polinômios e equações algébricas. fabricante de caixas uma empresa fabrica caixas de papelão....
TRANSCRIPT
Polinômios eequações algébricas
Fabricante de caixas
Uma empresa fabrica caixas de papelão. Para isso utiliza folhas quadradas de 20 cm de lado. O processo de fabricação aparece na figura.
20 cm
20 cm
xx x
x
xxx
x
Fabricante de caixas
A empresa acaba de receber uma encomenda de caixas como essa. Elas devem ter meio litro de capacidade, o que equivale a 500 cm3.
Qual deve ser o valor de x, lado dos quadradinhos a serem cortados, para que a caixa tenha o volume pedido?
Fabricante de caixas
Vamos, então, calcular o volume da caixa.
x
20 – 2x
20 – 2x
V = AB . h
AB = (20 – 2x)2= 400 – 80x + 4x2
V = (400 – 80x + 4x2).x
V = 4x3 – 80x2 + 400x
Deve ser V = 500,
4x3 – 80x2 + 400x = 500
4x3 – 80x2 + 400x – 500 = 0 (: 4)
x3 – 20x2 + 100x – 125 = 0
Polinômio devariável complexa
Monômio
Observe as seguintes expressões algébricas:
3x4 , –2ix6 , –13x , 4ix0 , 0x3 ,
Expressões como essas são chamadas de monômios. Elas têm alguns aspectos comuns.
Todas são o produto de uma constante complexa por uma variável, elevada a um expoente natural.
Monômio
Chamamos monômio de variável complexa toda expressão algébrica do tipo
axn x é a variável complexaa é a constante complexan é expoente natural
o complexo a é o coeficiente do monômio
se a ≠ 0, o expoente n da variável é o grau do monômio
se a = 0, o monômio é chamado monômio nulo. Seu grau não é definido.
Exemplos de monômios
–2x6
é monômio de grau 6 e coeficiente –2.
13x
é monômio de grau 1 e coeficiente 13.
4i ou 4ix0
é monômio de grau zero e coeficiente 4i.
0x3 ou 0x2 ou 0
são diferentes representações do monômio nulo.
Polinômio de variável complexa
Observe agora as seguintes expressões formadas por monômios de variável complexa:
p(x) = x2 – 5x + 2
q(x) = 6x + i
r(x) = 3x2
Expressões como essas são chamadas de funções polinomiais ou polinômios de variável complexa.
Polinômio de variável complexa
É toda expressão algébrica constituída de um monômio ou uma soma de monômios de variável complexa.
p(x) = a0xn + a1xn–1 + a2xn–2 + ... + an–
1x + an
A forma geral:
Na forma geral, o polinômio tem apenas um termo de cada grau (ele é reduzido);
Os monômios são escritos na ordem decrescente de seus graus (ele é ordenado).
Polinômio de variável complexa
Em um polinômio, cada monômio é um termo. O termo de grau zero, que não tem a variável, é
o termo independente. Os coeficientes dos termos são chamados de
coeficientes do polinômio. O coeficiente do termo de maior grau é
chamado de coeficiente dominante do polinômio.
Um polinômio com 1, 2 ou 3 termos é chamado de monômio, binômio ou trinômio, respectivamente.
Exemplos de polinômios
p(x) = x2 – 5x + 2 é um trinômio.
Seus termos são x2, –5x e 2.
Os coeficientes são 1, –5 e 2. O termo independente é 2.
q(x) = 6x + i é um binômio.
Seus termos são 6x e i.
Os coeficientes são 6 e i. O termo independente é i.
r(x) = 3x2 é um monômio.
Seu único termo 3x2 de coeficiente 3.
Ele não tem termo independente.
Grau de um polinômio
O grau de um polinômio é o expoente de seu termo de maior grau, com coeficiente não-nulo. No caso, esse coeficiente é chamado de coeficiente dominante do polinômio.
p(x) = x3 – 5x + 2 é um polinômio de grau 3 (3º grau). Seu coeficiente dominante é 1.
q(x) = 0x2 + 6x + i é um polinômio de grau 1 (1º grau). Seu coeficiente dominante é 6.
r(x) = 5 é um polinômio de grau 0. Seu coeficiente dominante é 5.
Exemplo
Analisar, em função do parâmetro m, o grau do polinômio p(x) = (m2 – 1)x2 + (m + 1)x – 3.
1ª hipótese: o polinômio pode ser de 2º grau. Deve serm2 – 1 ≠
0⇒ m2 ≠ 1⇒ m ≠ ±
1 2ª hipótese: o polinômio pode ser de 1º
grau. Deve serm2 – 1 =
0m + 1 ≠
0
⇒ m2 = 1⇒ m = ± 1
⇒ m ≠ –1⇒ m = 1
Exemplo
Analisar, em função do parâmetro m, o grau do polinômio p(x) = (m2 – 1)x2 + (m + 1)x – 3.
3ª hipótese: o polinômio pode ser de grau 0. Deve serm2 – 1 =
0m + 1 =
0
⇒ m2 = 1⇒ m = ± 1
⇒ m = –1⇒ m = –1
Valor numérico e raiz de um polinômio
Vamos considerar, por exemplo, o seguinte polinômio
p(x) = x3 – 5x2 + 7x – 2. Podemos atribuir à variável x qualquer valor complexo. Para x = 3, temos
p(3) = 33 – 5.32 + 7.3 – 2
= 27 – 45 + 21 – 2
= 1
Dizemos que o valor do polinômio p(x) para x = 3 é p(3) = 1.
Valor numérico e raiz de um polinômio
Vamos considerar, por exemplo, o seguinte polinômio
p(x) = x3 – 5x2 + 7x – 2. podemos atribuir à variável x qualquer valor complexo. Para x = 2, temos
p(2) = 23 – 5.22 + 7.2 – 2
= 8 – 20 + 14 – 2
= 0
O valor de p(x) para x = 2 é p(2) = 0.
Dizemos que 2 é uma raiz ou um zero do polinômio p(x). A raiz anula o polinômio.
Polinômio nulo
O polinômio que tem todos os coeficientes iguais a zero, é chamado de polinômio nulo ou identicamente nulo.
p(x) = 0x3 + 0x + 0 e q(x) = 0x + 0 são duas representações do polinômio nulo.
Qual é o grau do polinômio nulo?
Não se define o grau do polinômio nulo.
Infinitas raízes.
Quantas raízes tem o polinômio nulo?
Polinômio nulo
De modo geral definimos:
p(x) = a0xn + a1xn–1 + a2xn–2 + ... + an–
1x + an
p(x) é nulo ⇔ a0 = an–1 = an–2 = ... = an = 0
Às vezes indicamos que p(x) é polinômio identicamente nulo, escrevendo p(x) ≡ 0.
Exemplo
Calcular os valores das constantes a, b e c, para que
p(x) = ax(x – 3) + b(2x – 1) + x(x + 5) + c – 1 seja polinômio nulo.
Primeiro vamos escrever p(x) na forma geral
p(x) = ax2 – 3ax + 2bx – b + x2 + 5x + c – 1p(x) = (a + 1)x2 + (2b – 3a + 5)x + c – b – 1a + 1 =
02b + 5 – 3a = 0
c – b – 1 = 0
⇒ a = –1
⇒ 2b – 3(–1) + 5 = 0
⇒ b = –4⇒ c – (–4) – 1 =
0⇒ c = –
3
Polinômios idênticos
Observe os seguintes polinômios:
p(x) = x2 – 4(x – 1) – 1
q(x) = x(x – 4) + 3
r(x) = (x + 2)(x – 2) – 4x + 7
Escrevendo-os na forma geral, obtemos o mesmo polinômio: x2 – 4x + 3.
Dizemos, por isso, que p(x), q(x) e r(x) são polinômios idênticos.
Polinômios idênticos
Dois polinômios são idênticos, quando escrito na forma geral tem os coeficientes de um iguais aos coeficientes do termo de mesmo grau do outro.
p(x) = a0xn + a1xn–1 + a2xn–2 + ... + an–
1x + an
q(x) = b0xn + b1xn–1 + b2xn–2 + ... + bn–
1x + bn p(x) é idêntico a q(x) ⇔ a0 = b0 , a1 = b1, ... an = bn.
Às vezes indicamos p(x) ≡ q(x), para dizer que p(x) é idêntico a q(x).
Exemplo
p(x) = (x + a)2 + b e q(x) = c(x + 2)(x – 4) são dois polinômios tais que p(k) = q(k) para todo complexo k. Calcular as constantes a e b.
Se p(k) = q(k) para todo k, então p(x) é idêntico a q(x).
p(x) = (x + a)2 + b q(x) = c(x + 2)(x – 4)1 = c
2a = –2c
a2 + b = –8c
⇒ c = 1
⇒ 2a = –2.1
⇒ a = –1⇒ (–1)2 + b = –
8.1 ⇒ b = –
9
= x2 + 2ax + a2 + b
= c(x2 – 2x – 8)
= cx2 – 2cx – 8c
Divisão de polinômios
Divisão de polinômios
Vamos efetuar a divisão de A(x) = 2x4 – 3x3 + x – 1 por B(x) = x2 – 2x + 3, utilizando o método da chave.Primeiro vamos completar o dividendo A(x). Falta o termo de 2º grau
A(x) = 2x4 – 3x3 + 0x2 + x – 1
Divisão de polinômios
Vamos efetuar a divisão de A(x) = 2x4 – 3x3 + x – 1 por B(x) = x2 – 2x + 3, utilizando o método da chave.
+ 11
–10x
+ 12
– 8x
4x2
– 1– 2x
– 4x2
– 3x
+ 2x2 – x3
– 1+ x–
6x2 x3
2x2
x2 – 2x + 3 +
x– 4
– 6x2
+ 4x3
–2x4
2x4 – 3x3 + 0x2 + x – 1
Divisão de polinômios
Na nossa divisão, temos:
A(x) = 2x4 – 3x3 + 0x2 + x – 1, é o dividendo; B(x) = x2 – 2x + 3, é o divisor; Q(x) = 2x4 + x – 4, é o quociente; R(x) = – 10x + 11, é o resto.
O grau de Q(x) é a diferença entre os graus de A(x) e B(x) e o grau de R(x) < grau B(x).
Divisão de polinômios
Dividir A(x) por B(x) é obter dois polinômios Q(x) e R(x), obedecendo às seguintes condições.
A(x) ≡ B(x).Q(x) + R(x)
grau de R(x) < grau de B(x) ou R(x) ≡ 0
A(x) é o dividendo, B(x) o divisor, Q(x) o quociente e R(x) o resto da divisão.
É importante observar que o grau do quociente é a diferença entre os graus do dividendo e do divisor.
Divisibilidade de polinômios
Veja a divisão de A(x) = x2 – 5x + 6 por B(x) = x – 2, utilizando o método da chave.
0
– 6 + 3x
+ 6 – 3x
x
x – 2– 3
+ 2x
–x2
x2 – 5x + 6
Nesse caso, o resto é polinômio nulo, R(x) ≡ 0. Dizemos, por isso, que A(x) é divisível por B(x).
Divisibilidade de polinômios
Em geral, se na divisão de A(x) por B(x) o resto é o polinômio nulo, dizemos que A(x) é divisível por B(x). No caso, sendo Q(x) o quociente,
A(x) ≡ B(x).Q(x)
A(x)
B(x) =
Q(x) ou
Exemplo
Sabe-se que p(x) = x3 – x2 + ax + b é divisível por b(x) = x2 + x – 2. Calcular a e b.
(a+4)x
+ 2x
2x2
+(a+2)x
– 2x2
x
x2 + x – 2 –
2– x2–x3
x3 – x2 + ax + b +
2x+ b
– 4 + b –
4
a + 4 = 0b – 4 = 0
⇒ a = – 4
⇒ b = 4
1282 234 xxxx 402 xx2x234 40 xxx
xxx 832 23
x2
xxx 802 23
1203 2 xx
3
1203 2 xx
0
Dividir P(x) = x4 – 2x3 + x2 – 8x – 12 por D(x) = x2 + 4:
Logo: Q(x) = xQ(x) = x22 – 2x – 3 e – 2x – 3 e r(x) = 0r(x) = 0
Divisibilidade de polinômios
16000 234 xxxx 1x3x34 xx
23 0xx
2x
23 xx
xx 02
x
xx 2
16 x
Dividir P(x) = x4 – 16 por D(x) = x + 1.
Logo:
Q(x) = xQ(x) = x33 – x – x22 + x - 1 + x - 1
e e
r(x) = -15r(x) = -15
1
1x
15
Divisibilidade de polinômios
Divisor de 1º grau –caso particular
De grande importância no estudo dos polinômios e equações algébricas.
Teorema do resto
Vamos efetuar a divisão de p(x) = x2 – 3x + 5 por x – 2, utilizando o método da chave.
+ 3
– 2 + x
+ 5 – x
x
x – 2– 1
+ 2x
–x2
x2 – 3x + 5
Vamos calcular agora P(2), onde 2 é a raiz do divisor x – 2.
p(2) = 22 – 3.2 + 5
= 4 – 6 + 5
= 3
Teorema do resto – caso geral
Vamos obter o resto da divisão de p(x) por x – 3.Sendo o divisor de 1º grau, o resto deve ser o polinômio nulo ou um polinômio de grau 0. O resto é uma constante real, independente de x.
p(x) = (x – 3).q(x) + R
Se q(x) é o quociente, da definição de divisão podemos escrever
p(3) = (3 – 3).q(3) + R
= 0.q(x) + R
= R
Teorema do resto – caso geral
O resto da divisão de um polinômio p(x) por um divisor de 1º grau, do tipo ax + b, com a ≠ 0, é igual a p(–b/a). Onde –b/a é a raiz do divisor.
R = p(–b/a)
Exemplo
Calcular o resto da divisão de p(x) = x3 – 2x2 – 1 por x – 2.
O divisor é de 1º grau. Sua raiz é 2.
R = p(2)
= 8 – 8 – 1
= –1= 23 – 2.22 – 1
Exemplo
O resto da divisão de p(x) = x4 – 4x3 – kx – 75 por (x – 5) é 10. Calcular o valor de k.
O divisor é de 1º grau. Sua raiz é 5.
R = p(5) = 54 – 4.53 – k.5 – 75 = 10
⇒ 54 – 4.53 – k.5 – 75 = 10
⇒ 53 – 4.52 – k – 15 = 2
(: 5)
⇒ 125 – 100 – k – 15 = 2
⇒ 10 – k = 2
⇒ k = 8⇒ – k = 2 – 10
⇒ R = p(5) = 10
Teorema de D’Alembert
Conseqüência imediata do teorema do resto.
Um polinômio p(x) é divisível pelo polinômio ax + b de 1º grau (a ≠ 0) ⇔ p(–b/a) = 0.
Exemplo
Analisar se p(x) = x3 + x2 – 3x – 6 é divisível por 2x + 2 e por 3x – 6.
Os divisores são de 1º grau. Suas raízes são –1 e 2, respectivamente.
p(–1) = (–1)3 + (–1)2 – 3.(–1) – 6
= –3
= –1 + 1 + 3 – 6
p(2) = 23 + 22 – 3.2 – 6
= 0
= 8 + 4 + 6 – 6
Logo, p(x) não é divisível por 2x + 2, mas é divisível por 3x – 6.
Exemplo
Achar o valor de m, sabendo-se que o polinômio p(x) = 9x2 + mx – m + 3 é divisível por 3x – 1.O divisor é de 1º grau. Sua raiz é 1/3. Segundo o teorema de D’Alembert, devemos ter p(1/3) = 0.
9.(1/3)2 + m.(1/3) – m + 3 = 0
⇒ 9.(1/9) + m/3 – m + 3 = 0
⇒ 1 + m/3 – m + 3 = 0
⇒ m/3 – m = – 4
(x 3)
⇒ m – 3m = –12
⇒ – 2m = –12⇒ m = 6
Dispositivo de Briot-ruffini
Processo prático para efetuar uma divisão de polinômios, quando o divisor é de 1º grau.
Dispositivo de Briot-Ruffini
Vamos efetuar a divisão de p(x) = 3x4 – 4x3 – 5x2 + 4x + 9 por x – 2, utilizando o dispositivo de Briot-Ruffini.Os cálculos a serem efetuados tem como ponto de partida, a raiz do divisor, no caso, a raiz é 2.
– 1
– 5
13 = R2232
94– 4 3+ + + +
xx
xx
q(x) = 3x3 + 2x2 – x + 2 e R(x) = 13
Exemplos
Na divisão de p(x) = x4 + 2x3 – x2 + k por x + 1, o resto é 4. Calcular k e o quociente da divisão.Dividindo p(x) por x + 1, pelo dispositivo de Briot-Ruffini.
–2
– 1
k – 221 1–1
k02 1+ + + +
xx
xx
q(x) = x3 + x2 – 2x + 2
e R = k – 2 = 4
⇒ k = 6
Exemplos
Provar pelo dispositivo de Briot-Ruffini que p(x) = x3 – 7x + 6 é divisível por (x + 2).(x – 3).
Primeiro vamos dividir p(x) por x + 2. Depois, o quociente obtido q(x) por x – 3.
–3
– 7
0 = R–2 1–2
60 1
Nos dois casos, obtivemos resto R = 0. Concluímos que p(x) é divisível por (x + 2).(x – 3).
0 = R1 13
Exemplos
Na equação x3 – 3x2 + x – 3 = 0, uma de suas raízes é 3. Obter as outras duas raízes.
Suponhamos p(x) = x3 – 3x2 + x – 3. Se 3 é raiz de p(x), p(3) = 0 e p(x) é divisível por x – 3.
1
1
0 = R0 13
– 3– 3 1
q(x) = x2 + 1
⇒ x2 + 1 = 0
⇒ x2 = – 1
⇒ x = i ou x = – i
Logo, as raízes da equação são 3, i e –i.