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As ordens são colunas sobre pedestais, que
suportam em seu topo vigas onde se apoia o beiral
de um telhado (nascem na Grécia, arquitetura dos
templos).
Sistema arquitravado
(pilar e viga).
Romanos utilizam o sistema de
composição com arcos e
abóbadas (herança etrusca),
juntamente com as ordens.
As ordens não são mera
decoração. Dominam e
controlam a estrutura –
expressividade dos edifícios;
As colunas deveriam ser
integradas à estrutura;
Existem quatro maneiras de
integrá-las, logo, quatro graus
de relevo:
Igreja S. Andrea, Alberti
Colunas destacadas:
acompanham uma parede na
qual não se engastam, mas onde
seu entablamento se engasta.
Colunas-de-três-quartos: com
um quarto de diâmetro
embutido na parede.
Meias-colunas: metade do
diâmetro embutido na parede.
Pilastras: representações planas
de colunas, formando um relevo
na parede (colunas quadradas
parcialmente embutidas).
Ao fazerem a associação entre o sistema
arquitravado (grego) e o de arcos e abóbodas,
os romanos não usaram as ordens para apoiar
os arcos, mas propuseram um novo sistema de
integração.
O sistema de arcos e abóbodas, necessitava de
grandes maciços para suportar seu peso, as
delgadas colunas não atenderiam tal
necessidade. Um bom exemplo é o Coliseu:
Ordem Dórica
Ordem Jônica
Ordem Coríntia
Ordem Compósita
Arcos e ordens
combinados;
Sobreposição
de ordens;
No último
andar, ordem
de pilastras
com pequenas
janelas.
Interior da Igreja S. Andrea
em Mântua, Alberti
Divisão do espaço em três partes iguais;
Ritmo: estreito, largo (nave central), estreito;
Ático (parte superior da fachada) com esculturas
Tempieto, BramanteTemplo de Vesta, Roma
Bramante, a partir do
modelo do templo circular
inova, ao inserir novos
elementos e substituir a
ordem coríntia pela dórica.
A casa de Rafael (1512), Bramante.
Palazzo Corner, Veneza
Nova tipologia – uma
ordem disposta
sobre um andar
inferior de arcos e
paredes tratadas
com rusticação.
Período: 1520~1610
Artistas: Michalangelo, Palladio, Vignola
Local: Itália
Dentro do processo de expansão da arquitetura
renascentista, no segundo terço do século XVI
tem lugar a passagem para o tempo de revisão
interna e da difusão externa da arquitetura
humanista.
O maneirismo representa o gosto de uma época
que colore a linguagem clássica e enriquece
seu vocabulário, extrapolando deliberadamente
as normas clássicas alcançadas.
Rompe modelos, menospreza a perfeição
clássica, restabelecendo o problema da escala
como elemento arquitetônico, tanto em sua
concepção geral como controle tridimensional.
Utiliza a discordância entre elementos de escala
diferentes colocados em justaposição imediata.
Assim como Michelangelo faz na Catedral de São
Pedro, alternando em saliências grandes e
pequenas , a escala monumental e a escala
humana, com a qual expressam os nichos e
janelas intercaladas.
Vignolia, discípulo de
Michelangelo, participa da
passagem para o Barroco. É
de sua autoria a Igreja de
Jesus de Roma, o qual se
torna um protótipo de igreja
da Contrareforma,
generalizado por toda a
Europa.
Esta igreja é disposta em
cruz latina, colocando a
cúpula sobre o transepto,
em que os braços do
cruzeiro são curtos.
O maneirismo acabou por ser uma busca por
maior expressividade formal e plástica, com a
introdução do estilo mais pessoal, individual,
criando novas hipóteses artísticas.
A Europa encontrava-se desagregada e a igreja
dividida - Movimento da Reforma Protestante
(Martinho Lutero 1517).
1545 – Concílio de Trento: reação da Igreja,
tem início a Contra-Reforma. Mudanças na
forma do culto e das Igrejas.
Os novos templos
deveriam incluir, além
dos espaços
tradicionais, um
elemento para
divulgação da Palavra
na língua natal do fiel,
apartado do altar, onde
a cerimônia continuava
a ser celebrada em
latim. Surgia o púlpito,
estrategicamente
colocado acima da
cabeça dos fiéis.
Igreja Gesú( Roma: 1571 - 75)
O novo edifício
religioso também
deveria respeitar e
incluir elementos da
cultura cristã local,
incorporando os santos
ali venerados, com suas
imagens dispostas em
altares laterais, zelados
por irmandades
próprias.
Neste contexto surge uma nova Ordem
Religiosa – a Companhia de Jesus, que tinha o
objetivo de defender e expandir a fé cristã.
Esta nova ordem introduziu um novo tipo de
templo, constituído por uma só nave
majestosa, mais apropriada a divulgar esta
nova visão da religião.
Arquitetura – elementos característicos:
Disposição das ordens em dois andares;
Volutas nos cantos;
Frontões triangulares e suas variações.
Igreja S. Susanna, antecipa o barroco. ( Roma: 1597)
Construção de igrejas de
plano longitudinal –
Naves grandes e únicas.
Espaços mais longos do
que largos.
Cúpula principal sobre o
transepto, deixando de
lado as plantas de plano
centralizado, típicas do
Renascimento clássico.
Mudança na distribuição
da luz e na decoração.
Feudalismo Mercantilismo Crise da sociedade
renascentista
e Contra-Reforma
Arte Medieval
Teocentrismo
Valorização da
vida espiritual
Renascimento
Humanismo
Valorização da
vida corpórea
Barroco
Volta à
religiosidade,
DUALIDADES:
alma x corpo
vida x morte
claro x escuro
céu x terra, etc.
Reforma Protestante / Martinho Lutero –
rompimento da unidade da Igreja Católica
(fortalecimento dos Estados nacionais, não
submissão ao papa)
Novas religiões – Protestante, Anglicana, Luterana
Motivos:
religiosos: teologia de acordo com a sociedade da
época
política: conflito de interesses do novo estado com o
clero
sócioeconômicos: burguesia quer as terras da Igreja
ideológicos: homem é o centro do mundo, separação
Contrarreforma: reforma interna do Catolicismo /
Concílio de Trento → fortalecimento do clero na Itália
gera o Barroco
Após o Concílio de Trento (1545-63), surge uma
igreja revigorada pela definição de novas
posturas pela Contra-Reforma, que se volta
para as massas e permite uma concepção mais
emocional e universalmente compreensível do
espaço construído e sua decoração.
O barroco rompe, assim, com o intelectualismo
classicista do Maneirismo.
A Cúria gostaria de criar uma arte do povo,
para propagação da fé católica e ao mesmo
tempo limitar o elemento popular: os sagrados
personagens retratados têm que falar de fé tão
insistentemente quanto possível, mas em
nenhuma circunstância descer do seu pedestal.
A crucificação de São Pedro, Santa Maria del Popolo -1601. Caravaggio.
O tratamento
barroco de temas
religiosos
mostrava maior
dinamismo,
contrastes mais
fortes, maior
dramaticidade,
exuberância e
realismo.
"Barroco", realmente, significa absurdo ou
grotesco, e era empregado por homens que
insistiam em que as formas das construções
clássicas jamais deveriam ser usadas ou
combinadas senão da maneira adotada por
gregos e romanos.
Todos os elementos do Renascimento
reaparecem no Barroco, porém elevados ao grau
máximo de representação.
A essência dessa nova arquitetura é a
representação de poder e emoção.
O Êxtase de Sta. Tereza/ Capela Cornaro , Roma, 1648. Bernini.
Principais
características:
Predomínio das
linhas curvas e do
uso do dourado; os
gestos e os rostos
revelam emoções
violentas.
“A ARTE BARROCA voltou-se ao estudo das
qualidades não objetivas, mas subjetivas e
sentimentais, servindo como instrumento para
controlar os sentimentos coletivos ou exprimir
os individuais (...)” (Benévolo, 2001).
Houve ainda inegáveis avanços nas ciências e na
filosofia – iniciados por GALILEU GALILEI (1564-
1642) e por RENÉ DESCARTES (1596-1650) –,
além da progressiva supressão do poder
espiritual (Igreja) em detrimento dos interesses
do soberano temporal (Rei), afirmando-se o
despotismo e o absolutismo.
Torna-se instrumento da igreja, como meio de
propaganda e ação.
Temas: santos, anjos e elementos que definem a
grandeza de Deus e suas criações.
Principais características:
Composição assimétrica em diagonal;
Acentuado contraste de claro e escuro;
Realista;
Intensa emoção;
Cores fortes
Cenas com intensidade dramática.
Luz relativa – iluminação em parte da obra, para
realce
Luz no ponto central e rostos
Penumbra indefine o espaço
circundante
Lição de
Anatomia
Rembrandt
1632
Não foi somente a Igreja Romana que descobriu
o poder da arte para impressionar e dominar
pela emoção. Os reis e príncipes da Europa
seiscentista estavam igualmente ansiosos por
exibir seu poderio e assim aumentar a sua
ascendência sobre a mente de seus súditos.
Também eles queriam parecer criaturas de uma
espécie diferente, guindadas por direito divino
acima do homem comum.
A ascensão da burguesia trouxe a necessidade de
se eliminar as autoridades e cobranças locais.
Em seu lugar, um monarca teria a função de
padronizar as políticas fiscais e monetárias de
um mesmo território.
Ao mesmo tempo, os grandes proprietários de
terra se sentiam ameaçados pelas revoltas
camponesas que ameaçavam seu antigo poderio
político.
Os monarcas se fortaleciam a partir do expresso
apoio dado por nobres e burgueses.
A burguesia pagava impostos para o
financiamento de exércitos capazes de impor a
autoridade real e fixar os impostos e moedas
utilizadas em um mesmo território.
Os senhores feudais abriam mão de sua
influência política local para que o monarca
assumisse a função de preservar as terras e
privilégios da classe nobiliárquica.
Este estilo tem influencia sobre a ARQUITETURA
e o URBANISMO, provocando mudanças
estruturais sobretudo no desenho urbano.
PEREIRA, José Ramón Alonso. Introdução à História da
Arquitetura: das origens ao século XXI.Trad. Alexandre
Salvaterra. Porto Alegre: Bookman, 2010. p. 29-35.
FAZIO, Michael. A História da arquitetura mundial. Porto
Alegre: Bookman, 2011.
Summerson, John. A linguagem clássica da arquitetura.
São Paulo: Martins Fontes, 1982.