezembro de cada ano diretamente na SMDA ou nas Subprefeituras.

7.3.5. Programa Municipal de Qualificação e Desenvolvimento do Meio Rural

Criado em 2013, o Programa Municipal de Qualificação e Desenvolvimento

do Meio Rural de Bento Gonçalves (Lei N° 5627 de 04 de julho de 2013), é

organizado pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento da Agricultura, com o

apoio de entidades parceiras e lideranças da comunidade. Com apoio do SENAR-

RS e, de acordo com a demanda da comunidade, são ofertados cursos nas áreas de

Informática Básica, Panificação Caseira, Eletricidade Rural, Regulagem de

Pulverizadores, entre outros.

7.3.6. Cera Alveolada

O Programa de Cera Alveolada é um serviço prestado ao agricultor com

Talão de Agricultor de Bento Gonçalves, no qual é realizada a troca de cera bruta

por 60% de cera alveolada, conforme Lei n° 3.832/2005. A lei n° 5547/2013, que

altera a anterior possibilitou ao agricultor o direito de receber 10 Kg de cera

alveolada, onde anteriormente só era possível receber 5 kg. Essa lei é



54


regulamentada pelo decreto N° 8135/2013. Em 2016 foram trocados 47 kg de cera

para 18 agricultores.

7.3.7. Programa Troca-Troca de Sementes

O Programa Estadual Troca–Troca de Sementes de Milho, desenvolvido

pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo através do

Departamento de Agricultura Familiar, disponibiliza variedades de sementes de

milho para os agricultores com preço inferior ao praticado no mercado e prazo de

pagamento estendido. Em 2016, a SMDA intermediou a inscrição de 21 agricultores

e repassou 36 sacos de sementes.

7.3.8. Alevinos

A lei nº 3832/2005, regulamentada pelo Decreto 8135/2013, autoriza o

município a conceder, subsídio de 50 % em até 2000 alevinos para cada produtor

devidamente cadastrado e que tenha realizado treinamento, reconhecido pela

SMDA, sobre piscicultura.

Em 2016 foram entregues 11.980 alevinos a 21 agricultores na data

08/12/2016. Do total de agricultores, 11 receberam subsídio por terem participado do

curso realizado em 02/12/2016 pela SMDA e ministrado pelo Piscicultor Guinter

Dalferth nas dependências do CETEC. O investimento da SMDA é R$ 1.753,80

reais.

7.3.9. Projeto Olhar Atento – Ciências para a Vida

Criado em 2013 pela Secretaria Municipal de Educação, o projeto ―Olhar

Atento Ciências para a Vida‖ têm como objetivo incentivar as crianças matriculadas

no Jardim B e 2ªs séries da Rede Municipal de Ensino a consumir alimentos

saudáveis oriundos da produção primária e conhecer sua origem na agricultura

familiar do município.



55


Desde então, a SMDA assessora as visitas das crianças às Feiras, às

Agroindústrias e às Propriedades Rurais. No ano de 2016, 1200 crianças visitaram a

Feira e 580 crianças visitaram as propriedades e agroindústrias.

7.3.10. Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE

O PNAE é um programa que garante alimentação saudável e de qualidade

aos alunos da rede pública de ensino, respeitando a cultura e a produção local,

oportunizando desenvolvimento das propriedades rurais e fortalecendo a agricultura

familiar. A Lei 11.947/2009 determina que 30% dos recursos repassados pelo Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação para alimentação escolar sejam

utilizados na compra de produtos oriundos da agricultura familiar.

A SMDA acompanha as reuniões mensais, a fim de apoiar e prestar a

assistência necessária aos agricultores, auxiliar na impressão das guias de entrega

e intermediar o contato com a SMED e as Escolas Estaduais. Em torno de 82% dos

alimentos que compõem o cardápio nas escolas são produtos oriundos da

agricultura familiar do Município.

7.3.11. Projetos Ligados a Agricultura Familiar

Em 2014, a SEMHAS em parceria com SMDA encaminhou projeto de

adesão ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O investimento girava em

torno de R$ 320 mil reais e 60 produtores foram cadastrados, no entanto, o PAA não

está sendo executado devido à falta de repasse do Recurso Federal.

Em 2016, o município foi inserido no projeto estadual denominado ―Apoio à

Modernização de Centrais de Recebimento de Produtos da Agricultura Familiar no

RS‖ e foi contemplado com doação de equipamentos tais como: balança mecânica,

câmara frigorífica, caminhão com baú refrigerado, empilhadeira manual, pallets de

polietileno e caixas plásticas.

A SMDA desenvolve trabalhos em conjunto com a Associação de

Agricultores Familiares de Bento, composta por 51 produtores que comercializam

para Programas Institucionais. Dessa forma, a SMDA colabora em discussões



56


mensais referentes à organização interna, modo de produção, comercialização e

busca por novos mercados. A SMDA tem sido um elo entre os agricultores da

Associação e Entidades Institucionais com o objetivo de fortalecer a agricultura

familiar local. Atualmente a Associação comercializa para: Escolas Municipais,

Escolas Estaduais, IFRS - Campus Bento Gonçalves e 6° BCOM.

Neste ano a Associação foi beneficiada com recurso financeiro

disponibilizado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). O recurso será

investido na construção de um pavilhão para organização dos produtos

hortigranjeiros destinados às escolas (Programa de Alimentação Escolar). O terreno

do futuro pavilhão é do Poder Público com Permissão de Uso para a Associação

(Decreto 8935 de 23/10/2015).

7.3.12. Projeto de Valorização dos Vinhos Coloniais

Coordenado pela EMATER-RS/ASCAR em pareceria com a SMDA desde

2011, o projeto visa qualificar e valorizar a produção da matéria-prima e a

elaboração dos vinhos coloniais produzidos no interior do Município. A SMDA tem

sido parceira no desenvolvimento das atividades como tardes de campo sobre

elaboração de vinhos, visitas a propriedade rurais, prestar esclarecimentos sobre a

legislação, bem como, informações técnicas relativas ao processo desde o cultivo da

uva até o envase do vinho. E ainda, disponibilizará espaço para comercialização dos

produtos em feiras e eventos do município. Patrocínio de folders, banners e cartão

de visita para cada família participante.

O Projeto abrange agricultores dos quatro distritos que participaram de

tardes de campo e demonstração de método em atividades como poda, adubação,

manejo dos vinhedos, tecnologia de produção, elaboração de vinhos e mostra

gastronômica.

7.3.13. Extensão e Ampliação de Redes de Água

Os recursos hídricos no meio rural apresentam altos níveis de degradação

provenientes da mecanização agrícola, ocasionando assoreamento e turvamento

d‘água, bem como contaminação por fertilizantes e agrotóxicos, tornando-os



57


inadequados para as necessidades de abastecimento. As fontes tradicionalmente

utilizadas para o abastecimento das populações rurais, tais como fontes de origem

freáticas e os poços cavados (cacimbas), apresentam-se, em sua totalidade,

contaminados por poluentes químicos (agrotóxicos, metais pesados, etc.) e

orgânicos (coliformes fecais e bactérias patogênicas).

Tendo em vista as necessidades de suprimento das demandas rurais com

água de boa qualidade, o Poder Público Municipal vem realizando ações de

implantação de novas redes de abastecimento na área rural do município através da

construção de poços tubulares profundos.

Hoje a Prefeitura conta com cerca de 40 km de redes de água oriundas de

poços artesianos que abastecem quase 500 famílias. A CORSAN abastece outra

grande parte das comunidades próximas à sede do Município. Cerca de 20% das

propriedades rurais ainda estão carentes de água de boa qualidade.

A disponibilização do poço tubular permite melhorar a qualidade de vida do

meio rural, fixar o cidadão no campo e melhorar a qualidade ambiental e a saúde

pública através da redução do índice de doenças de veiculação hídrica. Além disso,

cria uma alternativa de auto-gerenciamento de abastecimento de água gerando a

independência dos núcleos populacionais rurais.

7.3.14. Vacina Brucelose

A SMDA organiza o processo de vacinação, proporcionando aos agricultores

acesso à vacina Brucelose, obrigatória para bezerras de 03 a 08 meses de idade. O

produtor que não vacinar estará sujeito à multa e não poderá requerer GTA (Guia de

Trânsito Animal), necessária no caso de abate ou transporte de animais. Em 2016

foram atendidas 54 propriedades e 70 animais foram vacinados.

7.3.15. Inseminação Artificial

De acordo com a Lei Municipal nº 4.888 de 03 de maio de 2010 que altera o

artigo 1º da Lei Municipal nº 3.798 de 07 de outubro de 2005, a Prefeitura Municipal

subsidia 70% do valor pago para inseminações realizadas em vacas, melhorando a



58


qualidade do rebanho e aumentando assim a produtividade, com o intuito de

propiciar aumento da renda do produtor bentogonçalvense. Em 2016 foram

inseminados 429 animais.

7.3.16. Atividades de atendimento a população

É por meio de palestras e seminários que se está possibilitando um

atendimento maior a população, entre elas destacam-se, a palestra sobre a nova

legislação de açougues e fiambrerias, a palestra sobre alimentos sem procedência

para as educadoras da rede municipal de ensino, a distribuição de folders, entre

outros. Tendo como finalidade, a possibilidade de esclarecimento de dúvidas e

entrega de material orientativo.

7.4. ATIVIDADES AGRÍCOLAS

A fruticultura tem destaque em área e produção com a viticultura. No

momento está havendo a expansão no plantio de uvas de mesa em cultivo protegido

se comparado ao cultivo de videiras para a produção destinado a indústria. Na área

de produção de outras frutas, tais como pêssego, ameixa e caqui, a produção está

estabilizada. Em citricultura, tendência de aumento da área cultivada com

variedades destinadas ao consumo in natura. A produção de arroz, feijão e milho é

para auto-consumo e comércio local, devendo a área permanecer inalterada.

Tabela 2: Indicadores de culturas. Fonte: Censo IBGE, 2006. Adaptado por Emater, 2016.



59


Tabela 3: Indicadores das principais culturas do município. Fonte: Censo IBGE, 2006. Adaptado por Emater, 2016.

Em torno de 2.925 produtores estão cadastrados no Setor Primário e mais

2.547 produtores movimentaram valor adicionado (entradas e saídas) de

aproximadamente 55 milhões de reais no ano de 2016. (Fonte: Setor Primário

Prefeitura de Bento Gonçalves).

7.5. ATIVIDADES PECUÁRIAS

As tabelas abaixo apresentam os dados da atividade pecuária do município

de Bento Gonçalves. Os dados fornecidos pelo IBGE em 2006 (tabelas 4 e 5)

condizem com a realidade à época que já se encontra alterada. Dados fornecidos

pela Secretaria Estadual da Agricultura e pela Emater-ASCAR/RS, de maneira

informal, estão disponibilizados na tabela 6, onde se destacam a produção de leite,

aves e suínos.

TIPO DE REBANHO NÚMERO DE CABEÇAS

Bovinos 4.156

Equinos 87

Caprinos 152

Ovinos 871

Suínos 4.126

Galináceos - total - efetivo de rebanhos

367.411

Galináceos - galinhas - efetivo dos rebanhos 40.000

Codornas - efetivo dos rebanhos 272

272 Tabela 4: Rebanho efetivo no município. Fonte: Censo Agropecuário. IBGE (2006).



60


PRODUTO QUANTIDADE

Leite de vaca 1.785 Mil litros

Mel de abelha 4.895 kg

Lã - produção 1.850 kg

Ovos de galinha 500 Mil Dúzias Tabela 5: Produção de origem animal no município. Fonte: Censo Agropecuário. IBGE (2006).

Tabela 6: Produção Animal no município. Fonte: Secretaria Estadual da Agricultura. Adaptado por Emater 2016.

7.6. AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES

A agroindústria familiar se caracteriza pelo processamento da produção

agrícola sob o controle dos agricultores, destacando-se como uma alternativa à

concentração de poder do agronegócio, manutenção das famílias no meio rural,

incremento de renda, permanência do jovem no campo e sustentabilidade da

propriedade agrícola. Tem como base legal a Lei 5.553 de 26 de fevereiro de 2013

que dispõe sobre agroindústria de produtos oriundos da agricultura familiar e dá

outras providências e pelo Decreto 8.458 de 28 de março de 2014 que regulamenta

a referida Lei.

As atividades de agroindústria familiar, dentro do município de Bento

Gonçalves, mostram-se bastante diversificadas em termos de produtos agrícolas

processados, dentre os quais se destacam a produção de sucos, shimiers, pães e



61


biscoitos, ainda, com uma parcela significativa de laticínios, carnes (bovina, suína e

de aves) e conservas.

O programa desenvolvido em parceria com a Vigilância Sanitária Municipal e

a EMATER-RS/ASCAR conta hoje com 19 agroindústrias legalizadas e mais 6 em

processo de legalização.

Atualmente é desenvolvido o programa ―Selo Sabor de Bento‖ onde as

agroindústrias familiares ou de pequeno porte que cumprirem os pré-requisitos,

recebem uma série de incentivos fiscais e apoio à produção e à comercialização de

seus produtos.

O programa ―Selo Sabor de Bento‖ foi criado através de uma parceria entre

a Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Agricultura, a Secretaria Municipal de

Turismo, a Secretaria Municipal da Saúde, a EMATER/RS – ASCAR, a Embrapa

Uva e Vinho e IFRS –Campus Bento Gonçalves, tendo como objetivo geral valorizar

as agroindústrias familiares do município através de certificação da qualidade dos

seus produtos e como objetivos específicos: estimular a adesão ao Programa

Municipal da Agroindústria Familiar, proporcionar maior visibilidade dos produtos,

oportunizar a ampliação do mercado, criar uma marca que valorize os produtos

locais, agregar valor aos produtos e estimular o consumo dos produtos certificados.

Os principais benefícios desse programa são: melhores preços, abertura de

mercado para produtores regionais, competitividade para pequenos produtores,

valorização do trabalho e permanência no campo, possibilidade de inscrição no

―Programa Estadual Selo Sabor Gaúcho‖.

Em 2014 foram entregues um total de 39.000 selos. Já no ano de 2015

foram 28.000 e em 2016 chegou a 28.500 selos entregues. Esses números vêm

diminuindo pelo fato de que o próprio produtor pode fazer a solicitação para a SMDA

por escrito, pedindo autorização para imprimir no próprio rótulo o selo.

Ainda vale ressaltar que com a criação da Lei nº 12.959, de 19 de Março de

2014 que Altera a Lei no 7.678, de 8 de novembro de 1988, para tipificar o vinho

produzido por agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, estabelecer

requisitos e limites para a sua produção e comercialização e definir diretrizes para o

registro e a fiscalização do estabelecimento produtor, também em parceria com a

Vigilância Sanitária Municipal e a EMATER-RS/ASCAR a Secretaria Municipal de



62


Desenvolvimento da Agricultura é responsável por participar do registro de 27

vinícolas em Bento Gonçalves.

A tabela 17, tendo como base dados fornecidos pela Secretaria Estadual da

Agricultura e pela Emater-ASCAR/RS, de maneira informal, destaca os tipos de

agroindústrias e os principais produtos produzidos.

Tabela 7: Agroindústrias no município. Fonte: Secretaria Estadual da Agricultura. Adaptado por Emater, 2016.

7.7. ESTRUTURA FUNDIÁRIA

Conforme a Lei nº 11.326/2006, é considerado agricultor familiar e

empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, possui área

de até quatro módulos fiscais, mão de obra da própria família, renda familiar

vinculada ao próprio estabelecimento e gerenciamento do estabelecimento ou

empreendimento pela própria família. O módulo fiscal é o parâmetro para a

classificação dos imóveis rurais quanto ao tamanho, nos termos da Lei nº 8.629, de

25 de fevereiro de 1993, variando de 5 a 110 hectares. O módulo fiscal em Bento

Gonçalves é 12 ha. (INCRA, 2013).

Na Zona Rural de Bento Gonçalves predominam propriedades rurais com

área inferior 50 ha. Propriedades com área entre 5 ha a 50 ha representam 88% da

área rural total.



63


Tabela 8: Estrutura fundiária no município. Fonte: Censo Agropecuário (IBGE, 2006). Adaptado por Emater (2016).

7.8. ATRATIVOS TURÍSTICOS E O TURISMO RURAL

Ao chegar a Bento Gonçalves o turista encontra o cartão de visita da cidade:

a Pipa Pórtico. Trata-se de um belo monumento em formato de barril de vinho (pipa)

com 17 metros de altura, construído em 1985 com a mensagem "Você está entrando

no mundo do vinho".

O roteiro turístico inclui a visita a Epopeia Italiana para viver e sentir o

cotidiano dos imigrantes italianos na época de 1875, ano chave que marcou a

chegada dos primeiros italianos na região. Em sequência, o passeio turístico de trem

a vapor é uma memorável atração na Serra Gaúcha, na Região Uva e Vinho.

O Vale do Rio das Antas é um local de extrema beleza cercado por uma

paisagem exuberante. Neste trajeto o visitante encontra tendas de produtos

coloniais, artesanato e lancherias com vista panorâmica. A 25 km de distância do

centro de Bento Gonçalves está situada a Ponte Ernesto Dorneles, também

conhecida como ―Ponte do Rio das Antas‖ uma das maiores do mundo em arcos

paralelos suspensos. Num dos pontos do trajeto o visitante poderá observar as

águas do Rio das Antas formando uma enorme ―ferradura‖ ao redor de uma

montanha.



64


Figura 12: Pipa pórtico, Ponte do Rio das Antas e Ferradura Rio das Antas. Fonte: Site da Prefeitura Bento Gonçalves.

No retorno sentido ao centro de Bento Gonçalves, antes de chegar a Pipa

Pórtico, os visitantes podem conhecer os Encantos da Eulália, uma rota rural

fundada em 2012 pela Associação Turística Linha Eulália no Distrito de Faria Lemos.

O trajeto é surpreendente, composto por belas paisagens e uma variedade de

atrativos: degustar um bom vinho, saborear uma comida típica italiana, encantar-se

pelo valor às amizades e pela energia da aventura.

Se o turista estiver vindo no sentido Farroupilha para Bento Gonçalves, a

passagem é obrigatória nos Caminhos de Pedra no Distrito de São Pedro. O roteiro

resgata a herança cultural recebida dos imigrantes italianos, constituindo-se num

museu vivo, onde os descendentes desses imigrantes recebem o visitante e lhes

mostram a autenticidade e originalidade da sua cultura, gastronomia e arquitetura.

Ao sair da Pipa Pórtico no sentido Porto Alegre, os turistas encontram o Vale

dos Vinhedos que integra oficialmente o patrimônio histórico e cultural do Estado do

Rio Grande do Sul desde 29 de junho de 2012 (Projeto de Lei 44/2012). Vales e

montanhas cobertos de parreirais marcam a beleza do Vale dos Vinhedos, onde a

vocação para a vitivinicultura mostra todo o seu potencial.

As pequenas propriedades rurais dividem espaço com vinícolas de destaque

nacional e internacional pela qualidade dos seus vinhos. O Vale dos Vinhedos é a

primeira região do Brasil a obter o selo de indicação de procedência. O

reconhecimento ocorreu em 2002, com a conquista da Indicação de Procedência

Vale dos Vinhedos (I.P.V.V.). O Vale dos Vinhedos também é a primeira região do

Brasil a obter denominação de origem: Denominação de Origem Vale dos Vinhedos

(D.O.V.V.).



65


7.9. DIAGNÓSTICO SOCIAL

7.9.1. Indicadores Macrossociais

O Município de Bento Gonçalves foi emancipado em 11 de Outubro de 1890 e

possui 382,5 quilômetros quadrados de área. Com uma população de 108.151

habitantes (FEE, 2011), Bento Gonçalves figura como a 14ª economias do Rio

Grande do Sul, com Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 3.150.736,00 e renda Per

Capita de R$ 29.353,00 (FEE, 2010).

Bento Gonçalves possui um dos mais altos Índices de Desenvolvimento

Humano (IDH) nacionais, oferecendo a população e aos visitantes uma excelente

qualidade de vida. Destaca-se pela qualidade de vida, sendo a 1ª em Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) do Rio Grande do Sul e a 6ª do Brasil conforme

estudo feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2003. O índice

municipal é de 0,870; leva em consideração itens como longevidade 0,873;

educação 0,938; e renda 0,799. (PNUD, 2000).

7.9.2. Energia Elétrica/Telefonia Móvel/ Internet

A Rio Grande Energia – RGE é a distribuidora de energia elétrica da região

Norte/Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul. Em Bento Gonçalves, a RGE

investiu em 52 obras na rede de distribuição, além da ampliação da subestação

Bento II e a construção de um alimentador no Vale dos Vinhedos, beneficiando mais

de 17.500 consumidores. A rede de energia elétrica atende 98% das vias abertas.

Estão previstas ainda melhorias na Subestação Bento II, a instalação de reguladores

de tensão e a construção de alimentadores que irão melhorar a confiabilidade e

assegurar a continuidade do fornecimento de energia elétrica no município. A

corrente elétrica no município é de 220 V.

Conforme Arquivos Classe Rural RGE, 63% das famílias que residem na

zona rural são abastecidas por energia elétrica monofásica e bifásica, enquanto

apenas 37% possuem energia elétrica trifásica em suas propriedades.

Os dados oficiais de Telefonia Móvel e sinal de Internet são do Censo

Demográfico (IBGE, 2010). Na época, 86% e 55% dos domicílios rurais possuíam



66


telefone celular e telefone fixo, respectivamente. Quanto ao acesso à internet em

2010, apenas 25% dos domicílios rurais declararam possuir computador com acesso

à internet.

Figura 13: Censo Demográfico. Fonte: IBGE, 2010

7.9.3. Demografia

De acordo com dados da Fundação de Economia e Estatística (FEE) do

Governo do Estado do Rio Grande do Sul, em 2011 o município de Bento Gonçalves

apresentava uma população de 108.151 habitantes, sendo que destas 93.415

situam-se na zona urbana e 8.753 na área rural. Do total da população 53.058 são

do sexo masculino e 55.093 do sexo feminino.

A atual estimativa Populacional do Município de Bento Gonçalves é de

114.203 habitantes. (IBGE, 2016).

A população de Bento Gonçalves vem apresentando um crescimento médio

anual da ordem de 1,43% e a sua distribuição por faixa etária indica que mais de

61,69% da população encontra-e abaixo dos 40 anos de idade.

População do município Total Urbana % Rural %

N° de habitantes

1970 41979 23759 56,6 18220 43,4

1980 60287 42067 69,8 18220 30,2

1991 83975 65755 78,3 18220 21,7

2000 100040 81820 81,8 18220 18,2

2010 108976 90756 83,3 18220 16,7

Figura 14: Evolução da população rural e urbana. Fonte: IBGE, 2010



67


O fenômeno do êxodo rural é notado a partir da década de 1970, assim

como em todo cenário nacional, devido às oportunidades de emprego na indústria

metal mecânica e moveleira surgidas nos aglomerados urbanos. Atualmente,

também é possível verificar a masculinização no meio rural, provavelmente porque

as mulheres jovens (filhas de agricultores) são incentivadas a migrar para os centros

urbanos em busca de educação e emprego.

Figura 15: Censo Demográfico. Fonte: IBGE, 2010.

Tanto o êxodo rural e quanto a redução da população feminina são

apontados como os principais causadores de um problema social, comum em todas

as áreas agrícolas do Brasil que é a falta de sucessão familiar.

Em algumas localidades da zona rural de Bento Gonçalves, as propriedades

passaram ser vendidas para empreendedores imobiliários o que contribuiu para a

urbanização desenfreada sobre localidades como São Valentim em Tuiuty, Linha

Eulália e Linha Paulina em Faria Lemos. Além da urbanização, o desmembramento

clandestino de propriedades em ―lotes rurais‖ localizados em áreas de preservação

permanente (APP) se torna ―sítios de lazer‖ às margens de rios, como Rio das

Antas, por exemplo. Ou seja, áreas que antes tinham função social de produzir

alimento, se tornam objeto de especulação imobiliária, mesmo se constituindo em

crime ambiental.

Além disso, a população que usufrui das chácaras de lazer sobrecarrega o

Poder Público que fica obrigado a oferecer serviços de infra-estrutura de estradas,

água potável, segurança e até deslocamento de equipes de Defesa Civil em eventos

climáticos, entre outros.



68


7.9.4. Educação

A rede de ensino municipal é constituída por 19 instituições denominadas

Escola Municipal Infantil totalizando 2.376 crianças matriculadas. Os demais

estudantes (7.083 alunos) estão matriculados em 21 instituições de Ensino

Fundamental; 01 instituição Turno Integral e 01 instituição de Ensino Fundamental

Especial.

O município possui convênio com o Colégio Cenecista, abrangendo 34

alunos e convênio com escolas particulares infantis com 410 crianças matriculadas.

Em março de 2017, o número de alunos atendidos pela rede municipal de ensino é

9.903 estudantes. Não há escolas de ensino médio na área rural. Dados fornecidos

pela Secretaria Municipal da Educação (SMED, 2017).

7.9.5 Saúde

O Município de Bento Gonçalves possui estrutura em atendimento em saúde

composta por:

- 11 Unidades Estratégia Saúde da Família (ESF);

- 01 Unidade Médica Móvel;

- 01 Centro de Referência Materno Infantil;

- 03 Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS);

- 01 Fazenda Terapêutica localizada no interior do Distrito de Tuiuty;

- 01 Centro de Fisioterapia;

- 01 Serviço de Atendimento Especializado e Centro de Testagem e

Aconselhamento (SAE/CTA);

- 01 Pronto Atendimento (PA) Zona Norte (localizado no bairro São Roque);

- 01 Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro Botafogo;

- 01 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU);

- 01 Espaço Saúde do Idoso;

- 11 Unidades Básicas de Saúde (UBS) destacando que 05 estão localizadas na

zona rural;

- Localidade 15 da Graciema no Distrito do Vale dos Vinhedos;

- Sede do Distrito de Faria Lemos;



69


- Comunidade São Valentim no Distrito de Tuiuty;

- Sede do Distrito de Tuiuty;

- Sede do Distrito de São Pedro.

7.9.6. Assistência Social

No nível de proteção social, há três Centros de Referência de Assistência

Social- CRAS que dividem o território do município de Bento Gonçalves, abrangendo

também localidades da zona rural. Não há dados de Programas Sociais separados

por moradores de zona rural e urbana.

Figura 16: Número de famílias atendidas e Território de abrangência pelos CRAS Fonte: Serviços, Programas, Projetos e Benefícios de Assistência Social 2013 – 2016.



70


7.9.7. Saneamento Básico e Coleta de Resíduos Recicláveis

Conforme informações socializadas pela Companhia Riograndense de

Saneamento (CORSAN), na zona rural não há rede canalizada de esgoto doméstico,

tampouco destinação para Estação de Tratamento. Cada propriedade rural ou

empreendimento familiar possui sistema de fossa séptica. Conforme o Estudo de

Situação da Emater (2016), há deficiência na destinação dos dejetos produzidos nas

habitações, principalmente o esgoto sanitário e as águas servidas, evidenciado pela

incidência de análises de água apresentando alta contaminação por coliformes

fecais e aparente proliferação de mosquitos.

A coleta seletiva de resíduos recicláveis é realizada por empresa terceirizada

conforme cronograma de data e itinerário programado pela Secretaria Municipal do

Meio Ambiente (SMMAM).

Figura 17: Cronograma de coleta de lixo reciclável. Fonte: SMMAM, 2016



71


7.9.8. Segurança Pública

A segurança na zona rural, principalmente nos roteiros turísticos é feito com

policiais da Brigada Militar em viaturas que fazem rondas percorrendo os distritos.

Recentemente, a Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves criou a Secretaria da

Segurança Pública como forma de reforçar as estratégias de policiamento na área

urbana e rural.

7.9.9. Transporte

O Transporte Público é prestado por empresas particulares de viação com

restrição de horários.

8. ANÁLISE DO CENÁRIO E FUTURO DESEJADO

8.1. Matriz SWOT

A Matriz SWOT foi a ferramenta utilizada para identificar e analisar o cenário

da área rural do município de Bento Gonçalves, relativa aos três eixos da

sustentabilidade, ou seja, o econômico, o social e o ambiental.

A Matriz SWOT, ferramenta de reconhecida eficiência e desenvolvida por

professores da Universidade de Harvard que consiste num modelo de avaliação da

posição competitiva de uma empresa ou instituição no mercado. O termo SWOT é

uma sigla inglesa para Forças ou Pontos Fortes (Strengths), Fraquezas ou Pontos

Fracos (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). A

análise SWOT fornece, uma orientação estratégica bastante significativa, pois

permite:

- Eliminar pontos fracos nas áreas pelas quais o município enfrenta ameaças graves

da concorrência e tendências desfavoráveis perante o negócio;

- Compreender oportunidades descobertas a partir de seus pontos fortes;

- Corrigir pontos fracos nas áreas em que a organização vislumbra oportunidades

potenciais;



72


- Monitorar áreas onde a organização possui pontos fortes, afim de não ser

surpreendida futuramente por possíveis riscos e incertezas.

A partir da construção da matriz foi possível apontar as Forças, Fraquezas,

Oportunidades e Ameaças para cada eixo contemplado no PMDRS.

FORÇAS FRAQUEZAS Parcerias entre órgãos; Vocação para viticultura; Mercado consumidor – Canais de comercialização; Agroindústrias; Viticultura – Infraestrutura; Feiras tecnológicas; Política pública; Perfil do empreendedor / Produtor rural; Localização estratégica; Ligação com o Agro/Enoturismo.

Sucessão familiar; Acesso à internet; Perfil do produtor de resistência às mudanças; Falta do ‗Fundo da Agricultura‘; Malha viária deficitária; Falta de energia elétrica trifásica; Mão-de-obra escassa; Desunião dos agricultores; Dificuldade de acesso à água.

OPORTUNIDADES AMEAÇAS Incentivo a agricultura-agroindústria; Decisões em conjunto; Mecanização da Prefeitura – Manutenção da frota; Ensino Médio, técnico e superior de qualidade; Legalização do vinho colonial; Aumentar o orçamento da SMDA; Construção de um Mercado Público; Maior incentivo / auxílio a agroecologia; Criação de um Fundo Municipal específico para agricultura; Produção e comercialização local: cadeia curta;

Secessão familiar; Falta de um ‗Plano de Desenvolvimento Rural‘; Redução da população rural; Redução constante no orçamento da SMDA; Falta de recursos para as políticas públicas; Especulação imobiliária.

Figura 18: Matriz elaborada a partir das respostas dos conselheiros COMAPA, através do questionário entregue em 03/04/2017. Fonte: SMDA, 2017.

8.1.1 Eixos: Econômico, Ambiental e Social.

Os três pilares:

Atualmente, essa ideia é dividida em três principais pilares: social,

econômico e ambiental. Para se desenvolver de forma sustentável, deve-se atuar de

forma que esses três pilares coexistam e interajam entre si de forma plenamente

harmoniosa.



73


Social

Trata-se de todo capital humano que está, direta ou indiretamente,

relacionado às atividades desenvolvidas. Isso inclui, além de seus funcionários, seu

público-alvo, seus fornecedores, a comunidade a seu entorno e a sociedade em

geral.

Econômico

Para que uma ‗organização‘ seja economicamente sustentável, ela deve ser

capaz de produzir, distribuir e oferecer seus produtos ou serviços de forma que

estabeleça uma relação de competitividade justa em relação aos demais

concorrentes do mercado.

Além disso, seu desenvolvimento econômico não deve existir às custas de

um desequilíbrio nos ecossistemas a seu redor.

Ambiental

Por fim, o desenvolvimento sustentável ambientalmente correto se refere a

todas as condutas que possuam, direta ou indiretamente, algum impacto no meio

ambiente, seja a curto, médio ou longo prazos.

O desenvolvimento sustentável busca, em primeiro lugar, minimizar ao

máximo os impactos ambientais.

8.2 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

Os objetivos são os resultados que a organização/instituição

estrategicamente pretende atingir. Os objetivos estratégicos indicam as áreas em

que a instituição concentrará os seus esforços para atingir um desempenho de

excelência. Definem, ainda, o compromisso e determinam o rumo a ser seguido

tanto no curto como no longo prazo.

8.2.1. Eixo: Econômico

OE1: Redefinir e adequar à legislação vigente com vistas a incrementar o

apoio aos produtores rurais do município desenvolvendo ainda mais o meio rural,

http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/bid/343584/Empresas-trabalham-com-metas-de-reciclagem

http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/bid/343584/Empresas-trabalham-com-metas-de-reciclagem



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aumentando a qualidade de vida e a renda deste público e fomentar programas e

serviços essenciais prestados aos agricultores;

OE2: Implementar melhorias na infra-estrutura rural, prioritariamente aquelas

relativas à propriedade rural, comunicação (telefonia e internet), energia elétrica e

estradas vicinais que impactam a agricultura familiar, a agroindustrialização e o

turismo rural;

OE3: Priorizar atividades de capacitação relativas à viticultura, olericultura,

floricultura, produção animal e agroindustrial com objetivo a incrementar renda e

incentivar a permanência das famílias, em especial os jovens, no campo.

8.2.2. Eixo: Ambiental

OE1: Desenvolver ações voltadas ao desenvolvimento rural sustentável

embasado nos conceitos de prevenção de contaminação de solo e água, uso

racional do solo e da água, conscientização sobre os benefícios e malefícios do uso

de agrotóxicos e agroecologia;

OE2: Apoio incondicional a todas as atividades promovidas por órgãos

municipais, estaduais e federais que visem à melhoria do sistema de produção

agrícola sustentável.

8.2.3 Eixo: Social

OE1: Promover ações voltadas à comercialização direta de agricultores

locais ao consumidor de forma ordenada e com infra-estrutura que atenda os

anseios tanto dos produtores quanto da população;

OE2: Apoiar a comercialização dos produtos oriundos das propriedades

rurais para proporcionar incremento da renda e qualidade de vida;

OE3: Priorizar ações voltadas à construção de redes hidráulicas para

fornecer água potável a todas as comunidades do interior;

OE4: Apoiar ações que destacam a importância das agroindústrias

familiares, agro-turismo, manutenção de infra-estrutura no interior, tais como



75


pavimentação das estradas, energia elétrica trifásica, telefonia e internet de forma a

criar incentivo à sucessão rural.

9. PROJETOS

9.1. EIXO: ECONÔMICO

9.1.1 Projeto 1 - Infraestrutura Viária Rural – Manutenção, Recuperação e

Pavimentação Asfáltica de Estradas Rurais não Pavimentadas

1- Responsabilidade pela execução do projeto

SMDA – Equipe técnica.

2- Contextualização

A cidade de Bento Gonçalves, localizada no nordeste do Estado do Rio

Grande do Sul, possui cerca de 1900 propriedades na área rural, que se destacam

com a produção de uva representando a terceira maior economia do município, mas

outras culturas também se fazem fundamentais como a do pêssego, milho, laranja,

tangerina entre outros.

O município possui uma malha viária na zona rural caracterizada por um

leito de terra com revestimento de pedra britada. Somente 20% das estradas são

pavimentadas.

As estradas estreitas, acidentadas e sem pavimentação resultam em avarias

e dificuldade de transporte para escoamento da produção agrícola, principalmente

na safra da fruticultura. Essas limitações acabam gerando aumento no custo de

produção pela constante manutenção nos veículos e o maior tempo de

deslocamento de viagem.

A soma desses inconvenientes contribui negativamente para o agronegócio

e resulta no abandono da atividade agrícola pelos jovens que foram incentivados a

assumir e permanecer nas propriedades rurais pelas perspectivas de sucesso nos

investimentos em agroindústria e agro turismo.



76


Cabe destacar que Bento Gonçalves faz parte da região turística da Uva e

do Vinho, sendo considerada uma das mais belas cidades da Serra Gaúcha. A

vocação para o turismo cultural e rural é um fator altamente positivo que impõe um

impacto também sobre as estradas na zona rural.

Dessa forma, faz-se indispensável o investimento em manutenção e

pavimentação das estradas do interior para colaborar para agilidade no escoamento

da safra, interligar as comunidades e Distritos com conforto e segurança para

residentes na área rural e turistas.

3- Objetivo

Pavimentar 45,72 km de estradas rurais nos quatro distritos previstos no

Projeto Rota dos Vinhos. Criar um programa de manutenção permanente das

estradas vicinais, assegurando as condições de trafegabilidade nas principais vias

de escoamento da produção no interior do município.

4- Metas

- Pavimentar com asfalto as seguintes estradas do interior:

- Distrito de Tuiuty – 2,82 km;

- Distrito de Faria Lemos – 27,33 km;

- Distrito do Vale dos Vinhedos – 10,80 km;

- Distrito de São Pedro 4,77 km;

- Manutenção permanente das estradas vicinais.

5- Índices de desempenho

Benefícios diretos as mais de 8 mil pessoas que residem na zona rural

distribuídas de 40 comunidades; Benefícios indiretos com a maior vinculação a mídia

sobre destinos turístico que recebe anualmente em torno de 1 milhão de visitantes

que permeiam rotas rurais pavimentadas nos distritos.

6- Recursos necessários

- Estimado em R$ 11.090.909,09.

- Programa de manutenção – a definir.



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7- Origem de recursos

Financiamento junto ao CAF- Banco de Desenvolvimento da América Latina.

8- Instituições envolvidas

Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas;


Setor de Licitações da Secretaria Municipal de Finanças.

9- Beneficiários

Produtores Rurais;

Empresas de Agricultura Familiar;

Comunidade em geral;

Empresas ligadas ao Turismo Rural.

10- Plano de ação

ATIVIDADES/ANO 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36

Estudo de viabilidade x x x x x x x x x x

Firmar parceria com outras secretarias para criação de um programa de manutenção permanente

x x x x x x x x x x

Capacitação Servidores da SMDA x x x x x x x x x x

Diponibilizar funcionário capacitado para a realização do levantamento de dados geodésicos

x x x x x x x x x x

Apoiar a SMVOP para a execução dos trabalhos

x x x x x x x x x x

Realizar, se preciso, reuniões com agricultores lindeiros ao asfaltamento e demais estradas

x x x x x x x x x

Disponibilizar corpo técnico para prestar assistência às famílias beneficiadas

x x x x x x x x x

9.1.2 Projeto 2 - Revisão e Adequação da Legislação da SMDA


SMDA – Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Agricultura.



78



A cidade de Bento Gonçalves é conhecida como 'Capital Brasileira da Uva e

do Vinho'. Dentro deste contexto a Secretaria Municipal de Desenvolvimento da

Agricultura (SMDA) é a grande responsável e está incumbida de desenvolver,

planejar, coordenar e executar a política municipal de fomento às atividades

agropecuárias locais, visando o incremento na produção sustentável de

hortigranjeiros e agroindustriais.

O projeto visa à modernização da legislação municipal tornando-a enxuta e

adequada a realidade e necessidade da sociedade rural atual tendo por foco

principal a agricultura familiar, sustentabilidade, disponibilização de água, inspeção

de produtos de origem animal, apoio às agroindústrias familiares, treinamento,

capacitação e formação dos envolvidos nos arranjos produtivos e sociais locais,

empreendedorismo, organização social, regionalização e incentivos à

comercialização de produtos oriundos da agricultura.

Diante disto, não podemos continuar sob a égide de algumas legislações

que foram feitas nesse Município quando grande parte das nossas casas eram

iluminadas por lamparinas a óleo, quando o principal veículo era a carroça. Cabe

readequação para redação coerente com a agricultura atual em legislações antigas

como a Lei nº 2.493/1995 que ―Institui Programa de Incentivo a Aviários‖; Lei nº

2.502/1995 ―Cria Fundo Rotativo de Desenvolvimento Rural‖; Lei nº 3.018/2000.

―Autoriza município para recebimento de embalagens de agrotóxicos‖, entre outras.

Neste aspecto, reforça-se também a necessidade de reestruturar a SMDA com

vistas à implementar um Fundo de recursos próprios, visto que os investimentos no

setor primário são oriundos do caixa único da prefeitura. A criação e o

funcionamento do ―Fundo Municipal de Agroindústrias e Desenvolvimento Rural -

(FADER)‖, por exemplo, permitiria angariar recursos que atualmente entram

diretamente no caixa único e direcioná-los em atenção às demandas oriundas do

meio rural do município, visto que o repasse de recursos via orçamento anual da

Secretaria vem diminuindo ao longo dos anos. Este fundo pode contar também com

recursos oriundos de parcerias público privadas.

Além de revisão, poderá também haver criação de legislação que promova

as mudanças necessárias para alavancar o desenvolvimento rural sustentável de



79


Bento Gonçalves.

3- Objetivo

Atualizar a legislação municipal tornando-a moderna e enxuta, que

contemple as necessidades da sociedade rural atual sempre primando pelos

conceitos de ética, transparência, responsabilidade, confiabilidade, respeito,

probidade, utilidade, comprometimento, sustentabilidade, trabalho em equipe,

valorização do conhecimento e participação e gestão democrática.

4- Metas

Empenhar pessoal para que legislações ultrapassadas, que prejudicam o

desempenho da economia, sejam revistas e adequadas.


Apresentação de relatório atualizado anualmente através de planilha de

controle da SMDA contendo:

- Legislação a ser revisada;

- Legislação alterada/adequada/criada;

- Implementação do FADER.


Nenhum.

7- Origem dos Recursos

Nulo.



Procuradoria Geral do Município;

Câmara de vereadores.



80


9- Beneficiários

Produtores Rurais;


Comunidade em geral.

10- Plano de ação

ATIVIDADES/ANO 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36

Estudo de Viabilidade x x x x x x x x x x

Designar Comissão x

Realizar o levantamento da Legislação atual x x

Realizar, se preciso, reuniões com agricultores e afins

x x x x x x x x x

Realizar a alteração/adequação da legislação

x x x x x x x x x

Firmar parceria com as entidades afins x x x x x x x x x

Aprovar a legislação alterada x x x x x x x x x

Implantar as alterações x x x x x x x x x

9.1.3 Projeto 3 - Patrulha Agrícola Mecanizada, Mecanização Agrícola, Obras de

Engenharia Civil e Agroindustrialização

1 - Responsabilidade pela Execução do Projeto

Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Agricultura – SMDA.

2 - Contextualização

A cidade de Bento Gonçalves é conhecida como 'Capital Brasileira da Uva e

do Vinho'. O enoturismo, o turismo de negócios e eventos, e a diversidade de

roteiros turísticos que a cidade oferece, levam o nome de Bento Gonçalves aos

quatro cantos do país. Bento Gonçalves é um pólo vitivinícola conhecido nacional e

internacionalmente. Na área vitivinícola são inúmeros os atrativos turísticos que

tornam Bento Gonçalves uma cidade de visita obrigatória da conhecida Região



81


turística 'Uva e Vinho' na Serra Gaúcha. Bento é atualmente o principal destino

enoturístico do país, sendo pioneira no desenvolvimento do enoturismo no Brasil.

Com altitude de 691 metros; área de 281,5 km2; 4.830 ha de vinhedos;

1.900 famílias de agricultores; 7.500 agricultores – na maioria agricultores familiares;

60 vinícolas registradas (IBRAVIN); Maior produção é de uvas para suco. Relevo

fortemente inclinado com boa fertilidade.

Devido ao relevo acidentado da região as vias sofrem com a ação das

intempéries frequentemente, causando estragos não só nas estradas como nas

propriedades. Tendo o poder público municipal pessoal disponível, porém recursos

limitados para a aquisição de maquinário adequado para atender a crescente

demanda de trabalhos de recuperação e melhorias nas propriedades e estradas

vicinais faz-se necessária a implantação da patrulha agrícola mecanizada tanto

quanto a mecanização agrícola podendo resolver muitos problemas enfrentados

hoje, principalmente na área de logística. No que diz respeito à agroindustrialização

e obras de engenharia o pretendido é modernizar e proporcionar inúmeros

benefícios à crescente demanda de diversificação da produção.

Obra de engenharia civil: construções e edificações de interesse coletivo

destinadas às atividades agropecuárias, ampliações e reformas de edificações

existentes, obras de estradas vicinais e obras de irrigação agrícola, destinadas a

beneficiar a população de forma a permitir a melhoria da qualidade dos produtos ou

a sua transformação, comercialização e distribuição.

Agroindustrialização: atividade de transformação e beneficiamento de

produtos agropecuários (de origem animal ou vegetal) realizada em instalação

existente ou a ser construída, devendo destinar-se a apoiar o beneficiamento e a

transformação da produção agropecuária e sua comercialização de modo a agregar

valor, gerar renda e oportunidades de trabalho, permitindo a aquisição de

equipamentos para agroindústrias comunitárias.

Mecanização agrícola: atividade executada por uma ou um conjunto de

máquinas, equipamentos e implementos utilizados para atenderem serviços de

recuperação de solos, preparos de áreas para plantio, terraços, tratos culturais,

colheita e beneficiamentos de produtos agropecuários, construção, recuperação e



82


conservação de estradas vicinais, dragagem, obras de drenagem e irrigação,

permitindo a aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas.

Patrulha mecanizada: composição de uma ou mais máquinas agrícolas ou

de recuperação de estradas, as quais podem ser acompanhadas de um ou mais

implementos/equipamentos compatíveis com seu uso.

3 - Objetivo

Implantar um programa visando ao aumento da produção e a

diversificação dos sistemas produtivos (Agroindústria, Horticultura, Fruticultura,

Produção Animal, Turismo), elevando a renda e consequentemente melhorando as

condições de vida da população incentivando a permanência do homem no campo

inclusive evitando o êxodo rural principalmente por parte do jovem.

Por meio deste programa almeja-se alcançar e suprir as necessidades das

famílias e empreendimentos localizados nesta região buscando também a

sustentabilidade da agricultura.

4 - Metas

- Implantar um programa de Patrulha Mecanizada, agroindustrialização,

mecanização agrícola e obras de engenharia civil, de acordo com a contextualização

supra citado, para a área rural do Município;

- Definir o coordenador do programa e delegar as devidas funções;

- Difundir e promover a prática de técnicas corretas e adequadas de

produção, cultivo e comercialização junto aos produtores rurais;

- Melhoria da qualidade de vida da população rural.

- Melhoria de escoamento da produção.

5 - Indicadores de Desempenho

Relatório apresentado e atualizado anualmente através de planilha de

controle da SMDA contendo:

Produtores (propriedades) atendidos / ano;

Trabalhos realizados / horas-máquina;

Melhorias em acessos e estradas vicinais;



83


Ciclo contínuo de produtividade;

Incremento na renda da família rural;

Nível de satisfação do produtor.

6 - Recursos Necessários

A definir.

7 - Origem dos Recursos

Programas Estaduais, Federais e parcerias público-privadas.

8 - Instituições Envolvidas

Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas;

Secretaria Municipal de Meio Ambiente;


Setor de Licitações da Secretaria Municipal de Finanças;

Parceria público-privada.

9 - Beneficiários

Produtores Rurais;

Empresas de Agricultura Familiar (Agroindústrias);

Setor Turístico.

10 - Plano de Ação

ATIVIDADES/ANO 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36


Cadastro projeto no SICONV x

Realizar, se preciso, reuniões com agricultores e afins

x x x x x x x x x x

Busca de programas estaduais e federais x

Capacitação dos servidores envolvidos nos trabalhos

x x x x x x x x x

Realização dos serviços e acompanhamento do projeto

x x x x x x x x x



84


9.1.4 Projeto 4 –Desenvolvimento do Turismo Rural

1- Responsabilidade pela Execução do Projeto

SMDA em parceria com a Secretaria de Turismo, EMATER e SENAR.


O município de Bento Gonçalves apresenta uma significativa beleza natural

com suas características paisagística, possui cerca de 1900 propriedades rurais, que

se destacam com a produção de uva representando a terceira maior economia do

município, mas outras culturas também se fazem fundamentais como a do pêssego,

milho, laranja, tangerina entre outros.

Diante disso, a SMDA juntamente com a Secretaria de Turismo, EMATER e

SENAR deverá proporcionar o fortalecimento da agricultura familiar com a

implantação de atividades turísticas integradas aos arranjos produtivos locais,

agregando renda, gerando emprego especialmente na agricultura familiar. Isto

contribuirá para melhoria das condições de vida da população e conscientizando-os

na proteção dos recursos naturais existentes nas propriedades rurais focando o

desenvolvimento sustentável.

Portanto, o desenvolvimento do turismo rural é um enorme potencial a ser

explorado, principalmente pela beleza de nossas propriedades agrícolas, pelas

riquezas naturais, privilegiada topografia e pela produção diversificada, inclusive a

produção artesanal. Assim, o turismo rural é uma alternativa para geração de

emprego e renda, principalmente para jovens e mulheres.

3- Objetivos

Aliar-se à Secretaria Municipal de Turismo para criar um programa de

fortalecimento do turismo rural sustentável, focando a transversalidade da cadeia

produtiva visando priorizar a agricultura familiar nos eixos: econômico, social e

ambiental.



85


4- Metas

- Implantar circuitos de caminhadas na natureza através de capacitação e

formação, atendimento ao turista, articulação de entidades, adoções de boas

práticas de turismo rural;

- Elaborar os projetos de turismo rural, como a construção, adequação ou

readequação de instalações, objetivando o destino adequado dos resíduos,

saneamento básico, formatação de produtos e serviços turísticos;

- Fortalecer as ações de meio ambiental e turismo rural, tais como

divulgação da legislação ambiental, adequação ambiental da propriedade, educação

ambiental, recuperação e proteção da mata ciliar;

- Gerar e apropriar renda com alternativas agrícolas e não agrícolas, acesso

ao mercado e a comercialização, qualificação profissional e economia solidária.

5- Índices de Desempenho

- Número de propriedades rurais beneficiadas com o desenvolvimento do

turismo rural;

- Ampliação do roteiro turístico no interior do município;

- Realização de cursos de capacitação de produtores rurais em turismo rural;

- Participação dos produtores em atividades turísticas do município;

- Inserção dos agricultores nos projetos turísticos da Prefeitura Municipal de

Bento Gonçalves.

6- Recursos Necessários

A definir.

7- Origens dos Recursos

Programas Estaduais, Federais e Parcerias com Entidades e Comunidades

locais.

8- Instituições Envolvidas

Secretarias Municipais, Estaduais, Federais, EMATER, SENAR.



86


9- Beneficiários

Agricultores rurais, agroindústrias e comunidade em geral.

10- Plano de Ação

ATIVIDADES/ANOS 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36


Realizar estudos para viabilidade de empreendimentos turísticos nas propriedades rurais

x x x x x x x x x x

Implantar novos empreendimentos turísticos nas propriedades rurais

x x x x x x x x x x

Ampliação e manutenção dos Empreendimentos turísticos

x x x x x x x x x x

Captação de recursos em Programas Estaduais e Federais

x x x x x x x x x x

Articular parcerias e convênios para Implantação de novos empreendimentos Turísticos

x x x x x x x x x x

Satisfação econômica, social e ambiental dos agricultores e comunidades rurais

x x x x x x x x x x

9.2 EIXO: AMBIENTAL

9.2.1 Projeto 5 – Projeto de Recolhimento de Resíduos Agropecuários


SDMA – Méd. Veterinário Cristiano Selbach da Silva, Assessor

Administrativo Patrícia dos Santos.







A pecuária municipal tem um papel relevante para a subsistência dos

produtores rurais, pois assegura a eles uma fonte de alimento segura e mais barata.



87


Devido à grande procura dos produtores rurais de Bento Gonçalves por uma

correta destinação dos frascos de medicamentos, seringas e demais resíduos de

uso veterinário, vimos à necessidade de viabilizar a coleta seletiva destes resíduos.

Os perigos associados ao lixo podem ser devidos à presença de alguma

substância venenosa ou potencialmente transmissora de doenças.

Alguns dos medicamentos que devem ter atenção na hora do descarte são

as pipetas de antiparasitários e as seringas para desvermifugação, segundo a nova

política nacional de resíduos sólidos, aprovada pelo Congresso Nacional.

3- Objetivo

Dar destino correto aos resíduos de medicamentos veterinários usados

pelos produtores bentogonçalvenses com intuito de minimizar o impacto causado ao

meio ambiente e também a contaminação de pessoas.

4- Metas

O projeto será desenvolvido pela administração municipal, através de uma

parceria entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Agricultura e outras

entidades municipais onde os produtores rurais poderão dar destinação correta aos

resíduos agropecuários.

O recolhimento se dará a cada seis meses, ficando ainda não definidas as

datas. Este será realizado nas subprefeituras. Os agricultores receberão material

informativo para realizar a correta separação destes resíduos através de

folheto/folder explicativo. O destino do material recolhido será de responsabilidade

de empresa contratada e devidamente licenciada.

Para a elaboração desta cartilha, será consultado nosso banco de dados,

nossa legislação vigente e os profissionais responsáveis por cada área.

Este folheto/folder irá conter:

- Quais os resíduos que poderão ser recolhidos pelo programa;

- Como separar corretamente estes resíduos;

- Como acondicionar os resíduos;

- Elucidar aos produtores a importância deste recolhimento para a saúde

pública e o meio ambiente.



88



Número de propriedades rurais beneficiadas pelo programa;

Quantidade de resíduos coletados.


A definir.


Programas estaduais e Federais;

Parceria com a Comunidade.


Secretarias Municipais;

Empresas de economia mista.

9- Beneficiários

Produtores Rurais;



10- Plano de ação

ATIVIDADES/ANO 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36


Firmar parceria com outra secretaria x x x x x x x x x x


Contratação de empresa especializada x x x x x x x x x x

Contratação de empresa de material gráfico e confecção do material

x x x x x x x x x x

Distribuição de material explicativos

x x x x x x x x x

Coleta dos resíduos nas subprefeituras

x x x x x x x x x

9.2.2 Projeto 6 – Selo Sabor de Bento Ecológico


SMDA – Equipe técnica SMDA.



89



Em dezembro de 2007, o governo federal regulamentou a Lei de Orgânicos

(Lei Nº 10.831), definindo as especificações de um produto orgânico e regulando as

certificadoras. A regulamentação foi um marco no esclarecimento sobre produção

orgânica tanto para agricultores quanto consumidores.

Em Bento Gonçalves, recentemente foi aprovada a Lei nº 6175/2017 que

institui a Feira Livre do Produtor Rural (agricultura convencional) e Feira Ecológica

regulamentadas pelo Decreto nº 9428/2017 e Decreto nº 9429/2017,

respectivamente.

A maioria dos agricultores que participam da Feira Ecológica são membros

da Associação dos Produtores Ecológicos de Bento Gonçalves e possuem

Certificação Participativa da Rede Ecovida de Agroecologia. Nessa certificação

participativa formam-se as chamadas Opacs (Organismo Participativo de Avaliação

da Conformidade), uma espécie de certificadora composta pelos próprios

agricultores, técnicos e consumidores. As Opacs são registradas no Ministério da

Agricultura (MAPA) e possuem uma comissão verificadora que faz visitas técnicas às

propriedades e fiscaliza o cumprimento das normas de produção orgânica.

A Secretaria Municipal do Desenvolvimento da Agricultura (SMDA), a partir

do Selo Sabor de Bento oficializado pelo Decreto Municipal n° 8221/2013, pretende

criar uma derivação do Selo destinada a produtos orgânicos. O futuro ―Selo Sabor

de Bento Ecológico‖ terá a finalidade de aumentar a confiança do público

consumidor da Feira Ecológica bem como das compras institucionais voltadas ao

Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição de

Alimentos (PAA), garantindo a oferta de hortigranjeiros e produtos de agroindústrias

familiares livre de resíduos de agrotóxicos.

O ―Selo Sabor de Bento Ecológico‖ não isenta o agricultor de apresentar o

Certificado de Conformidade Orgânica em vigor e emitido pela Certificadora

credenciada no MAPA. Trata-se, portanto, de um diferencial de marketing e

Segurança Alimentar gerenciado pela SMDA para atestar que o produto

hortigranjeiro e o produto oriundo de agroindústria familiar estão livres de resíduos

de agrotóxicos conforme análise laboratorial por órgão idôneo credenciado pela

SMDA.



90


3- Objetivo

Instituir o ―Selo Sabor de Bento Ecológico‖ para agricultores e agroindústrias

familiares com certificação orgânica pelo MAPA.

4- Metas

- Firmar parcerias com renomadas instituições de ensino, pesquisa e

extensão tais como Universidade de Caxias do Sul, Instituto Federal Campus Bento,

Faculdade Cenecista, Univates, Embrapa e Emater entre outras;

- Captar recursos nas esferas Municipal, Estadual e Federal ou

investimentos em parcerias público-privadas;

- Proporcionar aos agricultores orgânicos o uso da marca regional Selo

Sabor de Bento Ecológico como um diferencial de qualidade e segurança alimentar;

- Submeter amostragens de produtos hortigranjeiros e agroindustriais à

análise laboratorial de resíduos de agrotóxicos em instituições idôneas;

- Incentivar a agricultura ecológica como uma forma de produção agrícola

menos danosa a saúde humana e a natureza, atrativa para aos agricultores em

especial aos jovens produtores motivando-os a permanecerem na propriedade rural;

- Ofertar a população e aos turistas que visitam Bento Gonçalves a

oportunidade de consumir hortigranjeiros e produtos de agroindústria familiares

orgânicos com o incremento de credibilidade proporcionado pelo ―Selo Sabor de

Bento Ecológico‖.


- Maior visibilidade e mídia positiva à comercialização e consumo de

hortigranjeiros e produtos de agroindústrias familiares certificadas orgânicas em

Bento Gonçalves;

- Aumento da circulação dos consumidores na Feira Ecológica;

- Adesão de novos agricultores, especialmente os jovens produtores rurais;

- Resultados concretos de presença ou ausência de resíduos de agrotóxicos

nos hortigranjeiros e produtos das agroindústrias familiares;

- Proibição do uso do Selo Sabor de Bento Ecológico em amostras com



91


resultados positivos para contaminação residual por agrotóxicos e encaminhamento

de denúncia à certificadora;

- Marketing motivador do turismo rural e consumo consciente – Segurança

Alimentar.


A definir.


Esfera Municipal, Estadual e Federal;

Parcerias público-privadas.



Secretaria Municipal de Finanças;

IFRS Campus Bento;

Embrapa Uva e Vinho;

Emater.

9- Beneficiários

Agricultores orgânicos certificados;



10- Plano de ação

ATIVIDADES/ANO 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36


Firmar parcerias UCS, IFRS, Embrapa, Emater

x x x x x x x x x x

Capacitação Servidores da SMDA sobre Certificação Ecológica

x x x x x x x x x x

Captar recursos

x x x x x x x x x

Credenciamento de Laboratórios Idôneos

x x x x x x x x x

Palestras técnicas sobre Boas Práticas de Produção e Comercialização

x x x x x x x x x

Coleta de amostragens para análise

x x x x x x x x x

Análise dos resultados e orientação técnica aos agricultores

x x x x x x x x x



92


9.3 EIXO: SOCIAL 9.3.1 Projeto 7- Redes de Água


SDMA – Geólogo Luiz Pinto de Jesus Filho.







Os recursos hídricos no meio rural apresentam altos níveis de degradação

provenientes da mecanização agrícola, ocasionando assoreamento e turvamento

d‘água, bem como contaminação por fertilizantes e agrotóxicos, tornando-os

inadequados para as necessidades de abastecimento. As fontes tradicionalmente

utilizadas para o abastecimento das populações rurais, tais como fontes de origem

freáticas e os poços cavados (cacimbas), apresentam-se, em sua totalidade,

contaminados por poluentes químicos (agrotóxicos, metais pesados, etc.) e

orgânicos (coliformes fecais e bactérias patogênicas).

Tendo em vista as necessidades de suprimento das demandas rurais com

água de boa qualidade, o Poder Público Municipal vem realizando ações de

implantação de novas redes de abastecimento na área rural do município através

da construção de poços tubulares profundos.

Hoje a Prefeitura conta com cerca de 40 km de redes de água oriundas de

poços artesianos que abastecem quase 500 famílias. A CORSAN abastece outra

grande parte das comunidades próximas à sede do Município. Cerca de 20% das

propriedades rurais ainda estão carentes de água de boa qualidade.

3- Objetivo

Promover a disponibilização do poço tubular e de redes de água que serão

repassadas às Associações de moradores, que permitirão melhorar a qualidade de



93


vida do meio rural, fixar o cidadão no campo e melhorar a qualidade ambiental e a

saúde pública através da redução do índice de doenças de veiculação hídrica. Além

disso, cria uma alternativa de auto-gerenciamento de abastecimento de água

gerando a independência dos núcleos populacionais rurais.

4- Metas

Levar água de qualidade à 100% da população do meio rural.


Número de agroindústrias beneficiadas com rede de água;

Redes de abastecimento implantadas;

Famílias contempladas com redes de água;

Poços artesianos profundos perfurados.


A definir.





Secretarias Estaduais;

Ministérios Federais;

Empresas de Economia Mista.

9- Beneficiários

Produtores Rurais;





94


10- Plano de ação

ATIVIDADES/ANO 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36


Realizar estudos para viabilidade técnica de novos poços artesianos

x x x x x x x x x x

Implantar novas redes de distribuição de água

x x x x x x x x x x


Ampliação e manutenção nas redes existentes

x x x x x x x x x x

Busca de programas estaduais e federais x x x x x x x x x x

Buscar parcerias para implantação de novas redes

x x x x x x x x x x

Orientação na formação de Associações que serão responsáveis pelas redes de abastecimento

x x x x x x x x x x

9.3.2 Projeto 8 – Reestruturação da Feira Livre e Ecológica


SMDA – Tec. Agrícola Marcelo Lerina.







O excedente de produção pode ser comercializado pelos agricultores do

município e cidades vizinhas em feiras, desde que atendam a legislação vigente.

Recentemente, foi aprovada a Lei nº 6175/2017 que institui a Feira Livre e Feira

Ecológica regulamentadas pelo Decreto nº 9428/2017 e Decreto nº 9429/2017,

respectivamente.

Dessa forma, a SMDA tem condições de gerenciar as atividades de ambas

às feiras de forma justa, pois tanto o modo de produção convencional quanto

ecológica bem como seu público consumidor é distinto.



95


A Feira Livre do Produtor Rural e a Feira Ecológica ocorrem em espaços

públicos (ruas centrais) de grande circulação de carros e pedestres. Para realização

da Feira, servidores da SMDA demarcam as ruas com cones de trânsito para

impedir a passagem dos veículos, dando espaço para estacionamento dos

caminhões dos agricultores. Cada agricultor tem seu espaço de estacionamento

previamente demarcado na rua da feira.

Sabe-se, no entanto, que com a pressão imobiliária no entorno das ruas

centrais que abrigam as edições da Feira Livre do Produtor Rural e Feira Ecológica,

futuramente poderá se tornar um grave problema para o deslocamento dos

moradores do entorno. Como não há ruas alternativas para dar passagem aos

empreendimentos residenciais, a solução para manter as feiras é transferi-los para

um local seguro e estruturado, tal qual um ―mercado público‘ ou ―centro de

comercialização‖ sem ônus aos agricultores.

Atualmente, existe um Termo de Referência sobre a criação de um

Complexo Público Centenário em estudo na Secretaria de Desenvolvimento

Econômico. A obra será construída na Praça Centenário entre as ruas Félix da

Cunha e Barão do Rio Branco que já abrigam a Feira Livre do Produtor Rural aos

sábados de manhã e Feira Ecológica na terças a tarde.

Quanto à qualidade dos produtos processados de origem vegetal e animal, a

SMDA em parceria com a Vigilância Sanitária promoverá uma série de capacitações

obrigatórias para os feirantes com objetivo de banir comercialização de produtos

sem registro em desacordo com a legislação vigente.

3- Objetivo

Atualizar os dados de todos os agricultores que participam da Feira Livre do

Produtor Rural e Feira Ecológica;

Formar a Coordenação Executiva para assuntos da Feira Ecológica,

conforme previsto no recente Regimento Interno;

Aliar-se a Secretaria de Desenvolvimento Econômico para incluir as edições

semanais da Feira Livre do Produtor Rural e Feira Ecológica no projeto futuro

Complexo Público Centenário.



96


4- Metas

Recadastrar todos os feirantes e programar um sistema de atualização de

informações;

Incluir a Feira Livre do Produtor Rural e Feira Ecológica na rotina de

funcionamento do Complexo Público Centenário;

Banir a comercialização de produtos processados de origem vegetal ou

animal sem registro de procedência;


Manter cadastro atualizado;

Disponibilizar informações de sazonalidade de produção e comercialização

da produção primária local;

Comercialização em local fixo, estruturado e seguro;

Número de feirantes comercializando produtos processados através de

agroindústrias familiares legalizadas.


A definir.


A definir.



Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico;

Secretaria Municipal da Saúde.

9- Beneficiários

Produtores Rurais;





97


10- Plano de ação

ATIVIDADES/ANO 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36


Recadastramento dos feirantes x

x

x

x

Capacitação Servidores da SMDA e Feirantes

x x x x x x x x x x

Formar a Coordenação Executiva Feira Ecologica

x x x x x x x x x x

Disponibilizar funcionário capacitado acompanhar projeto Mercado Publico

x x x x x x x x x x

Realizar, palestras técnicas sobre Boas Práticas de Produção e Comercialização

x

x

x

x x

9.3.3 Projeto 9 – Incentivo à Floricultura

1. Responsabilidade pela execução do projeto:

SMDA, EMATER, SMMAM, SENAR, SEBRAE, EMBRAPA

2. Contextualização





tangerina, entre outras.

A produção de flores tem apresentado um crescimento no Brasil e no mundo,

sendo um dos segmentos mais promissores do agronegócio, pois a floricultura é

exercida especialmente por pequenos agricultores. No entanto, a floricultura no

município de Bento Gonçalves é inexpressiva, provavelmente pela falta de estudos

de viabilidade de espécies e potencial de mercado.

Para aprofundar o conhecimento nesse cenário, a SMDA em conjunto com as

entidades SENAR, EMATER, SEBRAE, e EMBRAPA desenvolverão um estudo

técnico de viabilidade para cultivo de flores em Bento Gonçalves, como forma de

incentivar a diversificação de culturas e incremento de renda nas pequenas

propriedades rurais.



98


3. Objetivos

Fomentar um estudo técnico para a produção e a comercialização de flores

no município de Bento Gonçalves a fim de incluir novas edições de ―Feira das

Flores‖ na rotina de eventos do município.

4. Metas

Produzir um estudo técnico de viabilidade sobre cultivo de flores,

contemplando os aspectos de espécies, tecnologias de produção e mercado;

Criar edições de Feira das Flores nas datas comemorativa de Dia das Mães,

Dia da Secretária, Dia dos Namorados, além da tradicional feira das flores do feriado

de Finados;

Incluir novos feirantes produtores de flores na Feira Livre do Produtor Rural.

5. Índices de Desempenho

- Construção e publicação do estudo técnico de viabilidade;

- Número de agricultores rurais beneficiados com o cultivo de flores;

- Diversificação de culturas e agregação de renda;

- Edições de Feiras de Flores em mais de uma data comercial.

6. Recursos Necessários

A definir.

7. Origem dos Recursos

- Programas Federais e Estaduais;

- Parceria público-privada;

- Outras linhas de crédito à disposição dos agricultores interessados na

floricultura como alternativa de renda.

8. Instituições Envolvidas

MAPA, SMDA, SMMAM, EMATER, SENAR, SEBRAE, EMBRAPA.



99


9. Beneficiários

Os produtores rurais do município e comunidade em geral.

10. Plano de Ação

ATIVIDADE/ANO 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36


Estudo de demanda para novas edições de Feira das Flores

x x x x x x x x x x

Formação de mão de obra qualificada e capacitação gerencial

x x x x x x x x x x

Articulação e colaboração entre entes públicos: Federais, Estaduais, Municipais e Setor Privado

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

Assistência técnica e extensão rural

x x x x x x x x x x

Crédito rural para produção e comercialização

x x x x x x x x x x

Fomentar a pesquisa visando o desenvolvimento de variedades de flores

x x x x x x x x x x

Fomentar tecnologias de produção que promova a elevação de qualidade

x x x x x x x x x x

Incentivar e apoiar a organização de produtores de flores

x x x x x x x x x x

9.3.4 Projeto 10 – Projeto de construção de açudes e abertura de poços

tubulares profundos


SDMA – Geólogo Luiz Pinto de Jesus Filho.









100


Para o produtor é indispensável o acesso de água, em quantidade suficiente

para irrigação, evitando assim os prejuízos à cultura plantada.

3- Objetivo

Promover a disponibilização do poço tubular e de abertura de açudes, que

permitirão o armazenamento de água do meio rural, fixando assim o cidadão no

campo . Além disso, cria uma alternativa de auto-gerenciamento de abastecimento

de água gerando a independência dos núcleos populacionais rurais.

4- Metas

Disponibilizar água para irrigação, piscicultura e dessedentação animal para

o meio rural


Número de agroindústrias beneficiadas;

Número de agricultores com acesso à quantidade de água suficiente para

irrigação;

Poços artesianos profundos perfurados.


A definir.





Secretarias Estaduais;

Ministérios Federais;

Empresas de Economia Mista.



101


9- Beneficiários

Produtores Rurais;



10- Plano de ação

ATIVIDADES/ANO 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36

Realizar estudos para viabilidade técnica de novos poços artesianos

x x x x x x x x x x

Implantar novas redes de distribuição de água

x x x x x x x x x x

Busca de programas estaduais e federais. x x x x x x x x x x

Buscar parcerias para implantação de açudes.

x x x x x x x x x x

Orientação para obtenção de licenciamento.

x x x x x x x x x x

9.3.5 Projeto 11 – Produção de Flores para paisagismo Urbano


SMDA em parceira com IFRS


A cidade de Bento Gonçalves, conhecida nacionalmente como a ―Capital

Nacional da Uva e do Vinho‖ atrai milhares de visitantes anualmente. Com a

população estimada em 114 mil habitantes (IBGE, 2016), a cidade tem que manter

uma estrutura de paisagismo urbano compatível com a dimensão do município.

Atualmente, são gastos em torno de R$ 30 mil reais por ano para aquisição de 41

mil mudas das espécies lobélia (Lobelia erinus), amor-perfeito (Viola tricolor), boca-

de-leão (Antirrhinum majus), tagetes (Tagetes pátula), alegria-de-jardim (Salvia

splendens) e flor-de-mel (Alyssum maritimum).

A redução de custos com a compra de flores sazonais já vem sendo

vagarosamente praticada graças à iniciativa de um segmento da SMMAM que tem

priorizado o plantio e multiplicação de espécies perenes. A produção em escala

poderia ser viabilizada se existisse no município um Horto Florestal, ou um Jardim



102


Botânico, cujo projeto está estagnado. Iniciativas de parcerias público-privadas como

projeto ―Adote uma Praça‖ (Lei Municipal Nº 4.499/2009) poderia assegurar o

paisagismos de trevos, praças, canteiros urbanos com contenção de recursos

públicos, mas este projeto também está inoperante.

Diante da estagnação dos projetos que contribuiriam para reduzir os custos

de paisagismo, surge à ideia de uma parceria entre Prefeitura e IFRS Campus Bento

com a cooperação da Comunidade Terapêutica localizada na localidade KM2 no

Distrito de Tuiuty. Nesse convênio caberá ao IFRS usar sua estrutura física e

profissional para etapa inicial da produção de mudas de flores contando com apoio

de um servidor cedido pela Prefeitura Municipal. A Comunidade Terapêutica

contribuiria com o projeto disponibilizando a mão-de-obra dos pacientes para aos

tratos culturais das mudas numa segunda etapa de crescimento em um terreno

pertencente à Prefeitura e com a supervisão de um técnico da SMDA .

3- Objetivo

Reduzir o custo do município com compra de mudas sazonais através de

parcerias com IFRS para produção de mudas próprias.

4. Metas

- Mapear os canteiros, trevos, praças, acessos de domínio público para

planejar o paisagismo com plantas sazonais e/ou perenes;

- Firmar parceria com IFRS Campus Bento para uso de sua estrutura

profissional, física e técnica para produção de mudas sazonais e perenes

destinadas ao paisagismo urbano;

- Criar projetos de paisagismo que contemple o plantio de mudas perenes em

maior proporção;

- Elaborar um estudo de viabilidade técnica e econômica para implantação de

canteiro com cobertura na propriedade da Prefeitura Municipal próximo de

onde atualmente está instalado a Comunidade Terapêutica no Distrito de

Tuiuty;



103


- Utilizar a mão-de-obra dos pacientes da Comunidade Terapêutica na rotina de

cuidados na segunda etapa de crescimento das plantas como forma a

colaborar para seu tratamento de saúde e ressocialização;

- Resgatar projetos estagnados como ―Jardim Botânico de Bento Gonçalves‖ e

―Adote uma Praça‖.


Redução gradual dos custos da Prefeitura com compras de mudas de flores

sazonais;

Uso de projetos de paisagismo que contemple o plantio de mudas perenes

em maior proporção.


A definir.



Parcerias público privadas.




Secretaria do Meio Ambiente;

Secretaria de Desenvolvimento Econômico;

IFRS Campus Bento;

Emater;

Sebrae.

9- Beneficiários

Setores ligados ao turismo;

População bentogonçalvense;



104


Comunidade terapêutica;


10- Plano de ação

ATIVIDADES/ANO 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36


Firmar parcerias IFRS, Empresas Privadas

x x x x x x x x x x

Mapear no município os pontos para paisagismo

x x x x x x x x x x

Estudo de viabilidade técnica e econômica com revisão de orçamentos periodicamente

x x x x x x x x x x

Elaboração de projetos para captação de recursos

x x x x x x x x x x

Capacitação dos servidores SMDA/SMMAM

x x x x x x x x x x

Palestras e acompanhamento técnico sobre cultivo de flores na Comunidade Terapêutica

x x x x x x x x x x

Análise dos resultados

x x x x x x x x x

9.3.6 Projeto 12 – Qualificação e Desenvolvimento do Meio Rural


SMDA em parceira com Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicado

Rural da Serra Gaúcha, Emater e Senar.


Nas últimas décadas, diante das intensas transformações sofridas no meio

urbano, o capital humano passou a ter estreita relação com o desenvolvimento

econômico.

Criado em 2013, o Programa Municipal de Qualificação e Desenvolvimento

do Meio Rural de Bento Gonçalves (Lei N° 5627 de 04 de julho de 2013), é

organizado pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento da Agricultura, com o

apoio de entidades parceiras e lideranças da comunidade e do SENAR-RS, de

acordo com a demanda da comunidade, são ofertados cursos nas áreas de

Informática Básica, Panificação Caseira, Eletricidade Rural, Regulagem de

Pulverizadores, entre outros.



105


A educação profissional confere ao homem a possibilidade de desenvolver

suas habilidades e competências e de alcançar a auto realização, por meio do

exercício do trabalho em vários setores produtivos. Isto é, proporcionar ao

trabalhador, mediante o conhecimento, a apropriação do processo de produção ou

mesmo de transformar esse processo, aproveitando as potencialidades do seu

desenvolvimento técnico.

O trabalho da SMDA proporciona ao cidadão rural o desenvolvimento de

competências que o preparam para o desafio mundial de atualização e eficiência,

garantindo seu sucesso no mercado de trabalho e promovendo sua participação

ativa na vida em comunidade.

A promoção social dos trabalhadores rurais e suas famílias, significa, para a

SMDA o desenvolvimento de atividade que proporcionem a geração de

conhecimento, troca de experiências, reflexão e crítica.

3- Objetivo

O objetivo maior do projeto é evitar o êxodo rural e incentivar e impulsionar

as famílias de pequenos agricultores a não só se estabelecerem no meio como, a se

desenvolverem no interior.

Outro objetivo que não podemos de deixar mencionar é dar visibilidade às

mulheres rurais, subsidiar e fortalecer as estratégias de enfrentamento da

desigualdade de gênero no meio rural.

Podemos também citar como objetivo do projeto a atuação junto à juventude

rural com destaque as propostas do Plano voltadas ao jovem, com participação

significativa nos processos de trabalho e produção agrícola.

O grande desafio é tornar o campo um lugar atrativo e agradável à

juventude, capaz de promover a secessão e a permanência rural. Para isso, é

preciso transformar a concepção da relação urbano-rural, ofertando qualidade de

vida digna, trabalho e renda nas áreas rurais.



106


4- Metas

- Qualificar e agregar valores, potencializando mulheres e jovens a terem um

espírito empreendedor, fortalecendo e incentivando a permanecerem no meio

rural, visando à sustentabilidade da agricultura familiar;

- Incentivar os jovens, filhos de agricultores a permanecerem no campo,

exercendo a agricultura familiar, dispondo de lazer, saúde, qualificação,

sustentabilidade e qualidade de vida;

- Incentivar a mulher e o jovem, pois um dos pontos prioritários para sua saída

do meio rural é a falta de planejamento estratégico na agricultura familiar, em

diversos momentos este deve ser o pensamento para estabelecer uma

política concreta voltada ao pequeno agricultor, o qual é responsável por uma

grande parcela dos produtos agrícolas presentes no mercado;


- Número de propriedades rurais beneficiadas com a capacitação profissional

do jovem rural;

- Permanência do jovem no meio rural dispondo de lazer e internet;

- Realização de cursos de capacitação para qualificar e agregar valor,

potencializando o jovem e a mulher a ter um espírito empreendedor;

- Participação do jovem em cursos de elaboração de planejamento

estratégico para que passem a administrar suas propriedades com eficiência;

- Inserção dos jovens agricultores em feiras e projetos turísticos;

- Conscientizar o jovem e a mulher rural para melhor administrar a

propriedade rural, implantando uma nova atividade ou ampliando as

atividades já existentes, ganhando uma maior rentabilidade e sustentabilidade

e, assim melhorando a qualidade de vida.


A definir.





107


Parcerias público privadas.




Emater;

Sindicato dos Trabalhadores Rurais;

Sindicato Rural da Serra Gaúcha;

Senar.

9- Beneficiários

Comunidade rural em geral.

10- Plano de ação

ATIVIDADES/ANO 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026/36


Ampliar espaços para reflexão, discussão e organização, contribuindo para permanência do jovem no interior do município

x x x x x x x x x x

Ampliação e manutenção dos empreendimentos turísticos já existentes

x x x x x x x x x x

Captar recursos existentes nos programas estaduais e federais e de economia mista

x x x x x x x x x x

Articular parcerias e convênios para implantar cursos para qualificar jovens e mulheres a calcular adequadamente custos e processos produtivos

x x x x x x x x x x

Melhorar a posição econômica, social e ambiental dos jovens e mulheres a permanecerem no campo

x x x x x x x x x x

10. GESTÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DE BENTO GONÇALVES

Com o lançamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura

Familiar (PRONAF), realizado no ano de 1996 pelo Ministério de Desenvolvimento

Agrário (MDA), visando o financiamento de projetos para os agricultores familiares



108


através da concessão de linhas específicas de crédito, deu-se uma das primeiras

manifestações de interesse na promoção de ações visando à melhoria deste

segmento.

Uma das iniciativas utilizadas para viabilização das políticas públicas voltadas

à agricultura familiar é a elaboração de Planos Municipais de Desenvolvimento

Rural. Além de ser um instrumento prático de atuação governamental, o plano

municipal de desenvolvimento também existe para estimular a participação popular

no processo decisório referente aos seus interesses.

A coordenação da gestão do PMDRS caberá ao corpo técnico qualificado e

efetivo Secretaria Municipal do Desenvolvimento da Agricultura salvo autorização

expressa do responsável pela pasta (SMDA), com a participação do COMAPA,

prevendo procedimentos de monitoramento, avaliação das ações do Plano e dos

impactos destas ações no desenvolvimento municipal propondo os

redirecionamentos que se fizerem necessários.



109


REFERÊNCIAS

ANDREIS, R.R.; BOSSI, G.E.; MONTARDO, D.K. O grupo Rosário do Sul (Triássico) no Rio Grande do Sul - Brasil. XXXI Congr. Bras. Geol., Camboriú, Anais. 1980.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Agrostat: Estatísticas e Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro. Brasília, DF, 2015a. Disponível em: <http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html>. Acesso em: 01/03/2017.

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IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.

MUNICÍPIO DE BENTO GONÇALVES. Plano municipal de gerenciamento integrado de resíduos sólidos, 2014.

Nimer Edmon. Climatologia do Brasil. IBGE – 1989

Machado e Freitas 2005 - Mapa Hidrogeológico do Estado do Rio Grande do Sul

PREFEITURA MUNICIPAL DE BENTO GONÇALVES. Serviços, Programas, Projetos e Benefícios de Assistência Social 2013 - 2016.

SANTOS, E.L. dos el al. Mapa geológico do Rio Grande do Sul e parte do Escudo Sul-rio-grandense. DNPM 1° distrito. Porto Alegre - RS. 1989.

SANTOS, E.L. Mapa geológico do Rio Grande do Sul e parte do Escudo Sul-riograndense. DNPM - 1° distrito, Porto Alegre - RS. 1989.

STRECK, Edmar Valdir et. Al. Solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre - RS. EMATER/RS: UFRGS. 2002.

SUNDFELD, Carlos Ari. Estatuto da Cidade: Comentários a Lei Federal 10.257/2001. Coords. DALLARI, Adilson Abreu, FERRAZ, Sérgio. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2010.



110


ZARPELON, Celso; SILVEIRA, Beatriz. Programa Sebrae da qualidade total rural - fase 2 - gestão da qualidade rural : manual do participante. Brasília: SEBRAE,2013.

ZANATO & MARQUES. Estudo Geológico em área do Escudo Riograndense. Unipampa, 2014.

ZELTZER, F.: PAULA. C. de. C. & NOVVATZKI. C.H. Mapa geológico da Folha de São Leopoldo, RS. Acta Geológica Leopoldensia — Série Mapas — mapa n°1, UNISINOS, São Leopoldo. 14 p. — 1 mapa. 1992.

pmdrs - bentogoncalves.rs.gov.br · secretário adjunto municipal de desenvolvimento da agricultura...

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