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Técnico Judiciário – Área Administrativa Português Profª Maria Tereza

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Profª Maria Tereza

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Português

Professora Maria Tereza

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Edital

LÍNGUA PORTUGUESA: Interpretação de texto. Argumentação. Pressupostos e subentendidos. Níveis de linguagem.

BANCA: FCC

CARGO: Técnico Judiciário - Área Administrativa

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Português

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

AULA 1

• Análise de textos. • Identificação da Ideia Central. • Análise das Alternativas. • Estratégias Linguísticas. • Pressupostos e subentendidos. • Tipologias Textuais.

O leitor competente é ativo na construção de sentidos. Há quatro estratégias para compreenderem-se textos:

• formular previsões, • formular perguntas sobre o texto, • esclarecer dúvidas e • resumi-los.

O objetivo principal de várias questões de concursos não é medir o seu conhecimento a respeito de um conteúdo, mas a sua capacidade de, ao ler o enunciado, extrair as informações capazes de indicar a solução correta.

EXEMPLIFICANDO

Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua peregrinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas viagens.

J. P. T. Histoire de plusieurs voyages aventureux. 1600. In: DELUMEAU, J. História do Medo no Ocidente: 1300-1800. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

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1. Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um sentimento de

a) gosto pela aventura.b) fascínio pelo fantástico.c) temor do desconhecido.d) interesse pela natureza. e) purgação dos pecados.

Todas as alternativas podem ser consideradas corretas quando associadas apenas “ao imaginário das viagens marítimas da época moderna”. Contudo, o texto tem como foco o medo que essas viagens causavam em certos indivíduos, visto terem como “destino” o desconhecido, que podia guardar perigos.

PROCEDIMENTOS

1. Observação da fonte bibliográfica, do autor e do título;

2. identificação do tipo de texto (artigo, editorial, notícia, crônica, textos literários, científicos, etc.);

3. leitura do enunciado.

EXEMPLIFICANDO

Preconceitos

  Preconceitos são juízos firmados por antecipação; são rótulos prontos e aceitos para serem colados no que mal conhecemos. São valores que se adiantam e qualificam pessoas, gestos, ideias antes de bem distinguir o que sejam. São, nessa medida, profundamente injustos, podendo acarretar consequências dolorosas para suas vítimas. São pré-juízos. Ainda assim, é forçoso reconhecer: dificilmente vivemos sem alimentar e externar algum preconceito.   São em geral formulados com um alcance genérico: “o povo tal não presta”, “quem nasce ali é assim”, “música clássica é sempre chata”, “cuidado com quem lê muito” etc. Dispensam-nos de pensar, de reconhecer particularidades, de identificar a personalidade própria de cada um. “Detesto filmes franceses”, me disse um amigo. “Todos eles?” − perguntei, provocador. “Quem viu um já viu todos”, arrematou ele, coroando sua forma preconceituosa de julgar.   Não confundir preconceito com gosto pessoal. É verdade que nosso gosto é sempre seletivo, mas ele escolhe por um critério mais íntimo, difícil de explicar. “Gosto porque gosto”, dizemos às vezes. Mas o preconceito tem raízes sociais mais fundas: ele se dissemina pelas pessoas, se estabelece sem apelação, e quando damos por nós estamos repetindo algo que sequer investigamos. Uma das funções da justiça institucionalizada é evitar os preconceitos, e o faz julgando com critério e objetividade, por meio de leis. Adotar uma posição racista, por exemplo, não é mais apenas preconceito: é crime. Isso significa que passamos, felizmente, a considerar a gravidade extrema das práticas preconceituosas.

(Bolívar Lacombe, inédito)

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• O TÍTULO pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por meio dele, certas vezes, identifica-se a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar afirmações feitas em determinadas alternativas. No texto em questão, o título – Preconceitos –, somado à repetição do vocábulo na primeira e na sétima linhas do texto e ao uso de expressões que fazem referência à mesma ideia (“pré-juízos”, por exemplo), remete o leitor não só à ideia central, mas também ao gênero do texto que lerá: um breve ensaio baseado em fato social corrente entre os seres humanos.

Trata-se de gênero textual denominado BREVE ENSAIO: opinativo/argumentativo, assinado, no qual o autor expressa a sua opinião, abordando assuntos universais.

• No ENUNCIADO, observa-se a presença da expressão “sobretudo”, o que norteia a estratégia de apreensão das ideias.

• Destaque das palavras-chave das alternativas-itens (expressões substantivas e verbais).

• Identificação das palavras-chave no texto.

• Resposta correta = paráfrase mais completa do texto.

2. Ao avaliar a gravidade e a extensão dos preconceitos, o autor os condena sobretudo pela seguinte razão: eles

a) acabam se confundindo com nosso gosto pessoal e prejudicando nosso entendimento das coisas.

b) proporcionam uma visão de mundo excessivamente singular e viciosa, mesmo quando justificável.

c) promovem profunda injustiça ao julgarem pessoas ou coisas a partir de valores já firmados. d) acarretam máximos prejuízos para quem os alimenta, não atingindo as opiniões que

circulam socialmente. e) deformam nossa visão de mundo por serem muito detalhistas, distraindo-nos do foco

principal.

Texto para a questão 3.

Saúde: direito de todos e dever do Estado.

  É assim que a Constituição Federal de 1988 inicia a sua seção sobre o tema. Uma vez que muitas ações ou omissões vão de encontro a essa previsão, cotidianamente é possível observar graves desrespeitos à Carta Magna. A Defensoria Pública, importante instituição garantida por lei assim como a saúde, busca sanar o problema por meio da via judicial quando a mediação não produz resultados.   Recentemente, a Defensoria Pública em Foz do Iguaçu, por exemplo, obteve três decisões liminares garantindo o direito à saúde a três pessoas por ela assistidas. Em todos os casos, a Defensoria Pública fez intervenção judicial para suprir a negativa ou a má prestação do serviço público de saúde na localidade. Em um dos casos, atendeu uma gestante com histórico de

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abortos decorrentes de doença trombofílica e que necessitava de uma medicação diária de alto custo. A medicação, única opção na manutenção da gestação, havia sido negada pelo município e pelo estado, o que colocava a gestante em sério risco de sofrer mais um aborto. Em mais uma intervenção judiciária do defensor público, foi deferida liminar em favor da assistida, tendo o estado e o município sido obrigados a fornecer o medicamento necessário durante toda a sua gestação e enquanto houver prescrição médica, sob pena de multa diária.

Internet: (com adaptações).

NOTÍCIA: é autoral, apesar de nem sempre ser assinada. Seu objetivo é tão somente o de informar, não o de convencer.

3. Conclui-se do texto que, a despeito do que prevê a Constituição Federal, muitos cidadãos encontram dificuldades em conseguir atendimento na rede pública de saúde e acabam por recorrer à Defensoria Pública para que seus direitos sejam respeitados e garantidos.

( ) Certo   ( ) Errado

Identificação da ideia central

PROCEDIMENTOS

• Identificação do “tópico frasal”: intenção textual percebida, geralmente, no 1º e 2º períodos do texto (IDEIA CENTRAL).

• Destaque das palavras-chave dos períodos (expressões substantivas e verbais). • Identificação das palavras-chave nas alternativas. • Resposta correta = paráfrase mais completa do texto.

EXEMPLIFICANDO

Preconceitos

  Preconceitos são juízos firmados por antecipação; são rótulos prontos e aceitos para serem colados no que mal conhecemos. São valores que se adiantam e qualificam pessoas, gestos, ideias antes de bem distinguir o que sejam. São, nessa medida, profundamente injustos, podendo acarretar consequências dolorosas para suas vítimas. São pré-juízos. Ainda assim, é forçoso reconhecer: dificilmente vivemos sem alimentar e externar algum preconceito.   São em geral formulados com um alcance genérico: “o povo tal não presta”, “quem nasce ali é assim”, “música clássica é sempre chata”, “cuidado com quem lê muito” etc. Dispensam-nos de pensar, de reconhecer particularidades, de identificar a personalidade própria de cada um. “Detesto filmes franceses”, me disse um amigo. “Todos eles?” − perguntei, provocador. “Quem viu um já viu todos”, arrematou ele, coroando sua forma preconceituosa de julgar.

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  Não confundir preconceito com gosto pessoal. É verdade que nosso gosto é sempre seletivo, mas ele escolhe por um critério mais íntimo, difícil de explicar. “Gosto porque gosto”, dizemos às vezes. Mas o preconceito tem raízes sociais mais fundas: ele se dissemina pelas pessoas, se estabelece sem apelação, e quando damos por nós estamos repetindo algo que sequer investigamos. Uma das funções da justiça institucionalizada é evitar os preconceitos, e o faz julgando com critério e objetividade, por meio de leis. Adotar uma posição racista, por exemplo, não é mais apenas preconceito: é crime. Isso significa que passamos, felizmente, a considerar a gravidade extrema das práticas preconceituosas.

(Bolívar Lacombe, inédito)

4. Atente para as seguintes afirmações.

I. No 1º parágrafo, o autor define o que seja preconceito e avalia a extensão dos prejuízos que sua prática acarreta, considerando ainda a dificuldade de se os evitar plenamente.

II. No 2º parágrafo, o autor reconhece na prática algumas formulações preconceituosas, reforçando a ideia de que os preconceitos impedem uma identificação adequada das coisas e das pessoas.

III. No 3º parágrafo, o autor estabelece um paralelo entre o juízo preconceituoso, passível de penalização, e o juízo decorrente do gosto pessoal, que se rege por critérios interiorizados e difíceis de definir.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. e) II, apenas.

Texto para a questão 5.

Brasil e África do Sul assinam acordo de cooperação

  O Ministério da Educação do Brasil e o da África do Sul assinaram no início de julho um acordo de cooperação internacional na área da educação superior. Além de apoiar o ensino universitário e prever a promoção conjunta de eventos científicos e técnicos, o acordo contempla o intercâmbio de materiais educacionais e de pesquisa e o incentivo à mobilidade acadêmica estudantil entre instituições de ensino superior, institutos de pesquisa e escolas técnicas.  Para incentivar a mobilidade, além de projetos conjuntos de pesquisa, os dois países devem promover a implantação de programas de intercâmbio acadêmico, com a concessão de bolsas, tanto a brasileiros na África do Sul quanto a sul-africanos no Brasil, para professores e alunos de doutorado e pós-doutorado. Ainda nessa área, a cooperação também prevê a criação de um programa de fomento a publicações científicas associadas entre representantes dos dois países.  Segundo o ministro da Educação brasileiro, Fernando Haddad, as equipes de ambos os ministérios da Educação trabalham há tempos na construção de um acordo para incrementar

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a cooperação entre os dois países. “Brasil e África do Sul têm uma grande similaridade de pensamento, oportunidades e desafios. Esperávamos há tempos a formatação de um acordo sólido”.

Internet: <portal.mec.gov.br> (com adaptações)

Julgue os itens a seguir quanto à compreensão do texto.

5. A ideia central do texto está resumida no primeiro período do primeiro parágrafo.

( ) Certo   ( ) Errado

ERROS COMUNS

EXTRAPOLAÇÃO

Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.

REDUÇÃO

É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de que o texto é um conjunto de ideias.

CONTRADIÇÃO

EXEMPLIFICANDOConsidere o texto abaixo.

Centro de Memória Eleitoral – CEMEL

O Centro de Memória Eleitoral do TRE-SP foi criado em agosto de 1999 e tem por objetivo a execução de ações que possibilitem cultivar e difundir a memória político-eleitoral como instrumento eficaz do aprofundamento e alargamento da consciência de cidadania, em prol do aperfeiçoamento do regime democrático brasileiro. Seu acervo reúne títulos eleitorais desde a época do Império, urnas de votação (de madeira, de lona e eletrônicas), quadros, fotografias e material audiovisual, entre outros itens. A realização de exposições temáticas, o lançamento de livros, a realização de palestras, além de visitas escolares monitoradas na sede do tribunal e o desenvolvimento de um projeto de história oral, são algumas das iniciativas do CEMEL.

(Disponível em: www.tre-sp.jus.br)

NOTÍCIA: é autoral, apesar de nem sempre ser assinada. Seu objetivo é tão somente o de informar, não o de convencer.

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6. Da leitura do texto, compreende-se que

a) a preservação da memória político-eleitoral consiste em resgatar o regime imperialista. b) o acervo do CEMEL preserva um material tão antigo que antecede a época do Império. c) a consciência de cidadania é condição necessária para a consolidação da democracia. d) o estudo da história é garantia do estabelecimento de um governo pautado pela cidadania. e) a meta do CEMEL é assegurar o arquivamento sigiloso da documentação da justiça eleitoral.

a) Redução: reúne títulos eleitorais desde a época do Império.b) Extrapolação: reúne títulos eleitorais desde a época do Império.c) Correta: aprofundamento e alargamento da consciência de cidadania, em prol do

aperfeiçoamento do regime democrático brasileiro.d) Extrapolação: ações que possibilitem cultivar e difundir a memória político-eleitoral como

instrumento eficaz do aprofundamento e alargamento da consciência de cidadania, em prol do aperfeiçoamento do regime democrático brasileiro.

e) Contradição: A realização de exposições temáticas, o lançamento de livros, a realização de palestras, além de visitas escolares monitoradas.

Análise das Alternativas

Estratégias Linguísticas – Argumentação

1. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS = PARÁFRASES, CAMPO SEMÂNTICO e ETIMOLOGIA.

Paráfrase = versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo mais fácil ao entendimento.

Campo Semântico = conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.

Exemplo:

• Medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação, etc.

Etimologia (do grego antigo) é a parte da gramática que trata da história ou da origem das palavras e da explicação do significado de palavras por meio da análise dos elementos que as constituem (morfemas). Por outras palavras, é o estudo da composição dos vocábulos e das regras de sua evolução histórica.

EXEMPLIFICANDO

  Logo que Santo Ivo morreu, encaminhou-se ao Céu e bateu à porta, que São Pedro não se atreveu a abrir, subestimando as razões do bom santo.   − Faço o que quiseres − repetia o porteiro do Céu, não lhe dando o devido valor −, mas não acho que deva permitir a entrada a um advogado, não só porque nenhum tem assento entre os santos, mas também porque, muito ao contrário, juraria que se encontram no inferno todos os de tua profissão.

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  Santo Ivo não se desconcertou; antes, como bom advogado, teve tão convincentes razões para rebater as de São Pedro que este lhe permitiu finalmente entrar no Céu, mas com a condição de permanecer junto à porta. O hóspede entrou calmamente, sentou-se no lugar indicado por São Pedro, que foi participar a Nosso Senhor o sucedido...

7. Mantendo-se a correção e o sentido, no segmento Santo Ivo não se desconcertou..., o termo sublinhado pode ser substituído por

a) atinou.b) enganou.c) perdeu.d) perturbou. e) anulou.

Texto para a questão 8.

Esses sistemas se mantiveram até o final do século XIX, quando o cuproníquel e, posteriormente, outras ligas metálicas passaram a ser empregados e a moeda passou a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua face, que independe do metal nela contido.

8. Caso desconhecesse o significado da palavra “cuproníquel”, a fim de apreendê-lo sem o uso do dicionário, o leitor poderia valer-se da paráfrase existente no período, bem como do significado dos morfemas que a compõem.

( ) Certo   ( ) Errado

2. BUSCA DE PALAVRAS “FECHADAS” NAS ALTERNATIVAS (possibilidade de a alternativa ser incorreta):

• advérbios; • artigos; • tempos verbais; • expressões restritivas; • expressões totalizantes; • expressões enfáticas.

            X

3. BUSCA DE PALAVRAS “ABERTAS” NAS ALTERNATIVAS (possibilidade de a alternativa ser a correta):

• Possibilidades; • hipóteses (provavelmente, é possível, uso do futuro do pretérito do indicativo (-ria) , modo

subjuntivo...).

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EXEMPLIFICANDO

Filosofia de borracharia

  O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença tranquilizadora: nenhum problema com o nosso pneu, aliás quase tão calvo quanto ele. Estava apenas um bocado murcho.   − Camminando si sgonfia* − explicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes e enorme simpatia.   O italiano vem a ser um dos muitos idiomas em que a minha abrangente ignorância é especializada, mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da estrada. Não era para menos. Tendo saído de Paris, havíamos rodado muito antes de cair naquele emaranhado de fronteiras em que você corre o risco de não saber se está na Áustria, na Suíça ou na Itália.   Soubemos que estávamos no norte, no sótão da Itália, vendo um providencial borracheiro dar nova carga a um pneu sgonfiato. Dali saímos − éramos dois jovens casais num distante verão europeu, embarcados numa aventura que, de camping em camping, nos levaria a Istambul – para dar carga nova a nossos estômagos, àquela altura não menos sgonfiati. O que pode a fome, em especial na juventude: à beira de um himalaia de sofrível espaguete fumegante, julguei ver fumaças filosóficas na sentença do tosco borracheiro. E, entre garfadas, sob o olhar zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar.   Sim, camminando si sgonfia, e não apenas quando se é, nesta vida, um pneu. Também nós, de tanto rodar, vamos aos poucos desinflando. E por aí fui, inflado e inflamado num papo delirante. Fosse hoje, talvez tivesse dito, infelizmente com conhecimento de causa, que a partir de determinado ponto carecemos todos de alguma espécie de fortificante, de um novo alento para o corpo, quem sabe para a alma.

* Camminando si sgonfia = andando se esvazia. (Adaptado de: WERNECK, Humberto – Esse inferno vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago, 2011, p. 85-86)

CRÔNICA: fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é predominantemente coloquial.

9. A expressão em italiano, dirigida aos dois jovens casais pelo borracheiro,

a) deu oportunidade a que todos reconhecessem na frase do borracheiro a filosofia que ele havia incutido nela para orientar os jovens.

b) foi tomada em sentido puramente metafórico, já que parecia não se aplicar ao problema que os fez parar na borracharia.

c) confundiu ainda mais aqueles aventureiros, que já se sentiam um tanto perdidos no emaranhado de estradas fronteiriças.

d) deu aos turistas a certeza de que se encontravam na Itália, embora eles não atinassem com o sentido daquelas palavras.

e) acabou propiciando uma interpretação mais abrangente, que resultou numa teoria posteriormente levantada numa refeição.

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Considere o texto que segue.

Instituições financeiras reconhecem que é cada vez mais difícil detectar se uma transação é fraudulenta ou verdadeira Os bancos e as empresas que efetuam pagamentos têm dificuldades de controlar as fraudes financeiras on-line no atual cenário tecnológico conectado e complexo.[...]O estudo revela que o índice de fraudes on-line acompanha o aumento do número de transações on-line, e 50% das organizações de serviços financeiros pesquisadas acreditam que há um crescimento das fraudes financeiras eletrônicas.[...]De acordo com os resultados, cerca de metade das organizações que atuam no campo de pagamentos eletrônicos usa soluções não especializadas que, segundo as estatísticas, não são confiáveis contra fraude e apresentam uma grande porcentagem de falsos positivos.

(Adaptado de: computerworld.com.br. Disponível em: http://computerworld.com.br/quase-40-dos-bancos-nao-sao-capazes-de-diferenciar-um-ataque-de-atividades-normais-de-clientes)

10. No texto, as formas verbais flexionadas no presente do indicativo “têm”, “acompanha” e “apresentam” indicam eventos que

a) não se repetirão num futuro próximo. b) raramente aconteceram ou acontecem. c) já aconteceram e certamente não acontecerão mais. d) ocorrem em condições hipotéticas. e) se repetem com os passar dos dias.

Texto para a questão 11.

  Nos últimos cinquenta anos, um dos fatos mais marcantes ocorrido na sociedade brasileira foi a inserção crescente das mulheres na força de trabalho. Esse contínuo crescimento da participação feminina é explicado por uma combinação de fatores econômicos e culturais. Primeiro, o avanço da industrialização transformou a estrutura produtiva, e a queda das taxas de fecundidade proporcionou o aumento das possibilidades de as mulheres encontrarem postos de trabalho na sociedade. Segundo, a rebelião feminina do final dos anos 60 do século passado, nos Estados Unidos da América e na Europa, chegou às nossas terras e fez ressurgir o movimento feminista nacional, aumentando a visibilidade política das mulheres na sociedade brasileira. Esse sucesso influenciou o comportamento e os valores sociais das mulheres, visto que proporcionou alterações na formação da identidade feminina. A redefinição dos papéis femininos aconteceu em todas as classes sociais e elevou a taxa de participação feminina no mundo do trabalho e da política.

Internet: (com adaptações).

11. Depreende-se do texto que a participação das mulheres na sociedade brasileira deve-se exclusivamente a fatores culturais e à formação da identidade feminina.

( ) Certo   ( ) Errado

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Texto para a questão 12.

  Para o observador externo, pode parecer pura preguiça. No entanto, o ato de sonhar acor-dado relaciona-se ao desenvolvimento da autoconsciência e da criatividade, à capacidade de planejamento e de improvisação, à possibilidade de reflexão profunda sobre as experiências cotidianas e ainda ao raciocínio moral. A aparência pode ser de devaneio sem rumo, porém o cérebro pode estar operando um processo neurológico complexo, sofisticado e produtivo.   O autor inglês Neil Gaiman, autor de romances, livros e quadrinhos, declarou recente-mente, em uma palestra, que o nosso futuro depende de livrarias, da leitura e da capacidade de sonhar acordado. O autor iniciou sua palestra mencionando que a próspera indústria norte--americana de construção de prisões usa como variável para a previsão da demanda (necessi-dades futuras de celas) o percentual de crianças com dez e onze anos incapazes de ler. Para ele, temos a obrigação de sonhar acordados e usar a imaginação. Essas atividades nos fazem criar mundos alternativos, que nos permitem construir o futuro.   No mundo do trabalho, a atividade de sonhar acordado já teve dias melhores. Muitas or-ganizações contemporâneas declaram amor incondicional pela criatividade e pela inovação. Paradoxalmente, continuam a refrear, disciplinar ou expelir seus sonhadores. Eles resistem como podem, sonhando acordados para enfrentar o tédio no trabalho. A Revolução Industrial e a ascensão das linhas de montagem sepultaram a criatividade e exilaram os sonhadores. Faz bem sonhar acordado.

In: CartaCapital, 13/11/2013, p. 60 (com adaptações).

EDITORIAL: texto opinativo/argumentativo, não assinado, no qual o autor (ou autores) não expressa a sua opinião, mas revela o ponto de vista da instituição. Geralmente, aborda assuntos bastante atuais. Busca traduzir a opinião pública acerca de determinado tema, dirigindo-se (explícita ou implicitamente) às autoridades, a fim de cobrar-lhes soluções.

12. Depreende-se da argumentação do autor que a preguiça humana é essencialmente responsável por processos mentais elaborados e, por isso, constitui a principal característica do trabalhador moderno.

( ) Certo   ( ) Errado

Texto para a questão 13.

  A língua que falamos, seja qual for (português, inglês...), não é uma, são várias. Tanto que um dos mais eminentes gramáticos brasileiros, Evanildo Bechara, disse a respeito: “Todos temos de ser poliglotas em nossa própria língua”. Qualquer um sabe que não se deve falar em uma reunião de trabalho como se falaria em uma mesa de bar.   A língua varia com, no mínimo, quatro parâmetros básicos: no tempo (daí o português medieval, renascentista, do século XIX, dos anos 1940, de hoje em dia); no espaço (português lusitano, brasileiro e mais: um português carioca, paulista, sulista, nordestino); segundo a escolaridade do falante (que resulta em duas variedades de língua: a escolarizada e a não

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escolarizada) e finalmente varia segundo a situação de comunicação, isto é, o local em que estamos, a pessoa com quem falamos e o motivo da nossa comunicação ― e, nesse caso, há, pelo menos, duas variedades de fala: formal e informal.   A língua é como a roupa que vestimos: há um traje para cada ocasião. Há situações em que se deve usar traje social, outras em que o mais adequado é o casual, sem falar nas situações em que se usa maiô ou mesmo nada, quando se toma banho. Trata-se de normas indumentárias que pressupõem um uso “normal”. Não é proibido ir à praia de terno, mas não é normal, pois causa estranheza. A língua funciona do mesmo modo: há uma norma para entrevistas de emprego, audiências judiciais; e outra para a comunicação em compras no supermercado.   A norma culta é o padrão de linguagem que se deve usar em situações formais. A questão é a seguinte: devemos usar a norma culta em todas as situações? Evidentemente que não, sob pena de parecermos pedantes. Dizer “nós fôramos” em vez de “a gente tinha ido” em uma conversa de botequim é como ir de terno à praia. E quanto a corrigir quem fala errado? É claro que os pais devem ensinar seus filhos a se expressar corretamente, e o professor deve corrigir o aluno, mas será que temos o direito de advertir o balconista que nos cobra “dois real” pelo cafezinho?

Língua Portuguesa. Internet: (com adaptações).

13. Depreende-se do texto que a língua falada não é uma, mas são várias porque, a depender da situação, o falante pode se expressar com maior ou menor formalidade.

( ) Certo   ( ) Errado

Inferência

INFERÊNCIA = ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.

Enunciados = “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”, etc.

Observe as seguintes frases:

a. Viajei nas férias, mas voltei cansadíssimo.

Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita:

a) que ele viajou nas férias;b) que ele retornou cansado.

Ao ligar as duas informações por meio de “mas”, comunica também, de modo implícito, a quebra de uma expectativa: durante as férias, descansa-se.

b. Os alunos ainda não chegaram ao local da prova.

Pressuposto: Os alunos já deviam ter chegado ou os alunos chegarão mais tarde.

c. Sua paixão tornou-se pública.

Pressuposto: A paixão não era pública antes.

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EXEMPLIFICANDO

Texto para a questão 14.

  “Na minha nova pátria eu tentaria não escrever mais sobre o que por estas bandas tem me angustiado ou ameaça transformar-se num tristíssimo tédio: sempre os mesmos assuntos? Mandaria só questionamentos sobre o que faz a vida valer a pena: as coisas humanas, como fa-mília, educação, transformações, relacionamentos e separação, responsabilidades e escolhas, alegria, vida e morte, incomunicabilidade e o mistério de tudo – até a dor (mas que seja uma dor decente).”

Lya Luft (adaptado)

14. No período até a dor (mas que seja uma dor decente) ao utilizar a palavra até, a autora

a) exclui a dor como parte que faz a vida valer a pena.b) inclui a dor como algo valioso para a vida. c) relega a dor a mero sintoma. d) refuta a dor como argumento à sua posição. e) equipara a dor à vida.

Texto para a questão 15.

[...] Tanto que, quando seu Joaquim, ao preencher a nota de encomenda, perguntou-me onde seria entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só um momento. Pensei rápido: “Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente, deve ser 227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela primeira vez, observara que, apesar de ficar em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração. ― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim desenhou o endereço na nota. ― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá sua estante. ― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse prazo. ― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três semanas.

Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989 (com adaptações).

15. De acordo com as informações do texto, é correto inferir que seu Joaquim era analfabeto, uma vez que ele “desenhou o endereço na nota”.

( ) Certo   ( ) Errado

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Intertextualidade

Um texto remete a outro, contendo em si – muitas vezes – trechos ou temática desse outro com o qual mantém “diálogo”.

Charge para a questão 16.

16. A charge é uma releitura da famosa tela de Munch, denominada “O Grito”. O diálogo estabelecido por Marco Aurélio com a pintura tem por objetivo

a) por meio da figura de um homem, representar o medo da sociedade porto-alegrense, que se encontra presa, devido à violência que impera nas ruas da cidade.

b) por meio de uma figura feminina, representar as dores de amor sofridas pelas mulheres atualmente, o que se comprova por intermédio da figura do coração atingido por uma flecha.

c) por meio das grades, representar a necessidade da construção de mais presídios na cidade de Porto Alegre, devido à violência que há no local.

d) por meio do texto não verbal, evidenciar que o texto verbal é desnecessário à compreensão da crítica estabelecida na charge.

e) por meio de uma figura andrógina, representar momento de profunda angústia e desespero por que passam alguns seres humanos vítimas de sério problema social que afeta a comunidade porto-alegrense na atualidade.

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Extratextualidade

O texto, ao estabelecer relações com o meio circundante, exige do aluno conhecimento mais amplo de mundo. Em tais situações, a questão formulada por meio do texto encontra-se fora do universo textual.

EXEMPLIFICANDO

17. Em “... o vendedor lisonjeia o comprador, trata-o bem, estende à sua frente o tapete vermelho.” estende o tapete vermelho seria uma comparação dos compradores a

a) consumidores desatentos.b) apologistas do consumo.c) produtores vulneráveis.d) visitantes ilustres.e) empresários eficientes.

Texto para a questão 18.

O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do Estado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada por processos que culminaram consolidando-o como instituição e ampliando sua área de atuação. No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusitano. Não havia o Ministério Público como instituição. Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordenações Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores de justiça, atribuindo-lhes o papel de fiscalizar a lei e de promover a acusação criminal.

18. O adjetivo “lusitano” diz respeito a português, ou seja, originário de Portugal.

( ) Certo   ( ) Errado

TIPOLOGIA TEXTUAL

Tipos textuais: características distintivas.

Narração: modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não – que ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.

Descrição: é a modalidade na qual se apontam as características que compõem determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Usam-se adjetivos para tal.

Argumentação: modalidade na qual se expõem ideias e opiniões gerais, seguidas da apresentação de argumentos que as defendam e comprovem.

Exposição: apresenta informações sobre assuntos. Não faz defesa de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto expositivo apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto expositivo e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.

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Injunção: indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, exprimem ordem, solicitação, pedido. Os pronomes, geralmente, são os da segunda pessoa do discurso.

EXEMPLIFICANDO

  Estação do ano mais aguardada pelos brasileiros, o verão não é sinônimo apenas de praia, corpos à mostra e pele bronzeada. O calor extremo provocado por massas de ar quente ― fenômeno comum nessa época do ano, mas acentuado na última década pelas mudanças climáticas ― traz desconfortos e riscos à saúde. Não se trata somente de desidratação e insolação. Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. “Embora tenhamos feito o estudo apenas nos EUA, as ondas de calor são um fenômeno mundial. Portanto, os resultados podem ser considerados universais”, diz Francesca Domininci, professora de bioestatística da faculdade e principal autora do estudo, publicado no jornal Jama, da Associação Médica dos Estados Unidos.   No Brasil, não há estudos específicos que associem as ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo todo, há pouquíssimas investigações a respeito dessa relação”, afirma Domininci. “Precisamos que os colegas de outras partes do planeta façam pesquisas semelhantes para compreendermos melhor essa importante questão para a saúde pública”, observa.

Internet: (com adaptações).

19. Elementos presentes no texto permitem classificá-lo como narrativo.

( ) Certo   ( ) Errado

Texto para a questão 20.

  Embora a produção de televisores com tela de cristal líquido (LCD), motocicletas e telefones celulares, os três produtos mais representativos do PIM, tenha sofrido decréscimo no período de janeiro a novembro de 2013 na comparação com o mesmo intervalo em 2012, a produção de outros produtos apresentou grande crescimento, com destaque para tablets, videogames, condicionadores de ar e microcomputadores. Entre janeiro e novembro de 2013, o PIM produziu mais de 2,2 milhões de unidades de tablets, o que representa uma produção 11 vezes maior que a de todo o ano anterior (197.616 unidades). Também os telejogos, videogames, tiveram resultados expressivos, com produção de mais de 1,2 milhão de unidades e crescimento de 91,82% na comparação com o período de janeiro a novembro de 2012 (651.242 16 unidades).

Internet: (com adaptações).

20. O tipo textual predominante no texto é o descritivo.

( ) Certo   ( ) Errado

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Texto para a questão 21.

  A democracia participativa pressupõe várias formas de atuação do cidadão na condução política e administrativa do Estado. No Brasil, destacam-se as audiências públicas previstas constitucionalmente e em diversas normas infraconstitucionais.   As audiências públicas constituem um importante instrumento de abertura participativa que proporciona legitimidade e transparência às decisões tomadas pelas diferentes esferas de poder. Tal instituto possui raízes no direito anglo- -saxão e fundamenta-se no princípio da justiça natural. Esse princípio atualmente se traduz no dever de escutar-se o público antes da edição de normas administrativas ou legislativas de caráter geral, ou de decisões de grande impacto para a comunidade.   As audiências públicas integram o perfil dos Estados democráticos de direito, modelados pelo constitucionalismo europeu do pós-guerra, segundo o qual o poder político não apenas emana do povo, sendo em nome dele exercido, mas comporta a participação direta do povo. É por meio dessas audiências que o responsável pela decisão tem acesso às diversas opiniões sobre a matéria debatida e abre a oportunidade para as pessoas que irão sofrer os reflexos da deliberação se manifestarem antes de seu desfecho.

21. O texto, predominantemente argumentativo, objetiva convencer o leitor de que decisões administrativas tomadas sem o recurso das audiências públicas carecem de legitimidade e transparência.

( ) Certo   ( ) Errado

Publicidade para a questão 22.

22. Todo texto apresenta uma intenção, da qual derivam as escolhas linguísticas que o compõem. O texto da campanha publicitária apresenta composição textual pautada por uma estratégia

a) expositiva, porque informa determinado assunto de modo isento.b) descritiva, pois descreve ações necessárias ao combate à dengue.c) injuntiva, com o propósito de convencer o interlocutor a combater a dengue.d) narrativa, visto que apresenta um relato de ações a serem realizadas.e) argumentativa, uma vez que, por meio do cartaz, diz como se deve combater a dengue.

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GÊNEROS TEXTUAIS

AULA 2

• Gêneros Textuais. • Semântica e Estilística

Trata-se de um ARTIGO: texto autoral – assinado –, cuja opinião é da inteira responsabilidade de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor. Geralmente, aborda assuntos atuais.

EXEMPLIFICANDO

Texto para a questão 23.

  Acho que, se eu não fosse tão covarde, o mundo seria um lugar melhor. Não que a melhora do mundo dependa de uma só pessoa, mas, se o medo não fosse constante, as pessoas se uniriam mais e incendiariam de entusiasmo a humanidade. Mas o que vejo no espelho é um homem abatido diante das atrocidades que afetam os menos favorecidos.   Se tivesse coragem, não aceitaria crianças passarem fome, frio e abandono. Elas nos assustam com armas nos semáforos, pedem esmolas, são amontoadas em escolas que não ensinam, e, por mais que chorem, somos imunes a essas lágrimas. Sou um covarde diante da violência contra a mulher, do homem contra o homem. E porque os índios estão tão longe da minha aldeia e suas flechas não atingem meus olhos nem o coração, não me importa que tirem suas terras, sua alma. Analfabeto de solidariedade, não sei ler sinais de fumaça. Se tivesse um nome indígena, seria “cachorro medroso”. Se fosse o tal ser humano forte que alardeio, não aceitaria famílias sem terem onde morar.

Sérgio Vaz. Antes que seja tarde. In: Caros Amigos, mai./2013, p. 8 (com adaptações)

23. Infere-se do texto que as mazelas que assolam o mundo se devem às desigualdades sociais.

( ) Certo   ( ) Errado

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PEÇA PUBLICITÁRIA: a propaganda é um modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, empresa, ideia ou política, visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma causa, posição ou atuação. A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao contrário da busca de imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o objetivo principal de influenciar uma audiência. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente (possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação apresentada. Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando elementos não verbais para reforçar a mensagem.

EXEMPLIFICANDO

24. A Assembleia Legislativa do Maranhão promoveu audiência pública sobre violência e o extermínio de jovens no Brasil e no Maranhão; o cartaz da campanha encontra-se copiado abaixo.

Em relação ao cartaz, assinale a afirmativa incorreta.

a) Como a mão representada no cartaz aparece, no original, em cor vermelha, há nela uma referência a sangue.

b) A representação da mão espalmada indica uma solicitação de interrupção da violência. c) O extermínio de jovens está incluído entre crimes mais graves e não entre casos de

violência. d) A violência e o extermínio de jovens são os objetivos da condenação da campanha. e) Os vários nomes de pessoas colocados no cartaz devem representar casos de violência já

ocorridos.

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CHARGE: é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.

EXEMPLIFICANDO

(Pancho. www.gazetadopovo.com.br/opiniao/charges/pancho/?offset=8 14/05/2015)

25. Considerando-se a relação entre imagem e texto verbal, conclui-se acertadamente que a grafia tortuosa do termo corretos

a) gera excitação na personagem, que se entusiasma ao encontrar produtos frescos.b) é responsável pelo humor do cartum, pois destaca a ortografia incorreta das palavras.c) desperta, na personagem, dúvidas quando à veracidade da mensagem do cartaz.d) destaca a boa aparência dos produtos ofertados, comparando-os com os convencionais.e) causa frustração na personagem, que sabe que os produtos ecológicos são mais caros.

QUADRINHOS / TIRA: hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades.

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EXEMPLIFICANDO

26. A partir da leitura do quarto quadrinho, conclui-se que o mapa do tesouro

a) tinha informações que já eram do conhecimento do garoto e de seu ajudante. b) continha informações imprecisas sobre o local em que a carteira estava. c) levou os exploradores a um local diferente daquele previsto pelo garoto. d) não era tão antigo quanto o garoto deu a entender no primeiro quadrinho. e) não teve dados suficientes para que os exploradores chegassem aonde queriam.

Tira para a questão 27.

27. As palavras “proeza” (terceiro quadrinho) e “façanhas” (quinto quadrinho) são empregadas na tirinha com o sentido de perigo.

( ) Certo   ( ) Errado

TEXTO LITERÁRIO

Texto para a questão 28.

Você não está mais na idade de sofrer por essas coisas” Há então a idade de sofrer e a de não sofrer mais por essas, essas coisas? As coisas só deviam acontecer para fazer sofrer

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na idade própria de sofrer? Ou não se devia sofrer pelas coisas que causam sofrimento pois vieram fora de hora, e a hora é calma? E se não estou mais na idade de sofrer é porque estou morto, e morto é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?

(ANDRADE, Carlos Drummond de. “Essas coisas”. As impurezas do branco. Rio de Janeiro: José Olympio, 3. ed., 1976, p.30)

28. Infere-se corretamente do poema que

a) a alegria é maior nas horas calmas da vida. b) na vida há uma idade apropriada para sofrer por certas coisas. c) quando se é jovem, o sofrimento deve ser evitado. d) a ausência de sofrimento só é possível na morte. e) o sofrimento é mais comum na velhice do que na juventude.

SEMÂNTICA

SINONÍMIA E ANTONÍMIA

Sinônimos: uso de diferentes significantes para o mesmo significado. Contudo, é preciso considerar que não existem sinônimos perfeitos. Há aproximações de sentido. Dizemos que as palavras são sinônimas quando seus significados mantêm uma intersecção – substituíveis num mesmo contexto –, pois eles jamais se recobrem completamente. Se seus sentidos fossem idênticos, deveriam ser intercambiáveis em todos os contextos e obedecer às mesmas condições de emprego. Por exemplo, “jovem” e “novo” são sinônimos, no entanto não idênticos, visto que não podem ser permutáveis em todos os contextos: ambos qualificam o nome humano (homem jovem, homem novo), mas não se aplicam aos não humanos (livro novo, mas não livro jovem).

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Antônimos: palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do acréscimo de um prefixo de sentido oposto ou negativo.

Exemplos:

mal X bemausência X presença

fraco X forteclaro X escurosubir X descercheio X vazio

possível X impossívelsimpático X antipático

EXEMPLIFICANDO

Filosofia de borracharia

  O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença tranquilizadora: nenhum problema com o nosso pneu, aliás quase tão calvo quanto ele. Estava apenas um bocado murcho.   − Camminando si sgonfia* − explicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes e enorme simpatia.   O italiano vem a ser um dos muitos idiomas em que a minha abrangente ignorância é especializada, mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da estrada. Não era para menos. Tendo saído de Paris, havíamos rodado muito antes de cair naquele emaranhado de fronteiras em que você corre o risco de não saber se está na Áustria, na Suíça ou na Itália.   Soubemos que estávamos no norte, no sótão da Itália, vendo um providencial borracheiro dar nova carga a um pneu sgonfiato. Dali saímos − éramos dois jovens casais num distante verão europeu, embarcados numa aventura que, de camping em camping, nos levaria a Istambul – para dar carga nova a nossos estômagos, àquela altura não menos sgonfiati. O que pode a fome, em especial na juventude: à beira de um himalaia de sofrível espaguete fumegante, julguei ver fumaças filosóficas na sentença do tosco borracheiro. E, entre garfadas, sob o olhar zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar.   Sim, camminando si sgonfia, e não apenas quando se é, nesta vida, um pneu. Também nós, de tanto rodar, vamos aos poucos desinflando. E por aí fui, inflado e inflamado num papo delirante. Fosse hoje, talvez tivesse dito, infelizmente com conhecimento de causa, que a partir de determinado ponto carecemos todos de alguma espécie de fortificante, de um novo alento para o corpo, quem sabe para a alma.

* Camminando si sgonfia = andando se esvazia. (Adaptado de: WERNECK, Humberto – Esse inferno vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago, 2011, p. 85-86)

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29. Sem prejuízo para o sentido do contexto, pode-se substituir o elemento sublinhado no segmento

a) sob o olhar zombeteiro (4º parágrafo) por exame indolente1. b) proferiu a sentença tranquilizadora (1º parágrafo) por opinião2 consoladora. c) nosso carro periclitante (3º parágrafo) por indomável3. d) um providencial borracheiro (3º parágrafo) por previdente4. e) julguei ver fumaças filosóficas (4º parágrafo) por presunções de filosofia5.

1 – sem vigor; insensível ≠ zombeteiro = aquele ou o que faz troça.2 – parecer ≠ sentença = decisão final.3 – que não pode ser domado, controlado ≠ periclitante = que está em perigo.4 – precavido ≠ providencial = oportuno.5 – pretensão = fumaças = maneiras presunçosas.

Texto para a questão 30.

  Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu que a veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e fomentadores do ódio, da discriminação e da intolerância contra religiões de matrizes africanas não corresponde ao legítimo exercício do direito à liberdade de expressão. O tribunal considerou que a liberdade de expressão não se pode traduzir em desrespeito às diferentes manifestações dessa mesma liberdade, pois ela encontra limites no próprio exercício de outros direitos fundamentais.

Internet: (com adaptações).

30. Altera-se totalmente a informação original do período ao se substituir a palavra “Corroborando” por Confirmando.

( ) Certo   ( ) Errado

HIPONÍMIA E HIPERONÍMIA

Observe este enunciado:

“Fomos à feira e compramos maçã, banana, abacaxi, melão... Estavam baratas, pois são frutas da estação.”

Hiperonímia (frutas) = como o próprio prefixo indica, confere ideia de todo; do todo se originam ramificações.

Hiponímia = (maçã, banana, abacaxi, melão) o oposto de hiperonímia; cada parte, cada item de um todo.

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EXEMPLIFICANDO

31. Os vocábulos destacados em “Na banca da feira da vinte e cinco, havia cupuaçu, bacuri, taperebá e outras frutas regionais.”, têm relação entre si por se referirem – todos – a frutas típicas da Amazônia.

Tais termos grifados, em relação à palavra “fruta”, são designados como

a) hiperônimos.b) hipônimos.c) sinônimos.d) polissêmicos.e) antônimos.

POLISSEMIA

Significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”, contudo, assim que se insere no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e assume significado específico, isto é, significado contextual.

Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em comum. A cada um deles dá-se o nome de acepção.

CONTEXTO ACEPÇÃO

Adoro flor vermelha! parte de uma planta

“Última flor do Lácio” descendente

Vagava à flor da água. superfície

Ela é uma flor de pessoa. amável

Ele não é flor que se cheire. indigno, falso

Está na flor da idade. juventude

EXEMPLIFICANDO

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32. Encontramos o efeito polissêmico empregado na seguinte palavra:

a) vaca.b) humano.c) costela.d) radiografia.e) conversa.

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Denotação é a significação objetiva da palavra – valor referencial; é a palavra em "estado de dicionário“ (sentido real).

Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras realidades devido às associações que ela provoca (sentido figurado).

EXEMPLIFICANDO

A marca da solidão

  Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra na tarde quente.   Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver para, apenas, ver.   Quando se tem a marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.

(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)

33. No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido figurado é

a) menino. b) chão. c) testa. d) penumbra. e) tenda.

Texto para a questão 34.

Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os livros. Na parede da esquerda ficaria a grande e sonhada estante onde caberiam todos os meus livros.

34. A expressão “armar ali a minha tenda” foi empregada no texto em sentido figurado.

( ) Certo   ( ) Errado

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Texto para a questão 35.

  Se o leitor é rapaz e dado ao gênio melancólico, imagina que Miss Dollar é uma inglesa pálida e delgada, escassa de carnes e de sangue, abrindo à flor do rosto dois grandes olhos azuis e sacudindo ao vento umas longas tranças louras. A moça em questão deve ser vaporosa e ideal como uma criação de Shakespeare; deve ser o contraste do roastbeef britânico, com que se alimenta a liberdade do Reino Unido. (...) O chá e o leite devem ser a alimentação de semelhante criatura, adicionando-se-lhe alguns confeitos e biscoitos para acudir às urgências do estômago. A sua fala deve ser um murmúrio de harpa eólia; o seu amor um desmaio, a sua vida uma contemplação, a sua morte um suspiro. (...). A figura é poética, mas não é a da heroína do romance. [...]

35. Observe os trechos que seguem.

I – “abrindo à flor do rosto dois grandes olhos azuis”

II – “vaporosa e ideal como uma criação de Shakespeare”

III – “A sua fala deve ser um murmúrio de harpa eólia”

Há linguagem figurada

a) apenas em um dos itens. b) apenas nos itens I e II. c) apenas nos itens I e III. d) apenas nos itens II e III. e) em todos.

NÍVEIS DE LINGUAGEM

1. Língua culta formal ou padrão = obediência às normas gramaticais; mais comum na escrita.

2. Língua culta informal ou coloquial = usada espontânea e fluentemente pelo povo; rebelde à norma gramatical.

3. Gíria = típica da coloquialidade, criada e empregada por determinados segmentos da comunidade.

4. Linguagem regional = variações geográficas do uso da língua padrão quanto às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista fonológico.

5. Linguagem das Mídias Eletrônicas = reprodução virtual do ritmo de uma conversa presencial. Motivos da simplificação e da abreviação de palavras: facilitação e otimização do tempo.

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EXEMPLIFICANDO

Pechada

  O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo já estava sendo chamado de “Gaúcho”. Porque era gaúcho. Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado.   − Aí, Gaúcho!   − Fala, Gaúcho!   Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente. A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim. Afinal, todos falavam português.   − Mas o Gaúcho fala “tu”! − disse o Jorge, que era quem mais implicava com o novato.   − E fala certo − disse a professora.   − Pode-se dizer “tu” e pode-se dizer “você”. Os dois estão certos.   O Jorge fez cara de quem não se entregara.   Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera.   − O pai atravessou a sinaleira e pechou.   − O quê?   − O pai. Atravessou a sinaleira e pechou.   A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo.   − O que foi que ele disse, tia? − quis saber o Jorge.   − Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou.   − E o que é isso?   − Gaúcho... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu.  − Nós vinha...   − Nós vínhamos.   − Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto.   A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia admitir que não o entendera. Não com o Jorge rindo daquele jeito. “Sinaleira”, obviamente, era sinal, semáforo. “Auto” era automóvel, carro. Mas “pechar” o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra?   Só muitos dias depois a professora descobriu que “pechar” vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o Jorge de que era mesmo brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido: Pechada.   − Aí, Pechada!   − Fala, Pechada!

(VERÍSSIMO, Luis Fernando. “Pechada”. Revista Nova Escola. São Paulo, maio/2001. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ fundamental-1/pechada-634220.shtml)

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36. Considerando que o novo aluno, Rodrigo, é chamado de Gaúcho e, posteriormente, de Pechada pelos colegas, conclui-se que a escolha dos apelidos

a) foi orientada pela professora, que chamou a atenção para o fato de o novo aluno vir de um outro estado.

b) leva em consideração características que o aluno tem em comum com os colegas da nova escola.

c) ocorre após um período de adaptação, quando o fato de o aluno ser diferente já se tornou irrelevante.

d) faz parte da boa acolhida na nova escola e resulta de um acordo estabelecido entre ele e seus colegas.

e) se dá a partir de aspectos que singularizam o novo colega em relação ao restante da turma.

Tira para a questão 37

37. Nos três primeiros quadrinhos, a linguagem utilizada é mais formal e, no último, mais informal.

Assinale a alternativa que traga, primeiro, uma marca da formalidade e, depois, uma marca da informalidade presentes nos quadrinhos.

a) Vilania; vosso. b) Vós; você. c) Estou; você. d) Tenhais; segui. e) Notícias; falem.

38. Com frequência, a transgressão à norma culta constitui uma marca do registro coloquial da língua. Nesses casos, parece existir, de um lado, a norma culta e, de outro, a “norma” coloquial – e esta muitas vezes se impõe socialmente, em detrimento da primeira. Um exemplo de transgressão à norma culta acontece numa das alternativas abaixo. Assinale-a.

a) Nós éramos cinco e brigávamos muito…b) estrada lamacenta que o governo não conservava…c) Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua

autoridade.d) Você assustou ele falando alto.e) Se um de nós ia para o colégio, os outros ficavam tristes.

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39. A única frase inteiramente de acordo com as normas gramaticais do padrão culto é

a) A secretária pretende evitar que novos mandados de segurança ou liminares contra o decreto sejam expedidas.

b) O CONTRU interditou várias dependências do prédio, inclusive o Salão Azul, cujo o madeiramento do forro foi atacado por cupins.

c) O ministro da Agricultura da Inglaterra declarou que por hora não há motivo para sacrificar os animais.

d) A poucos dias da eleição, os candidatos enfrentam agora uma verdadeira maratona. e) "Posso vencer-lhes, mesmo que usem drogas, pois não é isso que as tornarão invencíveis",

declarou a nadadora.

Texto para a questão 40.

  O corpo é um sábio: não come tudo o que jogam para ele, mas opera com um delicado senso de discriminação. Algumas coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas, ele come com prazer e quer repetir. Outras não lhe agradam, e ele recusa. Aí eu pergunto: “O que se deve fazer para que as crianças tenham vontade de tomar sorvete?”. Pergunta boba. Nunca vi criança que não estivesse com vontade de tomar sorvete. Mas eu não conheço nenhuma mágica que seja capaz de fazer que uma criança seja motivada a comer salada de jiló com nabo. Nabo e jiló não provocam sua fome.

Rubem Alves. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 82-4 (com adaptações).

40. Ao utilizar formas típicas da linguagem oral e coloquial, produzindo um texto com tom predominantemente informal, o autor aproxima-se do leitor.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. A 5. C 6. C 7. D 8. C 9. E 10. E 11. E 12. E 13. C 14. B 15. E 16. E  17. D 18. C 19. E 20. C 21. E 22. C 23. E 24. C 25. C 26. D 27. E 28. D 29. E 30. E 31. B 32. C 33. E 34. C 35. E 35. E 36. E 37. B 38. D 39. D 40. C