políticas públicas para alimentos processados: a ... · diretriz: segurança e ... • disseminar...
TRANSCRIPT
Políticas Públicas para
Alimentos Processados:
a contribuição da PNAN
www.saude.gov.br/nutricao
Ana Beatriz Vasconcellos
Coordenadora da Política de Alimentação e
Nutrição do Ministério da Saúde
Simpósio de Segurança AlimentarBento Gonçalves – RS, 22 de agosto de 2008
I. Intersetorialidade
II. Segurança sanitária e qualidade dos
alimentos
III. Monitoramento alimentar e nutricional
IV. Promoção de práticas alimentares
saudáveis
V. Prevenção e Controle de Deficiências
e Distúrbios Nutricionais
Política Nacional de Alimentação e
Nutrição
Segurança
Alimentar e
Nutricional
Direito Humano
á Alimentação
Alimentação
adequada
Estar livre da
a fome
Portaria 1.357/ 2006 que repassa recursos fundo a fundo aos estados
e capitais para implementar plano de alimentação e nutrição
Diretriz: segurança e qualidade
Garantia da segurança e da qualidade dos alimentos e da prestação de serviços de alimentação
• Redirecionamento e fortalecimento da vigilância sanitária
• Valor nutricional e qualidade (alimentação saudável)
• Parcerias intersetoriais
• Descentralização
• Monitoramento dos alimentos de interesse coletivo (fortificados com micronutrientes - sal iodado, farinhas enriquecidas com ferro)
Perfil de Saúde
Transição
Epidemiológica
Transição
Nutricional
Transição
Demográfica
Globalização
Mortalidade por DCNTs* supera doenças transmissíveisDupla carga de doenças
Mudanças na alimentação e redução da atividade física
Envelhecimento populacional acelerado e urbanização
Difusão rápida de hábitos e padrões de comportamento
* Doenças Crônicas Não Transmissíveis
0
10
20
30
40
50
%
Desn. Inf. rural
Desn. inf. - urb
Bócio
Anemia
Sobrep. e
Obes.
1975/1980 1985/1990 1995/2000
A- Goiter (visible o palpable) en escolares (% de municipios)
B- Anemia < 5 anos, Sao Paulo
C- Low heights for age (< -2DP) en < 5 anos, Brasil urbano
D- Low heights for age (< -2DP) en < 5 anos, Brasil rural
E- Sobrepeso y obesidade, mujeres adultas
Fonte: Filho, Malaquias Batista e Rissin, Anete. Cad. Saúde Pública, 2003
Transição Nutricional
Tendência secular do estado nutricional de
adultos
FONTES: ENDEF 1975, PNSN 1989 E POF 2003
18,6
28,629,5
40,741 39,2
0
20
40
60
HOMENS MULHERES
% I
MC
>=
25 k
g/m
2
1975 1989 2003
2,8
7,8
5,1
12,8
8,8
12,7
0
5
10
15
20
HOMENS MULHERES
% I
MC
>=
30
kg/m
2
1975 1989 2003
EXCESSO DE PESO
4 / 10
OBESIDADE
1 / 10
Estado nutricional de adolescentes
sexo masculino
0
5
10
15
20
25
30
35
%
Déficit de
altura
Déficit de
IMC
Excesso de
peso
Obesidade
1974-75
1989
2002-03
POF - Medidas Antropométricas de Crianças e Adolescentes 2002/2003
“Em 30 anos, menos crianças desnutridas e mais adolescentes acima do peso”
Se a velocidade de crescimento das prevalências de sobrepeso em
adolescentes de 1989 a 2003 for mantida nos anos futuros,
teremos perto de 25%, em 2010, e mais de 30% com sobrepeso, em 2020.
Evolução dos gastos* SUS com DCNTs
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS: Ministério da Saúde, 2006.
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Isquemias cardíacas AVCs
*em milhares de reais
Gastos totais com DCNT - R$ 7,5 bilhões (69,1% dos gastos ambulatoriais e hospitalares do
SUS) sem contabilizar os recursos aportados pelos estados e municípios
Fonte: Malta, DC et al. A construção da vigilância e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis no contexto do SUS.
Epidemiologia e Serviços de Saúde 2006; 15 (1):47-65.
Tendência de Consumo Alimentar
POF/IBGE – 2002/2003
Tendências positivas:
• adequação do teor protéico
• Participação crescente das gorduras vegetais
Tendências inadequadas:
• queda no consumo de cereais, raízes e tubérculos
• queda no consumo de feijões (leguminosas)
• Consumo muito baixo de Frutas e hortaliças
• queda no consumo de peixes e de ovos e aumento preocupante no consumo de embutidos
• consumo elevado de gorduras totais e gorduras saturadas
• consumo excessivo de açúcares (refrigerantes inclusive) entre todas as faixas de renda
• consumo excessivo de sal e alimentos salgadosFonte: IBGE – ENDEF/POFs
Consumo de sódio e açúcar
Sódio:
• Alto consumo de sódio x hipertensão (20% da população brasileira)
• Consumo médio de sal 9,6g/dia (POF 2002/2003) sem considerar o consumido fora de casa – Meta para a população brasileira: 5g de sal/dia (1,7g sódio)
• Alimentos que contribuem: embutidos, queijo/ requeijão, pratos prontos (pizza e lazanha), salgadinhos, amendoim e snacks.
Açúcar:
- Alto consumo de açúcar (sacaroses)
- Participação de sacarose no total de calorias 12,63%, sem considerar o consumo fora de casa
- Meta para a população brasileira: 10%
- Alimentos que contribuem: açúcar, doce e produtos de confeitaria,, biscoitos doce, refrigerantes e bebidas adoçadas.
Alimentos que mais impactam o consumo, sem o consumo fora do
domicílio
POF/IBGE – 2002/2003
Produtos da
POF
(2002/2003)*
Gordura
Trans/100g
**
Aquisição
Diária
Trans/100g
Dieta de
2000 kcal
Quantidade
de gordura
trans na
porção
Bolos2,2 0,042010959
Porção de
200g
0,084g
Biscoito
doce 3,6 0,241545205
200 g (1
pacote)
0,48g
Biscoito
salgado 4,5 0,232767123
200 g (1
pacote)
0,46g
Sorvete2,5 0,035890411
200 g (4
bolas)
0,07g
Margarina
vegetal 3 0,133150685
Porção 4
gramas
0,005g
Total*** 1,099g
Consumo Gorduras Trans
•Cenário epidemiológico atual (transição
epidemiológica e nutricional);
•Evidências científicas e responsabilidade
governamental em promover a saúde;
•Guia incorpora as sugestões da Estratégia Global da
Organização Mundial de Saúde (OMS);
•Contribuir para a orientação de práticas alimentares
que visem a promoção da saúde e a prevenção de
doenças relacionadas à alimentação.
•As doenças conhecidas como DCNT e também está
baseado na preocupação com relação deficiências de
ferro e vitamina A, bem com o aumento da resistência
imunológica relacionadas com as doenças infecciosas.
Diretrizes Alimentares Brasileiras
alcançar equilíbrio energético e pesosaudável
limitar a ingestão energética procedente degorduras; substituir as gorduras saturadaspor insaturadas e liminar as gorduras trans
aumentar o consumo de frutas ehortaliças, feijões, cereais integrais e grãos
limitar a ingestão de açúcar livre
limitar a ingestão de sal (sódio) de todaprocedência e consumir sal iodado
Guia Alimentar
RESPONSABILIDADE DO GOVERNO
• Disseminar as diretrizes do Guia Alimentar para aPopulação Brasileira
• Capacitar o consumidor para que realize escolhassaudáveis (educação para o consumo).
• Garantir que a propaganda de alimentos e bebidas nãoexplore a inexperiência e credulidade do público infantil.
• Rotular os alimentos quanto ao seu conteúdo nutricional eestabelecer alegações saudáveis que não confundam opúblico sobre os riscos e benefícios nutricionais dosalimentos.
Guia Alimentar
Guia Alimentar
•RESPONSABILIDADE DO GOVERNO (continuação)
• consumo de alimentos industrializados
energeticamente densos (ricos em sal, gorduras hidrogenadas e
açúcares) e pobres em nutrientes (salgadinhos, refrigerantes,
balas...).
•Incentivar o consumo de frutas e hortaliças;
•Adotar políticas que dêem suporte à alimentação saudável no
ambiente escolar e limitem a disponibilidade de produtos ricos em
sal, açúcar e gorduras.
•Capacitar profissionais de saúde, especialmente da atenção
básica, para a promoção de práticas alimentares saudáveis.
• Promover a mobilização social da sociedade civil.
Guia Alimentar
•RESPONSABILIDADE DA INDUSTRIA
• Investir no desenvolvimento de tecnologia que atenda os
princípios de alimentação saudável. A redução substancial no
consumo de sal, açúcares e gorduras exige mudanças imediatas na
prática de industrialização.
•Desenvolver e adotar técnicas de produção de alimentos, a cursos
acessíveis, que resultem em produtos com menores quantidades de
açúcar, gorduras e sal.
NÃO SOMENTE PARA FINS ESPECIAIS
•Regulamentar o comércio, a propaganda e as estratégias de
marketing de alimentos densamente energéticos (altos teores de
gorduras e açúcar) e com teor elevado de sal.
Eixo 1 - Promoção da Saúde
“A Saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantidomediante políticas sociais e econômicas.”
• A qualidade de vida resulta da convergência de um amplo leque de políticas – indo dosaneamento, da habitação, da educação e da cultura até as políticas voltadas para ageração de renda e emprego.
• Neste programa, a busca de ações intersetoriais, que possuem alta complementaridadee sinergia, será focada principalmente nos municípios (municípios saudáveis), nasescolas e nos ambientes de trabalho.
• Mobilizar a sociedade e o Estado em torno de um grande esforço articulado eintersetorial para uma ação convergente nos determinantes sociais da saúde e para aconscientização das pessoas para as práticas e os comportamentos saudáveis.
Criação de Ambientes
Favoráveis
Possibilitar que as pessoas possam adotar opções saudáveis e reduzir sua exposição a riscos.
ATIVIDADES PRIORITÁRIAS:
Rotulagem Nutricional Obrigatória
Implementar a Portaria 1010/2006 – define diretrizes PAS nas escolas
Regulamentação da publicidade e promoção de alimentos com alto teor em açúcar, sódio, gorduras saturadas e trans
Proposta da Chamada Pública, como proposta de ação para a Portaria 3.092/2007 com acordo entre governo e indústria na redução dos teores
de sódio, gorduras saturadas e trans, assim como açúcar.
Rotulagem Nutricional Obrigatória
Aprovação no Mercosul em 2003 (Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai) a obrigatoriedade da informação
nutricional, com teores de GORDURA TRANS. (em
vigor desde agosto 2006);
Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas
Eixos prioritários:
Inserção do tema de forma transversal no
currículo
Implantação de boas práticas de manipulação
Restrição ao comércio de alimentos
considerados “não saudáveis”
Monitoramento do estado nutricional
Atividades:
•Implementação dos 10 passos da alimentação saudável nas escolas:
•Manual (em elaboração)
•Instrumento de diagnóstico (em elaboração)
•Elaboração de materiais de apoio (professores, cantineiros e alunos
•Projeto piloto - Anvisa (DF e GO)
•Parceria com a FENEP
•Decreto presidencial – Programa Saúde nas Escolas
Portaria Interministerial MS-MEC 1010/06
Propaganda de alimentos
Eixos prioritários:
•Definição de alimentos ricos em açúcar,
gordura e sal
•Uso de advertências após a veiculação das
propagandas destes alimentos
•Restrição da utilização de figuras, desenhos e
personalidades;
•Restrição do horário de veiculação (após
21horas e até 6 horas); publicidade em
instituições de ensino; associação com brindes,
prêmios, bonificações e apresentações.
RDC nº 71/2006 para controle de propaganda, publicidade, promoção e
informação de alimentos - consulta pública
•Grupo de trabalho: Processamento de alimentos•Câmara Setorial de Alimentos (Anvisa)
•Representações de governo, sociedade civil, indústria, universidades
e entidades
•Programa de monitoramento do teor de sódio, gordura saturada,
gordura trans e açúcar nos alimentos industrializado
•Chamada Pública - metas de redução de sódio, açúcar, gordura
saturada e gordura trans nos alimentos industrializados – embutidos,
produtos cárneos, cereais, laticínios, salgadinhos, biscoitos, refeições
prontas, bebidas e fast foods
•educação alimentar para diminuição no consumo dos nutrientes.
Melhoria da qualidade nutricional
“Substitui a regulação pela pactuação”
Estimativas de óbitos evitáveis
Nível de redução Causas de óbito Óbitos preveníveis
Brasil* Inglaterra**
Sal 1g/dia Doenças isquêmicasdo coração, AVC
6.356(0,63%)
4.750(0,89%)
Gordurassaturadas
1% na participaçãono total de calorias
Doenças isquêmicasdo coração
180(0,02%)
600(0,11%)
Açúcar 1% na participaçãono total de calorias
Todas as causas, viaredução da obesidade
708(0,07%)
750(0,14%)
** - UK White Paper: Choosing Health: Making healthy choices
easier. Department of Health/UK (2004).
Pela redução do consumo de sal, gorduras saturadas e
açúcar
•Avaliar potencialidades do setor produtivo em reduzir os
teores de sódio, açúcar, gorduras saturadas e trans dos
alimentos processados e comercializados no país
•Reunião com a ABIA (86% do mercado)
ETAPA 1 – oito questões com informações de aperfeiçoamento
da informação nutricional, educação para consumo, barreiras,
aspectos tecnológicos e viabilidade para redução dos nutrientes.
ETAPA 2 – quadro com alimentos alvo, solicitando informações
quanto aos valores praticados pela indústria e os percentuais
possíveis de redução dos teores dos 4 nutrientes.
Chamada Pública
Metodologia
•Análise banco dados POF 2002/2003 (IBGE, 2004) – grupos
e subgrupos de alimentos categorizados por ordem
decrescente de participação na dieta, quanto a sódio,
gorduras saturadas e açúcar;
•Análise dos rótulos das tabelas de informação nutricional de
239 alimentos industrializados e disponíveis em
supermercados de grande circulação em Brasília;
•Alimentos que poderiam ter o conteúdo de nutrientes
reduzido ( embutidos, derivados de leite, derivados de cereais,
refeições prontas)
•Alimentos principais na contribuição dos nutrientes relevantes
para prevenção das DCNTs.
Proposta de Trabalho
•MONITORAMENTO INCQS (Grupos de alimentos alvos)
•Validação da Metodologia / cronograma – especialistas
•Divulgação da Chamada Pública (DOU, páginas eletrônicas
governo, industria, ong´s);
• Advocacy
•Workshops, congressos, reuniões de trabalho;
•Portaria 3092/07 – GT MS e ABIA para melhoria da qualidade dos
alimentos
Declaração Rio – Gorduras Trans
Grupo de Trabalho OPAS/OMS - Américas livres de gorduras
trans (OPAS/OMS, 2008)
•aumento da informação da população sobre o risco do
consumo de gordura trans;
•adequação do processo tecnológico de alimentos;
•produção de óleos vegetais com maior teor de acido
oléico;
•estratégias para redução de uso de gorduras trans em
restaurantes e fast foods;
•implantação da rotulagem obrigatória; e
•regras para publicidade de alimentos.
Monitoramento de Alimentos
Fortificados
Comissão Interistitucional de Controle dos
Distúrbios por Deficiência de Iodo
• Monitoramento da iodação de sal
• Inspeção em 100% das indústrias salineiras
• Boas Práticas para iodação
• 94% dos domicílios brasileiros consome sal iodado
(PNDS,2006)
Monitoramento de Alimentos
Fortificados
Obrigatoriedade da fortificação das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico ( 2004)
Estudos de avaliação da fortificação
Implantação do monitoramento nos moinhos• Biodisponibilidade variável dos compostos
• Pouca homogeneidade no produto final
• Variabilidade de limites mínimos e máximos
Criação da Comissão Intersetorial de Monitoramento da Fortificação de Ferro
Monitoramento de Alimentos
Fortificados
Obrigatoriedade da fortificação das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico ( 2004)
Estudos de avaliação da fortificação
Implantação do monitoramento nos moinhos• Biodisponibilidade variável dos compostos
• Pouca homogeneidade no produto final
• Variabilidade de limites mínimos e máximos
Criação da Comissão Intersetorial de Monitoramento da Fortificação de Ferro