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P P L L A A N N O O M M U U N N I I C C I I P P A A L L D D E E C C E E N N A A L L D D E E A A T T E E N N D D I I M M E E N N T T O O S S O O C C I I O O E E D D U U C C A A T T I I V V O O (Versão Preliminar Para Consulta Pública)

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Carlos Eduardo Nunes Alves PREFEITO DE NATAL

Ilzamar Silva Pereira SECRETÁRIA M UNI CIPAL DO TRABALHO E ASSI STÊNCIA SOCIAL

PPLLAANNOO MMUUNNIICCIIPPAALL DDEECCEENNAALL DDEE AATTEENNDDIIMMEENNTTOO SSOOCCIIOOEEDDUUCCAATTIIVVOO (Versão Preliminar Para Consulta Pública)

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – COMDICA –

Encaminhar as contribuições para o e-mail:

[email protected]

Natal/RN Agosto/2016

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Coordenação do GT: CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES –

COMDICA Presidente: Ângela Maria Lopes

___________________________________________________________

Representações do Grupo de Trabalho PMAS:

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES – COMDICA • Titula : Ivanise Laurentino da Silva • Suplente: Cláudio Marques Dantas

CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CMAS • Titular: Daisy Leila O. de A Guilermino • Suplente: Keli Cristina Caio

CONSELHO TUTELAR NORTE • Titular: Jailson Pinheiro dos Santos • Suplente: Hudson Moreira

CONSELHO TUTELAR SUL • Titular: Francisca E. L. de Aquino • Suplente: Gilvomar Dias da Silva

CONSELHO TUTELAR LESTE • Titular: Isabel Cristina Torres de Lima • Suplente: Jeane Flávia Marcelino da Costa

CONSELHO TUTELAR OESTE • Titular: Carlos André Fernandes da Costa • Suplente: Camila Rose de Araújo

CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – CONSEC • Titular: Tomázia Isabel Fernandes de Araújo

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – SME • Titular: Edna de Araújo Galvão • Suplente: Clóvis Ferreira da Silva

SECRETARIA MUNICIPAL DE GOVERNO – SMG • Titular: Marcos Rogério B.de A. Segundo • Suplente: Givanise alves da Silva

SECRETARIA DE ESTADO DO TRABALHO,DA HABITAÇÃO E DA ASSISTÊNCIA SOCIAL SETHAS • Titular: Whashington Carlos de Lima • Suplente: Maria Rubia Alves Costa Oliveira

SECRETARIA MUNICIPAL DE TRABALHO E ASSISTÊNCIA SOCIAL – SEMTAS • Titular: Bárbara Karoline de Azevedo • Suplente: Antônio Pereira Junior

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE – SMS • Titular: Fabíola Andréa Leite de Paula • Suplente: Elda Christina Barbalho da Silva

SECRETARIA MUNICIPAL DE DEFESA SOCIAL – SEMDES • Titular: Orminda Bezerra da Silva • Suplente: Rogério da Silva

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE– MP • Titular: Mariana Rebello Cunha de Sá • Suplente:Marcos Aurélio de Freitas Barros

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO – SEMPLA • Titular: Rejane Maria de Oliveira • Suplente: Diego Linhares Silva

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE • Titular: José Dantas de Paiva • Suplente: Homero Lechner de Albuquerque

DEFENSORIA PÚBLICA • Titular: Nelson Murilo de Souza Lemos Neto OBJUV • Titular: Anna Luiza Lopes Liberato • Suplente: Daniela Bezrra Rodrigues

FRENTE PARLAMENTAR ESTADUAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE • Titular: Marlene Ramalho de Castro Macedo • Suplente: Augusto Cesar Macedo Brandão

FRENTE PARLAMENTAR MUNICIPAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES • *Titular: Edison Nonato de Faria • *Suplente: Jorge Alberto de Lima Junior

________________________________________________________

Equipe Técnica:

Talita Amorim – Assistente Social Auricéa Xavier de Souza – Assistente Social

________________________________________ Profissionais do Serviço:

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 04

1. MARCO LEGAL 07

2. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO PLANO DECENAL MUNICIPAL... 13

3. MARCO SITUACIONAL 15

3.1 Processo de Municipalização do Serviço de Atendimento Socioeducativo

em meio Aberto em Natal/RN

15

3.2 Apresentação do Serviço de Proteção Social a Adolescentes em

Cumprimento de Medida Soioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e

Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)

18

4. DIAGNÓSTICO LOCAL DO SINASE 21

4.1 Estruturação e fluxos do Atendimento Socioeducativo em Natal/RN 22

4.2 Perfil dos Adolescentes em Cumprimento Medidas Socioeducativas no

município do Natal/RN

26

4.3 Desafios evidenciados com o Diagnóstico local do SINASE 45

4.4 Os Programas de Atendimento e Ações de Interface com a Assistência

Social, Saúde, Educação, Cultura e Arte, Esporte e Lazer e Segurança Pública.

48

5. SISTEMA DE GESTÃO; MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO 52

5.1 Sistema de Gestão e Financiamento e Sistema de Informação do SINASE

no município do Natal/RN

53

5.2 Sistema de Monitoramento e Avaliação: 55

6. EIXOS OPERATIVOS; METAS E OBJETIVOS 57

Eixo 1: GESTÃO 57

Eixo 2: QUALIDADE NO ATENDIMENTO 65

Eixo 3: ACESSO À JUSTIÇA E SEGURANÇA 71

Eixo 4: PARTICIPAÇÃO SOCIAL E AUTONOMIA 76

ANEXOS 78

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APRESENTAÇÃO

A Prefeitura Municipal do Natal/RN, através do Conselho Municipal dos Direitos

da Criança e do Adolescente (COMDICA) e da Secretaria Municipal de trabalho e

Assistência Social (SEMTAS), apresenta o Plano Municipal Decenal de Atendimento

Socioeducativo, elaborado pelo Grupo de Trabalho (GT), designado por meio da Portaria

nº 007/2015 (publicada em Diário Oficial do Município em 09.03.2015).

Este Plano visa à garantia de direitos de crianças e adolescentes seguindo as

diretrizes e determinações da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SDH), bem

como do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Lei n° 12.594/2012), tendo

como objetivo nortear a Gestão da Política de Atendimento Socioeducativo no município

do Natal/RN, no período de 2015 a 2024.

Sua construção constituiu-se de um processo coletivo de debate e tomada de

decisões, que envolveu diversos sujeitos sociais, representantes de órgãos

governamentais e da sociedade civil organizada, do município e do estado do Rio Grande

do Norte. É oportuno enfatizar que esse foi um momento de grandes desafios, desde as

primeiras articulações ao final do ano de 2014, passando pela criação do Grupo de

Trabalho em março de 2015, até o momento atual, destacando-se as seguintes

dificuldades: fragilidade na articulação e participação dos diversos atores que compõem

o GT; dificuldades em acessar dados da Rede de Atendimento Socioeducativo; falta de

referência do Plano Estadual para fomentar os objetivos e as metas do Plano Municipal,

bem como ausência de coordenação e apoio técnico do órgão gestor estadual do Sistema

Socioeducativo, além de períodos de efetivo esvaziamento do Grupo de Trabalho.

No sentido de apontar o caminho para compor as metas e os objetivos deste

Plano, buscou-se levantar dados da realidade local, sobre o perfil dos adolescentes e da

rede de serviços existentes, os quais serviram de base para produzir um conhecimento

que sinaliza as iniciativas necessárias à prevenção e diminuição dos fatores de riscos e

vulnerabilidades sociais vivenciados pelos adolescentes, bem como a promoção da

proteção integral pelo município.

Nessa direção, a proposta deste Plano é desenvolver ações integradas com a rede

de atendimento à criança e ao adolescente no município do Natal/RN, nas áreas de:

educação, saúde, assistência social, trabalho, justiça e segurança pública, com o objetivo

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de proporcionar a efetivação dos direitos fundamentais consagrados ao adolescente no

conjunto de leis vigentes.

Vale ressaltar que, este Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, se

concretizará pela ação articulada dos sistemas, órgãos e organizações estaduais e

municipais responsáveis pela garantia de direitos dos adolescentes no município,

reconhecendo a incompletude e a complementaridade entre eles, bem como a

necessidade de um atendimento mais qualificado que promova uma diminuição da

violação de direitos dos adolescentes.

Assim sendo, destaca-se nesse prisma, o compromisso do município do Natal/RN,

por meio dos diferentes sujeitos sociais individuais e coletivos que atuam na Política de

Atendimento Socioeducativo, apresentando, por meio deste documento, uma proposta

de cumprimento às indicações do SINASE, que reconhece a necessidade de rever a

estrutura e a funcionalidade dos serviços de atendimento, face à realidade de cada

município, bem como, a sistematização das ações destinadas aos adolescentes em

conflito com a lei.

1. MARCO LEGAL

O Marco Legal que inaugurou o processo de democratização do país e instituiu a

Doutrina da Proteção Integral para crianças e adolescentes se deu com a Constituição

Federal de 1988 – após o processo de luta pela redemocratização do Brasil, com a

derrubada do Regime Ditatorial na década de 1980 – que foi constituída com base nas

recomendações internacionais de Direitos Humanos e inaugurou o Estado de direito

para todos os cidadãos, dentre eles os adolescentes.

A CF/1988 revogou, com isso, o Código de Menores (1979) e a Política do Bem-

Estar do Menor, vigente desde 1964 (FROTA, 2002), a qual baseava-se na Doutrina da

Situação Irregular e tinha o objetivo de corrigir de forma coercitiva os então

denominados delinquentes menores de 18 anos que praticavam infrações penais.

De acordo, ainda, com Frota (2002) encontramos, a nível internacional, as

principais Convenções das Nações Unidas para os direitos de crianças e adolescentes, a

citar: a Convenção “Regras Mínimas das Nações Unidas para a administração da justiça

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juvenil” (ou Regras de Beijing) e “Diretrizes das Nações Unidas para a prevenção da

delinquência juvenil (Diretrizes de Riad) – as quais apresentam em seus textos as

diretrizes da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e a Declaração dos

Direitos da Criança (1959).

Assim, baseado nessas orientações e imbuído da atmosfera de luta e

redemocratização que caracterizaram a década de 1980 no Brasil, com o incentivo dos

movimentos internacionais, em 1990 foi sancionado o Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA), por meio da Lei 8.069, norteado pela Doutrina da Proteção Integral,

tendo como destinatários todas as crianças e adolescentes – sem distinção de classe,

condição social, etnia, gênero, território.

Nesse sentido, é garantido a todas as crianças e adolescentes os direitos sociais,

transformados em direitos universais após a CF/88, por terem como fundamento os

princípios de igualdade e solidariedade, tendo a dignidade como valor social.

Identifica-se que a garantia de direitos é a fundamentação de toda ação planejada

para atender as demandas dos adolescentes e jovens no Brasil desde a Constituição

Federal de 1988, bem como em todas as políticas construídas desde então. Igualmente,

foram elaboradas as resoluções e leis direcionadas aos adolescentes em conflito com a

lei, pois compreende-se que estes também são detentores do direito à proteção integral

que deve ser garantida pela família, pela sociedade e pelo Estado.

Desse modo, no ano de 2006 publicou-se a Resolução nº 119 do Conselho

Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) que instituiu o Sistema

Nacional de Atendimento Socioeducativo1 (SINASE) – documento construído de forma

coletiva por diferentes atores sociais, com representantes das três esferas do governo,

sociedade civil, instituições internacionais e com a contribuição de aproximadamente

160 atores do Sistema de Garantia de Direitos.

Com o SINASE pretendia-se reafirmar a superação do paradigma da “situação

irregular” pela Doutrina da Proteção Integral, compreendendo-os como sujeitos de

direitos, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

1A Lei nº 12.594/2012, que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo e regulamenta

a execução das medidas destinadas a adolesscentes que praticam atos infracionais, foi promulgada, apenas, seis

anos após a publicação da Resolução nº119/2006 do CONANDA. Até então, as diretrizes e normas publicadas

funcionavam apenas como orientações aos entes federados, no atendimento aos socioeducandos – adolescentes e

jovens, entre 12 e 21 anos de idade, em cumprimento de medidas socioeducativas.

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Entende-se que o SINASE, coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos da

Presidência da República2 (SDH/PR) e sob a responsabilidade da Secretaria Nacional de

Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNPDCA), tem a proposta de

orientar a implementação do Sistema de Atendimento Socioeducativo em suas

diferentes formas de execução – para as medidas em sistema de restrição ou privação de

liberdade, semiliberdade e em meio aberto, ou seja, as seis modalidades de medidas

socioeducativas3 estabelecidas pelo ECA (1990).

Esse Sistema representa “o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios, de

caráter jurídico, político, pedagógico, financeiro e administrativo, que envolve desde o

processo de apuração do ato infracional4 até a execução de medida socioeducativa”

(SINASE, 2006, p.22).

O SINASE regulamenta o processo de atenção àquele que pratica atos

infracionais, representa a adoção da diretriz da natureza pedagógica da medida

socioeducativa, sobre os aspectos meramente sancionatórios, busca a inclusão social e a

garantia dos direitos humanos do socioeducando, pois “constitui-se uma política pública

destinada à inclusão do adolescente em conflito com a lei que se correlaciona e demanda

iniciativas dos diferentes campos das políticas públicas e sociais” (SINASE, 2006, p.23).

Para se implementar a política de atendimento aos adolescentes e jovens em

cumprimento de medidas socioeducativas, a efetivação de direitos estabelecidos na

legislação vigente (CF, ECA e SINASE) deve resultar na adequação às normas que

demandam recursos (financeiros, materiais e humanos); construção e adaptação das

estruturas físicas; capacitação das equipes técnicas de atendimento; bem como, a

construção de uma nova cultura política no atendimento e na relação entre o

adolescente autor de ato infracional a família, a comunidade e o Estado.

Cabe observar que, no momento em que o SINASE foi instituído, em 2006,

existiam no Brasil 190 unidades de internação (para as medidas de internação e

2A SDH/PR também é responsável pela formulação da Política de Atendimento Socioeducativo em

âmbito nacional (BRASIL, 2013).

3As medidas socioeducativas estabelecidas pelo ECA (1990) são: advertência, reparação do dano,

prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade, internação (provisória, sentenciada ou

por sanção), ou ainda qualquer uma das medidas previstas no Artigo 101, de I a VI do ECA.

4 Conduta análoga a um crime ou contravenção penal, cometida por adolescentes entre 12 e 18 anos de

idade, incompletos. Entende-se que adolescente comete ato infracional devido a sua condição peculiar de pessoa

em desenvolvimento (ECA/1990).

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semiliberdade), com déficits acima de 1400 vagas para a medida de internação. Isso

representava a necessidade de mudanças quanto à necessidade de novas estratégias de

fortalecimento do meio aberto, para que as internações fossem adotadas em situações

excepcionais e não mais como a regra da socioeducação.

Essas questões evidenciam a necessidade de um atendimento integrado com as

demais políticas que constituem outro sistema de proteção, do qual o SINASE é parte

integrante: o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes5 (SGD),

contribuindo assim para a sua efetivação.

Compreende-se que o SGD é mais um instrumento normativo que reafirma o

sistema socioeducativo situado nos sistemas de promoção e proteção dos direitos

humanos de crianças e adolescentes. De acordo com o SGD, no Art.19,

Os programas de execução de medidas socioeducativas são destinados ao atendimento dos adolescentes autores de ato infracional, em cumprimento de medida judicial socioeducativa, aplicada na forma da lei, em decorrência de procedimento apuratório, onde se assegure o respeito estrito ao princípio constitucional do devido processo legal (SGD, 2006).

O SGD apresenta ainda os princípios que norteiam as ações dos programas de

execução de medidas socioeducativas, estabelecendo que sua organização e

estruturação deva se efetivar por meio de um Sistema Nacional de Atendimento

Socioeducativo (SINASE).

Desse modo tendo, além do ECA e SGD como parâmetro, o SINASE foi constituído

com base em 16 princípios que devem ser observados no desenvolvimento de qualquer

uma das medidas socioeducativas, os quais são:

1. Respeito aos direitos humanos; 2. Responsabilidade solidária da Família, Sociedade e Estado pela promoção e a defesa dos direitos de crianças e adolescentes; 3. Adolescente como pessoa em situação peculiar de desenvolvimento, sujeito de direitos e responsabilidades; 4. Prioridade absoluta para a criança e o adolescente; 5. Legalidade; 6. Respeito ao devido processo legal; 7. Excepcionalidade, brevidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento; 8.

5O SGD foi aprovado por meio da Resolução nº113, de 2006, pelo Conselho Nacional dos Direitos da

Criança e do Adolescente.

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Incolumidade, integridade física e segurança; 9. Respeito à capacidade do adolescente de cumprir a medida; às circunstâncias; à gravidade da infração e às necessidades pedagógicas do adolescente na escolha da medida, com preferência pelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários; 10. Incompletude institucional, caracterizada pela utilização do máximo possível de serviços na comunidade, responsabilizando as políticas setoriais no atendimento aos adolescentes; 11. Garantia de atendimento especializado para adolescentes com deficiência; 12. Municipalização do atendimento; 13. Descentralização político-administrativa mediante a criação e a manutenção de programas específicos; 14. Gestão democrática e participativa na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; 15. Co-responsabilidade no financiamento do atendimento às medidas socioeducativas; 16. Mobilização da opinião pública no sentido da indispensável participação dos diversos segmentos da sociedade (BRASIL, 2006, pp.25-31).

Cada um desses princípios faz referência a um artigo do ECA, da Constituição

Federal, ou ainda, das Diretrizes Internacionais de Atenção à Criança e ao Adolescente,

como pode ser observado no 6º princípio, o qual faz referência à Convenção das Nações

Unidas sobre os Direitos da Criança.

Além dos seus Princípios, o SINASE também define a atribuição dos entes

federativos, dos órgãos de deliberação, gestão e execução das medidas socioeducativas,

das entidades de atendimento em cada esfera e na execução das medidas em cada

modalidade, dos órgãos de controle e do financiamento, dos parâmetros da gestão

pedagógica e socioeducativos com seus eixos norteadores, além de apresentar todas as

orientações necessárias à definição de parâmetros arquitetônicos para as Unidades de

Atendimento Socioeducativo e para as ações de monitoramento e avaliação.

Entretanto, mesmo se constituindo por um amplo acervo de informações e

orientações que deveriam nortear o atendimento socioeducativo, o SINASE, na condição

de Resolução do CONANDA (nº 119/2006), não possuía as condições necessárias para

exigir do poder público o seu cumprimento integral e satisfatório. Desse modo, foi a

partir da promulgação da Lei do SINASE – nº 12.594 – em 18 de janeiro de 2012, que os

entes federados passaram a ter a obrigatoriedade no cumprimento das determinações

legais constantes nessa lei federal.

Tendo como base a Resolução nº119/2006 (CONANDA), a Lei do SINASE

apresenta, de forma mais objetiva, todas as atribuições e competências dos atores

envolvidos no sistema socioeducativo, em cada nível de governo, além do Poder

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Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e programas de execução do

atendimento socioeducativo, reafirmando todos os princípios e objetivos já

mencionados.

Além disso, a Lei do SINASE, em seu artigo 7º, estabeleceu a exigência da

formulação dos Planos decenais nacional, estaduais e municipais. De acordo com a lei, os

planos estaduais e municipais deveriam ter sido elaborados em até 360 dias após a

aprovação do Plano Nacional, tendo sido este publicado em 20 de novembro de 2013.

Partindo dessa determinação legal, o Plano nacional trouxe como alguns dos seus

princípios: a concepção do adolescente como sujeito de direitos, com proteção integral e

devendo receber atendimento socioeducativo “territorializado, regionalizado, com

participação social e gestão democrática, intersetorialidade e responsabilização, por

meio da integração operacional dos órgãos que compõem esse sistema” (BRASIL, 2013).

Além disso, o Plano Nacional apresenta como diretrizes: a qualidade do

atendimento; a construção de novos projetos de vida, construídas por meio do Plano

Individual de Atendimento (PIA); a primazia de aplicação das medidas em meio aberto;

humanização das unidades de internação; prevenção das situações de conflito, dentre

outras garantias legais.

Sobre as medidas em meio aberto, que podem ser aplicadas em duas

modalidades: a Liberdade Assistida (LA) e a Prestação de Serviços à Comunidade (PSC),

desde a publicação da Resolução nº109/2009 (Tipificação Nacional de Serviços

Socioassistenciais) do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), foram definidas

como Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida

Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)

sendo de responsabilidade da Política de Assistência Social, desenvolvidas pelos Centros

de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS). E, de acordo com o Plano

Nacional:

A política de Assistência Social incorporou em suas ações, através do CREAS, o atendimento aos adolescentes em cumprimento das medidas de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e de Liberdade Assistida (LA). De acordo com o Censo SUAS/CREAS, de 2012, de um total de 2.167 CREAS, 1.561 (72%) informaram ofertar o serviço de medida socioeducativa em Meio Aberto de LA e de PSC. Ainda de acordo com dados do Censo SUAS 2012 e do Levantamento Nacional de 2011, realizado pela SDH/PR, há um adolescente privado de liberdade para cada 4,5 cumprindo medida no meio aberto. (BRASIL. PNAS, 2013, p. 13)

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Assim, por meio da Tipificação dos Serviços Socioassistenciais (Resolução nº109

de 2009) as medidas socioeducativas em meio aberto devem ser implementadas por

meio dos CREAS, com suas equipes interdisciplinares e oferta de atendimento

especializado. Os adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas

devem ser atendidos de acordo com as diretrizes e os princípios da Política de

Assistência Social, com prioridade e atenção integral, visando o fortalecimento de

vínculos familiares e comunitários, tendo a matricialidade sociofamiliar como

norteadora das ações desenvolvidas para este público.

Com base nessa mesma perspectiva devem ser elaborados os Planos Municipais

de Atendimento Socioeducativo (PMAS), dentre eles o PMAS de Natal.

2. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO PLANO DECENAL MUNICIPAL

Os princípios e as diretrizes que permeiam o atendimento socioeducativo no país

se orientam pelas normativas nacionais, sendo elas: a Constituição Federal, o Estatuto da

Criança e do Adolescente e a Lei 12.594/2012 que instituiu o Sistema Nacional de

Atendimento Socioeducativo, regulamentadora da execução das medidas

socioeducativas destinadas aos adolescentes autores de atos infracionais; somando-se a

esses princípios e diretrizes, os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Desse modo, as ações voltadas ao atendimento socioeducativo, estão integradas

às orientações do sistema de proteção e dos direitos da criança e do adolescente. Tais

orientações, bem como, a Doutrina da Proteção Integral, norteiam os princípios e as

diretrizes do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo elencados a seguir:

Princípios:

Garantia Integral dos Direitos aos adolescentes em cumprimento de Medida

Socioeducativa;

Aplicação das Medidas Socioeducativas levando-se em consideração a gravidade

do ato, sua realidade vivenciada e suas individualidades;

Efetivação da premissa que garanta o atendimento socioeducativo

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territorializado, segundo o ordenamento jurídico, com participação social e de

gestão democrática;

Promoção de ações intersetoriais e de responsabilização por meio da integração

operacional dos órgãos que compõem o Sistema de Atendimento Socioeducativo.

Diretrizes:

Assegurar a qualidade do atendimento socioeducativo de acordo com os

parâmetros normativos vigentes no País – Constituição Federal, Estatuto da

Criança e Do Adolescente, Lei 12.594/2012 – Sistema Nacional de Atendimento

Socioeducativo;

Promover a socioeducação, por meio da construção de novos projetos pactuados

com os adolescentes e famílias, consubstanciados em Planos Individuais de

Atendimento;

Estimular e garantir o protagonismo, participação e autonomia de adolescentes

em cumprimento de medida socioeducativa e de suas famílias;

Primazia das medidas socioeducativas em meio aberto;

Promover práticas restaurativas;

Garantir o acesso do adolescente ao Sistema de Justiça (Poder Judiciário,

Ministério Público e Defensoria Pública);

Garantir o direito, priorizando a oferta e acesso à educação de qualidade, à

profissionalização, às atividades esportivas, de lazer e de cultura aos

adolescentes em cumprimento de medida e egressos, considerando sua condição

singular como estudantes e reconhecendo a escolarização como elemento

estruturante do sistema socioeducativo;

Proporcionar a Integração operacional dos órgãos que compõem o sistema (art.

8º, da LF nº 12.594/2012), para a garantia dos direitos básicos do adolescente e

suas famílias.

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Valorizar os profissionais da socioeducação e promover formação continuada.

Garantir a autonomia dos Conselhos dos Direitos nas deliberações, controle social

e fiscalização do Plano e do SINASE.

3. MARCO SITUACIONAL

Neste item será apresentado o processo de municipalização do Serviço de

Atendimento Socioaducativo em Meio Aberto no município do Natal/RN, tendo em vista

as orientações nacionais; dando continuidade com a descrição do Serviço e, concluindo

com um breve diagnóstico que demonstra o presente cenário municipal de cumprimento

de medidas, seu fluxo em meio aberto e o perfil dos adolescentes que cumprem medida

de liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade.

3.1 Processo de Municipalização do Serviço de Atendimento Socioeducativo

em Meio Aberto, em Natal/RN

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê como uma das diretrizes da

política de atendimento dos direitos de crianças e adolescentes a sua municipalização,

em acordo ao que está disposto no art. 88, inciso I, da Lei n. 8.069/90.

Além dessa prerrogativa, a Lei Municipal nº 5.759/2006, que dispõe sobre a

Política Municipal de Atendimento aos Direitos da Criança e do Adolescente e dá outras

providências, prescreve em seus arts. 3º e 4º que a política de atendimento, inclusive, o

socioeducativo em meio aberto, far-se-á por órgão da administração direta e indireta do

município de Natal, em consonância com as recomendações do Conselho Nacional dos

Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), que privilegiam a municipalização dos

programas de medidas socioeducativas em meio aberto e a regionalização das medidas

impostas a adolescentes que cometeram ato infracional.

Ainda dentro desse contexto, o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo

(SINASE) preconiza que o atendimento e o acompanhamento às medidas

socioeducativas em meio aberto devem ser executados no limite geográfico do

município do qual pertencem os socioeducandos, de modo a fortalecer o contato e o

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protagonismo da comunidade e da família dos adolescentes atendidos.

Em função dos argumentos ora apresentados e da necessidade de

responsabilização pelo município de Natal/RN, em cumprimento às disposições legais,

da execução dos programas de medida socioeducativa em meio aberto, o que foi objeto

do Inquérito Civil, registrado sob o nº 002/2007 e instaurado em 23 de março de 2007,

foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em junho de 2007.

Após os trâmites legais e burocráticos, a Prefeitura Municipal do Natal/RN, a

partir da assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta, em junho de 2007, por meio

da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (SEMTAS) deu início ao

processo de municipalização das medidas socioeducativas em meio aberto.

É oportuno destacar que anteriormente ao referido TAC, as medidas em meio

aberto eram executadas pela Fundação Estadual da Criança e do Adolescente

(FUNDAC)6.

Nesse contexto, em julho/2007, com o processo de municipalização, foi instituído

o Programa de Execução de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto da Cidade do

Natal/RN (PEMSEMA) que, dada a inexistência de instalações físicas disponíveis no

município e apropriadas para este fim, iniciou suas atividades em uma das salas da sede

da SEMTAS. Todavia, em função do espaço não comportar a demanda herdada da

FUNDAC, o PEMSEMA foi transferido para uma sede na Rua Manoel Miranda, s/nº,

Quintas, anexo 01 da Casa dos Ofícios Zona oeste.

Contudo, decorrido mais de um ano, as instalações físicas do referido prédio

continuavam a não oferecer condições de atendimento adequado aos usuários

atendidos. Sendo assim, o Programa mudou de endereço, passando a funcionar na Rua

Tenente Brandão, nº 453, Lagoa Seca. O prédio era adaptado para o funcionamento de

uma clínica de atendimento de diversas especialidades médicas, por esse motivo

contava com pequenas salas climatizadas, uma ampla recepção, pequena área aberta,

além de cozinha e almoxarifado.

6 A Fundação Estadual da Criança e do Adolescente do Rio Grande do Norte foi criada pela Lei 6.682

de 11 de agosto de 1994. A entidade é sucessora da Fundação do Bem-Estar do Menor (FEBEM/RN), instituída

pela Lei nº 4.931 de 20 de dezembro de 1979, é vinculada à Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da

Assistência Social (SETHAS), mas tem orçamento próprio. Tem por objetivo formular e executar, no Estado do

Rio Grande do Norte, uma política uniforme de proteção dos direitos da criança e do adolescente, competindo-

lhe o estudo do problema e o encaminhamento de soluções, bem como a orientação, coordenação e fiscalização

das unidades e programas operacionais.

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Ainda nesse período, o PEMSEMA passou à condição de Serviço de Execução de

Medidas Socioeducativas em Meio Aberto (SEMSEMA), em razão da adequação dos

serviços socioassistencais à Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais

publicada em 2009 – Resolução nº109/2009, a qual dispõe que as ações desenvolvidas

de forma continuada, como no caso do acompanhamento de medidas socioeducativas,

deveriam ser denominadas “serviços” em substituição à denominação “programas”, que

pressupõe ações com término previsto.

Porém, em 2012, a partir do entendimento da gestão municipal, devido ao Serviço

não ser oferecido no interior dos quatro Centros de Referência Especializados de

Assistência Social (CREAS), como sugere a Tipificação, foi definido que o SEMSEMA seria

denominado Núcleo de Atendimento ao Adolescente em Cumprimento de Medida

Socioeducativa (NAMSE), na tentativa de justificar a permanência de um núcleo

específico para o acompanhamento das medidas em meio aberto, sem ir de encontro ao

estabelecido pela Tipificação. Entretanto, após mudanças na gestão municipal,

compreendeu-se que deveria haver a real adequação à Tipificação dos Serviços

Socioassistenciais, sem a necessidade de modificação do local de funcionamento do

serviço, ou seja, com a existência de um núcleo, que encontra-se funcionando atualmente

na Rua Nascimento Fernandes, nº 48 - Lagoa Nova, porém, referenciado aos CREAS nas

quatro regiões do município do Natal.

Diante disso, no segundo semestre do ano de 2014, o serviço sofre mais uma

alteração, além de passar a chamar-se Serviço de Proteção Social a Adolescentes em

Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e Prestação de

Serviços à Comunidade (PSC), como consta na referida Tipificação dos Serviços

Socioassistenciais, iniciou também um processo de readequação: no que concerne aos

fluxos de atendimento; no acompanhamento dos adolescentes e suas famílias, que agora

também são acompanhados nos CREAS, entre outras iniciativas que caminham para o

fortalecimento do serviço através do seu necessário reordenamento seguindo a

resolução nº. 109/2009 (CNAS) e o SINASE.

Nessa direção, a municipalização do processo de acompanhamento das medidas

socioeducativas em meio aberto e o seu monitoramento significaram mais que o

cumprimento de metas e decisões descritas no projeto de municipalização. Trata-se de

dar concretude aos princípios e diretrizes estabelecidos no Estatuto da Criança e do

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Adolescente (ECA), no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) e no

Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

3.2 Apresentação do Serviço de Proteção Social a Adolescentes em

Cumprimento de Medidas Socioeducativas de Liberdade Assistida (LA), e de

Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) em Meio Aberto da Cidade do

Natal/RN.

O Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medidas

Socioeducativas em Meio Aberto da Cidade do Natal/RN, executa as medidas

socioeducativas de Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviços à Comunidade

(PSC), previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei nº 8.069/1990),

aplicadas pelas autoridades judiciárias da Comarca de Natal/RN, através de suas Varas

Especializadas em Infância e Juventude (1ª e 3ª Varas), desde 02/01/2008, a partir do

processo de municipalização. Tais medidas são sanções judiciais aplicadas pelo

cometimento de atos infracionais por adolescentes, com idades entre 12 e 18 anos

incompletos. De acordo com a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais

(2009),

O serviço tem por finalidade prover atenção socioassistencial e acompanhamento a adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, determinadas judicialmente. Deve contribuir para o acesso a direitos e para a ressignificação de valores na vida pessoal e social dos adolescentes e jovens. Para a oferta do serviço faz-se necessário a observância da responsabilização face ao ato infracional praticado, cujos direitos e obrigações devem ser assegurados de acordo com as legislações e normativas específicas para o cumprimento da medida (p.24).

A execução das medidas em meio aberto pelo município de Natal/RN é

empreendida por meio de atendimento e acompanhamento das equipes de referência do

serviço aos socioeducandos e suas famílias, bem como, por ações sociopedagógicas,

articuladas em oficinas, palestras, encaminhamentos à Rede Socioassistencial e

parcerias para o cumprimento da Prestação de Serviço à Comunidade. Além dessa

perspectiva, tem como parâmetro o acompanhamento das metas estabelecidas no Plano

Individual de Atendimento (PIA) de cada adolescente, sendo o público-alvo do Serviço,

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adolescentes de 12 a 18 anos e jovens até 21 anos, que cometeram ato infracional antes

de completar 18 anos de idade.

O Serviço de Proteção Social a Adolescente em Cumprimento de Medidas

Socioeducativas em Meio Aberto, em âmbito local, tem por objetivo promover, através

de suas ações, o descomprometimento dos adolescentes com a prática infracional,

possibilitando-lhes a “construção de um novo projeto de vida”, conforme preconiza o

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE – Lei nº 12.594/2012), de

modo a reduzir os índices de atos infracionais, buscando reinserir socialmente o

público-alvo referido. Além dos aspectos já mencionados, o Serviço ora apresentando,

visa contribuir para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários dos

adolescentes por ele acompanhados; para a redução da reincidência da prática do ato

infracional dos mesmos; e para a interrupção do ciclo da violência e da prática do ato

infracional.

No tocante à execução das medidas socieoducativas de Liberdade Assistida e

Prestação de Serviço à Comunidade, ambas tem como orientação central, o fomento ao

acompanhamento mais intenso das metas construídas pela equipe, adolescente e sua

família no Plano Individual de Atendimento.

Atualmente, na unidade municipal, a medida de Liberdade Assistida é executada

por meio de oficinas sociopedagógicas, quais sejam: Cidadania; Flauta; Xadrez;

Alfabetização e Letramento e Leitura e Texto. Os adolescentes, de acordo com seus

perfis, são encaminhados para uma das atividades, participando, da mesma, uma vez por

semana, pelo período de duas horas. Temas como direitos e deveres, sexualidade,

família, drogas, profissionalização, mercado de trabalho, entre outros pertinentes ao

adolescente, são trabalhados ao longo das atividades.

No que diz respeito à medida de Prestação de Serviço à Comunidade, a equipe do

Serviço realiza a busca de instituições parceiras para encaminhar os socioeducandos

para o cumprimento da medida, bem como para outros serviços e políticas públicas, em

conformidade com o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - SINASE e com

as metas estabelecidas no Plano Individual de Atendimento - PIA.

Além das parcerias que o Serviço estabelece com as instituições, realiza o

acompanhamento dos adolescentes, orientando-os como desempenhar suas funções e a

necessidade do compromisso e da disciplina no desenvolvimento das mesmas, nas

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instituições para onde são encaminhados. Deve-se ressaltar que os encaminhamentos

são realizados de acordo com as aptidões e habilidades dos socioeducandos. Cabe frisar

que, com as referidas ações, a equipe tem conseguido quebrar muitas das resistências

dos adolescentes e das famílias, possibilitando a restituição de vínculos afetivos e o

cumprimento exitoso das Medidas Socioeducativas, sem a ocorrência de entraves de

ordem disciplinar.

As atividades desempenhadas pelos adolescentes são as mais diversas, quais

sejam: Auxiliar de Serviços Gerais (limpeza); Auxiliar de Atividades Administrativas

(digitação, recepção, portaria, organização de documentos); Auxiliar de oficinas

pedagógicas, Auxiliar de Cozinha, Auxiliar de Jardinagem, Auxiliar de sala de aula).

Apesar do SINASE apontar que as atividades desenvolvidas pelos adolescentes

devem ter um caráter eminentemente pedagógico, o grau de escolaridade dos

socioeducandos ainda é um fator negativo para que os mesmos sejam inseridos em

atividades com esse perfil, precisando, ser inseridos em atividades de portaria e limpeza

das instituições.

O acompanhamento é realizado no primeiro momento, pela construção do Plano

Individual de Acompanhamento – PIA; também por meio de visitas domiciliares,

objetivando envolver a família no processo socioeducativo; bem como, visitas

institucionais com o orientador para a qual o adolescente foi encaminhado, logo,

procurando sempre manter uma articulação com a rede de atendimento socioaducativo.

É importante considerar que o Serviço está inserido no âmbito da Proteção Social

Especial de Média Complexidade, por meio do Serviço de Proteção e Atendimento

Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), que de acordo com a Tipificação Nacional

dos Serviços Socioassistenciais (2009), diz respeito ao:

Serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais e para o fortalecimento da função protetiva das famílias diante do conjunto de condições que as vulnerabilizam e/ou as submetem a situações de risco pessoal e social. O atendimento fundamenta-se no respeito à heterogeneidade, potencialidades, valores, crenças e identidades das famílias. O serviço articula-se com as atividades e atenções prestadas às famílias nos demais serviços socioassistenciais, nas diversas políticas públicas e com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos. Deve garantir atendimento

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imediato e providências necessárias para a inclusão da família e seus membros em serviços socioassistenciais e/ou em programas de transferência de renda, de forma a qualificar a intervenção e restaurar o direito. (BRASIL, 2009, p. 19)

Partindo desse contexto, o Serviço de Proteção Social a Adolescente em

Cumprimento de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto deve ser executado pelos

Centros de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), a partir da

normatização da Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, publicada no ano

de 2009. Contudo, como já mencionado, o Serviço foi criado no ano de 2007 e

permanece descentralizado fisicamente dos CREAS, funcionando no núcleo já

mencionado, mas, aos Centros referenciados, onde todas as famílias dos adolescentes

atendidos são encaminhadas para acompanhamento pelo PAEFI individualmente e em

grupos.

4. DIAGNÓSTICO LOCAL DO SINASE

Na perspectiva de trazer um diagnóstico situacional do atendimento

socioeducativo aos adolescentes que cumprem medidas em meio aberto no município

do Natal/RN, levou-se em consideração um recorte de dados dos anos de 2013 e 2014,

somando-se ainda algumas informações mais recentes, relativas ao ano de 2015 e

primeiro semestre de 2016, com a perspectiva de reordenamento do Serviço de

Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de

Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviços à Comunidade (PSC).

Os referidos dados foram disponibilizados pelas instituições que compõem o

fluxo de atendimento aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, por

meio de visitas institucionais e articulações, sendo elas: Poder Judiciário do Estado do

Rio Grande do Norte; Delegacia Especializada em Atendimento ao Adolescente Infrator –

DEA; Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude da Comarca do Natal/RN;

Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS, através do Serviço de

Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de

Liberdade Assistida (LA), e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC); Fundação da

Criança e do Adolescente do RN - FUNDAC, por meio dos setores responsáveis pelo

desenvolvimento de medidas socioeducativas em meio fechado.

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Os dados analisados fizeram surgir um entendimento a respeito das funções e

atuações específicas de cada Instituição (ver questionário em anexo), dando-se maior

importância a elementos qualitativos que pudessem dar subsídio ao Grupo de Trabalho -

GT responsável pela construção do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, a

partir dos quais poderiam ser pensadas metas e objetivos do referido documento.

Diante de uma atualidade em que se precariza as políticas voltadas para o

Sistema Socioeducativo e o seu público-alvo, cabe refletir o que afirma Couto (2008,

p.56):

É preciso ter claro que a simples existência de garantias legais não se traduz em garantias de direitos sociais. O próprio acesso às leis e ao seu aparelho jurídico formal tem sido dificultado aos segmentos populacionais pauperizados, o que tem reforçado a máxima de que existem leis em abundância e pouca efetividade no seu cumprimento.

Isto posto, a construção do presente Plano se compromete com a formulação de

um documento que se mostre enquanto materialização da lei e instrumento da

sociedade para efetivação dos direitos.

Assim sendo, com base nas análises realizadas em ações articuladas com a rede

de atendimento, pôde-se observar o fluxo de atendimento; o perfil dos adolescentes em

cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto; e os desafios enfrentados na

execução desse Serviço, os quais serão expostos na sequência.

4.1 Estruturação e fluxos do Atendimento Socioeducativo em Natal/RN

O Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida

Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)

passou, nos últimos dois anos, por processos de reorganização, no sentido e adaptar-se

às novas normativas, bem como atender, da melhor forma, às necessidades dos

adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto.

Foi nesse sentido que, construiu-se, de maneira coletiva: novos fluxos de

atendimento; novos processos de trabalho para a aplicação das medidas em meio

aberto; outras estratégias de intervenção junto às famílias e aos adolescentes; novas

propostas pedagógicas para as oficinas de atendimento; além de articulações e

formalização de parcerias e convênios com instituições não governamentais, de maneira

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que o adolescente possa estar inserido na comunidade e se perceba enquanto sujeito

autônomo e encontrando possibilidades de ressignificar seu projeto de vida.

Para o melhor entendimento desse processo de cumprimento das medidas em

meio aberto, pode-se observar o fluxo abaixo:

FLUXO DO ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO EM NATAL/RN

APREENSÃO PELA PM-DEA (Delegacia de Platão)

CENTRO DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIA

(CIAD)

LIBERADO COM RESPONSÁVEL

AUDIÊNCIA-OITIVA NA 65ª PROMOTORIA DA INFÂNCIA E

JUVENTUDE.

AUDIÊNCIA NA 3ª VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DE

NATAL

REMISSÃO OU APLICAÇÃO DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA

MEDIDA EM MEIO FECHADO (CEDUC)

MEDIDA EM MEIO ABERTO (LA/PSC)

Inserção do Socioeducando na oficina de LA ou PSC.

(Núcleo e Instituições Parceiras)

Acompanhamento do socioeducando e suas

famílias, pelo CREAS da região,

Encaminhamento da família para o CRAS.

EM CASO DE DESCUMPRIMENTO:

Sanção de até três meses no CEDUC.

ENCERRAMENTO DA MEDIDA. Com Avaliação e Relatório

encaminhado a 1ª Vara da Infância e Juventude,

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A Municipalização do atendimento (artigo 88, inciso I do ECA), no âmbito do

Sistema Socioeducativo, considera que tanto as medidas socioeducativas quanto o

atendimento inicial ao adolescente em conflito com a lei devem ser realizados dentro ou

próximo dos limites geográficos do município de modo a facilitar o contato e o

fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários do adolescente, bem como efetivar

sua inserção social e de sua família nos equipamentos e rede de serviços públicos locais.

Na perspectiva de garantias de direitos, o atendimento em rede, agrega esforços de muitas

instituições para o fortalecimento das famílias.

Dessa forma, uma política de atenção integral à criança e ao adolescente, para ser

eficaz, deve promover articulações entre os diversos serviços setoriais (saúde, defesa

jurídica, trabalho, profissionalização, escolarização, esporte, lazer, cultura, etc.), sendo,

portanto, o trabalho em rede uma estratégia fundamental. Logo a implantação das medidas

de meio aberto, liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade, compreende-se

dentro deste sistema e, sendo assim, acredita-se que com o adequado planejamento e

execução se possa alcançar melhoria no atendimento ao adolescente e, por consequência,

atingir os objetivos.

No entanto, o processo de execução da medida socioeducativa se inicia no

momento em que a autoridade judiciária define a medida e fundamenta a sua escolha com

parâmetros legais. Em audiência pública admonitória (audiência de advertência e

aconselhamento), o adolescente toma ciência da sanção imposta e do procedimento de sua

execução, podendo o juiz cumular medida socioeducativa com medida protetiva (ILANUD,

2004). Ressalta-se que no funcionamento interno do Sistema Socioeducativo se faz

necessário à integração entre as medidas em meio aberto e meio restritivo e privativo de

liberdade. Pois muitos adolescentes que cumprem uma medida privativa de liberdade,

como a internação, progridem para uma medida em meio aberto. Para isto, o sistema de

justiça também deve estar em consonância com a execução das medidas socioeducativas.

Todo este processo deve ser de ciência do Conselho Tutelar, órgão autônomo,

responsável por zelar pelo cumprimento dos direitos fundamentais de crianças e

adolescentes independente da sua condição jurídica. Destaca-se ainda a atuação do

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente- COMDICA, para deliberar e

controlar as políticas públicas voltadas a crianças e adolescentes, assim como monitorar e

avaliar da execução das medidas a eles aplicadas.

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O sistema socioeducativo é também abrangido pela fase ministerial, de

competência do Ministério Público, o qual é responsável pela promoção e

acompanhamento dos procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes;

fiscaliza o processo de execução da medida e oficia em todos os processos e respectivos

incidentes de execução de medida socioeducativa.

Dando-se continuidade ao processo, o juiz materializa a aplicação da medida

socioeducativa por meio da expedição de documento ao órgão municipal responsável pela

execução, sendo, desse modo, no âmbito da política de assistência social, o CREAS – Centro

de Referência Especializado de Assistência. A execução da medida aplicada, implica em

oferecer orientação e atendimento aos adolescentes e suas famílias, proporcionando a

inserção em programas sociais; articulando a rede de parceiros etc. Os agentes envolvidos

com o atendimento socioeducativo precisam, portanto, estimular os adolescentes nestas

circunstâncias, ou seja, em cumprimento de medida socioeducativa, a organizar um

projeto de vida, definindo objetivos e metas alcançáveis, tendo em vista a transformação de

valores e atitudes, matéria-prima da prática socioeducativa. A execução da medida conta

com a seguinte composição de profissionais: Psicólogo, assistente social, pedagogo,

advogado, orientador social e oficineiros.

Embora o acompanhamento da execução seja de uma determinada Política Pública,

como a Assistência Social, os demais integrantes do Sistema Socioeducativo serão

corresponsáveis pelo atendimento as demandas dos adolescentes e suas famílias, que

contribuam para a viabilização do Plano Individual de Atendimento Socioeducativo – PIA.

Para isto a capacitação profissional é uma das condições primordiais para o alcance dos

objetivos institucionais e consequentemente da efetividade da política pública

desenvolvida, conforme registro do SINASE:

A formação continuada dos atores sociais envolvidos no atendimento socioeducativo é fundamental para a evolução e aperfeiçoamento de práticas sociais ainda muito marcadas por condutas assistencialistas e repressoras. Ademais, a periódica discussão, elaboração interna e coletiva dos vários aspectos que cercam a vida dos adolescentes, bem como o estabelecimento de formas de superação dos entraves que se colocam na prática socioeducativa exigem capacitação técnica e humana permanente e contínua considerando, sobretudo o conteúdo relacionado aos direitos humanos. (BRASIL,2006, p.49)

Cabe ainda registrar os papéis dos diferentes atores do sistema de garantia de

direitos, frente a uma atuação de avaliação e monitoramento do sistema de atendimento

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socioeducativo em meio aberto no município, que para além do Ministério Público e Poder

judiciário e dos Conselhos de direitos e tutelar, pontua-se o próprio gestor, sendo este esse

cuidado e sensibilidade fundamentais para a consolidação dessa política, isso porque este

olhar específico previa cuidados necessários com as particularidades do atendimento

socioeducativo.

4.2 Perfil dos Adolescentes em Cumprimento Medidas Socioeducativas no

município do Natal/RN

Entender o universo dos adolescentes autores de ato infracional, para os quais

são determinadas as medidas socioeducativas, exige a apreensão da realidade

vivenciada por eles, devendo-se assim, ter uma visão abrangente de um contexto que

não deve isolar o ato infracional da realidade na qual o adolescente está inserido.

Seguindo a análise da distribuição da população por sexo, os dados do Censo de 2010 (IBGE) revelaram que em Natal predominava a população masculina na faixa etária compreendida entre 0 a14 anos de idade. Já na faixa etária entre 15 a 19 anos, essa realidade muda, dando espaço à predominância da população feminina, ficando ainda mais acirrada nas idades subsequentes. Vários são os determinantesque podem contribuir para essa mudança, a exemplo do envolvimento de jovens com drogas e do aumento da violência na realidade brasileira, que circunda em sua maior parte o universo masculino, mais especificamente a população infanto-juvenil. Não é por acaso que são os jovens de 15 a 24 anos as principais vítimas da violência urbana nas cidades, com maior incidência nas regiões onde preponderam as piores condições de vida. Dados do Mapa da Violência (2013)7, que trata sobre os níveis de homicídios entre a população jovem das capitais do Brasil, no período de 2001 a 2011, apontaram que na região nordeste o homicídio entre a população jovem tem crescido consideravelmente, sendo Natal a capital que lidera a lista, com crescimento do índice de homicídios de 267,3%, ficando Salvador em segundo lugar, com 232,1%. A título de ilustração, a mesma pesquisa revela que, em 2001, Natal apresentou 52 homicídios entre esse segmento etário e, em uma década, no ano de 2011, passou para 191 homicídios. (PMAS, Natal/RN, 2013).

7 Dados extraídos da publicação Mapa da Violência 2013 – Juventude Viva: homicídios e juventude no

Brasil, de Júlio Jacobo Waiselfisz.

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No contexto do Estado do Rio Grande do Norte, segundo informações da FUNDAC,

encontra-se a seguinte faixa etária dos adolescentes que foram admitidos no Pronto

Atendimento:

GRÁFICO 1: ADMISSÕES DE ADOLESCENTES NA FUNDAC REALIZADAS EM 2014

Fonte: FUNDAC/RN – CIAD/Natal-Pronto Atendimento/2014.

O presente gráfico diz respeito às admissões realizadas em 2014, que totaliza

quantitativamente um número de 227 registros, no qual se verifica, que a maioria dos

adolescentes que chegaram ao Serviço, estão na faixa etária de 16 a 17 anos. Não

podendo deixar de registrar nesse momento o quantitativo de adolescentes sem registro

de idade, que apesar de ser numericamente inferior, pode levantar a reflexão acerca do

acesso desse público aos seus direitos básicos, como é o caso do acesso à sua

documentação pessoal.

De acordo com Sales (2007), a condição infantojuvenil se trata de uma busca por

conflitualizar, problematizar relações e reivindicar um novo estatuto de visibilidade

para grupos e sujeitos na esfera das representações. No entanto, no tocante aos

adolescentes pobres, das classes trabalhadoras, em especial aqueles em conflito com a

lei, percebe-se um processo de invisibilidade ou de uma “visibilidade perversa, donde a

visibilidade pode participar, paradoxalmente, de processos de invisibilização” (p. 105),

na medida em que a inclusão desses jovens se dá a partir da exaltação de suas vidas e

comportamentos como contra-modelos.

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GRÁFICO 2: FLUXO DE ATENDIMENTO POR MUNICÍPIO – INTERNAÇÃO PROVISÓRIA – FUNDAC/2014

Fonte: FUNDAC/RN – CIAD – Pronto Atendimento.

Ainda no que se refere aos atendimentos do Pronto Atendimento em 2014, o

gráfico acima traz a informação a respeito dos municípios de origem dos adolescentes,

sendo Natal/RN o município com maior número de casos, e tal informação referente a

um quantitativo de 147 em um universo total de 224 adolescentes.

A seguir, visualiza-se o total de adolescentes que cometeram ato infracional, a

cada mês dos anos de 2013 e 2014, no município do Natal, bem como os tipos de

infrações, sendo estas cedidas pelo CIAD – Natal/RN.

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GRÁFICO 3: TOTAL DE ADOLESCENTES QUE COMETERAM ATO INFRACIONAL MÊS/ANO 2013

Fonte: CIAD e Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

GRÁFICO 4: TOTAL DE ADOLESCENTES QUE COMETERAM ATO INFRACIONAL MÊS/ANO 2014

Fonte: CIAD e Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

GRÁFICO 5: TOTAL DE ADOLESCENTES - POR TIPO DE ATO INFRACIONAL COMETIDO - NO ANO DE 2013

Fonte: CIAD e Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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GRÁFICO 6: TOTAL DE ADOLESCENTES - POR TIPO DE ATO INFRACIONAL COMETIDO - NO ANO DE 2014

Fonte: CIAD e Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

No tocante às informações coletadas junto ao Serviço de Medidas Socioeducativas

em Meio Aberto do Município do Natal/RN, com dados de atendimento dos adolescentes

que foram encaminhados para o cumprimento de medida de Liberdade Assistida (LA),

Prestação de Serviço à Comunidade – PSC e LA, apresentamos aqui o comparativo dos

dados referentes aos anos de 2013 e 2014.

Na ocasião pode ser traçado um comparativo de cor/raça, faixa etária, ato

infracional cometido, zona de residência, condição relativa ao uso de drogas e o tipo de

substância consumida, escolaridade, situação no mercado de trabalho, renda familiar

mensal e acesso a Benefícios Sociais; levando-se em consideração que todos os

elementos apresentados nos dão uma ideia de perfil do adolescente atendido no

município, para os quais podemos traçar metas do presente plano.

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TABELA 1: PERFIL DOS ADOLESCENTES - POR FAIXA ETÁRIA E GÊNERO - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-2014)

2013

IDADE MASCULINO FEMININO TOTAL

12 a 14 25 7 32

15 a 17 191 36 227

18 a 21 63 6 69

Total 279 49 328

2014

IDADE MASCULINO FEMININO TOTAL

12 a 14 18 10 28

15 a 17 142 28 170

18 a 21 37 15 52

Total 197 53 250 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

GRÁFICO 7: PERFIL DOS ADOLESCENTES - POR FAIXA ETÁRIA E GÊNERO - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-2014)

Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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TABELA 2: PERFIL DOS ADOLESCENTES - POR COR/RAÇA - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-2014)

2013

COR/RAÇA MASCULINO FEMININO TOTAL

Parda 174 30 204

Negra 30 5 35

Branca 71 14 85

Não informado 4 0 4

Total 279 49 328

2014

COR/RAÇA MASCULINO FEMININO TOTAL

Branca 50 13 63

Parda 114 38 152

Negra 23 2 25

Não informado 11 1 12

Total 198 54 252 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

GRÁFICO 8: PERFIL DOS ADOLESCENTES - POR COR/RAÇA - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-2014)

Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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TABELA 3: PERFIL DOS ADOLESCENTES - POR TIPO DE ATO INFRACIONAL COMETIDO - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-

2014)

2013

TIPO DE ATO INFRACIONAL MASCULINO FEMININO TOTAL

Roubo 119 11 130

Furto 17 1 18

Porte de armas 21 1 22 Tráfico de drogas/ Porte de Drogas 53

12 65

Lesão corporal 13 14 27

Atentado à vida (homicídio) 11 2 13

Outros 31 4 35

Não informado 7 3 10

Total 272 48 320

2014

TIPO DE ATO INFRACIONAL MASCULINO FEMININO TOTAL

Roubo 87 17 104

Furto 8 2 10

Porte de armas 12 5 17

Tráfico de drogas 20 8 28

Porte de Drogas 2 1 3

Lesão corporal 9 4 13

Ameaça 4 2 6

Dano ao patrimônio 7 0 7

Atentado à vida (homicídio) 6 1 7

Outros 6 5 11

Não informado 15 4 19

Total 176 49 225 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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GRÁFICO 9: PERFIL DOS ADOLESCENTES - POR TIPO DE ATO INFRACIONAL COMETIDO - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-

2014)

Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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TABELA 4: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO AO USO DE DROGAS - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN

(2013-2014)

2013

SITUAÇÃO MASCULINO FEMININO TOTAL

Usuário 157 23 180

Não Usuário 102 24 126

Abstinência 5 2 7

Experimentou 14 0 14

Não informado 1 0 1

Total 279 49 328

2014

SITUAÇÃO MASCULINO FEMININO TOTAL

Usuário 105 22 127

Não Usuário 58 16 74

Experimentou 12 1 13

Abstinência 23 10 33

Não informado 0 3 3

Total 198 52 250 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS

GRÁFICO 10: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO AO USO DE DROGAS - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN

(2013-2014)

Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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TABELA 5: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO AO TIPO DROGADIÇÃO - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN

(2013-2014)

2013

TIPO DE DROGA MASCULINO FEMININO TOTAL

Maconha 140 20 160

Fumo 35 7 42

Álcool 18 1 19

Cocaína 14 3 17

Crack 5 1 6

Inalantes 3 0 3

Outros 3 0 3

Não informado 6 0 6

Total 224 32 256

2014

TIPO DE DROGA MASCULINO FEMININO TOTAL

Alcool 13 1 14

Tabaco 41 13 54

Maconha 109 28 137

Cocaína 17 9 26

Crack 1 0 1

Inalantes 2 1 3

Sintético/medicações 2 2 4

Outros 0 0 0

Total 185 54 239 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

GRÁFICO 11: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO AO TIPO DROGADIÇÃO -

EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-2014)

Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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TABELA 6: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO À SITUAÇÃO ESCOLAR - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013/2014)

2013

SITUAÇÃO ESCOLAR MASCULINO FEMININO TOTAL

Estuda 115 27 142

Não Estuda 164 22 186

Total 279 49 328

2014

SITUAÇÃO ESCOLAR MASCULINO FEMININO TOTAL

Estuda 71 26 97

Não Estuda 118 35 153

Total 189 61 250 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

GRÁFICO 12: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO À SITUAÇÃO ESCOLAR - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN

(2013-2014)

Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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TABELA 7: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO AO GRAU DE INSTRUÇÃO - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN

(2013-2014)

2013

GRAU DE INSTRUÇÃO MASCULINO FEMININO TOTAL

Não Alfabetizado 12 1 13

E.F até o 5° Ano 103 14 117

E.F até o 9° Ano 134 27 161

E.F. Completo 1 5 6

En. Médio Incompleto 24 2 26

En. Médio Completo 1 0 1

En. Superior Incompleto 1 0 1

Não informado 3 0 3

Total 279 49 328

2014

GRAU DE INSTRUÇÃO MASCULINO FEMININO TOTAL

Não Alfabetizado 9 1 10

E.F até o 5° Ano 49 10 59

E.F até o 9° Ano 111 31 142

E.F. Completo 1 1 2

En. Médio Incompleto 20 7 27

En. Médio Completo 3 0 3

En. Superior Incompleto 1 0 1

Não informado 0 1 1

Total 194 50 244 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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GRÁFICO 13: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO AO GRAU DE INSTRUÇÃO - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN

(2013-2014)

Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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TABELA 8: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO À REGIÃO DE RESIDÊNCIA - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN

(2013-2014)

2013

REGIÃO DE RESIDÊNCIA MASCULINO FEMININO TOTAL

Norte 93 16 109

Sul 37 6 43

Leste 44 8 52

Oeste 105 19 124

Total 279 49 328

2014

REGIÃO DE RESIDÊNCIA MASCULINO FEMININO TOTAL

Norte 69 12 81

Sul 25 14 39

Leste 23 9 32

Oeste 70 19 89

Total 187 54 241 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

GRÁFICO 14: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO À REGIÃO DE RESIDÊNCIA - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN

(2013-2014)

Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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TABELA 9: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO Á SITUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN

(2013-2014)

2013

SITUAÇÃO MASCULINO FEMININO TOTAL

Nunca trabalhou 90 25 115

Trabalho Formal 4 2 6

Trabalho Informal 82 9 91

Não trabalha atualmente 102 13 115

Não informado 0 0 0

Total 278 49 327

2014

SITUAÇÃO MASCULINO FEMININO TOTAL

Nunca trabalhou 48 29 77

Trabalho Formal 5 4 9

Trabalho Informal 71 8 79

Não trabalha atualmente 66 13 79

Não informado 0 0 0

Total 190 54 244 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS

GRÁFICO 15: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO Á SITUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM

NATAL/RN (2013-2014)

Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS

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TABELA 10: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO AO ESTADO CIVIL - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-2014)

2013

ESTADO CIVIL MASCULINO FEMININO TOTAL

Solteiro 242 39 281

União Estável 36 9 45

Casado 1 1 2

Não informado 0 0 0

Total 279 49 328

2014

ESTADO CIVIL MASCULINO FEMININO TOTAL

Solteiro 160 47 207

Casado 4 0 4

União estável 31 6 37

Não informado 1 0 1

Total 196 53 249 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

TABELA 11: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO À HABITAÇÃO - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-2014)

2013

HABITAÇÃO MASCULINO FEMININO TOTAL

Própria 178 31 209

Alugada 79 15 94

Cedida 17 2 19

Invadida 1 1 2

Institucionalizada 2 0 2

Não informado 2 0 2

Total 279 49 328

2014

HABITAÇÃO MASCULINO FEMININO TOTAL

Própria 100 35 135

Alugada 83 15 98

Cedida 8 1 9

Invadida 0 2 2

Institucionalizada 0 0 0

Não informado 0 0 0

Total 191 53 244 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS. .

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TABELA 12: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO À SITUAÇÃO PROCESSUAL - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-2014)

2013

SITUAÇÃO PROCESSUAL MASCULINO FEMININO TOTAL

Primário 226 39 265

Reincindente 39 8 47

Progressão 13 3 16

Não informado 0 0 0

Total 278 50 328

2014

SITUAÇÃO PROCESSUAL MASCULINO FEMININO TOTAL

Primário 168 51 219

Reincindente 21 0 21

Progressão 5 0 5

Não informado 0 2 2

Total 194 53 247

Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

TABELA 13: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO À COHABITAÇÃO - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-2014)

2013

COHABITAM COM MASCULINO FEMININO TOTAL

Pais/Parentes 82 14 96

Mãe/Parentes 110 14 124

Cônjuge 8 3 11

Cônjuge/Filhos 4 2 6

Cônjuge/Parentes 19 4 23

Outros parentes 42 10 52

Amigos/Sozinho 5 1 6

Instituição 2 1 3

Não informado 0 0 0

Total 272 49 321

2014

COHABITAM COM MASCULINO FEMININO TOTAL

Pais 47 14 61

Pais/Parentes 22 7 29

Mãe/Parentes 65 12 77

Avós 11 3 14

Cônjuge 8 5 13

Cônjuge/Filhos 4 0 4

Cônjuge/Parentes 12 2 14

Outros parentes 20 7 27

Amigos 5 5 20

Instituição 0 0 0

Não informado 0 0 0

Total 194 55 249 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

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TABELA 14: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO À RENDA - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-2014)

2013

RENDA MASCULINO FEMININO TOTAL

Até 1 Salário Mínimo 46 10 56

Entre 1 e 2 Salários 169 27 196

3 ou mais Salários 52 11 63

Não informado 12 1 13

Total 279 49 328

2014

RENDA MASCULINO FEMININO TOTAL

Menos de um salário 27 11 38

Até 1 Salário Mínimo 112 26 138

Entre 1 e 2 Salários 25 6 31

3 ou mais Salários 26 7 33

Não informado 2 7 9

Total 192 57 249 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

TABELA 15: PERFIL DOS ADOLESCENTES - EM RELAÇÃO AO ACESSO A BENEFÍCIOS SOCIAIS - EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS (LA) E (PSC) EM NATAL/RN (2013-

2014)

2013

BENEFÍCIOS SOCIAIS MASCULINO FEMININO TOTAL

Sim 115 15 130

Não 149 32 181

Não informado 14 2 16

Total 278 49 327

2014

BENEFÍCIOS SOCIAIS MASCULINO FEMININO TOTAL

Sim 53 12 65

Não 105 34 139

Não informado 25 8 33

Total 183 54 237 Fonte: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS.

Fundamenta nesses dados, pode-se traçar o perfil da maioria dos adolescentes

que adentraram no sistema de medidas socioeducativas no município do Natal-RN, no

período de 2013 a 2014.

Trata-se de adolescentes do sexo masculino, na faixa etária dos 15 aos 17 anos de

idade, de cor parda, usuários de substâncias entorpecentes, sendo predominante o uso

da maconha. Encontram-se matriculados em alguma instituição de ensino, tendo

cursado até o 9º ano, cujo ato infracional cometido com mais frequência é o roubo.

Residentes à zona administrativa Oeste do município de Natal/RN, juntamente à

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genitora e outros parentes, com renda familiar de 1 a 2 salários mínimos e sem acesso a

benefícios sociais.

4.3 Desafios evidenciados com o Diagnóstico local do SINASE

Constata-se uma urgente necessidade de se estabelecer uma padronização das

ações a fim de que seja fortalecido o diálogo entre os atores, bem como a implementação

de um sistema de registro de atendimentos para que assim se possa lidar com o

adolescente de forma continuada.

Outra observação feita diz respeito à postura de alguns serviços que vem a

dificultar o trabalho com os adolescentes na direção do entendimento de sentido do ato

e da medida aplicada, visto que algumas rotinas de trabalho, e estas impostas para os

adolescentes, distanciam-se do real sentido da socioeducação, havendo-se a necessidade

de reflexão sobre tais atividades.

Vale ressaltar ainda a não disponibilidade de algumas áreas em discutir

demandas para o referido público, sendo essa realidade constatada na dificuldade de

acesso do GT a alguns dados para a construção do presente diagnóstico.

Em visita ao Serviço de Medidas Socioeducativas em meio aberto, realizada por

Conselheiros de Direito do COMDICA/Natal, e de acordo com a servidora entrevistada da

Instituição o fluxo de atendimento ao adolescente que comete ato infracional, é inserido

na Instituição por meio da Vara da Infância e da Juventude e conta com um quadro de

RH composto por 38 profissionais, para desenvolver diversas atividades com os

usuários, sendo eles: 15 Educadores sociais, 6 Assistentes sociais, 1 Terapeuta

ocupacional, 2 Assistente administrativo, 1 copeira, 10 psicólogos, 1 Arte educador, 3

pedagogos, 2 Motoristas e 2 Guardas municipais.

Um dos desafios que emanam desse diagnóstico é o fato de que grande parte dos

profissionais tem vínculos trabalhistas fragilizados, através de contratos temporários;

situação que impossibilita a continuidade do trabalho, sendo tal fragilidade reforçada

diante da inexistência de formação ou capacitação para os profissionais que trabalham

na Instituição, sendo a busca por conhecimento de iniciativa particular de cada

funcionário. Segundo relatos dos Servidores, uma última formação ofertada pela

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Secretaria aconteceu em 2007. Valendo ressaltar ainda, a necessidade de avaliação

acerca do quantitativo de profissionais para a real demanda posta ao Serviço.

No que se refere à estrutura física, observou-se que há necessidade de

reestruturação, pois as salas existentes para a realização de atividades administrativas,

para uso dos educadores e de atendimento às famílias e adolescentes, não possuem

ventiladores e nem são climatizadas, bem como os referidos espaços são insuficientes

para o atendimento da real demanda de adolescentes, interferindo negativamente na

realização das atividades socioeducativas.

Outro fator preocupante relativo à estrutura física, diz respeito ao arquivamento

de documentos dos adolescentes em cumprimento de medidas, visto que atualmente o

arquivo deste Serviço está localizado em corredor de grande circulação de funcionários

e usuários, mostrando-se vulnerável, sendo colocada em risco a privacidade das

informações.

De acordo com relatos de servidores do referido Serviço, é apontado uma

dificuldade a respeito do abastecimento de material para a realização de oficinas,

afirmando-se que o material de expediente disponibilizado trata-se do básico, como

folhas de ofício e materiais de uso diário.

Outra observação a ser feita diz respeito à instrumentalidade do serviço, no

momento da visita realizada, visto que este não tem um regimento interno concluído e

executado, bem como se faz uso de registros fora do sistema de dados específico para a

execução do SINASE. O Serviço e a SEMTAS não disponibilizam fluxos e/ou protocolos

que articulem, de forma institucionalizada, as outras políticas, sendo esse cenário

agravado pela fragilidade pedagógica da instituição, mediante a realização de oficinas

que não passam por atualizações e reformulações, sendo observada a necessidade de

uma discussão acerca da proposta socioeducativa correspondente às medidas.

Entretanto, a partir da Tipificação dos Serviços Socioassistenciais, em 2009,

estabeleceu-se que o acompanhamento municipal das medidas socioeducativas de

Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade, deveria se dar no âmbito dos

Centros de Referência Especializado em Assistência Social – CREAS. Isto posto, no ano de

2015, iniciou-se o debate sobre a necessidade desse processo de reordenamento.

Uma proposta de reordenamento foi construída e discutida com a equipe que

compunha o Serviço. A partir dessa nova ótica, os adolescentes sentenciados a cumprir

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as medidas socioeducativas de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à

Comunidade, passariam a ter seus acompanhamentos socioeducativos realizados pelos

Centros de Referência Especializados de Assistência Social que referenciam os seus

respectivos territórios, com uma equipe de referência composta por profissionais da

Psicologia, Serviço Social, Pedagogia e Educador Social.

Como mudança mais contundente nesse processo, tem-se o novo formato das

oficinas de Liberdade Assistida, consolidadas em uma oficina de Proteção, Direito e

Responsabilização. Trata-se uma atividade inicial para todos os adolescentes que

cumprem medida de LA, composto por oito encontros, uma vez por semana,

sequenciadas e contínuas, de forma modulada, buscando levantar reflexões e

compreender o contexto do ato infracional. Além disso, fomentar discussões acerca de

seu papel na sociedade, como sujeito de direitos e deveres, percebendo suas limitações e

potencialidades.

Não tão novo quanto esse processo, mas de discussão extremamente necessária,

é a importância do acompanhamento do plano de metas dos adolescentes, inserido no

Plano Individual de Atendimento como elemento basilar do processo socioeducativo,

tanto para os adolescentes sentenciados a cumprir LA, PSC ou as duas de forma

cumulada.

Com a finalidade de normatizar esse processo, a Prefeitura Municipal do Natal,

por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social, publicou a PORTARIA

Nº 039/2016-GS/SEMTAS, DE 25 DE ABRIL DE 2016.

Dentro desse contexto, o Reordenamento do Serviço de Proteção Social a

Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa em Meio Aberto da Cidade do

Natal/RN, foi iniciado em 09 de março de 2016, com os direcionamentos das equipes

que referenciam as Zonas Sul e Leste desta capital aos seus respectivos Centros de

Referência Especializados de Assistência Social. Ademais, as oficinas introdutórias, que

atendem a nova modalidade de Liberdade Assistida, iniciaram com duas turmas em abril

de 2016, atendendo a toda a demanda reprimida das zonas já citadas, bem como tem-se

a perspectiva de as Zonas Oeste e Norte terem seus Serviços descentralizados, seguindo

a mesma lógica, no mês de setembro de 2016.

Como perspectivas positivas do reordenamento, podem ser elencados a maior

aproximação da equipe de referência da realidade dos adolescentes acompanhados,

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possibilidade em atender as demandas surgidas ao longo desse acompanhamento,

trabalhar a territorialização dos socioeducandos, o fim do tempo de espera para

inserção em liberdade assistida, dando celeridade ao processo socioeducativo dos

adolescentes, aproximação com as equipes do Serviço de Proteção e Atendimento

Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI, que também estão inseridas nos CREAS e

são responsáveis pelo apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais

de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos, realidade essa,

vivenciada por muitos dos adolescentes acompanhados pelo serviço de medida

socioeducativa.

Enquanto desafios enfrentados neste processo de reordenamento do Serviço

Municipal de Cumprimento de Medidas, pode-se elencar a articulação com outras

Políticas, em especial com a Educação, constatada mediante a baixa escolaridade dos

adolescentes e dificuldade na inserção destes nos respectivos Serviços, bem como uma

possível estigmatização posta pelos profissionais.

4.4 Os Programas de Atendimento e Ações de Interface com a Assistência Social, Saúde, Educação, Cultura e Arte, Esporte e Lazer e Segurança Pública.

O Município do Natal é a capital do Rio Grande do Norte, abriga, segundo o Censo

de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma

população de 803.739 habitantes, distribuída em 36 bairros que formam as quatro

regiões administrativas da cidade: norte, sul, leste e oeste, além do Parque das Dunas.

No município do Natal a população de adolescentes e jovens, bem como suas

famílias, conta com serviços:

a) Política de Assistência Social:

4 Centros de Referência Especializado da Assistência Social – CREAS, sendo cada

um responsável por 1 Zona Administrativa do Município;

11 Centros de Referência da Assistência Social – CRAS;

Um Serviço de Medida Socioeducativa em Meio Aberto;

2 Centros de Convivência Familiar e Fortalecimento de Vínculos,

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1 Serviço de Acolhimento (Casa de Passagem III);

2 unidades de Cadastro Único.

b) Na área de Profissionalização:

Centro Público do Trabalho e Renda;

c) Política de Saúde:

CAPS e CAPSi;

Centro de Saúde Reprodutiva;

Unidades de atendimento geral, destacando o princípio da prioridade no

atendimento de crianças e adolescentes, previsto pelo ECA.

d) Política de Educação:

Projeto Mind Lab- contempla 10 Escolas de Ensino Fundamental com

atendimento aos alunos através da utilização de jogos educativos;

Projeto Se Liga – uma parceria com o instituto Ayrton Senna que contempla 33

Escolas, com a finalidade de atender alunos com déficit de aprendizagem e que

tem idade acima da faixa etária indicada para o ano de escolaridade;

Programa Mais Educação – parceria com o Governo Federal par oferta de

acompanhamento pedagógico, atividades de esporte e lazer, educação ambiental,

cultura e artes, no contra turno em que o aluno se encontra matriculado;

Disponibilidade de vagas para inserção de adolescentes nas escolas.

e) Na área de Segurança:

Programa Crack é Possível Vencer – parceria com Ministério da Justiça e guarda

Municipal para enfrentamento ao crack;

Projeto Transformando Destinos – parceria com Ministério Público do RN para

ações e estratégias de enfrentamento às drogas;

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Projeto Agente Mirim Ambiental de Natal;

Programa Semente Cidadã – parceria com Ministério da Justiça para ações

educativas de fortalecimento da prática de segurança preventiva.

Referente às instâncias que compõem o Sistema de Garantia dos Direitos dos

adolescentes, constam 4 Conselhos Tutelares, sendo cada um responsável por uma zona

administrativa do município; 2 Varas Especializadas da Infância e Juventude, 3

Promotorias Especializadas que se dividem em ações de Tutela Coletiva e apuração dos

atos infracionais; 2 Delegacias Especializadas, DEA e DCA, sendo a segunda de Proteção

à Criança e ao Adolescente.

No que tange ao Controle Social, a sociedade se organiza através de Fóruns

Estaduais e Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Municipal

dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA), bem como Conselho Municipal de

Assistência Social (CMAS).

Em visita aos serviços que compõem a rede de atendimento ao adolescente que

cometeu ato infracional, verificou-se que em sua maioria funcionam com estrutura física

precária, insuficiência de recursos humanos e materiais, bem como se observa uma

fragilidade da rede mediante uma visível falha de comunicação entre as instituições e

seus atores.

No caso da DEA, que realiza o primeiro contato com o adolescente que

infracionou, no tocante às condições de trabalho, a referida delegacia funciona em um

prédio com estrutura precária e sem ambientes adequados para escuta qualificada dos

adolescentes e seus familiares. Segundo funcionário da instituição, o quantitativo de

pessoal é insuficiente, bem como os recursos materiais, que se apresentam

ultrapassados, podendo citar como exemplo o fato de ter uma única viatura disponível.

Relatou-se durante a visita que as péssimas condições de trabalho tirariam o foco da

equipe do que realmente deveria ser principal, o atendimento ao adolescente.

As duas Delegacias Especializadas do município (citadas anteriormente),

funcionam de segunda à sexta, no horário das 08 às 18hs, sendo este um dos fatos que

pode ser apontado como fragilidade do sistema a ser discutida.

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Observou-se uma clara lacuna na interlocução entre as políticas, visto que os

serviços apenas fazem os encaminhamentos cabíveis ao adolescente. Entretanto, não se

comunicam, sendo tal fato percebido através da ausência de padronização nos

instrumentais para registro das instituições, realidade que acarreta na dificuldade de

análise da real situação dos atendimentos, a partir de quantitativos que não se

completam, distanciando-se do que se entende por sistema.

Voltando-se para o serviço de Pronto Atendimento - PA, que atualmente funciona

no mesmo terreno do CIAD do Natal-RN, Unidade de Atendimento Socioeducativo de

Semiliberdade, sendo tais ações de responsabilidade do Governo do Estado através da

FUNDAC; o referido complexo dispõe de 30 vagas na internação provisória e 10 no PA.

Segundo relatos de funcionários da FUNDAC, as vagas da internação provisória

são insuficientes, ocasionando uma superlotação do PA, sendo tal situação dificultada

pelo não cumprimento dos prazos do judiciário, acarretando na permanência dos

adolescentes por mais de 48 horas no Pronto-atendimento. Pode-se diagnosticar ainda,

que a estrutura física não é adequada, visto que se trata de um prédio onde funcionava

um abrigo, cujos quartos foram aproveitados sem uma devida reforma, ocorrendo ainda,

constantes problemas hidráulicos e elétricos por ser uma construção antiga.

No tocante a Recursos Humanos, quase a totalidade das Instituições afirmam ter

um quantitativo insuficiente de profissionais, bem como relatam que os poucos

profissionais lotados nos serviços não recebem formação continuada. Vale ressaltar

ainda a precarização trabalhista de grande parte desses profissionais, prevalecendo a

admissão através de contratos temporários e cargos comissionados, situação tal que

resulta na insatisfação dos trabalhadores, bem como, na rotatividade deste, sendo tal

fator responsável pela descontinuidade dos serviços.

Durante a construção do diagnóstico, o Ministério Público foi a única instituição

que expôs sua situação estrutural e de pessoal como satisfatória para atendimento de

suas devidas demandas, destacando apenas um promotor que expôs a importância de

uma possível atuação de um profissional da área de Gestão Pública na sua equipe.

Neste contexto, contar-se-á com as ações das Secretarias de: Saúde, Educação,

Cultura, Esporte e lazer que, conjuntamente, contribuirão para ampliação Proteção social

no caminho para a proteção integral do adolescente e da redução dos índices de

envolvimento destes jovens na prática de ato infracional. Desse modo, reafirmamos a

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necessidade dessas políticas estarem articuladas e empenhadas na efetivação do SINASE

no município do Natal, entendendo que essa demanda compreende não só a Política de

Assistência Social mas toda rede de Proteção e Sistema de Garantia de Direitos às crianças

e aos adolescentes.

5. SISTEMA DE GESTÃO; MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Os sistemas de gestão, financiamento e informação do SINASE, ainda são um

desafio para esta política. Um exemplo é o componente do financiamento, que não está

muito claro na lei do SINASE, apontando algumas possibilidades de recursos, porém não

explica como acessá-los.

Ao final da construção deste Plano, será instituída a Comissão Intersetorial, com o

objetivo de acompanhar e garantir que o plano elaborado seja efetivamente implementado

e para articular as ações entre as diferentes políticas que compõem o Sistema

Socioeducativo no município do Natal/RN.

As Comissões Intersetoriais surgem baseadas nos princípios do ECA e do SINASE,

da necessidade de discussão de assuntos inerentes ao adolescente que cumpre medida

socioeducativa nos municípios; da articulação entre as políticas intersetoriais e a

constituição de uma rede de serviços sócio-assistenciais à família e ao adolescente.

No âmbito municipal, a formalização da Comissão Intersetorial do Atendimento

Socioeducativo deve ser efetivada através de Decreto, Portaria ou Resolução (Deliberação)

do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, especificando sua

composição, seus representantes e suas atribuições.

A Comissão terá caráter consultivo e propositivo, composta por membros do

governo e da sociedade civil. Para sua composição são recomendadas as seguintes

representações: órgão gestor do sistema socioeducativo, assistência social, educação,

cultura, esporte e lazer, saúde, trabalho, segurança pública, conselhos de defesa dos

direitos da criança e do adolescente, conselho tutelar, ministério público, poder judiciário,

defensoria pública, OAB, organizações não governamentais, fóruns relativos ao

atendimento socioeducativo, operadores do programa entre outros de relevância e

representatividade na comunidade.

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Tais comissões devem ter frequência mínima de reuniões e efetuar o registro dos

encontros e resultados, de forma que tais informações estejam sempre disponíveis

sempre que solicitados.

5.1 Sistema de Gestão e Financiamento e Sistema de Informação do SINASE

no município do Natal/RN

No que diz respeito à gestão, a lei do SINASE admite aos Estados e municípios

decidirem qual será o órgão gestor desse Sistema, tendo sido mais recorrente, que o

mesmo seja gerido através da Política de Assistência Social, tendo em vista as normativas

da Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais.

O financiamento dessa política segue o princípio da descentralização político

administrativa, sendo de co-responsabilidade da União, estados, Distrito Federal e

municípios. Conforme a Constituição Federal e o ECA, crianças e adolescentes são

prioridade absoluta devendo ter dotação orçamentária privilegiada dentre os recursos

públicos, e é nesse contexto que se inserem os programas de atendimento socioeducativo.

É atribuição das três esferas de governo o financiamento dessa política,

conjuntamente aprimorando mecanismos de financiamento do sistema, fontes de

recursos entre outros.. Os Conselhos de direito deverão deliberar sobre a política de

atendimento no prazo para que as metas estabelecidas sejam incluídas no Projeto de Lei

do Plano Plurianual - PPA. É o PPA que irá subsidiar e nortear as Lei Orçamentária Anual -

LOA e a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, ambas encaminhadas para apreciação do

poder legislativo pelo poder executivo. No atual contexto o próximo PPA será elaborado em

2017 e começa a vigorar em 2018.

Por se tratar de uma política de co-responsabilidade nas três esferas de governo,

deve-se prever legalmente o repasse e os fluxos dos recursos entre as esferas, além de

deixar claro como cada recurso deve ser acessado. Dentre as possíveis formas de

financiamento do sistema socioeducativo estão:

Repasse fundo a fundo: Através de regulamentação específica, podendo ser considerada

uma fonte de financiamento estável, além de ser importante instrumento de gestão

seguindo uma lógica participativa e democrática.

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Convênios: devem ser utilizados para potencializar programas, projetos e ações

estratégicas. São mais utilizados a publicação de Editais com condicionalidades próprias.

Alguns financiamentos realizados pelo CONANDA-SDH são visualizados mediante a forma

de convênio.

Remuneração por serviços prestados: considerada uma forma frágil e delicada de

financiamento pois não garante a continuidade das ações ou projetos, no próprio SINASE

há uma sinalização para que não se utilize tal processo.

Apesar das informações da lei do SINASE apontarem diversas possibilidades de

fundos para financiamento do Sistema, a Política que, em regra, tem abarcado essa

demanda, tem sido a de Assistência Social.

O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo apresenta, então, caminhos e

possibilidades de cofinanciamento assim como, ficou responsável pela criação do Sistema

de Informação, onde os Estados devem arcar com a capacitação dos profissionais.

O SIPIA SINASE é um módulo específico para suporte e fortalecimento do trabalho

junto ao sistema nacional socioeducativo no Brasil. Seu esquema de alimentação de dados

prevê interação de base, ou seja, postagem de dados localmente pelos operadores do

SINASE. Sua dinâmica pretende integrar bancos de dados da política pública, do judiciário

e do ambiente de atendimento, como forma de ampliar as capacidades de atenção

congruente às realidades nacionais. O SIPIA-SINASE funciona como um portal de

informações na internet e permite o registro diário de todos os atendimentos realizados a

adolescentes em conflito com a lei. Também é possível a atualização do banco de dados em

tempo real. A vantagem de se usar o novo software é que ele permite cadastrar

informações detalhadas dos atendimentos realizados para a consulta dos profissionais e,

ao mesmo tempo, fornece dados gerais sobre os atendimentos em cada região do país,

permitindo o acompanhamento nacional das políticas públicas para a área.

Trata-se de uma nova versão do SIPIA (Sistema de Informação Para Infância e

Juventude), com foco maior nas disposições contidas no SINASE (Sistema Nacional de

Atendimento Socioeducativo), que está sendo implantada em todo o país, com base de

dados única, na plataforma web, permitindo, desta forma, que todos os órgãos envolvidos

na ação socioeducativa possam acessar as informações disponíveis.

Por meio do SIPIA/SINASE, será possível gerar tabelas e relatórios por adolescente,

por região, por unidade de forma instantânea. Dados demográficos e sociais, como a idade,

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Pla

no

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Dec

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uca

tiv

o d

a C

idad

e d

o N

atal

/RN

.

o gênero, a escolaridade, o uso de substâncias psicoativas, o tipo de infração cometida, a

reincidência dos adolescentes poderão ser mensurados para fins de pesquisa e

aperfeiçoamento do sistema de atendimento socioeducativo.

5.2 Sistema de Monitoramento e Avaliação:

O monitoramento e avaliação do Plano será realizado pelo Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente e a Comissão Municipal de Medidas Socioeducativas

em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social e demais políticas públicas.

O processo de monitoramento e avaliação será realizado por meio de relatórios anuais de

cada política pública envolvida, inerentes às ações e metas estabelecidas no Plano,

especificando avanços e justificativas do que não se concretizou sendo avaliados pela

Comissão Intersetorial e pelo COMDICA. Estes serão apresentados a cada doze meses em

reunião específica da Comissão.

Observar-se-á nesse monitoramento indicadores de diferentes naturezas, a partir

do que propõe o SINASE, o Plano Nacional Socioeducativo e o presente Plano,

contemplando aspectos quantitativos e qualitativos nos seguintes grupos:

1) Indicadores de maus tratos fornecidos pelos sistemas de garantia de direitos municipal;

2) Indicadores de tipos de ato infracional e de reincidência fornecidos pelo dados oficiais

do ministério publico;

3) Indicadores de fluxo no sistema: tempo de permanência em cada medida/programa,

fluxo dos processos, progressão de medidas e saída do sistema;

4)Indicadores de qualidades dos programas: indicadores que permitirão o estabelecimento

de padrões mínimos de atendimento nos diferentes programas;

5) Indicadores de resultados e de desempenho: em conformidade com os objetivos

traçados em cada entidade e/ou programa de atendimento socioeducativo;

6) Indicadores de financiamento e custos: o custo direto e indireto dos diferentes

programas, custo médio por adolescente nos diferentes programas, gastos municipais,

estaduais e federais com os adolescentes no SINASE.

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Pla

no

Mu

nic

ipal

Dec

enal

de

Ate

nd

imen

to S

oci

oed

uca

tiv

o d

a C

idad

e d

o N

atal

/RN

.

A avaliação do Plano e a proposição de intervenções acontecerá também de forma

contínua nas reuniões ordinárias da Comissão Intersetorial, sempre com a apresentação

de documentação escrita contendo o objeto de avaliação e justificativa.

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

6. EIXOS OPERATIVOS, METAS E OBJETIVOS:

Neste item veremos os quatro Eixos operativos do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo do município de Natal/RN. Eles

seguem os parâmetros do SINASE, sendo suas metas e objetivos previstos em três ciclos que se seguem: 1º Ciclo, PPA vigente (2014-

2017); 2º Ciclo, próximo PPA (2018-2021) e o último Ciclo, o PPA que inicia em 2022 e termina em 2025.

EIXO 01: GESTÃO

OBJETIVOS

METAS

RESPONSÁVEL

1º CICLO

2º CICLO

3° CICLO

2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

I. INSTITUIR O ÓRGÃO GESTOR DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO MUNICIPAL, NO ÂMBITO DE UMA DAS SECRETARIAS QUE POSSUEM INTERFACE COM O SISTEMA.

I. Estruturação do Órgão Gestor do Sistema de Atendimento Socioeducativo Municipal.

Poder Executivo Municipal e Poder Legislativo.

X

X

-

-

-

-

-

-

-

-

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

2. INSTALAR A COORDENAÇÃO GERAL DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO MUNICIPAL, VISANDO O APRIMORAMENTO DA GESTÃO DO SISTEMA.

I. Criação de 01 (uma) Coordenação Geral do Sistema Socioeducativo Municipal, com autonomia para dialogar e articular as Secretarias e entidades não governamentais que possuem interface com o Sistema Socioeducativo.

Poder Executivo Municipal e Poder Legislativo

X

X

-

-

-

-

-

-

-

-

II. Instalação e

estruturação de 01 Coordenação Geral do Sistema de Atendimento Socioeducativo Municipal, dotando-a de espaço físico, recursos humanos, e recursos materiais necessários ao seu funcionamento.

Poder Executivo Municipal e Órgão Gestor Municipal

X

X

-

-

-

-

-

-

-

-

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

III. Observar como parâmetro para a nomeação do Coordenador do Sistema Socioeducativo.o art. 17 da Lei nº 12.594/2012 (SINASE),

Poder Executivo Municipal e Órgão Gestor Municipal

X

X

-

-

-

-

-

-

-

-

3. INSTITUIR A

COMISSÃO INTERSETORIAL DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO MUNICIPAL, COM ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES, COM VISTAS À EFETIVAÇÃO DA TRANSVERSALIDADE DAS POLÍTICAS SETORIAIS DO SINASE.

I. Criação de 01 Comissão Intersetorial, por meio de Decreto, composta por representantes da rede que compõe o Sistema Socioeducativo.

Poder Executivo Municipal

X

X

-

-

-

-

-

-

-

-

II. Construir e pactuar

protocolos e fluxos de atendimento, para a garantia do acesso dos adolescente e suas famílias a serviços.

Órgão Gestor Municipal, Coordenação Geral Estadual e Municipal, FUNDAC e Comissão Intersetorial

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

4. APERFEIÇOAR O

ACOMPANHAMENTO E O MONITORAMENTO DO ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, UTILIZANDO O SIPIA/SINASE, EM ÂMBITO LOCAL.

I. Instituir e

implementar o Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação do Sistema Socioeducativo Municipal e do Plano Municipal Decenal Socioeducativo.

Órgão Gestor Estadual, Órgão Gestor Municipal e Coordenação Geral

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

II. Criar indicadores e

metodologias de avaliação e informação do Sistema, como forma de controle e acompanhamento do cumprimento do plano municipal de atendimento socioeducativo.

Órgão Gestor Municipal e Coordenação Geral

-

X

-

-

-

-

-

-

-

-

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

III. Elaborar e/ou atualizar de diagnósticos sobre índices de reincidência e indicadores de resultados em relação à reintegração escolar, familiar, inserção no mercado de trabalho, dentre outros.

Poder Executivo Municipal, Órgão Gestor Municipal e Comissão Intersetorial

-

-

-

-

X

-

-

-

-

X

IV. Sistematizar e divulgar, anualmente, os indicadores de resultados em relação ao cumprimento das metas do Plano Municipal, perante os Conselhos, o Sistema de Justiça, os órgãos que compõem o Sistema e a sociedade em geral.

Órgão Gestor Municipal, Comissão Intersetorial, Coordenação Geral e COMDICA.

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

5. FOMENTAR E

QUALIFICAR A IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO, CONSIDERANDO A RESPONSABILIDADE DOS ENTES FEDERADOS NO COFINANCIAMENTO DO SISTEMA E NA PROMOÇÃO DO DIREITOS DOS ADOLESCENTES E SUAS FAMÍLIAS.

I. Instituir Política de

Financiamento, com a efetivação do cofinanciamento estadual, utilizando as fontes orçamentárias instituídas na legislação do SINASE, bem como as fontes orçamentárias da Política Municipal de Assistência Social.

Poder Executivo Municipal, Coordenação Geral, COMDICA e CMAS.

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

6. IMPLANTAR E

IMPLEMENTAR PLANO DE CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA

I. Capacitar 100% dos profissionais que atuam na rede municipal de atendimento socioeducativo.

Órgão Gestor Estadual e Polo Estadual da Escola Nacional de Socioeducação.

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

PARA OS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NA REDE MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO

II. Estimular a

participação dos profissionais, da rede municipal de atendimento socioeducativo, nos cursos de pós-graduação, com enfoque no Sistema Socioeducativo ou em áreas afins.

Órgão Gestor Municipal.

X

X

X

X

X

X

X

X

X

III. Garantir a

participação dos profissionais do Sistema Socioeducativo em eventos nacionais, regionais e municipais, que tratem de temas afins à socioeducação.

Órgão Gestor Municipal e Coordenação Geral Poder Executivo Municipal e Órgão Gestor Municipal

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

7. GARANTIR A

PROFISSIONALIZAÇÃO NO SISTEMA DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, POR MEIO DE APOIO A REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO.

I. Estruturação do

Sistema, com 100% de servidores efetivos, para implementação do presente Plano Municipal, de acordo com o previsto no Sistema Socioeducativo.

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

EIXO 02: QUALIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO

OBJETIVOS

METAS

RESPONSÁVEL

1º CICLO

2º CICLO

3° CICLO

2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

1. INSTITUIR O

ATENDIMENTO

INICIAL

INTEGRADO.

I. Implantação e

implementação de

01 do Núcleo de

Atendimento

Integrado – NAI.

Poder Executivo Estadual, Poder Executivo Municipal e Sistema de Justiça

- X X - - - - - - -

II. Alcançar 100% da

Rede de

Atendimento

Socioeducativo

com a

implementação de

práticas

restaurativas.

Poder Executivo Estadual, Poder Executivo Municipal e Sistema de Justiça - X X X X X X X X X

2. EFETIVAR O

DIREITO À SAÚDE

INTEGRADA DO

ADOLESCENTE.

I. Ampliar em 100%

o acesso dos

adolescentes, em

cumprimento de

Secretaria Municipal de Saúde, em articulação com a Coordenação Geral e Comissão Intersetorial

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

medida

socioeducativa, ao

Programa de Saúde

Bucal.

II. Garantir o acesso

dos adolescentes,

em cumprimento

de medida

siocioeducativa, à

assistência integral

a saúde.

Secretaria Municipal de Saúde, em articulação com a Coordenação Geral e Comissão Intersetorial

- X X X X X X X X X

III. Ampliar o atendimento

a 100% dos

adolescentes usuários

de drogas e/ou com

transtorno mental, em

programas de saúde

mental relacionado ao

uso abusivo de álcool,

outras drogas e

transtornos

Secretaria Municipal de Saúde, em articulação com a Coordenação Geral e Comissão Intersetorial

- X X X X X X X X X

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67

Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

IV. Ampliar o acesso de

adolescentes à política

de saúde sexual e

reprodutiva.

Secretaria Municipal de Saúde, em articulação com a Coordenação Geral e Comissão Intersetorial

- X X X X X X X X X

3. EFETIVAR O

DIREITO

FUNDAMENTAL DO

ADOLESCENTE À

EDUCAÇÃO E AO

ENSINO REGULAR.

I. Ampliar o acesso e a

permanência dos

adolescentes em

cumprimento de

medida ao sistema

educacional.

Secretarias Estadual e Municipal de Educação.

- X X X X X X X X X

I.

II. Realizar, de forma

integrada com a

Educação, programas

transversais de

alfabetização.

Secretarias Estadual e Municipal de Educação, Coordenação Geral e Comissão Intersetorial.

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

III. Realizar formação

continuada dos

profissionais da

Educação sobre

socioeducação e Justiça

Restaurativa.

Secretarias Estadual e Municipal de Educação, Órgão Gestor Municipal, Sistema de justiça, Coordenação Geral e Comissão Intersetorial.

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

4. APRIMORAR

PARÂMETROS E

EFETIVAR O

PADRÃO DE

QUALIDADE DO

ATENDIMENTO

SOCIOEDUCATIVO

I. Realizar encontros,

sistemáticos,

intersetoriais sobre

socioeducação e temas

afins para todos os

profissionais da rede.

Órgão Gestor Municipal, Coordenação Geral, Comissão Intersetorial e COMDICA.

- X X X X X X X X X

II. Elaborar e

implementar Projeto

Político Pedagógico de

atendimento

socioeducativo em

meio aberto.

Coordenação Geral, Comissão Intersetorial e COMDICA. X X X X X X X X X X

III. Alcançar 100% das

instituições parceiras

na execução das

medidas

socioeducativas em

meio aberto, para que

tenham registro no

COMDICA.

Coordenação Geral, Comissão Intersetorial, COMDICA e CMAS.

- X X X X X X X X X

IV. Criar protocolos e pactuar fluxos específicos na perspectiva de atender

Coordenação Geral Estadual e Municipal, Comissão Intersetorial,

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

demandas de adolescentes egressos de unidades de privação e restrição de liberdade, reincidentes e em primeira medida socioeducativa.

FUNDAC e Sistema de Justiça.

V. Garantir a execução do PIA, e estabelecer estratégias de acompanhamento para os egressos e suas famílias.

Órgão Gestor Municipal e Coordenação Geral Municipal. X X X X X X X X X X

VI. Efetivar o Plano

Individual de Atendimento - PIA, nas unidades e serviços do Sistema de Atendimento Socioeducativo Municipal.

Coordenação Geral Municipal.

X X X X X X X X X X

5. GARANTIR A

FORMAÇÃO E

PROFISSIONALIZAÇ

ÃO DOS

ADOLESCENTES.

I. Ampliar as parcerias

com instituições do

Sistema S, entre outras,

para garantia da

formação e

profissionalização dos

Órgão Gestor Municipal, Coordenação Geral Municipal e Comissão Intersetorial.

- X X X X X X X X X

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70

Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

adolescentes em

cumprimento de

medida.

II. Ampliar as parcerias

com instituições de

qualificação e acesso ao

trabalho, visando a de

formação e

profissionalização para

as famílias dos

adolescentes em

cumprimento de

medida.

Órgão Gestor Municipal, Coordenação Geral Municipal e Comissão Intersetorial.

- X X X X X X X X X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

EIXO 03 – ACESSO À JUSTIÇA E SEGURANÇA

OBJETIVOS

METAS

RESPONSÁVEL

1º CICLO

2º CICLO

3° CICLO

2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

1. AMPLIAR O ACESSO

DE ADOLESCENTES E

FAMÍLIAS À JUSTIÇA E

À SEGURANÇA

PÚBLICA.

I. Propor a criação

de uma vara

especializada no

Fórum Distrital da

Zona Norte de

Natal com a

respectiva equipe

multiprofissional.

Tribunal de Justiça

X X X X X X X X X X

II. Estruturar as

promotorias de

justiça

especializadas,

dotando-as de

equipe

multiprofissional.

Procuradoria-Geral

de Justiça

X X X X X X X X X X

III. Ampliar o número

de defensorias

públicas

especializadas com

a respectiva

equipe

multiprofissional.

Defensoria Pública

Geral Estadual X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

IV. Garantia de

respeito aos

prazos e controle

da aplicação

indevida de

medidas

socioeducativas.

Sistema de Justiça

X X X X X X X X X X

V. Qualificação

mínima de 80%

dos profissionais

da abordagem de

segurança pública,

referenciada na

educação em

direitos humanos,

no Estatuto da

Criança e do

Adolescente e no

SINASE.

Órgão Gestor

Municipal, SEMDES,

SEJUC e SESED.

X X X X X X X X X X

2. FORTALECER A

INTEGRAÇÃO DO

SINASE NO ÂMBITO

MUNICIPAL COM O

I. Criar um espaço

institucional de

diálogo

permanente, de

periodicidade

Órgão Gestor

Municipal, Comissão

Intersetorial, Varas

da Infância e da

Juventude,

X X X X X X X X X X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

SISTEMA DE JUSTIÇA. mensal, do Sistema

de Atendimento

Socioeducativo

municipal com os

diversos atores do

Sistema de Justiça.

Ministério Público,

Defensoria Pública e

Conselhos Tutelares.

3. GARANTIR A

SEGURANÇA NO

SISTEMA

SOCIOEDUCATIVO

MUNICIPAL

I. Criar e

implementar

estratégias de

segurança

adequadas às

especificidades do

atendimento

socioeducativo.

Poder Executivo

Municipal e Órgão

Gestor Municipal.

X X X X X X X X X X

II. Monitorar e

avaliar as estratégias de segurança implementadas.

Órgão Gestor

Municipal e

COMDICA.

- - X X X X X X X X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

4. PROMOVER E

ARTICULAR AÇÕES

DE PREVENÇÃO E

COMBATE À

VIOLÊNCIA, EM

SUAS MAIS

VARIADAS

MANIFESTAÇÕES,

VISANDO A

PROTEÇÃO

INTEGRAL DE

ADOLESCENTES.

I. Capacitar os

profissionais em

todas as

instâncias:

Educação, Saúde e

Segurança Pública,

sobre mediação de

conflitos, questões

relacionadas a

comportamentos e

Justiça

Restaurativa.

Órgão Gestor

Municipal, Comissão

Intersetorial e

COMDICA.

X X X X X X X X X X

II. Implantação de

práticas

restaurativas em

todo o Sistema

Socioeducativo

municipal.

Órgão Gestor

Municipal, COMDICA

e Sistema de Justiça.

X X - - - - - - - -

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75

Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

III. Elaborar e

implantar ações específicas de enfrentamento às situações de violência institucional contra os adolescentes e suas famílias.

Órgãos Gestores do

Sistema Estadual e

Municipal, COMDICA

e Comissão

Intersetorial.

X X - - - - - - - -

IV. Estimular o

preenchimento dos sistemas de notificações de violência contra os adolescentes e suas famílias.

Órgãos Gestores do

Sistema Estadual e

Municipal, Comissão

Intersetorial e

Sistema de Justiça.

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

V. Divulgar a

existência das corregedorias e ouvidorias e garantir o acesso dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e seus familiares a esses espaços.

Coordenação Geral e

COMDICA.

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

EIXO 04: PARTICIPAÇÃO SOCIAL E AUTONOMIA

OBJETIVOS

METAS

RESPONSÁVEL

1º CICLO

2º CICLO

3° CICLO

2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

1. FORTALECER A PARTICIPAÇÃO SOCIAL DAS FAMÍLIAS E DOS ADOLESCENTES NAS INSTÂNCIAS DE CONTROLE SOCIAL DO SISTEMA DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO MUNICIPAL.

I. Estimular e/ou

ampliar a participação

dos adolescentes e

suas famílias nas

instâncias de controle

social.

Coordenação Geral e profissionais do serviço.

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

II. Alcançar 100% das

instâncias de controle

do Sistema

Socioeducativo com a

participação das

famílias e dos

adolescentes no

controle social do

Sistema.

Coordenação Geral e profissionais do serviço

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

III. Criar e fortalecer

espaços de reflexão

(fóruns, oficinas,

dentre outros), sobre o

Sistema

COMDICA, Comissão Intersetorial e Coordenação Geral.

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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77

Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

Socioeducativo e a

Socioeducação, em

nível local.

2. POTENCIALIZAR E QUALIFICAR A PARTICIPAÇÃO DOS ADOLESCENTES NO PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO DO ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO EM MEIO ABERTO.

I. Fortalecer os espaços

de discussão sobre os

regimentos internos

das unidades, seus

projetos político-

pedagógico, programas

e serviços do

atendimento

socioeducativo.

Coordenação Geral.

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II. Ampliar em 100% a

participação autônoma

dos adolescentes e

suas famílias na

elaboração e

acompanhamento do

seu Plano Individual de

Atendimento – PIA.

Coordenação Geral.

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Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo da Cidade do Natal/RN.

III. Ampliar, junto a rede

de atendimento socioeducativo,.as atividades de cultura, esporte e lazer que fortaleçam a ressignificação de valores dos adolescentes e seus familiares.

Coordenação Geral.

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IV. Respeitar a identidade

de gênero (inclusive o nome social) e a orientação sexual dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa.

Coordenação Geral.

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