potencialidade do nordeste para o setor de … · ramos, isadora carletti, stephanie matos, isabela...
TRANSCRIPT
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CURSO DE ESCOLOGIA, BACHARELADO
POTENCIALIDADE DO NORDESTE PARA O SETOR DE BIOCOMBUSTÍVEL:
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
Clarissy Diniz de Melo
Natal/RN
2016
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CURSO DE ECOLOGIA, BACHARELADO
POTENCIALIDADE DO NORDESTE PARA O SETOR DE BIOCOMBUSTÍVEL:
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
CLARISSY DINIZ DE MELO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como requisito parcial para
sua conclusão.
Orientadora: Profª. Dra. Juliana Espada Lichston
Natal/RN
2016
3
CLARISSY DINIZ DE MELO
Potencialidade do Nordeste para o setor de biocombustível: Revisão
Bibliográfica.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como requisito parcial para
sua conclusão.
Natal, 24 de maio de 2016
BANCA EXAMINADORA
__________________________
Orientadora: Profª. Dra. Juliana Espada Lichston
__________________________
Profª. Dra.: Cristiane Macêdo
__________________________
Mª.: Émile Rocha
4
Agradecimentos
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, seu corpo docente, pelos
ensinamentos e oportunidade de poder concluir a graduação do curso de Ecologia.
A Profa. Dra. Juliana Espada Lichston, pela sua disponibilidade, orientação, pela
oportunidade de concluir essa graduação com uma excelente orientadora e pelo
apoio na elaboração deste trabalho.
Aos meus amigos, Bruna Caroline, Huanna Godeiro, Gabrielle Pereira, Micarla
Ramos, Isadora Carletti, Stephanie Matos, Isabela Guimarães, a turma da “Área
Vip”, que sempre estiveram e estão ao meu lado em todos os momentos. Obrigada
por fazerem parte da minha formação, pelas boas risadas e pelas preocupações.
Obrigada por todos ocuparem um espaço especial na minha vida.
Em especial,
Aos meus pais Ely Cristina e Eduardo, pela educação, amor, paciência, carinho,
incentivo e acima de tudo por nunca me deixarem fraquejar nas horas mais difíceis.
Aos meus irmãos Larissy e Lucas, que sempre estão ao meu lado em todos os
momentos de descontração e de dificuldades.
Ao meu noivo Cleiton Brito, por toda paciência, amor, carinho, incentivo e toda
preocupação durante esses anos de curso. Obrigada por, mesmo distante, estar ao
meu lado em todos os momentos da minha vida.
Aos meus tios (as) e primos (as) pelas palavras amigas, por todos os momentos que
nos divertimos juntos e que ajudaram direta ou indiretamente na minha formação.
A Deus, por me dar discernimento e permitir que tudo isso acontecesse, ao longo da
minha vida.
5
Resumo
Potencialidade do Nordeste para o setor de biocombustível: Revisão
bibliográfica.
Considerado como um dos grandes marcos da sociedade, o processo de geração de
energia é uma referência da história da humanidade. Os biocombustíveis são temas
que, na atualidade, geram grandes expectativas, tanto na população quanto na
comunidade científica. O Brasil é considerado e reconhecido como um país
amplamente diverso, líder com potencial de produção mundial de biocombustíveis
de origem vegetal. Com características vantajosas a seu favor, os biocombustíveis
são tidos como ecologicamente favoráveis. Como incentivo para inserir os pequenos
agricultores na cadeia produtiva do setor e para que existisse a inclusão social,
foram criados o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) e o
Selo de Combustível Social. O Nordeste brasileiro, mesmo sendo limitado em
recursos naturais para agricultura, é rico quanto a grande diversidade de solo,
vegetação e clima. Apresenta condições adequadas para o desenvolvimento de
diversas plantas oleaginosas com importância econômica, não só para a indústria
alimentícia, mas também para produção de biodiesel. Com isso, o cultivo das
matérias-primas que participam da produção industrial do biodiesel tem um elevado
potencial para geração de emprego. Sendo um dos poucos países do mundo, capaz
de abranger sua produção para vários fins, incluindo as oleaginosas, o Brasil se
encontra em segundo lugar, tanto como produtor, quanto como consumidor mundial
de biodiesel. Por mais que a região Nordeste obtenha suas limitações referentes a
solo e clima acentuadas, sua oferta e demanda referente a espécies de oleaginosas
ajuda a região para que seja possível obter potencial para entrar na cadeia produtiva
de biodiesel. Neste presente trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica,
contemplando dados a partir do ano de 2005 a 2015, com o objetivo de analisar a
potencialidade do Nordeste brasileiro para o setor de biodiesel.
Palavras-chaves: biocombustível, biodiesel, oleaginosa, Nordeste brasileiro,
potencial, Semiárido;
6
Abstract
Potentiality of the Northeast to the biofuels sector: Literature review.
Regarded as one of the greatest land marks of society, the process of power
generation is a reference in the history of mankind. Biofuels are a topic that currently
generates high expectations, both in population and in the scientific community.
Brazil is considered and recognized as a widely diverse country, being the leader in
global production potential of plant-based biofuels. With advantageous features in
their favor, biofuels are considered environmentally friendly. As an incentive to enter
smallholders in the production chain and for there to have social inclusion, it was
established the Programa Nacional de Produção e Uso do Biodisel (PNPB) [National
Program for Production and Use of Biodiesel] and the Selo de Combustível Social
[Social Fuel Label]. The Brazilian Northeast, even being limited in natural resources
for agriculture, is rich when it refers to the great diversity of soil, vegetation and clime.
It presents adequate conditions for the development of several oil plants with
economic importance, not only for the food industry but also for the production of
biodiesel. Therefore, the cultivation of raw materials that participate in the industrial
production of biodiesel has a high potential for job creation. Being one of the few
countries in the world able to cover its production for many purposes, including
oilseeds, Brazil is the second in the world, both as produce rand as consumer of
biodiesel. As much as the Northeast has its limitations regarding oil and accentuated
climate, its supply and demand related to oilseed species help the region to be able
to get potential to enter the supply chain of biodiesel. In this work, a literature review
was conducted covering data from 2005 to 2015, in order to identify the potential of
the Brazilian Northeast to the biodiesel industry.
Keywords: biofuel, biodiesel, oilseed, Brazilian Northeast, potential, Semiarid;
7
Sumário
Introdução ------------------------------------------------------------------------ 8
Objetivo Geral ------------------------------------------------------------------- 11
Metodologia ---------------------------------------------------------------------- 11
Revisão Bibliográfica --------------------------------------------------------- 12
Biocombustível e seu derivado: o biodiesel------------------ 12
Semiárido e Nordeste Brasileiro --------------------------------- 17
Oleaginosas indicadoras de potencialidade ----------------- 21
Considerações Finais --------------------------------------------------------- 34
Referências ----------------------------------------------------------------------- 35
8
Introdução
Considerado como um dos grandes marcos da sociedade, o processo de
geração de energia é uma referência na história da humanidade. O tema
biocombustível tem sido muito explorado na atualidade, gerando grandes
expectativas, tanto na população quanto na comunidade científica. Nas energias
renováveis e no uso do transporte, os biocombustíveis possuem papel especial, isso
acontece por consequência da ligação direta aos objetivos modernos do
desenvolvimento sustentável (Kohlhepp, 2010). Com características vantajosas ao
seu favor (ganhos ambientais, aspectos econômicos, fonte renovável e aspectos
sociais), os biocombustíveis são tidos como ecologicamente favorável.
Em 2004, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB),
lançou objetivos que, segundo César e Batalha (2010), têm como base o
desenvolvimento social dos pequenos agricultores familiares.
Para isso, o PNPB estabeleceu um conjunto de políticas de incentivo que
visam inserir a agricultura familiar no processo produtivo, de forma sustentável
(César e Batalha, 2011). O Programa Brasileiro Nacional de Produção e Uso de
Biodiesel (PNPB) proporcionou uma grande demanda para o biodiesel no Brasil
(César e Batalha, 2010).
Após a introdução do PNPB, foi autorizada a mistura do biodiesel ao diesel
fóssil, entrando em vigor em janeiro de 2008 a mistura obrigatória de 2% (B2) em
todo o país. Então com a melhoria do mercado brasileiro o Conselho Nacional de
Política Energética (CNPE) ampliou essa porcentagem, em janeiro de 2010, para 5%
(B5) (APROBIO, 2015).
Lima, (2005) afirma que o biodiesel é uma designação genérica para
combustíveis derivados a partir de fontes renováveis, como óleos vegetais e
gorduras animais, que podem ser utilizados em motores de ignição por compressão,
sendo conhecidos como motor diesel. Podendo ser usado também para geração de
energia, em substituição ao óleo diesel e ao óleo combustível.
O Brasil tem destaque em sua ampla diversidade e também na produtividade
de grãos, que a partir desses pode ser feita a fabricação de óleos vegetais,
apresentando uma grande abertura para uma nova alternativa de fonte energética
renovável, substituindo o diesel por biocombustíveis produzidos a partir de óleos
vegetais (Bilich e Silva, 2006).
9
Mostrando ter alto potencial mundial para a produção de espécies de plantas
oleaginosas como matéria-prima para a produção do biodiesel, o Brasil, possui o
óleo de soja como a matéria-prima mais utilizada para produção de biodiesel (75%),
seguido de sebo bovino (17%) e caroço de algodão (5%) (Prado, 2015).
Cada região do Brasil apresenta matérias-primas específicas para a produção
de biodiesel, na região Norte, as palmeiras, com destaque para o dendê. Na região
semiárida do Brasil, que abrange quase todos os estados do Nordeste, a mamona e
o algodão. Na região Centro-Oeste e Sudeste, pode-se utilizar soja, algodão e
girassol, e na região Sul o cultivo de soja, girassol e canola (Trzeciak, et al., 2008).
Até 2013 a região Centro Oeste apresentava uma capacidade nominal de
10.256,3 mil m³, com produção de 1.183,1mil m³, sendo a região que mais tinha
capacidade e mais produzia no Brasil. Seguida da região Sul, com capacidade de
7.300,3 mil m³ e produção de 1.132,4 mil m³; região Sudeste, com capacidade de
2.596,1 mil m³ e produção de 261,4 mil m³; região Nordeste, com capacidade de
1.265,1 mil m³ e produção de 278,4 mil m³; e por fim, a região Norte, com
capacidade de 540,0 mil m³ e produção de 62,2 mil m³ (Boletim Mensal dos
Combustíveis Renováveis, 2015).
Segundo Filho, et. al (2015) o Brasil vem se preocupando em investir em
pesquisas para ampliar a diversificação do óleo usado na produção de biodiesel, e
também para acrescer valor aos produtos e reduzir as diferenças econômicas,
especialmente no Nordeste do Brasil.
A região Nordeste é rica quando se remete a diversidade de plantas
oleaginosas, sendo muitas dessas espécies de grande importância para o homem,
não só para a indústria voltada para os alimentos, mas também como matéria-prima
produtora de biodiesel. Os óleos vegetais podem ser encontrados em uma
diversidade grande de sementes das plantas e em algumas polpas de frutos (Bilich e
Silva, 2006).
Segundo Vianna et al., (2010), a região Nordeste possui um grande potencial
de consumo de biodiesel. Em 2008 a região consumiu 7 milhões de m³ de diesel.
César e Batalha, (2011), dizem que entre as variadas espécies de
oleaginosas que estão disponíveis para o uso na produção de biodiesel, a mamona
(Ricinus communis) foi eleita como a principal pelo governo brasileiro, mostrando
que o baixo custo de instalação e produção dessa oleaginosa, bem como sua
relativa adaptação ao estresse hídrico, permite que a mamona cresça em condições
10
adversas de solo e clima, condições características de grande parte do Nordeste
brasileiro.
Com isso, o Brasil é um dos poucos países do mundo, capaz de abranger sua
produção para vários fins, incluindo as oleaginosas para produção de biodiesel.
Então, neste presente estudo será feito uma revisão bibliográfica, contemplando
dados a partir do ano de 2005, com o objetivo de analisar as potencialidades do
Nordeste brasileiro para o setor de biocombustível. A hipótese desse estudo
apresenta que a região Nordeste brasileira é considera promissora para a produção
no setor de biocombustível.
11
Objetivo Geral
Analisar as potencialidades do Nordeste brasileiro para o setor de
biocombustível.
Metodologia
Nessa pesquisa, a revisão bibliográfica em análise é referente à
potencialidade do Nordeste brasileiro para o setor de biocombustível. Inicialmente foi
realizado um levantamento na internet como ferramenta de busca, em quatro sites
de periódicos: Web Of Science, Science Direct, Scielo, Google Scholar. Os artigos
selecionados para uso deste estudo foram os que apresentaram as palavras-chave:
- biocombustível; biodiesel; oleaginosa; Nordeste brasileiro; potencial; e Semiárido
(havendo combinações entre as mesmas). A escolha desses periódicos deve-se ao
fato de serem considerados os mais citados para a busca referente ao estudo deste
trabalho. Os periódicos foram coletados a partir do ano de 2005. Após o
levantamento da bibliografia, o próximo estágio foi realizar uma organização em
forma de fichamento com o material coletado.
12
Revisão Bibliográfica
Biocombustível e seu derivado: o biodiesel
Grande parte da energia consumida no mundo provém a partir do petróleo,
carvão e gás natural, que são fontes de energia com previsão para o fim de suas
reservas. A procura por novas fontes de energia, renováveis e ecologicamente
corretas, é de suma importância (Trzeciak et al., 2008).
Segundo Suarez e Meneghetti (2007), o início da história do aproveitamento
de óleos e gorduras e seus derivados teve uma concretização no final do século XIX,
quando o inventor do motor a combustão interna, Rudolph Diesel, o qual leva seu
nome, utilizou em seus ensaios petróleo cru e óleo de amendoim.
O alto custo de produção de sementes desde aquela época foi uma
dificuldade para utilização do motor Diesel. A riqueza do petróleo desde o início do
século XX e o baixo custo para refino do seu óleo fez com que os óleos vegetais
fossem substituídos pelo óleo refinado de petróleo, que a partir disso foi chamado de
“óleo diesel” (Silva e Freitas, 2008). Porém, os combustíveis fósseis são grandes
poluidores do meio ambiente e também possuem consumo que excede sua
produção constantemente. Como foi nítido, começou a surgir grande dificuldade com
o uso dos combustíveis fósseis como fonte de energia, com isso esses combustíveis
enfrentam uma forte crise.
Então, os combustíveis fósseis deixaram de ter o papel que tiverem durante o
século passado, e medidas serão tomadas para buscar novas fontes de energias
limpas e renováveis, garantindo o desenvolvimento econômico e social, e também a
estabilidade entre as nações.
Entre elas encontram-se os biocombustíveis, que, podem ser líquidos,
gasosos ou sólidos, gerados a partir dos mais diversos tipos de matéria-prima, como
a cana-de-açúcar, plantas oleaginosas, biomassa de florestas, e outras fontes de
matéria orgânica (Nass et al., 2007), incluindo extração de óleos de microalgas. Eles
podem ser utilizados tanto isolados quanto somados a combustíveis convencionais.
Como exemplos de derivados dos biocombustíveis têm-se o bioetanol, biodiesel,
biometanol, biogás e bio-hidrogênio (Pompelli et. al., 2011). Os biocombustíveis são
ecologicamente favoráveis, além de biodegradáveis e não tóxicos.
De acordo com Leite e Leal, (2007):
13
“as razões para o interesse pelos biocombustíveis são muitas e variam de um país para outro e também ao longo do tempo, sendo as principais as seguintes: - Diminuir a dependência externa de petróleo, por razões de segurança de suprimento ou impacto na balança de pagamentos; - Minimizar os efeitos das emissões veiculares na poluição local, principalmente nas grandes cidades; - Controlar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera”.
Pompelli e colaboradores (2011), dizem que outros indicadores, como
exemplo, o potencial de substituição dos combustíveis fósseis e a relação “energia
fóssil/renovável” para matérias-primas divergentes, também podem ser utilizados
para caracterizar as vantagens dos biocombustíveis.
No geral, a produção mundial de biocombustíveis tem como base atualmente,
as chamadas tecnologias de primeira geração, o que significa que a produção de
etanol é realizada a partir de açúcares ou amidos (cana, beterraba, milho, trigo,
mandioca) e o biodiesel a partir de óleos vegetais ou gordura animal (soja, mamona,
dendê, sebo, óleo de fritura). Estão em desenvolvimento várias tecnologias que
utilizam os materiais lignocelulósicos (processo químico que quebra a celulose que
constituem a estrutura fibrosa dos vegetais) como matérias-primas (resíduos
agroflorestais, madeira de florestas plantadas, culturas energéticas de curto ciclo,
lixo urbano), que são mais baratos, mais abundantes e podem ser produzidos nas
mais diversas condições de solo e clima (Leite e Leal, 2007).
Sendo uma fonte de energia renovável, o biodiesel é um combustível
biodegradável, produzido a partir de óleos vegetais e gorduras animais, que incitado
por um catalisador reage com o álcool ou com o metanol.
A produção do biodiesel a nível mundial, em 2006, foi de 4,1 milhões de
toneladas (Pompelli et al., 2011). Já em 2014, a produção mundial de
biocombustíveis foi de 123,7 milhões de m³, com o biodiesel produzindo 29,7
milhões de m³ (Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis, 2015).
Em nível nacional, até o ano de 2013, o Brasil teve como capacidade nominal
e como produção em cada região do país o seguintes números (figura 1):
14
Figura 1. Capacidade Nominal e Produção a nível nacional (2013). Fonte:
Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis, 2015
Sendo a região Centro-Oeste com maior capacidade nominal e como maior
produtora e a região Norte com menor capacidade nominal e com menor
produtividade.
No ano de 2014, o Brasil foi considerado o segundo maior consumidor de
biodiesel, com 3,4 milhões de m³, ficando atrás dos Estados Unidos, com 5,3
milhões de m³. No gráfico 1, a seguir é possível observar a colocação do Brasil em
termos de consumo, o comparando com os Estados Unidos, Alemanha e Argentina
(Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis, 2015).
15
Gráfico 1. Consumo de Biodiesel. Fonte: MME, 2015.
Segundo o Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis (2015), em 2014, o
maior produtor de biodiesel mundial (gráfico 2), tendo em número 4,7 milhões de m³,
foi os Estados Unidos, vindo em segundo lugar o Brasil e a Alemanha com números
de produção iguais (3,4 milhões de m³).
Gráfico 2.Produção de Biodiesel Mundial. Fonte: MME, 2015.
A Emerging Markets Online (2008) mostra que é possível que o biodiesel
possa representar até 20% do diesel utilizado em estradas no Brasil, Europa, China
e Índia, até o ano de 2020.
Em 2014 entrou em vigor a última autorização de mistura do biodiesel ao
diesel fóssil, ampliando a porcentagem para 7% (B7). Porém, dia 02 de março de
2016 foi aprovado pelo Plenário da Câmara dos Deputados o aumento progressivo
do percentual do biodiesel adicionado ao diesel (Ubrabio, 2016).
Essa mistura obrigatória é uma discussão positiva para o Brasil, sendo
refletida na economia, na sociedade e no meio ambiente. A Lei estabelece que a
16
mistura obrigatória passe de 7%, para 8%, com previsão para implantação dos 10%
(B10) até o ano de 2020 (Ubrario, 2016).
A introdução do biodiesel no mercado brasileiro tem gerado uma expressiva
economia para o país, pois reduz as importações do diesel e do petróleo, e também
contribui para a preservação e promoção da inclusão social de vários brasileiros.
Com isso, atualmente, esse tipo de energia renovável tem obtido grande
destaque na imprensa internacional, admitindo suas vantagens, segurança
energética, redução com as perturbações ambientais e vantagens socioeconômicas
e ambientais são inúmeras (Pompelli et al., 2011).
Porém, mesmo sendo provado as suas vantagens, esse assunto também trás
suas desvantagens para serem debatidas. Como frisam Masiero e Lopes (2008),
umas dos principais pontos negativos do assunto é o aumento dos preços dos
produtos agrícolas e o impacto na alimentação da parte mais pobre da população.
Outro ponto que foi destacado no estudo de Masiero e Lopes (2008) é que a
limitada poupança de energia e ganhos ambientais com a expansão da produção
dos biocombustíveis chama atenção, pois se o manejo não for adequado para o
plantio isso acarretará na degradação do solo e na destruição de ecossistemas.
E por fim, outra desvantagem é que existe uma baixa taxa de retorno
energético de algumas plantas que são utilizadas no processo de produção de
biodiesel (Masiero e Lopes, 2008).
O gráfico 3, abaixo, mostra que existiu no Brasil um progresso anual quanto a
produção, demanda e capacidade do produto, autorizada pela ANP (Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), observando que a produção
anual em 2006 era de 0 mil m³ e em 2015 passou a ser 4.000 mil m³; a demanda
compulsória em 2008 era um pouco mais de 1.000 mil m³ e em 2015 passou a ser
de 4.000 mil m³; e a capacidade nominal acumulada era em 2006 de
aproximadamente 500 mil m³ e em 2015 passou a ser um pouco mais de 7.000 mil
m³ (Pinto, 2016).
17
Gráfico 3. Evolução anual da produção, da demanda compulsória e da capacidade
nominal autorizada pela ANP no país. Fonte: Pinto, 2016, Boletins ANP.
Semiárido e Nordeste Brasileiro
No Brasil, o Nordeste, particularmente o Semiárido Nordestino, é uma das
regiões que apresentam condições de seca que restringe a agricultura. A região
Nordeste representa 18% do território nacional (cerca de 1,5 milhões de km2), sendo
60% dessa área localizada no Semiárido (Monteiro, 2007). A região é composta por
nove Estados e quatro sub-regiões (Figura 2).
18
Figura 2. Região Nordeste do Brasil (Estados e Sub-regiões) Fonte: Monteiro, 2007.
Monteiro (2007) observa que em 2000 o IBGE apontava que a região
Nordeste abrigava 48 milhões de habitantes, cerca de um terço da população
brasileira, sendo uma parte considerável desses habitantes residindo no semiárido,
com isso registrando os maiores índice de pobreza.
Então, diante da vulnerabilidade da região, programas de incentivos e ações
do Governo foram executados com o objetivo de combater a pobreza da região,
visando seu desenvolvimento.
Com isso, Suarez e Meneghetti (2007), destaca que em 4 de dezembro de
2004 foi lançado o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB),
tendo como objetivo obter uma produção econômica viável do setor de
biocombustível, possibilitando a inclusão social e o desenvolvimento da região.
Sendo das inúmeras vantagens a inserção do pequeno agricultor do semiárido na
cadeia de produção do biodiesel.
De acordo com Monteiro (2007), as principais diretrizes do programa são:
- Introdução do biodiesel na matriz energética brasileira de forma sustentável; - Geração de emprego e renda, especialmente no campo, com a produção de matérias-primas oleaginosas (inclusão social); - Atenuar disparidades regionais; - Reduzir as emissões de poluentes; - Reduzir a importação de diesel de petróleo; - Não privilegiar rotas tecnológicas; -Conceder incentivos fiscais e implementar políticas públicas (financiamento,assistência técnica) para conferir sustentabilidade econômica, social e ambiental do biodiesel.
A tabela 1 a seguir mostra a evolução entre os anos de 2008 a 2011 na
participação de estabelecimentos de agricultores familiares por região, que fizeram
parte do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), tendo
destaque o número de estabelecimentos participantes na região Nordeste (35,7%) e
Sul (58,5%) que contribuíram para o ano de 2011 (Pedroti, 2013).
19
Tabela 1. Participação de estabelecimentos de agricultores familiares envolvidos no
PNPB (2008-2010). Fonte: MDA, 2012 a.
Após a introdução do programa, alguns indicadores notaram o sucesso do
PNPB, tendo um salto na produção de 69 milhões de litros, em 2006, para 2,7
bilhões de litros em 2012 (APROBIO, 2015).
Então, de um modo geral na produção do biodiesel, desde o lançamento do
programa até o final do ano de 2014, o Brasil teve uma produção de 17,4 bilhões de
litros. E em 2014, 3,42 bilhões de litros produzidos evitaram 2,6 bilhões de dólares
em importação, reduzindo a importação do diesel e contribuindo para a Balança
Comercial Brasileira (APROBIO, 2015).
Pompelli e colaboradores (2011) afirmam que a inclusão social continua
sendo uma situação mais urgente, nas regiões áridas e semiáridas do mundo, e
especialmente em solos brasileiros. O uso do biocombustível serviu através do
cultivo de espécies vegetais, para auxiliar a promover a inclusão social nessas
regiões.
Com isso, Silva (2013), afirma que o MDA ficou sendo responsável por
operacionalizar a estratégia social inserindo a agricultores familiares na cadeia
produtiva do biodiesel. Então, foi criada a ideia do “Selo de Combustível Social”, que
segue os seguintes critérios propostos pelo PNPB:
1. Estabelecer contratos com os agricultores familiares e/ou com entidade
representativa destes, como sindicatos e federações.
2. Providenciar assistência técnica aos agricultores contratados sem custo para
estes.
3. Estimular o plantio de oleaginosas em áreas com zoneamento agrícola para a
oleaginosa em questão.
20
4. Adquirir da agricultura familiar percentual mínimo de matéria-prima. Esse
percentual mínimo varia conforme a região: Nordeste e Semiárido (50%), Sul e
Sudeste (30%) e Norte e Centro-Oeste (10%).
Por fim, com a proposta do Selo Combustível Social os produtores de
biodiesel terão acesso à participação na negociação dos leilões públicos de
biodiesel da ANP; terão melhorias com financiamento pelos bancos que operam o
PNPB; uso do Selo Combustível para se promover no mercado e diferenciação ou
isenção nos tributos do PIS/PASEP e Confins (Silva, 2013).
A ANP (2015) constatou em seu anuário estatístico que no ano de 2013 a
região Nordeste do Brasil sofreu uma queda, porém sendo compensada pelas altas
registradas nas regiões Norte (35,9%), Centro-Oeste (24,4%), Sul (20%) e Sudeste
(3,6%).
Na região Nordeste do Brasil, a produção de biodiesel a partir da mamona,
surgiu há pouco tempo, sendo considerada como uma promissora alternativa para
os produtores de pequeno porte da região (Amorim, 2005).
Amorim, (2005) mostra que na safra 2004/2005 o Nordeste chegou a uma
produção de 143,3 mil toneladas, e que o Brasil produziu 147,9 mil toneladas,
observando que o nordeste produziu aproximadamente 97% da safra nacional.
Sendo a produção baiana neste período de 129 mil toneladas, o que significa 87%
da produção nacional.
Já Castro (2011), observa que dentro do país a região Nordeste possui o
maior destaque, pois produziu 83,8 mil toneladas de sementes de mamona em
2007, o que significa 85,4% da produção brasileira, sendo o protagonista dessa
alavancada o Estado da Bahia (75,7 mil toneladas), que sozinho produziu 90% do
total da região e 77% do volume nacional na safra de 2007. As demais regiões,
historicamente, apresentam baixas demandas se comparadas à região nordestina.
Em setembro de 2003 a Embrapa observou que 448 municípios são aptos
para o cultivo da mamona na região Nordeste do Brasil. E foram identificados nove
municípios no Estado de Alagoas, 189 na Bahia, 74 no Ceará, 12 no Maranhão, 48
na Paraíba, 45 em Pernambuco, 42 no Piauí, 26 no Rio Grande do Norte e 3 em
Sergipe (Amorim, 2005).
O Nordeste brasileiro possui uma imensa diversidade de plantas oleaginosas
que em sua maior parte ainda precisam ser estudadas com mais ênfase,
conservadas e, em alguns casos, preservadas (Beltrão e Oliveira, 2007).
21
As condições de clima e solo que o Nordeste possui determinam associações
florísticas ou vegetações típicas, sobressaindo-se várias espécies e plantas de
grande valor econômico (Beltrão e Oliveira, 2007).
Hoje em dia, o semiárido brasileiro possui poucas opções de variedades no
cultivo de espécies oleaginosas compatíveis com as limitações do solo e clima. A
demanda de matéria-prima para que o biodiesel seja produzido, pode aumentar as
oportunidades de seleção e melhoramento de oleaginosas adaptadas às condições
restritas do semiárido. Além disso, a própria cadeia produtiva do biodiesel pode se
tornar um vetor para o desenvolvimento da região, gerando mais empregos e
dinamizando a economia local (Monteiro, 2007).
Sendo assim, a região Nordeste do Brasil, mesmo sendo uma região um
pouco mais limitada, se tratando de disponibilidade de seus recursos, é considerada
uma região com grande diversidade de solo, vegetação e clima e também é onde se
encontram condições adequadas para o desenvolvimento de diversas oleaginosas.
Oleaginosas indicadoras de potencialidade
O Semiárido brasileiro, que abrange grande parte da região Nordeste, possui
uma ampla diversidade de espécies de plantas oleaginosas, sendo boa parte do seu
cultivo utilizado para fins alimentícios.
O plantio de oleaginosas, feito pelos pequenos agricultores do semiárido, para
a produção de biodiesel abre um horizonte para uma cadeia de produção agrícola da
região.
Existem diversas espécies de plantas oleaginosas disponíveis para o uso no
programa nacional do biodiesel e várias outras estão sendo estudadas como fontes
de potenciais desse biocombustível no Brasil.
Dentre as culturas potenciais destacam-se: dendezeiro (Elaeis guineensis
Jacq.), babaçu (Attalea speciosa), pinhão manso (Jatropha curcas L.), amendoim
(Arachis hypogaea), coco (Cocos nucifera), mamona (Ricinus communisL.),
algodoeiro (Gossypium hirsutum latifolium Hutch LR), canola (Brassica napus L),
girassol (Helianthus annuus), soja (Glycine Max (L) Merrill), milho (Zea mays) (
(tabela 2).
22
Tabela 2. Rendimento de óleo anual 2010. Fonte: Luz, et al. 2015.
A seguir serão apresentadas algumas espécies de oleaginosas e suas
principais características das utilizáveis na produção dos biocombustíveis no
Nordeste brasileiro.
Mamona (Ricinus communis L.)
A principal cultura utilizada na região citada em algumas literaturas é a da
mamona (Ricinus communis L.) (Figura 3). Oleaginosa que pertence à família
Euphorbiaceae se fixou no Brasil devido ao clima favorável, podendo ser encontrada
em boa parte do território brasileiro (Mascareno, 2007). É uma espécie resistente à
seca, tendo cultura de sequeiro e com altura que pode variar até 3 m e raízes que
podem atingir até 3 metros de profundidade. É uma espécie arbustiva, com
variações de cores no caule, folhas e racemos, possui frutos e geralmente apresenta
espinhos (Monteiro, 2007).
23
Figura 3. Plantação de Mamona. Fonte: EMBRAPA, 2015.
Seu rendimento de óleo cultivado por hectare possui os valores variados,
sendo entre 460 a 2000 kg de óleo/ha¹, de acordo com as práticas de cultivos e
extração, o que faz com que seja a oleaginosa mais produtiva (Araújo, 2010/2011).
Lima e colaboradores (2007) afirmam que entre os anos 2000 a 2004, a
produção da mamona chegou a um milhão de toneladas e cerca de 400 mil
toneladas de óleo, mundialmente. Essa espécie tem seu cultivo em expansão no
Brasil e boa parte sua produção é industrializada.
Já o Ministério da Agricultura (2012), observa que durante o ano de 2004 a
mamona tinha produção de 210 mil toneladas e que durante o período até o ano de
2012 a produção sofreu uma oscilação, por fim tendo uma queda, chegando a 73 mil
toneladas produzidas.
Dentre as diversas espécies disponíveis para a produtividade do biodiesel, a
mamona foi escolhida pelo governo brasileiro como a principal cultura para essa
produção no Nordeste, possuindo baixo custo de introdução e produção da espécie,
tem como característica sua resistência ao estresse hídrico, permitindo que seu
desenvolvimento em solos e clima com limitações característicos da região (César e
Batalha, 2011).
Pinhão Manso (Jatropha curcas L.)
O pinhão manso (Jatropha curcas L.) (figura 4) pertence à família
Euphorbiaceae possui distribuição nas áreas tropicais e subtropicais (Oliveira et al.,
24
2010). Segundo Monteiro (2007), possui aparência arbustiva, com ramificação
partindo de sua base, tem crescimento rápido atingindo de 3 a 5 m de altura.
A espécie do pinhão manso, assim como a mamona, é considerada uma
opção agrícola para o Nordeste, pois é também resistente a seca e embora for
exigente em insolação (Oliveira et al., 2010). Seu óleo pode ser usado como
lubrificante e também na fabricação de tinta e sabão (Sluszz e Machado, 2006).
Figura 4. Sementes e plantação do Pinhão Manso (Jatropha curcas L.). Fonte: EMBRAPA –
Laviola, 2011.
Pode ser considerada uma espécie oleaginosa para agricultura do semiárido
do Nordeste, por causa de suas características como a resistência a seca e
possibilidade de uso das suas sementes na produção do biodiesel, além disso,
produz 4mil kg/ha com rendimento médio de 1,3 t de óleo/ha (Monteiro, 2007; Sluszz
e Machado, 2006).
O rendimento do pinhão-manso para a produção de biodiesel possui ampla
variação biológica para produção de grãos e óleo, e que em avaliação de campos
foram encontrados genótipos com rendimentos superiores a 1.500 kg/ha de óleo
(Laviola et al., 2015)
Porém, Monteiro (2007), observa que ainda faltam estudos e informações
tecnológicas para confirmar que essa cultura serve definitivamente como uma
oleaginosa promissora para a produção de óleo no semiárido.
Algodão (Gossypium hirsutum L.)
25
Não é de hoje que o algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) (figura 5) possui
reconhecimento no Brasil, principalmente na região Nordeste do país, pois essa
espécie é fonte de geração de emprego e renda para região (Pompelli et al., 2011).
Figura 5. Algodão (Gossypium hirsutum L.) Fonte: EMBRAPA- Corrêa e Aguiar, 2003.
Glovatski e Raiher, (2013) afirmam que, em números, a quantidade de
produção dessa espécie no Brasil cresceu uma taxa anual de 6,44%, entre os anos
de 1991 e 2010. E considerando esse intervalo de tempo (1991 para 2010), a taxa
de crescimento na produção foi de 44,52%, indicando crescimento na oferta do
produto.
A produção do algodão tem por objetivo principal a obtenção de fibra através
do seu plantio, porém seu caroço é usado para produção de óleo, sendo retirado a
partir do seu esmagamento e, como consequência dessa extração, é considerada
uma alternativa para a produção de biodiesel (Sluszz e Machado, 2006).
Em números o caroço do algodão teve um crescimento na sua produção
durante os anos de 2004 e 2012, sendo em 2004 uma produção de 2.019 mil
toneladas e em 2012 passando para 3.222 mil toneladas (Ministério da Agricultura,
2012).
De acordo com Pompelli e colaboradores (2011), resultados prévios de uma
pesquisa, levou em consideração os custos da produção e manutenção do meio
ambiente, mostram que o cultivo da espécie sendo utilizado na produção de
biodiesel se torna uma opção para os agricultores e produtores das regiões áridas e
semiáridas do Brasil.
Sluszz e Machado (2006) mostram que a produção do algodão , realizada
pela agricultura familiar em regiões que já se produz a fibra, é considerada com uma
26
agricultura alternativa, podendo gerar uma renda extra para aqueles que
comercializam e trabalham com o esmagamento do caroço para extração do óleo e
produção do biodiesel, permitindo que existam duas cadeias produtivas diferentes,
mas que são complementares.
De acordo com Monteiro (2007) diversas espécies de oleaginosas que são
adaptadas a climas e solos brasileiros têm sido estudadas e citadas como espécies
promissoras para produção do biodiesel, dentre essas a oiticica, a macaúba, o
pequi, o buriti, o licuri, o babaçu e a moringa possuem destaque e serão detalhadas
mais abaixo.
Oiticica (Licania rígida Benth)
Pertencente à família Crysobalanaceae, a oiticica (Licania rígida Benth)
(figura 6) é uma espécie típica da caatinga do sertão, das matas ciliares da caatinga,
do Seridó, do agreste piauiense e dos litorais cearenses e norte rio-grandense
(Beltrão e Oliveira, 2007). É uma espécie arbórea, encontrada nas margens de rios e
riachos na caatinga, ocorrendo nas bacias hidrográficas no Ceará, Piauí, Paraíba e
Rio Grande do Norte (Monteiro, 2007).
Figura 6. Oiticica (Licania rígida Benth) com frutos. Fonte: Embrapa Algodão - Beltrão e
Oliveira, 2007.
O IBGE (2013), afirma que em 2012 a oiticica produziu 401 toneladas e em
2013 produziu 15 toneladas, sofrendo uma queda brusca na sua produção. Sendo
15 toneladas produzidas na região Nordeste.
27
Sua semente contém amêndoa rica em óleo, com aproximadamente 54% de
óleo na amêndoa (Vieira et al., 2010). O óleo da espécie é utilizado na fabricação de
tintas para automóveis, vernizes e tintas para impressoras (Beltrão e Oliveira, 2006).
Além de ser importante para produção do biodiesel, é também importante para
sustentabilidade da produção do biodiesel na região, ajudando na agricultura
familiar.
Macaúba (Acrocomia aculeata)
A espécie da macaúba (Acrocomia aculeata) (figura 7)é uma palmeira que
pertence à família Arecaceae (Palmae), ocorrendo aqui no Brasil em vários estados,
mas no Nordeste ocorre só nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará (Beltrão e
Oliveira, 2007).
Figura 7. Macaúba (Acrocomia aculeata) com frutos. Fonte: Embrapa Algodão - Beltrão e
Oliveira, 2007.
Os frutos da macaúba são oleaginosos e possuem um teor de óleo na base
seca com faixa de 50-60%, e em base úmida com faixa de 20-25%, tendo um
potencial na produtividade do seu óleo de até 6000 kg/ha (Pereira et al., 2014).
De acordo com Beltrão e Oliveira (2007) seu óleo pode ser retirado da polpa
quando o fruto já está velho, sendo usado em diversas aplicações. E o mesmo,
ainda afirma que os resultados os biodieseis etílicos são mais satisfatórios que os
biodieseis metílicos, comprovando que o uso do biodiesel por via etílica é um meio
promissor.
28
Pequi (Caryocar brasiliense Camb.)
O pequi (Caryocar brasiliense Camb.) (figura 8) é uma espécie originária do
território brasileiro, possui porte arbóreo, ramos grossos, casca cinzenta com
fissuras longitudinais e cristas descontínuas e faz parte da família Caryocaraceae
(Camargo et al., 2014; Beltrão e Oliveira 2007).São encontradas em áreas de
Cerrado e no Nordeste é uma espécie vista nos estados Piauí e Maranhão
(Camargo et al., 2014).
Figura 8. Pequi (Caryocar brasiliense Camb.) com frutos. Fonte: Embrapa Algodão – Beltrão
e Oliveira, 2007.
Segundo Vieira et al. (2014), é uma espécie com condições adaptadas para
solos pobres, arenosos e resistentes a baixa disponibilidade de água, e além disso,
também produz óleo.Produzindo em média cerca de 45% de óleo em seus frutos.
Em 2012 foram produzidas 939 toneladas de amêndoas, já em 2013 essa
produção obteve um crescimento e passou a produzir 1.544 toneladas de
amêndoas. E desse valor, 739 toneladas foram produzidas na região Nordeste
(IBGE, 2013).
O óleo é fornecido pelas amêndoas que ficam concentradas nas sementes e
pode ser utilizado para diversos fins, como por exemplo, cosméticos, indústrias
farmacêuticas e produtos alimentícios (Beltrão e Oliveira, 2007).
Buriti (Mauritia flexuosa L.)
29
O buriti (Mauritia flexuosa L.) (figura 9) possui de 20 a 25 m de altura e tem de
30 a 50 cm de diâmetro, possui frutos com coloração castanho-avermelhado e
pertence a família Arecaceae, sendo de origem Amazônia, mas encontrada também
no Nordeste em boa parte da Bahia, no Piauí e no Maranhão (Beltrão e Oliveira,
2006). Suas folhas são utilizadas para fazer cobertura de casas e suas fibras
utilizadas na fabricação de produtos artesanais (Passos e Mendonça, 2006).
Figura 9. Buriti (Mauritia flexuosa L.) com frutos. Fonte: Embrapa Algodão – Beltrão e
Oliveira, 2007.
Em 2012 foram produzidas 469 toneladas de buriti, já em 2013 foram
produzidas 466 toneladas da espécie, sendo produzidas no Nordeste 207 toneladas
(IBGE, 2013).
Por causa de suas propriedades e de suas características físico-químicas, o
seu óleo se torna rico e de grande interesse. Com isso, estudos apontaram que o
óleo é rico em ácidos graxos monoinsaturados (oléico) servindo para o consumo
alimentício e é apresentado como um grande fornecedor de matéria-prima para a
produção do biodiesel (Beltrão e Oliveira, 2006).
Licuri (Syagrus coronata)
O licuri (Syagrus coronata) (figura 10) é uma palmeira típica da região
semiárida do Nordeste, pertencente à família Arecaceae, é uma espécie que se
adapta fácil as regiões secas e áridas da caatinga, mede de 8 a 11 cm e pode ser
usada na industria alimentícia, ornamental e forrageiro, possui solos com boa
fertilidade e no Nordeste ocorre em boa parte da Bahia, Pernambuco, Sergipe e
Alagoas (Monteiro, 2007; Beltrão e Oliveira, 2006).
30
Figura 10. Licuri(Syagrus coronata). Fonte: Embrapa Algodão – Beltrão e Oliveira, 2007.
O licuri no ano de 2013 produziu 3.760 toneladas, movimentando a economia
num total de 4.75 milhões de reais, tendo concentração da produção no Nordeste
(IBGE, 2013).
O óleo possui sabor e aromas agradáveis, é comestível, utilizados na
indústria alimentícia e também na fabricação de sabão (em pó, em barra),
detergentes e sabonetes finos. E apresenta vantagem de ter frutificação num longo
período do ano (Beltrão e Oliveira, 2007).
Babaçu (Orbignya phalerata)
A espécie do babaçu (Orbignya phalerata) (figura 11) é uma palmeira que
possui tronco simples, robusto, com até 20 m de altura e possui frutos. Pertence à
família Arecaceae (Palmae) e no Nordeste ocorre na maior do estado do Maranhão
e também no estado do Piauí (Beltrão e Oliveira, 2007).
31
Figura 11. Babaçu (Orbignya phalerata) com frutos. Fonte: Embrapa Algodão – Beltrão e
Oliveira, 2007.
O IBGE (2013) afirma que a produção total de amêndoas da espécie apontou
uma queda, quando comparado o ano de 2012 com o ano de 2013, constatando que
a produção em 2013 foi calculada em de 89 739 toneladas.
Devido as suas características, o óleo do babaçu é excelente para a produção
do biodiesel. São extraídos amêndoas do babaçu, por mês, cerca de 140 mil
toneladas, sendo utilizado na produção de óleo combustível, carvão, gás,
lubrificante, e óleo comestível (Lima et al., 2007).
Moringa (Moringa oleifera)
A moringa (Moringa oleifera) (figura 12) foi introduzida no Brasil como planta
ornamental, é uma espécie de arbusto perene, crescimento rápido e chega até 12
metros de altura (Pompelli et al., 2011; Monteiro, 2007).
Figura 12. Planta de Moringa (Moringa oleifera). Fonte: Mathur, 2005, www.treesforlife.org
É encontrada em toda a região Nordeste e concentrada no estado do Ceará,
vivendo em condições de plantio de sequeiro e também em condições de plantio
irrigado (Monteiro, 2007).
Pompellie colaboradores (2011) afirmam que estudos que foram realizados
com a espécie, mostraram que a moringa produz 3t de sementes por hectare,
rendendo 39% de óleo rico em ácido oléico (78%), contendo um grande potencial
para utilização na produção do biodiesel na região.
32
O teor de óleo médio calculado para as sementes de moringa foi de 40%,
excedendo sensivelmente o teor encontrado na literatura para outras oleaginosas
como soja e algodão (Oliveira et al., 2012).
E por fim, além das espécies citadas acima, temos mais duas espécies
oleaginosas promissoras para a produção do biodiesel, que são o cártamo
(Carthamus tinctorius L.) e a faveleira (Cnidosculus quercifolius).
Cártamo(Carthamus tinctoriusL.)
A espécie do cártamo (Carthamust inctorius L.) (figura 13) faz parte da família
Asteraceae, com 150 cm de altura, contém raízes profundas (ajuda na absorção de
água), sendo originária da Ásia (Pereira, 2013; Carneiro et al., 2012). Esse vegetal
tem resistência a estresse hídrico, a altas temperaturas, ao frio e a baixa umidade
relativa do ar e também tolerante a solos salinos (Pereira, 2013).
Figura 13. Cártamo (Carthamus tinctoriusL.) Fonte: Gárcia, 2010.
http://www.oleaginosas.org/art_351.shtml
É uma espécie promissora para a região semiárida do Nordeste, com
potencial para a produção de biodiesel na região (Pereira, 2013). Carneiro e
colaboradores (2012) observam também que suas sementes possuem cerca de 30%
de óleo. É uma cultura utilizada para fins medicinais, cosméticos e alimentícios.
33
Faveleira (Cnidosculus quercifolius)
A favaleira (Cnidosculus quercifolius) (figura 14) é uma árvore da caatinga
que pertence à família Euphorbiaceae, possui de 3 a 5 metros de altura, vegeta na
caatinga e no sertão. Vegetal resistente à seca possui rápido crescimento e pode ser
utilizada na recuperação de áreas degradadas (Beltrão e Oliveira, 2007). É típica do
sertão e da caatinga e é encontrada no Nordeste nos estados do Ceará, Rio Grande
do Norte, Piauí, Paraíba, Alagoas, Bahia e Sergipe.
Figura 14. Faveleira (Cnidosculus quercifolius) com flores. Fonte: Embrapa Algodão –
Beltrão e Oliveira, 2007.
O biodiesel produzido a partir do óleo da “faveleira” apresenta bons resultados
para o uso de combustível, contribuindo os agricultores na geração de renda e
também na economia da região Nordeste (Bezerra, 2011).
São utilizadas como planta medicinal, suas folhas são forrageiras para
bovinos, caprinos, ovinos e suínos (Beltrão e Oliveira, 2007). A semente desta
espécie contém teores de óleos significativos, tonando-a como uma alternativa para
a produção do biodiesel sustentável, contribuindo para a melhoria socioeconômica
dos agricultores familiares.
34
Considerações Finais
O Brasil apresenta condições reais para se tornar um dos maiores produtores
de biodiesel do mundo; principalmente por dispor de solo e clima adequados ao
cultivo de diversas oleaginosas.
Com o passar dos tempos, nosso país vem se adequando cada vez mais na
cadeia produtiva do biodiesel, chegando a ser o segundo lugar, em comparação a
países selecionados, referente a maior produção e maior consumo mundial.
A produção de biodiesel tem ajudado a socioeconomia do país, porém
existem desvantagens principalmente no uso inadequado do manejo.
Notou-se que o PNPB está melhorando e ajudando na renda de agricultores
familiar, por mais que seja algo incerto. E que o Selo de Combustível Social foi uma
boa estratégia para poder incluir os agricultores familiares na cadeia produtiva do
biodiesel.
Existem diversas espécies de oleaginosas disponíveis para o uso na
produção do biocombustível no programa nacional do biodiesel no Brasil e também
na região Nordeste. Com esse trabalho pôde-se visualizar que a oferta e demanda
das matérias-primas na utilização para extração do óleo vegetal na região é muito
grande.
Porém, existe certa dificuldade na inserção da oferta e demanda na cadeia
produtiva do biodiesel na região, por isso, o Nordeste possui todos os requisitos para
tornar-se um grande potencial no setor do biocombustível, mas por causa da
dificuldade existente essa potencialidade acaba se tornando uma ideia incerta.
É de suma importância que mais pesquisas possam ser realizadas referentes
ao assunto, pois o material disponível para estudo, principalmente os que são
direcionados a região Nordeste, ainda é muito escasso. O aprimoramento da ciência
dos biocombustíveis no Nordeste poderá alavancar a produção e consumo nacional
de biodiesel, sendo que esta região apresenta ampla diversidade biológica e grande
potencial para o cultivo de oleaginosas.
35
Referências
AMORIM, P.Q.R., 2005. Perspectiva histórica da cadeia da mamona e a
introdução da produção de biodiesel no semi-árido brasileiro sob o enfoque da
teoria dos custos de transação. Tese - Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” - Universidade de São Paulo.
ANP, 2015. Anuário estatístico brasileiro do petróleo, gás natural e
biocombustíveis: 2015. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (Brasil). Rio de Janeiro.
APROBIO, 2015. Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel – PNPB.
Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil. http://aprobio.com.br/legislacao-
mercado/programa-nacional-de-producao-e-uso-do-biodiesel-pnpb/
ARAÚJO, J.J.M., 2010/2011. Produção de Biodiesel a partir de sementes de
oleaginosas de mamona. Dissertação – Universidade do Porto. FEUP
(FACULDADE DE ENGENHARIA).
BELTRÃO, N.E.M., OLIVEIRA, M.I.P., 2007. Oleaginosas potenciais do Nordeste
para a produção de biodiesel. EMBRAPA, 1ª edição. 53p. (Embrapa Algodão.
Documentos, 177).
BEZERRA, P. D. F., 2011. Viabilidade da cultura Cnidoscolus quercifolius PHOL
para produção do biodiesel no semiárido Nordestino. Dissertação de Mestrado –
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
BILICH, F., SILVA, R., 2006. Análise multicritério da produção de biodiesel. XIII
SIMPEP - Bauru, SP, Brasil.
Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis. Boletim DCR Edição nº 94.
Novembro/2015.
CAMARGO, et al., 2014. A cultura do pequi (caryocar brasiliense Camb.) na
recuperação de áreas degradadas e como alternativa para a produção de
biodiesel no Brasil. Journal of Agronomic Sciences, Umuarama, v.3, n. especial,
p.180-192.
36
CARNEIRO, et al., 2012. Ocorrência de Colletotrichum gloeosporioides (Penz.)
Sacc. Em Carthamus tinctorius L. no estado do Paraná. Summa Phytopathol,
Botucatu, v. 38, n. 2, p. 163-165.
CASTRO, C.N., 2011. O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel
(PNPB) e a produção de matéria-prima de óleo vegetal do Norte e Nordeste.
IPEA, ISSN 1415-4765. p 8 -
CÉSAR, A.S., BATALHA, M.O., 2010. Biodiesel production from castor oil in
Brazil: A difficult reality. Energy Policy 38, 4031–4039.
CÉSAR, A.S., BATALHA, M.O., 2011. Análise dos direcionadores de
competitividade sobre a cadeia produtiva de biodiesel: o caso da mamona.
Produção, v. 21, n. 3, p. 484-497.
CORRÊA, J. C., AGUIAR, J. L. P., 2003. Alternativas para o cultivo do algodoeiro
herbáceo em plantio direto no cerrado. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento,
105. EMBRAPA, ISSN 1676-918X.
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2634449/parceria-entre-brasil-e-
israel-comeca-a-viabilizar-mamona-no-cerrado. 2015
EMERGING MARKETS ONLINE, 2008. Biodiesel 2020: Global Market Survey,
Feedstock Trends and Forecasts. Multi-Client Study, 2nd Edition.
FILHO, J.C.G., PEITER, A.S., PIMENTEL, W.R.O., SOLETTI, J.I., CARVALHO,
S.H.V., MEILI, L., 2015. Biodiesel production from Sterculia striata oil by ethyl
transesterification method. Industrial Crops and Products 74, 767–772.
GÁRCIA, A. B., 2010. Identifican variedades de cártamo altamente tolerantes a
la falsa cenicilla y con alto rendimiento
Alberto Borbón Gracia. INIFAP.
Dec 31, 2010, 12:00. http://www.oleaginosas.org/art_351.shtml
37
GLOVATSKI, T. G. G., RAIHER, A. P., 2013. A oferta de matérias – primas
(oleaginosas) do biodiesel no Brasil e seus determinants: uma análise dos
anos de 1991 a 2010. ESTUDO & DEBATE, Lajeado, v. 20, n. 2, p. 07-32, 2013.
ISSN 1983-036X
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍTICA. Produção da
Extração Vegetal e da Silvicultura, Mesorregiões, Microrregiões e Municípios.
Rio de Janeiro, v. 28, p 5, 2013.
KOHLHEPP, G., 2010. Análise da situação da produção de etanol e biodiesel no
Brasil. Estudos Avançados 24 (68).
LAVIOLA, B., G., 2011. PINHÃO-MANSO: “Os Avanços da Pesquisa e o que
esperamos para o futuro”. EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária.
LAVIOLA, et al., 2015. Pinhão-manso na Embrapa Agroenergia. Comunicado
Técnico. ISSN 2177-4447. Brasília – DF.
LEITE, R.C.C., LEAL, M.R.L.V., 2007. O biocombustível no Brasil. Novos Estudos
78, CEBRAP, pp. 15-21.
LIMA, P.C.R, 2005. Biodiesel: Um novo combustível para o Brasil. Biblioteca
Digital da Câmara dos Deputados.
LIMA, et al., 2007. Caracterização da Qualidade Fisiológica de Sementes de
Mamona Cultivar Guarani. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5,
supl. 2, p. 675-677. Nota Científica.
LIMA, et al., 2007. Biodiesel de babaçu (Orbignyasp.) obtido por via etanólica.
Quim. Nova, Vol. 30, No. 3, 600-603.
LUZ, et al., 2015. Comparação de oleaginosas para a produção de biodiesel.
ENGEVISTA, V. 17, n. 2, p. 232-239, Junho 2015
38
MASCARENO, 2007. A produção do biodiesel: impactos na agricultura familiar
da mamona no semiárido brasileiro. Revista Jovens Pesquisadores. Ano IV, N. 7.
MATHUR, B, 2005. Um potencial salvador de vidas. Trees For Life.
www.treesforlife.org/moringa/book.
MASIERO, G. E LOPES, H. 2008. Etanol e biodiesel como recursos energéticos
alternativos: perspectivas da América Latina e da Ásia/Ethanol and biofuels as
alternatives energetic sources: Latin-American e Asian perspectives. Artigo.
Revista Brasileira de Política Internacional. Rev. Bras. Polít. Int. 51 (2): 60-79
MDA, 2012. Lista com dados atualizados. Secretaria de Agricultura Familiar,
Coordenadoria Geral de Biocombustiveis. Sem publicação. Ministério do
Desenvolvimento Agrário. www.mda.gov.br/biodiesel.
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA (MME). Boletim mensal dos combustíveis
Renováveis, Brasília, SPG, n. 90, jul. 2015.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, 2012.
Evolução da produção das oleaginosas agroenergéticas após o Programa de
Produção de Biodiesel. Secretaria de Produção e Agroenergia. Departamento da
Cana-de-açúcar e Agroenergia. Produção Oleaginosas - PNPB - 02 08 2012 /
Produção Oleaginosas Brasil.
MONTEIRO, J.M.G., 2007. Plantio de oleaginosas por agricultores familiares do
semi-árido nordestino para produção do biodiesel como uma estratégia de
mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Tese – Universidade Federal do
Rio de Janeiro, COPPE.
NASS, L.L., P.A.A. PEREIRA e D. Ellis. 2007. Biofuels in Brazil: an
overview.CropSci. 47, 2228-2237.
39
OLIVEIRA, et al., 2010. Crescimento inicial do pinhão-manso (JatrophacurcasL.)
em função da salinidade da água de irrigação. Revista Caatinga, Mossoró, v. 23,
n. 4, p. 40-45.
OLIVEIRA, et al., 2012. Obtenção do Biodiesel Através da Transesterificação do
Óleo de Moringa Oleífera lam. HOLOS, Ano 28, Vol 1.
PASSOS. M. A. B., MENDONÇA, M. S. 2006. Epiderme dos segmentos foliares
de Mauritia flexuosa L.f. (Arecaceae) em três frases de desenvolvimento. ACTA
Amazônica. VOL. 36(4) 2006: 431 – 436.
PEDROTI, P. M. 2013. Os Desafios do Desenvolvimento e da Inclusão Social: O
Caso do Arranjo Político-Institucional do Programa Nacional de Produção e
Uso do Biodiesel. Texto para discussão / Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada. - ISSN 1415-4765.
PEREIRA, G. M. 2013. CarthamustinctoriusL.: Armazenamento de sementes,
viabilidade do óleo para biodiesel e da torta para alimentação animal.
Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Cap. 1.
PINTO, F. V. 2016. Boletim Mensal do Biodiesel, ANP. Boletins ANP.
Superintendência de Refino, Processamento de Gás Natural e Produção de
Biocombustíveis.
POMPELLI, et al., 2011. Crise energética mundial e o papel do Brasil na
problemática de biocombustíveis. Agronomía Colombiana 29(2), 231-240.
PRADO, J. N. 2015. Estudo sobre o Programa Nacional de Produção e Uso do
Biodiesel (PNPB). Uma análise sobre os municípios produtores de soja e as
cooperativas de agricultura familiar. Tese. Universidade Federal de Juiz de Fora.
SILVA, P.R.F., FREITAS, T.F.S., 2008. Biodiesel: o ônus e o bônus de produzir
combustível. Ciência Rural, Santa Maria, v.38, n.3, p.843-851.
40
SILVA, J. A. 2013. Avaliação do Programa Nacional de Produção e Uso do
Biodiesel no Brasil – PNPB1. Revista de Política Agrícola. Ano XXII – No 3 –
Jul./Ago./Set. 2013.
SLUSZZ, T., MACHADO, J. A. D., 2006. Culturas matérias-primas para o
biodiesel e o potencial de adoção pela agricultura familiar nas diferentes
regiões brasileiras. Livro – Estudos da Cadeira Produtiva do Biodiesel.UNIPAMPA.
PADILHA, A. C. M., GOLLO, S. S., SILVA, M. N. 2012.
SUAREZ, P.A.Z., MENEGHETTI, S.M.P., 2007. 70º Aniversário do Biodiesel em
2007: evolução histórica e situação atual no Brasil. Quim. Nova, Vol. 30, No. 8,
2068-2071, 2.
TRZECIAK, M.B., NEVES, M.B., VINHOLES, P.S., VILLELA., F.A., 2008. Utilização
de sementes de espécies oleaginosas para produção de biodiesel. Abrates.
Vol.18, nº. 1,2,3 p.030-038.
UBRABIO, 2016. Aprovada urgência para o projeto que aumenta biodiesel
adicionado ao diesel. União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene.
www.ubrabio.com.br. Com informações da Agência Câmara de Notícias.
VIANNA, et al., 2010. Inserção da agricultura familiar na produção de biodiesel
no semi-árido brasileiro. UNB – Universidade de Brasília.
VIEIRA, et al., 2010. Caracterização físico-química e reológica do óleo de
oiticica para produção do biodiesel. IV Congresso Brasileiro de Mamona e I
Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB. Página – 55.