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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Soraya Ramirez Moreno A inclusão escolar de alunos com deficiências: análise do conceito Mestrado em Educação: Psicologia da Educação SÃO PAULO 2009

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

Soraya Ramirez Moreno

A inclusão escolar de alunos com deficiências: anál ise do conceito

Mestrado em Educação: Psicologia da Educação

SÃO PAULO 2009

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

Soraya Ramirez Moreno

A inclusão escolar de alunos com deficiências: análise do conceito

Mestrado em Educação: Psicologia da Educação

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Educação: Psicologia da Educação, sob orientação do Prof. Dr. Sergio Vasconcelos de Luna.

SÃO PAULO 2009

Banca Examinadora _________________________________________

Dedico este trabalho

Aos meus filhos Antonio e Carla pela

paciência, por me fazer sentir que sou

a mãe mais amada do mundo.

Ao Henry Carlos pelo amor, apoio e

incentivo.

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Sergio Vasconcelos de Luna pelo acolhimento, a confiança,

infinita paciência e, sobretudo pelo incentivo.

Ao CNPq pelo financiamento desta pesquisa.

Aos professores do programa pelas oportunidades de aprendizado pelo acolhimento

e dedicação. Especialmente às professoras Maria Regina, Melania, Mimi, Laurinda e

Marli André.

As minhas companheiras de caminhada Ana Lúcia Pereira, Lilian Pessoa Rosineide

Xavier e Adriana Soares pelo companheirismo, pelos livros e monte de auxílios.

Às minhas colegas de curso Tatiana Arruk e Nelma Barros pelas trocas e

oportunidades de aprendizado.

Ao meu esposo que sempre me encoraja para ir atrás dos meus sonhos.

À minha colega Lilian Rossetti que de longe torce por mim.

Á minha cunhada Maria Cerrate e à minha irmã Marisol pelo apoio.

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo analisar o conceito de inclusão escolar para alunos com deficiências, expresso na literatura das áreas da educação e da psicologia. A busca de publicações foi feita por acesso às bases de dados S PEPSIC e SciELO pertencentes ao Portal da Coordenação Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, na base de dados Educação Online, e pela busca manual em livros e artigos publicados no período de 1994 a 2008. Foram analisados quatro elementos vinculados ao conceito de inclusão escolar: a população-alvo, os princípios que subjazem à inclusão escolar, os objetivos da inclusão escolar e a implantação da inclusão escolar. Como resultado constatou-se- que a inclusão escolar é um conceito abrangente que se insere num conceito mais amplo de inclusão social, e que os princípios que subjazem a ele, já estavam embutidos nas primeiras iniciativas de educação às pessoas com deficiências. Foram identificadas as origens de aspectos problemáticos que, na atualidade são discutidos quando se fala de inclusão escolar. Concluiu-se que não há uma concepção única de inclusão escolar para alunos com deficiências por ser este um conceito complexo. Apontam-se como prováveis causas dessa diversidade de concepções, o fato de que a abrangência da população que visa atingir foi ampliada, e os embates surgidos entre a escola regular e a escola especial como detentoras da educação ou escolarização dos alunos com deficiências. Palavras – chave: Inclusão social, inclusão escolar, alunos com deficiências.

ABSTRACT

The present study had the purposed of analyzing the concept of school inclusion - having students with deficiencies as primary focus - as expressed in educational and psychological literature. The search for publications was done at PEPSIC and SCIELO inside CAPES website, educational online bases and manual search in books and papers published from 1994 to 2008. Four elements were analyzed linked to the concept of school inclusion: the target population, the principles that underlay school inclusion, the school inclusion objectives and school inclusion policies. As a result, it was verified that school inclusion is a wide-ranging concept, inserted in a wide social inclusion concept; the basic principles behind it were already built-in in the first education initiatives to the people with deficiencies. The origins of problematic aspects of school inclusion have been identified and discussed. It was concluded that, being a complex matter, there is not a single concept of school inclusion of students with deficiencies. Such a diversity of conceptions may be due to the fact that the population that seeks/has to be included has grown and collisions appeared between the regular school and the special school as holders of the education of students with deficiencies. Key Words: Social inclusion, school inclusion, students with deficiencies.

Sumário

INTRODUÇÃO..................................................................................................................................... 6 A PESQUISA E O CAMINHO PERCORRIDO ATÉ A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA.................................. 7

Justificativa.......................................................................................................................... 11 INCLUSÃO ESCOLAR: UMA LONGA CAMINHADA .............................................................................. 12 INCLUSÃO: UM PROCESSO DE MUDANÇAS A PARTIR DO MARCO LEGAL.......................................... 16 ATENÇÃO EDUCACIONAL DADA PELA ESCOLA ESPECIAL À INTEGRAÇÃO E À INCLUSÃO DAS NEEs QUE ENVOLVEM ASPECTOS COGNITIVOS: UM DEGRAU DE CADA VEZ ..................................................... 25

A Escola Especial.................................................................................................................. 25

Integração Escolar ............................................................................................................... 27

Inclusão Escolar ................................................................................................................... 30 OS DENOMINADOS PARTÍCIPES NO PROCESSO DE INCLUSÃO .......................................................... 33

Os Gestores ......................................................................................................................... 33

Os Professores..................................................................................................................... 35

Professores e currículo ........................................................................................................ 37

A Comunidade de Pares....................................................................................................... 39

A Família.............................................................................................................................. 40 QUEM SÃO OS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS E QUAIS SÃO AS SUAS POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO ESCOLAR? ........................................................................................ 42

A Denominação dos alunos com necessidades educacionais especiais................................. 42

Possibilidades de Inclusão escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais que têm deficiências .................................................................................................................. 46

MÉTODO.......................................................................................................................................... 50

Delimitação das fontes documentais ................................................................................... 50

Locais e procedimento para localização das fontes .............................................................. 50

4

Identificação e localização de material a partir de periódicos científicos das bases de dados do portal CAPES................................................................................................................... 54

Identificação e localização de material no site Educação Online:.......................................... 58

Identificação e localização de material a partir de sites de livrarias:..................................... 59

PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE: ............................................................................................ 61

O conceito de inclusão escolar ................................................................................................66 População alvo..........................................................................................................................66 Princípios que subjazem às concepções de inclusão escolar ...................................................67 Objetivos da inclusão escolar ...................................................................................................67 Implantação ............................................................................................................................ 68

RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................................................70

Percurso histórico do atendimento às pessoas com deficiências no Brasil ............................ 70 O princípio da normalização ....................................................................................................74 Integração escolar ....................................................................................................................74 Inclusão escolar ........................................................................................................................80 O conceito de inclusão escolar ................................................................................................81 Propostas que consideram que todos os alunos são alvos da inclusão escolar.......................84 Inclusão só para alunos com deficiências leves .......................................................................88 Os objetivos da inclusão escolar ..............................................................................................90 A implantação da inclusão escolar ...........................................................................................91

DISCUSSÃO ........................................................................................................................................... 99

O conceito de inclusão ..........................................................................................................100 Inclusão escolar em relação à população-alvo ......................................................................101 Os objetivos da inclusão ........................................................................................................103 A implantação da inclusão .....................................................................................................104

CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................................................109

5

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................111 ANEXOS ..........................................................................................................................................124

Anexo 1- Lista de dissertações e teses da biblioteca da PUC-SP...........................................124

Anexo 2 - Lista preliminar de livros, capítulos de livros artigos a partir de referências bibliográficas das dissertações e teses e das referências das referências .............................126 Anexo 3 - Lista de livros, capítulos de livros, e artigos selecionados da lista preliminar feita a partir de referências bibliográficas das dissertações e teses e das referências das referências..............................................................................................................................132

Anexo 4 - Lista de periódicos que constam na base de dados PePsic/CAPES........................135 Anexo 5 - Lista de artigos recuperados na base de dados PePSIC /CAPES ..........................140

Anexo 6 - Lista de periódicos selecionados na base de dados SciELO/CAPES .......................142

Anexo 7 - Lista de artigos recuperados da base de dados SciELO/CAPES ............................ 146

Anexo 8- Lista de artigos identificados no site Educação online (data de acesso: 15 de outubro de 2008) ...............................................................................................................149

Anexo 9 - Textos sobre inclusão escolar localizados no site da Livraria Cultura................... 153

6

INTRODUÇÃO

A partir dos anos de 1990, os discursos sobre a inclusão escolar de alunos

com necessidades educacionais especiais que tem deficiências têm cobrado maior

vigor observando-se, nesta década um aumento significativo de referências ou

alusão direta a estas pessoas nos textos de políticas públicas do Brasil é

principalmente na legislação.

Embora a legislação e as políticas públicas mostrem um alto grau de

compromisso com as pessoas com deficiências e sejam notórios os avanços em

relação ao reconhecimento delas como pessoas de direito, observam-se

contradições em relação a como tem se dado o processo de atendimento

educacional aos alunos com necessidades educacionais especiais. Estas

contradições se dão em relação ao acesso dos mesmos à escola, sua permanência,

tipo de atendimento educacional, (integrado, especial e/ou regular) e os serviços que

lhes são oferecidos.

Quando tentamos compreender a abrangência do conceito de inclusão

escolar para os alunos com deficiências as contradições tornam-se mais patentes,

pois nos deparamos com muitas posturas divergentes e até opostas enquanto aos

seus fins e objetivos. Isto nos leva a questionarmos em que medida, estas

indefinições interferem na oferta de oportunidades educacionais de qualidade para

as pessoas com necessidades educacionais especiais que tem deficiências.

7

A PESQUISA E O CAMINHO PERCORRIDO ATÉ A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

A proposta inicial deste trabalho era a elaboração de uma pesquisa empírica

no âmbito da inclusão escolar de alunos com NEEs. Ocorre que ao se fazer a

revisão de literatura para a realização do trabalho observou-se pontos de vista

diferentes, divergentes e polarizados na fala dos autores, tanto no que diz respeito à

definição de inclusão quanto aos fins e objetivos da mesma. Isto ocorre porque no

âmbito educacional, os debates sobre inclusão escolar abordam problemáticas

diferentes, sendo usada a expressão a “inclusão escolar” para definir situações

diversas.

Ao se tentar compreender o conceito de inclusão na literatura, seu alvo de

atendimento e seus objetivos, encontram-se diferentes tendências que nele

coexistem.

Estas tendências dimensionam o conceito de inclusão não só como fenômeno

meramente escolar, pois a abrangência das discussões relacionadas à

implementação da política inclusiva extrapolam o âmbito educativo, transferindo

estas discussões para o âmbito social. A filosofia da inclusão que defende o direito

das pessoas à plena participação social, em contraposição à da exclusão, faz com

que a inclusão se desdobre em diferentes tipos de inclusão: inclusão escolar; social;

digital e outros. (GOES e LAPLANE, 2004)

A inclusão escolar coloca múltiplos desafios e dificuldades, os quais estão

ligados à organização da sociedade e seus valores, às prioridades que as políticas

públicas estabelecem aos meios dos quais se dispõe efetivamente para estas

políticas serem implantadas, a aspectos inerentes à formação docente, a fatores

relacionados à infra-estrutura e a problemas vinculados às especificidades dos

alunos com deficiências ou outras características, o que faz com que sejam

inseridos na categoria de pessoas com necessidades educacionais especiais.

8

Por outro lado, a superação de situações de exclusão e de desigualdade de

que são objeto diversos grupos populacionais, em relação ao acesso à informação,

a bens materiais, aos avanços tecnológicos e a recursos de comunicação

sofisticados é motivo de debates.

No cenário social, o debate sobre a inclusão escolar dos alunos com

deficiências é exacerbado. Dois aspectos constituem o cerne das discussões: o

primeiro refere-se a uma legislação para o sistema escolar, que está alinhada com a

legislação internacional e com pontos de vista em relação aos direitos sociais, e o

outro aspecto diz respeito à ação do sistema escolar limitado no que tange a

viabilizar de forma concreta as políticas inclusivas.

Isto pode ser conferido ao se analisarem os dados disponibilizados no site do

Ministério da Educação, especificamente da Secretaria de Educação Especial, que

atestam que os rumos traçados a partir da legislação educacional caminham na

direção do atendimento educacional dos alunos com NEEs no ensino comum. No

entanto, verifica-se que, na prática, este atendimento não tem ocorrido da forma

como está previsto na legislação, pois dados do censo educacional do MEC/INEP

(BRASIL, 2006) apontam que, em relação ao atendimento educacional, ainda

prevalece um índice elevado de matrículas na escola especial, com prejuízo do

atendimento na escola regular.

Estas disparidades podem ser constatadas com maior nitidez para os casos

de alunos com deficiências consideradas mais “polêmicas” ou difíceis de serem

incluídas ou atendidas no ensino regular, como é o caso dos alunos com deficiência

mental e autismo. Em relação a alunos com paralisia cerebral, não há uma

estatística específica, que indique a forma de atendimento educacional oferecido a

eles. (BRASIL, 2007a)

Outra evidência da não efetivação do atendimento educacional na escola

regular aos alunos com NEEs, na forma especificada pela legislação brasileira, em

particular dos alunos com deficiências, diz respeito à falta de apoio especializado

(Brasil, 2006). Entende-se por apoio especializado, o preparo que o professor deve

9

ter para atender às necessidades educacionais específicas destes alunos.

(BAPTISTA, 2006; BRASIL, 2006) 1

Diante destes fatos, surge o questionamento quanto ao tipo de inclusão da

qual se fala quando se defende a inclusão escolar dos alunos com necessidades

educacionais especiais, em particular dos alunos com deficiências. Na literatura,

encontram-se muitas posturas a respeito da inclusão escolar, seus objetivos, sua

abrangência. A título de ilustração citaremos o posicionamento de alguns autores.

Carvalho (1994) define inclusão dentro da Política da Educação Especial, no

modelo de integração do aluno com deficiência; Aranha (2000) a considera fora da

escola especial, como um novo paradigma de atendimento educacional às pessoas

com deficiências e Januzzi (2003), por sua vez, a entende como a educação

pensada para a transformação da sociedade.

Para Mendes (2002) embora o debate sobre a inclusão escolar tenha surgido

no âmbito social, e não no âmbito da educação especial, aplica-se a esta última em

razão de que sua clientela faz parte dos grupos de população que historicamente

estiveram excluídas da escola e da sociedade.

A autora sugere que os questionamentos sobre a inclusão têm seu foco na

inclusão proposta como um novo paradigma de atendimento da educação especial.

Derivam desta perspectiva diferentes concepções, denominadas de “inclusão” e

“inclusão total”. Cada uma destas concepções tem múltiplas interpretações e

desdobramentos em relação a diferentes aspectos como: objetivos ou finalidades da

inclusão escolar, como deve ser feita a inclusão escolar, a abrangência da inclusão

escolar, o lócus do atendimento, a necessidade de currículos adaptados ou não,

necessidade de preparo dos professores para o atendimento educacional e outros.

Mendes (2002) aponta que, sob a bandeira da inclusão, as práticas e

pressupostos são bastante diversos. Há um consenso apenas aparente, mas

acomoda diferentes posições que, na prática, são divergentes e até opostas.

Mantoan (2006) considera que a inclusão só é possível dentro do ensino

regular. Para Bueno (2008), existe a idéia equivocada de que ao se falar em 1 Dados do Censo escolar MEC/INEP 2006 relativos às matriculas dos alunos com deficiências e às funções docentes.

10

“inclusão escolar” se faz alusão a um fenômeno que é por todos conhecido e que

tem um único significado, mas que ao ser feita uma análise critica o conceito de

inclusão é frágil, pois os termos educação inclusiva e inclusão escolar apresentam

indefinições decorrentes de os dois termos servirem para indicar tanto políticas

educacionais em ação, quanto perspectivas políticas futuras. (p. 49)

Outra concepção de inclusão escolar é a visão desvirtuada da educação

escolar em que a mesma tem um papel secundário, em relação às pessoas com

deficiências e especificamente àquelas pessoas com deficiências mais severas.

(FERREIRA e FERREIRA, 2004; OMOTE, 2004; KASSAR, 2004)

Diante desta polêmica, a questão sobre qual é a melhor forma de educar

crianças e jovens com necessidades educacionais especiais permanece. Nas

tentativas de respondê-la é que surgem as diferentes posições e divergências, que

levam a refletir nas palavras de Mendes (2004): Seria possível uma tomada de

posição sem um mínimo de uniformidade do termo educação inclusiva? (p. 70)

Considerando-se a importância desse mínimo de uniformidade destacado por

Mendes (2004), além da abundância de pontos de vista sobre o conceito de inclusão

escolar encontrada na literatura, optou-se pela modificação da proposta inicial deste

trabalho, que era a realização de uma pesquisa empírica, uma vez que se observou

que as distorções conceituais no termo inclusão escolar, justificam a realização de

uma revisão teórica2 do termo.

No entendimento de Prieto (2006), tais distorções têm se configurado, de fato,

como um dos principais obstáculos à concretização da tão conclamada educação

para todos:

O planejamento e execução e a implantação de políticas educacionais para atender alunos com necessidades educacionais especiais requer um domínio conceitual (grifo nosso) sobre inclusão escolar e sobre as solicitações decorrentes de sua adoção enquanto principio ético-politico, bem como a clara definição de seus princípios e diretrizes nos planos e programas elaborados, permitindo a (re)definição dos papeis da educação especial e do lócus de atendimento desse alunado. (p.35)

2 Nas palavras de Luna (1996) uma revisão teórica, em geral, tem o objetivo de circunscrever um dado problema de pesquisa dentro de um quadro de referência teórico que pretende explicá-lo (p. 83).

11

Diante do exposto, dois aspectos problemáticos, dentre os muitos

encontrados quando se fala em inclusão foram pinçados:

� A inclusão escolar como conceito abrangente: quais são seus objetivos,

fins, e prioridades?

� A inclusão escolar dos alunos com deficiências: como este conceito é

operacionalizado?

Tendo em vista, que a inclusão escolar precisa ser definida e entendida com

maior clareza, esta pesquisa propõe-se a investigar a inclusão escolar como

conceito. Pretende, além disso, identificar quais destas concepções de inclusão

escolar se aplicam aos casos de alunos com deficiências.

Justificativa

Como foi mencionado anteriormente neste trabalho, existe uma visão

equivocada de que a inclusão escolar acontece pela mera inserção do aluno com

deficiências em sala de aula regular. Fazemos nossas as palavras de Prieto (2006),

que entende que o domínio preciso e acurado do conceito de inclusão escolar é

imprescindível para que o planejamento, implantação e execução das políticas

educacionais voltadas ao atendimento dos alunos com NEEs ocorra de maneira

adequada. Sendo assim, consideramos necessário que se esclareçam algumas

imprecisões existentes em relação ao conceito de inclusão e ao papel que a escola

deve desempenhar no processo de inclusão escolar dos alunos com NEEs que têm

deficiências. Diante do exposto, defendemos a relevância do tema que ora

propomos.

Como um primeiro passo neste trabalho e visando chegarmos a uma melhor

compreensão da evolução do atendimento educacional oferecido às pessoas com

deficiências, procuramos fazer um breve percurso pelos fatos históricos que são

tomados como ações iniciais que precederam à oferta atual de atendimento

educacional às pessoas com deficiências. Também detemo-nos na legislação

vinculada à inclusão e conceitos e denominações que permeiam os discursos,

12

quando de inclusão se fala. Haja vista que a inclusão não é um fato isolado que se

circunscreve só ao âmbito brasileiro serão trazidas também algumas referências de

como o movimento de inclusão tem evoluído em nível internacional.

INCLUSÃO ESCOLAR: UMA LONGA CAMINHADA

Nos Estados Unidos da América a inclusão surge como resposta ao

descontentamento com a discriminação social, da qual eram objeto grupos

minoritários constituídos por pessoas com deficiências, negros e pobres que foram

segregados por várias décadas. Na primeira década de 1800, nos Estados Unidos,

as pessoas com deficiências, negros e pobres não eram consideradas dignas de

educação formal e isso era, para eles, uma grande dificuldade. Em meados de 1817,

apareceram os primeiros programas de educação direcionados às pessoas com

deficiências, sendo criado o Asilo Norte-Americano para a Educação e Instrução dos

Surdos e Mudos. Posteriormente, foram surgindo outras instituições que refletiam a

transformação de uma sociedade de caráter colonial para uma sociedade de caráter

nacional. (KARAGIANNIS; STAINBACK e STAINBACK, 1999).

Ainda segundo os autores, o atendimento às pessoas com deficiências, nos

Estados Unidos, de 1817 em diante, foi se ampliando com a criação de outras

instituições que tinham diferentes modalidades de atendimento. Alguns centros

funcionavam como escolas de treinamento, outros como lugares assistenciais ou

abrigos, tais como o asilo para a educação dos cegos, instituições para educação de

surdos e mudos, escolas para treinamento de alunos denominados idiotas.

Posteriormente, apareceram instituições filantrópicas que instalaram escolas

públicas de reabilitação e escolas segregadas como meio de garantir o controle de

grupos considerados “marginais” Eram considerados marginais os grupos

compostos por pessoas com deficiências, negros e pobres, sendo que o

atendimento, para todos eles, era indiferenciado.

Outro aspecto característico deste atendimento educacional incipiente era o

fato de que a assistência social e os mecanismos de controle estavam entrelaçados,

quer dizer, eram orientados pelo espírito de caridade, mas visavam também evitar o

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aparecimento de problemas sociais que poderiam ser gerados no seio destes grupos

marginalizados, em decorrência das suas condições precárias de vida.

Mais especificamente para as pessoas com deficiências menos severas,

foram criadas escolas denominadas de especiais, residenciais ou de treinamento.

No entanto, para alunos com deficiências importantes, não era oferecido nenhum

tipo de atendimento educacional.

Esta forma de atendimento perdurou até a década de 1950, quando foram

sendo implantadas classes especiais nas escolas regulares. Essas classes

consistiam em salas de aula freqüentadas exclusivamente por alunos com

deficiências, sob a responsabilidade de professores com formação em educação

especial. Esse modelo ainda favorecia a segregação3, uma vez que os alunos das

classes especiais, embora partilhassem do mesmo ambiente físico que os demais

alunos, não tinham com estes momentos de convivência e integração4.

Na mesma época, iniciaram-se movimentos dos pais para a defesa dos

interesses dos seus filhos. Nas décadas de 1960 e 1970 esses movimentos

ganharam maior vigor, levando pais de alunos com deficiências a fundarem

organizações para defender o direito dos seus filhos de serem atendidos em

ambientes menos segregados e que favorecessem a integração com os alunos sem

deficiência.

Iniciou-se, então, um processo rumo a mudanças. No final da década de

1980, as associações já reivindicavam a integração da educação especial e regular.

Na década de 1990, em nível internacional, o movimento da inclusão ganha maior

ímpeto e é acolhida a mensagem da Conferencia Mundial de Salamanca Sobre

Necessidades Educacionais Especiais, promovida pela UNESCO (BRASIL, 1994).

Daí em diante, o movimento da educação das pessoas com deficiências no

paradigma da inclusão, cresceu até a atualidade.

3 Podemos entender segregação de acordo com a definição do Dicionário Aurélio Eletrônico: “política que objetiva separar e/ou isolar no seio de uma sociedade as minorias sociais. 4 O termo integração está sendo utilizado neste parágrafo de acordo com a definição do Dicionário Aurélio Eletrônico como “ação ou política que visa integrar em um grupo as minorias raciais, religiosas, socais etc.”. Este conceito será ampliado e explorado na análise e discussão de nossos dados, visto que verificar as definições de integração e inclusão na literatura é um dos objetivos do presente trabalho.

14

No Brasil, as iniciativas voltadas para o atendimento educacional das pessoas

com deficiências surgem no final do século 19 e se inspiraram nas experiências

européias e norte-americanas. No inicio, eram iniciativas de caráter particular e

tinham a peculiaridade de serem motivadas pelo espírito de caridade e de filantropia.

(MAZZOTTA, 2005)

No entender de Bueno (1993) o surgimento de instituições para o atendimento

às pessoas com deficiências esteve pouco vinculado ao reconhecimento da

necessidade dessas instituições pela sociedade. As principais motivações estavam

relacionadas aos interesses de figuras próximas ao poder, que “importavam” idéias

de grandes centros, como a Europa e os Estados Unidos. Esta afirmação se

sustenta no fato de que a fundação do Imperial Instituto de Meninos Cegos teve a

influência de um cego brasileiro; José Álvares de Azevedo5, que estudou no instituto

de jovens cegos de Paris, e que educou com sucesso Adélia Sigaud, filha do Dr.

José F. Xavier Sigaud. José F. Xavier Sigaud era médico da família imperial e,

portanto, conhecido no ambiente da corte. Este fato determinou que o Ministro do

Império, Couto Ferraz, influenciasse o imperador D. Pedro II para que este criasse o

Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 17 de Setembro de 1854. Considera-se

este fato como uma das primeiras iniciativas oficiais de atendimento educacional a

pessoas com deficiência.

Mesmo esta ação oficial ainda podia ser considerada como uma iniciativa

isolada e considerada dentro de um primeiro momento, compreendido entre 1854 e

1956, período em que foram surgindo outras instituições voltadas para o

atendimento a pessoas com deficiências. De 1854 até 1950, foram aparecendo

outras instituições dentre as quais o Imperial Instituto de Meninos Surdos-Mudos

em Rio de Janeiro, criado no final do ano de 1855, o Hospital Estadual de Salvador,

na Bahia, hoje Hospital Juliano Moreira que atendia deficientes mentais. De1854 até

1950 contabilizam-se cinqüenta e quatro estabelecimentos de ensino regular e onze

instituições especializadas que ofereciam algum tipo de atendimento educacional a

pessoas com deficiências. (MAZZOTTA, 2005)

5 José Alvares de Azevedo estudou no Instituto de Jovens Cegos de Paris, fundado por Valentin Haüy, no século XVIII. Mazzota(2005)

15

Deve-se destacar também que neste período surgiram no Brasil duas

iniciativas pioneiras que contribuíram para o surgimento de outras instituições

voltadas ao atendimento educacional a pessoas com deficiências. Estas iniciativas

foram a de Ulysses Pernambucano e a de Helena Antipoff.

Ulysses Pernambucano criou a “Escola para Anormais” associada ao curso

de aplicação da Escola Normal Oficial do Estado de Pernambuco, alem de outras

instituições de ensino para crianças com deficiência mental. Helena Antipoff alem de

criar uma classe especial para deficientes mentais anexa à Escola de

Aperfeiçoamento Pedagógico de Belo Horizonte, contribuiu não só participando da

criação de várias instituições de ensino para crianças com deficiências, mas,

também lutando para melhorar as condições de atendimento a essa população.

(ANTUNES, 2007)

Só no final da década de 1950 e inicio da década de 1960, o que se chamava

de “educação de deficientes”, “educação dos excepcionais” ou ”educação especial”

passou a ser parte da política educacional brasileira, constituindo o segundo período

da educação especial no Brasil. Neste período, também, observou-se ênfase no

atendimento segregado, preferencialmente em instituições particulares, sendo

prejudicado o atendimento educacional integrado em escolas públicas. Foi a partir

de 1990 que o Ministério de Educação e Cultura (MEC) encarou a educação

especial de forma global, transformando a visão da educação especial, antes vista

como terapêutica, para uma visão de educação escolar, inserindo, assim, a

educação especial na proposta de uma educação para todos. (MAZOTTA, 2005)

Esta nova política inseriu o Brasil no contexto de transformações em nível

mundial. Surgem aqui, na década de 1990, iniciativas que vão ao encontro do

movimento que emerge a partir da Conferência Mundial de Jomtien Sobre a

Educação para Todos, que foi realizada na Tailândia e teve o Brasil como um dos

países participantes. Nesta declaração, conclamam-se todos os países a investir na

educação, como parte fundamental de todo projeto social cultural e econômico

(BRASIL, 1990).

A declaração de Jomtien e a declaração de Salamanca (BRASIL, 1994) são

tomadas como referência do inicio das discussões sobre questões que envolvem a

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educação especial e o processo de inclusão6 em nível governamental, procurando

redimensionar as políticas educativas, conforme as necessidades dos alunos em

processo de inclusão. Isto propicia o movimento dos educadores para qualificarem-

se de modo a atender às novas demandas, e dos pais destes alunos, na tentativa de

assegurar os direitos dos seus filhos, independentemente da natureza de sua

deficiência. (OMOTE, 2004)

INCLUSÃO: UM PROCESSO DE MUDANÇAS A PARTIR DO MARCO LEGAL

Nos últimos anos do século passado, ocorreram, em nível mundial, grandes

transformações sociais derivadas dos avanços tecnológicos e científicos, da

globalização, e de como foram se configurando o mundo do trabalho e as novas

regras políticas, sociais e econômicas. Para não ficarem à margem da economia

globalizada, alguns países da América Latina, dentre os quais o Brasil, a Argentina,

o Peru e o Chile, vêm adotando estas novas configurações e formas de

funcionamento. Neste contexto de mudanças e transformações, o movimento da

inclusão se insere como um processo que se inicia quando se reconhece que as

pessoas com deficiências têm direitos, no que se refere a pertencer à sociedade e a

participar dela. (ALMEIDA, 2006)

No Brasil, as transformações em relação à educação de pessoas com

necessidades educativas especiais (NEEs)7 surgiram a partir do marco legal que

rege a ordem política, social e econômica do país. Assim, a legislação brasileira vem

acompanhando as transformações em nível mundial e, em alguma medida,

procurando ajustar-se aos novos tempos (OLIVEIRA, 2003).

6 Verificar as definições de inclusão na literatura é um dos objetivos do presente trabalho, sendo assim, o termo será ampliado e explorado na análise e discussão de nossos dados. Para a compreensão deste trecho, no entanto, podemos adotar a definição do Dicionário Aurélio Eletrônico: “ato de incluir pessoas com deficiências na plena participação de todo o processo educacional, laboral, de lazer, etc., bem como em atividades comunitárias e domésticas”. 7 Ainda se discute sobre como fazer referência a pessoas com deficiências. Neste trabalho, optou-se por fazer alusão a elas com os termos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais NEEs, ou Crianças com NEEs, por serem esses termos usados nos documentos mais recentes da legislação sobre educação especial. (Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, Ministério da Educação MEC/ Secretaria de Educação Especial SEE) (BRASIL, 2007). Nas partes do texto de revisão bibliográfica, serão usados os termos empregados pelos respectivos autores.

17

Tomando como ponto de partida a Constituição Federativa do Brasil, de 1988,

no que se refere à educação em geral, a denominada constituição cidadã baseia-se

em princípios universais de igualdade, que são contemplados, na Declaração dos

Direitos Humanos. Indicação disso pode ser encontrada no artigo 205, da

Constituição, onde é reconhecido o direito de todos à educação, e no artigo 208, que

garante a educação especial aos alunos com NEEs. (BRASIL, 1998; OLIVEIRA,

2003; BRASIL, 2007a).

A partir da década de 1990, aconteceram reuniões e conferências

internacionais que influenciaram de forma significativa as leis brasileiras referentes à

educação e aos seus rumos em geral, e especificamente, à educação de alunos

com NEEs. Nesse contexto, destacam-se a “Convenção de Direitos da Criança”,

realizada em Nova York, em 1989, a Conferência de Jomtien (Brasil, 1990) a

Conferência sobre Necessidades Educativas Especiais que deu origem à

declaração de Salamanca que contou com a participação de 92 países e 20

organizações internacionais, (BRASIL, 1994), a “Carta para Terceiro Milênio” Brasil,

(1999) que coloca em relevo uma meta para todas as nações, de proteger os direitos

das pessoas com deficiência, mediante o apoio à inclusão delas em todos os

aspectos da vida; a “Convenção de Guatemala” (BRASIL, 2001)

A Declaração de Jomtien trouxe um enfoque de universalização do acesso à

educação e à promoção da equidade enquanto a Declaração de Salamanca deu

ênfase aos “princípios” e “práticas” na área das necessidades educativas especiais,

recomendando aos governos a providência de educação para crianças, jovens e

adultos com necessidades educacionais especiais, uma educação dentro do ensino

regular.

Outro documento que teve influência nas políticas públicas do Brasil, em

relação às pessoas com deficiências, foi o elaborado na Convenção de Guatemala,

de 19998 (Brasil, 2001). Este documento propõe uma reinterpretação da educação

especial, visando eliminar todas as formas de discriminação por razões de

deficiência.

8 O documento foi elaborado em 1999, e o decreto foi promulgado no Brasil, em 2001.

18

Em junho de 2001, em nível internacional, é aprovada a Declaração

Internacional de Montreal (BRASIL, 2001). Esta declaração, denominada de

“Sociedade Inclusiva”, faz um apelo para que governos, empregadores e

trabalhadores, além da sociedade civil, desenvolvam o desenho inclusivo, em todos

os ambientes, produtos e serviços. Pelo teor da declaração, percebe-se uma

concepção mais abrangente do conceito de inclusão, que não se limita ao acesso à

escola, pois estende a inclusão a todos os ambientes, ao se referir ao direito que

todos têm, de um acesso igualitário a todos os espaços da vida. (BRASIL, 2001)

No Brasil, a influência destes documentos produzidos nas conferencias e

encontros internacionais pode ser percebida em documentos que foram surgindo à

partir da década de 1990. Conforme Aranha (2004) o Brasil participou de forma ativa

na elaboração destes documentos e comprometeu-se com o seu conteúdo, sendo

um dos primeiros países da América Latina em reproduzir estes documentos na sua

legislação. Um destes documentos é o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA

(BRASIL,1990) que dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente e

no que se refere, à educação da criança e adolescente com deficiência, estabelece

Art. 54 É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente, atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.

Art. 57 O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório. (p.21-22)

Assim como o ECA a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (BRASIL,

1996) determina, para os alunos portadores de necessidades especiais:

Art. 58 Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.

2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

19

Art.. 59 Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:

I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;

II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;

V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.

Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. (p.21-22)

Como se pode constatar a educação escolar oferecida aos alunos com NEEs

é preferencialmente na rede regular de ensino, com a ressalva de que este

atendimento educacional deve ocorrer em função das condições específicas destes

alunos.

O atendimento preferencial na rede regular de ensino está em concordância

com a filosofia da inclusão; no entanto, as estatísticas do censo MEC/ INEP 2006

(Brasil, 2006) apontam a prevalência de modelos de atendimento da escola especial

e da classe especial.

A Tabela 1 exibe o tipo de escola, regular ou especial/classe especial, em que

se encontram matriculados os alunos NEEs. Ao se analisarem as porcentagens de

distribuição de alunos matriculados na rede regular de ensino, nas escolas especiais

20

e classes especiais, observa-se que prevalece o atendimento educacional a estes

alunos em classe especial e escola especial. Esta prevalência de atendimento

educacional, em escola especial, classe especial, oferecida aos alunos com NEEs,

faz-se mais notória ao se analisarem os dados da modalidade de atendimento

oferecida aos alunos com NEEs, que envolvem aspectos cognitivos. Este é o caso

dos alunos com deficiência mental e autismo, cujo atendimento educacional na rede

regular de ensino não chega a 40%; no caso dos alunos com deficiência múltipla e

síndrome de Down, não chega a 30%. Note-se, também, que, na tabela, não se

encontram dados que informem o tipo de atendimento educacional oferecido aos

alunos com paralisia cerebral. Os dados contidos na tabela, que indicam o tipo de

atendimento oferecido aos alunos com NEEs que têm deficiências mostram que nem

todos os alunos são atendidos no ensino regular.

Tabela 1 - Distribuição de matrículas na educação e special no Brasil, por tipo de necessidade educacional especial e tipo de atend imento, em 2006

Tipo de deficiência Total Escolas

especiais e classes especiais

% Escolas regulares %

Cegueira: 9.206 5.207 56,5% 3.999 43,5% Baixa Visão 60.632 7.101 11,7% 53.531 88,3% Deficiência Auditiva 21.439 6.825 31,8% 14.614 68,2% Surdez: 47.981 26.750 55,7% 21.231 44,3% Surdo-Cegueira 2.718 536 19,7% 2.182 80,3% Deficiência Mental 291.130 197.087 67,7% 94.043 32, 3% Deficiência Múltipla 74.605 59.208 79,3% 15.397 20, 7% Deficiência Física 43.405 13.839 31,8%) 29.566 68,2% Altas Habilidades/ Super-dotação

2.769 ---------- -------- 2.769 100%

Autismo 11.215 7.513 67% 3.702 33% Síndrome de Down 39.664 29.342 74% 10.322 26% Fonte: Censo Escolar MEC/INEP, 2006

Aos alunos com NEEs que não podem ser atendidos na rede regular de

ensino em decorrência das suas condições específicas, é oferecido o ensino em

classes, escolas ou serviços especializados. Neste caso, em que é levada em conta

a especificidade da deficiência como determinante para um aluno ser inserido ou

não no ensino regular, o acesso ao ensino não lhe é negado, mas lhe é oferecido

como uma forma de atendimento ampliado na rede publica. (BRASIL, 1996).

21

Deve-se frisar que, ao se falar de “condições específicas desses alunos”, não

são descritas e/ou caracterizadas essas especificidades que determinarão o acesso

ou não do aluno com NEEs ao ensino regular e ás quais se refere a LDB.

Além da modalidade de ensino, a LDB também assegura a oferta de

currículos, métodos e técnicas específicos às necessidades educativas destes

alunos, o que configura o apoio pedagógico especializado. Ao se verificarem as

estatísticas do censo escolar (BRASIL, 2006), constata-se que uma boa

porcentagem de alunos com NEEs não têm atendidas as suas necessidades

educacionais.

A Tabela 2 exibe dados das matrículas na perspectiva inclusiva, que contam

com apoio pedagógico especializado, e das que não contam com esse tipo de apoio.

Tabela 2 - Matriculas inclusivas com e sem apoio pe dagógico:

N % Total de matrículas na perspectiva inclusiva 325.136 100

Contavam com apoio pedagógico especializado 136.431 42 Não contavam com apoio pedagógico especializado 188.705 58 Fonte censo escolar (Brasil, 2006)

Nota-se na tabela 2 que a porcentagem de matrículas de alunos com NEEs

sem apoio pedagógico especializado, ultrapassa em 16% a porcentagem das

matrículas que contam com apoio pedagógico especializado, alem disso constata-se

que mais da metade dos alunos que devem ser atendidos na perspectiva inclusiva,

não contam com atendimento pedagógico especializado, assim sendo não é

cumprido o que é estabelecido no ECA e na LDB que garantem o atendimento

educacional especializado para estes alunos.

Em 2001, foi elaborado o Plano Nacional da Educação - PNE (BRASIL,

2001). No que se refere à educação especial, foi feito um diagnóstico das condições

em que estava sendo oferecido o atendimento educacional aos alunos com NEEs

nos diferentes níveis e modalidades de ensino. Identificaram-se falhas no sistema de

ensino no que concerne ao atendimento educacional dado aos alunos com NEEs.

Dentre os aspectos deficitários, apontaram-se a falta de preparo dos docentes para

atuar com os alunos com NEEs, as instalações físicas inadequadas, a escassa

oferta de matriculas e a falta de atendimento especializado para estes alunos.

22

Baseado neste diagnóstico, e mesmo admitindo não ter dados estatísticos

completos sobre os alunos com NEEs, e sobre o atendimento prestado aos

mesmos, o PNE estabeleceu metas e diretrizes para a educação especial, nas quais

observam-se, ainda, a ênfase no modelo de integração e o incremento de classes

especiais, indo em sentido oposto ao movimento de inclusão escolar de alunos com

NEEs (BRASIL, 2001)

O preparo do professor, que era um dos aspectos problemáticos apontados

pela avaliação do PNE, fez com que, em 2002, o Conselho Nacional de Educação

(CNE) estabelecesse Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores da

Educação Básica. Brasil, (2002). Estas diretrizes colocaram como norma a ser

obedecida pelas instituições de ensino superior, em sua organização curricular, uma

formação docente que leve em conta “as especificidades dos alunos com

necessidades educacionais especiais”

A preocupação com a formação de professores para o atendimento

educacional aos alunos com NEEs não se limita à sua formação inicial, pois também

considera importante a formação contínua dele. Em 12 de abril de 2007, saiu a

Portaria Normativa para a Formação Continuada de Professores em Educação

Especial, que visa uma preparação constante do professor para atender às

necessidades educacionais dos alunos com deficiências. (BRASIL, 2007b).

Pode-se constatar, nas ações governamentais voltadas à formação

continuada de professores, uma preocupação com práticas educacionais inclusivas,

pois esta formação docente especifica, para o atendimento aos alunos com NEEs, é

indispensável para responder com qualidade às necessidades especiais de seus

alunos em uma escola inclusiva. (XAVIER, apud PRIETO, 2006, p. 57)

No entendimento de Prieto (2006), a formação continuada do professor deve

assegurar a elaboração e implantação de propostas e práticas de ensino que

respondam às características específicas de seus alunos, incluindo aquelas

evidenciadas pelos alunos NEEs.

Neste percurso pelos documentos internacionais que influenciaram a

legislação brasileira e foram apensadas a ela e por algumas leis, portarias,

resoluções que foram surgindo para tornar efetivo o atendimento aos alunos com

23

NEEs, observa-se que poucos documentos oficiais são claros, ao se referirem aos

alunos alvo do atendimento educacional e às especificidades das suas

necessidades educacionais, acontece o mesmo em relação ao modo em que este

atendimento deve ocorrer. Assim no artigo 5º da Resolução que Institui Diretrizes

Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica ( BRASIL,2001) pode-se

ler

Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o processo educacional, apresentarem:

I - dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:

a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;

b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências;

II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis. (BRASIL, 2001, p.5)

Observa-se que quando algum documento oficial caracteriza os alunos com

NEEs, é porque as peculiaridades das deficiências são mais específicas, ou, melhor

falando, são mais pontuais: “baixa visão” para deficiências visuais, “surdez”, para

deficiências auditivas, “mobilidade reduzida”, para deficiências motoras. (BRASIL,

2000, 2005, 1999, 2007a).

Os alunos com NEEs9, tais como deficiência mental, autismo, paralisia

cerebral, não são aludidos de forma direta, o mesmo ocorrendo em relação às suas

especificidades. Também se pode observar que existem imprecisões nas

informações sobre que aspectos são levados em consideração para se determinar o

tipo de atendimento educacional que a LDB garante a estes alunos (currículos,

metodologias, técnicas etc.).

Em Setembro de 2007, a Secretaria de Educação Especial do MEC publicou

a versão preliminar do que denomina Política Nacional de Educação Especial na

Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2007a). Neste documento,

encontraram-se dados do censo escolar de 2006 que trazem informações das

9 Sempre que utilizarmos a expressão NEEs, estaremos nos referindo, do conjunto de pessoas com necessidades educacionais especiais, aos alunos com deficiências.

24

matrículas na educação básica e com indicadores da educação especial. Embora

não existam informações sobre como é organizado o ensino dos alunos com NEEs

que tem deficiências, no que se refere a recursos oferecidos para atender às

especificidades das suas necessidades educacionais, a Política Nacional de

Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva os considera como alunos

que devem ser atendidos na perspectiva inclusiva e não em ambiente segregado, o

que pode ser verificado no seguinte trecho:

A ressignificação dos conceitos de deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e das altas habilidades/ superdotação, a partir da compreensão de que as pessoas se modificam transformando o contexto no qual se inserem, permite uma atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão e ausência de atenção às especificidades desses alunos. Este entendimento enfatiza a importância de ambientes heterogêneos para a aprendizagem de todos os alunos e aponta para a superação de práticas pedagógicas incompatíveis com a complexidade dos processos de ensinar e de aprender. (BRASIL, 2007a, p.14)

O fato de mencionar práticas pedagógicas voltadas a superar a situação de

exclusão dos alunos com NEEs que tem deficiências e de reconhecer a ausência de

atenção às especificidades destes alunos, junto com a elaboração de diretrizes

inspiradas na filosofia inclusiva, considerando as crianças com deficiência mental e

transtornos globais de desenvolvimento/autismo, é fundamental para a superação da

situação de exclusão que muitos destes alunos vivenciam. Deve ser lembrado que a

exclusão também se configura quando, mesmo estando inseridos na escola regular,

os alunos com NEEs não têm atendidas as suas necessidades. (BARTALOTTI,

2006).

25

ATENÇÃO EDUCACIONAL DADA AOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA S: A

ESCOLA ESPECIAL A INTEGRAÇÃO E À INCLUSÃO UM DEGRAU DE CADA

VEZ

Um retrospecto do movimento da educação inclusiva mostra que ela é

produto de um processo ou evolução na forma de atendimento aos alunos com

NEEs. As mudanças para se chegar ao paradigma inclusivo foram progressivas e

não têm sido fáceis. Nessa trajetória, fez-se necessário questionar modelos

anteriores de atendimento a pessoas com NEEs, sem, no entanto levar à negação

da validade e importância dos paradigmas de atendimento educacional anteriores.

Isto quer dizer que estes modelos anteriores foram importantes, por terem sido as

primeiras iniciativas voltadas à educação das pessoas com NEEs, numa época e

contexto social em que este tipo atendimento educacional não existia ou era

precário. (BEYER, 2006).

A Escola Especial

O termo “educação especial” tem suas origens no campo médico-pedagógico.

As práticas ligadas à educação especial, por sua vez, tiveram, como antecedentes,

as experiências do médico francês Jean Itard que, por meio da pesquisa, colocou

precedentes para a educação de pessoas com NEEs e propiciou a criação de

materiais e técnicas que ainda hoje são usados para a educação de deficientes. Nas

suas experiências, Itard, foi contra o pensamento médico, representado por Pinel,

que afirmava não ser possível alterar os quadros de atraso social, intelectual e

lingüístico de algumas pessoas (BEYER, 2006).

Segundo Cordeiro (2006) as iniciativas de Itard não teriam destaque como

iniciativas inovadoras na atualidade, mas, tem um valor especial por que se deram

numa época em que pessoas com doenças mentais e com deficiências eram

26

segregadas em hospícios, sem lhes ser oferecido nenhum tipo de atendimento

educacional.

A escola especial pode ser definida como uma modalidade de ensino

oferecida a pessoas com NEEs, que tem como condição estrutural a separação de

crianças por tipo e grau de deficiência. (PRIOSTE, RAIÇA e MACHADO, 2006)

O atendimento educacional oferecido pela escola especial destina-se a

prestar atendimento psicopedagógico aos alunos com necessidades educacionais

especiais, em particular, àqueles que têm deficiências.

Nas escolas especiais são desenvolvidos currículos adaptados, programas e

procedimentos metodológicos diferenciados, que se apóiam em materiais didáticos

específicos, e que são usados por diversos profissionais para dar atendimento

educacional aos alunos com NEEs. As escolas especiais oferecem diferentes

programas de atendimento educacional que vão da estimulação precoce à educação

no ensino fundamental, e em alguns casos até o ensino profissionalizante.

(ADAMUZ, 2000)

Pelas suas características, a escola especial hoje é criticada e o alvo das

críticas são sua concepção assistencialista e o fato de seus alunos serem

considerados meros receptores de ações isoladas do Estado. (BRASIL, 2007a)

(PRIOSTE, RAIÇA e MACHADO, 2006)

Tanto a escola quanto a classe especial, em vez de estimular o desenvolvimento e a integração dos alunos, acabaram dificultando essas possibilidades ao impedir a convivência com os demais. “Cria-se uma barreira psicológica contra os alunos deficientes, pois, ao constituir um grupo à parte, passam a ser alvo de discriminação, antipatia e rejeição”. (p.15)

Para BEYER, 2006, estas idéias representam, em parte, equívocos e/ou

preconceitos, pois ao se fazer a retrospectiva de como foi introduzida a lei de

obrigatoriedade escolar no Brasil10, percebe-se que esta dizia respeito à educação

de todas as crianças; porém, as crianças com deficiência física e mental não tinham

10 Remetemo-nos à Constituição Política do Império do Brasil de 25 de março de 1824 no artigo 159, capitulo. 32 dispõe a instrução primaria, e gratuita a todos os cidadãos. (BRASIL, 1824) Segundo Schueler,(1999) A partir de 1850, tanto no âmbito da Corte Imperial e tempo depois nas províncias, se deram medidas que visavam a implantação de um sistema de educação pública.Assim se garantia o direito dos cidadãos à educação. A partir da Constituição outorgada em 1824, a difusão da instrução primária foi uma das primeiras iniciativas do estado dirigidas às crianças e jovens. Não entanto esta primeira iniciativa não fazia menção ao direito das pessoas com deficiências serem educadas.

27

nem direito de freqüentar a escola, nem obrigatoriedade de fazê-lo. Sendo assim, a

escola regular não se ocupou delas.

Beyer (2006) defende que o aparecimento das escolas especiais possibilitou

às pessoas com deficiências o acesso, pela primeira vez, à escola. Portanto, as

escolas especiais não podem ser concebidas, na perspectiva desse autor, como

tendo sido segregadoras, pois possibilitaram pela primeira vez o acesso de crianças

com deficiências ao sistema escolar. É possível mesmo afirmar que a ausência

desse acesso aumentaria a segregação.

O erro da escola especial, segundo o autor, pode estar no afã de ela

reivindicar a exclusividade do ensino dos alunos com deficiências, pregando que a

educação especial é o melhor ou o mais apropriado para eles.

Integração Escolar

A proposta de integração escolar dos alunos com NEEs é uma modalidade de

atendimento educacional que se caracteriza pela freqüência destes alunos em

classe especial, integrada à escola comum. Durante sua permanência na classe

integrada em escola comum, o aluno com NEEs fica sob os cuidados de um

professor especializado que é responsável pelo planejamento e desenvolvimento

das atividades. Esta modalidade de atendimento educacional visa a participação do

aluno com NEEs em atividades sociais junto ao grupo de alunos da escola comum.

(BRASIL, 1999; ADAMUZ, 2000)

Para Saint-Laurent (1997), a integração constitui um paradigma de

atendimento educacional oferecido aos alunos com NEEs, que tem evoluído

lentamente para a inclusão destes alunos na sala de aula regular. Nesta perspectiva,

ela menciona três fases na corrente da integração até chegar à inclusão

propriamente dita: a primeira fase é o encaminhamento a classes regulares de

alunos com “problemas leves” (dificuldades de aprendizagem, distúrbios de

comportamento, deficiência intelectual leve), porém ainda freqüentando classe

28

especial de apoio. Para os alunos com maior comprometimento, o atendimento no

modelo da integração é dado em classes especiais nas escolas regulares.

Na segunda fase, investe-se mais no paradigma de educação em classes

regulares como sendo o mais benéfico. E, na terceira fase, são incluídos todos os

alunos em classe comum. Esta última fase, pelos princípios e objetivos que

integração e inclusão defendem, constituiria o paradigma da inclusão, que defende

a luta contra o segregacionismo das escolas especiais que classificam os alunos por

tipo e grau de deficiência. Também critica práticas preconceituosas, que vêem as

pessoas com NEEs como incompletas ou distantes das “medidas de normalidade”,

considerando-as inaptas a ingressar no sistema escolar regular.

No Brasil, o movimento de integração, num primeiro momento, propiciou a

abertura nas escolas de mais classes especiais, fazendo com que as crianças com

deficiências freqüentassem as escolas, mas em classes separadas. Além das

crianças com deficiências, também eram encaminhados para a classe especial,

alunos que não avançavam na escola regular. Nesta proposta de integração, o

esforço era unilateral: a criança devia ajustar-se ao programa escolar.

Neste caso a normalização é transferida do meio à criança, ou seja, para que as crianças em situação de deficiência pudessem conviver com os demais em meio “normal”, elas deveriam normalizar-se o máximo possível. (PRIOSTE; RAIÇA e GOMES, 2006, p.16)

Mendes (2002) refere-se à integração escolar como modelo de atendimento

que centraliza o problema nas crianças e, assim, não cogita mudanças na escola e

no ensino. Isto faz com que se integrem à escola aqueles alunos capazes de se

adaptarem à classe comum; os que não o conseguirem estão excluídos dela.

A integração é atravessada por significados diversos. Para alguns, na

integração, está configurada a inclusão numa perspectiva mais abrangente, sendo

concebida como o preparo dos alunos com deficiências para serem inseridos na

sociedade, ao receber treinamento para atividades profissionais em oficinas

pedagógicas. (MARQUES, 1997)

Constata-se que integração, nesta perspectiva, refere-se a mecanismos de

inserção da pessoa com deficiência na sociedade, como pessoa e também como

trabalhador.

29

Para Mantoan (2006), a integração também segrega. Este modelo de

atendimento assume formas diferentes, de acordo com as características do aluno.

Faz com que ele “transite” pelo sistema escolar, ora na classe regular, ora na classe

especial. Assim, as formas de atendimento variam de classes especiais em escolas

comuns, ensino itinerante, sala de recursos etc., constituindo-se em oferta de

serviços educacionais para os alunos com NEEs segregados.

Carvalho sustenta esta afirmação

A integração escolar – a que mais interessa aos educadores em geral, obviamente- tem sido conceitualizada como um processo de educar/ensinar crianças ditas normais com crianças portadoras de deficiência durante uma parte ou na totalidade do seu tempo de permanência na escola. Trata-se de um processo gradual e dinâmico, que assume varias formas segundo as necessidades e características de cada aluno, sempre levando-se em consideração o seu contexto socioeconômico.(CARVALHO,1999b, p.36)

Críticas ao paradigma de atendimento educacional, nos moldes da

integração, giram em torno de dois aspectos: nem todos os alunos com deficiências

são inseridos no ensino regular, pois o fato de existir uma seleção prévia que

estabelece quais são os aptos e os não aptos para a inserção, mantém os serviços

segregados e, por conseguinte, a exclusão dos alunos com NEEs do ensino regular.

O outro aspecto diz respeito às escolas que esperam a adaptação dos alunos com

NEEs, sem elas mudarem o seu molde de funcionamento para oferecer-lhes o

atendimento educacional de que precisam (MANTOAN, 2006; PRIETO, 2006)

Neste aspecto, Mendes (2002) corrobora que as criticas ao modelo integrador

recaem sob dois aspectos:

...a passagem de crianças com deficiência ou com dificuldades de aprendizagem de um serviço mais segregado a outro, supostamente mais integrador, dependia unicamente de seu progresso, mas estas raramente aconteciam, o que comprometia os pressupostos da integração escolar (p.64)

30

Inclusão Escolar

O movimento de inclusão surgiu em meados da década de 1980 e início de

1990. Envolvia profissionais, pessoas com deficiência e seus pais, que lutavam

contra a idéia de que a educação especial, mesmo que colocada em prática em

forma de integração escolar, estivesse limitada a um mundo à parte, onde se atendia

em reduzida proporção a alunos qualificados como deficientes ou com necessidades

educacionais especiais. (MENDES, 2006; STAINBACK & STAINBACK,1999)

Nos EUA, a inclusão aparece com a denominação Regular Education

Iniciative (REI), cujo objetivo era a inclusão na escola comum de crianças portadoras

de alguma deficiência. Seus principais representantes foram Stainback & Stainback,

Reynolds, Wang e Walberg, cuja atuação surgiu como uma critica à ineficácia da

educação especial e em defesa da prevalência de um único sistema educativo para

todos. (STAINBACK & STAINBACK, 1999).

Os objetivos propostos pelo movimento baseado no REI são dar a todos os

alunos, sem exceção, a possibilidade de serem escolarizados nas classes de ensino

regular e receberem uma educação eficiente.

Do contexto americano, o movimento de inclusão escolar se estendeu a

outras partes do mundo e surgiram criticas aos sistemas de ensino imersos num

modelo médico, propondo um novo delineamento. Esta nova orientação denominada

de “paradigma inclusivo” assume, então, caráter internacional, destacando-se o

trabalho de organismos internacionais como o UNICEF e a UNESCO, os quais

apoiaram e ainda apóiam iniciativas que promovem o acesso à educação de todas

as crianças em idade escolar. (PRIOSTE, RAIÇA e GOMES, 2006; ARNAIS, 2006)

Este apoio à inclusão foi realizado por meio de uma serie de trabalhos e

reuniões internacionais anteriormente mencionadas, como a de Salamanca que

serviram para impulsionar a educação inclusiva em todo o mundo, que

reconheceram a necessidade de uma educação inclusiva, e estabeleceram um

plano de ação com essa finalidade. Desde então as escolas enfrentam um desafio: o

de desenvolver uma pedagogia capaz de educar a todas as crianças, lançando a

31

proposta de que as escolas devem ser comunidades que atendam a todos,

reconhecendo a necessidade de adaptar o ensino à necessidade de cada criança.

Deve-se enfatizar, aqui, que a inclusão vai além do ensinar e de fazer com

que a criança aprenda como objetivos da escola. A inclusão compreende conceitos

básicos como os de comunidade e de participação, conceitos estes que se

caracterizam pela sua conexão com processos de inclusão mais abrangentes e que

enfatizam a valorização da pessoa e de aspectos psicossociais e inter-relação.

Assim, o fato de as pessoas com deficiências e as pessoas não deficientes “viverem

juntas” e pertencerem ao mesmo grupo, é colocado em relevo como parte de um

sistema de valores e crenças, onde se reconhece o direito de todas as crianças e

jovens compartilharem um meio ambiente comum, onde todos sejam valorizados,

respeitados em seus direitos e participem da sociedade em condições de igualdade.

É inegável que as grandes transformações na sociedade têm se dado por

meio da educação. No caso dos alunos-alvo da inclusão escolar, o significado vai

além do exercício pleno do direito ao ensino ou a participação nele. Entende-se que

a inclusão escolar contribui para a inclusão social da pessoa com deficiência, pois

quando as pessoas não tem acesso à informação e ao conhecimento, perdem a

possibilidade de serem incluídas socialmente (TEDESCO, 2006)

A inclusão como paradigma é motivo de embates e de discussões acirradas,

pois, ao ser concebida, por alguns, como uma ruptura com todo o previamente

estabelecido na sociedade e no sistema de ensino, é criticada, já que com tal visão

chega-se ao ponto de defender a eliminação da subdivisão dos sistemas escolares

em ensino especial e ensino regular. Assim,

As escolas atendem às diferenças sem discriminar ou trabalhar à parte com alguns alunos. Também não estabelecem regras específicas para planejamento e avaliação de currículos, atividades e aprendizagem de alunos com deficiência e necessidades educacionais especiais. (MANTOAN, 2006, p.19)

Por outro lado, outras posturas concebem a inclusão como processo de

mudanças do sistema educacional, mas também admitem a coexistência de

recursos especializados, considerando a diversidade de alternativas para o

atendimento escolar, que vão além dos serviços de complementação,

32

suplementação, e de apoio ou suporte, para a permanência dos alunos com NEEs

na classe comum. (PRIETO, 2006)

Na área educacional, compreender a abrangência do conceito de inclusão,

entender o seu significado e os princípios que a fundamentam, é de suma

importância, haja vista que a educação, historicamente, tem sido vinculada à

construção de uma nação. Hoje, a educação também está atrelada à construção de

uma sociedade justa, entendendo-se por sociedade justa aquela que respeita a

diversidade e elimina a desigualdade.

Hoje, em relação à inclusão, assistimos a um grande debate, o que indica que

inclusão é um assunto controverso. Ao se revisar a literatura, percebe-se que

existem divergências para defini-la, delimitá-la, caracterizá-la, definir seus objetivos,

seus alcances e limites. Enquanto este debate acontece, os alunos com NEEs estão

sendo “incluídos” na escola regular. Surge, a partir desta constatação, o

questionamento a respeito de qual inclusão se fala quando se faz referência à

inclusão escolar de alunos com NEEs que tem deficiências.

33

OS DENOMINADOS PARTÍCIPES NO PROCESSO DE INCLUSÃO

Ao se focar o contexto escolar como espaço inclusivo, muitas vezes se

desconsidera a complexidade da inclusão, levando-se em conta só o espaço físico-

material da escola. Assim, nas palavras de Prieto, (2006, p.43) [...] identifica-se

muito de uma visão ingênua representada por discursos mais situados no senso

comum, que consideram que a educação inclusiva já aconteceu, pois acreditam que

o acesso à classe regular de alunos com necessidades especiais é suficiente para

caracterizá-la.

No processo de inclusão, tem que ser considerada a superação de barreiras

arquitetônicas, adaptação de equipamentos, adequações curriculares e

metodológicas e, o mais importante, mudanças de atitudes e posturas dos

professores de sala de aula regular, e da educação especial (OLIVEIRA, 2003).

Considera-se importante adicionar no rol de participes da inclusão, alem dos

professores, outras pessoas não menos importantes cuja participação é

indispensável no processo de inclusão, são eles os gestores, os serviços de apoio,

os pares interativos e a família.

Os Gestores

A inclusão traz alterações substanciais no funcionamento da escola, na

maioria das vezes quando se fala do sucesso ou insucesso da inclusão são

focalizadas as deficiências dos alunos com NEEs, o professor de sala de aula

regular os professores de apoio as metodologias, dentre outros aspectos. Assim

sendo muitas vezes, é esquecido que, no comando de uma escola, sempre há um

diretor como gestor ou, ainda, de que existem diferentes formas de um gestor

participar na escola inclusiva. É necessário considerar que a escola precisa de

alguém que exerça liderança. A idéia de uma escola para todos traz também uma

34

série de mudanças no âmbito escolar e na atividade do diretor, que precisa participar

dessas mudanças.

Segundo Lima (2005), o grande desafio para a direção é romper com

modelos, práticas e valores passados para criar uma escola inclusiva ou tornar uma

escola cada vez mais inclusiva, por meio da adoção de posturas mais democráticas.

Ou seja, se, anteriormente, o papel do líder era o de quem toma as decisões,

acertadas ou não, hoje o gestor vai se deparar com questões para as quais não

existem respostas prontas, como, por exemplo, para a pergunta sobre que tipo de

deficiências sua escola pode atender.

A inclusão escolar de alunos com NEEs demanda dos gestores, uma postura

que faça a diferença: passar de uma gestão artesanal para uma gestão profissional,

em relação à quantidade de recursos que o gestor administra e à diversidade de

serviços. Assim, é fundamental que o gestor seja capaz de identificar e transmitir as

prioridades em relação à tarefa da escola e, em função das demandas da

diversidade dos grupos atendidos.

A capacidade de o gestor identificar e transmitir prioridades está atrelada à

construção e transformação da política educativa, mudando alinhamentos mais

gerais para possibilidades mais concretas. (DENARI, 2004)

Segundo Sage (1999), p.137 O comportamento do diretor é que estabelece o

clima pelo qual se resolve que a escola é de todas as crianças haja vista que as

crenças e atitudes dos diretores em relação à educação especial exercem influencia

no seu comportamento para com os alunos com deficiência. Segundo o autor

diretores cuja filosofia pessoal reconhece os benefícios da inclusão podem

transmitir essa atitude de diversas formas às pessoas com as quais trabalham, aos

alunos e aos pais dos alunos.

35

Os Professores

A declaração de Salamanca propugna uma formação de professores voltada

para o atendimento às necessidades educacionais especiais. Mas, ao se conferir a

realidade educacional brasileira, e no que se refere à educação básica, pode-se

constatar que muitos professores têm pouca familiaridade teórica e prática com

alunos com NEEs. Isto pode ser verificado ao se analisarem os dados das funções

docentes no nível básico.

Na Tabela 3, é possível verificar que os docentes da educação básica, tanto

da rede pública quanto da rede privada, não têm curso específico para o

atendimento às necessidades educacionais dos alunos com NEEs. Por outro lado,

observa-se que uma alta porcentagem de docentes na educação especial conta com

curso específico para o atendimento educacional aos alunos com necessidades

educacionais especiais.

O papel do professor de ensino regular, como integrante da escola inclusiva,

é mais que fundamental neste processo, já que cabe a ele a responsabilidade pelo

ensino. Assim, o conhecimento sobre como ensinar alunos com NEEs não deve ser

atributo só de “especialistas”. Os outros profissionais que trabalham na escola

precisam “apropriar-se” destes conhecimentos.

Tabela 3 - Funções docentes no nível básico.

Total Brasil Público Privado Com curso

específico Sem curso específico

Funções docentes

2006 N N % N % N % N %

Nº de docentes na educação Básica

2.973.412l 23.889.098 80,3 584.314 19,7 --------- -- --------- --

Nº de docentes na educação especial

54.725 25.669 47,0 28.956 53,0 42.498 77,8 12.127 22,2

Fonte: censo escolar (Brasil, 2006)

36

A falta de preparo do professor em geral, quanto ao que se refere ao

conhecimento de particularidades de determinados tipos de deficiência, é apontada

como responsável pelo insucesso da inclusão. Esta falta de preparo é um dos

aspectos mais discutidos e complexos quando se trata de incluir alunos com NEEs

no ensino regular. Segundo Ferreira & Ferreira (2004, p. 37)

Temos ainda hoje uma escola regular que não sabe bem como ensinar seus alunos “tradicionais”. Assim, vivemos um momento na educação em que coexistem a incapacidade da escola para ensinar todos os seus alunos e a presença de fato de alunos com deficiência, que são estranhos para ela. Tão estranhos que ela parece resistir em ‘reconhecê-los como seus alunos, em desenvolver sua formação, em reconhecer um processo educativo relevante para eles. Parece prevalecer no conjunto da cultura escolar a concepção de que o lugar da pessoa com deficiência é fora da escola regular.

Ao analisarmos estes discursos, percebemos que o risco que se corre é o de

inserir na escola regular os alunos com NEEs sem que sequer existam condições

para oferecer a eles sua escolarização. Ainda pensando na dita complexidade e nos

desafios que a inclusão traz ao professor, nos deparamos com discursos que

derivam da dificuldade de se trabalhar com uma diversidade de alunos, cada um

com suas peculiaridades, o que torna o conjunto muito heterogêneo. O trecho a

seguir é um exemplo do que tem sido alegado a respeito dessa heterogeneidade. Os

professores

...não se sentem “preparados” e motivados para a docência de grupos tão diversificados, consideram tal docência difícil, pois ganham muito mal, não tendo recursos para a compra de livros, revistas especializadas ou para fazerem cursos de atualização, além das condições em que trabalham serem muito adversas...(CARVALHO, p.39 1999)

Na mesma linha de pensamento Prieto (2002), considera que insucesso da

inclusão não se reduz ao despreparo do professor, pois, a despeito de serem

oferecidos a ele cursos de capacitação, existem outros problemas a serem sanados

tais como baixos salários, ausência de plano de carreira, rotatividade de

professores, jornada de trabalho, que impossibilitam que os professores e outros

profissionais re-signifiquem a sua prática.

A autora considera indispensável uma formação especifica dos professores

para atender aos alunos com NEEs, pois refuta a idéia de que alguns alunos NEEs

freqüentam a escola para aprender, ao passo que outros a freqüentam somente

para “serem socializados”. A autora argumenta que, ainda que se valorizasse

37

somente a socialização, faz-se necessário reconhecer que esta não acontece

automaticamente quando as pessoas usam o mesmo espaço escolar.

Ferreira & Ferreira (2004) colocam em relevo que a oferta aos alunos com

NEEs de uma escolarização na perspectiva da cidadania, deve estar revestida dos

mesmos sentidos e significados que revestem a educação dos outros alunos.

Assim, sem desconhecer o valor das interações, o sistema educacional, na ação do

professor, deve propiciar aos alunos com NEEs a apropriação do conhecimento

escolar, o desenvolvimento pessoal e experiências culturais significativas, pelas e

nas atividades partilhadas.

Procurando não cair na simplificação de algo tão complexo, pode-se afirmar

que mudanças de postura em relação a preconceitos e à rejeição por parte dos

professores que trabalham com alunos com NEEs, aceitar estes alunos na escola, a

vontade de trabalhar, posturas menos apáticas, reconhecer a necessidade da

formação do professor para trabalhar com o aluno com NEEs; são necessárias para

que inclusão escolar aconteça. Não podemos desconhecer e ou negar que cabe à

escola a formação integral da criança e que a aprendizagem de disciplinas

específicas tais como português e matemáticas sejam secundários quando se fala

em inclusão de alunos com NEEs que tem deficiências.

Professores e currículo

A filosofia da inclusão baseia-se no principio de que todas as crianças devem

aprender juntas, independentemente das dificuldades e/ou diferenças que possam

ter, e as escolas devem responder às necessidades de todos seus alunos.

Entretanto ao confrontar este preceito com o currículo escolar, percebe-se que isto

não acontece. Segundo Carvalho (1999) e Beyer (2006), o currículo é criado na

perspectiva da homogeneidade, quer dizer pautado na idéia de que os alunos de

uma turma determinada têm conhecimentos similares, aprendendo os mesmos

conteúdos, no mesmo ritmo e com o mesmo tipo de estratégias. Esta uniformidade

já configura um problema no caso da escola regular por causa de sua

inaplicabilidade. Ao considerarmos os alunos com NEEs, esta homogeneidade é

ainda mais questionada, pois ao falarmos de uma escola “para todos” esses “todos”

38

têm que ser contemplados, tem-se que tomar em conta as singularidades dos alunos

com necessidades educacionais especiais, em particular dos que tem NEEs com

deficiência. Surge assim a necessidade de se pensar num currículo comum ou

diferenciado ou currículos adequados ou inadequados. (LIMA, 2005)

Problemas decorrentes de inadequação de currículos podem ter sua origem

na referência homogênea que ele impõe a todos os educandos, quando o currículo é

inflexível e não considera as condições particulares dos alunos, considera-se assim

necessária a adaptação de currículos. (CARVALHO, 1999a)

Em relação à adaptação de currículos, fala-se em currículos abertos e

currículos fechados. Segundo (BEYER, 2006), o professor pode adotar o currículo

fechado, que é imutável e não admite adaptações e, por conseguinte, exige menos

do professor, tendo como conseqüência uma menor disponibilidade para flexibilizar

o seu trabalho. Ou, o professor pode adotar um currículo aberto, que facilita as

adaptações curriculares, mesmo que isto exija maior criatividade e esforço por parte

dele. Adotar um currículo aberto fará com que o professor seja mais flexível e tenha

maior disposição para mudar seus procedimentos perante as necessidades

educacionais dos seus alunos.

O currículo, no caso da inclusão, é considerado em termos das possibilidades

de acesso dos alunos com NEEs às atividades comuns propostas para os demais

alunos. Sendo assim, as necessidades educacionais especiais de alguns alunos

devem ser atendidas pelo currículo regular, que pode ser adaptado ou não em

função das diferenças individuais. Um determinado procedimento adaptativo de

currículo teria que ser aplicado a elementos tais como objetivos, conteúdos,

avaliação, metodologia, organização didática, temporalidade, e providências e

recursos. (CARVALHO, 1999A; BEYER, 2006)

Carvalho (1999a) considera que os currículos têm que ser abertos e

transformadores. As suas prescrições têm que contemplar aqueles alunos que não

podem corresponder às expectativas da “normalidade”. Nesta mesma direção, a

Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

assinala que

A concepção de currículo dinâmico e flexível estruturado de modo a favorecer a aprendizagem de todos os alunos e superar a lógica de

39

adaptações pressupõe uma proposta curricular construída na perspectiva de viabilizar a articulação dos conhecimentos do ensino especial e do ensino comum, que promova a ampliação dos conhecimentos e experiências de vida e a valorização dos percursos de aprendizagem. (BRASIL, 2007a, p.15)

Concordamos com a idéia de um currículo flexível, que levando em consideração as

diferenças que de fato existem, na diversidade de alunos atendidos no ensino

regular com NEEs ou não,e que , respeitando diferentes percursos, modos e

tempos de aprendizagem possibilita a aproximação e apropriação dos

conhecimentos.

A Comunidade de Pares

A filosofia da inclusão valoriza as interações como forma de propiciar a

inserção dos alunos com deficiências, em contextos sociais cada vez mais amplos.

Além da valorização da escola, nas suas funções de ensinar e aprender, também

destaca a importância do seu papel no fortalecimento de uma cultura de convivência

humana.

Segundo Denari (2004), esta cultura de convivência humana tem, na escola,

seu lugar de repercussão, sendo necessária a transformação desta em um espaço

que propicie a construção da cidadania. Estas tão valorizadas interações se dão a

partir dos professores, mas também deve ser considerada a importância dos pares

na sala de aula. Entende-se que estes pares não são vistos só como “ocupantes” do

mesmo espaço físico na escola. São pessoas que, em função de ações

intencionalmente desenvolvidas pelos professores, participam ativamente do

processo de socialização. (PRIETO, 2006)

A valorização dos pares se sustenta na medida em que a aprendizagem é um

processo social. A sala de aula é vista como uma fonte de experiências, de

inspiração, de desafio e de apoio em que os alunos têm a capacidade de contribuir

para sua própria aprendizagem.

40

Esta aprendizagem, entendida como processo social, se dá pelos trabalhos

em grupo que favorecem a troca de experiências, as atividades participativas e a

cooperação mútua. Pacheco (2007) destaca a importância de o aluno em processo

de inclusão ser aceito pelos pares que fazem parte da comunidade social educativa.

Coloca em relevo a necessidade de as escolas construírem políticas que promovam

a difusão das idéias interativa, participativa, de relacionamentos e de cooperação

mútua.

Outro aspecto destacado por Mendes (2002) em relação aos pares é sobre o

ensino com tutoria em que colegas de sala colaboram com o aluno com deficiência.

Menciona benefícios diretos para o aluno em processo de inclusão, que teria uma

maior possibilidade de receber mais informações. Isto sugere a necessidade de

treinar os alunos nessas habilidades cooperativas e ter ambientes educacionais

flexíveis.

Colocada nestes termos, a criação de grupos cooperativos também depende

do professor em sala de aula como mediador dessas relações e promotor dessa

organização cooperativa de classe. Neste sentido, o professor precisa ressignificar

sua prática pedagógica, já que os benefícios vão ser para todos.

A Família

No processo de inclusão, é importante dar destaque à família pelo fato de ela

ser parceira vital no processo de integração social e escolar do aluno com NEEs.

Sua participação pode ser vista sob diferentes aspectos.

A participação da família da pessoa com NEEs, muitas vezes, está

relacionada a como a família vivencia a experiência de ter um filho com deficiência,

isto é, à forma de encarar a deficiência. A chegada na família de um filho com

deficiência pode ser vivenciada como um fato que vai sentido contrário ao que é

esperado; o que pode fazer com que sentimentos, afetos e atitudes, tornem-se

ambíguos tanto nos pais das crianças e seus irmãos, podendo ocorrer, sentimentos

de rejeição velada, culpa etc. acarretando como conseqüências o isolamento da

41

criança com deficiência por parte da família, ou que a família se isole, negando,

assim, o acesso do filho à escola ou ao convívio com os outros (SPROVIERI, 1997)

Outras atitudes podem ser observadas também nas famílias de crianças com

deficiências, que desempenham um rol participativo por meio das suas ações

concretas. Neste sentido, algumas famílias são militantes e tomam parte de

organizações, procurando garantir os direitos dos seus filhos. Outras famílias

adotam posturas protecionistas e ainda há outras que assumem de forma plena a

sua função de parceiros. (SANTOS, 1999)

Pais – profissionais – escola, esta relação durante muito tempo tem sido

difícil. Aiello (2002) atribui como causa provável deste relacionamento difícil, a falta

de comunicação, a ênfase que os professores colocam nas dificuldades da criança,

focando a deficiência, sem ver o potencial que a criança tem.

Para Santos (1999), as relações da escola com a família ainda são

permeadas por práticas advindas do campo da saúde, nas quais “chama-se a

família” e se “prescreve”, o que a família deve fazer [...] tem que levar este menino à

fono, ao psicólogo etc., ao invés de decidirem juntos estratégias de ação.

Contudo, embora existam dificuldades, o papel da família cada vez é mais

ressaltado, por ter sido historicamente parceira vital no processo de reconhecimento

dos direitos dos seus filhos, já que foram as primeiras a fazer reivindicações para

que as necessidades educacionais de seus filhos fossem atendidas.

A perspectiva da inclusão exige uma revisão do papel desempenhado pela

família dos alunos com NEEs. Nos paradigmas anteriores de atendimento

educacional, as famílias participavam dentro de um sistema assistencialista. Hoje, a

família é convidada a participar mais ativamente na escolha de provisão educacional

que desejam para seus filhos, tomada de decisões, planejamento educacional

etc.(AIELLO, 2002)

42

QUEM SÃO OS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ES PECIAIS E

QUAIS SÃO AS SUAS POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO ESCOLA R?

A Denominação dos alunos com necessidades educacion ais especiais

No intuito de usar os termos mais corretos para referir-se às pessoas com

deficiências, ao longo do tempo vêm sendo usadas diferentes expressões. Para

chegarmos a uma melhor compreensão da evolução das denominações dadas às

pessoas com deficiência, consideramos importante neste ponto, fazermos referência

a como a deficiência tem sido concebida ao longo do tempo.

Evolução das concepções de deficiência

A evolução das concepções de deficiência refletem os momentos históricos

da sociedade no entanto, remetemo-nos a dois momentos históricos específicos: o

primeiro localizado entre as décadas de 1960 e 1970, em que a deficiência era vista

sob o modelo clínico-médico; sendo entendida como uma situação em que o

individuo apresenta comprometimento orgânico, com limitações irreversíveis.

Decorrendo desta concepção de deficiência tem-se o atendimento educacional

segregado e a exclusão do sistema regular de ensino, com restrições na progressão

escolar e/ou profissional. Neste modelo o deficiente tem que ser reabilitado,

habilitado, educado, para ajustar-se aos padrões aceitos no meio social, familiar,

escolar, etc. (BEYER, 2006; SASSAKI,1998).

Um segundo momento na evolução da concepção de deficiência inicia-se a

partir da década de 1980 e vai se consolidando na década de 1990, o modelo de

deficiência que prevalece é o “modelo social” da deficiência. Neste modelo parte-se

da premissa de que toda criança é capaz de aprender e as condições de

escolarização dos alunos com deficiência não são uma extensão da sua deficiência,

como se entendia no modelo médico em que, por exemplo, para as crianças com

deficiência mental existiam os acréscimos educável treinável etc.

43

No modelo social da deficiência, parte-se do principio de que é a sociedade

que tem que modificar-se, daí que empresas, serviços, espaços físicos, escolas

dentre outros, tem que modificar-se tornar-se capazes de atender a todas as

pessoas que imersas nessa sociedade poderão ter atendidas suas necessidades

comuns e especiais. (SASSAKI, 1998; BEYER,2006)

No documento subsidiário da política inclusiva (BRASIL, 2005), afirma-se que

a inclusão escolar tem, como um dos seus preceitos, a denominada “educação para

todos”. Deste modo, considera-se que todas as crianças são sujeitos-alvo da

proposta inclusiva. Num sentido amplo, a inclusão deve atender a crianças que

vivem nas ruas, crianças que trabalham crianças de populações distantes, crianças

com ou sem deficiência, dentre outras. (BEYER, 2006; BUENO, 2008)

O que chama a atenção neste tipo de concepção de inclusão é o fato de as

crianças com deficiências serem mais uma entre tantas outras expressões concretas

das chamadas necessidades educacionais especiais (BUENO, 2008, p.50).

Por outro lado, além da inserção dos alunos com deficiências dentro de uma

população ampla como alvo da inclusão escolar, observa-se uma tendência à não

alusão aos alunos com NEEs com deficiências e às suas especificidades, em nome

da não discriminação e/ou estigmatização. Denominações genéricas têm sido

usadas para se falar dos alunos-alvo de atendimento da educação especial e da

inclusão escolar; “excepcionais”, “alunos portadores de deficiência”, “alunos com

deficiência”, ”alunos com necessidades especiais”, “alunos portadores de

necessidades especiais” “alunos com necessidades educativas especiais” até se

chegar à expressão atual; “aluno com necessidades educacionais especiais” 11

(CARVALHO, 1999b, p.59)

Desta generalidade ou tratamento indiscriminado, passou-se ao registro de

necessidade especial que os categoriza em deficiência: física, mental, múltipla,

auditiva, visual, condutas típicas, altas habilidades/superdotados. Porém, outras

11 Segundo Sassaki (2003), o termo “Necessidades Educacionais Especiais”, veio a substituir o termo necessidades educativas especiais, ao ser adotado pelo Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Básica (Resolução nº 2, de 11-9-01, com base no Parecer CNE/CEB nº 17/2001, homologado pelo MEC em 15-8-01).

44

informações como a caracterização das deficiências e especificidades que cada uma

delas traz em si, não são mencionadas, o que dificulta saber qual a natureza da

necessidade educacional específica do aluno e se esta demanda atendimento

especial ou ações específicas que possam atendê-las (BRASIL 2007, PRIETO,

2006)

Para Carvalho (1999b), a questão das mudanças na denominação das

pessoas com necessidades educacionais especiais, em particular das que têm

deficiências, sempre teve como objetivo a modificação da percepção social que se

tem destas pessoas. O uso da expressão “pessoa com necessidades educacionais

especiais”, substituindo expressões como “excepcionais” ou “portadores de

deficiências” faz com que a pessoa seja considerada anterior e mais significativa do

que sua deficiência e, portanto, é considerada com igualdade de valor em relação às

demais pessoas. O uso do termo educacional refere-se a “que educa”, “que promove

educação” 12

A autora complementa que a expressão necessidades educacionais especiais

é abrangente, e não se aplica só às pessoas com deficiências, pois todos já

experimentamos necessidades educacionais especiais. Assim, afirma

O que se constata é que os obstáculos à aprendizagem não são exclusividade dos alunos com deficiências visuais, auditivas, mentais, dos que tem paralisia cerebral, dos autistas entre outros. Barreiras à aprendizagem (temporárias ou permanentes) fazem parte do cotidiano escolar de quase todos os alunos, sejam eles deficientes com altas habilidades ou os ditos normais. (CARVALHO,1999b, p.61)

Segundo Carvalho (1999b), o aprimoramento da terminologia visa evitar

ambigüidades em relação ao que se fala e ao que se escreve. Complementando,

Sassaki (2003) afirma que ao serem usados os termos de forma incorreta, muitos

conceitos obsoletos, idéias equivocadas e informações inexatas podem ser

perpetuadas de forma inadvertida.

Ambos os grupos (com deficiência ou não) enfrentam barreiras, o que não nos autoriza a rotulá-los de alunos problema. O problema caracteriza-se quando, diante de uma determinada situação, não encontramos as alternativas adequadas de solução. (CARVALHO, 1999b, p.61)

12 Sassaki (2003) complementa que necessidades não podem ser educativas, pois necessidades não educam, elas são educacionais.

45

Oliveira e Leite (2000) consideram que as “necessidades educacionais

especiais” devem ser entendidas em relação ao currículo escolar, entendendo-se

que as dificuldades para aprender se originam na interação do aluno com o contexto

de ensino/aprendizagem. Sendo assim, um aluno apresenta necessidade

educacional especial quando tem dificuldades maiores que o resto dos alunos para

atingir aprendizagens determinadas no currículo correspondente à sua idade.

Deste modo, a expressão “necessidades educacionais” enfatiza a escola e

sua resposta educacional perante os problemas de aprendizagem do aluno, tirando-

se o foco da deficiência. (MARCHESI e MARTIN, 1995)

A expressão ”alunos com necessidades educacionais especiais” refere-se a

alunos que apresentam algum problema de aprendizagem ao longo da sua

escolarização, mas também se refere à necessidade de maiores recursos

pedagógicos, para esses alunos serem atendidos.

Em contraponto, Ferreira e Ferreira (2004) alertam para o fato de que o uso

do conceito “necessidades educacionais especiais”, sem considerar a distinção de

tipos ou graus de dificuldades, pode levar a posturas pedagógicas generalizantes,

pois, para os alunos com deficiências, a problemática não se resume a uma

necessidade educativa, ao menos no sentido de adequação de práticas escolares.

Os autores afirmam que

[...] desde que está mantida a estrutura social, perdurando o estigma social que envolve os indivíduos diferentes, as representações e os sentidos construídos, estes impregnarão as novas palavra que os designarem, o que vai significar que as práticas continuem as mesmas. (p.36)

Em outra linha de pensamento, Bueno (1997), em relação às mudanças de

termos usados para designar pessoas com deficiências (tais como idiotas e débeis

mentais), para outros termos menos estigmatizantes, como excepcional ou portador

de necessidades educativas especiais, dentre outros, afirma que a mudança do

conceito modifica o objeto sobre o qual nos referimos. Assim, o autor alerta para o

fato de que, ao se avançar em direção à não estigmatização, perde-se em termos de

precisão, pois na hora de ser oferecido o atendimento educacional na perspectiva

da inclusão escolar, a não-alusão à deficiência pode deturpar os fins da inclusão em

dois sentidos: por um lado, por não serem atendidas, no ensino regular, as

necessidades especificas dos alunos que têm deficiências; e, por outro lado, por

46

incorporar uma boa quantidade de crianças em relação às quais não se tem certeza

de que tenham alguma necessidade especial. Assim, um grande grupo de crianças

que poderiam estar freqüentando a escola regular pode ser excluída dela, tendo

como justificativa a alegação de que se trata de alunos com necessidades especiais.

Kassar (2004), assim como Bueno (1997), consideram que inserir crianças

sem deficiência, crianças com problemas de “aprendizagem” e crianças que têm

deficiências, faz com que os alunos que não têm deficiências sejam deficientizados

e que, por outro lado, não seja oferecido o atendimento educacional aos alunos com

deficiências. Em relação a isso, Bueno (1997) sugere que, ao lado da expressão

“necessidades educacionais especiais”, seja acrescentada a nomenclatura da

deficiência à qual nos referimos; por exemplo, autista ou, deficiente mental - pois

termos como, cego, surdo são mais precisos do que alunos com necessidades

educacionais especiais.

Possibilidades de Inclusão escolar dos alunos com n ecessidades

educacionais especiais que têm deficiências

Em nome de uma concepção ampla de educação inclusiva, em que ninguém

é excluído, tem se procurado mudar terminologias para fazer referência aos alunos-

alvo da inclusão escolar. Deste modo, hoje temos uma expressão genérica “alunos

com necessidades educacionais especiais”, para fazer alusão aos alunos-alvo da

inclusão escolar. Esta expressão pretende garantir o acesso e permanência de

todos os alunos na escola, sem restrição (MANTOAN, 2006). No entanto, também

traz consigo a não distinção entre crianças que precisam de atendimento

educacional mais específico, em decorrência de alguma deficiência, daquelas que

não precisam desse tipo de atendimento. A conseqüência disso é o prejuízo no

atendimento às crianças com NEEs (BEYER, 2005).

47

Isto leva a refletir sobre o que é concebido como inclusão escolar para os

alunos com NEEs, que tem deficiências13, levando-se em consideração que a

tradução de inclusão escolar, não raras vezes tem se restringido no âmbito das

práticas, como já assinalado, à garantia de oferta de vagas para os alunos com

necessidades educacionais especiais em classes comuns (PRIETO,2006) p.41

No entender de Omote (2004), evitar dar um nome à deficiência leva a

interpretações dúbias, como por exemplo, a de que as singularidades de

aprendizagens dos alunos com autismo, deficiência mental e paralisia cerebral

podem ser ignoradas ao ser dado a eles o atendimento educacional. Além disso,

essa homogeneização na terminologia induz a pensar que todas as deficiências são

iguais, “minimizando” as especificidades de cada uma, e fazendo com que seja

oferecido um atendimento indiferenciado à necessidades educacionais específicas.

Numa linha de pensamento similar, Beyer (2005, p.62) afirma que

Não há como considerar que uma criança com deficiência mental, com autismo, com paralisia cerebral ou com uma deficiência sensorial (visual ou auditiva) possa ter o devido atendimento pedagógico sem uma suficiente distinção de suas características cognitivas de aprendizagem. Por mais excelente que seja a atuação do professor, as melhores intenções e esforços pedagógicos não responderão às demandas específicas que determinados alunos apresentam em sua aprendizagem, por apresentarem, exatamente, necessidades educacionais especiais que apenas uma pedagogia diferenciada poderá atender.

Para D`Antino (1997), além de ser necessária a caracterização dos alunos

com NEEs que têm deficiências, é importante também a verificação de graus de

comprometimento destas pessoas, como uma forma de garantir o seu acesso aos

recursos educacionais, uma vez que o tipo de apóio pedagógico, a freqüência deste

apoio e os profissionais que prestam o atendimento são determinados pelas

especificidades dos alunos com deficiências. Nas palavras de Prieto (2006, p. 60)

Uma das competências previstas para os professores manejarem suas classes é considerar as diferenças individuais dos alunos e suas implicações pedagógicas como condição indispensável para a elaboração do planejamento e para a implantação de propostas de ensino e de avaliação da aprendizagem, condizentes e responsivas às suas características.

13 O termo Necessidades Educativas Especiais é usado para fazer alusão a “todas” as crianças que apresentam alguma necessidade educativa especial; assim, alunos, disléxicos, hiperativos, com super-dotação,com deficiências, com “dificuldades de aprendizagem” ou que apresentem outras dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, são aludidos como alunos com NEEs.

48

A despeito das informações disponíveis sobre o atendimento educacional

oferecido aos alunos com NEEs com deficiências carecerem de maior precisão,

sabe-se que muitas destas crianças têm sido matriculadas em classes comuns do

ensino regular, muitas vezes sem qualquer cuidado com a adequação de

procedimentos didáticos, adaptação de material e requisitos básicos. (KASSAR,

2004)

A preocupação com a não estigmatização e com a socialização dos alunos

com NEEs, especificamente dos alunos com limitações mais marcantes e com

acentuadas dificuldades de aprender, pode ter servido para que a inclusão escolar

seja concebida como um espaço suplementar dentro das modalidades educacionais

do sistema nacional de ensino regular14. Desta forma, coloca-se o pressuposto de

que a educação escolar ocupa um espaço apenas secundário na formação do aluno

com deficiência. (FERREIRA e FERREIRA, 2004)

Fazendo uma crítica a esta concepção de inclusão escolar, Kassar (2004,

p.63) considera que um dos fins da educação é propiciar às novas gerações o

acesso e a apropriação da cultura produzida pela humanidade no decorrer de sua

existência e esse aspecto não pode ser negligenciado ou apresentado em segundo

plano.

Omote (2004) aponta que debates que se inspiram na pedagogia inclusiva

parecem ter propiciado revisões na concepção de educação, tendo como resultado,

variações diversas, até nos objetivos da educação escolar. Deste modo, para tornar

a proposta de inclusão escolar mais convincente, dá-se maior ênfase à formação

integral do cidadão, coloca-se em destaque o convívio entre os diferentes, mas

também, em contraponto, se tira do foco de atenção o ensino de conteúdos

específicos, de disciplinas como objetivo precípuo da educação escolar.

O autor alerta para o fato de que confundir os objetivos principais da

educação escolar pode trazer prejuízos não só para os alunos sem deficiências, mas

também para os alunos deficientes, pois, ao serem desvirtuados os objetivos da

educação escolar, o atendimento educacional oferecido a todos os alunos, com ou

14 Escola regular, sala especial, sala de recursos, entre outros.

49

sem deficiência, pode ser prejudicado, ao se dar pouco valor ao ensino de

conteúdos e disciplinas especificas como português e matemáticas. Como objetivos

prioritários da educação escolar, em nível de Ensino Fundamental, Omote (2004, p.

7) afirma:

Do ponto de vista ético-moral são irrefutáveis os argumentos da inclusão. Entretanto, a realidade anátomo-fisiológica de determinadas diferenças altamente incapacitantes precisa ser reconhecida e acolhida para que sejam possíveis a prescrição e a utilização, com proveito, de terapêuticas e recursos especiais que podem auxiliar os portadores de tais diferenças a reduzirem suas limitações ou tornarem-se funcionalmente competentes para o enfrentamento de diferentes situações. A visão romanesca de inclusão, que negligencia a realidade biológica de condições incapacitantes, pode representar um retrocesso na concepção acerca das deficiências.

Diante do exposto o questionamento que ainda persiste diz respeito ao que é

considerado como inclusão escolar para alunos com NEEs que tem deficiências,

quais são os objetivos da inclusão escolar para eles e como esta inclusão está

sendo realizada.

50

MÉTODO

Delimitação das fontes documentais

Tendo em vista que o presente trabalho pretende analisar como é

conceituada, em uma dada literatura, a inclusão escolar, e em particular a inclusão

escolar para alunos com NEEs que tem deficiências, consideramos importante

explicitar alguns parâmetros que nos permitirão delimitar o trabalho, haja vista que o

conceito de inclusão escolar é muito amplo e abrangente.

Para a revisão do conceito de inclusão escolar considerou-se que a produção

cientifica consultada devia contemplar trabalhos teóricos, empíricos e de revisão,

selecionando-se como material a ser analisado: livros e/ou capítulos de livros,

periódicos nacionais indexados e publicações disponibilizadas em sites

especializados.

Quanto ao parâmetro cronológico, serão levadas em consideração

publicações feitas entre os anos de 1994 e 2008. Para estabelecer o parâmetro

cronológico considerou-se o ano de 1994, tendo em vista que neste ano foi

publicada, pela Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa portadora de

Deficiência - CORDE, do Ministério de Justiça, a Declaração de Salamanca em

português, documento que é considerado o marco inicial para a proposta da inclusão

escolar de alunos com deficiências. (BUENO, 2008)

Locais e procedimento para localização das fontes

Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP

51

A primeira fonte de pesquisa na procura de material a ser analisado foi a

biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Nadir Gouvêa Kfouri.

Iniciar a pesquisa a partir desta biblioteca obedece às seguintes razões: no catálogo

da biblioteca é possível encontrar diversos materiais, usando-se palavras-chave. Os

materiais que interessavam à pesquisa, num primeiro momento, eram dissertações,

teses e livros. A escolha de dissertações e teses obedece a uma razão, procuravam-

se as referências bibliográficas existentes na produção acadêmica relacionada à

inclusão escolar de alunos com NEEs com deficiências, em particular dos alunos

com deficiência intelectual, autismo e paralisia cerebral, para posteriormente

confeccionar listas com textos que estavam disponíveis nas prateleiras da biblioteca

e que poderiam ser objeto de análise

A primeira palavra-chave usada foi “inclusão”, por meio dela obtiveram-se 105

registros. Ao serem lidos os títulos, verificou-se que diziam respeito a temas

relacionados à inclusão digital, inclusão social, dentre outros. Optou-se por refinar a

pesquisa usando as palavras-chave: “inclusão escolar” o que permitiu obter 27

registros, dos quais 16 interessavam à pesquisa. Foram descartados títulos que

pesquisavam deficiência visual, deficiência auditiva, crianças de rua, adolescentes

infratores, dentre outros.

Outra palavra-chave usada foi “Educação especial”, que gerou 47 registros,

mas eles incluíam os títulos obtidos com as palavras chave “inclusão escolar”.

Continuando a procura, passou-se a pesquisar usando a palavra chave “integração”

com o que foram obtidos 60 registros. Embora alguns dos títulos destes registros

versassem sobre inclusão escolar, outros não se relacionavam diretamente com a

pesquisa como, por exemplo, processos de integração regional e trabalho de jovens.

Por este motivo, refinou-se a pesquisa usando as palavras-chave “integração

escolar”, obtendo-se dois registros cujos títulos não eram de interesse da pesquisa.

Ou seja, o refino não adiantou.

Outra palavra-chave usada foi “exclusão”. Obtiveram-se 60 registros de

dissertações e teses que incluíam além de alguns títulos já encontrados pela

palavra-chave “inclusão escolar”, outros como inclusão digital e pobreza. Neste

caso, também optou-se por refinar a pesquisa usando as palavras-chave “exclusão

escolar”. Esse procedimento não trouxe novos resultados, uma vez que os seis

52

registros resultantes dele já haviam sido encontrados quando foram pesquisadas as

palavras-chave “inclusão escolar” e “educação especial”.

Ao se verificar que o emprego das palavras-chave “inclusão escolar” e

“educação especial” não produziam resultados relacionados especificamente à

deficiência mental, autismo e paralisia cerebral, decidiu-se usar estes termos como

palavras-chave.

Com a palavra-chave “deficiência mental” obtiveram-se 18 registros, cujos

títulos eram relacionados à identidade do deficiente mental, relações parentais etc.

Isto fez com que se acrescentasse a palavra “inclusão” depois da expressão

deficiência mental para refinar a pesquisa, com o que se obteve seis registros que

interessavam à pesquisa.

Ao se inserir a palavra-chave autismo encontraram-se 10 registros que

incluíam estudos do perfil do autista, experiências de terapia fonoaudiológica, dentre

outros. Neste caso, procurou-se também refinar a busca acrescentando o termo

“inclusão” à palavra-chave autismo, obtendo-se dois registros com títulos que

interessavam à pesquisa.

Continuando a busca, foi empregada a palavra-chave “paralisia cerebral”, com

a qual se obteve 89 registros com títulos diversos sobre diagnósticos, formas de

comunicação, dentre outros. Refinou-se a busca acrescentando-se à expressão

“paralisia cerebral” o termo inclusão, obtendo-se dois registros e títulos que

interessavam à pesquisa.

A seguinte lista de palavras-chave foi confeccionada e usada posteriormente

ao serem procuradas dissertações e teses no banco de teses da CAPES e nos

bancos de teses das universidades do Brasil que contam com cursos de pós-

graduação em educação e psicologia.

Tabela 4 – Lista de palavras-chave

Inclusão Educação especial Integração Exclusão Autismo Paralisia cerebral Deficiência mental

Inclusão-escolar Integração-escolar Exclusão-escolar Autismo-inclusão Paralisia cerebral - inclusão Deficiência mental- inclusão Educacional -

Educativa Educacionais Inclusive Education Estigma Políticas Públicas Escolarização Infantil.

53

desigualdade Diversidade- diferenças- segregação

Excepcionais Inclusão social Inserção

Deficientes Necessidades-educacionais

Com os títulos das teses que interessavam à pesquisa, confeccionou-se a

tabela apresentada em nosso Anexo 1, que apresenta a lista de dissertações e

teses da biblioteca da PUC-SP. Nesta tabela constam os títulos das dissertações e

teses que interessavam a esta pesquisa. Posteriormente, foram coletadas as teses

que estavam disponíveis em formato eletrônico.

Como passo seguinte procedeu-se à procura de livros usando as palavras-

chave inclusão, inclusão escolar e educação especial. Uma dificuldade encontrada

foi a localização de informações sobre o conteúdo dos livros. A ausência de resumos

ou sinopses dificultava saber se o livro seria de interesse para a pesquisa. Por este

motivo, optou-se por identificar este material pelas referências bibliográficas contidas

nas dissertações e teses que foram coletadas e constam na tabela apresentada no

Anexo 1. Dessa forma, foi possível a identificação de materiais importantes à

pesquisa, estivessem eles disponíveis ou não na no acervo da biblioteca da PUC-SP

Posteriormente, procedeu-se a revisão dos materiais disponíveis no acervo da

biblioteca da PUC-SP. Nas referências bibliográficas contidas nesses materiais

foram identificados outros títulos. Esta etapa foi importante, uma vez que, embora o

título da publicação não seja suficiente para trazer informações sobre o seu

conteúdo, o fato de constar nas referências bibliográficas de um texto sobre o tema

a ser pesquisado, sugere que o material pode ser relevante à pesquisa e deve ser

verificado.

Com as referências bibliográficas das dissertações e teses, construiu-se a

lista preliminar apresentada no Anexo 2. Nesta lista constam também títulos de

artigos publicados em periódicos científicos que fazem parte das bases de dados do

portal CAPES publicados em datas anteriores a 1999 foram mantidos na lista pela

dificuldade de serem encontrados em formato eletrônico. Os livros referenciados que

constam no acervo da biblioteca Nadir Gouvêa Kfouri foram identificados com

asteriscos. Nesta lista preliminar foram identificados é selecionados, para serem

analisados títulos de livros, capítulos de livros e artigos não disponíveis nas bases

de dados do portal CAPES, em seguida confeccionou-se a lista apresentada no

54

anexo 3, excluindo material repetido e outros materiais considerados menos

relevantes para a pesquisa.

Os artigos publicados em periódicos científicos com datas posteriores a 1999,

disponíveis em bases de dados eletrônicas, foram elencados nas tabelas

apresentadas nos Anexos 5 e 7.

No inicio procurou-se selecionar os títulos que fossem mais específicos para

inclusão escolar, os que registravam nos títulos termos como inclusão social seriam

desconsiderados. Mas verificou-se a importância da abordagem da inclusão social,

por meio da inclusão escolar. Assim, os títulos com temática de inclusão social foram

mantidos em todas as listas confeccionadas.

Identificação e localização de material a partir de periódicos científicos das

bases de dados do portal CAPES.

Uma segunda pesquisa para localizar publicações sobre inclusão escolar foi a

partir do portal de periódicos da CAPES que informa com detalhes todos os recursos

oferecidos e pode ser acessado no seguinte endereço:

http://www.periodicos.capes.gov.br

São incluídos no portal CAPES periódicos avaliados pelo programa QUALIS15

que atendem a todos os requisitos16 estabelecidos pelas comissões de área da

CAPES.

O portal da CAPES tem a vantagem de conter informações e recomendações

que facilitam a busca, indicando a leitura de resumos para a identificação de material

relevante para a pesquisa. Indica, também, links para o acesso a periódicos

completos e para o acesso às publicações nacionais. Outra vantagem encontrada

nesta base de dados é que os periódicos disponibilizados podem ser acessados de

forma gratuita na internet.

15 O Qualis é uma classificação feita pela CAPES dos veículos utilizados pelos programas de pós-graduação para divulgação da produção intelectual de seus docentes e alunos, cujo objetivo é atender às necessidades específicas da avaliação da pós-graduação realizada por esta agencia. 16 a) Títulos nacionais com circulação local, nacional e internacional; b)títulos classificados em nível A e/ou B.; c) títulos com textos completos dos artigos em formato eletrônico.; d)títulos de acesso gratuito na internet.

55

Como o interesse da pesquisa centrava-se nas publicações nacionais, no

idioma português e com textos completos, acessou-se o link “coleções” que nos

levou a uma listagem de bases de dados classificados por assunto e editor. Foram

escolhidas duas bases de dados: Periódicos eletrônicos em Psicologia - PEPSIC17 e

a Scientific Electronic Library Online SciELO.

A PEPSIC tem na sua coleção 43 publicações brasileiras em psicologia e

áreas afins, entre elas a área da educação, e outras 16 publicações distribuídas

entre os demais países da América Latina e o Caribe. Ao ser acessado, o link

PEPSIC, levou à home page do site PEPSIC que, por meio de link, índices e

formulários de busca, facilita o acesso aos títulos de periódicos, textos completos e

formulários de busca.

A base de dados PEPSIC pode ser acessada diretamente digitando o

endereço:

http://scielo.bvs-psi.org.br/scielo.php

Considera-se importante esclarecer dois aspectos: 1. Embora no endereço

eletrônico conste SciELO18 Scientific Electronic Library Online, a base de dados

PePSIC não pode ser acessada pelo site da SciElo. 2. Verificou-se que poucos

títulos da base de dados da PEPSIC se repetem na SciELO, motivo pelo qual

procedeu-se à confecção de listas separadas para a base de dados PePsic e para

a base de dados SciELO.

Identificação de material do site PEPSIC: o site PePSIC tem links com os

nomes dos países da América Latina e do Caribe. Ao se clicar no link Brasil, ganha-

se acesso a uma lista de todas publicações brasileiras, que está apresentada no

Anexo 3 , onde consta a relação dos periódicos da base de dados PEPsic/CAPES

17 Para a estruturação desta coleção o PEPsic (Periódicos Eletrônicos em Psicologia) conta com a parceria do Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde - BIREME , que cedeu a metodologia - Scientific Electronic Library Online (SciELO) - modelo de publicação eletrônica de periódicos para países em desenvolvimento. As revistas científicas são publicadas pela Biblioteca Virtual em Saúde - Psicologia (BVS-Psi) e pela Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia (ABECiP). 18 A Scientific Electronic Library Online - SciELO é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. A SciELO é o resultado de um projeto de pesquisa da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, em parceria com a BIREME - Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. A partir de 2002, o Projeto conta com o apoio do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. O objetivo deste site é implementar uma biblioteca eletrônica que possa proporcionar um amplo acesso a coleções de periódicos como um todo, aos fascículos de cada título de periódico, assim como aos textos completos dos artigos. O acesso aos títulos dos periódicos e aos artigos pode ser feito através de índices e de formulários de busca.

56

Os dados contidos no Anexo 4, serviram para estabelecer critérios de

exclusão para periódicos com títulos não relacionados ao tema de pesquisa e/ou

aqueles que não estavam dentro da área da educação ou da psicologia como, por

exemplo, a Revista Brasileira De Orientação Profissional, a Revista Brasileira De

Psicanálise e a Revista Cogito, dentre outras.

A partir da lista bruta apresentada no Anexo 4, confeccionou-se a lista

apresentada no Anexo 5.

Para a confecção desta última, procedeu-se da seguinte maneira: foram

abertos todos os periódicos na seqüência da lista e se identificaram dados de cada

revista, que foram lançados na tabela, constando as seguintes informações: o nome

do periódico, a área à qual pertence, o editor científico e os anos disponíveis online.

Uma vez estabelecidos os critérios de exclusão, foram listados os artigos

considerados de interesse para a pesquisa, procedendo-se da seguinte forma: foi

acessada a home page dos periódicos previamente selecionados para a busca a

partir da lista da PEPSIC; procurou-se os artigos abrindo cada número dos

periódicos disponíveis nesta base de dados. Após serem lidos, os resumos dos

artigos considerados importantes para a pesquisa foram colocados no Anexo 5 -

Lista de artigos recuperados na base de dados PEPSIC/CAPES.

Tendo acabado a busca na base de dados PEPsic, procedeu-se à busca na

base de dados da SciELO, que disponibiliza 543 periódicos, sendo 221 publicados

no Brasil e o restante correspondendo a outros países da América Latina e do

Caribe. As publicações cobrem distintas áreas das Ciências Biológicas, Ciências da

Saúde, Ciências Agrárias, Ciências Exatas e da Terra, Engenharias, Ciências

Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e Letras e Artes.

O acesso ao site do SciELO foi por meio do portal da CAPES cujo endereço

eletrônico é:

http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/paginaInicial/qualisNacionais.htm

Clicando no link coleções, chega-se à lista de periódicos com textos

completos. Ao clicar-se o link SciELO - Scientific Electronic Library Online, abre-se a

opção de busca por países; selecionando-se o Brasil, abre-se a Home Page da

SciELO do Brasil, no idioma inglês. No entanto, na Home Page, há links que

possibilitam a leitura em outros dois idiomas: Espanhol e Português. Há também

links que permitem a pesquisa por periódico e por assunto.

57

Ao se clicar na opção periódicos, assunto obtém-se listas que agrupam os

periódicos com diferentes temáticas, como ciências biológicas, ciências humanas,

dentre outras. Para esta pesquisa, escolheram-se duas listas de periódicos “ciências

humanas” e “ciências sociais e aplicadas”, pois nestas listas constavam títulos

relacionados às áreas da educação e da psicologia. Acessando-se sistematicamente

os títulos, que levavam à Home Page do periódico, foi construída a lista

apresentada no Anexo 6 - Lista de periódicos selecionados na base de dados

SciELO/CAPES. Nesta lista, estão contidas informações como o título do periódico,

área à qual pertence, editor cientifico e os anos disponíveis online. Estes dados

foram obtidos ao serem abertas uma a uma as Home Pages dos periódicos

científicos que constavam nas listas das áreas “ciências humanas” e “ciências

sociais e aplicadas”.

A lista contida no Anexo 6 ajudou a selecionar os periódicos nos quais seriam

procurados os artigos que interessavam à pesquisa. Tendo a lista resultante das

opções periódicos, assunto, clicou-se na opção “pesquisa por artigos” e, em

seguida, em “assunto”. Ao ser acessado esse link, abre-se um sistema de busca

denominado “Base de dados: article – Índice Assunto” onde foram digitadas as

palavras chave e solicitou-se “mostrar índice“. O índice apresentado é constituído de

lista de palavras e expressões relacionadas. Por exemplo: ao se colocarem as

palavras-chave “inclusão escolar” aparece uma listagem de termos e expressões

como: educacional, educativa, educacionais, inclusive education, estigma, políticas

públicas, escolarização infantil, dentre outros. Termos aparentemente não

relacionados, como “desigualdade”, “exclusão”, “diferenças”, “segregação”, dentre

outros, foram selecionados para abrir os arquivos onde estavam contidos os artigos

e, conseqüentemente, para a leitura dos resumos. Verificou-se que, embora o titulo

não sugerisse relação com inclusão escolar, a temática do artigo era importante

para a pesquisa. Isto motivou a seleção de termos e expressões que foram

acrescentados à lista de palavras-chave.

A seleção de palavras e termos levou a listas de artigos disponíveis com

opções de acesso ao resumo, ao texto completo em inglês ou em português. A

maior parte dos textos pode ser acessado em formato PDF, o que possibilita fazer

download do artigo na integra. Assim, foram lidos os resumos dos artigos que, ao

58

serem considerados relevantes para a pesquisa, foram relacionados na lista contida

no Anexo 7 - Lista de artigos recuperados da base de dados SciELO.

Identificação e localização de material no site Edu cação Online:

O exame das listas contidas nos Anexos 1 a 7, indicou que faltavam

publicações de alguns autores que são citados de forma recorrente nos trabalhos

acadêmicos, dentre eles Marcos da Silveira Mazzota. Considerando-se que isto

poderia indicar omissão importante, foram procuradas informações sobre a produção

científica desse autor, relacionada ao tema “inclusão”, em seu currículo, na

Plataforma Lattes, do CNPq. O currículo informava uma publicação feita no site

educação online19 que ao ser acessado pelo endereço eletrônico

http://www.educacaoonline.pro.br/ possibilitou a identificação de publicações tanto

de Mazzota quanto de diversos outros autores”.

O acesso foi feito no dia15 de Outubro de 2008. Os artigos que constam

neste site abordam diferentes temáticas, como sociologia, psicanálise, inclusão

escolar, educação especial dentre outros.

O acesso aos artigos foi feito através do link “artigos” clicando-se nos temas

de interesse educação especial e educação inclusiva, obtendo-se as listas com os

títulos dos artigos e seus respectivos autores; ao se clicar no titulo, aparece o artigo

na integra. O formato de apresentação dos artigos não possibilita fazer download,

mas, pode ser salvo com a opção “selecionar tudo”, clicando com o botão direito do

mouse e copiando numa página de Word. Outra possibilidade de recuperar o artigo

é fazendo a impressão do mesmo.

19 O site EDUCAÇÃO ON-LINE criado em 1996, visa utilizar a INTERNET, para tentar trazer aos professores, especialistas, psicólogos, pedagogos, psicopedagogos, educadores e outros, o que de mais recente tem acontecido no campo educacional no mundo. São informações que normalmente chegam com bastante atraso, levando-os à uma constante defasagem. A coordenação geral está a cargo da Profa. Dra. Leny Magalhães Mrech

59

Foram abertos, um a um, os artigos contidos nas temáticas “educação

especial” e “inclusão escolar”. Após uma breve leitura, foram elencados os títulos

considerados relevantes para a pesquisa, que compõem a lista apresentada no

Anexo 8 - Artigos identificados no site Educação Online.

Identificação e localização de material a partir de sites de livrarias:

Tendo localizado fontes importantes para a coleta do material a ser analisado

nesta pesquisa, considerou-se que a produção científica é constante. Por este

motivo, dois sites de livrarias foram acessados no intuito de encontrar livros recentes

que não constam nas listas anteriormente produzidas. Foram acessados os sites da

Livraria Cortez e da Livraria Cultura.

No site da Livraria Cortez foram encontrados vários livros relacionados aos

interesses desta pesquisa. No entanto, a escolha do livro como possível material a

ser analisado foi prejudicada pela falta de informações sobre ele, como por exemplo,

uma sinopse. Por esse motivo, só o site da Livraria Cultura foi escolhido para a

busca de material relevante à pesquisa.

A Livraria Cultura conta com sistemas de busca por titulo, assunto, autor,

editora, entre outros, que facilitam a identificação de textos. Para a procura de

materiais foi usada a palavra-chave “inclusão escolar”, tendo como resultado 10

títulos, dos quais foram selecionados quatro novos, pois os outros já haviam sido

localizados na Biblioteca Nadir Gouvêa Kfouri, da PUC-SP. A seleção dos títulos foi

feita após a leitura das sinopses. O acesso a estas sinopses é oferecido ao se clicar

na imagem do livro que aparece no site.

Segue, abaixo, exemplo de sinopse disponibilizada pelo site da Livraria

Cultura.

Livro: Inclusão Escolar

Autores: Mantoan, Maria Teresa Egler; Amorim Valeria; Prieto, Rosangela Gavioli.

Sinopse: Neste volume, as autoras tratam da inclusão escolar. No diálogo que estabelecem, elas

abordam pontos polêmicos e controversos, que vão desde as inovações propostas por políticas

educacionais e práticas escolares que envolvem o ensino regular e especial até as relações entre

inclusão e integração escolar. Maria Teresa Mantoan discorre sobre a relação de igualdade e

diferenças presente no entendimento, na elaboração de políticas inclusivas e nas iniciativas que

60

visam à transformação das escolas para que se ajustem aos princípios inclusivos de educação.

Admitindo que tratar igualmente aqueles que são diferentes pode levar-nos à exclusão, a autora

defende uma escola que reconheça a igualdade de aprender como ponto de partida e as diferenças

do aprendizado como processo e ponto de chegada. Na segunda parte do livro, as autoras

apresentam questões que nos esclarecem sobre pontos tratados na primeira parte do livro, ao

mesmo tempo em que nos convidam a participar e a ampliar o diálogo em curso, multiplicando,

assim, as vozes que, de uma maneira ou de outra, contribuem para a construção de uma escola

inclusiva. Por fim, a organizadora sugere às autoras que descrevam ações e/ou intervenções

desenvolvidas por elas, no interior das instituições escolares, que mostrem como combinar

diversidade e igualdade, que discorram sobre aqueles tão freqüentes e conhecidos encaminhamentos

realizados pela escola; que retomem a polêmica e complexa discussão sobre o atendimento

educacional especializado e a escola regular; e que descrevam ações que efetivamente contribuem

para que os profissionais de educação olhem para a diversidade como favorecedora de

aprendizagem.

61

Procedimentos de análise

A obtenção de publicações referentes à produção cientifica sobre inclusão

escolar no Brasil, identificadas e selecionadas para análise, seguiu os passos

descritos a seguir. O material em formato eletrônico, que estava indexado em bases

de dados digitais, tais como PePsic, SciELO, Educação Online dentre outras, foi

obtido mediante download. Os artigos publicados em periódicos científicos que não

estavam em formato eletrônico, e em bases de dados digitais, e os livros foram

obtidos por meio de empréstimos de bibliotecas e de acervos particulares.

Assim, a amostra deste estudo é constituída por

• 32 publicações compostas de capítulos de livros e livros obtidos a partir das

referências bibliográficas de dissertações e teses sobre inclusão escolar,

• 13 artigos foram obtidos da base de dados PEPsic,

• 27 artigos foram selecionados da base de dados SciELO,

• 18 artigos do site educação Online

• e 7 publicações da base de dados da Livraria cultura,

Totalizando 97 publicações das quais 60 são publicações indexadas e 37 foram

obtidas por busca manual. A literatura que faz parte desta amostra foi publicada a

partir do ano 1994. Como mencionado anteriormente neste trabalho, foi nesse ano

que a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa portadora de Deficiência -

CORDE, do Ministério de Justiça, publicou a declaração de Salamanca

considerando-se, esta declaração como o marco inicial da inclusão escolar. Sendo

que a partir deste ano, começa a aparecer o termo inclusão na literatura estrangeira.

Na tabela 4 é apresentada a distribuição percentual das publicações

cientificas indexadas e não indexadas, segundo o ano de sua publicação no Brasil.

62

Tabela - 4 Distribuição percentual da amostra segundo o ano de sua

publicação (1994 - 2007)

Ano Nº de

publicações

% % acumulado

1994 1 1,03 1,03

1995 3 3,09 4,12

1996 0 0,00 4,12

1997 6 6,20 10,32

1998 6 6,20 16,52

1999 4 4,12 20,64

2000 7 7,21 27,85

2001 12 12,38 40,23

2002 7 7,21 47,44

2003 0 0,00 47,44

2004 8 8,24 55,68

2005 8 8,24 63,92

2006 13 13,40 77,32

2007 12 12,38 89,70

2008 10 10,30 100,00

Total 97 100,00

Constata-se que a produção cientifica sobre inclusão escolar teve início não

ano de década de 1994, tendo sido identificada só uma publicação desse ano.

Pode-se observar que, nos anos subseqüentes, as publicações vão aumentando,

gradativamente, até o ano de 2008.

Entretanto, nos anos de 1996 e de 2003 não foi registrada qualquer publicação. Uma

possível explicação para este fato é a ocorrência de uma falha no sistema de

indexação ou na delimitação dos descritores. A coluna “% acumulado” mostra que

houve dois momentos de crescimento expressivo das publicações: de 2000 para

2001 e de 2005 para 2006.

Na tabela 5 são apresentadas as publicações indexadas e não indexadas

localizadas, segundo o tipo de publicação.

63

Tabela - 5 Distribuição de publicações sobre inclusão escol ar, segundo o tipo

de publicação e a forma de localização delas, no pe ríodo de 1994 a 2008.

Indexados Busca Manual Total Tipo de

publicação Nº % Nº % Nº %

Artigo 60 61.85 5 5,15 65 67,00

Livro/capítulo 0 0,00 32 33,00 32 33,00

Total 60 61.85 37 38.15 97 100,00

Observa-se que predominam as publicações sobre inclusão escolar, em

formato de artigo, representando 67% de todas as publicações analisadas.

Na tabela 6 é apresentada a distribuição dos trabalhos segundo a natureza deles

(teórico-conceituais ou empíricos).

Tabela - 6 Distribuição de publicações sobre Inclusão Escol ar, segundo o tipo

de publicação e a natureza do trabalho, no período de 1994 a 2008.

Teórico/conceituais Empíricos Total Tipo de publicação

Nº % Nº % Nº %

Artigo 46 70,77 19 29,23 65 100,00

Livro/capitulo 30 93,75 2 6,25 32 100,00

Total 76 78,35 21 21,65 97 100,00

Conforme mostra a tabela, há predomínio de trabalhos teórico-conceituais,

tanto nas publicações de artigos, quanto nas de livros.

É importante enfatizar que a ampla diferença entre as porcentagens de

publicações de trabalhos teórico-conceituais (78,35 %) e de trabalhos empíricos

(21,65 %) não pode ser tomada como indicador de que pesquisas empíricas em

relação à inclusão escolar não estejam sendo realizadas; basta acessar os bancos

de teses das diferentes universidades para comprovar que há muita pesquisa

empírica sobre o tema; no entanto, infelizmente, ainda é verdade que boa parte

destas pesquisas fica nas prateleiras das universidades ou acessíveis apenas em

formato eletrônico, não sendo veiculadas por outros meios. Urge a publicação e

divulgação desses trabalhos.

Uma vez coletado o material, foram seguidos os seguintes procedimentos:

64

• as publicações em formato digital foram identificadas pelo nome do autor ou

autores, numeradas e colocadas em pastas com o nome de cada base de dados;

• as publicações obtidas por meio manual - fotocopias, impressões e livros -

também foram catalogadas e numeradas.

Posteriormente, foi feita uma lista em formato de tabela que seguiu uma seqüência

numérica, na qual foram colocadas todas as publicações, com o titulo, autor ou

autores e o ano da publicação. No inicio de cada intervalo, também constam, entre

uma base e outra, o nome de cada base de dados da pesquisa, na seqüência: base

de dados PEPsic, SciELO, Educação Online, Referências de Dissertações e Teses e

Livros da Livraria Cultura.

A colocação dos dados em formato de lista e tabela atendeu à necessidade

de as fontes de pesquisa serem organizadas e identificadas com facilidade e

também de serem preenchidas com os conceitos enunciados pelos autores de forma

geral e com outros conceitos relacionados.

O segundo passo, após a elaboração da lista, foi fazer uma leitura

exploratória dos textos que constituíam objeto de análise, para serem identificadas

as informações neles contidas. Por essa leitura, foram identificados elementos que

compõem o conceito de inclusão escolar quais sejam; população-alvo, da inclusão

escolar, princípios, objetivos e implantação da inclusão escolar. Estes elementos

encontram-se presentes no conceito de inclusão escolar ou estão vinculados a ele,

como informações o dados que levam a entender a que situações e aquém se

aplica o conceito de inclusão escolar, sua abrangência ou outros aspectos que o

conceito de inclusão escolar envolve. Por exemplo:

[...] inclusão, entendida como um processo de reconhecimento do direito à escolarização das pessoas portadoras de deficiência, preferencialmente no ensino regular (MOREIRA; MICHELS; COLOSSI, 2006 p.19)

Nesta conceituação pode ser identificado um dos princípios da inclusão

escolar no termo “direitos”, depois vêem a informação sobre a que se refere esse

direito pela palavra “escolarização” a seguir, define a população-alvo da inclusão

escolar na expressão “pessoas portadoras de deficiência” e indica a abrangência do

conceito de inclusão escolar na expressão “no ensino regular”.

Não todos os conceitos de inclusão escolar identificados na literatura revisada são

tão explícitos ou trazem contidos todos os elementos da inclusão escolar; os autores

65

ao definir o conceito enfatizam em maior ou menor medida, determinados elementos

do conceito, como pode ser verificado nos exemplos a seguir:

[...] educação inclusiva quer significar uma educação de qualidade, não baseada na solidariedade aos alunos com necessidades especiais como único pressuposto. (WALBER e SILVA, 2006 p.35)

Nesta conceituação é enfatizada a educação e é reforçada a idéia de que a

oferta de educação para os alunos com deficiências não deve ser motivada por

motivos de comiseração.

[...] garantir o atendimento das necessidades de aprendizagem de todas as crianças e proporcionar a inserção da educação especial dentro da estrutura ampla da educação. (TESSARO; WARICODA; BOLONHEIS e ROSA, 2005 p. 106)

Aqui é enfatizada a aprendizagem, podendo ser identificado um objetivo da

inclusão escolar, identifica-se também outro elemento que se refere à abrangência

do conceito; a “educação especial.

[...] inclusão deve ser capaz de atendera todos, indistintamente, sendo capaz de incorporar as diferenças no contexto da escola, o que exigirá a transformação de seu cotidiano e, certamente, o surgimento de “novas formas de organização escolar, audaciosas e comprometidas como uma nova forma de pensar e fazer educação” (OLIVEIRA e LEITE, 2007 p. 512)

Nesta conceituação pode ser identificada a população-alvo na expressão

“todos”, e na expressão “diferenças”; também podem ser identificados outros dados

nas expressões “contexto da escola”, “transformação do seu cotidiano”, “novas

formas de organização escolar”, “novas formas de fazer educação”. Estes três

últimos dados agrupados fazem parte de um elemento que contempla a

abrangência da inclusão escolar e refere-se à reestruturação do ensino que deve

ocorrer ao ser implantada a inclusão escolar.

Como exemplificado acima nas diferentes definições de inclusão buscou-se

identificar os dados que faziam parte do conceito de inclusão escolar assim como

dados referentes aos seus elementos.

Após terem sido identificados e isolados os dados, os mesmos foram usados

para compor as categorias, que serviriam para a análise. Por exemplo, as

expressões “educação para alunos com deficiências” e “educação para todos”,

foram agrupados para compor a categoria população alvo.

Considera-se pertinente esclarecer, neste ponto, que este agrupamento de

categorias e subcategorias levou em consideração um critério essencial: analisar os

tópicos estabelecidos na formulação do problema deste trabalho, a saber:

66

• A inclusão escolar como conceito abrangente, quais são seus objetivos, fins e

prioridades.

• A inclusão escolar dos alunos com deficiências, como este conceito é

operacionalizado.

• Os objetivos da inclusão escolar para alunos com deficiências.

A seguir é apresentado o conjunto de categorias e suas respectivas

subcategorias:

O conceito de inclusão escolar :

Nesta categoria foram consideradas todas as definições de inclusão escolar

expressadas pelos autores tais como integração de alunos com deficiências,

inserção de alunos com deficiências, escolarização de alunos com deficiências,

democratização do ensino, paradigma de atendimento educacional,

institucionalização, assistencialismo, dentre outras.

População alvo:

Nesta categoria foram agrupadas as informações relativas às pessoas para

as quais o conceito se aplica. Sendo as subcategorias

• Pessoas com necessidades educacionais especiais: Foram consideradas aqui

as informações sobre as pessoas com deficiências, sem deficiências, com

problemas de aprendizagem, foram contempladas informações em relação à

conveniência e/ou inconveniência da expressão necessidades educacionais

especiais, e outros aspectos que suscitam polêmicas em relação a esta

expressão.

• Educação para todos: Nesta categoria foram agrupadas informações em

relação a justificativas de por que a inclusão escolar diz respeito a todos os

alunos sem exceção, também contempla posturas contrárias à consideração

67

de todos os alunos como alvo da inclusão escolar. Esta categoria também se

relaciona e é analisada junto à categoria que envolve princípios nos quais se

fundamenta a inclusão escolar.

Princípios que subjazem às concepções de inclusão e scolar:

Nesta categoria foram agrupadas informações relativas aos

fundamentos que embasam a inclusão escolar.

• Igualdade de Direitos/ Direito à educação e acesso à escola. Foram

consideradas informações concebem a escola dando um tratamento

igualitário aos diferentes, assim como também a presencia e ausência deste

preceito.

• Direito a fazer parte, pertencer à sociedade. Foram consideradas informações

em relação à ou não participação da pessoa com deficiência de forma ativa

na sociedade também informações relacionadas à convivência e aspectos

que envolvem informações sobre ocupação ou não ocupação dos mesmos

espaços físicos por parte de pessoas com e sem deficiências.

• Garantir a equidade: Foram contempladas informações sobre equiparação

e/ou não equiparação de direitos entre pessoas com deficiências e pessoas

que não as possuem, a existência ou não existência de discriminação/

preconceito/ exclusão; envolve informações relativas à estes três temas em

relação aos princípios que subjazem à inclusão escolar.

Objetivos da inclusão escolar:

As informações consideradas aqui indicavam os fins da inclusão escolar. E as

subcategorias incluídas aqui são:

68

• Educação: Esta categoria contempla informações de oferta ou não oferta de

ensino, conhecimento ou instruções.

• Escolarização: Consideram-se informações relativas ao fazer passar por um

processo de aprendizagem, dos alunos com deficiências na escola.

• Educar como forma de preparo para sua inserção na sociedade Nesta

categoria consideram-se informações relativas à escola como ambiente social

em que alunos com e sem deficiências aprendem juntos, adquirindo

comportamentos generalizáveis a contextos sociais amplos.

• Preparar para o trabalho: nesta subcategoria se inserem informações em

relação ao treino que a pessoa com deficiências recebe ou não, em escolas

regulares, oficinas protegidas ou escolas especiais, visando inseri-la na

sociedade.

• Socialização: Esta subcategoria contempla informações que defendem a

inclusão escolar do aluno com deficiência, independentemente da oferta do

ensino, da aprendizagem no mesmo espaço físico, contempla informações

relativas à valorização das interações. Também agrupa informações que se

opõem à socialização como finalidade da inclusão escolar.

Implantação:

Nesta categoria são consideradas informações relacionadas a como o

conceito de inclusão escolar está sendo operacionalizado, já seja de fato pelo que

tem sido feito até a atualidade, ou o que deveria ser feito, como expressão de um

anseio no contexto educacional e social.

São consideradas aqui como subcategorias:

Diretrizes político-pedagógicas: Nesta subcategoria são contempladas informações

que se referem a cumprimento, descumprimento e/ou ambigüidades destas

diretrizes político-pedagógicas relacionadas à inclusão escolar.

• Reorganização escolar: São consideradas aqui informações relacionadas à

reestruturação do sistema comum de ensino traduzido em transformações

69

que estão ocorrendo, ou não estão ocorrendo ou devem ocorrer em função

da inclusão escolar.

• Preparo do professor: Nesta categoria se inserem informações que indicam a

presencia ou ausência deste preparo, a necessidade ou não de uma

formação específica para atender às necessidades educacionais dos alunos

com deficiências e de todos os alunos.

• Práticas educativas: esta categoria contempla a presencia ou ausência de

estratégias, planejamento, metodologias avaliação e infra-estrutura, materiais

e recursos pedagógicos diante da inclusão escolar de alunos com

deficiências.

• Unificação dos sistemas de ensino regular e especial: Nesta categoria estão

contempladas informações relacionadas à fusão do ensino regular e especial,

envolve informações a favor ou em contra desta fusão, considera também

informações relacionadas a posturas sobre a inclusão escolar, denominadas

de inclusão total que defendem a extinção da educação especial.

• Escolas especiais como coadjuvantes ou subsidiarias: Nesta categoria se

inserem informações relativas a posturas a favor ou em contra de uma escola

regular que faça uso das estratégias, técnicas da educação especial e que

conte com o apoio do professor especializado e outros profissionais.

• Sistemas paralelos de educação: Nesta categoria se inserem informações

relacionadas à aceitação ou não aceitação da oferta de ensino regular para

alunos com deficiências leves, e ensino especial para os que têm deficiências

mais graves. Também são contempladas nesta categoria informações em

relação a posturas inclusionistas que defendem a inclusão com ressalvas.

• Participação ativa da família e comunidade em geral. São consideradas nesta

categoria informações relacionadas a posturas da comunidade e da família

como favorecedoras ou dificultadoras da inclusão escolar das pessoas com

deficiências.

• Educação de qualidade para todos: Nesta categoria são inseridas

informações que questionam as praticas educativas em geral aplicadas aos

alunos com e sem deficiências, contempla também informações relacionadas

a uma educação que traduz a aspiração da sociedade em geral quer dizer

uma educação em que todos os alunos sem exceção se beneficiem.

70

Resultados e discussão

Percurso histórico do atendimento educacional às pe ssoas com deficiências

no Brasil.

A análise da literatura coletada para ser objeto de revisão neste trabalho,

ressaltou diferentes contextos em que foi se desenvolvendo e construindo o conceito

de inclusão escolar para alunos com deficiências. Deste modo percebeu-se como o

conceito de inclusão escolar estava presente em diferentes épocas e contextos

sociais, dentre estes o educativo.

Por estas razões iniciamos a apresentação dos resultados inicia-se com uma breve

retomada do percurso histórico do atendimento educacional às pessoas com

deficiências no Brasil.

O olhar para os primórdios da educação especial colocou em evidencia que

as primeiras iniciativas de atendimento educacional às pessoas com deficiências

têm suas origens no século XIX e baseavam-se em experiências incipientes que

aconteciam fora do pais, especificamente nos Estados Unidos e a Europa.

(KASSAR, 1999)

No Brasil, nesse período, acompanhando a tendência mundial, foram abertas

varias instituições, residenciais e hospitalares, para acolher as pessoas com

deficiência. Priorizava-se nesta nessa época o assistencialismo e as práticas

educativas eram restritas. (MENDES, 2006)

Já na primeira metade do século XX as dificuldades e preocupações em

relação à educação em geral faziam com que se procurassem melhores formas de

educar as crianças. Surgiram iniciativas como as de Helena Antipoff que, na busca

de melhor atender às necessidades educacionais dos alunos da escola regular,

procurou a homogeneização das classes das escolas públicas. Inspirando-se num

ideal escolanovista, Antipoff considerava que, separadas em classes homogêneas,

as crianças poderiam receber uma educação orientada pelos seus interesses

71

individuais. Nessas tentativas de homogeneização, Antipoff deparou-se com uma

realidade preocupante; a presença de um grande contingente de crianças que,

embora apresentassem deficiência nos mais diversos graus e tendo diferentes

tipos de necessidades especiais, eram colocadas em classes comuns.

Estas crianças não eram atendidas nas suas necessidades educacionais e os

professores não possuíam preparação específica para atendê-las, nem

manifestavam interesse pela sua educação. Assim, levada pela constatação de que

a escola pouco estava fazendo em prol da escolarização das crianças com

deficiências, Antipoff criou, em 1932 a Sociedade Pestalozzi de Belo Horizonte.

Esta proposta educacional deve ser considerada no contexto em que surgiu, o

desenvolvimento no Brasil da psicologia, como ciência independente e de disciplinas

como a psicologia da aprendizagem, da lingüística, da análise experimental do

comportamento e outras ciências afins.

Nas décadas de 1930 e 1940, aumentaram os serviços oferecidos às crianças

das classes especiais. Estes serviços visavam o diagnóstico psicológico e físico,

traziam novas propostas educacionais e tinham atendimento médico. Além disso,

eram feitas pesquisas voltadas à compreensão científica da excepcionalidade.

(LOURENÇO, 2000)

Também neste período, predominava o otimismo pedagógico. Surgiam

propostas educacionais alternativas para a população formada por pessoas com

deficiências embora os recursos disponíveis fossem poucos. Uma das preocupações

em relação às pessoas com deficiências era sua inserção no mercado de trabalho.

(GLAT, 1995; KASSAR, 1999 ; JANUZZI, 2006)

Deste modo, foi surgindo um sistema classificatório de deficiências, pautado

num modelo médico-psicológico e institucionalizado de atendimento que

pressupunha que deficiências eram doenças que precisavam ser “sanadas”. Este

tipo de atendimento foi evoluindo e se multiplicando, pois, concomitantemente a ele,

foram surgindo programas escolares para atender pessoas com deficiência mental,

os serviços especiais foram se diversificando, assim como também, se

multiplicaram as criticas a esses tipos de atendimento. (MOREIRA, 2005)

72

Cumpre fazer algumas considerações em relação a estas duas épocas que

estabeleceram precedentes no atendimento educacional voltado às pessoas com

deficiências: século XIX e primeira metade do século XX.

Ao serem analisadas as primeiras iniciativas caracterizadas pelo

assistencialismo às pessoas com deficiências, o pesquisador depara-se com as

palavras “acolher’ e “atender”. Atentando-se ao seu significado, constata-se que elas

não se referem a práticas educacionais. Entretanto, considerando-se que amparar e

acolher estão associados ao ato de educar, (conforme consta no dicionário

enciclopédico Veja Larousse, constata-se que, educar significa também aprimorar

as faculdades intelectuais, físicas e morais. Deste modo pode-se inferir que o

atendimento caracterizado pelo assistencialismo e o acolhimento, contemplava pelo

menos dois aspectos da pessoa com deficiência; suas faculdades físicas e morais.

Neste ponto da análise, é preciso que o leitor relembre a prática em relação às

pessoas com deficiências antes da primeira metade do século XIX, as pessoas com

deficiências eram internadas em asilos,abandonadas em porões, encarcerados ou

abandonados à própria sorte, pois eram vitimas de formas extremas de segregação.

(OMOTE, 1999; LOURENÇO, 2000; ARANHA, 2001)

Isto considerado é possível admitir que práticas de acolhimento e

assistencialismo visando as faculdades intelectuais físicas e morais já constituíam

uma forma de inclusão. Embora não fossem de tipo educacional, já que tais ações

voltadas ao atendimento às pessoas com deficiências faziam com que elas

começassem a ser inseridas dentro de um contexto social. Assim, podemos afirmar

que esta é uma forma de inclusão precária ou marginal no campo da saúde e da

educação. Mas também configura a inclusão, concebida por Bartalotti (2006), como

uma possibilidade de abertura de espaços sociais.

Em relação às primeiras iniciativas educacionais ocorridas na primeira metade

do século XX, cumpre destacar dois aspectos; o primeiro refere-se ao fato de que

nas décadas de 1930 e de 1940, a inserção de alunos com deficiência,

especificamente com deficiência mental, já vinha ocorrendo de forma “espontânea”

Mendes (2006) - SIC ou seja, os pais matriculavam filhos deficientes mentais em

classes regulares. Entretanto, estes alunos não recebiam um atendimento

educacional específico, pois, aparentemente, não era percebida a necessidade de

este atendimento ser oferecido configurando-se assim um tipo de exclusão. A

73

exclusão dentro da escola contraposta à acepção atual da inclusão como é

entendida hoje em dia; era decorrente da ausência de um atendimento educacional

que permitisse a escolarização dos alunos com deficiências, quer dizer, daqueles

que freqüentavam a escola, pois existia também a exclusão física da escola dos

alunos que não tinham acesso à mesma. (LOURENÇO, 2000 e MENDES, 2006)

O outro aspecto a ser destacado refere-se às criticas que surgiram ao atendimento

educacional em instituições de caridade, que eram, e são até hoje considerados

segregadoras , excludentes e marginalizantes.

Estas primeiras iniciativas voltadas ao atendimento educacional de pessoas

com deficiências devem ser analisadas levando-se em consideração o contexto em

que surgiram: o processo de desenvolvimento das ciências,dentre elas a

psicologia, as inovações no campo pedagógico e os princípios de igualdade e

equidade da Declaração dos Direitos Humanos, que influenciaram em grande parte

o ideário da época.

Consideramos que foi Helena Anntipoff, assim como outros estudiosos da

época, quem iniciou os trabalhos voltados à educação de crianças com deficiências,

com vistas não à exclusão segregação ou marginalização, mais na direção de um

principio inclusivista. Isso pode ser constatado em sua busca de métodos e

estratégias que permitissem melhor atender às necessidades educacionais das

crianças, pois um, dentre seus vários objetivos, era também o da inserção social.

Estas iniciativas educacionais, além de indicar a presença do ideário inclusivista

naquela época, colocavam em evidência que os atuais preceitos da inclusão escolar

para alunos com deficiências, já estavam presentes entre as décadas de 1930 e

1940. Outro aspecto importante que pode ser identificado é que os atuais embates

entre as concepções de inclusão escolar e a educação especial tem origem nestas

primeiras iniciativas educacionais voltadas ao atendimento educacional às pessoas

com deficiências.

Na segunda metade do século XX, surgiram em nível internacional, criticas

aos modelos de atendimento institucionalizados, por serem considerados

excludentes e pelo insucesso nas suas tentativas de escolarização. Junto a isso,

procuravam-se melhores formas de educar pessoas com deficiências e iniciava-se a

luta pela desinstitucionalização das pessoas com deficiências.

74

O principio da normalização

A educação concebida para os alunos com deficiências que surgiu nessa

época era pautada pelo modelo da normalização; esta, consistia em aproximar o

aluno deficiente dos espaços mais “normais” possíveis, dentre eles a escola.

A finalidade desta aproximação era fazer com que o aluno conseguisse um modo

mais normal possível de desempenho, como condição para ser inserido na

sociedade. A idéia de permitir que o deficiente tenha condições de vida as mais

próximas possíveis das de pessoas comuns, era um objetivo a ser alcançado pela

integração escolar. (ARANHA, 1995; OMOTE, 1999; PRIETO, 2000; 2006; MRECH,

2002 e FREITAS, 2008)

Integração escolar

A integração escolar pretendida devia se dar em três aspectos ou dimensões:

assim sendo a aproximação física com os outros alunos e pessoas, visava a

integração na dimensão física, além desta integração física, o aluno podia fazer uso

de recursos educacionais disponíveis no sistema de ensino, dentre eles a classe

comum, o que configurava a integração na dimensão funcional, por último o aluno

devia ter aumentadas suas possibilidades de interagir socialmente, o que era

entendido como integração na dimensão social. (SAINT-LAURENT, 1997; ARANHA,

2000 e PRIETO, 2006)

Ainda a integração educacional devia efetivar-se pela oferta do denominado

continuum de serviços ou hierarquia de serviços. Os serviços oferecidos para o

atendimento educacional do aluno estavam constituídos por atendimento

educacional que poderia ser em classe comum, classe especial em escola regular,

escola especial e atendimento escolar domiciliar e hospitalar. (MADER, 1997; SAINT

LAURENT, 1997; MANTOAN, 2006)

75

O acesso do aluno com deficiências a este tipo de atendimento era

condicionado ao tipo de limitação apresentado por ele. Aqueles com limitações leves

poderiam freqüentar classes regulares, enquanto os que apresentassem limitações

mais severas poderiam ser inseridos em classes especiais ou escolas especiais. A

permanência em serviços como classes especiais e escolas especiais só deveria

ocorrer quando fosse necessário e ainda assim em caráter temporário, pois se

visava alocar os alunos com deficiência, na brevidade possível, nas classes

comuns. (PRIETO, 2006)

A integração escolar no Brasil

A institucionalização da educação especial no Brasil coincide com o

predomínio da “normalização” em nível internacional, (MENDES, 2006).

Conforme Glat (1995), na década de 1970, a educação especial no Brasil

institucionalizou-se em termos de planejamento e políticas publicas tendo sido criado

no ano de 1973 o Centro Nacional de Educação Especial- CENESP. Deste modo o

poder público se fez mais presente. Esta maior presença é decorrente da ampliação

do acesso à escola para toda a população, da abertura de classes especiais nas

escolas públicas de ensino básico e do denominado fracasso escolar.

Também entre as décadas de 1960 e 1970 surgiu a proposta da integração

educativa, ou a integração escolar no Brasil, cujo objetivo era a normalização, do

aluno com deficiência. Esta atendia a uma ideologia que defendia a necessidade de

inserir o indivíduo com deficiências na sociedade mais ampla, auxiliando-o a adquirir

as condições e os padrões mais próximos possíveis da vida cotidiana das demais

pessoas.

Deste modo, no entendimento de Sassaki (1998) e Mantoan (2006), no

paradigma da integração o aluno devia adaptar-se ao meio, quer dizer tinha que se

normalizar.

A proposta da integração escolar para os alunos com deficiências é de

oferecer uma escolarização mais próxima do normal e da realidade para, assim, o

aluno poder adaptar-se a esta, e posteriormente, ter acesso a escola regular.

(MRECH, 2002; ARANHA, 1995)

76

Foi assim que na década de 1970 os serviços públicos de atendimento

educacional voltado às pessoas com deficiências se expandiram notavelmente,

foram criadas numerosas classes especiais na rede pública de ensino,

preponderantemente na área da deficiência mental. (OMOTE, 1999; 2000;

MAZZOTTA, 2005; MENDES, 2006 ; JANUZZI, 2006)

O paradigma da integração escolar pautada no princípio da normalização

contempla uma colocação seletiva do aluno com deficiência na classe comum.

Neste caso, o professor de classe comum não recebe um suporte do professor da

área de educação especial. Os estudantes no processo de normalização precisam

demonstrar que são capazes de permanecer na classe comum. (ARANHA, 1995;

MRECH, 2002)

Em relação à provisão de serviços da educação especial dentro da educação

integrativa, Mendes, (2006) aponta que embora a integração comportasse a oferta

de um continuum de serviços de educação especial, e de uma serie de

atendimentos incluindo-se ai o hospitalar; estes serviços não chegaram a ser

oferecidos.

Na mesma década de 1970, começaram as críticas em relação às práticas

altamente segregativas que estavam ocorrendo no atendimento educacional a

alunos com deficiências, sobretudo a alunos com deficiência mental. Essas críticas

avolumaram-se na década de 1980. Eram acirradas, principalmente por que o

atendimento educacional não era bem sucedido na sua missão de educar e

escolarizar aos alunos com deficiências e pela “deficientização do fracasso escolar”.

(BUENO, 2001 ; FREITAS, 2008)

A normalização como objetivo mencionado por Mrech tornou-se inatingível,

pois só o fato de se colocarem, no mesmo espaço escolar pessoas com e sem

deficiências não significava que as diferenças desapareceriam.

Conforme Bueno (1997), a integração estabeleceu como alvo de atendimento

educacional, quadros “mais patológicos” e contraditoriamente foi incorporando uma

população com distúrbios e deficiências cada vez mais próximos da normalidade

media, assim como, outros alunos, cujas dificuldades eram decorrentes de

processos sociais e de escolarização inadequados.

Complementando Bueno (1997) Omote (2000), aponta que outras condições

além do pobre desempenho escolar, poderiam estar determinando o

encaminhamento dos alunos às classes e/ou escolas especiais, pois

77

comportamentos considerados socialmente inaceitáveis na sala de aula, (como mau

comportamento, dentre outros) faziam com que os alunos fossem considerados

como excepcionais pelos seus professores, sendo que, em não poucos casos, as

condições sociais precárias do aluno associadas a dificuldades escolares, levavam

os professores a suspeitarem de limitação intelectual.

Por outro lado os alunos das salas de aula regulares eram encaminhados

para as classes especiais por que não conseguiam aprender na sala de aula regular.

A principio, este encaminhamento era temporário, com a possibilidade de retorno à

sala de aula regular depois de ter passado por processo de alfabetização.

Entretanto, este retorno não ocorria e o aluno continuava a não aprender, sendo por

isso excluído e segregado do ensino.

Deste modo, o aluno passava por um processo de “deficientização” artificial,

haja vista que seu encaminhamento permanência em sala especial e seu retorno à

sala de aula regular eram determinados por avaliações que o qualificavam como

deficiente, embora o aluno não apresentasse nenhuma deficiência. (BUENO, 1997;

2001; OMOTE, 1999; 2000)

Omote (1999, 2004), aponta um aspecto importante que aumentou as criticas

em relação à integração escolar no Brasil. Segundo ele os encaminhamentos, não

atendiam às exigências legais, em termos de avaliações. Alem disso não poucas

vezes as decisões sobre o encaminhamento e permanência do aluno não contava

com uma avaliação criteriosa; em vários casos estas decisões eram tomadas

previamente à avaliação e discutidas pela professora da sala regular junto com a

professora da sala especial. (PRIETO e SOUZA, 2006)

Deste modo, observa-se, nesta época, um movimento inverso isto é, o ingresso e/ou

retorno de alunos com deficiências à instituição especializada. A segregação e a

exclusão eram patentes, pois a precariedade do atendimento não possibilitava sua

aprendizagem; portanto, não permitia sua “integração” à sala de aula regular.

(FREITAS, 2008)

Para Mantoan (2006) o fato de a integração escolar oferecer ao aluno um

sistema educacional que faz com que ele transite no sistema escolar do ensino

regular ao ensino especial freqüentando variadas formas de atendimento

educacional; classes, especiais, sala de recursos, escolas especiais dentre outros,

faz com que sua inserção seja parcial, pois o aluno recebe serviços educacionais

segregados.

78

Outras considerações contrárias a este tipo de atendimento se sustentam no

fato de que, nas situações de inserção na escola, não há vagas para todos os

alunos com deficiências, ocorrendo uma seleção previa para escolher quem pode

ser atendido neste serviço e quem não pode. O que implica sempre a exclusão de

alguém. (PRIETO e SOUZA 2006)

Pode-se concluir, então, que junto com a integração escolar foi instalada a

prática da segregação e exclusão de alunos os quais foram identificados e tratados

como deficientes (especialmente como deficientes mentais) na escola pública

brasileira.

Esta situação foi agravada pelo fato de que a escolarização de alunos com

deficiências nesta proposta, não redundou em universalização de oportunidades

para eles, pois uma pequena parcela de alunos com deficiências hoje tem acesso

aos serviços educacionais especializados.

Por outro lado estas práticas integrativas são interpretadas como um

processo de exclusão progressiva de determinados alunos da rede regular de

ensino. (OMOTE, 1999; 2000 e BUENO, 1997; 2001; 2004)

De acordo com (Omote, 2004), as classes especiais para a integração no

ensino regular dos alunos com deficiências no final da década de 1980 e inicio da

década de 1990, eram consideradas responsáveis pela segregação escolar e social

das pessoas com deficiência, assim se pedia a extinção das mesmas, entretanto, o

autor sugere que não é o serviço configurado nas classes especiais que tem caráter

segregativo, mas sim o mau uso que foi feito deste serviço.

De acordo com Mendes (2006) o atendimento no modelo da integração no

nosso pais, está em vigor e perdura há mais de 30 anos. Caracterizado pelo

recursos de classes especiais em escolas públicas, escolas especiais de caráter

privado e instituições de ordem filantrópica.

A vigência do atendimento educacional pautado no modelo da integração

escolar é confirmado por Prieto (2006), que assevera que, embora os princípios da

educação inclusiva venham se fortalecendo a partir da década de 1990, na prática,

é o modelo da integração escolar que ainda predomina.

A respeito de a integração escolar estar vigente, considera-se que é suficiente

olhar para a legislação brasileira, no que se refere à educação das pessoas com

necessidades educacionais especiais, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional - LDB (BRASIL 1996). Nela é estabelecido que, o atendimento educacional

79

para as pessoas com deficiências é oferecido preferencialmente na rede regular de

ensino e que se, em função das condições específicas dos alunos, não for possível

a sua integração nas classes comuns de ensino regular, deverá ser oferecido o

atendimento educacional em classes, escolas ou serviços especializados. Além

disso, na LDB não são especificados os critérios que serão levados em

consideração para encaminhar os alunos que ocuparão essas vagas que o governo

garante nessas instituições especializadas, ou naquelas sem fins lucrativos.

Pelo acima colocado, a ausência e insuficiência de critérios de seleção, para

o encaminhamento de alunos aos serviços de educação especial, denunciada por

Omote, (1999; 2000) e Bueno (2004), perduram ainda na atualidade.

As estatísticas educacionais em relação a matrículas de alunos com

deficiências, também confirmam a prevalência do atendimento educacional a esses

alunos, no modelo da integração escolar, configurado nas classes especiais e

escolas especiais, e em relação à oferta de apoio pedagógico especializado. Pelos

dados que constam nas tabelas 1 e 2 deste trabalho, mais da metade dos alunos

que devem ser atendidos na perspectiva inclusiva, não contam com atendimento

pedagógico especializado.

A respeito da prevalência da integração escolar, podemos complementar

concordando com Prieto (2006) que o processo de inclusão escolar vêem se

instalando vagarosamente conforme pudemos verificar nos relatos de pesquisa que

compuseram a amostra deste trabalho, como os de Capellini e Mendes (2002);

Freitas e Fernandes (2004); Tessaro;Waricoda; Bolonheis e Rosa (2005), que

fizeram pesquisas tendo como sujeitos alunos inseridos em salas de aula regulares.

Os contextos históricos que percorridos até agora colocam em evidência que

a educação escolar de pessoas com deficiências iniciou-se pelas iniciativas que

visavam dar a elas um atendimento assistencial. Posteriormente foi considerada a

necessidade de escolarização destas pessoas, sendo a escolarização oferecida,

pautada no modelo assistencial. A contestação de modelos assistenciais trouxe o

modelo da normalização e a integração escolar, como alternativas de atendimento

educacional, sendo estes modelos também objeto de criticas e questionamentos.

Neste contexto atual de critica e vigência da integração escolar, encontra-se

discussões sobre a inclusão escolar dos alunos com deficiências.

80

Inclusão escolar

A proposta da inclusão escolar como modelo de atendimento educacional

surge na década de 1990 como paradigma oposto ao paradigma da integração

(conforme aqui explicitado). A inclusão é considerada um processo educacional que

visa estender ao máximo a capacidade da criança com deficiência na escola e na

classe regular. Para poder entender a inserção das discussões sobre a inclusão no

campo educativo, deve-se recorrer mais uma vez ao contexto histórico.

O contexto mundial em que surge a inclusão se remonta aos anos finais do século

passado. São marcos mundiais destes movimentos, a Declaração Mundial sobre a

Educação para Todos, de Jomtien, Tailândia de 1990 e a Declaração de Salamanca,

Espanha de 1994. (PRADO, 2001; MOREIRA; MICHELS e COLOSSI, 2006;

OLIVEIRA e LEITE, 2007; SCHILLHING e MIYASHIRO, 2008 e LEONARDO, 2008)

Na conferencia Mundial sobre a Educação para Todos, realizada em Jomtien,

foi afirmado que, nos países pobres e em desenvolvimento, no início da década de

1990 mais de 100 milhões de crianças e jovens não tinham acesso à escolarização

básica, e que, de 600 milhões de uma população com deficiência, só 2% recebiam

qualquer tipo de atendimento educacional. Como respostas a esses dados, na

década de 1990, os movimentos sociais em nível mundial chegam a um consenso: o

de não compactuar com práticas sociais que intensificam os processos de exclusão

social.(MENDES,2006)

A discussão mais ampla sobre inclusão escolar no Brasil instala-se, nesta

conjuntura, fundada em movimentos históricos decorrentes das lutas pelos direitos

humanos, cujos princípios fazem parte de declarações e diretrizes políticas pelo

menos desde 1948, ano da aprovação da Declaração Universal dos Direitos

Humanos. Assim, a opção pela política de inclusão acompanha um movimento

mundial de caráter social que tem como meta a garantia de que todos os alunos

tenham acesso ao ensino. (SANTOS 2002; LACERDA, 2007; OMOTE, 2004)

81

O conceito de inclusão escolar

Uma das formas de se entender como foi surgindo o conceito de inclusão

escolar é recorrendo-se ao processo histórico em que se desenvolveu o atendimento

educacional oferecido às pessoas com deficiências, desde os primórdios da

educação especial.

Nas informações levantadas para a realização da presente pesquisa, pode-se

observar que os discursos que impregnavam as críticas ao atendimento educacional

para pessoas com deficiências, em épocas passadas, perpassavam os discursos de

hoje, até porque as discussões de “hoje” são discussões que, nos diferentes

períodos pelos quais tem atravessado a educação especial, vêm-se reacendendo.

Isto é constatado nos fundamentos da declaração de Jomtien e de Salamanca.

Ambos os documentos trazem embutidos os princípios da “Declaração Universal dos

Direitos Humanos” e esta declaração data de 1948, sendo nela que a educação

especial se fundamenta. (PRIETO e SOUSA, 2006)

Os conceitos apresentados a seguir evidenciam os diferentes significados

atribuídos à inclusão escolar e seus desdobramentos, a partir de um conceito amplo

denominado inclusão social, como pode ser ilustrado na seguinte citação.

Considerando que a diferença é inerente ao ser humano, e reconhecendo a diversidade como algo natural, em que cada ser pode usar de seus direitos coletivos na sociedade, um novo conceito surge, denominado Inclusão. "Este é o termo que se encontrou para definir uma sociedade que considera todos os seus membros como cidadãos legítimos" (PRADO e MARIOSTEGA, 2001 p.2)

Como pode ser observado, este conceito refere-se a uma inclusão geral em

que são considerados, como alvo de inclusão, todos os homens como cidadãos de

direito. A inclusão também neste sentido pode ser entendida, no aspecto amplo e

abrangente, como acesso de todos a todos os ambientes da sociedade. Deste

conceito de inclusão geral, que considera a inserção em todas as instâncias do

contexto social, destaca-se o conceito de inclusão escolar definido nestes termos

por Lacerda (2007)

[...] inclusão, nesse contexto, implica o compromisso que a escola deve assumir de educar cada criança, contemplando a pedagogia da diversidade, pois todos os alunos deverão estar dentro da escola regular, independente

82

de sua origem social, étnica ou lingüística. Deste modo, a implementação da inclusão pressupõe um modelo no qual cada criança é importante (p.260)

Ao se chegar à definição de inclusão dentro do âmbito educacional,

encontraram-se as mais diversas definições para o conceito de inclusão escolar.

Estas variadas definições colocam em evidência fraturas e/ou subdivisões do

conceito, haja vista que os autores, ao conceituar e/ou proporem um conceito de

inclusão escolar, enfatizam determinados aspectos ou elementos do conceito, como

pode ser verificado nos exemplos oferecidos a seguir: A inclusão escolar consiste

em:

A efetivação da educação escolar para todos, mediante recursos tais como educação especial, preferencialmente na rede regular de ensino, para os que a requeiram ou educação inclusiva onde a diversidade de condições dos alunos possa ser competentemente contemplada e atendida (MAZZOTA, 2003 p.18)

Este conceito abrange vários aspectos: a população alvo que são todos os alunos,

os recursos educacionais que serão usados, no caso os da educação especial,

enfatizando para os alunos que necessitem desses recursos, mas também

menciona a educação inclusiva que é uma concepção de inclusão escolar.

Outra definição que é trazida a titulo de ilustração e a de Moreira; Michels e Colossi (2006 p.21)

Educação Inclusiva é um conceito abrangente, que envolve não somente o processo de inclusão das pessoas portadoras de necessidades especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em todos os seus graus, mas, fundamentalmente, todas as diferenças possíveis entre as pessoas.

Diferentemente do que ocorre na conceituação anterior, nesta concepção de

inclusão escolar a ênfase recai sobre a população-alvo da inclusão. Outro conceito menciona que:

[...] os fundamentos teóricometodológicos da inclusão escolar centralizam-se numa concepção de educação de qualidade para todos, no respeito à diversidade dos educandos. (SANT’ANA, 2005 p.227)

A concepção acima de inclusão escolar enfatiza a de educação de qualidade

como alicerce da inclusão escolar.

Os exemplos apresentados são uma pequena amostra das diferentes

conceituações encontradas na literatura analisada. As ênfases dos autores em

relação a determinado elemento do conceito de inclusão escolar não poucas vezes

constituem uma informação sobre a postura ou a tendência que o autor adota em

83

relação a um aspecto da inclusão escolar, ou à concepção de inclusão escolar como

um todo. Por exemplo, linhas acima colocou-se um conceito de Mazzotta (2003) em

que o autor enfatiza a educação escolar para todos mediante recursos tais como

educação especial. (p.11)

Essa ênfase denota a postura do autor que é contrária a outra postura em

relação ao uso ou não uso de recursos da educação especial na perspectiva da

inclusão escolar, como pode ser observado na citação a seguir.

Essas escolas são realmente abertas às diferenças e capazes de ensinar a turma toda [...] ensinar todos os alunos sem discriminações e sem práticas do ensino especializado (MANTOAN, 2006, p.45)

Nas publicações analisadas, percebe-se que os conceitos de inclusão se

repetem, mas também, observa-se que alguns autores, tais como Bueno, Mantoan,

Omote, Ferreira e Ferreira, Mazzotta, Schwartzman, propõem conceitos mais

completos, contemplando, em conjunto, todos os elementos da inclusão escolar. Os

demais textos encontrados na literatura e analisadas na pesquisa não chegam a

acrescentar elementos a estes acima indicados. Na verdade, ou aderem a

determinados autores ou fundem idéias de mais de um autor. Por exemplo:

Educação inclusiva quer significar uma educação de qualidade, não baseada na solidariedade aos alunos com necessidades especiais como único pressuposto. (WALBER; SILVA, 2006 p.35)

Inserção de crianças com deficiência na escola regular não-restritiva, inserção social de TODOS, integração de alunos com deficiências no ensino regular. (FERREIRA, 2007p. 546)

[...] atingir a todos em seu processo de desenvolvimento pela qualidade das estratégias de aprendizagem, desafiando limites e incentivando descobertas. - Possibilitar o exercício da cidadania e da igualdade, considerando e respeitando as intrínsecas diferenças (CAVANELLAS, 2000 p.6) [...] Educação inclusiva, ética e formalmente comprometida com a meta de acolher, por meio da escolarização, os sujeitos historicamente marginais (SENNA, 2008.p.201) [...] Existe o direito universal à educação e à escola para todos os brasileiros, assim como as escolas brasileiras têm a obrigatoriedade legal de acolher a todos. (FREITAS, 2008.p.324)

[...] desafio, agora proposto à Escola Fundamental, de incluir alunos com necessidades especiais (deficientes mentais, crianças com limitações sensoriais ou neurológicas etc.). (MACEDO, 2002 p.1)

84

Estas apropriações de conceitos e ênfases dadas a alguns elementos da

inclusão escolar mostraram ser ilusória a existência de um conceito único de

inclusão escolar para alunos com deficiências. Ao ser analisada a literatura,

verificou-se que, considerando-se o total de elementos arrolados pelo conjunto dos

autores, a maioria dos conceitos é incompleta, quando não contraditória em relação

a outros defendidos nela.

É possível que parte da explicação dessa situação esteja no fato de o material

analisado provir de diversas modalidades de produção científica, dentre as quais

relatos de pesquisa e trabalhos teórico/conceituais. Por exemplo, autores como

Bueno, Mantoan, Omote, Ferreira e Ferreira, Mazzotta e Schwartzman têm

publicações voltadas a definir inclusão ou a propor concepções de inclusão.

Ao longo das análises constatou-se que os grandes tópicos a respeito da inclusão

escolar estão centrados nos trabalhos e propostas de Bueno, Mantoan, Omote,

Ferreira e Ferreira, Mazzotta, Schwartzman, Prieto. Os demais autores tendem a

desenvolver debates em torno/ a favor de/ ou contra estes tópicos. Por essas razões

resolveu-se colocar as conceituações propostas por esses autores.

A seguir serão apresentados os conceitos de inclusão escolar que permeiam

a literatura sobre inclusão, junto a elementos mais abordados e problematizados: a

população-alvo da inclusão escolar e a implantação da inclusão escolar no que se

refere ao uso ou não uso de recursos da educação especial.

Propostas que consideram que todos os alunos são al vo da inclusão escolar

Conforme Mantoan (1997; 2002; 2004; 2006), as escolas inclusivas propõem

que todos os alunos, sem exceção, devem freqüentar as salas de aula de ensino

regular. Os argumentos arrolados pela autora são que a inclusão escolar extingue a

existência no âmbito educacional de categorizações que dividem alunos entre iguais

e diferentes; normais e deficientes. O principio de inclusão proposto e defendido tem

como lema não deixar ninguém fora da vida escolar desde o começo da

escolarização. Para tanto, o sistema educacional organiza-se de modo a considerar

ou a contemplar todas as necessidades de todos os alunos.

85

Nesta perspectiva inclusiva, pretende-se atingir não só aos alunos que

apresentam deficiências e problemas de aprendizagem, pois são considerados alvos

da inclusão escolar todos os alunos, pois todos devem ter sucesso na escola.

Embora seja admitido que os alunos com deficiências sejam alvos da inclusão nas

escolas regulares; considera-se que a maior parte de alunos que fracassam na

escola não são alunos provenientes do ensino especial, mas que, a despeito disso,

acabarão nele.

Mantoan (1997; 2000; 2004; 2006), afirma que as classes especiais não estão

compostas por alunos com deficiências, pois eles são minoria; estas classes

compõem-se de alunos que não conseguem acompanhar seus colegas de turma,

pessoas pobres, negras dentre outros grupos populacionais.

Outro aspecto que a autora aponta em relação à população-alvo desta

proposta de inclusão escolar são as inconsistências no que se refere à legislação

brasileira. Por um lado, admite-se que a legislação tem avançado quanto à equidade

de direitos de todas as pessoas. Citando a Constituição Federativa do Brasil, aponta

que o dispositivo que garante a todos o direito à educação e o acesso à escola devia

ser suficiente para não ser negado a qualquer pessoa, com ou sem deficiência, o

acesso à sala de aula regular. Entretanto, considera-se que na Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional – LDB encontram-se contradições que se opõem ao

que a Constituição Federal estabelece. A contradição apontada pela autora refere-se

à LDB que, na interpretação da autora, admite a possibilidade de o ensino regular

ser substituído pelo ensino especial. Isto se opõe ao que a Constituição Federativa

prevê: atendimento educacional especializado só para os alunos com deficiência, e

não educação especial (MANTOAN, 2006 p.26)

Mazzotta (2001; 2003) em relação à satisfação das necessidades básicas de

aprendizagem de todos os alunos, baseando-se no que a Declaração Mundial Sobre

a Educação Para Todos, de Jomtien, estabelece, considera que a educação é um

direito fundamental de todos os alunos. Reforça estas afirmações interpretando a Lei

de Diretrizes e Bases da Educação – LDB. O autor considera que as normas legais

nela contidas refletem uma concepção democrática da educação escolar e, portanto,

não admite a exclusão de ninguém do direito à educação. Deste modo, considera

que a escola constitui um espaço privilegiado das relações sociais para todos e que,

portanto, deve acolher a todos, crianças com deficiências, crianças moradoras da

86

rua, e todas as minorias étnicas ou culturais, crianças de grupos sociais

desfavorecidos, dentre outros. Dentro desta concepção de educação para todos, o

autor focaliza os alunos com deficiências em sua relação concreta com a educação

escolar. Avalia que, a partir desta relação, surgem as necessidades educacionais

especiais dos alunos que, por conseguinte, trarão demandas que poderão ser

atendidas por diversas situações de ensino-aprendizagem, tanto comuns, quer dizer

em sala de aula regular, quanto de caráter especial, ou ainda situações de ensino

aprendizagem comum e especial, concomitantemente.

Mazzotta considera que o principio da não segregação está presente, pois os

atendimentos educacionais propostos comportam situações de ensino-

aprendizagem mais condizentes com as necessidades educacionais a serem

atendidas.

Todavia o autor enfatiza que integrar pressupõe a ampliação da participação

nas situações comuns, de todos os alunos que estavam segregados. Por isso,

considera que a integração escolar justifica-se para alunos que freqüentam serviços

de educação especial ou outras situações segregadas; para outros alunos com

deficiência, que ainda não fazem parte da escola, deve pleitear-se a educação

escolar, pautada no principio da inclusão.

Em relação a todos como população-alvo da inclusão escolar, Bueno (2008)

considera que a declaração de Salamanca enfatiza a inclusão da maior diversidade

possível de alunos. Desta diversidade, os alunos com deficiências são um grupo a

mais em relação a todos os grupos de excluídos que a declaração pretende

incorporar ao âmbito da escola.

O autor também aponta que a declaração de Salamanca não menciona a

educação especial como responsável pelas políticas de integração escolar;

entretanto, o autor aponta que a Resolução Nº 02 CNE/CEB de 11 de Setembro de

2001 responsabiliza as políticas de inclusão à educação especial, para garantir o

atendimento educacional às pessoas com necessidades educacionais especiais.

Bueno (2008) aponta a contradição entre o que é estabelecido pela resolução citada

e a população de alunos que é contemplada, pois esta é composta pelos alunos com

necessidades educacionais especiais. Deve-se lembrar que nem todos estes alunos

apresentam deficiências, haja vista que a expressão “necessidades educacionais

especiais” refere-se a alunos com deficiências, mas também a alunos com

dificuldades acentuadas de aprendizagem que não tem origem orgânico.

87

O autor considera que, se estes alunos não têm comprometimentos

orgânicos, está-se falando dos alunos que a declaração de Salamanca propõe para

serem incluídos, quer dizer todas as diferenças raciais, étnicas sociais, dentre outras

das quais os alunos com deficiências constituem um grupo a mais a ser atendido. A

contradição aqui apontada pelo autor refere-se a que a declaração de Salamanca

não contempla que a inclusão deva ocorrer pela educação especial; no entanto, na

legislação brasileira que endossou esta declaração, é atribuída a prerrogativa da

inclusão à educação especial. Em razão disso, o autor defende que, levando-se em

consideração que os alunos com deficiências ou distúrbios possuem características

que não devem ser negligenciadas, devem ser incluídos de forma distinta, dos

outros grupos sociais historicamente marginalizados. O autor aponta também o risco

de serem considerados como alvo da inclusão, e por conseguinte do atendimento do

ensino especial, alunos que não possuem deficiências, mas são segregados da

escola regular pelo fracasso escolar.

A inclusão de todos como alvo da inclusão escolar é abordada por Ferreira e

Ferreira (2004), a partir da legislação. Os autores consideram legítimo o direito de

acesso à educação para todos, mas também enfatizam o aluno com deficiências

como alvo da inclusão escolar. Reforçam o direito dos alunos com deficiências de

freqüentarem o ensino regular, trazendo à tona prescrições da Constituição Federal,

outras leis e decretos, assim como a LDB de 1996. Em sua análise, os autores

apontam que a ampliação do aceso da população ao ensino básico, dentre eles a

dos denominados “alunos com Necessidades Educacionais Especiais - NEEs,

incluindo os alunos com deficiências, é complexo e traz embutidos riscos

relacionados primeiramente à denominação NEEs, que contempla todos os alunos

neste todos, consideram-se alunos com deficiências e aqueles com dificuldades

acentuadas de aprendizagem, mas sem deficiências. Ferreira e Ferreira (2004)

consideram que, na tentativa de se tirar do foco da atenção a condição de

deficiência dos alunos, cria-se o risco de ampliar o universo das necessidades

educacionais especiais para alunos sem deficiência, e atribuir à educação especial,

a responsabilidade de educar a todos estes alunos.

Os autores consideram que estes fatos devem ser analisados à luz das

políticas públicas que, no entendimento dos autores, por um lado, adotam certo

compromisso com as pessoas com deficiências, mas, por outro lado, procuram

cumprir compromissos assumidos no âmbito internacional com a Organização das

88

Nações Unidas - ONU, com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura – UNESCO e com o Banco Mundial - BM ao ter aderido à

Declaração de Salamanca.

Os autores reforçam suas posições sustentando que, enquanto os

indicadores de matrículas de alunos com deficiência no ensino regular aumentam;

pesquisas educacionais revelam que o aluno com deficiência inserido em sala de

aula regular tem experiências acadêmicas limitadas, sendo que as condições

indispensáveis de apoio para sua educação escolar ainda não foram criadas. Assim,

Ferreira e Ferreira (2004) colocam em relevo as dissonâncias entre os avanços da

legislação e o que, de fato, está sendo efetivado como inclusão escolar para os

alunos com deficiências.

A seguir, são apresentadas outras concepções de inclusão escolar que

consideram como alvo da inclusão só os alunos com deficiências.

Inclusão só para alunos com deficiências leves

Schwartzman, (1997) considera que é inquestionável o direito que as pessoas

com deficiências têm à educação em sala de aula regular. Entretanto, o autor parte

da premissa de que se os alunos com deficiências são inseridos na sala de aula

regular, devem ser capazes de acompanhar o mesmo currículo e método

pedagógico, oferecidos aos alunos que não tem deficiências.

Deste modo, o autor considera que só podem e devem ser inseridos no ensino

regular aqueles alunos que têm condições para isso, quer dizer, aqueles alunos com

deficiências mais leves. O autor afirma que, ao serem levadas em consideração as

condições das deficiências, a integração escolar, para quase a maioria de alunos

com deficiências, torna-se inviável. Esta impossibilidade de inclusão faz-se mais

patente ao serem considerados os casos de alunos com comprometimentos mais

severos. O autor chama a atenção para o fato de ser considerada de forma errônea

a inclusão escolar em sala regular do aluno, quando este desenvolve atividades

diferentes das propostas aos seus demais companheiros de sala.

Schwartzman considera que os alunos com deficiências dificilmente se beneficiarão

de métodos e materiais de ensino que foram programados para alunos sem

89

deficiências. Deste modo, ele entende que alunos com deficiências precisam de

métodos e materiais específicos para atender às suas necessidades educacionais.

Para os alunos com comprometimentos severos considera que o mais recomendável

é a educação em escola especial, porque nela estão presentes recursos específicos

para atender as necessidades decorrentes das suas deficiências.

A população-alvo da inclusão escolar, levando-se em consideração o grau de

comprometimento da deficiência, também é contemplada por Omote (2004). O autor

considera que posturas a favor da inclusão escolar não devem negligenciar a

realidade biológica dos alunos com deficiências. O autor recomenda cautela em

relação a inserir de forma indiscriminada alunos com deficiências, considerando que

esta inserção já configura a inclusão escolar. O autor entende que devem ser

oferecidas condições para que o aluno aprenda, pois a educação e aprendizado são

objetivos precípuos da escola.

O autor também alerta para o fato de que, no afã de incluir, acabe se

introduzindo o aluno com deficiências no processo de “normificação”, pela mera

inserção no ensino regular. Isso porque, ao se inserir o aluno com deficiências sem

que para isso existam condições na escola, se acabe acreditando que o aluno se

tornou “normal”, só pelo fato de estar inserido na escola regular. O perigo maior

reside em que os professores, pautados nesse principio de normificação,

mencionado pelo autor, podem não oferecer ao aluno, as condições necessárias

para sua escolarização.

O autor considera que os critérios de encaminhamento para o ensino regular

e ensino especial, devem basear-se em avaliações criteriosas, assim como também,

os alunos com deficiências severas que não podem se beneficiar do atendimento na

escola regular, podem ser inseridos na instituição especializada. No entendimento

do autor, nada impede que os recursos e serviços do ensino especial sejam usados

para educar aos alunos com deficiências. As razões que o autor alega para defender

o ensino especial são que os recursos e serviços do ensino especial, não são

segregativos; o que é considerado segregativo é o uso inapropriado destes recursos,

principalmente quando são encaminhados para estes serviços alunos sem

deficiências.

Até este ponto puderam ser identificadas concordâncias entre os autores

brasileiros a respeito da inclusão de pessoas com NEEs. Uma delas refere-se ao

90

reconhecimento dos princípios que subjazem à inclusão escolar; a igualdade de

direitos, dentre eles a educação e a equidade.

Outro aspecto em que coincidem todos, exceto Mantoan, é na ênfase dada

aos alunos com deficiências como população-alvo da inclusão escolar. As

considerações feitas por Mantoan permitem inferir que a autora enfatiza a educação

de todos, baseando-se nos princípios que subjazem à inclusão escolar e que estão

relacionados aos princípios fundamentais dos direitos humanos, que são os que

fundamentam a Constituição Federativa do Brasil.

Percebe-se pelas afirmações da autora que o fato de incluir todos os alunos

sem exceção, visa atender princípios de equidade, mas também procuram não

segregar aos alunos com deficiências, e aos alunos considerados como

representativos de minorias excluídas. A autora adota uma postura clara contra a

educação especial, pois considera que os alunos sem deficiências não são

atendidos nela e alem disso, alunos sem deficiências acabam caindo por

mecanismos de exclusão dentro da rede de ensino especial.

Já Mazzotta além de considerar que a inclusão é para todos os alunos, adota

uma postura favorável em relação à educação especial, como um médio da inclusão

escolar ser concretizada. Estas concepções de Mazzotta em relação à educação

especial são partilhadas por Omote e Schwartzman que atribuem à educação

especial um papel relevante para a inclusão e acesso escolar de alunos com

deficiências. Esta relevância dada pelos autores à educação especial, cobra maior

vigor quando é colocado que, alunos com deficiências mais graves, não podem ser

inseridos no ensino regular por falta de condições que permitam atender as suas

necessidades específicas, sendo a instituição especializada, muitas vezes a única

opção que estes alunos têm, não só para seu acesso à educação, mas também para

a convivência com outras pessoas.

Os objetivos da Inclusão escolar

Quanto aos objetivos da inclusão escolar, Mantoan, 2002 e Bueno (2001)

consideram que a educação é prioridade, e deve ser dada por meio de um ensino de

qualidade.

91

Omote (2004); Schwartzman (1997 e Mazzotta,(1998) convergem na medida em

que para eles o objetivo central da inclusão é o ensino e o aprendizado ou seja os

objetivos da escolarização. Na opinião dos autores só a apropriação dos

conhecimentos, pode garantir à pessoa com deficiências o exercício da sua

cidadania.

Outro objetivo da inclusão escolar apontado por Mantoan (2006) é a

convivência do aluno, dentro do ambiente do ensino regular a despeito das suas

deficiências profundas. A autora considera que o ambiente da escola regular é

propicio para interações ricas e diversificadas, benéfico tanto para os alunos com

deficiências como também para os alunos sem deficiências, pois estes aprenderiam

a lidar com as diferenças e desenvolveriam hábitos de solidariedade e cooperação.

Omote (1999; 2004); Schwartzman (1997); Mazzota, (2003) também abordam a

questão da convivência social. No entanto a grande diferencia desses autores em

relação à primeira e que eles especificam que a inclusão escolar pode se

circunscrever à convivência e à socialização no caso de alunos que em decorrência

das suas deficiências não podem beneficiar-se do ensino. Entretanto os autores

entendem que não há motivo para esta convivência não ocorrer na instituição

especializada. Os alunos podem receber além de atendimento, a oportunidade de

sair do confinamento das suas casas.

A implantação da inclusão escolar

É consenso entre os diferentes autores que para a implantação da inclusão

escolar, é necessário que a escola se reorganize e reestruture tanto no aspecto da

infra-estrutura, como dos recursos humanos e pedagógicos. (MANTOAN, 2006;

PRIETO, 2006; BUENO, 2001; SCHWARTZMAN, 1997)

Conforme mencionado anteriormente neste texto os autores identificam

inconsistências em relação ao atendimento educacional aos alunos com deficiência,

por exemplo, Mantoan (2006) elenca criticas à legislação voltada ao atendimento

educacional às pessoas com deficiências. Especificamente no que se refere à LDB,

o alvo das criticas são o lócus de atendimento, a “indefinição” da clientela, a política

de educação escolar dentre outros.

92

Bueno (2008) aponta contradições relacionadas à efetivação da inclusão

escolar pelo ensino especial e à clientela que deve ser atendida na perspectiva

inclusiva. Haja vista que são alvos da inclusão alunos com NEEs que podem ou não

ter deficiências, no entanto, todos e quaisquer alunos devem ser atendidos pelo

ensino especial, conforme a Resolução Nº 02 CNE/CEB de 11 de Setembro de

2001.

Ferreira e Ferreira (2004) também assinalam que a ampliação dos critérios da

população considerada com necessidades educacionais especiais pode trazer como

conseqüência a inserção, dentro do ensino especial, de alunos sem deficiências e

considerados como problemáticos pela escola.

Já para Mazzotta (2003) as normas legais da LDB refletem uma concepção

democrática da educação, já que a LDB contempla para o atendimento educacional

aos alunos com deficiências, diversas opções de ensino que vão desde o

atendimento em sala de aula regular, escola especial ou instituição filantrópica.

Às considerações feitas até aqui Prieto (2006) acrescenta que alem das

discordâncias existentes no plano da implantação de políticas de educação

inclusiva, a indefinição do papel que o atendimento especializado tem em relação à

inclusão escolar é motivo de embates. Ao longo das análises realizadas pela

presente pesquisa tais embates puderam ser identificados ao ser confrontadas as

concepções dos autores citados: Mantoan (1997;2002;2004;2006); Mazzotta

(1998;2003); Bueno (2008); Ferreira e Ferreira (2004); Omote (1999;2004) o maior

divisor de águas entre os diferentes conceitos de inclusão escolar propostos pelos

autores, está relacionado ao uso ou não uso de recursos e serviços do ensino

especial. A seguir, são apresentadas as concepções de inclusão escolar, agora em

relação à educação especial.

Conforme aponta Prieto (2006), há duas propostas para a educação especial:

a primeira sustenta que os conhecimentos acumulados sobre educação especial,

tanto teóricos quanto práticos devem estar disponíveis para os sistemas de ensino,

quer dizer para escolas, professores, alunos e todos os membros da comunidade

escolar. A outra proposta para a educação especial propõe que esta se conforme a

um conjunto de serviços educacionais especializados, dirigidos apenas à população

escolar que apresenta necessidades que o ensino comum não consegue

contemplar.

93

Para Mantoan (1997; 2002; 2004; 2006) na perspectiva inclusiva, suprime-se

a subdivisão do sistema escolar em modalidades de ensino regular e especial. A

perspectiva inclusiva não considera que o ensino deva ser individualizado, para os

alunos com déficits intelectuais ou com problemas de aprendizagem. Os

atendimentos não devem ser segregados seja dentro ou fora da sala de aula, e

nenhum aluno deve ser encaminhado para sala de reforço, nem ser submetido a

currículos adaptados.

O professor não deve predeterminar a extensão e a profundidade dos

conteúdos a serem construídos pelos alunos. Também não deve facilitar as

atividades ou reduzi-las. Cabe ao aluno adaptar-se ao novo conhecimento, pois só

ele pode regular o seu processo de construção intelectual. Na proposta da autora,

são atendidas as diferenças sem discriminar ou trabalhar à parte com alguns alunos,

assim como não há regras específicas para planejamento e avaliação de currículos,

atividades e aprendizagem dos alunos.

Ainda para Mantoan (1997; 2002; 2004; 2006) uso de métodos e técnicas de

ensino específicas para esta ou aquela deficiência não é admitido na perspectiva

inclusiva, pois os alunos devem aprender até o limite em que conseguem chegar.

Deve-se frisar que este limite a ser atingido pelos alunos esta atrelado a um ensino

de qualidade. Nesta perspectiva, o professor leva em conta os limites do aluno e

explora de maneira conveniente as possibilidades de cada aluno.

Em relação ao preparo que o professor deve ter para atender às

necessidades educacionais dos alunos, Mantoan (1997; 2002; 2004; 006), aponta

que os professores de ensino regular não se sentem preparados para ensinar aos

alunos com deficiência, até por que os professores especializados, sempre se

distinguiram por oferecer o atendimento educacional aos alunos com deficiências, e

ainda exageraram essa capacidade de fazê-lo perante a comunidade escolar.

A autora também é contrária à participação do professor itinerante, no ensino

regular, pois considera que a itinerância não permite que as práticas educativas e

conhecimento pedagógico evoluam, pois o professor do ensino regular acomoda-se

e não procura soluções para os problemas que se apresentam no cotidiano, já que

espera que outra pessoa resolva esses problemas.

Já para Mazzotta (2001), discutir a educação de alunos com deficiências

significa fazer um resgate do sentido da educação especial, haja vista que diante

das necessidades educacionais dos alunos, a educação especial deve responder

94

com situações de ensino-aprendizagem comuns ou especiais ou ainda, comuns e

especiais. O autor parte do pressuposto de que, se o objetivo da inclusão escolar de

alunos com deficiências é a escolarização de forma equitativa à dos alunos sem

deficiências, devem ser organizados auxílios e serviços educacionais, especiais para

dar apoio, suplementar ou também, se for o caso substituir o ensino regular, pois o

que se busca é garantir o ensino e a aprendizagem desses alunos.

Os recursos e auxílios da educação especial são planejados e desenvolvidos

para atender às necessidades educacionais ou diferenciadas que alguns alunos

apresentam no âmbito escolar. O autor alerta para o fato de que não devem ser

confundidos os recursos educacionais, com modalidades administrativo-

pedagógicas conformadas pela classe especial ou escola especial. Mazzotta (2001)

defende os serviços e recursos da educação especial, argumentando que a estes

serviços tem sido atribuídos um caráter segregador. A respeito disso, o autor

considera que professores mal preparados podem ter considerado que alunos sem

deficiências, tivessem necessidades especiais, encaminhando estes alunos para os

serviços de educação especial sem necessidade. Nesse sentido o autor admite que

possa existir segregação. Entretanto estes erros não devem levar à extinção de

serviços e recursos ou auxílios da educação especial. O que, no entendimento do

autor deve ser eliminado, são os procedimentos e mecanismos de exclusão que não

permitem a integração de todos os alunos à escola pública.

Neste sentido o autor também aponta a necessidade destes recursos serem

usados só quando houver uma real necessidade e tiverem sido esgotadas todas as

alternativas de ensino–aprendizagem no ensino regular. Os serviços, recursos e

auxílios da educação especial, não devem ser usados indiscriminadamente, pois

nem todos os alunos com deficiências apresentam necessidades educacionais

especiais.

Em relação ao currículo, o autor considera a necessidade de um currículo

específico para cada escola, quer dizer pautado nas necessidades e realidade dessa

escola. Além disso, a escola deve elaborar ou adaptar seu currículo em função das

necessidades dos alunos que estão matriculados nela.

Para os professores, tanto especializados como de sala regular, que devem

oferecer atendimento educacional aos alunos com deficiências, o autor recomenda

que, alem de serem dadas a eles condições apropriadas de trabalho, devem ser

95

oferecidos o preparo, orientação e apoio para a elaboração de currículos amplos

para atender às necessidades educacionais de todos os alunos.

Prieto (2001, 2004) considera que a inclusão escolar de alunos com necessidades

educacionais especiais requer que sejam contempladas as necessidades dos

professores e alunos. As necessidades dos professores estão relacionadas ao fato

de que são eles, que devem prover um atendimento educacional aos alunos com

deficiências, condizente com as suas necessidades, e para isso precisam dos

serviços de apoio da educação especial, como por exemplo, do professor

especializado.

A perspectiva inclusiva no entendimento da autora não se limita só ao acesso

à escola, mas, também ao acesso ao ensino e à apropriação dos conhecimentos.

Nesse sentido não devem se desconsiderar as contribuições advindas da educação

especial, que garante que as demandas surgidas nos alunos no processo de ensino-

aprendizagem, sejam supridas pelos auxílios e serviços da educação especial,

compreendendo estes serviços, mobiliários, currículos e metodologias adaptadas,

garantia de professores especializados, dentre outros.

(PRIETO, 2004)

Bueno (2001) faz críticas a posturas que desconsideram qualquer forma de

educação oferecida aos alunos com deficiências fora do ensino regular, por

considerar que elas discriminam ou segregam os alunos. No entendimento do autor

não existe um passe de mágica que possa fazer com que se resolvam problemas de

segregação e discriminação. O autor afirma que tanto o ensino regular como o

ensino especial, durante anos, tem discriminado e segregado alunos, não só com

deficiências, mas também alunos que não as possuíam. Esta segregação e exclusão

deu-se em dois aspectos: negando o acesso a escola aos alunos com deficiência e

por considerar que os alunos sem deficiências não possuíam condições para

usufruir de um sistema de educação convencional. O outro aspecto relaciona-se ao

fracasso da educação regular e especial nas tentativas de escolarizar aos alunos

que tem deficiências e também dos que na as possuem.

A partir destas constatações, Bueno (2004) afirma que os professores do

ensino regular não contam com o preparo específico para oferecer atendimento

educacional aos alunos com deficiências, assim como também os professores do

ensino especial, pouco têm a contribuir, pois sua atuação tem se centralizado na

minimização dos efeitos específicos de variadas deficiências. Assim, para o autor, os

96

professores do ensino especial só podem apontar e oferecer, subsídios aos

professores do ensino regular no que se refere às dificuldades específicas dos

alunos com deficiências. Face a isto, o autor considera que é necessário que o

professor especializado possua competência para ver, analisar e criticar o processo

pedagógico de forma ampla e abrangente, não se limitando às dificuldades

específicas do alunado sob sua responsabilidade.

Bueno considera que é necessária para os professores uma formação que

lhes permita atender a contento às necessidades educacionais dos alunos com

deficiências. Entretanto, como esta formação ainda está em processo, o professor

de sala de aula regular ainda deverá contar com o concurso dos professores

especializados, para poder desenvolver seu trabalho.

Todavia, Bueno (2004) acrescenta que os princípios básicos da educação

inclusiva pretendem deslocar o eixo das dificuldades intrínsecas das crianças com

deficiências, para as suas potencialidades. Em razão disto o autor considera que os

problemas enfrentados pelas crianças com deficiências são similares as dificuldades

de outros alunos vítimas de processos pedagógicos inadequados. Assim sendo, o

professor deve pautar-se nas dificuldades que são comuns entre os alunos com e

sem deficiências para, assim estabelecer mediações entre as dificuldades

específicas, as potencialidades existentes e o processo pedagógico.

Bueno (2004) concorda com Mazzotta (2001); Prieto (2001; 2004) e Omote

(1999; 2004) no sentido de que nada justifica o fim da educação especial, Já que as

escolas regulares não estão preparadas para receber as crianças com deficiências

e atender a elas. Além disso, os problemas da escola brasileira não foram resolvidos

ainda e os encaminhamentos das crianças às escolas regulares, não podem ser

feitas sem serem levadas em consideração determinadas especificidades.

Omote (1999; 2004), justifica e defende a educação especial, por considerar

que possui uma função integradora desde o momento que oferece atendimento a

crianças com deficiências, (algumas muito severas), que se não fosse pela

existência do ensino especial, simplesmente ficariam confinadas nas suas casas e

com contatos limitados, só às pessoas do seu entorno familiar. Esta função

integradora também poderia ser ampliada se alunos que freqüentam escolas

especiais, com condições de alfabetização fossem encaminhados à escola regular

para serem atendidos nas classes especiais, e se os alunos que freqüentam estas

97

classes especiais fossem inseridos nas classes regulares assim que tivessem

condições de ser integrados.

O autor aponta que só uma das funções integradoras da educação especial

tem sido cumprida: a de acolher alunos com deficiências profundas. Quanto às

outras funções acima descritas, o autor assinala que o uso de recursos da educação

especial, configurado nas classes especiais, tem sido inadequado, evidenciado no

encaminhamento de alunos que não precisavam deste recurso, pois as suas

dificuldades poderiam ter sido resolvidas na sala de aula regular. Em razão disso, o

autor aponta que as avaliações e critérios de encaminhamento de alunos para os

serviços da educação especial devem ser rigorosos. Considera que devem ser

eliminados os mecanismos que dificultam a integração e inclusão, mas sem que isso

implique prejudicar a oferta de serviços da educação especial, haja vista que são

recursos necessários para atender às necessidades educacionais específicas do

aluno.

Por outro lado, Omote (1999, 2004) considera que é necessário o apoio do

professor especializado para a inclusão escolar dos alunos com deficiências na sala

de aula regular. As condições consideradas necessárias para que muitos alunos

com deficiências mantidos no ensino especial possam ser incluídos no ensino

regular dependem de um trabalho integrado entre os professores do ensino regular e

do ensino especial. No entendimento do autor, os professores devem aprender a

dividir as responsabilidades pelo ensino e a aprendizagem de todos os alunos.

Entende-se que, na proposta de Omote (1999,2004), para a inclusão escolar

do aluno com deficiências ocorrer de forma satisfatória, deve ser levada em

consideração a necessidade de serviços e suportes complementares, assim como

outros profissionais de apoio. Estes serviços e suportes comportam atendimentos de

Serviço Social, Psicologia, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Oftalmologia,

Otorrinolaringologia, dentre outros.

Para Schwartzman (1997) a implantação da inclusão escolar não pode ser

baseada só na força da lei, pois e necessário o preparo da escola como um todo

para que as crianças sejam inseridas na escola regular. Todavia, o autor aponta que

embora a escola possa estar preparada para atender a todas as crianças, as

diferenças ou graus de deficiência sempre impedirão o aproveitamento e

aprendizado dos alunos; conseqüentemente, ocorrerá a marginalização.

98

O autor entende que grupos diversos de crianças utilizam estratégias e

necessitam, portanto, de um programa e material didático desenvolvido de forma

muito específica para suas necessidades. Assim, considera indispensáveis os

recursos da educação especial, em razão das diferenças existentes entre os alunos

com e sem deficiências desde o ponto de vista pedagógico.

Schwartzman,(1997) considera que embora exista o maior empenho em integrar, no

ensino regular, os alunos com deficiências, uma grande parcela deles terá melhores

condições de aprendizado, de desenvolver e otimizar seu potencial, numa situação

de ensino, diferente daquela oferecida hoje, pelo ensino regular. O aproveitamento

do ensino especial por parte dos alunos com deficiências, não só se refere ao

aprendizado dos alunos, mas também à possibilidade que alunos com deficiências

severas têm de usufruir serviços que amenizem e/ou minimizem suas deficiências.

Deve ser considerando que os comprometimentos dos alunos exigem adaptações

complexas nas escolas regulares e que as mesmas não podem fazer estas

adaptações. Nas escolas especiais muitas vezes estas adaptações já existem.

Outro aspecto apontado por Schwartzman (1997) refere-se ao despreparo

dos professores do ensino regular que não têm sido preparados para a tarefa de

lidar com alunos com deficiências. O autor considera que a ausência desta formação

compromete as possibilidades de escolarização destes alunos. Ainda, acrescenta

que mesmo que o professor tivesse sido formado, o sucesso das suas práticas de

ensino seria muito limitado.

99

DISCUSSÃO

A busca de um conceito de inclusão escolar que se aplicasse aos alunos com

deficiências levou-nos a fazer um percurso pelos contextos históricos e sociais em

que teve inicio o atendimento educacional às pessoas com deficiências. Este

percurso permitiu a descoberta de que o conceito de inclusão escolar , assim como

os princípios que subjazem a ele, já estavam embutidos nessas primeiras iniciativas

de educação às pessoas com deficiências. Este retrocesso no tempo e no espaço

permitiu que fossem identificadas as origens de aspectos problemáticos que, na

atualidade são discutidos quando se fala de inclusão escolar de alunos com

deficiências: o direito à educação dos alunos com deficiências e a exclusão e

segregação. Como foi colocado neste trabalho, a exclusão e segregação sempre

estiveram presentes na vida das pessoas com deficiências. No entanto, a exclusão e

segregação têm origens e características diferentes de acordo com a época em que

elas aparecem. Assim, antes da primeira metade do século XIX a exclusão e

segregação, configuravam-se por que as pessoas com deficiências viviam à margem

da sociedade ao não terem seus direitos reconhecidos. Posteriormente com o

advento da Declaração Universal dos Direitos do Homem, é reconhecido o direito

destas pessoas participarem da sociedade e de terem acesso a todos os seus

espaços, dentre eles o educativo. O espaço educativo adquiriu duas funções: a de

criar condições para que as pessoas com deficiências pudessem se tornar cidadãs e

de nelas e por elas concretizar-se a sua inserção na sociedade. Fala-se então da

inclusão social.

A inclusão escolar insere-se neste conceito amplo de inclusão social. Assim,

os princípios que subjazem à inclusão social são os mesmos para a inclusão

escolar. Assim sendo, entende-se que estes princípios sejam válidos, pois fazem

parte do sistema de valores que rege nossa sociedade. Entretanto estes princípios

não são suficientes para garantir a equidade de direitos das pessoas com

deficiências. Quando Mantoan (2006) afirma que a Constituição Federativa seria

100

suficiente para garantir o direito à educação dos alunos, estes princípios ficam em

evidência. Entretanto compreende-se que só a educação não pode provocar

mudanças tão amplas, pois é preciso que todas as instâncias da sociedade

assumam seu papel, em relação à efetivação de direitos das pessoas com

deficiências, pois só deste modo a equidade pode ser garantida.

O conceito de inclusão

A definição do conceito de inclusão escolar não é muito clara, as causas

prováveis desta falta de clareza são: o conceito era entendido como definidor do

atendimento educacional às pessoas com deficiências. A partir dai foi ampliado para

abranger o atendimento educacional de alunos com problemas de aprendizagem

que estão presentes na escola regular ou que são excluídos dela pela repetência ou

evasão escolar e também para definir a atenção específica que devem receber

grupos marginalizados que representam diferenças de tipo étnico, social dentre

outros.

Outra provável causa para a falta de clareza na definição do conceito de

inclusão escolar refere-se aos embates surgidos entre a escola regular e a escola

especial como detentoras da educação ou escolarização dos alunos com

deficiências. Estes embates não só dizem respeito às instituições, mas também se

referem ao lócus de atendimento e presença ou ausência de recursos e serviços de

educação especial, a forma como estes serviços vão ser oferecidos dentre outros. É

assim que o conceito de inclusão escolar, conforme foi apontado neste trabalho, não

pode ser discutido desmembrado dos seus elementos, haja vista que não há um

consenso ou uma concepção única de inclusão escolar para os alunos com

deficiências. Assim, passamos a discutir o conceito de inclusão escolar em relação à

população-alvo.

101

Inclusão escolar em relação à população-alvo

Como foi constatado nas análises de Mantoan (1997; 2002; 2004;2006);

Mazzotta Ferreira e Ferreira (2004);(1998;2003); Bueno (1999;2008); Omote

(1999;2004); Schartzman (1997); Prieto (2001;2004;2006) a educação é um direito

de todas as pessoas, incluindo aquelas com deficiência. Concorda-se com os

autores no reconhecimento do direito à educação das pessoas com deficiências,

pois existe amparo jurídico e legal para a garantia desse direito. Entretanto não

pode deixar de ser lembrado que até a atualidade, a despeito de existir uma

legislação que garante o direito à educação, muitas pessoas com deficiências ainda

não usufruem dela.

Embora os autores enfatizem que a inclusão escolar tem como alvos os

alunos com deficiências, considera-se que a população a ser atendida pela inclusão

não está claramente definida, analises de Ferreira e Ferreira (2004) e de Bueno

(2008) em relação à abrangência da expressão alunos com NEEs, suscitam

dúvidas em relação aos alunos que devem ser atendidos na perspectiva inclusiva.

Sabe-se que a expressão NEEs compreende aqueles alunos que apresentam

dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de

desenvolvimento: não vinculadas a uma causa orgânica específica ou relacionada a

disfunções limitações ou deficiências, dificuldades de comunicação e sinalização

diferenciadas, altas habilidades e superdotação.

Em razão disso, considera-se que esta abrangência da compreensão da

expressão NEEs constitui um grande problema por que, além de não ser definida a

clientela da educação especial, criam-se mecanismos de exclusão da escola. Estes

mecanismos são os mesmos que levaram à deturpação o do uso de classes

especiais voltadas ao atendimento educacional dos alunos com deficiências fazendo

com que estas passassem a receber alunos que tinham dificuldades que podiam ser

resolvidas na sala de aula regular. Estas afirmações podem ser corroboradas por

Siqueira (2008) em uma pesquisa feita por ela que revelou que das cinco

professoras participantes da pesquisa , nenhuma sabia, de fato, o que levara a

escola a caracterizar um grupo de alunos como alunos da inclusão. Ao que parece,

102

para elas era suficiente saber que eles tinham mais dificuldades para aprender do

que os demais alunos, não diferenciando os alunos deficientes dos que não o eram.

Considera-se que os problemas enfrentados pelos alunos com e sem

deficiências fazem com que sejam procuradas medidas similares em relação à oferta

de ensino que contemple as necessidades educacionais de todos os alunos;

entretanto as medidas voltadas ao atendimento educacional dos alunos com

deficiências envolvem aspectos que só dizem respeito a eles, razão pela qual a

educação é especial.

É verdade que muitas crianças estão excluídas do ensino, embora estejam

incluídas dentro da escola regular, pois os alunos sem deficiências que freqüentam a

escola enfrentam a exclusão ou banimento por diversos mecanismos como, por

exemplo, a não oferta de ensino apropriado o encaminhamento a classes especiais,

a reprovação e repetência constantes que provocam a evasão escolar. Entretanto

entende-se que os problemas de acesso tanto à escola como ao ensino de alunos

com deficiências e daqueles sem elas devem ser resolvidos em separado. Pois os

alunos com deficiências além de enfrentarem os mesmos problemas dos alunos sem

deficiências, enfrentam outras dificuldades relacionadas às suas características e

que dificultam não só a sua inserção na escola, mas limitam o acesso e

permanência na escola regular. Estas dificuldades de acesso e inserção são

enfrentadas principalmente por aqueles alunos que possuem deficiências,

envolvendo algum componente de ordem intelectual, além de outros

comprometimentos como é o caso de alunos com paralisia cerebral, autismo, retardo

intelectual, dentre outros.

As dificuldades enfrentadas pelos alunos com deficiências incluem o acesso à

escola regular, ausência de atendimento especializado, omissão e despreparo do

professor de sala de aula regular, ausências de equipe multidisciplinar, barreiras de

ordem infra-estrutural, ausência de recursos e tecnologias assistivas, barreiras

atitudinais dentro e fora da comunidade escolar tais como o preconceito e a

segregação, dentre outros.

No que se refere às afirmações de Schwartzman (1997) e Omote(1999;2004)

concorda-se com os autores no sentido de que a escola deve contemplar os graus

de comprometimento das pessoas com deficiências pois sem negar a igualdade de

direitos entre todas as pessoas, considera-se necessário admitir-se que há alunos

103

que realmente não podem ser inseridos na sala de aula regular porque suas

deficiências o impedem.

Ao mesmo tempo também consideram-se apropriadas as análises de

Mazzotta (1998;2003) quando afirma que a maioria dos alunos não tem

deficiências tão profundas que impeçam sua escolarização. A questão que surge é:

qual é o limite da deficiência para se estabelecer o critério de inclusão?

Concorda-se com Schwartzman(1997) que é necessário analisar e avaliar cada

aluno para ser definido o tipo de atendimento educacional que mais se adéqüe às

suas necessidades educacionais que devem ser atendidas. Deste modo discorda-se

de Mantoan (1997; 2002; 2004; 2006) que considera que um sistema único de

ensino, no caso o regular, é capaz de prover educação para todo o alunado.

Os objetivos da inclusão

O objetivo fundamental da inclusão escolar mencionado pelos autores que

vêm sendo aqui analisados é a educação que prepara a pessoa com deficiência

para o exercício da cidadania. Considera-se que, ao visar o exercício da cidadania,

também se propugna a inserção da pessoa com deficiência na sociedade. Assim

sendo, concorda-se com tais autores na afirmação de que, no processo de inclusão

escolar do aluno com deficiências, devem ser priorizados o ensino e a

aprendizagem, como objetivos precípuos da escola. De fato conforme aponta

Saviani (1991 apud Silva e Aranha 2005), a função da escola é estender a todos os

seus alunos, o conhecimento elaborado e sistematizado, que é fundamental para

que as pessoas tenham maior liberdade de ação. Quer dizer, atinjam sua

autonomia. Esta autonomia pode ser conseguida pela assimilação e internalização

do conhecimento, a partir do processo de ensino e de aprendizagem.

A convivência com os outros alunos no ensino regular apontada como

objetivo da inclusão escolar por Mantoan(1997; 2002; 2004; 2006 ), para os alunos

com deficiências severas, não deve ser estendida aos alunos com deficiências

menos restritivas. É aceito que aos alunos com deficiências podem e devem ser

oferecidas possibilidades de conviver com os outros alunos como forma de inserção

social. Entretanto, deve-se ficar alerta para que este objetivo de convivência não

104

seja oferecido como única alternativa “educacional” ao aluno com deficiências. Pois,

segundo constatação de Gomes e Rey (2007) numa pesquisa que envolveu

professores que atendiam alunos com deficiências no ensino regular, apenas a

socialização era demarcada como um dos possíveis caminhos da inclusão escolar.

Estas constatações colocam a necessidade de que deve enfatizar-se mais o ensino

como objetivo da inclusão escolar, pois conforme Capellini e Mendes (2002)

apontam em contraposição da idéia de que alguns alunos vão à escola para

aprender e outros para socializar, a escola é espaço de aprendizagem para todos.

Entende-se que o ensino e a aprendizagem não se opõem à socialização pela

convivência, pois socialização e convivência fazem parte deste processo. Considera-

se que a valorização da socialização e da convivência separadas do processo de

ensino e aprendizagem acaba prejudicando este processo de escolarização dos

alunos com deficiências, pois, ao ser oferecida só a oportunidade de socialização ao

aluno, nega-se a ele possibilidade de educação.

Embora o ensino seja um dos objetivos mais importantes da educação, na

inclusão escolar este é negligenciado. Nos documentos analisados, encontraram-se

poucas alusões às formas de ensinar melhor aos alunos com deficiências.

O ensino é considerado por Capellini e Mendes (2002); Mendes (2006) e

Januzzi (2006) um dos objetivos mais importantes, porem esquecidos nos discursos

e debates da inclusão escolar. É importante procurar formas de ensinar melhor aos

alunos com deficiências, haja vista que enquanto se discutem os prós e os contras

da inclusão escolar, os alunos com deficiência estão sendo inseridos na sala de aula

regular, e não lhes está sendo oferecido na maioria das vezes, o acesso ao ensino.

A implantação da inclusão

A implantação da inclusão escolar foi analisada procurando-se identificar

dados que permitissem elucidar como este conceito está sendo operacionalizado no

âmbito educacional.

Os autores analisados - Mantoan, Mazzota, Bueno, e Ferreira e Ferreira -

apontaram contradições entre o que a legislação estabelece e a efetivação das

políticas públicas voltadas à inclusão escolar dos alunos com deficiências.

105

Um aspecto que se deve destacar é que os autores interpretam a legislação a

partir de uma postura em relação à inclusão escolar. Por exemplo, conforme já aqui

indicado Mantoan (1997; 2002; 2004; 2006) que tem postura contrária ao ensino

especial considera que a LDB apresenta contradições por prever serviços da

educação especial para o atendimento educacional aos alunos com necessidades

educacionais especiais. Por outro lado, Mazzota (1998; 2003) que tem postura

favorável ao uso de serviços e recursos da educação especial, considera que a LDB

reflete uma concepção democrática da educação, ao prever para o atendimento

educacional dos alunos com deficiências, serviços e recursos da educação especial.

Esta é só uma amostra de como a interpretação da legislação cria mais polêmicas

em relação à inclusão escolar. Por outro lado discussões e conclusões feitas a partir

de análises da legislação como as de Bueno (2008); Ferreira e Ferreira (2004) e

Prieto (2001; 2004; 2006) são salutares, na medida em que apontam aspectos

pouco claros e inconsistências na legislação. Este tipo de analise contribui para que

aspectos legislativos sejam melhorados e falhas sejam corrigidas.

Dentro da implantação da inclusão escolar a educação especial tem papel

protagónico, pois, conforme foi verificado, nas concepções de inclusão escolar de

Mantoan (1997; 2002; 2004; 2006); Mazzotta (1998;2003); Bueno(2008); Omote

(1999;2004) Schwartzman (1997) e Ferreira e Ferreira (2004), a educação especial

tem se tornado o cerne de polêmicas e embates. As discussões dos autores em

relação à educação especial, como pode ser constatado na análise se centralizam

em dois aspectos: o lócus de atendimento educacional para os alunos com

deficiências e o uso de recursos e serviços de ensino especial.

Conforme especificado por Mantoan (1997; 2002; 2004; 2006) um único

sistema de ensino deve dar conta de atender às necessidades educacionais de

todos os alunos com e sem deficiências e não devem ser oferecidas aos alunos com

deficiências, condições de ensino diferentes das oferecidas aos outros alunos. Isto

remete novamente aos objetivos da inclusão escolar: o ensino e a aprendizagem

dos alunos. Considerando-se que este é o objetivo perseguido pela inclusão escolar,

a proposta da autora torna-se inviável. Sabe-se que a escola pública brasileira não

tem conseguido proporcionar aprendizagem acadêmica sequer aos alunos que não

possuem deficiências. Conforme apontado por Bueno (2001; 2008) e Leonardo

(2008) tem havido pouco investimento no sistema educacional como um todo.

106

Compreende-se que, na intenção de não deixar ninguém de fora desde o

começo e acabar com a segregação dos alunos com e sem deficiências que da

escola regular foram excluídos por diferentes mecanismos, podem surgir outros

mecanismos de exclusão em relação ao aluno com deficiência. O afã de não

segregar ou diferenciar os alunos com deficiências pode fazer com que suas

necessidades educacionais e especificidades sejam ignoradas, oferecendo-se a

eles, um ensino indiferenciado no sentido de para eles não ser adaptado. Conforme

aponta Omote (1999, 2004), os alunos com deficiências são “normalizados” ao ser

oferecido a eles um atendimento educacional similar ao dos alunos sem deficiências,

pois o tratamento igualitário que se deseja não deve implicar a desconsideração das

suas singularidades, das suas características particulares, haja vista que isso

compromete o processo de inclusão do aluno, seu acesso ao ensino, e o processo

de escolarização.

Se o que se quer garantir é a equidade entre os alunos, devem-se identificar

corrigir as falhas atribuídas ao paradigma da integração escolar que produziu as

denominadas por “incapacidades intelectuais” Mantoan (1998 p.4) nas escolas. A

correção destas falhas não deve limitar-se à não diferenciação e segregação dos

alunos. Pois corrigir estas falhas implica facilitar o acesso ao ensino, à apropriação

de conhecimentos que podem ajudar a contornar situações de exclusão.

Em relação às adaptações pedagógicas, concorda-se com Mazzotta (1998;

2003) no sentido de que são necessários os currículos que levem em consideração

a realidade da escola e da população que essa escola deve atender. Pois conforme

Capellini e Mendes (2002) apontam as escolas devem reconhecer às diferentes

necessidades dos alunos e responder elas bem como garantir a eles a

aprendizagem. Esta garantia pode ser proporcionada por meio de currículo

apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos

especiais.

Compreende-se que a educação especial é indispensável, pois, para muitos

tipos de deficiência ela se constitui em uma única porta de acesso ao conhecimento

ou a algum tipo de atendimento, embora este não seja educacional. Neste sentido,

consideram-se importantes as afirmações de Omote (1999; 2004) ao considerar os

serviços da educação especial integradores, sempre que seja feito um uso

107

adequado destes serviços. Os serviços elencados por Omote (1999) como de

assistência social, fonoaudiologia, psicologia, dentre outros são indispensáveis para

um atendimento educacional integral ao aluno com deficiências. Já que muitos

destes serviços ajudam a superar, amenizar, ou minimizar as limitações decorrentes

das deficiências dos alunos, como é o caso do serviço de fonoaudiologia e

fisioterapia para alunos que têm paralisia cerebral com comprometimentos motores

e na linguagem.

Entende-se que Bueno (2001; 2008); Omote (1999; 2004) Mazzotta (1998;

2003) estão certos ao afirmar que nada justifica o fim da educação especial. Embora

ela seja considerada segregativa, marginalizante, excludente e discriminatória,

presta serviços valiosos para a educação dos alunos com deficiências. O uso de

seus recursos e serviços devem ter papel de coadjuvantes e/ou subsidiários do

ensino regular.

Dentro da implantação da inclusão escolar destaca-se o papel central

atribuído ao professor como o sujeito responsável pelo sucesso ou fracasso da

inclusão escolar. O preparo e despreparo do professor são constantemente

mencionados na literatura. A respeito disso, concorda-se com Prieto (2006) que

considera que ao se incluírem alunos com deficiências devem ser contempladas

também as necessidades dos professores. As especificidades de alguns alunos com

deficiências colocam a necessidade de uma formação específica do professor, mais

ainda quando o professor precisa se preparar para atender a necessidades tão

específicas dos alunos. Mesmo por que existem deficiências que demandam uma

especialização do professor. Por exemplo: poucos professores têm preparo para

lidar com a Linguagem Brasileira de Sinais – LIBRAS,

Sant’ana (2005) considera que a inclusão escolar dos alunos com deficiências

no ensino regular deve se constituir num pretexto para que os professores procurem

o aprimoramento da capacitação profissional, e também para que a escola se

modernize.

No entendimento da autora, o preparo deve dar-se em cursos de

aperfeiçoamento e de pós-graduação, envolvendo pesquisas sobre o ensino a

alunos com deficiências.

108

São oportunas estas considerações por que a formação do professor é um

processo constante. Contudo não se pode negar que atender às necessidades

educacionais de um aluno cego, surdo ou autista, precisa mais do que a formação

convencional: isso requer uma formação especializada.

A presença de professor especializado, dando apoio ao professor de ensino

regular, também é bastante discutido. Mantoan (2006) discorda da presença do

professor itinerante na sala regular. Em alguma medida a autora está certa, muitas

vezes o professor que deve dar apoio para a inclusão escolar do aluno com

deficiências acaba desenvolvendo outras atividades na sala regular, diferentes do

que é proposto como obrigação deles. No entanto, não se pode negar que a sua

presença dando apoio ao professor da sala de aula regular é necessária. Já que a

formação continuada do professor na Educação Especial que contempla o

aprimoramento visando praticas inclusivas, está em fase de implantação, Já que só

em 12 de abril de 2007, saiu a Portaria Normativa que visa esta formação, assim

também as diretrizes para a formação de professores que indicam que as

instituições formadoras devem incluir nos seus currículos disciplinas que incluam

conhecimentos sobre diversidade, são recentes.

109

Considerações finais

Discriminação, preconceito e exclusão presentes na escola, estes não podem

ser removidos só pelo endosso dos princípios que subjazem à inclusão escolar. São

necessários argumentos concretos derivados de experiências de implementação de

estratégias de ensino que possam ser tomados como exemplo de que é possível

incluir e escolarizar alunos com deficiências em sala de aula regular. Os princípios

que subjazem à inclusão escolar se contrapõem às condições do aluno. Assim o

reconhecimento dos seus direitos não implica negar que, pela gravidade da

deficiência que alguns alunos possuem, não podem ser inseridos no ensino regular,

pois precisam de atendimentos mais complexos e especializados.

A inclusão escolar tem o objetivo de atingir ao aluno com deficiências, uma

vez que o sistema encarregado de efetivar a inclusão escolar é o ensino especial.

O acesso aos conhecimentos e a outras possibilidades de inserção social ainda é

uma proposta por que está demorando a efetivar se. Sabe-se que o ensino em geral

atravessa dificuldades e as condições do mesmo não são as melhores mesmo para

os alunos sem deficiências. Entretanto há uma população que precisa ter definida

com clareza sua inserção na escola regular. Precisa que a escola lhe possibilite o

acesso à sociedade como cidadão de direitos. Para isso urge que a inclusão escolar

do aluno com deficiências seja feita.

Em razão de tantas indefinições considera-se que é importante que ao ser

definido o conceito de atendimento educacional dos alunos com deficiências, exista

mais clareza e sejam evitadas ambigüidades.

É inquestionável o direito à educação para todos os alunos, com e sem deficiências

e o reconhecimento dos seus direitos de igualdade. Entretanto a igualdade de valor

por si só não garante o desenvolvimento; assim é necessário que o aluno tenha

acesso ao ensino e aprendizado.

A convivência por si só não fará com que as mudanças ocorram, pois as

interações envolvem comportamentos das pessoas que se influenciam mutuamente.

Há uma troca nesta relação. Para esta convivência ser produtiva é necessário um

110

trabalho de intervenção junto a toda a comunidade escolar, incluído aqui o aluno

com deficiências.

Considera-se que os princípios que subjazem à inclusão escolar se

contrapõem às condições do aluno. Assim o reconhecimento dos seus direitos não

implica negar que pela gravidade da deficiência que alguns alunos apresentam, não

podem ser inseridos no ensino regular, pois precisam de atendimentos mais

complexos e especializados. Assim sendo os recursos auxílios e serviços da

educação especial devem seguir existindo.

È inegável que a escola tem poder transformador da realidade social,

entretanto a escola não é a única instância pela qual deva ocorrer a inserção social

do aluno com deficiências. As outras instâncias sociais, como sistema de saúde,

comunidade, dentre outros, também devem participar de forma ativa, para que a

pessoa com deficiências se torne cidadão de direitos. Uma vez que a pessoa com

deficiência, no seu cotidiano se relaciona com todas as outras instâncias da

sociedade.

111

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___________ Entrevista com Romeu Kazumi Sassaki realizada pela Secretaria de Educação Especial, do Ministério da E ducação e do Desporto. 1998. <HTTP://EDUCACAOONLINE.PRO.BR/>. Acesso: 15 de outubro de 2008 SCHWARTZMAN, José Salomão. Integração: do que e de quem estamos falando? In MANTOAN, Maria. Cols.. A Integração das Pessoas com Deficiência: Contribuições Para uma Reflexão Sobre o Tema. São Paulo: Memnon, 1997. SCHILLING, Flávia; MIYASHIRO, Sandra Galdino Como incluir? O debate sobre o preconceito e o estigma na atualidade. Educação e Pesquisa , São Paulo, v.34, n.2, p. 243-254, maio/ago. 2008 SENNA, Luiz Antonio Gomes Formação docente e educação inclusiva. Cadernos de Pesquisa , v. 38, n. 133, jan./abr. 2008 SILVA, Simone Cerqueira da; ARANHA Maria Salete Fábio. Interação entre professora e alunos em salas de aula com proposta pedagógica de educação inclusiva. Revista Brasileira de Educação Especial , Marília, Set.-Dez. 2005, v.11, n.3, p.373-394 SIQUEIRA, Benigna Alves. Inclusão de alunos deficientes mentais no ensino regular: Limites e possibilidades de participação em sala de aula. In Bueno, José Geraldo da Silveira Mendes,Geovana Mendonça Lunardi;Santos, Roseli Albino dos. Deficiência e escolarização: Novas perspectivas de análise. Junqueira Marin Editores 2008

SPROVIERI, Maria Helena S. A integração da pessoa deficiente. In: MANTOAN, Maria. Cols. A Integração das Pessoas com Deficiência: Contribui ções Para uma Reflexão Sobre o Tema. São Paulo: Memnon, 1997. STAINBACK, Susan; STAINBACK, William. Inclusão: um guia para educadores . Porto Alegre: Artmed. 1999. SCHUELER, Alessandra F. Martinez de. Crianças e escolas na passagem do Império para a República. Revista brasileira de Historia . v.19 n.37 São Paulo Sept. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 01881999000100004&lng=es&nrm=iso&tlng=es:>. Acesso em 20/04/2009. TEDESCO, Juan Carlos. A modo de conclusão uma agenda de política para o setor docente. In: FANFANI Emilio Tenti. (Org). Comp. El oficio docente: Vocación, trabajo y profesión em el siglo XXI. Buenos Aires: Siglo veintiuno edito.

123

TESSARO, Nilza Sanches; WARICODA, Ana Sayuri Ribeiro; BOLONHEIS, Renata Cristina Marques; ROSA,.Ana Paula Barletta Inclusão escolar: Visão de alunos sem necessidades educativas especiais. Psicologia Escolar e Educacional, 2005 Volume 9 Número 1 p. 105-115 WALBER,Vera Beatris; SILVA, Rosane Neves da As práticas de cuidado e a questão da deficiência : Integração ou inclusão? Estudos de Psicologia Campinas 23(1) I 29-37 I janeiro-março 2006

124

ANEXOS

Anexo 1- Lista de dissertações e teses da bibliotec a da PUC-SP.

Nº Título Autor

Ano e

tipo de

material

1 Da atividade prescrita ao real da atividade: Análise da atividade docente em uma escola regular, sob a perspectiva da psicologia sócio-histórica e da clínica da atividade.

Agnes Maria Murta

TD 2008

2 A progressão escolar de alunos com deficiência em classes comuns: a experiência de Santo André

Alberto Alves de Souza

DM 2005

3 A Inclusão do aluno surdo no ensino regular na perspectiva de professores da rede municipal de ensino de Botucatu.

Ana Claudia Tenor

DM 2008

4 Reação emocional do professor na relação com o aluno com deficiência.

Ana Lúcia Artioli TD 2008

5 A escolarização dos alunos com deficiência em Moçambique: Um estudo sobre a implementação e os resultados das políticas de inclusão escolar (1999-2006)

Alfredo Chambal

DM 2007

6 Inclusão escolar dos alunos com deficiência: Um estudo das propostas e ações políticas e sua apropriação por escolas da rede municipal de ensino de Maceió- AL

Cristiana Beatrice Lykouropoulos

DM 2007

7 Dilemas da escola inclusiva. Célia Magalhães de Souza

DM 2006

8 As várias faces da produção do fracasso escolar: Em nome da inclusão, uma historia de exclusão.

Raquel Alves Cassoli

DM 2007

9 Educação inclusiva: Formação de grupamentos afetivos, intelectuais e recreativos entre deficiente mental incluído em escola regular e seu grupo de pares.

José Luis Germano Martins

DM 2007

10 O professor e a educação inclusiva: Um estudo sobre identidade

Katia Eliza Ferreira Pedro

DM 2008

11 Sentimentos de professores frente às dificuldades na prática da educação inclusiva de alunos com deficiência no ensino fundamental

Maria Cristina Sanchez da Costa

DM 2007

125

12 Práticas de professores do ensino regular com alunos surdos inseridos: Entre a democratização do acesso e a permanência qualificada e a reiteração da capacidade de aprender.

Mércia Aparecida da Cunha oliveira

TD 2 005

13 Inclusão de alunos com necessidades educacionais na rede regular de ensino:Análise da experiência da diretoria de ensino regional de Franca: Desafios e possibilidades.

Solange Vera Nunes de Lima D`agua

TD 2007

14 A linguagem da inclusão/exclusão social na historia, nas leis e na prática educacional.

Suelli Sales Fidalgo

TD 2006

15 Atuação do Psicólogo na educação escolar: Uma análise de práticas que visam atender à perspectiva inclusiva.

Tânia Gonçalves Martins

DM 2008

16 O falante entre cenas: Descaminhos da comunicação na deficiência mental.

Luciana Carnevale

TD 2008

19 A disseminação da deficiência mental no campo da educação: A Revista Educação (1927-1946)

Maria Aparecida Augusto Sato Vilela

DM 2006

27 Processos de escolarização e deficiências: Trajetórias escolares singulares de ex-alunos de classe especial para deficientes mentais.

Roseli Albino dos Santos

TD 2006

28 As famílias com filhos deficientes e a escolha da escola: o caso do colégio Coração de Jesus.

Adarzilse Mazzuco Dallabrida

TD 2006

29 Ensino de respostas de descrição do próprio comportamento para crianças com desenvolvimento atípico.

Flávia Henriquez Baião de Azevedo.

DM 2008

30 Procedimento para promover habilidades relacionadas ao brincar em crianças diagnosticadas com autismo.

Patricia Kukliewcz

DM 2007

31 A comunicação suplementar e/ou alternativa na vida de pessoas com paralisia cerebral, adultas e institucionalizadas.

Marisa Cláudia Feital da Silva.

DM 2006

32 Ambientes de comunicação Alternativos com base na realidade aumentada para crianças com paralisia cerebral: Uma proposta de currículo em ação.

Tania Rossi Garbin.

TD 2008

33 A construção social das expectativas de mães de crianças com paralisia cerebral grave frente à escolarização.

Viviane Saladino Passos

DM 2007

126

Anexo 2 – Lista preliminar de livros, capítulos d e livros artigos a partir de

referências bibliográficas das dissertações e teses e das referências das

referências.

Nº Referências Bibliográficas Ano e Localização

1 Stainback, Susan e Stainback, William. Um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas.

1999

2 Stainback, Susan. As raízes do movimento da inclusão. Pátio Porto Alegre n.20, p.15-17

2002

3 Mitler. Peter. Inclusão escolar é transformação na sociedade. Presença Pedagógica.

1999

*4 Mader, Gabriele. Integração da pessoa portadora de deficiência: a vivência de um novo paradigma, In: M aria Tereza Egler Mantoan (Org). A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para a reflexão sobr e o tema. São Paulo: Memnom.

1997

5 Carvalho, Rosita Edler. A nova LDB e a educação especial. Rio de Janeiro: WVA.

1997

6 Capellini, Vera Lúcia Messias Fialho. A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns: avaliação do rendimento acadêmico. São Carlos. UFSCAR.

2001

7 José Geraldo Silveira Bueno Educação especial brasileira, integração/segregação do aluno diferente. 2ª edição. São Paulo: EDUC.

2004

8 Bueno, J. Educação Inclusiva: princípios e desafios. Revista Mediação. Rio de Janeiro. Instituto Helena Antipoff

1999

9 Bueno, J. A inclusão de alunos deficientes nas classes comuns do ensino regular. Temas Sobre Desenvolvimento. São Paulo:v.9,n.54, p.21-27.

2001

10 Aranha, Maria Salete Fábio. A inclusão social do deficiente: análise conceitual e metodológica. Temas em Psicologia.

1994

*11 Aranha, Maria Salete. Inclusão Social e municip alização. In: E. J. Manzini (Org.) Educação Especial: Temas A tuais. Unesp. Marília Publicações.

2000

12 Omote, Sadao. Normalização, Integração, Inclusão. Revista Ponto de vista. 1:4-13 - Universidade Federal de Viçosa. M.G.

1999

13 Sassaki, Romeu. Entrevista Integração 20: 8-10 1998 *14 Amaral, Ligia. Pensar a Diferença/ Deficiência. Brasília

DF CORDE. 1994

*15 Ferreira, M. e Ferreira, J. Sobre Inclusão, Pol íticas Públicas E Práticas Pedagógicas. In: M. Góes.; A. Laplane. (Orgs.) Políticas e práticas de educação inclusiva. Campinas SP: Autores Associados.

2004

16 Artioli A. A Educação do Aluno Deficiente: A Visão do 2006

127

Professor. Psicologia da Educação. São Paulo: Educ n. 23, jul. dez p.103-121

17 Biancheti, L. Aspectos Históricos da Educação Especial n. 3 v.II p. 7-19

1995

18 Glat, Rosana A integração Social dos Portadores de Deficiência: Uma Reflexão. Rio de Janeiro Sette Letras.

1995

19 Januzzi,Gilberta As Politicas e os Espaços para a Criança Excepcional. In: Freitas, M. Org. Historia Social da Infancia no Brasil. São Paulo: Cortez.

1997

20 Macedo L. Fundamentos para uma Educação Inclusiva. Psicologia da educação: São Paulo: EDUC n.13 Jul-Dez p. 2951

2001

21 Mendes, Enicéia A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil Revista Brasileira de Educação v. 11 n. 33 set./dez. 387

2006

22 Omote,Sadão. Integração do Deficiente: Pseudo-problema. Revista Temas em Psicologia n.2 p.55-61

1995

23 Omote,Sadão. Classes especiais: Comentários à margem do texto de Torezan e Caiado. Revista Brasileira de Educação Especial. Marilia. V.6,n.1,p. 43-63

2000

24 Omote,Sadão. A formação do professor de educação especial na perspectiva da inclusão. In: Barbosa, R. Formação de Educadores: Desafios e perspectivas. São Paulo: Unesp.

2003

25 Stainback, Susan. Reflexões sobre a Diversidade na Educação. As raízes do movimento da Inclusão. Pátio ano V n.20 Fev-Abr p.15-17

2002

*26 Martins, Lúcia. Inclusão: Compartilhando Saber es. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes.

2006

27 Mitler, Peter. Educação Inclusiva: Contextos Sociais. Porto Alegre: Artemed.

2003

28 Matsikei, A. Políticas Públicas de Inclusão Educacional: Desafios e Perspectivas. Educar. Curitiba n. 23 p.185-202 Editora UFPR

2004

29 Martins, Lúcia. Inclusão Escolar: Algumas Notas introdutórias. In: Inclusão: Compartilhando Saberes. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes.

2006

30 Martins, J de S. Exclusão Social e a Nova Desigualdade. São Paulo. Paulus.

1997

31 Ferraro, A. Escolarização na Ótica da Exclusão. In: Marchesi, A. e Gil, C. Fracasso Escolar: Uma Perspectiva Multicultural.

2004

32 Ferraro, A. Diagnóstico da Escolarização no Brasil. Revista Brasileira de Educação. n.12 Set-Dez. p.22-47 São Paulo

1999

33 Bueno, José Geraldo. Inclusão Escolar: Uma Critica Conceitual e Política. Trabalho apresentado no V Seminário Capixaba de Educação Especial. Vitória. UFESP.

2005

*34 Saint-Laurent, Lise. A Educação de Alunos com Necessidades Especiais. In: Mantoan, Maria Teresa. Cols. A Integração das Pessoas com Deficiência: Contribuições Para uma Reflexão Sobre o Tema. São

1997

128

Paulo: Memnon. 35 Sassaki, Romeu. Inclusão: Construindo uma Sociedade para

Todos 3ª Edic. Rio de Janeiro: WVA. 1999

36 Prieto, Rosángela . Políticas de Inclusão Escolar no Brasil Descrição da Implementação em Municípios das Diferentes regiões. In Anais da 27ªANPED Reunião Anual. Caxambu.

2004

*37 Mazzota, Marcos. Educação Especial no Brasil: H istoria e Política Publica. São Paulo: Cortez.

2005

38 Mantoan, Maria Teresa, Inclusão Escolar: O que é?Por Quê? Como Fazer? São Paulo: Moderna.

2006

*39 Mantoan, M. Contribuições da Pesquisa e Desenvolvimento de Aplicações para o Ensino Inclusi vo de Deficientes Mentais. In: Mantoan, M. Cols. A Integração das Pessoas com Deficiência: Contribuiçõ es Para uma Reflexão Sobre o Tema. São Paulo: Memnon.

1997

*40 Mantoan, M. O Direito de Ser, sendo Diferente Na Escola. In Omote, S. Org. Inclusão e Realidade. Marília: Fu ndepe Publicações.

2004

41 Mantoan, M. Educação escolar de deficientes: problemas para pesquisa e desenvolvimento. Cadernos Cedes v.9, n.46 Campinas: Setembro.

1998

42 Mantoan, M. Org.Por uma escola (de qualidade) Para todos. In Machado, Nilson,et al.São Paulo Moderna

2001

43 Mantoan, M. Escola aberta à diversidade. LEPED Laboratório de Estudo e Pesquisas em Ensino e Diversidade. Campinas: Unicamp.

2001

44 Mantoan, M. Educação Especial o Brasil: Da Exclusão à Inclusão Escolar. LEPED Laboratório de Estudo e Pesquisas em Ensino e Diversidade. Campinas: Unicamp.

2001

*46 Januzzi, Gilberta. A Educação do Deficiente no Brasil: Dos primórdios ao Inicio do Século XXI 2ª Edic. Campinas SP: Autores Associados

2006

47 Garcia, Rosalba Discursos Políticos Sobre Inclusão: Questões para Políticas públicas de Educação Especial no Brasil. In: ANPED Anais da 27ª reunião Anual. Caxambu p.17

2004

48 Ferreira, A nova LDB e as Necessidades Educativas Especiais. São Paulo Cadernos Cedes.

1998

49 Bueno,J.;Ferreira,J.;Romero,J.; Políticas de Educação Especial no Brasil: Estudo Comparado das Normas. Das Unidades da Federação. In: ANPED Anais da 26ª Reunião Anual de Poços de Caldas

2004

*50 Bueno, José Geraldo. A Integração Social das Cr ianças Deficientes: A Função da Educação Especial. In: Mantoan, M. e Cols. A integração das pessoas com deficiência contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnom.

1997

51 Goffredo,V. A Escola como Espaço Inclusivo. InSalto para o futuro: Educação especial: Tendências atuais. 9v. Brasília DF: MEC: Secretaria de Educação a Distância.

1999

129

52 Goffredo, V. Integração ou segregação? O discurso e a prática das escolas da rede oficial do município de Rio de Janeiro. Integração. 4(10) 118-127

1992

*53 Oliveira, Ana; Leite, Lúcia.Escola Inclusiva e as Necessidades educacionais especiais. in E. J. Manzini (Org.) Educação Especial: Temas Atuais. Unesp. Marília Publicações.

2000.

54 Werneck,Claudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro WVA

1997

55 Werneck,C. Sociedade Inclusiva: Quem cabe no seu todos? Rio de Janeiro WVA.

1999

56 Werneck,C. Inclusão: Qualidade para todos. In: Revista Nova Escola São Paulo. n.123

1999

*57 Sawaia, B. Orgs. As Artimanhas da exclusão: Aná lise psicossocial e ética da desigualdade social 3ª Edic . Petrópolis RJ

2002

58 Sawaia, B. Introdução: Inclusão ou exclusão perversa. In: Sawaia, B. Orgs. As Artimanhas da exclusão: Análise psicossocial e ética da desigualdade social 3ª Edic. Petrópolis R

2002

59 Machado.A.M. e Souza, M.P.R. de As crianças excluídas da escola: Um alerta para a psicologia. In: Machado M. Orgs. Psicologia Escolar: Em busca de novos rumos. São Paulo: Casa do Psicólogo.

1997.

60 Tanamachi,E. Articulação da saúde com a educação nos desafios da educação inclusiva. In: Machado, A. Et AL. Psicologia e direitos humanos: Educação Inclusiva e direitos humanos na escola. São Paulo: Casa do Psicólogo.

2005

61 Tanamachi, E. Crianças de classe especial. São Paulo: Casa do Psicólogo.

1995

*62 Schwarzman, J. Integração: do que e do quem est amos falando. In: Mantoan, M. Cols. A Integração das Pes soas com Deficiência: Contribuições Para uma Reflexão So bre o Tema. São Paulo: Memnon.

1997

63 Rodrigues, D. Org. Inclusão e educação: Doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Sumus.

2006

64 Patto, M. A produção do fracasso escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo.

2000

*65 Marques, C. Integração Uma Via de Mão Dupla. In : Mantoan, M. Cols. A Integração das Pessoas com Deficiência: Contribuições Para uma Reflexão Sobre o Tema. São Paulo: Memnom

1997

66 Macedo, L. de Fundamentos para uma educação inclusiva. Psicologia da Educação. São Paulo: n.13 p. 29-43

2004

67 Ferreira, J. Educação especial, inclusão e políticas educacionais brasileiras. In: Rodrigues, D. Org. Doze olhares sobre a Educação Inclusiva. São Paulo: Sumus.

2006

130

*68 Coll, C. e Marchesi, A. Desenvolvimento psicoló gico e educação.Necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas.

1995

69 Carvalho, R. Temas em educação especial. 2ª Ed. Rio de Janeiro. WVA.

2000

70 Barbosa, L. O papel da Psicopedagogia no processo de inclusão e exclusão escolar. In: Parolin, I. Aprendendo a incluir e incluindo para aprender. São José dos Campos: Pulso Editorial.

2006

71 Angelucci, C. A inclusão escolar de pessoas com necessidades especiais na rede estadual de São Paulo: A dissimulação da exclusão. In: Viégas,L.de S.; Angelucci, C. Orgs. Politicas públicas em educação e psicologia escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo.

2006

72 Tessaro, N. Inclusão escolar: Concepções de professores e alunos da educação regular e especial. São Paulo: Casa do psicólogo.

2005

73 Merch, L. O que é educação inclusiva. Integração 10(20) p. 37-40

1998

74 Gotti, M. Integração e inclusão :Nova perspectiva sobre a prática da educção especial. In: Marquezine, M. Orgs. Perspectivas multidisciplinares em educação especial. Londrina: UEL.

1998

75 Prado, A. do e Mariostega, V. A Inclusão do portador de necessidades especiais em âmbito social e escolar. Cadernos de educação especial. Santa Maria. n.17 p.07-90.

2001

76 Kassar, M. Deficiências múltiplas e a educação especial no Brasil. Campinas: Autores Associados

1999

77 Jesus, S. e Martins, M. Práticas educativas para a construção de uma escola inclusiva. Revista Cadernos de educação Especial. n.18

2001

78 Gaio, R. e Meneguetti, R. Orgs. Caminhos pedagógicos da educação especial. Petrópolis: Vozes.

2004

79 Rodrigues, A. Et. Al. Contextos de aprendizagem e integração/inclusão de alunos com necessidades educativas especiais. São Paulo: Avercamp

2003

80 Santos, M. dos. e Paulino, M. Inclusão em educação: Uma visão geral. In: Santos M. dos. e Paulino, M. Inclusão em educação: Culturas, políticas e práticas.

2006

*81 Omote, Sadão. Inclusão Intenção e Realidade. Ma rília: Fundep publicações.

2004

82 Cardoso, M. Aspectos Históricos da educação especial. In: Stoäus, C.; Mosquera, J. Educação especial: Em direção à educação inclusiva. Porto Alegre: EdiPUCRS p.15-26

2003

83 Abenhaim, Evanir. Os caminhos da inclusão: Breve história. In: Machado, A. Psicologia e direitos humanos: Educação inclusiva, direitos humanos na escola. São Paulo Casa do Psicólogo.

2005

131

84 Mantoan, Maria T. Abrindo as escolas às diferenças.In Machado Nilson.São Paulo: Moderna.

2001

85 Leonardo, Nilza Sanches Tessaro. Inclusão escolar: um estudo acerca da implantação da proposta em escolas públicas Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) • Volume 12 Número 2 Julho/Dezembro 432 de 2008

2008

132

Anexo 3 – Lista de livros, capítulos de livros, e artigos selecionados da lista

preliminar feita a partir de referências bibliográ ficas das dissertações e teses

e das referências das referências.

Nº Titulo Autor Ano Material (Livro, capitulo de

livro ou periódico

1 Deficiências múltiplas e a educação especial no Brasil. Campinas: Autores Associados

Kassar, M. 1999 Livro

2 Integração da pessoa portadora de deficiência: a vivência de um novo paradigma.

Mader, Gabriele.

1997 Cap. De livro. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para a reflexão sobre o tema.

3 Educação especial brasileira, integração/segregação do aluno diferente.

Bueno, José Geraldo Silveira.

2004 Livro

4 Inclusão Social e municipalização.

Aranha, Maria Salete.

2000 Cap. de livro Educação Especial: Temas Atuais.

5 Normalização, Integração, Inclusão.

Omote, Sadao.

1999 Revista Ponto de vista. formato eletrônico.

6 Pensar a Diferença/ Deficiência. Brasília DF CORDE.

Amaral, Ligia. 1994 Livro

7 Sobre Inclusão, Políticas Públicas E Práticas Pedagógicas.

Ferreira, M. e Ferreira, J.

2004 Cap. de Livro. Políticas e práticas de educação inclusiva.

8 Aspectos Históricos da Educação Especial

Biancheti, L. 1995 Revista brasileira de educação especial..

9 A integração Social dos Portadores de Deficiência: Uma Reflexão.

Glat, Rosana. 1995 Livro.

10 Classes especiais: Comentários à margem do texto de Torezan e Caiado.

Omote,Sadão. 2000 Revista Brasileira de Educação Especial.

11 Inclusão: Compartilhando Saberes.

Martins, Lúcia.

2006 Livro

12 Inclusão Escolar: Algumas Notas introdutórias. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes.

Martins, Lúcia.

2006 Introdução de Livro. Inclusão: Compartilhando Saberes.

13 Diagnóstico da Escolarização no Brasil.

Ferraro, A. 1999 Revista Brasileira de Educação.

14 A Educação de Alunos com Necessidades Especiais.

Saint-Laurent, Lise.

1997 Cap. de livro. A Integração das Pessoas com Deficiência:

133

Contribuições Para uma Reflexão Sobre o Tema.

15 Educação Especial no Brasil: Historia e Política Publica. São Paulo: Cortez.

Mazzota, Marcos.

2005 Livro

16 Inclusão Escolar: O que é?Por Quê? Como Fazer? São Paulo: Moderna.

Mantoan, Maria Teresa.

2006 Livro

17 Contribuições da Pesquisa e Desenvolvimento de Aplicações para o Ensino Inclusivo de Deficientes Mentais.

Mantoan, M. 1997 Cap. de Livro. A Integração das Pessoas com Deficiência: Contribuições Para uma Reflexão Sobre o Tema.

18 O Direito de Ser, sendo Diferente Na Escola.

Mantoan, M. 2004 Cap. de livro livro Inclusão e Realidade. Marília: Fundepe Publicações.

19 Por uma escola (de qualidade) Para todos. In Machado, Nilson,et al.São Paulo Moderna

Mantoan, M. 2001 Cap. de Livro. Pensando e fazendo Educação de qualidade.

20 A Educação do Deficiente no Brasil: Dos primórdios ao Inicio do Século XXI

Januzzi, Gilberta.

2006 Livro

21 Discursos Políticos Sobre Inclusão: Questões para Políticas públicas de Educação Especial no Brasil.

Garcia, Rosalba.

2004 ANPED Anais da 27ª reunião Anual. Caxambu Texto em PDF.

22 A Integração Social das Crianças Deficientes: A Função da Educação Especial.

Bueno, José Geraldo.

1997 Cap. de livro. A integração das pessoas com deficiência:contribuições para uma reflexão sobre o tema.

23 A Escola como Espaço Inclusivo.

Goffredo,V. 1999 Cap. de Livro. Salto para o futuro: Educação especial: Tendências atuais.

24 Escola Inclusiva e as Necessidades educacionais especiais

Oliveira, Ana; Leite, Lúcia.

2000 Cap. de livro. Educação Especial: Temas Atuais. Unesp. Marília Publicações.

25 Integração: do que e do quem estamos falando.

Schwarzman, J.

1997 Cap. de Livro. A Integração das Pessoas com Deficiência: Contribuições Para uma Reflexão Sobre o Tema.

26 Integração Uma Via de Mão Dupla.

Marques, C. 1997 Cap. de livro. A Integração das Pessoas com Deficiência:

134

Contribuições Para uma Reflexão Sobre o Tema.

27 As Artimanhas da exclusão: Análise psicossocial e ética da desigualdade social 3ª Edic. Petrópolis RJ

Sawaia, B. 2002 Cap. de livro.

28 A Inclusão do portador de necessidades especiais em âmbito social e escolar.

Prado, A. do e Mariostega, V.

2001 Cadernos de educação especial. Formato eletrônico.

29 Práticas educativas para a construção de uma escola inclusiva .

Jesus, S. e Martins, M.

2001 Revista Cadernos de educação Especial.

30 Inclusão Intenção e Realidade. Marília: Fundep publicações.

Omote, Sadão.

2004 Livro

31 Abrindo as escolas às diferenças.In Machado Nilson.São Paulo: Moderna.

Mantoan, Maria.

2001 Cap. de livro.

32 Inclusão escolar: um estudo acerca da implantação da proposta em escolas públicas

Nilza Sanches Tessaro

Leonardo

2008 Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) fotmato eletrônico.

135

Anexo 4 - Lista de periódicos que constam na base d e dados PEPsic/CAPES

Anos Disponíveis online Nº Periódicos

PePSIC/CAPES Área Editor

Científico 02

03

04

05

06

07

08

1 Aletheia - revista do curso de psicologia

Psicologia Aletheia - revista do curso de psicologia

2 2 2 2 1

2 Arquivos Brasileiros de Psicologia

Psicologia e áreas afins

Universidade Federal do Rio de Janeiro

1 1 1 2 2

3 Avaliação Psicológica

Psicologia Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica

2 2 2 2 2 2 2

4 Boletim de psicologia

Psicologia e áreas afins

Associação de Psicologia de São Paulo

1 2 2

5 Cadernos de psicologia social do trabalho

Psicologia social

Centro de Psicologia Aplicada ao Trabalho do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

1 1 1 1 2 2

6 Cadernos de psicopedagogia

Psicologia UNIFIEO 1 1 1 1

7 Cógito Psicologia Círculo Psicanalítico da Bahia

1 1 1 1 1 1

8 Construção psicopedagógica

Psicopedagogia clínica e institucional

Instituto Sedes Sapientiae

1 1 1

9 Epistemo-somática Psicologia e Psicanálise

Clínica de Psicologia e Psicanálise do Hospital Mater Dei

1 2

136

10 Escritos sobre educação

Educação Fundação Helena Antipoff. Instituto Anísio Teixeira

1 1

11 Estilos da clinica Psicanálise Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

2 2 2 2 2

12 Estudos de Psicanálise

Psicanálise Circulo Brasileiro de Psicanálise. Círculo Psicanalítico de Minas Gerais

1 1 1 1

13 Estudos de Psicologia Campinas

Psicologia PUC-Campinas

3 4 4 4

14 Estudos e Pesquisas em Psicologia

Psicologia Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Psicologia

2 2 2 3 1

15 Ide Psicanálise e Cultura

Psicanálise Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo

2

16 Imaginário Psicologia Laboratório de Estudos do Imaginário do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

1 2 1

17 Interações - Estudos e Pesquisas em Psicologia

Psicologia Unimarco Editora

2 2 2 2 1

18 Latin American Journal of Fundamental Psychopathology On Line

Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental

1 1

137

19 Mental Psicologia Universidade Presidente Antônio Carlos. Centro de Publicação Científica e Tecnológica

1 2 2 2 2

20 Natureza Humana Psicologia Sociedade Brasileira de Fenomenologia e Grupo de Pesquisa em Filosofia e Práticas Psicoterápicas (GFPP)

2 2 2 1

21 Psic: Revista da Vetor Editora

Psicologia Vetor Editora Psico-Pedagógica

2 2 2 2 2 2

22 Psicologia da Educação

Psicologia da Educação e afins

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Programa de Estudos Pos-Graduados em Psicologia da Educação

1 1

23 Psicologia em Revista

Psicologia Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Instituto de Psicologia

2 2 2

24 Psicologia Escolar e Educacional

Psicologia Escolar e Educacional

Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional - ABRAPEE

2 2 2 2 2 2 1

25 Psicologia Hospitalar

Centro de Estudos Psicologia da Saúde da Divisão de Psicologia ICHCFMUSP

Centro de Estudos Psicologia da Saúde da Divisão de Psicologia ICHCFMUSP

1 2 1

138

26 Psicologia USP Psicologia e ciências afins

Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

2 4 4 2

27 Psicologia: Ciência e Profissão

Psicologia Conselho Federal de Psicologia

4 4 4 4 4 4 2

28 Psicologia: pesquisa e trânsito

Psicologia Vetor Editora Psico-Pedagógica

1 1

29 Psicologia: Teoria e Prática

Psicologia e áreas afins.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

1 2 3 2 2 2

30 Psico-USF Psicologia Universidade São Francisco

1 2 2 2 2 2 1

31 Reverso Psicanálise Círculo Psicanalítico de Minas Gerais

1 1 1 1

32 Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano

crescimento e desenvolvimento humano

Centro de Estudos de Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano

3 1

33 Revista Brasileira de Orientação Profissional

Orientação Profissional

Vetor Editora 2 2 2 2 2

34 Revista Brasileira de Psicanálise

Psicanálise Federação Brasileira de Psicanálise

4 1

35 Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva

Psicologia Comportamental e Cognitiva

Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental

2 2 2 2 2 1

36 Revista Brasileira de Terapias Cognitivas

Teorias e Terapias Cognitivas

Casa do Psicólogo

2 2 2 1

37 Revista da SBPH Psicologia hospitalar

Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

2 2 2 2

139

38 Revista da SPAGESP

Psicanálise Vincular

Sociedade de Psicoterapias Analíticas Grupais do Estado de São Paulo

1 1 2 2 2

39 Revista de Etologia Comportamento animal

Sociedade Brasileira de Etologia

1 1 2

40 Revista Interamericana de Psicologia

Psicologia Sociedade Interamericana de Psicologia

1 3 1

41 SMAD. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas

saúde mental Universidade de São Paulo Laboratório de Pesquisa Stress Alcoolismo e Uso de Drogas da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto

2 2 2 1

42 Temas em Psicologia

Psicologia Sociedade Brasileira de Psicologia

1 2

43 Vínculo - Revista do NESME

Psicanálise Vincular

Núcleo em Saúde Mental e Psicanálise das Configurações Vinculares

1 1 1 1 1

140

Anexo 5 - Lista de artigos recuperados na base de dados PEPSIC /CAPES

Nº Titulo do Artigo Autor Ano Periódico

1 Inclusão educacional para pessoas portadoras de deficiência: um compromisso com o ensino superior.

Moreira, Hélvio Feliciano, Michels, Luciano Rhinow and Colossi, Nelson

2006 Escritos sobre educação

1 As práticas de cuidado e a questão da deficiência: integração ou inclusão?

Vera Beatris Walber-Rosane Neves da Silva

2006 Estudos de Psicologia Campinas

2 Inclusão escolar visão de alunos sem necessidades educativas especiais

Nilza Sanches Tessaro; Ana Sayuri Ribeiro Waricoda; Renata Cristina Marques Bolonheis; Ana Paula Barletta Rosa.

2005 Psicologia Escolar e Educacional

3 Inclusão social/escolar de pessoas com necessidades especiais: múltiplas perspectivas e controversas práticas discursivas

Ticiana Melo de Sá Roriz, Katia de Souza Amorim e Maria Clotilde Rossetti Ferreira

2005 Psicologia USP

5 Educação inclusiva: uma contribuição da história da psicologia

Lourenço, Érika 2000 Psicologia: ciência e profissão

6 Inclusões e inclusões: a inclusão simbólica

Mena, Luiz Fernando Belmonte

2000

7 Gramáticas discursivas da educação especial

Fabiana Wanderley Moreira

2005

8 Inclusão escolar: representações compartilhadas de profissionais da educação acerca da inclusão escolar

Gomes, Claudia; Rey, Fernando Luis Gonzalez

2007

Psicologia: ciência e profissão

9 Integração Social do Deficiente: Análise Conceitual e Metodológica.

1 Aranha, M.S.F 1995 Temas em Psicologia

10 Inclusão escolar e deficiência mental: análise da interação social

Marcus Welby Batista Sônia Regina Fiorim Enumo

2004 Estudos de Psicologia

141

entre companheiros. 11 Inclusão Escolar de

Crianças com Deficiência Múltipla: Concepções de Pais e Professores

Flávia Furtado Silveira Marisa Maria Brito da Justa Neves

2006 Psicologia:Teoria e Pesquisa

12 Educação inclusiva: Concepções de professores e diretores

Izabella Mendes Sant’Ana

2005 Psicologia em Estudo

13 Psicologia e compromisso social - educação inclusiva: desafios, limites e perspectivas

Luciana Bicalho Cavanellas

2000 Psicologia ciência e profissão

142

Anexo 6 - Lista de periódicos selecionados na base de dados SciELO/CAPES

Anos disponíveis online

Nº Periódicos SciELO/ CAPES

Área Editor Científico

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

1 Caderno CRH Área Educacional

Centro de Estudos Educação e Sociedade

3 3 3 3 3 3 2

2 Cadernos CEDES

Área Educacional

Centro de Estudos Educação e Sociedade UNICAMP

3 3 3 3 3 3 2

3 Cadernos Pagu Estudos de Gênero no Brasil

Núcleo de Estudos de Gênero – Pagu UNICAMP

1 2 2 2 2 2 1

4 Cadernos de Pesquisa

Estudos e Pesquisas em Educação

Fundação Carlos Chagas

3 3 3 3 3 3 2

5 Ciência & Educação Bauru

Educação Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência, Bauru: Faculdade de Ciências, UNESP

3 2

6 Dados - Revista de Ciências Sociais

Ciências Sociais

IUPERJ - Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro

4 4 4 4 4 4 2

7 Educar em Revista Área Educacional

Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná

2 2 1

8 Educação & Sociedade

Educação Centro de Estudos Educação e Sociedade Cedes UNCAMP

4 4 4 4 4 4 2

143

9 Educação e Pesquisa Educação Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

2 2 3 3 3 3 2

10 Educação em Revista Educação Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais

2 1

11 Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação

Educação Fundação CESGRANRIO

1 4 4 4 3

12 Estudos Avançados Ciências Sociais

Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo

3 3 3 3 3 3 2

13 Estudos de Psicologia Campinas

Psicologia PPG em Psicologia.Pontifícia Universidade Católica de Campinas

4 4 4 3

14 Estudos de Psicologia Natal

Psicologia Universidade Federal de Rio Grande do Norte UFRN

3 3 3 3 3 3 1

15 Fractal : Revista de Psicologia

Psicologia Universidade Federal Fluminense Departamento de Psicologia

1

17 Interações Campo Grande

Desenvolvimento Científico

Universidade Católica Dom Bosco

1 2 2

16 Interface – Comunicação, Saúde, Educação

Educação Fundação UNI/ UNESP

2 3 2 3 3

17 Novos Estudos - CEBRAP

Ciências Sociais e Humanidades

Centro Brasileiro de Análise e Planejamento

2 3 3 1

18 Physis: Revista de Saúde Coletiva

Saúde Coletiva

Instituto de Medicina Social IMS-UERJ

2 2 2 3 2 3 1

19 Pro-Posições Educação. UNICAMP Faculdade de Educação

2

144

20 Psicologia & Sociedade

Psicologia e Sociedade

Associação Brasileira de Psicologia Social

2 2 3 3 3 5 3

21 Psicologia Clínica Psicologia Clínica

Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

1 2 2 1

22 Psicologia em Estudo Psicologia. Departamento de Psicologia Universidade Estadual de Maringá

2 3 3 3 3 3 2

23 Psicologia: Reflexão e Crítica

Psicologia. Curso de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

3 3 3 3 3 3 2

24 Psicologia: Teoria e Pesquisa

Psicologia. Instituto de Psicologia Universidade de Brasília

3 3 3 3 3 5 2

25 Revista Brasileira de Ciências Sociais

Ciências Sociais

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais - ANPOCS

3 3 3 3 3 3 1

26 Revista Brasileira de Educação Especial

Educação Especial

Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial - ABPEE

2 3 3 2

27 Revista Brasileira de Educação

Educação Editora Autores Associados

1 3 3 3 3 3 2

28 Revista da Faculdade de Educação

Educação Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

145

29 Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica

Psicanálise Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

2 2 2 2 2 2 1

30 Revista do Departamento de Psicologia. UFF

Psicologia Universidade Federal Fluminense Departamento de Psicologia

2 2 2

31 São Paulo em Perspectiva

Fenômenos Sócio-Económicos

Fundação SEADE

4 4 4 4

32 Interações Campo Grande

Desenvolvimento Local.

Universidade Católica Dom Bosco

1 2 2

33 Revista Katálysis Serviço Social

Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Curso de Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina

1 3 1

34 Opinião Pública Análise de Opinião Pública

Centro de Estudos de Opiniãoo Publica da Universidade Estadual de Campinas

2 2 2 2 2 2 1

35 Paidéia Ribeirão Preto

Psicologia, Educação e Áreas Afins.

Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto

2 3 1

146

Anexo 7 - Lista de artigos recuperados da base de d ados SciELO/CAPES

Nº Artigos Autores Ano Periódico 1 Educação escolar de

deficientes mentais: problemas para a pesquisa e o desenvolvimento

Mantoan, Maria Teresa Eglér.

1998

2 A nova LDB e as necessidades educativas especiais.

Ferreira, Júlio Romero.

1998

3 Liberalismo, neoliberalismo e educação especial: algumas implicações

Kassar, Mônica de Carvalho Magalhães.

1998

Cadernos CEDES

4 Formação docente e educação inclusiva

Senna, Luiz Antonio Gomes.

2008 Cadernos de Pesquisa

5 Alunos com deficiência matriculados em escolas públicas de nível fundamental: algumas considerações.

Kasper, Andrea de Aguiar, Loch, Márcia do Valle Pereira e Pereira, Vera Lúcia Duarte do Valle

2008 Educar em Revista.

6 Inclusão e governamentabilidade

Veiga-Neto, Alfredo e Lopes, Maura Corcini

2007

7 Uma análise das condições para a implementação de políticas de educação inclusiva no Brasil e na Inglaterra

Laplane, Adriana. 2006

Educação e Sociedade.

8 O enigma da inclusão: das intenções às práticas pedagógicas

Ferreira, Maria Elisa Caputo.

2007

9 Como incluir? O debate sobre o preconceito e o estigma na atualidade

Schilling, Flávia and Miyashiro, Sandra Galdino

2008

Educação e Pesquisa

10 Inclusão sócio-educativa na escola: avaliação do processo e dos alunos.

Freitas, Neli Klix. 2008

11 Construção de um sistema educacional inclusivo: um desafio político-pedagógico.

Anna Augusta Sampaio de Oliveira, Lucia Pereira Leite

2007

Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação.

147

12 Qual é o lugar do aluno com deficiência? O imaginário coletivo de professores sobre a inclusão escolar.

Ávila, Camila Ferreira de, Tachibana, Miriam e Vaisberg, Tânia Maria José Aiello

2008 Paidéia Ribeirão Preto

13 Algumas reflexões sobre a pessoa portadora de deficiência e sua relação com o social.

Quintão, Denise Teresinha da Rosa.

2005 Psicologia e Sociedade

14 Mudanças nas concepções do professor do ensino fundamental em relação à inclusão após a entrada de alunos com deficiência em sua classe.

Monteiro, Ana Paula Húngaro, Manzini, Eduardo José

2008

15 Inclusão do aluno com dismotría cerebral ontogenética: analise das práticas pedagógicas

Leão, Andreza Marques de Castro Et al.

2006

16 Interação entre professora e alunos em salas de aula com proposta pedagógica de educação inclusiva.

Silva, Simone Cerqueira da e Aranha, Maria Salete Fábio

2005

17 Atitudes parentais em relação à educação inclusiva.

Barbosa, Altemir José Gonçalves, Rosini, Daniella Collado and Pereira, Alessandra Almeida

2007

18 O que dizem/sentem alunos participantes de uma experiência de inclusão escolar com aluno surdo.

Lacerda, Cristina Broglia Feitosa de.

2007

19 As famílias e a classe especial em um colégio de elite.

Dallabrida, Adarzilse Mazzuco.

2007

20 Educação especial no município de São Paulo: acompanhamento da trajetória escolar de alunos no ensino regular

Prieto, Rosângela Gavioli and Sousa, Sandra Zákia Lian

2006

21 Atribuição de gravidade à deficiência física em função da extensão do acometimento e do contexto escolar.

Araújo, Rita de Cássia Tibério e Omote, Sadao

2005

Rev. Brasileira de Educação Especial

22 A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil

Mendes, Enicéia Gonçalves

2006

23 O estranhamento causado pela deficiência: preconceito e experiência.

Silva, Luciene M. da. 2006

24 Gestão, formação docente e inclusão: eixos da reforma educacional brasileira que atribuem contornos à

Michels, Maria Helena.

2006

Rev. Brasileira de Educação

Especial

148

organização escolar 25 Portadores de deficiência: a

questão da inclusão social. Maciel, Maria Regina Cazzaniga.

2000 São Paulo em Perspectiva

26 Implicações políticas da institucionalização da deficiência

Carlos Alberto Marques

1998 Educação e Sociedade

27 Ingresso, permanência e competência: Uma realidade possível para universitários com necessidades educacionais especiais

Solange Leme Ferreira

2007 Rev. Brasileira de Educação Especial

149

Anexo 8- Lista de artigos identificados no site Edu cação online (data de

acesso: 15 de outubro de 2008)

Nº Titulo da publicação Autor Ano Informações complementares

1 Políticas públicas de inclusão: compromissos do poder público, da escola e dos professores*

Rosângela Gavioli Prieto

2002

*Artigo publicado na Revista de Educação, Apeoesp, n.º 16, mar./2003. ( No site Art. Nº2 da seção Educação Inclusiva)

2 A construção de políticas públicas de educação para todos.

Rosângela Gavioli Prieto

2001 Palestra apresentada para o Curso de Capacitação para Educadores da Rede Municipal de Ensino de São Carlos/SP, intitulado Política de Inclusão _ Escola Inclusiva, no dia 01 de junho de 2001(No site Art. Nº 37 na seção Educação Especial)

3 Políticas de melhoria da escola pública para todos: tensões atuais.*

Rosângela Gavioli Prieto

2004 *Incluído no site em 31/01/2004( No site Art. Nº 2 da seção Educação Especial)

4 Deficiência educação escolar e Necessidades Especiais: Reflexões Sobre Inclusão Socioeducacional. [1] Educação especial: Realidade e tendências * Deficiências Incapacidades e Necessidades Especiais[2] Dilemas e Perspectiva da Educação do Portador de Deficiência no Novo Milênio. [3]

Marcos José da Silveira Mazzota

2001

* Otexto [1] foi transcrito de fita de vídeo, gravada em 2 de abril de 1998 no I Ciclo de Debates Multiprofissionais sobre a Inclusão da Pessoa com Deficiência, promovido pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. O texto [2] resultou de ampliação de texto elaborado para integrar o Relatório de Pesquisa apresentado em março de 2001, ao

150

Fundo MACKPESQUISA. O texto 3 foi apresentado em Conferência no Fórum Nacional de Educação organizado pela Pós-Graduação da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, dia 15 de julho de 2001. (No site Art. Nº12 da seção Educação Inclusiva)

5 Alunos e Escolas com Necessidades Especiais no Século XXI *

Marcos José da Silveira Mazzotta

2001 *Palestra no Forum Permanente de Linguagem, Educação e Surdez, promovido pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES – MEC, no dia 20 de junho de 2001,(No site Art. Nº 29 da seção Educação Inclusiva)

6 A "Onda Inclusiva" ou o Vento do Degelo”*

Eizirik, Marisa F. Freitas, Cláudia R. Maia, Denise S. Pacheco, Carla O.

2001. Artigo publicado na Gazeta do Empiria nº 2, Porto Alegre: 71-8, dezembro de 2001. (No site Art. Nº 13 da seção Educação Inclusiva)

7 Caminhos pedagógicos da inclusão

Maria Teresa Eglér Mantoan

2002 Universidade Estadual de Campinas / Unicamp Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Reabilitação de Pessoas com Deficiência - LEPED/ FE/ Unicamp (No site Art. Nº 16 na seção Educação Inclusiva)

8 Ressignificando a Escola na Proposta Inclusiva

Mônica Pereira dos Santos

2002 (No site Art. Nº 18 na seção Educação Inclusiva)

151

9

Representação social e educação especial: A representação dos professores de alunos com necessidades educativas especiais incluídos na classe comum do ensino regular.

FREITAS, Soraia Napoleão; CASTRO, Sabrina Fernandes de.

2004 (No site artigo Nº 7 da seção Educação Inclusiva)

10 Fundamentos Para Uma Educação Inclusiva.

Lino de Macedo

2002 (No site Art. Nº22 da seção Educação Inclusiva)

11 O Que é Educação Inclusiva?

Leny Magalhães Mrech

2001 (No site Art. Nº 40 da seção Educação Inclusiva)

12 Entrevista com Romeu Kazumi Sassaki realizada pela Secretaria de Educação Especial, do Ministério da Educação e do Desporto

Romeu Kazumi Sassaki

2001 Publicada na Revista Integração Nº 20, Ano 8, pp. 8-10, 1998(No site Art. Nº 41 da seção Educação Inclusiva)

13 Crianças Com Necessidades Educativa Especiais , Politica Educacional e a Formação de Professores Generalistas ou Especialistas?

José Geraldo Silveira Bueno

2001 (No site Art. Nº 40 da seção Educação Especial)

14 Convivendo com a Diferença: Os Alunos Com Necessidades Educativas Especiais na Escola Regular.

Denise Meyrelles de Jesus (UFES) Andressa Mafezoni Caetano Ana Marta Bianchi de Aguiar

2002 (No site Art. Nº 20 da seção Educação Especial)

15 Alunos com Necessidades Educacionais Especiais em Classes Comuns: Avaliação do Rendimento Académico.

Vera Lúcia Messias Fialho Capellini

2002 Trabalho apresentado no Trabalho apresentado no GT:15 Educação Especial (No site Art. Nº 11 da seção Educação Especial)

16 A Inclusão da Criança com Mônica 2001 1) Artigo originado de

152

Necessidades Educacionais Especiais.

Pereira dos Santos

apresentação e debate sobre o mesmo tema no Fórum Permanente de Educação e Saúde, promovido pelo Instituto Phillipe Pinel, PUC-Rio e UFRJ no segundo semestre de 1997. (No site Art. Nº 11 da seção Educação Inclusiva)

17 Inclusão e Integração ou Chaves da Vida Humana.

Marcos José da Silveira Mazzotta

1998 Artigo 29 Na seção educação inclusiva indexado em 2001

18 Esporte, lazer, pessoas com deficiência e inclusão: Novos avanços.

Sassaki, Romeu Kazumi.

1998 Artigo 36 Na seção educação inclusiva. Indexado em 2001

153

Anexo 9 - Textos sobre inclusão escolar localizados no site da Livraria Cultura

Nº Titulo Autor Editora /Ano

1* Igualdades e diferenças na escola:Como Andar no fio da navalha.

Mantoan, Maria Teresa Egler.

Mantoan, Maria Teresa Egler,Amorim Valeria, Prieto, Rosangela In Inclusão escolar: Pontos e contrapontos. Gavioli.SUMMUS 2006

2* Atendimento escolar de alunos com necessidades educacionais especiais: um olhar sobre as políticas públicas de educação no Brasil.

Prieto, Rosangela Gavioli. In Mantoan, Maria Teresa Egler,Amorim Valeria, Prieto, Rosangela Gavioli. Inclusão escolar: Pontos e contrapontos.SUMMUS 2006

3** As políticas de inclusão escolar: Uma prerrogativa da educação especial?

Bueno, José Geraldo da Silveira.

Bueno, José Geraldo da silveira; Mendes,Geovana Mendonça Lunardi;Santos, Roseli Albino dos. Deficiência e escolarização: Novas perspectivas de análise. Junqueira Marin Editores 2008

4** Inclusão de alunos deficientes mentais no ensino regular: Limites e possibilidades de participação em sala de aula.

Siqueira, Benigna Alves In Bueno, José Geraldo da silveira; Mendes,Geovana Mendonça Lunardi;Santos, Roseli Albino dos. Deficiência e escolarização: Novas perspectivas de análise. Junqueira Marin Editores 2008

5** A trajetória de escolarização e acesso à profissão docente de professores deficientes no ensino publico de São Paulo.

Viana, Edson Alves In Bueno, José Geraldo da Silveira; Mendes,Geovana Mendonça Lunardi;Santos, Roseli Albino dos. Deficiência e escolarização: Novas perspectivas de

154

análise. Junqueira Marin Editores 2008

6 Inclusão e Avaliação na Escola: De Alunos com Necessidades Educacionais Especiais.

Beyer, Hugo Otto. Mediação 2006

7 Educação inclusiva: Com os pingos nos “is”

Carvalho, Rosita Edler. Mediação 2007

* Foram usados dois capítulos do livro.

**Foram usados três capítulos do livro.

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