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Tribunal de Contas do Município de São Paulo Nº 34 Janeiro - Fevereiro/2007 APROVADO O CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA ESCOLA DE CONTAS DO TRIBUNAL O Conselho Estadual de Educação aprovou o Curso de Especialização Lato Sensu em Administração Pública da Escola de Contas “Conselheiro Eurípedes Sales”, vinculada ao Tribunal de Contas do Município de São Paulo. A direção da instituição de ensino tem a expectativa de iniciar a primeira turma do curso no segundo semestre deste ano. Na foto (da esq. para a dir.), o conselheiro- corregedor Roberto Braguim, o presidente Antonio Carlos Caruso, o coordenador do curso de pós-graduação, Abrão Blumen, o diretor da Escola de Contas, Moacir Marques da Silva, o conselheiro-dirigente do centro educacional, Eurípedes Sales, o vice- presidente Edson Simões e o conselheiro Maurício Faria. Pág. 24 Pág. 3 Eleitos pela sexta vez consecutiva, os conselheiros Antonio Carlos Caruso e Edson Simões foram empossados, no dia 19 de janeiro, nos cargos de presidente e vice do Tribunal de Contas do Município de São Paulo para o exercício de 2007. O conselheiro Roberto Braguim, também reeleito, assumiu pela terceira vez a corregedoria, que foi criada em 2004 pela reforma administrativa do Tribunal. Nas fotos acima, a posse dos conselheiros. POSSE NO TCMSP www.tcm.sp.gov.br ISO 9001

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Tribunal de Contas do Município de São Paulo Nº 34 Janeiro - Fevereiro/2007

APROVADO O CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA ESCOLA DE CONTAS DO TRIBUNALO Conselho Estadual de Educação aprovou o Curso de Especialização Lato Sensu em Administração Pública da Escola de Contas “Conselheiro Eurípedes Sales”, vinculada ao Tribunal de Contas do Município de São Paulo. A direção da instituição de ensino tem a expectativa de iniciar a primeira turma do curso no segundo semestre deste ano. Na foto (da esq. para a dir.), o conselheiro-corregedor Roberto Braguim, o presidente Antonio Carlos Caruso, o coordenador do curso de pós-graduação, Abrão Blumen, o diretor da Escola de Contas, Moacir Marques da Silva, o conselheiro-dirigente do centro educacional, Eurípedes Sales, o vice-presidente Edson Simões e o conselheiro Maurício Faria.

Pág. 24

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Eleitos pela sexta vez consecutiva, os conselheiros Antonio Carlos Caruso e Edson Simões foram empossados, no dia 19 de janeiro, nos cargos de presidente e vice do Tribunal de Contas do Município de São Paulo para o exercício de 2007. O conselheiro Roberto Braguim, também reeleito, assumiu pela terceira vez a corregedoria, que foi criada em 2004 pela reforma administrativa do Tribunal. Nas fotos acima, a posse dos conselheiros.

POSSE NO TCMSP

www.tcm.sp.gov.br

ISO 9001

N O T A S

Iniciado em 2005, pela Unidade de Recursos Humanos- URH do TCM, o projeto “Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Profissional” já ofereceu mais de

300 cursos direcionados ao aprimoramento técnico e às mudanças de posturas comportamentais dos servidores da instituição.No primeiro ano de implantação dos trabalhos, os 160 cursos organizados contaram com mais de 1.500 participações - apenas no segundo semestre -, quando teve início o projeto. Em 2006, o número de cursos subiu para 172 e o de participações chegou quase a 1.600. Os números confirmam a boa aceitação do trabalho realizado pela URH. Segundo a chefe da URH, Luiza Hruschka, os treinamentos, palestras e demais trabalhos realizados contribuem para o aumento de produtividade e comprometimento, além de propiciar um clima organizacional mais motivador e melhorar os relacionamentos interpessoais. O primeiro dia dos trabalhos é sempre reservado para uma palestra de sensibilização. “Isso auxilia a romper barreiras às novas idéias posteriormente apresentadas”, esclarece Hruschka.“Todos os cursos obtiveram quase 100% de satisfação e isso se deve ao fato da grande identificação dos grupos

Turma do curso “Trabalho em Equipe e Relacionamento Interpessoal”

Chefe da URH, Luiza Hruschka, apresentou balanço dos trabalhos ao presidente Antonio Carlos Caruso, representantes dos gabinetes e

Alta Direção do TCM

CERIMÔNIA MARCA POSSE DA DIRETORIA E DOS CONSELHOS DA ASTCOM

A Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (ASTCOM) realizou, no dia 9 de fevereiro, o coquetel de posse da nova diretoria e dos conselhos Fiscal e Deliberativo. O evento aconteceu na sede da ASTCOM e contou com a participação de dezenas de associados.

Além do presidente da ASTCOM, José Ferreira do Carmo, foram empossados dez membros da diretoria, nove do Conselho Deliberativo e três do Conselho Fiscal. As eleições aconteceram em 29 de novembro de 2006 e os mandatos terminam em 2008.

UNIDADE DE RECURSOS HUMANOS DO TCMSP INvESTE EM DESENvOLvIMENTO E APERfEIçOAMENTO PROfISSIONAL

com os conteúdos ministrados”, explicou Hruschka. “As pessoas começaram a perceber a melhor forma de se relacionar com o outro”, complementou a chefe da URH.De acordo com Hruschka, o RH desenvolveu um trabalho integrado com as diversas áreas do TCM. “Muitos cursos foram programados em parceria com diferentes áreas do Tribunal de Contas, como por exemplo, o Escritório de Controle da Qualidade Total-ETQC”.No final de 2006, foi apresentado, em reunião com o presidente Antonio Carlos Caruso, os representantes de todos os gabinetes e da Alta Direção do TCM, um levantamento elaborado pela Unidade de Recursos Humanos, com os números alcançados e as propostas para o ano em exercício. “Foi uma oportunidade de mostrar a importância do trabalho e a sua contribuição com o desenvolvimento da instituição”, avaliou a chefe da URH. Para o exercício de 2007, a URH se reunirá com todas as áreas que passaram por treinamento para verificar os resultados dos trabalhos já desenvolvidos. “A partir dos dados, planejaremos a continuidade do nosso trabalho”, finalizou Hruschka.

N O T A S

NOvOS SERvIDORES PARTICIPAM DE PALESTRA DE INTEgRAçãO

Novos servidores do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, aprovados em concurso público, participaram, no final de 2006, da palestra de

integração organizada pela Unidade de RecursosHumanos – URH.Segundo um dos organizadores da palestra, José Jair Batista, o grupo recém-chegado demonstra muita motivação, criatividade e entusiasmo. “É uma equipe bem integrada, com ótimas perspectivas de contribuir para o crescimento da instituição”, afirma a chefe de Recursos Humanos, Luiza Hruschka.

Os primeiros candidatos aprovados no concurso, realizado no primeiro semestre de 2006, começaram a ser nomeados em setembro do mesmo ano. Inscreveram-se aproximadamente 27.000 candidatos para as 119 vagas existentes, sendo 87 para o cargo de Agente de Fiscalização- que exigia nível superior nas áreas de: Administração, Ciências Jurídicas e Contábeis, Economia, Engenharia Civil, Enfermagem e Letras - e 32 para o de Auxiliar Técnico de Fiscalização - com ensino médio completo.

TRIBUNAL DE CONTAS ELEgE PRESIDENTE, vICE E CORREgEDOR PARA 2007

A cerimônia de possedo conselheiro Antonio Carlos Caruso como

presidente, do conselheiro Edson Simões como vice-presidente e do conselheiro Roberto Braguim como corregedor do Tribunal aconteceu no dia 19 de janeiro, na presença do conselheiro Eurípedes Sales, do conselheiro-substituto Alexandre Cordeiro e do secretário geral, João Alberto Guedes. Compareceram à posse, a subsecretária geral, Vanda de Oliveira Pasqualin, o subsecretário de Fiscalização e Controle, Lívio Fornazieri, o subsecretário Administrativo, Noé D´Agostini Neto, o chefe do Núcleo de Tecnologia da Informação, Mário Augusto de Toledo Reis, os assessores do gabinete da presidência,

Nelson Takeo Shimabokuro, Mariana Prado e Hélio Arias, a assessora do gabinete do conselheiro - substituto Alexandre Cordeiro, Márcia Pelegrini, e a procuradora-chefe substituta da Fazenda Municipal, Maria Hermínia Pacheco e Silva Moccia. Os conselheiros Antonio Carlos Caruso, Edson Simões e Roberto Braguim assinaram o livro, formalizando suas posses para o período de 2007.A eleição do presidente, do vice e do corregedor foi realizada no dia 19 de dezembro, na qual votaram os cinco conselheiros do TCM.O conselheiro Antonio Carlos Caruso e o conselheiro Edson Simões ocupam a presidência e a vice-presidência do Tribunal pela sexta vez consecutiva. O conselheiro Roberto Braguim assume pela terceira vez a corregedoria, que foi criada em 2004 pela reforma administrativa do TCM. Além de Antonio Carlos Caruso, Edson Simões e Roberto Braguim, são também conselheiros do Tribunal, Eurípedes Sales e Maurício Faria.

Cerimônia de Posse

Presidente Antonio Carlos Caruso

Vice-presidente Edson Simões

Conselheiro-corregedorRoberto Braguim

Secretário geral João Alberto Guedes assina o livro de posse

PREvIDÊNCIA DO SERvIDOR É DEBATIDA EM PALESTRA NO TCMSP

O Regime Próprio da Previdência do Servidor - RPPS foi o tema das palestras que aconteceram nos dias 11, 13 e 14 de dezembro de 2006, no plenário do

Tribunal. O encontro, que reuniu aproximadamente 100 servidores do TCM, teve por objetivo discutir as mudanças ocorridas nas questões previdenciárias, visando à correta aplicação da legislação e à reciclagem profissional. As palestras foram ministradas pela assessora de Controle

Externo da área jurídica do Tribunal de Contas, Magadar Rosália Costa Briguet e pelo servidor do TCM, Sebastião Luz de Brito. Segundo Magadar Briguet, o RPPS é um sistema novo,com princípios diversos. “Ainda há dificuldades para se aplicar os princípios nas leis que dispõem sobre a remuneração do servidor”, explicou Briguet. “Existem muitas dúvidas e, por isso, a reciclagem dos servidores é necessária”, acrescentou.O Tribunal de Contas, considerou Briguet, exerce um papel muito importante não somente na fiscalização mas também na orientação e na prevenção dos problemas na administração pública. “Os servidores do Tribunal necessitam de um bom treinamento para que a instituição possa exercer a tarefa de orientar a administração pública e esclarecer procedimentos, evitando que aconteçam incorreções prejudiciais aos servidores e à municipalidade”, concluiu Briguet.

I ENCONTRO DE gESTãO DOS REgIMES PRÓPRIOS DA PREvIDÊNCIA SOCIAL

O Tribunal de Contas do Município de São Paulo e a As-sociação Paulista de Entidades de Previdência Mu-nicipal realizaram, no dia 13 de fevereiro, o “I Encon-

tro de Gestão dos Regimes Próprios de Previdência Social”. O evento, que reuniu mais de 300 participantes de associa-ções de todo país no plenário do TCM, foi oficialmente aber-to pelo presidente da instituição, Antonio Carlos Caruso.Na ocasião, o palestrante convidado, Delúbio Gomes da Silva, diretor do Departamento dos Regimes de Previdên-cia no Serviço Público do Ministério da Previdência Social, abordou o tema “A Orientação Norma-tiva nº 1”, publicada em 23 de janeiro deste ano.A orientação normativa n° 1 traz to-das as regras de gestão dos regimes próprios, tais como limite de despe-sas da administração, concessão de benefícios, como aplicar os recursos previdenciários que estão no mercado financeiro. A referida orientação aplica-se aos regimes próprios de Previdência Social dos servidores públicos titulares de cargos efetivos, dos magistrados, ministros e conselheiros dos tribunais de contas, membros do Ministério Público e de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações.Segundo o presidente da Associação Paulista de Entida-des de Previdência Municipal – APEPREM, João Carlos Figueiredo, esse foi o primeiro evento realizado após a publicação da orientação normativa nº 1. “Foi um encon-tro muito importante, já que, pela primeira vez, trouxe a público um representante do Ministério da Previdência So-cial para discutir a recém-publicada orientação normativa”, explicou Figueiredo.

O representante do Ministério da Previdência, Delúbio Gomes da Silva, parabenizou o TCM e a APEPREM pela iniciativa do encontro. “Pudemos esclarecer alguns itens, verificar a visão dos regimes próprios em relação à orien-tação normativa e ouvir sugestões que talvez não tenham sido tratadas na orientação e que, no futuro, poderão ser consideradas com o objetivo de atender melhor à gestão dos regimes próprios”, disse Silva.Os debates foram coordenados pela assessora de Contro-le Externo da área jurídica do TCM, Magadar Rosália da

Costa Briguet. “Como debatedora, pre-tendi expressar as dúvidas que surgiram a partir da nova orientação”, explicou. “Muitos casos foram discutidos e os de-bates trouxeram resultados positivos e reflexões que, segundo o representante do Ministério da Previdência, servirão para adaptar a orientação à realidade dos municípios”, concluiu Briguet.

Na foto, a mesa de abertura do evento (da dir. para a esq.): Luiz Dulcci, representante da AGIP- Associação Gaúcha das Entidades de Previdência Municipal; Demetrius Ubiratan Hintz, vice-presidente da CONAPREV- Conselho Nacional de Previdência Social, João Carlos Figueiredo, presidente da APEPREM – Associa-ção Paulista de Entidades de Previdência Municipal, ABIPEM – As-sociação Brasileira de Institutos de Previdência Estaduais e Munici-pais e do Instituto de Previdência do Município de Jundiaí; Antonio Carlos Caruso, presidente do TCM; Delúbio Gomes da Silva, diretor do Departamento dos Regimes de Previdência no Serviço Público do Ministério da Previdência Social; André Luiz Goulart, Presidente da AMIPREM- Associação Mineira dos Institutos da Previdência Mu-nicipal; Luiz Guilherme Machado de Carvalho, presidente da ASSI-PA- Associação das Instituições de Previdência do Pará e do Amapá; Magadar Rosália Costa Briguet, assessora de Controle Externo da área jurídica do TCM.

N O T A S

RPPS foi tema das palestras de reciclagem para os servidores do TCM

aos participantes a oportunidade de conhecer o TCM, suas funções e rotinas de trabalho.Para participar do Programa, desenvolvido pelo Cerimonial da Presidência, basta formar um grupo

e agendar com antecedência pelos telefones (11) 5080-1138 e (11) 5080-1014, ou através do e-mail: [email protected]. As visitas acontecem sempre às quintas-feiras, às 14h30.

SERvIDORES DA CâMARA MUNICIPAL PARTICIPAM DO PROgRAMA DE vISITAçãO DO TRIBUNAL DE CONTASUm grupo de servidores da

Câmara Municipal de São Paulo participou, no dia 11 de

dezembro, do Programa de Visitação do TCM. Formado por profissionais das áreas técnica e administrativa da Câmara, o grupo contou com palestras ministradas por membros da Alta Direção e técnicos do Tribunal de Contas no período da manhã. A parte da tarde ficou reservada para visita aos diversos setores do órgão. Sobre o Programa de Visitação, a secretária geral administrativa da Câmara Municipal, Lia Mara Chagas, presente no encontro, enalteceu a importância do trabalho realizado pelo órgão. “Tenho certeza de que a população precisa conhecer o que é feito no TCM e os funcionários de todos os poderes devem ter uma integração maior, já que todos trabalhamos visando ao bem comum, ao bem da sociedade”, afirmou Lia. Segundo a chefe de gabinete da presidência do TCM, Yara do Nascimento Tacconi, a oportunidade desse contato foi honrosa e, certamente, será repetida, gerando frutos proveitosos. Criado em 2003, o Programa de Visitação tem proporcionado

MISSA E CULTO EvANgÉLICO NO TCMSP

Uma missa e um culto celebraram o Natal no Tribu-nal de Contas do Município de São Paulo. A Missa aconteceu no dia 18 de dezembro, no plenário da

instituição. Como ocorre todos os anos, a celebração foi conduzida pelo padre Hewaldo Trevisan, da Paróquia Nos-sa Senhora de Fátima, zona Sul da capital. O Coral do Tribunal de Contas do Município de São Paulo participou da cerimônia, com um repertório que incluiu mú-sicas natalinas e religiosas. Ao final da missa, os presentes assistiram a uma apresentação do cantor e vereador de

São Paulo, Agnaldo Timóteo que, na ocasião, recebeu uma medalha de agradecimento pela sua participação.O Culto Evangélico foi realizado no dia 13 de dezembro, também no plenário do Tribunal. O celebrante, pastorJosemir Rocha, da Igreja Batista do Ipiranga, zona Sul da cidade, esteve acompanhado do tecladista Sérgio Castro Marques, do saxofonista André Paganelli, das cantoras Raquel Cundari e Regina Helena de Araújo Bastos, dadiaconisa Márcia Cristina Martins e do pastor Reynaldo Magno Martins.As solenidades acontecem anual-mente com o obje-tivo de proporcionar aos servidores do Tribunal momentos de harmonia, refle-xão e integração.

N O T A S

Servidores das áreas técnica e administrativa da Câmara Municipal participaram de palestras e visitaram as

dependências da instituição durante o Programa de Visitação

No detalhe, visita à biblioteca

Pastor Josemir Rocha e músicos durante o culto evangélico de Natal

Agnaldo Timóteo, cantor e vereador de São Paulo, cantou durante a

missa do padre Hewaldo Trevisan

A R T I G O S

R e s u m o :O presente artigo pre-tende sensibilizar o lei-tor para a necessidade de promover o aprimo-ramento das organiza-ções públicas, a partir de mudanças que con-siderem o emprego da boa técnica gerencial e da capacitação das pes-soas que nelas atuam. Nesse sentido, apre-senta-se um modelo de

aplicação de ferramentas gerenciais, designadas como PDCA e Programa � S, que poderão auxiliar o gestor a promover as mudanças necessárias ao aprimoramento dos processos de trabalho e à melhoria do desempe-nho da organização que administra.

Palavras-chave: Programa � S na gestão públi-ca, ferramentas gerenciais na área pública, mudanças nos processos de gestão pública, desempenho geren-cial da organização pública, eficiência e eficácia da gestão pública.

1) IntroduçãoA Administração Pública no Brasil encontra-se diante de grandes desafios, considerando as mudanças exigidas pela sociedade para o emprego dos recursos de acordo com o interesse público.Qual é o papel do Estado, para atender aos desejos e às necessidades do cidadão na melhoria de sua qualidade de vida? E qual a contribuição efetiva que o Estado trouxe até o momento para o cumprimento desse papel? A noção de eficiência e eficácia, neste contexto, passa a aflorar com mais força.As evidências demonstram que os serviços não satisfazem plenamente o cidadão, obrigando-os a lançar mão de serviços complementares ou ficar sem os serviços de maneira satisfatória. É o exemplo do sistema de saúde atual, no qual o cidadão acaba adquirindo um plano de saúde privado, em razão de não encontrar na rede pública os cuidados necessários e suficientes à manutenção da saúde e à qualidade de vida da população. Assim como o sistema de aposentadoria que, por falta de confiabilidade nas regras do sistema atual, leva o cidadão a contratar um plano de previdência privada, por não oferecer uma remuneração suficiente para atender às suas necessidades básicas.

Wagner Dal Médico [*]

PREPARANDO O AMBIENTE DE TRABALHO PARA A NOvA REALIDADE NO SERvIçO PÚBLICO

Outras evidências são encontradas nas áreas da segurança, dos transportes, do saneamento e da infra-estrutura, que consomem recursos públicos e, igualmente, não correspondem às expectativas dos cidadãos. Parece-nos, sem conotação generalista, que há um elevadograu de insatisfação gerado pelo déficit na relação custo/benefício entre os recursos gastos e os serviços disponibilizados pelo Estado, cujas soluções escapam à percepção dos cidadãos comuns, muitos dos quais não sabem sequer quais canais poderão utilizar para reivindicar e cobrar ações dos gestores públicos.Verifica-se, portanto, políticas públicas que não dão sustentação ao progresso do país, carentes de providências básicas e elementares.Vale, no entanto, destacar que muitos desses problemas não encontram soluções há décadas. A carga tributária está atingindo o limite máximo admissível em relação ao nível geral de renda e demais elementos ligados às atividades produtivas do sistema econômico atual, o que nos remete à reflexão sobre qual será a solução de curto prazo possível para melhoria do desempenho do setor público, considerando que em médio e longo prazo outros fatores deverão ser ponderados, ampliando muito as variáveis sobre uma possível solução.Neste momento, a história nos ensina.Fazendo uma analogia com o setor produtivo privado da economia brasileira na década de 90, com a abertura das fronteiras para o comércio internacional, apareceu a pouca eficiência e eficácia dos setores industrial e de serviços nacionais. Até então, as empresas, com o mercado cativo, não se modernizavam tanto tecnologicamente como gerencialmente e compensavam seus altos custos produtivos simplesmente com o aumento de preços.O mesmo faz o Poder Público hoje, ineficiente e ineficaz nos processos de gerenciamento de muitas das suas atividades. A saída encontrada, até o momento, é a do aumento dos impostos, como maneira de compensar os déficits gerados por tal ineficiência.Os órgãos de planejamento e o legislativo discutem os aspectos referentes à eliminação ou simplificação dos processos de trabalho, revisão do quadro de pessoal, plano de carreira para o funcionalismo, racionalização dos gastos e como garantir a contratação de produtos e serviços com o padrão de qualidade almejado. No entanto, que estratégias foram adotadas e que mudanças foram implementadas, que efetivamente ofereceram os resultados pretendidos na atividade pública?Como reagem os Administradores Públicos, frente aos fracassos freqüentemente noticiados pela mídia? Tentam justificar seus processos decisórios com argumentos que envolvem desde aspectos políticos até aqueles relativos à lógica gerencial e financeira.

A R T I G O SQuando esses argumentos não convencem o cidadão, como ele reage? Nas urnas, com a eleição ou substituição por outros Administradores que melhor atendam às suas expectativas; com a criação de uma Organização não Governamental – ONG, para suprir as deficiências de um determinado setor ou atividade; com pressões junto ao legislativo, que é o representante do povo e constitucionalmente deve zelar pelo bom emprego do recurso público; com denúncias e protestos junto à imprensa falada e escrita, etc.Hoje se fala muito em planejamento na área pública. O surgimento da Lei Complementar nº 101 de 04/05/2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), trouxe à discussão o planejamento, a execução orçamentária e o controle do emprego dos recursos na área pública. Os Administradores Púbicos estão sendo cobrados em relação ao seu desempenho gerencial. A Lei de Responsabilidade Fiscal não só enfatiza esse aspecto à luz dos preceitos da boa técnica de administração dos recursos, como os responsabiliza pelos seus atos (art.73).Ao decidir sobre as políticas, programas e atividades a serem desenvolvidas na área pública, algumas forças influenciam o processo decisório do Administrador: políticas, econômicas, sociais, de grupos com interesses diversos etc. Quando ele estabelece as prioridades e as metas a serem alcançadas, no entanto, já estará considerando os recursos disponíveis e o grau de atendimento das demandas existentes. A partir daí, no processo de Gestão, os argumentos técnicos de gerenciamento dos recursos passam a ter maior peso, considerando que o Gestor deverá demonstrar que empregou os recursos de maneira eficiente e eficaz. O que vislumbramos, portanto, é a Administração Pública caminhar para a profissionalização de seus Administradores, objetivando alcançar os resultados esperados.Feitas estas considerações iniciais, pretende-se mostrar, na próxima seção, alguns aspectos conceituais da Ciência Econômica e da Ciência Administrativa, que são considerados importantes para formar uma base de raciocínio e reflexão do comportamento do cidadão, que é o investidor e consumidor dos bens e serviços públicos, e do comportamento dos grupos e das pessoas que atuam nas organizações de modo geral (públicas e privadas).

�) O Comportamento das Pessoas à luz da Ciência Econômica

�.1-) Sistema Econômico e os Agentes Econômicos

A Ciência Econômica pretende explicar o comportamento das pessoas frente ao problema da escassez dos recursos econômicos e o atendimento de suas necessidades.A população de cada país possui um conjunto de necessidades e isso determinará a alocação dos recursos disponíveis. A forma como o país se organiza e estabelece as relações técnicas e institucionais de sua economia, constitui-se no seu Sistema Econômico.São quatro os agentes que atuam no sistema econômico:

Famílias – constituídas pelos indivíduos que consomem os bens e serviços e são os detentores (possuidores, donos) dos fatores de produção.Empresas – produzem bens e serviços a partir dos fatores de produção fornecidos pelas famílias.Setor Público – produzem bens e serviços a partir dos fatores de produção fornecidos pelas famílias. Como parte dos serviços que presta, o governo tem como principais funções: manter o equilíbrio econômico, promover o desenvolvimento e fiscalizar as atividades do sistema econômico, entre outras funções inerentes ao Estado.Resto do Mundo – fornece e adquire bens e serviços. Portanto, são as transações efetuadas entre um Sistema Econômico e outro. São as trocas internacionais.

Os recursos econômicos são aqueles designados genericamente como Terra, Trabalho e Capital, também conhecidos como fatores de produção, porque é a partir deles que são produzidos os bens e serviços que irão satisfazer as necessidades das famílias. Possuem valor econômico porque são escassos.Por Terra entende-se, além do sentido literal, os bens imóveis como casas, prédios e galpões, e os móveis como máquinas, equipamentos, artefatos tecnológicos, veículos etc. Por Trabalho entende-se a mão-de-obra, as aptidões, o conhecimento técnico, conhecimento geral, conhecimento gerencial, etc. Por Capital entende-se o dinheiro e quaisquer outras formas de financiamento da produção.Como funciona o sistema econômico?O que define o sistema econômico são as trocas de bens e serviços. Para exemplificarmos, de forma simplificada (*), vamos mostrá-lo por meio do esquema das trocas entre as famílias e o setor público:

Figura 1: Sistema Econômico (*)

(*) Diagrama simplificado de funcionamento do Sistema Econômico, considerados os agentes Família e Setor Público.

Fonte: Elaborado com base em Tróster e Móchon (2000).

O diagrama demonstra que as famílias fornecem os fatores de produção às empresas, para produção de bens e serviços.As empresas, por sua vez, remuneram as famílias pelo fornecimento dos fatores de produção, na forma de salários, aluguéis, lucros e dividendos, juros etc. Por outro lado,

Pagamento de impostos

Fornecimento de bens e serviços

Fornecimento dos fatores de produção

Famílias Setor Público

Pagamento pelo fornecimento dos fatores de produção

(*) Digrama simplificado de funcionamento do Sistema Econômico, considerados os agentes Família e Setor Público.

Fonte: Elaborado com base em Tróster e Móchon (2000).

O diagrama demonstra que as famílias fornecem os fatores de produção às empresas, para produção de bens e serviços.

As empresas, por sua vez, remuneram as famílias pelo fornecimento dos fatores de produção, na forma de salários, aluguéis, lucros e dividendos, juros etc. Por outro lado, fornecem os bens e serviços que as famílias necessitam e recebem o pagamento por tal fornecimento.

O setor público, as empresas (não inclusas no diagrama) e o resto do mundo (não incluso no diagrama), ao receberem os recursos econômicos das famílias, deverão fornecer bens e serviços que satisfaçam suas necessidades.

As Famílias, como detentoras de todos os recursos econômicos (fatores de produção), só irão dispor desses recursos para satisfação dos seus desejos e das suas necessidades. Quando isso não ocorre, as famílias deixam de consumir os bens e serviços produzidos e procuram redirecionar os seus recursos para outros agentes econômicos que produzam os bens e serviços e remunerem seus investimentos de maneira que as satisfaçam.

Com o Setor Público, a relação acontece de forma diferente. Os impostos, uma vez instituídos, são arrecadados e geram a expectativa de que o retorno desses valores venha na forma dos bens e serviços necessários, incluindo aqueles que a iniciativa privada não teria ou não teve capacidade, condições e isenção para produzir, como justiça, segurança pública, saúde e educação para a população de baixa renda,

A R T I G O Sfornecem os bens e serviços que as famílias necessitam e recebem o pagamento por tal fornecimento. O setor público, as empresas (não inclusas no diagrama) e o resto do mundo (não incluso no diagrama), ao receberem os recursos econômicos das famílias, deverão fornecer bens e serviços que satisfaçam suas necessidades. As Famílias, como detentoras de todos os recursos econômicos (fatores de produção), só irão dispor desses recursos para satisfação dos seus desejos e das suas necessidades. Quando isso não ocorre, as famílias deixam de consumir os bens e serviços produzidos e procuram redirecionar os seus recursos para outros agentes econômicos que produzam os bens e serviços e remunerem seus investimentos de maneira que as satisfaçam. Com o Setor Público, a relação acontece de forma diferente. Os impostos, uma vez instituídos, são arrecadados e geram a expectativa de que o retorno desses valores venha na forma dos bens e serviços necessários, incluindo aqueles que a iniciativa privada não teria ou não teve capacidade, condições e isenção para produzir, como justiça, segurança pública, saúde e educação para a população de baixa renda, fiscalização das atividades econômicas, infra-estrutura (transportes, energia elétrica, água, esgoto etc), sociais, alavancagem do desenvolvimento econômico de algum setor da economia etc.Num regime democrático, como já mencionado na introdução do presente artigo, quando essas necessidades não são atendidas, os contribuintes (as famílias) usam os canais institucionais (o legislativo, o próprio executivo, o judiciário, a imprensa etc) para protestar e cobrar melhor desempenho dos Administradores Públicos na oferta de bens e serviços. Surgem as tensões sociais, que exigem mudanças nos organismos públicos para que possam atender adequadamente à população.Esse comportamento pode ser ilustrado, em parte, na próxima seção, com a abordagem feita pela teoria econômica sobre custo de oportunidade.

�.� Bens Econômicos e Custo de Oportunidade

�.�.1) Bens EconômicosÉ o conjunto de bens e serviços utilizados para satisfazer os desejos e as necessidades das pessoas.Os bens podem ser:• Tangíveis – são os bens materiais, móveis ou imóveis.• Intangíveis – são os bens não materiais. Constitui-se pelo conjunto de atividades designadas por lazer, cultura, serviços em geral, bens intelectuais etc.• Duráveis – são os bens materiais de uso prolongado. A principal característica que distingue os bens públicos em relação aos bens privados está no princípio da exclusão. Ele diz que os indivíduos ou segmentos da população não podem ser excluídos do consumo dos bens públicos (Rezende, 2001).Para os bens produzidos pela iniciativa privada, o que determina a exclusão do consumo de um determinado bem é o sistema de preço. Exemplo: O mercado aponta uma demanda de 700.000 famílias dispostas a consumir televisores de 29 polegadas. No

entanto, as empresas só possuem capacidade para produzir 500.000 aparelhos. O resultado é que, teoricamente, 200.000 famílias deixarão de adquirir o televisor, vez que os preços dos aparelhos se ajustarão de modo a restarem 500.000 famílias que estarão em condições de comprá-los (lei da oferta e da demanda).Já com os bens produzidos pelo Setor Público, se numa cidade de 5 milhões de habitantes existe o orçamento de R$2 bilhões de reais para os serviços de segurança e se constata que uma das condições ideais para oferecer segurança adequada a todos seria triplicar o orçamento atual, não será possível excluir, por exemplo, dois terços da população do uso desse serviço, mantendo-o apenas para o terço restante. Na prática, toda a cidade usufrui do serviço. Mas como o mesmo é insuficiente, acaba atendendo à população em geral de maneira precária ou insatisfatória.

�.�.�) Custo de oportunidadeO clássico problema enfrentado por qualquer sistema econô-mico é o da escassez. Ele é resultante da impossibilidade de o sistema econômico atender a todas as necessidades de todas as pessoas, dada a escassez dos recursos econômicos.Diante da escassez, as pessoas são obrigadas a escolher o uso ou destino de um recurso. Ao decidir o seu uso para atender a uma determinada necessidade, deixa de usá-lo para atender a outra necessidade. Ou ainda, ao usá-lo de maneira mais intensa para satisfazer a uma necessidade, acaba por usá-lo menos intensamente para atender a outra necessidade. Essa desistência ou não utilização recebe o nome de custo de oportunidade. O valor desse custo vem do valor que o próprio bem possui. Exemplo: orçamento familiar, orçamento empresarial e orçamento público.As famílias, quando planejam os seus gastos a partir dos seus recursos disponíveis, elegem ou priorizam um conjunto de necessidades, aquelas cuja soma trará o maior grau de satisfação aos seus componentes. Portanto, o seu orçamento está apoiado na maximização do atendimento dessas necessidades. O Pai, a Mãe ou aqueles que cuidam do orçamento familiar procuram voltar todas as atividades da casa (internas e externas) para que isso ocorra. As empresas, por outro lado, tendo por base os desejos e necessidades dos seus consumidores, da mesma forma elaboram seus orçamentos no sentido de orientar todos os seus recursos para atendê-los. Seus gestores, igualmente, promovem todos os esforços, tanto internamente como externamente, no sentido de maximizar o atendimento dessas necessidades.O Setor Público, por sua vez, ao elaborar a lei orçamentária, tanto o executivo, como o legislativo e a própria sociedade, discutem e determinam, anualmente, as prioridades e a forma como os recursos orçamentários serão empregados de modo a preservarem ou ampliarem o atendimento das necessidades da população.Qualquer sistema econômico deve eleger suas prioridades, de acordo com as necessidades das pessoas que dele fazem parte. O papel dos gestores é o de empregar os recursos do sistema de modo a maximizar o atendimento dessas necessidades e garantir o desenvolvimento das pessoas.Essas colocações parecem, à primeira vista, muito

elementares sob o aspecto conceitual. Na prática, no entanto, observa-se que muitos empreendimentos familiares, empresariais e públicos fracassam por ferirem esse princípio, não estabelecendo as suas prioridades com base na razão de suas existências (missão) e deixam de atender às aspirações de seus consumidores ou usuários ao elegerem metas que não refletem tais propósitos.Gerenciar adequadamente, identificando e mantendo a linha de seus propósitos, é o grande desafio que qualquer organização enfrenta. Desta forma, veremos a seguir alguns aspectos relativos às Ciências Administrativas, com o objetivo de facilitar o entendimento do que seja o gerenciamento adequado dos recursos nas organizações.

� - Alguns Aspectos sobre o Gerenciamento das Organizações

�.1) OrganizaçãoO que é uma organização?É a entidade social composta de pessoas e recursos, deliberadamente orientada e estruturada para alcançar um objetivo comum (Chiavenato, 2000, p.14).É um sistema projetado e operado para atingir determinado conjunto de objetivos (Bateman e Snell, 1998, p.33).A organização, qualquer que seja sua natureza e o seu fim, só terá razão para existir se cumprir os seus propósitos, que em última análise é o de atender às necessidades das pessoas. (Campos, 1992, p.11).A organização pública, sem exclusão das definições genéricas sobre organização, é a entidade social criada por lei para, no interesse da coletividade, agir em atividades produtivas e de prestação de serviços. Tais organizações surgem para atender às necessidades das pessoas, ou seja, com o mesmo propósito das organizações privadas, porém a forma como captam os recursos produtivos e distribuem os bens e serviços que produzem é diferente da organização privada, como já vimos no tópico anterior, o que absolutamente não as exclui de produzir com resultados eficientes e eficazes.Existem algumas atividades que são típicas do Estado, considerando sua natureza, como Segurança Pública, Justiça, Regulamentação e Controle da Economia etc. Outras atividades demandam investimentos de grande vulto ou com retorno lento, principalmente aquelas de infra-estrutura, e que não encontram interesse ou capacidade de realização entre as organizações privadas, provocando a mobilização dos recursos públicos para implementá-las, visando, inclusive, ao desenvolvimento de certos setores do sistema econômico.Ora, se em muitas circunstâncias, econômicas e financeiras, a atividade na qual a administração pública atua não oferece o melhor retorno, qual será a justificativa para o estado continuar a desenvolvê-la? A política aliada a interesses pontuais? A de pequenos grupos de interesses? A de outro sistema econômico?Evidentemente, trata-se de questão cuja resposta é complexa, na qual os parâmetros de análise extrapolam a base do mero ferramental técnico de análise econômico-financeira e adiciona um componente de difícil ponderação, que é o da satisfação

das necessidades dos indivíduos e das comunidades a que eles pertencem. Numa primeira reflexão sobre o assunto, no entanto, somente as ações que promovam com consistência a satisfação dos indivíduos e das comunidades, ainda que gradativamente, é que justificarão a manutenção do emprego dos recursos públicos. Essa é a grande meta a ser alcançada por todas as organizações públicas.

�.�) AdministraçãoAfirma Chiavenato (2000,p.13), que administrar é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz.Explica o autor que o ato de administrar não é um fim em si mesmo, mas o processo pelo qual as coisas se realizam da melhor forma, com o menor custo, ou seja, com a maior eficiência e eficácia. É a condução racional das atividades de uma organização, seja ela lucrativa ou não-lucrativa (Chiavenato, 2000, p.9).Bateman e Snell (1998,p.27) dizem que administração é o processo de trabalhar com pessoas e recursos para realizar objetivos organizacionais.Os autores explicam que os administradores devem alocar recursos materiais e humanos de maneira eficiente e eficaz, para realizarem seus trabalhos. Dizem, ainda, que o processo de administrar adequadamente envolve ampla variedade de atividades que incluem planejar, organizar, liderar e controlar.Importante salientar que os autores não fazem qualquer distinção entre Administração das Organizações Públicas e Privadas. Na prática, os recursos aplicados nessas organizações têm a mesma origem, que são as famílias. Tanto as Organizações Privadas como as Públicas existem para gerar bens os serviços que atendam às necessidades das famílias. Os recursos nelas aplicados devem, portanto, ser empregados de maneira eficiente e eficaz sem distinção.Fala-se muito em eficiência e eficácia, entre outros termos correlatos. A seguir veremos as definições de eficiência e eficácia.

�.�.1) EficiênciaÉ a obtenção de um produto ou serviço com a menor quantidade possível de recursos (materiais e humanos). Pode ser demonstrada através da razão: Ef = P/R, onde Ef - eficiência, P - produtos, R - recursos utilizados (Chiavenato,2000, p.36).Refere-se ao modo de fazer ou ao processo de trabalho. Um procedimento será mais eficiente que outro em duas situações: a) o procedimento A produz maior quantidade de produto que o procedimento B, consumindo menos quantidade de recursos; b) o procedimento A produz maior quantidade de produto que o procedimento B, consumindo a mesma quantidade de recursos (Ribeiro Filho, 2001, p.65).Portanto, o conceito de eficiência está diretamente ligado ao custo para se obter um bem ou serviço.

�.�.�) Eficácia É o atendimento dos desejos e das necessidades de quem consome o produto ou serviço. Portanto, o que se observa é se o consumidor do produto ou serviço obteve a satisfação

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desejada ao consumi-lo. Pode ser demonstrada através da razão:Ec = S/P, onde Ec - eficácia, S - satisfação do consumidor/usuário, P - produto.Bateman e Snell (1998, p.27) explicam, ainda, que ser eficaz é atingir os objetivos organizacionais.No Setor Público, esse conceito é analisado de forma ampliada, no que diz respeito à eficácia do bem ou serviço, refletindo a satisfação do cidadão que o consumiu, como também a eficácia da ação do gestor público na estruturação e distribuição adequada do bem ou serviço, refletindo a eqüidade de tratamento de todos aqueles que dele se utilizaram e o alcance da meta estabelecida. Salientamos, no entanto, que não existe unanimidade nas definições desses termos entre os autores. Dependendo do enfoque, não é incomum a eficácia ser definida como efetividade, ou surgir o termo economicidade, redundante se confrontado com a definição de eficiência aqui feita.Para atender aos objetivos do presente tópico, no entanto, a discussão dessas questões semânticas torna-se menos relevante. É importante ter uma visão bem clara de que qualquer espécie de recurso, ao ser empregado em qualquer processo produtivo de bens ou serviços, deve gerar o máximo de produto ou serviço, deve satisfazer as necessidades de quem o consome e, considerando uma determinada meta dentro de um planejamento, deve atender ao número de pessoas contempladas na meta. Este é o resultado final, é o retorno esperado com a aplicação dos recursos, sejam eles públicos ou privados, e que deve ser garantido pela ação gerencial.

�.�) Níveis de AdministradoresBateman e Snell (1998, p.30) falam em três níveis de Administradores:• Administradores Estratégicos - desenvolvem os objetivos e planos da organização e são responsáveis pela administração geral. Focalizam as questões de longo prazo, que dizem respeito à sobrevivência, crescimento e eficácia geral da organização.• Administradores Táticos - traduzem os objetivos gerais e planos desenvolvidos pelos administradores estratégicos, focalizando suas atenções nos relacionamentos entre as pessoas e para atingir os resultados esperados. Eles tomam decisões em suas respectivas áreas, acompanham a produção e avaliam os resultados.• Administradores Operacionais - supervisionam as operações da organização. Em geral são os elementos de ligação entre o pessoal que executa as tarefas e os Superiores Mediatos. Implementam os planos específicos planejados e levam os resultados com a avaliação da equipe aos Administradores Táticos.É importante salientar que o Administrador, no processo de planejamento, deve ter claramente definidos os indicadores que mostrem objetivamente os seus avanços e os retrocessos na implementação dos objetivos da organização.Drucker (1998, p.11) afirma que no trabalho de administrar encontramos cinco operações básicas:

1ª) Fixar objetivos, estabelecendo as metas em cada área, e alocar os meios necessários para alcançá-las.�ª) Analisar e organizar as atividades, tomar decisões e promover as relações necessárias. Agrupar as unidades e serviços em uma determinada estrutura organizacional e escolher as pessoas que administrarão tais unidades ou executarão tais serviços.�ª) Motivar e comunicar, estimulando as relações contínuas e a integração entre as áreas e as pessoas. Manter a comunicação contínua entre os subordinados, os superiores hierárquicos e seus outros colegas administradores.�ª) Mensurar ou avaliar, fixando o alvo e as medidas que cada meta ofereça de seu padrão de mensuração. Interpretar e analisar os resultados, disponibilizando-os aos subalternos e superiores para as necessárias conclusões.�ª) Formar as pessoas, inclusive a si próprio.Todas essas ações gerenciais derivam do estabelecimento de um plano de ação, no qual todos na organização têm a visão clara dos objetivos e metas a serem atingidos, têm condições de implementar suas tarefas, bem como avaliar seus desempenhos e sentem-se perfeitamente engajados e prestigiados em seus processos de trabalho.Na esteira dessas ações, temos que considerar as influências provenientes da cultura e do clima organizacional, que interferem no estímulo para o trabalho diário, com reflexos diretos na produtividade.

�.�) Cultura Organizacional e Clima Organizacional

�.�.1) Cultura Organizacional“É o modo de vida próprio que cada organização desenvolve com seus participantes. Repousa sobre um sistema de crenças e valores, tradições e hábitos, uma forma aceita e estável de interações e relacionamentos sociais típicos de cada organização.” (Chiavenato, 2000)Existem culturas conservadoras, que se caracterizam pela rigidez e são mais resistentes às mudanças e culturas adaptativas, mais flexíveis e suscetíveis às adaptações exigidas pelo mercado e transformações do mundo atual.Dentro de um sistema econômico e social como o nosso, o capitalista, um dos principais indicadores de desempenho das organizações privadas é o retorno do investimento. Empresas que dão, aos seus acionistas, alto retorno de seus investimentos são consideradas eficientes e vice-versa. Isso acirra os ânimos para a competitividade entre as empresas que, entre outros fatores importantes de desempenho, devem preservar o bom retorno aos seus investidores para permanecerem no mercado.Destaca-se daí um traço importante da cultura existente entre as empresas privadas, que a partir da competitividade existente entre elas, leva o seu pessoal a comportar-se de maneira mais pró-ativa em relação ao desempenho da organização, posto que os efeitos de um fracasso são sentidos de maneira mais rápida e podem significar o fechamento da empresa e o desemprego para os que nela trabalhavam.As organizações públicas sempre tiverem características culturais muito peculiares, diferentes em relação às

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organizações da iniciativa privada.Um dos aspectos que muito influenciavam o comportamento das pessoas, nessas organizações, era o da estabilidade no emprego. Está condição dava ao funcionário público um traço cultural peculiar, pois, exceto por falta grave, o funcionário não poderia ser dispensado, o que lhe emprestava um certo status diferenciado em relação às demais categorias de trabalhadores do sistema econômico-social. Formou-se, ao longo de várias décadas, uma verdadeira casta de trabalhadores, designada como a classe do funcionalismo público, que no Brasil, comparada com as de outros países, é uma das maiores do mundo.Essa situação de estabilidade, no entanto, não era suficiente para sensibilizar o funcionário público, para avaliar a eficiência e eficácia dos seus processos de trabalho, de modo a garantir o máximo de retorno ao cidadão consumidor e usuário dos bens e serviços públicos. Pelo contrário, em muitos casos desenvolveu-se a condição de inércia funcional face à estabilidade, tornando a atividade pública ineficiente, ineficaz e incapaz de atender às expectativas dos cidadãos.Com o tempo, isso resultou em uma outra imagem que distingue o funcionalismo, qual seja de que no setor público ele não funciona.Tornou-se o exemplo de muitos fracassos nos processos de gestão.Hoje, o funcionário público não é mais estável, podendo ser dispensado por razões que consideram desde o seu desempenho até ajuste financeiro do órgão em que trabalha. Em médio prazo isso provocará reflexos na cultura das organizações públicas. No entanto, este não é o único aspecto que provocará mudança do comportamento dos funcionários nas organizações públicas e que garantirá a melhoria dos seus desempenhos. Existem outros aspectos culturais que influenciam o comportamento dos indivíduos nas organizações. A educação familiar, os valores morais, os valores sociais, entre outros, dão a conformação de muitas das atitudes, de muitas das realizações e explicam muito dos acontecimentos nas organizações.

�.�.�) Clima OrganizacionalÉ a atmosfera psicológica das pessoas de uma determinada organização. Está ligada ao moral e ao atendimento das necessidades, refletindo o grau de satisfação ou insatisfação dos funcionários em relação ao ambiente organizacional (Chiavenatto, 2000).Reflete a cultura organizacional vigente. Os acontecimentos diários, as atitudes individuais e dos grupos dão a conformação de forças que atuam no clima organizacional. Envolve, ainda, aspectos da organização relativos à sua estrutura, políticas, regulamentos, metas etc. O clima organizacional dá ao gerente a amplitude da mudança a ser implementada, no sentido de ajustá-la às condições ideais de trabalho.Com a perda da estabilidade, o surgimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e a intensificação da cobrança social por melhores serviços, o clima nas organizações públicas tem oscilado entre a insegurança dos funcionários quanto à continuidade de determinados órgãos e o impulso para mudanças, com a reorganização e a preocupação com a melhoria da qualidade dos serviços, exigidos pela sociedade.

Existe um conjunto de forças que agem na organização, impelindo-a ou refreando-a para o processo de mudança. Neste item, faremos uma breve apresentação sobre alguns aspectos teóricos que pretendem explicar o desempenho das pessoas nas organizações.

�.1) MotivaçãoSob o ponto de vista do indivíduo, existem aspectos importantes que influenciam o comportamento do ser humano dentro das organizações. Para nossas reflexões, foi adotado o modelo Frederick Herzberg, apresentado a seguir.Na tentativa de explicar o comportamento das pessoas no trabalho, Herzberg formulou a Teoria dos Dois Fatores.São eles:

1º) Fatores Higiênicos ou extrínsecos: localizam-se ao redor de onde a pessoa trabalha, determinando o ambiente em que ela realiza as suas tarefas. São eles: salário, benefícios sociais, o modo como é supervisionada ou chefiada, ambiente de trabalho, políticas e diretrizes da organização, clima de relacionamento organização x funcionário, regulamentos internos etc. Em suas pesquisas, Herzberg revela que quando os fatores higiênicos são ótimos evita-se a insatisfação dos empregados. O termo higiênico surge, então, no sentido de que tais fatores apenas evitam a insatisfação, tendo um sentido profilático e preventivo. No sentido figurado, evitam a infecção, combatem a dor de cabeça, porém não melhoram o estado geral da saúde.

�º) Fatores Motivacionais ou Intrínsecos: estão relacionados com o conteúdo do cargo ou a natureza das tarefas que a pessoa executa. Dizem respeito ao seu desempenho, envolvendo sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional e auto-realização. Dependem, intrinsecamente, das tarefas que o indivíduo realiza no seu trabalho. Tradicionalmente considera-se o arranjo de tarefas e dos cargos em função da eficiência, sem considerar o desafio e a criatividade do indivíduo. Cria-se, assim, o efeito de “desmotivação”, levando a pessoa à apatia e ao desinteresse. Para Herzberg, os fatores higiênicos e motivacionais são independentes e não se vinculam.A perfeita interação dos membros da organização e a consciência do papel que cada um nela tem, é o que permite a integração e a soma de forças suficientes para garantir realização das suas metas e alcançar o sucesso.Os estímulos recebidos pelo funcionário na organização interferem diretamente no seu grau de motivação ou desmotivação, com reflexo direto na produtividade e na qualidade dos serviços ou tarefas que executa.O Gerente exerce papel fundamental na implementação desses estímulos, posto que deverá ter a sensibilidade e habilidade para identificar e suprir as deficiências de cada um dos seus comandados, colocando-os em condições de realizar suas tarefas com o máximo de desempenho.O modelo Herzberg auxilia o Gerente na interpretação dessas necessidades, tomando por base a reação esperada de cada pessoa em relação aos acontecimentos que influenciam o funcionário na organização, possibilitando o planejamento

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de um conjunto de políticas e ações que resultarão em estímulos positivos para alcançar sua melhor performance no desempenho de suas tarefas.Espera-se do funcionário o seu melhor desempenho e a oferta dos melhores resultados para a organização, quando sente o reconhecimento em seu ambiente de trabalho, sabe da importância de sua tarefa, tem perspectiva de futuro e tem remuneração condizente.

�) Gerenciamento dos RecursosNão existe “fórmula” que garanta o sucesso do Administrador em sua tarefa de gerenciar recursos e pessoas para atingir os objetivos da organização.No entanto, alguns aspectos genéricos podem ser considerados para que o gerente possa fazer o melhor arranjo dos recursos humanos e materiais. Nesse sentido, gerente deve ser capaz de:• Avaliar o momento e o contexto em que está inserido;• Identificar as forças que atuam no processo de gerenciamento;• Conhecer os recursos disponíveis e saber se são compatíveis ou suficientes para atingir os objetivos estabelecidos;• Ser reconhecido como líder;• Ter certeza de que todos na organização sabem quais são seus objetivos (da organização);• Motivar;• Mobilizar os recursos disponíveis de modo a não ocorrerem surpresas;• Avaliar e ser avaliado;• Premiar;• Usar ferramentas de gerenciamento, que o auxiliem em seu mister de gerenciar; e• Estabelecer novos desafios.É relevante considerar que o sucesso de uma organização depende do conhecimento, da capacitação e da motivação de seus funcionários. Funcionários saudáveis, qualificados e motivados para o trabalho, que se identificam com as tarefas que executam e com o ambiente onde trabalham, se transformam em agentes de sucesso da organização.

�.1) Preparando o Ambiente Organizacional para a MudançaAs evidências demonstram que não existe uma fórmula perfeita e acabada, aplicável a todas as organizações, capaz de garantir a eficiência e eficácia do projeto ou atividade, como já dissemos na introdução deste tópico.O Gerente ou Gestor deverá ser capaz de fazer o arranjo dos recursos humanos e materiais de modo a promover resultados eficientes e eficazes, de acordo com o ambiente que está gerenciando e os meios disponíveis. O sucesso desse trabalho depende, evidentemente, da sua capacidade gerencial.Existem várias ferramentas gerenciais, no entanto, que o gestor poderá lançar mão para auxiliá-lo. Uma delas é a Gestão pela Qualidade Total – GQT.Uma delas é o método PDCA, que prescreve os seguintes procedimentos, no processo de gerenciamento:1°) P (Plan) - planejar as metas, estrategicamente definidas, e dizer quais os meios necessários para serem atingidas;

�°) D (Do) - educar e treinar para executar as tarefas conforme o planejado, de modo a atingir as metas, efetuando os registros para posterior análise;�°) C (Check) - analisar os dados registrados para verificar se o plano foi executado conforme estabelecido e identificar as oportunidades de melhorias;�°) A (Action) - adotar ações corretivas, se algum ponto do plano não foi executado conforme o planejado e adotar ações de melhoria, se a análise dos dados registrados indicar que o plano pode ser melhorado.Graficamente, o método está representado como segue:

O método PDCA considera a melhoria contínua da organização. Para tanto, apóia-se no controle pleno e constante das atividades para corrigir as anomalias e aproveitar as oportunidades de melhoria, otimizando o emprego de todos os recursos da organização. Poderá ser aplicado nos mais diferentes níveis de gerenciamento, desde o estratégico até o operacional.Com o objetivo de demonstrar a elasticidade que os Gerentes encontrarão na utilização desse método de planejamento, o Anexo II ao presente capítulo apresenta exemplo da aplicação da ferramenta PDCA em um contrato de prestação de serviços de limpeza, numa repartição do serviço público do Município de São Paulo. Tal exemplo foi desenvolvido considerando ser um tipo de contratação comum na maioria dos órgãos públicos. Por se tratar de um caso real, a partir dele o leitor poderá desenvolver a aplicação do método a outros tipos de contratações e outros tipos de processo de trabalho.Para completar o trabalho de gerenciamento, portanto, é preciso mensurar os resultados alcançados. A base dessas medidas nasce da consideração dos seguintes aspectos:

• A Missão da Organização – é a razão da sua existência. É o propósito para o qual foi criada e deverá orientar todas as suas tarefas e ações.

PDCA

Estabelecer as metas e os meiospelos quais serão

Efetuar as correçõesou Implementar as

oportunidades demelhorias. atingidas.

Educar e Avaliar os dados treinar .obtidos em confrontocom os previstos. Executar

as tarefas e coletar os

Check Do

Action Plan

Fonte: Elaborado pelo autor com base em Campos (1992).

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• A Visão – é onde a organização deseja chegar no futuro. É o grau de crescimento e a imagem que quer ter no futuro, dentro do meio social em que atua.• Os Objetivos – são os desdobramentos da missão. São as ações que a organização deverá implementar para garantir o cumprimento do seu papel na sociedade.• As Metas – são os desdobramentos dos objetivos. São as ações que a organização deverá implementar para cumprir os objetivos, apresentando os indicadores que as quantificam e dando a dimensão de cada ação a ser realizada.Ao refletir sobre esses aspectos importantes da vida da organização, encontra-se a diretriz, o rumo, o caminho que ela deve seguir. As pessoas envolvidas com o seu trabalho, ao terem em mente a razão de sua existência e onde ela deseja chegar, visualizam de maneira mais consistente os objetivos e metas a serem implementados.O PDCA é uma síntese do trabalho de gerenciamento tanto no que concerne aos processos de execução das tarefas, como no que diz respeito aos processos de mudanças de conduta para o aprimoramento contínuo das pessoas envolvidas com o trabalho da organização.No processo de planejamento, como já dito anteriormente, o gerente deve avaliar o cenário organizacional, os recursos materiais e humanos que estão disponíveis e fazer o arranjo desses recursos de modo a obter o máximo de eficiência, eficácia, e efetividade do trabalho, considerando sempre a Missão e Visão de Futuro da orgnização.Para auxiliar o gerente nesse arranjo, o método de Gestão pela Qualidade Total considera fundamental a identificação do que chama elementos da qualidade e dimensões da qualidade, de modo a garantir o sucesso dos resultados provenientes das atividades da organização.Campos, 1992, identifica cinco tipos de pessoas envolvidas com a organização, designadas como elementos da qualidade:

• O Cliente é quem consome o produto. É quem tem o desejo ou a necessidade de consumir o produto para ficar satisfeito. • O Acionista é quem investe, é quem emprega os seus recursos no processo produtivo da organização. Podem ser recursos financeiros e materiais, como máquinas e equipamentos. É o sócio quotista ou acionista, que detém uma fração do patrimônio da empresa. • O Empregado é quem trabalha, é quem transforma dentro da organização, tanto nos processos operacionais como nos processos administrativos, e cuja interação gera o produto final, a ser consumido pelo cliente final.

• O Fornecedor é quem disponibiliza os insumos para a realização do processo que dará origem ao produto ou serviço. • O Vizinho é quem sofre ou sente de alguma forma as influências das ações da organização.Da identificação desses elementos, sai parte dos indicadores que darão subsídios ao gerente no trabalho de planejar as metas a serem atingidas, considerando a satisfação

das necessidades de todas as pessoas envolvidas com a organização. Daí, por exemplo, se extrai parte das informações sobre as características do produto ou serviço, que atenderão às necessidades dos clientes.Do mesmo modo, serão identificadas as características que envolvem o ambiente de trabalho, o treinamento necessário ao funcionário para que ele esteja capacitado e estimulado a realizar suas tarefas, e os demais aspectos que envolvem o clima de trabalho na organização. O método estabelece as dimensões da qualidade, que se constituem nos indicadores para atender aos desejos e necessidades dos elementos da qualidade. São elas: • Qualidade Intrínseca - características, peculiaridades do produto, que determinam a preferência do consumidor em consumi-lo; • Custo - valor do produto; • Prazo de Entrega - disponibilidade do produto para o consumo, no momento certo, no local certo e na quantidade certa; • Moral do Empregado - sempre entusiasmado, motivado a produzir bens e serviços que atendam às necessidades do cliente; • Segurança - do cliente, em consumir o produto de sua preferência com as características anunciadas, e do empregado, em produzir o produto sem agressões à sua integridade física; e • Meio ambiente - produção sem agressões ao meio ambiente.Com esses parâmetros, a organização fará o seu planejamento estabelecendo as metas adequadas aos seus propósitos. Ao serem implementadas, as metas deverão ser constantemente examinadas, através de seus indicadores, para que se tenha a certeza de que estão sendo cumpridas.Controle, portanto, é a palavra chave para manter funcionando a atividade da organização de maneira eficiente e eficaz. É o que permite examinar a qualidade do produto e do trabalho. Desta forma, é preciso criar um ambiente propício ao controle total do trabalho. Campos (1992) sugere a implantação do Programa 5 S, para criar o ambiente adequado ao controle total do processo de trabalho.Dois aspectos importantes que se destacam num plano de mudança para melhoria do desempenho da organização são: o comportamento dos funcionários e o controle do processo de trabalho.O Gerenciamento pela Qualidade Total - GQT é um método que considera o comportamento de todos os envolvidos no processo produtivo. Para que o sistema da qualidade total funcione, no sentido de garantir a satisfação de todos, é preciso que haja mudança de conduta de todos aqueles que participam do processo produtivo. O método pressupõe a adaptação do modo de pensar e agir à nova forma de conceber, executar e controlar uma atividade.O Programa 5 S tem características eminentemente

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comportamentais, pois a aplicação dos seus preceitos requer reflexão e mudanças de condutas em todos os aspectos da vida das pessoas, tanto dentro da organização como em seus lares e demais ambientes freqüentados. Em função dessa mudança de conduta, com a adoção de uma nova disciplina, surge a possibilidade de melhoria e o controle da maioria dos acontecimentos na vida da organização.Campos (1992) sugere a implantação do Programa 5 S, como ferramenta para criar o ambiente adequado ao controle total dos processos de trabalho

�) O Programa � SO Programa 5 S tem origem no Japão, onde as famílias adotavam seus conceitos para aprimorar a educação de seus membros. Com o tempo, esses conceitos foram interpretados pelas organizações e aplicados em seus ambientes de trabalho.No Brasil, seus conceitos passaram a ser designados como sensos, e desde o início dos anos 90 foram aplicados em várias organizações.Os sensos têm o seguinte significado:

1°) Senso de utilização - você só deve ter junto de si, para seu uso e emprego, o necessário e útil à realização de suas tarefas. Tudo aquilo que não for necessário ou útil, deve ser eliminado ou retirado do local ou encaminhado para melhor utilização em outras tarefas. Só permanece aquilo que agrega valor ao seu trabalho ou atividade.

�º) Senso de Organização - você deve ter tudo aquilo de que necessita para realização de suas tarefas, no local certo, no momento certo e nas quantidades suficientes. Tudo deve estar arranjado e arrumado de modo a facilitar e tornar agradável ao máximo a realização de suas tarefas. Não importa se a atividade é manual ou intelectual. O ambiente, os materiais, as informações, os equipamentos, enfim, tudo o que é útil para realização da atividade deve ser arranjado de tal forma a tornar eficiente e eficaz o processo produtivo.

�º) Senso de Limpeza - o ambiente em que você vive, o de trabalho, o de estudo, o de lazer, o de casa, deve estar sempre limpo. Isto o torna mais agradável e apropriado aos seus afazeres diários. Portanto, mais importante do que limpar é adotar a conduta de não sujar os ambientes que você freqüenta. Além disso, o senso traz a noção de que tudo aquilo que você produz deve ser limpo, bem feito, caprichado e esmerado

�º) Senso de Saúde - você deve estar disposto física, mental e moralmente para executar suas tarefas. Portanto, cuidados como ter atividade física, alimentação adequada, checkup preventivo, férias, atividades de lazer, etc, devem fazer parte de seu planejamento de vida. As reflexões neste senso podem dar ensejo ao seu desdobramento para aspectos como: saúde nas relações de indivíduo com indivíduo, saúde nas relações do indivíduo com o grupo e com a organização, saúde nas relações do grupo com outros grupos dentro da organização, saúde das relações dos grupos com a organização e saúde da

relações da organização com outras organizações, aspectos que envolvem um clima organizacional saudável, entre outras reflexões.

�º) Senso de Disciplina - você deve estar consciente da importância de mudar a conduta, praticando o que os outros sensos sugerem e deve estar atento no sentido de sempre aplicar medidas que possam melhorar ou aprimorar o seu modo de vida, em tudo o que você faz. É por meio deste senso que você estará em constante processo de melhoria. Haroldo (1994) e Silva (1996) enunciam que a reflexão em cada senso dos 5 S, é o que traz a mudança de conduta necessária ao modo de planejar, executar e controlar as tarefas previstas no Gerenciamento pela Qualidade Total – GQT.Os autores ponderam, por experiências na implantação dos 5 S em várias organizações, que a fase inicial do programa se dá com a implantação dos três primeiros sensos, posto que produzem resultados visíveis e rápidos, tanto no ambiente da organização como na conduta das pessoas, fato este que pudemos constatar quando da coordenação e implantação do programa no órgão público em que trabalhamos e quando treinamos o pessoal de outros órgãos da administração pública para implantação dos 5S.Afirmam, no entanto, que o processo de mudança de conduta é longo e demorado, pois requer a reflexão em cada um dos sensos e a aplicação de seus conceitos em todos os aspectos da vida. Daí dizerem sobre a importância do Senso de Disciplina, pois é ele que garantirá a manutenção do processo de mudança ao longo do tempo.As reflexões ensejadas pelos sensos constituem-se um primeiro passo importante para consolidar o processo de gerenciamento mais eficaz e atingir resultados que satisfaçam a todos os envolvidos com a organização, na medida que: as metas consideram o atendimento de suas necessidades; os recursos e processos de trabalho estão ajustados para atingir os resultados esperados e existe sistema de controle que demonstra os avanços e retrocessos. Isso possibilitará correções ou melhorias no processo de trabalho, garantindo, assim, a eficiência, a eficácia e a efetividade das ações das unidades e da organização como um todo.

�) ConclusãoComo podemos observar, o sistema econômico mostra as relações de trocas entre os indivíduos (famílias) e as organizações (empresas), a fim de que sejam atendidas as necessidades das pessoas. As famílias estarão dispostas a ceder os seus recursos (fatores de produção), desde que recebam de volta os bens, os serviços e a remuneração de capital que atendam às suas necessidades e expectativas. Isso determinará as relações dos agentes econômicos dentro do sistema econômico.Em razão das relações peculiares a cada sistema econômico, as empresas, o setor público e o resto do mundo deverão adequar-se de modo a empregar os recursos econômicos da forma mais eficiente, eficaz e efetiva e, assim, maximizar o atendimento das necessidades do meio em que atuam. As organizações devem estar atentas às mudanças, às

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evoluções e às novas prioridades determinadas pelo meio social, de modo a se adequarem e a maximizarem o atendimento dessas necessidades.Com o aumento da capacidade de investimento e de gerenciamento do Setor Privado, a ineficiência e ineficácia do Setor Público ficam cada vez mais evidentes, obviamente indicando que os recursos econômicos devem ser carreados para a iniciativa privada.O Setor Privado, no entanto, por si só não é capaz de atender a todos os desejos e às necessidades da sociedade. Muitos investimentos exigem elevadas quantias de recursos e o setor, apesar dos avanços, ainda não possui capacidade para realizá-los. Dois fatores, em muitas ocasiões, inviabilizam a implementação do projeto ou da atividade. Um deles diz respeito à natureza peculiar às funções do Estado e, o outro, refere-se aos aspectos financeiros relativos à morosidade no retorno dos investimentos realizados.Assim como as organizações privadas, na década de 90, lançaram mão de ferramentas de gerenciamento para promoverem as mudanças necessárias em seus sistemas de trabalho tornando-as competitivas, as organizações públicas hoje estão sendo confrontadas e exigidas, no sentido de promoverem transformações, principalmente no que tange a adoção de novos sistemas de gerenciamento.Acredita-se que somente a profissionalização do serviço público, com a capacitação dos servidores e o emprego de métodos de gerenciamento mais eficientes e eficazes, a sociedade poderá experimentar o retorno da aplicação dos seus recursos e a conseqüente elevação da qualidade de vida do cidadão.

Bibliografia ConsultadaBATEMAN, Thomas S., SCOTT, Snell S. Administração: Construindo Vantagem Competitiva. São Paulo; Editora Atlas, 1998.CAMPOS, Vicente F. TQC: Controle da Qualidade Total no estilo Japonês. 6ª Edição. Rio de Janeiro; Bloch Editora, 1992._________________. TQC: Gerenciamento da Rotina do trabalho do Dia-a-Dia. Rio de Janeiro; Bloch Editora, 1994._________________. O Valor dos Recursos Humanos na Era do Conhecimento. 2ª Edição. Belo Horizonte, MG; Fundação Christiano Ottoni, 1995._________________. Gerenciamento pelas Diretrizes. Belo Horizonte, MG. Fundação Christiano Ottoni; 1996.CHIAVENATTO, Idalberto; Teoria Geral da Administração; São Paulo; 2ª ed.; Rio de Janeiro; RJ; Campus; 2000. CRAINER, Stuart. Grandes Pensadores da Administração. São Paulo. Editora Futura; 2000.GOMES, Ricardo C. Análise Exploratória da Perspectiva de Implantação da Filosofia da Qualidade na Administração Pública. Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro; nº 31, p 48-48, mai/jun, 1997.GUIMARÃES, Klicia Mª S. Uma abordagem teórica do gerenciamento de Custos e avaliação do desempenho na Administração Pública. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília; nº 128, p. 35-43, mar./abr. 2001.

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[*] Wagner Dal Médico é bacharel em Ciências Administrativas, em Ciências Contábeis e em Ciências Econômicas, pós-graduado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestre em Administração com ênfase em Sistemas de Qualidade e Produtividade pela Universidade São Marcos. É professor de Gestão dos Recursos Públicos na Escola de Contas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo e trabalha no Gabinete do Conselheiro Eurípedes Sales. Co-autor do livro “Guia Municipal de Administração Pública”- editora NDJ - ano 2006 - São Paulo.

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A exposição está dividida em três partes distintas: 1. O dado e o construído - construção teórica sobre o tema;�. Redefinição do papel do Estado em relação aos re-cursos naturais: a interven-ção social e econômica;�. O poluidor pagador e o usuário pagador.

1ª parteO Dado e o Construído:

Premissa Teórica sobre o Tema

Todos os dias o sol nasce no horizonte ao leste e morre no lado oposto num espetáculo nem sempre reconhecido ou aplaudido por nós. Eu nasci, vivi e vou

morrer e, pelo menos em tese, o sol continuará a fazer este mesmo espetáculo. Aliás, já fazia isso antes d´eu estar aqui. Mas fazia isso antes mesmo do primeiro homem existir. Isso mesmo, o “sol” é sol antes mesmo de apelidarmos de “sol”. No mesmo sentido, a água é água antes mesmo de algum ser humano assim apelidá-la. Nesse sentido, a temperatura, o clima, a pressão, a atmosfera, a biota etc, também guardam esta característica. O que há de comum em todos esses elementos? A resposta é simples, especialmente se consultarmos a obra de François Geny, um dos mais notáveis modernos jurisfilósofos pós Aristóteles. Segundo este indivíduo, a origem das coisas se biparte no que foi dado e no que foi construído pelo ser humano. Há coisas que existiam antes do homem e dele independem para existir, senão o contrário, este é que delas depende. Por outro lado, há coisas que só existem por absoluta invenção ou criação do ser humano. Por serem anteriores ao ser humano, os componentes da natureza, como a água, o solo com os seus elementos químicos, a temperatura, a biota (fauna e flora), a pressão, a umidade etc., compõem os elementos do dado. Por outro lado, tudo aquilo que, sendo posterior ao ser humano, tenha sido gerado pela sua arte ou transformação (portanto, que inexistia enquanto ser antes do seu surgimento), corresponde ao que denominamos de construído. Assim, o DADO e o

Marcelo Abelha Rodrigues [*]

USO COMUM E INCOMUM DA ÁgUA E PRINCÍPIODO USUÁRIO PAgADOR

CONSTRUÍDO nada mais são do que elementos que não foram criados e elementos que foram criados pelos seres humanos, respectivamente. Assim, a água é água antes do homem existir, a luz é luz antes do homem surgir, a pressão idem, o mesmo para o clima etc. A importância do conceito do dado e do construído é fundamental para ser compreender diversos fenômenos do direito positivo, e, nesse passo, tem especialíssima contribuição para o direito ambiental, na medida que esta é a ciência que cuida das regras e princípios atinentes à proteção do meio ambiente. Qual a importância de se identificar a natureza artificial ou natural de um elemento? É capital, diríamos, pois aquilo que naturalmente existe possui estrutura, funções, propriedades e características que independem da vontade humana. Raciocinemos a respeito de um copo de água. Para que serve esse líquido? Poderíamos dizer que serve para enfeite, para fins terapêuticos, para fins espirituais, para suavizar o ambiente etc., mas por mais que pretendamos negar, não poderemos dizer que não serve para a nossa vida, pois 70% do peso humano é de água, responsável pelo transporte de substâncias na atividade excretora e responsável pela formação de órgãos e tecidos humanos.Também independe da minha vontade o papel ou função de climatização do planeta, de alimentação dos processos fotossintéticos, e até mesmo como personagem essencial no ciclo hidrológico que é responsável pela manutenção da vida no planeta.Ora, por mais que o ser humano pretenda atribuir funções ou alterar a natureza jurídica dos elementos que compõem o dado, é certo que as suas funções conaturais, propriedades são absolutamente infensas à vontade humana.Portanto, o fato do ser humano atribuir aos elementos que compõem o dado outras funções além daquelas que naturalmente se prestam, não possui o condão de alterar as propriedades destes elementos, e nem mesmo de alterar-lhes nas suas funções vitais e imanentes.Aproximando-se do tema que constitui o objeto deste ensaio, tem-se a água como sendo um elemento ou componente do que nos foi dado, advindo das leis naturais, muito anteriores ao ser humano, cujas funções, propriedades, características independem da vontade humana, que até poderá dela se utilizar para outorgar outras funções e elementos que poderão ser denominados de artificiais ou construídos. Entretanto, por mais importância que culturalmente possa ter uma função criada pelo ser humano para a água (ou qualquer bem ambiental), isso não desnatura as suas funções prioritárias que, repita-se, deve ser precipuamente reservada ao papel conatural de componente abiótico do meio ambiente, responsável pelo equilíbrio do ecossistema, para só então,

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depois, servir ao ecossistema social, mas sempre evitando ao máximo que o seu papel ecológico seja agredido.Mas qual a importância disso? A importância é capital, pois é partindo dessa premissa que o direito ambiental, ciência inventada pelo homem, deve estabelecer suas regras e conceitos fundamentais, sem perder de vista que a função ecológica dos bens ambientais são essenciais não só para que exista outras funções criadas pelo ser humano, mas especialmente para que exista ser humano para criá-las.

�ª parteRedefinição do Papel

do Estado em Relação aos Recursos Naturais: A Intervenção Social e

EconômicaPara a segunda parte da exposição, reservamos a análise do papel exercido pelo Estado frente aos elementos da natureza.Esse papel vem sofrendo profunda transformação e a última delas foi a superação do modelo liberal - surgido na Revolução Francesa – pelo modelo Social surgido no pós guerra.Fazendo um paralelo entre o papel Liberal do Estado e os elementos que compõem a natureza (de função ecológica), veremos que ambos são unidos por um cordão quase umbilical.Ora, se num Estado Liberal privilegiava-se a propriedade e a liberdade sob prisma de uma isonomia formal, certamente que o Estado de Direito cumpria rigorosamente a sua finalidade se estimulasse o exercício da liberdade e da propriedade, e fazia isso mantendo um estado de ordem, permitindo que sob uma condição formal de igualdade, houvesse uma livre concorrência dos cidadãos no aprimoramento da propriedade e aumento de riquezas.Em relação aos recursos ambientais o reflexo desse comportamento é sentido de forma quase que direta e imediata, tendo em vista que, sendo tais bens doados pela natureza, e havendo abundância dos mesmos, certamente que o exercício da propriedade seria livre, daí porque seriam res nullius, sendo todas as pessoas formalmente iguais para se alcançar ou ter acesso a propriedade desses bens. Ora, numa sociedade que estimula a liberdade e a propriedade, certamente que existe aí dois fatores estimuladores da exploração de riquezas, e, tendo em vista que os bens naturais são matéria-prima para alcance dessa riqueza, seria normal que o estado de abundância dos bens tornasse propícia a sua exploração e apropriação, que até então julgavam-se infinitos.Pode-se dizer que a intervenção do Estado na sociedade era quase nenhuma, posto que este cumpria o seu papel mantendo-se num estado inercial, tudo em prol da garantia

da isonomia formal, e da certeza de que a liberdade individual não seria agredida ou limitada.É bastante interessante que se perceba que essas influências se viram presentes em todas as formas de expressão das ciências humanas, desde as artes, passando pela filosofia, pela psicologia, até – e especialmente - o Direito Positivo.É de se notar e entender, ainda, qual o porquê da divisão privatista (dentro do Código Civil) da natureza dos bens jurídicos, qual seja, é a lei civil que determina o que é privado e o que é público, e, o mais interessante é que o faz por negação, ou seja, público é o que não for privado, dando uma idéia residual destes últimos bens, o que vem demonstrar uma posição não-intervencionista do Estado. Percebam que diante desse quadro seria inconcebível falar em direitos coletivos (organizados ou não) situados nesse hiato (público/privado) porque, primeiro, qualquer modalidade de organização seria vista como afronta à liberdade individual e isonomia entre os homens e, segundo, porque o interesse público só existia em função da asseguração da liberdade individual. A transformação do Estado Liberal em Estado Social deve-se a uma série de mudanças de comportamento, inclusive do próprio sistema capitalista, que passou a ser refém da necessidade de proteger em certa dose o trabalho humano que explorava (o lado social), porque em última análise dele dependia para a formação da riqueza e manutenção do status quo. Nesse processo de mudança destaca-se o importante e pioneiro papel da carta constitucional norte-americana, onde já se fazia presente a necessidade de um Estado intervencionista, com deveres negativos (não ferir as garantias dos indivíduos), mas também com prestações positivas a cumprir, mormente no campo social. A verdadeira transformação vem, no entanto, com a Constituição Mexicana de 1917, a de Weimar em 1919 e da Polônia e Iugoslávia em 1921. Mas, além do que foi exposto, o que poderia ser salientado acerca da transformação da res nullius para res omnium? Certamente que a explosão populacional, o reconhecimento de que os bens objeto de apropriação são finitos, e antes de servirem ao homem exclusivamente se prestam à habitalidade no planeta e, que mais cedo ou mais tarde, todos iriam (ou irão) pagar pela prática selvagem e predatória dos bens ambientais, foi necessário retornar aos ideais romanistas e enxergar que os bens que compõem o equilíbrio ecológico são, antes de tudo, inapropriáveis, não só por causa da necessidade de se distribuí-los eqüitativamente à população, mas numa visão ainda mais altruísta, são responsáveis pela conservação de todas as formas de vida do planeta e não só a humana.A falsa idéia de que os recursos naturais (espécie de recursos ambientais) eram inesgotáveis fez com o que fossem tratados como res nullius (coisa de ninguém), de que qualquer um poderia se apropriar. A transformação do mundo liberal para social, o aumento da densidade populacional, a destruição de riquezas pelo homem, a poluição desenfreada no desenvolvimento dos ideais liberais fizeram com que o mundo ligasse o alarme e percebesse que os referidos bens ameaçam

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se esgotar e que, por isso, têm que ser preservados para que se possa garantir a sobrevivência de todas as espécies. O antigo bem que era res nullius hoje é indiscutivelmente res omnium (coisa de todos – bem de uso comum).Reconhecendo o Estado o sistema Liberal acarretou uma situação de reconhecimento da insuficiência dos bens ambientais e a sua essencialidade para a vida, e especialmente que nem todas as pessoas seriam iguais no sentido real, fazia-se mister, até para manutenção do Poder, uma mudança de paradigma exigida pela massa da sociedade. Nesse passo, os dois pilares do Estado Liberal recebem interferência do Estado: a propriedade e a liberdade.Isso significa dizer que o Estado muda o seu comportamento e passa ser Intervencionista para delimitar o campo econômico e o campo social, oferecendo (ou devendo oferecer) então à população, desequilibrada social e economicamente, a ansiada qualidade de vida.Como os bens ambientais interferem tanto no aspecto social quanto no aspecto econômico, pois a um só tempo são responsáveis pela qualidade de vida e pelo desenvolvimento econômico, a intervenção do Estado se justifica nessas duas frentes, tendo em vista um objetivo comum: estabelecer um ponto de equilíbrio entre a atividade econômica e a repercussão ambiental que ela causa na qualidade de vida da coletividade.Do ponto de vista social, e já voltados para a nossa Constituição Federal, o Estado atuou por intermédio do art. 225, dedicando um capítulo especial para a proteção do meio ambiente, dentro do título destinado à ordem social.Nesse dispositivo, a Constituição coloca o equilíbrio ecológico como sendo um bem jurídico, imaterial, que é objeto de direito, cujo titular é a coletividade presente e futura. Assim, tendo como sujeito titular o povo (atual e futuro) e o objeto da titularidade o equilíbrio ecológico, o legislador, sabiamente, protege um bem que na verdade é formado pelo conjunto de fatores, bióticos e abióticos – os quais denominam-se de recursos ambientais - que sob um regime de intensa interação química, física e biológica formam um todo único e indivisível que é justamente o equilíbrio ecológico. Mas não é só, pois diz o dispositivo que o equilíbrio ecológico é um bem de uso comum, qual seja, a titularidade pertence ao povo, mas uma vez reconhecida a sua essencialidade e importância, não se sujeita mais a um regime privatista e exclusivista da propriedade liberal. Num estado social, a propriedade deve atender a anseios sociais, e, a propriedade do equilíbrio ecológico e (dos fatores que o formam) está adequada à idéia de uso não exclusivo e isonômico para todos. Daí se dizer que os recursos ambientais, que compõem o equilíbrio ecológico, tais como água, ar, solo, biota etc devem ter, em primeiro plano sempre, conservadas a sua função ecológica, pois é esta responsável pelo equilíbrio ecológico, que constitui condição de existência de todas as formas de vida. Disso resulta a regra clara e lógica de que o equilíbrio

ecológico é um bem jurídico imaterial que abriga, rege e protege todas as formas de vida, donde se conclui que a tutela dos componentes ou fatores responsáveis pela preservação deste estado de equilíbrio é função prioritária do direito, pois se a base de todas as formas de vida resulta da manutenção desse “equilíbrio”, certamente que só após a sua proteção será possível fazer qualquer outro tipo de proteção egoística dos bens ambientais, pois, do contrário, qualquer inversão nessa ordem, será inapelavelmente sentida posteriormente, pela vingança da natureza. Deve-se primeiro tutelar o meio ambiente, suas funções e processos ecológicos, e, só a partir daí dar uma visão antropocêntrica ou restrita aos recursos naturais. Ora, se os respectivos componentes ambientais é que constituem o bem jurídico ali tutelado, certamente que a expressão uso comum não pode ser dissociada da função ecológica, pois é esta que se encontra protegida no dispositivo. Por isso, deve-se interpretar a expressão num sentido positivo e num negativo. Positivo porque deve assegurar o uso comum dos bens ambientais. Negativo porque deve-se impedir qualquer restrição ao uso comum dos referido bem.Disso resulta, numa escalada de valores, que o uso comum do bem ambiental pelo povo precede a qualquer outra forma de uso, exceto quando a “utilização” seja voltada à finalidade de estabelecer o equilíbrio ecológico. Assim, o equilíbrio ecológico é bem de uso comum do povo, mas para que isso seja possível, é mister que antes o equilíbrio exista, caso que só poderá ser obtido em razão da proteção da função ecológica dos bens ambientais. Feito isso, passa-se então à proteção do uso comum humano dos bens ambientais, que deverá ser socializado em condição de igualdade, e, mais que isso, não poderá ser prejudicado por qualquer outra forma de uso incomum.É nesse sentido a intervenção do Estado social em relação aos bens ambientais, reconhecendo um direito de todos, igualitariamente, ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, estabelecendo ainda o regime jurídico a que está submetido este bem, de uso comum, e, portanto, não exclusivo, indivisível e inalienável. Para tanto, após estabelecer este conceito, cria regras de conduta que cerceiam a liberdade e a propriedade, por reconhecer que os bens ambientais possuem uma função ecológica que é responsável pela qualidade de vida que deve ser assegurada a todos em igualdade de condições, a qual refere-se como sendo de uso comum.No tocante à intervenção econômica, destaca na CF/88 uma postura principiológica (art. 170, VI) estreitamente ligada ao conceito desenvolvido no art. 225 da própria Constituição.Dois desses mecanismos de ordem principiológica ambiental são as figuras do poluidor pagador e do usuário pagador, que ora são tratados em conjunto, ora são tratados isoladamente pelos doutrinadores. Numa visão estrita, pode-se dizer que os dois princípios fazem parte da ciência ambiental, e, cada um atua de forma importante e diferenciada. Assim, damos início à terceira parte.

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�ª parteO Poluidor Pagador e o

Usuário PagadorO princípio do poluidor pagador é um postulado com raízes inspiradoras no direito econômico, que passou por substancial mudança quando veio a constituir-se num dos postulados mais nobres e sérios do direito ambiental. Para a sua correta compreensão, deve-se entender as regras de externalidades negativas típicas de direito econômico.A externalidade pode ser positiva ou negativa, quando no preço do bem colocado no mercado não estão incluídos os ganhos e as perdas sociais resultantes de sua produção ou consumo, respectivamente. Basta pensar na seguinte hipótese: quando uma empresa de recipientes plásticos coloca o seu produto no mercado, será que o preço final que foi dado ao seu produto levou em consideração o custo social da sua produção? Enfim, considerando que o referido produto será um resíduo de dificílimo reaproveitamento (pelas desvantagens técnicas e econômicas) e que, portanto, será um fator de degradação ambiental, é de se questionar se o valor do bem colocado no mercado tem em si o valor do denominado custo social. Definitivamente não, porque tal problema, segundo a teoria econômica das externalidades, o efeito negativo ou positivo não pode ser agregado ao valor do produto por ser impossível de ser medido. Será que todas as indústrias que despejam efluentes nas águas embutem no produto que fabricam o preço pela deterioração da qualidade da água?É cediço que o preço de um bem colocado no mercado só teria uma medida correta (um valor justo) se no valor (no preço) que lhe fosse atribuído estivesse computado todos os ganhos sociais advindos de seu consumo, e, também, quando se computasse todas as perdas sociais surgidas com a produção desse mesmo bem, além, é claro, dos custos de sua produção. Outrossim, não sendo feito dessa forma, internalizando os custos, certamente que o produtor de um bem (instalação de uma siderúrgica, por exemplo) terá um produto colocado no mercado que não será por todos adquirido, mas cujo custo social será suportado, inclusive, por quem não adquiriu o referido produto, seja pela deterioração da água que servirá como depósito de dejetos, seja pela deterioração da qualidade do ar, que terá o mesmo desiderato. Sob outra ótica, poderia se dizer que há um enriquecimento do produtor às custas de um efeito negativo suportado pela sociedade, já que não teria colocado no custo do seu produto esse desgaste suportado pela sociedade. É daí que surge a expressão privatização de lucros e socialização das perdas para designar este fenômeno.A interpretação jurídica do princípio do poluidor pagador refere-se ao sentido teleológico deste axioma não é simplesmente internalizar o custo, embutir no preço, e assim produzir, comercializar ou mercanciar produtos que sabidamente são degradantes do meio ambiente, nas suas diversas etapas da

cadeia de mercado. Enfim, não se compra o direito de poluir mediante a internalização do custo social. O que o princípio pretende é redistribuir eqüitativamente as externalidades ambientais. Ora, se estas são suportadas pela sociedade, em prol do lucro do responsável pelo produto que em alguma fase da cadeia de mercado é degradante do meio ambiente ou diminui o exercício do uso comum dos componentes ambientais, nada mais justo que todos os custos de prevenção, precaução, correção na fonte, repressão penal, civil e administrativa que são despendidos pelo Estado (ficção jurídica representativa do povo), a quem incumbe a gestão dos componentes ambientais, sejam suportados pelo responsável das externalidades ambientais.É exatamente por isso que o poluidor pagador não é, como se poderia imaginar, apenas um princípio corretivo, senão porque a sua intenção é justamente evitar o dano, e por isso ele se espraia para os seguintes aspectos: a) pela sobrecarga do preço do produto que causa a

externalidade ambiental negativa, desestimulando a sua produção, e estimulando o uso de tecnologias limpas que embora sejam aparentemente mais caras, acabam sendo mais baratas quando comparadas aos produtos degradantes que terão que internalizar os custos ambientais negativos;

b) publicizar no mercado de consumo quais são os produtos que causam externalidades ambientais negativas e, a partir daí, fixar uma educação ambiental no consumidor para que este privilegie os produtos verdes e tecnologias limpas;

c) fazer com que os responsáveis pelos custos sociais sejam, por isso mesmo, responsáveis pelos custos Estatais de prevenção, precaução e correção na fonte; reprimir repressivamente (civil, penal e administrativamente) aqueles que são os responsáveis pelas externalidades ambientais negativas;

Portanto, mais do que longínqua, é errada a idéia de que o poluidor pagador seja um passaporte para a poluição, bastando apresentar um visto de compra (internalização do custo) para que se tenha, então, o direito de poluir. Repetindo, esse princípio “tem uma estrutura aberta, permitindo, desse modo, que a sua execução seja feita através de instrumentos econômicos, seja através de instrumentos de responsabilidade civil, ou ainda de outros instrumentos”.Este princípio é concretizado por outros subprincípios, tais como a prevenção, a precaução, a responsabilidade (civil, penal ou administrativa).Portanto, do ponto de vista do poluidor pagador, pretende proteger a qualidade do bem ambiental, mediante um processo de internalização de custos ambientais no preço do produto, até a um patamar que torne impossível a sua produção, ou que promova a adoção de tecnologias limpas que não degradem a qualidade ambiental.Já o princípio do usuário pagador é um princípio que, diferentemente do poluidor pagador, que é voltado à tutela da qualidade do meio ambiente (bastante aplicado em regiões com abundância de recursos), visa proteger a quantidade dos

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bens ambientais, estabelecendo uma consciência ambiental de uso racional dos mesmos, permitindo uma socialização justa e igualitária de seu uso.Sendo os bens ambientais de natureza difusa e sendo o seu titular a coletividade indeterminada, aquele que usa o bem em prejuízo dos demais titulares, passa a ser devedor desse “empréstimo”, além de ser responsável pela sua eventual degradação. É nesse sentido e alcance que deve ser diferenciado do poluidor-pagador. A expressão é diversa porque se todo poluidor é um usuário (direto ou indireto) do bem ambiental, nem todo usuário é poluidor. O primeiro tutela a qualidade do bem ambiental e o segundo a sua quantidade. Na verdade, o usuário pagador obriga a arcar com os custos do “empréstimo” ambiental aquele que se beneficia do ambiente (econômica ou moralmente), mesmo que esse uso não cause qualquer degradação. Em havendo degradação, deve arcar também com a respectiva reparação. Nesta última hipótese, diz-se que o usuário foi poluidor.No caso da água, bem se sabe que tal bem se presta para usos múltiplos, sejam eles ecológicos, sociais ou econômicos. Quando se diz que a água, enquanto bem responsável pelo equilíbrio ecológico é de suo comum do povo, certamente que o art. 225 da CF/88 reconhece a situação jurídica de que o meio ambiente ecologicamente equilibrado e seus respectivos componentes ambientais (bióticos e abióticos) não são exclusivos, são indivisíveis, são inalienáveis, e, como são de necessidade geral, precisam ser geridos e regulamentados pelo Poder Público, tal como afirma o parágrafo primeiro do art. 225, pois seria verdadeiramente impossível esperar que tais bens, preciosos do ponto de vista ecológico, social e econômico, ficassem ao sabor da proteção e da gestão privada. É só por isso que se fala em bens públicos (regidos pelo Poder Público). Mais que isso, determina o dispositivo um espaço negativo de que o uso incomum de tais bens não pode sacrificar o direito público (coletivo) da sociedade de usufruir de modo comum o bem ambiental. Em razão da incidência da igualdade real é que o Poder Público deve intervir no controle e na gestão sobre o uso dos bens ambientais, especialmente sobre a água.Exatamente assim deve ser vista a tutela ambiental da água, qual seja, como sendo um bem jurídico que, apesar de usos múltiplos e funções coletivas diversas é, antes de tudo, um componente ambiental abiótico imprescindível para a sobrevivência do planeta e de todas as formas de vida, e, por isso, com função ecológica precedente e prioritária a qualquer outra forma de utilização que o homem lhe destine. Quando a CF/88 assegura o uso comum da água como fator ambiental preponderante ao meio ambiente ecologicamente equilibrado está dizendo ao mesmo tempo que: a) a função ecológica da água precede a qualquer outra, pois

é responsável pela vida do e no planeta; b) protegida a sua função ecológica, tem-se que a função

prioritária deste bem é o uso comum do bem ambiental água, o que representa a liberdade para consumo de subsistência (dessedentação e higiene), e;

c) representa que o uso comum não pode ser impedido

ou violado sob qualquer outra forma de uso (social ou econômico) que possa se pretender atribuir à água;

d) em respeito ao princípio constitucional da isonomia, e, por ser a água um bem jurídico de uso múltiplo, de interesse público, é que compete ao Poder Público exercer o domínio eminente sobre o referido bem, regulamentando e gerindo o referido componente ambiental de forma a propiciar a implementação do direito assegurado no caput do art. 225.

Assim, até aquele que não seja poluidor, mas simples usuário (de modo incomum) do bem ambiental, deve pagar pelo “empréstimo” do componente ambiental que utilizou. O que se quer dizer é que: se é verdade que os bens ambientais são de uso comum, porque pertencem a toda coletividade, é verdade também que aquele que se utiliza dos componentes ambientais de forma incomum deverá pagar a conta pelo uso invulgar, ainda que “devolva” o componente ambiental nas mesmas ou em melhores condições do que quando o tomou por “empréstimo”. Isso porque, pelo menos por algum momento, teria havido um cerceamento do uso normal do bem ambiental, ou, por outro lado, privilegiou-se para algum usuário o uso invulgar de um bem que a todos pertence. Não há bis in idem quando a mesma pessoa tiver que arcar com os custos de usuário invulgar e de poluidor. No primeiro caso, responde pelo uso incomum de um bem que é de uso comum do povo. No segundo, responde pela degradação do bem de uso comum do povo. Portanto, as hipóteses de incidência são diversas, assim como os fatos que a elas se subsumem.Quanto à possibilidade de se estabelecer um preço pelo uso do bem ambiental, isso não parece algo tão chocante assim, se considerarmos que os bens são finitos e a capacidade de assimilação é limitada. Assim, normalmente não se paga pelo uso desses bens, mas no caso da água, dependendo da região, da demanda, dos aspectos sociais e econômicos da localidade, não só o uso comum, mas também o incomum devem ser cobrados, lembrando sempre a questão da proporcionalidade desse custo, já que primeiro paga-se pelo uso comum e após pelo uso incomum, se este não aniquilar o uso comum.Quanto à natureza jurídica da cobrança, tem-se o seguinte: sendo a água um bem de gestão estatal, onde este controla o seu uso de forma a atender, prioritariamente, ao interesse público, certamente que ao se dizer que constitui bem público, permite que o mesmo estabeleça um regime jurídico de uso comum e incomum desse bem, e, no caso, admite-se que a autorização, permissão ou concessão deste bem (outorga) seja remunerada, integrando, portanto, o que se denomina de receita originária do Estado, que é remunerado por um bem que possui. Não se compra a água, mas apenas o seu uso (atualmente o seu uso comum).Para aqueles que pensam que já se paga pela água, há aí uma desinformação. Sempre se pagou pela água tratada, ou seja, pelo trabalho de captação, armazenamento, potabilidade e distribuição deste bem.

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Concluindo, tem-se então que pelo princípio do usuário pagador pretende-se instituir a cobrança pelo uso do próprio bem, seja como matéria prima na produção, seja como vala de despejo dos efluentes. Pretende-se, por este princípio, estabelecer uma racionalização do uso do bem, já que reconhece-se a sua condição de finito e insustentável. Já pelo princípio do poluidor pagador, pretende-se que se pague (evite) pela deterioração da qualidade da água. Nesse passo, os dois princípios de atuação econômica se completam.Depois do que foi exposto, seria possível ficar no pensamento de todos que os bens ambientais poderiam ser tutelados pela intervenção econômica do Estado, tratando o referido bem como algo de valor econômico. Entretanto, nada disso pode fazer esquecer que estas formas de tutela são antropocentristas por natureza, e, se algum resultado traz no campo ético só existe a partir de uma ética do homem para o homem. Contudo, diante do fenômeno ambiental, não se pode pensar num discurso ético individualista. Em outras palavras, quando se fala em ética ambiental é porque não se deve pensar simplesmente em relação ao agir ao outro ser humano. Diante da crise ambiental que vivemos; do reconhecimento da escassez dos bens ambientais; da mudança de paradigma de res nullius para res omnium etc., o que se vê é que tudo que se relaciona com o meio ambiente deve ser repensado. Não só a ciência normativa, mas as razões filosóficas da própria ciência. Como bem observou Édis Milaré, “infelizmente somos herdeiros – e por vezes praticamente convictos – de um sistema ético mal elaborado ou, até mesmo, deformado. Crescemos orientados por preceitos de uma moral individual (para não dizer individualista”. Damo-nos por honrados e probos se, nas relações interpessoais de nossa esfera individual, não nos apropriamos indevidamente dos bens de outrem ou não lhe fazemos violência. Saldar débitos, cumprir a palavra, não causar prejuízos são obrigações das quais, em rigor, não nos poderíamos vangloriar – são comezinhas. Se ficarem nisso, exclusivamente, e descurando a visão social, elas se revestem de certo caráter farisaico. A moral que nos falta – pensando em termos de Ética do Bem comum e Ética do meio ambiente – é aqueloutra menos conhecida e praticada: a moral de cunho e alcance social. Não temos sido habituados a pensar e reagir impulsionados por este tipo de moral, por esta espécie de cosmovisão que nos faz considerar e respeitar o mundo como “nossa casa”. A moral tradicional não desenvolve a necessária solidariedade com o Planeta Vivo nem com os nossos semelhantes. Ao contrário, a tendência que provém de instintos primitivos é tornarmo-nos senhores das coisas à nossa moda pessoal e em função de interesses nem sempre justificáveis, embora racionalizados ininteligentemente. É como se tudo fosse de ninguém, de tal modo que res nullius fiunt primi occupantis, em outras palavras: “eu ocupo, logo é meu; e em sendo meu faço o que bem entendo (...) não importando o que e como deva ser moralmente entendido de minha parte”.Ainda dentro do campo da ética ambiental, temos que essa tomada de consciência tende a espraiar seus tentáculos na política e na administração pública de modo que estes

deveres estejam ínsitos nas pessoas, fazendo com que exista, inexoravelmente, mudanças de estilo de vida e civilização, a partir de atos corriqueiros e “inconscientes” do dia-a-dia, como passear de automóvel, dar destino ao lixo e às embalagens, usar água e energia elétrica. Sem dúvida, muitas outras formas de vida e de consumo serão naturalmente colocadas em questão, atingindo a economia global.Sinceramente, e, aqui chegando ao seu final, espero que se de tudo que falei pouca coisa foi absorvida, que tenha sido essa última parte. Antes de dormirem, em algum dia desses próximos dias, ponham a mão no travesseiro e perguntem a si mesmos o que têm feito para o alcance de uma ética ambiental. Lembrem-se que o planeta não é nosso e outros serem dele dependem. Que há gerações por vir que têm o mesmo direito de usar o bem comum ambiental. Mais do que fazer a sua parte, participem no sentido de exigir que os outros, aqueles que lhes são próximos, e a sociedade em si, façam a sua parte. A dispersão e difusão do meio ambiente não permite que permaneçamos preguiçosos esperando um comportamento estatal. Enfim, reflitam e repensem o papel ético que têm tomado em relação ao meio ambiente.

[*] Marcelo Abelha Rodrigues é bacharel em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo, mestre em Direito das Relações Sociais-Direito Ambiental pela PUC-SP e doutor em Direito das Relações Sociais-Direito Processual Civil pela mesma universidade. É professor, autor e co-autor de inúmeras obras jurídicas e artigos em revistas especializadas, membro do IBDP- Instituto Brasileiro de Direito Processual, do Conselho Científico as Revistas de Direito Ambiental e Revista de Processo da RT-SP.

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A implementação, no século passado, do “consenso de Wa-

shington”, ou neoliberalismo, com a diminuição drástica da intervenção estatal nas atividades econômicas nos países em desenvolvimento e a liberação do mercado, não focou a importância do concomitante fortalecimento das instituições estatais.À época, não foi compreen-dida a necessidade da ge-ração de potencial interno

capaz de criar e cumprir leis e políticas públicas.O fenômeno da globalização, com a interdependência econômica das nações, aumenta a produção de riquezas; mas qual a direção que vem tomando o fluxo da produção e do desenvolvimento?As palavras do Papa João Paulo II nos alertam: “Esse é o escândalo da sociedade afluente nos dias de hoje, na qual o rico fica mais rico, uma vez que riqueza produz riqueza, e os pobres ficam cada vez mais pobres, uma vez que a pobreza tende a mais pobreza. Esse escândalo não se restringe apenas a nações individualmente, mas também tem aspectos que se estendem além de suas fronteiras. Hoje, especialmente com o fenômeno da globalização dos mercados, as nações ricas e desenvolvidas tendem a melhorar a sua condição econômica, enquanto os países pobres – com exceção de alguns em processo de promissor desenvolvimento – tendem a afundar em formas de pobreza ainda mais cruéis.” (Discurso no Jubileu para Líderes Governamentais, Membros do Parlamento e Políticos, 4 de novembro de 2000). A fonte real de toda riqueza é a natureza, pensamento assemelhado ao compartilhado pelos antigos povos indígenas norte-americanos , e por todos aqueles que se preocupam com o futuro comum da humanidade.Capital produz capital, sem que em contrapartida a produção de bens possa ser igualitariamente distribuída, frente ao fato simples da limitação dos recursos naturais existentes.A tecnologia que propicia a rápida expansão do globalismo também propicia o conhecimento das condições sociais dos países ricos e pobres; mostra-nos o retrato de vida

Lectícia Maria Dias e Silva [*]

MEIO AMBIENTE E gLOBALIZAçãO

e conforto desfrutado pelos países desenvolvidos do hemisfério norte, em contraposição aos do hemisfério sul, e em particular o quadro desesperador em países do continente africano.A desigualdade social cresce, e a globalização atinge culturas que vêem suas tradições ameaçadas ou destruídas, criando um terreno fértil ao radicalismo religioso, à revolta, à violência, à criminalidade, ao tráfico de drogas e ao terrorismo.Na Europa, deparamo-nos com a proliferação de radicais da direita, talvez como meio de proteção ou protesto à maré imigratória, à busca de oportunidades não encontradas em seus países de origem.De par a par, a desigualdade exacerbada pela globalização deve ser minimizada; as diferenças culturais respeitadas; o sistema democrático fortalecido por um sistema econômico que gere igualdade de oportunidades, e que implemente melhorias, com a manutenção do equilíbrio ecológico.A cultura consumista do homem moderno prima por exaurir a fonte primeira de riqueza, sem a preocupação com as gerações futuras; em acumular capital, sem visar ao desenvolvimento social global; em não estabelecer uma parceria entre o desenvolvimento econômico e o social, e em exonerar-se das conseqüências ambientais futuras.Faz-se necessária a promoção de um desenvolvimento sustentável, visando à dignidade do homem e à qualidade de vida; assim como a ordenação das atividades produtivas, de maneira a promover a manutenção e a preservação da vida, precavendo danos que possam vir a ser irreversíveis ou custosos à humanidade.Trata-se da exploração: consciente, responsável, criteriosa e socialmente benéfica dos recursos naturais pela economia mundial, e não da pregação da não-interferência do homem sobre a natureza.Nesse ponto, passamos a analisar o aspecto de produção de mercadorias diante do conceito de desenvolvimento sustentável que vem ganhando força desde 1970, principalmente a partir do Relatório “Brundland”, de 1987. A proposta do desenvolvimento sustentável é a de que todos vejam suas necessidades básicas atendidas, e que tenham a possibilidade de implementar melhorias em suas vidas, dentro dos limites das possibilidades ecológicas.No desenvolvimento sustentável é preciso não só garantir o aumento de produção, com crescimento econômico calcado nos princípios da sustentabilidade, mas também promover oportunidades igualitárias que visem à harmonização e à

1 in “A sabedoria de João Paulo II: a visão do Papa sobre os temas mais importantes para a humanidade/compilado por Nick Bakalar e Richard Balkin; introdução do Padre John White; tradução de Alexandre Raposo – Rio de Janeiro; Record, �00�; pgs. 1��/1��.� “We have not inherited the earth from our fathers. We are borrowing it from our children”. (Native American Saying) – Nós não herdamos a terra de nossos pais. Nós a estamos tomando emprestada de nossos filhos. (Ditado indígena norte-americano – tradução livre).

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diminuição das discrepâncias entre o mundo rico e o mundo pobre, nos âmbitos interno e externo das nações.Deve-se levar em conta não só a exploração razoável dos recursos não-renováveis, por serem limitados, como ainda a proteção dos recursos renováveis, para que esses possam ser recompostos e preservados para as gerações vindouras; assim como a conservação da qualidade dos sistemas naturais, propagando-se o desenvolvimento através de políticas de inclusão social, com distribuição de custos e benefícios que visem gerar eqüidade de acesso, traduzido na qualidade de vida e na dignidade da pessoa humana em cada geração.O conceito de desenvolvimento sustentável aplicado ao capitalismo traduz-se na busca de alternativas de sustentabilidade; visa a uma nova forma de negociação e controle social do habitat humano através da harmonização dos seres humanos com a natureza.A necessidade intrínseca do capitalismo de expansão da produção cria um círculo vicioso, em que energia e recursos naturais são transformados em bens de consumo, obtendo-se como subproduto lixo e poluição, num crescente contínuo.Essa necessidade expansionista do capitalismo, e do seu sistema de produção, no entanto, não pode ser realizado sem se levar em conta o meio ambiente e o meio social, sob pena de se tornar inviável, tanto pelo nível de saturação das carências sociais, quanto pela limitação imposta pela natureza no uso dos recursos renováveis e não-renováveis.Não cabe, no mundo atual, a antiga crença de recursos ilimitados: a crise ambiental em que vivemos nos faz deparar com o limite do progresso material; faz repensar nosso modo de vida e de atuação diante da natureza; provoca a busca por formas de reutilização de materiais, de alternativas energéticas e de consumo, e de novos valores individuais e coletivos, capazes de modificar os valores de mercado da sociedade neoliberal.Vivemos em um só mundo, um mundo internacionalizado e globalizado, um mundo que, sob vários aspectos, já se encontra sem fronteiras, muito especialmente no que diz respeitos às questões ambientais. Assim, diante dessa nova visão de mundo, é premente que passemos a pensar como um todo, e a nos preocupar com o todo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:BAKALAR, Nick (org.); BALKIN, Richard (org.); WHITE, John (int.). A Sabedoria de João Paulo II – A visão do Papa sobre os temas mais importantes para a humanidade. Tradução por Alexandre Raposo. Rio de Janeiro: Record, 2003.

FUKUYAMA, Francis. Construção de Estados: governo e organização mundial no século XXI. Tradução por Nivaldo Montigelli Jr. Rio de Janeiro: Rocco, 2005.

CAVALCANTI, Clóvis (org.). Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. 4. ed. São Paulo: Cortez; Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2003.

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991.

SANDRONI, Paulo. O que é mais valia. São Paulo: Brasiliense, 2005.

[*] Lectícia Maria Dias e Silva é advogada, formada pela Universidade Mackenzie e pós-graduanda em Direito Ambiental pela Escola Superior de Direito Constitucional- ESDC. É supervisora da Unidade Técnica de Aposentadorias e Pensões do TCM.

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É uma publicação do Tribunal de Contas do Município de São Paulo. Av. Prof. Ascendino Reis, 1.130 • CEP: 04027-000 • Tel: (11) 5080-1012 Site: www.tcm.sp.gov.br • E-mail: [email protected]• Presidente: Cons. Antonio Carlos Caruso • Vice-presidente: Cons. Edson Simões • Conselheiro-Corregedor: Roberto Braguim• Conselheiros: Eurípedes Sales e Maurício Faria• Reportagem, fotos e revisão: Viviane Batista e Cristiano Manchini• Edição: Assessoria de Imprensa do TCMSP - Jornalista Responsável: Nadia Carlin - Mtb 35.295• Impressão: CompanyGraf e Gráfica do TCMSP

APROvADO O CURSO DE PÓS-gRADUAçãO LATO SENSU EM ADMINISTRAçãO PÚBLICA DA ESCOLA DE CONTAS DO TRIBUNAL

Criada em 2003 e já reconhecida como importante centro de conhecimento e aprimoramento dedica-do ao servidor público municipal, a Escola de Con-

tas “Conselheiro Eurípedes Sales”, vinculada ao Tribunal de Contas do Município de São Paulo, iniciará, ainda em 2007, com expectativa para o segundo semestre, um cur-so de especialização lato sensu em Administração Pública.O Conselho Estadual de Educação aprovou o proje-to do curso em portaria pu-blicada no Diário Oficial do Estado no dia 5 de janeiro, credenciando a Escola de Contas por um período de cinco anos.O curso de pós-graduação da Escola de Contas “Con-selheiro Eurípedes Sales” é uma iniciativa pioneira no Brasil. Outras escolas de contas vinculadas a diversos tribunais do país oferecem cursos de especialização, mas todos são conve-niados a universidades e custeados pelo próprio servidor. “No caso da Escola de Contas ‘Conselheiro Eurípedes Sales’, o curso de pós-graduação será gratuito e ministra-do pelos professores da instituição de ensino e técnicos do próprio Tribunal”, explicou o diretor da Escola, Moacir Marques da Silva. Com uma carga horária de 360 horas, o curso tem uma duração prevista de um ano e meio. “Os alunos receberão

um certificado de especialista em Administração Pública, re-conhecido pelo MEC”, disse o coordenador técnico do curso de pós-graduação, Abrão Blumen. “Todos os estudantes de-verão apresentar monografias de conclusão de curso na área de Administração Pública - um campo enorme de investiga-ção e ainda muito carente de produção científica”, concluiu

Blumen. A Escola de Contas foi criada dentro da perspectiva de que o papel dos tribunais de con-tas ultrapassa as fronteiras do mero exame da legalidade dos atos administrativos. Com enfoque preventivo e pedagó-gico, a Escola já oferece regu-larmente 20 cursos de curta duração, todos voltados ao interesse do servidor público e do corpo de técnicos do Tri-bunal. São cursos destinados a promover a capacitação me-diante atualização, reciclagem ou ensino de novas tecnolo-gias úteis para a maior eficiên-

cia no trabalho, evitando o desperdício do dinheiro público e reduzindo as incorreções nos processos examinados pelo Tribunal. O Curso de Especialização em Administração Pública será mais uma contribuição da Escola de Contas à municipalida-de, com o objetivo de oferecer ao servidor conhecimentos exigidos pelas novas demandas no setor público, principal-mente em função da responsabilidade fiscal e das exigências por melhores e mais eficientes serviços públicos.

O senador Romeu Tuma visitou o Tribunal de Contas do Município de São Paulo no dia 16 de janeiro. Na ocasião, foi recebido pelo colegiado da instituição. Na

foto (da dir. para a esq.), o vice-presidente Edson Simões, o presidente Antonio Carlos Caruso, o senador Romeu Tuma, o conselheiro Eurípedes Sales, o ex-conselheiro e ex-secretário geral-substituto do TCM, Renato Tuma, e o conselheiro-substituto Alexandre Cordeiro.

SENADOR ROMEU TUMAfAZ vISITA AO TRIBUNAL

Equipe de professores da Escola de Contas. No centro, o conselheiro-dirigenteda instituição de ensino, Eurípedes Sales