poder, política e estado - jlgonz.com 3bim2012/3ªsérie soc. 3ºbim. poder... · poder, política...
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Poder, política e EstadoOs atos políticos e as ações do Estado fazer
parte de nossa vida, e é atuando politicamente que
entendemos e assumimos nosso papel na
sociedade. No entanto, quando ouvem falar em
poder e política, as pessoas quase sempre pensam
e troca de favores, conchavos e falcatruas, e,
quando ouvem falar em Estado, muitas pensam e
burocracia, impostos elevados e mau uso do
dinheiro público. Essas associações negativas
resultam de uma ideia preconceituosa a respeito
do papel do Estado, e servem de argumento para
justificar a omissão e a recusa à participação nos
assuntos políticos.
Muita gente acredita que poder e dominação
só podem ser exercidos pelo Estado, mas, como
veremos nesta unidade, há várias outras formas de
dominação em todos os setores e relações sociais.
IDEOLOGIAS
Comunismo, Fascismo e Socialismo
O Comunismo é um sistema econômico que nega a propriedade privada dos meios deprodução. Num sistema comunista os meios de produção são socializados, ou seja, aprodução da sociedade é propriedade da mesma.
No seu uso mais comum, o termo comunismo refere-se à obra e às idéias de KarlMarx e, posteriormente, a diversos outros teóricos, notavelmente Friedrich Engels, RosaLuxemburgo, Vladimir Lenin, Leon Trotsky, entre outros. Uma das principais obrasfundadoras desta corrente política é "O Manifesto do Partido Comunista" de Marx e Engels.
A principal característica do modelo de sociedade comunal proposto nas obras deMarx e Engels é a da abolição da propriedade privada, e a consequente orientação daeconomia de forma planeada, embora algumas vertentes do socialismo e do comunismo,identificadas como anarquistas, defendam um socialismo baseado na abolição do estado.Tornam-se mais visíveis as diferenças entre estes grupos quando se sabe que a primeiraAssociação Internacional dos Trabalhadores (AIT) terminou como resultado da cisão entreMarxistas (que acreditavam na necessidade de tomar o poder do Estado para realizar aRevolução) e Bakuninistas (que acreditavam que não haveria Revolução a menos que oEstado fosse abolido em simultâneo com o capitalismo).
A teoria que dá base à construção do comunismo tem como ponto de partida asociedade capitalista, onde, de acordo com a ideologia comunista, impera a propriedadeprivada dos meios de produção, e imprime a todas as esferas da vida a marca doindividualismo e da extração da mais-valia, sendo esta a fonte maior da exploração dostrabalhadores pela classe dominante e a conseqüente desigualdade de classes, naconcepção marxista. Marx considerava que somente o proletariado, denominação para ostrabalhadores que produzem mais-valia, principalmente os da grande indústria, poderia, poruma luta política consciente e consequente de seu papel, derrubar o capitalismo, não paraconstituir um Estado para si, mas para acabar com as classes sociais e derrubar o Estadocomo instrumento político de existência das classes.
A palavra comunismo apareceu pela primeira vez na imprensa em 1827, quandoRobert Owen se referiu a socialistas e comunistas. Segundo ele, estes consideravam ocapital comum mais benéfico do que o capital privado. Aspalavras socialismo e comunismo foram usadas como sinônimos durante todo o século XIX.A definição do termo comunismo é dada após a Revolução russa, no início do século XX,pois Vladimir Lenin entendia que o termo socialismo já estava desgastado e deturpado. Porsua teoria, o comunismo só seria atingido depois de uma fase de transição pelo socialismo,onde haveria ainda uma hierarquia de governo.
A palavra Fascismo adquiriu o significado de qualquer sistema de governo
semelhante ao de Mussolini, o qual exalta a nação e muitas vezes a raça acima do
indivíduo, embora de forma não tão explícita como no nazismo e usa da violência,
de modernas técnicas de propaganda e censura para suprimir pela força a oposição
política, emprega uma arregimentação econômica e social severa, e sustenta o
nacionalismo e por vezes a xenofobia (nacionalismo étnico), tendo em conta que se
privilegia preferencialmente os nascidos no próprio país, desenvolvendo-se dessa
forma uma certa antipatia para com os imigrantes. De acordo com o doutrinário do
libertarianismo David Nolan (Nolan chart), o "fascismo" ocupa um lugar no espectro
político como um equivalente capitalista ao comunismo, sendo um sistema que
apóia a liberdade "econômica" mas ao mesmo tempo constrito pelos seus controles
sociais de tal forma que ele se torna virtualmente indistinguível do totalitarismo.
Num artigo da Enciclopedia Italiana de 1932, escrito por Giovanni Gentile e
atribuído a Benito Mussolini, o fascismo é descrito como um sistema no qual "o
Estado não apenas é autoridade que governa e molda as vontades individuais com
leis e valores da vida espiritual, mas também poder que faz com que a sua vontade
no estrangeiro prevaleça. ...Para o fascista, tudo está dentro do Estado e ... nem
indivíduos ou grupos estão fora do Estado... Para o Fascismo, o Estado é um
absoluto, perante o qual os indivíduos ou grupos são apenas algo de relativo."
Mussolini, em um discurso proferido dia 28 de outubro de 1925 proferiu a frase
que define concisamente a filosofia do fascismo: "Tutto nello Stato, niente al di fuori
dello Stato, nulla contro lo Stato" ("Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada
contra o Estado").
O Nazismo é geralmente considerado uma forma de fascismo, mas o
Nazismo, em contraste com o Fascismo, viu o objetivo do Estado no serviço de um
ideal daquilo que o Estado supostamente deveria ser: as suas pessoas, raças, e a
engenharia social destes aspectos da cultura com o fim último de uma maior
prosperidade possível para eles às custas de todos os outros. Por seu lado, o
fascismo de Mussolini continuou fiel à ideologia de que todos estes fatores existiam
para servir o Estado e que não era necessariamente no interesse do Estado servir
ou manipular algumas daquelas características. O único objetivo do governo sob o
fascismo era auto-valorizar-se como a maior prioridade da sua cultura,
simplesmente sendo o Estado em si, quanto maior a sua dimensão, melhor, pelo
que se pode dizer que se tratou de uma Estadolatria (idolatria do estado)
governamental.
Enquanto o Nazismo era uma ideologia Metapolítica, vendo a si mesmo
apenas como uma utilidade pela qual uma condição alegórica do seu povo era o seu
objetivo, o fascismo era uma forma sinceramente anti-socialista de Estatismo que
existiu por virtude de e com fins em si mesmo. O movimento nazista falou da
sociedade baseada em classes como o seu inimigo e pretendia unificar o elemento
racial acima de classes estabelecidas, enquanto que o movimento fascista tentou
preservar o sistema de classes e sustentou-o como a fundação de cultura
estabelecida e progressiva.
Este teorema subjacente fez os Fascistas e Nazistas de então verem-se como
parcialmente exclusivos entre si. Hoje, no entanto, esta diferença não é patente na
terminologia, mesmo quando usada num contexto histórico.
O Fascismo italiano assume que a natureza do estado é superior à soma dos
indivíduos que o compõem e que eles existem para o estado, em vez de o estado
existir para os servir. Deste modo todas os assuntos dos indivíduos são assuntos do
Estado. No seu modelo corporativista da gestão totalitária mas privada, as várias
funções do Estado são desempenhadas por entidades individuais que compõem o
Estado, sendo do interesse do Estado inspecionar essa ação, sem nacionalizar
aquelas entidades. A atividade privada é num certo modo empregue pelo Estado, o
qual pode decidir suspender a infra-estrutura de alguma entidade de acordo com a
sua utilidade e direção, ou interesse do estado.
A composição social dos movimentos fascistas foi historicamente a de
pequenos negociantes, burocratas de nível baixo e as classes médias. O Fascismo
também encontrou grande sucesso nas áreas rurais, especialmente entre
agricultores, e na cidade entre as classes trabalhadoras. Um aspecto importante do
fascismo é que ele usa os seus movimentos de massa para atacar as organizações
da classe trabalhadora, partidos da esquerda e sindicatos.
Socialismo é um modo de produção (forma determinada em um dado
momento histórico da humanidade de produzir-se a vida, suas variações significam
formas diferentes de relação homem-natureza e homem-homem).
Socialismo também é a denominação genérica de um conjunto de teorias
socioeconômicas, ideologias e práticas políticas que postulam a abolição das
desigualdades econômicas entre as classes sociais, ou a completa abolição do
conceito de classes. Incluem-se nessa denominação muitas correntes ideológicas,
como o socialismo utópico, a social-democracia, o socialismo científico (socialismo
marxista), o comunismo e o anarquismo.
As múltiplas variantes de socialismo partilham uma base comum que é a
transformação do sistema econômico, baseado na propriedade privada dos meios
de produção, numa nova e diferente ordem social. Para caracterizar uma sociedade
socialista, é necessário que estejam presentes os seguintes elementos
fundamentais: propriedade social dos meios de produção, o monopólio do comércio
exterior e pela planificação econômica.
As diferentes teorias socialistas surgiram como reação contra esse quadro,
com a proposta de buscar uma nova harmonia social por meio de drásticas
mudanças, como a transferência dos meios de produção das classes proprietárias
para os trabalhadores. Uma conseqüência dessa transformação no longo prazo
seria o fim do trabalho assalariado e a substituição do mercado por uma gestão
socializada ou planejada, com o objetivo de adequar a produção econômica às
necessidades da população, assim chegando ao comunismo. Tais mudanças
exigiriam necessariamente uma transformação radical do sistema político. Alguns
teóricos postularam a revolução social como único meio de alcançar a nova
sociedade. Outros, como os social-democratas, consideraram que as
transformações políticas deveriam se realizar de forma progressiva, sem ruptura, e
dentro do sistema capitalista.
O socialismo, nos tempos de hoje, pode ser visto como um "movimento" que
visa à justiça social, deixando, portanto, a clássica definição de socialismo como
"forma de produção". Um dos contrapontos a esse movimento, no campo da direita,
é o neo-liberalismo que prega a minimização do Estado, sendo o mercado o "ser
supremo". Tal visão, porém, está longe de ser aceita pela maioria dos teóricos,
políticos e militantes de orientação socialista ortodoxa no mundo