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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Porto Velho - Fórum Cível
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Documento assinado digitalmente em 30/11/2011 16:58:36 conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001.Signatário: EDENIR SEBASTIAO ALBUQUERQUE DA ROSA:1011227
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CONCLUSÃOAos 23 dias do mês de Setembro de 2011, faço estes autos conclusos ao Juiz de Direito Edenir Sebastião Albuquerque da Rosa. Eu, _________ Silvia Assunção Ormonde - Escrivã(o) Judicial, escrevi conclusos.
Vara: 2ª Vara da Fazenda PúblicaProcesso: 0009575-60.2011.8.22.0001Classe: Procedimento Ordinário (Cível)Requerente: SINSEPOL - Sindicato dos Servidores da Policia Civil do Estado de Rondônia; Sindepro - Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado de RondôniaRequerido : Estado de Rondônia
SINSEPOL - SINDICATO DOS SERVIDORES DA POLÍCIA
CIVIL DO ESTADO DE RONDÔNIA E SINDEPRO - SINDICATO DOS
DELEGADOS DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE RONDÔNIA, na qualidade de
substitutos processual, promovem ação em desfavor do ESTADO DE RONDONIA.
Informam os Autores terem sido vencedores em ações judiciais,
o SINSEPOL nos autos n. 001.1998.004625-5 e o SINDEPRO nos autos n.
001.2002.013167-3, sendo reconhecido o direito de implementar a parcela sob
rubrica identificada como “0047 – Vencimento D.J. (Adic de Isonomia)” e “0350
INCORP. ADICIONAL DE ISONOMIA”.
Dizem os Autores que a parcela “isonomia” tem natureza
jurídica de vencimento, conforme expresso nas decisões judiciais, apesar de serem
pagas de forma separadas.
Anotam os Autores que a progressão de uma classe – exemplo
da terceira classe para classe especial, agente Abdias Silva de Oliveira - implicando
diferença de 10%, referente à mudança de classe.
Anotam as diferenças de vencimentos entre as classes,
relacionada aos escrivães, agentes policiais civis e de comunicação, datiloscopista
policial, técnico em laboratório e necropsia – Primeira (R$ 1.430,00) para Segunda
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(R$ 1.573,00), Segunda para Terceira (R$ 1.730,00) e Terceira para Especial (R$
1.903,33), relacionando adiante os valores de R$ 1.430,00, R$ 1.440,00, R$
1.450,00, R$ 1.460,00.
Em relação aos auxiliar operacional de pericia criminal e de
necropsia os valores de R$ 1.150,00,R$ 1.300,00, R$ 1.370,00 e R$ 1.430,00.
Anotam percentuais de reajustes das Leis 1.591/2006 (5%), Lei
n. 1.599/2008 (4%) e Lei 2.266/2010 (4,5%) sobre os valores reajustados pela
aplicação dos índices diferenciais dos vencimentos entre as classes.
Em relação aos delegados de polícia, exemplifica o servidor
Achiles Paulo Cavalcanti G Junior, que teve progressão passando para da Segunda
para a Terceira Classe, com vencimentos de 7.854,00 para R$ 9.009,00, em 2007.
Anotam as diferenças de vencimentos entre as classes de
delegados – Primeira (R$ 5.600,00) para Segunda (R$ 6.100,00), Segunda para
Terceira (R$ 6.800,00) e Terceira para Especial (R$ 7.800,00).
Anotam as diferenças de vencimentos entre as classes de perito
criminal, médico, legista psiquiatra e odontólogo – Primeira (R$ 4.600,00) para
Segunda (R$ 5.100,00), Segunda para Terceira (R$ 5.800,00) e Terceira para
Especial (R$ 6.900,00).
Reclamam incidência do percentual diferencial de uma classe
para outra sobre o adicional de isonomia condenando o Réu na sua implementação
na remuneração dos Substituídos e ainda apuração do valor da diferença do
atrasado para pagamento.
Reclamam a incidência do percentual de 2% do reajuste de
vencimentos instituído pela Lei 1.855/2008 em favor dos delegados de policia,
aduzindo que a lei previu reajuste de 4% em duas parcelas (fevereiro e maio de
2008), mas somente foi promovida a incidência somente de 2%, pois a pericia na
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ação judicial foi realizada em julho de 2007 e a implementação em março de 2008,
não incidindo esse percentual.
O Estado de Rondônia contesta a ação. Argui ilegitimidade
ativa do Autor para reclamar em ação de cobrança e sem autorização de
assembléia geral as parcelas reclamadas. Argüi prescrição, aduzindo que o
adicional de isonomia foi instituído pela Lei n. 125/1994 e extinta pela EC n. 19/1998
(art. 39, § 1º, I a III), assim o beneficio reclamado teve vigência entre 1994 a 1998,
invocando precedente do e. TJRO. Discorre sobre a regra da Lei 125/94 para dizer
inexistente direito ao adicional de isonomia. Discorre sobre a instituição do Regime
Único aos Servidores Públicos pela LCE n. 68/92, ressalvando o regramentos
especiais da Policia Militar (DL 09-A/82) e Policia Civil (LCE 58/92 e LCE 76/93).
Afirma que somente depois da conversão da URV do Plano Real é que se constatou
que os vencimentos do Poder Legislativo e Judiciário eram superiores aos cargos do
Poder Executivo, contrariando o art. 37, XII e art. 39, § 1º, CF/88, redação original.
Informa terem sido realizadas diversas reuniões e finalmente encaminhado o projeto
de lei com proposta de reajuste de até 100% e especificamente menciona a
finalidade de cumprir a regra de isonomia, com correção gradativa e na medida da
disponibilidade orçamentária, conforme “caput” do art. 1º, e também fixava, também
especificamente, o percentual de reajuste geral fixado no § 3º do art. 1º da Lei
125/94. Indaga a qual categoria assemelhada os Policiais Civis exerciam para
reclamarem e obterem a vantagem legal de isonomia. Repisa a revogação do
adicional pela EC 19/98 e da inviabilidade de o Poder Judiciário fixar extensão de
remuneração por isonomia, bem como sobre a reserva do art. 169, § 1º da CF/88.
Reporta-se a precedente do e. STJ (ROMS – 16078 –Ro, 5ª Turma, Min. Jorge
Scartezzini, DJU 08.03.2004), afirmando a não incidência do adicional de isonomia
em outras parcelas que não o vencimento básico.
Réplica pelos Autores, afirmando que pretendem seja
reconhecido direito ao aumento de 10% e de 15% aos Substituídos do SINSEPOL e
do SINDEPRO, respectivamente, decorrente da elevação do vencimento básico pela
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alteração de classe dos servidores e ainda a incidência de 2% do percentual
restante de 4% deferido pela Lei 1.85/2008.
É O RELATÓRIO. PASSO A DECIDIR.
SINSEPOL e SINDEPRO promovem ação em desfavor do
ESTADO DE RONDONIA, pretendendo aumento de 10% e de 15% aos
Substituídos do SINSEPOL e do SINDEPRO, respectivamente, decorrente da
elevação do vencimento básico pela alteração de classe dos servidores ao
fundamento de que o adicional de isonomia tem natureza de vencimento e deve ter
reajuste no mesmo percentual de elevação da mudança de classe, e, ainda a
incidência de 2% do percentual restante de 4% deferido pela Lei 1.85/2008 aos
delegados, pois a implementação decorrente da liquidação de sentença ocorreu
sem a inclusão do percentual.
Preliminares.
Da ilegitimidade ativa. A legitimidade dos Sindicatos para
reclamarem direito dos Substituídos não comporta controvérsia.
STJ ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. LEGITIMIDADE DO SINDICATO E ASSOCIADOS.
INAPLICABILIDADE DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 741 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. TÍTULO
JUDICIAL TRANSITADO ANTES DA MP Nº 2.180-35/2001. LIMITAÇÃO DO REAJUSTE. IMPOSSIBILIDADE.
OBSERVÂNCIA DA RES IUDICATA. 1. Os sindicatos possuem ampla legitimidade para defenderem, em
juízo, os direitos da categoria, quer nas ações ordinárias, quer nas seguranças coletivas, em decorrência
da chamada substituição processual, a qual dispensa a autorização expressa dos substituídos e a
juntada da relação nominal dos filiados. 2. O parágrafo único do artigo 741 do Código de Processo Civil,
acrescentado pela Medida Provisória nº 2.180/2001, determina que se considera inexigível o título judicial
fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou cuja aplicação
ou interpretação foram tidos por incompatíveis com a Carta Constitucional. 3. Na compreensão assente no
Superior Tribunal de Justiça, a aludida modificação tem incidência imediata, ressalvadas as situações
consolidadas antes de seu advento. Assim, se o título judicial transitou em julgado após a vigência da
mencionada Medida Provisória, aplicável a novel legislação. Caso contrário, deve observar-se a res iudicata. 4.
Segundo o entendimento de ambas as Turmas que compõem a Terceira Seção, a ausência de limitação
temporal no pagamento do reajuste de 84,32% no título executivo impede a rediscussão em embargos à
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execução, sob pena de ofensa à coisa julgada. 5. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EDcl no Recurso
Especial nº 1028552/PE (2008/0021863-8), 5ª Turma do STJ, Rel. Jorge Mussi. j. 03.05.2011, unânime, DJe
17.05.2011)
Da prescrição. A argüição de prescrição na perspectiva
suscitada pelo Réu não comporta ser reconhecida. O Réu suscita a prescrição na
ótica de que estaria sendo discutida nesta ação a incidência ou não do adicional de
isonomia da LE n. 125/94, contudo, esse objeto foi discutido nas ações do
SINSEPOL nos autos n. 001.1998.004625-5 e do SINDEPRO nos autos n.
001.2002.013167-3.
O objeto desta ação refere-se a incidência também sobre o
adicional de isonomia do percentual que resultante dos valores dos vencimentos na
mudança de classe pelos servidores após a implementação do adicional e da
aplicação do percentual de 2% da Lei 1.855/08 aos Substituídos do SINDEPRO,
comportando rejeitar a argüição de prescrição assentada na premissa suscitada
pelo Réu.
Contudo, é certo que prescrição (art. 219, § 5º, CPC) e a
decadência (art. 210, CC/2002) são conhecidas de oficio pelo Juiz.
Nessa premissa, comporta assinalar que os Autores referem-se
a situações exemplificativa de mudanças de classes pelos seus respectivos
Substituídos a partir de 2004, relacionadas à regra da Lei 1.041/2002 que disciplina
a remuneração dos servidores da Secretaria de Estado de Segurança Pública –
Policia Civil.
Assim, a pretensão é de que se reconheça desde a primeira
mudança de classe prevista na LE 1.041/2002 – apontada em 2004 - o direito de
incidir os percentuais de 10% (SINSEPOL) e 15% (SINDEPRO) sobre o adicional de
isonomia, anotando-se que esta ação foi proposta em 20.05.2011.
Nessa condição, observa-se que a ocorrência da prejudicial de
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mérito em razão do instituto qüinqüenal, pois em se tratando se ação de cobrança
contra a Fazenda Pública, determinam os Decretos:
Decreto nº 20.910/1932:
Art. 1º - As dívidas passivas da União dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito
ou ação contra a Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco
anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.
Art. 2º - Prescrevem igualmente no mesmo prazo todo o direito e as prestações correspondentes a
pensões vencidas ou por vencerem, ao meio soldo ao montepio civil e militar ou a quaisquer restituições ou
diferenças.
De se dizer que não se trata de prescrição de parcelas, mas do
próprio direito que se constitui a partir de cada progressão funcional pelo novo
enquadramento.
STJ. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. ADICIONAL DE TEMPO INTEGRAL.
RESTABELECIMENTO. PRESCRIÇÃO. FUNDO DE DIREITO. TERMO INICIAL. SUPRESSÃO. PAGAMENTO.
LEI 4.962/89. PRECEDENTES. AGRAVO DESPROVIDO.
I - Consoante entendimento desta Corte, em se tratando de ação na qual se
pleiteia o restabelecimento do adicional por tempo integral ao autor, servidor
público municipal, cujo pagamento restou suprimido pela Administração, por
meio da Lei nº 4.962/89, a prescrição alcança o fundo de direito, já que a ação
somente foi proposta em 2002.
II - Agravo interno desprovido.
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 730971/RJ (2005/0212136-4), 5ª
Turma do STJ, Rel. Gilson Dipp. j. 16.03.2006, unânime, DJ 10.04.2006).
TRF. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. PROFESSORES. ENQUADRAMENTO. ADICIONAL DE 55%
DEVIDO A DOCENTES DE ATIVIDADE EXCLUSIVA. LEI 7.596/87 E LEI 8.270/91. DECRETO 94.664/87.
PRESCRIÇÃO. OCORRÊNCIA.
1. O enquadramento funcional é ato único. O pedido de reenquadramento está
sujeito à prescrição qüinqüenal que atinge o próprio fundo do direito.
2. O prazo prescricional quanto à pretensão de reenquadramento dos servidores
professores do extinto Território Federal do Acre teve seu termo inicial com a edição
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da Portaria 206, de 26.02.1992, do Gerente de Projetos de Reforma Administrativa
da Secretaria de Administração Federal da Presidência da República (fl. 88) que
efetuou o enquadramento impugnado.
3. Considerando que transcorreu um prazo superior a 5 (cinco) anos entre o ato
impugnado (enquadramento) e a propositura da presente demanda (13.02.2002),
houve a prescrição do fundo do direito. 4. Apelação a que se nega provimento.
(Apelação Cível nº 2002.30.00.000252-8/AC, 1ª Turma do TRF da 1ª Região, Rel.
Convocado Miguel Ângelo de Alvarenga Lopes. j. 13.06.2007, unânime, DJU
03.09.2007, p. 18).
Comporta assinalar que, tecnicamente, considerando o fato de
os Autores deduzirem pretensão referente ao reconhecimento da existência do
próprio “direito” às progressões em critério ou formula diversa da adotada pelo Réu,
assim, em cada uma das progressões consideram-se constituídos direitos
específicos deferidos ou negados pelo Estado em manifestação expressa do critério
e formula que adota.
Daí, tratando-se de discussão relativa à correção ou não da
constituição do próprio direito a pretensão é de natureza constitutiva e,
conseqüentemente, conforme teoriza Agnelo Amorim e Humberto Theodoro Junior,
o exame é de decadência e não da prescrição, considerando o fato de eventuais
diferenças de prestações (prescrição) estarem vinculadas à premissa de ser
reconhecido o direito.
Assim, comporta reconhecer a inviabilidade de serem
examinadas as correções ou incorreções nas progressões anteriores aos cinco anos
da propositura desta ação, pois ocorrida a prescrição (rectius: decadência).
Considerando a o fato de as progressões se sucederem,
examina-se o pedido inicial para efeito a partir dos cinco anos pretéritos à
propositura da ação, ou seja, a partir de 20.05.2006, pela ocorrência da decadência,
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impedindo o exame do próprio direito de serem adotados nas progressões critérios
ou fórmulas diversas das utilizadas pelo Estado de Rondônia em conformidade à
regra da Lei 1.041/2002.
Mérito.
Pontos incontroversos.
Primeiramente, insta apontar ser incontroverso que as decisões
nas ações do SINSEPOL nos autos n. 001.1998.004625-5 e do SINDEPRO nos
autos n. 001.2002.013167-3, fixaram textualmente que o adicional de isonomia
constituía e detinha natureza de “vencimento”.
Nesse sentido, não somente a afirmação dos próprios Autores
como a decisão por eles referidas de origem deste Juízo e deste Magistrado na
execução pelo SINSEPOL nos autos n. 001.1998.004625-5 expressamente também
fez ver (fls. 09 – reproduzido na inicial) que a decisão judicial fixou o adicional como
parcela integrante e componente do próprio “vencimento básico”.
Essa premissa é de essencial importância.
Retome-se então que o pedido dos Autores nas
ações mencionadas referiu-se à condenação do Estado de Rondônia a implementar
a título de “isonomia” um reajuste de 100% do valor dos vencimentos, sob alegação
de existir tal direito por efeito do art. 1º, “caput” da LE n. 125/1994 que informaram
não ter sido realizado pelo Réu.
As decisões referidas pelos Autores concederam o direito ao
reajuste e fixaram que o adicional teria natureza de vencimento, integrando-se a
este, ponto assinalado incontroverso.
Assim, reconhecido o direito, evidentemente não se adota o
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valor da última remuneração para aplicar o reajuste de 100%, mas o valor originário
de 1994, pois as decisões judiciais reconheceram a omissão na concessão e o
direito às diferenças.
Da inviabilidade de efeito ultra ativo à LE 125/1994.
Diz-se da ultra-atividade a situação jurídica de incidência da lei
depois de revogada a um fato ocorrido durante sua vigência, cujo julgamento,
todavia, se opera quando não mais está a viger.
…
Dá-se aí uma espécie de ultra-atividade da lei, que consiste na projeção dos efeitos da lei para além de
sua vigência, para resguardar o direito adquirido sob sua vigência. Com ele não se confunde o direito
subjetivo já exercido, ou seja, se o direito subjetivo já tiver sido exercido quando a lei nova entrou em
vigor, não cabe mais falar em direito adquirido, porque já não é meramente adquirido, porque passou a
ser situação jurídica subjetiva consumada, direito consumado, que se assemelha ao ato jurídico perfeito,
transmudando-se em novo tipo de relação jurídica, que, para desfazer-se, demanda a composição de
novos requisitos legais com efeitos específicos. (José Afonso de Silva. Artigo: reforma Constitucional e
Direito Adquirido. In JurisPlenum Ouro, n. 20, Julho 2011).
Assinala-se que não é conferida ultra-atividade à Lei 125/94 de
modo a conceber que pudesse transpor - infensa a qualquer norma superveniente -
e aplicar-se diretamente sobre a remuneração atual ou a remuneração vigente
quando iniciada a execução.
É evidente que, pelo simples fato de o Estado não ter
contemplado os Substituídos com o reajuste de 100% deferido pelo TJRO a titulo de
aplicação da Lei n. 125/94 não confere a esta norma conteúdo e tampouco efeito de
ultra-atividade de modo impedir a incidência das normas posteriores relacionadas a
alterações no padrão remuneratório dos servidores.
Tampouco é possível falar-se em aplicação da Lei 125/94 “per
saltum”, ou seja, diretamente sobre a remuneração já redefinida pelas leis de 2001 e
2002 ou diretamente sobre o padrão remuneratório percebido no último qüinqüênio,
desconsiderando os efeitos de todo o regramento normativo posterior à sua edição.
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É dizer, a Lei n. 125/94 não tem vigência para além da norma
que a revoga ou a qual seja contrária de forma a ignorar os seus efeitos.
Nesse exame, cediço, toda a norma tem vigência até que outra
a revogue ou discipline a matéria de forma diversa, conforme fixa a Lei de
Introdução ao Código Civil:
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem
modifica a lei anterior.
Teorizar o afastamento absoluto da incidência das leis
posteriores que promoveram reestruturação da carreira e da remuneração dos
servidores ou ainda teorizar incidência direta do percentual sobre a remuneração já
alterada por lei posterior (a partir de 2001) - implicaria subversão completa da força
jurídica e da própria finalidade da Lei 125/94, conferindo-lhe efeito vertical e
temporal transcendente.
Pretender teorizar ultra-atividade da Lei 125/94 implicaria falar
também em não ser admissível tampouco a incidência das leis supervenientes de
reajustes ou revisões remuneratórias e, nessa situação, a base remuneratória atual
seria exatamente os vencimentos de março de 1995, feita a conversão. É dizer, se a
Lei 125/94 é infensa aos efeitos de leis posteriores, nenhuma delas poderia ser
aplicada.
Não comporta assim conferir à Lei 125/94 o efeito de ser
aplicada em qualquer tempo e sem influência de qualquer lei posterior, pois estaria a
se falar em ultra-atividade, conteúdo normativo do qual não é dotado, já que violaria
as leis posteriores e subverteria o sistema normativo pátrio. A Lei 125/94 sofre
influencia de normas supervenientes
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TRF2. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. EQUIVALÊNCIA SALÁRIO MÍNIMO. ART. 58 DO ADCT. APLICAÇÃO
ULTRA-ATIVA.
1. A Súmula 260, do extinto TFR, não consagra a equivalência em número de salários mínimos, o que só
ocorreu no período em que vigorou o art. 58, do ADCT, que dispôs que os benefícios de prestação
continuada, mantidos pela previdência social na data da promulgação da , teriam seus valores revistos,
mantendo a equivalência com o número de salários mínimos que tinham na data de sua concessão.
2. Tal critério de revisão foi estabelecido para vigorar apenas a partir do sétimo mês da promulgação da
até a implantação do plano de custeio e benefícios, não comportando aplicação retroativa, nem ultra-
ativa.
3. Pretendendo o agravante a aplicação ultra-ativa do referido critério, descabe qualquer reparo no
decisum impugnado.
4. Negado provimento ao Agravo Interno
(TRF2 – 2ª Turma Especializada. Desembargadora Federal LILIANE RORIZ DJU - Data:13/06/2008 -
Página::494/495. AGRAVO DE INSTRUMENTO: AG 156559 RJ 2007.02.01.008103-5).
Anota-se então ser público o conhecimento de que o Estado de
Rondônia promoveu reestruturação das carreiras e remunerações dos servidores
públicos nos anos de 2001 e 2002.
Nesse sentido, relacionam-se as normas estaduais que fixaram
a reestruturação remuneratória, comportando mencionar, dentre outras a Lei
Complementar n. 250/2001- Educação e Leis Estaduais n 1.067/2001-Saúde, n.
1.041/2002–Polícia Civil e n. 1.068/02 – Servidores em Geral.
Fixa-se então que o percentual de 100% não é de transpor “per
saltum” a regra da LE n. 1.041/2002, como se estivesse imune aos seus preceitos,
para incidir somente aos tempos das progressões pela mudança de classe (2004,
2006 e posteriores).
Da implicação da Lei 1.041/2002 ao promover reestruturação remuneratória.
A consolidação de parcelas variadas decorrentes de diversas
normas ao “vencimento básico” do servidor tratar-se de medida salutar.
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Alias, é a diretriz instituída pela redação dada aos §§ 4oe 8º do
art. 39 da CF/88 pela EC n. 19/98 no que institui indicativo para a reestruturação
remuneratória sob forma de subsidio vedando expressamente a inclusão de
quaisquer vantagens ou adicionais. A única restrição é de que não ocorra redução
do valor nominal.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração
e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
§ 4º O membro de Poder, detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e
Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do §
4º.
A Lei n. 1.041/02 reestruturou a remuneração dos integrantes
da carreira da Policia Civil e, no que interessa ao objeto desta ação, destacam-se os
seguintes dispositivos:
Art. 1º A remuneração dos integrantes da carreira Policial Civil passa a ter a
seguinte estrutura:
I – vencimento; II – (...); III - adicionais: (...); c) vantagem pessoal; d) vantagem
individual; e (...)
Art. 2º O adicional por tempo de serviço que individualmente o policial civil faz jus
até a data da publicação desta Lei, fica transformado em vantagem pessoal.
§ 1º A Vantagem Pessoal de que trata o caput deste artigo substitui toda e qualquer
rubrica que tenha como fundamento o tempo de serviço, em especial, a Gratificação
de Tempo de Serviço.
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Adiante dispõe ainda a LC n. 1.041/02:
Art. 11. O vencimento dos integrantes da carreira de Policial Civil está fixado
nos termos dos Anexos I, II e III desta Lei.
§ 1º Ficam extintas por incorporação ao vencimento do Policial Civil constante
dos Anexos I e II desta Lei, todas as gratificações, vantagens pessoais e
individuais adquiridas a qualquer título ao longo do tempo.
§ 2º O Policial Civil constante do Anexo III desta Lei fará jus ao vencimento,
Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada – VPNI e Vantagem Individual
Nominalmente Identificada – VINI.
...
§ 4º Para os efeitos deste artigo constituem-se Vantagem Pessoal Nominalmente
Identificada – VPNI:
I – anuênio; II – quintos; e, III – décimos.
§ 5º Para os efeitos deste artigo constituem-se Vantagem Individual Nominalmente
Identificada – VINI:
I - decisões judiciais; II - gratificação por operações especiais – GOE; III - vantagens
previstas na Lei Complementar nº 23, de 11 de janeiro de 1988; e, IV - gratificação
de função.
Verifica-se então que a LCE n. 1.041/02, após consolidar os
adicionais individuais como vantagens pessoais (art. 2o, § 1o), condensou as
diversas vantagens remuneratórias adquiridas pelos servidores em Vantagem
Pessoal Nominalmente Identificada e Vantagem Individual Nominalmente
Identificada (VPNI e VINI - art. 11, §§ 4oe 5o).
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Depois, no art. 11, § 1o, fez extinguir por incorporações nos
vencimentos dos policiais civis todas as vantagens por ele percebidas, afetando os
Substituídos do SINSEPOL.
De outro lado, a Lei 1.041/02, também disciplinou a
remuneração dos Substituídos pelo SINDEPRO, instituindo aos integrantes dessa
carreira a individualidade e distinção em relação à forma de remuneração dos
policiais civis, passando a perceber “subsidio” única e não mais vencimento e
vantagens.
A LC 1.041/2002 manteve íntegra a remuneração do Autor que
percebia várias parcelas que somadas não alcançavam o valor do novo vencimento
básico instituído. Portanto, o Autor teve elevados os seus vencimentos. Como então
falar-se em redução de vencimentos? De redução de vencimentos (art. 37, XV,
CF/88) não se trata, inexistindo ofensa à regra Constitucional. O e. STF manifesta o
entendimento seguinte:
Vencimentos. Violação ao princípio da irredutibilidade. Inocorrência. Valor nominal
preservado na mudança de cálculo das gratificações. Impossibilidade de se falar em
direito a regime jurídico.”
Não há falar em violação ao princípio da irredutibilidade de vencimentos dos
servidores, se o valor nominal é preservado, quando da mudança de cálculo das
gratificações que o integram, sendo incabível falar em direito adquirido a regime
jurídico.
(AgRgnoRE 364.387-8-MS, 1aT, DJU 09.05.03, Min. Ellen Gracie).
É o que se verifica expressamente do art. 34 da LCE 1.041/02
que distinguem os Delegados na Tabela Anexo I e os peritos e médicos na Tabela
Anexo II, com “remuneração” elevada e única, ou seja, mediante subsidio, e não
mais “vencimento”, como ocorre aos policiais civis, relacionados na Tabela Anexo
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III. Veja-se:
ANEXO I
TABELA DE REMUNERAÇÃO
CATEGORIA CLASSE REMUNERAÇÃO
Delegado de Polícia Especial
Terceira
Segunda
Primeira
7.800,00
6.800,00
6.100,00
5.600,00
ANEXO IITABELA DE REMUNERAÇÃO
REDAÇÃO REVOGADA
CATEGORIA CLASSE REMUNERAÇÃO
Perito Criminal, Médico Legista, Psiquiatra Legal e Odontólogo Legal
Especial
Terceira
Segunda
Primeira
6.900,00
5.800,00
5.100,00
4.600,00
REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 1212 DE 1º/08/03 – DOE 01/08/03
CATEGORIA CLASSE REMUNERAÇÃO
Perito Criminal, Médico Legista, Psiquiatra Legal e Odontólogo Legal
Especial
Terceira
Segunda
Primeira
7.800,00
6.800,00
6.100,00
5.600,00
REDAÇÃO REVOGADA
CATEGORIA CLASSE VENCIMENTO
Escrivão de Polícia, Agente de Polícia, Agente de Telecomunicações, Datiloscopista Policial, Técnico em Laboratório e Técnico em Necropsia.
EspecialTerceiraSegundaPrimeira
1.460,001.450,001.440,001.430,00
REDAÇÃO REVOGADA
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CATEGORIA CLASSE VENCIMENTO
Auxiliar Operacional de Perito Criminal e Auxiliar de Necropsia. Especial
Terceira
Segunda
Primeira
1.430,00
1.370,00
1.300,00
1.150,00
REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 1212 DE 1º/08/03 – DOE 01/08/03
CATEGORIA CLASSE VENCIMENTO
Escrivão de Polícia, Agente de Polícia, Agente de Telecomunicações, Datiloscopista Policial, Técnico em Laboratório e Técnico em Necropsia.
EspecialTerceiraSegundaPrimeira
1.903,331.730,001.573,001.430,00
REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 1212 DE 1º/08/03 – DOE 01/08/03
CATEGORIA CLASSE VENCIMENTO
Auxiliar Operacional de Perito Criminal e Auxiliar de Necropsia. Especial
Terceira
Segunda
Primeira
1.530,65
1.391,50
1.265,00
1.150,00
ANEXO III
TABELA DE VENCIMENTO
CATEGORIA CLASSE VENCIMENTO
Escrivão de Polícia, Agente de Polícia, Agente de Telecomunicações, Datiloscopista Policial, Técnico em Laboratório e Técnico em Necropsia.
EspecialTerceiraSegundaPrimeira
1.460,001.450,001.440,001.430,00
CATEGORIA CLASSE VENCIMENTO
Auxiliar Operacional de Perito Criminal e Auxiliar de Necropsia. Especial
Terceira
Segunda
Primeira
1.430,00
1.370,00
1.300,00
1.150,00
CATEGORIA CLASSE VENCIMENTO
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Escrivão de Polícia, Agente de Polícia, Agente de Telecomunicações, Datiloscopista Policial, Técnico em Laboratório e Técnico em Necropsia.
EspecialTerceiraSegundaPrimeira
1.903,331.730,001.573,001.430,00
CATEGORIA CLASSE VENCIMENTO
Auxiliar Operacional de Perito Criminal e Auxiliar de Necropsia. Especial
Terceira
Segunda
Primeira
1.530,65
1.391,50
1.265,00
1.150,00
Mais relevante ao tema, merecendo absoluto destaque é a
regra do art. 2º, § 2º, da LE n. 1.041/2002 que dispõe:
§ 2º O Policial Civil, que em virtude desta Lei, venha a fazer jus a uma remuneração inferior à que
recebia, terá direito a um complemento igual ao valor da diferença encontrada, paga como vantagem
individual, a ser reajustada na mesma data e no mesmo percentual do reajuste da remuneração.
Assim, o § 2º do art. 2º da Lei 1.041/2002 fixa que a partir de
sua edição os integrantes do quadro da Policia Civil seriam enquadrados nas
classes (primeira, segunda, terceira e especial) nos valores previstos nas Tabelas
dos Anexos I, II e III e se o valor da remuneração superasse esse valor, a diferença
seria paga a titulo de Vantagem Individual a ser reajustada na mesma data e no
mesmo percentual de reajuste da remuneração.
Assim, somente comportaria falar em diferença a partir do
exame da incidência das regras da Lei 1.041/2002 sobre a remuneração dos
Substituídos e apurada existência de Vantagem Nominal.
TJSP.SERVIDORES PÚBLICOS - MUNICÍPIO DE SÃO PAULO PRETENSÃO À CONVERSÃO DE
VENCIMENTOS PARA URV EM 1º DE MARÇO DE 1994 RELAÇÃO JURÍDICA DE TRATO SUCESSIVO -
PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO AFASTADA POSSIBILIDADE INTELIGÊNCIA DA LEI FEDERAL Nº
8.880/94.
…
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2. Impedimento, porém, de compensação com reajustes futuros de natureza
jurídica diversa. 3. De outra parte, embora as diferenças devidas pela
incorreção da conversão salarial não sejam compensáveis com reajustes
futuros, eventual resíduo cessará por ocasião da fixação de novo padrão de
vencimentos para os servidores. 4. Precedentes do STF, STJ e desta Corte de
Justiça. 5. Sentença reformada. 6. Procedência integral da ação. Recurso de
apelação provido. (Apelação nº 0159229-55.2007.8.26.0000, 5ª Câmara de Direito
Público do TJSP, Rel. Francisco Bianco. j. 17.01.2011, DJe 31.01.2011).
A fórmula seria a seguinte:
Passo I – Fixar o valor da remuneração em dezembro de 1994 e sobre ela aplicar o
índice de 100% determinado pelo TJRO a titulo de cumprir a regra da Lei 125/94;
Passo II – Proceder à evolução da remuneração considerando a incidência das leis
posteriores que promoveram reajustes salariais e ainda criações e exclusões de
vantagens;
Passo III – Apurar o valor total da remuneração dos Substituídos no mês de
janeiro/2002 - computando o vencimento e as vantagens pessoais e até mesmo
incluindo as gratificações – distribuindo as parcelas entre Vencimento Básico + VPNI +
VINI e promover o enquadramento na classe, caso o valor da remuneração percebida
superasse o valor do vencimento da classe, a diferença seria percebida a titulo de
Vantagem Individual;
Observação ao Passo III – Conforme dispõe o art. 2º, § 2º, Lei 1.041/2002, se o valor da remuneração,
incluindo a incidência da isonomia, superar o valor do vencimento da classe na qual se enquadraria o servidor
(primeira, segunda, terceira, especial) a diferença seria percebida a titulo de Vantagem Individual.
Passo IV – Os Vencimentos Básicos relacionados a cada uma das classes (primeira,
segunda, terceira e especial) são assegurados aos servidores que cumprirem os
requisitos exigidos para a alteração (elevação), os valores das vantagens VPNI e VINI
(nesta incluída a eventual diferença remuneratória por efeito do art. 2º, § 2º, da Lei n.
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1.041/2002) são corrigidos na mesma data e percentual da remuneração pelas
legislações que concederem reajustes ou revisões.
Assim, a tese dos Autores sobre direito à incidência do
percentual de elevação de classe sobre o valor da diferença de isonomia também
quando da mudança da classe não tem fundamento ou consistência.
Ora, é evidente, já na regra do art. 2º, § 2º, da Lei 1.041/2002,
que a diferença de remuneração em relação ao vencimento da classe fora
transformada em VINI, independentemente das parcelas que compunham essa
diferença, inclusive e especialmente a isonomia, parcela que os próprios Autores
qualificam como vencimento.
Não existe viabilidade legal de ser concedido o direito
reclamado pelo Autor, anotando-se que nesse caso haveria progressão geométrica
da gratificação que teria reajuste em percentual apurado entre as elevações de
classe sem que esse direito possa ser reconhecido como decorrente da Lei
125/1994.
Veja-se, a elevação do valor do vencimento básico não se
realiza por aplicação de percentual mas pela alteração do próprio valor nominal e
este é expressamente definido em lei.
E mais. Os Delegados e Peritos passaram a ser remunerados
mediante subsídios e nestes não se computa qualquer vantagem pessoal,
ressalvadas a parcelas decorrentes de atividades transitórias por circunstancias
relacionadas à condição de trabalho.
A Emenda Constitucional n. 19 de 04/06/98 para dizer, em nova
redação ao inciso XI do art. 37, o seguinte:
“a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos
públicos da administração direta e fundacional dos membros de qualquer dos
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Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal de dos Municípios, dos
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão
exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal”.
Confirme-se inclusive entendimento de que na percepção de
subsidio não se inclui horas extras ou adicional noturno:
STJ. ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS
(PAPILOSCOPISTAS). LEI ESTADUAL N.º 8.321/2005. MODIFICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DE REMUNERAÇÃO.
INSTITUIÇÃO DE REMUNERAÇÃO POR SUBSÍDIO, FIXADO EM PARCELA ÚNICA. CONCESSÃO DE ADICIONAL
NOTURNO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A REGIME REMUNERATÓRIO.
1. A Lei Estadual n.º 8.321/2005, que dispõe sobre a criação da Carreira dos Profissionais da Perícia Oficial e
Identificação Técnica - POLITEC/MT, a qual pertencem os Recorrentes, estabeleceu novo regime remuneratório
ao instituir o subsídio, fixado em parcela única. Essa norma veda, expressamente, o acréscimo de qualquer
parcela remuneratória, inclusive o pleiteado adicional noturno, que restou incorporado no subsídio dos
servidores. 2. O servidor público não tem direito adquirido à imutabilidade do regime remuneratório, razão pela
qual, pode a lei nova alterar, extinguir, reduzir ou criar vantagens, desde que seja resguardada a irredutibilidade
de vencimentos protegendo-se o quantum remuneratório. 3. Por não encontrar respaldo em lei específica, o
pleito formulado no presente mandamus encontra óbice no art. 37, inciso X, da Constituição Federal, bem como
na jurisprudência desta Corte Superior e do Excelso Pretório. 4. Subsiste incólume o entendimento manifestado
na decisão ora hostilizada, à medida em que o presente regimental apenas reitera os argumentos já expendidos
nas razões do recurso ordinário. 5. Agravo regimental desprovido. (STJ, AgRg no RMS 26609/MT, Quinta
Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, julg. unânime, em 18/11/2008, DJe 15/12/2008)
TRF1. ADMINISTRATIVO. ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. ADVOGADA DA UNIÃO APOSENTADA. SUBSÍDIO.
MANUTENÇÃO CUMULATIVA DAS VANTAGENS INCORPORADAS. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE OFENSA A
DIREITO ADQUIRIDO E AO PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS.
1. A MP 305, de 29 de junho de 2006, posteriormente convertida na Lei nº 11.358/2006, instituiu o subsídio para
as carreiras jurídicas, nas quais se insere a de advogado da União, proibindo o acréscimo de gratificações,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. 2. Conforme entendimento
assente no STF, não há que se falar em direito adquirido de servidor público a regime jurídico, podendo
as parcelas que compõem sua remuneração serem alteradas, inclusive quanto à denominação e critério
de reajuste, desde que assegurada a irredutibilidade de vencimentos prevista na Constituição Federal de
1988. Precedentes. 3. Assim, não tem direito a impetrante ao recebimento das vantagens incorporadas
cumulativamente com o subsídio. 4. Apelação desprovida. (Apelação em Mandado de Segurança nº 0032026-
61.2006.4.01.3400/DF, 2ª Turma do TRF da 1ª Região, Rel. Neuza Maria Alves da Silva. j. 21.03.2011, e-DJF1
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11.04.2011, p. 034).
TRF4. ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO. POLICIAIS RODOVIÁRIOS FEDERAIS.
INSTITUIÇÃO DA REMUNERAÇÃO NA FORMA DE SUBSÍDIO. PEDIDO DE PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS.
INACUMULABILIDADE COM SUBSÍDIOS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. APELO DESPROVIDO.
1. A pretensão encontra óbice no disposto na Lei n.º 11.358/2006, que estabelece, em seu art. 1º, inc. VII, a
remuneração por subsídios a algumas carreiras de servidores públicos, entre elas a de Policial Rodoviário
Federal. 2. A remuneração por subsídio constitui-se em remuneração em parcela única, prevista no artigo
39, § 4º, da Constituição Federal de 1988, introduzido pela Emenda Constitucional nº 19, instituindo o
regime estabelecido mediante subsídio em parcela única para algumas carreiras de servidores, na qual
estão enquadrados os Policiais Rodoviários Federais, e vedando o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. 3. Apelo desprovido.
(AC nº 0000818-22.2009.404.7005/PR, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ,3ª
T., j.30-03-2010, un., DJ 23-04-2010)
É cediço que valores remuneratórios que ultrapassem o valor do
subsidio são incorporados e mantidos até que sejam absorvidos pelo valor do
subsidio.
…
6. Finalmente, é preciso que se esclareça que este Plenário, ao julgar o Mandado de Segurança 24.875/DF,
Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 06.10.2006, deferiu a ordem apenas quanto ao acréscimo de vinte por cento
sobre os proventos da aposentadoria, previsto no art. 184, III, da Lei 1.711/52, combinado com o art. 250 da Lei
8.112/90, até que o seu montante fosse absorvido pelo subsídio fixado em lei para o cargo de Ministro do
Supremo Tribunal Federal, hipótese diversa daquela aqui veiculada.
(STF. AG. REG. NA SUSPENSÃO DE SEGURANÇA Nº 2.504-0/DF. RELATOR: ELLEN GRACIE. DJe
02.05.2008)
Portanto, não é possível conferir ao valor da diferença apurada
em razão da incidência da isonomia da Lei 125/94 a qualificação de parcela
privilegiada e de natureza transcendente a beneficiar indefinidamente o servidor
com repercussão em vantagens de natureza e de aspecto diverso.
Da superveniência da Lei 2.453/2011.
Por fim, insta anotar que a Lei 2.453, 10.05.2011 dispõe sobre
incorporação ao vencimento do servidor a verba de isonomia que estava sendo
paga em rubrica distinta sob denominação “Vencimento 2”.
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Veja-se, porém, que a regra da Lei 1.041/2002 não tem efeito
substancial mas meramente formal, pois a própria decisão judicial já consignara a
natureza da parcela como vencimento. A norma não cria vantagem nova ou
confere direito ao qual o servidor já não tivesse por efeito da decisão judicial que
deferiu o percentual de 100% a titulo de isonomia. A lei apenas fixou que a parcela
não seriam mais pagas em parcelas separadas. Percebe-se que, na verdade, é o
Estado que não procedeu da forma correta ao executar o cumprimento à decisão de
implementação da isonomia.
Destarte, a Lei 2.453/11 nada altera em relação ao cumprimento
da decisão, apenas torna una a parcela de vencimento que antes dividia em duas
rubricas.
Repisa-se, a norma superveniente (Lei 2.453/11) não
desqualifica o fundamento anotando, no sentido de que o cumprimento da decisão
judicial que deferiu incorporação do adicional de isonomia deve ser realizado: (I)
partindo-se da remuneração do servidor em dezembro de 1994 e sobre ela aplicar o
percentual de 100%; (II) observar as alterações remuneratórias de criações e
exclusões de vantagens; (III) fazer incidir a Lei 1.041/2002 - especialmente a regra
do art. 2º, § 2º, que consolida eventual diferença no titulo Vantagem Individual; e,
(IV) observar, a partir da vigência da Lei 1.041/02, os escalonamentos das classes
(primeira, segunda, terceira e especial) referentes aos vencimentos e subsídios das
classes e, se existente diferença, mantê-la sob rubrica de Vantagem Individual.
Portanto, a Lei 2.453/2011, porque não cria qualquer vantagem
e apenas promove conserto coerente ao cumprimento da decisão judicial que
deferiu o adicional de isonomia, não revela potencial jurídico de alterar o
fundamento da decisão que não reconhece aos Autores direito a fazer incidir sobre
eventual diferença que decorra da aplicação do adicional de isonomia e a
remuneração fixada pelo art. 1.041/02 ( Vantagem Individual – art. 2º, § 2º, Lei
1.041/02) o percentual apurado entre as mudanças de classe ao valor de
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Da diferença decorrente da não incidência do percentual da Lei 1.855/2008.
Os Autores reclamam a incidência do percentual de 2% do
reajuste de vencimentos instituído pela Lei 1.855/2008 em favor dos Delegados de
policia, aduzindo que a lei previu reajuste de 4% em duas parcelas (fevereiro e maio
de 2008), mas somente foi promovida a incidência somente de 2%, pois a pericia na
ação judicial foi realizada em julho de 2007 e a implementação em março de 2008,
não incidindo esse percentual.
O Réu não impugna essa afirmação do Autor SINDEPRO.
Evidente que a concessão do reajuste de 4% definido pela Lei
1.855/2008 impõe à Administração o dever de fazer incidir os percentuais de 2% na
remuneração dos servidores e se não o fez deve fazê-lo.
Não havendo contestação à afirmação de não incidência do
percentual de 2% fixado para maio de 2008 na remuneração dos Delegados,
evidente o direito aos servidores prejudicados em terem ajustadas as remunerações
ao valor que decorre da aplicação da norma.
Contudo, conforme assinalado, os Delegados de Policia, desde
a edição da Lei 1.041/2002 passaram a perceber remuneração mediante subsídio.
Nessa condição, é de considerar que o valor do subsidio tenha
reajuste em observância à determinação da Lei 1.855/2008.
Anota-se essa observação, pois, conforme exaustivamente
repisado, desde a vigência da Lei 1.041/2002, somente os servidores cuja
remuneração fosse superior ao valor do subsidio implementado pela norma teriam
direito a manter o valor da diferença a titulo de Vantagem Nominal.
Portanto, a incidência do percentual de 2% previsto para maio
de 2008, reclamada pelos SINDEPRO em favor de Delegados, somente pode ser
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reconhecido em favor dos servidores cujo subsidio não tenham sofrido essa
incidência e sobre eventuais vantagens nominais (art. 2º, § 2º, Lei 1.041/02).
Essa apuração somente se comporta em liquidação de
sentença.
Dispositivo.
Assim, nos fundamentos expostos e tudo mais nos autos,
JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido:
I - Rejeitando a pretensão de incidência dos percentuais apurados das diferenças
nas elevações de classe (primeira, segunda, terceira e especial) sobre o valor de
eventual diferença apurada em razão da incidência da isonomia da Lei 125/94, pois
esta norma não detém natureza transcendente de modo a beneficiar
indefinidamente o servidor, conferindo efeito de repercutir e ser repercutida na
fixação dos vencimentos e subsídios das classes dos Substituídos do SINDEPRO e
SINSEPOL (Lei n. 1.041/2002 – Anexos I ao III);
II – Acolhendo o pedido no que se refere ao reconhecimento do direito ao
percentual de 2% fixado pela Lei 1.855/2008 para incidência em maio de 2008, em
favor dos Delegados cujos subsídios não tenham sofrido a incidência, bem como
sobre eventuais vantagens nominais (Lei n. 1.041/02 - art. 2º, § 2º). II.a - A
implantação deve ser realizada após apuração dos valores em liquidação de
sentença que também fixara o valor do retroativo para o pagamento, este
observando o processo executivo regular. Os valores retroativos serão corrigidos
monetariamente e incidentes juros legais a partir da citação; II.b Apurada existência
de diferença o Réu deverá implementar o valor em folha de pagamento. RESOLVO
a lide com apreciação do mérito, na forma do art. 269, I, CPC.
Considerando a sucumbência recíproca, tendo-a por
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proporcional, distribuo e compenso os honorários, sem atribuição de encargo em
favor de qualquer das partes. Custas pró-rata, divida entre as partes, isento o Réu.
P.R.I. Sentença sujeita a reexame necessário. Certificando o
transito em julgado da sentença, e decorrido o prazo de 05 dias sem requerimento,
arquivem-se os autos. Vindo recurso, ao apelado para as contra-razões, certificando-
se a tempestividade e preparo, se o caso, consignando-se o recebimento na forma
do art. 520, CPC.
Porto Velho-RO, quarta-feira, 30 de novembro de 2011.
Edenir Sebastião Albuquerque da Rosa Juiz de Direito
RECEBIMENTOAos ____ dias do mês de Novembro de 2011. Eu, _________ Silvia Assunção Ormonde - Escrivã(o) Judicial, recebi estes autos.
REGISTRO NO LIVRO DIGITALCertifico e dou fé que a sentença retro, mediante lançamento automático, foi registrada no livro eletrônico sob o número 1098/2011.