pÓs graduaÇÃo direito e processo tributÁrio · a pessoa jurídica de direito privado que...
TRANSCRIPT
Caso...
Maria de Lourdes, advogado trabalhista, recentemente em razão de
seu trabalho, adquiriu um bem imóvel e por saber que seria
responsável pelas dívidas tributárias, requereu ao alienante uma
certidão negativa para se proteger de futuros incômodos com a
prefeitura. Ocorre que recentemente foi surpreendida com a cobrança
de um IPTU do período anterior à data da compra, e por entender ser
ilegítima se dirigiu a secretaria da fazenda municipal requerendo a
correção dos dados. A servidora pública municipal que atendeu a nova
proprietária argumentou que a cobrança estava correta, pois esse
crédito que agora está inscrito em Dívida Ativa não havia sido apurado
anteriormente, e conforme nota descrita na CND emitida a época (vide
abaixo) tal certidão não contemplava ainda tais dívidas.
Como consultor jurídico qual seria a recomendação a ser dirigida a
Maria de Lourdes?
Caso...
CERTIDAO NEGATIVA DE DÉBITOS
Ressalvado o direito de a Fazenda Pública Municipal cobrar e
inscrever quaisquer dívidas de responsabilidade do sujeito passivo
acima identificado que vierem a ser apuradas, é certificado que não
constam pendências sobre o Bem Imóvel identificado acima,
relativas a tributos administrados pela Secretaria Fazendária
Municipal de São Paulo e as inscrições em Dívida Ativa do Município
junto à Procuradoria Municipal.
Art. 131
São pessoalmente
responsáveis:
I - o adquirente ou remitente,
pelos tributos relativos aos
bens adquiridos ou remidos.
Caso...
Pedro vendeu seu veiculo automotor para Júlio, e ambos foram até o
cartório para reconhecimento de firma do documento de transferência.
Combinaram que caberia a Júlio a realização da transferência do
documento no departamento de transito, pois Pedro iria viajar
brevemente. Recentemente Pedro recebeu uma notificação do
Departamento de Transito de sua região que conforme determina o
Artigo 134 do CTB: “No caso de transferência de propriedade, o
proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito
do Estado dentro de um prazo de trinta dias, cópia autenticada do
comprovante de transferência de propriedade, devidamente assinado e
datado, sob pena de ter que se responsabilizar solidariamente pelas
penalidades impostas e suas reincidências até a data da
comunicação”. Por isso, seu nome foi inscrito em Dívida Ativa a partir
desta data, pois conforme consta, Júlio não adimpliu o IPVA, bem
como a Taxa de Licenciamento do veículo, o que ensejaria pela
ausência da comunicação a responsabilidade do Pedro. Como
consultor jurídico avalie o caso em tela.
Art. 131
São pessoalmente
responsáveis:
II - o sucessor a qualquer
título e o cônjuge meeiro,
pelos tributos devidos pelo
de cujus até a data da
partilha ou adjudicação,
limitada esta
responsabilidade ao
montante do quinhão do
legado ou da meação;
Art. 131
São pessoalmente
responsáveis:
III - o espólio, pelos tributos
devidos pelo de cujus até a
data da abertura da
sucessão.
Art. 192
Nenhuma sentença de
julgamento de partilha ou
adjudicação será proferida
sem prova da quitação de
todos os tributos relativos
aos bens do espólio, ou às
suas rendas.
Caso...
Flávia proprietária de um imóvel próprio não realizou o pagamento do
IPTU vencido em 10.02.2011, e por isso, foi inscrita em Dívida Ativa.
Ocorre que em 10.05.2013, realiza a venda do imóvel para Cristina,
que no registro abriu mão da apresentação da Certidão Negativa.
O Fisco ao identificar que não houve pagamento, realizou uma
execução Fiscal em nome de Flávia em 05.01.2014, que nos autos da
Execução se manifestou como ilegítima, por força do artigo 130 do
CTN.
O Procurador do município ao receber tal informação, requereu o
redirecionamento ao novo proprietário, por força do artigo 203 do CTN:
“A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou
o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do
processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser
sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da
certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o
prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte
modificada.”
Caso...
Outro argumento utilizado pelo fisco, é o que determina o artigo 2º,
parágrafo 8º da Lei 6.830/80:"Até a decisão de primeira instância, a
Certidão de Dívida Ativa poderá ser emendada ou substituída,
assegurada ao executado a devolução do prazo para embargos.“
O Advogado do contribuinte entende que deveria ser aplicado neste
caso a Sumula 392 do STJ que veda a modificação da sujeição
passiva no processo de execução.
Art. 134
Nos casos de
impossibilidade de exigência
do cumprimento da
obrigação principal pelo
contribuinte, respondem
solidariamente com este nos
atos em que intervierem ou
pelas omissões de que
forem responsáveis:
Art. 134, P.U
O disposto neste artigo só
se aplica, em matéria de
penalidades, às de caráter
moratório.
Art. 134, P.U
I - os pais, pelos tributos
devidos por seus filhos
menores;
II - os tutores e curadores,
pelos tributos devidos por
seus tutelados ou
curatelados;
III - os administradores de
bens de terceiros, pelos
tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos
tributos devidos pelo espólio;
Art. 135
São pessoalmente
responsáveis pelos créditos
correspondentes a
obrigações tributárias
resultantes de atos
praticados com excesso de
poderes ou infração de lei,
contrato social ou estatutos.
Caso...
Fernando sócio da empresa Xtudo – Ltda, foi surpreendido
recentemente pela cobrança de contribuição previdenciária do
empregador em razão de inadimplemento da sua empresa.
Segundo o auto de infração, tal responsabilidade decorre por
força do artigo 13 – Lei 8.620/93 que determina:
O titular da firma individual e os sócios das empresas por cotas
de responsabilidade limitada respondem solidariamente, com
seus bens pessoais, pelos débitos junto à Seguridade Social.
Avalie o caso em tela.
Caso...
A Empresa Luz S/A em razão de crescimento, decide modificar o
endereço da sede atual, em assim após pesquisas imobiliárias fecha
contrato em 10.03.2014.
Em 10.06.2014 a Receita Federal em fiscalização identifica que no
endereço registrado a empresa não mais funciona, e lavra auto de
infração em nome dos sócios, por força do artigo 135, III do CTN e
Sumula 435 do STJ que determina: Presume-se dissolvida
irregularmente a empresa que deixar de
funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos
competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para
o sócio-gerente.
O sócio em processo administrativo tempestivo argumenta que a
empresa estava ainda em processo de mudança, e por isso, não é
possível a alegação que não realizou a comunicação.
Caso...
A Receita Federal em decisão final, negou o pedido de anulação do
auto, em razão do disposto no artigo 213 do RIR 3000/99: Quando o
contribuinte transferir, de um município para outro ou de um para outro
ponto do mesmo município, a sede de seu estabelecimento, fica
obrigado a comunicar essa mudança às repartições competentes
dentro do prazo de trinta dias.
Caso...
A Empresa Criadus Brasileira S/A foi autuada pela Receita Federal em
razão de inadimplemento do IRPJ no período de 2013. Em razão de
inércia a empresa foi inscrita em D.A juntamente com seus sócios.
Em 13.04.2016 promovida execução fiscal em face da PJ e dos sócios
que foram citados em 10.08.2016. Os sócios contestam a legitimidade
do pólo passivo da Execução Fiscal.
Art. 133, §2º
Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Art. 792, §3º
Nos casos de desconsideração da
personalidade jurídica, a fraude à execução
verifica-se a partir da citação da parte cuja
personalidade se pretende
desconsiderar.
Art. 132
A pessoa jurídica de direito
privado que resultar de
fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em
outra é responsável pelos
tributos devidos até à data
do ato pelas pessoas
jurídicas de direito privado
fusionadas, transformadas
ou incorporadas.
Caso...
José dos Santos, produtor rural, possui uma extensa faixa territorial de
4.500 hectares no município de Promissão/SP. Por não ser conhecedor
das leis tributárias nunca promoveu o recolhimento de ITR. Através de
um amigo, morador da cidade, toma conhecimento de que a Receita
Federal em razão do programa “Brasil Terra Rural” está promovendo
fiscalização dos imóveis rurais, e ao identificar o não recolhimento do
tributo já lavra o Auto de Infração e Imposição de Multa, pois conforme
determina o artigo 10 da Lei 9393/96: “A apuração e o pagamento do
ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio
procedimento da administração tributária, nos prazos e condições
estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a
homologação posterior”.
Com receio de ser fiscalizado, José contrata seu escritório de
advocacia para que urgentemente possa direcionar de como deverá
agir para ter o menor impacto tributário possível.
Art. 133A pessoa natural ou jurídica de
direito privado que adquirir de
outra, por qualquer título, fundo
de comércio ou estabelecimento
comercial, industrial ou
profissional, e continuar a
respectiva exploração, sob a
mesma ou outra razão social ou
sob firma ou nome individual,
responde pelos tributos, relativos
ao fundo ou estabelecimento
adquirido, devidos até à data do
ato:
Art. 133
I - integralmente, se o
alienante cessar a
exploração do comércio,
indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o
alienante, se este prosseguir
na exploração ou iniciar
dentro de seis meses a
contar da data da alienação,
nova atividade no mesmo ou
em outro ramo de comércio,
indústria ou profissão.
Caso...
Determinado empresário da exploração de CDS e DVD´s para locação, decide
adquirir determinado bem imóvel, que antigamente já explorava tal atividade.
Por facilitar o processo de início de sua atividade empresarial, antes mesmo
da mera formalização do registro, consegue através de um contato, comprar
alguns dos materiais explorados pelo antigo proprietário para iniciar
imediatamente seu empreendimento, como: mesas, CDS e DVD´s, e uma
geladeira para disponibilização de bebidas a seus clientes.
Iniciada suas atividades recebe a fiscalização estadual que promove um Auto
de Infração e Imposição de Multas, para cobrar tributos devido pelo antigo
proprietário, bem como tributos relacionados a nova exploração comercial.
Diante dos fatos responda:
A - Assiste razão da fiscalização estadual, em entender que a continuidade na
exploração da mesma atividade no estabelecimento que há tempos atrás
explorava o mesmo negócio caracteriza a sucessão empresarial.
Caso...
Maria Eduarda, ingressou em Abril de 2015 na sociedade da Corretora
“Seguridade S/A” e foi surpreendida com um pedido de
redirecionamento de Execução Fiscal para o seu próprio patrimônio,
em razão de inadimplemento de tributos federais da PJ.
O processo de execução envolve fatos geradores do período de 2013
e 2014. A Procuradoria da Fazenda requer o redirecionamento
conforme o artigo 135 do CTN. Em face de Exceção de Pré
Executividade, se demonstra que a alteração do quadro societário só
se deu após os fatos, o que afastaria sua responsabilidade pessoal.
A Exceção de Pré Executividade foi julgada procedente, e a
Procuradoria recorre através de Agravo de Instrumento, alegando a
sucessão empresarial pelo artigo 133 do CTN.
Art. 128
Sem prejuízo do disposto neste
capítulo, a lei pode atribuir de
modo expresso a
responsabilidade pelo crédito
tributário a terceira pessoa,
vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo
a responsabilidade do
contribuinte ou atribuindo-a a
este em caráter supletivo do
cumprimento total ou parcial da
referida obrigação.
Art. 138
A responsabilidade é excluída
pela denúncia espontânea da
infração, acompanhada, se for
o caso, do pagamento do
tributo devido e dos juros de
mora, ou do depósito da
importância arbitrada pela
autoridade administrativa,
quando o montante do tributo
dependa de apuração.
Caso...
Flávia da Silva, não realizou com relação ao ganho de capital
auferido em operação de compra e venda de seu imóvel, a
declaração e por consequência a impressão do carnê-leão
para recolhimento do tributo conforme determina a legislação
vigente.
Requereu 06 meses após a operação, a aplicação da
denuncia espontânea para não pagamento da multa. A
Receita Federal aplicou a cobrança do tributo e dos juros,
contudo aplicou multa com relação a obrigação acessória.
Caso...
“TRIBUTÁRIO. MULTA MORATÓRIA. ART. 138 DO CTN.
ENTREGA EM ATRASO DA DECLARAÇÃO DE
RENDIMENTOS. 1. A denúncia espontânea não tem o
condão de afastar a multa decorrente do atraso na entrega
da declaração de rendimentos, uma vez que os efeitos do
artigo 138 do CTN não se estendem às obrigações
acessórias autônomas. Precedentes. 2. Recurso especial
não provido.” (STJ, Segunda Turma, RESP - RECURSO
ESPECIAL – 1129202, Data da Publicação: 29/06/2010)
Caso...
José dos Santos, produtor rural, possui uma extensa faixa territorial de
4.500 hectares no município de Promissão/SP. Por não ser conhecedor
das leis tributárias nunca promoveu o recolhimento de ITR. Através de
um amigo, morador da cidade, toma conhecimento de que a Receita
Federal em razão do programa “Brasil Terra Rural” está promovendo
fiscalização dos imóveis rurais, e ao identificar o não recolhimento do
tributo já lavra o Auto de Infração e Imposição de Multa, pois conforme
determina o artigo 10 da Lei 9393/96: “A apuração e o pagamento do
ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio
procedimento da administração tributária, nos prazos e condições
estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a
homologação posterior”.
Com receio de ser fiscalizado, José contrata seu escritório de
advocacia para que urgentemente possa direcionar de como deverá
agir para ter o menor impacto tributário possível.