portugal post outubro 2009
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Portugal Post Outubro 2009TRANSCRIPT
PORTUGAL POSTDirector: Mário G. M. dos Santos
ANO XVI • Nº 183 • Outubro 2009 • Publicação mensal • 2.00 €
Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718
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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853
ComunidadesPortugal tem emigrantes em140 dos 190 países do mundo
O caso da falsa doutora no consulado em Hamburgo
Ministério Público arquiva acusação após confissão da ex-funcionária
O efeito bola-de-neve do Manifesto contra o Cônsul Honorário de Portugal em Munique
Alemanha Afinal como é coma reforma aos 67 anos? Pág.21
José Sócrates:“O povo português quer
que o PS continue a governar Portugal”
Partido Socialista vence aseleições legislativas
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
EditorialMário dos Santos
2PORTUGAL POST
Agraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República
Fundado em 1993
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o ganhar as eleições com maioria sim-
ples, o Partido Socialista consegue uma
vitória, ainda que limitada, que parece ser
do agrado dos seus dirigentes depois dos re-
ceios de uma anunciada derrota como con-
sequência dos resultados das últimas eleições
europeias.
Por seu turno, em maus lençóis fica o partido
de Manuela Ferreira Leite que sofre uma pe-
sada derrota depois de uma campanha elei-
toral pouco criativa e vazia de ideias, com a
sua líder a pedir um cheque em branco ao
eleitorado, isto é, sem apresentar ideias con-
cretas para governar o país e, por consequên-
cia, sem mobilizar os portugueses.
E foi isto que o eleitorado julgou.
De acordo com os seus antecedentes, o PSD
vai passar por um período conturbado de
luta pelo poder interno depois dos seus ac-
tuais dirigentes terem falhado o tiro e acer-
tado no próprio pé.
Por outro lado, o PS, agora sem maioria ab-
soluta, vai ter que negociar com os partidos
uma porção de coisas se quiser manter-se no
governo por bons e largos anos.
No entanto, e até tendo em conta a aritmé-
tica, difícil será o PS abrir os braços para aco-
lher o Bloco de Esquerda para constituir
coligação à esquerda. Por seu lado, a CDU já
recusou Sócrates .Neste quadro, a pergunta
vai ser se o PS governará sozinho ou acom-
panhado, e, se acompanhado, por quem?
No que diz respeito às comunidades, falta
saber que resultado sairá depois de contados
os votos no próximo dia 7. O resultado dos
votos dos “emigrantes” pode influenciar a
politica que o futuro governo do PS vier a
praticar para as comunidades.
Mas, e independentemente do resultado que
o PS conseguir nas comunidades, achamos
que tanto a politica para este sector como os
seus actuais protagonistas do governo ainda
em exercício devem ser repensados , ou, me-
lhor ainda, substituídos
Achamos que o PS deve nomear um novo Se-
cretario de Estado que sinta, veja e se rela-
cione com as comunidades; que intensifique
o diálogo de modo a que as pessoas encon-
trem no novo responsável governamental
pela tutela das comunidades não apenas o
politico ou governante mas alguém com sen-
sibilidade que possa contribuir para encurtar
distancias, todas, mesmo aquelas que têm a
ver com os afectos que devem ligar o pais às
comunidades.
É evidente que as politicas, isto é, aquilo que
mais toca nos interesses das comunidades
(como o ensino do Português, o apoio e ser-
viços consulares, as politicas sociais, entre ou-
tras), devem merecer uma atenção redobrada
porque o pais está a lidar com uma questão
sensível que são os cerca de cinco milhões de
portugueses e luso-descendentes no mundo
que constituem o mais importante patrimó-
nio , cultural, político e económico que o pais
actualmente possui.
Comunidades - o momento da mudança
A
DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS
REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAHELENA GOUVEIA: BONAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE
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PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 3Legislativas 09
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O secretário-geral do PS, José
Sócrates, deixou em aberto todos
os cenários em matéria de enten-
dimentos. Em declarações na sede
de campanha, disse ser „cedo“
para revelar se governará sozinho
ou coligado, reservando o anún-
cio da „solução governativa“ para
depois da indigitação presidencial
e de consultas com restantes par-
tidos.
„O que farei é aguardar a in-
digitação presidencial e só depois
disso procederei a consultas com
os restantes partidos, e julgo que
é esse o dever de quem ganhou
as eleições, não com a maioria ab-
soluta, mas com uma maioria re-
lativa“, afirmou.
Quando faltava apurar quatro
deputados pelos círculos da emi-
gração, PS e CDS-PP somam 117
deputados, mais um do que o ne-
cessário para a maioria absoluta.
Em conjunto, socialistas e sociais-
democratas saem destas eleições
com 174 deputados (resultados
provisórios) mas o clima de cris-
pação e as declarações na noite
eleitoral tornam praticamente im-
possível a reedição do Bloco Cen-
tral com actual liderança do PSD.
À esquerda, os entendimentos
estão mais complicados, uma vez
que PS e BE juntos não ultrapas-
sam os 112 deputados. Seria ne-
cessário que os socialistas
recolhessem os quatro mandatos
da emigração para alcançar uma
maioria absoluta em conjunto
com os bloquistas, um cenário im-
provável. Os deputados somados
do PS e CDU não ultrapassam
também os 111, longe da maioria.
Cenário também improvável é
de um acordo alargado à es-
querda entre PS, bloquistas e
CDU, tendo em conta o que foi
defendido pelos três partidos du-
rante a campanha eleitoral.
A possibilidade de o PS gover-
nar sozinho com entendimentos
pontuais no Parlamento com o
CDS-PP em diplomas importan-
tes ganha assim maior peso, até
porque o líder dos centristas ins-
creveu na moção de estratégia su-
fragada pelos militantes que o
partido se encontra equidistante
de socialistas e sociais-democra-
tas.
De acordo com a legislação, o
Presidente da República, Aníbal
Cavaco Silva, apenas poderá con-
vidar o novo primeiro-ministro a
formar Governo depois de publi-
cados os resultados das eleições
legislativas em Diário da Repú-
blica, o que deverá ocorrer no
máximo até 17 de Outubro.
Contudo, o chefe de Estado
poderá começar a ouvir informal-
mente os partidos sobre os resul-
tados das eleições logo após o fim
do apuramento dos resultados
verificados nos círculos da emi-
gração (a 07 de Outubro).
Redacção
Partido Socialista ganha as eleições sem maioria absoluta
Uma vitória “extraordinária”O PS ganhou as
eleições com 36,56%dos votos (96 deputa-
dos) mas se quiser governar em maioria
absoluta terá de fazerentendimentos
à direita com o PSD(29,09%, 78 mandatos)
ou com o CDS-PP(10,46%, 21 mandatos).
Neste gráfico faltam os resultados pelos círculos da emigração que serão divulgados a 7 de Outubro.
Socialistas festejaram vitória sem maioria. Foto: Lusa
José Cesário, atribuiu os mausresultados do seu partido naslegislativas “a todos do PSD”,e não apenas à sua presidente,e criticou quem fez comentá-rios „a quente“.
José Cesário considerou que o
facto de o PSD não ter conseguido
traduzir em votos o descontenta-
mento dos portugueses em relação
ao Governo socialista „não é uma
falha” de Manuela Ferreira Leite,
“mas de todos“.
„Em Junho (nas eleições europeias)
houve uma vitória de todos, que
teve uma primeira protagonista.
Agora, havendo também uma pri-
meira protagonista, é uma derrota
de todos nós“, frisou.
Na sua opinião, a demissão do as-
sessor do Presidente da República,
Fernando Lima, devido ao caso das
alegadas escutas em Belém, acabou
por prejudicar o PSD nestas elei-
ções.
„O modo como as coisas se passa-
ram, o facto de o Presidente da Re-
pública não ter explicado a
demissão, influenciou de certeza.
Houve um clima de incredibili-
dade“, considerou.
José Cesário considera que os re-
sultados obtidos pelo PSD têm de
ser „devidamente analisados“, „sem
dramas“ e com a noção de que,
„em política, como na vida, hoje
ganha-se e amanhã perde-se“.
Por isso, lamentou as críticas inter-
nas que se fizeram ouvir ainda no
domingo à noite.
Lembrou que „há vários anos se
ouve dizer que o PSD precisa de
outra liderança“, mas que „não foi
pelo facto de o partido ter mudado
sucessivamente de liderança que as
coisas mudaram“.
Desdramatizando os resultados, o
líder distrital „laranja“ frisou que
papel do PSD „é servir o país, tanto
no Governo, como na oposição“,
devendo agora preocupar-se em
fazer „uma boa oposição“.
José Cesário lamenta derrota doPSD
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 20094 Nacional & Comunidades
Segundo os primeiros dados
disponíveis no site do Observató-
rio da Emigração (www.observa-
torioemigracao.secomunidades.pt)
que foram disponibilizados on-line,
residem em França 567 mil portu-
gueses nascidos em Portugal, en-
quanto em países como Santa
Lúcia ou ilhas Maurícias existem
menos de 50 emigrantes portu-
gueses.
Os dados do Observatório da
Emigração, que nesta fase não re-
flectem ainda a realidade dos luso-
decendentes, revelam ainda que os
destinos da emigração portuguesa
que mais cresceram nos últimos
anos foram Espanha, Reino Unido
e Angola.
Em Espanha, o número de emi-
grantes portugueses quase dupli-
cou passando de 71 mil em 2004
para 136 mil em 2008, enquanto
no Reino Unido passou de 68 mil
para 77 mil e em Angola de 17 mil
em 2006 para 23 mil em 2008.
Um movimento traduzido
também no crescimento das re-
messas de dinheiro para Portugal,
que no caso de Angola subiram na
ordem dos 40 por cento, de 20 mil
euros para 70 mil euros em dois
anos.
Nesta primeira fase, o Obser-
vatório da Emigração reúne dados
recolhidos junto dos organismos
de estatística nos vários países,
com as inscrições consulares e
dados da Organização para a Coo-
peração e Desenvolvimento Eco-
nómico (OCDE), numa tentativa
de quantificar os número de emi-
grantes portugueses no mundo.
O site disponibiliza ainda infor-
mação sobre associações portu-
guesas no estrangeiro, uma base
de dados dos estudos sobre emi-
gração portuguesa e, mensal-
mente, uma entrevista com um
investigador com trabalho nesta
área.
„A página entrou on-line com
informação sobre os 140 países
onde há portugueses. A prioridade
foi organizar este instrumento e
através dele identificar esta rede
de representação de Portugal no
mundo por via dos seus emigran-
tes e depois de termos esta rede
disponível avançar para um traba-
lho mais sistematizado de estudo
e caracterização da comunidade“,
disse o secretário de Estado das
Comunidades durante o lança-
mento do site.
António Braga adiantou que
com os dados disponíveis não é
ainda possível validar a estimativa
de 4,5 ou 5 milhões de portugue-
ses tradicionalmente apontada por
entidades oficias de especialistas
na área da emigração, sublinhado
que falta „identificar a zona de pe-
numbra“ que constituem os luso-
descendentes.
„O número global dos portu-
gueses lá fora tem que levar em
linha de conta a perspectiva dos
nascidos em Portugal mas temos
que somar ainda os que já nasce-
ram lá fora e cujo apuramento é
mais difícil, uma vez que se confun-
dem com as nacionalidades“, justi-
ficou.
Portugal tem emigrantes em 140dos 190 países do mundo
Analisando os dados, António
Braga destacou a disparidade
entre os números apontados para
a África do Sul e os apurados pelo
Observatório.
„Na África do Sul são menos
do que achávamos. A disparidade
é muito grande. Falava-se em 500
mil ou 600 mil emigrantes e, se-
gundo estes dados, na melhor das
projecções são 200 mil“, disse.
O Observatório da Emigração
resulta de uma parceria entre a
Secretaria de Estado das Comuni-
dades Portuguesas e do Instituto
Superior das Ciências do Trabalho
e da Empresa (ISCTE).
Portugal tem emi-grantes em 140 dos
190 países do mundo,sendo a França a
nação que concentramais portugueses eSanta Lúcia ou ilhas
Maurícias os Estadosque registam menosemigrantes, revelam
dados do Observató-rio da Emigração.
O Conselho Permanente das Co-
munidades Portugueses pediu ao Go-
verno um reforço de 30 mil euros
para a realização das reuniões das co-
missões especializadas daquele órgão
consultivo em matéria de emigração.
Reunidos em Lisboa, os membros
Conselho Permanente, órgão que tu-
tela o Conselho das Comunidades
Portuguesas (CCP), decidiram enviar
à Direcção-Geral dos Assuntos Con-
sulares e das Comunidades Portugue-
sas (DGACCP) uma carta para pedir
um reforço orçamental de 30 mil
euros para que as reuniões já calen-
darizadas para o próximo trimestre
„não estejam comprometidas“.
Segundo o presidente do Conse-
lho Permanente, Fernando Gomes, o
orçamento para este ano prevê uma
verba de 150 mil euros, mas não vai
chegar para a realização das seis reu-
niões das comissões especializadas.
„O dinheiro não é suficiente e
tem de haver um reforço este ano
para o funcionamento das seis comis-
sões da especialidade, três ficariam
por se realizar o que não é admissí-
vel“, disse Fernando Gomes.
Os conselheiros justificam o re-
forço do orçamento com a promessa
do secretário de Estado das Comuni-
dades, António Braga, de que as reu-
niões „não se deixariam de se realizar
por falta de verba“ e com o facto do
CCP ter sido „sancionado com cerca
de 30 por cento da verba que lhe foi
atribuída inicialmente“.
Os membros do Conselho Per-
manente adiantaram ainda que „não
têm dinheiro“ para realizar o plenário
mundial que reúne todos os mem-
bros daquele órgão de consulta do
Governo em matéria de emigração e
que está agendado para Novembro
do próximo ano.
De acordo com Fernando
Gomes, só a realização do plenário
está orçado em cerca de 150 ml
euros.
Conselho das Comuni-dades Portuguesaspede mais 30 mil eurosao Governo
Um homem de Famalicão que es-
capara ao cumprimento de 15 anos
de cadeia na Alemanha, após conde-
nação por fraudes fiscais, foi captu-
rado em Portugal e entregue às
autoridades daquele país, anunciou a
Polícia Judiciária.
O homem, que foi detido em
cumprimento de um mandado de de-
tenção internacional emitidos pelas
autoridades alemãs, encontrava-se em
Portugal desde meados de 2008.
Outro português procurado
pelas autoridades alemãs por crimes
naquele país, neste caso relacionados
com tráfico de estupefacientes, foi
detido também pela PJ em Póvoa de
Lanhoso e foi presente ao Tribunal da
Relação de Guimarães, a fim de ser
validada a sua extradição.
Fraudes fiscais: Português extraditadopara Alemanha vai cumprir 15 anos à cadeia
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 5
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, lançou oficialmente
os portáteis portugueses „Maga-
lhães“, nas escolas venezuelanas, pe-
dindo um aplauso para Portugal e
enviando uma saudação especial ao
primeiro-ministro, José Sócrates.
“Estamos a inaugurar um novo
projecto, que tínhamos anunciado
antes, que explicámos. É o Projecto
Canaima - são computadores espe-
ciais para crianças. Vejam o tamanho
do computador... A configuração é
muito compacta, pensada especial-
mente para crianças”, disse.
Na Venezuela, os computadores
portugueses „Magalhães“ assumi-
ram a designação „Canaima“, evo-
cando o parque nacional com o
mesmo nome, situado no Estado
Bolívar (a Sudeste de Caracas) e
que, em 1994, foi declarado Patri-
mónio da Humanidade pela
UNESCO.
„Canaima“ é também o nome
de um sistema operacional vene-
zuelano baseado no Debian/Linux e
adaptado pelo Centro Nacional de
Tecnologias de Informação (CNTI)
para atender às necessidades de
utilizadores finais da administração
pública e incluído nos portáteis.
A cerimónia de lançamento ofi-
cial foi coberta apenas pela estatal
Venezuelana de Televisão e teve
lugar na Unidade Educativa Ga-
briela Mistral do Bairro 23 de Ja-
neiro, um dos mais pobres e
populosos de Caracas.
Estavam presentes o embaixa-
dor de Portugal, João Caetano da
Silva, e um representante da JP Sá
Couto, empresa que produz os
computadores.
“Isto faz parte e é consequência
dos acordos internacionais que a
Venezuela continua a fazer, neste
caso, com a República irmã de Por-
tugal. Eu quero saudar, daqui, o pri-
meiro-ministro Sócrates. Graças a
ele, temos aqui estes computado-
res”, disse Hugo Chávez.
“Vamos dar um aplauso a Por-
tugal, ao governo de Portugal, um
governo amigo”, exortou.
Explicou que o seu primeiro
contacto com aqueles computado-
res aconteceu numa exposição,
quando de uma visita a Portugal, e
que, querendo saber mais, pediu in-
formações a José Sócrates, que o
pôs em contacto com os técnicos
e com a empresa que os produz.
“Fizemos um acordo e trouxe-
mos já 50 mil computadores mon-
tados e vão vir mais 300 mil”,
explicou.
“Agora estamos incorporar-
lhes o ‘software’ que se elaborou
aqui - não veio com o ‘software’ in-
ternacional! Não, não!” - adiantou.
O presidente da Venezuela re-
velou que o Projecto Canaima se
iniciou em 1.090 escolas e que se
trata de “tecnologia de informação
muito moderna para crianças no
primeiro grau, para que comecem
já a alfabetizar-se de maneira tecno-
lógica e para nos assegurar a igual-
dade”.
“Para que não haja um grupo de
meninos privilegiados que apren-
dam a usar as tecnologias moder-
nas de informação e (…) os
meninos do bairro, do povo, fiquem
atrasados. Aqui, estamos em cima
da alfabetização tecnológica”, de-
fendeu.
Na cerimónia, o ministro do
Poder Popular para a Educação,
Héctor Navarro, explicou que estes
computadores têm um sistema
operacional livre, com base em
‘software’ livre, o sistema operacio-
nal «Canaima». „Isto é muito im-
portante porque é parte da
incorporação da nossa tecnologia”,
comentou.
Hugo Chávez aproveitou a
oportunidade para recordar que se
está avançar com o projecto de ins-
talar, na Venezuela, uma fábrica des-
tes computadores. „Para que
produzamos milhões deles nos pró-
ximos anos”, desejou.
Venezuela: Hugo Chávez “lança” portáteis portugueses nasescolas e envia saudação a José Sócrates
Após uma campanha eleitoral
em que se limitou praticamente a
apelar à estabilidade e a fazer uma
vaga promessa de baixar os impos-
tos, Angela Merkel renovou o seu
mandato de chanceler da Alemanha
por mais quatro anos.
Os resultados eleitorais permi-
tirão à líder democrata-cristã for-
mar nova coligação com os
Liberais, libertando-se do actual
parceiro de governo, os sociais-de-
mocratas do SPD, “para libertar as
forças do crescimento” e tentar
deixar para trás a crise económica,
como Merkel disse no único debate
televisivo contra o seu rival directo,
Frank-Walter Steinmeier.
Depois de se doutorar em Fí-
sica em Leipzig, na Alemanha de
Leste, para onde foi viver com os
pais apenas com três meses, Merkel
despontou para a política como
porta-voz adjunta do primeiro go-
verno democrático da RDA, em
1990.
Mais tarde, após a reunificação
alemã, foi chamada pelo patriarca da
CDU, o chanceler Helmut Kohl,
para o governo federal, onde ocu-
pou as pastas da juventude e do
ambiente.
Ajudou depois, no entanto, a
desmontar a imagem de Kohl, já
após a derrota eleitoral dos demo-
cratas-cristãos, em 1998, no auge
do escândalo dos donativos ilícitos
para a CDU, com críticas directas
ao ex-chefe do partido num artigo
de jornal, tornando-se uma espécie
de consciência moral do abalado
partido conservador.
Foi um momento decisivo para
a carreira de Ângela Merkel, que em
2005 viria a bater o social-demo-
crata Gerhard Schoeder por es-
cassa margem e a tornar-se a pri-
meira mulher a chefiar um governo
na Alemanha.
Entretanto, tornou-se a mulher
mais poderosa do mundo, segundo
reputadas publicações internacio-
nais como a Forbes, e as suas quali-
dades de análise das mais difíceis
situações e de moderadora são fre-
quentemente realçadas.
“Ela tem uma grande experiên-
cia como generalista da política”,
observou recentemente um co-
mentador político da televisão pú-
blica ARD, aludindo à sua
capacidade de gerir a crise econó-
mica sem atender a opiniões mais
apressadas, que exigiam mais e
maiores planos conjunturais.
Como chanceler, Merkel “de-
senvolveu uma nova forma de auto-
ridade, que não se apoia nas
insígnias do poder, é muito mais si-
lenciosa e tranquila”, observou a
sua biógrafa Jacqueline Boysen.
A crise do SPD facilitou a sua
missão e durante a campanha elei-
toral quase não precisou de pro-
nunciar as três siglas do partido
rival ou de atacar as suas propos-
tas.
Pelo contrário, Merkel não se
cansou de louvar o trabalho da co-
ligação com os sociais-democratas
nos últimos quatro anos, porque si-
multaneamente estava a auto-elo-
giar a sua capacidade de liderança e
de concertação.Merkel também
não tardou a perceber que a aliança
com o SPD lhe permitiria moderni-
zar o seu próprio partido.
Desde que preside à CDU, tem
defendido que é necessário não
apostar apenas no eleitorado tradi-
cional dos democratas-cristãos, nas
bolsas católicas ou protestantes da
província, mas olhar também para
um eleitorado mais urbano.
Não foi por acaso que Angela
Merkel se tornou a primeira chan-
celer alemã a criticar abertamente
o papa, quando o seu compatriota
Bento XVI resolveu reabilitar uma
ordem de sacerdotes ultra-conser-
vadores que negam a gravidade do
Holocausto, o genocídio de seis mi-
lhões de judeus pelo regime nazi.
Francisco Assunção
Alemães renovaram a confiança em MerkelEleições na Alemanha
Entrevista PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 20096
PORTUGAL POST- Na sua opi-nião há racismo na Alemanha?Çem Özdemir - Veja o caso do ho-
micídio de uma mulher egípcia num
tribunal em Dresden. O escândalo é
duplo. Pelo facto de ela ter sido assas-
sinada, claro. Mas também porque o
polícia no local suspeitou de imediato
não do assassino, mas do marido da
vítima. O que diz tudo sobre os pre-
conceitos existentes. Este agente é
apenas um exemplo para toda a so-
ciedade. Mostra que o caminho que
temos pela frente ainda é muito
árduo. Os Verdes querem uma socie-
dade na qual a origem das pessoas
deixe de ser relevante, Não importa
se os antecedentes são portugueses,
turcos ou persas, ou se lutaram con-
tra os romanos na invasão da Germâ-
nia. Isso pode ser uma informação
interessante. Mas mais importante é
ver o que faz a pessoa, onde quer
chegar, quais são os seus projectos?
É isso que deve defini-la. Não a sua
origem étnica, a sua religião, o seu
sexo, a sua orientação sexual ou a ca-
mada social a que pertence.
PP-Esteve nos Estados Unidosda América para concluir umainvestigação pertinente a estetema. Quais são as diferençascom a Alemanha?Çem Özdemir - Claro que tam-
bém nos Estados Unidos também há
discriminação. Mas a grande diferença
é aquilo a que chamamos o «sonho
americano». Trata-se da uma pro-
messa nem sempre cumprida, é evi-
dente. Mas que motiva muitas
pessoas porque acreditam nela, e as
deixa superar barreiras que pareciam
intransponíveis, para acabarem na
Casa Branca. É a promessa que todos
têm a oportunidade de conquistar o
seu lugar na sociedade. É uma utopia
que provavelmente nunca poderá ser
alcançada. Mas vale a pena lutar por
ela.
PP -Há um obstáculo logo à par-tida para a integração perfeitana Alemanha, que é a baixa taxade naturalização entre os imi-grantes.Çem Özdemir - Isso tem a ver com
o facto deste país não decidir o que
quer: facilitar ou dificultar a naturali-
zação? A chanceler Merkel recebe ce-
rimoniosamente na chancelaria os
novos cidadãos alemães, o que eu
saúdo e gostaria que já tivesse acon-
tecido mais cedo. Mas a política do
seu ministro do Interior e do Go-
verno é o oposto. Nos estados fede-
rados, os governos da CDU
dificultam permanentemente a natu-
ralização. Falta um consenso funda-
mental que estabeleça ser do
interesse da Alemanha que os estran-
geiros se tornem nacionais. É muito
mais fácil resolver problemas entre
nacionais do que entre nacionais e es-
trangeiros.
Um estrangeiro identifica-se menos
com os problemas na sua vizinhança
imediata, do que um cidadão que não
se limita a pagar os impostos, mas que
também participa na decisão sobre o
uso a dar aos seus impostos.
PP- Já existe o direito de votonas autarquias para os cidadãosda União EuropeiaÇem Özdemir - Por sorte a UE a
isso obrigou, mas é absurdo que ele
não seja estendido a nacionais de es-
tados terceiros. Fico muito contente
por qualquer cidadão português resi-
dente neste país há três meses obter
o direito ao voto comunal. Mas gos-
taria que os turcos, os bósnios e os
norte-africanos que vivem aqui há 30
anos obtivessem o mesmo direito. O
que só beneficiaria as autarquias e im-
pediria que o fosso entre a população
residente e o nacionais ainda se apro-
fundasse mais. É um fosso que existe
em todos os países. Mas se continuar
a aprofundar-se, os problemas vão au-
mentar.
PP - Os próprios imigrantesmuitas vezes resistem à noçãode uma nacionalização.Çem Özdemir - Como deputado
alemão e presidente de um partido
alemão, insisto para que os jovens fu-
tebolistas turcos joguem na selecção
alemã. Já tenho sido criticado por isso
pelos meus amigos turcos. Mas eu
sou alemão, a selecção alemã é a
minha selecção, e penso que é do in-
teresse da minha selecção ter os me-
lhores jogadores.
Para isso é necessário que a socie-
dade faça sentir a esses jovens que
fazem parte dela. E que aceite o hífen
na identidade desses jovens, que não
obrigue ninguém a assimilar-se. Quem
tem antecedentes portugueses tem o
direito de ser luso-alemão por defini-
ção. Queremos que isto não seja en-
tendido como uma contradição. A
minha língua oficial é o alemão, a
minha língua materna é o turco, a
minha cédula de nascimento diz que
sou muçulmano - uma religião que
eu nem escolhi - mas nada disso me
impede ser um bom cidadão alemão.
É esta, no fundo, a atitude moderna
necessária para organizar, hoje em
dia, um estado. Todo o resto é um re-
trocesso aos anos 50 do século pas-
sado.
PP - O Governo de coligação deSPD e Verdes alterou a Lei deCidadania. O que ficou entãopor fazer?Çem Özdemir - Nós tentámos al-
terar a situação com a nova Lei, mas
ela ficou a meio, enterrada no lodaçal
quando perdemos a maioria e tive-
mos que fazer compromissos doloro-
sos. Acabámos por conceder
demasiadas competências aos esta-
dos federados. E estes estão a desfa-
zer aquilo que o governo SPD/Verdes
tentou introduzir: uma Lei de Cidada-
nia aberta, moderna e liberal. Se os
Verdes regressarem ao governo, a re-
forma da Lei será uma prioridade má-
xima.
PP- Que mudanças pretendemos Verdes?Çem Özdemir -Por exemplo, que
as crianças que nascem na Alemanha
não sejam obrigadas a optar por uma
nacionalidade entre os 18 e os 23
anos.
PP - O que significa para a Ale-manha ter pela primeira vez umchefe de um partido parlamen-tar com antecedentes estrangei-ros?Çem Özdemir - Quando me ele-
geram presidente do partido não
mencionei uma única vez o tema
«imigração» no meu discurso de
agradecimento. Só falei da minha
visão de uma sociedade em que não
seja relevante se uma pessoa vem do
Cazaquistão – disse-o deliberada-
mente numa referência aos alemães
«retornados» do leste da Europa, que
são muitas vezes esquecidos, mas
também são imigrantes – , ou se os
seus antecedentes participaram na
batalha na Floresta de Teutoburgo
contra os romanos.
Eu não quero ser reduzido a uma po-
lítica subordinada ao ângulo étnico.
Faço uma política na base de convic-
ções profundas e fundamentais. Con-
vido toda a gente a fazer política
deste modo. A política não pode ser
uma política de etnias. E não devemos
escolher os nossos colegas, os nossos
parceiros e os nossos amigos com os
quais queremos mudar alguma coisa
na base da etnia, mas na base de con-
vicções partilhadas. Por isso sou
membros dos Verdes.
PP - Mas pode falar-se de “redu-ção” a uma política tratando-sede um tema tão importante?Çem Özdemir - Claro que continua
a ser um tema para mim. Mas o que
devia ser a normalidade é que alguém
que se chame Çem Özdemir seja en-
trevistado pelos noticiários alemães
sobre a economia e a União Europeia,
ou sobre o futuro da indústria do au-
tomóvel na Alemanha. Porque indirec-
tamente isso diz muito sobre a
política de integração. O Çem Öez-
demir a falar no telejornal sobre
temas da política alemã que não têm
nada a ver com a sua pertença étnica,
mas que dizem respeito a todos, isso
sim exprime a filosofia politica dos
Verdes. É um sinal também para os jo-
vens que jogam futebol comigo ao
domingo em Kreuzberg, que não fre-
quentam o liceu, que têm uma forma-
ção básica. Eles sabem que eu
também venho de uma família sim-
ples. A minha mãe esteve desempre-
gada, sou de uma família de
trabalhadores, não tínhamos muito di-
nheiro. É importante que eles saibam
que aquilo que eu consegui, eles tam-
bém conseguem. Devemos lutar por
uma mudança das estruturas para que
mais pessoas o consigam. Mas isso
não significa esperar que o estado
faça tudo. Cada um de nós tem que
contribuir para que a situação mude.
PP - E a melhor maneira de oconseguir é através da cidadaniaalemã?Çem Özdemir - Absolutamente. É
a minha posição e a minha recomen-
dação, sempre. Os cidadãos da União
Europeia têm maiores facilidades e
oportunidades, de modo que isto se
aplica mais aos estados terceiros. Mas
não exclusivamente, também é im-
portante para os cidadãos da UE.
Igualmente crucial: aprendam a língua
do país em que vivem. Quem não do-
mina a língua não pode ajudar os fi-
lhos na escola, não pode reivindicar
os seus direitos de consumidor, não
pode ser eleito como representante
sindical ou dos trabalhadores. A língua
é importante.
E o terceiro ponto: apoiem os vossos
filhos, façam com que eles frequen-
tem as melhores escolas. Se vocês
não falam muito bem alemão, o que
pode acontecer, frequentem cursos.
Ponham os filhos na creche. De pre-
ferência, logo no primeiro ano de
vida.
Organizem amigos alemães para os
vossos filhos, para que eles aprendam
rapidamente. Não se trata de decidir
se o alemão é mais importante do
que o turco. Ambos são importantes.
Trata-se de garantir que as crianças
aprendam correctamente ambas as
línguas.
O nosso problema não é, como
dizem muitos políticos alemães, que
as crianças aprendam alemão em casa
em vez de turco. É uma vantagem fa-
larem bom turco ou bom português.
Mas não é isso que se passa hoje em
dia. Os pais e os filhos falam uma
mistura de línguas que não é nada. Os
pais devem falar com os filhos a língua
que dominam. Seja português, alemão,
espanhol ou curdo. Mas é essa a lín-
gua que se deve falar com as crianças,
para que criar uma base sólida. E de-
pois há que velar por uma aprendiza-
gem perfeita da língua oficial.
Çem Özdemir, presidente do partido“Os Verdes”
Os pais devem falarcom os filhos a
língua que dominamÇem Özdemir foi o primeiro deputado com raízes tur-
cas a ser eleito para o Parlamento Federal. Apesar deviverem neste país perto de dois milhões de turcos,
muitas já da terceira e quarta gerações, foi preciso es-perar por 1994 para que o facto ocorresse. E só em
2009 um partido parlamentar elegeu para a sua presi-dência um alemão com antecedentes estrangeiros.
Desde o início do ano, Çem Özdemir partilha o cargono partido ecologista Bündnis 90/ die Grünen, com
Claudia Roth. Cristina Krippahl falou com Çem Özde-mir sobre as dificuldades de integração num estado
que só muito recentemente começou a aceitar o esta-tuto de país de imigração, apesar de todas
as evidências em contrário há 60 anos.
Cristina Krippahl
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O ano lectivo para os cursosde Língua e Cultura Portu-guesas começou já em toda aAlemanha, em alguns esta-dos há pouco tempo, nou-tros, como Hamburgo ou aRenânia do Norte e Vestefá-lia, já lá vai mais de um mêsde aprender e ensinar.
No que respeita ao início das
aulas, não houve desta vez gran-
des atrasos a registar. Os profes-
sores, dos quais muitos
tinham requerido renovação de
contrato, foram colocados e o
ano lectivo de LCP começou sem
problemas de maior.
Alguns cursos ainda sem aulas
começarão em breve, assim que
termine o concurso para candida-
tos à contratação local, que está
no momento a decorrer.
Já no que respeita aos pro-
fessores o ano não começou tão
bem. Praticamente em Outubro,
encontram-se desde fim de
Agosto sem direito a assistência
médica , devido ao atraso no
envio, da parte dos serviços res-
ponsáveis em Lisboa, dos impres-
sos necessários à inscrição nas
caixas médicas estatais da Alema-
nha.
Este atraso é grave e causa
problemas mais graves ainda, visto
que, no caso de se registar alguma
emergência – e no mês de Setem-
bro já houve duas – os professo-
res encontram-se completamente
“ a descoberto” no referente à
assistência médica.
Trata-se de um atraso cró-
nico, devido à indiferença dos re-
feridos serviços pela situação dos
professores de português no es-
trangeiro, e que , lamentavel-
mente, parece destinado a
continuar, apesar dos repetidos
pedidos por parte dos sindicatos
e de algumas coordenações para
que o processo seja acelerado e
os docentes não fiquem lesados.
Os professores também con-
tinuam sem subsídio de refeição,
pois embora esse seja um direito
alienável de qualquer funcionário
público em Portugal, foi sempre
recusado aos professores de LCP,
de modo realmente incompreen-
sível, visto serem exactamente
esses que mais necessitam dele,
dado que na Alemanha não exis-
tem cantinas escolares e grande
parte dos professores passa mui-
tas horas fora de casa, devido a
longas deslocações entre cursos.
Pensava-se que finalmente o
problema estaria ultrapassado,
pois no passado mês de Abril foi
acordado em negociação sindical
que os professores de LCP teriam
direito ao referido subsídio, em-
bora só lhes fosse concedida a
mesma quantia que teriam se lec-
cionassem em Portugal, e que é
insuficiente para o estrangeiro.
Alguns professores já o apeli-
dam de “subsídio de bica”, e com
razão, visto que basta para pagar
um café, mas não uma refeição,
por modesta que seja.
Mas, modesto ou não, o sub-
sídio de refeição continua a não
ser pago aos docentes , embora
muitos deles já leccionem desde
meio de Agosto.
Porém, e apesar de tudo o
que foi dito, os professores conti-
nuam a dar as suas aulas , os alu-
nos frequentam-nas e os pais
fazem o possível e por vezes
quase o impossível para levar os
filhos às escolas onde os cursos
funcionam.
E é por isso que o ensino de
LCP sobrevive e espero sobrevi-
verá no futuro, devido ao
interesse e dedicação, indepen-
dentemente das condições , dos
pais, alunos e professores que co-
laboram entre si para manter viva
e actual a nossa língua e cultura
no estrangeiro.
Bom ano lectivo para todos.
Por Maria Teresa Duarte Soares
Início de Ano Lectivo na Alemanha
Professores sem caixa médica e sem subsídio de refeição
Comunidade - Alemanha
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009Comunidade - Alemanha8
António José Alves de Carvalho
é o novo Cônsul-Geral de Portugal
em Hamburgo. O diplomata, que
iniciou a sua missão em meados de
Setembro, exerceu as mesmas fun-
ções em S.Francisco da Califórnia,
EUA, durante cinco anos e chega
para substituir o cônsul Machado
Vieira que já se tinha despedido
num jantar que organizou para o
efeito com a participação dos ami-
gos e conhecidos.
António José Alves de Carva-
lho, casado, 50 anos de idade, nunca
tinha pisado chão alemão e, numa
curta conversa com o PP, diz-se
“agradavelmente surpreendido com
Hamburgo”, uma cidade de que
está a gostar muito.
Ainda a conhecer os cantos à
casa, o diplomata disse ao nosso
jornal que as suas preocupações no
que diz respeito à comunidade lusa
“será desenvolver o trabalho feito
pelos seus antecessores, nomeada-
mente em sectores da cultura, da
presença portuguesa, da língua e do
ensino do Português; na valorização
da imagem de Portugal que Portu-
gal, numa perspectiva histórica, tem
em Hamburgo”.
Também referiu que a sua acção
será para servir a comunidade por-
tuguesa e defender os interesses
nacionais. Redacção
Hamburgo tem novo Cônsul-Geralde Portugal
Cônsul-Geral de Portugal, AntónioJosé Alves de Carvalho, acompa-nhado pela sua esposa.
A recolha de assinaturas para o
Manifesto dos residentes portugue-
ses a solicitar a exoneração do ac-
tual Consul-Honorário de Portugal
na Baviera, o empresário do ramo
Imobiliário, Jürgen Adolff, segue em
bom ritmo, segundo apurou o
nosso jornal junto de um núcleo de
dinamizadores do referido pro-
cesso iniciado há cerca de dois
meses.“ Só o facto de se terem
postado as Férias Grandes de Verão
obstou a que o ritmo de recolha de
assinaturas não seja mais expres-
sivo. De qualquer das formas, cerca
de duas centenas foram recolhidas
até ao início do passado mês de Se-
tembro „, precisou a nossa fonte.
O manifesto, divulgado pelo
nosso Jornal na edição de Agosto,
causou muita perplexidade nos
meios oficiais de Lisboa. Foi criada
mesma uma comissão especial para
apurar a gravidade das acusações
contra o cidadão alemão ligado ao
ramo Imobiliário, que há mais de 15
anos exerce à revelia de qualquer
controlo as funções de represen-
tante na Baviera dos interesses e da
imagem de Portugal.
Especial melindre social e di-
plomático, que provocaram ondas
de repúdio nos meios do Ministério
dos Negócios Estrangeiros, é o teor
público das gravíssimas acusações
escritas e publicadas contra Jürgen
Adolff. Nomeadamente, segundo
conseguimos apurar, o lance em
que se afirma, preto no branco, que
„ não é possível enumerar ne-
nhuma acção promovida pelo sr.
Jürgen Adolff no sentido de apoiar
interesses, actividades ou aconteci-
mentos relacionados com Portugal
ou com Portugueses“.
Bem como a frontal acusação
de oportunismo comercial inaceitá-
vel e desprestigiante que lhe é as-
sacada de forma frontal pelos
portugueses residentes na Baviera:
„ O estatuto e a credibilidade ine-
rente ao posto que ocupa, ofere-
cida ao sr. Jürgen Adolff por
Portugal e pelos Portugueses, tem-
lhe permitido um aproveitamento
pessoal nas actividades comerciais
que exerce, nomeadamente no sec-
tor Imobiliário“.
O PORTUGAL POST tentou,
sem sucesso, chegar à fala com o
Jürgen Adolff para se pronunciar
sobre o assunto
F.Almeida Ribeiro
O efeito bola-de-neve do Manifesto contra o Cônsul Honorário de Portugal em Munique
Consul-Honorário de Portugal emMunique, Jürgen Adolff
Que se passa com o Conselho
das Comunidades Portuguesas da
Alemanha (CCP) que parece viver
um tempo de, como está na moda
dizer-se, asfixia?
Eleito pelos portugueses, os
conselheiros Piedade Frias, Rui Paz,
Alfredo Stoffel, José Eduardo e Al-
fredo Cardoso da última vez que fi-
zeram notícia foi quando se
encontraram com Cavaco Silva em
Osnabrück e lhe entregaram um
memorando que pode ser sempre
consultado no portal do nosso jor-
nal: www.portugalpost.de
E por falar em internet, o actual
CCP-Alemanha promove a confu-
são entre o povo e os outros com
o seu actual site. O cidadão que
consultar o www.ccp-alemanha
será confrontado com tamanha
confusão de nomes, de rostos e de
comunicados. Lá encontraremos os
antigos conselheiros com os res-
pectivos contactos e fotos, só
que...Só que de nada valerá a pena
o contacto porque os conselheiros
são outros.
Por isso, daqui o apelo ao CCP-
Alemanha que actualize o seu por-
tal, caso contrario a confusão está
instalada.
Mas ainda por falar em notícias
do CCP-Alemanha, não podemos
esquecer os dois encontros que os
conselheiros tiveram com o actual
embaixador de Portugal em Berlim,
encontros esses em que foram
abordadas questões de importância
para a comunidade.
De resto, as iniciativas dos con-
selheiros são pontuais. A falta de
meios é um grande problema com
que o CCP se debate. Por mais que
se queira, os conselheiros não
podem pôr o orçamento particular
a financiar as suas actividades ofi-
ciais e aqui está explicada a falta de
iniciativas e, de alguma maneira, o
silencio do CCP.
Mas, enquanto isso não é resol-
vido, vai daqui um apelo para que se
actualize o portal electrónico.
Redacção
Que se passa com o CCP?Página na internet não sofre actualização há anos
Mudança de HorárioHora de Inverno: Relógios atrasam 60 minutos Na madrugada de 24 de Outubro os relógios atrasam uma hora às 02:00
entrando-se na chamada Hora de Inverno, proporcionando mais uma
hora de sono ou de trabalho, conforme o caso.
Com a mudança da hora amanhece mais cedo mas em contrapartida
anoitece mais cedo, o que pode provocar pequenas perturbações devido
a alterações de ritmos, sobretudo em crianças.
A ex-funcionária do Consulado-
Geral em Hamburgo e ex-deputada
pela CDU à Assembleia Municipal
de Altona-Hamburgo, Alessandra
Venda do Rosário, que falsificou um
diploma de doutoramento foi bafe-
jada pela sorte ao não ir responder
a tribunal, ficando-se por uma multa
de 500 euros aplicada pelo Ministé-
rio Público que resolveu não dar
seguimento ao processo, arqui-
vando-o.
A decisão do Ministério Público
foi tomada depois de Venda do Ro-
sário ter confessado a falsificação
do diploma de doutoramento, título
com que se fez apresentar durante
anos e que apresentou aquando da
sua entrada ao serviço do Consu-
lado-Geral de Portugal em Ham-
burgo.
O facto de ninguém ter apre-
sentado queixa e também devido à
inexistência de antecedentes crimi-
nais, o Ministério Público decidiu ar-
quivar o processo contra uma
multa de 500 euros. Para contribuir
para esta decisão, o Ministério Pú-
blico explica que Venda do Rosário
confessou a falsificação do diploma
e, com este seu procedimento, se
ter prejudicada a si própria, arrui-
nando a sua reputação pessoal e a
sua carreira profissional e politica.
Este seu procedimento também
contribuiu para que tivesse de
depor o seu mandato de deputada
municipal e foi um motivo para per-
der o seu posto de trabalho no
consulado. Hoje, Venda de Sousa
vive do chamado Hartz IV, ou seja,
de ajuda social.
O caso foi descoberto quando
a autenticidade do diploma foi co-
locada em dúvida por funcionários
do consulado que detectaram erros
de alemão no documento, que tam-
bém estaria “primariamente falsifi-
cado”.
Confrontada com a situação
pelo Cônsul-Geral, que terá solici-
tado à funcionária o original do di-
ploma, a falsa doutora apresentou
de imediato a sua demissão ao
chefe daquele posto consular “por
motivos de saúde”.
Alessandra Venda do Rosário
não era apenas conhecida por
“doutora” no consulado.
Deputada desde 2004 pelo par-
tido CDU à Assembleia Municipal
de Hamburgo-Altona, Alessandra
Venda do Rosário era apresentada
oficialmente por aquele órgão mu-
nicipal com o título académico. Na
página oficial da Internet da Assem-
bleia Municipal, Alessandra Venda do
Rosário surgia como „doutora”
Entretanto fonte local da CDU,
que se manifestou chocado com a
situação, revelou que a ex-deputada
nunca mais se apresentou junto dos
seus colegas apesar de ter havido
tentativas de contacto por parte do
partido político.
Redacção
O caso da falsa doutora no consulado em Hamburgo
Ministério Público arquiva acusação apósconfissão da ex-funcionária
Alessadra Venda do Rosário - falcatrua levou- apara o „Hartz IV” . Foto: PP
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 Comunidade - Alemanha 9
GENTEAntónio Portela não é um músico qualquer,
mas sim um pianista gentleman que há mais de
25 anos anima musicalmente os bares dos ho-
téis de primeira classe no norte da Alemanha.
Este português açoreano que chegou à Ale-
manha em 1962 tem no seu curriculum de
músico pianista passagens por conhecidos bar-
cos de cruzeiro como M.S. Berlin ou o M.S.
Deutschland onde animou as noites concor-
ridas de baile com traje a rigor de passageiros
viajantes à procura da felicidade.
Mas António Portela, com o seu ar elegante e
educado, é, com o seu grupo de nome INSI-
DERS, um pianista conhecido dos galãs e dos
famosos que habitam passam por hotéis de
luxo da cidade hanseática de Hamburgo tais
como o „Vierjahreszeiten“, o “Atlantic“, o
“Elysee“ e o muito selecto „Anglo German
Club“
António Portela começou a sua carreira mu-
sical na conhecidíssima Grossen Freiheit num
Nightclub enfrente do famoso STARCLUB
por onde passaram os Beatles, Ray Charles,
etc.
Hoje o pianista António Portela depois de 47
anos de Alemanha é um português moldado
hamburguês que, depois de chegar à Alemanha
com um diploma de técnico de Radio e TV, se
revelou para a música .
O português António Horta fa-
lhou a eleição para uma junta de
freguesia de Gelsenkirchen, nas au-
tárquicas realizadas no mês pas-
sado, como candidato de uma
iniciativa de cidadãos estrangeiros,
a BIG, mas promete voltar à carga.
„Não logrei ser eleito para pre-
sidente de junta, consegui apenas
6,2 por cento dos votos, mas o
grupo vai continuar, para abrir ca-
minho às gerações futuras“, prome-
teu o emigrante português, que se
candidatava na freguesia de Uckers-
dor-Sud. Criada apenas há um ano,
a BIG conseguiu, no entanto, eleger
pela primeira vez dois representan-
tes à Assembleia Municipal de Gel-
senkirchen, graças aos 3,7 por
cento de votos alcançados.
António Horta era o primeiro
português na lista para a Assem-
bleia Municipal, em quinto lugar, mas
falhou também esta eleição.
A sua irmã Mariana Horta, que
se candidatou à junta de freguesia
de Uckersdorf-Nord, também não
logrou ser eleita, e o mesmo acon-
teceu com o primo Luís Raposo de
Matos, candidato pela BIG em Als-
tadt-Schalke.
As eleições autárquicas em Gel-
senkirchen, uma urbe mineira da
bacia do Ruhr, foram ganhas pelos
sociais-democratas do SPD, com
50,2 por cento dos votos, seguidos
pelos democratas-cristãos da CDU,
com 22,5 por cento.
Preocupante para todos os par-
tidos democráticos, segundo Antó-
nio Horta, foram os 4,3 por cento
conseguidos pelo grupo „Pró Gel-
senkirchen“, um aliado dos neofas-
cistas do NPD.
„Todos estamos de acordo que
é preciso combatê-los, mas ainda
não se sabe bem como“, admitiu o
mestre industrial, de 52 anos.
A BIG foi criada por membros
do Conselho dos Estrangeiros
junto da Câmara Municipal de Gel-
senkirchen, que se queixam de não
serem tidos na devida conta pelos
partidos tradicionais.
Esperavam recolher muitos
votos junto das numerosas comu-
nidades estrangeiras de Gelsenkir-
chen, onde há também cerca de
dois mil portugueses, mas muitos
emigrantes nem sequer estavam
inscritos para votar.
„Recebemos muitos apoios da
população, sobretudo de estrangei-
ros, mas isso é uma coisa e o voto
nas urnas é outra“, referiu António
Horta, que agora, como vogal da
junta de freguesia, se dedicará a de-
fender o programa eleitoral da BIG.
As principais preocupações
desta iniciativa são a segurança nas
ruas da cidade, a limpeza urbana, a
recuperação de prédios degradados
e a concentração excessiva de
crianças de uma só nacionalidade
em algumas escolas. FA
Português falha eleição para presidente de junta de Gelsenkirche
Em declarações exclusivas aonosso jornal, o Cônsul-Geralde Portugal em Estugarda, dr.Manuel Gomes Samuel, ga-rantiu que o Conselho Con-sultivo, órgão de apoiobenévolo ao Consulado, vaiser uma realidade tangível, apartir da segunda semana deNovembro próximo, quandoo número de consultores forcompletado na primeira reu-nião plenária do novel instru-mento de consulta e análisedas necessidades essenciaisda Comunidade Lusa resi-dente no Baden-Württem-berg e Baviera.
„Não houve qualquer tipo de
acção desfavorável à indigitação
dos consultores já empossados
no passado dia 20 de Setembro „,
acrescentou o diplomata.
Os já nomeados consultores
tomaram posse perante o Côn-
sul-Geral, o Coordenador do En-
sino Regional, João Mendes, e o
técnico Social Abílio Rodrigues. A
lista ainda incompleta, serão oito
elementos ao todo, conta com
Artur Amorim, em representação
da Associação Portuguesa de Lud-
wigsburg, Mário Moita, pelo Cen-
tro Desportivo de Estugarda,
Maria Ritter, pela Associação de
Bamberg (Baviera), Francisco
Costa, em representação da Sec-
ção de Estugarda do Partido So-
cialista, Maria do Céu Campos,
pela direcção do PSD-Alemanha,
e António Miranda, pela Missão
Católica de Estugarda.
Gomes Samuel frisou-os dois
pontos essenciais que nortearam
o desencadear desta iniciativa
protocolar, derivada da entrada
em funcionamento de um novo
Regulamento Consular. Portanto,
de acordo com o diplomata, o re-
gulamento previa que a selecção
dos elementos para o Conselho
Consultivo fosse da inteira res-
ponsabilidade do Cônsul-Geral.
Ora, aponta,“ considero que
tenho poucos meios para aferir
quais são os representantes que
devem ser seleccionados, para es-
colher A em vez de B ou C“.. De
forma que, frisa, „entendi que o
assunto devia ser colocado à Co-
munidade para que ela, de forma
aberta, democrática e transpa-
rente pudesse eleger os seus oito
representantes para o Conselho
Consultivo“. O número de con-
sultores é proporcional ao nú-
mero de inscritos no Consulado
Geral, número que ronda hoje os
35 mil abrangendo as duas re-
giões do Sul da Alemanha .
O segundo ponto nuclear rei-
terado pelo diplomata prende-se
com o sentido de missão que
norteia a sua actividade consular.
„No decorrer da minha vida pro-
fissional, e nos muitos países onde
já estive colocado, sempre de-
monstrei ter um grande respeito
pelas Comunidades. Parto do
pressuposto de que tenho que
reagir de uma forma completa-
mente equidistante. O Cônsul-
Geral tem que se assumir de uma
forma isenta e independente em
relação a todos para não causar
quaisquer tipo de desiquilíbrios.
Essa isenção tem que ser cum-
prida com um escrúpulo abso-
luto“, apontou.
„O papel do Consulado é, so-
bretudo, vender a imagem do País.
De forma que os alemães possam
ir cada vez mais a Portugal de fé-
rias - há poucos meios para ven-
der a imagem de um país como o
nosso - e essa é uma falha muito
grande. Envidamos todos os es-
forços para angariar, por outro
lado, o maior número possível de
investidores para Portugal. E não
regateamos esforços para apoiar
as iniciativas comuns de joint—
ventures ou de intercâmbio eco-
nómico entre os dois países „
acentuou.
F.Almeida Ribeiro
Manuel Gomes Samuel, Cônsul-Geralde Portugal em Estugarda, cria conselho consultivo
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PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 200910 Festas
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InQUÉRITO • PORTUGAL POST • InQUÉRITO
$
O PORTUGAL POST continua a publicar um inquérito
junto dos seus leitores cuja única finalidade é tornar este
jornal mais próximo dos interesses de quem o lê. Ao
preencher o inquérito, o leitor está a ajudar-nos a melhorar o nosso trabalho e a contribuir
para reforçar a nossa missão enquanto porta-voz da Comunidade luso-alemã .
Por isso, ficamos muito gratos pelas contribuições de todos quantos queiram preencher o
inquérito que será para nós de muita utilidade para assim prestarmos um melhor serviço e
uma mais útil informação.
Nota: se não se quiser dar ao trabalho de preencher, recortar e enviar por correio o inquérito,
pode fazê-lo por email, bastando responder reproduzir e responder às perguntas que colo-
camos.
Obrigado pela ajuda.
A sua opinião é muito importante para nós.
Falando de festas, a notícia e a
novidade vai direitinha para a orga-
nização mensal de uma festa/noite
de disco organizada pela “Elegancia
Eventes” intitulada Portugal Sen-sation, uma empresa vocacionada
para a organização de serões de
dança e gerida por dois jovens luso-
descentes.
Paulo Gomes, um dos gerentes
da empresa, informou o PORTU-
GAL POST que iniciaram a organi-
zar festas desde o último mês de
Maio.
Com música para todos os gos-
tos, “dos 18 aos 40 anos, sendo que
quem tiver 50 também é bem vindo
e de certeza que haverá música
para o seu gosto”, como refere
Paulo Gomes, as festas são levadas
a cabo na Discoteca RheingoldDusseldorf Hauptbahnhof apartir das 22h00.
Segundo o gerente da Elegância
Events, Paulo Gomes, o objectivo da
empresa em promover mensal-
mente uma noite de disco é “fazer
com que haja um local de referencia
para o encontro dos jovens luso-
descendentes na área de Dussel-
dorf, para os juntar em festa e
noites de dança e, deste modo,
constituir também uma bolsa de
contactos entre os jovens.
A música das noites PortugalSensation abrange, como já se
disse, o maior leque possível de
gostos e está a cargo de alguns DJs,
alguns deles vindos de Portugal. Tal
como nos informou Paulo Gomes,
nas noites Portugal Sensation há
sempre uma surpresa artistica ao
vivo.
Os responsáveis já disseram
que pretendem alargar a iniciativa
também à cidade de Colónia em
2010.
Fica, portanto, aqui a sugestão e
votos de boa festa.
Próximas datas da PortugalSensation: 23.Outubro
Portugal Sensation dançar e conviver em português
Dois festivais de folclore me-
recem este mês uma nota de des-
taque. São eles o festival
organizado pelo grupo S.Pedro de
Colónia, que representa as danças
de Nazaré, e o do grupo folclórico
da Associação de Bonn & Lohmar.
Com sete grupos oriundos da
Alemanha e dois do Luxemburgo,
o festival de Colónia, habitual-
mente realizado sempre no mês
de Outubro, apresenta o que de
melhor se faz na Alemanha em
termos de folclore. As presenças
do Ancora do Mar de Rheine, do
Coração do Minho, de Hagen, dos
Campinos, de Remscheid, entre
outros, asseguram um bom espec-
táculo.
Com início às 16h30, o festival
de Colónia tem tudo para ser uma
boa festa portuguesa: Comes e
bebes, dança moderna e baile ani-
mado pelo grupo Aregetooo. A
entrada custa 6 euros e as crian-
ças até aos 14 anos não pagam en-
trada.
Falta dizer que a festa é a 24
deste mês na Europaschule Zolls-
tock, na Raderthalgürtel 3
Quanto ao grupo folclórico da
Associação de Bonn & Lohmar,
que realizará o 16º festival no pró-
ximo dia 10, a presença de cerca
de sete grupos no festival vem na
linha dos festivais por si organiza-
dos.
A jovem nascida na Alemanha
há trinta anos, Sílvia dos Santos, é
a presidente deste grupo que re-
presenta as danças e o cantares da
região do Douro. Os seus actuais
25 elementos dão vida a um grupo
que também nos habituou a boas
festas.
A festa deste grupo vai reali-
zar-se na Hauptschle em Lohmar
com início também às 16.30.
Festivais de folclore em Outubro paramatar saudades das tradições
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 11PORTUGAL POST na Escola
Há já quatro décadas vivem portugueses na Alema-nha. Na Renânia do Norte-Vestefália chegam agora àescola, na 4ª geração!
COMO TUDO COMEÇOU
Na década de 60 iniciam os portugueses a emigração
para a Alemanha. Depois da Segunda Guerra Mundial as coló-
nias africanas revoltam-se contra Salazar e pedem a sua inde-
pendência. Muitos portugueses têm que ir para a Guerra
Colonial e, para fugir a isso, emigram para países europeus
como a França e a Alemanha. Outras razões são de natureza
económica: a fuga à miséria, ao desemprego e às más condi-
ções de trabalho.
Além disso, após a 2ª Guerra Mundial, a Alemanha tem
grande necessidade de mão-de-obra.
Os portugueses vêm sem intenções de ficar para sempre
no país de acolhimento. Mas as boas condições de vida levam
a que esses trabalhadores, que tinham vindo sozinhos, cha-
mem as suas famílias para junto de si em vez de regressarem
à sua Pátria.
A provar a grande vinda de portugueses para a Alemanha
está o facto de o milionésimo emigrante neste país ter sido,
em 1964, um português chegado a Colónia de comboio que
inesperadamente recebe, como reconhecimento, uma moto-
cicleta.
A QUARTA GERAÇÃO
Imensos portugueses na Alemanha não pensam voltar a
Portugal. Não admira que as primeiras crianças da quarta ge-
ração comecem a frequentar a escola.
Uma dessas crianças, talvez a primeira em toda a Ale-
manha, vamos conhecer mais detalhadamente. Um rapaz, Mar-
vin Figueira Cândido, nascido há 6 anos em Unna (Renânia do
Norte-Vestefália) que este ano entrou na escola primária
“Sonnenbergschule” em Langschede.
À primeira vista, ele não se distingue das outras crianças.
Mas, na verdade, a família dele tem um longo passado aqui na
Alemanha.
Dos bisavós, que também emigraram para a Alemanha na
década de 60, já só vive a bisavó.
Eram estes que ainda tinham bem enraizada a sua cultura
portuguesa e que a foram transmitindo a filhos e netos. Tam-
bém Marvin adquire, paralelamente à cultura alemã que vive
no dia-a-dia, a influência da sua família. Essa nota-se em vários
aspectos: Marvin fala perfeitamente Alemão assim como Por-
tuguês, adora a comida tradicional feita pela avó e vê também
televisão portuguesa.
Poder-se-ia pensar, que estes comportamentos não o
deixariam ter
um contacto tão intensivo com as outras crianças da
classe, uma vez que são conhecidos os problemas de integra-
ção de pessoas estrangeiras.
Mas o facto de ele ter crescido abertamente em duas
culturas, leva a que ele lide bem com as crianças alemãs sem
alhear as suas raízes. Assim se vê que o bilinguísmo não é uma
desvantagem na sociedade. E, na verdade, Marvin é como os
outros garotos: gosta de jogar futebol, às escondidas e no
computador...
... e agora, vem juntar-se a nós – os alunos portugueses
do concelho de Unna.
Nós, que já fizemos o mesmo caminho, frequentando
também as aulas de língua materna – Português – desde o 1°
ano, aperfeiçoando continuamente os nossos conhecimentos,
encontramo-nos agora no 10° ano. Ficamos felizes por ter
agora como colega o primeiro aluno que pode olhar para uma
já tão longa história familiar, desejando que, também ele, den-
tro de dez anos possa conseguir escrever, assim como nós
agora, umas “boas-vindas” em dois idiomas.
Estes dois idiomas, que nos acompanham ininterrupta-
mente completando-se!
Os alunos do 10° ano do Curso de Português da Kat-harinenschule – Unna
Carina CoimbraCindy PereiraGabriel HonórioIvone AlvesMelissa CarvalhoRafael AntunesRicardo JunqueiraSérgio FerreiraSofia VelhinhoProfessor Francisco Caetano
Um olhar para trás A história da quarta geração dos migrantes portugueses na Alemanha
Alunos do 10° ano do Curso de Português da Katharinenschule – Unna - escrevem ao PORTUGAL POST
Seit 4 Jahrzehnten leben portugiesische Migranten inNRW. Jetzt, erreichen sie die Schule – in der viertenGeneration!
WIE ALLES BEGANN
In den 60er Jahren begannen die ersten Portugiesen nach
Deutschland überzusiedeln. Nach dem zweiten Weltkrieg
wandten sich die afrikanischen Kolonien gegen Salazar, um ihre
Unabhängigkeit einzufordern und so mussten viele Portugie-
sen in den Kolonial-Kriegen kämpfen. Um diesem Schicksal zu
entfliehen, wanderten viele nach Frankreich oder Deutschland
aus. Andere Gründe waren natürlich aus wirtschaftlicher
Natur: Armut, Arbeitslosigkeit, Schlechte Arbeitsbedingungen...
Außerdem hatte Deutschland, nach dem zweiten Weltkrieg,
großen Bedarf nach Arbeitskräften.
Die Portugiesen hatten nicht die Absicht, für immer im
Gastland zu bleiben, aber wegen der guten Arbeits- und Le-
bensbedingungen blieben sie und holten ihre Familien nach.
Ein Beweis der großen Einwanderung von Portugal nach
Deutschland ist es der Fakt, dass der 1.000.000ste Einwande-
rer in Deutschland, ein Portugiese war, der, 1964 mit dem Zug
in Köln ankam und ein Motorrad, als Anerkennung, geschenkt
bekam.
DIE 4. GENERATION
Es gibt viele Portugiesen in Deutschland, die nicht daran
denken, nach Portugal zurückzukehren. Kein Wunder, dass be-
reits Kinder der 4. Generation das Schulalter erreichen.
Eines dieser Kinder, vielleicht das Erste in Deutschland,
werden wir näher kennen lernen. Ein Junge, Marvin Figueira
Cândido, 6 Jahre alt, aus Unna, der nun in die erste Klasse der
“Sonnenbergschule” in Langschede eingeschult wurde.
Auf den ersten Blick sieht er nicht anders als die anderen
Kinder aus, aber in Wahrheit hat seine Familie eine lange Ges-
chichte in Deutschland.
Von den Großeltern, die auch in den 60er Jahren nach
Deutschland kamen, lebt nur noch die Großmutter.
Es waren diese, die noch eine sehr lebendige portugiesis-
che Kultur besaßen und sie an ihre Kinder und Enkelkinder
weitergaben. Auch Marvin lernt, parallel zur deutschen Kultur,
die portugiesische von seiner Familie. Dies merkt man an vie-
len Aspekten:
Marvin spricht perfekt Deutsch und Portugiesisch, er liebt
das von seiner Oma zubereitete portugiesische Essen und
schaut portugiesisches Fernsehen.
Man sollte meinen, dass diese Verhaltensweisen den in-
tensiven Kontakt zu anderen Kindern aus der Klasse nicht zu-
lassen, was ein altbekanntes Integrationsproblem von Auslän-
dern ist.
Aber die Tatsache, dass er offenherzig in zwei Kulturen
aufgewachsen ist, bedeutet auch, dass er viel mit den deuts-
chen Kindern gemeinsam hat, ohne seine Wurzeln zu verlie-
ren. Somit ist klar, dass Zweisprachigkeit kein Nachteil in der
Gesellschaft ist. Und in der Tat, Marvin unterscheidet sich nicht
von den anderen Jungen:
Er spielt gerne Fußball, Verstecken und Computer…
…und jetzt schließt er sich uns an, den anderen portugie-
sischen Schülern aus dem Kreis Unna.
Wir sind denselben Weg gegangen und haben auch seit
der 1. Klasse am herkunftssprachlichen Unterricht teilgenom-
men, um unser Wissen zu erweitern und sind nun in der 10.
Klasse. Wir freuen uns, dass jetzt ein Mitschüler zu uns stößt,
der schon auf eine so lange Familientradition zurückschauen
kann und bald wie wir ein „Willkommen“ in zwei Sprachen
schreiben kann.
Diese beiden Sprachen, die uns anhaltend - ergänzend -
begleiten!
Die Schüler der 10. Klasse des Portugiesischkursesder Katharinenschule – Unna
Carina Coimbra Cindy PereiraGabriel Honório Ivone AlvesMelissa Carvalho Rafael AntunesRicardo Junqueira Sérgio FerreiraSofia Velhinho Lehrer: Francisco Caetano
Ein Blick zurück Die Geschichte der 4. Generation der portugiesischen Einwanderer
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 200912 Profissões
„Tens de tirar a fotografia é
ao mestre.“ Quando o fotó-
grafo o enquadra, Thomas Riese
pede para não ser protagonista
numa arte que não é a sua: a de
calcetar passeios. Mas fica des-
cansado. Jorge Duarte já falou
connosco. „Tu é que és o ar-
tista hoje“, confirma o mestre.
„Artista. Não gosto da palavra.
Parece que não sabemos o que
estamos a fazer“, responde
Thomas, enquanto se ajeita no
banco e retoma a posição: per-
nas arqueadas e costas curva-
das sobre o areão. À sua frente
estão alguns metros de calçada
portuguesa direitinha, o seu
trabalho da manhã. Thomas, o
alemão que apareceu na Escola
de Calceteiros da Câmara Mu-
nicipal de Lisboa para aprender
a fazer calçada portuguesa, con-
trasta com o resto do grupo: o
mestre Jorge, com o ar épico
dos heróis comunistas, Vítor, o
surdo-mudo que percebe asso-
bios, e Rui Dias, o Cristo, alcu-
nha ganha pelo desgrenhado
das barbas e do cabelo. Thomas
contrasta pelo aspecto de ale-
mão - olhos azuis, cabelo e pele
claros - e pela juventude dos
seus 29 anos. Thomas é o único
aluno de Jorge. A escola de Cal-
ceteiros existe há 23 anos.
Desde 2007 que o mestre não
tem a quem ensinar.
A poucos metros da fachada do Palácio da Independência
onde o grupo refaz a entrada, está o Rossio, uma das primeiras
praças a ser calcetada. Nos passeios, as ondas enchem a praça
há 160 anos e as medidas de Thomas desde que é arquitecto
paisagista. O gosto pela escultura trouxe-o a Lisboa, porque a
fama destes calceteiros chegou à Escócia, onde estudava.
„Disseram-me que aqui se faz a melhor calçada do
mundo“, diz num português irrepreensível para quem chegou
há um mês e meio. E não ficou desiludido. Quando não está a
partir pedra, Thomas fotografa passeios, imagina composições
e lê. Lê todos os livros que falem de calçada - „tens de ler o
livro do Eduardo Bairrada“, aconselha Thomas. O livro „Em-
pedrado Artístico de Lisboa“ é a bíblia dos calceteiros, o ma-
nual que a câmara ofereceu aos alunos da escola nos anos 80.
Aprender a fazer calçada não é um passatempo para Tho-
mas e o mestre certifica o seu talento, enquanto aponta para
a fila de quadrados de calcário enterrados no areão. „Está a
ver? Eu fiz o do lado direito e ele o esquerdo. Não se nota di-
ferença. Ele gosta disto“, diz Jorge que é formador da escola
desde 1998. Já lhe passaram dezenas de alunos pela mão. Jorge
não diz que Thomas é um dos melhores que já ensinou até
porque não é aluno. „Ele vem connosco mas pode ir embora
quando quiser“, diz.
Mas o trabalho do alemão impressiona-o e o seu empe-
nho também. Thomas cumpre o mesmo horário que os cal-
ceteiros - das oito às 18 horas - e aprende a fazer calçada com
a mesma rapidez com que passou a falar português. „Ele já faz
sextavados [quando as faces das peças formam hexágonos re-
gulares], que é uma das técnicas mais difíceis“, assegura o mes-
tre.
Jorge também gosta disto. „Não sou calceteiro de fazer
muita calçada, não sou, nunca fui. Quando estou a trabalhar,
tenho de fazer como deve ser. E tenho vaidade naquilo que
faço. Gosto de investir algum tempo a ver como vou fazer o
desenho.“ Talvez seja por isso que Jorge constrói puzzles nas
horas livres. Porque para fazer calçada é preciso escolher bem
as pedras, avaliar-lhes o volume e colocá-las no sítio certo.
„Sabe qual é a pior coisa para um calceteiro? É ter uma pe-
drinha assim e calha dar- -lhe um toquezinho e ela desfaz-se.“
E Jorge parte pedra como quem escreve ao computador
todos os dias. Já não precisa de olhar e reconhece o martelo
pelo tacto.
Thomas só começou agora, mas não quer deixar fugir a
experiência. Até porque volta para a Alemanha. „Mas ele já
andou aí a comprar pedra para levar para lá“, conta Jorge. Tho-
mas quer fazer um projecto de um jardim com as pedras que
encomendou durante o fim-de-semana, quando foi visitar a
pedreira em Leiria.
Depois de Thomas regressar a Colónia, o mestre ficará
sem alunos. „E este ano já sabe se vão abrir a turma?“ Jorge
ainda não sabe de certeza, mas desconfia da resposta que o
Instituto de Emprego e Formação Profissional lhe vai dar.
Aprender a partir pedra Entrar na Quinta Conde de Arcos
da Câmara Municipal de Lisboa, encaixada no meio da alga-
zarra dos Olivais, é como chegar a um novo tempo. As horas
agrupam-se em dois blocos, o da manhã e o da tarde, e cor-
rem tranquilas para não importunar o ritmo ditado pela na-
tureza. Foi nestes jardins que tudo começou para Jorge. A
escola de calceteiros é aqui.
„Aqui está o 2007“, diz o mestre enquanto mexe com o
pé nas ervas que nascem entre
as pedras da calçada. Os dese-
nhos da última turma foram en-
golidos pelo jardim que rodeia
o passeio de pedra. Aos poucos
- depois de vigorosas catanadas
-, as ervas desaparecem. Lá está
o sete, os dois zeros e ainda o
dois: 2007. O último ano em
que o mestre Jorge teve alunos.
„Ficou alguém desta
turma?“
„Esta malta deste último
curso? Não tenho cá ninguém.
Um, o Teixeira - que tinha um
motão -, é nosso colega. Está aí
à noite. É cantoneiro.“
Foi o único a ficar na câ-
mara. „Os formandos são um
bocado difíceis de captar para
esta arte. É dura, apesar de ele
ter bom físico“, explica o arqui-
tecto José Aparício olhando
para Jorge. E bate-lhe no
ombro para que não restem
dúvidas da dureza do músculo.
Confirma-se. O braço é largo e
as mãos calejadas, como se es-
pera de quem faz a vida a vestir
passeios. „Os mais antigos
estão todos com problemas de
coluna. Têm de estar de cóco-
ras ou sentados para executar
a calçada. Ao fim de uns anos
começam a ficar muito desgas-
tados“, continua o arquitecto
que coordena o curso desde 1986, o ano em que Jorge entrou
como aluno.
Dois anos depois, „a 4 de Abril de 1988“, lembra Jorge, o
mestre, então ajudante de calceteiro, estava já na rua a partir
pedra. Começou quando ser calceteiro era uma profissão de
muitas categorias - ajudante de calceteiro, calceteiro de 1.a,
de 2.a, mestre e batedor. „Eu ainda cheguei a fazer dois ou
três concursos. Tínhamos de fazer o desenho, os mestres viam
o cascalho... Hoje já não há concursos.“ As categorias enco-
lheram. „Hoje só há o ajudante, o calceteiro e o batedor“,
enumera Jorge. É uma ascensão mais rápida numa profissão
que poucos querem. Fazer calçada não atrai quem lê os anún-
cios dos centros de emprego, nem mesmo quando a câmara
alicia os desempregados com a promessa de um contrato e
um lugar fixo na função pública.
„O que mexe o homem é o dinheiro. Se pagassem melhor,
evitava-se que os que aprenderam fujam para outras profis-
sões“, sugere o arquitecto. No final de cada mês, Jorge ganha
730 euros, sem descontos, como mestre calceteiro. „A calçada
normal que nós fazemos custa 17,20 euros o metro quadrado.
Já vi calçadas a dois euros, mas isso são outras empresas“, ex-
plica Jorge, referindo-se àquelas que a câmara contrata para
calcetar a maior parte dos passeios. „O aspecto estético não
é o mesmo. Se passar um carro, cria ondas que levantam o pa-
vimento - e lá estão os sapatos das senhoras a ficar presos na
calçada“, diz. „E sabe uma coisa? Às vezes nem digo que sou
calceteiro“. Por vergonha? „Não é por vergonha do trabalho...
É pelos buracos que os outros deixam.“
Por Patrícia Silva Alves
Cortesia jornal „i“
O arquitecto alemão que se apaixonou pela calçada portuguesa
Thomas, 29 anos, quis aprender a arte com os melhores calceteiros do mundo.A fama dos mestres lisboetas
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 Outros Emigrantes 13
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Portugal é o sexto fornecedor de
jogadores para as cinco principais
ligas de futebol da Europa, apre-
sentando o terceiro contingente
entre países do Velho Continente,
com um total de 40 emigrantes.
Mesmo assim, os futebolistas
lusos são menos de um quarto
dos brasileiros (161) que alinha-
ram, em 2008/09, nos campeona-
tos de Inglaterra, Espanha, Itália,
França e Alemanha, segundo o
“Estudo anual do mercado euro-
peu de trabalho dos
jogadores de fu-
tebol 2009”, do
Observatório
dos Jogadores
Profissionais de
Futebol (OJPF).
Entre os 40 emigrantes portugue-
ses, a média de idades para a
transferência para estes campeo-
natos é de 23,85 anos, a quarta
mais elevada, seguida de perto
por espanhóis (23,43) e holande-
ses (23,27), mas somente batida
por italianos (24,40), gregos (25)
e turcos (26,57), que adquirem
ainda mais experiência antes da
primeira aventura nestas ligas.
Em quantidade, os brasileiros lide-
ram em Itália, França e Alemanha
e apenas são batidos pela Argen-
tina, em Espanha, França e Ingla-
terra, sem que isso coloque em
causa o “domínio” das principais
ligas.
Gauleses (103) e argentinos (100)
ocupam a segunda e terceira po-
sição do “ranking”, à frente do
Uruguai (43) e da Holanda (41),
que registou o maior reforço do
contingente nestes campeonatos,
com mais dez jogadores, entre as
épocas de 2007/08 e 2008/09.
Nas contas dos investigadores, o
campeonato português foi, entre
2005/06 e 2008/09, a oitava pre-
cedência preferida, tendo forne-
cido 79 jogadores, 18 dos quais na
última temporada, quando ascen-
deu à sétima posição entre os ex-
portadores para estas ligas, numa
ordenação encabeçada por
França (129), Inglaterra (117) e
Brasil (114).
“Os clubes que focam o seu re-
crutamento interna-
cional nas outras
quatro ligas de
‘top’, em Portu-
gal, Holanda,
Brasil, Argentina
e Suíça obtém uma
importante vantagem competitiva
em relação às outras equipas”, re-
fere o estudo do OJPF, que nasceu
de uma parceria académica entre
a Universidade de Neuchatel
(Suíça) e a Universidade de Fran-
che-Comté (França), unida pelo
Instituto de Ciências do Des-
porto da Universidade de Lausana
(Suíça).
Nas conclusões do quarto estudo
anual, que aborda além da demo-
grafia, o treino, o recrutamento
internacional, a mobilidade dos fu-
tebolistas e, pela primeira vez, o
mercado de treinadores, o OJPF
realça a diminuição do número de
jogadores formados nos clubes,
em contraste com o aumento dos
jogadores “importados”.
Entre 2007/08 e 2008/09, a per-
centagem de jogadores formados
nos clubes caiu de 22 para 21 por
cento, sendo que o
maior valor, regis-
tado em França
(30,3 por
cento), também
sofreu uma
queda de cinco
por cento, nas
referidas épocas.
Já a proporção de
jogadores estrangei-
ros cresceu pelo quarto ano con-
secutivo, atingindo agora 42,6 por
cento. Os clubes ingleses conti-
nuam a ser os principais empre-
gadores de forasteiros (59,2 por
cento), que, de forma inédita, ul-
trapassaram os alemães na Bun-
desliga (50,2). Neste campo, o
Liverpool é inigualável, com 90
por cento de jogadores estrangei-
ros.
Portugal é o sexto fornecedor de jogadores das cinco principais ligas europeias
Ricardo Carvalho, Simão, Quaresma, Mourinho, Hilário e Ronaldo são al-guns dos “Emigrantes” da bola que Portugal exporta
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009Saúde14
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Portugal é o sexto país da UE
onde as pessoas com 65 anos têm
menos ‘anos saudáveis de vida’ pela
frente, apresentando os homens ní-
veis de bem-estar mais elevados do
que as portuguesas, segundo esta-
tísticas divulgadas.
Segundo o anuário de 2009 do
Eurostat, o gabinete de estatísticas
da União Europeia (UE), os homens
portugueses de 65 anos podiam
contar, em média, com mais seis
anos de vida saudável (healthy life
years, HLY na sua siglas em inglês)
em 2005, contando as portuguesas
com cerca de cinco.
Entre os 27 Estados-membros,
apenas os cidadãos da Letónia, Eslo-
váquia, Hungria, Lituânia e Estónia
estão atrás de Portugal. A Dina-
marca ocupa o topo da tabela, com
13 anos para os homens e 14 para
as mulheres, seguido de Malta, com
dez e onze anos, respectivamente.
Por outro lado, dados referentes
a 2006 indicam que, em Portugal,
cerca de nove por cento dos ho-
mens tinham ficado „severamente
incapacitados devido a problemas
de saúde“ nos últimos seis meses
antes da realização do inquérito, en-
quanto nas mulheres esse valor as-
cendia aos 13,4 por cento.
Relativamente à obesidade, os
dados da Eurostat referem que, em
2003, um pouco mais da metade
dos portugueses eram obesos e
cerca de 40 por cento apresenta-
vam excesso de peso. Apenas o
Reino Unido (60 por cento da po-
pulação), Alemanha, Malta, Grécia e
Hungria apresentavam, nesse ano,
maiores percentagens de obesidade.
Os dados do Eurostat também
adiantam que, em 2006, existiam em
Portugal 267,8 médicos por cada
100 mil habitantes, praticamente
menos de metade dos clínicos que
exerciam na altura na Grécia, país
que ocupa a primeira posição neste
indicador, seguido da Bélgica (404,7)
e Noruega (377,7).
Os hospitais portugueses dispu-
nham, em 2006, de 365,1 camas por
cada cem mil habitantes, enquanto
em 1996 o número era de 399,3.
Segundo o Eurostat, em 2005, a
média de camas hospitalares na UE-
27 por cem mil habitantes era de
590.
Portugal é 6º país da UE onde pessoas com mais de 65 têm menos anos saudáveis de vida pela frente
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 15Publicidade
A ANCIPA, consciente da relevância e pertinência da promoçãodo Sector Alimentar Português nos principais mercados interna-cionais, irá promover a primeira representação conjunta da Fi-leira Agro-Alimentar na Feira Internacional ANUGA, que serealiza em Colónia – Alemanha, de 10 a 14 de Outubro de2009.
Esta iniciativa visa potenciar o reconhecimento in-ternacional e as exportações de alguns dos mel-hores produtos gastronómicos nacionais, atravésda criação de um conceito de comunicação eimagem únicos, com a designação PortugueseChoice & Taste.
Este projecto pretende fazer chegar ao exterior agrandeza que a gastronomia portuguesa insere.Para tal, a Industria Alimentar apostou numaunião de esforços, com o intuito de exportar a co-zinha nacional como um todo, pois só assim estaserá notória.
Neste evento contamos com a participação decerca de duas dezenas das mais prestigiadasempresas do Sector Alimentar Português inalte-cendo as inovações que este ramo tem vindo apromover, abrangendo quase todas as áreas denegócio, nomeadamente: Massas, Pastelaria,Azeites, Molhos, Pescado Congelado, Pré-cozin-hados, Frutos Secos, Arroz, Carnes transforma-das, Conservas, entre outros apeteciveisprodutos...
O Stand de Portugal, com cerca de 200m2, pre-tende dar a conhecer a diversidade, a qualidadee a autenticidade dos produtos nacionais. Os vi-sitantes poderão não só degustar as propostascriativas do Chef Luís Marques, como tambémvisualizar a sua confecção, ocorrendo assim umencontro de imagem, cor, sabor e saberes.
Aproveite esta grande Oportunidade para deliciar-se com os mel-hores sabores portugueses! Aceite o desafio e venha visitar-nosno Stand de Portugal – Hall 11.1 – F041-F049 . Convidamos os Senhores importadores e agentes do comérciode produtos alimentares portugueses na Alemanha a visitarem-nos na ANUGA
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PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009Economia & Negócios16
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Não se esqueça de reservar a sua mesa
Na União Europeia, um dos
pólos de desenvolvimento econó-
mico e mundial, assiste-se a um
abrandamento das maiores eco-
nomias ou até mesmo a entrada
de algumas delas em recessão,
como são os casos do Reino
Unido, Espanha e Alemanha.
Neste último Estado, muitas vezes
retratado (com inteira justiça)
como o “motor” económico da
União Europeia as perspectivas
para 2009 são bastante desanima-
doras, com uma quebra generali-
zada da confiança dos
consumidores e sectores de pro-
dução industrial, como o sector
automóvel, a atravessarem a
maior crise desde 1945.
Face a este quadro de alguma
falta de esperança e de melhores
perspectivas comerciais interessa
verificar se existem algumas alter-
nativas que possam representar
um novo fôlego para as empresas
e empreendedores. É com esse
objectivo que, nesta ocasião, nos
dirigimos aos leitores falando de
um país em desenvolvimento eco-
nómico acentuado, Angola.
Após cerca de 30 anos de
guerra civil que deixaram o país
na mais absoluta carência dos
bens e equipamentos mais bási-
cos, Angola atravessa um período
de grande crescimento econó-
mico, aproveitando a sua riqueza
em petróleo e minerais para o in-
vestimento em estradas, recupe-
ração da rede ferroviária, portos,
estruturas médicas e de educa-
ção.
Angola apresenta uma esta-
bilização dos indicadores econó-
micos mais relevantes, como a
inflação e taxas de crescimento
económico, nos últimos anos,
acima dos 20%. Acompanhando
esta tendência começa a desen-
volver-se e a aumentar a necessi-
dade de produção, transporte e
comercialização de um sem nú-
mero de produtos quer para os
cidadãos angolanos que viram re-
forçada a sua condição econó-
mica, quer para as empresas e tra-
balhadores estrangeiros que se
têm vindo a estabelecer em An-
gola nos últimos anos.
Este mercado apresenta-se
pois com um potencial enorme
para todos os empreendedores e
empresas que queiram diversifi-
car os seus investimentos ou,
pura e simplesmente, rumar a
destinos mais dinâmicos.
A juntar a estes elementos o
governo de Angola tem vindo a
estabelecer condições favoráveis
ao investimento estrangeiro, no-
meadamente isentando os inves-
timentos em determinadas zonas
do país de impostos ou reduzindo
pelo menos reduzindo os mes-
mos.
De realçar ainda que tais be-
nefícios fiscais existem para inves-
timentos realizados num número
bastante alargado de actividades
económicas tais como: produção
agrícola; pecuária; industria trans-
formadora; pescas; saúde e edu-
cação; construção civil;
infra-estruturas rodoviárias; fer-
roviárias; telecomunicações; águas
e energia, embora a sua atribuição
dependa, igualmente, da zona do
país onde é implementado o in-
vestimento e do respectivo mon-
tante.
Estes processos de investi-
mentos, que correm junto de uma
agência angolana especializada, a
ANIP ( Agência Nacional do In-
vestimento Privado), são ainda
acompanhados de benefícios
como a possibilidade de transfe-
rência de lucros e dividendos, ob-
tidos pelas empresas em Angola,
para o estrangeiro o que de al-
guma forma confere um maior
grau de confiança aos possíveis in-
vestidores.
O dinamismo da economia
angolana apesar de sofrer algum
abrandamento com a crise inter-
nacional é, ainda assim notável,
permitindo uma diversificação do
risco a quem nela investe e até a
compensação de algumas perdas
sofridas nos mercados de origem
(Portugal; Alemanha e outros)
através do crescimento da activi-
dade naquele país.
As boas experiências de várias
empresas portuguesas de múlti-
plas dimensões tem permitido de-
senvolver Angola como mercado
de destino não só de produtos
mas também de investimentos,
com muitos investidores e em-
preendedores a recolherem infor-
mação jurídica e económica sobre
a realidade angolana com vista ao
seu lançamento naquele mercado
de forma sólida e apoiada por
profissionais conhecedores da-
quela realidade.
A existência de uma língua
comum, a estrutura jurídica seme-
lhante à portuguesa e a história
que liga Portugal e Angola têm
também contribuído para o au-
mento das relações comerciais
entre os dois países e tem tor-
nado uma verdadeira plataforma
de negócios para Angola.
A experiência profissional da
nossa sociedade em Angola, no
acompanhamento dos referidos
processos de investimento, e a
dos nossos clientes tem-se reve-
lado produtiva e, em tempos de
crise, julgamos que as boas expe-
riências económicas e de investi-
mento têm de ser transmitidas e
divulgadas.
Teresa Boino *
* Advogada cédula profissionalportuguesa e angolana, Sócia eCoordenadora do departamento deinvestimento estrangeiro em Angolada BPO Advogados
Plataforma de negócios para AngolaA crise que se vive é,
claramente, uma criseglobal afectando de
forma generalizada ospaíses que, tradicional-
mente, assumem omaior protagonismo na
economia mundial.
Foto de Luanda
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 Economia e Negócios 17
Publicidade
Maurício Sobreiro, líder do
grupo Aurélio Martins Sobreiro &
Filhos, fundador da fábrica, vê na
unidade fabril de Carvoeiro um
dos seus motivos de orgulho. Mas
não esconde uma pequena decep-
ção: „A idade não perdoa e não
sou grande bebedor, o que não
me permite apreciar devidamente
a caneca. Mas a qualidade é o
nosso maior trunfo“, diz.
A história da Vianagrés re-
monta a 1987, ano em que o
grupo, dedicado às obras públicas
e com mais de 500 trabalhadores,
decidiu abandonar o grande ar-
mazém que detinha em Car-
voeiro, Viana do Castelo, passando
toda aquela estrutura para Vila
Praia de Âncora.
Sobrou o espaço propria-
mente dito, que rapidamente foi
aproveitado. „Na altura decidimos
rentabilizá-lo com uma unidade
de cerâmica. É uma zona agrícola,
sem muito emprego. Foi uma
forma também de a desenvolver“,
recorda Maurício Sobreiro.
A produção de louça de grés
para uso decorativo e utilitário,
além das canecas de cerveja, é
uma das vertentes da fábrica via-
nense. „Dá-nos alguma estabili-
dade ao negócio. Também temos
um forno rotativo, para rentabili-
zar ao máximo os equipamentos.
Tudo isso dá-nos dimensão“, ex-
plica o administrador da empresa.
Na história da Vianagrés as ca-
necas de cerveja são o episódio
mais recente. „Só as produzimos
há cerca de três anos.
Na compra de uma outra fá-
brica, de Braga, ficámos com o
equipamento, que é muito avan-
çado, e apostámos neste ramo
para diversificar e solidificar a em-
presa“, afirma.
Dos fornos da Vianagrés, para
todo o mundo, saem canecas de-
corativas e publicitárias com ca-
pacidades entre o meio e os cinco
litros. „O principal mercado é a
Alemanha, mas claro que a crise
tem criado algumas complicações.
Mas somos um dos principais
produtores de canecas de cerveja
a nível europeu“, sustenta o admi-
nistrador.
A tecnologia de ponta desta
unidade passa por uma máquina,
das mais avançadas do género a
nível mundial, que automatica-
mente cola as asas na caneca. As
mesmas que made in Viana são
depois colocadas à venda em
mercados tão diferentes como
Holanda, Estados Unidos ou
França.
No entanto, Maurício Sobre-
iro reconhece que a concorrência
dos países do Leste é uma
Viana vende canecas de cerveja à Alemanha
O Minho ainda revelaalguns segredos. Um
deles é o facto de a par-tir de uma fábrica decerâmica de Viana doCastelo, a Vianagrés,saírem todos os dias
mais de seis mil cane-cas de cerveja que têmcomo destino principala Alemanha. Númerosque fazem da empresaa primeira do género a
nível europeu.
ameaça séria. „Têm-nos criado
muitos problemas devido aos
nossos custos de produção. Mas a
qualidade é a nossa grande marca
e só pelo preço não conseguimos
competir.“
Com 65 trabalhadores, a es-
magadora maioria de Carvoeiro e
freguesias vizinhas, a Vianagrés
apresenta uma louça própria - co-
zida a altas temperaturas, resis-
tente e de baixa porosidade -
como imagem de marca, a qual,
afirma a administração, justifica „o
êxito junto dos consumidores“.
De Carvoeiro sai também a gama
de louça „vidrado de mostarda“,
uma exclusividade da Vianagrés à
venda em todo o País e feita à
base de uma pedra extraída ape-
nas no concelho.
Paulo Julião,
cortesia Diário de Notícias
Conforme estes dados, a im-
portação alemã de vinhos portu-
gueses atingiu numa fase
conjuntural crítica da economia
alemã taxas de crescimento de
8,8% em valor e de 12,5% em vo-
lume, ultrapassando assim de longe
o crescimento do total das impor-
tações de vinhos neste mercado
(0,9% em valor, -2,7% em volume).
Entre os 10 maiores fornecedores
do mercado alemão, Portugal ac-
tualmente representa o país com a
maior taxa de crescimento do valor
dos vinhos fornecidos, seguido pela
Áustria e pela África do Sul.
É de salientar que os vinhos
brancos portugueses atingiram
taxas de crescimento de 38% em
valor e 34,6% em volume, enquanto
a importação alemã de vinhos tin-
tos portugueses au-
mentou 14,8% em
valor e 16,1% em vo-
lume. Ao mesmo
tempo, a importação
alemã de vinhos for-
tificados portugue-
ses cresceu no
período mencionado
11,1% em valor e
2,3% em volume,
atingindo um valor
de 18 milhões de
Euros.
No período em
análise a Alemanha
importou vinhos
portugueses com
um valor total de 34 milhões de
Euros. Portugal continua a ocupar
no mercado alemão a 9ª posição
entre os países fornecedores com
uma quota de importação de 1,7%
(valor) e 1,2% (volume).
Este desenvolvimento positivo
tem a sua base na cada vez maior
qualidade de vinhos portugueses
bem como nos esforços no sector
de marketing por parte dos expor-
tadores nacionais e nas actividades
promocionais de vinhos portugue-
ses no mercado alemão.
Com um volume de importa-
ção 13,9 milhões de hl no período
em análise, a Alemanha representa
o maior importador mundial de vi-
nhos e situa-se com um volume de
consumo de cerca de 20 milhões
de hl no 4º lugar do ranking dos
maiores mercados consumidores
de vinho do mundo.
Fonte: Aicep-Portugal Global
A Associação Alemã de Viticultura publicou os dados sobre a importaçãode vinhos no período de Maio de 2008 a Abril de 2009
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009Kultur18
Großgewachsen, unbezwingbar,
gewandt und genial. Das ist das Bild,
das die Geschichtsschreibung una-
blässig vom Gründerkönig der por-
tugiesischen Unabhängigkeit
zeichnet, selbst nach dem Fall des
Salazar’schen Nationalismus im Jahr
1974. Bis vor Kurzem hielt sich die
Tradition der „Glorifizierung“
Afonso Henriques, die sich als „of-
fizielle“ Version der Biographie des
Königs ab dem 16. Jahrhundert ge-
festigt hatte, einer Zeit, in der an-
dere bis dahin beständige
Darstellungen vorsichtig in Abrede
gestellt wurden.
Einige dieser „althergebrachten“
Bilder offenbaren einen Krieger, der
zu großen Siegen und bemerkens-
werten Taten fähig war, aber auch
ein cholerisches Individuum, das sich
Exzessen hingab und einige Rücks-
chläge zu erleiden hatte. Schlimmer
noch sind die ziemlich schmutzigen
Anekdoten, die zwischen den Fami-
lien des nordportugiesischen Adels
entstanden sein werden und die sich
in den Abstammungsbüchern (livros
de linhagem) verewigten: Wahrheit
oder Lüge, so dienen sie doch dazu,
zu zeigen, dass, so wie es dem Nor-
malsterblichen geschieht, es widers-
prüchliche Darstellungen des
portugiesischen Königs gibt. D.
Afonso Henriques war mit Sicher-
heit ein großer militärischer Anfüh-
rer und begabt mit einem
geschickten politischen Sinn. Mit
einem cholerischen Temperament,
trotz des beständigen Mythos, ohne
Zweifel. Mit elf Jahren revoltierte er
gegen die Mutter, die zu jener Zeit
die Grafschaft regierte (er schlug
die Mutter nicht, er hatte einen ge-
wissen Hass gegen den Liebhaber
der Mutter), und er musste das
Haus verlassen. Etwa zwei Jahre da-
nach kehrte er nach Hause zurück
und schloss Frieden mit der Mutter.
Allerdings war die Sache nicht sehr
gut bereinigt, denn mit 19 Jahren
und bereits seinem eigenen militä-
rischen Korps stellte er sich den
Truppen der Mutti entgegen. Aus
dieser Konfrontation ging er sie-
greich hervor, was ihm die Macht
über die Grafschaft Portucalense
einbrachte. Dennoch bleiben viele
Zweifel bestehen.
Der erste König Portugals, der
schon im 12. Jahrhundert geboren
wurde, wahrscheinlich inmitten des
Klerus von Coimbra gegen Ende
des Jahres 1108, Anfang 1109, war
der Sohn des Grafen D. Henrique
de Borgonha und D. Teresa (unehe-
liche Tochter von D. Afonso VI de
Castela e Leão). Kurz danach dürfte
Teresa nach Aragão aufgebrochen
sein, wo sich ihr Ehemann aufhielt.
Die Mutter des zukünftigen Königs
hatte eine zweite Hochzeit mit dem
Edelmann Fernão Peres de Trava. Da
sie den Händen der Herren von
Riba de Ave anvertraut war, wird
der Prinz in Guimarães erzogen
worden sein. Im Jahre 1122 wird er
sich unter Missachtung des Kardi-
nals, der der Zeremonie in der Kat-
hedrale der Stadt Zamora vorsaß,
selbst zum Ritter geschlagen habe
(mit der wahrscheinlichen Hilfe der
Mutter, des Stiefvaters und der
Tante D. Urraca). Er rüstete sich in
einem ersten Anzeichen der Ab-
sicht, die Kontrolle über die Grafs-
chaft zu übernehmen, die seit dem
Tode von D. Henrique im Jahre 1112
in den Händen seiner Mutter lag. All
dies in einem turbulenten Ambiente
regionaler Autonomiebestrebungen,
die die Adeligen von Entre Douro
und Minho den galizischen Streitk-
räften und Afonso VII, König von
Leão e Castela gegenüberstellten
(und die in der Rivalität zwischen
Braga und Compostela ihren religiö-
sen Ausdruck fanden). Seine Mutter,
D. Teresa, versuchte zu Beginn ihrer
Regentschaft, die Grafschaft so weit
wie möglich unabhängig vom Köni-
greich von Leão zu machen. Jedoch
änderte sie unter dem Einfluss von
Fernão Peres de Trava ihre Position
und ging dazu über, eine klare Ab-
sicht zu demonstrieren, die Grafs-
chaft mit der Region Galizien, die
ein integraler Bestandteil des Koni-
greichs von Leão war, zu vereinigen.
Diese Tatsache gefiel den portuca-
lensischen Edelleuten nie, und sie
sahen in D. Afonso Henriques die
Möglichkeit, D. Teresa die Macht zu
entziehen. Er schoss die Mutter zum
Mond, ohne auch nur Auf Wieder-
sehen zu sagen. Der junge Sohn be-
gann, Signale seiner Genialität zu
empfangen – im guten wie im
schlechten Sinne. Afonso Henriques
umstellte die Stadt Guimarães und
erklärte den Krieg: Wer draußen
war, konnte nicht hinein, wer drin-
nen war, konnte nicht hinaus. Nicht
einmal die Mutter, die vermeintliche
Herrscherin der Grafschaft.
Während im Süden der Halbin-
sel die moslemischen Kräfte Stel-
lung hielten, revoltierten die
portucalensischen Barone gegen
die galizische Herrschaft und den
König von Leão, wofür sie den Prin-
zen als ihren Anführer auswählten.
Die Schlacht von São Mamede, die
sich Ende Juni des Jahres 1128 ereig-
nete, war der erste Sieg des Prin-
zen. Von diesem Datum an
übernahm er das Kommando der
Regierung „Terra Portucalense“ mit
dem Ziel, auf der einen Seite dieU-
nabhängigkeit gegenüber Leão zu
erwirken und auf der anderen die
Territorien südlich vonCoimbra von
den Mauren zu erobern. Er stürzte
sich Richtung Süden, richtete sich in
Coimbra ein und bekämpfte die
Mauren. In einem Dokument, das er
jemandem, der des Schreibens
mächtig war, diktierte, erklärte er:
„Ich, Prinz Afonso, Sohn des Grafen
Henrique, frei bereits von jeglicher
Unterdrückung und im friedfertigen
Besitz Coimbras und aller Städte
Portugals...“ In der Schlacht von
Ourique (zwischen 1139 und 1140),
wo er mit fünf maurischen Königen
die Klingen kreuzte, wird er auf sei-
nem Schild emporgehoben und als
König angerufen worden sein. Mit
30 Jahren erklärte er sich selbst
zum König von Portugal - er war in
der 30er-Krise, klar, er hatte es
nötig, sich zu beweisen, also... Aber
die Geschichte ist so wichtig, dass
sie die portugiesische Vorstellungs-
welt kennzeichnete und im Wappen
des Landes verblieb. Fünf Schilde,
fünf Burgen, jede einzelne mit fünf
Kugeln, die die fünf maurischen Kö-
nige repräsentieren, welche in der
Schlacht enthauptet wurden. Bis
heute diskutieren Historiker die
Episode.
Allerdings verbreiteten sich zu
jener Zeit die Nachrichten nicht so
schnell wie heute - es gab weder
Handys noch Internet - und deshalb
war es erst im Jahre 1143, dass
Afonso VII von Leão e Castela - der
benachbarte König - die Kunde ver-
nahm und ihm nun seinen Willen
ließ, indem er in Zamora einen Ver-
trag unterschrieb, welcher, man
stelle sich vor, als Vertrag von Za-
mora bekannt wurde.Und so wurde
1143 zwischen D. Afonso Henriques
und Afonso VII. der Vertrag von Za-
moraunterzeichnet. Es handelte sich
um einen Friedensvertrag, demzu-
folge D. Afonso als König und Lehns-
mann des Papstes zu behandeln war.
Nach der strategischen Errichtung
der Burg von Leiria (1135) eroberte
er im Jahre 1147 Santarém, Lissa-
bon, Almada, Óbidos, Palmela und
Sesimbra. 1158 war Alcácer do Sal
an der Reihe und 1165 Évora, wobei
er mit der Hilfe von Gonçalo Sem
Pavor rechnete. Gefecht für Ge-
fecht, Mauren tötend wie jemand
der Mäuse erschlägt, errichtete
Afonso Henriques sein Königreich.
Bei der sogenannten reconquista
handelte es sich um eine Politik der
Einebnung. Töten, was sich bewegt,
den Rest verbrennen.
Bis zu seinem Tode, am 6. De-
zember 1185 erlebte Afonso Henri-
ques, der Gründer des
portugiesischen Vaterlandes, Forts-
chritte und Rückschläge zwischen
Krieg und diplomatischem Handeln,
neben dem Königshaus von Leão
und dem Heiligen Stuhl in Rom.
Beide erkannten ihn erst 1179 als
König eines unabhängigen Landes
an, als Papst Alexander III die Bulle
Manifestis Probatum erließ.
Der König von Leão nannte ihn
im Jahre 1143 „rex“. 1146 da hatte
er Zeit, die zurückhaltende Franzö-
sin D. Mafalda de Sabóia zu heiraten,
mit der er sieben Kinder hatte und
über diese sieben Kinder hinaus
weitere fünf (soweit man weiß) mit
anderen Frauen. Über die Dauer
von 42 Jahren kam der Genius,
Staatsmann, politische Fuchs, Sie-
greiche, Unerbittliche, Superges-
cheite bis ganz unten auf dem Weg,
das was heute portugiesisches Ter-
ritorium ist und die erste europäis-
che Nation, die sich als
unabhängiger Staat inklusive des ga-
lego-portugiesischen als eigene
Sprache etablierte, zu erobern - und
in den Pausen schickte er sich an, ei-
nige Kinder zu machen, nicht nur
mit der Gattin, sondern mit ande-
ren, die er unterwegs kennenlernte.
Mit dem Erobern hörte er erst auf
anlässlich eines Unfalls in Cerco de
Badajoz, wo er ein Bein verlor als er
im Begriff war, den Rückzug anzutre-
ten. Sofort wurde er vom Gegner
gefangen genommen, der zufällig
sein Schwiegersohn, D. Fernando,
war - jene familiären Auseinander-
setzungen lagen ihm im Blut - so-
weit überliefert behandelte der
Schwiegersohn ihn gut und ließ ihn
frei als es ihm besser ging, aber, da
es zu jener Zeit unmöglich war, sich
von einer schweren Fraktur zu er-
holen, konnte er nie wieder ein
Pferd besteigen. Er ging dazu über,
sich in einem Karren aus Holz fort-
zubewegen, soetwas wie ein Rolls-
tuhl der damaligen Zeit. D. Afonso
Henriques starb im Jahre 1185 in
Coimbra, in der gleichen Stadt in
der er geboren worden war, und es
folgte ihm D. SanchoI, der Siedler,
nach, der in seine Fußstapfen trat.
Seinem Erben hinterließ Afonso
Henriques eine einzige geopolitis-
che Ermahnung. Die Errichtung
einer Brücke zwischen dem Norden
und dem Süden des Landes, damit
man nicht die Einheit verlor, die zu
bewirken und aufrecht zu erhalten
ihn soviel gekostet hatte. Es ist ein
Jammer, dass keine Aufzeichnungen
darüber existieren, ob Sancho den
väterlichen Anordnungen Folge leis-
tete oder nicht.
Übersetzt aus dem Portugiesis-chen von Aiko Thedinga
Geschichten aus der GeschichteIch starte heute eine Serie
von Artikeln über einige Kö-
nige Portugals sowie einige
wichtige
Schlachten der portugiesis-
chen Geschichte. Sie sind vor-
gesehen als kurze und
einfache Texte, die aber den-
noch Rechnung ablegen über
die wichtigsten Taten, die
jeder portugiesische Monarch
vollbracht hat. Es werden
reale Geschichten und Legen-
den sein… Ich werde versu-
chen, die Historie auf eine
leichtere Art und Weise wei-
terzugeben, so dass mir die
Historiker vergeben mögen,
wenn ich zuweilen mit erns-
ten Dingen Späße treibe.
D. Afonso Henriques, der erste portugiesische KönigJoaquim Peito
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 Cultura 19
Alto, indomável, hábil e genial.
Esta a imagem que a historiagrafia
moderna continuou a dar do rei
fundador da independência portu-
guesa, mesmo após a queda do na-
cionalismo salazarista em 1974. Até
há pouco persistiu a tradição “glori-
ficadora” de Afonso Henriques e
cristalizada como a versão “oficial”
da biografia do rei a partir do sé-
culo XVI, altura em que outras ima-
gens, até aí persistentes, são
cautelosamente desacreditadas.
Algumas dessas vis?es “heredé-
ticas” revelam um guerreiro capaz
de grandes vitórias e feitos notáveis,
mas também, um indivíduo colérico,
dado a excessos e que sofreu alguns
revezes. Piores são as anedotas bas-
tante sórdidas que terão surgido
entre famílias da nobreza nortenha
e que se perpetuaram nos livros de
linhagem: verdade ou mentira, estas
servem para mostrar que, como su-
cede ao comum dos mortais, do rei
português há imagens contraditó-
rias. D. Afonso Henriques era, de-
certo, um grande chefe militar e
dotado de sentido político hábil.
Com um temperamento colérico,
apesar do mito persistente, sem dú-
vida. Com 11 anos revoltou-se con-
tra a mãe, que regia o condado na
altura (não bateu na mãe, tinha era
um certo pó ao amante da mãe), e
teve de sair de casa. Uns dois anos
depois voltou a casa, pazes feitas
com a mãe. Mas a coisa não ficou
muito bem resolvida porque aos 19
anos, já com um corpo militar pró-
prio, enfrenta as tropas da mãezinha
nesse confronto, sai vitorioso, o que
lhe concedeu a autoridade sobre o
condado Portucalense. Todavia mui-
tas dúvidas persistem.
O primeiro rei de Portugal nas-
cido ainda no século XII, provavel-
mente entre o clero de Coimbra,
nos finais de 1108, princípios de
1109, era filho do Conde D. Henri-
que de Borgonha e de D. Teresa
(filha bastarda de D. Afonso VI de
Castela e Leão). Pouco depois, Te-
resa deverá ter partido para Aragão,
onde se encontrava o marido. A
mãe do futuro rei teria um segundo
casamento com o fidalgo Fernão
Peres de Trava. Entregue aos cuida-
dos dos senhores de Riba de Ave, o
príncipe terá sido criado em Guima-
rães. Em 1122 ter-se-á armado a si
próprio cavaleiro, ignorando o car-
deal que presidia à cerimónia na ca-
tedral da cidade de Zamora (com o
apoio provável da mãe, do padrasto
e da tia D. Urraca). Arma-se numa
primeira manifestação de querer as-
sumir o controlo do Condado que
estava entregue à sua mãe desde a
morte de D. Henrique em 1112.
Tudo isto num ambiente turbulento
de tendências autonómicas regio-
nais que opunham os nobres de
Entre Douro e Minho às forças ga-
legas e a Afonso VII, rei de Leão e
Castela (e que tinham expressão re-
ligiosa na rivalidade entre Braga e
Compostela). A sua mãe, D. Teresa,
no início da sua governação, procu-
rou autonomizar ao máximo o
Condado, do Reino de Leão. No en-
tanto, sob influência de Fernão
Peres de Trava, alterou a sua posição
passando a evidenciar uma clara in-
tenção de unificar o Condado com
a região da Galiza, parte integrante
do Reino de Leão.
Este facto nunca agradou aos fi-
dalgos portucalenses que logo
viram em D. Afonso Henriques a
possibilidade de afastar D. Teresa do
poder. Ele manda a mãe para o es-
paço sem sequer dizer adeus. O
filho menino começa a emitir sinais
do seu génio – no bom e no mau
sentido. Afonso Henriques cerca a
cidade de Guimarães e declara
guerra: quem está fora, não
entra¸quem está dentro, não sai.
Nem a mãe, suposta rainha do con-
dado.
Enquanto a Sul da Península se
mantinham as forças muçulmanas,
os bar?es portucalenses revoltam-
se contra o domínio galego e do rei
de Leão, escolhendo a chefia do in-
fante. É a batalha de São Mamede,
ocorrida no final de Junho de 1128,
a primeira vitória do infante. A par-
tir desta data ele assume os coman-
dos do governo “Terra
Portucalense” procurando, por um
lado, a independência face a Leão e,
por outro, a conquista, aos mouros,
dos territórios a sul de Coimbra.
Lança-se para sul, fixando-se em
Coimbra e combatendo os mouros.
Em documento, ditado a alguém de
letras, declara: “Eu, o infante Afonso,
filho do conde Henrique, livre já de
toda a opressão e na posse pacífica
de Coimbra e de todas as cidades
de Portugal...”. Na batalha de Ouri-
que travada (entre 1139 e 1140)
contra cinco reis mouros, terá sido
elevado sobre o escudo e aclamado
rei. Com 30 anos, autoproclamou-
se Rei de Portugal - estava na crise
dos 30, claro, precisava de se afir-
mar, enfim... Mas a história é tão im-
portante que marca o imaginário
português e permanece no brasão
do país. Cinco escudos, cinco qui-
nas, cada qual com cinco bolas re-
presentando os cinco reis mouros
degolados na batalha. Até hoje, his-
toriadores discutem o episódio.
Mas nessa altura as notícias não
corriam tão depressa como nos dias
de hoje- não havia Telemóveis, nem
Internet - e por isso só em 1143 é
que o Afonso VII de Leão e Castela
- o Rei vizinho - ouviu a notícia e lá
lhe fez a vontade assinando um tra-
tado em Zamora, que ficou conhe-
cido como, imagine-se Tratado de
Zamora.
E assim, em 1143 é assinado o
Tratado de Zamora entre D. Afonso
Henriques e Afonso VII. Trata-se de
um tratado de paz, depois do qual
D. Afonso passa a ser tratado como
rei e vassalo do Papa. Em 1147 con-
quista Santarém, Lisboa, Almada,
Óbidos, Palmela e Sesimbra após a
construção estratégica do castelo
de Leiria (1135). Em 1158 é a vez
de Alcácer do Sal e em 1165 Évora,
para a qual contou com o auxílio de
Gonçalo Sem Pavor. Combate após
combate, destruindo mouros com
quem destrói ratos, Afonso Henri-
ques constrói o seu reino. Na
chamda reconquista, a política é de
terra arrasada. Matar quem se
movia, queimar o resto.
Até à sua morte, a 6 de Dezem-
bro de 1185, Afonso Henriques, o
pai da pátria portuguesa, viveu avan-
ços e revezes entre a guerra e a
acção diplomática, junto da realeza
de Leão e da Santa Sé, que só have-
ria de o reconhecer e à indepen-
dência, apenas em 1179 pelo Papa
Alexandre III, através da bula Mani-
festis Probatum, como rei de um
país independente.
O rei de Leão chamou-lhe “rex”
em 1143. Em 1146 lá teve tempo de
casar com a discreta francesa D. Ma-
falda de Sabóia, com quem teve sete
filhos e para além destes sete filhos
teve outros cinco (que se saiba)
com outras mulheres. Durante 42
anos o homem génio, estadista, ra-
posa política, vitorioso, implacável,
espertíssimo veio por ai abaixo a
conquistar o que hoje é território
Português e a primeira nação euro-
peia a estabelecer-se como estado
independente, inclusive com língua
própria o galaico-português e nos
intervalos ia tendo uns filhos, não só
da esposa mas de outras que ia co-
nhecendo pelo caminho. Só parou
de conquistar aquando dum aci-
dente no Cerco de Badajoz, onde
partiu uma perna ao bater a reti-
rada, logo foi feito prisioneiro pelo
opositor, que por acaso era o seu
genro D. Fernando - estava-lhe no
sangue estas discussões familiares -
Para que conste, o genro tratou-o
muito bem e libertou-o quando es-
tava melhor, mas, visto que naquele
tempo era impossivel recuperar de
uma fractura profunda, nunca mais
pode montar a cavalo, passando a
deslocar-se numa carreta de ma-
deira - que seria parecido com uma
cadeira de rodas da época. D.
Afonso Henriques morre em 1185
em Coimbra, a mesma cidade onde
nasceu e a ele sucedeu D. Sancho I,
o Povoador, seguindo-lhe as mesmas
passadas...
Ao seu herdeiro, Afonso Henri-
ques deixa a única recomendação
geopolítica. A construção de uma
ponte entre o norte e o sul do país
para não se perder a unificação que
a ele tão custou a fazer e a manter.
É pena que não existam registos se
Sancho obedeceu ou não, às ordens
paternas.
Histórias da HistóriaComeço hoje uma série de ar-
tigos sobre alguns reis de Por-
tugal e de algumas batalhas
importantes da história portu-
guesa. Pretendem ser textos
curtos e simples mas que
dêem conta dos mais impor-
tantes feitos alcançados por
cada monarca português. Serão
histórias reais e Estórias lendá-
rias... Vou tentar transmitir a
História duma maneira mais
leve, por isso perdoem-me os
historiadores se às vezes brin-
car com coisas sérias.
Dom Afonso Henriques. O primeiro rei de PortugalJoaquim Peito
Alto, indomável,hábil e genial.
3Catarina Tavares
Telf.: 00 351 21 370 00 00
AdvogadaLisboa
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 200920 Consultório
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Catarina Tavares,Advogada em PortugalRua Castilho, n.º 44, 7º
1250-071 LisboaE-Mail- [email protected].: 00 351 21 370 00 00
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TRADUÇÕESPORTUGUÊS ALEMÃO
ALEMÃO PORTUGUÊS
Tradutor ajuramentado junto dosConsulados-Gerais de Portugal
em Frankfurt/M. e Stuttgart
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iços
AdvogadoCarlos A. Campos MartinsDireito alemãoConsultas em português por marcação
Feltenstr. 111 b50827 Köln
Tel.: 0221 – 356 73 82
Na sequência da abertura de
uma herança por morte de al-
guém, ou mesmo após o divor-
cio, os interessados tinham a
possibilidade de realizar a parti-
lha dos bens, quer fora dos tri-
bunais, através de uma escritura
de partilha, ou através do tribu-
nal, mediante o processo de in-
ventário.
Foi no entanto introduzido na
ordem jurídica um Novo Regime
Do Processo de Inventário, do
qual apenas, sete disposições en-
traram em vigor, entrando as
restantes apenas a 18 de Janeiro
e 2010.
Aquele regime vem conferir
poderes aos Cartórios Notariais
e Conservatórias para realizar
os processos de inventário, que
até então corriam apenas pelo
tribunal.
Das disposições já em vigor des-
taca-se a imediata aplicabilidade
dos serviços de mediação en-
quanto forma de resolução alter-
nativa dos litígios em torno dos
processos de inventário.
Com a alteração daquele pro-
cesso especial, pela Lei 29/2009
de 29 de Junho, à imagem daque-
las que têm vindo a ser as refor-
mas na justiça levadas a cabo
nesta legislatura, procurou incre-
mentar-se maior celeridade, reti-
rando-se a grande parte da sua
tramitação, directamente, sob a
exclusiva alçada dos tribunais.
A grande novidade é a subtrac-
ção do processo aos tribunais,
não num sentido pleno, mas em
sentido material, donde decorre
competência para a sua tramita-
ção.
Os processos passaram assim a
decorrer sob as conservatórias
de registo, e cartórios notariais,
aos quais, caberá realizar diver-
sas diligências, ficando ao juiz o
controlo geral do processo.
Assim, caberá por exemplo aos
conservadores ou notários, pre-
sidir à conferência de interessa-
dos, à qual, apenas sob motivo
que revele absoluta impossibili-
dade, não procederá, de ime-
diato e no mesmo dia, a decisão
da partilha.
Não obstante a transição de
parte do processo para estas en-
tidades, o juiz, na configuração
pretendida pelo legislador, ainda
que possa manifestar contacto
apenas a final com o processado,
será apenas garante último da le-
galidade. Ao juiz, exclusivamente,
caberá proferir a sentença ho-
mologatória da partilha, exer-
cendo controlo sucessivo, pela
remessa obrigatória a praticar
por conservadores e notários,
quando se trate entre outras, de
questões prejudiciais sobre a le-
gitimidade substancial, (arts. 6.º,
18.º, 31.º, n.º 2, 43.º, 62.º, n.º4,
30.º da Lei 29/2009 de 29/06).
Por outro lado, os interessados
legitimados poderão escolher
qualquer dos serviços anterior-
mente referidos, independente-
mente do local, ainda,
competente para interposição
da acção judicial, terminando
assim, à imagem de outras refor-
mas ocorridas nos serviços de
registo, a inexigibilidade de verifi-
cação de elementos de conexão
territorial – em termos a definir
pelo Governo em portaria a pu-
blicar, quer sob os mecanismos
electrónicos que o processo se
socorrerá, quer sob a determina-
ção dos específicos serviços
competentes.
A constituição de advogado con-
tinua, nos termos em que ainda
o é, hoje nos processos de in-
ventário, obrigatória, quando se
trate de questões de direito.
A PARTILHA DOS BENS – NOVO PROCESSO
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PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 21
3José Gomes Rodrigues
Assistente SocialCaritas Neuss
CHAMAMOS A ATENÇÃO dos leitores a colocar-nos as suasperguntas e sugestões pela forma escrita usando o correio oumelhor ainda o correio electrónico. Queiram também men-cionar o vosso número de telefone fixo para, sendo necessárioe em caso de urgência entrarmos em contacto consigo. Assuas questões e sugestões podem ser enviadas para as seguin-tes direcções:[email protected]: Tel. : 0231 8390289 - fax 0231 [email protected].: 02131 269320 - fax 02131 269 236 Desde já, muito gratos por este esforço e serviço que poderãodeste modo facilitar e aligeirar a vida a outros leitores. Agradecidos!
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Receba em casa o PORTUGAL POST
apenas por 20,45 € /ano
Ex. mos Senhores da redacção doPortugal PostEx. mo senhor DirectorObrigado por todas as informaçõesdiversas sobre legislação social e la-boral. Tem-me sido muito útil e tem-me poupado muitos quebra-cabeçase uma certa segurança. Já me servi-ram de apoio em diversas ocasiõesde conflito e com diversas repartiçõespúblicas. A minha idade, já prestes dareforma, proporciona-me uma per-guntinha, cuja resposta poderá servirtambém a outros tantos compatrio-tasAs constantes alterações à legislaçãoprovoca nos cidadãos, como é naturaluma certa insegurança. As perguntassurgem por todos os lados e as res-postas são tão diversificadas que au-mentam esta insegurança. Mesmoos partidos que aprovaram esta novolei sobre a alteração de idade para areforma não gostam muito de mos-trar o seu rosto e procuram sacudira responsabilidade para outros. Enfimem que ficámos? Que acontecerá co-migo? Até quando terei de trabalhar?São as constantes perguntas que ul-timamente tem surgido. Vamos tentardesbravar este terreno na medido dopossível e baseamo-nos nas informa-ções que temos disponíveis.Leitor devidamente identificado
Caríssimo Leitor
Obrigado, estimado leitor, pelo pe-
dido de esclarecimento que vamos
cumprir, esperando fazê-lo duma
forma sintética e o mais com-
preensível possível. Sabemos que
este é um dos capítulos da legisla-
ção social mais exposto a altera-
ções. O que agora se toma como
certo poderá, dentro de alguns
anos, alterar-se de tal forma que a
actual versão pode perder a vali-
dade ou a actualidade. Mas faz bem
em permanecer atento e conve-
nientemente informado. Alegra-
nos que o nosso serviço neste
jornal tenha proporcionado a si e,
queremos acreditar em outros lei-
tores, uma maior segurança e que
o nosso jornal tenha sido um ins-
trumento eficaz nas suas dúvidas.
QUEM TERÁ DE TRABA-LHAR ATÉ AOS 67 ANOSCOMPLETOS PARA RECE-BER A REFORMA SEM COR-TES?
Retirar-se da vida laboral com 67
anos de idade, sem que lhe seja
descontado nada da sua reforma,
com essa idade todos os trabalha-
dores que tenham nascido em
1964 ou após essa data. A idade da
reforma irá ser aumentada paula-
tinamente a partir de 2012. Para
os que nasceram em 1947 a re-
forma aumentará anualmente. Para
os que nasceram a partir de 1959
a idade de reforma aumentará de
dois em dois meses por ano. No
fim incluiremos uma lista onde
pode rever o seu caso muito con-
creto.
O QUE PODERÁ ACONTE-CER QUANDO UM TRABA-LHADOR DECIDA IR PARAA REFORMA AOS 65 ANOSDE IDADE?
Para quem decidir ir antes ou seja
aos 65 anos, data limite até hoje,
sofrerá um corte de 0.3% por cada
mes em que adiante a sua reforma.
Exemplificando: se um operário
tiver direito a 1000 € de reforma
mensal e decidir ir dois anos
antes para a reforma ou seja aos
65 anos, será penalizado em 72 €
e este corte é valido para sempre
(0,30 x 24 meses = 7, 2%)
ESTA NOVA LEGISLAÇÃOTAMBÉM É VÁLIDA PARAQUEM TIVESSE DESCON-TADO 45 ANOS ?
Neste caso, para quem tenha
todos esses descontos ou até mais
poderá aos 65 anos requer a sua
merecida reforma, sem que lhe
seja retida qualquer quantia. Os
tempos de educação dos filhos e
até por ter cuidado intensiva-
mente de algum familiar incapaci-
tado, somam também para obter
este tempo global.
E QUE ACONTECE COMESTA ALTERAÇÃO DA LEICOM OS FUNCIONÁRIOSPÚBLICOS (“BEAMTE” ) ?
Para estas pessoas foi também al-
terada a lei para a reforma aos 67
anos obedecendo às mesmas clau-
sulas dos operários e funcionários.
Mas afinal quais são as razoes que
estão por detrás desta alteração
da lei?
A estrutura populacional da Ale-
manha irá sofrer uma drástica al-
teração até o ano 2030. Nessa al-
tura, segundo prevêem as estatís-
ticas, a população activa dos 20
aos 64 anos, diminuirá em cerca de
5 milhões. No mesmo período de
tempo a população reformada ul-
trapassará os 22 milhões. Actual-
mente são 6 milhões. Como o
sistema de reformas é financiado
pela população activa, foi necessá-
rio reorganizar o sistema para que
ele pudesse funcionar também no
futuro. Claro que a alteração não
se cingiu somente ao aumenta da
idade para a reforma. Paralela-
mente foram criadas outras alte-
rações como a obrigatoriedade
das reformas serem tributadas
pelo fisco, desde que ultrapassem
uma determinada quantia. Este ca-
pitulo já há tempo foi tratado no
nosso jornal.
SERÁ QUE, APESAR DES-TAS ALTERAÇÕES O PAGA-MENTO DAS REFORMASESTEJA NESSA ALTURASUFICIENTEMENTE SEGURO?
Segundo os políticos e peritos, o
esquema alterado daria segurança
ao pagamento da reforma. Esta al-
teração da reforma faz parte dum
pacote de alterações já a vigorar
há alguns anos. Entre outras alte-
rações conta também uma outra
modalidade de contagem da re-
forma que já vigora há bastantes
anos. Como se prevê uma diminui-
ção a longo prazo foi também in-
troduzida uma espécie de reforma
privada com ajuda de subsídios es-
tatais, é a chamada reforme de
Riester, que já aqui e por diversas
vezes tecemos alguns comentá-
rios. É a poupança privada com
ajuda de complementos estatais.
Segundo estudos levados a cabo
por institutos competentes, a re-
forma num futuro próximo será
15% menor da actual. Por essa
razão, o estado convida a todos a
usarem esses e outros tipos de
poupança para que a perda de
compra possa ser nivelada através
desses instrumentos.
A QUOTIZAÇÃO PARA OSEGURO DE REFORMAPERMANECERÁ ESTÁVELATÉ ESSE TEMPO?
Até o ano 2020 a participação
para esse seguro não deverá ultra-
passar os 20%: Para o ano 2030
poderá alcançar os 22%. Actual-
mente oscila entre os 19% e os
19,9%. Ainda no Outono de 2008,
em virtude da boa conjuntura
económica do ano 2008, pensou-
se em diminuir esta percentagem
para 19,2%. Será que se irá ficar
com essa promessa? A ver vamos,
pois a conjuntura económica não
só estagnou mas baixou enorme-
mente como é do conhecimento
de todos.
Afinal como é com a reforma aos 67 anos?
Ano inicio corte
1946 65 anos 0,0%
1947 65+1 0,3
1948 65+2 0,6
1949 65+3 0,9
1950 65+4 1,2
1951 65+5 1,5
1952 65+6 1,8
1953 65+7 2,1
1954 65+8 2,4
1955 65+9 2,7
1956 65+10 3,0
1957 65+11 3,3
1958 66 3,6
1959 66+2 4,2
1960 66+4 4,8
1961 66+6 5,4
1962 66+8 6,0
1963 66+10 6,6
1964 67 7,20
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 200922
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2.10.2009 -GREVENBROICH -Actuação do grupo SINANOSSA. Início: 20h00. Local:Museum Villa Erckens, Am Stadt-park, 41515 Grevenbroich
3.10.2009 – BERLIM – Actuaçãodo grupo Extravagante. Eva Ven-tura (canto) Daniel Pircher (viola e guitarraportuguesa) e Benjamin Wal-brodt (violoncelo). Início: 18h00.Local: 03.10.2009 / 18h00,Jagdschloss Grunewald, Hütten-weg 100, 14193 Berlin
3.10.2009 – FELBACH - Festadas Vindimas a decorrer nas ins-talações do Centro Português deFellbach e.V., Stuttgarterstr.11270736 Fellbach a partir das20h00. Programa. Banda Ex-pression, Duo Músical J&F,grupo Jolina dancas e musicasmoderna Hiphop e Artista umsurpresa para animar mais afesta.Não faltarão os bons petiscosacompanhado de um bom vinho.Apareca e traga um amigo. Con-tacto: 0711/5789743
9.10.2009 – JENA – Trio FadoConcerto. Início: 20h00. Local:Jenaer Stadtkirche Kirchplatz 6, Jena.
10.10.2009 – LOHMAR- 16ºFestival de Folclore do grupo daAssociação de Bonn & Lohmar arealizar na Hauptschule em Loh-mar.
10.10. 2009 – EITORF – Grandeespactáculo com a participaçãode Nicole da Silva e Atlanticos,banda luso-alemã. Local: EitorfSiegparkhalle
14.10.2009 – BERLIM – Actua-ção do grupo Extravagante. EvaVentura (canto) Daniel Pircher (viola e guitarraportuguesa) e Benjamin Wal-brodt (violoncelo). Início: 20h00..Local: Café im Körnerpark,Schierker Str. 8, 12051 Berlin
18.10.2009 – GERA - Fado =Schicksal de Hugo Viera Coreo-grafia, Figurinos e Cenário: HugoViera Bailado, comparticipação/voz de Telmo PiresGuitarra portuguesa: Ivo GuedesViola: André Krengel Música:Amália Rodrigues, Mariza e Ca-mané, entre outros Bühnen der
Stadt Gera Großes Haus Theaterplatz 1 .Início: 14h30
22.10.2009 – GERA -. Concertode Telmo Pires (canto) e MariaBatist (Piano). Início: 20h00.Local: Kulturinsel Halle – Werft,Große Ulrichstr. 50/51, 06108Halle
23.10.2009 – DÜSSELDORF-Portugal Sensation Discoteca.Local: Rheingold / Düsseldorf -Rheingold
24.10.2009 – MESCHEDE -Festa de Aniversário da Associa-ção Portuguesa de MeschedeA realizar na Schützenhalle St.Georg em Meschede. Baile pelanoite a partir das 21 horas com ogrupo musical FM RADIO. Info:Associação : 0291-18096 .www.fmradio.de.com
24.10.2009 – COLÓNIA –Grande Festival de Folclore or-ganizado pelo grupo S. Pedro deColónia. Presença de 9 grupos
de folclor. Baile animado pelogrupo Aregetoo. Local Europa-schule Zollstock, D Raderthalgür-tel 3.
24.10.2009 – DORTMUND -Actuação do grupo SINANOSSA. Início: 20h00. Local:Dietrich-Keuning-Haus, Leo-poldstr. 50-58, 44147 Dortmund
24.10.2009 – GERA -. Concertode Telmo Pires (canto) e MariaBatist (Piano). Início: 20h00.Local: Kulturinsel Halle – Werft,Große Ulrichstr. 50/51, 06108Halle
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Capa duraNº de Páginas: 176Dimensões: 22,5 x 24 Preço: 35,00 €
Conhecido por “fiel amigo”, o bacalhau temuma tradição muito particular e original nagastronomia portuguesa. Neste livro, fique aconhecer as origens da pesca deste peixe, assuas principais características, a melhor formade o arranjar e outros aspectos importantes,como a melhor forma de o escolher, conservar
e amanhar. Deleite-se com as nossas receitas e experimente-as todas. Fique, ainda,a conhecer as tradições deste peixe noutros países do Mundo.
O Grande Livro Receitas Bacalhau
Como Cortar Trabalhos deBruxaria
Formato: 14x21cmPáginas: 152Preço: 25,00 €
Um ritual de magia negra posto emacção contra alguém pode prejudicar
avítima e destruir a sua vida de forma brusca e surpreendente.Todas as áreasestão sujeitas a ficar afectadas. Tudo à sua voltaparece ruir. E, mais graveainda, a vítima de magia negra nãoconsegue encontrar forças para reagir. Neste livro de carácter prá-tico, a autora apresenta rituais fáceis de executar quepermitemcriar uma aura de protecção.
Orações para Todos osMalesFormato: 14x21cmPáginas: 90Preço: 22,00 €
Por razões de saúde, familiares, afectivas, ma-teriais ou espirituais, todos mpassamos emalgum momento por situações difíceis. Nestaobra encontrará uma centena de orações ade-
quadas a cada caso. Orações para encontrar mcompanheiro/a, para conseguir casar-se com o seu namorado, pela paz da família, contra doenças, etc.
Aprenda aProteger-seContra a Inveja e Mau-OlhadoFormato: 15,5 X 23 cmPaginas: 156Preço: 19,90 €
Nas alturas de maior fragilidade,há que mcriar uma protecção efectiva contra os possíveis efei-tos das energias negativas.Neste livro damos-lhe conhecimento de mantigos amuletos, fór-mulas, rituais práticos, orações e rezas especiais mpara quepossa repelir esse encantamento maligno.
Aprenda a viver sem medoFormato: 15,5 X 23 cmPáginas: 92Preço: 18.99 €
Este livro pretende ajudá-lo a vencer os medos comque lida diariamente: o medo de desagradar, omedo de fracassar, o medo de ser rejeitado, o medoda mudança, entre outros, e a aprender a confiarem si mesmo e nas suas decisões.
Quando se vive com medo, nunca conseguimos ser quem realmente somos,pois forçamo-nos a ir contra a nossa natureza, contra a nossa essência, afugir cada vez mais da oportunidade de vivermos entusiasmados, de to-marmos as rédeas da nossa própria vida.
Orações aos Anjos da GuardaFormato: 14 X 21 cm.Páginas: 144Preço: 25,00 €Na primeira parte desta obra encontraráum vasto número de orações aos anjos daguarda, que certamente serão do seu in-teiro agrado.Na segunda parte deliciar-se-á com a lis-tagem completa dos 72 anjos protectores.Cada um destes anjos confere característi-cas particulares mao modo de ser e de
amar dos seus protegidos. Conheça o seu anjo e as características que ele lheimprime na sua vida. Estes seres celestiais estão constantemente ao nossolado, para nos proteger ou para nos afastar dos perigos.
Formato: 14x21cmPáginas: 340Preço: 25.99É uma extensa antologia com centenas de oraçõesa saantos, anjos, arcanjos e toda a corte celestial.Nestas páginas encontra uma mensagem de espe-rança, um motivo para acreditar que a fé existe eque nos rodeia em todos os momentos da nossavida. É o companheiro ideal, pois as suas oraçõestêm o poder de transmitir ao espírito a energia querestaura a alegria de viver e a confiança no amor, na paz e na espera-naa para o futuro.
Aprenda a Viver Sem StressFormato: 15,5 X 23 cm.Páginas: 100Preço: 18,99Quanto mais tempo da sua vida é que estádisposto a desperdiçar? Quanto maistempo da sua vida está disposto a conti-nuar a sofrer? Quanto da sua vida está dis-posto a finalmente reivindicar hoje?Quanto mais tempo vai deixar que os ou-tros mandem nas suas escolhas? E, se rei-vindicar a sua vida, acha que fica a dever alguma coisa aos outros?Quando você cede ao stress, você não está ser você mesmo. Quando vocêcede ao stress, você passa ao lado da vida, da sua vida. Você vive em per-manente sobrevivência. E quem sobrevive, sofre. E quem sofre, vive emstress.. "Aprenda a Viver Sem Stress" é um livro que o ajuda a reencontrar-se.
Grande Livro de Orações
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009Vidas24
Cavalheiro43 anos, deseja conhecer senhora dos 35 a 45anos para fazer amizade ou algo mais. Caso muito sério.Resposta a este jornal, se for possivel com foto, Refª A104.
Amizades &Afins
poesias de amore de outros sentires
Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ouaté mesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contarcasos de que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo,como cá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos queacalentamos para aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o pri-meiro dia de trabalho e, porque não, as dificuldades por que passamos.Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho danossa presença neste país.Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas.Morada:PORTUGALPOSTBurgholzstr.4344145 DortmundFax: (0231) 83 90 351E mail: [email protected]
ESCREVA-NOS e conte-nos a história da sua vida
CavalheiroDeseja conhecer Senhora na casa dos 55 anoslivre, sem qualquer compromisso. Boa apre-sentação, honesta, carinhosa e, acima de tudorespeitosa. Não importa que seja pobre.. Pro-curo felicidade. Assunto sério. Responder só que estiver inte-ressado. Contacto: 0160-1584521. Com carta enviada a este Jornal Refª A0108
Vou escrever-lhes para contarcomo cheguei à Alemanha cercade 40 anos.Eu era jovem, muito jovem. Tinharecebido ordem para me apresen-tar num quartel para iniciar o perí-odo da tropa. Portugal estava emguerra com os movimentos africa-nos de libertação ao tempo deno-minados de “turras” pelo regime.Lembro-me que me tinha de apre-sentar num quartel onde se forma-vam condutores. Todos, os daminha idade recebiam ordem demarcha para engrossar o exércitoportuguês que se batia em An-gola, Moçambique, Guiné-Bissau,etc.. Éramos obrigados e nuncaouvi ninguém que tivesse deacordo em ir para a guerra. Paraa tropa vá lá, mas quem ia à tropabatia com os costados na guerra.Todos tínhamos amigos, familia-res ou vizinhos que davam jovenspara a guerra. Apesar do governoesconder os mortos e os feridosquando desembarcavam no caisde Lisboa, sabíamos que as coi-sas não eram como a TV, a rádioe os jornais pintavam. No dizerdeles os soldados que iam para aÁfrica eram os “heróis da nação”. A rádio não parava de gritar “An-gola é Nossa!” e muitas esposasjovens, namoradas e mães ves-tiam-se de negro e tinham norosto a tristeza de alguém quesofre muito.Como eu tinha conhecidos queeram estudantes e me aceitavamno seu meio (naquele tempoquem era estudante tinha umacategoria que estava lá muitoacima de nós filhos de gente hu-milde e que fazíamos a quartaclasse para logo de seguida ir tra-balhar), fui-me apercebendo queeles diziam coisas que, de todas
elas, eu só percebia que falavamcontra a guerra em África.Foi assim que convivendo comesses estudantes fui tomandoconsciência do significado daguerra em África que não levavaa lugar nenhum a não ser a cau-sar morte, destruição e miséria.Foi assim que quando chegou omomento de me apresentar noquartel não pensei duas vezes efiz aquilo que muita gente fazianaquele tempo: dar o salto paraFrança.Todos aqueles que deixaram Por-tugal a salto, quer dizer, passaras fronteiras por vales e montan-has a pé, às vezes sem comer emuitas outras apenas com aroupa do corpo ou uma pequenamaleta que mais tarde passou a
chamar-se mala de cartão, todosesses, dizia eu, sabem do quefalo quando no meio da noitenegra se rasteja pela fronteira alipara os lados de Chaves com omedo terrível de sermos apanha-dos e, depois, no lado de lá, ca-minharmos receosos ao encontrodas luzes de alguma povoaçãoque se avista ao longe sem saber-mos onde estamos e o que aspróximas horas nos reserva.Depois de passar a fronteira e ca-minhar longas horas cheguei auma povoação. Ali fiquei na esta-ção, deitado mais ou menos es-condido até que a luz do diachegasse. De manha tomei um comboiopara Orense e dali comprei umapassagem para atravessar a
Espanha. Quando cheguei à fron-teira entre a Espanha e a Françafoi o cabo dos trabalhos. Depoisde deambular por ali alguns diasesfomeado e com frio e tentaratravessar um rio a nado que se-parava os dois países, valeu-meum rapaz do Porto que ajudava osportugueses a passar a fronteira.Aconselhado por este “passador”que, verdade seja dita, não melevou nada, lá consegui passar afronteira a salto que foi uma aven-tura que recordarei sempre.Quando me lembro disso pensoque hoje não conseguia fazer oque fiz, meter-me dentro do com-boio em Espanha para chegar aooutro lado da fronteira, sair antesdo comboio parar e correr e saltarvedações para chegar a um sitio
que eu pensava que era a França.Em França, como tinha bilheteque me dava até Paris, apanhei ocomboio e cheguei à capitalfrancesa já acompanhado de doisoutros portugueses que tambémfugiram à tropa e que conheciocasionalmente no comboio.A minha sorte foi ter encontradoesses dois companheiros que vin-ham verdadeiramente organiza-dos e com contactos em Paris aquem recorremos para ajuda. Aju-dados, lá conseguimos obter umapermanência provisória de esta-dia. Fiquei em Paris cerca de trêsmeses e durante esse tempo tra-balhei conseguindo amealharalgum dinheiro. Como um dos meus companhei-ros estava para seguir para a Ho-landa eu acompanhei-o. Já naHolanda conseguimos tudo: tra-balho e casa. Foi que comecei atrabalhar nas montagens. Um diaa empresa destacou-me a mim ea vários colegas para a constru-ção de uma central nuclear naAlemanha. Fiquei aí dois anos emudei-me para uma empresaalemã. Desde essa altura come-cei a viver na Alemanha. Estáva-mos em 1969 e desde esse anoque tenho na Alemanha o meupaís que foi o que me acolheubem, deu-me trabalho, onde euconstrui família e também me deua nacionalidade.
Luís A. CostaNürnberg
Nota: a pedido do leitor, a redac-ção corrigiu e trabalhou o textosem lhe alterar o conteúdoPedimos aos leitores para não sealongarem muito nos textos queenviam para esta rubrica. Obri-gado.
A minha aventura até chegar à Alemanha
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Partem tão tristes...
Senhora, partem tão tristesmeus olhos por vós, meu bem,que nunca tão tristes vistesoutros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos,tão doentes da partida,tão cansados, tão chorosos,da morte mais desejososcem mil vezes que da vida.Partem tão tristes, os tristes,tão fora de esperar bemque nunca tão tristes vistesoutros nenhuns por ninguém
João Roiz de Castelo-Branco, Cancioneiro Geral
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 25
A vida é bela, é agradável e todos nós gostamos de viver e desfrutar as opor-tunidades, os desafios e as alegrias e os ciclos de vida.Porém como sabemos, ninguém é eterno e imortal. Há que pensar (quantoantes melhor) em segurar o nosso funeral para não deixarmos despesas quevão sub carregar quem ainda terá que suportar a nossa perda.Para mais informações sobre os nossos serviços funerários e como cobrir orisco financeiro do funeral. Contacte-nos sem compromissos.
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Previsões para Outubro 2009Por Maria Helena Martins
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prato do dia ao gosto do paladar português.
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Numa entrevista de emprego numa repartição pública, o chefe per-gunta:- O senhor já sofreu algum acidente grave?- Sim. Quando servia o exército, participei numa batalha simulada eum tiro atingiu os meus tes..tículos. Tive que extraí-los !- Santo Deus! - Exclamou o entrevistador, sem conseguir disfarçar apiedade.- Bem, o emprego é seu! Nós chegamos sempre às 8, mas osenhor pode chegar às 10. Tudo bem...- Mas por que eu vou ter esseprivilégio ?- É que, o senhor sabe como é... Repartição pública... O pessoal ficasempre a coçar os tomates duas horas antes de começar a trabalhar
Um tipo passou por tudo o que era sinal vermelho. Um polícia man-dou-o parar e disse:-Bonito, hein?- Bonito e veloz! Sabe que posso tirar-lhe a carta de con-dução?-Não vejo como. Eu ando há dois anos a ver se a tiro e ainda não con-segui.-Engraçadinho cheio de humor. e o cinto de segurança?-Está no porta mala a segurar uma botija de gáz.Então o polícia, já irri-tado, perguntou à fulana que ia ao lado:- Ele é sempre assim engraçadinho e cheio de humor?-Não, senhor guarda, só quando está bêbado!
O homem pede à namorada, que era loira, para sair do carro e ver se o pisca está a funcio-nar. A mulher sai, olha para a luz e diz: Está, não está, está, não está, está, não está...
CARNEIROAmor: Avalie os prós e os contras de uma re-lação que se mostra saturada. Não se deixe ma-nipular pelos seus próprios pensamentos!Saúde: Relaxe. Deixe as coisas fluírem natu-ralmente.Dinheiro: Possíveis mudanças no sector pro-fissional.
TOUROAmor: Uma crise conjugal poderá fazer comque a sua relação seja reforçada. Domine a suaagitação, permaneça sereno e verá que tudo lhesai bem!Saúde: período marcado pela alegria e boadisposição.Dinheiro: Concentre-se nos planos que traçoupara este mês. Caso contrário corre o risco deprejudicar o bom desempenho do seu trabalho.
GémeosAmor: Se desconfia de algo, fale abertamentesobre as suas dúvidas com a pessoa que tem aseu lado. Não perca o contacto com as coisasmais simples da vida.Saúde: Imponha um pouco mais de disciplinaalimentar a si próprio.Dinheiro: Deve ter mais atenção com a formacomo gere as suas economias.
CARANGUEJOAmor: Prepare um jantar romântico com a suacara-metade e desfrute cada momento que es-tejam juntos. Que o Amor e a Felicidade sejamuma constante na sua vida!Saúde: Proteja o seu sistema imunitário atra-vés daquilo que come. Dinheiro: Iniciará um momento de viragemna sua vida profissional, imponha as suas ideiase faça com que as respeitem.
LEÃOAmor: Deixe que a sua cara-metade tenhauma palavra a dar na forma como a vossa rela-ção se tem desenvolvido. Seja menos autoritário.Que a leveza de espírito seja uma constante nasua vida!Saúde: Psicologicamente, estará um poucoinstável. Não acumule dentro de si tantas preo-cupações.Dinheiro: Trabalhe com determinação eafinco mas de forma que não prejudique o seubem-estar. Não seja tão obcecado pela perfei-ção.
VIRGEMAmor: A sua cara-metade poderá dar-lhe umanotícia muito agradável. A vida é uma surpresa,divirta-se!Saúde: Aproveite o tempo livre e vá dar umpasseio ao fim do dia. O contacto com a Na-tureza fará com que se sinta revigorado.Dinheiro: Dedique mais tempo ao descansoe não pense tanto nos problemas profissionais.Lembre-se que amanhã é um novo dia.
BALANÇAAmor: Deixe a timidez de lado para conquistara pessoa que ama. Fale a verdade, de modo ca-rinhoso.Saúde: Está sujeito a pequenos acidentes do-mésticos.Dinheiro: Seja perspicaz e poderá obter bonsresultados num negócio rentável.
ESCORPIÃOAmor: Os seus amigos vão dar-lhe toda a aten-ção de que precisa. Cultive o relacionamento in-terpessoal e verá que obterá benefícios.Saúde: Perigo de fracturas. Atenção a de-graus.Dinheiro: Uma actividade extra poderá esta-bilizar as suas finanças.
SAGITÁRIOAmor: É possível que sofra uma desilusão.Convide os seus amigos para sair, espaireça, nãofique em casa. Trate-se com amor!Saúde: poderá cometer um pequeno excessode vez em quando. Não se prive sempre das de-lícias de que mais gosta. Satisfaça a sua gula,desde que seja com conta, peso e medida.Dinheiro: Esqueça as tristezas dedicando-seno trabalho. Mãos à obra, tem muito trabalhopela frente.
CAPRICÓRNIOAmor: Viva romanticamente e demonstre àpessoa amada que pode acreditar nas suas in-tenções. Que a alegria de viver esteja sempre nasua vida!Saúde: Aproveite ao máximo a vitalidade quesentirá nestes dias.Dinheiro: Poderá ser-lhe atribuída uma ta-refa de grande responsabilidade.
AQUÁRIOAmor: Demonstre ao máximo o seu roman-tismo, deixe-se conduzir pela intuição. Permita-se a si próprio a visão da alegria e sinta-adiariamente.Saúde: Em vez de ter pensamentos negativos,consulte o seu médico e seja mais optimista. Dinheiro: Seja astuto e conseguirá aquelapromoção que deseja.
PEIXESAmor: Evite uma relação amorosa que já nãoo faça feliz. O seu bem-estar depende da formacomo encara os problemas.Saúde: Alguns problemas familiares poderãofazer com que se sinta triste. Cuide da suasaúde. Não é uma questão de querer, é umdever. Dinheiro: Deverá evitar ter problemas comidentidades bancárias.
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 200926 Classificados
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PORTUGAL POST – Sendo o se-
nhor Alemão de origem angolana,
quer dizer-nos como surge o nome
Schall?
Zeca Schall – O nome provem da
minha ex esposa. Em 1990 quando
casei-me, umas das condições indis-
cutível para que um estrangeiro pu-
desse casar com um(a) cidadão da
então RDA (República Democrática
Alemã), tinha que adquirir o apelido
do parceiro, neste caso o alemão. Foi
assim que tive que levar o nome
Schall.
PP - Desde quando Zeca encontra-
se a residir na Alemanha, e por que
razão?
Zeca Schall – Encontro-me a viver
na Alemanha precisamente na cidade
de Thüringen desde 1988. vim Cum-
prir um contrato de trabalho inserido
na cooperação mutua entre a Repú-
blica de Angola e a RDA.
PP - É como aparece na política
Alemã?
Zeca Schall - Eu trabalho com o
programa de integração na cidade de
Thüringen desde o ano 1989 na
Igreja Evangélica. Naquela altura, a
Igreja já tinha um núcleo de integra-
ção do qual pertencia. Foi dai que de-
pois da subida de Angela Merkel em
Novembro de 2005 no poder, o nú-
cleo a que eu pertencia, foi anexado
no programa de integração do CDU
onde me encontro até a presente
data como chefe do gabinete de inte-
gração do estrangeiros na nossa ci-
dade (Thüringen).
PP - Sendo Thüringen assinaladas
como umas das cidades mais racista
na Alemanha, já vez se sentiu amea-
çado por ser de raça negra?
Zeca Schall – Eu sei que aqui tem
muito racismo, mas nunca foi alvo de
qualquer provocação por causa da
minha cor da pele até altura em que
a minha cara surgiu nos cartazes es-
palhados na cidade para a campanha
de eleições que se avizinham.
PP - Como é que surgiu a referida
provocação?
Zeca Schall – Precisamente na
tarde do dia (14.08), encontrava-me
em visita na casa de um amigo meu
angolano de longa a data que vive em
Bayer, lá foi contactado por Dieter
Althaus chefe do partido, orientando-
me que tinha que voltar imediata-
mente para a cidade porque havia
uma ameaça do NPD contra a minha
pessoa a circular. Com isso, nós reu-
nimos na sede do partido para uma
conferencia de imprensa apelando
pela minha segurança tendo contac-
tado de imediato as autoridades lo-
cais.
PP - Eles (NPD) estiveram alguma
vez junto do senhor?
Zeca Schall – Sim, na altura em que
eu me dirigia a casa, o Udo Voigt,
chefe do Partido NPD, estava em
frente da minha casa com cartazes
provocativos dizendo que queria falar
comigo. Eu rejeitei a conversação
com aquele grupo racista e a policia
que estava a tomar conta de mi, obri-
garam-lhe a se afastarem a 20 quiló-
metros da minha residência, onde
puseram-se a proclamar insultos pú-
blicos com cartazes inscritos (Boa
viagem de regresso a seu pais de ori-
gem, se não fores a bem irás a
força).
PP - Quais têm sido as medidas
adoptadas pela policia garantindo a
sua segurança?
Zeca Schall – A policia esta cons-
tantemente ao meu redor. Tenho uma
segurança pessoal levada acabo por
12 pessoas que rendem-se em tur-
nos, acompanhado-me onde quer que
seja 24 horas por dia.
PP – Tem recebido apoios de solida-
riedade de identidades?
Zeca Schall – Sim tenho sido forte-
mente encorajado pelos meus cole-
gas de partido, tenho recebido
constantemente comprimento de
confraternização e segurança de po-
líticos de outros partidos e de países
europeus e América. Conto igual-
mente com o apoio incondicional do
gabinete de representação do presi-
dente Barack Obama na Alemanha.
Entrevista com Zeca Schall, deputado regional da CDU na cidade de Thüringen de origem angolana
Zeca Schall, alemão origem angolana, pai de 2 filhas, residente hámais de 21 anos na Alemanha, é a cara do programa de integraçãonos grandes cartazes da campanha eleitoral do seu partido CDU(União Crista Democrática) da Alemanha, juntamente com o pri-meiro-ministro Dieter Althaus.Quatro semanas antes da realização das eleições distritais, os carta-zes em causa, originaram uma onda de ameaça contra Zeca, lan-çada por Udo Voigt, chefe do NPD (Partido nacional DemocráticoAlemão) através de um comunicado de impresa em que ameaçavamandar a força, o deputado de CDU para a sua terra natal (Angola). Zeca Schall, não está sozinho nesta luta. Conta com apoio e solida-riedade de centenas de personalidades que manifestaram o seu de-sagrado pela onda racial movida contra Schall. Um dia depois de divulgação da ameaça do NPD, Zeca recebeu maisde 600 mensagens de solidariedade, sendo uma delas escrita peloBispo de Erfurt Reinhard Hauke ao deputado negro através da pa-gina de Internet do CDU Thüringen. Entre as mensagens, 100 provi-nham de pessoas que residem em Thüringen. Zeca Schallencontra-se sobre protecção policial 24 horas que o acompanha paraonde quer que seja para que nada acontece ao referido deputado.O PORTUGAL POST entrevistou telefonicamente o referido depu-tado.
Kota Ngingas
ZECA SCHALL, DE 45 ANOS de idade, 21 dos quais vividos na Ale-
manha, nasceu na cidade de Sumbi província de Kuanza Sul, onde frequen-
tou o ensino primário. As suas manifestações políticas foram inspiradas a
partir de Angola onde fez parte da OPA (organização de pioneiros de An-
gola), mas tarde foi viver na cidade de Lubango onde fez a escola secundá-
ria. Nesta mesma cidade, foi membro da JMPLA (Juventude do Movimento
Popular de Libertação de Angola), onde foi nomeação chefe do sector des-
portivo daquela organização a nível da cidade.
Em 1988 vem para Alemanha (RDA), onde continuou fiel às ideias do
MPLA.
Após a reunificação, Zeca abandona as ideias marxistas e adere à CDU.
Hoje, Zeca apesar de se sentir Alemão, tem Angola no coração. Pai de duas
filhas de 15 e 18 anos de idade fruto da relação matrimonia com uma
Alemã da qual recebeu o apelido de Schall.
Divorciado há 2 anos, Zeca sente orgulho pelo facto de suas filhas terem
conhecido parte da sua família que vive em Portugal, ao ponto de ter pla-
neado já um próximo encontro com a família e as suas filhas em Portugal
para festejarem o Natal 2009.
Desde a reunificação da Alemanha a ex RDA (República Democrática
Alemã), tem sido um dos pontos com maior onda de violência racial na
Alemanha, movida por elementos neonazis contra as comunidades negras
que ai vivem, com a existência de “No-go-areas” (áreas não permitidas a
circulação de negros). Mas não é só o medo de ataques violentos que ca-
racterizam a vida quotidiana da população negra na Alemanha Oriental,
mas também a rejeição de sua integração na sociedade pelos alemãs locais.
Apesar do colorido da cidade de Berlim dado pela diversificação de raças,
os negros ai são fortemente descriminados.
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