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LINGUAGENS POR O nascimento do Modernismo na EuropaO nascimento das vanguardas europeias
LINGUAGENS POR O nascimento do Modernismo na EuropaO nascimento das vanguardas europeias
H16 – Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
1 Leia e responda o que se pede
“À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábricaTenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!Em fúria fora e dentro de mim,Por todos os meus nervos dissecados fora,Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,De vos ouvir demasiadamente de perto,E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excessoDe expressão de todas as minhas sensações,Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!”
CAMPOS, Álvaro de. “Ode triunfal”.
Considerando as vanguardas literárias, a leitura do trecho transcrito parece oferecer ao leitora) sugestão de que o eu poético exalta a vida moderna e as máquinas.b) a noção de um mundo caótico e bem humorado onde qualquer lógica será suprimida.c) a valorização da natureza humana expressa de forma subjetiva e pessoal.d) a completa negação da lógica e da ciência como decorrência da negação da própria
arte.e) a noção de que a abolição da lógica resulta da expressão caótica dos pensamentos.
H17 – Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
2 Leia os textos a seguir.
Texto 1“Quando nasci, um anjo tortodesses que vivem na sombradisse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homensque correm atrás de mulheres.A tarde talvez fosse azul,não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:pernas brancas pretas amarelas.Para que tanta perna, meu Deus,pergunta meu coração.”
ANDRADE, Carlos Drummond de. “Poema de sete faces”. Alguma poesia.
Texto 2Engaiolaram o resto dos macacosDo BrasilOs repuxos desfalecem como velhosNos lagosAlmofadinhas e soldadosGerações cor-de-rosaPássaros que ninguém vê nas árvoresInstantâneos e cervejas geladasFamílias
ANDRADE, Oswald de. “jardim da luz” Poesias reunidas. Obras com-pletas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974, p. 120.
Considerando a corrente de vanguarda do Cubismo, a leitura dos textos sugere que
a) as imagens cotidianas do texto 1 constroem uma visão unilateral e linear das mulheres e pernas que se alinham de passagem no bonde.
b) a multiplicação de cenas rápidas do cenário urbano do texto 2 parece sugerir dinamismo e exaltação da modernidade.
c) a sobreposição de imagens do texto 2 cria um quadro multifacetado do Jardim da Luz, em São Paulo e alinha-se à perspectiva imagética do texto 1.
d) o esfacelamento das imagens que passam sob a perspectiva do eu lírico do texto 1, contrapõe--se às imagens lineares que dominam o texto 2.
e) o jogo cinematográfico de imagens fugidias vistas pelo eu poético do texto 1, contrapõe-se à perspectiva múltipla do olhar do eu lírico do texto 1.
LINGUAGENS POR O nascimento do Modernismo na EuropaO nascimento das vanguardas europeias
H16 – Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
3 Observe a imagem e leia o enunciado:
Tempestade musical, Salvador Dali.
A completa abolição da lógica, a supressão do racionalismo, a presença de certo humor negro, a expressão caótica dos pensamentos e a presença da escrita automática são marcas da poesia surrealista que podem ser encontrada ema) Soltaram os pianos na planície deserta Onde as sombras dos pássaros vêm beber. Eu sou o pastor pianista, Vejo ao longe com alegria meus pianos Recortarem os vultos monumentais Contra a lua. (Murilo Mendes)
b) Uma ocasião, meu pai pintou a casa toda de alaranjado brilhante. Por muito tempo moramos numa casa, como ele mesmo dizia, constantemente amanhecendo. (Adélia Prado)
c) “Eu insulto o burgês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!” (Mário de Andrade)
d) Tome-se duas dúzias de beijocas Acrescente-se uma dose de manteiga do Desejo Adicione-se três gramas de polvilho de Ciúme Deite-se quatro colheres de açucar da Melancolia Coloque-se dois ovos Agite-se com o braço da Fatalidade E dê de duas em duas horas marcadas No relógio de um ponteiro só! (Oswald de Andrade)
e) Sentados num banco da América folhuda O cowboy e a menina mais um sujeito de meias brancas Passa depressa No viaduto de ferro (Oswald de Andrade)