FACULDADE CATÓLICA DE BELÉM

CURSO DE TEOLOGIA

JAVÉ DE OLIVEIRA SILVA

POR QUE O POVO BÍBLICO É CHAMADO DE JUDEU?

Trabalho apresentado a Faculdade

Católica de Belém como requisito

avaliativo da disciplina Pentateuco,

orientado pela Prof. Pe. Romeu

Ferreira

ANANINDEUA / PA

2017

POR QUE O POVO BÍBLICO É CHAMADO DE JUDEU?

Renckens (1969, p. 223) afirma que “originalmente judeu significava: homem

de Judá”. A denominação do nome remonta as doze tribos de Israel – nome atribuído a

Jacó após sua luta com o “alguém” (Gn. 32, 25) – entre as quais estava Judá (nome dado

por sua mãe que significa “desta vez, darei glória a Deus – Gn 29, 35), o quarto filho de

Jacó com Lia. Antes de morrer Jacó confere sua benção ao filhos e a Judá profere o

seguinte:

Judá, teus irmãos te louvarão, tua mão está sobre a cerviz de teus inimigos e

os filhos de teu pai se inclinarão diante de ti. Judá é um leãozinho: da presa,

meu filho, tu subiste; agacha-se, deita-se como um leão, como uma leoa: que

o despertará? O cetro não se afastará de Judá, nem o bastão de chefe de entre

seus pés, até o tributo que lhe seja trazido e que lhe obedeçam os povos. Liga

à vinha seu jumentinho, à cepa o filhote de sua jumenta, lava sua roupa no

vinho, seu manto nos sangue das uvas, seus olhos estão turvos de vinho e

seus dentes brancos de leite. (Gn 49, 8-12)

A terra, a descendência e a benção é tudo o que almejava qualquer homem do

Antigo Testamento, assim com o teor da benção conferida a Judá é possível salientar o

destaque que este povo ganha na literatura bíblica, uma vez que a benção deixa bem

claro que “o cetro não se afastará de Judá”. Também é importante ressaltar o

pensamento de Pixley (2002, p. 55) sobre o destaque do povo bíblico ser chamado de

judeu, quando se leva em consideração a descrição contida no livro das 1 Crônicas, do

capítulo 1 ao 9, que descreve uma extensa genealogia que começa desde Adão até o

ocasionamento da destruição de Jerusalém: “Quase tudo que diz respeito a história do

Reino de Israel é omitido. É a história do Reino de Judá como o verdadeiro Israel e de

Jerusalém como Cidade Santa”.

No entanto, Renckens chama atenção para um fator peculiar quando se fala em

judeu: o anacronismo. Pois se atribui a todos os membros da antiga liga das tribos

hebraicas a denominação de judeu. Essa “confusão” se dá, principalmente pelos

estrangeiros, por conta da admiração provinda da organização exclusiva tanto da

estrutura social quanto da religião dos componentes da liga. Porém, a partir do exílio da

Babilônia o nome judeu configura-se como um status religioso e social.

REFERÊNCIAS

BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. São Paulo, SP: Paulus, 2002.

RENCKENS, H. A religião de Israel. Petrópolis, RJ: Vozes, 1969.

PIXLEY, Jorge. A História de Israel a Partir dos Pobres. 8 ed. Petrópolis, RJ: Vozes,

2002.