pós-graduação em direito penal e processual penal€¦ · aborto sentimental ou ... (no caso de...
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LEGALE
crimes contra a pessoa - Vida
Aborto(continuação)
crimes contra a pessoa - Vida
NÃO SE PUNE, também:
Aborto necessário (ou terapêutico) (gravidez de risco)
crimes contra a pessoa - Vida
Aborto sentimental ou humanitário (gravidez resultante de estupro)
crimes contra a pessoa - Vida
OBS: no âmbito do SUS, a Portaria n. 1.508, de 1º/09/2005 do Ministério da Saúde disciplina o procedimento para justificação e autorização para a interrupção da gravidez
crimes contra a pessoa - Vida
autorizado (no caso de inviabilidade o Juiz deve autorizar o aborto)
crimes contra a pessoa - Vida
Anencefalia (independe de autorização)
crimes contra a pessoa - Vida
Atenção: aborto eugênico (ou eugenésico) é crime
crimes contra a pessoa - Vida
JURISPRUDÊNCIA
Autorização de aborto até o terceiro mês de gravidez (Min. Luis Roberto Barroso)
HABEAS CORPUS 124.306 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : EDILSON DOS SANTOS PACTE.(S) : ROSEMERE APARECIDA FERREIRA IMPTE.(S) : JAIR LEITE PEREIRA COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO-VISTA O MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Ementa: DIREITO PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PARA SUA DECRETAÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE DA INCIDÊNCIA DO TIPO PENAL DO ABORTO NO CASO DE INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GESTAÇÃO NO PRIMEIRO TRIMESTRE. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
1. O habeas corpus não é cabível na hipótese.Todavia, é o caso de concessão da ordem deofício, para o fim de desconstituir a prisãopreventiva, com base em duas ordens defundamentos. 2. Em primeiro lugar, não estãopresentes os requisitos que legitimam a prisãocautelar, a saber: risco para a ordem pública, aordem econômica, a instrução criminal ou aaplicação da lei penal (CPP, art. 312). Osacusados são primários e com bonsantecedentes, têm trabalho e residência fixa,têm comparecido aos atos de instrução ecumprirão pena em regime aberto, na hipótese
de condenação. 3. Em segundo lugar, é precisoconferir interpretação conforme a Constituiçãoaos próprios arts. 124 a 126 do Código Penal –que tipificam o crime de aborto – para excluirdo seu âmbito de incidência a interrupçãovoluntária da gestação efetivada no primeirotrimestre. A criminalização, nessa hipótese,viola diversos direitos fundamentais da mulher,bem como o princípio da proporcionalidade. 4.A criminalização é incompatível com osseguintes direitos fundamentais: os direitossexuais e reprodutivos da mulher, que nãopode ser obrigada pelo Estado a manter uma
gestação indesejada; a autonomia da mulher, quedeve conservar o direito de fazer suas escolhasexistenciais; a integridade física e psíquica dagestante, que é quem sofre, no seu corpo e no seupsiquismo, os efeitos da gravidez; e a igualdade damulher, já que homens não engravidam e, portanto,a equiparação plena de gênero depende de serespeitar a vontade da mulher nessa matéria. 5. Atudo isto se acrescenta o impacto da criminalizaçãosobre as mulheres pobres. É que o tratamento comocrime, dado pela lei penal brasileira, impede queestas mulheres, que não têm acesso a médicos eclínicas privadas, recorram ao sistema público desaúde para se submeterem aos procedimentoscabíveis. Como consequência, multiplicam-se os
casos de automutilação, lesões graves e óbitos. 6. Atipificação penal viola, também, o princípio daproporcionalidade por motivos que se cumulam: (i)ela constitui medida de duvidosa adequação paraproteger o bem jurídico que pretende tutelar (vida donascituro), por não produzir impacto relevante sobreo número de abortos praticados no país, apenasimpedindo que sejam feitos de modo seguro; (ii) épossível que o Estado evite a ocorrência de abortospor meios mais eficazes e menos lesivos do que acriminalização, tais como educação sexual,distribuição de contraceptivos e amparo à mulherque deseja ter o filho, mas se encontra em condiçõesadversas; (iii) a medida é desproporcional em sentido
estrito, por gerar custos sociais (problemas de saúdepública e mortes) superiores aos seus benefícios. 7.Anote-se, por derradeiro, que praticamente nenhumpaís democrático e desenvolvido do mundo trata ainterrupção da gestação durante o primeiro trimestrecomo crime, aí incluídos Estados Unidos, Alemanha,Reino Unido, Canadá, França, Itália, Espanha,Portugal, Holanda e Austrália. 8. Deferimento daordem de ofício, para afastar a prisão preventiva dospacientes, estendendo-se a decisão aos corréus.
crimes contra a pessoa - Vida
Vejam o vídeo sobre aborto:
Profissão Repórter (fonte YouTube)
https://www.youtube.com/watch?v=Lz92n4nmvHY
(25 min 40s)
Lesões corporais
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
as lesões corporais não atacam a vida da pessoa e sim a sua integridade corporal.
É por isso que as lesões corporais seguidas de morte não são julgadas pelo Júri.
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
As lesões podem ser leves, graves, gravíssimas, culposas, seguidas de morte e agravadas, mas se a lesão for culposa NÃO TERÁ GRADUAÇÃO (SERÁ SIMPLESMENTE CULPOSA)
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
As lesões leves e culposas dependem de representação (art. 88 da Lei 9.099/95)
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
Entretanto o STF decidiu que as lesões leves na lei Mara da Penha são de ação pública incondicionada
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
Diferenças entre lesão leve e grave:
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
A lesão leve não impede a vítima de exercer suas ocupações habituais por mais de 30 dias
OBS: duas exceções
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
Diferenças entre lesão grave e gravíssima:
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Lesão grave:
Resulta incapacidade para ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias (necessita de exame complementar)
Resulta em perigo de vida
Resulta em debilidade permanente de membro, sentido ou função
Resulta em aceleração do parto
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
(pena de reclusão de 1 a 5 anos)
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
Lesão gravíssima: Resulta em incapacidade permanente para o
trabalho Resulta em enfermidade incurável Resulta em perda ou inutilização de
membro, sentido ou função Resulta em deformidade permanente Resulta em aborto
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
(pena de reclusão de 2 a 8 anos)
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
A lesão corporal seguida de morte (crime preterdoloso) tem pena de reclusão de 4 a 12 anos)
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
Lesão corporal privilegiada:
Diminuição de pena de um sexto a um terço por:
- violenta emoção
- relevante valor social
- relevante valor moral
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
Cabe perdão judicial para a lesão corporal culposa
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
Essa pena será aumentada de um terço, se: - o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício; - se o agente deixa de prestar imediato
socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato ou foge para evitar prisão em flagrante
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
A pena será aumentada de um terço até a metade, se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança ou grupo de extermínio (Lei 12.720/12)
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – lesões corporais
Na lesão corporal, se a vítima for menor de 14 anos ou maior de 60 anos a pena será aumentada em 1/3 (causa de aumento de pena)
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
Atenção: a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) protege a mulher da violência doméstica
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
Entretanto, se o homem for agredido por
violência doméstica estará protegido pelo §9 do art. 129 do CP (Lesão Corporal oriunda de violência doméstica)
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
Nesse caso, a pena será:
De detenção de 3 meses a 3 anos;
A prevista para a lesão corporal grave, gravíssima ou seguida de morte com aumento de um terço
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
No caso de violência doméstica, a pena será aumentada em um terço se a vítima é portadora de deficiência
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
(art. 142 - As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica)
(art. 144 - I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares)
PARTE ESPECIALcrimes contra a pessoa – integridade corporal
A lei 13.142/15 que inseriu o parágrafo 12º ao artigo 129 do Código Penal (regra das lesões a policiais e parentes) também modificou a Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos) para inserir a lesão gravíssima e a seguida de morte a essas vítimas no rol de crimes hediondos
fim